Portugal Global #59

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Entrevista Arnaldo Machado Açores: desenvolvimento competitivo e estratégico 6 Destaque Açores Aposta no futuro e na viragem económica 12 Mercados Oportunidades no Japão 26 Empresas Ramirez 22 Portugal global Pense global pense Portugal Outubro 2013 // www.portugalglobal.pt

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AICEP, Portugal Global, nº 59, Out 2013

Transcript of Portugal Global #59

EntrevistaArnaldo MachadoAçores: desenvolvimento competitivo e estratégico 6

DestaqueAçoresAposta no futuro e na viragem económica 12 MercadosOportunidades no Japão 26

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sumário

Outubro 2013 // www.portugalglobal.pt

Entrevista // 6Arnaldo Machado é Presidente do Conselho de Administra-ção da SDEA - Sociedade para o Desenvolvimento Empresa-rial dos Açores, um organismo recentemente criado com a missão de contribuir para um ambiente facilitador da inicia-tiva privada empresarial no arquipélago, potenciador do pro-gresso estrutural da economia regional, mediante dinâmicas assentes na promoção da inovação, do desenvolvimento tec-nológico, na formação e qualificação dos recursos humanos.

Destaque // 12Os Açores modernizam-se e investem na sua economia, com enfoque em sectores como: agricultura, artesanato, econo-mia do mar, energias renováveis e turismo. O Governo Re-gional dos Açores tem em curso um plano que prevê um investimento público de 652 milhões de euros, em 2013, di-rigido ao aumento da empregabilidade e da competitividade empresarial na região. Igualmente, foi lançada uma linha de crédito de apoio à exportação de 20 milhões de euros.

Empresas // 22RAMIREZ: investimento de 18 milhões irá duplicar produção e promover inovação. Entrevista a Manuel Guerreiro Ramirez, presidente da Ramirez.

Mercados // 26O Japão é um mercado com vastas potencialidades para a oferta portuguesa, nomeadamente em sectores como calçado, vestuário, têxteis-lar, cerâmicas utilitárias, pavimentos e revestimentos de cortiça e cerâmica, vinho, azeite, derivados de tomate, peixe congelado e conservas, produtos ‘gourmet’, energias alternativas limpas. Leia as análises do Embaixador de Portugal em Tóquio, José de Freitas Ferraz, e do director do Escritório da AICEP no Japão, José Joaquim Fernandes, bem como os testemunhos de duas empresas que apostaram no mercado nipónico: Katty Xiomara e Bi-silque.

Análise de risco por país – COSEC // 40Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 43Investimento directo e comércio externo.

AICEP Rede Externa // 46

Bookmarks // 48

EDITORIAL

// Outubro 2013 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

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Conselho de Administração

Pedro Reis (Presidente),

José Vital Morgado,

Manuel Mendes Brandão,

Pedro Pessoa e Costa (Vogais)

Directora

Ana de Carvalho

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Redacção

Cristina Cardoso

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Vitor Quelhas

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Colaboram neste número

André Vasconcelos, Arnaldo Machado,

Direcção Grandes Empresas da AICEP,

Direcção de Informação da AICEP, Direcção

Internacional da COSEC, Direcção PME da AICEP,

Fátima Amorim, Filipe Mora Porteiro,

João Carlos Correia de Lemos Bettencourt,

José de Freitas Ferraz, José Joaquim Fernandes,

José Manuel Rosa Nunes, Katty Xiomara,

Manuel Guerreiro Ramirez, Sofia de Medeiros.

Fotografia e ilustração

©Fotolia, ©Japan National Tourism Organization,

Rodrigo Marques.

Publicidade

Cristina Valente Almeida

[email protected]

Secretariado

Cristina Santos

[email protected]

Projecto gráfico

aicep Portugal Global

Paginação e programação

Rodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

O destaque desta edição vai para a Re-gião Autónoma dos Açores e para um grande mercado, o Japão. Dois arqui-pélagos e dois temas fortes, cada um a seu modo.

Os Açores evidenciam um futuro pro-missor em matéria de economia, de-senvolvimento e sustentabilidade, da qual traçamos aqui um breve mas con-sistente retrato. Neste âmbito, a entre-vista de Arnaldo Machado, presidente do Conselho de Administração da SDEA, perspectiva os Açores na óptica do investimento, dos instrumentos de apoio e da exportação, bem como de sectores com potencial de investimento e desenvolvimento.

Na realidade, o Governo dos Açores tem conferido especial atenção à dina-mização de investimentos que propor-cionem o alargamento da base econó-mica de exportação, esforço em que se integram as Lojas da Exportação, a que está associada a AICEP. Sectores como a Agricultura (evolução muito positiva), o Turismo (eleito sector estratégico), a Energia (a força das energias alterna-tivas) ou a economia do Mar (com o foco na riqueza da zona económica ex-clusiva) são analisados neste destaque, traçando uma panorâmica do que está a mudar nos Açores e do enorme po-tencial dos seus recursos naturais.

O mercado japonês, porque é um mercado competitivo, sofisticado e inovador, com boas oportunidades de negócio para as empresas portugue-sas, é abordado com a preocupação de fornecer informação relevante às em-

presas, seja do ponto de vista da expor-tação, seja do investimento.

Realçar a economia japonesa, a segun-da mais rica do mundo, e da sua impor-tância para as empresas portuguesas, parece-nos incontornável e autoexpli-cativo num momento em que a diver-sificação dos mercados, o reforço da aposta em mercados estratégicos e a aposta em relações comerciais e de in-vestimento com economias fortes são uma prioridade para o nosso país. Por outro lado, Portugal e o Japão têm um sólido e longo relacionamento histórico e institucional, o que permite alimen-tar uma sinergia de interesses favorável aos dois países e ao estabelecimento de parcerias entre as nossas empresas.

A boa relação qualidade-preço dos produtos portugueses constitui sem dúvida um forte atractivo para o con-sumidor japonês, o qual se encontra por isso receptivo a uma significativa variedade de bens “made in” Portugal, que se estendem do vestuário, calçado e têxteis-lar ao vinho, azeite, derivados do tomate, conservas de peixe e ofer-ta “gourmet”, passando pelos artigos para casa e as fileiras da construção e das energias alternativas.

Por outro lado, ter sucesso no merca-do japonês, extremamente competitivo e inovador, representa uma porta de entrada para o mercado global, e es-pecialmente para os países vizinhos da região que é importante registar.

PEDRO REISPresidente do Conselho de Administração da AICEP

Negócios em perspectiva

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ENTREVISTA

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A Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, EPER é uma pessoa colectiva de direito público com natureza empresarial, que tem como missão contribuir para um ambiente facilitador da iniciativa privada empresarial no Arquipélago, potenciador do progresso estrutural da economia regional, mediante dinâmicas assentes na promoção da inovação, do desenvolvimento tecnológico, na formação e qualificação dos recursos humanos. Arnaldo Machado é Presidente do Conselho de Administração da SDEA.

Arnaldo MachadoSDEA – Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores

APOSTA NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO

ENTREVISTA

Portugalglobal // Outubro 13 // 7

Como e porquê foi criada a SDEA?

A SDEA Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, EPER, é uma pessoa colectiva de direito público com natureza empresarial, na tutela da Vice-Presidência do Governo, constituída em Março deste ano. Foi criada para encontrar soluções concretas para as empresas açorianas, apresentando um modelo de funcionamento inovador, pois para além de desenvolver medidas que lhe foram cometidas pelos seus estatutos, tem igualmente a responsabilidade de conceber novas políticas sectoriais, tendo em vista a criação de um ambiente amigo das empresas. Pretendemos consti-tuir um parceiro incontornável das nossas empresas, articu-lando as entidades administrativas envolvidas, sem prejuízo das respectivas competências próprias, assim como promo-ver estratégias de eficiência colectiva por parte das pequenas e médias empresas, estimulando actuações conducentes à melhoria da envolvente empresarial. Neste enquadramento, temos vindo a adoptar uma estratégia de proximidade com os nossos empresários, para que mais facilmente possamos fornecer as respostas adequadas aos condicionalismos com que se defrontam as empresas regionais, cooperando igual-mente com as associações empresariais no sentido de asse-gurar uma concertação estratégica com os agentes económi-cos que envolva toda a comunidade empresarial.

Qual é a sua missão e quais são as suas prioridades estratégicas?

A SDEA tem por missão contribuir para a concepção e exe-cução de políticas de estímulo ao desenvolvimento empresa-rial, visando o reforço da competitividade e produtividade das empresas. No âmbito das suas atribuições, a SDEA desenvolve um conjunto muito diversificado de medidas, procurando ir ao encontro de uma nova estratégia de desenvolvimento regio-nal, pela qual se pretende conferir a maior prioridade à dinami-zação da actividade económica, tendo em conta a criação de condições para um desenvolvimento económico sustentável.

A actividade da SDEA abrange não só iniciativas de nature-za conjuntural, que procuram essencialmente responder aos desafios decorrentes da situação económica adversa que ac-tualmente defrontamos, mas também políticas de carácter estrutural, com as quais se pretende melhorar o nível de com-

petitividade das empresas, proporcionar melhores condições de empregabilidade e, deste modo, impulsionar o crescimen-to da economia açoriana a médio e longo prazo.

No domínio da captação de investimento externo, a SDEA pretende adoptar uma estratégia pela qual se apresente os Açores como uma Região com características únicas para o

“Temos vindo a adoptar uma estratégia de proximidade com os nossos empresários, para que mais facilmente possamos fornecer as respostas adequadas aos condicionalismos com que se defrontam as empresas regionais.”

desenvolvimento de múltiplos negócios. Na verdade, os Aço-res possuem muitas potencialidades ao nível dos recursos na-turais, nomeadamente nos domínios da economia verde e da economia do mar, que permitem ter vantagens comparativas que se podem transformar em vantagens competitivas.

Na era da globalização, quais são os maiores desafios que os Açores enfrentam?

Uma das principais características da globalização prende-se com a cada vez maior integração das economias, num proces-so de amplitude global. Como consequência deste processo, nenhum país ou região fica imune aos fenómenos de natureza económica, ou com implicações a esse nível. No actual quadro de concorrência global, os Açores dispõem de uma pequena economia insular, com elevado grau de abertura ao exterior, para além de constituírem uma região ultraperiférica, com as consequentes condicionantes que tal situação acarreta.

Neste enquadramento decorre um conjunto de desafios, alguns dos quais fortemente condicionadores da atividade económica e absolutamente exógenos à atuação dos agen-tes económicos regionais. Assim, diria que, de um modo geral, os maiores desafios encontram-se associados a ques-tões de competitividade e de crescimento. No entanto, mui-ta coisa pode e está a ser feita.

O Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, na assinatura de Protocolos com os bancos relativos à linha de crédito à exportação.

ENTREVISTA

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Deixaria apenas a nota daquelas que me parecem mais importantes para posicionar os Açores neste contexto de globalização económica e nas quais o Governo dos Aço-res, bem como outras entidades, públicas e privadas, têm vindo a trabalhar. Desde logo, uma forte aposta na qualifi-cação dos nossos recursos humanos. Depois, a necessária diversificação do nosso tecido económico, procurando-se dinamizar actividades relacionadas com a inovação e es-truturação dos sectores económicos chave. Temos ainda efectuado uma aposta contínua na redução da dependên-cia energética, na preservação do ambiente e na procura de um adequado modelo de transportes – aéreos e maríti-mos – numa lógica de integração e de preços ajustados às necessidades da economia.

Pode referir o potencial exportador dos Açores e quais são os seus principais mercados e parceiros internacionais?

A base económica de exportação dos Açores está estreita-mente relacionada com a disponibilidade de recursos natu-rais e com as vantagens naturais para a produção de certos produtos no sector agropecuário. A produção de leite repre-senta cerca de 35 por cento do total de leite comercializado em Portugal, enquanto o queijo abrange aproximadamente 50 por cento do total da produção nacional. A indústria de conservas de atum ocupa também uma posição de desta-que nas exportações, tendo como principais mercados de destino a Espanha e Itália. Os Açores oferecem ainda um vasto leque de produtos agrícolas com potencial para ex-portação, sendo interessante referir que presentemente já são o segundo maior produtor de proteias da União Eu-ropeia, que são exportadores sobretudo para a Holanda. O sector do turismo tem vindo igualmente a assumir uma importância crescente na economia regional, sendo consi-derado pelo Governo dos Açores como sector estratégico para o desenvolvimento regional.

O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alar-gamento da base económica de exportação, sendo indis-cutível que a estratégia de desenvolvimento para a Região deve assentar na promoção das nossas potencialidades no exterior e na procura crescente de mercados para o escoa-mento dos nossos produtos.

Se uma empresa açoriana ou outra sedeada nos Açores quiser exportar, com que políticas e instrumentos de apoio pode contar?As empresas exportadoras dos Açores contam, desde logo, com o apoio e aconselhamento das Lojas da Exportação de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo, recentemente inau-guradas, mediante um processo de estreita cooperação com a AICEP. Apesar de fisicamente presentes nas ilhas de São Miguel e Terceira, estas estruturas disponibilizam também o seu apoio às empresas sedeadas nas restantes ilhas do arquipélago.

Por outro lado, estas empresas têm à sua disposição o Siste-ma de Apoio à Promoção de Produtos Açorianos, que apoia o escoamento, a comercialização e a promoção de determi-nados produtos originários da Região. Os incentivos previstos revestem a forma de subvenção a fundo perdido, sendo ainda possível majorar os apoios previstos quando estiverem em cau-sa produtos com certificação “Indicação Geográfica Protegida – IGP”, “Denominação de Origem Protegida – DOP”, “Deno-minação de Origem Controlada – DOC” ou “Artesanato dos Açores”. A medida de apoio referida acima será, em breve, substituída por um novo sistema de incentivos, cujo objectivo será reforçar a competitividade externa dos produtos regionais e também incrementar o comércio intrarregional, contribuindo de forma positiva para a substituição de importações.

Ainda no que concerne ao financiamento da actividade ex-portadora, está já à disposição das empresas açorianas a Linha de Apoio à Exportação das Empresas dos Açores, que

Pedro Reis, Presidente da AICEP, e Vasco Cordeiro, Presidente do Governo Regional dos Açores, na cerimónia de inauguração da Loja da Exportação em Ponta Delgada.

ENTREVISTA

Portugalglobal // Outubro 13 // 9

visa financiar as operações de exportação de produtos e/ou serviços de origem açoriana e/ou que tenham sido sujeitos a uma transformação na Região Autónoma dos Açores. Esta linha de crédito, com bonificação de juros, financia a produ-ção e/ou transformação de produtos e serviços destinados à exportação, a própria exportação (pré e pós embarque), os descontos de remessas de exportação e os créditos docu-mentários de exportação confirmados. As empresas interes-sadas podem aceder a esta linha de crédito através dos bal-cões de uma das várias entidades bancárias protocoladas.

