Portugal Post Outubro 2010

24
Página 5 Página 5 Páginas 6 e 9 Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVI • Nº 195• Outubro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Permanências consulares Entrevista Dez mil portugueses na Baviera sem acesso a serviços consulares mínimos. Pág 7 Êxodo Cerca de 60 mil portugueses deixaram Espanha e estão a ir para França e Alemanha Coordenação de Ensino em Berlim Ensino Sílvia Melo-Pfeifer sucede a Antonieta Mendonça Vice-Cônsul em Osnabrück pensa iniciar permanências consulares em Bremerhaven Pág. 10 Sindicato dos Professores critica cortes financeiros e fusão burocrática Professores na Alemanha sem assistência médica A poeira levantada pelo famoso caso «Sarrazin» voltou a assentar, altura ideal para tentar um ba- lanço do sucedido. Quando estalou a polémica, a imprensa alemã, dos conservadores «Bild» e «FAZ» ao liberal «TAZ», caiu em cima do ex- senador berlinense das Finanças e, na altura, membro do conselho de administração do Banco Central Alemão, Bundesbank. Políticos de todas as cores partidárias, ou seja, da chanceler Merkel e do Presi- dente Wulff ao líder do SPD, Sig- mar Gabriel, ventilaram a enorme indignação suscitada pelas afirma- ções do social-democrata Sarrazin (curiosamente o nome deriva da palavra «sarraceno»), famoso pela sua «cruzada» anti-imigração mu- çulmana na Alemanha. Página 13 Sarrazin e o livro “Deutschland schafft sich ab” Os muçulmanos, os bons e os outros

description

Portugal Post Outubro 2010

Transcript of Portugal Post Outubro 2010

Page 1: Portugal Post Outubro 2010

Página 5

Página 5

Páginas 6 e 9

Publicidade

Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVI • Nº 195• Outubro 2010 • Publicação mensal • 2.00 €

Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

Permanências consulares

Entrevista

Dez mil portugueses na Baviera sem acesso a serviços consulares mínimos. Pág 7

Êxodo Cerca de 60 mil portugueses deixaram Espanha e estão a ir para França e Alemanha

Coordenação de Ensino em Berlim

Ensino

Sílvia Melo-Pfeifer sucede a Antonieta Mendonça

Vice-Cônsul em Osnabrück pensa iniciar permanências consulares em Bremerhaven Pág. 10

Sindicato dos Professores critica cortes financeiros e fusão burocrática

Professores na Alemanha sem assistência médica

A poeira levantada pelo famosocaso «Sarrazin» voltou a assentar,altura ideal para tentar um ba-lanço do sucedido. Quando estaloua polémica, a imprensa alemã, dosconservadores «Bild» e «FAZ» aoliberal «TAZ», caiu em cima do ex-senador berlinense das Finanças e,na altura, membro do conselho deadministração do Banco CentralAlemão, Bundesbank. Políticos detodas as cores partidárias, ou seja,da chanceler Merkel e do Presi-dente Wulff ao líder do SPD, Sig-mar Gabriel, ventilaram a enormeindignação suscitada pelas afirma-ções do social-democrata Sarrazin(curiosamente o nome deriva dapalavra «sarraceno»), famoso pelasua «cruzada» anti-imigração mu-çulmana na Alemanha.

Página 13

Sarrazin e o livro “Deutschland schafft sich ab”

Os muçulmanos, os bons e os outros

Page 2: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

EditorialMário dos Santos

2

DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

REDACÇÃO E COLABORADORESCRISTINA KRIPPAHL: BONAFRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIMFERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDAJOAQUIM PEITO: HANNOVERLUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

CORRESPONDENTESALFREDO CARDOSO: MÜNSTERANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHENJOÃO FERREIRA: SINGENJORGE MARTINS RITA: ESTUGARDAJOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORFKOTA NGINGAS: DORTMUNDMANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECKMARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGOMICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONAZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT

COLUNISTASANTÓNIO JUSTO: KASSELCARLOS GONÇALVES: LISBOADORA MOURINHO: ESSENFERNANDA LEITÃO: TORONTOHELENA GOUVEIA: BONAJOSÉ EDUARDO: FRANKFURTJOSÉ VALGODE: LANGENFELDLAGOA DA SILVA: LISBOALUIS BARREIRA, LUXEMBURGOMARCO BERTOLOSO: COLÓNIAMARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIGPAULO PISCO: LISBOARUI MENDES: AUGSBURGRUI PAZ: DÜSSELDORFTERESA COLAÇO: COLÓNIA

ASSUNTOS SOCIAISJOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIALCONSULTÓRIO JURIDICOCATARINA TAVARES: ADVOGADAMICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADAMIGUEL KRAG: ADVOGADO

FOTÓGRAFOS:FERNANDO SOARESAGÊNCIAS: LUSA. DPAIMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADEBURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUNDTEL.: (0231) 83 90 289FAX: (0231) 83 90 351WWW.PORTUGALPOST.DEE MAIL: CORREIO @ FREE.DE

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POSTJORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHAISSN 0340-3718 • K 25853PROPRIEDADEPORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654

PORTUGAL POSTAgraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da

Assembleia da RepúblicaFundado em 1993

OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICU-LAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

Assine e receba o seu jornal por apenas 20,45€ / Ano

Preencha de forma legível, recorte e envie este cupão para:PORTUGAL POST- AssinaturasBurgholzstr. 43 - 44145 Dortmund

Sim, quero assinar o PORTUGAL POST

Nome

Morada

Cód. Postal Cidade

Telef. Data/ Assinatura

Data Nasc.:

Meios de pagamento disponíveisAtravés de cheque à ordem de PORTUGALPOST VERLAG, transferência bancária ou, sepreferir, pode pagar por débito na sua contabancária

ICH ERMÄCHTIGE DIE FÄLLIGEN BETRÄGE VON DEM U.G. KONTO ABZUBUCHEN.BankverbindungKontonummer:Bankleitzahl:Datum: Unterschrift

WiderrufMir ist bekannt, dass ich diese Bestellung ohne Begrundunginnerhalb von 14 Tagen schriftlich bei der Portugal Post - Aboabtei-lung, Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund widerrufen kann. Zur Frist-wahrung genugt die rechtzeitige

Absendung.Das Abo verlängert sich um den angegebenen Zahlungzeitraumzum gultigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablaufschriftlich gekundigt wird.

Se é assinante, avise-nosse mudou ou vai mudar

de endereçoFax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

[email protected]#

Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório

hilo Sarrazin, o autor do livro“Deutschland schafft sich ab” in-cendiou a Alemanha com as suastiradas sobre a comunidade mu-çulmana residente neste país. Maisdo que incendiar e até despertar

ressentimentos racistas, Sarrazin dividiu aAlemanha em mais prós do que contras, fi-cando nós a saber que a maioria dos ale-mães até concorda com as ideiasinsultuosas sobre os muçulmanos que, ale-gadamente, não se integram na sociedadealemã.

Como à parte, diga-se que os muçul-manos na Alemanha são cerca de 5,2 mil-hões (metade com nacionalidade alemã,diga-se), o que representam uma conside-rável percentagem da população naAlemanha. Os estrangeiros, todos, comu-nitários e não comunitários, são, sem con-tar com aqueles que obtiveram anacionalidade alemã, cerca de 7,5 milhões.

Destes, a população turca perfaz cerca de2,7 milhões (sem contar com os cerca de 3milhões de pessoas de origem imigranteque têm têm suas raízes na Turquia).

Isto pode, de alguma maneira, explicaro facto de em algumas cidades haver bair-ros com uma população esmagadora-mente muçulmana; onde a vida decorrecomo se fosse algures num país estranho,com uma língua estranha, com lojas ondese vai às compras; com consultórios ondese vai ao médico; com o advogado, o den-tista, a farmácia onde se está e se vai semnecessidade de recorrer à língua alemã;com escolas onde no recreio as criançasnão comunicam em alemão, fazendo comque os pais alemães retirem ou não escol-ham essas escolas para os seus filhos, con-tribuindo assim para a guetização e oisolamento de várias comunidades, mor-mente as que têm origens muçulmanas.

Por isso, o êxito do livro Thilo Sarrazin,

e a consequente polémica que se gerou emseu torno, não deve, pois, espantar. Pormais pacientes que sejam os alemães, averdade é que alguma população estran-geira e muçulmana dá argumentos àquelesque aplaudem Sarrazin. Mas, convém lem-brar, que no cimo desta polémica geradapelo livro e na sua aceitação pelos alemãesque, convenhamos, às vezes têm de ficarcalados com o medo de serem apelidadosde racistas e anti-estrangeiros com o queisso implica devido à história recente daAlemanha, convém lembrar, dizíamos, quetudo isto é, em parte, o resultado da insis-tência da Alemanha em se recusar ser umpaís de imigração, o que resultou na cria-ção de uma „subclasse” em guetos urbanospara onde os alemães atiravam os estran-geiros na esperança que um dia eles vol-tassem a “casa”. Esta situação criou muitosSarrazins, uns mais agressivos que outros;uns mais escondidos que outros.

TSarrazins há muitos!

Page 3: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 3ENTREVISTA

Sendo a letra uma compo-nente tão importante dovosso trabalho, como fazemnos concertos no estran-geiro?

Pedro – Claro que no estrangeirose perde bastante a mensagem dascanções. A Ana faz sempre umapequena introdução. Acho quetemos sido bem sucedidos, porquemuitas vezes, no final dos concer-tos, as pessoas dizem-nos queapesar de não compreenderem aletra das canções, conseguem ima-ginar as vivências que elas trans-mitem e viver um bocado ahistória destas canções.

Como foram acolhidos pelosportugueses no estrangeiro?

Pedro– A todos os concertos vêmportugueses. Mas são sempremenos de metade da audiência. Ébom os portugueses irem, porquequer dizer que gostam da sua cul-tura e estão ligados a ela. Mastambém é óptimo podermos levara cultura portuguesa a um públicoestrangeiro.

O segundo álbum, «DoisSelos e um Carmbo», surgiupouco após o primeiro. Jáestava na calha, ou foi umesforço para responder àprocura dos fãs?

Luís – Foi um processo muito na-tural. As canções do «Dois Selos eum Carimbo» nasceram aos pou-cos durante a tournée da «Cançãoao Lado». Não sentimos nenhumapressão para o lançamento de umdisco.

A opção de gravar um álbummenos exuberante do que oprimeiro foi consciente?

Luís – O principal, e o que maisnos preocupava, era que a assina-tura da Deolinda e do nosso traba-lho a quatro estivesse presente.

Acho que não podia ter sido umtrabalho de outro grupo musical.Talvez não tenha um número tãogrande de trechos rápidos como o«Canção ao Lado», mas penso quea personalidade musical está bemvincada.

É só impressão, ou a voz daAna sofreu uma transforma-ção de mais grave para maisaguda?

Ana – Há aqui vários factores emrelação à minha voz e à minha in-terpretação que entram nessa evo-lução. Não foi só a experiênciaacumulada nos vários concertosque demos com a Deolinda: todosnós evoluímos no nosso instru-

mento e evoluímos também nosentido de um som de conjunto.Eu percebi como poderia servirainda melhor a composições, ostextos do Pedro e os arranjos dogrupo. Neste último ano tive aulasde canto, o que contribuiu paramelhorar a produção vocal. Não sónos agudos, como nos médios enos graves. Mas de facto tinha unsagudos um pouco agressivos equis torná-los mais doces, maisnaturais. Enquanto músico querosempre explorar mais o meu ins-trumento, para fazer o que antesnão conseguia.

A vossa música tem a rara

particularidade de ser apre-ciada por pessoas de todasas idades. Como explicam ofenómeno?

Ana - A música é feita para as pes-soas independentemente da suaidade, do seu extracto social e dasua educação. Pretendendo explo-rar a canção portuguesa nas suasvárias vertentes - a tradicional, apopular, o fado - somos influen-ciados também pelos nosso «back-ground» de pop, jazz e músicaclássica. Tudo isso entra no resul-tado final da nossa sonoridade.Queremos fazer uma música po-pular que possa ser entendida deuma forma simples, mas não sim-plista nem simplória. A nossa mú-

sica tem várias camadas de inter-pretação. O que poderá explicarporque é que uma criança de cincoanos canta o «fon-fon-fon» aomesmo tempo que os seus pais detrinta anos ou os seus avós de cin-quenta ou sessenta, que lhe reti-ram significados diferentes.Depois, as temáticas das letrasfalam do nosso dia-a-dia. O Pedroescreve como falamos, apesar deser uma linguagem cuidada. O re-sultado final é de uma fluênciaimediata, e nós estamos habitua-dos a ouvir-nos falar assim. Por-tanto entra melhor nos ouvidosdas pessoas.

Com o que, de certa forma,reinventaram a cantiga deintervenção?

Luís - Os textos do Pedro são numportuguês contemporâneo e estãoatentos às questões da actualidadeportuguesa. Não sendo assumida-mente canção de intervenção, éuma canção com atenção a certasquestões importantes, que mere-cem questionamento.

Os Deolinda tocam «fado»?

Pedro – Acho que o fado existenos Deolinda como existe na mú-sica popular portuguesa. Está emnós que nascemos em Lisboa e fa-zemos parte de uma cultura em

que o fado está em cada esquina.A música dos Deolinda reflecte umpouco todo o universo sonoro por-tuguês, e o fado faz parte desseuniverso e da nossa música.

As inovações no fado nos úl-timos anos são múltiplas,mas creio que os Deolindasão os únicos a renunciar àguitarra portuguesa quandoo tocam. Porquê?

Zé Pedro - A resposta é muitosimples: nenhum de nós sabetocar guitarra portuguesa. E comoqueríamos tocar os quatro juntos,só assim fazia sentido. Ainda háuma questão mais aliciante: foicom os nossos instrumentos quetivemos que desenvolver o nossosom conjunto. É um desafio veraté onde estes instrumentos nospodem levar e que sonoridadesconseguem criar.

A canção «Quando janto emrestaurantes», na qual falamde músicos que estão sem-pre a ser incomodados paratocar ou cantar, é autobio-gráfica?

Pedro – De certa forma. O nossopai, meu e do Luís, tem um restau-rante. As pessoas sabiam que nóstocávamos e pediam-nos paratocar nas festas. Nós, amavel-mente, arranjávamos desculpaspara não o fazer, porque prefería-mos brincar. Mas é um temacomum a muita gente que está li-gada à música, é autobiográficopara todos nós nesta vida.

Que papel tem Lisboa naobra dos Deolinda?

Ana – O sítio onde nascemos efomos criados terá tem influênciaem tudo o que fazemos artistica-mente. Queremos contar o queconhecemos, e aquilo que conhe-cemos é Lisboa. Mas apesar deLisboa ser uma cidade com umapersonalidade muito vincada, temdentro de si Portugal inteiro, tempessoas de todo o lado. E tem den-tro de si toda a cultura portuguesa.Por isso, cantando Lisboa, acaba-mos por tocar nos quarto cantosde Portugal.

Há concertos previstos paraa Alemanha num futuro pró-ximo?

Ana – Contamos passar pela Ale-manha no início do Inverno de2011. Neste Inverno estaremos emvários países do norte da Europa.Temos dois grandes concertosagendados em Lisboa e no Portopara consolidar a nossa curta car-reira, que tem tido o apoio de mui-tas pessoas. E depois disso iremosonde nos queiram ouvir.

O sucesso estrondoso do álbum de estreia «Cançãoao Lado» apanhou os Deolinda de surpresa. Doisanos e meio no top 30 de Portugal e vários prémiosnacionais e internacionais mais tarde, Ana Baca-lhau (vocalista), Luís e Pedro Martins (guitarras) eZé Pedro Leitão (contrabaixo) ainda não se acostu-maram à fama. Mas a subida em flecha do segundoálbum, «Dois Selos e um Carimbo», nos charts, jánão foi tão inesperada. No dia 1 de Outubro, esteálbum é lançado também na Alemanha. Pretextopara uma conversa com os quatro jovens talentos,que se especializaram em retratar musicalmenteuma espécie muito sui generis: os portugueses.

Álbum dos Deolinda «Dois Selos e um Carimbo» lançado na Alemanha

Pretexto para uma conversa com os quatro jovens talentos, que se especializaramem retratar musicalmente uma espécie muito sui generis: os portugueses

Cristina Krippahl

Page 4: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 20104

Publicidade

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos semudou ou vaimudar de residência

NACIONAL & COMUNIDADES

“Neste momento, é possívelfazer o pagamento (do IMI) atra-vés de transferência bancária”,disse Paulo Pisco .

De acordo com o deputado so-cialista, os portugueses interessa-dos têm apenas de contactar aDirecção Geral dos Impostos paraque esta instituição lhes forneçaum Número de Identificação Ban-cária (NIB) para onde podemfazer os pagamentos.

“Esse é um procedimento quenão está generalizado. É tratadocaso a caso em função dos pedidosque forem sendo feitos”, acrescen-tou.

Paulo Pisco falava na sequên-cia da resposta que obteve a umrequerimento que enviou emAbril passado e no qual questio-nava o Governo acerca das moda-lidades de pagamento do IMI.

“O requerimento que apresen-tei ao Governo destinava-se asaber quais os entraves que haviaao pagamento do IMI para os por-tugueses que vivem fora do país ese haveria ou não algumas formasde facilitar esse pagamento. Por-que agora exige a presença física,o que é manifestamente impossí-vel para muitos”, explicou.

