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Outsourcing Dinâmico e Distribuído Rui Miguel de Campos Martins Borges Maurício Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Redes de Comunicações Júri Presidente: Professor Doutor Rui Jorge Morais Tomaz Valadas Orientador: Professor Doutor José Carlos Martins Delgado Vogais: Professor Rui António dos Santos Cruz Setembro de 2009

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Outsourcing Dinâmico e Distribuído

Rui Miguel de Campos Martins Borges Maurício

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia de Redes de Comunicações

Júri

Presidente: Professor Doutor Rui Jorge Morais Tomaz Valadas

Orientador: Professor Doutor José Carlos Martins Delgado

Vogais: Professor Rui António dos Santos Cruz

Setembro de 2009

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Agradecimentos

Ao longo da vida e deste trabalho em particular, muitas pessoas me ensinaram algo. A essas

pessoas quero deixar umas palavras de gratidão. Os primeiros agradecimentos vão para os meus

pais, Amílcar Fernando Maurício e Ana Bela Maurício, pelo apoio, motivação, exemplo e paciência.

Um agradecimento especial ao Professor Doutor José Delgado pelo apoio contínuo desde o início

da tese, pelas inúmeras reuniões e sessões de esclarecimento, pela sua visão crítica, pela sua

disponibilidade em me receber e pela excelência da sua orientação.

A toda a minha família por toda a solidariedade demonstrada,

Aos meus companheiros de curso, por todas as aventuras e experiências partilhadas,

A todas as pessoas que, directa ou indirectamente, me auxiliaram durante a elaboração desta tese,

Muito obrigado a todos!

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Resumo

Este trabalho tem como principal foco a definição de uma metodologia capaz de suportar o

outsourcing de forma dinâmica e distribuída. Permitindo assim, uma parte variável de um serviço a

ser concebido in-house e dinamicamente atribuir a restante parte do serviço a um ou mais

fornecedores (através de balanceamento de carga). Para tal, realizou-se uma abordagem no intuito

de identificar e implementar os requisitos necessários para suportar de forma ubíqua a integração e

interacção das práticas do outsourcing na cadeia de valor das várias entidades organizacionais, bem

como o delineamento dos mecanismos necessários para a sua execução em situações de disaster

recovery num regime de Service-on-Demand.

Deste estudo, deverá resultar uma metodologia definida e estabelecida com o intuito de realçar o

que melhor se pratica no outsourcing clássico com um modelo que suporte o fornecimento de

serviços. Como resultado obtém-se o outsourcing dinâmico e distribuído, uma solução estratégica e

adaptativa para as organizações que usufruem de um serviço ou de uma matéria-prima para

conceber um serviço destinado aos consumidores. É através desta união de paradigmas entre

Outsourcing e Fornecimento de Serviços que se permite trazer a “mais-valia” com a adopção deste

modelo de serviços no seio empresarial. Este fluxo inter-organizacional, em soluções actuais torna-se

complexo e com pouco significado numa relação custo/benefício. Num modelo de serviços unificado,

esta prática é passível de ser executada com simplicidade tanto na óptica do(s) Fornecedor(es),

como do(s) Cliente(s) (consumidor(es) do Serviço Final) e da entidade Outsourcer (entidade esta que

recorre ao outsourcing para produzir o serviço final).

Palavras-chave

Outsourcing Dinâmico e Distribuído, Modelo de Serviços Unificado (uSIL), Risco, Modelo de

Referência, Capacidade, Disponibilidade, Relações Inter-Organizacionais, Serviços, Arquitectura

Orientada aos Serviços.

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Abstract

The goal of this dissertation is to analyze and define a methodology that is able to support dynamic

and distributed outsourcing: allowing a part of a service to be designed in-house while the remainder

is delegated to one or more external suppliers (through load-balancing techniques). As such, a

process was designed to identify and implement the necessary requisites to ubiquitously support the

integration and interaction of outsourcing between the entities that are part of a supply chain.

Additionally, pre-requisites of a number of mechanisms were defined to allow disaster recovery

situations on a service-on-demand business environment.

This study should lead to a methodology defined and established in order to highlight what best

practices in classic outsourcing exists that supports the services delivery model. As a result we obtain

the dynamic and distributed outsourcing, an adaptive and strategic solution for organizations that

receive a service or a commodity to design a service for consumers. It’s through this union of

paradigms between outsourcing and service delivery that allows bringing an "added value" with the

adoption of this model of services in organizational environment. This inter-organizational flow, in

current solutions is a complex and with low meaning in a cost/benefit relation. With an unified services

model, this practice is liable to be executed with simplicity and emphasis not only on the suppliers

point of view, but as well as on the Client (Consumer of the Final-Service) and the Outsourcer entity

(entity that relies on outsourcing to produce the Final-Service).

Keywords

Dynamic and Distributed Outsourcing, Unified Services Implementation Language (uSIL), Risk,

Reference Model, Capacity, Availability, Inter-organizational Relationships, Service-Oriented

Architecture (SOA).

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Índice

Agradecimentos ……………………………………………………………………….….….…………………. ii

Resumo …………………………………………………………….………………….….….…………………. iii

Palavras-chave ……………………………………………………………….……….….….……………….... iii

Abstract ................................................................................................................................................. iv

Keywords …………………………………………………………………………….….…..………...…...…... iv

Índice ……………………………………………………………………………………………….……………. v

Lista de Tabelas ………………………………………………………………………………………….…… viii

Lista de Figuras ………………………………………………………………………………………..........… ix

Acrónimos ………………..………………………………………………………………………..…………... xi

Capítulo 1 – Introdução …………………………………………………………………………………….. 1

1.1. Motivação e Enquadramento ………………………………..…………………………… 2

1.2. Objectivos ……………………………………………………….………………………….. 4

1.3. Cenário (Requisitos) ………………………………………………..……………………... 4

1.4. Contribuição ……………………………………………………………..……………….... 6

1.5. Estrutura do Documento….…………………...………………………………………...… 7

Capítulo 2 – Estado da Arte (Outsourcing Clássico + Gestão e Fornecimento de Serviços) … 8

2.1. Outsourcing Clássico ………………………………………………………. ………………… 9

2.1.1. Gestão Estratégica no Outsourcing ……………………………………………... 10

2.1.2. Modelo de Maturidade do Mercado de Outsourcing …………………………… 11

2.1.3. Gestão de Risco ………………………………………………………………….… 12

2.1.4. Service-Level-Agreement (SLA) ……………………………………………….… 14

2.2. Gestão e Fornecimento de Serviços ……………………………………………………….... 17

2.2.1. Gestão de Serviços IT ……………………………………………………………... 17

2.2.2. Boas-Práticas e Modelos ………………………………………………………….. 17

2.2.2.1. Six Sigma ………………………………………………………………... 17

2.2.2.2. ISO/IEC 17799:2005 …………………………………………………… 18

2.2.2.3. Control Objectives for Information and related Technology (CobIT). 19

2.2.2.4. enhanced Telecom Operations Map (eTOM) ………………………. 20

2.2.2.5. Information Technology Infrastructure Library (ITIL) v3 ……………. 22

2.2.2.6. Supply-Chain Operations Reference (SCOR) ………………………. 24

2.2.3. Service-Oriented Architecture (SOA) …………………………………………….. 26

2.2.4. Cloud Computing …………………………………………………………………... 29

2.2.5. Tecnologias no Fornecimento de Serviços ……………………………………... 30

2.2.5.1. Web-Services (WS) …………………………………………………….. 30

2.2.5.2. Extensible Markup Language (XML) …………………………………. 31

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2.2.5.3. Simple Object Access Protocol (SOAP) ……………………………… 31

2.2.5.4. Representational State Transfer (REST) …………………………….. 32

2.3. Conclusões ……………………………………………………………………………………... 32

Capítulo 3 - Trabalho Relacionado (unified Service Implementation Language) ………………. 33

3.1. Visão ……..…….………………….…………………………………………………….…….… 34

3.2. Princípios ……...……………………………………………………………………………..…. 34

3.3. Estrutura …………………………………………………………………………………….…... 36

3.4. Unified Services Framework ……………………………………………………..……….….. 37

3.5. Conclusões …………………………………………………………………………………….. 38

Capítulo 4 – Metodologia ………………………………………………………….……………………….. 39

4.1. Introdução ………………………………….…………………………...………………………. 40

4.2. Fase de Concepção de Serviços ….………….………………………….………………...... 43

4.2.1. Estágio de Estratégia dos Serviços ………………………………………………. 43

4.2.1.1.. Definição da Estratégia ……………………………………………….. 44

4.2.1.2. Gestão da Procura de Mercado ………………………………………. 45

4.2.1.3. Gestão de Risco ………………………………………………………… 46

4.2.1.4. Aplicação no Modelo de Referência ………………………………….. 47

4.2.2. Estágio de Design de Serviço …………………………………………………….. 50

4.2.2.1. Gestão de Service Agreements ………………………………………. 51

4.2.2.2. Gestão de Capacidade ………………………………………………… 52

4.2.2.3. Gestão de Fornecedores ………………………………………………. 53

4.2.2.4. Gestão de Risco ………………………………………………………… 54

4.2.2.5. Aplicação no Modelo de Referência ………………………………….. 57

4.3. Fase de Implementação de Serviços …………….………………………………..……...…. 61

4.3.1. Estágio de Pré-Produção e Implementação de Serviço …………..…………… 62

4.3.1.1. Gestão do Conhecimento ……………………………………………..………… 62

4.3.1.2. Gestão de Alterações ………………………………………………….. 63

4.3.1.3. Gestão de Riscos ……………………………………………….………. 64

4.3.1.4. Aplicação no Modelo de Referência ………………………..………… 65

4.4. Fase de Operação de Serviços ……………………….…………………………….…...…… 69

4.4.1. Estágio de Operação …………………………………………………………..… 70

4.4.1.1. Gestão de Eventos …………………………………………………….. 71

4.4.1.2. Gestão de Incidentes …………………………………………………… 71

4.4.1.3. Gestão de Problemas ……………………………………….………….. 71

4.4.1.4. Gestão de Riscos ………………………………………………………...72

4.4.1.5. Aplicação no Modelo de Referência …………………….……………. 73

4.5. Conclusões …………………………………………………………………….…………… 74

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Capítulo 5 – Validação do Conceito (Proof-of-Concept) .,,,,,………………………………………… 75

5.1. Caso de Estudo …...……………………..…………………………………………………….. 76

5.2. Conclusões ………………………..……………………………………………………………. 81

Capítulo 6 – Conclusões e Trabalho Futuro ……………………………………………………………. 82

6.1. Conclusões ……...………………………..…………………………………………………….. 83

6.2. Trabalho Futuro …,,,,,,,…………………..…………………………………………………….. 84

Capítulo 7 – Referências …………………………………………………………………………………. 85

Anexo A – Metodologia de Outsourcing Dinâmico ....................................................................…… 89

Anexo B – Diagrama de Fluxo no estágio de Estratégia dos Serviços ...………………………..…… 91

Anexo C – Diagrama de Fluxo no estágio de Design dos Serviços ……………………………..….… 93

Anexo D – Mapa Conceptual para a Gestão de Risco ……………………..……………………..…… 95

Anexo E – Anexo de Boas-Práticas ………………………………………………….…………………… 97

Anexo E.1 - ISO 20000 ………………………………………………………..…………………… 98

Anexo E.2 - CobIT .………………………………………………………………………………... 99

Anexo E.3 - eTOM ………………………………………………………………………………... 102

Anexo E.4 - SCOR .……………………………………………………………………………….. 106

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Outsourcing de SI...............................................................................................................3

Tabela 2 - Comparação entre Web-Service’s e REST ....................................................................... 32

Tabela 3 - Fases e Estágios do ciclo de vida de cada versão do serviço ........................................... 37

Tabela 4 - Factores Internos e Externos considerados para uma Avaliação Estratégica .................... 45

Tabela 5 - Categorização dos Riscos ................................................................................................ 65

Tabela 6 - Tabela de Classificação do Impacto ................................................................................. 71

Tabela 7 - Tabela de Classificação da Urgência ................................................................................ 71

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Lista de Figuras

Figura 1 - Modelo de maturidade do mercado outsourcing ................................................................ 10

Figura 2 - SLA com estrutura baseado no serviço ............................................................................. 14

Figura 3 - SLA com estrutura baseado no cliente .............................................................................. 14

Figura 4 - SLA com estrutura multi-nível ............................................................................................ 15

Figura 5 - Modelo do CobIT e dos seus principais domínios de aplicação .......................................... 19

Figura 6 - Mapa de Processos da framework eTOM .......................................................................... 21

Figura 7 - Modelo organizacional de alto nível dos cinco processos do SCOR................................... 24

Figura 8 - Colaborações SOA ........................................................................................................... 26

Figura 9 - Protocolo SOAP ................................................................................................................ 30

Figura 10 - Modelo UML simplificado de uma sociedade de serviços ................................................. 35

Figura 11 - Fluxograma Conceptual da Cadeia de Estágios do Ciclo de Vida de um Serviço ............. 36

Figura 12 - Modelo de Referência ..................................................................................................... 40

Figura 13 - Fase de Concepção ........................................................................................................ 41

Figura 14 - Fase de Implementação .................................................................................................. 42

Figura 15 - Fase de Produção ........................................................................................................... 42

Figura 16 - Influência das Actividades de Negócio da entidade organizacional nos padrões de procura

dos Serviços ..................................................................................................................................... 45

Figura 17 - Etapas da Gestão e Análise do Risco no uSIL ................................................................. 46

Figura 18 - Cenário 1 do Estágio de Estratégia ................................................................................. 48

Figura 19 - Cenário 2 do Estágio de Estratégia ................................................................................. 49

Figura 20 - Conteúdo de um Service-Agreement ............................................................................... 51

Figura 21 - Balanceamento de Carga em regime de outsourcing ....................................................... 52

Figura 22 - Intervenção Pró-activa e Reactiva da Gestão de Capacidade .......................................... 53

Figura 23 - Relações de Valor e Risco das várias classes de fornecedores ....................................... 55

Figura 24 - Timer comum ao Cenário 1 e 2 do Estágio de Design ..................................................... 57

Figura 25 - Cenário 1 do Estágio de Design (Simulação de Gestão de Capacidade de natureza Pró-

Activa) .............................................................................................................................................. 58

Figura 26 - Cenário 2 do Estágio de Design (Simulação de Gestão de Capacidade de natureza

Reactiva) .......................................................................................................................................... 59

Figura 27 - Supplier Contract Database............................................................................................. 61

Figura 28 - Âmbito da Gestão de Alterações no Fornecimento de serviços num ambiente de

outsourcing dinâmico e distribuído .................................................................................................... 63

Figura 29 – Cenário 1 do Estágio de Implementação (Knowledge Management Database) ............... 66

Figura 30 - Cenário 2 do Estágio de Implementação (Fase Inicial) .................................................... 67

Figura 31 - Cenário 2 do Estágio de Implementação (Final) .............................................................. 68

Figura 32 - Visão Interna Vs. Visão Externa do Negócio .................................................................... 69

Figura 33 - Estabilidade Vs. Tempo de Resposta .............................................................................. 69

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Figura 34 - Qualidade de Serviço Vs. Custo de Serviço ..................................................................... 69

Figura 35 - Actividades Reactivas Vs. Actividade Pró-activas ............................................................ 70

Figura 36 - Medidas de Disponibilidade ............................................................................................. 72

Figura 37 - Cenário Geral do Estágio de Operação (entre Eventos e Incidentes com a Gestão de

Problemas e Gestão Alterações) ....................................................................................................... 73

Figura 38 – Visão da Entidade Cliente .............................................................................................. 76

Figura 39 - Cenário de Activação dos sub-serviços do Marca Plano de Viagem Turística .................. 77

Figura 40 - Cenário de Falha do Fornecedor Hotel 1 ......................................................................... 78

Figura 41 - Cenário de Falha do Fornecedor Rent-A-Car X ............................................................... 79

Figura 42 - Cenário de Falha do Fornecedor Agência Excursões @ .................................................. 80

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Acrónimos

API Application Programming Interface

CEO Chief Executive Officer

CFO Chief Financial Officer

CIO Chief Information Officer

CTO Chief Technology Officer

COBIT Control Objectives for Information and related Technology

eTOM Enhanced Telecom Operations Map

FTP File Transfer Protocol

HTTP HyperText Transfer Protocol

IEC International Electrotechnical Commission

ISO International Organization Standardization

ISP Internet Service Provider

IT Information Technology

ITIL Information Technology Implementation Library

KMBD Knowledge Management Database

KPI Key-Perfomance Indicator

MSP Managed Service Providers

MTBF Mean Time between Failure

MTBI Mean Time between Incidents

MTTR Mean Time to Repair

OLA Operational-Level-Agreement

REST Representational State Transfer

RCP Remote Call Procedure

SA Service-Agreement

SaaS Software as a Service

SCD Supplier and Contracts Database

SCOR Supply Chain Operations Reference

SIL unified Service Implementation Language

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SLA Service-Level-Agreement

SLR Service-Level-Requirements

SOA Service-Oriented-Architecture

SOAP Simple Object Access Protocol

SOD Service-On-Demand

SOX Sarbanes-Oxley Act

UDDI Universal Description Discovery and Integration

USF Unified Services Framework

uSIL Unified Service Implementation Language

WS Web-Services

WSDL Web-Services Description Language

XML eXtensible Markup Language

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1.