A SDEA encontra-se ainda a preparar a criação da Marca Açores, que virá beneficiar, antes de mais, as empresas que desejem vender os seus bens ou serviços no exterior da Re-gião. Este distintivo terá uma natureza transversal a toda a produção regional, no sentido de constituir uma marca glo-bal de referência, tendo em vista induzir valor acrescentado aos produtos e serviços açorianos e aumentar a respectiva penetração nos mercados interno e externo.

Neste âmbito quais são as relações da AICEP e da SDEA?Como referi anteriormente, a AICEP prestou à SDEA um inestimável apoio na instalação das Lojas da Exportação em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada as quais, constituindo um serviço de proximidade às empresas com vocação expor-tadora, podem prestar informação da maior utilidade sobre diversos instrumentos de apoio à exportação e na formaliza-ção da estratégia de abordagem a mercados internacionais.

se necessário desenvolver um trabalho de aproximação entre as duas partes. E esse é um trabalho que tem de ser feito, interligando até com a questão relativa aos maiores desafios que os Açores enfrentam, e no qual a SDEA está inteiramente disponível para colaborar. Estou em crer que estamos perante uma situação já devidamente identificada por todos os inter-venientes e que irá rapidamente evoluir no sentido de um maior aprofundamento da cooperação entre os mesmos.

Como perspectiva o desenvolvimento dos Açores e o que é que tem de ser feito e assegurado?Começaria primeiro por destacar a excelente evolução da economia açoriana na última década, interrompida obvia-mente pela crise que actualmente vivemos, e que pode ser demonstrada pelos indicadores seguintes: a evolução do PIB per capita dos Açores em relação a Portugal continental (PT = 100) evoluiu de 83 por cento em 2000 para 96 por cento em 2009; já relativamente à evolução comparada de Por-tugal continental e Açores face à União Europeia (EUR27 = 100) verifica-se uma evolução de cerca de 81 por cento em 2000 para cerca de 80 por cento em 2009 para Portugal continental e de 67 por cento em 2000 para 77 por cento em 2009 para os Açores. Temos assim uma clara aproxima-ção, nesta última década, entre os Açores e a média relativa a Portugal continental no respeitante ao principal indicador de crescimento económico e de bem-estar.

No respeitante ao que poderá ser o desenvolvimento dos Aço-res, para que possamos voltar a crescer de forma significativa, diria que estamos precisamente a trabalhar nesse sentido, com a definição do que será o próximo Quadro de Financiamento Plurianual, para o período 2014-2020, na Região. Partindo da Estratégia Europa 2020, concebida pela Comissão Europeia, assumimos como principais prioridades o fortalecimento do sector primário e da produção do sector agroalimentar, a promoção de bens transacionáveis; o fomento das exporta-ções e redução das importações, a incorporação de pessoas mais qualificadas na estrutura produtiva regional, a redução dos custos de contexto para as empresas regionais, uma forte

“De um modo geral, os maiores desafios ao desenvolvimento dos Açores encontram-se associados a questões de competitividade e de crescimento, mas muita coisa pode e está a ser feita.”

Por ocasião da cerimónia de inauguração da Loja da Ex-portação em Ponta Delgada, que contou com a presença do Presidente da AICEP. Dr. Pedro Reis, e que foi presidida pelo Presidente do Governo dos Açores, foi celebrado um protocolo de cooperação entre a AICEP e a SDEA através do qual se torna possível uma ligação mais estreita com a AICEP, cujo prestígio internacional e elevado know-how po-derá certamente contribuir para um crescente processo de internacionalização das empresas regionais.

São boas as relações entre a universidade e as empresas no arquipélago?As relações entre a Universidade dos Açores e as empresas regionais enfermam do mesmo problema que, salvo algumas excepções, se verifica também a nível nacional – existindo, contudo, e felizmente, alguns exemplos emblemáticos de um excelente relacionamento –, ou seja, um desconhecimento entre o potencial de investigação da Universidade e os reais problemas e necessidades das empresas. Deste modo, torna-

ENTREVISTA

// Outubro 13 // Portugalglobal10

dormidas. Assim, em termos de Capacidade de Alojamento - Nº de Camas, passámos de 4.597 camas em 2001, para 9.466 em 2011. Quanto a Dormidas, evoluímos de 788.741 dormidas em 2001 para as 1.149.835 em 2011. Já quan-to ao Pessoal ao Serviço, aumentou de 12.901 em 2001 para 20.005 em 2009. Estamos, portanto, perante valores altamente significativos numa Região sem um historial no sector turístico, ao contrário, por exemplo, da Madeira.

O destino turístico Açores tem igualmente merecido diversas distinções de reputadas entidades. Assim, num ranking ela-borado em 2007 pela National Geographic Traveler, que dis-tinguiu as melhores ilhas e arquipélagos do ponto de vista do turismo sustentável, os Açores garantiram o segundo lugar entre 111 destinos insulares. Em 2010, os Açores receberam o Prémio Quality Coast, um galardão atribuído por um orga-nismo da Comissão Europeia (Coastal & Marine Union), que certifica a qualidade ambiental para um turismo sustentável. E, em 2012, os Açores foram galardoados como “Destino Quality Coast nº 1”, com Reconhecimento Ouro, que distin-gue o mais sustentável destino costeiro de férias, na Europa. Os números apresentados revelam o potencial do turismo

e decisiva aposta na I&D, na inovação e em novos negócios baseados nas denominadas economia verde, economia azul e economia da criatividade e, aspecto fundamental, na con-solidação da rede de transportes e de logística que sustente o mercado interno e as exportações. Assim, a Agricultura, a Pecuária, o Sector Agroalimentar, o Turismo e o Mar serão as áreas prioritárias onde assentará toda a estratégia de desenvol-vimento dos Açores. Gostaria de salientar a referência à Econo-

“Nos Açores é possível chegarmos a um modelo de desenvolvimento que tenha no centro as pessoas, inseridas num ambiente sustentável e desenvolvendo actividades económicas que, respeitando o ambiente, tirem partido do mesmo.”

mia Verde e à Economia Azul (ou do Mar). No meu entender, estes dois conceitos assentam fortemente naquilo que são as vantagens competitivas dos Açores, pois é em toda a cadeia agrícola e no aproveitamento das extraordinárias condições naturais de que dispomos, com especial destaque para o Mar, e também para o Turismo, que podemos aplicar os três pilares associados ao conceito de Economia Verde: pouco intensa em carbono, eficiente no uso dos recursos naturais e socialmente inclusiva. Estamos convictos que é possível chegarmos a um modelo de desenvolvimento que tenha no centro as pessoas, inseridas num ambiente sustentável e desenvolvendo activida-des económicas que, respeitando o ambiente, tirem partido do mesmo, de modo a ser exequível a criação de riqueza que possibilite um adequado bem-estar a todos os açorianos, fim último de qualquer processo de desenvolvimento.

Pode traçar uma breve radiografia do potencial turístico dos Açores?

O turismo constituiu uma forte aposta do Governo dos Açores desde a primeira década deste novo século. Efecti-vamente, o turismo conheceu nos Açores um crescimento assinalável, quer em número de camas, quer em número de

“O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação.”

nos Açores, importando agora rentabilizar a capacidade instalada. O turismo continuará assim a constituir-se como uma das áreas prioritárias do Governo dos Açores para o desenvolvimento deste arquipélago.

Neste quadro qual o peso económico do turismo de cruzeiros?

Com a inauguração, em Julho de 2008, do empreendimen-to Portas do Mar, em São Miguel, os Açores viram significa-tivamente reforçado o seu potencial de atracção de navios

ENTREVISTA

Portugalglobal // Outubro 13 // 11

Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, SDEAAzores Business Development Society, EPERRua de São João, nº 47 | 9504-533 Ponta DelgadaAçores – Portugal Tel.: + 351 296 309 100Fax + 351 296 288 492

www.investinazores.com

de cruzeiro. Esta estrutura constitui-se como um modelo a seguir pois, para além da capacidade de atracção dos maiores barcos de cruzeiros do mundo, localiza-se e está desenhada de tal modo que o acesso dos turistas à cidade de Ponta Delgada se faz de modo extremamente facilitado, praticamente como uma extensão da cidade.

Relativamente ao peso económico do turismo de cruzeiros, existe a percepção de que o contributo para a economia é po-tencialmente significativo. O movimento de navios de cruzei-ros evoluiu de 57 navios em 2004, para 112 navios em 2012. A evolução é, por conseguinte, significativa e o respectivo con-tributo económico acompanhará certamente essa evolução.

Existem estratégias para a exploração económica do mar açoriano?

Acerca da exploração económica do mar açoriano começa-ria desde logo por referir que constitui uma das principais prioridades do Governo dos Açores. Estou também em crer que todos os açorianos acompanham esta prioridade es-tratégica, pois a verdade é que nós, açorianos, estamos no centro do Mar e queremos que este esteja no centro do nosso desenvolvimento económico e social.

A Zona Económica Exclusiva (Z.E.E.) dos Açores representa atualmente 57 por cento da Z.E.E. de Portugal e aproxima-damente 30 por cento da Z.E.E. europeia. O conhecimento hoje existente confirma que há um enorme potencial as-sociado à designada Economia do Mar. Nos sectores mais tradicionais, como a pesca, a transformação e conservação de pescado, o transporte marítimo, portos e logística, ou o turismo náutico, temos já um contributo efectivo do Mar na economia açoriana. No entanto, outros se perfilam, como por exemplo, a construção e reparação naval tecnologica-mente evoluída, o desenvolvimento de equipamentos ma-rítimos relacionados com equipamento e electrónica naval ou de exploração submarina, a arquitectura e engenharia naval, o desenvolvimento de software, ou até a exploração de recursos geológicos, área aliás onde o potencial já iden-tificado se revela particularmente interessante.

Sabemos que ainda só estamos no início, que ainda é ne-cessário desenvolver mais conhecimento, o que por si só já significa um valor económico assinalável. Trata-se de um processo que só agora começa a dar os primeiros passos, especialmente no que respeita às novas áreas emergentes da economia do Mar, sendo que também as ditas áreas tra-dicionais necessitam de conhecimento acrescido, particular-mente no que se refere ao sector das pescas, cuja sustenta-bilidade se apresenta como o factor mais crítico.

Portanto, respondendo à questão, existem de facto estra-tégias para a exploração do mar açoriano. Por exemplo, está neste momento em curso o desenvolvimento do Pla-no de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores (PO-EMA), promovido pelo Governo dos Açores, que acompa-nha igualmente os trabalhos relativos à Estratégia Nacional para o Mar. Também no respeitante ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, para o período 2014 a 2020, o Mar apresenta-se nos Açores como uma das áreas temáticas se-leccionadas para acolher investimento apoiado por fundos estruturais, pelo que se integra na estratégia de especializa-ção inteligente em curso.

As energias renováveis podem ter um papel relevante como recurso energético nos Açores? Os Açores constituem um verdadeiro laboratório para o desenvolvimento de soluções no domínio das energias re-nováveis, desde logo pela particularidade de disporem de recursos geotérmicos, existindo uma clara aposta do Gover-no Regional em apoiar investimentos que permitam reduzir progressivamente a dependência de combustíveis fósseis. Presentemente, a energia geotérmica tem um peso de 17 por cento no total da produção. A energia eólica é a se-gunda maior fonte de energia renovável, tendo a respectiva produção aumentado em 90 por cento de 2011 para 2012. Os Açores dispõem também de uma das maiores centrais de biogás do país para abastecimento contínuo da rede pú-blica. A ilha Graciosa está prestes a tornar-se a primeira ilha abastecida exclusivamente por energias renováveis.

O protocolo Green Islands, desenvolvido com o MIT Portu-gal, tem como objectivo principal a criação de um sistema energético inteligente que optimize as energias renováveis e evite perdas na rede eléctrica. A política energética desen-volvida pelo Governo dos Açores pretende que até 2018 cerca de 75 por cento da energia produzida seja provenien-te de fontes renováveis.

DESTAQUE

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Os Açores modernizam-se e investem na sua economia, desenvolvimento e sustentabilidade, dedicando o Governo Regional especial atenção não só às assimetrias do território, no sentido de as superar de vez, como ao seu potencial em matéria de sectores vocacionados para a exportação. No sentido de implementar a economia e o desenvolvimento açorianos, o Plano e Orçamento dos Açores para 2013, actualmente em vigor, prevê um total de investimento público de 652 milhões de euros. Este orçamento está dirigido ao aumento da empregabilidade e da competitividade empresarial na região e será, em 2014, de 656 milhões de euros. O Governo Regional lançou igualmente, em parceria com seis bancos, uma linha de crédito de apoio à exportação de 20 milhões de euros para facilitar a colocação de produtos regionais no exterior e reforçar a competitividade das empresas.

OS AÇORES NA VIRAGEM

DESTAQUE

Portugalglobal // Outubro 13 // 13

“Se o espaço nacional constitui o mais importante mercado de destino dos produtos açorianos, o comércio com o estrangeiro desempenha uma crescente importância na economia regional.”

O Governo dos Açores tem dedicado uma especial atenção à dinamização de investimentos que proporcionem o alargamento da base económica de exportação. As empresas exportado-ras dos Açores contam com o apoio e aconselhamento das Lojas da Expor-tação recentemente inauguradas, me-diante um processo de estreita coope-ração com a AICEP.

Se o espaço nacional constitui o mais importante mercado de destino dos produtos açorianos, o comércio com o estrangeiro desempenha uma crescen-te importância na economia regional. Enquanto as importações se focam so-bretudo nos cereais, combustíveis, ma-quinaria diversa e matérias-primas, as exportações centram-se nos derivados de leite e enlatados de peixe.

Na área da energia, sector fundamen-tal no desenvolvimento das ilhas, a mu-dança começa a sentir-se. Se é certo que a energia importada (de derivados de petróleo) constitui a base da produ-ção de electricidade na região, outras energias alternativas, como a hídrica, a

eólica e a geotérmica, desempenham um importante papel.

A indústria pesqueira apesar da relativa reduzida dimensão tem grande poten-cial de crescimento. A zona económica exclusiva dos Açores possui uma rica e

trias de lacticínios, de comércio de car-ne, nomeadamente de carne bovina, pesqueira, conserveira. As indústrias de bebidas e similares, como sejam o vinho, cerveja, aguardentes, licores, re-frigerantes e água mineral começam a ganhar destaque. A agricultura biológi-ca, com produtos agrícolas de superior qualidade e amiga do ambiente, e a floricultura, apresentam um potencial em desenvolvimento.

O turismo tem crescido significativa-mente nos últimos anos, sendo consi-derado pelo Governo dos Açores como sector estratégico para o desenvolvi-mento regional. O turismo de lazer, cultural, ambiental e de congressos e incentivos são produtos que o governo regional quer desenvolver para atrair mais turistas. O arquipélago dos Aço-res tem vindo a ganhar notoriedade e foi galardoado com o Reconhecimento Ouro, que distingue o mais sustentável destino costeiro de férias na Europa.