Da resposta que recebeu porparte do Ministério das Finanças,o deputado pela Emigração desta-cou também o trabalho que está aser desenvolvido para “criar con-dições para a existência de um

espaço único europeu de paga-mentos”.

“Vai permitir pagamentos in-tegrados em euros independente-mente da sua origem e permitefazer com que haja relação directaentre a pessoa que paga imposto ea nota de cobrança que tem dehaver quando o imposto é pago”,afirmou Paulo Pisco.

O deputado disse que tem sidoabordado em vários países euro-peus por portugueses que queremsaber “se é possível facilitar o pa-gamento do IMI”, o que motivouo requerimento ao Governo.

Emigrantes podem passar a pagarIMI por transferência bancária

O projecto de lei foi apresen-tado na Assembleia da Repúblicapelo deputado do PSD pelaEuropa, Carlos Gonçalves, e pre-tende alargar o universo de eleito-res no estrangeiro para oPresidente da República.

De acordo com o deputado so-cial democrata, este é um “acto de

justiça para todos aqueles portu-gueses que, estando recenseadosno estrangeiro, se vêem privadosde um direito fundamental que é ode participar livremente na es-colha” do chefe de Estado.

“É totalmente incompreensí-vel que um português, apenasporque está recenseado no estran-geiro, perca a igualdade de direi-tos cívicos em relação a todos osoutros que continuaram a residirem Portugal”, disse Carlos Gonçal-ves.

Pelo Bloco de Esquerda, o de-putado Luís Fazenda disse que “aactual lei já é uma trapalhada” eque a “intenção do PSD é mais

uma trapalhada em cima de umatrapalhada”.

“Entendemos a proposta”, masé importante “aprofundar a ques-tão” em sede de especialidade,acrescentou.Por seu lado, o depu-tado do PS pela Europa, PauloPisco, disse que o seu partido “vaiviabilizar a proposta porque quero aperfeiçoamento da lei eleitoralpara o Presidente da República”,mas defendeu que têm de ser in-troduzidas “melhorias”.

O deputado Nuno Magalhães,do CDS-PP, disse que os objecti-vos do PSD “são pomposos”, masconsiderou que o projecto apre-senta falhas técnico-jurídicas.

Projeto de lei do PSD de alteração da lei eleitoral do PR vai ser debatido na especialidade

De acordo com os dados do re-latório, em Janeiro de 2009 vi-viam no conjunto do espaçocomunitário 31,9 milhões de cida-dãos estrangeiros, dos quais 11,9milhões (ou 37 por cento, mais de

um terço) provenientes de umoutro Estado-membro da UE.

O Eurostat aponta que osmaiores grupos eram da Roménia(2 milhões de cidadãos a residirnum dos outros 26 países euro-peus, o equivalente a 6 por centodo número total de estrangeirosna UE a 27), Polónia (1,5 milhões),Itália (1,3 milhões) e Portugal (1milhão de habitantes, ou seja, 3por cento do total de cidadãosestrangeiros).

Sendo 6,4 por cento da popu-lação total da UE constituída porestrangeiros, a proporção varia

bastante de país para país, osci-lando entre 1 por cento na Polóniae Bulgária e 44 por cento no Lu-xemburgo, apresentando Portugaluma taxa de imigrantes abaixo damédia comunitária, de 4,2 porcento (443 mil cidadãos estrangei-ros a residir no país).

Entre os estrangeiros a viverem Portugal, a grande maioria éoriginária de países terceiros, defora da União: 3,4 por cento dototal da população, contra so-mente 0,8 por cento de cidadãosoriundos de outro Estado-mem-bro do espaço comunitário.

Portugal tem a quarta maior comunidade de emigrantes na UniãoPortugal apresenta a quartamaior comunidade de emi-grantes na União Europeia,com cerca de um milhão decidadãos portugueses a residi-rem noutro Estado-membro,revelou um relatório divul-gado pelo gabinete oficial deestatísticas da UE, o Eurostat.

“Sente-se uma grande preocu-pação da comunidade portuguesano actual debate sobre a ‘reformadas reformas’”, declarou Aníbal deAlmeida, provedor da SCMP e so-ciólogo, autor de um estudo por-menorizado sobre “OsPortugueses em França na Horada Reforma”.

A situação específica dos emig-rantes portugueses, salientou,insere-se num quadro de deterio-ração geral dos rendimentos numpaís em que “as reformas perde-ram 35 por cento do poder decompra nos últimos 20 anos”, so-bretudo quando a alteração de re-gime em 1993 passou a calcular asprestações de velhice com basenos 25 melhores anos de salário enão, como até aí, nos dez melho-res.

Aníbal de Almeida constata“uma contradição entre os dadosestatísticos e a imagem da emigra-ção portuguesa, repetida pelas au-toridades, de uma comunidadetrabalhadora, com grande capaci-dade de poupança, bem integradae que não recorre muito aos servi-ços de assistência, ou seja, quetem poucos problemas”.

Os dados disponíveis da CaixaNacional Francesa de Seguro deVelhice, explicou Aníbel de Al-meida, mostram, pelo contrário,que “35 por cento dos emigrantesportugueses reformados residen-tes em França recebem menos de9 mil euros por ano, o que estáabaixo do limiar da pobreza nestepaís”.

No seu estudo de 2008, o so-ciólogo refere que “são muitos osque sofrem de envelhecimentoprecoce em consequência da du-reza da vida e dos empregos exer-cidos, penosos para muitos,expostos às intempéries ou a pro-dutos nocivos, com muitas horasdiárias trabalhadas, incluindo,muitas vezes, os sábados e os do-mingos, sendo frequente a ocor-rência de acidentes de trabalho, dedoenças profissionais e de invali-dez”. No entanto, este perfil nãotem correspondência no nívelmédio de reformas.

“O salário médio para base decálculo das reformas será baixo emesmo muito baixo, em certoscasos”, sublinha. Uma amostra re-presentativa da comunidade emi-grante revela que o salário médiode um homem era de 13 mil eurospor ano e o de uma mulher de 9mil, “mas de apenas 4 mileuros/ano para os serviços domés-ticos”.

Um terço dos reformados portugueses em França “abaixo dolimiar da pobreza”

Os portugueses residentes noestrangeiro já podem fazer o pagamento do Imposto Muni-cipal sobre Imóveis (IMI) portransferência bancária, evi-tando assim a presença físicanuma repartição de finanças,

O projecto de lei do PSD dealteração do regime jurídicoda eleição do Presidente daRepública recebeu os votos afavor do PSD e a abstençãodas outras bancadas, e vai seragora debatido na especiali-dade.

Um terço dos reformadosportugueses residentes em França recebe “abaixodo limiar da pobreza”,informou Agência Lusa citando o provedor da SantaCasa da Misericórdia deParis (SCMP).

“A média geral das reformasestatutárias, se fossem liquidadassegundo as normas actualmenteem vigor, à taxa plena, sem reva-lorização dos salários, seria decerca de 570 euros para oshomens (6.840 euros anuais), de410 para as mulheres (4.920 eurosanuais) mas somente 175 eurospor mês para as empregadas decasa e outros serviços aos particu-lares (2.100 euros anuais)”, con-cluía o estudo, publicado em livrono ano passado.

O estudo detectou, para“grande surpresa” do seu autor,que apenas 11 por cento dos emig-rantes inquiridos pretende regres-sar a Portugal. Sabe-se tambémque cerca de metade dos emigran-tes reformados não tem casa pró-pria. A conjugação dos diferentesdados indica que “os emigrantesnão terão uma velhice muito fol-gada”, salienta o provedor daSCMP.

Segundo Aníbal de Almeida,existem cerca de 600 mil portu-gueses com “direitos abertos” nosdiferentes regimes de segurançasocial em França. Os emigrantesseguem, “como os franceses”, odebate actual da “reforma das re-formas”, diz Aníbal de Almeida,mas, protestos à parte, “esperam ofuturo resignadamente”.

Page 5: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 5NACIONAL & COMUNIDADES

Assine oPORTUGAL POST.

Agora também disponívelem versão digital

(PDF). Em qualquer lugar, tem

agora acesso a toda a informação que se

encontra na versão empapel do seu

PORTUGAL POSTVeja em www.portugalpost. de

Dorries, um engenheiro alemão de43 anos, terá matado uma ango-lana, Georgina Zito, e a filha deambos, de 21 meses, durante as fé-rias que estava a passar comambas, em Lagos.

Sascha Petzold, advogado dosuspeito, disse em conversa telefó-nica com a agência Lusa que“ainda não foi tomada nenhumadecisão sobre a extradição” peloSupremo Tribunal Regional deMunique (OLG).

O gabinete de imprensa do Mi-nistério Público de Munique con-firmou esta informação,adiantando que ainda que prosse-guem as investigações contra Dor-

ries, que continua sem se pronun-ciar sobre a acusação de que éalvo.

“Ainda não há nenhuma deci-são sobre a extradição para Portu-gal”, disse à Lusa a porta vozdaquela autoridade judicial, Bar-bara Stockinger.

O advogado de defesa, por suavez, adiantou que Dorries prefere

ser julgado na Alemanha, porcausa da língua e também paraque a família possa visitá-lo naprisão, se for condenado.

Petzold disse ainda que a deci-são do tribunal sobre uma even-tual extradição “pode demorarainda algum tempo”, porque com-pete ao Ministério Público apre-sentar o respectivo requerimento,

Alemanha ainda não decidiu sobre extradição de alegado duplo homicida para Portugal

Gunnar Dorries, 43 anos, insiste na sua inocência, masnão revela onde está a filha. . Fotos: fonte DN.

A Alemanha ainda nãotomou qualquer decisãosobre a eventual extradiçãopara Portugal de GunnarDorries, suspeito de umduplo homicídio no Algarve,em Junho, disse à Lusa o ad-vogado de defesa.

o que só deverá acontecer depoisde concluídas as investigações.

Esta declaração coincide como que disse à Lusa o procuradorpúblico do OLG que terá nas mãoso processo, Joachim Ettenhofer.

“Só depois de concluídas as in-vestigações haverá uma decisão e,por isso, ainda não foi marcadaqualquer audiência para o efeito”,esclareceu o procurador.

Além disso, em caso de o tri-bunal bávaro se pronunciar afavor da extradição, a defesa de-verá apresentar recurso, que „nor-malmente é avaliado num prazocurto”, adiantou Petzold.

Segundo as Polícias portu-guesa e alemã já apuraram, Dor-ries viajou para Portugal a 6 deJulho, na companhia de GeorginaZito, de nacionalidade angolana,que era residente em Estugarda, eda filha Alexandra, alojando-secom elas num hotel de Lagos.

A 10 de Julho, o suspeito teráarrastado Georgina para a água napraia do Canavial, onde a afogou,

simulando um acidente, desapare-cendo em seguida com a pequenaAlexandra nos braços.

Horas depois chegou ao hoteljá sem a filha e a 13 de Julho foipara Lisboa num carro de aluguer,apanhando depois um avião paraMunique.A 15 de Julho, um co-mando especial da Polícia alemãdeteve Gunnar Dorries no seuapartamento na capital bávara,com base num mandado de cap-tura europeu emitido pelas autori-dades portuguesas.

Desde então, o suspeito estáem prisão preventiva na capital daBaviera e já foi interrogado váriasvezes pela Polícia, mas recusa-se arevelar o paradeiro de Alexandra.

Chegou mesmo a afirmar quea criança estava viva, na últimavez que a viu, e que a entregou aum casal de turistas no Algarve,mas a Polícia alemã, tal como aPolícia portuguesa, que jáefectuou buscas no local, sem en-contrar qualquer pista, julgam quea criança deve estar morta.

O presidente do Sindicato daConstrução de Portugal disse quecerca de 60 mil trabalhadores por-tugueses saíram de Espanha nosúltimos tempos e estão a mudar-se para França e Alemanha, ondehá registos de explorações labo-rais.

“Neste momento, estamos aassistir a uma grande mobilidadede trabalhadores que estavam emEspanha. Chegámos a ter 90 miltrabalhadores em Espanha e nestemomento temos cerca de 30 mil”,disse Albano Ribeiro.

O sindicalista falava à AgênciaLusa no Ministério dos NegóciosEstrangeiros, após uma reuniãocom o secretário de Estado dasComunidades, António Braga.

De acordo com Albano Ri-beiro, são “milhares” os trabalha-dores a deslocarem-se paraaqueles países, onde há já relatosde abusos.

“A situação mais gritantepassa-se na Alemanha. Um operá-rio qualificado português e umoperário qualificado alemão com amesma profissão, fazendo as mes-mas horas, há a diferença de mil etal euros por mês”, contou.

No entanto, o presidente doSindicato da Construção de Portu-gal “o mais chocante é que há 16trabalhadores a dormirem numespaço onde cabiam cinco e a dor-

mirem em cima de esferovite”.O sindicalista sublinhou que

“se não fossem as obras públicasque foram lançadas (em Portugal),a situação era muito mais gritanteporque no último ano e meio cria-ram-se cerca de 30 mil postos detrabalho”.

“Para o ano há um plano debarragens que para nós, sindicato,é extremamente importante por-que assim não há tanta mobili-dade”, acrescentou.

Outra das questões levantadaspor Albano Ribeiro prende-se coma segurança rodoviária, uma vezque “já há trabalhadores a viremem carrinhas da Alemanha paraPortugal”.

“Se em Espanha morreram de-zenas de trabalhadores, natural-mente que aqui o cansaço é muitomaior”, acrescentou.

Para sensibilizar os portugue-ses no estrangeiro para estas ques-tões, o Sindicato da Construção dePortugal e a Secretaria de Estadodas Comunidades juntaram-separa lançar duas campanhas dealerta.

“É no enquadramento dessaparceria que lançaremos duascampanhas: uma nos media, quetem por fim alertar e informar, eoutra em que estamos a estudar ascondições para localmente, noestrangeiro, podermos realizar

esse tipo de informação”, disse osecretário de Estado das Comuni-dades.

Segundo António Braga, a pri-meira campanha vai ser lançadaantes do fim do ano e a segundaserá divulgada no princípio de2011, “sobretudo na estrutura di-plomática e consular e em pontosestratégicos”.

Para Albano Rodrigues, estascampanhas “vão ser uma maisvalia para evitar o pior”.

Cerca de 60 mil portugueses deixaram Espanha e estão a ir para França e Alemanha

Page 6: Portugal Post Outubro 2010

COMUNDADES-ALEMANHA6 PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Portas

Janelas

Estores

de experiência nos merca-dos alemão e português

na área de montagem, reparação dejanelas, estores ou portas princi-pais.Com qualidade, rigor e pontualidadealemã e a criatividade portuguesa

18 anos

RMF- Rodrigues GmbH

Estamos ao seu dispor

para qualquer parte do país

Hindenburgstraße 22/1

71394 Kernen

Telefon (0049) (0)7151 / 4 72 06

Telefon (0049) (0)7151 / 4 30 04

Telefax (0049) (0)7151 / 4 73 08

Mobil 0173 / 9 59 52 15

www.rmf-rodrigues.com

E-Mail: [email protected]

Está a pensar

construir ou renovar

a sua casa em

Portugal

ou na Alemanha?

Contacte-nos!

Publicidade

17 anos ao serviço da InformaçãoAssine e receba comodamente em casaO porta voz da Comunidade Portuguesana Alemanha

eresa Duarte Soares, dele-gada sindical do Sindicatode Professores nas Comuni-

dades Lusíadas, frisou ao nossojornal que as medidas de corte fi-nanceiro e a redução do horáriodos Serviços de Apoio avançadaspelo Instituto Camões atentamnão só contra a qualidade do En-sino e o exercício das funções do-centes, mas também o futuro, emgeral, do Ensino e da Cultura noestrangeiro

Cortes financeiros no esquemade remuneração dos serviços deApoio aos Professores, da ordemdos 60 por cento, e a burocráticanomeação de Leitores para os ser-viços de Coordenação Regional deEducação são duas das medidasmais contestadas pela responsávelsindical.

Que alerta, mais uma vez, paraa política de“ fuga para a frente“posta em prática pelo Instituto Ca-mões, de acordo com um conjuntode declarações que prestou aoP.Post.

Teresa Soares desmonta a gra-vidade do processo implantadopela redução do horário dos servi-ços de apoio ao Professor. Essesdocentes, aponta, „ exerciam fun-ções extremamente importantes,tanto no plano administrativocomo no respeitante aos contactos

com as autoridades escolares lo-cais e com os encarregados deEducação, contactos esses de ca-rácter essencial para um bom fun-cionamento dos Cursos , pois erada responsabilidade do professorde Apoio o trabalho Informativodestinado a angariar novos alu-nos, o que conduzia directamenteà abertura de Novos Cursos, istopara além de zelar pelo bom fun-cionamento dos cursos já existen-tes „.

„ Assim, é inexplicável por querazão decidiu o Instituto Camõesreduzir drasticamente o númerode horas dos referidos professo-res, concentrando todo o trabalhoadministrativo e pedagógico nasCoordenações situadas nas Em-baixadas dos vários países, ondeno momento se encontra apenas acoordenadora/or, por vezesacompanhado do professor deapoio que já anteriormente aíexercia funções „, precisou-nos.