Introdução

Motivação e Enquadramento ……………………………………………………………………………… 2

Objectivos …………………………………………………………………………………………………….. 4

Cenário (Requisitos) ………………………………………………………………………………………... 4

Contribuição ……………………………………………………………………………………………….... 6

Estrutura do Documento ……………………...…………………………………………………………… 7

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“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent. It is the one that is the most adaptable to change.”

Charles Darwin

1.1. Motivação e Enquadramento

Independentemente da tendência política de um país, convicção pessoal e cultural de uma

organização ou até da oportunidade económica que envolve, o outsourcing, está constantemente a

se suceder, crescendo rapidamente ao longo dos sectores industriais. Inicialmente, apesar de ter sido

introduzido de forma radical nas empresas para serviços como Help-Desk e Call-Center, o conceito e

a aplicação de outsourcing pode ser verificada nas diversas áreas, tais como na extracção de

matéria-prima, área financeira e até na área da saúde. Em contrapartida, as entidades tecnológicas

abriram portas para que o outsourcing fosse tratado como um componente integral do negócio dessa

empresa. Não é portanto de espantar que o outsourcing afecte as rotinas e metodologias praticadas

nas organizações e que se tenha tornado um tópico bastante popular desde inícios da década de 90.

No entanto, uma das principais ambiguidades que existem em volta da estratégia adoptada a nível

organizacional para a prática de outsourcing, é esta ser orientada à redução de custos, quando,

segundo dados estatísticos internacionais [26][23], o que é garantido na prática de outsourcing, é um

crescimento económico, não forçando realmente a que exista uma redução nos custos operacionais

das empresas.

Com este argumento, fica implícito que o principal objectivo que levará uma entidade empresarial

a praticar o outsourcing não deverá ser focado na obtenção de redução de custos, mas sim na

especialização e melhoramento do serviço que pretende fornecer ao cliente, trazendo

consequentemente um grau de reconhecimento por competência e um posterior aumento de níveis

de fidelização desses mesmos clientes, com a consequente ‘mais-valia’. Adicionalmente, a longo

prazo, poder-se-á obter uma redução de custos, mas não deverá ser este o mote que decidirá a

prática do outsourcing dinâmico e distribuído.

No que toca à real essência dos serviços, segundo Jobber[13], podemos e devemos definir um

serviço como: “Qualquer acto ou desempenho que uma entidade possa oferecer a outra, sendo este

essencialmente intangível e que não resulte na propriedade de algo, não podendo portanto vincular a

sua produção a um produto físico.” O cerne desta definição é que: “um output seja um serviço”,

independentemente do modo como esse output é gerado. Isto implica que os meios de produção dos

serviços podem mudar de forma flexível desde que o resultado final seja, no mínimo, satisfatório.

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Na Tabela 1, são apresentadas as várias definições e referências atribuídas ao outsourcing, por

especialistas de sistemas de informação:

Autor Definição

Loh & Venkatram [1992]

[16]

“.. uma contribuição significativa proveniente do fornecedor externo

de recursos humanos e/ou físicos podendo estes estar associados

ao todo ou apenas a uma componente específica da organização.”

Lacity & Hirschheim [1993]

[18]

“... a prática de adquirir um bem ou um serviço que tenha sido

previamente fornecido internamente.”

Fitzgerald & Willcocks

[1994] [11]

“... o pagamento à comissão a uma parte terceira para a gestão de

recursos de IT, pessoas e/ou de actividades e alcance dos

resultados esperados.”

Chaudhury et. al. [1995]

[34]

“… o contracto de sub-funções dos sistemas de informação dos

fornecedores aos sistemas de informação dos clientes.”

Cheon et. al. [1995]

[6]

“… a decisão organizacional de deixar uma parte ou a totalidade de

uma secção da empresa ao controlo de fornecedores externos

permitindo assim à organização atingir os seus objectivos.”

Hu & Saunders [1997]

[22]

“… a prática de negócio em que uma empresa contracta na

totalidade ou parcialmente, as operações dos sistemas de

informação a um ou mais fornecedores externos desses serviços”

Kern [1997]

[15]

“… a decisão tomada por uma organização em fornecer pessoas,

bens, sistemas IT para uma empresa terceira que em troca, gere

esses serviços, obtendo retornos monetários durante um

determinado período de tempo.”

Willcocks & Kern [1999]

[17], [25], [28]

“… o provisionamento de produtos de IT e serviços a uma

organização terceira.”

Tabela 1 - Outsourcing de SI

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1.2. Objectivos

Como primeira etapa, dever-se-á considerar a existência de um nicho de empresas que utilizem

um modelo de serviços unificado, tanto para o desenvolvimento de aplicações que permitam o

fornecimento dos variados serviços aos clientes (baixo-nível), como para o estabelecimento de

processos de negócio e monitorização dos workflows intra e inter-organizacionais (alto-nível).

A estratégia sobre outsourcing de serviços, deverá despertar os pontos fortes de uma organização

para afinar as suas competências core. Cada componente deverá reforçar o outro e se algum desses

componentes é fornecido exteriormente, deverá surgir um modelo capaz de suportar o desempenho e

a comunicação das organizações. Assim, tal como as organizações procuram esse melhoramento de

desempenho, deverão também considerar quais são as suas verdadeiras e essenciais competências

para depois decidir como e quando deverão ampliar as suas capacidades, através de parcerias em

áreas que não sejam as suas especialidades.

É nesta visão que se considera como principal objectivo deste trabalho, definir uma metodologia

capaz de suportar práticas de outsourcing, num modelo de serviços unificados. Considera-se que

este outsourcing possui as capacidades de ser distribuído, uma vez que permite a distribuição da

concepção de partes de um Serviço-Final a vários fornecedores. A capacidade de se tornar dinâmico,

deve-se à sua inclusão de forma simples numa cadeia de fornecimento de serviços em fluxos inter-

organizacionais permitindo um balanceamento de carga entre estas entidades envolvidas. Após esta

interiorização, será descrito o cenário em que este tipo de outsourcing dinâmico e distribuído poderá

funcionar de forma realmente dinâmica e distribuída, nomeadamente, os requisitos tanto funcionais

como não-funcionais para se considerar realmente plausível a existência desse nicho de

organizações capazes de assimilar e recorrer ao outsourcing dinâmico e distribuído.

1.3. Cenário (Requisitos)

Para que o mundo organizacional esteja apto para suportar este dinamismo ao nível do

outsourcing, é necessário elaborar um levantamento dos requisitos necessários para tornar a solução

de outsourcing dinâmico e distribuído exequível. Sabendo que existe a liberdade para manipular a

interface tanto do lado cliente como do lado fornecedor à luz do modelo definido, serão nomeados os

principais problemas, e como esses deverão ser resolvidos ou evitados.

Assim, esta envolvente organizacional em que se adquire ou se executa um serviço à medida das

circunstâncias poderá ser apelidada de Service-on-Demand (SOD). Em regime de SOD é exigido

uma envolvente de concepção, montagem e orquestração de serviços dinâmicos, com uma

framework de integração entre o outsourcer e os seus potenciais fornecedores. Os principais

requisitos cruciais de resolver, tanto para assegurar um constante dinamismo e flexibilidade no

processo de outsourcing, como para garantir uma sustentabilidade nas organizações, são:

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1. Integração - Sabendo que se quer obter algo por outsourcing, é necessário implementar uma

Application Programming Interface (API) electrónica capaz de ser inquestionavelmente

integrável tanto do lado do(s) fornecedor(es) como do outsourcer que trata da criação do

serviço final. Adicionalmente, o cliente também deverá obter o serviço final não necessitando

de se questionar qual o fornecedor de outsourcing que está funcional, e se é só um fornecedor

ou são vários. É portanto, necessário partir do princípio que se consegue automatizar grande

parte dos processos organizacionais nesta situação ideal, propícia para o acto de outsourcing

dinâmico e distribuído.

2. Plano-B (Disaster-Recovery) - Um dos principais factores que resulta no fracasso da prática

do outsourcing, (criando algum cepticismo por parte das empresas na entrega de uma parte do

negócio a outra entidade com ferramentas e/ou pessoal qualificado para essas tarefas), deve-

se à inexistência de mecanismos no outsourcing clássico que deverão ser activados em

situações de desastre. Apesar da existência de Service-Level-Agreement’s (SLA’s) com o

intuito de focar os aspectos para a gestão de problemas, estes apenas estão definidos para

reagir quando o fluxo dos serviços está a afectar o fornecimento do Serviço-Final diante do

Cliente-Final. Esta problemática terá de ser cuidada e resolvida por todas as entidades

envolvidas. Por isso mesmo, não deverá ser unicamente a entidade outsourcer a estabelecer

uma completa e dinâmica metodologia capaz de trazer um constante alinhamento e

sincronização à concepção dos Serviços, mas sim essa metodologia pertencer a um modelo

unificado de serviços, partilhado entre todas as entidades.

3. Gestão de Relações entre Entidades em regime de Outsourcing - É importante a existência

de uma gestão contínua da relação desenvolvida no processo de outsourcing, entre os

diversos fornecedores e o outsourcer como meio de balancear o nível de dependência entre as

várias entidades. Para tal, é necessária uma participação aberta entre os todos os

intervenientes organizacionais em relação às perspectivas e prioridades de todas as entidades,

sendo crucial a manutenção de comunicação entre estas. É também necessário assegurar que

o compromisso de objectivos concordados não é afectado com o aparecimento de problemas

numa ou várias entidades envolvidas no processo. Uma mentalidade aberta com total

transparência na comunicação entre o outsourcer e os fornecedores, deverá ser adoptada com

a finalidade de garantir sucesso no processo de outsourcing. Esta gestão das relações é

também relevante para garantir que se consegue assimilar toda a transferência da propriedade

intelectual obtida nestas práticas de outsourcing.

4. Outsourcing através de múltiplos fornecedores - Esta abordagem em que é possível obter

serviços através de múltiplos fornecedores, deverá ser considerado como uma fundamental e

adquirida prática de negócio. O outsourcer deverá manter um forte relacionamento com cada

fornecedor, desmultiplicando o risco pelas diversas entidades fornecedoras.

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O verdadeiro desafio nesta abordagem será o modo como essa gestão entre vários

fornecedores deverá ser lidada e conduzida. Com o outsourcing de múltiplos fornecedores, as

vantagens são esclarecedoras, no entanto, existem certos aspectos que deverão ser avaliados

com cautela, sendo estes:

• Complexidade técnica, uma vez que essa complexidade crescerá proporcionalmente

com o aumento de fornecedores (embora o conteúdo destes serviços estejam

normalizados);

• Dependências organizacionais, em que os contratos deverão ser cuidadosamente

estruturados numa dinâmica de múltiplas organizações envolvidas na concepção de um

serviço final. Assim, incentivos, formação e outras intangibilidades terão efeito apenas a

longo prazo;

• Planeamento de integração, deverá ser considerado com minuciosidade, uma vez que

este funcionamento unificado dos serviços necessitará de uma forma normalizada e

protocolar de monitorização, análise e reportagem.

1.4. Contribuição

A principal contribuição deste trabalho foca-se na união e conjugação de dois conceitos que se

consideram disparos, Outsourcing e Fornecimento de Serviços.

A nível do outsourcing actualmente praticado, nomeado de outsourcing clássico, foi realizado o

levantamento dos riscos inerentes à inclusão de entidades externas no fluxo de negócio de uma

organização, e analisados os principais modelos utilizados pelas organizações. Nesta análise de

casos de estudos, foram analisados tantos casos de sucesso, como casos em que o método de

outsourcing foi um fracasso. Destas situações foram retiradas conclusões sobre quais os principais

riscos a ter em conta neste tipo de ambiente organizacional.

A nível da Gestão e Fornecimento de Serviços, foram analisados os modelos, boas práticas e

tecnologias que suportam este conceito de fornecimento de serviços ao longo de uma cadeia de valor

de uma organização. Tanto a Gestão de Serviços como o Fornecimento de Serviços possuem

modelos e práticas que apenas fazem sentido quando utilizadas a nível local (ou seja, intra-

organizacional). Quando se pretende alargar essas soluções e tecnologias a paradigmas inter-

organizacionais, o resultado torna-se complexo e baixa relação qualidade/custo/risco. É precisamente

neste paradigma inter-organizacional e perfeitamente ubíquo na generalização dos serviços que

surge o modelo de serviços unificados designado de uSIL (Unified Service Implementation

Language), desenvolvido pelo Professor Doutor José Delgado.

Baseando os conhecimentos adquiridos sobre onde está o risco quando se recorre ao outsourcing

e como as organizações funcionam a nível de Gestão e Fornecimento de serviços, utilizando este

modelo de serviços uSIL como framework, é pretendido demonstrar como uma metodologia de

outsourcing dinâmico e distribuído deverá ser definida e delineada para actuar em situações de

fornecimento de serviços de forma genérica.

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1.5. Estrutura do Documento

Este Documento está organizado em 6 capítulos, distribuídos da seguinte forma:

1. Introdução

Na Introdução, onde se inclui a presente secção, é apresentada a motivação, enquadramento,

objectivos e principal contribuição deste trabalho, bem como a organização de todo o documento.

2. Estado da Arte

Neste capítulo é realizada uma análise crítica sobre os paradigmas, metodologias,

implementações e tecnologias tanto nas práticas do Outsourcing Clássico, como nas práticas de

Gestão de Serviços e Fornecimento de Serviços.

3. Trabalho Relacionado (uSIL - Unified Service Implementation Language)

É demonstrada a visão que serve de base ao modelo proposto para o fornecimento de serviços de

forma totalmente genérica. São identificados os princípios deste modelo bem como definida a

estrutura que a informação gerada e transaccionada nesta metodologia de outsourcing dinâmico e

distribuído deverá cumprir.

4. Metodologia (Modelo de Referência)

Definição e estruturação da metodologia de outsourcing dinâmico e distribuído num modelo de

serviços unificado. Esta definição da metodologia é acompanhada e auxiliada com a explicitação do

Modelo de Referência para interpretação deste ambiente de fornecimento de serviços perfeitamente

genéricos. Ao longo das várias fases do ciclo de vida dos serviços, serão identificados os módulos a

considerar, bem como uma aplicação desses módulos no Modelo de Referência.

