Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul II Irmãos no episcopado, saudações! Partir de Jesus Cristo A Assembleia do Povo de Deus, que reuniu as lideranças de todas as dioceses do Paraná, Bispos, Padres Coorde- nadores da Ação Evangelizadora, Coordena- dores Regionais dos Movimentos e Pastorais, contou com a presença do Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, que nos aju- dou a reler o texto das Diretrizes Gerais (DGAE). Pelo período de quatro anos, as Dire- trizes Gerais deverão valer como um guia pa- ra todo o planejamento da Igreja e, portanto, também da nossa Pastoral Familiar. Dom Le- onardo, embora estivesse bem por dentro das cinco “urgências” da evangelização, tomou quase todo o seu tempo de exposição para tratar do capítulo inicial das DGAE. O nosso ponto de partida é Jesus Cristo. É o encontro com Ele que nos põe a caminho da missão, da vida sacramental, da vivência eclesial e da prática da vida cristã quotidiana. Com fre- quência damos isso por entendido e partimos para planejar nossas reuniões e liturgias e promoções e até caridades. Mas nem sempre isso está tão entendido, assim. Se ele não for uma presença viva, constante e decisiva em nosso agir cristão, é certo que em pouco tempo nossas estratégias pastorais morrem, o compromisso se quebra a toa, a vaidade toma conta do palco, qualquer contratempo põe tudo a perder. Olhar com os olhos dele Presença viva de Cristo não quer dizer explosão sentimental nem milagres a céu aberto. Estas coisas estão aí sendo mostradas na televisão, como mar- keting de fé, como técnica para encher tem- plos, mas passam longe da verdadeira experi- ência evangélica de encontrar-se, frente a frente, com a pessoa de Jesus Cristo, deixá-lo falar, surpreender o modo como ele dialoga com o Pai e, sobretudo, com que olhos ele o- lha para cada pessoa ao seu redor. Ele confia e se entrega nas mãos do Pai. Decorre disso a entrega que faz da sua vida, em amor, servi- ço, iluminação, perdão. Entregar-se na cruz é só um resumo de uma vida já entregue, em cada encontro, em cada palavra, em toda a- ção. Casais passam, por vezes, a vida inteira para conhecer quem vive ao seu lado, dia a dia. Não raro descobrem, depois de anos, que não tinham conhecimento verdadeiro e pro- fundo de seu cônjuge. Será que podemos di- zer com certeza, a respeito dele, Cristo, que é o amor da nossa alma, que experimentamos de fato a sua presença constante em nós? Planejando as atividades Aqueles que par- ticipam de uma atividade pastoral têm, sem- pre, muitas reuniões, organizam coisas, se preocupam com recursos, traçam estratégias, agenda cheia. Sem dúvida isso é sinal de vida. Mas, vamos deixar um espaço privilegiado pa- ra Ele, Jesus Cristo, presidir as nossas ativi- dades. Ouvi-lo com calma, encontrá-lo na o- ração e na vida, gostar de estar com ele em nossas reuniões, encontrá-lo na intimidade do silêncio, é esse o ponto de partida para tudo o que formos fazer. Maria Santíssima, aquela que “guardava as ações de Deus meditando-as no coração” (Lc 2,19), nos mostre como encontrar o cami- nho para realizar nossa missão. Paz e Bem! Dom João Bosco, O.F.M. Bispo de União da Vitória CNBB REGIONAL SUL 2 BOLETIM ON LINE OUTUBRO DE 2011 E E D D I I T T O O R R I I A A L L

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Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul II Irmãos no episcopado, saudações!

Partir de Jesus Cristo – A Assembleia do Povo de Deus, que reuniu as lideranças de todas as dioceses do Paraná, Bispos, Padres Coorde-nadores da Ação Evangelizadora, Coordena-dores Regionais dos Movimentos e Pastorais, contou com a presença do Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, que nos aju-dou a reler o texto das Diretrizes Gerais (DGAE). Pelo período de quatro anos, as Dire-trizes Gerais deverão valer como um guia pa-ra todo o planejamento da Igreja e, portanto, também da nossa Pastoral Familiar. Dom Le-onardo, embora estivesse bem por dentro das cinco “urgências” da evangelização, tomou quase todo o seu tempo de exposição para tratar do capítulo inicial das DGAE. O nosso ponto de partida é Jesus Cristo. É o encontro com Ele que nos põe a caminho da missão, da vida sacramental, da vivência eclesial e da prática da vida cristã quotidiana. Com fre-quência damos isso por entendido e partimos para planejar nossas reuniões e liturgias e promoções e até caridades. Mas nem sempre isso está tão entendido, assim. Se ele não for uma presença viva, constante e decisiva em nosso agir cristão, é certo que em pouco tempo nossas estratégias pastorais morrem, o compromisso se quebra a toa, a vaidade toma conta do palco, qualquer contratempo põe tudo a perder.

Olhar com os olhos dele – Presença viva de Cristo não quer dizer explosão sentimental

nem milagres a céu aberto. Estas coisas estão aí sendo mostradas na televisão, como mar-keting de fé, como técnica para encher tem-plos, mas passam longe da verdadeira experi-ência evangélica de encontrar-se, frente a frente, com a pessoa de Jesus Cristo, deixá-lo falar, surpreender o modo como ele dialoga com o Pai e, sobretudo, com que olhos ele o-lha para cada pessoa ao seu redor. Ele confia e se entrega nas mãos do Pai. Decorre disso a entrega que faz da sua vida, em amor, servi-ço, iluminação, perdão. Entregar-se na cruz é só um resumo de uma vida já entregue, em cada encontro, em cada palavra, em toda a-ção. Casais passam, por vezes, a vida inteira para conhecer quem vive ao seu lado, dia a dia. Não raro descobrem, depois de anos, que não tinham conhecimento verdadeiro e pro-fundo de seu cônjuge. Será que podemos di-zer com certeza, a respeito dele, Cristo, que é o amor da nossa alma, que experimentamos de fato a sua presença constante em nós?

Planejando as atividades – Aqueles que par-ticipam de uma atividade pastoral têm, sem-pre, muitas reuniões, organizam coisas, se preocupam com recursos, traçam estratégias, agenda cheia. Sem dúvida isso é sinal de vida. Mas, vamos deixar um espaço privilegiado pa-ra Ele, Jesus Cristo, presidir as nossas ativi-dades. Ouvi-lo com calma, encontrá-lo na o-ração e na vida, gostar de estar com ele em nossas reuniões, encontrá-lo na intimidade do silêncio, é esse o ponto de partida para tudo o que formos fazer. Maria Santíssima, aquela que “guardava as ações de Deus meditando-as no coração” (Lc 2,19), nos mostre como encontrar o cami-nho para realizar nossa missão. Paz e Bem!

Dom João Bosco, O.F.M.

