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23Os mais ricosde PortugalEm 2012, as fortunas deAmérico Amorim e de cinco
acionistas da JerónimoMartins representam39,4% do total dos 25 maisricos de Portugal
ESPECIAL BI LION ARI OS
Em 2012 Alexandre Soares dos Santos ultrapassouAmérico Amorim como o homem mais rico de
Portugal. As fortunas dos 25 mais ricos de Portugalsomam 14,4 mil milhões de euros, menos 17,5%do que no ano anteriortextos € -avaliação Filipe S. Fernandes
ESPECIAL BILIONÁRIOS
Em 2012 as fortunas de AméricoAmorim e cinco acionistas daJerónimo Martins representam39,4% do total dos 25 mais ricos de
Portugal, que é de 14 353,9 milhõesde euros, o que correspondea 8,4% do PIB portuguêsde 2011, a preços de mercado.Num ano as grandes fortunasperderam 17,45% do seu valor.
Em setembro de 2005, na cidade de Espi-nho, os três irmãos Violas, Otília, Celeste
e Manuel sentaram-se a uma mesa pararepartir o património da família. Dias an-tes, Edgar Ferreira, casado com Otília, e o
filho Pedro Violas Ferreira, tinham feitouma lista dos ativos do grupo e, depois,em duas horas, constituíram "três lotes de
valorização razoavelmente idêntica não
igual e entregámos aos meus cunhados.De um dia para o outro eles analisaram e
concordaram com o equilíbrio dos três lo-tes. Escolheram dois e rejeitaram o terceiro
que veio para nós", como explicou EdgarFerreira à jornalista Inês Direito na ediçãode março de 2006 da EXAME. Otília, Ed-
gar e Pedro agruparam os seus ativos naHVF, SGPS, que ficou com 2,9% no BPI, a
empresa imobiliária 111 e o Edifício Corfi,
espaço com mais de 20 mil metros qua-drados, situado em Espinho. Nessa altura,só a participação no BPI valia cerca de 125
milhões de euros. Em junho de 2012, valiacerca de 10,9 milhões de euros. Note-seque entre junho de 2007 e junho de 2012o BPI perdeu 13 vezes o seu valor e passoude uma capitalização bolsista de 4993,20milhões de euros para 377,19 milhões.Nesta roda da vida, é a vez de a fortunasorrir aos dois irmãos, Celeste e Manuel,que ficaram com a participação na Unicer(46% da Viacer que detém 55% da cerve-
jeira Unicer), a Cotesi, a Solverde (turismoe jogo) e imobiliário, em que, apesar dacrise económica, se mantém com desva-
lorizações bem menores.Em 2004, a participação acionista de
Alexandre Soares dos Santos estava ava-liada em 200,95 milhões de euros, o quelhe garantia o 34. s lugar na lista dos 100Mais Ricos, edição especial da EXAMEde 1994, que era liderada por Belmiro de
Azevedo com 1779,56 milhões de euros,que hoje é apenas o quarto da lista atrásde Alexandre Soares dos Santos, AméricoAmorim e família Guimarães de Mello.Aliás, o grupo Sonae, detido por Belmirode Azevedo e liderado pelo filho Paulo
Azevedo, procura avidamente mercadosinternacionais - entrou em Angola aliadoa Isabel dos Santos - que lhe permitamcrescer rapidamente e superar a anemiadas cotações, pois, em 4 de junho de 2012,a Sonae valia 5,8 vezes menos do que em5 de junho de 2007.