A delegada sindical revela-nosque, „ no caso da Alemanha, as 88horas anteriores foram reduzidaspara 27, a serem distribuídas pelosserviços de apoio nos quatro Con-sulados e na Embaixada, o que dá4,4 horas semanais para cada umdeles, circunstância que tornacompletamente impossível reali-zar um trabalho com um mínimo

de condições „. E critica a soluçãolenitiva que o I.Camões quer im-provisar, indo, aponta com gravi-dade Teresa Soares, ao tentar „utilizar as horas dos professoresdo 1°Ciclo que leccionam menosde 25 horas, podendo esses docen-tes trabalhar as horas restantesnos serviços de apoio„.

Muitos desses professoresmoram longe dos Consulados edesconhecem os termos desse tra-balho de base de apoio, „ deixandode lado a questão de como realizarem duas ou três horas semanaisum trabalho que necessitava de 20ou 22-chegando à ideia de utilizaras horas não-lectvas dos docentespara realização do trabalho admi-nistrativo „.

A delegada sindical revela-seestupefacta com o anúncio de taismedidas, pois, garante-nos, „ nãofoi feita qualquer diminuição noorçamento destinado ao Ensinodo Português no Estrangeiro „.Por outro lado, o I.Camões exigeque os professores colocados noEstrangeiro paguem os seus Cur-sos de Formação.

„Tal procedimento é injusto einaceitável, além de ser de ca-rácter discriminatório relativa-mente aos docentes em Portugal“,assevera. F.A.R.

Sindicato dos Professores critica cortes financeiros e fusão burocrática

Em comunicado enviado ao nossojornal, o Partido Social Democratana Alemanha manifestou a suaapreensão com a actual situaçãodo ensino do português no estran-geiro, em particular na Alemanha,e lamenta que a “transferência datutela desta área para o InstitutoCamões (IC) esteja longe de alcan-çar as expectativas criadas”.

“Com efeito, o Governo ao nãodotar o IC de meios necessáriospara desenvolver uma correcta po-lítica em relação ao ensino do por-tuguês, leva que estejam a sertomadas decisões, que até pode-rão não ser propositadas mas ne-cessárias talvez por imperativosorçamentais, na Alemanha, o en-cerramento dos serviços de apoiode Hamburgo e Estugarda, substi-tuições, encerramentos .. . levam aque o início do ano lectivo estejaem muitos locais atrasado e, emalguns casos, mesmo sem profes-sores atribuídos, apesar de estar-mos em alguns Estados com 2meses de aulas decorridos”.

O PSD Alemanha diz aindaque não perceber a razão para taldesorganização depois de ter ha-vido tanto tempo para a planifica-ção do ano lectivo 2010/11que sucede a um período de al-guma regularidade depois de há 2anos se ter também vivido um mo-mento de confusão”.

Para aquele partido, “isto querdizer que o PSD Alemanha estáatento aos problemas da comuni-dade, desta vez ao ensino, outrasvezes serão outras questões e aocontrário de outros agora que sedestacam pelo silêncio, não fala-mos só quando há eleições paraganhar votos”.

“Assim, o PSD Alemanha exigea maior atenção do Governo paraesta questão do ensino da línguaportuguesa e que reconsidere asdecisões que tomou em ralação àAlemanha que nos parecem nãovir no bom sentido e não se ade-quam às promessas com que o PSnos contemplou em campanhaeleitoral”, conclui o comunicado.

Novo Ano Escolar:

T

PSD Alemanha apreensivo quanto a situação do ensino

Ensino

Page 7: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 7COMUNDADES-ALEMANHA

Permanências consulares

Quem o diz é uma fonte ligada aoconsulado em Estugarda que aler-tou o nosso jornal para a questão,dizendo-nos que desde o encerra-mento do consulado honorário“há um técnico consular que sedesloca de 2 em 2 meses a Muni-que onde permanece nas instala-ções da Missão Católica durante ohorário de expediente com umacaneta e papel na mão, isto é, semmeios para resolver nada e ne-nhum problema”.

A mesma fonte disse-nos que otécnico “nem telefone tem e está aolhar para as moscas durante otempo que ali permanece”.

Naquela área da Baviera resi-dem cerca de 10.000 portugueses,número que a tal permanênciaconsular, isto é, um funcionáriocom uma caneta e papel nas mãos,deveria /deve) servir.

„Quando existiam as instala-ções do consulado honorárioainda era possível tratar de algunsassuntos, mas desde o encerra-mento do consulado que o funcio-nário não vai lá fazer nada, apenasgastar tempo e dinheiro”, disse-nos a mesma fonte.

Gritante é a impotência dotécnico quando tem pela frenteum problema grave do foro socialpara resolver. Sem condiçõestécnicas, “o funcionário que sedesloca do consulado de Estu-garda não pode resolver um pro-blema social medianamente graveem algumas horas e marcar denovo entrevista com o utente paradaí a dois meses para continuar a

resolver um assunto que deve terum acompanhamento perma-nente”, refere-nos a mesma fonte.

Sem telefone, sem computa-dor portátil, sem o mínimo decondições para atender utentesque se recorrem daquelas perma-nências consulares, o técnico so-cial “está desmotivado” e, segundoa nossa fonte, “ele diz que se temde resolver a situação ou, simples-mente, deixar de ir a Munique”.

“A situação da permanênciaconsular em Munique tem de serresolvida e, talvez, substituída porum escritório consular ou, em al-ternativa, deve-se dar os meios ne-cessários a quem se desloque doconsulado para resolver in loco si-tuações elementares”, disse-nosalguém ligado à comunidade daárea.

Com este problema concretoque a comunidade portuguesa na

Baviera vive, há quem já pergunte“onde estão aqueles que reuniramas pretensas quatrocentas assina-turas para o afastamento do ex-cônsul honorário? Será que osproblemas reais da comunidadenão lhes interessam ? E se não éassim, porque é que não semexem?”

Estas interrogações levaram oPP a contactar um dos membrosdo movimento que encabeçou aluta pela substituição do cônsulhonorário entretanto exoneradopor suspeitas de envolvimento nofamoso caso dos submarinos.

Pedro Castro, arquitecto, des-tacado membro do movimentoque patrocinou o abaixo-assinadodisse-nos que estas interrogaçõesnão fazem sentido, porque “o mo-vimento foi criado para apenasexigir a substituição do ex-côn-sul”.

No que diz respeito à presta-ção de serviços consulares, PedroCastro fez questão em lembrar que“o técnico social do Consulado-Geral em Estugarda, o sr. Rodri-gues, quando se deslocava aoconsulado honorário uma vez pormês também não tinha mais doque uma caneta e papel, carimboe um tinteiro, ou seja, não houvealteração de meios para o senhorRodrigues executar a tarefa”.

Trocado por miúdos, a situa-ção, segundo Pedro Castro, não sealterou, acrescentando que o mo-vimento foi criado para “a substi-tuição do consulado honorário enão para se dedicar a essestemas”, leia-se falta de serviçosconsulares.

Pedro Castro não vê porque omovimento se deve dedicar a estetema quando ele deve ser resol-vido pelas entidades responsáveis,cabendo também aos deputados adenúncia destas questões.

No fundo, o que nos foi dado aentender por Pedro Castro é que oprocesso iniciado para a substitui-ção do cônsul honorário (aindanão concluído) também era umprocesso para que a comunidadetivesse um consulado que corres-pondesse aos interesses dos por-tugueses, sendo que nestesinteresses também cabem umaprestação de serviços consulareseficientes.

Seja como for, facto é que oscerca de 10.000 portugueses resi-dentes na Baviera estão impedidosde tratarem das suas questõesconsulares com um técnico que sedesloca a Munique que nada podefazer nem nada pode resolver.

O PP contactou a Secretaria deEstado das Comunidades, mas atéao momento de fecho de redacçãonão foi possível obter uma res-posta sobre este assunto.

MS

Dez mil portugueses na Baviera sem acesso aserviços consulares mínimos“As chamadas permanên-cias consulares em Muniquenão servem para nada e nãoresolvem nenhuns problemas das pessoas”.

O posto consular emDüsseldorf tem novaCônsul desde o passadodia 1 de Setembro.

Trata-se de uma se-nhora de nome MariaManuel Durão que vemsubstituir o ex-cônsulque foi exonerado peloSecretário de Estado dasComunidades.

Numa curta declara-ção ao PORTUGALPOST, a nova Cônsulaproveitou para “saudartodos os portugueses re-sidentes na área de ju-risdição doConsulado-Geral emDusseldorf e o movi-mento associativo”. Acônsul também mani-festou a sua disponibili-dade e empenho “nosentido da continuaçãoda melhoria do serviçopúblico consular, bemcomo da consolidaçãodo ensino da língua por-tuguesa, de uma maiorvisibilidade e divulgaçãoda nossa cultura”.

Maria Manuel Durãotem 46 anos e já exerceuum cargo na Missão Per-manente de Portugaljunto da UNESCO em-Paris, entre 1995 e2000, e foi cônsul emLille, de 2000 a 2004.

Nova Cônsul-Geralde Portugal em Dus-seldorf quer manterdiálogo estreito comtodos

Publicidade

Page 8: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 20108 COMUNIDADE - ALEMANHA

Participe no Fórum sobre a fusão das associações portugueses e fique a saber dos prós e dos contras sobre a pro-posta de fusão das várias associações, clubes e ranchos em Hagen.http://associacao-pt-hagen.xphpbb.com/viewforum.php

“Dixit

Ola Pessoal, foi por casualida-de que encontrei este Forum, e fiquei muito contente porque residi mui-tos anos nessa zona de Hagen.É de louvar a ideia de uma junção das Colectividades, mas em con-trapartida acho que fai ser mais uma tentativa ao vento.Quem conhece bem o Português sabe que eum povo muito preveligiado por si proprio, não consegue reconhecer erros que comete e até nuncatem culpa, são sempre os outros a quem retribui os erros por si proprio cometidos.Quando está bem,os outros que se lixem, quando esta mal pede ajuda a este e a todos.A moral de trabalho, sendo estapaga,e de muito alto nivel, mas de borla...o trabalho vai-te embora. Isto e só um pequeno desabafo, desejo que se unam todos e seijam unidos com força, mas até laainda a muito a caminhar ou seija quase um percurso infinitivo.Não consegui entender quando estivena Alemanha qual a intensão der haver varias Colectividades a lutar uma contra a outra, exemploum Clube muito bem visto, ainda hoje esta na Net: os LUSOS FC que foi por agua abaixo por causados SOCIOS estes é que são totalmente os responsáveis por uma boa funcionação de um Clube, e nãocomo muitos pensam que e tarefa somente da direção,se o não fizerem iram igualmente todas asactuais colectividades por agua abaixo não demorando muito.Pensem e reflectem bem. Boa sorte a todos

Zé Portuga

In http://associacao-pt-hagen.xphpbb.com/viewforum.php

Fusão deAssociaçõesPrós e Contras

Associação Portuguesa Cul-tural de Hagen tentou, atra-vés de uma iniciativa do seu

presidente, Luís Martins, a fusãodas agremiações associativas nacidade de modo a formarem umaúnica associação porque, no dizerdo autor do projecto, “há muitasforças dispersas e não se entendeque, num momento em que as as-sociações se debatem com umcrise em que a falta de recursoshumanos (gente para trabalhar) sefaz sentir , as associações não pen-sem a união”, disse-nos Luís Mar-tins.

O projecto de fusão das agre-miações lusas em Hagen vemsendo trabalhado desde há umano para cá. O seu processo temsofrido recuos e avanços e, depoisde uma nova insistência de LuísMartins, quando tudo indicavaque as coisas estavam no bom ca-minho, eis que há um novo recuodevido à desistência de um grupo,o Sporting Clube de Hagen.

Convidados para se uniremnuma só associação, que teria onome União Portuguesa Culturale Desportiva de Hagen e.V., forama Associação Portuguesa deHagen, o Rancho Folclórico dePortugal em Hagen, o SportingClube de Hagen e o Grupo Etno-gráfico Coração do Minho. O autordo projecto de fusão tinha já apre-sentado local para nova sede “comparque de estacionamento para 8-10 Autocarros e dezenas de viatu-ras, e espaço suficiente paragrelhar, organizar festas etc, cujas

instalações têm uma área aproxi-mada de 2000 metros quadra-dos”.

Para já as duas únicas agre-miações dispostas a ir para afrente são a Associação Portu-guesa de Hagen e o Rancho Fol-clórico Português de Hagen.Quanto ao grupo folclórico Cora-ção do Minho, ainda não tinhadado resposta até ao momento dofecho de redacção desta edição doPP.

Na conversa que o PP mantevecom Luís Martins, este disse-nosque também a Missão CatólicaPortuguesa já se mostrou favor-ável à ideia, “mas ainda não nostransmitiu a sua resposta”.

Esta ideia de unir as colectivi-dades e grupos em Hagen temsido motivo de discussões comprós e contras entre os portugue-

ses residentes naquela cidade. Umdos aspectos positivos foi a discus-são que a Associação (a forçamotor do projecto) lançou juntodos sócios os sócios de todas asagremiações através de um fórumna internet.

O ponto de situação sobre estaquestão faz-nos Luís Martins aodizer que vai mais uma vez insistircom os restantes grupos e mo-strar-lhes das vantagens da união,“mas se as coisas continuaramcomo até aqui, isto é sem os outrosmostrarem interesse, desisto”, re-feriu-nos aquele dirigente associa-tivo.

Ciosos da sua identidade e dosseus interesses, o processo defusão junto de todos os gruposterá de ser conduzido com paciên-cia e diplomacia.

Luís Martins fornece a todos

os responsáveis e sócios das res-tantes colectividades um argu-mento de peso para defender a suaideia: “Há uma associação, doisgrupos de folclore; há um clubedesportivo e ainda pequenos lo-cais. Com esta dispersão não se vaia lado nenhum, tanto que quandose recorre a apoio do Estadodizem-nos que não porque achamque estamos bem com tantas casasabertas, caso contrário não seria-mos tão dispersos, por isso penseina união”.

Agora tudo está na mão da-queles que têm as rédeas das co-lectividades e grupos dacomunidade de Hagen. O futurodirá se se prefere a dispersão àunião com tudo o que isso possaimportar para a vida associativa erecreativa de uma comunidadecom cerca de 1200 membros. MS

Comunidade em Hagen discute fusão das associações locais A

Luís Martins, ao centro, acompanhado de alguns elementos da direcção da APH. Foto: Cortesia Der Westen

A Associacão Luso-Alemã(Deutsch - Portugiesische Gesells-chaft e.V.(DPG) está a preparar asua Assembleia-Geral anual destavez a realizar em Groß-Umstadtentre os dias 22 e 24 deste mês.

A DPG é, como se sabe, umaassociação com quatro décadas emeia de existência; conta comcerca de mil associados organiza-dos numa estrutura federativa eque tem sede nacional na capitalalemã.

Herald Keink, presidente da

DPG, disse ao PP que os prepara-tivos para reunião anual da asso-ciação estão a correr “muito bem”,acrescentando que a reunião con-tará com uma elevada adesão dossócios que acorrerão a Groß-Um-stadt para participar np plenário eassistir a um programa cultural erecreativo organizado pelo ClubeOperário Portugûes (COP), onde,de resto, acontecerá a reunião daDPG.

Associação Luso-Alemã realiza este mêsa sua reunião anual e Groß-Umstadt

Após um ano de paragem, ogrupo de folclore O Etnográficode Solingen voltou aos palcospara reiniciar uma longa e ricaactividade.

Considerado em tempos umdos melhores grupos de folclorelusa na Alemanha, O Etnográ-fico quer voltar a ser o que era eestá a preparar-se para voltar àribalta.

Para já, o grupo procede àrecolha de novos elementos quequeiram integrar o grupo e,desta maneira, ficarem ligadosa Portugal através de uma im-portante forma da cultura po-pular e etnográfica do nossopaís.

É assim que, através donosso jornal, o presidente d‘ OEtnográfico faz um apelo a ra-pazes e raparigas que queiramintegrar o grupo para contacta-rem o grupo através dos seguin-tes contactos: Inf:[email protected]:0212/2472536Os ensaios são aos Domingosdas 15h00 às 17h30.

Mais informações: Telefon: 030 -437 237 59

Herald Keink, presidente da DPG, com o Embaixador de Portugal em Berlimaquando da última assembleia-geral

Com a evolução dos tempos, oHomem vem transformando aNatureza sem se aperceber dosestragos. Por sua vez, a Natu-reza reage a esta transformaçãocom uma grande revolta queacaba por apanhar o Homemdesprevenido. Um exemplobem marcante aconteceu noinício deste ano, atingindo anossa bela Ilha da Madeira, fa-zendo com que muita gente fi-casse apenas com a roupa quetrazia vestida, perdendo assimo “trabalho e as poupanças deuma vida”! De imediato semanifestou a solideriedade, nãosó em Portugal mas também emtodos os cantos do Mundo,principalmente onde se encon-tram portugueses. Foi o queaconteceu em Baden Württem-berg, onde vários Ranchos Fol-clóricos e e grupos dacomunidade local, se uniram erealizaram uma festa portu-guesa em Weillimdorf – Stutt-gart, angariando a quantia de2850,00 Euros, a qual foi depo-sitada numa conta do BancoBPI Madeira. Mais uma vezmuito um obrigado a quem par-ticipou, pois cada um colaborouda melhor maneira possivel.Tudo de bom para todos Vós enunca se esqueçam que a qual-quer momento, todos nós pode-mos precisar!

Piedade Frias

EstugardaUm gesto de solidariedade

Gostas de folcloree queres integrarum grupo?