Bispo de União da Vitória

CNBB – REGIONAL SUL 2 – BOLETIM ON LINE – OUTUBRO DE 2011

EEDDIITTOORRIIAALL

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 22

BBoolleettiimm OONN LLIINNEE ddaa PPaassttoorraall

FFaammiilliiaarr ddoo RReeggiioonnaall SSuull IIII -- CCNNBBBB

RRuuaa SSaallddaannhhaa MMaarriinnhhoo,, 11226666 –– 8800443300--116600

CCuurriittiibbaa –– PPRR –– TTeell..::((4411)) 33222244--77551122

DDoomm JJooããoo BBoossccoo BBaarrbboossaa ddee SSoouussaa

BBiissppoo ddee UUnniiããoo ddaa VViittóórriiaa--PPRR

RReepprreesseennttaannttee EEppiissccooppaall

EE--mmaaiill:: ddoommbboossccoo@@ddiioocceesseeuunniivviittoorriiaa..oorrgg..bbrr

DDiiáácc.. JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm

AAsssseessssoorr RReeggiioonnaall

EE--mmaaiill:: jjcckkrruumm@@yyaahhoooo..ccoomm..bbrr

TTuuddoo mmaall,, ggrraaççaass aa DDeeuuss Sednir Edely*

Um questionamento de Rubem Alves em um de seus artigos me chamou a atenção. Ele conta em um de seus artigos ao correio Popular que ao perguntar para uma balconista se ela estava bem recebeu como resposta, “tudo bem, graças a Deus”. Então ele fez outra pergunta “e se vo-cê não estivesse bem seria graças a quem?”. Rubem Alves conclui dizendo que nunca ouviu ninguém dizer: ”Vou mal, graças a Deus”. Eu sim. Nem sempre nessas palavras, mas sim, te-nho ouvido pessoas agradecendo a Deus pelos revezes da vida. Mais do que isso tenho visto gente utilizando de tropeços, topadas, e tom-bos para avaliar se seguem na direção correta. Muitos após o tombo, apesar da dor dos esfo-lados, tem levantado as mãos para o céu em a-gradecimento já que um pouco mais e cairiam em um abismo ou entrariam por caminhos sem volta. Quando São Paulo ensina aos efésios “Em tudo dai graças” temos a impressão que a or-dem é sermos agradecidos por todos os favores concedidos por Deus. Engano. O agradecimento que nos pede o apóstolo é sim pelo que nos foi concedido, mas também pelo que nos foi nega-do. “Tudo é tudo” ensina o Padre Jonas Abib sem medo da redundância, e nesse tudo tenho visto incluído casamentos fracassados, desem-prego, doenças e até falecimentos. Após cada retiro de espiritualidade e formação, tenho vis-to pessoas entendendo o porquê tiveram que passar por situações desagradáveis na vida e de

que forma essas experiências podem ser utili-zadas para buscar e permanecer com o que re-almente importa. Descobrem que nossa visão é curta. Descobrem que nada sabemos do que es-tá além da esquina e que só Deus tem a visão total de nosso caminho. Não sei o que passou pela cabeça de nosso pequeno Francisco en-quanto eu segurava suas pernas e braços para que ele não impedisse aquela enfermeira de lhe aplicar a primeira vacina. Com menos de um ano e com todos contra ele, até mesmo o pai, ele tinha a pele perfurada por uma enorme agu-lha. Com o entendimento correto sobre o que ocorria talvez entendesse porque eu estava chorando e quem sabe se falasse ainda poderia dizer: “Doeu, graças a Deus”.

"Tudo concorre para o bem dos que

amam a Deus" (Rm 8, 29)

*Sednir Edely de Lima Tápia coordena junto com a

esposa Maristela Pezzini Tápia o Setor Casos Especiais da

Pastoral Familiar no Regional Sul II (Paraná)

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O excesso é ruim Maria Regina Canhos Vicentin

Muitas pessoas me procuram para aconselha-

mento, pois sabem que sou psicóloga cristã e,

assim, buscam uma orientação em conformi-

dade com os ensinamentos bíblicos. Todavia,

o que em princípio poderia parecer uma defe-

rência da qual talvez devesse me orgulhar, tem

se revelado causa de aborrecimentos. Isso por-

que a hipocrisia continua tão presente quanto

nos tempos de Jesus. Ora, todo mundo sabe

que Cristo condena o pecado, mas sempre se

mostra misericordioso com o pecador. Os homens, ao contrário, pecam às escondidas; e

quando acontece de alguém ser surpreendido

no erro, apedrejam esse irmão sem piedade ou

perdão.

Dessa forma, com honrosas exceções, costu-

mam existir os sortudos (que fazem, porém,

ninguém sabe) e os azarados (que são flagra-

dos na prática do erro e apedrejados pelos sor-

tudos). Depois do auê, os sortudos forçam uma leitura fundamentalista da situação. Ah,

façam-me um favor, não me peçam para com-

pactuar com isso. Aliás, nem me procurem

para isso, pois não tenho pedras nas mãos.

Penso que o pecador merece tanto respeito

quanto o santo, e mesmo Deus parece amá-los

de igual forma, a ponto de deixar um rebanho

inteiro para ir atrás da ovelha que se perdeu

(Lc 15, 1-7).

Todo o excesso é ruim. A religião não pode

ser usada para condenar e proscrever o peca-

dor, mas deve agregá-lo à comunidade, já que

visa à salvação das almas. Usar a religião para

discriminar, culpabilizar ou amedrontar

alguém é pecado tão grave quanto descumprir

qualquer das leis de Deus, pois a maior delas é o amor (I Cor 13, 1-8a). A intolerância afasta

aqueles que mais precisam de uma palavra

amiga. Devemos buscar a santidade sim, mas

sem nos ufanar; cientes da nossa pequenez, da

nossa fragilidade. Graças ao Pai, não fomos

nós os escolhidos para julgar nossos irmãos,

de tal sorte que deveríamos deixar de exercitar

esse papel cotidianamente, pois ele está desti-

nado ao justo juiz (At 10, 42). Cada qual deve se ocupar da própria vida,

buscando o aperfeiçoamento na prática do

bem. Se quiserem constranger, humilhar ou

condenar alguém, não contem comigo. Saibam

que também não sou santa, e constantemente

me penitencio diante de Deus para que tenha

misericórdia de mim. Viver a religião é viver o

amor ao Pai e ao próximo. Esse amor se revela

através da compaixão para com os mais neces-sitados, entre eles, o pecador.

É necessário ter quem oriente na caminhada,

isso é fato. Guias sinalizam o caminho e po-

dem até dar sugestões, mas a escolha é indivi-

dual, e cada um deve optar conforme lhe con-

vém. Caso enveredemos por um caminho

tortuoso e, arrependidos, queiramos voltar

para tomar outro rumo, não compete aos guias

esconderem as placas referenciais, e sim no-

vamente apresentá-las para que possam ser

apreciadas pelos peregrinos. Lembremo-nos

sempre disso, para que nossa cruz não fique

mais pesada do que deveria ao longo da jorna-

da. Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: [email protected]) é

escritora. Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br

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CCoooorrddeennaaççããoo ddaa CCoommiissssããoo

RReeggiioonnaall ddaa PPaassttoorraall FFaammiilliiaarr

rreeuunniiuu--ssee eemm MMaarriinnggáá

A Coordenação da CRPF (Comissão

Regional da Pastoral Familiar) do Regi-

onal Sul II da CNBB esteve reunida nos

dias 10 e 11 de setembro em Maringá

para avaliar os trabalhos realizados em

cada setor em 2011 e planejar as ativi-

dades para 2012.