Queda das família Roque e Moniz da MaiaÀs irmãs Paula Cristina Roque e Teresa
Roque não bastava o ambiente negro dos
negócios, que fez afundar a cotação do
Banif, que entre 1 de junho de 2011 e 4 de
junho de 2012 caiu 86,7%, passando de
uma capitalização bolsista de 429,8 mi-lhões de euros para 57 milhões, para terem
que defrontar a mãe, Fátima Roque, numaguerra de heranças. Além disso, cerca de52% da seguradora Açoreana passram paraa propriedade de Paula Caetano, últimamulher de Horácio Roque. Também a fa-mília Moniz da Maia (Bernardo, João, Ma-ria Helena, Mariana e Maria da Graça) viuos seus ativos financeiros, nomeadamentea participação no BCP, esfumar-se na he-catombe da cotação dos títulos, tendo oBCP passado de uma capitalização bolsistade 12,820 mil milhões de euros, em 5 deJunho de 2007, para 720,7 milhões, em 4de junho de 2012. Aliás, foi noticiado pelodiário Público que o BCP teve de assumir
junto da ÜBS (Union des Banques Suisses)
parte de uma dívida que a Sogema tinhacontraído há cinco anos na compra de
ações da ÜBS, e que não estava totalmente
garantida. A estes ativos a família Moniz da
Maia junta participações no grupo EspíritoSanto, AXA Portugal, MSF, no imobiliárioe no grupo industrial Yser.
Estes milionários foram substituídos
por dois pequenos acionistas, cada umcom 5,08%, da Sociedade Francisco Ma-nuel dos Santos, que controla cerca de 56%da Jerónimo Martins, onde detém cadauma 5,08% e que são Maria de LourdesSoares Alexandre dos Santos, que é a irmãde Alexandre Soares dos Santos, e MariaHelena Soares Angelo dos Santos MotaGoya. Cada participação de 5,08% valecerca 271,4 milhões de euros e é superiorà capitalização bolsista de empresas como
Mota-Engil, Altri, Banif, Toyota Caetano,Cofina, Corticeira Amorim, Impresa, Iber-sol, Martifer, grupo Media Capital, SAG ouTeixeira Duarte.
Fortunas perdem valorEm 2011, as fortunas de Américo Amorime três acionistas da Jerónimo Martins va-liam 31,4% das 25 mais ricos de Portugal.Em 2012, as fortunas de Américo Amorime cinco acionistas da Jerónimo Martins re-presentam 39,4% do total. Os cinco acio-nistas da Jerónimo Martins valem 25,8%dos 25 mais ricos de Portugal. Estes per-deram num ano 17,45% das fortunas, quede 17 389,2 milhões de euros, em 2011,desceram para 14353,9 milhões, este ano.Este valor corresponde a 8,4% do PIB por-tuguês de 2011, a preços de mercado. Masse os mais ricos ficaram sem 3 mil milhõesde euros, os dados do INE referem que, no
primeiro trimestre de 2012, as remunera-ções pagas na economia caíram 3,9%, me-nos 765 milhões de euros, a maior quedahomóloga desde que há registo. Nestes
tempos de grande recessão todos perdem,mas uns mais do que outros.
ESPECIAL BILIONÁRIOS
O grupo Jerónimo Martins, liderado porum dos sete filhos de Alexandre Soares
dos Santos, Pedro Soares dos Santos, jáiniciou os investimentos na Colômbia, a
nova aposta na área da distribuição depoisdo sucesso em Portugal e na Polónia. As
suas ações continuam a manter uma boa
performance, apesar da veemência dacrise na área da distribuição. Com a en-trada do grupo nesta nova geografia, decidiu
criar um novo tipo de organização criandouma holding familiar com sede na Holanda,a Sociedade Francisco Manuel dos Santos
BV, que detém a participação de 56,1% naJerónimo Martins, SGPS. Por sua vez, esta
holding passa a deter a totalidade do ca-
pital de quatro subholdings em territórioholandês: Tagus (51% na Jerónimo Martins
Retalho, dona do Pingo Doce, retalho naMadeira e a Recheio), Monterroio (100%da Jerónimo Martins Distribuição; 45% da
Unilever Jerónimo Martins; e 45% da Gallo
Worldwide, duas pint-ventures com a Uni-lever) , Warta (100% da Bliska, negócios das
farmácias, 100% da AJM Dystrybucja, donada Biedronka, detida através de uma em-presa holandesa a Tand BV), e New W<brld
(100% da Jerónimo Martins Colômbia SAS) .