Page 9: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 9

GENTE

COMUNIDADE - ALEMANHA

O Sindicato dos Professores nasComunidades Lusíadas (SPCL)alertou que, pelo quarto ano con-secutivo, os professores na Europainiciaram o ano escolar sem assis-tência médica garantida devido aatrasos do Governo.

“Na Europa, os professorestêm de mandar para a ADSE umimpresso preenchido, que a ADSEtem de autenticar e carimbar e en-viar de volta. Com esse impresso,vamos às caixas médicas estataisdos países onde estamos e recebe-mos o cartão com o qual temosacesso a todos os cuidados médi-cos”, explicou a secretária geraldo SPCL, Teresa Soares.

Segundo a professora, esse im-presso que tem de ser entregue

todos os anos ainda não foi reen-viado para os professores.

“Infelizmente, e isto já dura háquatro anos, a ADSE não enviaatempadamente esse impresso”,afirmou. Alertando que “há pes-soas com operações marcadas,professoras em fim de gravidez epessoas que precisam de medica-mentos com regularidade”, a sin-dicalista sublinhou que “se alguémtiver um acidente e tiver de ir àsurgências está numa situaçãomuito problemática porque, porexemplo na Alemanha, se nãotiver seguro de saúde simples-mente não tem acesso a cuidadosmédicos ou então tem de pagartudo do seu bolso”.

Teresa Soares disse que os

professores na Alemanha, ondelecciona, enviaram os impressospara a ADSE em Julho e ainda nãoos receberam.

A justificação que diz ter rece-bido do Instituto Camões, que tu-tela o Ensino do Português noEstrangeiro, é a de que “a funcio-nária que se ocupa deste trabalhoestava de férias e só voltava a 13 desetembro”.

A sindicalista calcula que este-jam cerca de 500 professoresnesta situação.

O PP contactou a Coordenaçãode Ensino em Berlim , mas não foipossível obter uma resposta por-que “ o ensino estava em reunião”e o Conselheiro de Imprensa de fé-rias.

Professores na Alemanha sem assistência médica

Segundo o Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas

A Coordenação do Ensino Portu-guês na Alemanha conta desde 1de Setembro com uma nova res-ponsável, sendo a primeira no-meação desde que o EPE transitoupara a tutela do Instituto Camões(IC), em Fevereiro passado.

Assim, a nova Coordenadora,Sílvia Melo-Pfeifer, sucede aMaria Antonieta Mendonça queexerceu o cargo de 2007 a 2010.

Sílvia Melo-Pfeifer, com 32anos de idade, é licenciada em En-sino de Português e Francês e dou-torada em Didáctica de Línguas,tendo desenvolvido o seu projectode pós-doutoramento no âmbitoda Didáctica de Línguas e Tecno-logia Educativa.

Dias depois de ter iniciadofunções, Silvia Melo-Pfeifer, que écasada com um cidadão alemão, oPORTUGAL POST colocou umaprimeira questão da não colocaçãode professores nas cidades deEssen, Krefeld e Wuppertal que,disse-nos, estava em vias resolu-ção. Durante a conversa quemanteve com o PP, a nova Coorde-nadora disse ainda que a sua preo-

cupação logo que assumiu funçõesfoi estabelecer contactos com es-colas e professores.

Sobre o modo como vai exer-cer o cargo, Sílvia Melo-Pfeifersublinhou a preocupação que teráem “gerir a comunicação com osprofessores e, simultaneamente,abrir canais de comunicação paraa comunidade”, nomeadamenteatravés da criação de uma páginana internet, com um Bloge para aspessoas puderem participar e co-municar. Sobre os conteúdos dadita página na net , Silvia Melo-Pfeifer foi dizendo que a informa-ção terá a ver com legislação,festividades, actividades e infor-mações gerais. Também nos reve-lou que está a pensar criar um“jornal pequenino para divulgar ostrabalhos dos alunos”. Sublinhouque a comunidade deve ter umaparticipação activa, isto é, mostrarque está atenta aos problemas daCoordenação, e que possa criticarmas que, por outro lado saibatambém apresentar propostas,porque o ensino da língua é umbem comum.MS

Ensino tem nova responsável pela Coordenação

Sílvia Melo-Pfeifer sucede a Antonieta Mendonça

TERESA SOARES, professora e secretá-ria-geral do Sindicato dos Professores nasComunidades Lusíadas (SPCL), é a perso-nalidade eleita deste mês para esta rubricapor tantas e boas razões.Uma delas não deixa de ser a sua activi-dade sindical não apenas em defesa daclasse que representa, mas como tambémem defesa de um bom funcionamento doscursos de língua e cultura portuguesas.Professora a leccionar neste momento naregião de Nürnberg, Teresa Soares possuium conhecimento e experiência de muitosanos como mais ninguém das necessidadesno que diz respeito ao ensino da nossa lín-gua e cultura aqui na Alemanha.Tínhamos até quase a certeza que TeresaSoares poderia assumir o cargo de Coorde-nadora de Ensino na Alemanha, o que nãoveio a acontecer. Em vez de tal, o IC (Insti-tuto Camões) fez deslocar de Portugal umaCoordenadora que vai precisar de conheceros cantos à casa (e a língua) até entrar noseixos.

Dia da Porta Aberta no Max-Planck-Gymnasium, Dortmund

Como já é habitual, vai-se realizar também este ano um Dia da PortaAberta para pais e alunos interessados no

Max-Planck-Gymnasium, Ardeystr. 70-72, 44139 Dortmund

( junto ao estádio Signal-Iduna)sábado, dia 20 de Novembro, das 9 às 14 horas

O Max-Planck-Gymnasium é o único Gymnasium em NRW que ofe-rece Português como ensino integrado para alunos luso-descendentes,alunos de países de expressão portuguesa, de famílias bilingues e tam-bém para todos os alunos interessados.

No Max-Planck, Português é- desde há 30 anos uma disciplina de opção para alunos lusófonos a partir do 5°ano de escolaridade- desde há alguns anos língua estrangeira para alunos do secundário(Sekundarstufe II)

- a partir deste ano lectivo, língua de opção no 8° ano.

Para os alunos lusodescendentes e lusófonos existe um projecto deapoio com longa tradição.Vimos por isso convidá-los a fazer, no Dia da Porta Aberta, uma visitaà escola para ter a oportunidade de conversar com as professorassobre o futuro escolar dos seus filhos e conhecer a escola.Cá os esperamos e… não hesitem em perguntar!

Contacto: Professora Margarida de Lima, tel. 0231 730019

“A retirada dos cinco professoresde apoio dos consulados e o nãoreinício do ano lectivo em váriaslocalidades resultam do agrava-mento da ofensiva desencadeadanos últimos anos por vários gover-nos do PSD e do PS”, diz um co-municado do Organismo deDirecção dos Comunistas Portu-gueses Residentes na Alemanha.

Alertando a comunidade paraaquilo que diz ser „uma intensifi-cação da ofensiva do Governo con-tra o ensino do português noestrangeiro”, os comunistas portu-gueses na Alemanha acusam osGovernos do PS-Sócrates e com aacção do SECP António Braga de„insistir em prosseguir uma polí-tica contra o ensino cujos resulta-

dos desastrosos estão agora àvista”.

O comunicado do PCP diz que“as medidas são impostas” peloGoverno “sem consultar o CCP eque comportaram até agora aaprovação do Regime Jurídico doProfessor, a escola virtual, a pas-sagem da responsabilidade do en-sino junto das comunidades parao Instituto Camões (instituição vo-cacionada para o ensino a estran-geiros), a fragilização da situaçãoprofissional dos professores obri-gando muitos dos mais competen-tes a regressar a Portugal ou aaceitar leccionar outras matériasnas escolas alemãs - têm condu-zido a uma quebra brutal do nú-mero de alunos nos cursos de

língua materna”, reza o comuni-cado dos comunistas.

“Se em 2001 em toda a Ale-manha, ainda frequentavam oscursos de português (língua ma-terna) 8.341 alunos, hoje esse nú-mero baixou para 5.263. Trata-sede uma quebra impressionante dequase quarenta por cento corres-pondente a 3.168 alunos”, divulgao PCP.

Por tudo isto, os comunistasportugueses residentes na Ale-manha “apelam à ComunidadePortuguesa para que apoie todasas iniciativas de luta e de resistên-cia que possam contribuir parasalvar e garantir aos nossos filhosà aprendizagem da sua língua ma-terna e nacional”.

Comunistas portugueses na Alemanha críticos emrelação ao que se passa no ensino

Sílvia Melo-Pfeifer

Page 10: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201010 ENTREVISTA

PP: Tivemos conhecimentoda sua participação no evento“Sail Bremerhaven”, reali-zado sob o patrocínio dachancelar alemã Angela Mer-kel.

MS: Foi com todo o gosto queparticipei no evento, no qual a se-nhora Chanceler se fez represen-tar pelo senhor Ministro doInterior. Entre os mais de 240 ve-leiros tínhamos o navio histórico“Santa Maria Manuela”, a quem aorganização concedeu um lugar dedestaque ao colocar logo no iniciodo cais, facto bem representativoda presença portuguesa em Bre-merhaven.

PP: Soubemos que o se-nhor aproveitou a sua estadiaem Bremerhaven para visitaralguns empresários portu-gueses. Qual foi o motivo doencontro?

MS: Trocar, sobretudo, im-pressões, com os empresários por-tugueses permite inteirar-memelhor dos problemas queafectam os portugueses e portu-guesas residentes em Bremerha-ven. Por isso visitei os escritóriosdo Senhor Neiva dos Santos daBKM, o estabelecimento DAVID euns jovens empresários. Tiveainda um encontro inesperadocom a equipa de futebol lusa da-quela cidade, a qual subiram à ligadistrital. É bom ver os jovens por-tugueses organizados e a pratica-rem desporto, tanto mais por sedestacarem pela qualidade, comoé o caso da equipa lusa do SportClub Sparta Bremerhaven.

PP: Em poucas palavras,como retrata a comunidadelusa daquela cidade?

MS: Bremerhaven é uma das

cidades um número considerávelde portugueses. Infelizmente,desde há alguns anos para cá, éuma cidade com uma elevadamaior taxa de desemprego (cercade 16%), o que afecta a comuni-dade portuguesa local. Fica si-

tuada a 200 km do posto consulare lá residem cerca de dois mil por-tugueses, muitos deles com difi-culdades financeiras.

PP: Tivemos conheci-mento que os responsáveisdo “Clube de de Trabalhado-res Portugueses em Bremer-haven”, bem como váriosempresários portugueses,lhe dirigiram um pedido, so-licitando que o Vice-Consu-lado viesse a efectuarpermanências consulares nacidade de Bremerhaven, umavez que residem a mais de200 km do posto consular eas deslocações ao Vice-Con-sulado são muito dispendio-sas. Confirma?

MS: Este Vice-Consuladoconta na verdade com uma área dejurisdição muito extensa e, comoreferiu, é vontade da ComunidadePortuguesa que se realizem per-

manências consulares na cidadede Bremerhaven. A minha deslo-cação à cidade de Bremerhaventeve ainda por objectivo inteirar-me das possibilidades existentespara tais permanências consula-res. Temos de avaliar bem se asmesmas produzam o efeito dese-jado, pois a execução de muitosactos consulares obrigam à pre-sença no posto consular, como p.ex. a emissão do Cartão de Cida-dão, do Passaporte, etc..

PP: Quer isso dizer que aComunidade Portuguesa vaiver o seu pedido indeferido?

MS: Não posso antecipar qual-quer decisão, pois encontro-me aavaliar a situação. Asseguro, noentanto, à comunidade portu-guesa de Bremerhaven que tudofarei para – com as possibilidadeshumanas e financeiras de que dis-ponho – lhe prestar o melhorapoio. Uma palavra para o facto de

Vice-Cônsul em Osnabrück pensa iniciar permanênciasconsulares em Bremerhaven

Manuel Silva, Vice-Cônsul de Por-tugal em Osnabrück (na foto aolado), deslocou-se em Agosto úl-timo à cidade de Bremerhavenpara participar na abertura oficialda regata de veleiros de grandeporte, a conhecida “Sail Bremer-haven” a qual contou com a par-ticipação de 240 veleiros, tendoPortugal sido representado pelo

navio histórico “Santa Maria Manuela”. Tendo conhecimento dessa deslocação à cidade de Bremerhaven,o PP endereçou quatro perguntas ao chefe do posto consular emOsnabrück sobre visita e ainda sobre o encontro com alguns em-presários portugueses sediados na cidade de Bremerhaven.

a comunidade contar na cidade deBremerhaven com o programa derádio, todos os domingos, onde hámeses estive durante hora e meiaa responder às questões que os ou-vintes colocavam. Foi uma expe-riência enriquecedora e muitobem recebida pela comunidadeportuguesa. Conheço a realidadevivida na cidade de Bremerhaven,e tudo farei para satisfazer os seusanseios.

Presentemente estamos a pon-derar realizar-se uma nova deslo-cação à rádio portuguesa deBremerhaven, onde respondereiem directo às questões que mequeiram colocar, assim como umaida ao Clube dos TrabalhadoresPortugueses, onde poderemosatender, individualmente, todosos portugueses que queiram escla-recer alguns assuntos do seu inte-resse. MS

PORTUGAL POSTEstamos presentes em mais de 300 postos de venda em cerca de 200 cidades.

O porta­voz da Comunidade Portuguesa Há 17 anos, todos os meses consigo

Compre o seu PORTUGAL POST

no quiosque ou receba todos os meses em sua

casa por apenas € 20,45 por ano

A equipa lusa do Sport Club Sparta Bremerhaven posou para o PP com Manuel Silva ao centro.

Page 11: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 11A NOSSA HISTÓRIA

Alguns especialistas dizem que é oúnico artista que pode dar vida àluz negra. Mesmo que assim não seja, facto éque António Varatojo parece teruma propensão para trabalharcom cores escuras. Mas, e contra-riamente ao que se possa pensar,as pinturas de A. Varatojo não sãoameaçadoras nem geram medos,“na melhor das hipóteses outrasimpressões”, dizem alguns críticos

de arte.A exposição deste artista, que

nasceu em Leiria, cidade gemi-nada com Rheine, estará patenteaté 6 de Outubro nas instalaçõesda sede principal do Sparkasse,em Rheine.

Ali, o artista apresenta 29imagens de grande formato numaexposição organizada pela asso-ciação de geminação Rheine-Lei-ria.

Assim, “tal como Lisboa,Coimbra, Berlim, também Rheinese orgulha de estar no itineráriodo António Varatojo”, recordouum dos responsáveis pela inicia-tiva de trazer o artista português àpequena cidade de Rheine no diada inaguração da exposicão.

A exposição decorrerá até 6 deOutubro, de segunda a sexta das8h30 às 16h30 Clock, na Kardinal-Galen-Ring 33, Rheine.

Pintor António Varatojo expõe em Rheine

(Foto: Dierkes)Cortesia: Münsterländische Volkszeitung

Page 12: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POSTNº 195 • Outubro 201012 PUBLICIDADE

Dia de Cromos Comédia em Português Domingo 05.12.2010

Local: Stadthalle NeussLocais de Pré-Venda e Reserva de bilhetes: www.ticketonline.comPara si que tem dificuldades em aceder à internet

Todas as Terças-Feiras e Sábados: 12H00 às 18H30 Na Cave Portuguesa / Erkratherstr. 206 / 40233 DüsseldorfOu, para mais informações e locais de venda pode telefonar:

Todos os dias das 12 Horas até às 16 Horas:0157 / 73 78 42 69 • [email protected]

praz-nos anunciar aqui a publicação de uma segunda edição de um Directório Empresa-rial Luso-Alemão já está à venda nos quiosques onde se compra o PP.O Directório divulga os contactos elementares de algumas centenas de empresas de por-tugueses e lusos descendentes na Alemanha e constitui, sem dúvida, mais uma prova da

capacidade da nossa editora no campo das publicações úteis à comunidade lusa e não só. Esta segunda edição, muito diferente na sua forma e conteúdo quando comparada com a se-gunda, é o ponto de partida para uma periodicidade que queremos mais curta. Em termos con-cretos, queremos passar a editar esta publicação uma vez por ano com as devidas actualizações erespectivas alterações ditadas pelo tempo. De carácter bilingue, o Directório Empresarial Luso-Alemão conta, para além da divulgação doscontactos das empresas, depoimentos de alto nível, destacando-se um prefácio do Ministro daEconomia, Inovação e do Desenvolvimento de Portugal, Vieira da Silva, que louva a iniciativa daPortugal Post Verlag. Também o Presidente da Federação de Empresários Portugueses participa com um texto, refe-rindo que a iniciativa da Portugal Post Verlag “servirá como amostra da diversidade, potenciali-dade e capacidade da nossa comunidade, mas também como ferramenta de comunicação, decooperação e construção da ponte económica, cultural e espiritual entre Portugal e Alemanha”. Estamos certos que esta iniciativa representa uma mais-valia não apenas para as empresas queprocuram contactos para parcerias ou negócios, como ainda para o comum dos utilizadores queencontrarão nesta publicação informação de interesse muito útil.

