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PORTUGUÊS Prof.ª Isabel Vega Literatura Modernismo 1ª fase - Poesia

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Prof.ª Isabel Vega

Literatura

Modernismo –1ª fase - Poesia

Modernismo – 1ª fase - Poesia

► MODERNISMO: década de 1920

I) Contexto histórico: I Guerra Mundial / anarquismo /industrialização / transmissões de rádio / vacinas

II) Palavras-chave: ruptura / oralidade / irreverência /experimentação / fragmentação

III) Temas: identidade / cultura popular / cotidiano

IV) Características quanto à forma: versos livres / versosbrancos / vocabulário informal

V) Autores: Mário de Andrade / Oswald de Andrade / ManuelBandeira

Modernismo – 1ª fase - Poesia

EX.1: “Brasil”, de Oswald de Andrade.

O Zé Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani da mata virgem— Sois cristão?— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeterê tetê Quizá Quizá Quecê!Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! Uu!O negro zonzo saído da fornalhaTomou a palavra e respondeu— Sim pela graça de Deus— Canhem babá canhém babá cum cum!

E fizeram o Carnaval!

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Ex.2:“Pronominais” Ex.3: “Relicário”

Dê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom brancoDa Nação BrasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro

(Oswald de Andrade)

No baile da corteFoi o conde d’Eu quem disse Pra Dona BenvindaQue farinha de SuruíPinga de ParatiFumo de BaependiÉ comê bebê pitá e caí

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Ex.4: “Poema tirado de uma notícia de jornal”

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro [da Babilônia num barracão sem número

Uma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(Manuel Bandeira)

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Ex.5: “Balõezinhos”, de Manuel Bandeira.

Na feira do arrabaldezinhoUm homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:"O melhor divertimento para as crianças!"Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito

[redondos.

No entanto a feira burburinha.Vão chegando as burguesinhas pobres,E as criadas das burguesinhas ricas,E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.

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(cont.)

Nas bancas de peixe,Nas barraquinhas de cereais,Junto às cestas de hortaliçasO tostão é regateado com acrimônia.

Os meninos pobres não vêem as ervilhas tenras,Os tomatinhos vermelhos,Nem as frutas,Nem nada.Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são

[a única mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.

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(cont.)

O vendedor infatigável apregoa:"O melhor divertimento para as crianças!"E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um

[círculo inamovível de desejo e espanto.

Ex.6: “Irene”, de Manuel Bandeira.

Irene preta — Licença, meu branco!Irene boa E São Pedro, bonachão:Irene sempre de bom humor. — Entra, Irene. Você nãoImagino Irene entrando no céu: precisa pedir licença.

Modernismo – 1ª fase - Poesia

Ex.6: “Eu sou trezentos”, de Mário de Andrade. (última estrofe)

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,Mas um dia afinal eu toparei comigo…Tenhamos paciência, andorinhas curtas,Só o esquecimento é que condensa,E então minha alma servirá de abrigo.

Ex.7: “Descobrimento”, de Mário de Andrade.

Abancado à escrivaninha em São PauloNa minha casa da rua Lopes ChavesDe supetão senti um friúme por dentro.Fiquei trêmulo, muito comovidoCom o livro palerma olhando pra mim.

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(cont.)

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mimNa escuridão ativa da noite que caiuUm homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.