Os indicadores são optimistas e as apostas na economia, desenvolvimen-to e sustentabilidade dos Açores estão a ser feitas para ganhar.

diversificada população marinha, ofe-recendo um vasto leque de peixe fres-co para consumo interno e exportação, bem como para enlatados.

A economia açoriana é predominan-te rural, baseada na agro-pecuária e indústrias transformadoras de base agro-alimentar, como sejam as indús-

DESTAQUE

// Outubro 13 // Portugalglobal14

A Região Autó-noma dos Açores (RAA), pela sua lo-calização geográfi-ca, determina um forte isolamento territorial face aos espaços continen-tais. A economia

da Região reflecte, assim, a sua locali-zação periférica e insular, destacando-se como principais motores do seu desen-volvimento o sector público, o comér-cio e as actividades relacionadas com o aproveitamento dos seus recursos.

DESENVOLVIMENTO RURAL NUMA PANORÂMICA ECONÓMICA DAS ILHAS>POR FÁTIMA AMORIM, DIRECTORA REGIONAL DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL

O sector primário, onde se incluem as actividades de especialização tradicio-nais da economia regional (agricultura e pesca), tem uma importância decisiva na economia, que é significativamente elevada quando comparada com as mé-dias nacionais e europeia. Estes sectores económicos e a sua implantação no ter-ritório estenderam-se à maioria das ilhas, com a criação de unidades de transfor-mação de menor ou maior dimensão, permitindo gerar riqueza e emprego, a montante e a jusante.

As características edafoclimáticas e o tipo de relevo em presença fazem com

que os Açores possuam condições pro-pícias para a produção pecuária, exis-tindo ao longo do tempo uma forte es-pecialização na fileira do leite e da car-ne, quer para uma grande diversidade de culturas, como o milho, as hortíco-las, as frutícolas e a vinha, produzidas nas altitudes mais baixas.

A RAA revela uma inclinação evidente para o sector leiteiro, que domina a es-trutura da produção primária, em que a agro-indústria, beneficiou de uma importante modernização de infra-estruturas e de equipamentos, assim

AGRICULTURA

DESTAQUE

Portugalglobal // Outubro 13 // 15

como uma actualização de métodos e processos produtivos, e uma diversifi-cação dos produtos produzidos. Com efeito, a estrutura da Indústria de Ali-mentação e Bebidas regional revela o peso predominante da Indústria de Lacticínios: 16,5 por cento do número de estabelecimentos, 56,8 por cento do volume de vendas e 28,6 por cento das pessoas ao serviço.

Desde há 15 anos a esta parte, a fi-leira do leite teve uma evolução da produção muito positiva em termos quantitativos e qualitativos, nomea-damente devida à crescente exigência dos consumidores por produtos de maior qualidade, mais diversificados e que preservem o ambiente. Assim, podemos afirmar que a fileira do lei-te apresenta um grande dinamismo, resultante de uma (re)estruturação da produção, com resultados assinaláveis no que se refere à qualidade do leite produzido e dos seus derivados, com destaque para os queijos.

A fileira da carne tem sido uma fileira dinâmica em termos de investimento e tem vindo a delinear os seus objec-tivos em torno da sua capacidade de produzir um produto com qualidade. A produção de carne na RAA encontra-se muito concentrada na carne de bovino, facto que está associado à produção de leite. No entanto, a carne de suíno e a carne e ovos de aves de capoeira (ga-lináceos) assumem um peso significa-tivo na dieta açoriana, pelo que a sua produção faz parte da composição de muitas explorações agrícolas.

Para a produção de vinho estão demar-cadas três regiões – Biscoitos (Ilha Tercei-ra), Graciosa e Pico. Além destas regiões

demarcadas, existem diversas zonas de produção de vinho sem denominação de origem bem como extensas áreas de vinhas abandonadas presentes em to-das as ilhas do Arquipélago. Em termos de projecção e de quantidades produ-zidas, a Ilha do Pico lidera na produção de vinho, seguida da Ilha de São Miguel. Os vinhos da RAA com maior projecção são os generosos, elaborados a partir de três castas: Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico, importando referir que as duas últimas castas mencionadas são originárias dos Açores.

Ao longo da última década as áreas e as explorações dedicadas às principais produções vegetais têm decrescido, exceptuando as plantas e flores orna-mentais e as culturas hortícolas. Não obstante o decréscimo verificado, e os condicionalismos da região ao desen-volvimento deste tipo de actividades, tem sido atribuída relevância à sua produção por parte da tutela/estraté-gia regional para o sector agrícola, per-sistindo mesmo a perspectiva de haver um conjunto de actividades em relação ao qual se prognostica existir potencial de desenvolvimento, nomeadamente, a produção hortofrutícola, o modo de produção biológico e a vinha.

Relativamente às culturas industriais, destaca-se o tabaco, a beterraba sacari-na e o chá, culturas onde existe uma for-te organização e ligação à indústria mas que assumem uma expressão residual e uma grande dependência das ajudas à produção (no caso das duas primeiras).

No caso do tabaco, quer a área de pro-dução (cerca de 35 hectares), quer a quantidade produzida têm diminuído, no fundo a par da tendência geral do sector agrícola na Região e no país e a par das políticas para o sector, as quais têm incentivado outras produções e têm imposto restrições à produção da planta do tabaco na Europa, com implicações directas na produção do tabaco na RAA.

A produção de chá tem vindo a aumen-tar nos últimos anos. A produção dá-se exclusivamente na ilha de São Miguel, a qual possui as duas únicas plantações de chá da Europa para fins industriais. A maior fatia das vendas destina-se ao

Direcção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural

Vinha Brava9701-861 Angra do Heroísmo - TerceiraTel.: +351 295 404 200Fax: +351 295 216 272

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consumo na Região, mas há ainda uma parcela comercializada para o Conti-nente, assim como para a Alemanha, para os EUA, para o Canadá, e ainda para outros países europeus (embora em menor escala).

A visão da estratégia para a agricultura e o desenvolvimento rural deverá assentar na auto-suficiência, em valor, do sector agro-alimentar em 2020, promovendo a sustentabilidade de todo o território regional, tendo como princípio deter-minante a concentração dos apoios no sector e na produção de bens transacio-

náveis e dirigidas a agentes directamen-te envolvidos na criação de valor a partir de actividades agrícolas e florestais.

A lógica de intervenção do programa de desenvolvimento rural assenta na necessidade de aumentar a capacida-de de gerar valor acrescentado, contri-buindo para a diminuição do respectivo défice externo e atenuar a debilidade económica e social das zonas rurais.

Assim, a estratégia de Desenvolvimento Rural para o período 2014/2020 atende a uma estrutura centrada no trinómio – competitividade produtiva e territorial – que investe na sustentabilidade dos recursos naturais e na abordagem inte-grada do desenvolvimento rural.

DESTAQUE

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O Centro Regional de Apoio ao Arte-sanato (CRAA) é o organismo respon-sável, na Região Autónoma dos Açores, pela con-cretização da po-lítica regional nas

áreas do desenvolvimento e da valoriza-ção dos produtos tradicionais, designada-mente do artesanato regional e das uni-dades produtivas artesanais, bem como pela coordenação de iniciativas multifun-cionais com aplicação no meio local.

Neste sentido, o Centro desenvolve um plano anual consistente e diversifi-cado, actuando sobre quatro áreas que consideramos fundamentais: investi-gação / certificação, formação, apoio ao artesão e promoção. O desenvolvi-mento destas áreas passa pela certifi-cação de produtos, publicações sobre a temática do artesanato na região, organização de exposições, promo-ção de acções de formação, oficinas e workshops, informação e prestação de esclarecimentos a artesãos, e respecti-vo apoio através do sistema de incen-tivos (SIDART). É de destacar que este sistema de incentivos permite apoiar a actividade profissional dos artesãos e o desenvolvimento económico das suas empresas a vários níveis, da comercia-lização até ao equipamento de produ-ção, passando pela promoção.

O Centro faz uma forte aposta na promoção do produto artesanal com valor cultural acrescentado, fazendo deste modo a articulação entre a tra-dição e a inovação, o que representa um considerável investimento na área da formação e renovação de saberes, bem como na formação nas áreas de marketing e orientação criativa, pois detectam-se lacunas no que respeita à inovação do produto artesanal. Além

APOSTA NA TRADIÇÃO INOVADORA>POR SOFIA DE MEDEIROS, DIRECTORA DE SERVIÇOS DO CRAA

destas transversais, propõe-se, nas vá-rias ilhas, uma série de formações em áreas muito específicas que caracte-rizam a produção artesanal da ilha, e que apresentam risco de extinção, pro-

movendo assim a formação de novos artesãos naquelas áreas.

A investigação para a certificação conti-nua a ser um trabalho fundamental para a credibilidade do produto regional no âmbito internacional e assegurar a mar-ca coletiva Artesanato dos Açores. Até à data, dentro dos produtos açorianos, encontram-se certificados: rendas, bor-dados, cerâmica, tecelagem, miolo de figueira, registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres, escama de peixe e alguns doces regionais como o alfenim, os bolos lêvedos, as queijadas de Vila Franca do Campo, bolos D. Amélia, espécies de S. Jorge e queijadas da Graciosa.

O CRAA definiu, desde 2011, uma estra-tégia de marketing relativamente à mar-ca colectiva Artesanato dos Açores, com o objectivo de aumentar a visibilidade, numa perspectiva de renovação, dinami-zação e afirmação de uma imagem com forte identidade e visibilidade no merca-do. Nesse âmbito, criou-se a linha produ-tos de merchandising “Azores-in-a-box” e uma linha de produtos dedicados ao público infanto-juvenil, cativando e sen-sibilizando a camada mais jovem às ques-tões do artesanato. E também pensando nas camadas mais jovens surge o projec-to RAÍZES-projectos pedagógicos no Ar-tesanato dos Açores, a implementar nas escolas da região, de forma a sensibilizar o público escolar e comunidade para a produção de peças artesanais como for-ma de sustentabilidade.

ARTESANATO

Centro Regional de Apoio ao ArtesanatoRua de S. João, 479504-533 Ponta Delgada – S. MiguelTel.: +351 296 309 100Fax: +351 296 283 117

Osso de cachalote, Eduardo Silva - Pico

Palhina de trigo, Escola de Artesanato de Santo Amaro - Pico

Tecelagem, Cooperativa de Artesanato N. Sra. da Encar-nação - S .Jorge

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Portugalglobal // Outubro 13 // 17

São diversas as áreas identificadas para desenvolver a economia do mar na região. Entre as novas actividades com potencialida-des futuras reco-nhecidas desta-

cam-se a mineração de jazidas polimetá-licas no mar profundo e a descoberta de produtos bioactivos de origem marinha com aplicações na medicina, cosmética e outras indústrias biotecnológicas.

Estas áreas, centrais no crescimento fu-turo, assentam numa forte componen-

NOS AÇORES O MAR APROFUNDA-SEA DIMENSÃO MARINHA E MARÍTIMA DA REGIÃO>POR FILIPE MORA PORTEIRO, DIRECTOR REGIONAL DOS ASSUNTOS DO MAR

O mar corre nas veias dos açorianos: é o passado, o presente, mas também o futuro. É costeiro e oceânico, diverso, rico e atractivo, imenso e estratégico.

te científico-tecnológica. Os Açores, através dos centros de investigação da sua Universidade, em parcerias nacio-nais e internacionais, detêm um conhe-cimento científico que permite avançar com segurança para estes desígnios complexos. Ecossistemas hidrotermais profundos e faunas típicas de montes submarinos, como esponjas e corais de águas frias, são os alvos de excelência para o progresso da mineração profun-da e da biotecnologia azul.

Entre as actividades tradicionais, des-taca-se a promoção de pescarias sus-tentáveis e a valorização do pescado regional, reconhecido pela sua elevada

qualidade organoléptica. Temos cer-ca de 800 embarcações de pesca que empregam mais de 2.300 pessoas, que capturam por ano cerca de 14 mil toneladas de pescado, que rende em primeira venda aproximadamente 35 milhões de euros. Importamos e ex-portamos quantidades significativas de pescado. A frota de pesca lúdica inclui centenas de embarcações e todos os açorianos gostam de pescar.

Existem três portos oceânicos e cente-nas de portos e portinhos espalhados pelas ilhas. Todos os dias, navios mer-cantes transportam toneladas de bens de e para a região. Milhões de utiliza-

ECONOMIA DO MAR

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DESTAQUE

// Outubro 13 // Portugalglobal18

dores viajam em ferries inter-ilhas por ano. Recebemos mais de uma centena de navios de cruzeiros e nas marinas atracam mais de 1.500 iates em rotas internacionais. Cerca de 100 empresas de actividades marítimo-turísticas rece-bem centenas de milhares de turistas que visitam a região atraídos pelo seu mar. A comunidade científica ligada ao mar capta milhões de euros para in-vestigação. Investem-se quantias avul-tadas em centenas de obras nas áreas costeiras e portos.

A observação de cetáceos é uma ac-tividade florescente. Nos Açores, ob-servam-se 25 espécies de mamíferos

e alcantiladas, observar jangadas de aves marinhas, pescar de forma lúdica, praticar desportos náuticos e nadar em águas tépidas, distinguidas por Ban-deiras Azuis e outros galardões como o Quality Coast, completam a oferta ma-rítimo-turística da região. Esta é uma área em crescimento, onde os Açores se afirmam e se distinguem pela sus-tentabilidade, qualidade e diversidade da oferta.

Graças ao isolamento geográfico da re-gião, ao percurso histórico e cultural das suas populações e às políticas públicas recentes, o mar dos Açores é conhecido pelo seu “bom estado ambiental”. As actividades marítimas são exercidas com um nível de sustentabilidade inusitado, em comparação com outros recantos do mundo. Neste contexto, o desafio é desenvolver actividades económicas ligadas ao mar, com benefícios sociais claros, e garantindo a conservação dos recursos marinhos. O desenvolvimento sustentável está na base da imagem po-sitiva que a região ostenta e que preten-de manter e potenciar.