O Directório pode ser adquirido por telefone, fax ou e-mail dirigido à nossa editora: O Directório pode ser adquirido por telefone, fax ou e-mail dirigido à nossa editora:Email: [email protected] - Tel.: 0231 – 83 90 289 - Fax: 0231 – 83 90 351Burgholzstr.43 44145 DortmundVer preço na página 24

ADirectório Empresarial Luso-Alemão

Page 13: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 13

Publicidade

LIVROS

poeira levantada pelo fa-moso caso «Sarrazin»voltou a assentar, alturaideal para tentar um ba-lanço do sucedido.Quando estalou a polé-

mica, a imprensa alemã, dos con-servadores «Bild» e «FAZ» aoliberal «TAZ», caiu em cima doex-senador berlinense das Finan-ças e, na altura, membro do con-selho de administração do BancoCentral Alemão, Bundesbank. Po-líticos de todas as cores partidá-rias, ou seja, da chanceler Merkele do Presidente Wulff ao líder doSPD, Sigmar Gabriel, ventilaram aenorme indignação suscitadapelas afirmações do social-demo-crata Sarrazin (curiosamente onome deriva da palavra «sarra-ceno»), famoso pela sua «cru-zada» anti-imigração muçulmanana Alemanha. Merkel e Wulff jun-taram forças para expulsar Sarra-zin do Bundesbank, umprocedimento que pôs em causa amuita badalada independênciadaquela instituição, e que poderávir a ter consequências negativaspara as ambições do governadordo «Buba», Axel Weber, de suce-

der a Jean-Claude Trichet à frentedo Banco Central Europeu.

O SPD não ficou atrás: anun-ciou de imediato um processo deexpulsão de Sarrazin das suas fi-leiras, antes mesmo de lhe terdado o direito de se explicar aosgrémios do partido, violando umprincípio considerado um dos pi-lares do sistema político alemão: ademocracia internados partidos.

Mas eis quesenão: o susto! Osinquéritos instantâ-neos levados a cabojunto de leitores eeleitores quando odebate ainda estavaao rubro, revelaramque a maioria dosalemães acha queSarrazin tem razão:51% dos inquiridosnuma sondagem re-presentativa defen-dem que grandeparte dos muçulma-nos e turcos nestepaís não são capazes, nem que-rem, integrar-se.

Apesar do manifesto disparatedesta afirmação, a imprensa tra-vou com tanta força que até seouviu chiar: num ápice, Sarrazin

passou de «mau da fita» a vítimaa quem queriam vedar o «direito àlivre expressão». Os políticos, pas-sou a ler-se, é que não compreen-diam «os anseios do eleitor».Afinal estamos em tempos de crisee os meios de comunicação nãoquerem perder clientes por coisasde somenos importância como aidoneidade de uma posição coe-

rente e consequente e a simplesdefesa dos factos.

Já para os políticos, a mu-dança abrupta de rumo apresen-tava-se mais difícil: aqui o cidadãoestá mais atento às manobras de

expediente político. Mesmo assim,o Presidente Wulff, que dias antesexigira a expulsão de Sarrazin doBundesbank, começou a assobiarpara o lado como se não fossenada com ele, e a empurrar as re-sponsabilidades da decisão – queimplicava um processo jurídicocomplicado de desfecho muito in-certo – para cima de outros. Foi

aplicada uma pres-são enorme sobre oSarrazin, que aca-bou por se demitir.E o SPD provou no-vamente a sua elas-ticidade moral,bradando de re-pente por uma «po-lítica de imigraçãomais rígida», por-que não há nadacomo um pouco dedemagogia paramanter os poucoseleitores que aindatem, agora que asintenções de voto ocolocam à altura do

Partido dos Verdes. Os portugueses na Alemanha

dirão talvez que tudo isto não nosdiz respeito. Afinal, até Sarrazinatesta aos imigrantes de Portugale da Espanha uma integração con-

seguida. Parece-me que qualquerum de nós pode prescindir linda-mente dos atestados paternalistasde bom comportamento de al-guém que acha que os judeus têm«um gene próprio», revelandouma profunda ignorância da maiselementar genética e a perenidadede antigos preconceitos aindamuito mal digeridos, meia dúziade décadas após um dos mais ter-ríveis genocídios na História domundo.

Mas mais repugnante ainda éa tentativa de «dividir para rei-nar», criando fossos entre imig-rantes de primeira e de segunda.Como se não bastasse neste paísser tratado como cidadão de se-gunda até quem tem a nacionali-dade alemã, se por algum «azar»os seus pais não são «puros-san-gue». E perante a enorme capaci-dade de quem manda de«adaptar» o seu procedimentoaos preconceitos generalizadosquando a ordem do dia é angariarvotos, quem nos garante que nãoseremos o próximo alvo? A soli-dariedade com aqueles que hojesão falsamente acusados de todosos males de que padece a socie-dade impõe-se, por isso, não ape-nas por princípio, mas até poruma questão de auto-defesa.

Sarrazin e o livro “Deutschland schafft sich ab”

Os muçulmanos, os bons e os outrosCristina Krippahl

A

Page 14: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201014 KULTUR

ls geschichtsinteressierte Person führe ich stän-dig „zeitungebundene” Recherchen durch.Heute habe ich mich entschlossen, über denportugiesischen Seemann und Händler, Aben-teurer und Vagabunden, Dieb und Piraten, Rei-senden und großen Pilgerer, Entdecker und

Schreiber des 16. Jahrhunderts zu schreiben, Fernão Men-des Pinto. Was sonst fehlte diesem Zeitgenossen Camões’?In einem einzigen Leben fasste er das Abenteuer der Portu-giesen in ihrem orientalischen Reich zusammen. Er nahman der ersten portugiesischen Expedition teil, der es gelang,1543 Japan zu erreichen, womit er einer der Verantwortli-chen für die Einführung der Feuerwaffen in jenem Landwar. Es ist nicht möglich, auf einem begrenzten Raum seinkomplettes Porträt zu zeichnen. Aber wir können wenigs-tens an ihn erinnern.

Für uns heutzutage ist Fernão Mendes Pinto untrennbarals Autor mit der fabelhaften Reiseerzählung “Peregrina-ção” („Pilgerreise”) verbunden, einem Klassiker nicht nurder portugiesischen, sondern auch der Weltliteratur, in demder Autor seine Abenteuer gen Orient erzählt und nochmehr. Das Werk ist außerdem eine Kritik an der Gesell-schaft seiner Zeit, eine Anzeige der praktizierten Ungerech-tigkeiten, ein wahrhaftiges nationales Geständnis.

Fernão Mendes Pinto wurde 1509-11 (oder 1514) in derKleinstadt Montemor-o-Velho in den Schoß einer zahlrei-chen Familie geboren (das Ehepaar wird zwischen fünf undsechs Kinder gehabt haben). Genau wie die Gesamtheit dersozialen Klassen mit geringerer wirtschaftlicher Kapazitätwar sie Schwierigkeiten ausgesetzt, die 1521 besondersschwerwiegend waren, wegen der Dürre, die sich über dasgesamte Land ausbreitete und dazu führte, dass die Erntendieses Jahres katastrophal waren (Frei Luís de Sousa).Unter diesen Umständen und um ihm eine Flucht aus dieserSituation zu ermöglichen, entschied sich ein Onkel von ihm,nach dem Muster dessen, was mit äußerst vielen anderenportugiesischen Einwohnern der Provinz geschah, den Nef-fen nach Lissabon zu bringen, wo er ihm zu einer beschei-denen Anstellung im Haus des Herzogs von Aveiro, Sohndes Königs D. João II, verhalf.

Das große Abenteuer

1537 brach er im Alter von 26 nach Indien auf, um sichmit seinen beiden Brüdern zu treffen. Gemäß den Berichtenaus seinem berühmten Werk, “Peregrinação”, er erst vielspäter, zu Beginn des Alters, schreiben sollte, war es wäh-rend einer Expedition ins Rote Meer, dass Mendes Pinto aneiner Seeschlacht gegen die Ottomanen teilnahm. Er wurdegefangen genommen, an einen Griechen und von diesem aneinen Juden verkauft, der ihn nach Ormuz brachte, wo ervon Portugiesen freigekauft wurde.

Er begleitete Pedro de Faria nach Malakka, das er zumAusgangspunkt seiner Abenteuer machte, und befuhr übereine Dauer von 21 bewegten Jahren die Küsten Myanmars,Siaos, der Sunda-Inseln, der Molukken, Chinas und Japans.Auf einer seiner Reisen in dieses Land lernte er S. FranciscoXavier kennen, und beeinflusst von dessen Persönlichkeitentschloss er sich, den Jesuiten beizutreten und eine jesui-tische Mission in Japan zu fördern. 1554 ging er, nachdemer seine Sklaven in die Freiheit entlassen hatte, ging er alsJesuiten-Novize und Botschafter des Vize-Königs, D.Afonso von Noronha, nach Japan. Diese Reise stellte eineEnttäuschung für ihn dar, sei es wegen des Verhaltens sei-nes Begleiters oder wegen dessen, was mit dem Verhaltender Jesuiten selbst zu tun hatte. Verärgert verließ er denOrden unter unklaren Begleitumständen und kehrte aus In-dien kommend 1558 nach Portugal zurück.

Mit der Hilfe des Ex- Gouverneurs von Indien, FranciscoBarreto, schaffte er es, beweiskräftige Dokumente überseine für das Vaterland erbrachten Opfer zu erhalten, dieihm das Recht auf eine Pension gaben, die er nie erhielt.Desillusioniert ging er nach Vale de Rosal in Almada, wo ersich bis zu seinem Tod aufhielt und wo er zwischen 1569und 1578 das Werk, das er uns vermachte, seine unerreichte“Peregrinação”, . Zu seiner Veröffentlichung kam es erst1614, 20 Jahre nach dem Tode des Autors. Man fürchtet,dass das Original Veränderungen erlitten hat, entwederdurch den Verleger, oder die Zensur, oder die Jesuiten. Erhinterließ uns einen derart fantastischen Bericht dessen,was er erlebte, dass man für lange Zeit nicht an seine Wahr-haftigkeit glaubte. Dem Autor wird von einigen Übertrei-bung und Fantasie vorgeworfen, wie es der Ausspruch gutzeigt, durch den sein Name bekannt wurde: „Fernão, men-tes? Minto!“ - „Fernão, lügst Du? Ich lüge!“

Tatsächlich war der Mann ein großer Schreiber, einwunderbarer Geschichtenerzähler mit einem lebendigenund frischen Stil, mit Sinn für Humor und psychologischemScharfsinn, einer tadellosen Kritikfähigkeit (was die Selbst-

kritik miteinschließt) und einem exakten Begriff von Span-nung. Portugal zeigte sich die Öffentlichkeit eigentlich nichtbegeistert, obwohl es vorangegangene Ausgaben in großenzeitlichen Abständen gegeben, aber im Ausland vervielfäl-tigten sich die Ausgaben. Das Buch wurde ins Spanische,Französische, Niederländische, Englische und Deutscheübersetzt, ein wahrhaftiger internationaler Erfolg. Wennman den Kontext der Schreibung analysiert, so muss manfesthalten, dass Fernão Mendes Pinto ein Zeitgenosse desBeginns der portugiesischen überseeischen Expansion undder widersinnigen internen Dekadenz, die den lusitanischenBoden heimsuchte, war. Er kam so weit, die VereinigungPortugals mit Spanien unter der Regentschaft Filipes II vonSpanien (1556-1598) mitzuerleben.

Trauriges Leben

Als Fernão Mendes Pinto am 22. September 1558 nachLissabon zurückkehrte, kam er mit der Hoffnung auf ein un-beschwertes Alter. Die Regentin, Dona Catarina, wies in an,mit seinem Offizier zu sprechen, der ihn „mit schönen Wor-ten und besseren Hoffnungen, als ich damals schon langesicher hatte“ über eine Dauer von vier Jahren auf dem Tro-ckenen sitzen ließ, ohne etwas neues über die Pension zu er-fahren, die er erbeten hatte. Fernão war ziemlichdesillusioniert und verdrossen. Er heiratete D. Maria Cor-reia Brito, machte sich auf, um auf dem Landgut von Pragal,nahe Almada zu leben, wo er zwei Töchter bekam, denen erdie “Peregrinação” , die er zwischen 1569 und 1578 aus demGedächtnis verfasste. Nahezu alles, was man über dasLeben, des Autors weiß, gründet sich auf das Werk, “Pere-grinação”, vornehmlich autobiografisch ist. Er war einewichtige und respektierte Person in der Gegend, in die ersich flüchtete: Zweimal wurde er zum Richter gewählt, under übte administrative (bezahlte) Funktionen in Kranken-häusern aus, die mit der (Kirche der) “Misericórdia”(„Barmherzigkeit“) waren.

26 Jahre nach der Heimkehr wurde Fernão endlich einePension zugesprochen. Es wurde ihm von Filipe I eine jähr-liche Pension (in Form von Weizen) erteilt. Sie hatte keinenWert für ihn, da er kurz darauf, am 08. Juli 1583, starb.Nach seiner Beisetzung unterließen es die dortigen Zenso-ren, das Buch desjenigen Portugiesen zu veröffentlichen,der die Kunst des Selbstmitleids von Allen am Besten be-herrschte.

Log er oder nicht?

Genauso wie es mit Marco Polo geschah, stellte sichletztendlich heraus, dass Fernão Mendes Pinto nicht so her-vorragend gelogen haben wird. Es ist offensichtlich, dassnicht alle Informationen, die er gibt, exakt sind. Man weißübrigens nicht, ob er sich während er gen Orient unterwegswar Notizen gemacht oder vollständig aus der Erinnerunggeschrieben hat. Es ist klar, dass er Daten durcheinandergebracht hat und nicht alles persönlich gesehen habenkann, was er beschreibt - er selbst erwähnt im Verlaufe desBuches, dass man ihm dieses oder jenes erzählt habe.

Aber vieles dessen, was er erzählt stellte sich als exaktheraus, sowohl was die Ereignisse angeht als auch die Per-sonen. Er wird ab und zu bei bestimmten Beschreibungenübertrieben haben - aber es ist möglich, dass er dies tat,weil seine Erinnerung verfälscht war und nicht absichtlich.Seine Bescheidenheit in Bezug auf seine eigene Person istsymptomatisch ebenso wie die Befürchtung, die er verschie-dene Male äußert, dass die Leser nicht glauben würden, waser schreibt.

Sei es wie es sei, was heute wichtig ist, ist der literari-sche, historische Wert des Textes, sein Abbild der Portugie-sen des 16. Jahrhunderts im Orient, das Letzteres genau ist.Selbst wenn der Leser ein paar Seiten überspringt, ist dievor mehr als vier Jahrhunderten geschriebene “Peregrina-ção” noch heute ein Buch, das man nicht verpassen sollte.Es ist eine wahrlich fesselnde Geschichte.

(Übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga)

Fernão Mendes Pinto. Der portugiesische Marco Polo

Geschichten aus der Geschichte

Joaquim Peito

A

Publicidade

Page 15: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 15CULTURA

Histórias da História

Joaquim Peito

omo pessoa interessada em História, ando sem-pre em pesquisas «intemporais» e hoje decidiescrever sobre o marinheiro e mercador, aven-tureiro e vagabundo, ladrão e pirata, viajante egrande peregrino, explorador e escritor portu-guês do século XVI Fernão Mendes Pinto. Quemais lhe faltou a este contemporâneo de Ca-

mões? Numa só vida, condensou a aventura dos portugue-ses no seu império oriental. Fez parte da primeira expediçãoportuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1543, sendocomo tal um dos responsáveis pela introdução das armas defogo naquele país. Não se pode, em curto espaço, fazer-lheo retrato completo. Mas podemos, pelo menos, recordá-lo.Fernão Mendes Pinto, um aventureiro português no ex-treme Oriente.

Para nós, hoje, Fernão Mendes Pinto é indissociável oautor do fabuloso livro de viagens “Peregrinação”, um clás-sico não só da literatura portuguesa como também da lite-ratura mundial, onde o autor conta as suas aventuras peloOriente e não só. A obra é também uma crítica à sociedadedo seu tempo, uma denúncia das injustiças praticadas, umaverdadeira confissão nacional.

Fernão Mendes Pinto nasceu na vila de Montemor-o-Velho em 1509-11 (ou 1514), no seio duma família numerosa(o casal teria entre cinco a sete filhos), que, tal como a ge-neralidade das classes sociais com menos capacidade eco-nómica, enfrentou dificuldades particularmente graves em1521, devido à seca que se alastrou por todo o país e que fezcom que as colheitas desse ano fossem catastróficas (FreiLuís de Sousa). Nestas circunstâncias, e para o fazer fugir aesta situação, um tio seu decidiu, à imagem do que se pas-sava com muitíssimos outros portugueses residentes naprovíncia, trazer o sobrinho para Lisboa, onde lhe conseguiuum modesto emprego na casa do Duque de Aveiro, filho dorei D. João II.

A Grande Aventura

Em 1537, com a idade de 26 anos, partiu para a Índia,ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatosda sua obra famosa, Peregrinação, que ele só viria a escrevermuito mais tarde, no princípio da velhice, foi durante umaexpedição ao mar Vermelho em 1538, que Mendes Pintoparticipou num combate naval com os otomanos, onde foifeito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeuque o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugue-ses.

Acompanhou a Malaca, Pedro de Faria, onde fez o pontode partida para as suas aventuras, tendo percorrido, du-rante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, ar-quipélago de Sunda, Molucas, China e Japão. Numa dassuas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, in-fluenciado pela sua personalidade, decidiu entrar para aCompanhia de Jesus e promover uma missão jesuíta noJapão.