5. Validação do Conceito (Proof-of-Concept)

Para demonstrar o funcionamento e execução deste modelo de serviços aplicado ao outsourcing

dinâmico e distribuído, é descrito um caso de estudo, em forma de exemplificação desta solução

numa situação hipotética.

6. Conclusões e Trabalho Futuro

Nas conclusões do documento são apresentadas as principais contribuições deste trabalho e o

trabalho futuro que poderá ser desenvolvido no sentido de dar continuidade ao aqui realizado.

Na última secção deste trabalho, é ainda apresentado um conjunto de anexos que servem de

apoio ao documento.

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2. Estado da Arte

Outsourcing Clássico ………………………………………………………………………………………. 9

Gestão e Fornecimento de Serviços ………………………………………………………………......... 16

Conclusões ………………………………………………………………………………………………….. 31

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Para estabelecer com precisão este conceito de outsourcing dinâmico e distribuído é necessário

focar o âmbito do trabalho de pesquisa em duas principais áreas de aplicação dos sistemas de

informação. Pretende-se trazer realçar neste capítulo (de forma global) quais as transformações que

o outsourcing clássico tem vindo a sofrer e de que forma o conceito de fornecimento de serviços num

paradigma de modelos e arquitecturas orientados aos serviços, tem vindo a evoluir no mundo

empresarial.

2.1. Outsourcing Clássico

2.1.1. Gestão Estratégica no Outsourcing

A nível de Gestão Estratégica, para conseguir levar adiante a intenção de optar pelo outsourcing,

terão de ser estabelecidos logo de imediato certas premissas, sendo as de maior relevância as

seguintes[32]:

“Garantir que a organização do cliente e do fornecedor do serviço de outsourcing, têm a

capacidade para transportar competências e know-how para o core organizacional da

empresa”. Uma vez que não basta aceitar como suficiente a propaganda do fornecedor, que afirma

ter as capacidades exigidas, mesmo que se esteja próximo de efectuar o compromisso contratual,

considera-se de extrema importância que sejam efectuados testes para averiguar se o fornecedor

possui ou não as competências necessárias para prestar o serviço que se espera, tanto no momento,

como no futuro. Para tal ser expectável, com o melhoramento dos sistemas de informação é que

factores como a economia de escala, habilidades técnicas e gestão dos processos de negócio

poderão ser validados aquando da avaliação do contrato.

Investimento em formação bem como os custos dos operacionais para a formação, poderão ter de

ser adquiridos para garantir a selecção correcta de pessoas e habilitações. Competências chave que

deverão ter ênfase nestes contratos de outsourcing incluem a medição do desempenho de IT,

localização de nichos de serviços no mercado, gestão de projectos, capacidade de tomada de

decisões e negociação, e capacidade na resolução de conflitos. Competências em áreas como

marketing, finanças e jurídica, poderão também ser necessárias para uma melhor exploração de

mercado;

“Garantir que a cultura organizacional bem como métodos e práticas de trabalho são

compatíveis com os parceiros de outsourcing”. É necessário efectuar escolhas com alguma

prudência, prestando atenção na particularidade em que estes tipos de negócios, possuem objectivos

comuns. Logo, para uma relação de outsourcing ter sucesso, os estilos de operação e cultura têm de

ser compatíveis a todos os níveis entre o cliente e o fornecedor. A gestão destes resultados requer

um esforço constante entre ambas as partes, estando comprometidas a desenvolver um

entendimento mútuo para os workflows e na identificação de aspectos críticos da relação criada;

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“Proporcionar uma continuidade activa na concepção e desenvolvimento de contratos

entre relações empresariais com o objectivo de antecipar a mudança”. Uma vez que a

tecnologia evolui, o curso dos contratos bem como as condições de negócio têm de acompanhar

essa evolução. Portanto, é relevante suportar a capacidade de antecipação de certas prioridades e

cláusulas de forma flexível sem que afecte a evolução a longo prazo do serviço;

2.1.2. Modelo de Maturidade do Mercado de Outsourcing

Através de um estudo realizado na introdução dos vários níveis de maturidade no mercado do

outsourcing[29] que incidiu na definição de factores decisivos no negócio de serviços provenientes do

core do Outsourcer, considera-se o modelo apresentado na Figura 1.

Aspectos Factores

Outsourcer Estabilidade dos Produtos (Qualidade e Quantidade);

Número de Outsourcers;

Habilidade de lidar e controlar a Gestão de Risco.

Fornecedor Produção em Escala;

Número de Entidades Fornecedoras;

Nível de Custo, Capacidade e de Produção;

Negócio de Outsourcing Estabilidade Técnica;

Versatilidade na Composição entre Entidades e entre

Equipamentos.

Envolvente de Mercado Leis Nacionais, Regras Industriais, Entidades

Reguladores, Relações de Outsourcing.

Figura 1 - Modelo de maturidade do mercado outsourcing

Pode-se observar na Figura 1, os níveis de maturidade que evoluem horizontalmente estão

divididas em cinco fases distintas, desde a fase Inicial até à fase de Recessão, respectivamente. Isto

pretende demonstrar a evolução a que o negócio de outsourcing é submetido, sendo avaliado desde

que é introduzido, em que a capacidade (operacional) é reduzida e fraca, até um nível em que novas

tendências de negócio surgirão e a atractividade que o negócio de outsourcing tinha, passa a ser

desvalorizada, passando por níveis de franco crescimento e combinatório em que o mercado está

totalmente racionalizado com os riscos inerentes à prática de outsourcing e capacitado com meios

que permitam a produção em massa de serviços de outsourcing.

Nível de Maturidade Alto Nível de Maturidade Baixo

Recessionário

Combinativo

Partilhado

Crescimento

Inicial

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Estes níveis de maturidade, para além de espelharem uma análise do mercado ao nível de

outsourcing, possuem níveis de maturidade análogos aos níveis e dimensões a serem avaliados na

framework de estrutura organizacional dos fornecedores a suportarem o outsourcing.

2.1.3. Gestão de Risco

Apesar de existir uma vasta referência bibliográfica investigada sobre este capítulo

[12],[19].[22],[24],[32],[35],[36], Jérôme[49] com o seu extensivo e incomparável estudo e investigação

sobre a Gestão de Risco, é realçado neste subcapítulo. Pretende-se de forma explicita frisar e definir

o que “Afinar e Evitar” com a Gestão de Risco e Gestão de Relações durante a prática de outsourcing

(mapa conceptual da Gestão de Risco em ANEXO D). Estes aspectos serão numerados como os “7

pecados mortais nas práticas de outsourcing” das organizações:

1º Pecado Mortal: A prática de Outsourcing em actividades que não devem ser Outsourced.

Conhecer quais as actividades que podem ser bem realizadas por vendedores no exterior, exige uma

boa compreensão das vantagens competitivas provenientes dos Fornecedores. Essas vantagens

traduzem-se em Recursos e Capacidades que são valiosos, raros, difíceis de imitar, e de difícil

substituição que conduzem num desempenho superior. As actividades que se baseiam em tais

capacidades e recursos (isto é, as actividades core) não devem ser outsourced, porque as empresas

correm o risco de perder vantagem competitiva e o factor de distinção do ponto de vista do Cliente-

Final. Por outro lado, actividades não essenciais podem ser submetidas à prática de outsourcing por

duas razões. Primeiro, outsourcing permite às empresas a centrarem-se nas actividades que fazem

melhor e melhorar o seu desempenho global. Em segundo lugar, com transferência de actividades

não essenciais para fornecedores especializados podem ajudar a reduzir os custos e melhorar o

desempenho de tais actividades.

2º Pecado Mortal: A Selecção do Fornecedor Errado. Uma Útil distinção dos fornecedores pode

ser feita entre qualificações hard e soft:

• Qualificações Hard são tangíveis e podem ser facilmente verificadas no resultado final.

Referem-se à capacidade dos fornecedores para fornecer soluções de baixo custo.

• Qualificações Soft são comportamentais. Podem não ser verificáveis e podem variar

dependendo das circunstâncias. Importantes critérios Soft incluem bens culturais próprios, um

compromisso de melhoria contínua e flexibilidade, Confiança é um critério soft importante. Os

elevados níveis de confiança estão frequentemente associados a sucesso nas actividades

outsourcing. Na maioria dos casos, o outsourcer e o fornecedor têm diferentes objectivos

empresariais que podem resultar em conflitos de interesse. Por exemplo, o início do contrato

é geralmente mais vantajoso para o cliente do que para o vendedor. À medida que o tempo

passa, o contrato torna-se sujeito a negociações que podem gerar mal-entendidos. "O

Outsourcing é uma operação lucrativa no curto prazo. Deve permanecer rentável a longo

prazo"[99].

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A melhor maneira de identificar os melhores fornecedores, em ambas as qualificações (hard e

soft), é através da informação em primeira mão. Uma técnica útil para começar, será confiar a um

grande número de fornecedores, actividades comerciais com menor impacto no final, antes de

proceder ao outsourcing de actividades mais sensíveis para os fornecedores mais exigentes a nível

financeiro. Em primeira mão a experiência é um tanto morosa e revela-se um caminho dispendioso

para descobrir se é ou não um fornecedor eficiente e confiável. Uma forma alternativa em termos

temporais e financeiros, é a utilização de informação em segunda mão (ou seja, examinar a

reputação e nível de maturidade do Fornecedor). A reputação de competência e idoneidade é um

activo útil que os fornecedores ambicionam no intuito de atrair novos clientes.

3º Pecado Mortal: Escrever um Contrato Pobre. No que diz respeito ao próprio conteúdo do

contrato, os contratos ideais são simultaneamente:

• Precisos: Contratos mal definidos muitas vezes resultam em custos elevados e níveis de

serviço pobres. Custos e requisitos de desempenho devem ser estabelecidos desde o início e

claramente especificado no contrato;

• Completos: Escrever um contrato, que é tão completo quanto possível, tem duas importantes

vantagens. Em primeiro lugar, quanto mais completo o contrato, menor o risco de

oportunismo das entidades.

• Incentivos. O contrato deve ser escrito para encorajar o comportamento correcto dos

fornecedores. Por exemplo, o fornecedor pode obter um bónus quando aumenta o seu

desempenho de indicadores de valor empresarial. Este incentivo poderá ajudar a alinhar as

metas dos fornecedores com os objectivos empresariais dos outsourcers. O contrato deverá

também abordar a forma como a relação entre entidades poderá mudar ao longo do seu ciclo

de vida.

• Flexível: Devido à evolução da tecnologia e da constante mudança da envolvente

empresarial, a activação de práticas por outsourcing não devem ser definidos duma forma

inflexível.

4º Pecado Mortal: Negligenciar questões pessoais. A gestão eficaz de questões pessoais é crucial

porque os colaboradores geralmente vêm o outsourcing como uma desvalorização das suas

competências. Isso pode resultar num êxodo massivo mesmo antes de ser tomada uma decisão de

avançar com o outsourcing. Uma comunicação aberta é a chave para a gestão de pessoal em

questões de outsourcing.

5º Pecado Mortal: Perder controlo sobre a actividade em outsourcing. Se o mau desempenho de

um serviço é atribuído a factores como insuficiente escala económica ou a falta de especialização, a

prática de outsourcing faz sentido. Se um mau desempenho de um serviço é atribuído à má gestão,

outsourcing não é necessariamente a solução indicada. Por vezes é considerado de maior facilidade

a gestão de um Fornecedor do que um departamento (ou com produção in-house). Por outro lado, o

outsourcing implica em grandes mudanças no que diz respeito à gestão de uma actividade.

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Com o outsourcing, o controlo através da propriedade directa de bens é substituído pelo

controlo de um simples contrato ou simples parâmetros. O Outsourcing não significa abdicar. A

inexistência de uma gestão activa é que deve ser evitada a todo o custo. Como o exemplo seguinte

esclarece: Um fabricante de computadores realiza o outsourcing de uma grande parte da sua

actividade é pós-venda. Embora a lógica de outsourcing ter sido essencialmente focada na redução

de custos, um elevado padrão de desempenho do vendedor é também importante pois o serviço pós-

venda é crucial no sector da informática (e o fabricante de computadores não quererá perder o seu

volume de negócios devido ao seu vendedor outsourced).

6º Pecado Mortal: Negligenciar os custos indirectos do Outsourcing. Os custos indirectos do

outsourcing são um tema importante para a camada de gestão da organização. É também paradoxal

que esses custos sejam necessários em detrimento do resultado dos estudos de mercado para a

activação de actividade por outsourcing. Embora bem sucedido, esta investigação requer despesas

substanciais com a pesquisa do fornecedor, com a contratação e gestão de Fornecedores que podem

transformar um potencial contracto de outsourcing num completo fracasso. Considera-se fulcral

considerar o potencial impacto que os custos indirectos poderão ter na vitalidade da organização.

7º Pecado Mortal: Na ausência de Plano-B (Disaster-Recovery) como estratégia de alternativa

ou de emergência. Por vezes, as relações entre entidades que praticam o outsourcing tornam-se

como entidades dependentes dos seus investimentos para cumprir certos contratos ou manter um

certo nível de serviço padrão nos serviços que oferece. Estas iniciativas levam à inexistência de um

plano de restauração ou backup definido para quando um fornecedor, mesmo com todas as

providências para evitar falhas ou problemas, falha na mesma. É nesta perspectiva que terá de haver

uma divisão de esforços, tanto para manter os níveis de serviço esperado com os fornecedores bem

como garantir a disponibilidade de Fornecedores Alternativos em caso de falha ou desastre.

2.1.4. Service-Level-Agreement (SLA)

Ambos os intervenientes deverão estar ao corrente do que é estabelecer um contracto de SLA

bem definido e estruturado [9],[12],[24]. Actualmente existem certas negociações de outsourcing que

são baseadas unicamente na confiança mútua sem definir explicitamente no contrato, certas regras

que poderiam desencadear antecipações e explorar todas as contingências passíveis de surgir

[10],[19].

É neste seguimento, que se considera um contrato de SLA bem estruturado como um dos

ingredientes chave para se obter sucesso através de outsourcing. Este tipo de SLA’s explícitos

pretendem padronizar as transacções funcionais e sociais entre clientes e fornecedores criando

assim uma “rede” hierárquica de confiança e compromisso. Esta “rede” pretende dar suporte durante

o estabelecimento de um contrato na primeira fase de negociação entre as várias entidades

(fornecedores, outsourcer e cliente) e trazer equilíbrio entre confiança e controlo estrutural no

processo de outsourcing de serviços.

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Os SLA’s possuem 3 distintos formatos e modo de ligação entre entidades e serviços num

contracto de um terminado serviço, podendo ser estes:

- SLA com estrutura baseado no serviço (Figura 2);

Figura 2 - SLA com estrutura baseado no serviço

- SLA com estrutura baseado no cliente (Figura 3);

Figura 3 - SLA com estrutura baseado no cliente

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- SLA com estrutura multi-nível, mais complexa (Figura 4).

Figura 4 - SLA com estrutura multi-nível

2.1.5. Information Technology Service Quality Center (ITsqc)

A solução apresentada pelo departamento de IT Governance na Universidade Carnegie Mellon, o

eSourcing Capability Model [7] é um modelo de capacidade baseado em best-pratices com três

princípios:

• Oferecer orientação e melhoramento nos processos do ciclo de vida da cadeia de produção

dos fornecedores de serviços;

• Fornecer meios de avaliação da capacidade e qualidade dos serviços fornecidos aos clientes;

• Providenciar diferenciação no que toca ao fornecimento de serviços por meio de outsourcing.

Tipos de Sourcing. É efectuada uma diferenciação no tipo de categoria dos serviços disponibilizados

por parte do fornecedor, sendo:

• Selectivo - Onde apenas uma porção do negócio que um fornecedor tem, é requisitada para

um determinado serviço (e.g. pode variar desde uma simples tarefa – verifica impressão; até

um processo inteiro de facturação);

• Total - Toda uma função de negócio é fornecida (e.g. recursos humanos);

• Transitório - a velha prática de requisitar apoio operacional por um determinado período de

tempo (enquanto sistemas legados não são totalmente substituídos por um novo sistema).