A Fundação Francisco Manuel dos
Santos, promovida pela família e presidida
por António Barreto, continua ativa e está
a organizar para setembro um encontro de
dois dias sobre "Os Portugueses em2o3o",em que estarão 60 oradores e em que se
prevê a presença de 1200 participantes.Por sua vez, Alexandre Soares dos Santos
continua aos 76 anos a ser uma espécie de
voz incómoda e de consciência ética dos
empresários portugueses, com uma forte
componente interventiva, ainda que com
a megapromoção feita pelo Pingo Doce a
1 de maio, Dia do Trabalhador, e a criaçãode uma holding familiar na Holanda, porrazões fiscais, tenha sido alvo de críticasacérrimas.
A Amorim Energia, detida em 55% porAmérico Amorim, atual chairman da
Galp Energia, e em 45% pelos angolanosda Esperaza (Isabel dos Santos e Sonan-
gol), tem até dia 29 de agosto para ad-
quirir 5% da Galp Energia à Eni tendocada ação sido comprada a 14,25 euros. O
acordo com os italianos prevê a opção de
adquirir mais 10,34% do capital da Galp
Energia, no prazo de um ano. A realiza-
ção deste negócio permitir-lhe-á passara controlar a maior empresa portuguesaem volume de vendas que é a Petrogal.Na área financeira tem participações em
Espanha (Banco Popular, 6,8%), Portugal(Banco Carregosa, 9%; Banco BIC Portugal,
25%, que comprou o BPN), Angola (BancoBIC Angola, 25%), Moçambique (BancoÚnico, 61% pela Gevisar, hoíding detida
por Américo Amorim e pela Visabeira) e
Brasil (Banco Luso Brasileiro, 33%). Temfeito investimentos imobiliários no Brasil e
em Angola e adquirido ativos agrícolas em
Moçambique. As contas das suas holdings
pessoais de controlo não são públicas.
A OPA sobre a Brisa feita pelo grupo José
de Mello e o Fundo Arcus tem contado
com a persistente oposição da espanholaAbertis e de outros pequenos acionistas,
que viram a assembleia geral vetar o divi-dendo de 31 cêntimos, além de estar mar-cada por uma relação mais tensa com a
CMVM. Esta pressão levou ao aumento do
preço de compra das ações da Brisa em 10
cêntimos para o novo valor de 2,76 euros.A gestão do grupo, que é liderado pelosirmãos Vasco, Salvador, João e Pedro de
Mello, tem sido constrangida pelo mon-tante do endividamento bancário, devidosobretudo aos investimentos na Brisa,
na EDP e na saúde. A sua estratégia paratempos conturbados poderá passar pelaentrada de um novo sócio na Efacec, em
que detêm 50% associados à família Gon-
çalves, da Têxtil Manuel Gonçalves. Por
sua vez, no negócio da saúde venderama participação no grupo espanhol Qui-rón e estão concentrados no crescimento
orgânico, nomeadamente com os novos
hospitais de Braga e Vila Franca de Xira.
ESPECIAL BILIONÁRIOS
O grupo Sonae procura avidamente mer-cados internacionais que lhe permitamcrescer rapidamente e superar a fraquezadas cotações, no 4 de junho de 2012 a So-
nae valia 5,8 vezes menos do que em 5
de junho de 2007. Uma das apostas é o
mercado angolano onde fez uma empresade distribuição, a Condis, com Isabel dos
Santos, filha do Presidente de Angola, José
Eduardo dos Santos, que começará a ope-rar em 2013. Nas outras áreas de negócio,as boas notícias têm vindo das telecomu-
nicações com a Sonaecom a ter um com-
portamento positivo e com uma aliançacom a ZON sempre no horizonte.