Nessa perspectiva criou-se uma rede abrangente e coerente de 52 áreas marinhas protegidas tanto costeiras, incluídas nos Parques Naturais de Ilha, como oceânicas, incluídas no pioneiro Parque Marinho dos Açores, reconheci-das pelas redes europeias Natura 2000 e OSPAR. No Caneiro dos Meros, no Corvo e em Santa Maria as populações desenharam áreas marinhas protegidas

Secretaria Regional dos Recursos NaturaisDireção Regional dos Assuntos do Mar

Rua Cônsul Dabney - Colónia Alemã Apartado 140 9901-014 Horta - Faial Tel.: +351 292 208 800Fax: +351 292 240 900

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nal moderno, abrangente e dinâmico, articulado nos contextos nacional e europeu. A regulamentação específica para a conservação da natureza, para a pesca, actividades marítimo-turísticas, extração de inertes, etc., tem enqua-dramentos propiciadores de desenvol-vimento. Por outro lado, o quadro legal para a exploração mineira ou a biotec-nologia, por exemplo, baliza por ante-cipação a emergência destas áreas.

marinhos, e as ilhas são um dos 10 me-lhores locais do mundo para o whale watching. A actividade rege-se por um código de conduta exigente, que pro-move o bem-estar de humanos e cetá-ceos. A cultura baleeira, arreigada no espírito açoriano desde o século XIX, evoluiu no melhor sentido e o conhe-cimento tradicional foi integrado numa indústria ecológica assente na mesma “matéria-prima”. Ver de perto um ca-chalote, ou outro grande cetáceo, é uma aventura fantástica.

E mergulhar na região é cada vez mais atraente. Mais calmo e cultural, o mer-gulho arqueológico desenvolve-se de forma gradual, enquanto os cientistas marinhos aliam o interesse profissional ao lúdico, estimulando visões mais con-servacionistas. Por outro lado, cada vez mais fotógrafos e documentaristas visi-tam a região e divulgam aos quatro ven-tos a excelência subaquática do seu mar.

Viajar entre ilhas em veleiros ou ferries, visitar grutas, costas e baías recortadas

para potenciar a biodiversidade e as ac-tividades marítimo-turísticas.

O crescimento azul nos Açores assenta também num património legal regio-

Por outro lado, o conhecimento cien-tífico é naturalmente assumido como fundamental para alicerçar políticas sonantes de desenvolvimento. A inves-tigação e a inovação aplicadas ao mar encontram nos centros de investigação regionais o ambiente para a sua expan-são e internacionalização. A articula-ção eficaz e produtiva da ciência com o mundo empresarial é, talvez, o maior repto que se nos coloca para o progres-so da economia do mar.

O envolvimento inclusivo dos stakehol-ders na definição das políticas do mar e a difusão pública da cultura científi-ca e ambiental são actividades enrai-zadas na região. A participação activa de uma sociedade informada é crucial para a prossecução das estratégias de desenvolvimento.

DESTAQUE

Portugalglobal // Outubro 13 // 19

No decurso do ano passado a taxa de penetração de energias renováveis na Região situou-se nos 28 por cento, re-presentando a produção geotérmica 16,7 por cento, e a eólica e hídrica res-pectivamente 7,8 por cento e 3,5 por cento, num total de produção anual de 225.584,9 MWh.

Os Açores são, sem dúvida, e em con-sequência de um plano de longo prazo bem delineado pelos responsáveis políti-cos, um espaço-modelo comunitário no que concerne às diferentes parcelas que constituem o arquipélago, o que permi-

APOSTA NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS>POR JOSÉ MANUEL ROSA NUNES, DIRECTOR REGIONAL DA ENERGIA

Mercê do empenho político do Governo dos Açores, em matéria de sustentabilidade e de optimização de recursos, nas últimas décadas tem vindo a consolidar-se a utilização de energias renováveis associada à promoção da eficiência energética. Dá-se assim cumprimento à directiva comunitária do programa 20-20-20, o qual identifica os objectivos de redução na aquisição de combustíveis de origem fóssil e dos impactes ambientais em 20 por cento, simultaneamente com o crescimento na taxa de penetração de energias renováveis, igualmente em 20 por cento.

te assumir o desenvolvimento sustenta-do como sendo uma realidade concreti-zável no imediato.

Num espaço arquipelágico que elegeu, entre outros, o desenvolvimento do sector do turismo como uma priorida-de, são patentes os projectos que têm vindo a ser desenvolvidos no sector da electricidade, principalmente no âmbi-to da produção através da utilização da geotermia e do vento.

No período entre o início do corrente ano e o mês de Agosto, a produção de

energias renováveis representava 34,1 por cento do total regional, correspon-dendo 22,2 por cento à geotermia, e a produção eólica e hídrica respetiva-mente 7,9 por cento e 4,0 por cento, representando um crescimento, relati-vamente ao período homólogo do ano anterior, de cerca de 36,2 por cento.

Por tipos de produção o crescimento per-centual no período referido foi de cerca de 61,2 por cento para a geotermia, 12,5 por cento para a hídrica e 2,6 por cento para a eólica. Embora ainda numa fase inicial de produção, a mini e a microgera-

ENERGIA E SUSTENTABILIDADE

DESTAQUE

// Outubro 13 // Portugalglobal20

ção cresceram no mesmo período cerca de 59,1 por cento, denotando o empe-nho dos órgãos competentes do Gover-no regional no sentido de concretizar o aumento da produção de renováveis.

Para S. Miguel, a única ilha em que existe produção de energia renovável de origem geotérmica, a taxa de pene-tração para os primeiros oito meses do ano atingiu cerca de 54,7 por cento, representando a geotermia 42,9 por cento do total de produção na ilha, a que correspondeu um crescimento de cerca de 61,2 por cento relativamente ao período homólogo.

tar cerca de 7,4 por cento do total de produção regional.

A persecução dos objectivos definidos pelo Governo dos Açores no que con-cerne a produção de energias limpas, em termos de futuro e referenciados a 2018, é patente nos projectos que têm vindo a ser desenvolvidos no sector da eletricidade, nos diferentes espaços que compõem o arquipélago, entre os quais se pode salientar:

- Um projecto tendo por base a utiliza-ção de renováveis de origem fotovoltai-ca e eólica na ilha Graciosa, associado à

Direção Regional da Energia

Rua Eng. Deodato Magalhães, 69500-786 Ponta Delgada - S. MiguelTel.: +351 296 304 369Fax: +351 296 629 383

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Em 2018 pretende-se que a produção regional de energia de origem geotér-mica atinja os 288,6 MWh, dos quais 38,7 por cento obtidos através da cen-tral geotérmica, em fase de estudo e a construir na ilha Terceira, representan-do cerca de 46,4 por cento e 40,3 por cento do total de produção respectiva-mente de S. Miguel e da Terceira.

Para a Região, no ano de 2018, es-tima-se que a produção de energias de tipo renovável represente 58,8 por cento do total, correspondendo à ge-otermia 35,2 por cento, à eólica 10,8 por cento e às hídricas, nas quais se inclui um sistema hídrico reversível, 6,4 por cento. A produção através de resíduos e outras renováveis, onde se incluem a microprodução fotovoltai-ca, ondas e biogás, deverá represen-

netração de renováveis na ilha Terceira, com uma representatividade percen-tual, no período correspondente ao

primeiro semestre do corrente ano, de 17,1 por cento do total da produção;

- O desenvolvimento do projecto geo-térmico na ilha Terceira, que permitirá em breve a instalação de uma central piloto de 3 MW para a produção de electricidade, com o objectivo de pos-teriormente atingir os 10 MW.

Sem duvida, tanto no contexto do es-paço nacional como comunitário o ar-quipélago dos Açores constitui, mercê da coerente identificação de objectivos e das prioridades atempadamente defi-nidas pelo Governo dos Açores, já um

ponto de referência no que respeita a utilização de energias de tipo renová-vel, e as implicações que daí advêm no que respeita a independência energé-tica, a não aquisição de combustíveis fósseis sujeitos a enormes volatilidades de preços e a não poluição do espaço ambiental, que constitui sem dúvida um potencial em termos turísticos e para o desenvolvimento sustentado dos Açores.

“Os Açores são já um referência no que respeita a utilização de energias de tipo renovável e quanto às respectivas implicações em matéria de independência energética.”

utilização de baterias, que permitirão o armazenamento de electricidade para utilização posterior;

- O projecto eólico da Serra do Cume que permitiu aumentar a taxa de pe-

DESTAQUE

Portugalglobal // Outubro 13 // 21

Nos Açores temos nove ilhas com pai-sagens deslumbran-tes, verdes todo o ano, distintas de outros destinos tu-rísticos, com clima ameno e com uma relação intensa com

o mar. Um autêntico paraíso na Terra para quem ama a Natureza. Por ela e por causa dela o turismo tem vindo a ganhar espaço e importância junto dos mercados nacional e internacional.

Hoje, os Açores estão mais perto do resto do Mundo, em resultado do for-te empenho da última década e meia de governação, que passou a encarar institucionalmente o turismo, como um dos principais vectores de desenvolvi-mento da economia da Região.

A melhoria considerável da oferta tu-rística e das acessibilidades foram os ingredientes responsáveis pelo crescen-te sucesso da performance turística da Região, no cenário nacional e interna-cional, e contribuíram, decisivamente, para a imposição dos Açores no mapa dos destinos turísticos por excelência.

Os Açores foram palco da diversificação da oferta, nomeadamente a hoteleira, cuja capacidade mais que duplicou, em resultado do esforço do Governo Regio-

UMA OFERTA DE EXCELÊNCIA>POR JOÃO CARLOS CORREIA DE LEMOS BETTENCOURT, DIRECTOR REGIONAL DO TURISMO

nal em dotar o tecido empresarial aço-riano de sistemas de incentivos que per-mitissem a criação de infra-estruturas de apoio ao turismo, nomeadamente de empresas de actividades de animação, novas unidades hoteleiras, bem como o incremento do turismo no espaço rural.

Complementarmente e, em resultado de uma forte aposta do Governo, a ofer-ta turística açoriana dispõe actualmente de excelentes infra-estruturas para o desenvolvimento dos produtos “Meet-Meet-ing Industry” e Turismo de Cruzeiros, capazes de corresponder às exigências destas áreas, cada vez mais apetecíveis para as economias das Regiões.

Esta nova realidade da oferta regional só se tornou possível graças à comunicabi-lidade que houve entre o crescimento e a necessidade de acompanhar, de uma forma harmoniosa, competente e pro-fissional, as exigências do mercado. In-felizmente, a actual conjuntura nacional e internacional, de crise, afectou natural-mente esta evolução positiva, apresen-tando o futuro, agora, grandes desafios, que obrigam a novas estratégias para a afirmação do destino Açores e para o incremento de receitas que garantam a sustentabilidade da indústria do turísmo.

Há que apostar no conhecimento do po-sicionamento do nosso destino junto dos principais mercados e das suas tendências

de procura, permitindo que a oferta se flexibilize e se adapte o produto às neces-sidades e desejos de cada mercado alvo.

Assim, e face às características do ar-quipélago, é importante que o apelo à captação de fluxos seja feito através de produtos turísticos e não apenas como destino generalista.

É cada vez mais importante divulgar o Destino Açores associado aos produtos turísticos que marcam a sua identida-de, como o mergulho, a observação de cetáceos, o pedestrianismo, etc. Faz todo o sentido abrir o Turismo de Natu-reza a produtos que estão alicerçados nesta mesma natureza, transforman-do-a proactivamente.

Estamos certos que a solução para se ultrapassar esta fase menos boa do tu-rismo açoriano passa por congregar es-forços multidisciplinares para captação de fluxos turísticos capazes de susten-tarem a actividade turística regional e de simultaneamente competirem num mercado global.

TURISMO

Direcção Regional do Turismo Rua Comend. Ernesto Rebelo, 14 9900-112 Horta - FaialTel.: +351 292 200 500Fax: +351 292 293 663/4

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EMPRESAS

// Outubro 13 // Portugalglobal22

Com 160 anos de actividade, 180 co-laboradores e uma facturação anual de 30 milhões de euros, a Ramirez exporta 64 por cento da produção para 45 mer-cados externos.

A nova fábrica, que será construída no lugar de Avilhoso, em Lavra, Matosi-nhos, permitirá duplicar a capacidade actual da unidade mais antiga do mun-do em laboração no sector das conser-vas de peixe. Os edifícios industriais ocu-parão 20 mil metros quadrados de uma área total de 40 mil metros quadrados.

Apoiada pelo PROMAR, esta nova uni-dade da Ramirez foi declarada como projecto de Potencial Interesse Nacio-nal (PIN). Actualmente, a Ramirez tem unidades industriais em Matosinhos e Peniche e uma gama de 55 referências de conservas de peixe.

“A nossa história revela o sucesso de uma série de investimentos em perío-dos de adversidade. A Ramirez 1853 será uma estrutura industrial de van-guarda, com todas as especificações tecnológicas dos dias de hoje. Permi-tirá uma série de mais-valias: substi-tuir as actuais instalações, diminuindo os custos operacionais e logísticos e favorecer o recurso a novos equipa-mentos e a criação de novos produ-tos, dando continuidade à aposta na segurança alimentar e na inovação”, explica Manuel Ramirez, presidente do conselho de administração da Ra-mirez & Cª (Filhos), SA.

Fundada em 1853, em Vila Real de Santo António, a Ramirez, que já se havia estabelecido em Matosinhos no final de década de 1920, fixou aí a sua sede em 1940, cinco anos antes da en-

trada em laboração da actual fábrica em Leça da Palmeira.

A Ramirez 1853 configurará também um pilar do turismo industrial em Ma-tosinhos, já que terá ainda um museu alusivo à sua história empresarial em Vila Real de Santo António, Olhão, Al-bufeira, Setúbal, Lisboa, Matosinhos e Peniche, bem como uma plataforma de divulgação das mais diversas pro-postas de conservas de peixe.

RAMIREZ INVESTIMENTO DE 18 MILHÕES IRÁ DUPLICAR PRODUÇÃO E PROMOVER A INOVAÇÃOA Ramirez vai construir uma nova unidade industrial, a Ramirez 1853, que permitirá duplicar a actual capacidade de produção, num investimento que ascende a 18 milhões de euros. A empresa verá reforçado o seu posicionamento no mercado interno, mas também no exterior, para onde exporta cerca de 64 por cento da produção.

Ramirez & Cª (Filhos) S.A. Rua Óscar da Silva, 1683 - Leça da Palmeira P. O. Box 2050 4451-953 Matosinhos Tel.:+ 351 229 997 878Fax:+ 351 229 997 879

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www.ramirez.pt

EMPRESAS

Portugalglobal // Outubro 13 // 23

A história das Conservas Ramirez remonta a 1853. Como nasceu a empresa?

Sebastian Ramirez, o meu bisavô, que era andaluz, chegou a Portugal no iní-cio da segunda metade do século XIX. Veio para investir na indústria têxtil e na salga de peixe, mas cedo reconhe-ceu o potencial do embrionário sector conserveiro. Aplicou as suas economias numa fábrica de preparação de con-servas de peixe, mas estaria longe de imaginar que os seus herdeiros a con-seguiriam manter, 160 anos depois. Beneficiando das grandes capturas de atum das armações algarvias, fundou a primeira fábrica em Vila Real de Santo António, onde produzia conservas de atum rabil (Thunnus thynnus).