Algumas destas soluções propostas, são possíveis adoptar aos vários tipos de outsourcing que se

pode pretender de uma mesma entidade fornecedora para diversos serviços, bem como para várias

entidades fornecedoras nesse mesmo cenário.

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2.2. Gestão e Fornecimento de Serviços

2.2.1. Gestão de Serviços IT

O papel das tecnologias da informação no negócio mudou bastante quando comparado com os

tempos em que o Chief Executive Officer (CEO) questionava os gestores de IT sobre a aceitação do

e-mail na organização. Hoje em dia, o IT é reconhecido como uma parte fulcral para o negócio,

situação que acarreta novos desafios e problemas: o IT é responsável por desenvolver novos e

melhores serviços de IT, tornando-os eficientes o suficiente para serem considerados uma vantagem

competitiva para o negócio da organização em que se inserem. [50]

Os gestores de IT devem assim encontrar maneiras criativas de fornecer serviços de alta

qualidade para competir mais eficientemente, ao mesmo tempo que o fazem tendo por base

orçamentos que são, grande parte das vezes, reduzidos. Para proporcionar uma vantagem

competitiva ao negócio, o departamento de IT – o qual inclui a infra-estrutura, pessoas e processos –

tem de trabalhar como uma unidade única e funcional num ambiente onde os recursos são limitados.

Muitas são as organizações que procuram na gestão de serviços de IT uma forma de se

organizarem à volta dos serviços, ao mesmo tempo que vão melhorando a sua qualidade. [44] A

gestão de serviços de IT preocupa-se com o suporte e fornecimento de serviços de IT que são

implementados como solução para os requisitos do negócio da organização.

Assim, é importante que os serviços de IT suportem as actividades nucleares de uma organização,

ao mesmo tempo que facilitam o processo de mudança sempre que o negócio necessite de evoluir

para responder às grandes necessidades dos seus clientes. Desta forma, considera-se que, cada vez

mais, o IT deve ser considerado como um dos principais stakeholders no processo de tomadas de

decisão referentes ao negócio da organização.

O negócio necessita também que lhe sejam fornecidos dados referentes às métricas dos seus

serviços, permitindo assim que se efectuem estudos estatísticos referentes à evolução dos próprios

serviços de IT. Para se obter estas métricas e os respectivos resultados é necessário que o

departamento de IT tenha consciência da sua posição actual em relação à posição onde desejam

estar, como vão chegar onde querem e como vão ter noção que atingiram os objectivos que

desejavam.

2.2.2. Boas-Práticas e Modelos

Para trazer alguma uniformidade empresarial no que toca à gestão e fornecimento de serviços,

apresentam-se os principais modelos e conjunto de boas práticas que são actualmente utilizados

pelas organizações.

2.2.2.1. Six Sigma

O Six Sigma é um conjunto de boas práticas para a gestão de qualidade dos processos, através

da melhoria contínua eliminando os defeitos/ineficácias nos processos.

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Os defeitos são definidos como desvios inaceitáveis tendo em conta as suas especificações ou

expectativas do cliente. O Six Sigma usa um modelo para definir o problema e o seu impacto, medir a

performance dos processos actuais, analisar os dados recolhidos, melhorar através da

recomendação e implementação de soluções e controlar através de monitorização contínua.

Tem como grandes objectivos:

• Melhorar a consistência dos serviços, diminuindo a variância;

• Ajudar a alinhar as IT com o negócio;

• Estabelecer prioridades de melhoria;

• Ser uma referência na qualidade de serviço;

• Fornecer uma metodologia para a melhoria contínua de qualidade de serviço dos

processos.[46]

2.2.2.2. ISO/IEC 17799:2005

Sendo a informação um recurso transversal às organizações, é importante que esta seja gerida de

acordo com o Standard de segurança dos dados e informação ISO 17999. Foca em maior detalhes,

nomeadamente [47]:

• Confidencialidade: a informação é acessível apenas a quem esteja autorizado;

• Integridade: salvaguardar a exactidão e completude da informação;

• Disponibilidade: os utilizadores autorizados devem poder aceder à informação quando

desejarem.

A ISO 17799 estabelece um guia de boas práticas para iniciar, implementar, manter e melhorar a

gestão da segurança de informação duma organização [48]. Assim, fornece as linhas de orientação e

recomendações para a criação dum plano de segurança. É constituída por onze áreas de controlo de

objectivos de segurança e uma introdutória de análise de riscos. No que concerne à análise de riscos,

os controlos de segurança devem satisfazer os requisitos definidos pela análise de riscos.

Assim, a análise de riscos baseia-se na identificação, quantificação e definição de prioridades dos

riscos relevantes para a organização e, por conseguinte, deve indicar quais as acções a tomar para

gerir os riscos identificados e quais os controlos de segurança que devem ser usados.

As áreas de controlo definidas na ISO são (ANEXO E.1):

• Política de segurança: fornecer as linhas gerais de orientação e suporte para a segurança

de informação de acordo com os requisitos de negócio, leis e regulamentações;

• Organização da segurança de informação: gerir a segurança de informação interna à

organização e a informação prestada a entidades externas;

• Gestão dos recursos: criar e manter um inventário dos recursos organizacionais e associá-

los aos seus responsáveis; classificar a informação em termos de valor, requisitos legais e

importância para a organização;

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• Segurança dos recursos humanos: assegurar que todos os stakeholders sabem as suas

responsabilidades no que concerne aos recursos de informação;

• Segurança física e ambiental: plano de prevenção de acessos físicos não autorizados ou

outras situações que possam causar danos à informação da organização;

• Gestão de comunicações e operações: assegurar uma operação correcta e segura das

funcionalidades de processamento de informação;

• Controlo de acesso: assegurar o correcto controlo de acesso à informação;

• Aquisição, desenvolvimento e manutenção de sistemas de informação: assegurar a

existência de preocupação com a segurança de informação no decorrer da aquisição,

desenvolvimento e manutenção de sistemas de informação;

• Gestão de incidentes: assegurar uma gestão de incidentes diligente, consistente e efectiva;

• Gestão da continuidade do negócio: desenvolver um plano que evite ou restringe

interrupções na prestação de serviços e/ou processos críticos devido a falhas graves ou

desastres ambientais/sociais;

• Conformidade: assegurar o correcto alinhamento entre os sistemas de informação e

regulamentações legais, estatutárias ou contratuais;

2.2.2.3. Control Objectives for Information and related Technology (CobIT)

O IT Governance Institute[45] desenvolveu um conjunto de boas práticas para o IT Governance e

controlo, designado por CobIT, que fornece um conjunto de indicadores, métricas, processos e boas

práticas para maximizar os benefícios das IT nas organizações. Estas boas práticas estão fortemente

focadas no controlo e menos na execução, situando-se no nível de gestão estratégica das

organizações, ajudando-as a definir os objectivos e a controlar as IT.

As principais motivações do CobIT são [43]:

• Alinhar as IT com o negócio através de objectivos de negócio e do controlo do risco das IT;

• Potenciar o IT Governance;

• Normalização e automação de processos de IT;

• Definir uma estrutura de auditoria;

• Conformidade com regulamentações como, por exemplo, SOX (Sarbanes-Oxley Act).

As organizações que não implementarem as boas práticas preconizadas pelo CobIT, incorrem em

vários riscos, tais como:

• Desalinhamento dos serviços de IT;

• Suporte fraco aos objectivos do negócio, provocado pelo desalinhamento dos serviços;

• Perda de oportunidades devido ao desalinhamento;

• Conhecimento fragmentado pelas pessoas em vez de haver uma visão holística do

conhecimento organizacional;

• Projecções e decisões de investimento incorrectas.

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Como é ilustrado na Figura 5, O CobIT divide-se nos quatro principais domínios de aplicação –

Plan and Organize; Acquire and Implement; Deliver and Support; Monitor and Evaluate (Anexo E.2);

Figura 5 - Modelo do CobIT e dos seus principais domínios de aplicação

2.2.2.4. enhanced Telecom Operations Map (eTOM)

O eTOM [29] é um standard utilizado para processos de negócio na indústria das

telecomunicações. Descreve todo o âmbito requerido pelo fornecedor do serviço, definindo os

elementos chave e como estes devem actuar. É normalmente comparado ao ITIL por também visar a

Best-praticies para o Sector das IT, sendo mais específico por focar uma área específica.

A Framework representa todo o conjunto de fornecedores de serviços num ambiente

organizacional. Num nível abrangente, o eTOM pode ser visto segundo três áreas de processos

principais:

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20

• Estratégia, Infra-estrutura e Produto – cobrem o planeamento e gestão do ciclo de vida

(associado com o desenvolvimento e entrega). Incluem processos que desenvolvem

estratégias, que estabelecem compromissos com o cumprimento das mesmas. Também,

desenvolvem e gerem a entrega e melhoria de produtos e infra-estrutura, e a própria cadeia

de valor;

• Operações – cobrem o núcleo da gestão de operações e de clientes;

• Gestão Organizacional – cobre a gestão de suporte à empresa e ao negócio.

A estrutura no eTOM usa uma decomposição hierárquica, de tal forma que os processos de

negócio da organização são sucessivamente decompostos numa série de níveis. Também inclui

vistas de funcionalidade de como os fluxos são emparelhados horizontalmente ao longo da

organização interna da empresa.

Por exemplo, gerir as relações de cliente envolve uma organização desde o Marketing às

encomendas, à facturação, ao suporte pós-serviços e às subsequentes vendas.

À vista da estrutura conceptual, a Framework fornece um contexto que diferencia processos de

estratégia e ciclo de vida de processos operacionais, em duas áreas de processo alargadas,

conjugadas com uma terceira área que corresponde à gestão empresarial (as três áreas de

processos descritas anteriormente). São também, identificados os processos funcionais chave, onde

se contemplam as entidades internas e externas que interactuam com a organização. Toda a

informação é estruturada em quatro blocos ao longo de várias áreas dos processos, sendo estes:

• Os processos de Mercado, Produto e Cliente incluem aqueles que lidam com gestão de

vendas, gestão de marketing, gestão de produto e ofertas bem como processos

operacionais, tais como gerir a interface com o cliente, encomendas, problemas, gestão

de SLA e facturação;

• Os processos de Serviço incluem aqueles que lidam com o desenvolvimento do serviço e

entrega de capacidade dos serviços, configuração de serviço, gestão de problemas de

serviço, análise de qualidade, e avaliação;

• Os processos de Recursos, incluem aqueles que lidam com desenvolvimento e entrega da

infra-estrutura de recursos (rede e IT), e a sua gestão operacional incluindo aspectos tais

como o estabelecimento de cláusulas, gestão de dificuldades e gestão de desempenho. A

infra-estrutura de recursos suporta produtos e serviços, bem como o suporte à própria

organização;

• Os processos de Fornecimento/Parceria incluem aqueles que lidam com a interacção da

organização com os seus fornecedores e parceiros. Envolve tanto os processos que

desenvolvem e gerem a cadeia de valor que conjuga produto e infra-estrutura, bem como

aqueles que suportam a interface operacional com os seus fornecedores e parceiros.

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21

Abaixo do nível conceptual, a Framework é decomposta num conjunto de grupos de processos,

que oferece um primeiro nível de detalhe até que toda a organização possa ser visualizada. O

desempenho desses grupos de processos determina o sucesso da organização e, por isso, têm de

ser considerados da perspectiva do CEO, CIO (Chief Information Officer), CTO (Chief Technology

Officer), CFO (Chief Financial Officer), etc.

Na Figura 6, é demonstrado, de forma resumida, o modo como os processos estão organizados

no eTOM. É preciso notar que o mapa apenas reflecte a estrutura da Framework segundo as áreas

onde intervêm os processos.

Figura 6 - Mapa de Processos da framework eTOM [29]

2.2.2.5. Information Technology Infrastructure Library (ITIL) v3

A 30 de Maio de 2007 foi publicada a terceira versão da biblioteca das melhores práticas de

gestão de Serviços de IT: ITIL v3. Uma das mudanças fulcrais desta terceira versão foi a passagem

do foco que existia no ciclo de vida dos processos e do alinhamento entre o IT e o negócio para um

foco no ciclo de vida dos serviços fornecidos pelo IT, bem como a importância da criação de valor

para o negócio (ao invés da simples execução dos processos) [2]. Desta forma, este novo foco veio

trazer considerações estratégicas e de desenho, bem como culturais e organizacionais. A visão

baseada em processos desaparece, dando lugar uma visão baseada no ciclo de vida dos serviços,

iniciando-se na estratégia dos mesmos e terminando na sua produção. Esta metodologia consiste

num ciclo composto por seis (6) fases e que, a cada iteração, pretende melhorar e evoluir a

implementação de ITIL de forma a aumentar a qualidade dos serviços fornecidos. Estas fases

traduzem-se nas seguintes questões a analisar e concretizar com respostas[50]:

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22

1) Qual é a visão?

A visão consiste numa definição dos objectivos de negócio em conjunto com o IT. A visão descrita

deve descrever o objectivo e abordar todos os aspectos do projecto de implementação de ITIL

incluindo pessoas, processos e tecnologia.

Uma boa visão deve focar-se sobre os seguintes aspectos:

• Clarificar a direcção do projecto de implementação de ITIL;

• Motivar as pessoas a agir de maneira a facilitar a implementação do ITIL;

• Coordenar as acções das diferentes pessoas;

• Sublinhar a visão da gestão de topo.

2) Onde estamos agora?

Antes de proceder à implementação de ITIL propriamente dita, será necessário definir o estado

actual da organização segundo várias perspectivas. Para definirmos o estado actual da organização,

as seguintes perguntas devem ser respondidas:

• Quão grande é o desvio entre o papel do IT e o papel que o mesmo devia desempenhar?

• O IT está orientado a objectivos que reflictam as necessidades do negócio?

• Existem processos bem definidos para alcançar os diferentes objectivos?

• São efectuadas medições do desempenho desses processos com vista à melhoria dos

mesmos?

• Os meios tecnológicos existentes suportam as necessidades dos processos e permitem

alcançar os objectivos traçados?

• As diferentes competências necessárias para a correcta gestão do IT estão bem definidas e

bem distribuídas?

Será também necessário avaliar o papel dos diferentes stakeholders, uma vez que os mesmos

definem o papel do IT, têm controlo financeiro sobre o IT e exercem grande influência nas tomadas

de decisão. Assim, terá de ser efectuada uma análise dos diferentes stakeholders, efectuando-se os

seguintes passos:

• Identificar os diferentes grupos de stakeholders existentes;

• Efectuar o mapeamento dos stakeholders nos diferentes grupos;

• Identificar relações entre stakeholders;

• Dentro de cada grupo, identificar as necessidades dos stakeholders;

• Prioritizar as necessidades identificadas.

3) Onde queremos estar?

Uma vez que temos conhecimento do panorama actual da organização, poderemos passar para a

fase de definir o panorama futuro da organização. Os resultados do benchmarking efectuado na fase

anterior foram úteis para identificar problemas em termos de pessoas, processos e tecnologia. Com

base nesses problemas deve ser efectuada uma avaliação dos mesmos com a finalidade de

prioritizar as acções de melhoria dos diferentes processos.

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4) Como chegamos onde queremos estar?

É nesta fase que o projecto de ITIL se vai concretizar. Várias são as hipóteses de iniciação do

projecto de implementação de ITIL, sendo que não existe um consenso em relação a essa matéria.

Contudo, existe um conjunto base de processos que deverão ser implementados e que trarão um

aumento de qualidade do serviço prestado.

5) Como sabemos que chegámos onde queremos estar?