CASOS ESPECIAIS

Três pontos a pensar:

1. Dar continuidade

com as datas dispo-

níveis para formação

nas Dioceses que

ainda não aconteceram;

2. Formações Provinciais; 3. Encontro

com o Clero.

Ainda serão definidas as datas para os

encontros provinciais.

FORMAÇÃO Será elaborado um cadastro das pessoas

que podem dar formação, cada um com

suas habilidades.

Serão anali-

sados os

subsídios

para estudar

a possibili-

dade de

transforma-

ção em livros, iniciando com o setor Ca-

sos Especiais.

Far-se-á um retiro de Renovação Famili-

ar que poderá ser reproduzido nas Dio-

ceses e nas Paróquias.

Contribuições com matérias para o bole-

tim on-line da Pastoral Familiar.

Cinco urgências que o nacional coloca

para os regionais:

1.Perspectiva missionária;

2. Aprofundamento da Fé cristã;

3.Iluminação bíblica;

4.Cuidado com as comunidades;

5.Vida plena para todas as pessoas.

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PRÉ MATRIMÔNIO

Foram disponibilizadas

as datas para trabalhar

o conteúdo de pré-

matrimônio nas dioce-

ses em 2012.

DEFESA DA VIDA

Algumas sugestões de a-

tividades para a Semana

Nacional da Vida:

1. Missas diárias nas co-

munidades e santuário;

2. Terço pela vida;

3. Hora Santa na Co-

munidade;

4. Cartaz e Revista “Hora da Vida”;

Palestras e/ ou Peças Teatrais abordando

o tema da Semana Nacional da Vida. E

ainda a Oração pela Vida para ser lida

em todas as Missas na

Semana Nacional da

Vida.

Wilton enviará ma-

terial por e-mail para

todas as províncias e ou-

tros serão disponibilizados no

site www.defesadavidalondrina.org.br.

PÓS MATRIMÔNIO

Será feita consulta as Di-

oceses sobre formação

para Agentes do Se-

tor Pós Matrimônio

nos dias 29 e 30 de

outubro com o casal

André Luiz e Rita Kawahala, autores do

livro “Encontros para Novos Casais”.

ENCONTRO MUNDIAL DAS

FAMÍLIAS

Que acontecerá em

Milão em 01, 02 e

03/06/2012 onde o

valor será de R$

10.790,00 ou US$

6,166.00, sendo Dom

João o dirigente espi-

ritual.

CONGRESSO DA PASTORAL

FAMILIAR

do Regional Sul II será melhor avaliado

com relação a preço e local, pois o or-

çamento inicial para hospedagem e re-

feição foi considerado acima da reali-

dade por todos. Serão consideradas al-

ternativas como, por exemplo, início no

sábado e encerramento no domingo.

PRÓXIMA REUNIÃO

19 e 20 de novembro em Cascavel com

foco na espiritualidade e participação

dos filhos.

REUNIÕES EM 2012

A Coordenação da CRPF programou as

seguintes datas para suas reuniões em

2012:

25 e 26/fevereiro em Curitiba;

05 e 06/maio em Londrina;

04 e 05/agosto em Maringá;

10 e 11/novembro em União da Vitória

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PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS PPAASSTTOORRAAIISS Frei Faustino Paludo, OFMCap

O Sacramento da Penitência é uma

celebração litúrgica da Igreja. Mas o que

importa é celebrá-lo de modo que as

riquezas deste sacramento se manifes-

tem e os reconciliados se convertam em

promotores de relações reconciliadas, de

perdão e de paz.

O Documento de Aparecida reite-

ra a urgência de se valorizar o sacramen-

to da Penitência. “Como pastores, somos

chamados a fomentar a confissão

freqüente. Convidamos nossos presbíte-

ros a dedicar tempo suficiente para

oferecer o sacramento da reconciliação

com zelo pastoral e entranhas de miseri-

córdia, a preparar dignamente os luga-

res da celebração, de maneira que sejam

expressão do significado deste sacra-

mento. Igualmente, pedimos a nossos

fiéis que valorizem este presente mara-

vilhoso de Deus e se aproximem dele

para renovar a graça batismal e viver,

com maior autenticidade, o chamado de

Jesus a serem seus discípulos e missio-

nários” (DAp 177).

A valorização do sacramento da

Penitência está vinculada à qualificação

da vida cristã como vida batismal. Para

isto, faz-se necessário dar continuidade à

missão da Igreja que, à luz da Boa nova

de Jesus, enfatiza mais o amor miseri-

cordioso do Pai que o pecado, sem,

todavia, descuidar da autêntica consci-

ência sobre o sentido e as dimensões do

pecado.

Há regiões em que o sacramento da

Penitência “está em baixa” ou diminuiu,

pelo fato de ser um sacramento desco-

nhecido no seu significado e na sua prá-

tica. Não faltam os que o buscam e dese-

jam celebrá-lo, “mas não sabem como,

nem quando e nem com quem”. Além

do mais, ele requer uma iniciação à sua

celebração e uma catequese que eduque

à prática da conversão como caminho

para a vivência do mistério pascal.

É preciso valorizar a dimensão

comunitária e social do Sacramento. A

Igreja inteira age de diversos modos no

exercício da obra da reconciliação que

Deus lhe confiou (RP. n. 8). No contexto

da atual realidade da sociedade, torna-se

urgente a necessidade da acolhida sere-

na e da disponibilidade para a escuta e o

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diálogo. Nesta perspectiva, a comunida-

de eclesial deveria apresentar alternati-

vas, propondo lugares e pessoas qualifi-

cadas para o serviço da acolhida e do

diálogo reconciliador.

Uma autêntica vida penitencial

requer qualificados momentos celebrati-

vos. Estes requerem um espaço digno e

adequado, acolhida bondosa e da

proclamação da Palavra de Deus, um

desenvolvimento harmônico e orante da

ação sacramental. Não basta realizar o

sacramento. É preciso celebrar de modo

que as pessoas, tanto os penitentes

quanto os ministros, mergulhem na

experiência da misericórdia de Deus. É

preciso aproveitar bem os gestos huma-

nos nas ações rituais do sacramento da

Reconciliação.

O resgate da vida cristã como

caminho de conversão rumo à santidade

pode ser alimentado pelas celebrações

penitenciais que, segundo o Ritual da

Penitência: “são reuniões do povo de

Deus para ouvir a sua Palavra que

convida à conversão e à renovação de

vida, proclamando também nossa liber-

tação do pecado pela morte e ressurrei-

ção de Cristo” (RP. n. 36).