Se o meu bisavô teve o mérito de ter sido sócio da Armação do Cabeço e

Entrevista a Manuel Guerreiro Ramirez, Presidente do Conselho de Administração da Ramirez

HISTÓRIA E SABER DE MÃOS DADAS COM INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

perceber o potencial do sector quando ainda nem sequer se falava em esteri-lização, o meu avô, Manuel Garcia Ra-mirez, adquiriu e lançou ao mar o Nos-sa Senhora da Encarnação, o primeiro galeão sardinheiro a vapor português, que lhe permitiu revolucionar a activi-dade da pesca do cerco da sardinha, expandindo os seus negócios a Olhão, Albufeira e, mais tarde, Setúbal.

Com horizontes mais alargados, alia-dos a uma especialização no fabrico de conservas, não surpreende a visão estratégica manifestada pelo meu pai, Emílio Garcia Ramirez, um verdadeiro cidadão do mundo, ao deslocar, na segunda metade dos anos 40, a sua principal unidade produtiva para Ma-tosinhos, onde a empresa já laborava desde os anos 20. A mim, tem-me competido o desafio da inovação no

domínio da embalagem, no controlo de qualidade, na segurança alimentar e no processo produtivo, bem como do posicionamento da marca no segmen-to da alimentação saudável.

Passados 160 anos, como foi a evolução da empresa até aos dias de hoje?

A indústria conserveira marcou a história e o desenvolvimento de muitas cidades do litoral português e várias empresas salientaram-se, não só pela qualidade dos seus produtos, mas sobretudo pela visão estratégica. Entre elas, a Ramirez & Cª (Filhos), SA, para a qual, uma estra-tégia competitiva assente na diferencia-ção e na inovação permanentes, aliadas a uma forte vertente social e humanis-ta, bem como a uma vontade familiar de querer fazer sempre mais e melhor, configuram vectores estruturantes da sua longevidade. A Ramirez é hoje a mais antiga empresa de conservas do mundo. Pioneira em vários sistemas de produção de conservas, exporta para 53 países com uma gama de 55 referências e comercializa 24 marcas.

Qual a missão da Ramirez actualmente?

A Ramirez é hoje uma das raras empre-sas familiares de quinta geração, que ultrapassou e cresceu na convulsão de dezenas de revoluções, da queda de impérios e de duas grandes guerras mundiais... O mundo foi mudando e a Ramirez procurou sempre antecipar e acompanhar as tendências. Embora o objectivo, produzir conservas de peixe, seja o mesmo da génese da empresa, a nossa forma de estar hoje nos diversos mercados não tem paralelo com as dé-cadas anteriores. A individualização dos hábitos alimentares; a rapidez de prepa-

EMPRESAS

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sinónimos de excelência. A exportação das nossas conservas continua em ple-na expansão, solidificando a presença contínua da marca Ramirez, nos mer-cados da Áustria, Espanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Brasil, Inglaterra, Suíça, África do Sul, Cana-dá, EUA, Venezuela, Angola, Moçam-bique, Alemanha, Israel, Japão, China, Austrália, entre outros.

Em matérias de equipamentos e tecnologias, qual foi a evolução nestes 160 anos da empresa?

As evoluções maiores ocorreram nas últimas décadas. A Ramirez deu os pri-meiros passos com a salga. Depois de Pasteur ter introduzido a microbiologia, criaram-se máquinas para soldar latas (e mais tarde cravar) e esterilizá-las. No início em latas que podiam ir até 10 quilogramas. Os modelos foram, en-tretanto, evoluindo, até à lata de por-ção individual, semelhante à que co-

nhecemos hoje. Os materiais também evoluíram, da folha de flandres para a o alumínio. E o processo de abertura das latas, primeiro com chaves, teve na Ramirez a percursora da abertura fá-cil a nível mundial. Mas esta indústria sempre foi, e continua a ser, de mão-de-obra intensiva, sobretudo no manu-seamento do peixe. Para preparar o fu-turo, contudo, a Ramirez investe hoje, no domínio industrial, na automação das suas unidades fabris, em colabora-ção com a indústria nacional.

Igualmente, no que respeita às ques-tões de higiene e controlo de qualidade na produção, é de referir que a Ramirez só utiliza matéria-prima de qualidade. Está certificada ao abrigo da norma ISO9001/2008, que garante a Excelên-cia na Higiene e Controle de Qualidade dos seus produtos; bem como pelas Agências de Certificação Alimentar da União Europeia, EUA, Canadá, África do Sul e Brasil, que procuram, na segu-rança alimentar, a defesa da sua ima-gem e prestígio.

Quais os produtos comercializados?

Somos a empresa com a maior gama de conservas de peixe no mercado, a maior parte dos quais exclusivos: 16 conservas

MARCAS RAMIREZNacionais • Ramirez• Pescador• Cocagne

Internacionais• Ramirez• Cocagne• Gabriel• Les Sublimes• Non Plus Ultra • Teddy• Kid• Renommée• Innovation• Madonina• Queen of the Coast• Tomé• Splendida• Magalhães• Mistral• Derthona • Mariolinde• Al Fares• Wild Fish• Kulla• Berthe• Aldi• Bingo

ração, a porção adequada e a necessária portabilidade requeridas pela conveni-ência do produto; a selecção deliberada de produtos saudáveis; e a produção de produtos orientados para determinados grupos foram as tendências que motiva-ram um reposicionamento da empresa nos primeiros anos do século XXI.

Como se deu a internacionalização da marca Ramirez?

O processo de internacionalização da Ramirez, que foi distinguido pela Asso-ciação Industrial Portuguesa, iniciou-se no século XIX e privilegiou uma forte política de marca própria, criando e co-mercializando marcas como a Cocagne no Benelux (exportada desde 1906 e que assinalou recentemente 100 anos de actividade na liderança daquele mercado), a Tomé nas Filipinas, Canadá e EUA, a Al Fares no mundo árabe, a Gabriel na África do Sul ou a Mistral na Venezuela, que já se converteram em

EMPRESAS

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de atum; 17 conservas de sardinha; seis conservas de cavalas; e sete especialida-des, fabricadas com recurso a pescado diverso, dos mexilhões ao polvo, com passagem pelo bacalhau ou pelas lulas e anchovas. Para responder às maiores necessidades de conveniência dos consu-midores, a Ramirez apostou na inovação, com o lançamento de refeições prontas em conserva: o bacalhau à portuguesa, o bacalhau com grão e o atum assado à algarvia, o atum com grão, o atum com milho e feijão vermelho, o atum com fei-jão frade, o atum com maionese e vege-tais, o atum com salada russa e maionese ou as sardinhas em caldeirada.

Enquanto associados do Fórum Empresarial da Economia do Mar, quais as medidas que considera fundamentais no sentido de “afirmar Portugal como actor marítimo relevante a nível global”?

Para além da nutrição, a responsabi-lidade em relação ao ambiente, e ao mar em particular, configura outro vector estruturante da longevidade da Ramirez & Cª (Filhos), SA.

Dinamizando um processo, já concluí-do, de certificação da sustentabilidade da pesca da sardinha nacional, pelo

Marine Stewardship Council, e co-fundadora do Hipercluster do Mar, a Ramirez procura também sensibilizar as camadas mais jovens da população para o moderno “Mar Português”, hoje traduzido por uma imensa zona marítima exclusiva, cuja riqueza, em todas as suas vertentes, a transformam num desígnio nacional.

Contudo, para que Portugal possa beneficiar deste espaço marítimo alar-gado – ZEE mais Plataforma – é indis-pensável o conhecimento dos recursos, num momento de grandes mudanças ambientais nos oceanos, bem como das tecnologias que permitam explorar as novas oportunidades de desenvolvi-mento económico e social, tendo em conta o respeito pelos ecossistemas, a protecção da biodiversidade marinha e a sua sustentabilidade.

O vasto domínio da economia do mar tem grande potencial estratégico e per-mitirá criar riqueza, com a vantagem de vincar características intrínsecas da identidade portuguesa. O Hipercluster do Mar, a que o saudoso professor Er-nâni Lopes deu corpo e do qual fomos co-fundadores, permitiu a constituição do Fórum Empresarial para a Econo-mia do Mar, que procura precisamente motivar a sociedade a encontrar um cenário aspiracional de afirmação, que contrarie o afastamento da economia nacional em relação ao mar, onde sem-pre os portugueses foram grandes. A Ramirez é um dos seus entusiásticos impulsionadores… ou não estivesse a nossa matéria-prima a nadar!

Por onde passa o futuro das Conservas Ramirez?

Num contexto de crise económica mundial, a construção de uma nova unidade fabril está em curso e alicer-çará a estratégia de contínua inova-ção da marca Ramirez. Acostumada, desde sempre, a superar adversidades, a Ramirez possui a auto-confiança su-ficiente para encarar frontalmente os desafios e as oportunidades deste novo milénio. É uma empresa vocacionada para constantes modernizações e o pe-cúlio das suas marcas comprovam-no: saber, sabor e saúde… são um capital inestimável da Ramirez.

MERCADOS

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Mercado com grandes potencialidades para a oferta portuguesa, o Japão ocupa, porém, um lugar modesto nas pautas do comércio externo português, pese embora o sólido relacionamento histórico e institucional existente entre as duas nações. A apetência dos consumidores japoneses por produtos com uma boa relação qualidade/preço oferece boas oportunidades para as empresas nacionais que pretendam apostar no mercado japonês, nomeadamente para aquelas que aí já têm presença. Calçado de couro e para o vestuário, têxteis-lar, cerâmicas utilitárias e artigos de cozinha, pavimentos e revestimentos de cortiça e cerâmica, vinho, azeite, derivados de tomate, peixe congelado e conservas de peixe, produtos ‘gourmet’, energias alternativas limpas são exemplos de produtos que encontram receptividade no mercado japonês.

JAPÃOOPORTUNIDADES NUM MERCADO COMPETITIVO

MERCADOS

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Logo após a minha chegada ao Japão, numa conversa com um colega de um país do centro da Europa, foi-me relembrada a vantagem que os portu-gueses aqui dispõem pelo simples facto de todos saberem quem somos e o pa-pel que tivemos na região ao longo dos séculos XVI e XVII. Pelo contrário, esse Embaixador insistia nas dificuldades que diariamente defrontava para expli-car aos seus interlocutores japoneses a simples localização do seu país.

Ao longo de 2013, comemoramos os 470 anos da chegada dos portugueses ao Japão. Mas importa recordar que os três portugueses que em 25 de Agosto de 1543 desembarcaram em Tanegashi-ma vieram ao Japão para comerciar.

Foi graças aos comerciantes portugue-ses que aqui chegaram pela primeira vez há quase cinco séculos que a Euro-pa estabeleceu o seu primeiro contacto directo com o Japão. Foi graças à vinda desses comerciantes que foi possível, nos anos que se seguiram, introduzir pela primeira vez no Japão a medicina europeia e realizar as primeiras inter-venções cirúrgicas, adoptar novas téc-

APOSTAR NO JAPÃO>POR JOSÉ DE FREITAS FERRAZ, EMBAIXADOR DE PORTUGAL NO JAPÃO

nicas de pintura e iniciar a construção das armas de fogo que seriam vitais para a sequente unificação do país.

O Japão torna-se conhecido na Euro-pa através das descrições escritas pelos portugueses e sabemos que um jovem samurai de Kagoshima foi viver para Portugal em 1554, trinta anos antes da célebre Embaixada Tensho que levaria quatro adolescentes de Kyushu a visitar Lisboa, Coimbra e Roma, regressando mais tarde ao Japão.

Com uma população de 128 milhões de habitantes e um PIB per capita equivalente ao alemão, o mercado ja-ponês constitui desde há muito uma prioridade para a maioria dos nossos parceiros europeus cujas exportações para o Japão se cifram anualmente em várias dezenas de milhares de mi-lhões de euros.

Trata-se de um mercado maduro onde não surgem surpresas e os operadores cumprem rigorosamente o que foi esti-pulado, como podem testemunhar os grupos empresariais portugueses que estão neste mercado há várias décadas.

Acresce que com a entrada em vigor há três meses da Convenção para Evi-tar a Dupla Tributação, estão criadas as condições para fomentar ainda mais o relacionamento económico e comercial entre os dois países. Nesse contexto, o acordo firmado no ano passado entre a New Energy and Industrial Technology Development Agency (NEDO) e o nosso Ministério da Economia irá viabilizar a realização de iniciativas no domínio das energias alternativas, abrindo as portas para parcerias entre empresas dos dois

MERCADOS

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países, e poderá criar novas oportuni-dades de investimento bem como o acesso de grupos portugueses a este importante mercado.

É importante recordar que desde a déca-da de sessenta o Japão tem canalizado relevantes investimentos para o nosso país que tendem a centrar-se no sector industrial. Este ano a Kagomé anunciou que irá aumentar a sua produção em Portugal e criar em Lisboa um centro de investigação agrária, enquanto a multi-nacional Marubeni adquiriu este mês 17 por cento da geração de energia eléctri-ca do nosso país ao comprar uma parti-cipação da GDF Suez.

Está-se num período em que os grandes grupos japoneses procuram, através de aquisições no estrangeiro, destino para a enorme liquidez de que dispõem, sendo importante recordar que as pou-panças dos particulares e das empresas nos diversos bancos do Japão ultrapas-sam os 10 biliões (trillion) de dólares.

Paralelamente, desde Dezembro passa-do, o novo governo japonês adoptou

uma política agressiva de expansão monetária, que vai de par com um grande programa de obras públicas e o aumento da massa salarial, com o objectivo de obter o crescimento da economia. Essas escolhas – muito dife-rentes das opções endossadas na Euro-pa – poderão saldar-se este ano numa taxa de crescimento de 3 por cento e, caso se traduzam em resultados sus-tentados, terão um impacto positivo na economia mundial.

Por outro lado, a União Europeia e o Japão estão neste momento a negociar um novo quadro contratual que inclui um Acordo de Comércio Livre: a nego-ciação em curso visa eliminar as barrei-ras não pautais que dificultam o acesso dos operadores estrangeiros a este mer-cado, sendo pois de esperar resultados significativos deste processo negocial.

Existem pois motivos de sobra para as empresas portuguesas que ainda aqui não estão presentes apostarem no Ja-pão, tirando partido da enorme simpatia e curiosidade que existe neste país relati-vamente a Portugal e aos portugueses.

MERCADO ABERTO À OFERTA NACIONAL> POR JOSÉ JOAQUIM

FERNANDES, DIRECTOR DO ESCRITÓRIO DA AICEP NO JAPÃO

A economia japonesa, terceira em valor absoluto, é a segunda mais rica do mundo. Assenta num mercado interno agressivo, competitivo, diversificado e que se ramifica e estende a todo o mundo, através de uma miríade de empresas que, na sua grande maioria, são líderes mundiais nos sectores em que actuam.