Para fintar o ambiente depressivo noimobiliário, o grupo está a vender o seu
empreendimento residencial e em Angolae no Brasil e a Quinta do Pinhão, locali-zada junto à Aroeira, e a sair de negócios
marginais, tendo no fim de 2011 cedido
os seus 13,17% na concessão rodoviáriaDouro Litoral à Brisa. No entanto, a crise,
que perdura desde 2008, tem sido intensa
nas áreas de negócio em que o grupo atua
como a construção, o imobiliário, os cen-tros comerciais e o comércio automóvel.Na área da banca, até pela dimensão e pelode negócio bancário, têm estado imunes a
maiores dissabores.
Os dois irmãos Violas têm como um dos
seus grandes ativos é a Unicer, onde têmcomo sócios a Carlsberg, os irmãos Leitede Pinho, da Arsopi, e o BPI, e que exportahoje 40% da cerveja que produz em Leçado Bailio. Também a sua empresa indus-
trial, a Cotesi, tem uma grande experiênciade exportação (99% da produção das duasfábricas em Portugal) e duas fábricas nosEstados Unidos e uma no Brasil, o que fazdela líder mundial na produção de fio agrí-cola. Por sua vez, os negócios do jogo têm
registado quebras de receitas em quasetodos os casinos, com exceção da sala de
jogos de Chaves.
O grupo Sovena disputa a liderança mun-dial no negócio dos azeites com espanholaDeoleo (antiga SOS) com vendas de azeiteda ordem das 161 mil toneladas e de óleos
alimentares de 283 mil toneladas. Alémdas marcas de distribuição, de que é exem-plo o fornecimento da cadeia espanholaMercadona, o grupo tem marcas comoa Oliveira da Serra e Fula, em Portugal,Andorinha, no Brasil, Olivari, Gem, Bel-
lezza, Puglia e Castello, nos Estados Uni-dos, onde são fornecedores do Walmart.A Sovena é também uma das maiores
proprietárias de olivais, com cerca de 12
mil hectares em Portugal, Espanha e Mar-
rocos, com uma produção própria de 20mil toneladas de azeite. São os principaisacionistas da Exoliva, o maior exportadorespanhol de azeitonas negras e o S. s eraazeitonas verdes, vendidas em mais de 50
países nos cinco continentes. Como referia
recentemente o El País, "a possibilidade de
continuar a crescer em Portugal a preçosbaixos, comprando a quem decidiu plan-tar olivais com o azeite a 3 euros por quilofrente aos 1,60 do mercado atual". Aliás,o mesmo jornal assinalava que enquantoo antigo SOS crescia no azeite comprandoempresas em Espanha e em Itália com
cheques chorudos, a Sovena comprou
por 15 milhões de euros a Agribética queestava num processo de insolvência e quese revelou uma jóia à espera de ser polida.
Estes quatro irmãos descendem, emtermos de linhagem de negócios, de Al-fredo da Silva, de quem são bisnetos. A
génese empresarial foi o grupo CUF, fun-dado em 1907 e acabou por sucumbir às
nacionalizações em agosto de 1975 quandoera dirigido pelo pai, Jorge de Mello, queestá doente há sete anos, e pelo tio, José
Manuel de Mello, o falecido patrono dafamília Guimarães de Mello. Hoje, na ges-tão da empresa já está a quinta geração da
família, Jorge Garção de Mello, 36 anos.
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Filho de Francisco Narciso dos Santos, é
primo de Alexandre Soares dos Santos (l 9
com 2070 milhões de euros) e Maria deLourdes Soares Alexandre dos Santos (24°com 271,4 milhões de euros). Fernando
Figueiredo dos Santos é acionista da So-
ciedade Francisco Manuel dos Santos com10,15%, tal como a familiar Maria Isabeldos Santos (9 a com 543,2 milhões de con-tos) e e Maria Helena Soares Angelo dos
Santos Mota Goya (2S S com 271,4 milhõesde euros). Começou a sua carreira na áreada publicidade tendo sido diretor de contas em agências de publicidade como, porexemplo, a Intermarco-Espiral e a MDM,
tendo depois feito a sua carreira no grupoJerónimo Martins, onde foi administradorde várias empresas deste grupo além das
funções que ocupa na holding familiar.Foi vice-presidente da Associação Portu-
guesa de Centros Comerciais e gestor da
holding Jerónimo Martins entre 1989 e
2001, mantendo-se como administradorem empresas do grupo. Aliás, juntamentecomo José Soares dos Santos, filho de Ale-xandre Soares dos Santos é administradorda Walkln Clinics, que abriu as suas pri-meiras clínicas nos supermercados PingoDoce em Lisboa (Telheiras), Sintra, Aveiro
e Feira. Estas clínicas médicas constituemuma nova área de negócio da SociedadeFrancisco Manuel dos Santos. Este inves-timento marca também uma nova fase navida desta holding familiar, que procurauma estratégia de diversificação de negó-cios em Portugal, de forma a solidificar-se
como uma estrutura de negócios activa e
inovadora.