Muitos projectos de implementação de ITIL falham porque, após a implementação, verifica-se que

se atingiram objectivos secundários e não os grandes objectivos.

Neste contexto, será proveitoso efectuarmos medições e auditorias sobre os processos que foram

implementados para verificar se realmente os mesmos correspondem ao esperado. Para tal é

necessário verificar se os factores críticos de sucesso foram satisfeitos e efectuar medições com

base em indicadores de performance

6) Como mantemos o ritmo?

Para manter o ritmo da implementação de ITIL, deverão ser executadas as seguintes acções:

• Consolidar as alterações efectuadas;

• Monitorizar constantemente os diferentes processos, prevenindo o aparecimento de

problemas devido ao mau funcionamento dos mesmos. Qualquer problema detectado deverá

ser alvo de uma avaliação de forma a verificar quais as alterações a efectuar ao processo;

• Rever e melhorar os processos através de uma nova iteração deste ciclo. Irá criar-se uma

nova visão, fazer uma avaliação do estado actual e futuro da organização e seleccionar as

alterações que terão de ser efectuadas aos diferentes processos de forma a aumentar a

qualidade dos serviços;

• Gerir o conhecimento, colocando-o tornando-o acessível a qualquer colaborador. Assim, a

passagem de conhecimento para novos colaboradores será mais simples e permitirá que

rapidamente os mesmos tenham conhecimento da realidade da organização, podendo actuar

mais rapidamente sobre os problemas que poderão surgir.

2.2.2.6. Supply-Chain Operations Reference (SCOR)

O SCOR é utilizado para analisar a cadeia de valor e identificar oportunidades de melhoria no

fluxo de trabalho e de informação. Procura condições para estabelecer processos padrão, métricas

de avaliação da gestão da cadeia e criar um modelo de gestão que produza melhorias contínuas de

forma eficiente. É uma Framework que procura também desenvolver um grupo de indicadores para a

gestão da cadeia logística, englobando uma comunicação de métricas em ciclo, custos,

serviço/qualidade e activos.

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Ao contrário de algumas tendências que se orientam no sentido de modelos matemáticos

para a gestão da cadeia de valor, o SCOR é orientado para a tomada de decisões. Fornece uma

estrutura comum, uma terminologia padrão e medidas de desempenho comuns associadas ao

benchmarking e às Best-pratices[52]. Estas características fazem do modelo um referencial para a

indústria de serviços, embora o sucesso da sua aplicação dependa de uma estratégia de operações

consistente com a estratégia de negócio da empresa. Estratégia essa, que tem de estar organizada

de forma a suportar processos de decisão rápidos, e as suas práticas de gestão apoiadas por

sistemas apropriados, nomeadamente por tecnologias de informação.

O SCOR é uma Framework que modela os processos segundo diferentes níveis de

granularidade, baseando-se em cinco processos de gestão distintos: Plan, Source, Make, Deliver e

Return (Anexo E.4). A Figura 8 demonstra o modelo organizacional dos processos. A um nível mais

alto apresenta as categorias dos vários processos, e a um nível mais baixo especifica os processos

incluídos em cada categoria do modelo. Para a análise da Framework, neste documento, são

considerados os grupos de processos por categorias.

Figura 7 - Modelo organizacional de alto nível dos cinco processos do SCOR [52]

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2.2.3. Service-Oriented Architecture (SOA)

O conceito de SOA é muito utilizado nos dias de hoje, por muitas organizações[38]. Porém, na

maior parte das vezes, não é aplicado correctamente, porque o conceito em si descreve duas coisas

muito distintas, as palavras (Service-Oriented) expressam uma metodologia para o desenvolvimento

de software, a palavra (Architecture) é uma perspectiva dos componentes de um sistema de software.

É esta representação de todas as peças juntas que formam uma construção.

Service-Oriented Architecture é uma estratégia que congrega a criação de todos os componentes

de software de uma empresa, seguindo a metodologia de programação orientada a serviços. A visão

SOA [41] tem como seu componente fundamental os serviços e consiste numa abordagem de

arquitectura para a criação de sistemas a partir de serviços autónomos. Com esta filosofia, a

integração é uma previsão, onde a solução final provavelmente será composta por serviços

desenvolvidos, em linguagens de programação diferentes, alojados em diversas plataformas, com

processos de negócios e modelos de segurança distintos.

Os serviços devem ser desenhados para proporcionar disponibilidade e estabilidade. Os serviços

são criados para durar, enquanto as configurações e as agregações dos serviços são criadas, para

mudar.

O SOA [39] utiliza o paradigma find-bind-execute. Nesse paradigma, os fornecedores de serviços

registam os seus serviços num registo público, onde é usado para que os consumidores de serviços

encontrem os serviços que pretendem. Se o serviço desejado estiver no registo, um contrato é

fornecido ao consumidor e um endereço para esse serviço.

Cada entidade pode tomar o papel de consumidor, fornecedor e/ou registo:

• Um consumidor de serviços é uma aplicação, um módulo de software ou outro serviço que

requer um serviço, e executa de acordo um contracto de interface.

• Um fornecedor de serviços é uma entidade direccional através da rede que aceita e executa

consulta de consumidores, e publica seus serviços e seu contracto de interfaces no registo

de serviços para que o consumidor de serviços possa descobrir e aceder ao serviço.

• Um registo de serviços é o responsável por tornar possível a descoberta de serviços,

contendo um repositório de serviços disponíveis e permitindo visualizar as interfaces dos

fornecedores de serviços aos consumidores interessados.

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Figura 8 - Colaborações SOA

As operações descritas na Figura 1 são:

• Publicar Serviço: para poder aceder a um serviço deve ser publicada a sua descrição para

que possa ser descoberto e invocado, pelos consumidores;

• Descobrir Serviço: um consumidor de serviços descobre, o serviço que cumpra os critérios

pretendidos, consultando o registo de serviços – Universal Description Discovery and

Integration (UDDI);

• Ligar e Invocar: quando o consumidor tiver a descrição do serviço, ele invoca-o de acordo

com as informações contidas na descrição do serviço.

A agilidade muitas vezes é promovida como uma das maiores vantagens da SOA [40], porque

uma organização com processos de negócios, implementados numa infra-estrutura menos rígida é

mais aberta a mudanças que uma organização limitada por aplicações monolíticas. Os serviços e

interfaces associadas devem permanecer estáveis, permitindo que sejam reconfigurados ou

reagrupados para acompanhar sempre novas necessidades das empresas. Os serviços permanecem

estáveis, contando com interfaces baseadas em padrões e em mensagens bem definidas.

Características do SOA. Erl [40] define o SOA como sendo uma tecnologia que adere aos princípios

da orientação a serviços. Quando realizados através do uso da tecnologia de Web-Services, o SOA

promove esses princípios em todos os processos de negócios e automação de uma organização.

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Algumas das principais características do SOA:

• Baixo acoplamento: os serviços mantêm um relacionamento que minimiza as dependências

entre eles, necessitando apenas que eles saibam da existência uns dos outros.

• Contrato: os serviços aderem a um contrato de comunicação, sendo definido colectivamente

por um ou vários consumidores de serviços.

• Autonomia: os serviços têm controlo sobre a lógica que encapsulam.

• Abstracção: além da descrição que está no contrato do serviço, eles encapsulam a lógica de

execução.

• Reutilização: a lógica é dividida entre os serviços com a finalidade de promover a

reutilização.

• Composição: um conjunto de serviços pode ser coordenado e agregado para formar

serviços compostos.

• Estado: os serviços guardam poucas informações específicas de uma actividade.

Benefícios intrínsecos ao SOA. Com o SOA é possível acrescentar flexibilidade e agilidade ao

negócio, mas tais objectivos para serem garantidos, uma organização deve adoptar esta visão como

uma mudança no estilo e ciclo de vida organizacional[15]. Para comprovar tais hipóteses de sucesso,

uma organização deverá alcançar certos benefícios, tais como:

•••• Redução de custos: através da divisão das funcionalidades da infra-estrutura organizacional

(auditoria, segurança, gestão, e serviços partilhados;

• Redução de redundâncias: um dos principais objectivos do SOA é a capacidade de

implementar funcionalidades uma única vez e conseguir reutilizar essas funcionalidades em

todas as aplicações necessárias;

• Melhor consistência, segurança e conformidade: Se uma regra de negócio é

implementada num serviço, então todas as aplicações que usam esse serviço terão de

aplicar essa regra de negócio de modo consistente;

• Produtividade, eficiência, eficácia e satisfação acrescida: O SOA permite o acesso a

qualquer tipo de informação que uma aplicação necessite[21]. Assim sendo, deverá suportar

os processos de negócio de forma mais eficiente para que as aplicações orientadas aos

serviços tenham uma melhor aceitação por parte do utilizador. Neste caso do outsourcing, é

imperativo ter em conta que, para aplicações externas, a melhoria de utilização e produção,

provoca também uma melhoria na satisfação do cliente final.

Impacto do SOA no Outsourcing. Com o sucesso do SOA, veio-se a aumentar o número de

debates em relação às mudanças das práticas de negócio. Muitos profissionais, peritos e

investigadores, começaram a argumentar sobre o impacto do SOA no outsourcing de sistemas de

informação[8]. É dada uma enorme ênfase no crescimento que o sector industrial tem vindo a

apresentar nas novas áreas do outsourcing de sistemas de informação e que, ao longo dos anos, o

outsourcing tem enfrentado constantes evoluções.

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2.2.4. Cloud Computing

O primeiro problema ao definir cloud computing é que cada pessoa parece possuir a sua própria

definição. Como metáfora para a Internet, "A Nuvem" é um cliché familiar, mas quando combinada

com computação o seu significado torna-se relativamente obscuro. A grande maioria dos analistas

define cloud computing como uma versão actualizada de utility computing - servidores virtuais

disponíveis através da Internet. Outros vão para além dessa definição, considerando tudo o que é

consumido para além duma firewall está "na nuvem" (outsourcing clássico exclusive)[44].

Apenas quando se reflecte acerca do que as tecnologias de informação necessitam

constantemente é que cloud computing se torna claro: uma forma de aumentar e/ou adicionar

capacidades de forma prática e rápida sem existir a necessidade de investir em novas infra-

estruturas, treinar novo pessoal ou licenciar novo software. Cloud Computing abrange qualquer

serviço por subscrição ou pay-per-use que estenda as actuais capacidades das IT em tempo real e

através da Internet.

O Conceito de Cloud Computing encontra-se num estado inicial, com um modesto conjunto de

grandes e pequenos prestadores de serviços que disponibilizam serviços cloud-based, que vão desde

grandes aplicações a pequenos serviços de filtragem de SPAM. Apresentam-se os vários ramos de

cloud computing conhecidos:

1) Saas (Software as a Service)

Este género de cloud computing distribui uma única aplicação através do browser a milhões de

clientes. Do ponto de vista do consumidor, isto significa que não existe necessidade de investimentos

a nível de servidores ou licenciamento de software. Pelo lado do fornecedor, com apenas uma

aplicação para gerir, os custos são bastante baixos quando comparados com hospedagem

convencional (Exemplo: Salesforce.com);

2) Utility Computing

Utilizada pela Amazon, Sun e outras companhias que oferecem espaço e servidores virtuais que

podem ser acedidos por pedido. A maioria das empresas adopta esta gama de cloud computing para

necessidades suplementares não críticas;

3) Web-Services

Provedores de serviços Web oferecem APIs que permitem a desenvolvedores explorar

funcionalidades através da Internet sem necessitarem de disponibilizar aplicações completas. Estes

variam entre fornecedores de serviços de negócios discretos e grandes APIs disponibilizadas pela

Google Maps, pelo Bloomberg e até serviços de processamento de cartões de crédito;

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4) Managed Service Providers (MSP)

Uma das formas de cloud computing mais antiquada, um managed service é basicamente uma

aplicação exposta às IT e não ao utilizador final, como por exemplo, serviços de scan de vírus de

email. MSPs usados pela SecureWorks e pela IBM caem nesta categoria, assim como serviços anti-

spam cloud-based.

Hoje em dia, com todas estas ligações cloud-based em evidência, a cloud computing surge como

uma larga gama de serviços que clientes podem utilizar individualmente. Assim, a ideia de vários

serviços a correr numa infra-estrutura ágil e escalável deverá eventualmente fazer parte de cada

empresa existente da “nuvem”. Cloud computing torna-se deste modo um conceito interessante de

perspectivar como esta situação utópica de modelos de serviços unificados poderá vir a tratar-se de

uma realidade bem sólida na forma de fazer negócio nas organizações de um futuro promissor

2.2.5. Tecnologias no Fornecimento de Serviços

2.2.5.1. Web-Services (WS)

Os Web-Services dependem da ubiquidade existente nos protocolos internet como é o caso do

HTTP (Hypertext Transfer Protocol) e FTP (File Transfer Protocol)[33]. O WSDL (Web-Services

Description Language) é baseada na descrição do XML (eXtensible Markup Language) para poder

interligar e descrever os serviços existentes na rede com um conjunto de endpoints (endereços e

protocolos) que operam em mensagens, sejam estas orientadas a documentos ou orientadas a

procedimentos. As operações e mensagens são descritas de modo abstracto, ligando-se a um

protocolo de rede específico e a um formato de mensagem que define o endpoint. O UDDI (Universal

Description, Discovery and Integration) é a iniciativa de criar uma plataforma independente e aberta

para (1) a descrição dos serviços disponíveis, (2) descobertas de negócios e (3) para a integração de

serviços de negócio através da Internet[21].

Modelo dos Web-Services. O modelo dos Web-Services apresenta as seguintes características:

• Existem três aplicações que desempenham as funções seguintes: pedido de dados,

disponibilização dos dados e registo dos serviços;

• Estas aplicações necessitam de trocar dados ou interagir com outras aplicações. As

interacções envolvidas no Modelo Web-Services são: publicar (publishing), procurar (finding)

e associar (binding).

• As interacções iniciais são transformadas em objectos do modelo de Web-Services. Estes

objectos incluem o serviço e a sua descrição.

SOA e Web-Services (WS). Muitas entidades organizacionais associam o paradigma SOA com

Web-Services, mas esta associação não é considerada como a mais apropriada. A arquitectura SOA

é governada por um conjunto de princípios, enquanto os WS são apenas um tipo de standard

middleware para implementar serviços.

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Esta tecnologia de Web-Services facilita o desenvolvimento de sistemas orientados aos serviços, mas

a sua utilização não garante uma iniciativa verdadeiramente aplicada ao paradigma SOA.

2.2.5.2. Extensible Markup Language (XML)

eXtensible Markup Language (XML) consiste na linguagem de marcação de dados (meta-markup

language) que fornece um formato para descrever dados estruturados, facilitando declarações mais

precisas do conteúdo, obtendo melhores resultados nas procuras realizadas através de múltiplas

plataformas[53]. O XML permite a definição de um número infinito de tags XML num sistema para

criar tags para dados estruturados. As tags XML são adoptadas por intranets das organizações e

Internet. Verifica-se uma capacidade em manipular e procurar por dados independentemente das

aplicações onde estão alojados. Uma vez que o dado foi encontrado, este pode ser distribuído pela

rede e apresentado num browser de várias formas possíveis, ou então esse dado pode ser

transferido para outras aplicações para futuro processamento e visualização.

2.2.5.3. Simple Object Access Protocol (SOAP)

O SOAP é um protocolo em XML que estabelece a troca de informação entre computadores. Muito

embora o SOAP possa ser utilizado num número diversificado de sistemas de mensagens e possa

ser entregue por diversos protocolos de transporte, o objectivo inicial do SOAP era o transporte por

chamada Remote Call Procedure (RPC) via HTTP[54]. O SOAP permite que as aplicações clientes se

liguem facilmente a serviços remotos e invoquem métodos remotos.