Em boa verdade, o mercado interno japonês, porque extraordinariamente competitivo, obriga as suas empresas a serem ágeis, fléxiveis, agressivas e per-manentemente inovadoras. Nem podia deixar de assim ser num mercado que é um dos mais sofisticados e cosmopo-litas de todo o mundo e é constituido por uma população de cerca de 127

MERCADOS

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“Conseguir sucesso comercial no país do sol nascente é um cartão-de-visita de incontornável importância, que muito ajuda a abrir portas em todos os mercados mundiais, a começar pelos países vizinhos da Coreia do Sul e da China.”

milhões de consumidores com um dos poderes aquisitivos mais elevados den-tro do grupo dos países mais desenvol-vidos. E esta é uma das primeiras ca-racterísticas de importância crítica para as empresas internacionais que deman-dam o mercado nipónico.

De facto, conseguir sucesso comercial no país do sol nascente é um cartão-de-visita de incontornável importância, que muito ajuda a abrir portas em todos os mercados mundiais, a começar pelos países vizinhos da Coreia do Sul e da China. Efectivamente, Tóquio é a praça comercial por excelência e que funciona como “trend setter” para outras cida-des e mercados do Extremo Oriente, como Xangai, Seul, Taipé, Singapura, Hong Kong. Portanto, o Japão dita mo-das e estabelece comportamentos que são seguidos nos países próximos.

E isto, que é decisivo em termos do su-cesso comercial, acontece ao mesmo tempo que as relações históricas, geo-estratégicas e políticas entre o Japão e os seus vizinhos, são de permanente atrito e constante conflito. Veja-se por exem-plo o caso da Rússia, com quem ainda não foi assinado um Tratado de Paz des-de do fim da Segunda Guerra Mundial, impasse que se deve fundamentalmente a disputas territorias ainda por resolver. Por sua vez, as relações com a China têm vindo a degradar-se fortemente nos úl-timos tempos, também principalmente por razões de disputas territoriais. A Co-

reia do Sul, colónia japonesa desde 1910 até 1945, mantém também uma relação de constante crispação com o Japão. De uma maneira geral, e sem exagerar muito, podemos afirmar que o Japão não tem muitos amigos no conjunto dos países asiáticos, considerando as atrocidades cometidas antes e durante a segunda guerra mundial, em relação às quais o Japão ainda não fez o necessário acto de contrição.

Mesmo assim, alguns dos maiores par-ceiros comerciais japoneses são exac-tamente países seus vizinhos, o que revela forte sentido de oportunidade

mente crescimentos anuais muito redu-zidos e deflação permanente. É, desde então, vulgar ouvirem-se referências à denominada “crise japonesa”, o que é, no mínimo, curioso. Naturalmente, depois de atingir a maturidade, as eco-nomias passam a funcionar a níveis de crescimento mais reduzidos. Mas mes-mo assim, a economia japonesa, apesar da dita “crise”, registou sempre indi-cadores que sendo preocupantes para os japoneses, são, quando compara-dos internacionalmente, relativamente normais. O desemprego, por exemplo, ainda hoje é elevado para os padrões da sociedade japonesa. Presentemente, oscila pelos 3,5 por cento. Por isso, os japoneses não conseguem entender os níveis de desemprego verificados em al-guns países europeus.

Considerando a referida “crise”, o go-verno actual está apostado em criar condições para que a economia cresça e se revitalize, tendo posto em prática um conjunto de estratégias, vulgar-mente referidas pelo termo “abeno-mics”, que tem a sua origem no nome – Abe – do actual Primeiro-ministro. Passou a dar-se particular relevo às políticas de liberalização monetária, flexibilização fiscal e aos esforços por parte do banco central para, se possí-vel num perído de dois anos, conse-guir-se atingir uma inflação estável ao nível dos 2 por cento. Espera-se assim que venha a ter início um novo ciclo de crescimento.

comercial do lado japonês, aliado ao pragmatismo asiático por parte de to-dos os intervenientes.

Depois do fim da economia expeculati-va, que terminou oficialmente em Maio de 1991, a economia japonesa arrefe-ceu e desacelarou, registando continua-

MERCADOS

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Esse crescimento vai apostar em sectores diferentes dos ditos tradicionais, como o automóvel, o eléctrico, o electrónico e equipamento industrial, por exemplo. Em boa verdade, o Japão, sendo ainda líder, perdeu competitividade nestes sec-tores para países concorrentes como a Coreia do Sul, Taiwan e recentemente também a China Continental. Por isso, os sectores de aposta passarão a ser do tipo serviços de saúde, equipamento médico, produtos farmacêuticos, energias alter-nativas limpas, novos materiais, robótica,

Nesse sentido, a JETRO tem actual-mente como função primordial a pro-cura a nível mundial de parcerias para as empresas japonesas em áreas e sec-tores como os referidos acima, sendo uma das actividades o convite a em-presas estrangeiras inovadoras a par-ticipar em feiras específicas no Japão, tendo havido já empresas portuguesas que foram escolhidas. O tipo de parce-rias procurado pode ser multifacetado, através de, por exemplo, transferência de tecnologia, investimento japonês no exterior, investimento estrangeiro no Japão e ainda investimento conjun-to em terceiros mercados. Cabe aqui referir que, e como sempre fruto das próprias necessidades internas, muitas das tecnologias de ponta citadas estão já a níveis de desenvolvimento muito elevados. Sendo a sociedade japone-sa a que regista a mais alta esperança de vida em todo o mundo, todas as áreas relacionadas com a saúde evo-luem a cada hora que passa. Sendo o Japão um país que depende quase a cem por cento do exterior no que diz respeito a matérias-primas, as tecnolo-gias relacionadas com a reciclagem e o ecó-negócio são intensamente com-petitivas. O Japão é o país do mundo que regista índices de reciclagem mais altos, com uma estratégia que assenta agressivamente no conceito RRR – Re-duce, Recicle, Reuse. Estes são apenas

alguns exemplos no meio de mais que se poderiam citar.

É pois de grande importância que a co-munidade exportadora nacional esteja atenta e preparada para não perder esta oportunidade de um novo ciclo de inova-

“Empresas que dominem novas tecnologias em sectores, áreas, produtos e serviços que se encontrem na fronteira do conhecimento e tenham já experiência de negócio noutros mercados igualmente sofisticados e exigentes, têm oportunidades disponíveis no Japão.”

“Os sectores de aposta [no Japão] passarão a ser do tipo serviços de saúde, equipamento médico, produtos farmacêuticos, energias alternativas limpas, novos materiais, robótica, mobilidade eléctrica, eco-negócio, biotecnologia, nanotecnologia, tecnologias da comunicação e informação.”

mobilidade eléctrica, eco-negócio, bio-tecnologia, nanotecnologia, tecnologias da comunicação e informação, etc. De uma forma geral, áreas industriais que se encontrem na fronteira do conhecimen-to e, consequentemente, onde a inova-ção seja a palavra de ordem.

ção e crescimento que, se nada de anor-mal acontecer daqui em diante, começa já a materializar-se no mercado japonês. A nova política monetária já conseguiu uma depreciação considerável da moeda japonesa, cujo efeito já se está a fazer sentir nas exportações. Logo, o emprego vai aumentar e, por arrastamento, o con-sumo interno também. Os produtos por-tugueses são reconhecidos no mercado como detentores de uma excelente com-binação de preço, qualidade e design, e

MERCADOS

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isto numa altura em que o consumidor já não tem como preferência fundamen-tal os produtos de alta gama produzidos pelas grandes marcas internacionais. Aci-ma de tudo, a comunidade importadora percebe e sabe que Portugal é capaz de competir em clara vantagem com outros países da UE em muitas áreas, nomeada-mente no que aos seus sectores tradicio-nais diz respeito.

Oportunidades para as empresas portuguesasOs portugueses foram os primeiros oci-dentais a visitar o Japão, tendo chegado à ilha de Tanegashima, no extremo sul do arquipélago japonês, no ano de 1543. Depois e durante quase um século, a influência da cultura lusitana na cultura nipónica foi extraordinária, perdurando ainda hoje em muitos aspectos da vida quotidiana dos japoneses. Foram de fac-to os portugueses que estiveram na ori-gem do primeiro grande movimento de ocidentalização do povo japonês e não há nenhum cidadão nipónico que o não saiba. Todos o aprendem na escola e, ga-rantidamente, não passa de ano um alu-no que revele desconhecimento sobre a importância do “século cristão” patroci-nado pelos portugueses no Japão. E esta é a primeira grande vantagem competiti-va de que a comunidade exportadora na-cional pode e deve tirar vantagem. Sem sombra de dúvida, os japoneses sabem quem são os portugueses e a grande importância de tudo o que de inovador Portugal trouxe para o Japão no passado.

Porém, a grande preocupação de todos os intervenientes (Governo, MNE, AICEP e empresas exportadoras) na promoção e expansão da imagem de Portugal e dos seus produtos no Japão, tem de se centrar na transmissão da ideia de Por-tugal enquanto país moderno, parte in-tegrante da União Europeia e país expor-tador de produtos e serviços de grande qualidade. Produtos que são vendidos desde há longa data em mercados tão exigentes e competitivos como o Japão. A comunidade importadora sabe disto muito bem e é muito por essa razão que a procura japonesa coincide muito signi-ficativamente com a oferta nacional que demanda o mercado japonês. E esta é uma outra tremenda vantagem com-petitiva de que urge tirar partido. Por

• É obrigatório pensar no mercado japonês sempre numa perspectiva de longo prazo. O return on invest-ment é mais lento do que nos ou-tros mercados, mas uma vez que o processo tenha início, há fidelidade e continuidade.

• É fundamental primeiro construir uma base sólida de confiança com os parceiros japoneses.

• É preciso ser paciente e persistente.

• É necessário ser capaz de, numa fase inicial, aceitar pequenas en-comendas, que servem para atin-gir dois objectivos: a confiança do importador no exportador e a con-fiança do distribuidor no produto.

• É preciso ter presente que, com al-guma frequência, é necessário in-troduzir adaptações aos produtos, para responder às necessidades e exigências do consumidor final.

• É fundamental respeitar todos os compromissos assumidos sob pena de a confiança alcançada se perder para sempre.

• Os cartões-de-visita são omnipre-sentes na cultura empresarial japo-nesa. Sem eles, não se existe.

• Cumprir horários no Japão signi-fica chegar pelo menos 5 minutos antes da hora.

• Tendo em conta o problema da co-municação, pelo menos durante as primeiras visitas, a presença de um intérprete é inevitável.

• Deve ter-se em conta que uma em-presa não se pode considerar ver-dadeiramente internacional se não tiver presença no mercado japonês.

• É importante reconhecer que, em muitas situações, as exigências co-locadas pelo consumidor nipónico implicam alterações de processos e de atitudes, que se reflectem muito positivamente nos outros mercados.

• É incontornável não esquecer que uma das maiores vantagens ao conseguir successo no mercado japonês é a de que a seguir todos os outros mercados são de aborda-gem mais fácil.

CONSELHOS ÚTEIS NA ABORDAGEM AO MERCADO JAPONÊS

todas as razões, que são por demais evi-dentes, mas mais ainda pelo factor mul-tiplicador que o aumento do volume, visibilidade, percepção e identificação dos produtos portugueses vai conseguir atingir junto do consumidor final.

Por outro lado, recentemente a China está a perder importância estratégica para o Japão. Por razões históricas, po-líticas e geo-estratégicas já mencionadas e também por motivos de competitivida-de. Na China o factor custo de mão-de-obra começa a já não ser competitivo e as empresas japonesas já estão em fase de deslocalização da produção para ou-tros mercados do sudeste asiático, como

Myanmar, Vietname e Tailândia, assim como para a Índia. Simultaneamente, os importadores japoneses procuram forne-cedores alternativos em mercados que lhes garantam confiança na normalida-de dos fluxos dos produtos exportados, situação que no presente a China não consegue garantir por razões de conflito político e atrito social. E Portugal aparece como um fornecedor alternativo muito bem posicionado, como confirmam as frequentes missões de compradores e investidores que nos anos mais recentes visitam Portugal em busca de fornecedo-res e parceiros que anteriormente procu-ravam na China. Esta é mais uma vanta-gem competitiva recente, de importância

MERCADOS

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AICEP no JapãoKamiura Kojimachi Bldg., 4F3-10-3, KojimachiChiyoda-kuTokyo 102-0083 - JapãoTel.: +81 3 35 11 28 71Fax: +81 3 35 11 28 87

[email protected]

timentos de cortiça e cerâmica, o vinho, o azeite, os derivados de tomate, o pei-xe congelado, as conservas de peixe, os produtos gourmet, as energias alternati-vas limpas, com destaque para a energia solar, são bons exemplos de produtos e sectores que, tendo já uma presença efectiva no Japão, podem com facilida-de aumentar a sua quota de mercado.

Simultaneamente, empresas que do-minem novas tecnologias em sectores, áreas, produtos e serviços que se en-contrem na fronteira do conhecimen-to e tenham já experiência de negócio noutros mercados igualmente sofisti-cados e exigentes, têm oportunidades disponíveis no país do sol nascente.

Convém ainda ter presente, de forma muito atenta, uma das mais recentes oportunidades de negócio procurada

pelas empresas japonesas e que tem a ver com parcerías com empresas portu-guesas com vista a desenvolvimento de negócios conjuntos nos mercados de língua oficial portuguesa, com particu-lar realce para Angola e Moçambique. Prova disso foi a recente visita a Lisboa de uma missão de um grupo de empre-sários japoneses membros do Keidan-ren, que é a maior associação empresa-rial do Japão e uma das mais poderosas do mundo, durante a qual este foi um dos temas a que foi dada uma atenção muito especial.

Por último, considerando que os ja-poneses ou falam muito mal ou não dominam de todo a língua inglesa e que a cultura japonesa é única e ape-nas igual a si própria, projectando-se e reflectindo-se na cultura empresarial, com muita facilidade acontecem cho-ques culturais e mal entendidos que, mais frequentemente do seria desejá-vel, criam problemas, aborrecimentos, desilusões e desistências. Para mitigar este tipo de problemas, a CE e a AI-CEP providenciam ferramentas, a baixo custo ou mesmo a custo zero, que se aconselham viva e empenhadamente à comunidade exportadora. Destacam-se pela sua eficácia as seguintes:• EU - Gateway to Japan (http://www.

eu-gateway.eu/home): missões de ex-portadores organizadas pela CE.

• ETP – Executive Trainning Program-me (http://www.euetp.eu/): progra-ma de formação de quadros organi-zado pela CE.

• AICEP: programa de reuniões com importadores e visitas a pontos de venda.

Fica o convite à comunidade exporta-dora para demandar o Japão, utilizan-do, sempre que oportuno e possível, uma das alternativas disponíveis aqui listadas.

“É de grande importância que a comunidade exportadora nacional esteja atenta e preparada para não perder esta oportunidade de um novo ciclo de inovação e crescimento que, se nada de anormal acontecer daqui em diante, começa já a materializar-se no mercado japonês.”

crítica e que é de todo necessário apro-veitar o mais extensivamente possivel.