Na pastoral da Penitência se faz

necessário valorizar os dias e tempos

litúrgicos que, por sua natureza, têm um

forte apelo à conversão e à penitência,

tais como: a Quaresma e o Advento. Ou

em outros momentos significativos

como: a primeira Comunhão Eucarística,

a Confirmação, o Matrimônio, as pere-

grinações, as novenas e tríduos das

festas de padroeiros, os encontros e os

retiros espirituais.

Assim, a celebração do sacramen-

to da Reconciliação será uma ação pela

qual a Igreja proclama sua fé e dá graças

a Deus pela liberdade com que Cristo

nos libertou (Gl 4,31).

Perguntas para reflexão pessoal

ou em grupos:

1. Em sua comunidade ou paróquia,

quando e como é celebrado o sacra-

mento da Penitência?

2. Como você gostaria de celebrar o

sacramento da Penitência e Reconci-

liação?

3. O que as pessoas mais valorizam na

celebração do sacramento da

Penitência?

4. O que fazer para que o sacramento

da Penitência seja mais conhecido no

seu significado e melhor celebrado?

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““UUmm pprreesseennttee ppaarraa ooss aaggeenntteess ddaa

PPaassttoorraall FFaammiilliiaarr””

Esta é a denominação unânime dos agen-tes da Pastoral Familiar que participaram do encontro/retiro que aconteceu nos dias 16, 17 e 18 de setembro 2011 na casa de retiro Monte Carmelo em Londrina. Iniciou às 19h00min horas na sexta-feira. A Cele-bração Eucarística, presidida por Pe Rafael Solano, Assessor Arquidiocesano da Pasto-ral Familiar foi a atividade de acolhida e abertura deste evento que encantou todos os participantes em cada momento ali vivi-do. Ainda na sexta, após a missa foi servi-do um delicioso jantar e na seqüência das atividades uma a Palestra com Pe Rafael, que com muita alegria e entusiasmo trouxe luz aos desafios da Igreja para realização de uma pastoral familiar intensa e vigorosa.

No sábado o casal Bosco e Eunides – Co-ordenadores do INAPAF – Instituto Nacio-nal da Pastoral Familiar- CNBB comparti-lhou seus conhecimentos e experiências pessoais, conjugais, familiares, comunitá-rias, sociais, propiciando aos presentes, momentos riquíssimos de formação e espi-ritualidade.

No domingo, Dom Orlando Brandes condu-ziu com maestria e extrema sensibilidade e espiritualidade uma manhã de retiro, mo-mentos de oração profunda, de conexão com o divino, repletos de graças. Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo por este evento, que reuniu 84 agentes da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Londrina.

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Nossos agradecimentos a todos que colabo-raram de uma forma ou de outra, seja pales-trando, rezando, secretariando, acolhendo, cantando, animando, preparando a liturgia, decorando o ambiente, preparando as refei-ções, transportando os palestrantes.

Especialmente agradecemos ao Dom Orlan-do, Pe Rafael e ao casal Bosco e Eunides pela disponibilidade em meio a tantos com-promissos. Também a cada pároco e ou a-gente que agiu como instrumento de Deus na missão de convidar e apoiar os agentes de sua paróquia. Agradecemos e parabeni-zamos os agentes que disseram seu sim ao chamado de Deus. Rogamos à Santíssima Trindade que por intercessão da Virgem Ma-ria, da Sagrada Família, santos, santas e an-jos de Deus, derrame as graças necessárias para que o presente recebido seja comparti-lhado, multiplicado a fim de facilitar, intensifi-car, propagar e testemunhar o anúncio da salvação para a pessoa, o matrimônio e a família.

Coordenação Arquidiocesana da Pastoral Familiar – Londrina/PR

Jovens dão mais valor a internet que a namoro,

moradia e carro FELIPE VANINI BRUNING - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA (21/9/11)

A internet passou a ser tão necessária para estu-

dantes e profissionais quanto água, comida e

moradia, segundo uma pesquisa da empresa de

tecnologia Cisco, realizada com jovens de até 30

anos em 14 países.

No Brasil, três em cada cinco estudantes e jo-

vens profissionais fizeram essa afirmação. Eles

ainda disseram que, entre um carro e a internet,

preferem acesso à rede.

Além disso, 72% dos universitários brasileiros

afirmaram que preferem navegar na internet a

namorar, ouvir música e sair com os amigos.

E essa ênfase na internet se repetiu entre univer-

sitários de países como China (59%), Espanha

(54%) e Índia (54%).

Apenas na França o namoro prevaleceu na dian-

teira das opções, com 54%.

No campo profissional, 75% da chamada gera-

ção Y brasileira afirmou não viver sem a inter-

net.

"Para essa geração, mais importante que o con-

tato físico é estar conectado o tempo todo nas

redes sociais", diz o presidente da Cisco, Rodri-

go Abreu.

"Está ocorrendo uma substituição de atividades

tradicionais pela maior conectividade."

A pesquisa indica que 70% dos jovens profis-

sionais globalmente possuem entre seus contatos

colegas de trabalho.

Para Abreu, isso significa que a utilização de re-

des no trabalho, proibida por algumas empresas,

estaria com os dias contados.

"Isso vai equivaler a impedir o funcionário de

trabalhar."

Segundo ele, empresas atentos a essas mudanças

de perfil terão mais sucesso em reter talentos.

"A internet virou um elemento essencial da vi-

da."

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1100

PALESTRAS DO XIII

CONGRESSO

FAMÍLIA, PESSOA E

SOCIEDADE Dra Maria Inês Mullen

Cada pessoa é única. Mas ao mesmo tempo

somos muito parecidos em nossos sonhos e

desejos. Além disso, cada pessoa é também

“muitas”.

Fomos criados por Deus e somos criados a

irmos nos fazendo, nos conduzindo ao longo da

nossa história e com as histórias dos outros. O

outro é que me diz quem eu sou, criamos grupos

de convivência por afinidade ou necessidade.

O grande questionamento é como definir o nos-

so rosto pessoal e comunitário? Experimentamos

algumas dificuldades neste sentido:

1- Fragmentação da experiência do viver nes-

tes tempos da pós-modernidade. É como se

vivêssemos aos cacos. Esse é um grande de-

safio para pensarmos em termos de família;

2- Individualismo que nos remete ao abismo

de nós mesmos;

3- Liquefação da vida, dos ideais e do tempo;

vivemos as provisoriedades e as incertezas;

4- A perda dos ideais éticos pela negação dos

fundamentos, dos princípios e dos valores,

já que a modernidade rompeu com os valo-

res;

5- Conformismo reducionista descomprome-

tido com a vida e a história da sociedade;

6- Materialismo, vivemos um tempo materia-

lista, que valoriza mais as coisas que as

pessoas.

Este quadro é pessimista, mas não pode tirar

nossa esperança de que, mesmo em meio às difi-

culdades, podemos reagir.

Família:

“Esse retrato de família está um tanto empoei-

rado... Ficaram traços de família perdido no

jeito dos corpos... O retrato não me responde,

ele me fita e me contempla nos meus olhos

empoeirados... já não distingo os que se foram

ou que ficaram e que viajam na minha carne...”

