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APLICAÇÕES EM SISTEMAS DE GEOVISUALIZAÇÃO: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA A PARTIR DE COMPONENTES “WEB” GENÉRICOS Sandro Laudares Orientador: Prof. Dr. João Francisco de Abreu (Phd.) PUC-MG Belo Horizonte 2007 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial

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APLICAÇÕES EM SISTEMAS DE GEOVISUALIZAÇÃO: UMA PROPOSTA

METODOLÓGICA A PARTIR DE COMPONENTES “WEB” GENÉRICOS

Sandro Laudares

Orientador: Prof. Dr. João Francisco de Abreu (Phd.)

PUC-MG

Belo Horizonte

2007

Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Geografia –

Tratamento da Informação Espacial

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Sandro Laudares

APLICAÇÕES EM SISTEMAS DE GEOVISUALIZAÇÃO:

UMA PROPOSTA METODOLÓGICA A PARTIR DE

COMPONENTES “WEB” GENÉRICOS

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação

Espacial da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Geografia.

Orientador: Dr. João Francisco de Abreu (Phd.)

Belo Horizonte – MG

2007

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FICHA CATALOGRÁFICA

Laudares, SandroL367a Aplicações em sistemas de geovisualização: uma proposta metodológica a partir de componenetes “Web” genéricos / Sandro Laudares. Belo Horizonte, 2007. 164f. Orientador: João Francisco de Abreu Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Tratamento da Informação Espacial. Bibliografia.

1. Sistemas de informação geográfica. 2. Análise espacial (Estatística). 3. Sites da Web. I. Abreu, João Francisco de. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tratamento da Informação Espacial. III. Título.

CDU: 91: 681.3 Bibliotecária responsável: Ana Lúcia de Oliveira Coelho – CRB/6 - 1717

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Aos meus pais e irmãs pelo incentivo e carinho. E a minha esposa, Meire, pelo

amor, paciência e presença constante.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Professor Dr. João Francisco de Abreu, orientador presente que me apoiou e

auxiliou em todos os momentos ao longo deste trabalho de forma extremamente dedicada.

Agradeço a PUC Minas e a todos os professores do Programa de Pós-graduação em Geografia

– Tratamento da Informação Espacial, que tornaram possível a realização deste trabalho.

Registro minha gratidão a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para esta

construção.

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RESUMO

A utilização de componentes de software de fácil uso e adaptação para aplicações

específicas em organizações públicas e privadas torna-se cada vez mais necessária.

Comprovar a hipótese de que o uso de componentes, acessados através da Internet, substitui

os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) completos, de alto custo e complexidade é o

foco desta tese.

A implantação de SIG´s nas organizações atualmente envolve treinamento

especializado e dedicação dos usuários, resultando em atrasos e dificuldade de implantação de

projetos.

O principal objetivo deste trabalho é a investigação e classificação de componentes

genéricos para Geovisualização na “web” e a organização de um ambiente virtual utilizado

como repositório para dar suporte à geração de SIGs na Internet, comprovando a

aplicabilidade e eficácia do uso desses componentes através da utilização em estudos de caso.

Componentes podem ser adaptados e integrados aos sistemas de informação disponíveis nas

organizações, eliminando a necessidade de aquisição de softwares de geoprocessamento de

alto custo e difícil utilização.

Além disso, a possibilidade de execução de componentes genéricos em dispositivos

móveis, tais como aparelhos celulares e pocket PC’s – Personal Computers, é uma alternativa

viável e promissora para uso em organizações públicas e privadas.

Nos estudos de caso apresentados neste trabalho, o ambiente proposto utiliza

algoritmos e componentes de software livre de Geovisualização, estendendo suas

funcionalidades para a resolução de problemas em áreas como: geomarketing, planejamento

urbano e Sistemas de Informações Geográficas em tempo real.

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ABSTRACT

Web components are becoming more and more necessary to support specific

applications in public and private organizations. This thesis focuses on proving that the use of

software components through the internet replaces the need of complete desktop Geographic

Information Systems (GIS) which are expensive and difficult to learn. Implementing GIS

applications at any organization nowadays imply intensive training and dedication, which

results on delays and difficulty to implement projects.

This work’s main goal is to investigate and classify generic geovisualization “web”

components. Thus, an environment used as a repository to support WebGIS development was

modeled and implemented. The “web” components applicability and effectiveness are proved

through “real life” use cases. These components can be customized and integrated in

information systems throughout any organization. This process eliminates the use of costly

and complex GIS software.

Additionally, the possibility of running generic “web” components in mobile devices,

such as cell phones and pocket PCs - Personal Computers - is seen as promising and viable

to be used in projects on public and private organizations.

The use cases presented here are implemented from open source geovisualization

algorithms and components extending features to solve problems applied to areas such as

geomarketing, urban planning and real time GIS.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Comunicação de dados via celular --------------------------------------------------55

FIGURA 2- Expansão da tecnologia Java ---------------------------------------------------------56

FIGURA 3- Edições Java ----------------------------------------------------------------------------57

FIGURA 4- Exemplo de visualização através de mapas digitais-------------------------------62

FIGURA 5- Exemplo de visualização através de mapas de satélites --------------------------62

FIGURA 6- Exemplo de visualização de ruas ----------------------------------------------------63

FIGURA 7- Localização de países membros de acordos de cooperação internacional ( Departamento de relações internacionais da PUC- MG) --------------------------------------64

FIGURA 8- Sistema GeoIMOB de localização de imóveis ------------------------------------66

FIGURA 9- Localização de Pontos de Referência em um município -------------------------67

FIGURA 10- Localização de imóveis próximos a pontos de referência ----------------------68

FIGURA 11- Exemplo de visualização através de mapas digitais -----------------------------69

FIGURA 12- Exemplo de visualização através de imagens de satélite -----------------------70

FIGURA 13- Exemplo de visualização através de fotos aéreas --------------------------------70

FIGURA 14- Delimitação da região da captação de leite ---------------------------------------71

FIGURA 15- Visualização de rota entre Lagoa da Prata e Abaeté (MG)---------------------72

FIGURA 16- Roteiros com distâncias calculadas entre Lagoa da Prata e Abaeté(MG) ---------------------------------------------------------------------------------------------------72

FIGURA 17- Delimitação dos municípios pertencentes à Estrada Real (MG) --------------73

FIGURA 18- Visualização de rota entre São João Del Rei e Ouro Preto (MG) ------------ 74

FIGURA 19- Exemplo de Mapa Temático através de arquivos --------------------------------79

FIGURA 20 – Endereço de acesso ao ambiente componentes genéricos ---------------------86

FIGURA 21- Página principal do ambiente de componentes “ Web” proposto -------------86

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FIGURA 22- Definição de categorias e sub-categorias -----------------------------------------87

FIGURA 23- Destaque para as consultas por categoria e por Palavras-chave ---------------89

FIGURA 24 – Esquema de processos para a análise geo-demográfica -----------------------97

FIGURA 25- Exemplo de interação do protótipo: seleção de dados do ambiente externo--98

FIGURA 26- Opção de visualização: “gerar mapa” --------------------------------------------99

FIGURA 27- Opção de visualização: “gerar relatório” --------------------------------------- 100

FIGURA 28- Opção: “geocodificação” --------------------------------------------------------- 101

FIGURA 29- Opção de visualização de mapas ----------------------------------------------- 102

FIGURA 30- Distribuição da votação de candidatos por % de votos ----------------------106

FIGURA 31- Mapa de % de votos do partido XYZ por município (MG) ------------------107

FIGURA 32- Gráfico do Percentual de Votos do candidato e do partido com relação aos demais ------------------------------------------------------------------------------------------------108

FIGURA 33- Relatório de total de votos de um determinado candidato por município de Minas Gerais ----------------------------------------------------------------------------------------108

FIGURA 34- Mapa de % de votos do candidato por regional ( BH/MG) ------------------109

FIGURA 35- Mapa de votos do candidato por local de votação (BH/MG) ----------------110

FIGURA 36- Mapa e gráficos comparativos de votos do candidato por município ------ 112

FIGURA 37- Processo de geocodificação de base de dados --------------------------------- 114

FIGURA 38- Detalhe de segmento de logradouro --------------------------------------------- 115

FIGURA 39- Mapa de pontos--------------------------------------------------------------------- 117

FIGURA 40- Mapa temático ----------------------------------------------------------------------118

FIGURA 41- Mapa temático com gráfico ------------------------------------------------------ 119

FIGURA 42- Processo de funcionamento do protótipo---------------------------------------- 122

FIGURA 43- Fluxo dos dados durante a utilização do protótipo -----------------------------123

FIGURA 44- Acesso ao aplicativo via celular (emulador) ------------------------------------ 124

FIGURA 45- Tela de abertura do Protótipo “Fotomóvel” -------------------------------------125

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FIGURA 46- Apresentação de fotos e mensagens enviadas através de “Fotomóvel”------126

FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local do usuário no momento do envio -------- 127

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Tipos de Análise de dados espaciais------------------------------------------------ 29

TABELA 2: “Componentes GIS” ------------------------------------------------------------------ 34

TABELA 3: Estrutura da tabela de segmentos -------------------------------------------------- 115

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LISTA DE ABREVIATURAS

API – “Application Programming Interface”

CASE – “Computer Aided Software Enginneering”

CLP - Controle Lógico Programável

CNC - Comando Numérico Computadorizado

CRM - “Customer Relationship Management”

DOL - “US Departament of Labor”

DOM – “Document Object Model”

DTD - “Document Type Definition”

EAD - Análise de Dados Exploratórios

FTC - “Federal Trade Commission”

GIS – “Geographic Information Systems”

GPS - “Global Positioning System”

GSM/GPRS – “Global System for Mobile Communications”/ “General Packet Radio Service”

HTML - “Hypertext Markup Language”

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

JVM – “Java Virtual Machine”

LBS - “Location Based Services”

MVC – “Model- View- Controller”

OGC – “Open Geospatial Consortium”

PBH- Prefeitura de Belo Horizonte

PC´s - Computadores Pessoais

PHP- “Hypertext Preprocessor”

POF- Pesquisa de Orçamento Familiar

PUC MINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

SAC- Sistema de Atendimento ao Cidadão

SGBD- Sistema Gerenciador de Banco de Dados

SGML-Standard Generalized Markup Language

SIG´s - Sistemas de Informações Geográficas

STL- Standard Template Library

TI- Tecnologia da Informação

TRE/MG – Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais

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TCP/IP – “Transmission Control Protocol / Internet Protocol”

UML- “Unified Modeling Language”

XML- “Extensible Markup Language”

XSL- “Extensible Markup Language”

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SUMÁRIO

Página

1- INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 121.1- Justificativa ----------------------------------------------------------------------------------- 141.2- Objetivo Geral -------------------------------------------------------------------------------- 161.3- Objetivos específicos ------------------------------------------------------------------------ 181.4- Métodos e técnicas --------------------------------------------------------------------------- 19

2- ANÁLISE ESPACIAL, GEOPROCESSAMENTO E GEOVISUALIZAÇÃO---- 23 2.1- Análise Espacial------------------------------------------------------------------------------- 23 2.1.1- Métodos de Análise Espacial ------------------------------------------------------------- 252.1.2- Métodos de Análise Espacial em Geovisualização ------------------------------------ 282.2- Geoprocessamento --------------------------------------------------------------------------- 312.2.1- Definições e conceitos --------------------------------------------------------------------- 312.2.2- Histórico do Geoprocessamento ----------------------------------------------------------362.2.2.1- A Geografia “Teorético – Quantitativa” e os Sistemas de Informações Geográficas ------------------------------------------------------------------------------------------362.2.3- Aplicação dos SIG`s ------------------------------------------------------------------------402.3- Geovisualização --------------------------------------------------------------------------------422.3.1- Conceitos e definições ----------------------------------------------------------------------422.3.2- Visualização ----------------------------------------------------------------------------------432.3.3- Visualização científica ----------------------------------------------------------------------432.3.4- Visualização geográfica --------------------------------------------------------------------442.3.4.1- Múltiplas escalas e dimensões na visualização geográfica ------------------------ 462.3.4.2- Aplicações da Geovisualização --------------------------------------------------------- 47

3- GEOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES ATUAIS E TENDÊNCIAS ----------------- 493.1- Tendências: Nanotecnologia, Biotecnologia e Geotecnologia ------------------------ 503.2- Aplicações de Geotecnologia -----------------------------------------------------------------523.2.1- Serviços para a “web” ( “web services”) de geoprocessamento --------------------- 523.2.2- Computação Móvel de Sistemas de Informações Geográficas em Tempo Real---543.2.3- API´s “ Application Progamming Interface” de Geovisualização -----------------603.2.3.1- Google Maps API -------------------------------------------------------------------------613.2.3.2- “ Microsoft Virtual Earth” --------------------------------------------------------------69

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4- AMBIENTE DE COMPONENTE “WEB” GENÉRICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE GEOVISUALIAÇÃO --------754.1- Programação Genérica em Geovisualização ----------------------------------------------754.2- Requisitos de usabilidade ---------------------------------------------------------------------814.3- Organização e desenvolvimento de ambiente componentes “Web”--------------------824.3.1- Arquitetura física e especificação tecnológicas -----------------------------------------834.3.2- Repositório de Componentes ---------------------------------------------------------------854.3.3- Hierarquia e acesso aos componentes ----------------------------------------------------884.3.3.1- Consulta de componentes-----------------------------------------------------------------884.3.3.2- Classificação dos componentes no repositório ----------------------------------------91

5- ALGUNS ESTUDOS DE CASO --------------------------------------------------------------935.1- Geovisualiação aplicada ao geomarketing -------------------------------------------------945.1.1- Alguns conceitos de geomarketing --------------------------------------------------------945.1.2- Desenvolvimento de uma aplicação a partir do Ambiente de Componentes de Software Genéricos ------------------------------------------------------------------------------965.1.3- Análise dos resultados ----------------------------------------------------------------------1035.2- Aplicações da Análise Eleitoral -------------------------------------------------------------1055.2.1- Análise Espacial de Dados Eleitorais ----------------------------------------------------1055.2.2- Interfaces de Geovisualização ------------------------------------------------------------ 1065.2.2.1- Análise Espacial : Nível Estadual ----------------------------------------------------- 1065.2.2.2- Análise Comparativa --------------------------------------------------------------------- 1115.3- SAC E GIS – Um estudo de caso da administração pública municipal de Belo Horizonte -------------------------------------------------------------------------------------- 1135.3.1- Desenvolvimento de um SIG na “web” para a administração pública ------------ 1135.3.2- Análise dos resultados --------------------------------------------------------------------- 1205.4- “ Fotomóvel”- Uma aplicação de Geovisualização em tempo real ------------------- 1215.4.1- Descrição do protótipo --------------------------------------------------------------------- 1215.4.2- Análise dos resultados --------------------------------------------------------------------- 127

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6- CONCLUSÕES ---------------------------------------------------------------------------------1286.1- Análise dos resultados ----------------------------------------------------------------------- 1286.2- Sistemas de Geovisualização: teoria e prática ------------------------------------------- 1316.3- Considerações Finais ------------------------------------------------------------------------ 132

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------------133

APÊNDICE A --------------------------------------------------------------------------------------139

APÊNDICE B --------------------------------------------------------------------------------------150

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1- INTRODUÇÃO

A linguagem gráfica e visual é fundamental para a Geografia. O aparecimento de

novos métodos e técnicas para coleta, processamento e comunicação da informação

geográfica traz uma nova dimensão à pesquisa geográfica.

Atualmente, as técnicas tradicionais da cartografia são atualizadas em função das

novas tecnologias digitais. Este início de século é caracterizado por novos processos,

produtores e usuários de representações gráficas da informação. A multimídia interativa, os

recursos da Internet, o sensoriamento remoto e as técnicas de georeferenciamento são

exemplos desta realidade.

Esta tese aborda questões metodológicas e aplicadas relacionadas com o tema

Geovisualização, apresentando como resultado um ambiente de componentes de software

genéricos, que podem ser estendidos para a construção de sistemas específicos que serão

referenciados neste trabalho como “Sistemas de Geovisualização” para a internet. Trata-se de

um conjunto de componentes de código aberto, que implementam funções visuais de

geoprocessamento através da “web”.

Estes componentes podem ser selecionados e utilizados para o desenvolvimento de

Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) aplicáveis a diversas áreas do conhecimento.

Iniciativas de código aberto internacionais, de alta qualidade na área de

geoprocessamento já estão disponíveis no mercado atualmente, mas tais aplicações ainda

estão sub-utilizadas, principalmente na administração pública.

SIGs na Internet tornaram-se uma alternativa viável e de baixo custo para a tomada de

decisão na administração pública e privada, proporcionando ao tomador de decisão uma

representação lógica e gráfica de informações geograficamente referenciadas, reduzindo o

custo com tecnologia nas organizações.

Esse trabalho possui a seguinte estrutura: o capítulo 1 apresenta a motivação para a

escolha do tema, proposta geral da tese e os objetivos a serem alcançados, apresentando a

metodologia de pesquisa utilizada.

O capítulo 2 descreve a fundamentação teórica deste trabalho, apresentando definições

e conceitos importantes como: análise espacial, geoprocessamento, visualização cartográfica e

Geovisualização.

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Já o terceiro capítulo destaca a geotecnologia como uma das três novas tendências

mundiais, além da biotecnologia e da nanotecnologia, destacando o papel das aplicações de

visualização geográfica, com exemplos de sistemas e protótipos desenvolvidos pelo autor.

O capítulo 4 aborda a descrição do ambiente de componentes de software proposto,

apresentando as principais funções utilizadas na resolução de problemas mais comuns em

Geovisualização. Tal capítulo descreve também a organização e estrutura final do ambiente de

componentes de software.

O capítulo 5 apresenta como forma de exemplificar e demonstrar a aplicabilidade de

componentes de software, a utilização dos componentes genéricos em quatro estudos de caso

distintos, com protótipos gerados a partir do ambiente proposto. Este capítulo aborda também

os resultados esperados com a utilização dos protótipos e as principais vantagens obtidas em

cada aplicação.

E finalmente, o capítulo 6 destaca o papel da representação gráfica digital não só nas

organizações, mas também na pesquisa e no ensino de Geografia, explicitando a relevância

das novas tecnologias para a coleta, o processamento e a comunicação da informação

geográfica. Para tanto, é apresentada uma análise comparativa das aplicações geradas,

demonstrando as vantagens da sua utilização e citando problemas a serem resolvidos em

trabalhos futuros.

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1.1 Justificativa

A análise espacial utiliza variáveis que podem ser determinantes na estratégia de uma

empresa, seja ela pública ou privada. Onde localizar? Onde investir? Onde estão os potenciais

clientes? Onde se encontram as oportunidades para uma melhor penetração no mercado?

Essas são perguntas feitas diariamente por empresários e administradores públicos.

A coleta de informações geográficas nas organizações, apesar de possuir fundamental

importância, até recentemente era uma atividade feita de modo lento, demandando muito

esforço operacional. Em muitos casos, ainda são utilizados documentos e mapas em papel,

dificultando a interpretação e manipulação das informações.

Paralelo a essas necessidades, surge um ambiente onde se é possível obter e

manipular tais informações geográficas: o Geoprocessamento e os Sistemas de Informações

Geográficas (SIG).

Neste contexto, os SIGs fornecem o suporte à coleta de informações geográficas nas

organizações, ao permitirem a análise de variáveis alfanuméricas, a respectiva associação e

representação no espaço, com a possibilidade de atualização das mesmas.

A Geovisualização permite a apresentação visual de segmentos e tendências a partir da

recuperação de informações em grandes bases de dados e uma otimização de recursos,

esforços humanos e materiais, em função das características intrínsecas dos mesmos em cada

território. A informação cartográfica de base, sobre a qual incide a análise de variáveis

alfanuméricas, deverá corresponder às necessidades específicas de cada estudo, em termos de

espaço e de tempo, ser permanentemente atualizada e, consequentemente, economicamente

competitiva.

Com o advento da Internet e das novas tecnologias houve uma reestruturação do fluxo

da comunicação científica, assim como das relações sociais no mundo. Segundo Castells

(2000), a internet e a “web” influenciaram as transformações sociais, gerando uma sociedade

na qual a informação pode ser produzida e armazenada em diferentes espaços e acessada por

usuários distantes geograficamente, facilitando o desenvolvimento de pesquisas e a

preparação de trabalhos em redes de colaboração.

O processo de globalização no século XXI teve maior desenvolvimento quando os

indivíduos perceberam a capacidade de colaboração em redes no âmbito mundial, utilizando

amplamente os recursos tecnológicos existentes. Entretanto, a maioria das organizações que

trabalham com geoprocessamento ainda não utiliza softwares de Geovisualização via internet

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“customizados”, ou seja, desenvolvidos exclusivamente para a resolução de um problema

específico.

As grandes organizações utilizam Sistemas de Informações Geográficas já

consolidados no mercado, como por exemplo: MapInfo; ArcGIS; Geomedia; MicroStation;

entre outros. Em geral, essas empresas conseguem alcançar seu objetivo parcialmente, pois a

complexidade desses sistemas, que normalmente possuem uma infinidade de funções,

confunde o usuário, gerando uma necessidade de um vínculo permanente da empresa com os

fornecedores do software.

Portanto, torna-se útil e necessário o desenvolvimento de softwares para atender

problemas específicos das aplicações de geo-referenciamento em grandes corporações como

postula Camara: ... um dos desafios crescentes para as instituições que lidam com informações geográficas é a publicação de dados através da Internet. Por sua natureza gráfica e bidimensional, o ambiente WWW ("World Wide Web") oferece uma mídia adequada para a difusão da geoinformação. A médio prazo, espera-se que a disponibilidade “on-line" de grandes bases de dados espaciais e de ferramentas eficientes de navegação torne a geoinformação acessível de forma ampla, sem a necessidade de aquisição de software específico. (CAMARA, 2001, p. 5).

Os “Sistemas de Geovisualização” via Internet surgem, assim, em tempos de maiores

desafios, servindo de instrumento de gestão, planejamento e análise de mercado e de seu

potencial, permitindo uma concentração e direcionamento de esforços, ou seja, uma efetiva

racionalização.

A disponibilidade de um ambiente de componentes de software que implementam

algoritmos de diversos métodos de Geovisualização e funções visuais de análise espacial,

contendo as especificações de cada funcionalidade e exemplos práticos de sua aplicação torna

possível ao usuário a identificação dos componentes que melhor atendem sua demanda,

possibilitando a resolução do seu problema via Internet, sem a necessidade de utilização de

um SIG mais complexo, e normalmente de maior custo.

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1.2 Objetivo geral

O principal objetivo deste trabalho é investigar técnicas de visualização, em formato

digital, aplicadas à pesquisa geográfica.

O resultado final desta pesquisa é o desenvolvimento e disponibilização via Internet,

de um ambiente de componentes de software genéricos, obtidos a partir de plataformas

abertas como o “Open Geospatial Consortium”1 - que pode ser adaptado para a construção de

sistemas de Geovisualização específicos.