O Grupo Jerónimo Martins é detido em56,114% pela Sociedade Francisco Manueldos Santos, que por sua vez, é detida em38,67% pela Sindcom (holding de Alexan-dre Soares dos Santos), depois segue-seuma lista de 11 acionistas individuais quedetêm o restante capital. Estes descendemdos sete filhos de Francisco Manuel dos
Santos (1876-1953) Fernando, Francisco,Maria da Conceição, Helena, Alzira, Vasco
e Artur que, com Elísio Pereira do Vale,reinventou a Jerónimo Martins a partir de
1921. É um projeto empresarial que con-
seguiu, apesar das vicissitudes, criar umacultura e uma perspetiva de longo prazoassente num acionista de referência e numclã familiar. Fernando Figueiredo dos San-tos é um colecionador de arte luso-orien-tal tendo cedido algumas das peças da
sua coleção para a exposição Na Rota do
Oriente. É também um aficionado de au-tomóveis antigos tendo, nomeadamente,um Porsche 356 SC.
É uma das principais acionistas da Socie-dade Francisco Manuel dos Santos com10,15%, tal como Fernando Figueiredodos Santos (82
, 543,2 milhões de contos.É familiar de Alexandre Soares dos Santos
(l fi com 2070 milhões de euros), Maria de
Lourdes Soares Alexandre dos Santos (24 g
com 271,4 milhões de euros) e Maria He-lena Soares Angelo dos Santos Mota Goya|25 Q com 271,4 milhões de euros). Estes são
alguns dos doze acionistas que controlamo Grupo Jerónimo Martins, que, graças aos
investimentos feitos na distribuição naPolónia, tem visto a sua cotação em Bolsa
subir e resistir ao clima de incerteza.
Vendeu recentemente a sua participaçãode 2,8% na Zon Multimedia vendida por20,8 milhões de euros a Isabel dos Santos,filha do presidente de Angola e uma das
mulheres mais ricas do continente afri-cano. A família Bordallo Silva tem vários
negócios em Angola através da Ecomar.O seu familly office está estruturado emtorno de três holdings, a Israrber, LSMSInvestimentos e Cinveste, que têm diver-sificado os seus investimentos e saído domercado de capitais português, depois de
ter vendido nos últimos anos participa-ções significativas na Cimpor, Brisa e ZonMultimedia.
Os últimos anos do empresário têm sido
marcados por vendas de ativos como a
Biovegetal, que faturou em 2011 100 mi-lhões de euros, vendida ao fundo ECS, a
Pargim, com participações em sete centros
comerciais, à brasileira Aliansce, a Acomà brasileira Sky, e 80% Growth Capital In-vest, que detinha a Brasil Saneamento, ao
Grupo Odebrecht por cerca de 60 milhõesde euros. Fez ainda reestruturações de ne-gócios como a Ar Telecom e conseguiu aentrada de novos acionistas na Unidascom os fundos Gávea Investimentos, da
Kinea investimentos e da Vinci Capital a fi-
carem, após aumento de capital, com 47% .