(Carlos Drummond de Andrade)

A família não fica de fora dos desafios anterior-

mente citados. Para muitos ser que família seja

coisa do passado, mas acreditamos que também

é coisa do presente e do futuro, porque “viaja na

nossa carne”, está latente em nós.

Um olhar honesto e corajoso, pode levar-nos a

constatações muito importantes para pensar a

Pastoral Familiar. A família assim como a

pessoa e a sociedade encontra-se fragmentada,

liquefeita, perdida, conformada, incerta.

Sabemos que a família brasileira é fruto de

muitas culturas diferentes, para que tenhamos

hoje vários modelos de família. Enquanto o

modelo dominante, assegurado pelo Estado e

pela Igreja, seja o modelo patriarcal, há vários

outros dentro do jeitinho brasileiro. Família

ideal – casal monogâmico, institucionalizados, e

seus filhos reais (ou pelo menos desejados). O

que nós sabemos, porém, é que muitas outras

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1111

formas sempre existiram por questões sociais,

culturais ou pessoais. Já outras são mais recen-

tes. Desprezá-las significa uma incapacidade de

discernir os sinais dos tempos. A partir daí

temos outros modelos:

- Os casais não institucionalizados

- Família desestruturadas psicológica e social-

mente

- Famílias poligâmicas

- Famílias de filhos adotivos

- Famílias ampliadas, com parentes e agrega-

dos morando todos na mesma casa

- Famílias em que faltam um dos pais, ou os

dois, sendo os filhos criados por parentes

- Produções independentes

- Os jovens que vivem solitariamente ou com

os pais, porque não querem se casar

- Famílias de recasados

- Famílias que não se encontram por motivos

de trabalho

- Famílias das pessoas que vivem sozinhos

- Pessoas do mesmo sexo que coabitam

- Grupos que moram juntos (repúblicas estu-

dantis, presídios, orfanatos)...

Como anunciar o Evangelho de Jesus Cristo às

famílias contemporâneas. Desde o Gênesis

vemos que a família faz parte do projeto salvífi-

co de Deus. A solidão não é uma coisa boa. A

união do casal é o começo de uma longa história

que aponta para o íntimo do próprio Deus, que é

família.

Com Jesus ouvimos a ampliação da Lei: “Eu,

porém, vos digo...”. As relações familiares en-

tram no novo esquema, do Reino do Amor, que

vai muito além dos laços de sangue: “Aquele

que faz a vontade de meu pai, este é minha mãe

e meu irmão.”. Família é comunidade de pessoas

que se amam, se respeitam e se sustentam.

O relacionamento amoroso entre os esposos,

pais e filhos são caminho para amarmos todos os

outros que encontrarmos em nosso caminho.

Amor apesar de se substantivo abstrato, só vale

se se realizar na concretude da vida. Amor é

mandamento. Amor torna o outro precioso e

único. É na família que somos convidados a

aprender a cuidarmos uns dos outros. Essas

experiências quando vividas autenticamente,

constroem solidariedade. Esse é o desafio ao

qual somos chamados.

FAMÍLIA, PESSOA E SOCIEDADE II

Padre Jorge Alves Filho

O homem

é imagem

de Deus

na socie-

dade e na

família.

Torna-se

imagem e

seme-

lhança, não só por sua humanidade, mas também

por sua comunhão: homem e mulher. É na dife-

rença que o ser humano se encontra. Seu corpo é

manifestação da sua identidade e do enriqueci-

mento recíproco a que é chamado, pois foi cria-

do no amor de Deus e deve expandir este amor.

A cultura em que vivemos é marcada por uma

filosofia na qual os homens são indivíduos que

buscam suprir suas próprias necessidades, e é

vendida a idéia de que é preciso “se dar bem”,

como se vivêssemos num universo autônomo.

Cresce também a indiferença em nossa socieda-

de, e faz parte do processo de secularização.

Como discípulos missionários, temos pela frente

o desafio de ajudarmos o homem a viver nesta

sociedade, evitando a secularização, o distanci-

amento do senso religioso, pois cremos que sem

Deus (do qual somos imagem) jamais consegui-

remos nos encontrar.

Não basta uma religiosidade somente intimista,

mas é preciso resgatar a vivência em comunida-

de: é ela que nos aproxima do princípio da co-

munhão de pessoas, para a qual fomos criados e

que nos define enquanto seres humanos.

É preciso amar profundamente a sociedade e o

homem de hoje, para ajudá-los a se encontrarem.

É preciso termos um olhar crítico sim, mas, an-

tes de tudo, abertos para o que há de bom no no-

vo. Valem os seguintes questionamentos:

- Será que a sociedade não tem nada de bom a

oferecer à família?

- Não deveríamos nos abrir às boas coisas no-

vas, sabendo “viver no mundo, sem sermos

do mundo”?

- Temos dificuldades em entender os novos

tempos?

Page 12: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1122

- Será que só porque o homem pós-moderno

não segue nossos padrões, isso quer dizer que

ele também não esteja em busca da felicida-

de, da sua realização?

- Quais são os novos valores que está buscan-

do?

- Sabemos diferenciar valores de simples tradi-

ções?

- Reconhecemos que nestas realidades é que

estão se construindo os indivíduos?

Concluo com as palavras de João Paulo II: “A

família cristã é, portanto, chamada a fazer a ex-

periência de uma comunhão nova e original, que

confirma e aperfeiçoa a comunhão natural e hu-

mana. Na realidade, a graça de Jesus Cristo, «o

Primogênito entre muitos irmãos», é por sua na-

tureza e dinamismo interior uma «graça de fra-

ternidade» como a chama Santo Tomás de A-

quino. O Espírito Santo, que se infunde na cele-

bração dos sacramentos, é a raiz viva e o alimen-

to inexaurível da comunhão sobrenatural que es-

treita e vincula os crentes com Cristo, na unida-

de da Igreja de Deus. Uma revelação e atuação

específica da comunhão eclesial é constituída

pela família cristã que também, por isto, se pode

e deve chamar «Igreja doméstica».” (Familiaris

Consortio, 21)

FFAAMMÍÍLLIIAA,, PPEESSSSOOAA EE

SSOOCCIIEEDDAADDEE IIIIII Padre João Batista Libânio

Que elementos teóricos

iluminam a realidade

familiar? É preciso ter

uma abordagem dialéti-

ca que olhe e afirme o

que há de bom, e que

olhe e negue o que há

de mau. Nenhuma famí-

lia, nenhuma realida-

de humana é totalmente

positiva ou negativa.

Ao longo da história,

vemos primeiramente a

família patriarcal, que

teve seus prós e contras. Ela vinha pronta da cul-

tura, das experiências transmitidas de geração

em geração. Esta família dava segurança, cada

um sabia o seu papel. Por isso, as pessoas eram

mais maduras.

Num segundo momento esta família tradicional

foi bombardeada por quatro torpedos:

- Ciência: que pôs em crise os ensinamentos

familiares (especialmente filosofia moderna,

sociologia e psicologia)

- Subjetividade: “penso, logo existo.” (Descar-

tes). A cultura decidia por nós e agora eu

descubro que sou livre para decidir por mim

mesmo.