O SOAP é um protocolo que as aplicações utilizam para comunicar num ambiente distribuído. Isto

implica que o SOAP possa ser usado para pedir informação numa rede. Como o SOAP utiliza o XML,

o pedido pode ser feito de um computador para outro sendo processado em diferentes sistemas

operativos. A resposta ao pedido é devolvida à aplicação requisitante no formato de mensagem

SOAP. O SOAP é considerado uma base de protocolo ao formato pedido-resposta, como é visível na

Figura 9.

Figura 9 - Protocolo SOAP [54]

Limitações dos Web-Services com SOAP. Pode-se transferir só pacotes de dados usando o SOAP,

mas enquanto envia os dados pela rede, primeiro precisa de colocar os dados no formato SOAP, que

inclui o SOAP requisitante e a mensagem que necessita de ser transferida.

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Quando o requisitante encontra a aplicação fornecedora, a aplicação envia um Acknowledgement

(ACK) para a aplicação requisitante, os dados no formato mensagem XML é passada para a

aplicação requisitante. Para isso a aplicação requisitante necessita de um parser para a mensagem

XML, para o parsers conseguir extrair a informação dos dados que foram transferidos, requer um

código extenso.

2.2.5.4. Representational State Transfer (REST)

O REST, implementado na a área de cruzamento de fluxos entre organizações, o workflow do

REST actua no sentido mais amplo para descrever qualquer interface Web que utiliza também a

linguagem XML e HTTP, sem as abstracções adicionais dos protocolos baseados em padrões de

troca de mensagens (como é o caso do protocolo SOAP que deriva dos Web-Services). É possível

desenhar sistemas de serviços Web de acordo com o estilo arquitectónico do REST, descrito por

Fielding. [20]

Dado que a definição de REST é muito ampla, é possível afirmar que existe um grande número de

aplicações REST na rede (praticamente qualquer coisa acessível mediante um pedido “HTTP GET”).

De forma mais restritiva, em oposição aos Web-Services e aos RPC’s, o REST pode-se encontrar em

diferentes áreas da Web:

• A blogosfera está em sua maior parte, baseado em REST, dado que implica chamar

arquivos/ficheiros XML (em formato RSS ou Atom) que contem listas de ligações a outros

recursos;

• A Amazon.com oferece a sua interface tanto em formato REST como em formato SOAP

(sendo a versão REST a que recebe maior tráfego cerca de 85%)[43] ;

• EBay oferece uma interface REST;

• Bloglines oferece uma API baseada em REST;

• Yahoo! oferece uma API em REST.

De qualquer forma, deve-se ter em mente que as aplicações descritas acima não são total e

puramente escritas em REST, isto é, não respeitam todas as restrições que impõe a arquitectura

REST, são todas inspiradas em REST e respeitam os aspectos mais significativos e restritivos da sua

arquitectura, em particular a restrição de "interface uniforme". Estes serviços são denominados

"Acidentalmente RESTful"

2.3. Conclusões

Com a análise e pesquisa efectuada para o desenvolvimento deste capítulo, sobressai-se a

diversidade ao nível de tecnologias, frameworks e modelos que são disponibilizados e utilizados

actualmente, em que cada player defende que a sua solução é a melhor por todos os motivos.

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Cada vez mais se caminha para uma convergência de filosofias e metodologias, no sentido lato, o

que vem facilitar a interoperabilidade entre as diferentes aplicações existentes dentro das

organizações e com os parceiros de negócio (sejam estes de que sector empresarial se trate). As

metodologias, os modelos, as best-pratices e as tecnologias apresentadas vão precisamente nesse

sentido, em que já se tenta aproximar à filosofia SOA. Nota-se uma evolução no sentido que os

grandes vendedores do mercado, estabelecem uma base comum, definem padrões, o que permitiu

agilizar a Internet e favorecer a interoperabilidade entre as suas aplicações. Foram conseguidos

avanços significativos, em vários domínios, como exemplo o SOAP (que é o protocolo de excelência

dos Web-Services).

O REST devido à sua simplicidade por apoiar na estrutura da rede no protocolo HTTP, tem

como conceito base os recursos, não precisando de uma interface de descrição, não necessita de

ocupar tanta largura de banda (o que lhe aumenta a performance entre grandes sistemas).

Seguidamente, na Tabela 2, apresenta-se uma comparação entre a tecnologia de Web-

Services com a tecnologia REST.

W-S REST

Paradigma

Centrado nos Documentos

Centrado nos Protocolos

Visão

Um serviço produz um documento;

Data binding;

Decompõe o universo em recursos tão

simples quanto necessário para suportar

apenas leitura e escrita;

Ênfase

Formato da representação dos dados;

Protocolo de ligação;

Problemas

Complexidade;

Granularidade;

Desempenho;

Cliente necessita de conhecer

antecipadamente as operações

existentes e semântica;

Baixo nível;

Adequa-se pouco a serviços;

Falta de visão semântica;

Vantagens

Integração Empresarial;

Simplicidade;

Desempenho;

Tabela 2 - Comparação entre Web-Service’s e REST

É assim neste enquadramento que surge o modelo de serviços unificados uSIL [1], como um

modelo capaz de suportar a metodologia de outsourcing dinâmico e distribuído desenvolvida neste

trabalho, devido a:

(1) O seu paradigma ser centrado aos serviços;

(2) Apresentar como ênfase a interacção directa serviço-a-serviço;

(3) Incluir como principais vantagens, tratar-se de ser um modelo unificado que suporta qualquer

tipo de serviços e ser genuinamente orientado a serviços.

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3. Trabalho Relacionado

(unified Service Implementation Languange)

Visão …………………………………………….…………………………………………………….…….… 34

Princípios …………………………………………………………………………………………………..…. 34

Estrutura ………………………………………………………………………………………………….…... 36

Unified Services Framework ………………………………………………………………………….….. 37

Conclusões ………………………………………………………………………………………………….. 38

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3.1. Visão

A visão que serve de base ao modelo proposto para desenvolver a solução, corresponde a uma

sociedade centrada no conceito de serviço, entendido como universal e não apenas num dado

contexto. Ou seja, as tradicionais infra-estruturas de suporte ao negócio (IT, logística, distribuição,

etc.) devem ser elas próprias parte integrante do negócio e os seus serviços serem considerados

serviços de negócio, como qualquer outro. A gestão deve ser global, unificada e dinâmica. Os

tradicionais silos organizacionais devem ser essencialmente vistos sobre uma única realidade

expansiva e dinâmica, não correspondendo a divisões reais, estanques e estáticas[1].

3.2. Princípios

Com esta solução, pretende-se possuir:

(1) A capacidade de analisar e avaliar a envolvente de mercado;

(2) A capacidade do outsourcer e do(s) fornecedor(es) se adaptarem ao que o cliente quer;

(3) Se os fornecedores estão a ser acompanhados de uma constante monitorização de

balanceamento de carga e a serem apoiados por mecanismos de suporte a

desastres/recuperações.

Assume-se que o comportamento de qualquer sistema pode ser modelado por uma sociedade de

serviços implementados com base em recursos e que interagem por troca de mensagens entre si e

pela transformação do estado de outros recursos e bens. Os serviços a que este modelo se refere

são totalmente genéricos e envolvem todas as áreas, tais como serviços de base informática,

logísticos, financeiros, etc.

Para tal, o paradigma dos serviços deverá ser encarado como uma especialização do paradigma

dos objectos, cujos princípios fundamentais incluem:

• Um sistema como sendo uma sociedade de objectos que interagem entre si (Figura 10);

• Um objecto deve encapsular o estado e comportamento, podendo depois ser sujeito ao

princípio do encobrimento da informação (escondendo toda a informação que não seja

relevante para a interacção entre objectos);

• O comportamento de um objecto ser passível de organizar em operações, estas constituídas

por conjuntos de acções;

• Os objectos interagem por mensagens, em que cada objecto é que decide o que fazer (que

operação invocar) perante o teor da mensagem recebida;

• Um sistema executado por classes, em que uma classe é a descrição de um dado objecto.

Uma classe pode ter muitas instâncias que partilhem a mesma descrição (comportamento e

estrutura do estado). O valor do estado não deve ser guardado, pois este é independente de

instância para instância;

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• Deve ser possível definir uma nova classe (derivada) à custa de outra classe já existente,

podendo obter por partilha, a sua descrição, mas com a possibilidade de acrescentar novas

características e/ou redefinir as já existentes (herança ou delegação);

• Suporte para a substituição de um objecto por outro pertencente à mesma classe (ou

derivada) sem quebra de capacidade de tratamento das mensagens dirigidas ao objecto

original, ou seja suporte do polimorfismo.

Figura 10 - Modelo UML simplificado de uma sociedade de serviços [1]

No paradigma dos objectos, nada é dito sobre a evolução temporal das classes dos objectos, nem

sobre a fiabilidade da existência dos objectos ou do meio de comunicação de mensagens. A noção

de distância geográfica e de tempo de comunicação não existem, nem geralmente se tomam medidas

especiais de robustez face a eventuais falhas de comunicação entre objectos (o que não propicia

uma visão de práticas de outsourcing).

O que o paradigma dos serviços unificados pretende, é especializar o paradigma dos objectos de

forma a aplicá-lo ao mundo real dos serviços, em que a noções típicas de um sistema distribuído

(distância, tempo, fiabilidade e evolução) são fundamentais de se considerar e ter em conta.

Assim, pode definir-se o paradigma dos serviços como uma especialização do paradigma dos

objectos, mantendo o que este já tem mas explicitando que:

• Um serviço é uma especialização do conceito de classe, por inclusão das características

específicas do paradigma dos serviços (mas os princípios básicos de classe, instanciação,

comunicação por mensagens, encobrimento de informação, reutilização por herança,

polimorfismo, mantêm-se);

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• Um sistema é, em primeira instância, uma sociedade de serviços que interagem entre si. Há

objectos que não são serviços (recursos que servem de base à implementação dos serviços,

nomeadamente), mas a modelação e organização de sistemas são claramente orientadas

aos serviços;

• Os serviços não têm um comportamento fixo mas pode variar ao longo do tempo, de forma

independente dos restantes. Têm um ciclo de vida, que se renova em sucessivas versões;

• Nenhum serviço pode (deve) depender da fiabilidade da existência de outro nem sequer do

meio de comunicação de mensagens entre serviços. Todos os serviços devem estar

preparados para não conseguir comunicar com um ou mais dos serviços com que tem

previsto interagir (o modo de lidar com essa situação é responsabilidade do serviço).

3.3. Estrutura

Este modelo não se destina apenas a modelar sistemas de informação, mas sim sistemas

completos (incluindo as próprias entidades do mundo real) em que os aspectos mais relevantes

sejam a organização de entidades que interajam por meio de prestação de serviços. Os serviços

dizem assim respeito a qualquer domínio e são ubíquos[1].

É importante referir que um Serviço é, em rigor, uma classe e não passa de um conceito. A

instância de um serviço é um objecto cuja funcionalidade pode ser invocada por outra instância de um

serviço. No entanto, por simplicidade, designa-se a instância de um serviço simplesmente por serviço.

A Figura 11 ilustra a ligação dos vários estágios. A ideia fundamental é que se passa pelos vários

estágios de concepção e implementação até chegar ao funcionamento, em que a par da operação se

vai avaliando os vários Key Perfomance Indicators (KPI’s) do sistema, para verificar se estes estão

dentro dos valores esperados.

Figura 11 - Fluxograma Conceptual da Cadeia de Estágios do Ciclo de Vida de um Serviço [1]

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Na Tabela 3 demonstra-se em maior detalhe cada uma das Fases do ciclo de vida do serviço, com

os seus estágios e principais actividades a concretizarem.

Fase Estágio Principais Actividades

Estratégia Definição da estratégia;

Definição dos KPI's estratégicos de avaliação do serviço.

Concepção Análise Análise de Requisitos;

Modelo do problema.

Modelo da Solução;

Design Definição da Arquitectura da Solução;

Definição dos KPI's concretos de avaliação do serviço.

Desenvolvimento Implementação dos componentes necessários;

Gestão desses esforços (Project Management / Workforce

Management).

Implementação Pré-Produção Montagem de todos os componentes do serviço em pré-produção;

Testes (pré-produção ou de produção parcial).

Instalação Incorporação do serviço no sistema (colocação em produção);

Gestão da configuração dos serviços e componentes.

Operação Execução dos pedidos de execução das funções do serviço;

Administração do serviço.

Produção Monitorização Monitorização do funcionamento operacional do serviço;

Detecção de Eventos.

Avaliação Avaliação do funcionamento em termos dos KPI's;

Gestão do serviço.

Libertação dos recursos utilizados por esta versão do serviço;

Transição Finalização Passagem de recursos para a nova versão do serviço;

Finalização graciosa desta versão do serviço.

Extinção Eliminação completa do serviço (sem nova versão);

Libertação global de todos os recursos e componentes.

Tabela 3 - Fases e Estágios do ciclo de vida de cada versão do serviço [1]

3.4. Unified Services Framework - USF

A framework designada por USF (Unified Services Framework), em que a palavra Unified exprime

o requisito fundamental de se poder aplicar a qualquer tipo de serviço, num sistema heterogéneo,

surge como modelo capaz de expressar e estruturar os diversos aspectos que devem ser tidos em

consideração ao conceber, implementar, operar e gerir um serviço ou um grupo de serviços.

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Pretende-se desta framework a possibilidade de desenvolver uma arquitectura de um sistema

empresarial com base no paradigma da sociedade de serviços. O USF apresenta a visão pelo ponto

de vista de um serviço, pelo que parece faltar a visão global de como é que os vários serviços se

coordenam entre si. No entanto, o modelo reflecte apenas a visão recursiva dos serviços. Todo o

sistema pode ser descrito por um serviço (visão macro), que depois se pode decompor em serviços

de mais baixo nível[1],[3]. Os princípios da framework aplicam-se em qualquer nível de granularidade

e abstracção.

O USF apresenta uma correspondência à framework de Zachman. No entanto, a framework de

Zachman é apenas direccionada a implementações orientadas aos processos[27]. Assim, como

principal diferença no USF, é notada a separação dos serviços e dos sistemas em subsistemas. Com

esta separação, é possível considerar em maior detalhe cada um desses serviços e é promovido o

princípio do encobrimento da informação, reutilização por herança e polimorfismo.

O USF usa eixos e células no cruzamento de cada valor possível dos eixos, numa envolvente de

cinco dimensões (eixos):

1. Ciclo de Vida (estágios) – com graus de granularidade;

2. Intervenção (áreas) – com graus de granularidade;

3. Interacção (contextos) – valores determinados;

4. Maturidade (grau) - tuplo de valores;

5. Evolução (versões) – valores indeterminados.

Os três primeiros eixos têm um pequeno número de valores possíveis, mas mesmo esses, podem

ser refinados num número muito maior de possibilidades. O número de células é assim

potencialmente elevado, o que ilustra a complexidade envolvida no desenvolvimento de um serviço,

pelo que o nível de detalhe deve ser ajustado consoante os casos.

Para a viabilização de serviços por outsourcing, considera-se a possibilidade de utilização de

todos os eixos. Contudo, os mais críticos e que terão maior relevância durante as práticas de

outsourcing, são os eixos Ciclo de Vida, Interacção, Maturidade e Evolução.

3.5. Conclusões

Pode-se assim concluir, que o principal contributo desta solução traduz-se na implementação,

definição e gestão dos módulos que interpretem políticas pré-definidas, nos próprios serviços e/ou no

middleware de suporte nas diferentes Fases e Estágios do ciclo de vida dos serviços, para a:

(1) Gestão de relações entre entidades,

(3) Avaliação dos custos por ter o serviço reservado/previsto nos Fornecedores.

(4) Gerir o balanceamento de carga entre os Fornecedores e uma possível produção in-

house, de forma complementar com a estrutura do modelo e framework, suportando assim práticas

de Outsourcing genuinamente dinâmicas e distribuídas.