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Os seus principais ativos, que são na áreafinanceira (grupo Espírito Santo - GES)
e no retalho automóvel (Santogal), atra-vessam crises sistémicas. Apesar de tudo.o grande ativo financeiro dos GES, que é
o Banco Espírito Santo, conseguiu vogarpor entre as ondas da recessão e recapi-talizar-se sem necessidade de recorrer ao
apoio do Estado, como aconteceu com o
BCP, BPI e Banif. Por sua vez, a Santogalpoderá ter em 2012 o ano económico maisdifícil das últimas duas décadas.
Esta família tradicional do têxtil tem li-
gações com vários dos poios que fazemo poder económico em Portugal como as
famílias Espírito Santo, Mello e Silveira.
Alguns dos ativos menos conhecidos são
as quintas no Minho, que produzem vi-nhos e têm campos de golfe, a Herdade das
Tezas (cerca de 5 mil hectares em Safara,
Alentejo) e uma coleção de arte ecléticaem que convivem Francis Bacon, Almada,Henrique Medina, Malhoa, Rembrandt,Ferdinand Léger ou Caravaggio.
É um dos pioneiros da indústria dos mol-des em Portugal, tendo construído, a partirde Oliveira de Azeméis, um grupo de di-mensão mundial (aços e plásticos) comofornecedor da indústria automóvel, comfábricas e centros de desenvolvimento emvários pontos do globo. Tem conseguido
segurar a faturação nestes anos de intensacrise. Recentemente, a Simoldes Aços foi
uma das empresas apoiadas em projetos
para a internacionalização, ao lado da Fre-
zite, Mota-Engil e Sinfic.
Em 2007, lançou a Delta Q para con-correr com a Nespresso que dominavao mercado do café em cápsulas, e hojetem um parque de máquinas instalado de450 mil unidades e vale 14% da faturaçãoglobal do grupo e está a entrar no Brasile em França. A Delta Cafés, que tem 35%
quota de mercado em Portugal, exportaatualmente 20% da sua produção total de
café para mais de duas dezenas de países,sendo Espanha o seu principal cliente.Em Angola, a Delta é igualmente líderde mercado com a marca própria e outraproduzida naquele país.
No entanto, a empresa não deixa de serafetada tanta pela estagnação como pelaqueda no consumo de café em Portugal,prevendo-se que em 2012, segundo dadosda Nielsen, as vendas de café diminuamem 218 toneladas, para um total de 24 miltoneladas. Se na Delta Q o líder é o netoRui Miguel Nabeiro, na Adega Mayor, cujaadega é da autoria de Siza Vieira, pontificaa neta, Rita Nabeiro, enquanto o neto Ivan
Nabeiro está na Delta Cafés.
Segundo o Atlas da hotelaria 2012, reali-zado pela Deloitte, o grupo Pestana Ho-tels & Resorts lidera o ranking em Por-
tugal com 6483 unidades de alojamento,seguido pelos grupos Vila Galé Hotéis
(3808), Accor Hotels (2890), Tivoli Hotels& Resorts (2453) e VIP Hotels (2312). O
grupo continua a manter o rimo de aber-tura de hotéis, tendo inaugurado uma uni-dade na Colômbia a que se seguem maisduas em Miami (Estados Unidos) e Casa-blanca (Marrocos) e em Portugal abriu amaior pousada, com 126 quartos, na ci-dadela de Cascais, tendo hoje 92 hotéisem dez países. Têm projetos imobiliáriosem Tróia que demoraram, por causa das
dificuldades nos licenciamentos, 12 anos a
conseguir realizar. Nesse mesmo período,conseguiu fazer nove hotéis no Brasil. NaMadeira tem negócios do jogo, o Casino do
Funchal, a empresa de cervejas e o centrointernacional de negócios. Tem 20% da
companhia aérea EuroAtlantic, que de-tém ainda a maioria do capital acionista
e a gestão da STP Airways, de São Tomé.