- Autonomia: o ser humano acha que basta-se

a si mesmo.

- Práxis: o pragmatismo, ativismo e utilitaris-

mo de Carl Marx.

““NNoossssaa ssoocciieeddaaddee

ffrraaggmmeennttaaddaa éé uumm

ccaalleeiiddoossccóóppiioo.. FFoorrmmaa

iimmaaggeennss bboonniittaass,, mmaass

ssããoo aappeennaass ccaaccooss.. ÉÉ

pprreecciissoo jjuunnttaarr ooss

ppeeddaaççooss..””

Hoje é preciso pensar na casa que construímos e

não vem mais pronta como antigamente: e ela se

constrói pelas relações. É preciso manter boas

relações porque a família não vem mais pronta,

ela vai se fazendo. Vamos trabalhar, então, os

relacionamentos! Se a criança percebe que o pai

e a mãe tem uma relação de amor e de ternura, e

que com ele mesmo, o filho, uma dialética de

carinho e limite, ele aprenderá a ter bons rela-

cionamentos. Essa é a receita para a formação

do caráter. Doçura e norma, disciplina.

Nossa sociedade fragmentada é um caleidoscó-

pio. Forma imagens bonitas, mas são apenas ca-

cos. É preciso juntar os pedaços. Olhar para a

vida e juntá-la no grande contexto do plano da

salvação. Nesta tarefa nos ajuda muito a Palavra

de Deus.

Na próxima edição continuaremos com mais palestras. Aguarde e confira.

Page 13: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1133

FFoorrmmaaççããoo ddee aaggeenntteess ddaa PPaassttoorraall

FFaammiilliiaarr –– DDeeccaannaattoo LLaarraannjjeeiirraass ddoo SSuull

DDIIOOCCEESSEE DDEE GGUUAARRAAPPUUAAVVAA

Nos dia 17 e 18 de setembro na Casa de Lí-deres em Laranjeiras do Sul aconteceu o 1º retiro de Formação de Setores para Agentes da Pastoral Familiar, tivemos a participação de agentes vindos de todas as paróquias e a presença do Padre Jefferson Slussarek, as-sessor do Decanato Laranjeiras. Os temas foram muito bem desenvolvidos e de uma forma muito dinâmica, quem esteve presen-te se surpreendeu, e retornou a suas paró-quias com muitas expectativas e entusias-mado com o trabalho, podendo assim me-lhorar o que já é bom.

Parabéns aos organizadores que foram mui-to criativos e dinâmicos neste processo de formação percebe-se que cada um deu o seu

melhor, houve muita humildade com intera-tividade, respeitando as dificuldades de ca-da um e isso vai fazer a diferenças nos tra-balhos desenvolvidos daqui em diante.

Parabéns às paróquias que estiveram pre-sentes onde unidos com o mesmo objetivo: entender melhor a vontade de Deus para os trabalhos, e fazer tudo de acordo com o que manda nossa querida igreja.

Além de todos os assuntos pertinentes a agentes de pastoral também houve espaço para o período em que vivemos Santas Mis-sões Populares, temos que como agentes de pastoral apoiar e nos comprometer também com uma igreja missionária.

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1144

RReettiirroo ddee CCaassaaiiss -- DDeeccaannaattoo PPiittaannggaa

DDiioocceessee ddee GGuuaarraappuuaavvaa

Retiro de Casais realizado nos dias 09, 10 e 11 de setembro na Casa de Forma-ção São José Freinadmetz,

Tivemos a grata satisfação de contar com a participação de 40 casais vindos das di-versas paróquias que compõe o Decanato Pitanga, de nossa Diocese.

Os momentos foram variados. Descontra-ção nas atividades, humor, carinho e grande espiritualidade proporcionado pe-los agentes de Pastoral Familiar que ao mesmo tempo em que uns desenvolviam o tema os demais agentes estavam com o terço nas mãos em vigília de em oração pelas famílias envolvidas. Muita seriedade na discussão de assuntos que afetam nos-so dia-a-dia. O clima estava muito agra-dável tanto pela descontração e acolhida dos agentes como pelo sol que depois de dias de chuva deu o ar da graça para ale-grar e aquecer os três dias que farão a di-ferença para os 40 casais que ali estive-ram.

Pudemos observar casais sendo abençoa-dos. Relembrando conceitos, acertando diferenças, perdoando-se, alegrando-se juntos, orando juntos, chorando juntos. Coisas que fazem parte de um casamento sadio.

O fim da tarde de sábado foi marcado pela Celebração Eucarística com Benção das Alianças e Renovação dos votos matrimo-niais.

A participação ativa dos Padres Avelino assessor da Pastoral Familiar no decanato, Padre Adriano e Padre Paulo fizeram a di-ferença no apoio aos agentes e presença da graça na vida dos casais participantes.

Deus abençoe os coordenadores do Deca-nato Pitanga Emílio e Negibe e toda sua equipe pelo belíssimo trabalho que vem desenvolvendo em prol das famílias de nossa Diocese.

Colaboração: Gerson e Dalva

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1155

RReettiirroo ppaarraa ccaassaaiiss eemm UUnniiããoo ddaa VViittóórriiaa Fonte: catedraluniao.com

Aconteceu na Catedral Sagrado Cora-

ção de Jesus em União da Vitória nos di-

as 17 e 18 de setembro um retiro para ca-

sais. Momento de crescimento na fé troca

de experiências e oração.

O nosso agradecimento a Deus por nos

permitir esse momento de graças em nos-

sa comunidade, as pessoas que trabalha-

ram, organizaram e não mediram esfor-

ços para que tal evento pudesse aconte-

cer, aos casais que acolheram com tanto

carinho o convite de Deus e claro não

podemos esquecer a equipe da Pastoral

Familiar vinda de Guarapuava para mi-

nistrar este retiro.

Que Deus recompense a todos pelo es-

forço e dedicação. É pelo empenho e a

generosidade de tantos que conseguimos

construir um futuro melhor para nossas

famílias. Que Jesus seja o centro de nossa

vida e das nossas famílias.

Page 16: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1166

BBeennttoo XXVVII:: ppeerrtteenncceerr àà IIggrreejjaa éé

qquueessttããoo sséérriiaaConvida a não ficar com uma ideia “superfici-

al” sobre a Igreja.

A Igreja não é “uma das muitas organizações

presentes numa sociedade democrática”, mas o

próprio corpo de Cristo; pertencer ao Corpo de

Cristo constitui uma “decisão séria” que cada

um tem de tomar.

O Papa fez essa afirmação no fim da tarde des-

ta quinta-feira (22/set), em Berlim, ao presidir

à celebração da missa no Estádio Olímpico,

com a presente de 70 mil católicos,no contexto

de sua viagem à Alemanha.

“Alguns olham para Igreja, detendo-se no seu

aspecto exterior – constatou o Papa – e assim

“ela aparece-lhes apenas como uma das muitas

organizações presentes numa sociedade demo-

crática; e, segundo as normas e leis desta, se

deve depois avaliar e tratar inclusive uma figu-

ra tão difícil de compreender como é a «Igre-

ja»”.