Em 1554, depois de libertar os seus escravos, foi para oJapão como noviço da Companhia de Jesus e como embai-xador do vice-rei D. Afonso de Noronha. Esta viagem con-stituiu um desencanto para ele, quer no que se refere aocomportamento do seu companheiro, quer no que respeitaao comportamento da própria Companhia de Jesus. Des-gostoso, abandonou a Ordem em circunstâncias pouco cla-ras e regressou a Portugal, oriundo da Índia, em 1558.

Com a ajuda do ex-governador da Índia, Francisco Bar-reto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sa-crifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a umapensão, que nunca recebeu. Desiludido, foi para Vale de

Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde es-creveu, entre 1569 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimi-tável “Peregrinação”. Esta só viria a ser publicada em 1614,20 anos após a morte do autor, receando-se que o originaltenha sofrido alterações, ou do editor, ou da censura, ou dosjesuítas.

Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu, quedurante muito tempo não se acreditou na sua veracidade. Oautor é acusado, por alguns, de exagero e fantasia, comobem o expressa o dito por que passou a ser conhecido o seu

nome: “Fernão, mentes? Minto!” O homem era, de facto, um grande escritor, um mara-

vilhoso contador de histórias, com um estilo vivo e fresco,com um grande sentido de humor e penetração psicológica,uma apurada capacidade crítica (incluindo a autocrítica) ea noção exata do suspense. Em Portugal, o público não semostrou propriamente entusiasta, embora houvesse ediçõesposteriores com grandes intervalos, mas no estrangeiro, asedições multiplicaram-se. O livro foi traduzido para castel-hano, francês, holandês, inglês e alemão, um verdadeiroêxito internacional.

Analisando o contexto da escrita de “Peregrinação”, Fer-não Mendes Pinto foi contemporâneo do auge da expansãomarítima portuguesa e da paradoxal decadência interna queassolava as terras lusitanas. Chegou a presenciar a unifica-ção de Portugal com a Espanha, sob o governo de Filipe IIde Espanha (1556-1598).

Triste Vida a Minha

Quando, no dia 22 de Setembro de 1558, Fernão MendesPinto voltou a Lisboa, vinha com grandes esperanças deuma velhice desafogada. A regente, Dona Catarina mandou-o falar com um seu oficial, que “com boas palavras e mel-hores esperanças, que eu então tinha por muito certas”, odeixou de molho durante quatro anos, sem saber novas dapensão que pedia. Fernão ficou bastante desiludido, tristee aborrecido. Casou-se com D. Maria Correia Brito, foi viverpara a quinta do Pragal, perto de Almada, onde teve duasfilhas a quem dedica “Peregrinação” que redigiu de memó-ria, entre 1569 e 1578. Quase tudo o que se sabe sobre a vidado autor é baseado na obra “Peregrinação”, que é predomi-nantemente autobiográfica. Foi figura importante e respei-tada na terra a que se acolheu: por duas vezes o elegeramjuiz e desempenhou funções administrativas (remuneradas)em hospitais ligados à Misericórdia.

Vinte e seis anos após o regresso a casa atribuíram final-mente uma pensão a Fernão. Foi-lhe concedida, por FilipeI, uma pensão anual de “dois moios de trigo”. De nada lhevaleu, porque morreu logo depois em 8 de Julho de 1583.Após o seu enterro, os censores lá deixaram publicar o livrodeste português, figura maior de Quinhentos e, também, fi-gura maior da cultura portuguesa, que entre todos melhorpraticou a arte de ter pena de si próprio.

Mentiu ou não?

Tal como aconteceu com Marco Polo, provou-se que, afi-nal Fernão Mendes Pinto não terá mentido por aí além. Éevidente que nem todas as informações que dá são exatas.Não se sabe, aliás, se ele tomou notas enquanto andava peloOriente ou se escreveu inteiramente de memória. É certoque baralhou datas e que não pode ter visto pessoalmentetudo aquilo que descreve – ele mesmo, por vezes, no correrdo livro, menciona que lhe contaram isto ou aquilo.

Mas muito do que ele conta revelou-se exato, tanto noque se refere a acontecimentos como a personagens. Terá,por vezes, exagerado em certas descrições – mas é possívelque o tenha feito por deformação da memória e não delibe-radamente. É sintomática a sua modéstia em relação à suaprópria pessoa e o receio, várias vezes expresso, de que osleitores não acreditem no que ele escreve. Seja como for, oque importa, hoje, é o valor literário, histórico do texto e oseu retrato dos portugueses de Quinhentos no Oriente, queesse, é fiel. Ainda hoje, mesmo que o leitor salte algumaspáginas, a “Peregrinação”, escrita há mais de quatro séculos,é um livro a não perder. É uma história verdadeiramentemagnetizante.

*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.

Fernão Mendes Pinto. O Marco Polo português

C

Receba em casa o PORTUGAL POST apenas por 20,45 € /ano

Page 16: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201016Catarina Tavares

Advogada em PortugalRua Castilho, n.º 44, 7º

1250-071 [email protected]

Telf.: + 351 21 370 00 00

• Contabilidade• Consultadoria fiscal,empresarial e financeira

JTM ConsultingGmbH

Sede:Fuchstanzstr 5860489 Frankfurt /MainTM: 0172- 6904623Tel.069- 7895832Fax: 069-78801943

[email protected] Schulerdobel 2479117 Freiburg i.BrTel.: 0761 / 64 03 72Fax:0 761 /64 03 77

E-Mail:[email protected]

TRADUÇÕESPORTUGUÊS ALEMÃO

ALEMÃO PORTUGUÊS

Tradutor ajuramentado junto dosConsulados-Gerais de Portugal

em Frankfurt/M. e Stuttgart

Claus Stefan Becker AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

Hansaring 11550670 Köln

Tel.: 0221 – 356 73 82

O consultório jurídico tem a colaboraçãopermanente dos advogados

Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Azevedo dos Santos, Bona, Miguel Krag, Hamburgo

Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

Rechtsanwalt/Advogado

Victor Leitão Nunes

Consultas em português40210 DusseldorfImmermannstr. 27

[email protected].: 0211 / 38 83 68 6Fax: 0211 / 38 83 68 7

Vereinigte Lohnsteuerhilfverein e.V.

Declarações de impostos (Einkommensteuer Erklrärung)

Paulo S. CoelhoFrankfurt am Main

Hanauer Landstr. 21360314 Frankfurt

Tel.: 069 976 946 81

Paulo S. Coelho, LL.M.Rechtsanwalt / Advogado

Hohnenstr.25 • 70469 StuttgartTel.: 0711-933 765 18 Fax: 0711-933 765 19

[email protected]

Escritório Frankfurt am MainHanauer Landstr. 213

60314 Frankfurt069 976 946 99 telefone069 976 946 98 fax

Direito de Trabalhoconsultoria fiscal contabilistica e jurídica para empresas

CONSULTÓRIO

aquisição de um andarpara habitação própria ouinvestimento, é uma situa-ção muito comum e que

leva os cidadãos a confrontarem-se com a figura da PropriedadeHorizontal e da gestão desta “emCondomínio”. A Propriedade Ho-rizontal apresenta-se como umaforma de divisão da propriedadeque implica, devido à partilha dasáreas comuns da “propriedade porandares” uma série de obrigaçõespara os vários proprietários dasfracções. Na área comum do pré-dio incluem-se o solo, as estrutu-ras (vigas, placa, telhado, etc.), asportas e passagens comuns, as ins-talações técnicas (rede de água,gás). Já os lugares de garagem, oselevadores, a habitação do por-teiro ou as áreas ajardinadas em-bora se presumam áreas comuns,

a vontade do proprietário originalou dos condóminos em Assem-bleia pode alterar-lhe o destinocomum, criando, no título da pro-priedade horizontal, privilégiospara alguns condóminos (ex.: umcondómino ficar com acesso ex-clusivo a um sótão ou a um lugarde garagem vendo em contrapar-tida aumentada a sua participaçãonas despesas do Condomínio).

Os prédios constituídos emPropriedade Horizontal são geri-dos em “Condomínio”. O Condo-mínio elege um Administradorque pode ser um dos proprietáriosdas fracções do prédio ou um ter-ceiro (por vezes uma empresaespecializada contratada para oefeito).

A Administração do Condo-mínio é eleita pelo período de umano, tendo, no final desse períodoque apresentar os resultados dessagestão. De acordo com a lei a pres-tação de contas ocorre sempre na1ª quinzena de Janeiro. É obriga-

ção da Administração garantir obom estado de conservação doprédio, pagar aos fornecedores(Ex: limpeza, água, luz, etc.), re-presentar o Condomínio/Prédioperante terceiros, cobrar as quoti-zações, etc. A Administração doCondomínio está impossibilitadade praticar actos de administraçãoextraordinária (Ex: adjudicarobras que introduzam inovações)sem a prévia convocação de umaAssembleia para o efeito. Em casode reparação urgente (ex.: dano notelhado causado por temporal)esta obra pode ser realizada peloAdministrador ou por qualquerproprietário das fracções sem aprévia convocação da Assembleia.

Existem 2 tipos de Assem-bleias de Condóminos: as ordiná-rias (para eleição anual daAdministração e aprovação decontas); e as extraordinárias (paradeliberar sobre algum assunto ex-traordinário do interesse do Con-domínio – ex: uma proposta para

afectar em exclusivo o sótão doprédio a um dos condóminos oupara realização de obra inovató-ria). As Assembleias extraordiná-rias podem ser convocadas porqualquer proprietário ou pelo Ad-ministrador. As assembleiasdevem ser convocadas com 10 diasde antecedência. Para a Assem-bleia poder funcionar têm de estarpresentes um número de proprie-tários equivalente a 50% do capi-tal do prédio. Se por falta donúmero mínimo de condóminos areunião não se realizar, em 2ªconvocatória pode a mesma terlugar desde que esteja represen-tado 25% do capital do prédio. Ageneralidade das decisões da As-sembleia é tomada por maioriasimples. Existem contudo situa-ções fora da gestão corrente emque se exige a aprovação por partede 2/3 do capital do prédio (ex.:para realização de uma obra ino-vatória como instalação de um ele-vador ou alteração do uso de

alguma fracção) ou da totalidadedos condóminos (ex.: para alteraro titulo da propriedade horizontalpara destinar uma área comum aousufruto de um condómino). Asdecisões das Assembleias deverãoser comunicadas aos proprietáriosausentes até 30 dias após a suarealização. Os proprietários aus-entes que discordem das decisõesda Assembleia de Condóminostêm um prazo de 90 dias, após re-ceberem a acta, para comunica-rem por escrito o seuassentimento ou discordância àsdeliberações tomadas. No caso deterem sido tomadas deliberaçõescontrárias à lei ou ao regulamento,podem os condóminos exigir aoAdministrador (no prazo de 10dias) a convocação de uma assem-bleia extraordinária que deve serrealizada no prazo de 20 dias acontar da solicitação. Pode, paraalém disso, propor-se acção deanulação dentro do prazo de 60dias sobre a data da deliberação.

A Propriedade Horizontal em Portugal – Alguns aspectos práticos

Catarina Tavares, Advogada, Lisboa

A

Page 17: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 17

3José Gomes Rodrigues

Assistente SocialCaritas Neuss

Publicidade

Agência EugénioSeguros & Finanças

Kieferstr, 16 - 44225 DortmundTel.0231 - 2264054 - Fax 0231 - 2264053

Telm: 0172 - 5361314E-mail: [email protected]

Poupança Reforma Particular: Para que nada lhe falte depois da sua vida

profissionalInforme-se. Teremos todo o gosto em o/a esclarecer.

SILVIA NEVES DE OLIVEIRAAdvogada

RechtsanwältinWilli-Bleicher-Str. 3 - 73033 Göppingen

Tel.: 07161 - 658 63 0 - Fax: 07161 - 658 63 18www.kanzlei-oliveira.de

[email protected]

PEDIMOS AOS NOSSOS LEITORESpara nos colocar as suas perguntas e su-gestões por escrito usando o correioou, melhor ainda, o correio electrónico.

Pedimos também para mencionarem o vosso nú-mero de telefone fixo para, sendo necessário, en-trarmos em contacto convosco. As questões esugestões dos leitores podem ser enviadas paraas seguintes direcções:[email protected].: 02131 269320 - fax 02131 269 336. [email protected]: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 8390351Obrigado.

i

Ex. mos senhores Não faz parte da minha ma-neira de ser escrever a quemquer que seja para pedir o quefor. Mas hoje, e conforme indi-cações de outros compatrio-tas, dirijo-mo ao PortugalPost com um pedido, quecreio, poderá também ser pas-sado a outros cidadãos portu-gueses em situações iguais ousemelhantes às minhas. Faço-o porque sei que posso confiarnas vossas informações. Nãosou assinante do vosso jornalmas adquiro-o de vez emquando na estação de com-boios da minha cidade. O meu ordenado actual é mí-nimo. Os gastos com a saúdetêm aumentado consideravel-mente. A minha esposa, háanos não trabalha e sofre deuma doença crónica, o que di-ficulta um pouco os nossosgastos. Mas estes são, infeliz-mente, gastos necessários. Háquem diga que apresentandoum requerimento junto danossa caixa de doença podere-mos ficar isentos de paga-mento de medicamentos ououtros gastos com a conserva-ção da nossa saúde. Poderãodar-nos indicações mais con-cretas de como poderei fazerpara usufruir desta possibili-dade, minimizando, destemodo, os nossos gastos? Leitor devidamente identifi-cado

Desejamos antes de mais asmelhoras da sua esposa e quea vida, apesar dos contratem-pos, possa oferecer-lhe a qua-lidade que todo o ser humano

merece. O crescimento hu-mano nas diversas dimensõesé uma constante que só nosabandonará com a morte. Que-rer negar este principio é negara essência do mesmo ser. Nin-guém nasce com a verdade,mas esta vai deslumbrando-secom o passar dos anos, no con-tacto com os nossos semelhan-tes e com as diversasexperiências. Obrigado pelaconfiança que deposita nasnossas informações, contudo,estas necessitam, muitas vezes,de serem revistas por quem dedireito. Vá adquirindo o PP,seja onde for. Pode fazer-se as-sinante e, se tiver acesso à In-ternet, pode também aderir àsua assinatura on-line. As indi-cações foram dadas numa dasúltimas edições do jornal.

Claro que poderá, conforme assuas fontes financeiras, aderiràs ajudas facilitadas pelas di-versas caixas de saúde que setraduzem numa participaçãolimitada ou isenta, na aquisi-ção de medicamentos e servi-ços similares. Não só o amigo,mas uma grande parte doscompatriotas assegurados, es-tará em condições de usufruirdas regalias que a lei de saúdeprevê.

O meu amigo deverá dirigir-seà sua caixa de doenças e reque-rer a isenção total ou parcial dopagamento suplementar dos

medicamentos e das medidasde conservação da saúde ou deprevenção de doença. Coloca-mos, com prazer, à sua dispo-sição informações que servirãode base para fazer ideia geral econcreta sobre estas orienta-ções. Transcrevemos as pres-crições normais decomparticipação, formulandodepois as condições para a suaisenção.

1. A comparticipação fi-nanceira com a saúde – si-tuação normal

Para simplificar este capítulo,pois a especificação de com-participação para cada tipo deprestação de serviços e aquisi-ção de medicamentos é tão di-versificada, podemos afirmarque, na generalidade, o partedo paciente a pagar são pelosmedicamentos elevam-se a10% do custo total ou de 5 € a10 € por cada receita médicaou serviço prestado. Por inter-namento hospital é exigido acomparticipação de 10€ pordia de internamento, até aomáximo anual de 28 dias. Sefor enviado para uma reabilita-ção, terá de comparticipartambém com 10 € diariamentee por todo o tempo de conva-lescença. Estes pagamentos são exigidosa cada paciente que tenhacompletado os 18 anos deidade já as crianças estão isen-

tas de qualquer comparticipa-ção.

Por cada consulta exige-se umcomplemento de 10 € ao mé-dico consultado e por cada tri-mestre. Do pagamento destaquantia não estão isentes tam-bém dentistas ou psicotera-peutas. Existe isenção quandose consulta um outro médicoespecialista desde que munidoduma credencial do seu mé-dico de família, ou do médicoque naquele espaço de tempo oestá a tratar, mas sempre den-tro desse trimestre em causa.

2. Isenção da compartici-pação nos cuidados desaúde

Há casos em que os pacientes

estão isentos de diversos paga-mentos suplementares na suatotalidade. Deste modo vamosao encontro do nosso leitor. Apresente alteração entrou emvigor em Janeiro de 2004.Ficam isentos parcialmentedos pagamentos acima men-cionados, todos os que usu-fruem da ajuda social, da ajudasocial ao desemprego ou querecebem da caixa social umcomplemento à reforma ou seas entradas económicas nãoultrapassarem uma determi-nada quantia. As fontes de re-ceitas domésticas a ter emconta, incluem, além do orde-nado, rendimentos imobiliá-rios, reformas ou récitasoriundas de juros de capital. Aisenção não é automática, ésempre necessário, para quehaja direito, um requerimentoescrito. Continua na próxima edi-ção.Esteja atento!

Os seus gastos com a saúde e formas de poupar

> Qual a comparticipação financeiras com a saúde> Isenção de comparticipação na aquisição de medicamentos

Page 18: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201018

Todo o tipo deinstrumentos paragrupos musicais,

ranchos folclóricos,músicos profissionais

e amadores, etc.Fale Connosco.