Tais componentes implementam algoritmos de visualização e análise espacial que

podem ser selecionados de acordo com a finalidade da aplicação e dispositivo de utilização –

computadores pessoais; aparelhos celulares; “Pocket PC”.

Após o levantamento dos problemas aplicáveis e identificação dos algoritmos e

componentes para implementação dos modelos adequados, desenvolve-se um repositório

contendo todos os componentes de software necessários em todas as etapas: desde a obtenção

da massa de dados até a apresentação dos resultados sob a forma de mapas digitais, gráficos

ou tabelas. Ou seja, pretende-se utilizar um repositório de componentes de software de

geoprocessamento que implementam as principais funções de visualização e análise visual de

dados espaciais.

A hipótese a ser defendida aqui é a de que o desenvolvimento de Sistemas de

Geovisualização específicos para qualquer área de uma organização pode ser aprimorado a

partir da integração de componentes “web” genéricos que implementam funcionalidades de

visualização e recuperação de informações espaciais, como consultas, agrupamento e

classificação de dados geográficos e até mesmo modelos de análise espacial mais complexos.

Essa integração resulta da especificação de algoritmos de Geovisualização em termos

apenas de seus requisitos funcionais e da disponibilidade de mecanismos genéricos de acesso

a estruturas de dados georeferenciados.

1 OGC - “Open Geospatial Consortium” - é uma organização padronizadora, não lucrativa, que direciona o desenvolvimento de padrões para serviços geoespaciais ou baseados em localização geográfica. O OGC é um consórcio formado por empresas governamentais, indústrias e universidades, com o objetivo de criar aplicações de software abertas e extensíveis para Sistemas de Informação Geográfica – SIG. Link: www.ogc.org

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Como resultado, espera-se dispor de um ambiente eficiente para criação e manutenção

de “Sistemas de Geovisualização” na “web” e assim, contribuir para o desenvolvimento

rápido de SIGs específicos para diversas áreas de aplicação.

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1.3 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são: analisar a utilização das novas tecnologias

disponíveis para “web” em código-fonte aberto, dentro do contexto da Geovisualização;

investigar os diferentes formatos e modelos de dados que possam ser utilizados na construção

de mapas interativos para Web; e desenvolver um ambiente para a visualização e manipulação

de mapas digitais na Internet que seja uma interface de comunicação homem-máquina,

utilizando código-fonte aberto.

Para tanto, devem ser seguidas as seguintes metas:

− Identificar as necessidades de aplicação de Sistemas de Geovisualização na “web”;

− Analisar a utilização das novas tecnologias em códigos-fonte abertos, dentro do contexto

da Geovisualização;

− Delimitar o universo dos dados a serem trabalhados, ou seja, caracterizar as informações

espaço-temporais a serem manipuladas, independente de estruturas de dados

computacionais;

− Investigar componentes que lidam com os diferentes formatos e modelos de dados que

possam ser utilizados na construção de mapas interativos para “web” e selecionar os

formatos mais eficientes e de fácil adaptação;

− Armazenar e classificar os componentes investigados em um ambiente composto por um

servidor internet integrado a um sistema gerenciador de banco de dados que armazena os

dados geográficos;

− Definir formalmente um conjunto de mecanismos de acesso aos dados espaciais que

ocultem detalhes particulares do repositório e das estruturas de dados computacionais;

− Desenvolver protótipos executáveis em diferentes interfaces de comunicação homem-

máquina, utilizando os códigos-fonte abertos analisados;

− Apresentar estudos de caso que utilizem os protótipos desenvolvidos, testando questões de

eficiência, adaptação e flexibilidade.

18

Page 25: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

1.4 Métodos e técnicas

O desenvolvimento de um trabalho ou projeto científico pressupõe a utilização de

conceitos e técnicas, desde a identificação do problema até a elaboração e desenvolvimento de

soluções para a sua resolução.

Dessa forma, esta tese apresenta um projeto que envolve práticas investigativas, já que

procura-se pesquisar os problemas de uma determinada área, a saber – Sistemas de

Geovisualização na Internet - e os métodos e técnicas para a resolução de tais questões.

É também um projeto de pesquisa de desenvolvimento, na medida em que propõe-se

estudar novas tecnologias e formas de aplicação no desenvolvimento de soluções para os

problemas investigados.

Segue abaixo a seqüência de etapas e ações executadas para o desenvolvimento da tese

e comprovação das hipóteses levantadas.

1) Delimitação do objeto de pesquisa e identificação de teorias e princípios aplicáveis ao problema

Nesta etapa, foi realizado um levantamento bibliográfico e investigativo, com o

objetivo de identificação dos principais problemas e necessidades de aplicações de

Geovisualização e análise espacial em práticas que utilizem informações geo-referenciadas.

Outro aspecto abordado, necessário para a compreensão das etapas seguintes, foi um

levantamento bibliográfico da evolução do geoprocessamento e da geotecnologia, além das

teorias e princípios aplicáveis à resolução dos problemas identificados, como por exemplo, os

princípios de autocorrelação espacial e a Primeira Lei da Geografia de Waldo Tobler

(TOBLER, 1970).

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Page 26: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A partir das informações levantadas, realizou-se uma pesquisa e análise comparativa

das tecnologias de código-aberto via internet disponíveis na atualidade e aplicáveis aos

problemas de Geovisualização.

2) Elaboração de um sistema ou modelo para a resolução dos problemas

Nesta etapa, utilizou-se uma metodologia de desenvolvimento de software adequada

para a elaboração de um sistema na forma de um repositório de componentes “web” de

código-aberto. O ambiente desenvolvido viabiliza a implementação de “Sistemas de

Geovisualização”, o que possibilita ao usuário final a escolha do componente mais adequado

a cada problema.

Esta etapa prevê a pesquisa, seleção e classificação dos componentes de software que

implementam os métodos de análise espacial aplicáveis à Geovisualização. Utilizou-se a

UML - "Unified Modeling Language" para a modelagem e desenvolvimento do projeto de

software do repositório proposto.

A UML permite modelar processos de negócio, utilizando técnicas de Orientação a

Objetos; estruturar arquiteturas multicamadas, integrando componentes e processos de

negócio; além de representar as definições de negócio em um padrão de modelagem

reconhecido mundialmente, representando relacionamentos semânticos entre os objetos de

negócio. O produto final é um ambiente cliente-servidor, contendo um aplicativo servidor

responsável por obter as informações de bases de dados alfa-numéricas e associar as

informações para localização espacial. O ambiente proposto oferece as seguintes

funcionalidades:

• manter um repositório de componentes padrão de Geovisualização;

• fornecer funcionalidades de consulta aos componentes padronizados;

• permitir a criação, revisão ou cancelamento de padrões;

• viabilizar o fluxo de trabalho que envolve a utilização dos componentes em um

sistema específico.

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Page 27: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Além disso, o ambiente de componentes possui as seguintes características

tecnológicas:

• plataforma de desenvolvimento para Internet;

• o acesso à camada de negócios pode ser feito não apenas pela camada de

apresentação do sistema de padrões, mas por qualquer outro sistema que utilize

a mesma filosofia orientada a serviços;

• a camada de apresentação do sistema é totalmente “web”;

• o “Workflow” ( fluxo de trabalho) que envolve a utilização dos componentes é

bem flexível e configurável, permitindo a coexistência de diferentes

configurações para diferentes padrões;

• possibilidade de inclusão de padrões de terceiros (como o formato de arquivos

ESRI Shape).

3) Processo de desenvolvimento do sistema projetado

Nesta etapa, o ambiente utilizado como repositório de componentes de software para a

construção de Sistemas de Geovisualização é desenvolvido e organizado. A descrição

detalhada desse ambiente é apresentada no capítulo 4 desta tese.

Para a implementação do repositório e dos protótipos de “WebGIS” utilizados nos

estudos de caso, alguns requisitos foram padronizados. Destacam-se:

• a interface de comunicação com o usuário: acesso através de “browser” padrão

(Internet Explorer; Mozilla Firefox; etc.) contendo, instalada e habilitada, a

máquina virtual Java (JVM).

• o formato dos dados cartográficos: arquivos vetoriais no formato padrão “ESRI

Shape”.

• o sistema de gerenciamento de banco de dados: utilização do Sistema

Gerenciador de banco de dados MySQL 5.0 que suporta extensões espaciais,

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Page 28: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

utilizando o ambiente “SQL with Geometry Types” baseado nos tipos de

geometria propostos no modelo “OpenGIS Geometry Model”.

• modelo de arquitetura de software a ser adotado: o ambiente final é baseado na

arquitetura cliente-servidor, contendo um aplicativo servidor responsável por obter

as informações dos componentes, classificá-los e exibir informações de acordo

com suas funcionalidades e aplicabilidade, exibindo os exemplos aplicados nos

estudos de caso.

4) Testes e validação do ambiente desenvolvido

Os testes e posterior validação do ambiente desenvolvido serão realizados a partir da

análise da aplicação do ambiente proposto em quatro estudos de caso distintos. Esses estudos

de caso serão apresentados e discutidos em detalhes no capítulo 5.

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Page 29: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

2. ANÁLISE ESPACIAL, GEOPROCESSAMENTO E

GEOVISUALIZAÇÃO

2.1 Análise Espacial

A compreensão da organização do espaço é um dos aspectos fundamentais nos

estudos geográficos e, na maioria dos casos, a análise espacial “... se volta ora para o

comportamento de um lugar ou grupos de lugares segundo um elenco de variáveis, ora para o

modo pelo qual o comportamento das variáveis é afetado pelo espaço onde ocorrem; ou até

mesmo, uma interação entre as duas abordagens.” (CASTRO e ABREU, 2004, p. 9).

Atualmente, os métodos quantitativos de classificação e de regionalização na análise

espacial são implementados por sistemas digitais, bem como, as técnicas cartográficas para

representar a dinâmica da organização espacial. Ainda, segundo os autores citados acima:

Os recursos oferecidos atualmente, principalmente pelos Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), pela Cartografia Digital, pela Estatística Multivariada e pelos Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), têm proporcionado elevado nível de precisão, eficiência e rapidez na manipulação de grande volume de dados, para fins de Análise Espacial e de Representação Gráfica de Informações Espaciais. (CASTRO e ABREU, 2004, p.9).

Para DRUCK et al. (2004, p.14),

“... a análise espacial é composta por um conjunto de procedimentos cuja finalidade é a implementação de um modelo de inferência que considere explicitamente os relacionamentos espaciais em um ou mais fenômenos. Esses procedimentos incluem uma série de métodos de análise exploratória e a visualização dos dados, normalmente através de mapas e gráficos. Essa visualização possibilita descrever a distribuição das variáveis estudadas, identificar padrões na distribuição dos dados e destacar casos atípicos. Os modelos inferenciais espaciais são usualmente visualizados em três grupos: variação contínua; variação discreta e processos pontuais. “ DRUCK et al. (2004, p.14).

A resolução de um problema espacial pode envolver um ou mais desses grupos

integrados. Os estudos de caso apresentados no capítulo 5 ilustram alguns desses modelos e

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Page 30: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

como eles podem ser utilizados em processos em que, questões baseadas em fatos reais devem

ser resolvidas.

Um conceito chave na análise espacial é a dependência espacial, sua formulação

matemática, a auto-correlação espacial. Segundo a Primeira Lei da Geografia “Os fatos

geográficos são correlacionados, mas os mais próximos são mais correlacionados.”

(TOBLER, 1979, p. 519) .

Este princípio quer nos dizer que nada na natureza acontece por acaso. Por exemplo,

se encontramos poluição em um lago, é provável que locais próximos a ele também estejam

poluídos. Um outro exemplo - comparando-se os indicadores de crescimento econômico dos

municípios limítrofes ao município de São Paulo, conclui-se que são mais parecidos com os

índices de São Paulo (capital) que qualquer outro município mais distante da capital.

Ao utilizar a análise espacial e métodos geoestatísticos, os locais de amostragem

tornam-se importantes, enquanto métodos estatísticos clássicos ignoram a posição geográfica

dos elementos da amostra.

Ou seja, tomando como base a Primeira Lei da Geografia, a geoestatística e a análise

espacial consideram a dependência entre as amostras, por exemplo, o valor de uma

propriedade do solo em qualquer lugar da superfície terrestre depende da sua posição

geográfica.

A maioria das propriedades das Ciências da Terra, incluindo as Ciências do Solo, varia

continuamente no espaço. Como conseqüência, os valores em locais mais próximos no solo

são mais similares dos pontos que estão mais distantes. Eles dependem uns dos outros no

sentido estatístico.

Segundo DRUCK et al. (2004, p.17), a análise espacial nos permite ir além dos mapas

coloridos e estabelecer uma quantificação explícita da variabilidade espacial dos fenômenos

em estudo.

Dessa forma, não basta acreditar na “Primeira Lei da Geografia”, é preciso modelar a

distribuição do relacionamento entre os dados, por meio de técnicas estatísticas. Com isto,

pode-se ter maior grau de confiabilidade nas investigações e no entendimento dos problemas

de gestão de recursos naturais e sócio-econômicos.

Uma das reas em que estas quest es s o particularmente rele antes a Sa de.á õ ã v é ú Trata-

se de uma rea com grande tradi o no uso da An lise Espacial, desde os estudos do Dr.á çã “ á ”

John Sno em 1854, que relacionou os casos de c lera em Londres com a distribui ow ó çã

espacial dos po os de gua. ç á

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Page 31: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

De acordo com Druck et al. (2004, p.14), no caso da epidemiologia, muitas e es ov z

problema em estudo pode estar relacionado com fatores ambientais (como pro imidade dex

ind strias qumicas, desmatamentos ou mudan as clim ticas) ou apresentar uma trajetriaú í ç á ó

espacial, como no caso de dissemina o de epidemias.çã

A partir dos conceitos e definições da análise espacial, foram identificados os

principais modelos a serem aplicados para resolução de problemas de Geovisualização,

destacando-se os principais efeitos, funcionalidades e conceitos utilizados na classificação e

exibição de dados espaciais. Em um processo de análise espacial é necessário responder as

seguintes questões básicas2:

− O que estamos visualizando ? (Determinação)− Onde ? (Localização)− Por onde ir ? (Direção)− O que mudou ? (Tendência)− Qual o padrão das informações apresentadas ? (Padrão)− O que acontece se mudarem as informações ? (Condição/ Simulação)− Por quê ocorre? (Explicação)

As respostas para essas questões devem ser trabalhadas de acordo com a tecnologia

disponível para a resolução de problemas de geovisualização. Por exemplo, o “quando” e o

“onde” em época moderna e, principalmente, pré-moderna eram feitos pela mediação do lugar

físico, e hoje acontece pela virtualidade.

Dessa forma, a organização social moderna supõe a coordenação precisa das ações de

seres humanos fisicamente distantes. Nas sociedades industriais o desenvolvimento

tecnológico intensificou a produtividade e promoveu a diminuição das horas das jornadas de

trabalho. O indivíduo passou a dispor de mais "horas livres" que poderiam ser gastas em

atividades culturais, recreativas, esportivas, sociais e outras. Atualmente tornou-se necessário

organizar a distribuição espacial dos locais que permitam essas atividades, assim como dispor

o seu horário de funcionamento para atingir o maior número possível de usuários.

2 Notas de aula da disciplina: Métodos de Análise Espacial – Programa de pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial, Outubro, 2003.

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2.1.1 Métodos de Análise Espacial

De acordo com Câmara (2000), os processos de análise espacial incluem métodos de

visualização, métodos que investiguem o padrão dos dados, isto é, se os dados apresentam

uma agregação definida ou se a distribuição é aleatória, por exemplo. Incluem-se também,

métodos que auxiliem na escolha de um modelo estatístico e a estimação dos parâmetros deste

modelo.

Desta forma, os métodos de estatística espacial podem ser destinados a: seleção,

manipulação, análise exploratória e análise confirmatória.

A seleção é feita através da navegação em bancos de dados, identificando os dados de

interesse, realizando consultas e apresentando mapas simples.

O processo de manipulação envolve todas as funções que criam dados espaciais. As

técnicas de análise exploratória descrevem e visualizam dados espaciais verificando a

existência de padrões de associação espacial. Já as técnicas de análise confirmatória envolvem

o conjunto de modelos de estimação e procedimentos para sua validação.

De acordo com Anselin (1988), técnicas de estatística espacial vêm sendo cada vez

mais usadas para análise espacial de dados sócio-econômicos.

A caracterização de vizinhanças e processos estacionários é feita no espaço cartesiano,

definido a partir das relações espaciais típicas como as relações topológicas, direcionais e de

distância (GETIS AND ORD, 1996).

Harvey (1969) utiliza o espaço relativo (ou espaço das redes), definido a partir das

relações de conectividade entre os objetos. Entre fenômenos geográficos representados no

espaço relativo temos relações como fluxo de pessoas ou materiais, conexões funcionais de

influência, comunicação e acessibilidade. Essas relações implicam custos – dinheiro, tempo e

energia.

Alguns métodos de análise espacial partem do pressuposto que medidas mais

próximas tendem a ser mais parecidas do que valores observados em locais distantes

(Primeira Lei da Geografia). De acordo com Goodchild (1998), existem modelos matemáticos

para quantificar essa correlação espacial. A autocorrelação espacial, por exemplo, representa

a dependência entre observações no espaço em regiões vizinhas.

Aspectos espaciais de um conjunto de dados, tais como, localização de valores

extremos, tendência geral, ou grau de continuidade são importantes na visualização dos dados.

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Page 33: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Em geral, utilizam-se técnicas de análise exploratória aplicadas a dados espaciais,

normalmente sensíveis ao tipo de distribuição e à presença de valores extremos. A forma mais

simples e intuitiva de análise exploratória é a visualização de valores extremos nos mapas. Por

isso, qualquer análise espacial deve começar com um mapa de posição de cada ponto

amostrado.

Druck et al. (2004, p.15) afirma que grande parte dos usuários limita seu uso de SIG´s

a opera es de isualia o, tirando conclus es intuitias. Mas poss el ir muito al mçõ v z çã õ v é ív é .

Quando isualiamos um padr o espacial, interessante tradui-lo em quest es objetias,v z ã é z õ v

como por e emplo:x

• O padr o que obser amos aleat rio ou apresenta uma agrega o definida? ã v é ó çã

• Esta distribui oçã pode ser associada a causas mensur eis?áv

A relação entre modelos de análise espacial e “Sistemas de Geovisualização” é

discutida com mais detalhes no próximo tópico.

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2.1.2 Métodos de Análise Espacial em Geovisualização

Para Lima (2002), considerando que a estatística espacial é um ramo da estatística que

estuda métodos científicos para a coleta, descrição, visualização e análise de dados que

possuem coordenadas geográficas, os dados espaciais podem ser classificados em quatro

categorias:

− Dados de Processos Pontuais;

− Dados de Superfícies Aleatórias;

− Dados de Área;

− Dados de Interação Espacial.

Para cada um dos itens acima existem diferentes métodos estatísticos para descrever e

analisar os dados. Segundo Levine (1996), as estatísticas usadas para descrever tanto pontos

quanto áreas podem ser subdivididas em três categorias gerais:

− Medidas de distribuição espacial: descrevem o centro, a dispersão, direção e

forma da distribuição de uma variável. Um exemplo seria a análise da posição das

lojas de um concorrente de uma empresa em um determinado município.

− Medidas de auto-correlação espacial: descrevem a relação entre as diferentes

localizações para uma variável simples, indicando o grau de concentração ou

dispersão. Por exemplo, análise de agrupamentos de clientes de uma determinada

operadora de telefonia móvel por categoria.

− Medidas de associação espacial entre duas ou mais variáveis: descrevem a

correlação ou associação entre variáveis distribuídas no espaço, por exemplo, a

correlação entre a localização de bares e lojas de bebidas alcoólicas com pontos

onde ocorrem muitos acidentes de trânsito.

Segundo Bernhardsen (1999), um SIG deve ser encarado como uma técnica de

processamento de informações retiradas do mundo real que sofrem processos de abstração e

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simplificação. A cada processo de transformação dentro de um modelo de análise espacial,

desde a entrada até a saída, é embutido algum tipo de abstração ou simplificação que, se não

for bem avaliado irá interferir negativamente no resultado final do trabalho e na tomada de

decisão.

O uso da Geovisualização na modelagem do mundo real apresenta uma série de

potencialidades, mas também possui uma série de limitações, na medida em que é baseado em

uma representação generalizada da realidade, sempre limitada à capacidade de representação

dos sistemas computacionais (hardware e software).

Uma discussão atual sobre a utilização de um SIG diz respeito à necessidade de

construção de modelos realistas e acessíveis aos usuários, tornando-se realmente uma

poderosa aplicação. É preciso que se defina qual será a análise exploratória utilizada. São três

os tipos de análises que podem ser empregadas no estudo destes fenômenos: análise de

padrões de pontos, análise de superfícies e análise de áreas. A tabela abaixo destaca as

necessidades específicas de cada tipo de análise.

TABELA 1Tipos de Análise de dados espaciais

Análise de padrões de pontos O objeto de interesse é a própria localização espacial dos eventos em estudo. Observa-se se os pontos estão distribuídos aleatoriamente ou se existe um padrão de aglomeração. Ainda é estabelecido o relacionamento de ocorrência de eventos com características do individuo.

Análise de superfícies O objetivo é reconstruir a superfície da qual se retirou e mediu as amostras. A dependência espacial entre os valores das amostras são quantificadas através de técnicas da geoestatística.

Análise de áreas Os dados são obtidos através de levantamentos populacionais (censos, estatísticas). As áreas geralmente são delimitadas por polígonos fechados onde se supõe haver homogeneidade interna, ou seja, mudanças importantes só ocorrem em seus limites.

Fonte: Adaptado de DRUCK et al. (2004, p.17)

A partir da identificação de problemas em aplicações para visualização de dados

geográficos, como os exemplos citados acima, foram investigados diversos métodos de

Geovisualização utilizados via internet. Conforme descrito no capítulos 3, e demonstrado no

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capítulo 5 desta tese, para cada aplicação, é necessária uma investigação detalhada desses

problemas, e consequentemente, dos modelos espaciais a serem aplicados para a visualização

dos resultados esperados.

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2.2 Geoprocessamento

2.2.1 Definições e conceitos

O geoprocessamento pode ser definido como uma:

”... tecnologia ou conjunto de instrumentos necessárias para obtenção, manipulação e armazenamento de dados georreferenciados para transformá-los em informação relevante através de imagens gráficas. A utilização dos dados georeferenciados possibilita planejar e monitorar questões ligadas ao espaço físico geográfico através de arquivos digitais contendo mapas, gráficos, tabelas, entre outros. “ (CAMARA et al., 2001, p.3).

Adicionalmente, o conceito de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), segundo

BURROUGH (1986), provém do uso dos computadores para mapeamento e análise espacial

em áreas como: Mapeamento Cadastral e Topográfico; Cartografia Temática; Análise

Espacial (estudos matemáticos da variação espacial); estudos do Solo, Topografia e

Fotogrametria; Planejamento Urbano e Rural; Distribuição e Redes de Serviços;

Sensoriamento Remoto e Análise de Imagens.