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Metodologia

Introdução ……………………………………………….…………………………...………………………. 40

Fase de Concepção de Serviços ………………………….………………………….………………...... 43

Fase de Implementação de Serviços ………………………….……………………………………...…. 61

Fase de Operação de Serviços …………………………………….………………………………...…… 69

Conclusões …………………………………………………………………..………………………………. 74

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4.1. Introdução

Com uma investigação no que actualmente se pratica para gerir e conceber serviços por meio de

outsourcing, é possível notar como o outsourcing clássico carece duma gestão do risco e

acompanhamento inerente á prática de outsourcing duma forma transversal aos ciclos de vida dos

serviços e das entidades organizacionais.

As best-pratices existentes para a Gestão de Serviço possuem inúmeras interdependências e não

cobrem todos os estágios do ciclo de vida dos serviços. Casos como o ITIL, eTOM, SCOR,

contribuem para uma solidificação dos conceitos a ter em conta mas não podem ser considerados

como soluções perfeitas. Adicionalmente existe o problema destas frameworks possuírem um

carácter organizacional unicamente generalista.

O Fornecimento de Serviços apresenta uma panóplia de soluções e ferramentas que pretendem

englobar vários sectores de mercados com uma vastidão de níveis de abstracção e camadas de

aplicação no intuito de suportar o conceito de Cloud Computing e SOA. Contudo, apenas contribuem

para um aumento na dependência de metodologias e frameworks inadequadas (como é o caso dos

Web-Services e REST) para este novo paradigma de serviços.

Assume-se assim a iniciativa de desenvolver um modelo de referência e a sua metodologia de

serviços unificados para a prática e concepção de serviços por outsourcing dinâmico e distribuído. Ao

longo das diferentes fases do ciclo de vida do serviço, são identificados os principais módulos que

deverão ser incluídos nesta metodologia. Inicialmente, dever-se-á ter em conta o modelo de

referência utilizado para suportar a metodologia que é proposta neste trabalho, como é ilustrado na

Figura 12.

Figura 12 - Modelo de Referência

Este modelo de referência pretende demonstrar o fluxo inter-organizacional que existe entre os

diversos fornecedores e a entidade outsourcer. Adicionalmente existe também o contacto com o

Cliente-Final, mas este é apenas proveniente do outsourcer. Com esta situação genérica, serão

abordados os diversos pontos de acção em que se evidenciam as vantagens de utilização deste

modelo para a prática de outsourcing dinâmico e distribuído.

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Ao longo deste capítulo serão identificados e definidos os módulos existentes nesta metodologia

em função das diferentes fases do ciclo de vida do serviço. Cada um destes módulos irá conter:

(1) Os seus objectivos e justificação da sua implementação nas diferentes fases do ciclo de vida

dos serviços;

(2) Definição das características e componentes destes módulos

(3) Os Riscos que necessitam ser averiguados durante o funcionamento e simulação deste

modelo.

(4) Uma simulação da execução destes módulos com as suas políticas pré-definidas em

diferentes cenários do Modelo de Referência.

Estes cenários da aplicação do modelo de referência pretendem demonstrar como os problemas

inicialmente identificados no inicio deste trabalho poderão ser resolvidos com a adopção desta

metodologia e do modelo de serviços unificados uSIL. Desta sinergia resulta a - Metodologia de

Outsourcing Dinâmico e Distribuído num modelo de Serviços Unificados, As principais áreas e

estágios de intervenção no ciclo de vida dos serviços para a inclusão neste modelo, são:

• Fase de Concepção – Estágios de Estratégia e Design (Figura 13);

Figura 13 - Fase de Concepção

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• Fase de Implementação – Estágio de Pré-produção e Implementação (Figura 14);

Figura 14 - Fase de Implementação

• Fase de Produção - considerado o estágio de Operação que irá influenciar

consequentemente a Fase de Transição (Figura 15).

Figura 15 - Fase de Produção

Desde a fase de Concepção dos serviços até à fase de Produção dos serviços que é necessário

obter informação das métricas obtidas e partilhadas por parte dos fornecedores para a entidade

outsourcer que mantém o contacto com o cliente também ter acesso a uma monitorização em tempo

real do estado dos serviços que disponibiliza. Em Anexo A, apresenta-se a metodologia com todos os

módulos das diferentes fases agregados.

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4.2. Fase de Concepção de Serviço

Sendo esta a Fase Inicial do ciclo de vida dos serviços, esta foca-se nos conceitos estratégicos e

tácticos na gestão de serviços e de entidades organizacionais. Enumeram-se de seguida os principais

focos a considerar no estágio da Estratégia e no estágio de Design dos serviços:

Ao nível da Estratégia:

• Definição da Estratégia;

• Gestão da Procura;

• Gestão de Risco.

Ao nível do DESIGN:

• Gestão de Service Agreements;

• Gestão de Capacidade;

• Gestão de Fornecedores;

• Gestão de Risco;

Cada um destes módulos, são de seguida analisados e estabelecidos os parâmetros pretendidos nas

políticas pré-definidas para suportar um ambiente organizacional de outsourcing. Após a definição do

modelo e dos respectivos módulos, expõem-se vários cenários que propõem a aplicação no modelo

de referência.

Em Anexo B e C, estão ilustrados os diagramas de um possível fluxo de informação dos serviços

nestes estágios.

4.2.1. Estágio de Estratégia dos Serviços

Para alcançar os objectivos de negócio, as organizações utilizam qualquer tipo de activo existente,

estando sujeitos a variados constrangimentos. Estes incluem custos e riscos associados com a

complexidade, incertezas e conflitos existentes na envolvente do negócio. O potencial de criação de

valor acrescentado depende do desempenho dos activos de negócio.

Estes activos têm de operar imperativamente ao seu máximo potencial, podendo pertencer ao

negócio CORE da organização ou ser disponibilizados por outras vias de acordos financeiros.

Exemplificando, num sistema da Bolsa de Valores, não é suficiente que este serviço forneça a

informação das transferências e transacções em tempo-real, mas que este esteja disponível sem

interrupção durante as horas úteis de transacções, com o intuito de minimizar as perdas de

informação durante o período de mercado.

Para garantir situações como estas, os clientes (Entidades Bancárias de Investimento) poderão

estar dispostas a pagar por uma prestação “Premium” desse tipo de serviços em que era assegurada

um maior nível de certeza e fiabilidade em comparação a um serviço utilizado por um concorrente.

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4.2.1.1. Definição da Estratégia

Desenvolver Activos Estratégicos. Tanto a entidade Outsourcer como os Fornecedores deverão

considerar a Gestão de Serviços como um activo estratégico e confiar-lhes desafios e oportunidades

em termos da Gestão de Clientes, de Serviços e de contratos de suporte. Investimentos realizados

em activos confiáveis são menos arriscados quando é demonstrada a capacidade para distribuir e

entregar os serviços de forma consistente.

Nesta perspectiva, é considerado que a gestão de serviço deverá ser um sistema de controlo

fechado, e em constante repetição, possuindo as seguintes principais directrizes:

• Desenvolver e garantir a manutenção dos Activos de serviço;

• Compreender o potencial no desempenho dos activos dos clientes;

• Mapear os activos de serviços em activos de clientes através dos serviços;

• Planear, desenvolver e operar serviços que sejam adequados;

• Extrair o potencial do serviço através dos seus activos;

• Redução de riscos para o Cliente;

• Controlar o custo dos serviços prestados.

Os Activos estratégicos são dinâmicos por natureza. Destes é esperado que garantam o seu

desempenho positivo aquando de alterações nas condições de negócio ou de objectivos da sua

organização. Este desempenho num futuro imediato deverá beneficiar do conhecimento e da

experiência adquirida no passado.

O potencial de desempenho dos serviços é primeiramente aumentado com a relação quantitativa

adequada entre os serviços a oferecer aos Clientes e o Planeamento do impacto que esses serviços

poderão e deverão trazer ao negócio dos Clientes. Para tal ser garantido, as questões chave a ser

levantadas e analisadas são:

• Qual é o Espaço/Área de Mercado?

• O que é procurado no Espaço de Mercado?

• Poderá ser oferecido algo único nesse espaço?

• A envolvente de mercado já se encontra saturada?

• Existe um Portfolio de Serviços desenvolvido e adequado para o dado Espaço de Mercado?

• O Catálogo de Serviços é passível de ser ajustado para um dado Cliente?

As respostas a estas perguntas provavelmente revelarão padrões que permitem a introspecção de

futuras decisões estratégicas. Estas decisões relacionadas formam a base da Avaliação Estratégica,

sendo esta influenciada tanto por factores Internos como Externos, como é possível verificar na

Tabela 4.

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Factor Descrição

Forças e Fraquezas

Os atributos da organização. (Recursos e capacidades, Qualidade de

Serviço, Qualidade Operacional, Custos de infra-estrutura,

Conhecimento do Produto, Relações com os Clientes e Fornecedores.

Competências que trazem

Distinção

Desenvolver respostas para “O que torna especial um determinado

Fornecedor de Serviços tanto do ponto de vista do negócio como para

o Cliente-Final?”

Factores Críticos para

garantir sucesso

Conceber e decidir informação relevante para responder a “Como irá o

fornecedor de serviço saber quando atinge o sucesso? Quando

deverão atingir esses factores?”

Ameaças e Oportunidades

Incluir a mentalidade competitiva. Por exemplo, averiguar se existem

vulnerabilidades na substituição de um Fornecedor, ou se existem

meios para superar a competição das alternativas organizacionais

existentes no mercado.

Tabela 4 - Factores Internos e Externos considerados para uma Avaliação Estratégica

4.2.1.2. Gestão da Procura de Mercado

A Gestão da Procura (Demand Management) é um aspecto crítico e uma fonte de risco devido ao

factor de incerteza da procura. O cliente é relutante em pagar por uma dada capacidade que está

desocupada ou passiva a menos que esta retorne valor ao negócio do outsourcer que se compromete

com o Cliente Final. É deveras importante o estudo do negócio do cliente com a finalidade de

identificar, analisar, codificar e padronizar para fornecer informação suficiente à Gestão de

Capacidade. Na Figura 16, permite ilustrar como as actividades e planos de negócio dos clientes

influenciam os parâmetros das políticas pré-definidas a adoptar na Gestão de Procura.

Figura 16 - Influência das Actividades de Negócio da entidade organizacional nos padrões de procura

dos Serviços

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A análise e monitorização dos padrões de negócio tornam possível uma previsão da procura dos

serviços disponíveis no catálogo de serviços. É também possível prever superficialmente a procura

de um activo de serviço que suporte esse serviço. Deve-se definir vários níveis de padrões de

procura para garantir uma constante sincronização entre os planos de negócio do cliente com as

tarefas a serem designadas pelo fornecedor do serviço.

Se um serviço não regulado pede por uma nova alocação de recursos (por exemplo pessoas), a

adição desse novo colaborador pode ser traduzido numa procura adicional. Ou seja, é realizado um

novo pedido de serviço. Do mesmo modo, os novos casos de negócio podem ser utilizados como

uma previsão realizada pela Gestão de Procura do serviço em termos de incidentes e pedidos

realizados.

4.2.1.3. Gestão de Risco

Quando a Gestão de Serviços é eficaz, os serviços no Catálogo de Serviços do outsourcer

representam oportunidades para criar valor para os clientes e capturar valor para os interessados.

Caso contrário, esses serviços podem ser ameaçados com a possibilidade de falha. A implementação

de estratégias muitas vezes requer alterações no Portfolio de Serviços, o que significa a necessidade

duma Gestão de Riscos associada. A Figura 18 pretende ilustrar a diferença entre Análise e Gestão

quando se fala em Risco. A Análise de Risco deverá estar preocupada com a recolha de

informações sobre a exposição ao risco de forma que a organização possa tornar as decisões

adequadas e gerir apropriadamente os riscos. A Gestão de Risco implica ter processos paralelos ao

desenvolvimento dos serviços para acompanhar os riscos, o acesso e a fiabilidade em manter uma

informação actual sobre os riscos.

Figura 17 - Etapas da Gestão e Análise do Risco no uSIL em regime de outsourcing

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Na Figura 17 observam-se as várias etapas da Gestão de Risco e Análise de Risco a manter

numa plataforma de serviços unificados em regime de prestação de serviços por outsourcing. É

importante frisar que estas etapas devem ser colocadas no contexto de um quadro organizacional

para a gestão de risco. Contudo, alguns riscos ligados a tópicos tais como a segurança, são

altamente especializados e pelo que esta metodologia terá de ser melhorada pois, nesta perspectiva,

apenas prevê uma visão geral de tais aspectos.

Riscos com os Fornecedores. Os riscos para a Entidade Empresa surgem quando a sua origem

é na incerteza do negócio dos Fornecedores. A materialização dos Riscos em diferentes formas, tais

como problemas técnicos, perda de controlo nas operações, falhas de segurança na informação,

atrasos no lançamento de serviços, falta de cumprimento regulamentar e curtas quebras financeiras

permitem medir os danos resultantes em termos financeiros e em termos de perdas de clientes,

fornecedores e parceiros.

4.2.1.4. Aplicação no Modelo de Referência

Para demonstrar a aplicação destas políticas pré-definidas no modelo de referência, propõem-se dois

cenários.

Variáveis Consideradas no estágio de Estratégia dos serviços:

• Recursos

• Capacidade

• Custos de Infra-Estrutura

Cenário 1

Unindo assim os conceitos referidos do outsourcing clássico com os principais métodos da gestão

e fornecimento de serviços, é demonstrando um ambiente de execução desta metodologia. A Figura

19 demonstra uma situação em que o outsourcer pretende obter um serviço do Fornecedor A

podendo este ser adaptado aos pedidos variáveis por parte do outsourcer. Nesta situação o

outsourcer não necessita de um Fornecedor alternativo, estando o A apto para adaptação pedida pelo

outsourcer, responde este:

(1) Se essa capacidade é possível ser-lhe reservada e/ou disponibilizada de imediato

(Capacidade),

(2) Se pretende reserva da restante parte do serviço ou se poderá descartar essa

necessidade e considerar essa capacidade como disponível para outras entidades

outsourcers (CapacidadeExtra),

(3) Os custos adjacentes à disponibilização do serviço (90%) e adicionalmente os custos por

necessitar de reservas adicionais.

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O outsourcer decide aceitar a disponibilização dos 90% (CapacidadeA) com 10%

(CapacidadeExtraA) adicionais reservados para situações de backup ou de emergência (com os

devidos custos), enviando a resposta ao Fornecedor A.

Figura 18 - Cenário 1 do Estágio de Estratégia

Cenário 2

Na Figura 18, demonstra-se uma situação em que a entidade Outsourcer pretende obter um

serviço em que é necessário o envolvimento de duas entidades fornecedoras. Este envolvimento

deve-se à impossibilidade de adaptação do Fornecedor A aos pedidos realizados pelo Outsourcer.

Supondo-se uma situação em que se pretende evitar uma sobrecarga dos pedidos dos Clientes-

Finais por um determinado serviço ou recurso (exemplificando uma futura “época-alta” para o

negócio), o Outsourcer pretende aumentar a capacidade anteriormente disponibilizada em mais 20%

(CapacidadeA). Dado existir uma protecção de informação, o outsourcer não tem obrigação de saber

qual a capacidade total de uma entidade fornecedora. Poderá apenas saber se a capacidade

contratada com o Fornecedora A, neste caso 100%, era fornecida com os níveis de qualidade

estabelecidos.

Não conseguindo obter a totalidade da capacidade que iria necessitar, o Outsourcer procede ao

estabelecimento de contacto com a entidade Fornecedora B.

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Figura 19 - Cenário 2 do Estágio de Estratégia

Nesta situação, igualmente como na Figura 19, não irá necessitar da totalidade da capacidade

oferecida pelo fornecedor B sobre um determinado serviço (CapacidadeB).