“Se depois se vem juntar ainda a experiência

dolorosa de que, na Igreja, há peixes bons e

maus, trigo e joio, e se o olhar se fixa nas rea-

lidades negativas, então nunca mais se des-

venda o grande e profundo mistério da Igreja.”

“Crescem insatisfação e descontentamento, se

não virem realizadas as próprias ideias super-

ficiais e erróneas de «Igreja» e os próprios

«sonhos de Igreja»”, disse o Papa.

Bento XVI se referiu ao evangelho recém-

proclamado: “Jesus não diz: «Vós sois a videi-

ra»; mas: «Eu sou a videira, vós os ramos». Is-

to significa: «Assim como os ramos estão li-

gados à videira, assim também vós pertenceis

a Mim! Mas, pertencendo a Mim, pertenceis

também uns aos outros»”.

Esta relação recíproca – advertiu o Papa –

“não se trata de qualquer relação ideal, imagi-

nária, simbólica, mas é – apetece-me quase di-

zer – um pertencer a Jesus Cristo em sentido

biológico, plenamente vital”.

“Ele continua a viver na sua Igreja neste mun-

do. Ele está connosco, e nós estamos com Ele.

«Porque Me persegues?»: destas palavras se

conclui que é a Jesus que ferem as persegui-

ções contra a sua Igreja. E, ao mesmo tempo,

não estamos sozinhos quando somos oprimi-

dos por causa da nossa fé. Jesus está conosco.

A Igreja é o “«universal sacramento de salva-

ção», que existe para os pecadores, a fim de

lhes abrir o caminho da conversão, da cura e

da vida. Esta é a verdadeira e grande missão da

Igreja, que Cristo lhe conferiu”, afirmou, rejei-

tando outras “visões superficiais”.

“Cada um de nós vê-se aqui confrontado com

tal decisão. E o Senhor, na sua parábola, insis-

te na seriedade da mesma: «Se alguém não

permanecer em Mim, é lançado fora, como um

ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados

ao fogo, e ardem»”.

“A escolha aqui pedida faz-nos compreender,

de modo insistente, o significado existencial

da nossa opção de vida.”

“Ao mesmo tempo a imagem da videira é um

sinal de esperança e confiança”, pois Deus

“sabe transformar em amor mesmos as coisas

pesadas e acabrunhadoras da nossa vida. Im-

portante é «permanecermos» na videira, em

Cristo”.

“No nosso tempo de inquietação e indiferença,

em que tanta gente perde a orientação e o a-

poio; em que a fidelidade do amor no matri-

mónio e na amizade se tornou tão frágil e de

breve duração; em que nos apetece gritar, em

nossa necessidade, como os discípulos de E-

maús: «Senhor, fica connosco, porque anoite-

ce, sim, é escuro ao nosso redor!»; aqui o Se-

nhor ressuscitado oferece-nos um refúgio, um

lugar de luz, de esperança e confiança, de paz

e segurança. Onde a secura e a morte ameaçam

os ramos, aí, em Cristo, há futuro, vida e ale-

gria.” Fonte: Zenit.org

Page 17: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1177

ENCONTROS DE FORMAÇÃO NA DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

No mês de setembro, a Comissão Diocesana de

Pastoral Familiar da Diocese de São José dos Pi-

nhais promoveu dois encontros de formação para

casais agentes de Pastoral Familiar.

No dia 11 de Setembro de 2011, foi promovido no

salão da Paróquia Senhor Bom Jesus, em São José

dos Pinhais, um encontro de formação, para casais

coordenadores paroquiais da Pastoral Familiar.

Estiveram presentes vinte e três casais das diversas

paróquias, além da coordenação diocesana, asses-

sores, coordenação dos setores, palestrantes e e-

quipe de apoio. Foram apresentados temas como:

espiritualidade - necessidade do encontro pessoal

com Jesus, painéis sobre a Assembléia do Regio-

nal Sul II da Pastoral Familiar, 1º Simpósio Na-

cional da Família e XIII Congresso Nacional da

Família; motivação e liderança na Paróquia e di-

nâmica sobre o trabalho em grupo. O objetivo era

mostrar aos casais participantes os requisitos es-

senciais para o trabalho de agentes de pastoral fa-

miliar na coordenação que são a espiritualidade, a

formação contínua e o planejamento.

No dia 25 de setembro na paróquia Nossa Senhora

de Fátima em Fazenda Rio Grande foi realizada

uma formação sobre o Setor de Casos Especiais

com enfoque em Casais em Segunda União. Nesta

formação participaram 63 pessoas. Inicialmente

foi feita a apresentação do Setor de Casos Especi-

ais nos seus três subsetores: famílias em situações

conflitivas, situações irregulares e situações espe-

ciais. Em seguida o enfoque recaiu sobre a urgên-

cia no tratamento da acolhida dos casais em Se-

gunda União em nossas comunidades. Os agentes

foram esclarecidos sobre o conceito de casais em

2ª união: Casais em 2ª união são os que, tendo-se

casado uma primeira vez no rito sacramental cató-

lico (sacramento do matrimônio), posteriormente

se divorciaram, conforme as leis civis e contraí-

ram, também civilmente, novo casamento ou nova

união estável. A igreja não reconhece como válida

essa 2ª união, se o primeiro matrimônio foi válido,

porém não os abandona, mas sim incentiva o aco-

lhimento e a ação evangelizadora dessas famílias.

Na apresentação da Ação Pastoral foram expostas

as dificuldades para o acolhimento destes casais e

as principais vias para o bom acolhimento.

Os agentes conheceram a metodologia que já está

sendo implantada na diocese para a ação pastoral

com estas famílias (encontros de reflexão, reuni-

ões mensais e retiros de espiritualidade no modelo

do Bom Pastor).

Page 18: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1188

A questão da nulidade matrimonial foi exposta pe-

lo Diác. Lourival, um dos Assessores da Pastoral

Familiar na diocese.

Três questões foram reforçadas durante o encon-

tro: a acolhida, a necessidade da apresentação da

misericórdia divina e da verdade aos casais que

vivem em situações irregulares. O casal Jefferson

e Ione apresentou o seu testemunho do acolhimen-

to que teve em 2004 e sua caminhada no grupo de

reflexão.

A Diocese de São José dos Pinhais promoverá o 4º

Retiro Espiritual para Casais em Segunda União

nos dias 22 e 23 de outubro na paróquia Nossa Se-

nhora das Dores em Araucária.

Por Faustino Suchla Filho e Maria Eloina Suchla.

Diocese de Guarapuava – Decanato Pinhão Pastoral Familiar de Turvo com nova coordenação

Após assumirem a coordenação da Pastoral Fa-

miliar da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de

Turvo, há menos de 3 meses, o casal coordena-

dor, Júlio e Eliane, montou sua equipe convi-

dando vários casais a assumirem juntamente

com eles esse desafio de trabalhar na evangeli-

zação de famílias frente à Pastoral Familiar. A-

pós movimentarem a cidade no mês de agos-

to, durante a Semana Nacional da Família, com

carreata, participação na rádio, apresentação de

peças teatrais, envolvendo também o grupo de

jovens nesse trabalho, no dia 18 de setembro a

Pastoral Familiar realizou seu 1º encontro de

Noivos.