Uma das definições mais claras de SIG caracteriza-os como sendo sistemas dedicados

à captura, armazenamento, tratamento, análise e apresentação de informação georeferenciada.

Grimshaw (2000) considera-os sistemas de informação cujos dados têm uma dimensão

geográfica.

MUZZARELLI et al. (1993, p.28), desenvolvem estudo bibliográfico sobre o termo,

comprovando que ainda não existe uma definição padronizada e universalmente aceita para

SIG, a não ser o fato de que refere-se a informações espacialmente localizadas e que permite o

controle e gestão do território.

Segundo os autores, a falta de uma definição precisa do termo está atrelada a dois

fatores: o primeiro deve-se ao fato de que as potencialidades da informática ainda não estão

completamente exploradas e previsíveis. Já o segundo, percebe-se que há uma tendência de

que os conceitos de geografia sejam associados a um quadro teórico, enquanto o instrumento

operacional para os estudos espaciais associa-se à cartografia.

É importante ressaltar que existem vários softwares que executam funções de SIG,

porém, a estrutura e concepção dos métodos de análise espacial, ou seja, os procedimentos

para a obtenção de uma análise para fins de estudos integrados, como planejamentos

ambientais ou de qualquer outro tipo, não são necessariamente embutidos nestes pacotes e,

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por isso, devem ser montados a partir de todo um desenvolvimento prévio de modelos feito

pelo usuário, a partir de pesquisas básicas.

Camara (2000) postula que atualmente há uma grande diversificação de softwares de

geoprocessamento que podem ser incluídos em quatro categorias que se complementam:

− "SIGs desktop"

− "Gerenciadores de Dados Geográficos"

− "Componentes GIS"

− "Servidores “web” de Dados Geográficos”

Todas essas tecnologias são importantes e não é objetivo deste trabalho a apresentação

detalhada de cada uma. O que interessa aqui é apresentar uma nova abordagem de análise e

utilização de componentes “web” genéricos, que podem ser adaptados de acordo com o

método a ser usado e a capacidade de abstração do usuário.

De acordo com Camara (2000), em "SIGs desktop", os dados geográficos são

armazenados de forma separada, com os atributos descritivos guardados em tabelas e as

geometrias em formatos proprietários (como os "shapefiles" do ARC GIS). Esses sistemas

possuem diversas funcionalidades, como por exemplo:

− A integração do tratamento de dados vetoriais e matriciais ("raster") no mesmo

ambiente;

− Disponibilidade de linguagens de programação (interpretadas) em que as variáveis

refletem os tipos de dados geográficos suportados pelo sistema;

− Integração do SIG com os gerenciadores de dados geográficos;

− Interoperabilidade e conversão automática de formatos de dados geográficos;

O interesse pelo uso de SIG no ambiente corporativo levou ao aparecimento dos

chamados Gerenciadores de dados espaciais (ou geográficos), que armazenam tanto a

geometria como os atributos dos objetos dentro de um sistema gerenciador de bancos de

dados (SGBD). Ainda, de acordo com Camara (2000), as vantagens da sua utilização são

principalmente:

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− evitar os problemas de controle de integridade típicos do ambiente

"desktop", permitindo o acesso concorrente aos dados;

− facilitar a integração com as bases corporativas já existentes, como sistemas

legados.

Para Camara (2000), a solução mais adotada na difusão de informação geográfica

através da Internet, é usar um servidor de dados geográficos. Segundo o autor:

“... as tecnologias disponíveis podem ser enquadradas genericamente em duas grandes classes:

− Servidores de imagens, que, respondendo a pedidos remotos, enviam uma imagem (matriz) de tamanho fixo nos formato GIF ou JPEG. Esta solução permite configurar o servidor para responder a diferentes tipos de consulta, sem requerer que todos os dados a ser transmitidos sejam pré-computados. Entretanto, o usuário consegue visualizar apenas as imagens enviadas; qualquer novo pedido é enviado de volta para o servidor,resultando em mais uma transferência pela Internet.

− Servidores de mapas, que adotaram como solução a transmissão de dados no formato vetorial. Estes servidores encapsulam a informação em formatos gráficos, que podem ser visualizados por meio de programas adicionais ("plug-ins") acoplados a "browsers ou por meio de "applets" JAVA . Esta estratégia permite uma maior flexibilidade do lado do cliente, que pode realizar operações locais de visualização e consulta sob os dados transferidos. O tempo de acesso inicial para transferência é maior que no caso anterior, mas muitas das operações posteriores serão realizadas localmente, o que resulta usualmente num tempo de resposta médio melhor.” (CAMARA, 2000, p.5).

Uma tendência crescente é o fornecimento de um ambiente de componentes, com tipos

de dados geográficos básicos e métodos de acesso e apresentação. De acordo com Câmara

(2000), a linguagem de programação mais comum para aplicações comerciais atualmente é o

VISUALBASIC, como no caso dos produtos MAPOBJECTS da ESRI e MAPX da MAPINFO. A

comunicação com outras aplicações pode ser conseguida utilizando recursos do Windows.

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Segue abaixo uma tabela com os “Componentes GIS” mais comuns na atualidade:

TABELA 2“Componentes GIS”

Entretanto, as alternativas acima não são de código-aberto ou não podem ser adaptadas

e/ou utilizadas gratuitamente.

O foco deste trabalho é a categoria de “Componentes GIS” genéricos e de código-

aberto, sua integração a “Servidores “web” de Dados Geográficos” e “Gerenciadores de

Dados Geográficos” gerando um ambiente que fornece insumos para que o usuário crie seu

próprio aplicativo geográfico gratuitamente partir de componentes de Geovisualização de

código-aberto.

De acordo com Rocha (2001), atualmente, no segmento de Geotecnologia existem

vários tipos de software, cada um apresentando propósitos distintos e servindo a variados

tipos de tomadas de decisão. Dentre estes, um dos mais recentes é o Location Based Services

(LBS), sendo que a sua principal função é prover conteúdo baseado em localização,

permitindo aos usuários de dispositivos móveis utilizarem serviços baseados em sua posição

ou localização geográfica.

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Fonte: (CAMARA, 2000)

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Com base nestas informações é possível que empresas comerciais forneçam serviços

personalizados capazes de atender as necessidades de seus usuários dependendo de onde

estiverem. De acordo com Conceição (2001), o LBS surgiu graças à evolução das redes de

comunicação sem fio, ao aumento da mobilidade e à necessidade de novas aplicações e tem

sua origem ligada à convergência de múltiplas tecnologias como: SIGs, Internet, comunicação

sem fio e dispositivos portáteis.

O próximo tópico aborda a evolução do geoprocessamento, desde os primeiros

sistemas para auxílio nos cálculos de modelos de análise espacial até a convergência de

tecnologias citada.

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2.2.2 Histórico do geoprocessamento

Atualmente, a utilização de mapas digitais na visualização de diversas informações

possibilita o reconhecimento e entendimento de características específicas de uma certa

região. A partir da Geografia “Teorético-quantitativa”, os SIG possibilitaram, e muitas vezes

foram desenvolvidos, com o objetivo de promover uma maior facilidade e eficiência dos

cálculos necessários na aplicação dos métodos quantitativos utilizados.

A seguir são apresentados os aspectos históricos que descrevem a evolução da

Geografia “Teorético-quantitativa” e, consequentemente, dos sistemas de informação

utilizados e desenvolvidos como suporte. Pode-se dizer que a chamada Geografia “Teorético-

quantitativa” foi precursora do desenvolvimento dos SIG, pois a mudança de paradigma que

ocorreu com a necessidade de utilização maciça da matemática foi a da inclusão da

informática para a quantificação dos dados por volta dos anos 1950.

2.2.2.1 A Geografia “Teorético-Quantitativa” e os Sistemas de Informações Geográficas

Na Geografia, a maioria das inovações ligadas à tecnologia da informação começou

no final dos anos cinqüenta e sessenta, dado ter sido nessa época que foram desenvolvidos

estudos relevantes e modelos ligados à matemática e à estatística espacial, tornando-se

possível também a disponibilização dos dados provenientes de informação de satélite.

Na Geografia “Teorético-quantitativa” definem-se modelos que representam sistemas

e fenômenos geográficos; estes modelos, estruturados de forma teórica, devem ser verificados

e validados com dados de campo a partir de técnicas estatísticas (CHORLEY AND

HAGGETT, 1967).

Segundo Bailey and Gattrel (1995), o estudo dos padrões de distribuição espacial dos

fenômenos geográficos passa a formar uma base para estudos quantitativos do espaço. A

Geografia “Teorético-quantitativa” coloca grande ênfase em técnicas de Análise Espacial e

Geoestatística. Em particular, sobressai a idéia de autocorrelação espacial (GOODCHILD,

1988) como representação da dependência entre observações no espaço em regiões vizinhas.

Outro conceito da teoria estatística é a noção de processo estacionário, que demonstra

uma área de trabalho onde as relações entre as medidas dependem da distância. Conceitos

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como estes permitem a simulação de superfícies a partir de amostras de campos e de

procedimentos como a “krigagem”, em que pode-se associar medidas de incerteza.

De acordo com Getis and Ord (1996), tais técnicas são cada vez mais usadas para

análise espacial de dados sócio-econômicos.

A caracterização de vizinhanças e processos estacionários é feita no espaço cartesiano,

definido a partir das relações espaciais típicas como as relações topológicas, direcionais e de

distância. Todas essas técnicas e métodos necessitam de uma forma eficiente de

processamento dos dados, seja para o cálculo e resolução de fórmulas, seja para a visualização

posterior das informações sob a forma de tabelas, gráficos e mapas – é quando entram os

SIGs e outras formas de geoprocessamento.

Waters afirma que a revolução quantitativa foi uma tentativa da Geografia se redefinir

como ciência. Os chamados “revolucionários quantitativos”, declaravam que o propósito da

Geografia era o de testar as leis gerais do arranjo espacial dos fenômenos, adotando a filosofia

do positivismo das ciências naturais e virando-se para a matemática, especialmente a

estatística, como um modo de provar hipóteses (WATERS, 1997).

É nessa integração relacionada com o uso dos recursos de análise espacial, que surgem

das características da organização espacial, que se estabelece o potencial significativo da

Geografia. Os fenômenos analisados são pertencentes ao mundo das Ciências Sociais e

Biológicas:

“... consistindo em indivíduos e populações humanas, vegetais e animais à medida que interagem com o homem, com as suas atividades, com o tempo, com o espaço, com a sua organização e instituições, com as suas metas e valores, com os seus movimentos e mobilidade, com as suas percepções e ideologias, e assim por diante" (CARLSTEIN e THRIFT, 1978, p.71).

Assim, é com a Geografia “Teorético-quantitativa” que os estudos geográficos

começam a incorporar o computador com o objetivo de realizar análises espaciais

quantitativas. O surgimento, a partir da década de 60, dos primeiros sistemas de informações

geográficas (SIGs) impulsionou essa escola. Os primeiros SIGs surgiram na década de 60, no

Canadá, como parte de um esforço governamental para criar um inventário de recursos

naturais. Mas estes sistemas eram muito difíceis de usar pois não existiam monitores gráficos

de alta resolução, os computadores necessários eram muito caros, e a mão-de-obra tinha que

ser altamente especializada. Não existiam sistemas comerciais prontos para uso, e cada

interessado precisava desenvolver seus próprios programas, o que demandava muito tempo e,

naturalmente, muito dinheiro.

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Tratou-se de uma “via de mão dupla” onde os SIG foram responsáveis por dar suporte

e consolidar a “Geografia Teorético-quantitativa”, que por sua vez foi responsável por

permitir a evolução e constante aperfeiçoamento das tecnologias de geoprocessamento. Ainda

hoje, em países como os Estados Unidos, em que a “Geografia Teorético-quantitativa” é a

visão dominante, os SIGs são apresentados como fundamentais para os estudos geográficos,

como indica um estudo recente da “National Academy of Sciences” (National Research

Council, 1997). Harvey ao analisar a prática espacial traz quatro aspectos: ...o primeiro - acessibilidade e distanciamento: distância é barreira como defesa contra a interação dos homens; o segundo – a apropriação do espaço examina a sua ocupação por objetos e trilhas (moradias, avenidas e estradas); o terceiro – o domínio do espaço traz implícito o controle político e econômico na divisão social da produção de riqueza material, e o quarto aspecto, de fundamental importância, da geração do espaço com novos sistemas (reais ou imaginários) seja da utilização da terra, de transporte e comunicação, de organização e gestão territorial pelo surgimento de novas modalidades de representação (por exemplo: tecnologia da informação, mapeamento por modernos instrumentos computacionais ou designers). ( HARVEY, 1994, p.202)

Segundo Capel (1981), a partir da 2ª Guerra Mundial, uma reformulação do campo do

conhecimento destacou-se por uma preocupação em adotar sistemas lógicos e matemáticos

que favorecessem a homogeneização das ciências por tratamento metodologicamente

uniformes.

Para tal autor, “A quantificação viabilizou a transferência de teorias e conceitos de um

campo a outro da ciência; sendo uma linguagem formalizada, que garantia clareza, coerência

e rigor da explicação de uma idéia evitando dúvidas” (CAPEL, 1981, p. XX).

A crescente quantificação e teorização da geografia foi decisiva para que a indústria de

software construísse sistemas a partir dos conceitos científicos e estes, por sua vez, foram

sendo aprimorados à medida que a tecnologia se desenvolvia, incorporando e melhorando

funcionalidades.

Verificamos que da década de setenta até os anos noventa houve um período de

“contágio científico”. O primeiro software comercialmente disponível para SIG ficou

acessível aos usuários no final da década de setenta, potencializando várias utilizações

práticas e experiências, como aconteceu com o desenvolvimento dos primeiros computadores

pessoais no início da década de oitenta. Atualmente busca-se a utilização de um SIG para a

construção de modelos realistas e acessíveis, ultrapassando a idéia de usar o computador para

desenhar mapas, tornando-se realmente uma poderosa forma de trabalho. Assim, de acordo

com BERNHARDSEN (1999), os SIGs devem ser encarados como provedores de técnicas de

processamento de informações retiradas do mundo real que sofrem, consequentemente,

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processos de abstração e simplificação.

A atual convergência tecnológica, incluindo o uso de SIGs, Internet, comunicação

“wireless” (sem fio), tecnologias de localização e dispositivos móveis, ou portáteis, deu

origem a um novo campo de exploração e utilização da informação.

A evolução dos novos serviços de localização, os chamados LBS - “Location Based

Services”, é uma tendência global, com crescente demanda de desenvolvimento de aplicações.

Segundo a ESRI (2000), um serviço de localização é qualquer serviço ou aplicação

que permita o acesso de informação espacial e funcionalidades de um SIG aos usuários finais,

seja via Internet, rede sem fio, dispositivos móveis ou fixos.

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2.2.3 Aplicações dos SIG’s

SIGs são desenvolvidos para utilização em diversas áreas do conhecimento e com

objetivos que variam desde a produção de mapas digitais até a análise espacial de fenômenos, a

partir do armazenamento e da recuperação de informações espaciais. Atualmente, a visualização

destas informações em diferentes formatos e através de uma diversidade de dispositivos

eletrônicos – computadores; celulares; palms – estimula a demanda pelo desenvolvimento de

novas aplicações.

Como instrumento de planejamento estratégico e operacional, esses sistemas de

informação possibilitam uma rápida identificação de padrões e de desvios, auxiliando diversas

atividades operacionais relacionadas à tomada de decisão, como, por exemplo, a tarefa de

alocação de recursos. Sempre que o onde aparecer, dentre as questões e problemas que precisam

ser resolvidos por um sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção

de um SIG. Além de ser muito utilizado na administração pública de cidades, existem diversas

atividades para aplicações de SIG, dentre elas, destacam-se:

- Saúde pública;

- Turismo;

- Análise de recursos florestais;

- Planejamento urbano;

- Análise e simulação de impactos ambientais;

- Geomarketing.

Dentre as diversas áreas de desenvolvimento em geoprocessamento e SIG, uma das mais

promissoras, provavelmente, é o acesso a esse tipo de sistema via Internet. Nesse tipo de

aplicação, o usuário preenche um formulário indicando as situações em que deseja realizar sua

pesquisa e, de algum modo, indica o tipo de visualização dos resultados (mapas temáticos; mapas

cadastrais; modelos numéricos de terreno; imagens de satélite; etc.).

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Uma vez terminado o preenchimento, os dados são enviados a um servidor internet. Como

resultado, o usuário obtém as informações na forma de visualização selecionada contendo dados

relativos à consulta realizada.

Mas as aplicações e uso do SIG na atualidade ultrapassam o usual. Em praticamente todos

os segmentos da atividade humana, existe uma lacuna onde esse tipo de sistema se apresenta

como uma das soluções mais eficazes e, o número de usuários comuns cresce aceleradamente.

SIGs são frequentemente usados para agilizar procedimentos de tomada de decisão, diante da

acirrada disputa de mercado na economia mundial.

Há atualmente, teses de mestrado e doutorado em diferentes estágios de desenvolvimento,

dedicadas a modelos e algoritmos nas áreas de localização, distribuição e análise espacial em

geral. O interesse em problemas de localização tem crescido bastante e a literatura

correspondente é bastante vasta. Esses problemas têm atraído crescente atenção de economistas,

geógrafos e profissionais ligados à pesquisa operacional, tornando evidente o impacto das

decisões espaciais, tanto ao nível macro como ao nível de empresa.

Atualmente, é freqüente o uso dos chamados LBS – Location Based Services, em

diversas aplicações, como por exemplo a assistência a emergências – ambulâncias equipadas

com dispositivos GPS – “Global Positioning System” - integrados a sistemas de comunicação

em tempo real, facilitando o monitoramento, rastreamento e direcionamento de viaturas para

os locais de acidentes e ocorrências graves. Nos EUA, o Federal Trade Commission (FTC)

elaborou uma lei (denominada E911Act) destinada a padronizar e aprimorar o serviço de

emergência 911 através de dispositivos móveis. Segundo Deitel (2003), esta lei está em vigor

desde 1999 e seu objetivo é melhorar o tempo de resposta nas chamadas de emergência feitas

por usuários de telefones celulares.

No Brasil, já é possível encontrar aplicativos LBS baseados em soluções para

“handhelds”, como guias de ruas com recursos de voz e GPS. Outra área impulsionada a

partir do uso de serviços de localização é o comércio eletrônico móvel (m-business). Com a

combinação entre os dispositivos móveis e LBS, o “m-business” surge com estratégias de

marketing extremamente poderosas. Por exemplo, é possível que uma pessoa que possui um

aparelho celular receba uma mensagem informando que determinado prestador de serviço,

como um restaurante ou uma farmácia, que está a 500 metros de distância divulgou uma

promoção relâmpago.

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2.3 Geovisualização

2.3.1-Conceitos e definições

Para os autores MacEachren & Kraak (2001), a Geovisualização integra visualização,

cartografia, análise de imagens, visualização de informações, análise exploratória de dados e

SIG para oferecer teorias, métodos e técnicas para exploração visual, análise, síntese e

apresentação de dados espaciais.

Segundo Tobón (2002), a visualização no contexto da Tecnologia da Informação pode

ser definida da seguinte forma:

“Visualização é uma técnica de análise de dados que conta com a habilidade humana para reconhecer padrões em ambientes computacionais flexíveis que apóiam a exploração interativa de dados em tela. Visualização é particularmente útil e apropriada quando se conhece pouco sobre o conjunto de dados para aprender sobre suas características, fazer descobertas e formar hipóteses sobre relações entre os seus atributos.” (TOBÓN, 2002, p.3)

A visualização esteve presente ao longo de toda a história da humanidade e, portanto,

não é um conceito novo para a ciência. Segundo Ramos (2005), “A visualização cartográfica

é um conceito derivado da visualização científica, e também pode ser definido como

visualização geográfica ou Geovisualização”. (RAMOS, 2005, p.23)

O objetivo da Geovisualização seria oferecer padrões exploratórios e de

relacionamento entre dados para que o usuário crie os mapas que necessita. Estes padrões

baseiam-se em uma linguagem visual e, para TOMLIN (1990), sendo uma linguagem, trata-se

de um sistema formal de símbolos e regras que governam a formação e transformação desses

símbolos, destacando as potencialidades da cartografia digital nos sistemas de informações

geográficas. Um exemplo disso é o projeto “Digital Earth” 3, lançado pelo ex-vice-presidente

dos Estados Unidos, Al Gore, que representa processos de varredura ambiental desenvolvidos

em escalas espaciais de múltiplas resoluções, e representações tridimensionais do planeta

integradas a informações georeferenciadas. O objetivo desse projeto é organizar o potencial

já existente de dados e torná-lo acessível à comunidade mundial.

3 http://www.digitalearth.gov. The Digital Earth: understanding our planet in the 21st Century. Al Gore, 31 de janeiro, 1998. California Science Center, Los Angeles.

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Com o crescimento do número de usuários não especializados que utilizam SIGs na

“web” com objetivos diversos, como: localizar endereços, gerar rotas, planejar viagens,

encontrar lugares, e assim por diante, estão sendo realizados vários trabalhos voltados para a

visualização de dados espaciais ou Geovisualização.

2.3.2 Visualização

A palavra visualização pode ser definida como a formação de uma imagem mental de

um conceito abstrato. Por conceito abstrato, pode-se entender algo que não seja visível,

portanto, de acordo com Ramos (2005), a visualização é um processo que não envolve ne-

cessariamente a visão. A imagem mental pode ser formada por estímulos sensoriais e não

exclusivamente visuais. Por imagem mental, entende-se a construção mental de conheci-

mento. O processo descrito anteriormente independe, obviamente, da existência de

computadores. Dessa forma, visualização não se relaciona à informática, mas sim à forma

como informações recebidas pelo cérebro humano são transformadas em conhecimento.

2.3.3 Visualização Científica

O conceito de visualização científica tornou-se importante foco de pesquisa. Segundo

Ramos (2005), por visualização científica entende-se o uso de tecnologia com o objetivo de

aumentar a aquisição de informações que possibilitem ao leitor, por meio de sua exploração,

estabelecer suas próprias análises e chegar a um novo conhecimento. A visualização científica

pode ser definida como o uso de recursos computacionais com o propósito de aprimorar a

análise de dados, tornando evidentes informações que não poderiam ser percebidas de outra

forma, ou tornando mais rápido o processo de percepção.

Os avanços tecnológicos favoreceram a capacidade de visualização humana. Como

exemplos existem não apenas os computadores, mas também os microscópios e telescópios

como instrumentos que em diferentes momentos da história revolucionaram a forma de

visualização do Mundo. O uso de computadores, no entanto, não somente oferece novas

perspectivas visuais, como também permite a simulação, manipulação e comunicação de

grandes quantidades de dados em uma pequena fração do tempo. A sociedade atual é

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dominada por estímulos visuais, e, portanto, estudantes que cresceram em um ambiente com

intensos estímulos visuais tendem a apreender conhecimento com maior facilidade por meio

de estímulos visuais e interatividade. Em cartografia, o termo visualização assume outras

conotações. Diversos autores defendem que os métodos da cartografia temática desenvolvidos

no século XVIII podem ser compreendidos como a origem da visualização geográfica.