Assim, a moda portuguesa, com parti-cular destaque para o calçado de cou-ro e para o vestuário, os têxteis-lar, os tecidos, as cerâmicas utilitárias, os arti-gos de cozinha, os pavimentos e reves-

MERCADOS

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KATTY XIOMARA LEVA MODA PORTUGUESA AO JAPÃO

Katty Xiomara está presente na moda de Portugal desde 1998, mas a sua versatilidade profissional tem promovido a sua participação em desafios em áreas tão diversas o como vestuário infantil, o teatro, a televisão, a música, a dança, as artes gráficas e outros eventos onde é convidada a apadrinhar ou a reinventar ideias com o seu estilo pessoal e distinto. O contacto com o Japão surgiu há alguns anos, com o convite para participar num desfile em Tóquio, com a colecção de Inverno 2011, no âmbito do evento WearEurope.Katty Xiomara tem actualmente vários projectos a realizar em 2014 no mercado japonês. Conheça o seu testemunho sobre este mercado.

“Parafraseando o título dum livro que li há já algum tempo sobre a viagem sin-gular de pai e filho ao Japão, o ‘Japão é um lugar estranho’. De facto, é uma cultura cheia de códigos.

Se bem me lembro, a primeira vez que o Japão surge no nosso universo profis-sional foi após um desfile ao qual tinha assistido uma jornalista japonesa radi-cada em Londres, que nos interpelou no final sobre o potencial que a colec-ção teria no mercado japonês. Desde esse momento tornou-se tacitamente num objectivo: qual será a verdadeira reacção do mercado à nossa colecção?

Felizmente, em 2009, fomos convida-dos a participar na mostra de ‘design’ Europeu no Japão - WearEurope. Este foi o nosso primeiro e verdadeiro con-tacto com a cultura japonesa e serviu para dar início à nossa aprendizagem.

MERCADOS

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No ano seguinte fomos novamente con-vidados; só nesta ocasião compreendi o quão particular é a cultura e abordagem dos japoneses, pelo contacto efectivo com os potenciais compradores. Co-mecei a descobrir alguns dos códigos e comportamentos, sendo certo que há dificuldade em ler as expressões.

Em 2005, começámos a participar em feiras internacionais mas, regularmente, só a partir de 2007. Estas feiras serviram de base para o desenvolvimento da nos-sa estratégia de internacionalização. Em 2012 retomámos os contactos com visi-tas de prospecção e com reuniões mar-cadas com antecedência. Tem sido um trabalho difícil pois o comportamento profissional dos japoneses é algo distante e frio. Só depois de estabelecido um con-tacto pessoal é que se podem criar algu-mas aproximações. No nosso caso, sabe-mos que só depois desse contacto é que eles começaram a procurar informações e a seguir o nosso percurso. Sabemos que devemos ter um percurso consisten-te e ter a paciência necessária para poder alcançar a confiança do comprador.

2014 será um ano decisivo na nossa estratégia para a conquista do merca-do japonês, onde temos previstas várias acções que ajudem a complementar os esforços comerciais realizados através da participação em feiras locais e internacio-nais. É um mercado cujo conhecimento ‘fashion awareness’ é elevado, seja ele a nível de comprador profissional ou de consumidor final, com um potencial de compra considerável. Os olhos do mun-do de ‘Trend setters/Fashion scouters’ estão lá, o que o torna num mercado importante para qualquer marca com ambição. Esperamos ter resultados con-cretos e palpáveis no final de 2014; até lá o objectivo é apresentar a marca e criar a confiança necessária para atrair os distri-buidores e compradores.

Pontos essenciais: • Ter em conta a diferença cultural e

costumes. • Ter paciência e mostrar consistência. • Marcar reuniões e estabelecer con-

tacto pessoal.

‘O mundo é um imenso livro do qual aque-les que nunca saem de casa lêem apenas uma página’ – Agostinho de Hipona.”

www.kattyxiomara.com

MERCADOS

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A BI-SILQUE E O MERCADO JAPONÊS

“Desde a sua fundação, em 1979, a Bi-silque elegeu como mercado alvo o Japão, tendo estado sempre presente desde a primeira edição da feira ISOT que se realizou há 25 anos, em Tóquio. A entrada neste mercado não foi fácil, devido à distância, ao modelo de distri-buição e cultura locais.

O mercado japonês já foi o nosso principal cliente, encontrando-se ac-tualmente entre os principais. A ca-deia de distribuição no Japão é muito complexa e, por vezes, sofisticada.

A Bi-silque produz e comercializa artigos de comunicação visual para casa e escritório e utilidades domésticas, exportando actualmente para mais de 60 países em cinco continentes. O mercado nacional representa apenas 1,3 por cento da sua produção, mas a empresa utiliza nos seus produtos 60 por cento de matérias-primas de origem nacional.O Japão enquanto mercado de exportação esteve sempre nos horizontes da empresa, como testemunha André Vasconcelos, CEO do Grupo Bi-silque.

Entendemos que o papel do impor-tador tradicional continua a ser uma forma segura de garantir que os nos-sos produtos chegam aos canais de distribuição adequados. Há que ter em atenção que este tipo de distribuição implica também preços finais (ao con-sumidor) elevados, pelo que os produ-tos devem ser percepcionados pelo seu valor acrescentado, nomeadamente pelo ‘design’ e inovação incorporados.

Neste mercado altamente consumista, só os produtos que ofereçam qualidade

têm possibilidade de vencer. Assim, os produtos fabricados na Europa, como os nossos, têm que aliar ao ‘design’ aspectos qualitativos muito elevados. Dentro das marcas pertencentes ao Grupo Bi-silque, a Bi-Office e Organise4Home são aquelas que mais se destacam no mercado japonês, incidindo a preferência deste pelas famílias de quadros de comunicação com características de ‘design’ e funcionalidade, aliadas a uma matéria-prima natural: a cortiça.”

www.bisilque.com

MERCADOS

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BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2008 2009 2010 2011 2012 Var %a 12/08

2012 Jan/Jul

2013 Jan/Jul

Var %b 13/12

Exportações 179.816 86.486 127.748 191.960 190.084 11,3 114.768 81.867 -28,7

Importações 589.333 285.072 362.642 341.549 294.562 -11,0 202.305 141.753 -29,9

Saldo -409.518 -198.585 -234.894 -149.589 -104.478 -- -87.537 -59.886 --

Coef. Cobertura (%) 30,5% 30,3% 35,2% 56,2% 64,5% -- 56,7% 57,8% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012 (b) Taxa de variação homóloga 2012-20142008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados provisórios; 2013: resultados preliminares 1º apuramento

O relacionamento entre Portugal e o Japão regista um saldo da balança comercial de bens entre os dois países desfavorável ao nosso país, mas é de sublinhar o crescimento médio anual das exportações portuguesas para o mercado nipónico de mais de 11 por cento entre 2008 e 2012.

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – JAPÃO

No comércio de bens, o Japão ocupou, em 2012, o 29º lugar no ranking global de mercados clientes de Portugal, situ-ando-se próximo de Cabo Verde (27º), do México (28º), do Canadá (30º) e da Rússia (31º). Enquanto fornecedor de Portugal, o Japão ficou em 28º lugar no ranking em 2012.

De 2008 a 2012, verificaram-se aumen-tos nos valores das exportações portu-guesas de bens para o Japão, com um crescimento médio anual de 11,3 por cento. Pelo contrário, nesse período, as importações portuguesas de produtos provenientes do Japão diminuíram 11 por cento (média anual).

Nos primeiros sete meses deste ano, igualmente segundo os dados do INE, registaram-se quebras quer em termos de exportações quer no que respeita às importações de, respectivamente, menos 28,7 por cento e menos 29,9 por cento.

O saldo da balança comercial é defici-

MERCADOS

Portugalglobal // Outubro 13 // 37

tário para Portugal, tendo o coeficien-te de cobertura das importações pelas exportações, ao longo do período em análise, oscilado entre 30,3 por cento em 2009 e 64,6 por cento em 2012.

Nas exportações portuguesas para o Japão por grupos de produtos, em 2012, surgem em primeiro lugar as máquinas e aparelhos, representando 28,6 por cento do total, seguindo-se os produtos químicos (20,4 por cen-to), os produtos alimentares (16,5 por cento), o calçado (6,6 por cento) e os instrumentos de óptica e precisão (5,5 por cento). Este conjunto de produtos representou aproximadamente 78 por cento do valor global das nossas ven-das para esse país em 2012.

Nos primeiros sete meses de 2013, re-gista-se uma alteração na estrutura dos grupos de produtos mais exportados, com os produtos alimentares a ocu-parem o primeiro lugar, representando 31,2 por cento do total e aumentando 47,8 por cento face a idêntico período de 2012. A estes seguem-se os grupos das máquinas e aparelhos, do calçado e dos produtos químicos.

Os produtos classificados como de alta intensidade tecnológica repre-sentaram 45,1 por cento das expor-tações portuguesas para o Japão em 2012 de produtos industriais transformados (95,3 por cento das exportações totais). Seguiram-se os produtos com graus de intensidade tecnológica baixa (37,4 por cento),

média-alta (13,2 por cento) e média-baixa (4,3 por cento).

De acordo com o INE, 726 empresas portuguesas efectuaram exportações de bens para o Japão em 2012.

No que se refere às importações por-tuguesas de bens desse mercado, em

De Janeiro a Julho deste ano, os veícu-los e outro material de transporte foram os mais importados do Japão, com 36,2 por cento do total mas diminuindo mais de 27 por cento face a idêntico perío-do de 2012, seguindo-se os grupos das máquinas e aparelhos, plásticos e borra-cha e instrumentos de óptica e precisão.

O grau de intensidade tecnológica dos bens importados do Japão é média-alta (72,3 por cento do total em 2012), mé-dia-baixa (14,4 por cento), alta (10,6 por cento) e baixa (2,8 por cento).

Serviços e investimento As exportações portuguesas de serviços para o Japão e as importações prove-nientes desse país são pouco relevantes, tendo-se registado sempre ao longo do período em análise (de 2008 a 2012) quotas inferiores a 0,5 por cento.

De 2008 a 2012, o saldo da balança comercial foi sempre negativo, sendo, no entanto, o defice de 2011 inferior a 400 mil euros, com o coeficiente de cobertura das importações pelas expor-tações a atingir cerca de 99 por cento. Em 2012, Portugal exportou para o Ja-pão serviços no valor de 31,2 milhões de euros, enquanto as importações as-cenderam a 46,6 milhões de euros.

No que respeita ao investimento, a posição do Japão no ranking dos mer-cados de origem do investimento direc-to (IDE) em Portugal foi sempre melhor do que como destino de investimento directo português no exterior, que não tem significado neste mercado.

No período em análise (2008-2012), registou-se em 2008 o valor mais ele-vado de investimento directo do Japão em Portugal, em termos brutos, que foi de 30,1 milhões de euros registando-se, em 2012, um montante de 4,2 milhões de euros. O valor de investimento bruto em 2011 foi negativo, estando associa-do a lucros reinvestidos negativos (pre-juízos). Em 2008, ocorreu, igualmente, o maior montante de desinvestimento do período em análise. Em 2012, o valor de desinvestimento superou o montan-te de investimento bruto, conduzindo a um montante de investimento líquido negativo também nesse ano.

“De 2008 a 2012, verificaram-se aumentos nos valores das exportações portuguesas de bens para o Japão, com um crescimento médio anual de 11,3 por cento. Pelo contrário, nesse período, as importações portuguesas de produtos provenientes do Japão diminuíram 11 por cento (média anual).”

2012, a primeira posição foi ocupada, igualmente, pelas máquinas e apa-relhos (com 32,3 por cento do valor total), seguindo-se os veículos e outro material de transporte (31,9 por cen-to), os plásticos e borracha (11 por cento), os metais comuns (9,9 por cento) e os instrumentos de óptica e precisão (7,2 por cento). Estas cinco primeiras categorias de produtos re-presentaram, em conjunto, cerca de 92 por cento do total das nossas com-pras provenientes do Japão.

MERCADOS

// Outubro 13 // Portugalglobal38

ENDEREÇOS ÚTEIS

JAPÃO EM FICHA

Japão

Tóquio

Área: 377.899 km2

População: 126,1 milhões de habitantes

(estimativa 2012)

Densidade populacional: 334 hab./km2

(estimativa 2012)

Designação oficial: Japão (Nihon)

Forma de Governo: Democracia

representativa

Chefe de Estado: Imperador Akihito

Primeiro-Ministro: Shinzo Abe

Data da actual Constituição: 3 de

Novembro de 1946 (promulgação); 3 de

Maio de 1947 (entrada em vigor).

Principais Partidos Políticos: Partido

Democrático Liberal (LDP), Novo Komeito,

Partido Democrático do Japão (DPJ) e Partido

da Restauração do Japão. As próximas

eleições para a Câmara Alta estão previstas

para Julho de 2013 e para a Câmara Baixa

para Dezembro de 2016.

Capital: Tóquio (12,81 milhões de

habitantes; dados de 2011)

Outras cidades importantes: Yokohama;

Osaka; Nagoya; Sapporo; Kyoto; Fukuoka;

Kobe.

Religião: As principais religiões são o

xintoísmo e o budismo. Existem pequenas

minorias cristãs.

Língua: Japonês

EMBAIXADA DO JAPÃO EM LISBOAAv. da Liberdade, 245, 6º1269-033 LisboaTel.: +351 213 110 560Fax: +351 213 537 [email protected]

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM TÓQUIOKamiura-Kojimachi Bldg. 5F3-10-3, Kojimachi, Chiyoda-kuTokyo 102-0083 - JapanTel.: +81 3 5212 7322Fax: +81 3 5226 [email protected]/pt

JAPAN EXTERNAL TRADE ORGANIZATION (JETRO)Ark Mori Building, 6F 12-32Akasaka 1-chome, Minato-kuTokyo 107-6006 - JapanTel.: +81 3 3582 5511www.jetro.go.jp

Unidade monetária: Iene japonês (JPY)

1 EUR = 124,4 JPY

(média de Fevereiro de 2013)

1 EUR = 102,49 JPY (média de 2012)

Ranking em negócios: Índice: 7,26

(10 = máximo)

Ranking geral: 28 (entre 82 mercados)

Risco de crédito: País “não classificado”

na tabela risco-país da OCDE. Não é

aplicável o sistema de prémios mínimos.