Foi um encontro muito bem organizado, contan-

do com vários momentos que surpreenderam os

casais participantes, além dos vários assuntos

que foram abordados durante esse dia, levando

os casais a refletirem sobre a vida a dois e sobre

a importância que Deus tem dentro da família.

O casal coordenador do Decanato Pinhão, Nivia

e Marcio, esteve presente, juntamente com o se-

nhor Reinaldo, de Prudentópolis, responsável

pelo setor de casos especiais no Decanato, apoi-

ando esse início de trabalho da Pastoral Familiar

da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Tur-

vo.

O Padre Luís Carlos também esteve participan-

do do evento. “Parabenizamos o empenho do

casal coordenador Júlio e Eliane, E de toda a

Pastoral Familiar, que não mediu esforços para

realizar esse encontro de Noivos, trabalho este

que já vem mostrando bons frutos”, Ressaltou

a coordenação do Decanato Pinhão.

Marcio e Nivia / Júlio e Eliane

Page 19: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1199

DDiiáácc JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm

“A Igreja peregrina é por

sua natureza missionária.

Pois ela se origina da missão do Filho e da

missão do Espírito Santo, segundo o desíg-

nio de Deus Pai”. (AG, n.2), destacou o

Concílio Vaticano II no Decreto “Ad Gen-

tes” sobre a atividade missionária da Igre-

ja, aprovado no dia 30 de novembro de

1965.

Por sua vez, João Paulo II na Encíclica Re-

demptoris Missio – sobre a validade per-

manente do mandato missionário, de 7 de

dezembro de 1990, lembrou que “o Concí-

lio Vaticano II pretendeu renovar a vida e a

atividade da Igreja, de acordo com as ne-

cessidades do mundo contemporâneo: as-

sim sublinhou o seu caráter missionário,

fundamentando-o dinamicamente, na pró-

pria missão trinitária.”.(RM, n.1)

Dezessete anos mais tarde, o Documento

de Aparecida, de 29 de junho de 2007, ex-

plicitou que: “A Igreja é chamada a repen-

sar profundamente e a relançar com fideli-

dade e audácia sua missão nas novas cir-

cunstâncias latino-americanas e mundiais.

Ela não pode fechar-se frente àqueles que

só vêem confusão, perigos e ameaças ou

àqueles que pretendem cobrir a variedade e

complexidade das situações com uma capa

de ideologias gastas ou de agressões irres-

ponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e

revitalizar a novidade do Evangelho arrai-

gada em nossa história, a partir de um en-

contro pessoal e comunitário com Jesus

Cristo, que desperte discípulos e missioná-

rios. Isso não depende tanto de grandes

programas e estruturas, mas de homens e

mulheres novos que encarnem essas tradi-

ção e novidade, como discípulos de Jesus

Cristo e missionários de seu Reino, prota-

gonistas de uma vida nova para uma Amé-

rica Latina que deseja reconhecer-se com a

luz e a força do Espírito.”(DAp, n.11)

Ou seja, num período de 42 anos os docu-

mentos da Igreja resgatam o tema da mis-

são e o atualizam conforme as circunstân-

cias e prioridades que se percebem no con-

texto global ou continental.

A missão é de todos os cristãos, de todas

as dioceses, de todas as paróquias, de to-

das as instituições e organismos eclesiais.

Em primeiro lugar está a ação missionária,

chamada “missão ad gentes” que é uma a-

tividade primária e essencial da Igreja, e

que ainda não está concluída. É a tarefa

missionária mais específica que Jesus con-

fiou á Igreja e que é muito precisa: anunci-

ar o evangelho do Reino a todas as nações

(cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). O cumprimen-

to dessa missão não é opcional. É parte in-

tegrante da identidade cristã. Faz parte da

própria vocação.

A missão, porém, não está limitada a um

programa ou projeto. Ela exige um com-

Page 20: Pastoral Familiar - Outubro 2011

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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 2200

partilhamento da experiência do encontro

pessoal com Cristo por meio do testemu-

nho e do anúncio de pessoa a pessoa, de

comunidade a comunidade e da Igreja a

todos os confins do mundo (cf. At 1,8). É a

tarefa essencial da evangelização, que con-

sidera a opção preferencial pelos pobres, a

promoção humana integral e a autêntica li-

bertação cristã. “O discípulo, à medida que

conhece e ama o seu Senhor, experimenta

a necessidade de compartilhar com outros

a sua alegria de ser enviado, de ir ao mun-

do para anunciar Jesus Cristo, morto e res-

suscitado, e tornar realidade o amor e o

serviço na pessoa dos mais necessitados,

em uma palavra, a construir o Reino de

Deus. A missão é inseparável do discipula-

do, o qual não deve ser entendido como e-

tapa posterior à formação, ainda que esta

seja realizada de diversas maneiras de a-

cordo com a própria vocação e com o mo-

mento da maturidade humana e cristã em

que se encontra a pessoa” (DAp, n. 278e).

Os leigos, que pelo batismo são incorpora-

dos a Cristo tornando-se participantes da

missão sacerdotal, profética e régia e cons-

tituem o Povo de Deus, exercem no cotidi-

ano, em seu ambiente de trabalho, de estu-

do e de lazer, na comunidade e na família,

a missão de todo o povo cristão na Igreja e

no mundo.

Com essa perspectiva, sempre se deve con-

siderar que há uma alta porcentagem de ca-

tólicos que não tem a consciência de sua

missão de ser sal da terra, fermento e luz

do mundo. Por outro lado, faz-se necessá-

rio ter um processo de iniciação à vida

cristã em nossas comunidades que comece

com o anúncio e, com a vivência da Pala-

vra de Deus, para que aconteça a experiên-

cia do encontro pessoal com Jesus Cristo.

A família é ou deve ser a escola de comu-

nhão, fonte de valores humanos, cívicos e

cristãos. É a família, juntamente com a pa-

róquia, que deve introduzir os filhos no

caminho da iniciação cristã. Ela, deve ofe-

recer aos filhos um sentido cristão para a

vida e ajudá-los a fazer seu projeto de vida,

como discípulos missionários.

A paróquia deve ser lugar de formação

permanente e que desperte uma espirituali-

dade sólida, com plena comunhão e parti-

cipação, para que todos, de fato, não só

saibam que a missão é de todos e para to-

dos, mas, que todos sejam missionários. “É

oportuno recordar que o amor se mostra

mais nas obras do que nas palavras” (DAp

386) “Nem todo aquele que diz Senhor,

Senhor...”(cf. Mt 7,21).

Cada cristão tem a tarefa prioritária de dar

testemunho do amor a Deus e ao próximo

com obras concretas, pois a missão é de

todos os cristãos.