2.3.4 Visualização geográfica

Segundo Ramos (2005), visualização geográfica pode ser definida como o uso de

representações visuais concretas - seja em papel seja por meio de computador ou outra mídia -

para tornar contextos e problemas espaciais visíveis, de forma a potencializar o uso das

habilidades humanas para o processamento de informação.

Ainda de acordo com a autora, na visualização cartográfica, interatividade e

exploração são conceitos-chave. Assim, a cartografia digital e os SIG podem ser utilizados

para a elaboração de uma aplicação na linha da visualização cartográfica, mas um mapa em

formato digital não é necessariamente um mapa concebido dentro do conceito da visualização

cartográfica. A visualização não é uma nova abordagem cartográfica e sim uma nova forma

de pensar a aplicação da cartografia como instrumento de pesquisa.

A cartografia, historicamente, tem disponibilizado instrumentos adequados que

atendem de forma satisfatória a representação dos dados espaciais. Com a evolução dos

processos tecnológicos, torna-se necessária a busca por novos aspectos e métodos de

comunicação e de exploração desses dados. Sobre a representação dos dados espaciais, Kraak

afirma: “A representação dos dados espaciais pode ser realizada por intermédio de produtos

cartográficos veiculados através de novos meios de comunicação como a Internet.” (KRAAK,

2001, p. 01).

Dentre as novas mídias emergentes, a Internet passa a ser um excelente meio

veiculador e disseminador de informações, inclusive para dados espaciais. A Internet reúne

através da “World Wide Web”, o som disponibilizado pelo rádio, a imagem proporcionada

pela televisão, à escrita proporcionada pela imprensa e, além disso, a possibilidade de

interação com os usuários. Esse caráter multimídia impõe novos desafios à cartografia e,

principalmente, aos cartógrafos, como por exemplo:

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− como construir e disponibilizar produtos cartográficos de forma eficiente e a um

baixo custo, que venham atender às exigências e limitações dessas novas mídias

emergentes?

− como possibilitar ao usuário construir seu próprio mapa mantendo os preceitos de

um bom projeto cartográfico?

Essas são algumas questões a serem respondidas. Deve-se pensar o mapa agora como

instrumento de exploração e comunicação dos dados espaciais. E esta nova forma de pensar o

mapa é definida como um processo de visualização cartográfica ou Geovisualização.

Portanto, a Geovisualização para MacEACHREN e KraaK:

“...é uma integração da visualização científica, Cartografia exploratória, análise de imagens, visualização da informação, análise de dados exploratória (EDA) e Sistemas de Informações Geográficas (SIG) para produzir teorias, métodos e ferramentas para a exploração visual, análise, síntese e apresentação de dados geoespaciais” (MacEACHREN e KRAAK, 2001,p. 2).

Animação, Multimídia e Realidade Virtual são as técnicas que segundo

SANDERCOCK (2000), citado por ROBBI (2000, p.34), possibilitam a visualização. A

Animação pode ser descrita como a “técnica de apresentação de vários quadros,

suficientemente rápida, buscando dar a ilusão de movimento. Textos, gráficos, animações,

som e vídeo representam diferentes aspectos da informação.” (ROBBI, 2000, p.34). Esta

técnica pode ser classificada como multimídia Os sistemas de Realidade Virtual, além de

representar tridimensionalmente as características espaciais da informação, permitem ao

usuário interagir com o mundo representado.

No contexto da evolução da tecnologia e do processo de representação cartográfica,

aumentam-se as demandas. A disponibilidade de funções de animação, o aumento da

interação, a escalabilidade e a generalização utilizando-se novas tecnologias de códigos- fonte

abertos disponíveis para a “web” são algumas dessas demandas.

Recentes pesquisas tendem a adotar a terminologia “visualização geográfica” ou

“Geovisualização”, que sugere maiores possibilidades, uma vez que pode incorporar gráficos,

tabelas, imagens e som, além dos mapas. A visualização cartográfica é uma nova forma de

conceber a cartografia digital.

Este trabalho aborda a utilização e adaptação de componentes de código aberto que

podem ser incorporados em um projeto na linha da visualização geográfica. Seja um atlas

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digital que represente espacialmente as informações de uma determinada área do

conhecimento, seja um site de busca de endereços e geração de rotas ou um serviço de

localização de recursos via internet móvel.

2.3.4.1 Múltiplas escalas e dimensões na visualização geográfica

A necessidade de visualização de dados geográficos em múltiplas escalas possui uma

grande importância, pois alguns elementos estruturais (físicos e sócio-econômicos) que

compõem a paisagem acontecem simultaneamente em diferentes escalas, que segundo

Menezes e Coelho Netto (1999), influenciam no processo de inter-relacionamento,

localização, padrão e na própria escala operacional do conjunto.

Assim, para um determinado estudo tem-se que avaliar uma série de informações

geográficas em diferentes escalas, mas que atuam diretamente na definição de um quadro

ambiental de uma dada realidade de análise. Operacionalizar a visualização destes dados em

um sistema, garantindo a qualidade do produto final, é um desafio da atualidade.

Portanto, é importante a seleção da escala a ser utilizada, a qual, de acordo com

Huggett (1995), tem que ser bem avaliada de acordo com as múltiplas escalas dos dados

geográficos, que são relevantes na explicação da problemática em questão. É igualmente

importante a disponibilidade de informações, pois segundo Spirn (1998), diferentes escalas de

observação resultam em diferentes significados e percepções de uma mesma paisagem.

Quanto às dimensões, os dados geográficos podem possuir diferentes

dimensionalidades. No mundo real, qualquer objeto apresenta-se tridimensionalmente, ou

seja, possui sempre uma coordenada (x, y – para posição horizontal e z – para posição

vertical).

Todavia, no processo de abstração e simplificação da realidade, que ocorre por

limitações da Geovisualização, em um SIG 2D (bidimensional), os dados ficam restritos

apenas a duas coordenadas (latitude, longitude). Isso ocorre porque a maioria dos SIGs

convencionais tem sido desenvolvidos para aplicações em uma variedade de campos, e não

especificamente orientados às necessidades das geociências.

Bonham-Carter (1996) cita como exemplo que um SIG desenvolvido especificamente

para trabalhos de cunho geológico, particularmente para o estudo de extrações minerais e

exploração de petróleo, precisa ser tridimensional (3D).

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Em um sistema de Geovisualização em 3D, cada objeto passa a ser caracterizado por

sua localização no espaço com três coordenadas (latitude, longitude, altura). Isso permite que

dois ou mais objetos tenham a mesma posição horizontal, contanto que tenham diferentes

coordenadas verticais, porém, em projetos onde os dados de objetos têm uma posição

horizontal e apenas uma posição vertical os sistemas de Geovisualização em 2D são

adequados.

Esta característica pode ser compreendida como uma limitação apresentada por um

SIG 2D na integração de dados físicos como: dados geomorfológicos, dados sócio-

econômicos e dados de renda da população.

Entretanto, podem ser criadas alternativas para este problema, como verificou Silva

(1995) ao avaliar que dados de mesma coordenada horizontal e diferentes posicionamentos

verticais podem ser analisados em SIG 2D, bastando que se criem planos de informação

corretamente georeferenciados.

2.3.4.2 Aplicações de Geovisualização

O avanço científico e cultural vivenciado pela sociedade nos últimos séculos

popularizou e continua difundindo o acesso e o uso de mapas, principalmente através da

Internet.

Ao falar de Internet hoje é impossível não mencionar a Google Inc., mantedora do site

de busca Google, que nos dias atuais é um dos serviços mais conhecidos e utilizados da

“web”. Uma das mais conhecidas aplicações de Geovisualização da atualidade é o Google

Earth - um programa desenvolvido e distribuído pelo Google, cuja função é apresentar um

modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de imagens de satélite obtidas de

fontes diversas.

O programa pode ser usado simplesmente como um gerador de mapas bidimensionais

e imagens de satélite ou como um simulador das diversas paisagens presentes no planeta

Terra. Com isso, é possível identificar lugares, construções, cidades, paisagens, entre outros

elementos. Este programa é similar, embora mais complexo, a um serviço também oferecido

pelo Google, conhecido como Google Maps.

O Google Earth possui funções relativas à manipulação do modelo global, em geral

relacionadas à recuperação de informações a respeito de localidades específicas, coletadas

pelos seus usuários em todo o mundo. Atualmente, o programa permite girar uma imagem,

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marcar locais identificados, medir a distância entre dois pontos e até mesmo ter uma visão

tridimensional de uma determinada localidade. No mês de maio de 2006, as imagens de

satélite sofreram uma atualização e, uma grande parte do Brasil já está em alta resolução.

Mesmo pequenas cidades encontram-se disponíveis em detalhes.

É possível realizar uma busca por endereços. Basta digitar o logradouro e o nome da

cidade, e caso existam mais cidades com o mesmo nome as outras opções estarão disponíveis

logo abaixo. Pode-se procurar também pelas coordenadas geográficas (e isso pode ser feito

em dois formatos) ou mesmo pelo CEP (inclusive no Brasil). Estas ferramentas têm

revolucionado o ensino de geografia e a percepção que temos do espaço em que nos

inserimos.

É cada vez mais comum o uso desses aplicativos em laboratórios de informática nas

escolas, como apoio ao processo de aprendizado. Noções de orientação, escala, cartografia,

geopolítica, entre outras, são facilmente tratadas com estes serviços.

O Google Earth está disponível numa versão gratuita para uso privado e em versões

licenciadas para o uso comercial.

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3. GEOTECNOLOGIA: APLICAÇÕES ATUAIS E TENDÊNCIAS

As tecnologias da informação, a máquina alimentada pelo SOFTWARE, a publicidade

e a mídia passam a ter um papel mais integrador nas práticas culturais.

A produção e reprodução de imagens buscam possibilitar a representação do espaço na

sua totalidade trazendo a sensação do domínio global. A velocidade da informação tenta iludir

o indivíduo da sua capacidade de domínio espacial. Os sistemas de comunicação por satélite

tornam o custo unitário e o tempo de comunicação invariantes com relação à distância. A

televisão de massa gera uma grande quantidade de imagens vindas de espaços distintos e

quase simultâneos. Novos equipamentos, com Comando Numérico Computadorizado (CNC)

e Controle Lógico Programável (CLP) constituem a parte HARDWARE das novas

tecnologias.

Mas a “alma” dos sistemas eletrônicos computadorizados está no SOFTWARE,

tecnologia que, na sua linguagem tem a propriedade de armazenar a informação e de

manifestá-la, em tempos e espaços, determinados por comandos lógicos inseridos nos

programas computacionais.

Através dos sistemas de informação há uma redução da complexidade geográfica do

mundo a uma série de imagens veiculadas via Internet ou pela televisão.

As questões e os problemas que podem ser focalizados sob a perspectiva de tempo e

espaço são muitos, envolvendo aspectos da localização espacial dos artefatos humanos e a

distribuição do uso do tempo.

A Geotecnologia surge nesse contexto como uma das três tendências de maior

desenvolvimento tecnológico na atualidade.

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3.1 Tendências: Nanotecnologia, Biotecnologia e Geotecnologia

Uma nova base técnica se constitui para dar suporte à expansão espacial da tecnologia

com a transição da eletromecânica para a eletroeletrônica, a automação rígida para a

automação flexível integrada, além da robótica, bem como o uso da tecnologia de ponta da

micro-eletrônica.

Atualmente, o somatório dos esforços de inúmeros setores tem possibilitado a

aproximação entre várias disciplinas relacionadas com a identificação, o registro, a análise e a

apresentação dos fenômenos geográficos, estabelecendo um novo conceito: a Geotecnologia.

Esse conceito tem muito haver com as novas maneiras de captar, manipular, disponibilizar e

analisar as informações espaciais.

O Ministério do Trabalho dos Estados Unidos - “U.S. Department of Labor (DoL)” -

recentemente citou a Geotecnologia como uma das três tecnologias com maior crescimento e

potencial de criação de empregos da década atual (as outras duas tecnologias são a

Biotecnologia e a Nanotecnologia).

O departamento estimou “... em 2004 um mercado promissor, com um crescimento

contínuo para trinta bilhões de dólares em 2005.” (Geospatial Solutions, Junho, 2004).

Embora estes tipos de estimativas de mercado sejam difíceis de validar, a citação do

Ministério do Trabalho norte-americano é interessante por duas razões. Primeiro, é importante

que a Geotecnologia tenha sido mencionada no mesmo contexto que a Biotecnologia e a

Nanotecnologia, que são duas fortes tendências do mercado de trabalho mundial. Em segundo

lugar, examinando várias tecnologias e tendências que vão gerar impacto na indústria

“geoespacial” durante os próximos anos, os números encontrados servem como uma forte

indicação de que a maior parte do crescimento no Mercado de Geotecnologia não vem dos

SIGs tradicionais.

Embora muitas operações específicas possam ser feitas usando dados espaciais, é

possível realizar tais operações em outros tipos de dados também. Muitos tipos de

funcionalidades espaciais comuns, como edição de mapas, geocodificação, roteamento ou

consultas espaciais – que antes necessitavam pacotes de software específicos – são agora

vistos como “commodities” que podem ser integradas em qualquer software.

Essas tendências nos levam a questionar se ainda faz sentido pensar em aplicações de

geoprocessamento como pertencentes a uma disciplina específica de SIG. “Muitos

pesquisadores e organizações estão considerando seriamente a possibilidade de uma crescente

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diversificação nessa área.” (Geospatial Solutions, Junho, 2004). Organizações com potencial

para crescimento na área de Geotecnologia investem em associações e publicações da

indústria do tratamento da informação espacial. Para estes, o resultado dessas associações

pode impactar significativamente os produtos oferecidos ao mercado, levando em conta a

importância da integração e usabilidade - facilidade de utilização. Para usuários que trabalham

com tecnologia espacial, o resultado poderá afetar suas carreiras e o desenvolvimento de suas

habilidades.

As tendências discutidas neste tópico estão contribuindo para um movimento em

direção à facilidade de uso, implementação e integração da Geotecnologia. Embora o mercado

para aplicações específicas de SIGs ainda permaneça, o uso da tecnologia espacial se tornará

muito mais integrado a outras tecnologias e, a maioria das aplicações que usam tecnologia

espacial não serão tratadas como SIG.

O impacto contínuo da Internet e dos “Web services” (funcionalidades executadas

através de servidores “web”) e o crescente envolvimento das grandes empresas de software –

como Microsoft e Oracle – são os maiores fatores que influenciam o mercado de

Geotecnologia.

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3.2 Aplicações de Geotecnologia

O impacto da Internet nas aplicações de Geotecnologia, como em todas as áreas de

Tecnologia da Informação (TI), continua a acelerar. Aplicações cada vez mais sofisticadas

podem ser acessadas via “web” em qualquer lugar do mundo, e cada vez mais dados são

acessáveis em tempo real (“on-line”). Quando se trata de Internet, muitas pessoas pensam

inicialmente em aplicações baseadas em “browsers” (Internet Explorer; Mozilla Firefox; etc.),

mas é muito mais do que isso.

Grande parte do impacto da Internet vem das suas capacidades de rede tecnológica,

conectando computadores globalmente. Na indústria do geoprocessamento, o principal

resultado desse impacto é a capacidade de acessar bancos de dados espaciais interativamente,

em qualquer lugar no mundo. Esta capacidade cria muitas oportunidades interessantes, como

a habilidade de utilizar bases de dados externas de vários tipos, como bancos de dados de

edificações (imóveis), rodovias – incluindo informação relevante sobre roteirização, e bases

de dados demográficas para utilização em estratégias de marketing.

A Internet também viabilizou a oportunidade de manutenção de dados de empresas em

qualquer lugar do mundo, trabalhando diretamente as chamadas “live databases” ou bases de

dados “ao vivo”.

3.2.1 Serviços para a “web” (ou “web services”) de geoprocessamento

Os chamados serviços para a “web” – “Web services” – são programas de computador

que proporcionam um mecanismo para empacotar funcionalidade através da Internet. Esta

tecnologia é parte importante da estratégia de crescimento de grandes empresas de software, e

amplamente utilizada em aplicações de diversas áreas.

O primeiro “web service” da Microsoft, por exemplo, fornece funcionalidades de

tratamento da informação espacial, incluindo mapas, direções de trânsito, cálculos de

distância, busca por proximidade e outras funções de localização inteligentes. Muitos desses

serviços são úteis tanto para organizações que já implementaram um SIG interno quanto para

aquelas que ainda não possuem nenhuma aplicação de geoprocessamento.

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Graças a uma variedade de padrões para “Web services” espaciais e transmissão de

dados, as barreiras para um uso mais amplo são organizacionais e de mercado e não

tecnológicas. Os padrões “OpenGIS”, baseados em linguagem de marcação extensível - XML

(extensible markup language) – obtiveram suporte dos maiores vendedores de SIGs. Esta

tecnologia permite interação com bases de dados remotas em diferentes formatos através da

Internet.

Apesar de ser mais conhecido, o Open GIS Consortium (OGC) não é a única

organização que desenvolveu especificações para compartilhamento de dados. Para muitas

organizações, a integração ainda é um grande desafio em projetos de SIG. O núcleo deste

desafio é o foco na integração entre um sistema espacial e vários sistemas não-espaciais.

Aplicações que integram pequenas quantidades de funcionalidade espacial contidos em

sistemas maiores estão prevalecendo.

Os usuários normalmente não consideram estes sistemas como SIGs, e isso tem

algumas implicações interessantes na indústria geoespacial. Em última instância, o

desenvolvimento de aplicações de rastreamento integradas a grandes bases de dados nos

permitirá, por exemplo, saber onde todos e tudo o que nos interessa está – durante todo o

tempo. Tal capacidade tem um grande potencial, mas também levanta a questão de problemas

de privacidade.

É essencial que políticas apropriadas sejam desenvolvidas em paralelo com os avanços

tecnológicos, de modo a assegurar a privacidade das pessoas e organizações. Sabendo disso,

aplicações para sistemas de posicionamento local e computação sensorial estão sendo

desenvolvidas para áreas como segurança, trabalho, comércio, militar e serviços de

emergência, parques temáticos e observação do comportamento de animais.

Expandindo o alcance da tecnologia nos próximos anos, a combinação de redes sem-

fio e tecnologias de localização e rastreamento de alta precisão vai mudar radicalmente a

indústria geoespacial.

Estas tecnologias vão proporcionar quantidades muito maiores de dados altamente

acurados em tempo real. A habilidade de saber onde itens rastreados se encontram em

qualquer hora proporciona novos tipos de aplicações que reagem ao movimento das pessoas e

objetos automaticamente. Com o crescimento desse tipo de aplicação, os SIG tradicionais

serão apenas um pequeno componente de uma grande indústria de Geotecnologia.

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3.2.2 Computação Móvel e Sistemas de Informações Geográficas em Tempo Real

De acordo com Zimmerman (1999), computação móvel é “... o uso de dispositivos

computacionais há alguma distância de locais fixos, proporcionando ao usuário criar, acessar,

processar, armazenar e comunicar informações sem a restrição de um único local físico”.

Pode ser considerada a combinação de três importantes propriedades: computação;

comunicação e mobilidade.

A computação inclui os dispositivos computacionais; os sistemas de comunicação

incluem as diversas redes convencionais e sem fio que conectam os dispositivos

computacionais; e a mobilidade é um aspecto comportamental do usuário (LIU, MARLEVI &

MAGUIRE, 1995).

A principal característica da computação móvel é baseada na necessidade de

inteligência no “campo”, com o objetivo de aumentar a produtividade, proporcionando maior

competitividade às empresas.

Segundo Loureiro et al. (2003, p.1), a Computação Móvel representa um novo

paradigma computacional que tem como objetivo principal prover ao usuário acesso

permanente a uma rede fixa ou móvel independente de sua posição física. Trata-se da

capacidade de acessar informações em qualquer lugar e a qualquer momento. A Computação

Móvel está se tornando uma área madura e parece destinada a se tornar uma tecnologia

dominante no futuro. O mercado de dispositivos móveis, genericamente chamados de “hand-

helds”, que englobam telefones celulares, palms, Personal Digital Assistants (PDAs), está

crescendo continuamente, sendo usado em aplicações que envolvem negócios, indústrias,

escolas, hospitais, lazer, enfim, é uma tecnologia já bastante difundida atualmente.

A computação móvel possibilita a flexibilidade de acesso a um SIG em qualquer hora

ou lugar. Aplicações de computação móvel auxiliam na coleta e análise de dados digitais em

tempo real.

Atualmente, profissionais da área de geotecnologia podem acessar e atualizar

informações sem a necessidade de conexões de rede físicas, independente da hora e local onde

se encontram. É necessário um celular ou dispositivo móvel “hand-held” habilitado para

conexão através de pacotes via rádio - “General Packet Radio Service” / “Global System for

Mobile Communications” (GPRS/ GSM) e uma aplicação instalada em um servidor “web”

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conectado a um sistema gerenciador de banco de dados (SGBD) para o desenvolvimento de

SIGs acessados em tempo real como mostra a figura a seguir:

Figura 1: Comunicação de dados via Celular

Segundo REGGIANI (2003), a previsão dos laboratórios da indústria de celulares é de

que em alguns anos estará implantada uma revolução nos hábitos das pessoas. A idéia é que

com a consolidação da rede 3G (3ª geração de dispositivos móveis), o celular passe a ser

utilizado de várias formas, como por exemplo, acoplado ao carro para detectar falhas,

localizar serviços de manutenção e determinar qual a melhor rota para se chegar ao destino.

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GPRS/ TCP/IP

GPRS/ TCP/IP

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Assim, pretende-se que o acesso móvel seja o canal direto das empresas com o

indivíduo, entregando informações relacionadas ao local e confirmando os serviços baseados

em localização como fator decisivo e indissociável ao sucesso da telefonia celular.

A linguagem de programação Java, que permite implementar o conceito de “máquinas

virtuais” (“Java Virtual Machine”) é a tecnologia mais comum no desenvolvimento de

aplicações para dispositivos móveis. A figura abaixo ilustra este processo.

Figura 2: Expansão da Tecnologia Java (Fonte: http://www.java.com )

A linguagem Java ampliou o seu alcance bem além das máquinas simples dos

computadores pessoais. Desde seu lançamento, em 1995, o panorama mudou

significativamente. A inclusão mais revolucionária na família é a “Micro Edition”, que

objetiva “ferramentas de informação”, variando desde máquinas ligadas à TV habilitadas para

internet até telefones celulares. O Java tem as vantagens de ser livre, ou seja, não tem um

“preço” a ser custeado. É portável, pois permite “levar” os aplicativos para outros

dispositivos. Além de ser um dos padrões de linguagem de programação atualmente.

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A figura abaixo destaca a plataforma de desenvolvimento para micro-dispositivos

(J2ME), que será descrita a seguir.