Grau de abertura e dimensão relativa

do mercado:

Exp. + Imp. (bens e serviços) / PIB = 31,4%

(2012)

Imp. (bens e serviços) / PIB = 16,7% (2012)

Imp. (bens) / Imp. Mundial = 4,6% (2011)

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU)

- Country Report (March 2013); ViewsWire

(March 6th 2013) World Trade Organization

(WTO); Banco de Portugal; COSEC

FINANCIAL SERVICES AGENCYThe Central Common Government Offices No. 73-2-1, Kasumigaseki, Chiyoda-kuTokyo 100-8967 - JapanTel.: +81 3 3506 [email protected]/en

MINISTRY OF FINANCE3-1-1 Kasumigaseki, Chiyoda-kuTokyo 100-8940 - JapanTel.: +81 3 3581 4111www.mof.go.jp/english/index.htm

JAPAN NATIONAL TOURISM ORGANIZATION (JNTO)10F, Tokyo Kotsu Kaikan Building2-10-1, Yurakucho, Chiyoda-kuTokyo 100-0006 - JapanTel.: +81 3 3201 3331 (Tourist Information Center – Tokyo)www.jnto.go.jp/eng/

TOKYO CHAMBER OF COMMERCE AND INDUSTRY3-2-2 Marunouchi, Chiyoda-kuTokyo 100-0005Tel.: +81 3 3283 7523Fax: +81 3 3216 [email protected]/english/

MANUFACTURED IMPORTS AND INVESTMENT PROMOTION ORGANIZATION (MIPRO)6F, World Import Mart Bldg., Sunshine City3-1-3, Higashi-ikebukuro, Toshima-kuTokyo 170-8630 - JapanTel.: +81 3 3988 [email protected]/english/

JAPANESE STANDARDS ASSOCIATION (JSA)4-1-24 Akasaka Minato-kuTokyo 107-8440 - JapanTel.: +81 3 3583 8005Fax: +81 3 3586 2014www.jsa.or.jp/default_english.asp

VideoconferênciasAICEP Global Network

A AICEP disponibiliza um novo serviço de videoconferência para reuniões em directo, onde quer que se encontre, com os responsáveis da Rede Externa presentes em mais de 40 países.

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// Outubro 13 // Portugalglobal40

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio. exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso, numa base muito

restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Estónia M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão T Fora de cobertura.

Iraque T Fora de cobertura.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Malta C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva.

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-

Portugalglobal // Outubro 13 // 41

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globaisNa apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado. enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio. cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias). não excedendo um ano. e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices. a política de cobertura é casuística e. em geral. mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba. Guiné-Bissau. Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos. S. A.Direcção Internacional

Avenida da República. 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Checa C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).M/L Exigência de garantia bancária

ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.M/L Sector público: aberta sem restri-

ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe C Análise caso a caso, numa base

muito restritiva.

Senegal C Em princípio. exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual

exigência de garantia bancária.Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas

sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito. ou seja. consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas. a curto. a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7). corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país. da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-KongSingapura *Taiwan

Arábia SauditaBotswanaBruneiChileChina •EAUa

GibraltarKoweitMacauMalásiaOmanTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

FilipinasIlhas MarshallÍndiaIndonésiaLituâniaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruQatarRússiaTailândiaUruguai

ArubaBareinBulgáriaColômbia El SalvadorFidjiLetóniaRoméniaTunísia •Turquia

AngolaAzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana. Rep.GabãoGanaGuatemalaJordâniaLesotoMacedóniaMongóliaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietnameZâmbia

AlbâniaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores CongoDominicaEgiptoGeórgiaHondurasKiribatiMoçambiqueMontenegroNauruQuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaSuriname TanzâniaTimor-LesteTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatu

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af. Rep.ChadeCongo. Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • DjibutiEquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné. Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIrão •Iraque •JamaicaKosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMadagáscarMalawiMaldivasMali MauritâniaMoldávia Myanmar

Nepal Nicarágua Níger PaquistãoQuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália SudãoSudão do Sul TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura. excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi. Dubai. Fujairah. Ras Al Khaimah. Sharjah. Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa. Guam. Marianas. Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa. Guadalupe. Martinica. Reunião. S. Pedro e Miquelon. Polinésia Francesa. Mayotte. Nova Caledónia. Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau. Ilhas Niveh) Anguilla. Bermudas. Ilhas Virgens. Cayman. Falkland. Pitcairn. Monserrat. Sta.

Helena. Ascensão. Tristão da Cunha. Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

// Outubro 13 // Portugalglobal42

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2012 tvh

2012/112012

Jan/Ago2013

Jan/Agotvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

IDE bruto 39.257 -8,9% 28.025 17.284 -38,3% -40,6% -10,6%

IDE desinvestimento 32.318 -7,8% 21.923 18.098 -17,5% -39,8% -16,0%

IDE líquido 6.939 -13,5% 6.101 -813 -113,3% -170,0% 91,0%

IDE Intra UE 35.684 -8,3% 25.558 15.962 -37,5% -40,9% -13,7%

IDE Extra UE 3.573 -14,6% 2.466 1.323 -46,4% -38,0% 40,6%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 90,9% -- 91,2% 92,3% -- -- --

IDE Extra UE 9,1% -- 8,8% 7,7% -- -- --

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 IDPE bruto - Sector 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12

Países Baixos 61,2% -21,5% Act. Financeiras e de Seguros 75,8% -22,4%

Espanha 14,0% 1,5% Ind. Transformadoras 9,1% -11,8%

Alemanha 4,7% 1159,2% Comércio 6,8% 84,4%

Brasil 4,1% -59,6% Construção 3,2% -45,8%

Reino Unido 1,9% 5,0% Act. Consultoria e Técnicas 1,6% -75,2%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

IDE bruto - Origem 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 IDE bruto - Sector 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12

Espanha 22,0% -18,4% Comércio 36,8% -30,8%

França 17,0% -36,5% Ind. Transformadora 26,0% -10,1%

Reino Unido 16,6% -33,1% Act. Financeiras e de Seguros 17,9% -51,7%

Alemanha 12,8% 4,3% Act. Informação e Comunicação 4,4% -53,9%

Países Baixos 9,4% -38,2% Electricidade, Gás, Água 3,6% -81,0%

2010 Dez 2011 Dez 2012 Dez 2012 Jun 2013 Jun tvh 13/12

Stock IDE 83.585 86.428 88.799 85.416 88.167 3,2%

Stock IDPE 49.942 55.823 54.010 54.757 54.739 0,0%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2012 tvh

2012/112012

Jan/Ago2013

Jan/Agotvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

IDPE bruto 8.989 -54,0% 6.514 5.129 -21,3% 94,2% -31,6%

IDPE desinvestimento 7.498 -15,2% 5.468 4.163 -23,9% -67,5% -34,7%

IDPE líquido 1.490 -86,1% 1.046 966 -7,6% 112,9% -19,3%

IDPE Intra UE 7.304 -56,4% 5.307 4.496 -15,3% 164,9% -30,8%

IDPE Extra UE 1.685 -39,6% 1.207 633 -47,5% -38,3% -37,4%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 81,3% -- 81,5% 87,7% -- -- --

IDPE Extra UE 18,7% -- 18,5% 12,3% -- -- --

% Total IDPE bruto

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Outubro 13 // 43

ESTATÍSTICAS

// Outubro 13 // Portugalglobal44

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BENS (Exportação) 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Exportações bens 45.259 5,7% 30.472 31.502 3,4% 0,0% -23,8%

Exportações bens UE27 32.152 0,9% 21.726 22.184 2,1% 3,7% -27,8%

Exportações bens Extra UE27 13.107 19,6% 8.746 9.319 6,5% -6,8% -14,1%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 71,0% -- 71,3% 70,4% -- -- --

Exportações bens Extra UE27 29,0% -- 28,7% 29,6% -- -- --

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 23,6% 8,8% Espanha 604 2.0

Alemanha 11,8% -2,4% Marrocos 230 0.8

França 11,6% 0,9% Argélia 139 0.5

Angola 6,2% 3,9% Reino Unido 76 0.2

Reino Unido 5,2% 4,8% Alemanha -91 -0.3

Países Baixos 4,1% -0,1% Venezuela -91 -0.3

EUA 4,0% -1,0% China -130 -0.4

Exp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 Exp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 14,7% -0,1% Combustíveis Minerais 719 2.4

Combustíveis Minerais 10,8% 26,8% Alimentares 141 0.5

Veículos, Outro Mat. Transp. 10,6% -7,2% Químicos 90 0.3

Metais Comuns 8,0% 0,9% Plásticos, Borracha 89 0.3

Plásticos, Borracha 7,0% 4,3% Veículos, Out. Mat. Transp. -260 -0.9

SERVIÇOS 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Exportações totais de serviços 19.098 -0,3% 12.838 13.621 6,1% 3,4% 2,5%

Exportações serviços UE27 13.100 -4,3% 8.801 9.341 6,1% 4,5% 10,4%

Exportações serviços extra UE27 5.998 9,7% 4.036 4.280 6,0% 0,3% -15,0%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 68,6% -- 68,6% 68,6% -- -- --

Exportações serviços extra UE27 31,4% -- 31,4% 31,4% -- -- --

Unidade: % do total

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Outubro 13 // 45

BENS (Importação) 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Importações bens 56.166 -5,2% 37.444 37.276 -0,4% -3,5% -18,2%

Importações bens UE27 40.316 -7,6% 26.649 26.475 -0,7% 0,3% -22,9%

Importações bens Extra UE27 15.850 1,5% 10.795 10.802 0,1% -10,6% -6,1%

Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE27 71,8% -- 71,2% 71,0% -- --

Importações bens Extra UE27 28,2% -- 28,8% 29,0% -- --

Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Espanha 31,7% 0,0% Angola 889 2.4

Alemanha 11,2% -1,9% Camarões 271 0.7

França 6,7% 2,3% Rússia 254 0.7

Angola 5,6% 75,2% Argélia -163 -0.4

Itália 5,0% -2,7% Arábia Saudita -166 -0.4

Países Baixos 5,0% 4,4% Guiné-Equatorial -384 -1.0

Reino Unido 2,9% -4,7% Brasil -434 -1.2

Imp. Bens - Produtos 2013 (Jan/Ago) % Total tvh 13/12 Imp. Bens - Var. Valor (13/12) Meur Cont. p. p.

Combustíveis Minerais 20,3% -3,0% Agrícolas 224 0.6

Máquinas, Aparelhos 14,1% -3,8% Alimentares 114 0.3

Agrícolas 11,2% 5,7% Químicos -149 -0.4

Químicos 10,7% -3,6% Máquinas, Aparelhos -205 -0.5

Veículos, Outro Mat. Transp. 8,4% -2,2% Combustíveis Minerais -231 -0.6

SERVIÇOS 2012 tvh 2012/11

2012 Jan/Ago

2013 Jan/Ago

tvh 13/12 Jan/Ago

tvh 13/12 Ago/Ago

tvc 13/13 Ago/Jul

Importações totais de serviços 10.405 -9,2% 7.009 7.087 1,1% 3,8% -6,2%

Importações serviços UE27 7.591 -5,9% 5.120 5.171 1,0% 9,1% -5,0%

Importações serviços extra UE27 2.815 -17,1% 1.889 1.915 1,4% -9,2% -9,4%

Unidade: Milhões de euros

Importações serviços UE27 73,0% -- 73,0% 73,0% -- -- --

Importações serviços extra UE27 27,0% -- 27,0% 27,0% -- -- --

Unidade: % do total

Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga tvc - Taxa de variação em cadeia (a) Junho de 2013 (b) Julho de 2013

PREVISÕES 2013 : 2014 (tvh real %) 2012 2013 1º Sem FMI CE OCDE BdP Min.

Finanças

INE INE Outubro 13 Junho 13 Maio 13 Outubro 13 Outubro 13

PIB 3,2 -3,1 -1,8 : 0,8 -2,3 : 0,6 -2,7 : 0,2 -1,6 : 0,3b -1,8 : 0,8

Exportações Bens e Serviços -3,2 4,0 0,9a : 4,4a 0,8 : 4,4 1,4 : 5,1 5,8 : 5,5b 5,8 : 5,0

// Outubro 13 // Portugalglobal4646

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Carlos [email protected]

António Felner da [email protected]

Jorge [email protected]

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João Pedro PereiraÁFRICA DO [email protected]

Raul TravadoCANADÁ[email protected]

Miguel Porfí[email protected]

Rui Boavista [email protected]

REDE EXTERNA

Ana Sofia O’[email protected]

Carlos [email protected]

Álvaro CunhaMÉ[email protected]

Eduardo [email protected]

Manuel [email protected]

José Nogueira [email protected]

Miguel FontouraREINO [email protected]

Armindo RiosCABO [email protected]

Rui [email protected]

Gonçalo Homem de MelloBÉ[email protected]

António SilvaFRANÇ[email protected]

João Renano HenriquesARGÉ[email protected]

Miguel CrespoCOLÔ[email protected]

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Portugalglobal // Outubro 13 // 4747

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AO SERVIÇO DAS EMPRESAS

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Alexandra Ferreira [email protected]

João RodriguesÍ[email protected]

Pier Franco SchiavoneITÁ[email protected]

Este livro oferece ao leitor uma aborda-gem da temática do desenvolvimento de um novo produto ou serviço, con-templando as várias fases do desenvol-vimento de forma sistematizada.

Abordam-se, para além dos concei-tos de inovação, criatividade, design, metodologia do desenvolvimento de um produto, outros aspectos a ter em consideração como a realização de protótipos, testes, ensaios, determi-nação de custos, layouts de produção, entre outros.

Escrito de uma forma simples, o conte-údo deste livro não exige uma formação

BOOKMARKS

A gestão de eventos é uma área que se encontra em franca expansão, pois a sua organização faz parte do quotidia-no dos indivíduos e do funcionamen-to normal das empresas e instituições. Actualmente organizam-se eventos de natureza diversas, nas mais diversas áreas de negócio, também como parte integrante da estratégia de marketing das empresas.

Ao nível empresarial, todos os aconte-cimentos, até mesmo os mais comuns, como as reuniões de trabalho, reque-rem um planeamento atempado e ri-goroso. Já ao nível social assistimos a um aumento, ano após ano, do núme-ro de eventos propostos à sociedade e uma notável aposta no grau de sofisti-cação dos mesmos.

Devido às exigências dos consumido-res é fundamental que os profissio-nais que pretendem exercer funções de gestores de eventos estejam mu-nidos de competências técnicas que

INOVAÇÃO E CRIATIVIDADEMANUAL DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

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lhes permitam organizar este tipo de acontecimentos aplicando metodolo-gias avançadas no planeamento, na gestão das equipas de trabalho, na gestão dos recursos, no controlo do orçamento e na eventual obtenção de financiamentos.

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Maria Manuel Simões,

Sílvia Diogo de Saldanha,

Joaquim Caetano

Editor: Edições Sílabo

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Ano: 2013

Preço: 15,80€

específica nem avançada para compre-ender as matérias nele expostas.

Estudantes universitários, gestores, qua-dros, responsáveis por novos projetos, empresários actuais e futuros encon-tram nesta obra as ferramentas que po-derão servir de apoio para a empreitada de criar um produto/serviço que dará sustentabilidade a um negócio existente ou a criação de um novo negócio.

// Outubro 13 // Portugalglobal48

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