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O grupo RAR, em que Nuno Macedo Silva
tem 90%, estando os restantes 10% nas
mãos do irmão Rui Macedo Silva, faturou
quase 1000 milhões de euros, empregamais de 7 mil pessoas, tem 18 fábricas nos
sectores alimentar e de embalagem e regis-tou prejuízos de 2,3 milhões de euros em2011, o que é raro neste grupo. Mas depoisde ter investido cerca de 400 milhões de
euros na expansão, a hora é de melhoraro desempenho operacional e reduzir adívida. Tem também um longo historialde litígios com o fisco, por isso, tem 34,6milhões de euros em garantias bancáriasprestadas por processos judiciais.
O grupo Barraqueiro, que já detém al-
gumas concessões como a Fertagus, o
Metro do Sul do Tejo e o Metro do Porto,está disponível para concorrer à gestão de
redes de transportes públicos que o Go-verno privatize como a gestão das redesda CP, Metropolitano de Lisboa, Carris,Transtejo-Soflusa, STCP (Porto). A apostana internacionalização passa pelo Brasilonde a Barraqueiro fez uma parceria coma família Feitosa, da Vega Transportes se-diada em Fortaleza (Ceará). Prevê investir100 milhões de euros e, com os parceirosbrasileiros, fez a primeira aquisição, umaempresa de transportes em Manaus.
Avaliou-se apenas a participação de
52,52% na Metalgest, em que a FundaçãoJosé Berardo detém 47,48%, excluindo-setambém todas as participações diretasda Fundação José Berardo que incluem o
BCP, a ZON Multimedia, a Sonae e parteda Coleção Berardo. Inclui-se, além deativos como a EMT-Savoy e a Sodim, aBacalhôa Vinhos, que tem como acionistamaioritária a Associação de Colecções em
que Joe Berardo e o filho, Renato Berardo,
enquanto associados instituidores detêm61% (51% mais 10%), bem como parte dadenominada Coleção Berardo que consti-tui o acervo do Museu Berardo em Belém.
ESPECIAL BILIONARIOS
Os herdeiros de dois terços da fortuna de
Salvador Caetano - os filhos Maria Ange-lina e Salvador Acácio e o genro José Ra-
mos - mantêm grande parte dos negócios,nomeadamente a Toyota Caetano, uma
joint-venture com a Toyota e cuja fábrica
em Ovar já exporta cerca de 25% da sua
produção. Têm sido penalizados pela crise
endémica do retalho automóvel em Portu-
gal, que voltou a registar números negroscom as vendas de automóveis a caíremmais de 40% no primeiro semestre de 2012
e se ter registado o pior mês de junho emvendas nos últimos 34 anos. Esta crise nomercado nacional, que já levou o grupo
a fazer despedimentos, e no mercado
espanhol onde se instalaram na passada
década, tem levado os irmãos Caetano a
reforçar a expansão internacional paranovos mercados. Fizeram investimentosem Cabo Verde, mercado em que, em
parceria com o grupo espanhol DomingoAlonso, têm mais de 80% de quota, e es-
tudam a expansão para a África Ocidental
e América do Sul. Em termos industriais,o grupo Caetano viu os autocarros elé-tricos e de duas frentes da Caetano Bus
serem selecionados, na categoria Inova-
ção, para a final dos European Business
Awards 2012-2013. Aliás, no segmento de
autocarros para aeroportos a Caetano Bus
tem uma quota no mercado mundial de
80%. O grupo estuda também a possibi-lidade de investir numa nova fábrica de
autocarros na América Latina, hesitando
entre o Uruguai e a Colômbia. Esta últimatem-se tornado um destino privilegiado de
investimento das empresas portugueses.Em 2010, a irmã Ana Maria Caetano.
53 anos, preferiu criar o seu próprio grupoempresarial em torno da holding Pari-
nama que recebeu os ativos constituídos
por 1170 da construtora Soares da Costa,
100% da Caetano Coatings e cerca de 80milhões de euros em cash.