Figura 3: Edições Java (Fonte: http://www.java.com )

O J2ME é destinado diretamente aos dispositivos eletrônicos com poder limitado.

Muitos desses aparelhos (por exemplo, celular ou Pager), têm recursos bastante limitados e

não tem suporte ao J2SE, por exemplo, por não suportar o mesmo tipo de aplicação (memória,

vídeo, etc...). Por isso a “Micro Edition” do Java foi introduzida para tratar das necessidades

especiais dos dispositivos móveis para o consumidor.

Com o J2ME é possível desenvolver diversos tipos de aplicações para dispositivos

móveis diferentes, desde uma calculadora básica ou científica, um software para reprodução

de músicas ou de fotos (com possibilidades de edição básica das mesmas), até aplicativos

mais completos e complexos, como por exemplo, um leitor de código de barras 2D através da

câmera do aparelho celular. Normalmente, esses aplicativos são feitos de acordo com a

demanda. Algumas aplicações são desenvolvidas para uma distribuição em massa, pelo

próprio fabricante e também pelas operadoras de telefonia móvel, pois não possuem

características específicas de empresas ou organizações públicas e privadas.

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Page 64: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Nesse cenário, emergem diversas possibilidades de desenvolvimento em J2ME com

conectividade através da rede GSM/GPRS. A integração das duas tecnologias possibilita o

desenvolvimento de um grupo maior de aplicações móveis em áreas que precisam de mais

mobilidade na execução das atividades diárias.

A explicação da importância dessa mobilidade na Geotecnologia está na própria

característica associada ao SIG na atualidade, que trabalha com informações dinâmicas e que

precisam ser atualizadas a todo o momento. Alguns exemplos:

a) Um SIG que orienta o melhor caminho ou rota a ser tomada: varia de acordo com o

horário do dia (de acordo com o trânsito local).

b) Um SIG para rastreamento de veículos, que monitora a posição de um carro:

atualiza dinamicamente de acordo com a posição obtida a partir de um receptor GPS.

c) Um SIG de previsão do tempo varia de acordo com o clima da localidade.

d) Um SIG de incidência de uma certa doença, varia de acordo com o ciclo de vida

dessa doença e também em relação aos fatores de risco.

De acordo com ASPROTH V., HAKANSSON A. e REVAY P. (1995), do ponto de

vista temporal, informações podem ser classificadas em estáticas e dinâmicas. Geralmente,

fenômenos do mundo real são dinâmicos, e os objetos como mapas cartográficos, rodovias,

instalações e construções são estáticos, pois não mudam em um período pequeno de tempo.

Por outro lado, as informações de objetos geo-espaciais que mudam em um pequeno período

de tempo são dinâmicas. Os aspectos da informação espacial a serem considerados são os

seguintes:

− Transformações geométricas de características com o tempo (expansão urbana em

um município)

− Mudança de posição de características com o tempo (movimento de um carro)

− Mudança de atributos de uma característica com o tempo (volume de tráfico)

− Qualquer combinação das mudanças acima.

De acordo com a extensão do tempo decorrido, pode-se interpretar informações

dinâmicas como sendo dados de tempo real. Ou seja, dados geográficos de tempo real são

coletados e importados em um SIG assim que um evento ocorre.

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Alguns exemplos práticos de SIG que atendem esses requisitos são o AUTODESK

ONSITE e o ARCPAD que permitem acesso de informações via celular e via PDA de

qualquer lugar.

O capítulo 5 desta tese apresenta um estudo de caso com o desenvolvimento de um

protótipo de aplicação com funcionalidades de tempo real integradas a algumas

funcionalidades de Geovisualização.

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3.2.3. API’s – “Application Programming Interface” - de Geovisualização

Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos

(API) é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para utilização de

suas funcionalidades por programas aplicativos -- isto é: programas que não querem envolver-

se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços.

De modo geral, a API é composta por uma série de funções acessíveis somente por

programação, e que permitem utilizar características do software menos evidentes ao usuário

tradicional. Mais recentemente o uso de APIs tem se generalizado nos chamados plug-ins,

acessórios que complementam a funcionalidade de um programa.

Os autores do programa principal fornecem uma API específica para que outros

autores criem plug-ins, estendendo as funcionalidades do programa para os usuários comuns.

A utilização dessas APIs permite que as organizações representem e monitorem a localização

de seus recursos de maneira fácil e rápida, proporcionando funcionalidades para o controle

visual de dados georeferenciados e alterando a forma que as empresas desenvolvem Sistemas

de Informações Geográficas, garantindo a competitividade.

Com o objetivo de exemplificar e demonstrar o uso de APIs em Geovisualização,

segue abaixo uma breve descrição com exemplos de aplicação de duas APIs utilizadas na

atualidade:

− Google Maps API - desenvolvida e disponibilizada pela Google;

− Plataforma Virtual Earth – desenvolvida e disponibilizada pela Microsoft.

60

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3.2.3.1 Google Maps API

O Google Maps é um serviço de pesquisa e visualização de mapas e fotos de satélite

da Terra gratuito na web fornecido pela empresa Google. Atualmente, o serviço disponibiliza

serviços de visualização de mapas e fotos via satélite com possibilidade de pesquisa e

navegação para todo o planeta. Outras funcionalidades como ampliação (zoom) e geração de

rotas em algumas cidades (capitais e grandes cidades) também são disponibilizadas. A API

do Google Maps permite que desenvolvedores projetem sistemas que possuam mapas

fornecidos pelo Google Maps, incluindo todas as funcionalidades disponíveis no site oficial

do Google (http://maps.google.com). O desenvolvedor pode, por exemplo, incorporar em sua

aplicação mapas para serem visualizados, busca por endereços, rotas, entre outras

funcionalidades. Tudo isso é disponibilizado através de uma API bastante simples de ser

utilizada e entendida, com exemplos de código-fonte que ajudam a ter uma idéia clara de

como montar uma aplicação com grande facilidade, adaptando-os às necessidades do usuário.

Para ilustrar a diversidade de recursos visuais disponíveis e a facilidade de uso, segue

abaixo alguns exemplos demonstrando as interfaces de visualização de mapas digitais

(Figura4), imagens de satélite (Figura 5) e fotos aéreas disponíveis no Google Maps (Figura

6).

61

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No exemplo a seguir, utiliza-se o serviço www.google.com/maps informando o

seguinte endereço para a busca: BETIM, MG, BRASIL.

Na figura seguinte, o endereço informado para a busca é: PUC MINAS BETIM, MG,

BRASIL

62

Figura 4: Exemplo de visualização através de mapas digitais: opção ”Mapa” (Fonte:

http://www.google.com.br/maps )

Figura 5: Exemplo de visualização através de imagens de satélite: opção “Híbrido” (Fonte: http://www.google.com.br/maps )

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Integrando aplicações da API Google Maps com fotografias digitais em tempo real, o

Google lançou o serviço de visualização de ruas, que atualmente pode ser acessado apenas

para alguns locais nos Estados Unidos da América.

Não há como deixar de analisar o impacto a ser causado por aplicações como esta. A

possibilidade de entrelaçamento de eventos e relações sociais à distância com contextos

locais.

As imagens visuais em tempo real permitem a comunicação instantânea na redução de

tempo e espaço. Com a geração de Sistemas de Geovisualização abstratos, a disponibilidade

da informação é facilitada desde que o usuário tenha recursos, tempo e energia para adquiri-

la, evidentemente, sob condições de controle pela ética.

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Figura 6: Exemplo de visualização de ruas (disponível apenas para alguns locais nos EUA)

Fonte: http://www.google.com.br/maps

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As imagens (7 e 8), a seguir, demonstram a facilidade de integração e adaptação do

Google Maps em “websites” e aplicações que necessitem de localização geográfica e

visualização de dados espaciais. Segue abaixo dois exemplos de aplicação em sistemas

“Web”.

Exemplo de Aplicação no Sistema Integrado de Cooperação Internacional –

Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas:

O exemplo acima foi utilizado para facilitar a localização e representar a distribuição

geográfica dos países membros de acordos de cooperação internacional cadastrados no

Sistema Integrado de Cooperação Internacional do departamento de Relações Internacionais

da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC- Minas) . Trata-se de um sistema

de gestão da informação acerca da cooperação internacional para o desenvolvimento,

estruturado em torno de diretórios responsáveis pela indexação das informações acerca dos

atores internacionais, nacionais e sub-nacionais (estados ou regiões) implicados nos processos

de cooperação técnica. O Sistema Integrado da Cooperação internacional constitui-se assim

no mecanismo com o qual os membros da rede de cooperação poderão adquirir informações e

64

Figura 7: Localização de países membros de acordos de cooperação internacional – Departamento

de Relações Internacionais da PUC Minas - Fonte: Dados da Pesquisa

Page 71: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

processá-las em seus próprios “frameworks” (infra-estruturas), transformando dados em

conhecimentos que deverão orientar suas operações. O sistema permite o georeferenciamento

e recuperação dos seguintes elementos:

• Diretório de organismos e agências internacionais: indexação dos organismos e

agências internacionais de caráter bi-lateral ou multilateral que atuam no território

nacional, contendo a identificação de suas linhas de atuação e seus projetos

exemplares desenvolvidos no Brasil e, em especial, em Minas Gerais;

• Diretório de projetos internacionais: indexação dos projetos de cooperação

internacional desenvolvidos em Minas Gerais, bem como de projetos exemplares

desenvolvidos no Brasil e no exterior identificando: órgão executor, órgãos

intervenientes, organismo ou agência internacional parceira, objetivos e resultados

alcançados;

• Diretório de práticas de cooperação internacional: identificação de programas,

projetos e redes de cooperação internacional do interesse do Estado de Minas

Gerais.

65

Page 72: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Um outro exemplo, muito usado em “websites” é a aplicação em sistemas de empresas

administradoras de imóveis – ou imobiliárias. O exemplo abaixo foi desenvolvido com o

objetivo de demonstrar duas funcionalidades básicas de Geovisualização:

o A localização geográfica dos imóveis disponíveis para venda e locação em

uma imobiliária e o cadastro de pontos de referência como escolas,

supermercados, farmácias, hospitais, igrejas, etc.

o A identificação de imóveis próximos de um determinado ponto de referência.

Por exemplo, imóveis para aluguel a um raio de 1 km de escolas em um

determinado município.

66

Figura 8: Sistema GeoIMOB de localização de Imóveis utilizando o Google Maps

Fonte: http://www.geoimob.com

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As figuras (9 e 10) a seguir ilustram algumas funcionalidades que utilizam as rotinas

da API Google Maps integradas ao sistema GeoIMOB, desenvolvido em linguagem HTML –

“HyperText Markup Language”, e PHP: “Hypertext Preprocessor” .

Na funcionalidade representada abaixo, o usuário cadastra pontos de referência em um

município. Esses pontos são subdivididos em categorias como, por exemplo: escolas; órgãos

públicos; igrejas; “shopping centers”; etc.

Se necessário, o usuário pode excluir pontos de referência cadastrados ou alterar as

informações de cada ponto.

67

Figura 9: Localização de Pontos de Referência em um município

Fonte: http://www.geocod.com/geoimob

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A figura 10 que segue abaixo representa a localização de imóveis a um raio de 5 km

de um determinado ponto de referência (no caso ilustrado o ponto de referência é um

supermercado). É possível visualizar a localização exata de cada imóvel contido no raio

especificado.

Neste exemplo específico, a API Google Maps fornece a interface para o desenho dos

círculos e o posicionamento dos imóveis e pontos de referência, mas as funcionalidades de

identificação de pontos contidos no raio e geocodificação de imóveis foram desenvolvidos em

linguagem de scripts (PHP) e armazenados em um banco de dados relacional (MySQL).

68

Figura 10: Localização de Imóveis próximos a Pontos de Referência Fonte: http://www.geocod.com/geoimob

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3.2.3.2 “Microsoft Virtual Earth”

O “Virtual Earth”, ou Terra Virtual, é um conjunto integrado de serviços de busca e

localização geográfica lançado pela Microsoft, combinando mapas digitais, fotos de satélites e

imagens geradas em 3D. O programa permite que usuário localize empresas, serviços, órgãos

governamentais ou até mesmo rotas de tráfego com alguma precisão. Essa eficácia advém de

tecnologias de mapeamento feito por satélite, que oferecem até mesmo um panorama

detalhado da localização dos recursos. O controle para exibição de mapas do “Virtual Earth” é

acionado através de um “script” que pode ser usado diretamente em qualquer

“website” (disponível para acesso no link http://dev.virtualearth.net/ ) e, a cada nova versão

lançada, apresenta novas funcionalidades, com possibilidades de integração com dados dos

usuários, e flexibilidade na criação de novos ambientes para disponibilizar informações

georeferenciadas em tempo real. Alguns exemplos de aplicações do “Virtual Earth” com suas

diversas formas de visualização e funcionalidades disponíveis para a utilização em “websites”

através de funções de código-aberto (em tecnologia Javascript e XML) podem ser

visualizados na seqüência de figuras (11, 12 e 13) que seguem abaixo.

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Figura 11: Exemplo de visualização através de mapas digitais (opção:”Road” 2D)

Fonte: http://dev.virtualearth.net/

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A plataforma tecnológica do Virtual Earth possui ainda a possibilidade de visualização

denominada “Bird's eye”, que são camadas contendo imagens em 3D (3 dimensões) que

podem ser usadas para aplicações de empresas como imobiliárias e construtoras.

70

Figura 12: Exemplo de visualização através de imagens de satélite (opção:”Hybrid” 2D)

Fonte: http://dev.virtualearth.net/

Figura 13: Exemplo de visualização através de fotos aéreas (opção “Birds eye”)

Fonte: http://dev.virtualearth.net/

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Para a demonstração da facilidade de uso e integração da API Virtual Earth em

deferentes situações e necessidades, foram utilizadas duas aplicações de negócio locais. Uma

primeira aplicação apresenta a geração de rotas intermunicipais para uso na captação de leite

de uma empresa brasileira, situada no estado de Minas Gerais.

As figuras (14, 15 e 16) a seguir ilustram o uso da aplicação na empresa. O nome da

empresa será omitido por questões de segurança. São demonstradas duas funcionalidades

básicas: a delimitação de regiões (polígonos) sobre o mapa base da API; e o cálculo e geração

de rotas entre dois pontos.

− Delimitação da região de captação de leite da empresa em Minas Gerais:

71

Figura 14: Delimitação da região de captação de leite, MG- Brasil

Fonte: http://www.geocod.com/

“Empresa X”

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− Cálculo e geração de rotas inter-municipais:

Outra aplicação desenvolvida a partir da API “Virtual Earth” é a visualização de rotas

entre os municípios da chamada “Estrada Real” no estado de Minas Gerais. O termo “Estrada

72

Figura 16: Roteiro com distâncias calculadas entre Lagoa da Prata - MG e Abaeté – MG

Fonte: http://www.geocod.com/

Figura 15: Visualização de rota entre Lagoa da Prata - MG e Abaeté – MG

Fonte: http://www.geocod.com

“Empresa X”

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Real” se refere aos caminhos trilhados pelos colonizadores desde a descoberta do ouro em

Minas Gerais até o período de sua exaustão. Entre os séculos XVII e XIX um conjunto de vias

terrestres – muitas delas simples re-apropriações de antigas trilhas indígenas, aproximou

diferentes regiões do território brasileiro.

As figuras (17 e 18) que seguem ilustram o uso dessa aplicação:

O Projeto Estrada Real foi formulado em 2001 pelo Instituto Estrada Real4. O

conceito do projeto baseia-se no aproveitamento da rota e dos antigos caminhos que

conduziam do litoral do Rio de Janeiro para o interior, em especial para as Minas Gerais.

4 Instituto Estrada Real, sociedade civil, sem fins lucrativos, criada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) com a finalidade de valorizar o patrimônio histórico-cultural, estimular o turismo, a preservação e revitalização do entorno das antigas Estradas Reais. Acesso via http://www.estradareal.org.br

73

Figura 17: Delimitação dos municípios pertencentes à Estrada Real em Minas Gerais

Fonte: http://www.geocod.com/estradareal

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Segue abaixo o exemplo de uma rota inter-municipal gerada através da aplicação

protótipo, disponível.

Entretanto, na maior parte dos casos, ao serem utilizadas comercialmente nas

organizações, algumas API’s implicam no uso de soluções proprietárias, como é o caso da

API “Virtual Earth” da Microsoft, que depende da aquisição de recursos de software da

empresa (Sistema Operacional, etc.).

Como alternativa, as empresas estão adotando interfaces padronizadas, definidas a partir

do padrão OpenGIS por exemplo, que definiu, para o caso de dados vetoriais, um conjunto de

tipos de dados espaciais e um conjunto de funções para acesso e manipulação. O ambiente

proposto no próximo capítulo é estruturado a partir de um repositório de componentes “web”

para armazenamento, acesso e manipulação de dados espaciais. Esse repositório não obriga ou

direciona para aquisição de outras soluções comerciais por utilizar componentes de código-

aberto padronizados.

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Figura 18: Visualização de rota entre São João Del-Rei e Ouro PretoFonte: http://www.geocod.com/estradareal

h

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4.AMBIENTE DE COMPONENTES “WEB” GENÉRICOS

PARA O DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE

GEOVISUALIZAÇÃO

O ambiente de componentes de software proposto foi desenvolvido a partir de um

banco de dados que armazena algumas informações técnicas sobre os componentes, como: as

classes utilizadas, hierarquia, métodos, propriedades e eventos; algumas informações

analíticas como: a função do componente, qual o seu contexto, abrangência; além dos

códigos-fonte e suas versões.

São utilizados métodos simples de pesquisa e ordenação para a busca e seleção de

componentes, objetivando a reutilização em projetos de sistemas e adaptação para uso em

Sistemas de Informação na Internet. Adicionalmente, modelos de software baseados em

componentes aceleram o processo de desenvolvimento, pois além da possibilidade de reuso de

código, vários grupos podem trabalhar em partes diferentes da aplicação simultaneamente.

4.1 Programação genérica em Geovisualização

A programação genérica é baseada na idéia de que existem regras fundamentais que

governam o comportamento de componentes de software e propõe o projeto de módulos

baseados nessas regras. Esse paradigma resultou em ambientes de programação tais como a

Standard Template Library, parte do padrão ISO C++ disponível em Austern (1999).

A STL fornece um conjunto de estruturas de dados genéricas (tais como list, set e

map) e algoritmos (tais como sort e search) cujo comportamento é independente da estrutura

à qual se aplica. A programação genérica tem grande relevância para o desenvolvimento de

software, especialmente quando inserida em um contexto de aplicações como os sistemas de

geoprocessamento.

Kraak (2001) destaca que os produtos cartográficos na “web” são influenciados por

quatro grandes atores:

- os usuários;

- os provedores de dados;

75

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- o ambiente de concepção dos produtos cartográficos, e

- o conteúdo dos produtos cartográficos.

Um documento na “web” é composto por uma mistura de dados e metadados. "Meta"

é um prefixo de auto- referência, de forma que "metadados" sejam "dados sobre dados".

Os metadados em documentos na “web” têm a função de especificar características

dos dados que descrevem a forma com que serão utilizados, exibidos, ou mesmo seu

significado em um contexto.

A linguagem ainda utilizada atualmente para a construção da maioria das páginas

“web” é o HTML, ou HyperText Markup Language (linguagem de marcação em hipertexto).

Segundo Berners-Lee et al (2001), a linguagem HTML é derivada do padrão SGML

(Standard Generalized Markup Language), que é, na verdade, uma metalinguagem, ou seja,

uma linguagem para descrever outras linguagens. O padrão SGML é baseado na idéia de que

documentos contêm estrutura e outros elementos semânticos que podem ser descritos sem que

se faça referência à forma com que estes elementos serão exibidos. O conjunto de todas as

tags – marcações sintáticas que descrevem os dados e comandos para manipulação de um

documento – passíveis de serem utilizadas por uma linguagem derivada do SGML é chamado

de DTD, ou “Document Type Definition”.

A linguagem HTML é um conjunto definido de “tags”, ou um DTD específico do

SGML, e foi criada tendo em mente a necessidade de construção de documentos para serem

exibidos em computadores conectados à internet. Daí sua vocação para tratar do formato que

os dados contidos no documento vão assumir ao serem exibidos. Um navegador ou browser,

ao ler um documento HTML, interpreta as tags que este documento contém para decidir como

serão exibidos os dados também contidos.

Os navegadores atuais interpretam o HTML porque o DTD para definição do HTML é

fixo, e é conhecido a priori pelo interpretador do navegador. Assim mesmo, podemos ter

navegadores diferentes interpretando definições de exibição de forma particular, com

resultados distintos no dispositivo de saída. A estrutura do HTML é rígida, não existindo a

possibilidade de adição de novos comandos de marcação (tags), sem que haja uma redefinição

do DTD da linguagem e conseqüente atualização dos navegadores para que interpretem estas

novas tags. A última especificação do HTML lançada pela organização padronizadora - W3C,

foi a versão 4.0, e desde então a linguagem não tem sofrido mais modificações.

76

Page 83: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A partir das limitações do HTML e das necessidades de uma linguagem que pudesse

descrever o conteúdo semântico e os significados contextuais, além da estrutura e forma de

exibição de documentos, foi criado o XML (eXtensible Markup Language). “O XML é uma

recomendação formal do W3C e, em determinados aspectos, assemelha-se ao

HTML” (BERNERS-LEE et al., 2001, p.29).

Enquanto o HTML tem como objetivo controlar a forma com que os dados serão

exibidos, o XML se concentra na descrição dos dados que o documento contém. Além disso,

o XML é flexível no sentido de que podem ser acrescentadas novas tags à medida que forem

necessárias, bastando para isso que estejam descritas em um DTD específico; ou seja,

qualquer comunidade de desenvolvedores pode criar suas marcações (tags) específicas que

sirvam aos propósitos de descrição de seus dados. Isto possibilita que os dados sejam

descritos com mais significado, abrindo caminho para embutir semântica em documentos da

World Wide “web” e nas intranets..

Os dados contidos nos documentos XML podem ser exibidos em uma infinidade de

maneiras, dependendo do dispositivo em que serão manuseados (telas de computador,

celulares, PDAs etc.). Os documentos XML não contêm, em si, as diretivas para exibição dos

dados, e, para cada dispositivo-destino específico, podemos realizar uma transformação do

documento originalmente em XML para um documento passível de ser exibido ao usuário ou

entendido e utilizado por outro dispositivo tecnológico. Esta transformação é realizada

utilizando-se a linguagem XSL (eXtensible Stylesheet Language), e cada arquivo XSL

contém as definições de exibição ou leitura de um ou vários dispositivos específicos (tela do

computador, tela do celular, impressora, coletores de dados, outros sistemas de informação

etc.), no formato que melhor convier (tabelas, gráficos, seqüência de caracteres etc.). “O

arquivo XML passa por uma transformação definida pelo XSL, e o resultado é um arquivo

muito semelhante a um documento HTML comum” (MARCHIORI, 1998, p.3).