Gerente: Anibal Gonçalves

Eschersheimer Landstrasse 27860320 Frankfurt

Tel: (069) 56 56 56 • Fax: (069) 5603671www.musikhausamdornbusch.de

Astrologia, Karma e FelicidadePreço, 20,99 €Autor: Cristina CandeiasFormato: 14x21cmPáginas: 112A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómenonacional, com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina aatravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quemfomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos demudança a vida se nos revelará.

Cupão de encomenda na página 19

Grupo de FadosGerações

Actuações em qual-quer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

AgendaTome Nota

Citações do mêsComo é que um tipo que é medíocre há-de saber que é medíocre, se ele é medíocre?Vergílio Ferreira

O interesse que tenho em acreditar numa coisa não é prova da existência dessa coisaVoltaire

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

2.10.2010 – OFFENBACH –grande Noite de baile. Local: CasaPortuguesa, Waldstr. 40. Início:21h30. +Info: 0176 – 288 25 771

8.10.2010 – TRIER – Noite deFado com o grupo Antologia doFado. Local: Antiga fábrica de cha-péus. Início: 21h00. + Info: 06519914733-

8.10.2010 – DÜSSELDORF /HILDEN -Francisco Lopes, can-didato à Presidência da RepúblicaRepública, estará na região deDusseldorf na sexta-feira, dia 8 deOutubro, onde manterá um en-contro com representantes da Co-munidade Portuguesa às 17.00horas na Associação Sanjorgense,seguindo-se um jantar pelas 19.30 horas no Centro Portuguêsde Hilden. +Info. 0211 46 79 17

8.10.2010 – DÜSSELDORF –Presença de Francisco Lopes, can-didato às eleições presidenciais,

9.10.2010 – GOSECK – Actuaçãodo grupo TRIO FADO.Local:Schlosskirche, Burgstr. 53,06667 Goseck . Início: 19h30

9.10.2010 – DORTMUND -SINA NOSSA live beim CreoleMusik Wettbewerb: Local: DO-MICIL , Hansastr. 7-11 , 44137Dortmund

10.10.2010 – FRANKFURT /M– José Saramago será homena-geado com leituras de textos doautor falecido. + Info: 069-282647

10.10.2010 – HAMBURGO –Concerto de Rodrigo Leão. Local:Fabrik, Barnerstr. 36. Início:21h00

15.10.2010 – KEIFBEUREN –Actuação do grupo TRIO FADO.Local:Perbacco, Am Bleichanger44, 87600 Kaufbeuren. Início:20h00

16.10. 2010 – GELSENKIR-CHEN – Tradicional Noite deFados. Local:Centro PortuguêsUnidos a Gelsenkirchen, Regens-burger Str. 5 Gelsenkirchen . Tel.: 0209 /146163. Início: 20h00

16.10.2010 – HELMBRECHTS– Actuação do grupo TRIO FADO.Local:Textilmuseum, Münchber-ger Str. 17, 95233 Helmbrechts.Início: 19h30

22/23. 2010 -BERLIM – Noitede Fados com o grupo Antologiade Fados. Local: Casa Portuguesae Restaurante Telha. Início:21h00+ Info: 030- 785616485

22.10.2010 – POTSDAM – Ac-tuação do grupo TRIO FADO.Local: Waschhaus, Schiffbauer-gasse 6, 14467 Potsdam. Início:21h00

23.10.2010 – DÜSSELDORF-Jantar comemorativo dos 100anos da República, aberto a toda acomunidade. Local: AssociaçãoPortuguesa Sanjorgense e.V., Emprincipio irão estar presentes e in-tervir todos os partidos políticosportugueses com representaçãona Alemanha.O Hino Nacional será tocado pelaBanda Filarmónica que irá seracompanhada pelo Grupo de Can-tares da associacão-. AssociacaoPortuguesa Sanjorgense, AmHeerdter Hof 18b,?40549 Düssel-dorf,,tel.: 0211/5047230

22.10.2010 – HEIDELBERG –Concerto de Telmo Pires (MariaBaptist ao piano). Local:Kultur-fenster , Kirchstr. 16, 691150 Hei-delberg. Início: 20h00

23.10.2010 – DUSSELDORF –Disco Portugal Sensation. Local.Berliner Allee 46, 40212 Düssel-dorf. Início: 23h00. +Info:www.portugal-sensations.de

27.10.2010 – HAMBURGO –Actuação do grupo Oquestrada.Local: Fabrik, Barnerstr. 36. Iní-cio: 21h00

28.10.2010 – BREMEN – Actua-ção do grupo Oquestrada. Local:Kulturzentrum Schlachthof, Fin-dorffstr. 51, 28215 Bremen . Iní-cio: 20h30

28.10.2010 – MANNHEIM –Actuação do grupo Oquestrada.Local: Alte Feuerwache, Brüc-kenstr. 2, 68167 Mannheim . Iní-cio: 21h00

28.10.2010 – TÜBINGEN – Ac-tuação do grupo Oquestrada.Local: Sudhaus, Hechinger Str.203, 72072 Tübingen . Início:20h30

28.10.2010 – BREMEN – Actua-ção do grupo OQUESTRADA.Local:Schlachthof-Bremen.

30.10.2010 – COLÓNIA – Festado 38º aniversário do Rancho Fol-clórico S. Pedro de Colónia. Local:Europaschule em Köln/Zollstock

30.10.2010 – CUXHAVEN –

Noite de Fados com o grupo Anto-logia do Fado. +Info: 04721-698448

31.10.2010 – SAARBURG – Ac-tuação do grupo Oquestrada.Local: Sudhaus, Stadthalle, Hec-kingstr. 12a , 54439 Saarburg. Iní-cio: 19h30

Rodrigo Leão na Alemanha02.10.2010 Lörrach – Local do Concerto: Burghof05.10.2010 München - Local do Concerto Ampere 06.10.2010 Bonn - Local do Concerto Harmonie09.10. 2010 Berlin - Local do Concerto Passionskirche10.10. 2010 Hamburg - Local do Concerto FabrikOrganização: Prime Tours

Outubro 2010

Page 19: Portugal Post Outubro 2010

ComunidadePORTUGAL POST SHOP - LivrosLer português

Name /Nome

Straße Nr / Rua

PLZ /Cód. Postal Ort / Cidade

Telefone

Ort. Datum. Unterschrift / Data e assinatura

NOTA DE ENCOMENDASim, desejo encomendar os seguintes livros

Título Preço

Soma

Preencha de forma legível, recorte e envie para:PORTUGAL POST SHOPBurgholzstr. 43 - 44145 Dortmund

Queiram enviar a minha encomenda à cobrançaQueiram debitar na minha conta o valor da encomenda

Junte a este cupão um cheque à ordem dePORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a mo-rada do jornal ou, se preferir, podepagar pordébito na sua conta bancária.Se o desejar, pode ainda receber a sua enco-menda à cobrança contra uma taxa quevaria entre os 4 e os 7 € que é acrescida àsua factura.Não se aceitam devoluções.

NOTANos preços já estão incluídos

os custos de portes correio e IVA

PORTUGAL POST SHOPTel.: 0231 - 83 90 289

Ich ermächtige die fälligen Beträge von dem u.g. Konto abzubuchen.

Bankverbindung

Kontonummer:

Bankleitzahl:

Datum: Unterschrift

FAX ( 0231 ) [email protected]

Formas de pagamentoCupão de Encomenda

+José Saramago O Evangelho segundo Jesus Cristo- Preço: € 31,50 (Livro de Bolso)

"O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhosdos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso dassuas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou por-que o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo eúnico motivo." Todos conhecem a história do filho deJosé e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta be-leza e tanta pungência que é como se estivesse sendocontada pela primeira vez. Nas palavras de José PauloPaes: "Interessado menos na onipotência do divinoque na frágil mas tenaz resistência do humano, a artemagistral de Saramago excele no dar corpo às preli-minares e à culminância do drama da Paixão"

José SaramagoMemorial do Convento- Preço: € 28,90

«Um romance histórico inovador. Personagem principal,o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descriçãoengessada, privilegiando a caracterização de umaépoca. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez pro-messas de levantar um convento em Mafra... Era umavez a gente que construiu esse convento... Era uma vezum soldado maneta e uma mulher que tinha poderes...Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido".Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João,quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quartode sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais

de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda nãoemprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, aoencontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correumundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi).Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis eo outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dostristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Ensaio sobre a Cegueira- Preço: € 28,90

«Um homem fica cego, inexplicavelmente,quando se encontra no seu carro no meiodo trânsito. A cegueira alastra como "umrastilho de pólvora". Uma cegueira co-lectiva. Romance contundente. Saramagoa ver mais longe. Personagens sem nome.Um mundo com as contradições da espéciehumana. Não se situa em nenhum tempoespecífico. É um tempo que pode serontem, hoje ou amanhã. As ideias a viremao de cima, sempre na escrita de Saramago.

A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma si-tuação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocu-pação cívica.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Levantado do Chão - Preço: € 31,50

«A transformação social. A contestação.Personagens em diálogos. As cruentasdesigualdades sociais. Surgem as per-guntas proibidas. Vai-se adquirindoconsciência e espaço, para que tudo selevante do chão. Um livro composto por34 capítulos. No 17.º está a tortura e amorte de Germano Santos Vidigal. Ger-mano, o nome que significa irmão, ohomem da lança. Apesar de vencido, osacrifício da sua vida indica o caminho."Já o encontraram. Levam-no dois gu-ardas, para onde quer que nos voltemos

não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do sectorseis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudoa subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, láem cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreirosuor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto..»(Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago CaímPreço: € 25.90

Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão do NovoTestamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num itinerário he-terodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e camposde batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, impri-mindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra.Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: a ca-pacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. Um re-lato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e de certaforma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.

José Saramago Viagem a Portugal- Preço: € 28,40

«De Nordeste a Noroeste, caminhos que vão dar às "Meninas de CastroLaboreiro", à "História do soldado José Jorge" ou ao Monte Evereste deLanhoso. Depois, as "Terras baixas, vizinhas do mar". Encontramos nelas"Um Castelo para Hamlet", e descobre-se que nem todas as ruínas sãoromanas. Viaja-se ainda pelas "brandas beiras de pedra", com as "novastentações do demónio" e "o fantasma de José Júnior". Um convite, en-tretanto, a parar em todo o lado, entre Mondego e Sado, para observar"artes da água e do fogo" ou as chaminés e laranjais. E um passeio pela"grande e ardente terra de Alentejo". Aí, "a noite em que o mundo co-meçou"; aí, "uma flor da rosa"; aí, onde "é proíbido destruir os ninhos".E mais o sol, o pão seco e o pão mole do Algarve, com "o português talqual se fala". "Pelos caminhos de Portugal / Eu vi tantas coisas lindas vio mundo sem igual", canta o cancioneiro popular, e assim faz Saramago,

com a diferença essencial que a qualidade da sua escrita está bastantes furos acima. Uma viagem, se nãopelo Portugal profundo, pelo menos por uma forma profunda de ver Portugal.» (Diário de Notícias, 9 deOutubro de 1998)

José Saramago As intermitências da mortePreço: € 12,00No dia seguinte ninguém morreu». Assim começa estenovo romance de José Saramago. Colocada a hipótese,o autor desenvolve-a em todas as suas consequências,e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampladivagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido,ou a falta dele, da nossa existência.

José Saramago (Portugal)A jangada de pedra- Preço: € 31.50Uma parábola sobre o isolamento dos povos ibéricosna Europa. Racham os Pirineus, a Península Ibérica sedesgarra da Europa. Transformada em ilha - Jangadade Pedra -, navega à deriva pelo Oceano Atlântico. Aesse espetacular acidente geológico somam-se outrosinsólitos que unem os quatro personagens principaisdo romance numa viagem apocalíptica e utópica peloscaminhos da linguagem e, através desta, da arte e da

cultura peninsulares.

Nos preços dos títulos em português jáestão incluídos os portes de Correio

Obras de José Saramago

Títulos em Alemão(Aos preços dos títulos em Alemão são acrescidos os portes de correios) Das Evangelium nach Jesus Christus, 12,50 Das Memorial, €12,50 Das steinerne Floß, € 12,50 Die portugiesische Reise, € 12,50 Die Stadt der Blinden, € 12,50 Eine Zeit ohne Tod, € 12,50 Hoffnung im Alentejo, € 12,50

Page 20: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201020

Memória futura

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazemviver as suas recordações das férias, na associação, no tra-balho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. Oenvio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (coma garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

Em 1998 alunos e pais saíram àrua em Osnabrück para prote-star contra a situação que na-quela época se vivia no que dizrespeito ao ensino do Portuguêsnaquela regiãoNaquela altura, os portuguesesdaquela área sentiram-se discri-minados no que concerne aotratamento dado às suas preten-sões que se traduziam na exi-gência de mais e melhor ensino.Foto: PP

1998

VIDAS

Olá Portugal Post, Há muito que vos ando paraescrever, mas tenho tido algumreceio que as palavras não mesaiam bem e não consiga dizeraquilo que sinto e vivi. O meuportuguês talvez não seja tãocompreensível e por isso vospeço ajuda na sua correcção.

Tenho 45 anos, sou mulhere resido já há 38 anos aqui.Vim com sete anos para a Ale-manha onde me sinto bem.Costumo dizer que já sou maisalemã do que portuguesa.Andei também aqui na univer-sidade onde concluí um cursosuperior que me valeu ter umaprofissão estável e ganharbem.

Como devem imaginar,estou muito integrada nestepaís. Nem sequer possuo na-cionalidade portuguesa. Aminha ligação com Portugalsão as visitas que faço aosmeus parentes e, aqui na Ale-manha, não conheço portugue-ses. Compro às vezes estejornal para ter um pouco ocontacto com a língua.

Enfim, passemos adiante. Sempre fui um pouco inde-

pendente. Digo até que gostomais de viver sem compromis-sos; sem ter que estar depen-dente material esentimentalmente de alguém.Fui uma vez casada e as coisasderam para o torto, talvez de-vido à minha personalidadeum tanto ou quanto indepen-dente. Não tenho e nunca quisfilhos e hoje vivo muito para

mim e para o meu trabalho. Depois do casamento,

nunca pensei querer alguém,ou casar outra vez. Vi que aminha personalidade não davapara estar agarrado a umhomem e ter que compartilharo dia-a-dia, as coisas grandes,as noites e as coisas pequeni-nas. Por isso me divorciei.

Enquanto divorciada, tinhaàs vezes namorados que nãoduravam muito. Entreguei-mede alma e coração ao trabalhoe a minha actividade fazia comque eu viajasse muito para ou-tros países em missão da em-presa.

Quando estava em casa go-zava a minha liberdade e aminha independência no con-forto. Muitas vezes recebia (re-cebo) visitas de colegas que setornaram amigos e cozinhavaque é uma coisa que gosto defazer. Como comprei vários li-vros de culinária portuguesa,também às vezes servia àsminhas visitas pratos portu-gueses.

Das coisas portuguesas, oque eu mais aprecio é de umcálice de vinho do Porto nacompanhia de alguém ou so-zinha em casa perto da lareira.Costumo até, nas viagens deserviço que faço, levar comoprendas para os meus interlo-cutores garrafas de bom vinhodo Porto que a minha empresaencomenda.

Posto a minha actividadeprofissional à parte, porque

não é disso que aqui querofalar, gostaria de contar umcaso de uma imensa paixãoque eu vivi cujos efeitos colate-rais me puseram num estadopouco recomendável.

Tinha uma amiga que devez em quando solicitava ospréstimos de um cavalheiro decompanhia e que me disse queera uma coisa adorável, isto é,aos fins-de-semana quando lheapetecia telefonava a esserapaz e assim tinha quase umfim-de-semana com uma com-panhia sem ter que estar agar-rada a alguém.

Foi assim que cheguei tam-bém a imitar a minha amiga.Era uma coisa eficiente emuito sigilosa. Para alémdisso, os cavalheiros eram ra-pazes novos, muito bem apre-sentáveis, bem parecidos emuito limpos. Tratavam-semuito bem e vinham-me bus-car em carros quase de luxo.Os encontros eram sempremarcados em hotéis. Eu dis-punha quando queria equando não queria era simplesdizer que queria ficar só. Écerto que pagava, mas nãotinha aborrecimentos dehomem a quem se tem de dizerou ouvir e calar.

Foi assim que me apaixoneipor um desses rapazes. Ele nãodeveria ter mais de 30 anos. Asua atitude e os seus gestos e asua maneira de estar eram deum verdadeiro cavalheiro, umaristocrata quase. Para alémdisso, tinha uma cultura muito

boa e uns olhos que enfeitiça-vam qualquer mulher, sendo oque sucedeu comigo – fiqueisem querer apaixonada deuma forma quase doida porele.

Comecei a telefonar quasetodos os dias para o seu tele-fone sem lhe confessar a pai-xão perguntava-lhe se tinhatempo e mesmo que não ti-vesse já o facto de ouvir a suavoz contentava-me. Até quechegou o tempo que me era in-suportável a sua ausência. Le-vantava-me e deitava-me apensar nele. Para o ver tinha-me que me sujeitar à suaagenda porque não tinhatempo só para mim. Se o qui-sesse em exclusividade teria depagar muito caro...

Um dia, quando lhe pedipara nos encontrarmos, nohotel, não pude mais e agarrei-me a ele quase a chorar e as pa-lavras saiam-me do coraçãoem catadupa numa declaraçãode amor que eu nunca imagi-nei que pudesse fazer a al-guém.