ESPECIAL BILIONÁRIOS
Manuel Champalimaud vendeu as ações
que detinha na REE (Rede Elétrica Espa-nhola), cerca de 5%, pouco antes da nacio-
nalização de uma empresa participada naBolívia. Para reforçar a sua área de energia,concorreu à aquisição do negócio de gás
liquefeito de petróleo (GPL) da BP, avaliado
em 300 milhões de euros. Tem negóciosimobiliários, de golfe e agrocinegéticos.Alguns dos seus filhos, Rodrigo, Duarte,Ana e Tomás, que representam a quarta ge-ração da família Champalimaud no mundodos negócios, acederam ao repto do pai de
se agruparem em torno de um projeto fa-miliar. Como escreveu João Palma -Ferreirana EXAME de junho, em conjunto "geremparticipações em redes de energia, defi-nem estratégias para a área das telecomu-
nicações, preparam uma agressiva ofertano mercado de cereais e ainda queremreforçar o crescimento no segmento do
gás engarrafado. Na atual conjuntura re-cessiva, estão atentos a oportunidades por-que sabem que os bons negócios se fazem
quando a economia está em baixa".
Este ano, deixou de ter qualquer papelativo no BCP, em que chegou a presidir aoconselho geral de supervisão. O ano pas-sado, a sua empresa cimenteira, sediada
perto de Belo Horizonte, foi a única quenâo foi multada pelas autoridades bra-sileiras pela eartelização na formação de
preços, ainda que "por insuficiência de
provas de sua participação na conduta
investigada". Luís Champalimaud man-teve-se afastado da luta pelo controlo da
Cimpor, que se iniciou em 2010, e em queestiveram na liça três grupos económicosbrasileiros: CSN, Camargo Corrêa e Voto-rantim. Estes dois últimos negociaram este
ano um acordo em que a primeira fica comos ativos a Cimpor no Brasil, onde era o
quarto maior produtor de cimento, e em
Portugal. O grupo Votorantim, líder nomercado de cimentos brasileiro, troca a
participação na Cimpor por ativos na Ásia.
em África e em mercados sul-americanos.As sobrinhas Felipa e Joana Champali-
maud detêm, cada uma, 14,4% da cimen-teira em Minas Gerais (Brasil).
ESPECIAL BILIONÁRIOS
Depois da venda do Finibanco ao Mon-
tepio, a família centrou os negócios no
grupo Vicaima. Entraram para o capitalda F Mining, SGPS, que é detida pela TM
(dos empresários Carlos e Jorge Martins da
Martifer, seus sócios em negócios imobi-liários) com 60% e pela família Costa Leite
com 40%, e que controla a Almina, a an-
tiga Pirites Alentejanas, que explora cobre
e zinco nas minas de Aljustrel, e a Pann
em Vinhais.
A performance das ações da Jerónimo
Martins fazem com que a irmã de Ale-xandre Soares dos Santos entre para a
lista dos 25 Mais Ricos de Portugal, poisdetém 5,8% da Sociedade Francisco Ma-nuel dos Santos, tal como Maria Helena
Soares Angelo dos Santos. Esta holdingdecontrolo da Jerónimo Martins tem 12 acio-
nistas, cinco dos quais estão na lista dos
Mais Ricos de Portugal, que representam,só por si, 25,6% do valor total da lista que é
de 14,4 mil milhões de euros. A FundaçãoFrancisco Manuel dos Santos, criada pelafamília e presidida por António Barreto,tem uma grande atividade e tem ganhomuita visibilidade.
É uma das acionistas da família, mas não
tem participação executiva nos negóciosda holding Jerónimo Martins, que tem
como grande aposta estratégica na área
da distribuição a expansão dos negóciosà Colômbia. Detém 5,8% da Sociedade
Francisco Manuel dos Santos.
Há ainda mais quatro acionistas da Je-
rónimo Martins na lista dos 25 Mais Ricos
como Alexandre Soares dos Santos (l. Q
com 2070 milhões de euros), Fernando
Figueiredo dos Santos (8. Q com 543,2 mi-lhões), Maria Isabel dos Santos (9. Q com
543,2 milhões) e Maria de Lourdes Soa-
res Alexandre dos Santos (24. e com 271,4
milhões).