Desta forma, o trio XML, seu DTD específico e o XSL se apresentam como um

conjunto de padrões que possibilitam o armazenamento, descrição significativa, intercâmbio e

exibição dos dados de forma personalizada.

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Page 84: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O exemplo abaixo ilustra a utilização de um arquivo XML em um protótipo de um

sistema de Geovisualização apresentado no capítulo anterior. O XML define as camadas

(arquivos no formato ESRI Shape); atributos para classificação e formas de visualização

gráfica dos dados (cores; preenchimento; estilos de linha; etc.).

<?xml version="1.0"?><project name=":: Empresa X" backcolor="255:255:255" lang="pt" zoomunits="km" zmin="1" zmax="1000" ><domain full="yes" name="Captacao"/> <map name="Captação de leite" index="m1"/> <layer name="Periodicidade"> <dataset url="produtores.shp" >

<metadata> <meta id="51" xml:lang="pt" content="NOME_PRODU"/> </metadata>

</dataset> <renderer type="gradcolor" equal="yes" field="PERIODICID" map="m1"> <symbol style = "1" val="24" fill="255:255:0" size="20" outline="0:0:0"/>

<symbol style = "1" val="48" fill="0:255:255" size="20" outline="0:0:0"/> </renderer></layer> <layer name="Volume por dia"> <dataset url="produtores.shp" >

</dataset> <renderer type="gradcolor" equal="no" field="VOLUME_DIA" map="m1"> <symbol val="800" fill="255:0:0" size="5" outline="0:0:0"/>

<symbol val="1500" fill="255:0:0" size="10" outline="0:0:0"/> <symbol val="2500" fill="255:0:0" size="20" outline="0:0:0"/> <symbol val="4000" fill="255:0:0" size="30" outline="0:0:0"/>

</renderer></layer><layer name="Produtores por Municipio"> <dataset url="captacao.shp" full="yes">

<metadata> <meta id="51" xml:lang="pt" content="MUNICIPIO"/> </metadata>

</dataset> <renderer type="gradcolor" equal="no" field="QTDFORNECE" map="m1"> <symbol val="20" fill="255:255:200" outline="0:0:0"/>

<symbol val="60" fill="255:255:0" outline="0:0:0"/> <symbol val="100" fill="128:64:0" outline="0:0:0"/> <symbol val="120" fill="64:64:0" outline="0:0:0" /> </renderer></layer></project>

78

Page 85: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A figura 19 abaixo ilustra a aplicação do arquivo XML apresentado anteriormente e

demonstra a utilização de mapas temáticos na Internet para representar dados de captação de

leite de uma determinada empresa, como: volume captado por dia; periodicidade da coleta; e

teor de gordura do leite, agregados por município.

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Figura 19: Exemplo de Mapa Temático definido através de arquivos XMLFonte: Dados da Pesquisa

Empresa X

Page 86: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O padrão XML é aceito como o padrão emergente para troca de dados na Web. Muitas

empresas estão migrando seus bancos de dados e bases de documentos para padrões

compatíveis com XML e SGML, de forma a possibilitar a interoperabilidade entre sistemas

internos e externos à organização.

Um ambiente contendo um repositório de componentes de software genéricos de

Geovisualização foi desenvolvido a partir da observação dos atores citados (usuários;

provedores de dados; ambiente de concepção de produtos cartográficos, e conteúdo dos

produtos cartográficos) e seus requisitos, utilizando estruturas de dados definidas em padrão

XML que identificam conceitos particulares a dados espaciais e espaço-temporais. Para isso

foram seguidos os passos abaixo:

1) Caracterização dos dados geográficos manipulados por SIGs em um nível de abstração

que permita a independência quanto às estruturas de dados computacionais usadas

para representá-los;

2) Determinação das similaridades nos algoritmos de tratamento de dados espaciais,

levantando os requisitos que esses demandam das estruturas de dados sobre as quais

serão aplicadas;

3) Formalização e classificação dos requisitos; implementando mecanismos que os

materializem e descrevam algoritmos em termos desses requisitos;

4) Implementação do ambiente a partir dos mecanismos criados.

80

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

4.2-Requisitos de usabilidade

Slocum et al. (2001, p. 61) acreditam que os novos métodos para visualização de

dados espaciais, oriundos da engenharia de software e hardware, serão de pouca utilidade se

não forem desenvolvidos em um “framework”, ou repositório, baseado em teoria cognitiva e

iterativamente testado usando-se os princípios da engenharia de usabilidade.

Os autores argumentam que questões relativas à cognição e à usabilidade devem ser

consideradas no contexto de seis principais temas de pesquisa relacionados à

Geovisualização:

1) ambientes virtuais geoespaciais;

2) representações dinâmicas, incluindo animações e mapas interativos;

3) metáforas no design de interfaces com usuário;

4) diferenças individuais e de grupos;

5) Geovisualização colaborativa e;

6) avaliação da eficiência dos métodos de visualização.

Os autores reconhecem que “... aplicar a engenharia de usabilidade à Geovisualização

pode ser problemático devido à dificuldade em se definir a natureza dos usuários e as suas

tarefas” (SLOCUM et al., 2001, p. 66) pois a Geovisualização tem um caráter essencialmente

exploratório e interativo.

Tobón (2002) faz um estudo de usabilidade de um sistema interativo de exploração

visual e dinâmica de dados para dar apoio à tomada de decisão. O foco central do teste

realizado é verificar a flexibilidade e a eficiência do sistema de visualização para explorar

dados espaciais. O referido estudo também tem como objetivo compreender como os usuários

investigam informações georeferenciadas, formulando um modelo que possa explicar o

desenvolvimento do processo. Esse modelo sugere que o processo de exploração visual ocorra

sistematicamente, onde os usuários aprimoram seus entendimentos sobre o conjunto de dados

visualizados.

Em Traynor & Williams (2000) é apresentado um estudo comparativo da usabilidade

de representações textuais e visuais em consultas para SIGs. Foram analisadas as diferenças

de precisão na interpretação das consultas, o número de consultas interpretadas dentro de um

tempo permitido, bem como a classificação das preferências subjetivas.

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Page 88: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O estudo indicou que usuários não especialistas interpretaram as consultas mais

rapidamente e com mais precisão quando a representação é visual ao invés de textual.

O ambiente de componentes desenvolvido neste trabalho segue requisitos básicos de

usabilidade de sistemas “web”, implementando princípios tradicionais de usabilidade.

Foram consideradas características específicas de ambientes virtuais como, por

exemplo, o design de técnicas de navegação, seleção e manipulação de objetos.

O próximo tópico apresenta a estrutura, organização e o desenvolvimento do ambiente

proposto.

4.3 Organização e desenvolvimento do ambiente de componentes “WEB”

As principais atividades realizadas para o desenvolvimento do repositório de

componentes foram as seguintes:

• Levantamento das informações: pesquisa e identificação de bibliotecas e padrões

código aberto em aplicações de Geovisualização para a “web”;

• Modelagem do problema: especificação e desenvolvimento de um modelo de

repositório aplicável ao armazenamento e recuperação de componentes de código-

aberto, possibilitando a otimização de recursos e maior eficiência na geração de

Sistemas de Geovisualização a partir desses componentes;

• Desenvolvimento do projeto tecnológico: esta fase foi sub-dividida em outras duas:

projeto de arquitetura e projeto detalhado. O projeto da arquitetura é o projeto de alto

nível, onde os pacotes (subsistemas) e hierarquia de classes são definidos, incluindo

as dependências e mecanismos de comunicação entre eles.

O objetivo foi criar uma arquitetura simples e clara, com poucas dependências. O projeto

detalhado expõe o conteúdo dos pacotes, onde as classes são descritas. Modelos estáticos e

dinâmicos da UML foram usados para representar a hierarquia e as estruturas das classes

usadas e como os objetos se comportam em diferentes situações.

Para a documentação e organização do processo desenvolvido, foram selecionados os

seguintes documentos da UML: Diagrama de Caso de Uso; Diagrama de Classes; Diagrama

de Componentes; Diagrama de Depuração; além dos diagramas de interação de objetos

(diagrama de seqüência e diagrama de colaboração) para os casos de uso mais complexos.

82

Page 89: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A partir da UML é possível representar as definições de negócio em um padrão de

modelagem reconhecido mundialmente e expor relacionamentos semânticos entre os objetos

de negócio.

No caso específico do ambiente proposto, foi utilizado um padrão de projeto em três

camadas – "Model-View-Controller" (MVC), integrando componentes de visão (interfaces

com o usuário e visualização das informações), controle (processos e regras de negócio) e

modelo (bases de dados geo-referenciadas).

Neste trabalho, o destaque será dado aos componentes de visão. Os diagramas UML

foram desenvolvidos em ferramenta "Computer Aided Software Engineering" (CASE) e o

código dos componentes genéricos foi registrado no repositório a partir das definições da

UML.

4.3.1Arquitetura física e especificações tecnológicas

Com o objetivo de organizar e desenvolver o ambiente de componentes genéricos que

possibilite o desenvolvimento de Sistemas de Geovisualização, partiu-se de um modelo de

arquitetura cliente-servidor, utilizando tecnologia J2EE (Java 2 Enterprise Environment),

Javascript, “PHP: Hypertext Preprocessor”, e servidor de aplicações “Apache TOMCAT”. O

modelo de desenvolvimento é padronizado de acordo com as especificações OpenGIS (OGC,

2003).

O ambiente proposto deverá estar organizado a partir de uma arquitetura cliente-

servidor, que funcionará da seguinte forma:

− Do lado do cliente:

Usuário utilizando navegador internet, executa uma aplicação, e por meio desta

aplicação, pode fazer manipulações na forma de exibição dos dados geográficos apresentados,

numa menor interatividade (funções como arrastar, ampliar, reduzir).

Uma camada intermediária é necessária para receber as requisições feitas quando o

usuário executa uma ação.

83

Page 90: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Estas requisições chegam à camada intermediária na forma de uma mensagem de texto

e o servidor de internet é quem vai analisá-las e repassá-las para uma aplicação que

funcionará como servidor de mapas.

− Do lado do servidor:

Servidor é o equipamento responsável por hospedar a aplicação na Internet.

Normalmente contém uma aplicação que se conecta à base de dados onde se localizam as

informações textuais. Neste caso, esta aplicação também gera e manipula uma base de dados

espaciais (arquivos em formato padrão ESRI - Shapefiles). A arquitetura básica deste sistema

pode ser representada de acordo com os agrupamentos de componentes descritos baixo:

• Componentes da Interface do Usuário: Contém as classes para a criação da

interface do usuário, para possibilitar que estes acessem e entrem com novos dados

no sistema. Este pacote coopera com o pacote de objetos do sistema, que contém as

classes onde os dados estão guardados. O pacote de interface chama operações no

pacote de objetos do sistema para consultar e inserir novos dados;

• Componentes de Manipulação de Mapas Digitais: Este pacote de componentes

inclui classes básicas, ou seja, classes que foram desenvolvidas exatamente para

tornar o sistema funcional. Estas classes serão especificadas em detalhes

posteriormente. O pacote de objetos deve interagir com o de banco de dados para

manipular as informações selecionadas.

• Componentes de Banco de Dados Geográficos: Estes componentes

disponibilizam serviços para as classes de manipulação de mapas digitais fazendo

com que os dados armazenados no sistema original (alfa-numérico) sejam gravados

sob a forma de arquivos geo-referenciados (Shapefile);

• Componentes de Utilidades (componentes gráficos): tais componentes contém

serviços que são usados por todos os outros pacotes do sistema; utilitários para

Sistemas de Informações Geográficas em geral (funcionalidades como zoom;

arrastar mapas; medidas de distância na tela; etc.)

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Page 91: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Os componentes utilizados neste trabalho são adaptados de bibliotecas de classes de

código aberto para a “web”. Em sua maioria, desenvolvidos em linguagem Java, padrão

OpenGIS (OPENGIS, 1999).

4.3.2Repositório de Componentes

O repositório contém algumas informações para facilitar a visualização da

funcionalidade de cada componente, permitindo a rápida recuperação e garantindo uma boa

manutenção dos mesmos.

Segundo GAMMA (1995), as principais características acerca de componentes são as

seguintes:

- Contexto: Procura dar uma idéia geral do contexto em que se aplicam;

- Problema: Expõe informações sobre o problema que se propõe a resolver;

- Solução: Sintetiza a solução implementada para o problema exposto.

O acesso aos componentes e às suas informações é protegido e pode ser realizado

através do endereço eletrônico: http://www.geocod.com conforme a imagem (20) apresentada

a seguir.

85

Page 92: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Através de um ambiente estruturado é possível pesquisar e recuperar os componentes

desejados, com informações básicas acerca de cada um. Segue abaixo uma figura da página

principal do ambiente desenvolvido:

86

Figura 20: Endereço de acesso ao ambiente de componentes genéricos: Fonte: http://www.geocod.com

Figura 21: Página principal do ambiente de componentes “web” propostoFonte: http://www.geocod.com

Page 93: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Além das características básicas do componente, são também armazenadas no

repositório algumas informações técnicas relevantes, úteis para manutenções e análise dos

componentes como: nome do componente, nome do arquivo, local, tamanho, classificação,

criador, data de inclusão. Além destas informações, o repositório também disponibiliza qual o

status do componente e a data da sua última alteração.

Para ilustrar a facilidade de utilização do ambiente proposto, segue abaixo a figura

(22) que demonstra o processo de definição de uma subcategoria (Internacional) pertencente à

categoria de Mapas Digitais:

Foram incluídas ainda, algumas informações estruturais dos componentes como:

métodos de acesso e propriedades (atributos), além de suas dependências (relação de arquivos

utilizados pelo componente). Tais propriedades provêm da análise do componente efetuada

durante a sua inclusão ou atualizações no repositório.

87

Figura 22: Definição de categorias e sub-categorias.Fonte: http://www.geocod.com/admin

Page 94: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

4.3.3Hierarquia e acesso aos componentes

Para facilitar o acesso e controle aos componentes, estes serão organizados dentro de

uma hierarquia composta pelos seguintes níveis: Tipo, Categoria, Subcategoria, e Item (o

próprio Componente Padrão). Esta hierarquia é chamada no sistema de Classificação.

Todo componente padrão recebe um identificador interno ou código que contém uma

sigla representando cada um dos níveis da hierarquia a que ele pertence, seguido por um

número de 0 a 999, que será seqüencial dentro do item a que ele pertence. Este identificador

facilita a percepção do ponto em que o padrão se encontra na hierarquia.

Cada um dos níveis da hierarquia, incluindo-se o próprio componente padrão, poderá

ser configurado no que se refere à permissão de acesso do padrão no sistema a ser

implementado (permissão de acesso a nível de usuário; grupos de usuários e pública).

Ao se configurar um elemento da hierarquia, as regras serão aplicadas a todos os

elementos de níveis inferiores ligados a ele. Um nível inferior, no entanto, poderá refazer esta

configuração, passando a criar novas regras para ele e seus elementos inferiores.

4.3.3.1Consulta de Componentes

A tela de consulta a componentes deve permitir a listagem de dos todos os

componentes. Vale ressaltar que o componente padrão a ser aberto estará no formato

“.java” (código-fonte Java) ou “.jar” (agrupamento de arquivos Java) e protegido para que o

acesso seja apenas para leitura.

O ambiente possui filtros, que serão aplicados à lista de componentes. A primeira

consulta, o acesso a componentes padrão exibe os filtros de tipo: categoria, subcategoria e

item de forma hierárquica. Ao selecionar um nível, o nível inferior é automaticamente

filtrado.

Alternativamente, pode-se listar os últimos componentes abertos pelo usuário. A

consulta permitirá a listagem de qualquer componente padrão. Deverá ser utilizado um filtro

de título e um de código do padrão permitindo a inclusão de caracteres “coringas”.

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Page 95: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A aplicação mostra uma lista dos padrões que foram filtrados. Ao selecionar o título

ou o código, será aberta uma página de documentação do componente em formato texto -

Html (Hyper text markup language) exibindo parâmetros de entrada/saída e a opção para

download do componente em uma nova janela. A lista exibe também a data da última revisão

e o número da revisão com algumas informações adicionais (resumo e origem). Se o

componente padrão ou a sua revisão forem novos, ele deve vir destacado dos demais, como

uma novidade.O principal método utilizado para a busca e recuperação de componentes é a

utilização de palavras-chave associadas a cada componente como ilustra a figura (23) a

seguir:

89

Figura 23: Destaque para as Consultas por Categorias e por Palavras-chaveFonte:

http://www.geocod.com

Page 96: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A figura acima destaca as consultas por hierarquia de categorias e por palavras-chave.

O uso de palavras-chave propõe que cada componente de software possua um campo para

conter dados que representem as suas características, finalidades, etc. A vantagem deste

método é a alta velocidade com que a pesquisa é efetuada, uma vez que domínio da mesma

fica restrito às palavras entradas pelo usuário, e que através de índices podem rapidamente ser

localizadas e/ou filtradas.

E para facilitar a compreensão das funcionalidades dos componentes por parte dos

desenvolvedores, foi criada a propriedade exemplo de utilização, onde o autor do componente

pode descrever um exemplo de utilização do componente desenvolvido.

Para cada versão, atual ou obsoleta, do componente no repositório, armazenam-se os

arquivos do componente, sendo somente de caráter observatório e de documentação, ou seja,

não são informações funcionais do componente.

Seu armazenamento se torna necessário para que seja possível a atualização dos

componentes nas máquinas dos desenvolvedores e também para que seja possível restaurar

versões antigas.

90

Page 97: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

4.3.3.2Classificação dos componentes no repositório

Para configurar a hierarquia dos componentes padrões, utilizou-se a opção de

Classificação no módulo principal do ambiente. À esquerda, será exibida a hierarquia na

forma de árvore, do nível Tipo ao nível Item. Ao selecionar algum elemento, o sistema exibe,

à direita, as suas configurações.

Para se criar um novo tipo, pressiona-se o botão Nova Categoria e a parte da direita

será substituída por uma tela com as configurações deste tipo. Ao serem salvas estas

configurações, o novo tipo aparecerá na árvore.

Isto também se aplica aos outros níveis da hierarquia. Porém, para chamar a tela de um

novo elemento diferente de tipo, deve-se pressionar o botão Novo XXX existente nas

configurações de seu nó superior. Exemplo: Para se criar uma subcategoria para a categoria

“Mapas Digitais”, seleciona-se este grupo e pressiona-se o botão Nova Subcategoria que

aparecerá à direita da tela.

Cada elemento da hierarquia possuirá as seguintes configurações:

• um código para identificá-lo;

• uma descrição;

• uma lista de usuários para os quais ele possui permissão de acesso;

• a opção de fazer com que estas permissões de acesso sejam do tipo exclusiva;

Uma boa forma para organizar a base de pesquisa foi separar os componentes

conforme o tipo de funções a que ele se destina. Dessa forma, inicialmente pode-se identificar

alguns padrões, conforme citado anteriormente: componentes de mapas digitais; de banco de

dados geográfico; de interface com o usuário; componentes de domínio do problema e

utilitários. Contudo, para não restringir a classificação dos componentes às citadas acima, o

sistema permite um cadastro de novas classificações.

Um fator importante a ser destacado é a relação de dependência que pode ocorrer entre

os componentes, o que implica em demonstrar ao desenvolvedor – usuário do repositório,

quais os componentes que podem afetar o seu funcionamento, e também quais podem ser

afetadas por utilizarem-no, prevenindo eventuais mudanças que afetem o funcionamento do

Sistema de Geovisualização a ser construído.

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Page 98: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Os documentos – diagramas; esquemas; e arquivos gerados no projeto de arquitetura e

no projeto detalhado do ambiente de componentes genéricos encontram-se disponíveis no

APÊNDICE A deste trabalho.

Os códigos-fonte da estrutura desenvolvida foram adaptados de códigos-abertos

disponíveis para uso na internet e estão disponíveis para download no próprio “website” do

repositório (disponível em http://www.geocod.com/downloads ).

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5. ALGUNS ESTUDOS DE CASO

Com o objetivo de explorar as potencialidades disponíveis na Internet, foram

elaborados alguns protótipos de “WebGIS” interativo utilizando código-fonte abertos em

linguagem Java e as tecnologias citadas anteriormente, tais como: arquivos eXtensible

Markup Language (XML), o padrão Document Object Model (DOM) e linguagens de script

como JavaScript e "PHP: Hypertext Preprocessor", bem como um Sistema Gerenciador de

Banco de Dados aberto, o MySQL.

Para demonstrar o potencial dos aplicativos desenvolvidos foram elaborados 4 estudos

de caso de gestão nas áreas privada, pública e política, a saber:

- Geovisualização aplicada ao geomarketing

- Aplicações na análise e planejamento Eleitoral

- “SAC GIS” - Um estudo de caso na administração pública municipal de Belo

Horizonte/MG

- “Fotomóvel” – Uma aplicação de Geovisualização em tempo real

93

Page 100: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

5.1- Geovisualização aplicada ao geomarketing

Segundo Philip Kotler (1998), recentemente o marketing ganhou uma ascendência

inimaginável, tornando-se quase o valor supremo na área empresarial. Com a globalização o

marketing se tornou uma das principais armas das empresas na competição mundial.

E o território geográfico possui variáveis que podem ser determinantes na estratégia de

marketing de uma empresa. Onde localizar? Onde investir? Onde estão os potenciais clientes?

Onde se encontram as oportunidades para uma melhor penetração no mercado? Essas são

perguntas feitas diariamente por empresários e administradores públicos.

5.1.1 Alguns conceitos de geomarketing

O Marketing, "palavra inglesa que designa o conjunto de ações e técnicas que tem por

objetivo a implantação de uma estratégia comercial nos seus diferentes aspectos, desde o

estudo do mercado e suas tendências até à venda propriamente dita e ao apoio técnico após a

venda" (CHURCHILL, 2000, p. 499).

O termo geomarketing é utilizado no meio empresarial quando procura-se associar a

localização geográfica a informações como: população, potencial de consumo, pontos de

venda e concorrentes. Aplicações de geomarketing utilizam a análise espacial como suporte às

atividades do marketing, influenciando no processo de tomada de decisão e planejamento

estratégico de uma empresa.

A geocodificação de elementos - atribuição de coordenadas (latitude e longitude) a um

ponto - com os seus atributos, permite a realização de análises tendo em conta características

e conceitos próprios da geografia, tais como áreas de influência e distâncias.

Os resultados obtidos são direcionados para as mais diversas necessidades de negócio:

• Onde atuar ? Onde fazer propaganda ?

• Para onde direcionar esforços comerciais, recursos humanos e materiais?