Depois daquela cena, eleafastou-se de mim e eu meiaparva quase aos pés dele queme perguntava se eu não es-tava a funcionar bem. Eudisse-lhe que era o que sentia ejá há muito tempo, logo no se-gundo encontro que tivéramose que não podia viver maiscom aquele aperto no peito;aquelas noites sem dormir apensar nele e com o pensa-mento nele durante os dias, as

horas e os minutos. Naquele dia da minha de-

claração ele saiu do quarto di-zendo-me para lhe fazer ofavor de não mais o contactarpor, profissional que era, nãopodia estar sujeito àqueles ar-rufos das mulheres. E saiu.

A partir desse dia a minhavida tornou-se num cabo detrabalhos. Andava como quemeio doida. O seu olhar, osseus gestos, o seu modo defalar, o seu perfume, o seumodo de andar, a sua imagemnão me saíam da cabeça eandei assim durante muitosdias. Ainda lhe telefonei trêsou quatro vezes, mas ele,muito delicado, recusou os en-contros.

Um dia, desesperada, con-tei o caso à minha melhoramiga na tentativa de ouvir pa-lavras reconfortáveis e que mepudessem ajudar a ultrapassaraquela situação.

Essa minha amiga propôs-me que fossemos as duas fazerférias durante algumas sema-nas. Pensamos então fazer umcruzeiro que demorava 5 se-manas e esta foi a melhor coisaque me poderia acontecer. Nobarco, esqueci o homem e vol-tei a ser o que era: livre parapôr e dispor quando me apete-cesse.

Leitora identificada

Revisão e tratamento dotexto: PORTUGAL POST

Efeitos colaterais de amores comprados

RestauranteTAPAS BAR

Não Falte!!!Dia 30 de Outubro: Festa das vindimas. Música ao vivo com ogrupo ARCO DURO para alegrar e bastan-tes surpresas preparadas para si.

Festa de São Martinho13 de NovembroMúsica ao vivo com duo de acordeão.

CASTANHAS GRÁTIS!!!!!!

Jägerstr. 2 - 44145 DortmundTel.: 0231 – 799 80 69

www.restaurante-coimbra2008.de

Antigo Coimbra

Page 21: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 21

Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou atémesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casosde que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, comocá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamospara aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de tra-balho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada: PORTUGALPOSTBurgholzstr.43 • 44145 Dortmund • Fax: (0231) 83 90 351 • E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida

Passar o Tempo

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICOE-mail: [email protected]: 00 351 21 318 25 91

Por Maria Helena Martins

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 BerlinTelefone 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - HamburgoTel: 040/3553484

Vice-Consulado de Portugal emOsnabruck

Schloßwall 2 49080 OsnabruckTel:0541/40 80 80

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-11;12;13

Vice-Consuladode Portugal em Frankfurt

Zeppelinalle 15 60325- Frankfurt

Tel: 069/979880-44;45

Consulado-Geralde Portugal em Stuttgart

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA)

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Tel.: 02191-26247 (Presidente)

Endereços Úteis

Quer passar férias no

Algarve?Aluga-se apartamento

para 4 pessoas junto

à praia de Quarteira.

Telefone: 0231 – 83 90 206

TELM.: 00351-914775523

Receba em casa o PORTUGAL POST

apenas por

20,45 € /ano

CARNEIROAmor: Sentir-se-á muito nostál-gico durante este mês. Seja maisoptimista! Pratique o pensa-mento positivo e as acções cons-trutivas agora!Saúde: lembre-se que o desâ-nimo se reflecte negativamentena saúde. Tenha pensamentospositivos e verá que se sentirámelhor.Dinheiro: Evite precipitar-se,dê um passo de cada vez.

TOUROAmor: . Desenvolva a sua cla-reza mental, emocional e espiri-tual.Saúde: Mês estável e cheio deenergia positiva.Dinheiro: É um bom momentopara negócios, propício à vendade imóveis.

GÉMEOSAmor: Deixe o seu orgulho delado e opte por conversar calma-mente com a sua cara-metade.Abra o seu coração e seja fiel aoque ele lhe transmite.Saúde: Possíveis problemas res-piratórios. Dinheiro: Avance com a aber-tura de um negócio próprio, masinforme-se bem antes de o fazer.

CARANGUEJOAmor: Evite pensamentos nega-tivos. Adopte uma postura maisdescontraída perante a vida. Des-cubra a força imensa que trazdentro de si!Saúde: Tendência para apanharuma pequena constipação. Dinheiro: Acontecimentos ines-perados farão com que seja pro-movido mais cedo do que julga.

LEÃOAmor: Poderá viver uma aven-tura de grande importância parasi. Mostre toda a sua força, deter-minação e criatividade, e ponhaem prática os seus projectos compaixão.Saúde: Dê mais atenção às doresde cabeça.Dinheiro: Não seja tão materia-lista, pois só tem a perder comisso.

VIRGEMAmor: Tenha uma atitude deconfiança para com a pessoaamada. Abra o seu coração, e issotrará um novo sentido ao seu re-lacionamento.Saúde: Possíveis dores de ouvi-dos. Dinheiro: Cuidado com as fi-nanças. Vigie melhor as suas des-pesas.

BALANÇAAmor: Aposte no diálogo e nacompreensão. Que a luz da suaalma ilumine todos os que vocêama!Saúde: Estão previstos algunsproblemas digestivos. Dinheiro: Excelente oportuni-dade para equilibrar as suas con-tas.

ESCORPIÃOAmor: O companheirismo é abase de qualquer relação. Falesobre o que é necessário e sejacarinhoso.Saúde: Combata a tendênciapara se isolar e reflectir dema-siado.Dinheiro: Algo inesperado po-derá acontecer e colocar emcausa a sua competência. Mostre

o que vale com determinação ecoragem!SAGITÁRIOAmor: Procure ser mais com-preensivo com quem o rodeia.Procure dizer coisas boas, a pala-vra tem muita força!Saúde: Ao longo deste mês po-derá ser incomodado por algunsproblemas de coluna.Dinheiro: Acredite nas suas ca-pacidades profissionais.

CAPRICÓRNIOAmor: Uma data muito impor-tante aproxima-se, não se es-queça dela. Exercitar a arte de serfeliz é muito divertido!Saúde: Proteja-se, não ingiranada que seja nocivo para o seuorganismo. Dinheiro: Uma viagem de tra-balho irá obrigá-lo a ausentar-sedurante mais tempo do que oprevisto.

AQUÁRIOAmor: Deixe o orgulho de lado epeça desculpa sempre que errar.Se quer ser verdadeiramente vi-torioso, vença-se a si próprio!Saúde: Proteja-se do frio, oupode ser surpreendido por umaconstipação.Dinheiro: Cuidado com os gas-tos supérfluos.

PEIXESAmor: Surgirá um novo inte-resse romântico na sua vida. Pro-cure intensamente sentimentossólidos e duradouros, espalhandoem seu redor alegria e bem-estar!Saúde: Regular. Sem nada degrave a assinalar. Dinheiro: Prosperidade para avida financeira.

Previsões para Outubro de 2010

Doente: — Mas... senhor doutor, e se a ope-ração falhar? Cirurgião: — Esteja descansado, homem. Se aoperação falhar, você nunca o sa-berá.

Entre garotos: - E tu, onde é que nesceste? - Eu nasci numa casa de saúde. - O quê? Estavas doente?

Um titular rico, mas muito unhas de fome, a quem um amigo lan-çava em rosto a sua mesquinhez, por ouvir dizer que em sua casatodos passavam fome, respondeu: — É mentira. Em minha casa todos andam fartos. Minha mulherestá farta de mim; eu estou farto dela; os criados estão fartos de nós,e nós estamos fartos deles. Pode haver maior fartura?

Entre divorciados. Ela — O bem não se conhece senão depois de se ter perdido. Ele — É assim mesmo. Só depois de te ter perdido é que eu aprendia conhecer o bem. O bem de te ter perdido...

Venda ao Domicilio e fornecimento de toda a pastelaria portuguesa para restaurantes, pastelarias, cafés, eventos, público, etc.

Pastelaria PortugáliaTel.: 02331 – 484804

Mobil 0171 – 645 80 93Karlstr.32 - 58136 Hagen

Inh. Adélio Oliveira

Pense nas coisas boas e doces da vida. Pense em nós!

Page 22: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 201022

Transportes Martins Sempre ao vossodispor para transporte

de mercadorias emudançasAlemanha - Portugal - AlemanhaContacto: Sr. Martins:Tel. e Fax: 06078-71444 • Mobil 0173 8694195

FÉRIAS-URLAUB-FÉRIAS-URLAUBAlgarve-Albufeira-Praia da Galé

Aluga-se apartamento 60 m2 para férias.Contacto: Cristina Modesto

Tel.: 0821-247 33 83TM 0176 - 21999802

www.galewohnung-aktiv.de

Agência funeráriaW. Fernandes

Serviço 24hTel. 0231 / 2253926 Fax: 0231 / 2253927

Funerais para Portugal e outros países,tratamos de toda a documentação.

Cave PortuguesaMercearia Fina Feinkost

Azeites

Bacalhau

Enchidos

Vinhos

Vinagres

Flor de Sal

Cafés

Chás

Queijos

Gambas

Sardinha

Mariscos

Moluscos

Mel português

Etc

Um supermercado de Saudades

Erkrather Strasse 206

40233 Düsseldorf

Fon: 0211 - 984 77 37

Fax: 0211 - 984 77 38

www.cave-portuguesa.de

[email protected]

Catarina Tavares

Advogada em PortugalRua Castilho, n.º 44, 7º

1250-071 Lisboa

[email protected].: + 351 21 370 00 00

Ainda não recebe o PORTUGAL POST em sua casa?Ligue-nos e informe-se: 0231-83 90 289

Custo anual € 20,45

Werbung kostetGeld, keine

werbung kostet Kunden!

SENHORA 61 anos, atractiva, meiga, activa, educada, saudá-vel não quer viver na solidão. Deseja conhecer se-nhor entre os 55 e os 65 anos de idade nasmesmas condições.Assunto muito sério.Contacto: 0163 – 29 66 194

Adesões Tv Cabo ZON e Meo Mais informações: 0171 2123985 + 02931 4358 Fax: 02931-4359Emai: [email protected]

www. EMS-SAT. com

Venda e instalação de TV Cabo ZON e MEO - antenas colectivas e individuais e contratos oficiaisVenda de receptores digitais

AssistênciaTécnica

ao domicilio

Agente TV Cabo e MEO

CAVALHEIROSó, Livre, 69 anos, 1,65, apresentável, com carro e situa-ção financeira estável. Não fumador, a residir na Ale-manha, procura senhora simples sem encargos, dignade dedicação afectuosa, livre, inclusive da vida profissio-nal activa, até aos 69 anos, para construir harmoniosarelação séria.Resposta à morada deste jornal: Refª 0110

Senhora na casa dos 60 anos, sem en-cargos, vida estável, boa re-forma da Alemanha, nãofumadora, boa apresenta-ção, pretende conhecer Se-nhor entre os 65 e 70 anosde idade para vida a dois nabase do respeito e seriedade.Assunto sério.Telefone:00351 - 963985373

CLASSIFICADOS

Capa duraNº de Páginas: 176Dimensões: 22,5 x 24 Preço: 35,00 €Conhecido por “fiel amigo”, o bacalhautem uma tradição muito particular e ori-ginal na gastronomia portuguesa. Nestelivro, fique a conhecer as origens dapesca deste peixe, as suas principais ca-racterísticas, a melhor forma de o arr-anjar e outros aspectos importantes,

como a melhor forma de o escolher, conservar e amanhar. Deleite-secom as nossas receitas e experimente-as todas. Fique, ainda, a conheceras tradições deste peixe noutros países do Mundo.

O Grande Livro Receitas Bacalhau

Cupão de encomenda na pág. 19

SENHORA

Viúva de 63 anos a residirna Alemanha, sem encar-gos familiares mas com ocoração destroçado detanta solidão, procura a suaalma gémea.Ao ler este anúncio, sefores tu responde a este jor-nal.Assunto sérioRefª 0210

SENHORADivorciada, 61 anos de idade, re-sidente Herne, educada, activa,meiga, romântica, com boas qua-lidade não quer viver só.Desejo conhecer senhor nas mes-mas condições, com vida estávele bom carácter.Assunto muito sérioContacto: 02325 - 594542

Page 23: Portugal Post Outubro 2010

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010 23Prova de Vinhos

Vertrieb für Europäische MitbürgerInvest & Finanzcenter F. Pedace

Tel.: 0211 – 32 46 63 • Fax: 0211 – 32 47 12 • Mobil: 0171 – 330 36 37 [email protected]

Seit Februar 1982 in Düsseldorf (Bahnstr. 50, 40210

Düsseldorf) ansässig, als Vertriebspartner der

Deutscher Ring Bausparkasse AG sucht in dessen Auf-

trag Haupt und Nebenberufliche Mitarbeiter/innen in

ganz Deutschland mit guter Kenntnis

der Deutschen Sprache.

Seriöse Interessenten können sich bei uns melden

Empresa com sede em Dusseldorf, fundada em Fevereiro de

1982, na Bahnstr. 50, 40210 Düsseldorf, firma parceira da

seguradora Deutscher Ring Bausparkasse AG,

pretende seleccionar em nome desta companhia de seguros

empregados ou colaboradores /as a tempo inteiro ou part-time

em toda a Alemanha com bons conhecimentos do alemão.

Os interessados devem possuir sentido de responsabilidade

Seleccionamos Colaboradores/as

Publicidade

Qualidade dos vinhos portuguesesreconhecida na maior prova cegade vinhos no mundo. Portugal é oquinto país com mais medalhas eobtém título de melhor vinho tintoeuropeu.

Os vinhos portugueses recebe-ram o total de 123 medalhas nogrande Concurso Internacional deVinhos „Mundus Vini 2010“, na Ale-manha. Portugal alcança, destaforma, o quinto lugar do rankingficou a seguir à Alemanha com 471medalhas, a Itália com 350, a Espa-

nha com 229 e à França com 171.Para Francisco Borba, Presi-

dente da ViniPortugal, „O êxito devinhos portugueses neste concursodemonstra de forma inequívoca aqualidade e competitividade daoferta nacional nos mercados inter-nacionais que resulta do esforçoque o sector vitivinícola continua adesenvolver neste sentido, com oapoio na promoção, divulgação eformação que é dado pela ViniPor-tugal.“

Organizado pela décima vez

pela Meininger Verlag, principal edi-tora especializada no mercado ale-mão de vinhos e bebidas alcoólicas,o „ Mundus Vini 2010“ contou coma participaram a concurso de 5883vinhos de 42 países (em 2009 foram5.729 vinhos de 44 países). O júri,composto de 285 especialistas in-ternacionais, provou todos os vi-nhos conforme o regulamento da„Organisation Internationale de laVigne et du Vin (OIV), o que fazdeste evento a maior „prova cega“de vinhos no mundo.

A excelente qualidade dos vi-nhos portugueses foi reconhecidanas seguintes categorias: vinhos tin-tos: 2 Medalhas de Grande Ouro,43 Medalhas de Ouro, 46 Medalhasde Prata, vinhos brancos: 10 Meda-lhas de Ouro, 15 Medalhas de Prata,roses: 3 Medalhas de Ouro e vinhosfortificados: 4 Medalhas de Ouro.

„É muito importante este tipode reconhecimento internacionalpara os vinhos nacionais, nomeada-mente na Alemanha que sendo emcerta medida „o motor da Europa“

em 2009 importou vinhos portu-gueses no valor de total de 34 mi-lhões de Euros.“ Reforça FranciscoBorba.

O vinho Duas Quintas Reserva2007 (DOC Douro) da AdrianoRamos Pinto ganhou o prémio domelhor vinho tinto europeu noconcurso e foi também condeco-rado com uma Medalha de GrandeOuro. A outra Medalha de GrandeOuro atribuída a Portugal distinguiuo Quinta da Leda 2004 (DOCDouro) da Casa Ferreirinha.

Mais de uma centena de vinhos portugueses premiados na Alemanha

Page 24: Portugal Post Outubro 2010

Encomenda de exemplares e pedido de informaçõesTel.: 0231 - 83 90 289 ou por ° fax: 0231: 83 90 [email protected] - 44145 DortmundPreço: € 7,50 + portes (particulares)

€ 12,50 + portes (empresas)Se

gund

a ediç

ão re

vista

e ac

tuali

zada

Uma e

dição

da Po

rtuga

l Pos

t Ver

lag

Centenas de empresas luso-alemãs.Um meio de contactos disponível para todos -particulares e empresas

Indispensável!Um directório que fazia falta à Comunidade Luso-Alemã

Directório Empresarial Luso-AlemãoDas Portugiesische-Deutsche Branchenbuch

O Directório Empresarial Luso-Alemão, que passará a ser publicado anualmente, é sem dú-vida o meio para quem quiser ter acesso a contactos para negócios ou simplesmente paraficar a conhecer o potencial empresarial da comunidade.Enquanto meio de consulta muito utilizado é, certamente, uma das melhores ferramentaspara promoção das empresas e dos seus produtos ou serviços.O Directório pode ser encomendado à nossa editora ou adquirido no quiosque onde comprahabitualmente o seu jornal.

já à venda Nos quioques onde

habitualmente compra o

PORTUGAL POST