94

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De acordo com Rodrigues (2002), a filosofia de marketing de relacionamento, por

exemplo, era praticada num passado recente em que o pequeno comércio atendia de forma

personalizada às pessoas. Quase sempre o próprio dono do negocio conhecia seus clientes

pelo nome bem como seus hábitos e preferências de compras. O crescimento natural das

empresas e conseqüente ganhos de escala adquiridos com a massificação da produção

mudaram o foco do cliente e qualidade do atendimento para o produto e sua quantidade. A

lucratividade foi vista em termos de vendas em curto prazo e preço. O propósito das empresas

que se apóiam em um sistema de relacionamento com o cliente (CRM – “Customer

Relationship Management”) é, primeiramente, conhecer seus clientes. A partir de então,

conquistar a fidelidade do consumidor e partindo disso, aumentar a lucratividade e maximizar

seu valor.

O geomarketing surge, assim, como um conceito de análises e aplicações usadas como

instrumento de gestão, planejamento estratégico e análise de mercado e possibilitando uma

otimização de recursos e esforços humanos e materiais em função das características

intrínsecas dos mesmos em cada território, permitindo uma concentração e direcionamento de

esforços. O geomarketing introduz no marketing o conceito espaço, ocupando-se de estudos

dinâmicos, de ocorrências voláteis no tempo e de situações que assumem constantemente

novos contornos.

Neste contexto, os “Sistemas de Geovisualização” são os recursos de análise espacial

que melhor se enquadram neste tipo de estudo, ao permitirem a análise de variáveis

alfanuméricas, a respectiva associação e representação no espaço, com a possibilidade de

atualização das mesmas.

Assim, a informação cartográfica de base, sobre a qual incide a análise das variáveis

alfanuméricas, deverá corresponder às necessidades específicas do estudo, em termos de

espaço e de tempo, ser permanentemente atualizada e, consequentemente, economicamente

competitiva.

95

Page 102: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

5.1.2 Desenvolvimento de uma aplicação a partir do Ambiente de Componentes de

Software Genéricos

A aplicação proposta neste estudo de caso é um protótipo composto de dois módulos

distintos, que se integram formando um único produto. Este produto utiliza componentes

“web” genéricos e pode ser classificado como um instrumento de WEBGIS, ou SIG para a

Internet, disponível para acesso através do endereço www.geocod.com/geomarketing .

Neste protótipo, as informações contidas em um banco de dados alfa-numérico são

geo-referenciadas para posterior utilização. As informações manipuladas são divididas em

dois grupos distintos:

• Informações do ambiente interno da organização - informações de localização

de concorrentes; pontos de venda; endereço de clientes e a caracterização dos

mesmos, são armazenados em uma base de dados. Em uma outra base de dados

são armazenadas informações geográficas cadastrais, como cep, segmentos de

logradouro, faixa de numeração de imóveis, entre outras. Um algoritmo de

geocodificação processa as informações da primeira base de dados, relacionando-

as com a segunda base de dados para gerar os dados geo-referenciados. Utilizamos

os componentes de bancos de dados geográficos para realizar o processo de

geocodificação.

• Informações do ambiente externo à organização – são dados de fontes como o

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes a pesquisas

como a POF – Pesquisa de Orçamento Familiar e o Censo Demográfico.

96

Page 103: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Conforme descrito no capítulo 2 deste trabalho, um SIG, como sistema independente,

é um sistema com as funções básicas de coletar, gerenciar, analisar e exportar dados

geográficos. Porém, quando integrado aos dados da organização, a informação

georeferenciada torna-se uma ferramenta de suporte à tomada de decisões. O modelo de

negócio da organização é adaptado com a adição das funções necessárias para extrair, depurar

e consolidar os dados georeferenciados. O esquema abaixo ilustra este processo.

Figura 24: Esquema de processos para a análise geo-demográficaFonte: (Xavier, 2002), adaptado pelo autor.

97

Dados Georeferenciados

RESULTADOS

Page 104: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A visualização dos resultados pode ser realizada sob a forma de mapas temáticos,

utilizando um componente de software que implementa diversos métodos de agrupamento

(média móvel; intervalos iguais; etc.). As figuras (25) e (26) que seguem apresentam um

exemplo de interação do protótipo, representando a seqüência de telas para a geração de

interfaces de Geovisualização a partir de dados do ambiente externo.

98

Figura 25: Exemplo de interação do protótipo: seleção de dados do ambiente externoFonte: http://www.geocod.com/geomarketing

Page 105: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O primeiro passo em qualquer estudo espacial é a definição do delineamento

experimental, que envolve, entre outros procedimentos, a escolha da técnica de coleta de

amostras e também da malha de amostragem.

Para o protótipo desenvolvido foram utilizadas informações do IBGE relativas ao

estado de Minas Gerais, especificamente da Pesquisa de Orçamento Familiar

(POF-2002/2003) e do CENSO (2000). Para calcular um índice de consumo (coeficiente de

consumo) para cada classe de renda foram utilizados os seguintes dados:

• o número de famílias de cada região;

• rendimento médio do chefe de domicílio ;

• percentual da renda comprometido com o tipo de despesa selecionado;

• tamanho médio da família por setor censitário.

A formulação do coeficiente de consumo, seleção de variáveis e delimitação dos dados

da amostra foi realizada pelo economista e professor Leonardo Pontes Guerra.

A partir do coeficiente calculado, foi identificado o potencial de consumo mínimo de

cada região (município ou bairro) de acordo com a seleção do usuário.

99

Figura 26: Opção de visualização: “Gerar Mapa”Fonte: http://www.geocod.com/geomarketing

Page 106: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

No protótipo desenvolvido, os dados também podem ser apresentados sob a forma de relatórios, através da opção “Gerar Relatório”, o sistema classifica os valores e apresenta uma lista em ordem decrescente de potencial de consumo (mensal e anual).

A figura (27) abaixo ilustra um relatório gerado.

100

Figura 27: Opção de visualização: “Gerar Relatório”Fonte: http://www.geocod.com/geomarketing

Page 107: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Finalmente, são acoplados os componentes de interface do usuário que apresentam

esses arquivos sob a forma de mapas vetoriais, representando as informações internas ou

externas à organização dispostas em camadas (“layers”).

A figura exposta na próxima página apresenta a distribuição de lojas próprias e

concorrentes de uma determinada organização. As camadas “Bairros” e “Malha Viária” são

arquivos “default” da aplicação, adaptada para o município de Juiz de Fora do estado de

Minas Gerais. As camadas “Lojas Próprias” e “Concorrente X” (identificadas na lista à

esquerda da tela) representam arquivos geo-referenciados anteriormente a partir do

componente de geocodificação.

101

Figura 28: Opção “Geocodificação”: georeferenciamento de endereços ponto a ponto - “Geocodificar Local” ou importar vários endereços de um arquivo – “Carregar Arquivo”

Fonte: http://www.geocod.com/geomarketing

Page 108: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O protótipo apresentado pode ser adaptado para se adequar a qualquer organização

que necessite localizar geograficamente seus recursos e realizar análises espaciais a partir das

informações georeferenciadas, como:

- a identificação da distribuição espacial de clientes;

- análise de agrupamentos a partir dos mapas temáticos visualizados;

- medição da associação espacial entre duas ou mais variáveis, como por exemplo, a

correlação entre a localização de lojas próprias da empresa com pontos onde estão

localizados os concorrentes.

Com o intuito de atender aos preceitos de um bom projeto cartográfico para a “web”,

procurou-se obedecer às regras da tradução gráfica e implementar diferentes funcionalidades

de interação, dentre as quais destacam-se as legendas interativas e a simbolização.

102

Figura 29: Opção de Visualização de “Mapas”: o sistema permite a disposição das informações sob a forma de camadas sobrepostas

Fonte: http://www.geocod.com/geomarketing

Page 109: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

5.1.3 Análise dos resultados

A utilização do sistema de Geomarketing apresentado proporciona uma facilidade na

segmentação de mercado, permitindo uma maior personalização e orientação nas campanhas

de marketing, possibilitando que as organizações identifiquem e alcancem os seus

consumidores, onde vivem, seus deslocamentos, seu perfil e potencial de compras.

As análises espaciais podem ser facilmente adaptadas a sistemas de CRM – “Customer

Relationship Management”, que com capacidades de georeferenciamento poderão, através de

dados históricos, dados temporais e dados demográficos, prever a propensão para a compra

dos consumidores enquanto se movem em uma determinada região.

Essa adaptação vai permitir a segmentação individual georeferenciada, enriquecendo a

função analítica e possibilitando o desenvolvimento de modelos inteligentes que possibilitem

antecipar o comportamento de clientes. Trata-se de conhecer o cliente, suas expectativas,

preferências e hábitos, proporcionando às organizações um aumento da sua competitividade.

A identificação de endereços de residência dos clientes, locais de trabalho,

proximidade de locais de lazer e atividades sociais são decisões que envolvem seleção de

pontos para usufruir das regalias e disponibilidades sociais e para distribuir convenientemente

o uso do tempo diário nas diversas atividades. Os recursos individuais e familiares (renda, uso

de carro etc.) criam condições que liberam as pessoas para agir numa porção maior do espaço

e para executar tarefas mais diversificadas.

As atividades produtivas e as características das classes sócio-econômicas são

importantes em uma análise têmporo-espacial, por isso, a utilização dos dados do CENSO –

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São significativas, por exemplo, as diferenças no uso do tempo entre as populações

urbanas e as rurais. Um outro aspecto a ser analisado a partir das bases de dados utilizadas

relaciona-se com o valor do tempo gasto. As pessoas de baixo nível social e cultural executam

tarefas de baixo rendimento, pois o seu tempo é barato. Já as pessoas de alto nível social e

cultural apresentam valor do tempo muito mais elevado, cujo gasto não é destinado à

execução de tarefas simples e rotineiras.

Assim, pode-se tirar uma série de conclusões importantes para a área de marketing

organização a partir da aplicação prática do protótipo gerado.

O objetivo deste trabalho é cumprido na medida em que a aplicação, que foi

implementada a partir de componentes “web” genéricos de Geovisualização, substitui a

103

Page 110: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

utilização de SIGs mais complexos e completos, reduzindo os custos e facilitando o acesso

dos profissionais de marketing da empresa.

Uma observação importante é que este protótipo em particular foi utilizado em um

projeto piloto de uma empresa de serviços de telefonia móvel de nível nacional.

A documentação referente ao protótipo desenvolvido e ao projeto piloto aplicado neste

estudo de caso encontra-se disponível no APÊNDICE B deste trabalho.

104

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5.2- Aplicações na Análise Eleitoral

Este estudo de caso aborda a utilização de métodos de análise espacial aplicados ao

marketing político a partir de informações de eleições passadas, extraídas através dos dados

fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG) e dados relacionados

à região estudada, obtidos do censo demográfico do IBGE. Todos os exemplos apresentados

na seção 5.2.2.1 utilizam dados reais de eleições no estado de Minas Gerais.

A aplicação protótipo foi gerada a partir do ambiente de componentes de software

apresentado no capítulo 4 e pode ser acessada através do endereço

www.geocod.com/eleicoes .

O objetivo final deste projeto é gerar uma aplicação totalmente automatizada, que

permita ao usuário a avaliação do desempenho dos candidatos, partidos e principalmente o

planejamento de ações estratégicas a serem tomadas durante o período pré-eleitoral.

5.2.1 Análise Espacial de Dados Eleitorais

O marketing político é um poderoso instrumento para o direcionamento de esforços,

reduzindo custos e aumentando a eficácia das ações durante o período pré-eleitoral. Para Luiz

Carlos Tomazeli:

"O marketing político se apresenta como um conjunto de técnicas voltadas para a constituição de sistemas coerentes ao desenvolvimento da prática política em ambientes democráticos, instrumentalizando partidos, candidatos e governos com mecanismos de planejamento, coordenação e controle de ações voltadas ao desenvolvimento econômico e social.” (TOMAZELI, 1988, p. 04).

No Brasil, segundo Rubens Figueiredo (FIGUEIREDO,1994), o marketing político é

geralmente associado à propaganda propriamente dita (horário gratuito na TV), sendo o

marketing político profissional um fenômeno recente. Portanto, a análise espacial de

informações relacionadas a eleições proporciona uma nova maneira de avaliar a situação de

um candidato com relação a seus concorrentes e até mesmo sua evolução no tempo (eleições

anteriores). Essa análise espacial pode ser realizada em qualquer nível – federal, estadual ou

municipal.

105

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5.2.2 Interfaces de Geovisualização

A aplicação desenvolvida permite a Geovisualização dos dados eleitorais a partir da

informação do local de votação, zona e seção eleitoral. Seguem abaixo ilustrações do

desempenho de alguns candidatos, apresentados em diferentes níveis e formas de

visualização.

5.2.2.1 Análise Espacial: Nível Estadual

a) Desempenho do Candidato

Os mapas abaixo ilustram um exemplo de consulta para um candidato no ano de 2002,

apresentando a distribuição por município, utilizando o percentual de votos do candidato

selecionado sobre os demais candidatos.

Figura 30: Distribuição da votação do candidato por % de votos (Minas Gerais, 2002)Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

106

Candidato X XYZ

Page 113: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

b) Desempenho do Partido

Os mapas abaixo ilustram um exemplo de consulta para um determinado cargo, de um

determinado partido XYZ qualquer, no ano de 2002, em Minas Gerais, apresentando a

distribuição por meso-região geográfica do IBGE e por município utilizando o percentual de

votos no partido selecionado sobre os demais:

107

Figura 2a: Mapa de % de votos do PT por Meso-Região (Minas Gerais/ 2002)

Figura 31: Mapa de % de votos do partido XYZ por município (Minas Gerais/ 2002)Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

XYZ

XYZ

Page 114: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Existe também a possibilidade de exibição de informações sob a forma de gráficos, como por exemplo:

Figura 32: Gráfico do percentual de Votos do Candidato e do Partido com relação aos demais (Minas Gerais/ 2002)

Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

Os relatórios possibilitam uma visão mais detalhada das informações do candidato

selecionado. Logo abaixo, por exemplo, está apresentado o relatório de total de votos de um

determinado candidato por município de Minas Gerais (classificado em ordem decrescente):

Figura 4a: Relatório de Votos do Candidato e % em relação aos demais (Minas Gerais/ 2002)

Observação: o relatório acima apresenta somente os municípios onde o candidato obteve mais de 1500 votos.

5.2.2.2 Análise Espacial: Nível Municipal

O exemplo abaixo ilustra uma consulta ao desempenho do candidato X (eleições de

2002), no município de Belo Horizonte desagregado por regionais administrativas. Para o

caso específico do candidato selecionado, podemos notar um melhor desempenho na região

da Pampulha (Regional Pampulha):

Figura 33- Relatório de total de votos de um determinado candidato de Minas Gerais

Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

108

Candidato X

XYZ

Candidato X X

Page 115: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Além do relatório, há também o mapa de porcentagem de votos do candidato por

regional:

Figura 34: Mapa de % de votos do candidato por regional (Belo Horizonte - MG/ 2002)Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

A análise dos resultados só pode ser realizada após o geo-referenciamento dos locais

de votação do município e obtenção das informações referentes à eleição – quantidade de

votos por local de votação, cargo, candidato e partido, no período desejado ano desejado. Tais

informações foram obtidas junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG).

O sistema utilizado permite ainda uma visualização mais detalhada, demonstrando a

distribuição dos votos por local de votação, possibilitando ainda a sobreposição de

informações, como por exemplo, dados de renda do chefe da família por setor censitário

(Fonte: IBGE/Censo 2000).

A sobreposição de informações em Sistemas de Informações Geográficas é uma

técnica muito utilizada para análise espacial e identificação de tendências em grandes bases de

dados.

109

Candidato X XYZ

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O exemplo a seguir apresenta o desempenho de um candidato em Belo Horizonte por

local de votação, sobreposto ao mapa de classificação de Renda do município (IBGE/Censo

2000). As classes de renda utilizadas são:

• A: Renda do chefe acima de R$ 2.500,00

• B: Renda do chefe de R$ 1.000,00 a R$ 2.500,00

• C: Renda do chefe de R$ 600,00 a R$ 1.000,00

• D: Renda do chefe de R$ 300,00 a R$ 600,00

• E: Renda do chefe abaixo de R$ 300,00

Os critérios utilizados na elaboração dos intervalos acima foram definidos pelo

professor e economista Leonardo Pontes Guerra, cuja participação neste trabalho é grata e

bem vinda.

A camada de distribuição de renda foi utilizada apenas como exemplo ilustrativo das

diversas possibilidades de composição de camadas, com o objetivo de realizar análises

110

Figura 35: Mapa de votos do candidato por local de votação- BH-MG /2002 Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

Candidato X XYZ

Page 117: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

espaciais. Ao invés do mapa de distribuição de renda, poderiam ter sido utilizados outros

temas como, por exemplo:

• densidade demográfica;

• população por faixa etária;

• população por grau de instrução.

O protótipo desenvolvido possui ainda, a opção de emitir relatórios dinâmicos

contendo a relação dos votos do candidato por local de votação para o município selecionado.

5.2.2.2 Análise Comparativa

A partir das informações geradas torna-se fácil a realização de análises comparativas

de dados entre candidatos e partidos nos diversos níveis espaciais estudados. Como por

exemplo, listagens de quantidade de votos comparativas entre o candidato e seus concorrentes

e entre partidos aliados ou concorrentes.

Alguns exemplos de análises através de mapas e consultas que podem ser gerados.

a) Candidato X Partido

b) Candidato X Concorrente Direto

c) Candidato X Outros Concorrentes

Os mapas e gráficos que seguem na página 113 ilustram análises comparativas de

dados de votos do candidato por município.

111

Page 118: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Figura 36: Mapa e gráficos comparativos de votos do candidato por município - MG/ 2002Fonte: http://www.geocod.com/eleicoes

A partir da utilização do protótipo denominado “SIG Eleitoral” um candidato pode

realizar uma análise comparativa e histórica selecionando o ano da eleição e gerando mapas

da distribuição dos votos dos seus concorrentes, diretos ou indiretos, possibilitando uma

análise mais complexa da distribuição dos votos na amostra selecionada (neste caso,

municípios do estado de Minas Gerais).

112

Candidato X XYZ

Page 119: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

5.3- SAC GIS - Um estudo de caso na administração pública municipal de Belo

Horizonte

Este tópico descreve um estudo de caso aplicado na administração pública municipal

de Belo Horizonte: o desenvolvimento de uma aplicação de Geovisualização a partir do

ambiente de componentes de software genérico descrito no capítulo 4.

Trata-se de um “Web GIS” (termo utilizado para se referir a SIG na Web) para o

georeferenciamento e visualização de serviços realizados pela Prefeitura Municipal de Belo

Horizonte (PBH). O produto gerado está integrado ao Sistema de Atendimento ao Cidadão

(SAC), responsável por armazenar dados sobre as solicitações de serviço feitas pelos cidadãos

de Belo Horizonte, como por exemplo: poda de árvore; limpeza de lotes; tapa-buraco; pedido

de alvará de localização; etc.

Para isso, utilizaram-se dados do ano de 2004, fornecidos pela Prefeitura Municipal de

Belo Horizonte – Minas Gerais. Servindo-se do paradigma computacional Cliente/Servidor,

de três camadas, projetou-se o protótipo de um Webmapa com tecnologia Java, de forma a

permitir que o usuário possa visualizar mapas digitais sem a necessidade de instalar um

programa de computador específico, a não ser a máquina virtual já disponível para utilização

nos Sistemas Operacionais dos computadores pessoais, a Java Virtual Machine (JVM), que é

executada a partir do próprio navegador.

5.3.1 Desenvolvimento de um SIG na “web” para a administração pública

Iniciativas de código aberto internacionais de alta qualidade na área de

geoprocessamento via “web” já estão disponíveis no mercado atualmente, mas tais aplicações

ainda estão sub-utilizadas, principalmente na administração pública.

O objetivo do estudo de caso aqui explicitado é aplicar essas tecnologias na construção

de um produto que divulgue a utilidade da tecnologia SIG via “web” aplicada a processos da

administração pública municipal.

113

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A partir do desenvolvimento de uma aplicação prática para a prefeitura de Belo

Horizonte, será avaliada a real necessidade de aplicações “Web GIS” para a análise e

visualização de informações distribuídas espacialmente.

A aplicação desenvolvida no estudo de caso em questão também possui dois módulos

integrados. Esses módulos podem ser definidos de acordo com a especificação abaixo:

• Módulo I: Geo-codificação/ Georeferenciamento de dados

Neste módulo, as informações contidas no banco de dados alfa-numérico são geo-

referenciados, para posterior utilização. As informações sobre os serviços atendidos pela

prefeitura, bem como a quantidade de serviços prestados e a situação dos mesmos são

informações relevantes, armazenadas na base de dados do Sistema de Atendimento ao

Cidadão (SAC). Em uma outra base de dados são armazenadas informações cadastrais como:

cep, segmentos, faixa de numeração, entre outras. O algoritmo de geo-codificação processa as

informações cadastrais para gerar os dados georeferenciados.

A figura abaixo mostra o diagrama do processo de geocodificação:

Figura 37: Processo de geocodificação da base de dados

114

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As atividades realizadas nesta etapa foram as seguintes:

1. Identificação e importação da base de dados geográficos da Prefeitura de Belo

Horizonte (PBH/ PRODABEL).

2. Importação das tabelas necessárias para o banco de dados do sistema SAC Web:

- Logradouros

- Segmentos de Logradouros

- Pontos por Segmento

3. Adaptação do componente de GEOCODIFICAÇÃO para execução no banco de

dados de atendimentos aos cidadãos. A geocodificação é realizada a partir de

informações específicas para cada segmento de logradouro da base de dados do

cadastro municipal.

Por exemplo, para o segmento abaixo temos os seguintes dados armazenados na tabela

de segmentos:

Codigo_Logradouro 13018Segmento 71504Nome_Logradouro R BELA CINTRAFrom_Left 1983To_Left 2117From_Right 1992To_Right 2124Cep_Left 01415Cep_Right 01415

115

segmento

Figura 38: Detalhe de segmento de logradouroFonte: Dados da Pesquisa

Tabela 3: Estrutura da tabela de segmentos

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4. Padronização e adequação do modelo e formato dos dados para manipulação de

dados georeferenciados, ou seja:

- Criação de três colunas (CoordX, CoordY, CodUP) na tabela de ATENDIMENTOS

do SAC.

• Módulo II: Visualização e Análise Espacial

Este módulo contém a interface de visualização e o processamento das informações

contidas no banco de dados geo-referenciado. Utilizou-se o ambiente de componentes de

software genérico, onde o algoritmo de negócio (componente de controle) consulta o banco de

dados geo-referenciado (componente de modelo) e gera um arquivo intermediário, que

contém informações textuais contendo posições geográficas. Em seguida os arquivos

intermediários são transformados em mapas vetoriais e finalmente são enviados para os

"applets" (componentes visuais), que apresentam esses arquivos (visão).

A interface da aplicação desenvolvida neste estudo de caso permite ao usuário a

identificação georeferenciada das solicitações de serviços à Prefeitura de Belo Horizonte. O

produto também permite a verificação da situação dos serviços solicitados à prefeitura. Para

realizar a consulta o usuário deve:

− Selecionar uma regional (ou todo o município);

− Escolher um (ou mais) serviço(s) prestados pela prefeitura;

− E selecionar a situação do(s) serviço(s).

Os tipos de situação disponíveis são:

− Em andamento;

− Concluído – programado;

− Concluído – indeferido;

− Concluído – executado.

O usuário pode ainda escolher um período de tempo para aquela solicitação de serviço.

A aplicação possibilita a geração de três tipos de mapas para visualização das informações:

− Mapa de pontos;

116

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− Mapa temático;

− Mapa temático com gráfico.

Cada tipo de visualização apresenta os mesmos dados, mas de formas diferentes, que

vão ser utilizados de acordo com as necessidades do gestor. Seguem abaixo descrições e

exemplos de telas geradas para cada uma dessas formas.

- Mapa de pontos: representa cada atendimento ao cidadão (cadastrado no banco de dados)

como um ponto sobre o mapa. O mapa de pontos mostra um mapa da região escolhida com os

pontos de localização dos atendimentos de acordo com os parâmetros da consulta gerada.

Abaixo é apresentada a tela gerada a partir de uma consulta de mapa de pontos:

Figura 39: Mapa de Pontos Fonte: SAC WebGIS - PBH/ 2004

117

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- Mapa Temático: representa um mapa de regiões (Administração Regional ou

Unidade de Planejamento) agrupadas e classificadas de acordo com a quantidade de

atendimentos registrados. O mapa temático mostra a quantidade de ocorrências do tipo de

atendimento por região.

Por exemplo, o mapa abaixo representa a quantidade de pedidos de ALVARÁ DE

LOCALIZAÇÃO distribuídos por Administração Regional, no período de 01/06/2004 a

27/07/2004:

Figura 40: Mapa TemáticoFonte: SAC WebGIS - PBH/ 2004

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- Mapa Temático com Gráfico: representa um mapa de regiões (Administração

Regional ou Unidade de Planejamento) agrupadas e classificadas de acordo com a quantidade

de atendimentos registrados e um gráfico representando a distribuição dos dados apresentados

no mapa por situação de ocorrência dos serviços.

Por exemplo, o mapa abaixo apresenta a quantidade de pedidos de ALVARÁ DE

LOCALIZAÇÃO distribuídos por Unidade de Planejamento da Administração Regional

CENTRO-SUL, no período de 01/06/2004 a 27/07/2004:

Figura 41: Mapa Temático com GráficoFonte: SAC WebGIS - PBH/ 2004

119

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5.3.2 Análise dos Resultados

Neste estudo de caso, mostrou-se que SIGs na internet podem se tornar uma

alternativa viável e de baixo custo para a tomada de decisão na administração pública, não só

municipal, mas também a nível estadual e federal.

Aplicações de “Web GIS” como esta podem e devem ser desenvolvidas para atender a

administração pública em diversas áreas (saúde; educação; transporte; etc.), proporcionando

ao tomador de decisão uma representação lógica e gráfica de informações geograficamente

referenciadas e reduzindo o custo com tecnologia em organizações públicas, pois trata-se de

uma aplicação totalmente desenvolvida a partir de componentes genéricos gratuitos,

disponíveis para acesso através do repositório descrito no capítulo 4 deste trabalho.

120

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5.4-“Fotomóvel” – Uma aplicação de Geovisualização em tempo real

O último estudo de caso aborda a utilização de uma aplicação de Geovisualização em

tempo real desenvolvida em linguagem Java. O armazenamento de dados é realizado através

do gerenciador de banco de dados (SGBD) MySQL.

A aplicação protótipo foi gerada a partir de componentes “web” contidos no ambiente

de componentes de software genérico, apresentado no capítulo 4 e da “API Google Maps”. O

protótipo permite a conexão a um dispositivo receptor de GPS (Global Positioning System)

através da tecnologia “Bluetooth” 5 e pode ser instalado em dispositivos móveis (aparelhos

celulares; etc.) através do endereço www.geocod.com/fotomóvel .

5.4.1 Descrição do protótipo

O objetivo final deste projeto é gerar uma aplicação colaborativa, em tempo real, que

permita aos usuários a troca de mensagens on-line, e em movimento, a partir de qualquer

lugar com cobertura de comunicação móvel (rede GSM/ GPRS). O protótipo permite o envio

de imagens fotografadas a partir de dispositivos móveis. É possível também, o envio da

posição geográfica ou endereço do portador do dispositivo móvel.

O potencial dessa aplicação é muito grande, uma vez que pode ser usada tanto para o

lazer quanto para fins comerciais:

− Lazer/ Entretenimento - troca de mensagens e visualização de fotos em álbuns

on-line (através do endereço www.geocod.com/album )

− Trabalho – envio de fotos e informações de localização de clientes, produtos ou

recursos da organização em tempo real. Pode ser usado para monitoramento de

recursos e avaliação do desempenho dos funcionários por exemplo.

5 Bluetooth é uma tecnologia de baixo custo para a comunicação sem fio entre dispositivos eletrônicos a pequenas distâncias. Com o Bluetooth o usuário pode detectar e conectar o seu aparelho de forma rápida a outros dispositivos que tenham a mesma tecnologia.

121

Page 128: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

5.4.2 Modo de Funcionamento

A figura abaixo ilustra o processo de funcionamento da aplicação.

Figura 42: Processo de funcionamento do Protótipo “Fotomóvel”Fonte: Dados da Pesquisa

O usuário “A” acessa o “Fotomóvel” em um dispositivo móvel, enviando fotos

e informações provenientes de um receptor GPS (latitude, longitude, etc.). Essas

informações são transmitidas através de uma antena de celular GSM conectada a um

servidor internet, que por sua vez hospeda as páginas de acesso em um banco de dados

para armazenamento das informações e imagens (fotos). Usuários “B” podem acessar

o site para visualizar as informações e fotos em tempo real (através do endereço http://

www.geocod.com/album ).

122

GPS

“B”

“A”

Page 129: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O esquema abaixo ilustra o fluxo dos dados durante a utilização da aplicação, até o seu

destino – servidor “web” e de banco de dados.

Figura 43: Fluxo dos dados durante a utilização do Protótipo

Fonte: Dados da Pesquisa

Uma das vantagens da utilização de aplicativos J2ME em celulares é ter a

possibilidade de conectar-se à internet, através do GPRS, para requisitar alguma informação

ou dado, enviar ou receber, ou ainda ambos. Nesse exemplo, será utilizado um aplicativo

desenvolvido em J2ME. O aplicativo, terá como recurso uma função para o usuário cadastrar

um nome para o ponto, que seria o nome da empresa (ou uma mensagem qualquer), o

logradouro com número e bairro, mais um campo de cidade e um outro campo de estado.

Deve-se enviar esses dados pelo comando do aplicativo, que já está configurado para ser

enviado à um servidor que irá tratar desses dados, de forma que receba e armazene no banco

de dados.

123

Page 130: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

A seqüência de figuras abaixo representa a execução do “Fotomóvel” em um

emulador (aplicativo que simula a execução em um aparelho celular). Existem diversos

emuladores, de diferentes formas, modelos e marcas. O próprio kit de aplicativos “Wireless”

da empresa Sun Microsystems possui incluso o modelo utilizado neste exemplo:

DefaultColorPhone (disponível para acesso em http://www.sun.com ).

Figura 44: Acesso ao aplicativo via celular (emulador)

Fonte: Resultados da Pesquisa

Após a digitação das informações o usuário volta para a tela de menu e pode tirar fotos

(opção: Câmera) e enviar para o servidor. Os dados são transmitidos via rede GPRS/GSM e

protocolo de internet (TCP/IP).

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Page 131: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

O “Fotomóvel” pode ser instalado em dispositivos móveis compatíveis. A lista dos

aparelhos compatíveis está disponível para acesso através do endereço

http://www.geocod.com/fotomovel . A figura (41) na próxima página demonstra a tela inicial

do protótipo desenvolvido.

Figura 45: Tela de abertura do Protótipo “Fotomóvel”Fonte: www.geocod.com/fotomovel

Após realizar o “download” da aplicação e instalar no aparelho celular, o usuário pode

fotografar e enviar fotos, mensagens e o endereço do local onde foi retirada a foto para

visualização através do álbum de fotos disponível em www.geocod.com/album .

125

Page 132: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

As figuras (46 e 47) apresentadas a seguir, ilustram algumas fotos e mensagens

enviadas e a demonstração da localização geográfica de um evento em tempo real.

Figura 46: Apresentação das fotos e mensagens enviadas através do “Fotomóvel”Fonte: www.geocod.com/album

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Page 133: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Ao clicar sobre o ícone de globo (em destaque na figura 43), a seguinte janela é apresentada:

Figura 47: Apresentação da foto posicionada sobre a localização do usuário no momento do envioFonte: http://www.geocod.com/album

5.4.2 Análise dos resultados

As possibilidades mais promissoras para o “Fotomóvel” são o monitoramento, a

vigilância e o mapeamento de recursos e infra-estruturas críticas em qualquer área que possua

cobertura da empresa de telecomunicações móvel utilizada. Permite o georeferenciamento

automatizado de imagens e verificação dos resultados em tempo real.

O campo de trabalho para aplicações como o “Fotomóvel” na área de Geotecnologia é

promissor e atualmente em fase de crescimento, conforme descrito no capítulo 3 deste

trabalho. A aplicação utiliza Sistemas de Geovisualização, computação móvel e sistemas de

navegação e posicionamento.

127

Page 134: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

6-CONCLUSÕES

6.1- Análise dos Resultados

Sistemas de Geovisualização via internet tem se tornado uma alternativa viável e de

baixo custo para a tomada de decisão na administração privada e pública, não só municipal,

mas também a nível estadual e federal.

Entretanto, a não uniformidade ambiental e organizacional dificulta a definição de

modelos fechados, o que não exclui a definição de uma linha padronizada de produtos, que na

atualidade não é bem marcada, assim como os procedimentos empregados para a integração

de dados geográficos (físicos e sócio-econômicos).

Em qualquer projeto deve se ter em mente que os resultados são frutos de uma série de

abstrações e simplificações, e por mais coerência que exista, tais resultados nunca transmitem

a realidade integral de uma paisagem.

Neste contexto, a aplicabilidade de componentes “web” genéricos foi comprovada a

partir da sua utilização em sistemas de “web” GIS como os protótipos apresentados. Tais

componentes podem e devem ser desenvolvidos e adaptados para atender as organizações em

diversas áreas (saúde; educação; transporte; etc.), proporcionando ao tomador de decisão uma

representação lógica e gráfica de informações geograficamente referenciadas em tempo real e

reduzindo custos com tecnologia.

Berners-Lee (2001) imagina um mundo em que programas e dispositivos

especializados e personalizados, chamados agentes, possam interagir por meio da infra-

estrutura de dados da Internet trocando informações entre si, de forma a automatizar tarefas

rotineiras dos usuários.

Atualmente, as organizações incentivam a implantação de padrões tecnológicos que

estabeleçam formas de compartilhamento e visualização mais significativas de dados

espaciais entre diversos dispositivos e sistemas de informação de uma maneira geral. Para

atingir tal propósito, é necessária uma padronização de tecnologias, de linguagens e de meta-

dados descritivos, de forma que todos os usuários da “web” obedeçam a determinadas regras

comuns e compartilhadas sobre como armazenar e recuperar dados geo-referenciados e como

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descrever a informação armazenada para que esta possa ser facilmente "consumida" ou

visualizada por outros usuários.

Os resultados deste trabalho demonstram que, a utilização de componentes genéricos

padronizados torna-se cada vez mais necessária e útil ao desenvolvimento de sistemas de

Geovisualização aplicáveis a diversas áreas do conhecimento.

O uso de componentes permite uma flexibilidade maior na personalização da interface

e das funcionalidades. No entanto, o que os fabricantes estão oferecendo são objetos simples,

com funções de consulta e apresentação, o que limita o escopo do uso da tecnologia de

Geovisualização.

Portanto, a alternativa viável é oferecer uma biblioteca de rotinas genéricas, num

ambiente “web” acessível, como demonstrado nas adaptações para os estudos de caso do

capítulo 5. A partir das tendências apresentadas neste trabalho, percebe-se o amadurecimento

da geotecnologia, possibilitando ao usuário construir soluções do tamanho de suas

necessidades. Adicionalmente, o mercado de serviços de localização demanda tecnologias que

têm como princípio a simplicidade, pois estes serviços são largamente utilizados por

dispositivos móveis.

O uso de componentes “web” no desenvolvimento de soluções para análise e

visualização de dados espaciais visa atender estes requisitos, uma vez que eles permitem que

sistemas executados em diferentes ambientes se comuniquem via XML ou outros padrões da

“web” .

Outros benefícios da utilização da tecnologia de componentes para o desenvolvimento

de Sistemas de Geovisualização são:

− Distribuição: é mais fácil distribuir dados espaciais através de várias plataformas,

sistemas operacionais e linguagens de programação;

− Integração : facilita a integração de funcionalidades e dados geográficos;

− Infra-estrutura: há uma quantidade enorme de infra-estrutura sendo desenvolvida

com o objetivo de disponibilizar serviços via Internet, tais como ferramentas de

desenvolvimento, servidores de aplicação, protocolos de mensagens e infra-

estrutura de segurança.

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Page 136: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

Pode-se concluir que é altamente recomendada a utilização de novas tecnologias de

componentes genéricos em projetos de mapas interativos via Internet.

Entende-se que, com a adoção de tecnologias código-fonte abertos pelas organizações

públicas e privadas, serão ampliadas as possibilidades de desenvolvimento tecnológico e,

conseqüentemente, reduzidos os gastos na aquisição de equipamentos e softwares, além de

impulsionar o desenvolvimento de aplicativos computacionais que venham a atender

demandas e necessidades específicas.

A caracterização espacial demonstrou também a importância das representações

gráficas no tratamento da dinâmica das organizações espaciais, reforçando a função de síntese

desempenhada pela Geovisualização na representação e comunicação da informação espacial.

A partir dos resultados alcançados, surgem, naturalmente, necessidades e projetos para

desenvolvimento posterior, no sentido de se atualizar a metodologia,incorporando novos

componentes de código-aberto e novas funcionalidades ao repositório desenvolvido.

130

Page 137: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

6.2- Sistemas de Geovisualização: teoria e prática

Se o geógrafo, ou qualquer profissional que precisa lidar com a geotecnologia, coleta

diversos dados e informações e os analisa através do computador, sem ter noção clara do

problema a pesquisar, e também não dispuser de base teórica e conceitual que lhe permita

interpretar os resultados obtidos adequadamente, estará apenas fazendo trabalho de

mecanização, mas nunca um trabalho científico em Geografia.

Normalmente, geógrafos e profissionais que lidam com a geotecnologia são

profissionais multidisciplinares, que trabalham sempre recorrendo a outras ciências e outros

profissionais. É neste contexto que emerge a necessidade de retomar a teoria e o enfoque na

análise e nos modelos associados.

As diversas correntes e tendências dos estudos geográficos orientam as características

e os rumos para a Geografia. Essas perspectivas enriquecem-na conceitualmente e promovem

o seu dinamismo científico e utilitário.

Ao geógrafo profissional, cabe fazer a Geografia, tornando-se adepto de uma ou outra

perspectiva, analisando o conjunto global ou as categorias setoriais dos fenômenos. Compete

ao geógrafo - e ao usuário de Sistemas de Geovisualização em geral - conhecer as várias

tendências, avaliar seus pontos positivos e negativos, identificando as suas vantagens e

desvantagens.

É com essa perspectiva que o profissional deve compreender e aplicar conceitos da

Geografia “Teorético-quantitativa” como a classificação, a distribuição e hierarquia das

cidades, os sistemas de cidades e os padrões espaciais; modelos de localização e modelos de

interação espacial. A partir do conhecimento e compreensão das bases evolui-se para a

utilização e o desenvolvimento dos Sistemas de Geovisualização via internet.

131

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6.3-Considerações finais

A ciência e a tecnologia são construções históricas datadas em domínios espaciais e

temporais por contínua metamorfose no coletivo, com a ação cooperada dos indivíduos a

buscar mapeamentos e trilhas a percorrer.

No passado, com recursos reduzidos de processamento da informação e expansão

espacial, as mudanças aconteciam em grandes intervalos de tempo, pois eram provocadas por

acontecimentos significativos, principalmente, pelas descobertas geográficas.

Na atualidade novos parâmetros são definidores da temporalidade e “provisoriedade”

de processos, produtos e fenômenos. Uma dinâmica a ser estabelecida pela propriedade do

descarte, do efêmero, da inovação em busca constante de espaços diferenciados em tempo

real.

Hoje, as transformações e inovações se fazem em intervalos cada vez menores,

suportadas pela aceleração da ciência aplicada na construção de novos aparelhos e

instrumentos embarcados crescentemente com tecnologia. Numa simbiose convivem a

tecnologia e a ciência, pois dos inventos científicos advêm os produtos tecnológicos, que

também servem de recurso para geração da ciência.

132

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Page 145: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS · The use cases presented here are implemented from open source geovisualization ... FIGURA 47- Apresentação da foto sobre local

APÊNDICE A

DOCUMENTAÇÃO UML – UNIFIED MODELLING LANGUAGE,

DO REPOSITÓRIO DE COMPONENTES GENÉRICOS (capítulo 4)

1. Especificação de Requisitos Funcionais

A especificação de requisitos do ambiente proposto é composta de diagramas de caso de

uso, especificações dos casos de uso e protótipos de tela para exemplificar o funcionamento

de cada caso de uso.

1.1. Casos de Uso

a) Caso de Uso: Validação do Usuário

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• Especificação:

o Pré-condições:

− O usuário deve estar previamente cadastrado no sistema;

o Pós-condições:

− Gravação do número do acesso; data e hora

o Fluxo de Eventos:

− Sistema solicita a digitação de Login e Senha. Usuário digita o Login e a

Senha;

− Sistema valida o Login e a Senha, permitindo o acesso ao sistema.

• Protótipo de Tela:

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APÊNDICE B

DOCUMENTAÇÃO UML – UNIFIED MODELLING LANGUAGE,

DO PROTÓTIPO DE GEOMARKETING DESENVOLVIDO (capítulo 5)

1. Especificação de Requisitos Funcionais

A especificação de requisitos do protótipo gerado é composta de diagramas de caso de

uso, especificações dos casos de uso e protótipos de tela para exemplificar o funcionamento

de cada caso de uso. Foram utilizadas as telas do primeiro estudo de caso como exemplos de

protótipos de tela.

• Casos de Uso

a) Caso de Uso: Gerar Mapa Temático

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Gerar Mapa Temático

Consultar Base de Dados

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• Especificação:

o Pré-condições:

− Validação do usuário;

o Pós-condições:

− Apresentar resultados da pesquisa sob a forma de mapa temático;

o Fluxo de Eventos:

− Informar par6ametros do sistema, como: UF; Município; população: Ao clicar em “Gerar Mapa”

− Consultar informações no Banco de Dados de acordo com os parâmetros selecionados;

− Gerar arquivo DBF com resultado da consulta;− Montar Mapa Temático a partir do arquivo gerado;− Exibir Mapa Temático;

Fonte dos dados de exemplos: POF/ IBGE, 2002-2003

• Protótipos de Tela:

- Tela 1 : Selecionando a opção: IBGE

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Parâmetros da consulta:

Estado: Minas Gerais

Município: Todos os municípios

População: Por Chefes de Domicílio

Classes de Consumo: A, B

Tipo de despesa: Energia Elétrica

- Tela 1.1: Ao clicar em “Gerar Mapa”

Observação:

No exemplo acima, utilizamos informações do IBGE (Pesquisa de Orçamento

Familiar: POF 2002/2003 e CENSO 2000) para calcular um índice de consumo (coeficiente

de consumo) para cada classe de renda a partir de dados como:

- o número de famílias de cada região;

- rendimentos;

- percentual da renda comprometido com o tipo de despesa selecionado;

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- tamanho médio da família por setor censitário.

E, a partir deste coeficiente, identificamos o potencial de consumo mínimo de cada

região (município ou bairro), de acordo com a escolha do usuário.

b) Caso de Uso: Geocodificação de endereços

• Especificação:

o Pré-condições:− Validação do usuário

o Pós-condições:− Confirmação de pontos geocodificados no banco de dados

o Fluxo de Eventos:− Se opção = Adicionar Ponto

Informar a descrição do Ponto; Informar nome do Logradouro; Informar Número do Imóvel; Selecionar tabela para armazenar ponto (latitude/ longitude)− Validar Ponto;

Verifica se existe o ponto na tabela. Se existir, apresentar mensagem de erro;

Geocodificar Ponto; Se existir mais de um Logradouro com o mesmo nome

Apresentar uma lista com os bairros para a seleção do usuário Inserir os dados (latitude e longitude) do ponto no Banco de Dados;

− Se opção = Importar Arquivo− Buscar Arquivo no disco ;

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− Selecionar tipo de dados no Arquivo;− Validar Arquivo;

Verifica se existe o Arquivo. Se não existir, apresentar mensagem de erro;

Geocodificar os dados do Arquivo; Inserir os dados do Arquivo no Banco de Dados; Gravar arquivo de “LOG” contendo informações sobre registros

geocodificados e registros NÃO localizados

− Protótipos de Tela:

− Tela 2: Ao clicar em “Geocodificação” (seleção de logradouro)

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− Tela 2.1: Exibição do ponto geocodificado

− Tela 1.2: Exibição do ponto com Zoom

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c) Caso de Uso: Manipulação de Camadas de Mapas

• Especificação:

o Pré-condições:− Validação do usuário

o Pós-condições:− Apresentar mapas para a visualização;

o Fluxo de Eventos:

− O usuário pode selecionar qualquer uma das opções abaixo:

Selecionar objeto no mapa Ampliar ou reduzir qualquer parte do mapa Movimentar o mapa na janela Escolher camadas a serem visualizadas Localizar objetos de mapa a partir de atributos dos dados

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• Protótipos de Tela:

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2. Especificação de Desenho “Design”: Arquitetura Lógica e modelagem da estrutura do ambiente

2.1 Modelo da Análise

A documentação do modelo lógico do protótipo é apresentada a partir de um

diagrama de pacotes. Para cada pacote, apresenta-se um diagrama de classes com todas as

classes e relações de dependência, instâncias e heranças. Não é objetivo desta documentação

apresentar todos os atributos e métodos de todas as classes.

• Diagrama de Pacotes: Principais componentes genéricos

Para cada pacote apresentado, tem-se um diagrama das classes contidas.

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− Diagrama de Classes: pacote banco de dados

− Diagrama de Classes: pacote configurações

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− Diagrama de Classes: pacote geocodificação

− Diagrama de Classes: pacote geraMAPA.MapadePontos

− Diagrama de Classes: pacote geraMAPA.MapaTematico

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− Diagrama de Classes: pacote geraRelatórios

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− Diagrama de Classes: pacote úteis.log

− Diagrama de Classes: pacote úteis.zip

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- Diagrama de Classes: pacote úteis.funcoesbasicas

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− Diagrama de Pacotes: Bibliotecas de Terceiros

(Biblioteca de acesso a Mapas: ALOV – Disponível em http://www.geocod.com/alov )

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