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O fornecedor, estando este apto para adaptação responderá ao outsourcer:

(1) Se essa capacidade (CapacidadeB) é possível ser-lhe reservada e disponibilizada de

imediato,

(2) Se pretende reserva da restante parte do serviço ou se poderá ser considerado como

capacidade disponível para outras entidades outsourcers (CapacidadeExtraB),

(3) Os custos adjacentes à disponibilização do serviço (20%) e adicionalmente os custos por

necessitar de reservas adicionais (CustosB).

O outsourcer decide aceitar a disponibilização dos 20%, descartando a possibilidade reserva de

capacidade em excesso (80%) – (CapacidadeExtraB).

4.2.2. Estágio de Design de Serviço

O Design de um serviço é importante neste paradigma pois trata-se de um ponto de incubação

que requer a propagação das suas actividades a todos os módulos que garantem o Fornecimento dos

Serviços ao longo de toda a sua cadeia de valor. Ao conceber ou alterar um serviço, é importante que

todos os intervenientes do ciclo de vida do serviço estejam envolvidos desde início.

É comum e provável que exista a possibilidade de um serviço recém-concebido ter de ser

implementado e estar operacional em situações de “último minuto” para o Cliente. Isto traduz-se na

necessidade do conhecimento antecipado dos Fornecedores sobre os Pedidos de Serviços,

Disponibilidade e Capacidade que poderão ser inquiridos a estes pela entidade Outsourcer.

Os Objectivos deste estágio de Design do ciclo de vida dos serviços são:

• Fornecer uma abordagem pré-definida para a concepção de novos serviços ou para a

alteração de serviços a serem transitados e implementados para o ambiente de produção e

operação;

• Garantir que existe informação oriunda do estágio de Estratégia dos Serviços para que estes

sejam concebidos de forma a estarem alinhados e satisfaçam os objectivos de negócio;

• Desenhar os serviços de acordo com uma escala de Custo e Tempo, uma vez que os

serviços precisam de ser entregues nos prazos acordados e dentro dos custos esperados;

• Identificar e gerir riscos que sejam provenientes do estágio de Estratégia, realizando um

mapeamento completo dos possíveis riscos.

Os módulos de gestão que se consideram fundamentais de serem incluídos (e que são descritos

em maior detalhes seguidamente) para suportar práticas de outsourcing neste estágio são:

(1) Gestão de Service Agreements (SA);

(2) Gestão de Capacidade;

(3) Gestão de Fornecedores;

(4) Gestão de Risco;

Após a definição do modelo e dos respectivos módulos, expõem-se vários cenários que propõem

a aplicação no Modelo de Referência.

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4.2.2.1. Gestão de Service Agreements

Tendo em vista o que actualmente é praticado para a gestão do outsourcing clássico é dado um

especial foco à gestão dos níveis de serviço. Nesta metodologia, mais importante do que a gestão e

protecção dos níveis de desempenho contratados com as entidades externas, é a capacidade de

descoberta de uma entidade outsourcer por uma entidade fornecedora que possua uma política-pré-

definida ou variável Funcionalidades de Serviço. Com esta informação sobre a funcionalidade de

serviço, pretende-se definir e publicar de forma padronizada quais os serviços que uma entidade

fornecedora concebe ou concretiza.

Para interiorizar este conceito, segue-se o seguinte exemplo: Uma entidade outsourcer do sector

têxtil, necessita de um fornecedor que lhe consiga fornecer 300.000 unidades de camisas concebidas

em algodão. Nesta situação, não é de maior relevância a questão de a camisa ser concebida com

100% de algodão ou 10% de algodão e 90% polyester, mas sim que as camisas contenham tecido de

algodão. É por esta importância ser mais elevada em saber qual o tipo de serviço que é

disponibilizado pelos fornecedores do que com que níveis de desempenho este vem agregado, que é

proposto a implementação do módulo de Gestão de Service Agreements (SA’s) nesta metodologia.

Os Service Agreements deverão ser uma estrutura com os diversos documentos para a gestão

dos serviços e dos seus contratos inter-organizacionais inerentes. Assim sendo, toda a

documentação que está relacionada com a gestão dos níveis desses serviços também é incorporada

nos SA’s, como é ilustrado na Figura 20.

Figura 20 - Conteúdo de um Service-Agreement

A Figura 21 demonstra que o módulo de Gestão de Service Agreements, trata da criação e

documentação de objectivos através de Funcionalidade de Serviços, SLA’s, SLR’s e OLA’s.

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4.2.2.2. Gestão de Capacidade

A Gestão de Capacidade necessita de uma relação constantemente bidireccional com os estágios

de Estratégia e Design dos serviços. Durante a Estratégia de serviço são estabelecidos planos de

negócio e como os serviços poderão suportar essas estratégias. Estes Planos são desenvolvidos

com o foco em estabelecer uma compreensão clara sobre os factores externos (como o potencial dos

diversos Fornecedores e das suas capacidades de entrega).

Entenda-se que a Gestão de Capacidade é essencialmente um módulo que procura de forma

constante ao longo do ciclo de vida dos serviços, assegurar um Plano de Balanceamento de Carga.

Este balanceamento de carga, como ilustrado na Figura 21 traduz-se em:

Figura 21 - Balanceamento de Carga em regime de outsourcing

• Balanço de Custos Vs. Recursos Necessários: a necessidade de assegurar que a

capacidade de processamento dos serviços é comparada entre a verificação dos custos

dispendidos com a necessidade do negócio e também com a necessidade de utilizar esses

recursos de forma optimizada e dinâmica.

• Balanço de Recursos Vs. Procura de Mercado: as necessidades de assegurar os

Fornecedores dados como “disponíveis” estão capazes de suportar as procuras expectáveis

pelo cliente (tanto no presente como no futuro). Poderá ser necessário também gerir e

controlar a Procura (Demand) de um recurso em particular. Um exemplo para tal, é um Hotel

que em Época Alta considera previsível a necessidade de um maior número de Funcionários.

Mas por se tratar de uma situação mediática (por razões políticas ou religiosas) é gerada uma

necessidade imediata do aumento de funcionários (independentemente de se tratar de uma

época com maior ou menor afluência turística). Situações como estas estão previstas para

serem suportadas nesta metodologia.

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Plano de Capacidade. É, essencialmente, um plano da capacidade de um determinado serviço

existente, concebido e disponibilizados por várias entidades organizacionais. Este Plano de

Capacidade deverá estar alinhado com o negócio e com o orçamento previsto para o ciclo de vida

dos serviços. A produção e manutenção do Plano de Capacidade deverão ocorrer em intervalos pré-

definidos estando a sua manutenção (revisão) sempre terminada antes do começo de novas

negociações ou activação com Fornecedores Alternativos (ou de Plano-B).

Os principais Conteúdos e Contextos do Plano de capacidade são:

• Gestão de Capacidade do negócio: Esta variável pretende traduzir as necessidades

existentes nos planos de negócios para os serviços e para as infra-estruturas

organizacionais, assegurando-se de que futuras exigências de negócio para o fornecimento

de serviços é quantificada, projectada, planeada e implementada duma forma oportuna. Isto

deverá ser conseguido usando os dados existentes sobre a actual utilização de recursos

pelos vários Fornecedores. Estas exigências vêm dos estágios de Estratégia e Design com

informações e requisitos tanto para novos serviços, como para a melhoria e evolução dos

serviços existentes;

• Gestão de Capacidade de serviço: É focada uma especial atenção sobre a gestão, controlo

e previsão do desempenho e capacidade dos Serviços existentes; Pretende-se que esta

variável seja capaz de gerir e controlar o desempenho, utilização e capacidade de um

determinado serviço (independentemente de este se tratar de IT ou não).

Como é demonstrado na Figura 22, a Gestão de Capacidade intervém tanto de forma pró-activa,

como reactiva.

Figura 22 - Intervenção Pró-activa e Reactiva da Gestão de Capacidade

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Nesta metodologia de outsourcing dinâmico e distribuído, a Gestão de Capacidade pretende

influenciar o modo como a capacidade dos serviços é controlada.

4.2.2.3. Gestão de Fornecedores

Os serviços podem ser adquiridos a partir de um único ou vários fornecedores. Neste modelo, os

serviços são mais susceptíveis de serem provenientes de dois ou mais fornecedores concorrentes,

onde a necessidade padrão para os serviços ou produtos é garantirem que estes são facilmente

disponibilizados. Esta noção de Outsourcing dinâmico e distribuído pretende criar valor e distinção

com a capacidade de dividir e difundir o Risco pelos vários intervenientes.

O objectivo fundamental da Gestão de Fornecedores é garantir que o valor dos fornecedores está

plenamente realizado. Este valor é obtido através de todos os aspectos de relacionamento desde a

garantia de desempenho operacional até à capacidade de resposta a mudanças exigidas com as

flutuações da procura. O outsourcer deve também garantir que as prioridades de negócio

correspondem às prioridades dos fornecedores. Um fornecedor deve compreender quais os serviços

que são mais significativos para o negócio. Para garantir que todas as actividades e contactos com

um fornecedor são coerentes e coordenadas, cada fornecedor deve ter um único registo com

informação sobre todos os serviços que é responsável.

A Gestão de Fornecedores deverá realizar também:

• A Categorização dos fornecedores (Principal, Secundário, Plano-B) e manutenção da

Supplier and Contracts Database (SCD);

• A avaliação e criação de novos contratos com fornecedores;

• O estabelecimento e oficialização dos novos fornecedores;

• Garantir o desempenho dos fornecedores segundo os seus contratos (procedendo quando

necessário a uma renovação ou rescisão destes).

Supplier and Contract Database (SCD). Num fluxo organizacional com serviços fornecidos por

múltiplas entidades fornecedoras, terá de se atribuir uma categoria de Fornecedor Principal e uma de

Fornecedor Secundário para cada serviço disponível no Catálogo de Serviços do Outsourcer. Para

além da Categorização atribuída a cada Fornecedor, deverá também existir um Classificação para

estes no que toca à sua intervenção na concepção do Serviço-Final. Estas Classes dos Fornecedores

poderão ser de teor:

• Estratégico: para uma relação de Parceria que envolva partilha confidencial de informações

estratégicas para facilitar planos e estratégias de longo prazo. Relações com Fornecedores

desta Classe exigem um envolvimento da informação obtida a Fase de Concepção;

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• Táctico: para os relacionamentos que envolvem uma significativa actividade comercial e

interacção com o negócio das entidades organizacionais. Esta Classe de Relações requer um

contacto regular entre as entidades e aferir revisões do desempenho obtido das transições de

serviços entre estas;

• Operacional: para os fornecedores de produtos ou serviços operacionais. Nesta classe,

poderá envolver um menor acompanhamento devido à sua baixa complexidade e

significância no negócio final.

Com esta classificação pretende-se definir uma relação entre: (1) o Valor e Importância dos

Fornecedores, com (2) o Risco e Impacto que estes fornecedores poderão trazer ao negócio. Como é

possível observar na Figura 23, são os fornecedores estratégicos que representam maior valor ao

negócio, mas são também os que possuem maior risco e impacto em situações de desastre. Para tal,

a solução mais conveniente seria realizar um ajuste do Timer da variável “Disponibilidade” com um

menor período entre actualizações das informações sobre esses Fornecedores (como por exemplo,

Estado Activo/Inactivo, a sua Capacidade e Disponibilidade).

Figura 23 - Relação de Valor e Risco das várias classes de fornecedores

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4.2.2.4. Gestão de Risco

Neste estágio do ciclo de vida, a área de risco associado foca-se no módulo de Gestão de

Fornecedores e à informação existente na SCD. Esta área inclui riscos como:

• A falta de empenho das entidades em tratar a Gestão de Fornecedores como um fluxo inter-

organizacional;

• Fornecedores concordarem com metas e níveis de serviço que são impossíveis de satisfazer,

ou fornecedores que falham e são incapazes de satisfazer as condições do contrato;

• A cultura organizacional dos Fornecedores não estarem alinhadas com a da Empresa;

• Os fornecedores não são cooperativos e não estão dispostos a participar no apoio necessário

ao módulo de Gestão de Fornecedores;

• As exigências das empresas e dos procedimentos contratuais serem excessivos e

burocráticos.

4.2.2.5. Aplicação no Modelo de Referência

Para demonstrar a aplicação destas políticas pré-definidas no modelo de referência, propõem-se

os seguintes três cenários.

Variáveis Consideradas no módulo de Gestão de Capacidade:

• Disponibilidade (e o seu respectivo Timer);

• PlanoCapacidade(negocio,serviço);

• Desempenho (dos serviços);

• Capacidade;

Cenário Inicial (antes de Cenário 1 e 2 ocorrerem)

Na Figura 25, é simulado uma timeout realizado por um Timer que existiria neste modelo como

forma para obter uma renovação da informação aos fornecedores existentes com a actualização das

seguintes variáveis:

(1) Qual a Disponibilidade dos fornecedores;

(2) Quais as Capacidades disponibilizadas ao outsourcer;

(3) O Plano de Capacidade tendo em conta as especificações do negócio acordado dos

serviços com as especificações do que o Fornecedor está a disponibilizar ao outsourcer;

(4) O Desempenho com que um serviço está a ser executado e/ou fornecido (caso sejam

Fornecedores Activos) e o Desempenho acordado com os Fornecedores Inactivos (quer

estes sejam Fornecedores Activos ou Inactivos).

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Figura 24 - Timer comum ao Cenário 1 e 2 do Estágio de Design

Cenário 1

Na situação da Figura 24 para demonstrar uma intervenção da Gestão de Capacidade de forma

pró-activa, simula-se um cenário em que se prevê uma procura em excesso tendo em conta os

recursos que o outsourcer possui no momento. Numa relação entre a tendência da procura com a

verificação da disponibilidade de um determinado serviço ao Cliente-Final por parte do outsourcer,

este procede à activação da função EpocaAlta().

Com esta situação, pretendendo suportar uma possível super-afluência a um determinado serviço,

o Outsourcer pretende aumentar os 40% de capacidade que lhe era fornecida pelo Fornecedor A

(CapacidadeA), e se necessário proceder à activação do Fornecedor B para lhe requisitar uma

determinada capacidade adicional (CapacidadeB). O outsourcer realiza então o pedido de:

(1) Aumentar a capacidade fornecida pelo Fornecedor A de 40% para 100% (CapacidadeA),

(2) Activar o Fornecedor B uma vez que este deu a indicação de estar inactivo (ou seja, que não

possuía nenhuma informação nem pedido de fornecimento de serviços por parte do

outsourcer. Para além da activação, o especifica que para esta situação, a capacidade que

vai necessitar é entre 0 e 50%.

Desta forma demonstra-se a dinâmica pró-activa das entidades com o Fornecedor A sob utilização

máxima, e o Fornecedor B activo, com possibilidade de utilização até 50%.

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Figura 25 - Cenário 1 do Estágio de Design (Simulação de Gestão de Capacidade de natureza Pró-Activa)

Esta oscilação na definição da capacidade necessária do Fornecedor B surge por razões em

diferentes perspectivas. Na perspectiva do outsourcer, deve-se a que esta activação de EpocaAlta() é

baseada em tendências e previsões. Não sendo possível obter valores com precisão, estabelecem-se

limites mínimos e máximos de forma a diminuir o risco. Na perspectiva do Fornecedor, com uma

aproximação dos limites de utilização máxima que este fornecedor deverá reservar para este

outsourcer, existe uma possibilidade para o Fornecedor B rentabilizar o seu negócio com a

possibilidade de destacar parte ou totalidade desses restantes 50% a outras entidades empresariais.

(Figura 25)

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Cenário 2

Na situação da Figura 26, para demonstrar a intervenção da Gestão de Capacidade de forma

reactiva, simula-se um cenário em que é accionado um Trigger desencadeado por parte do

Fornecedor A, em que este reduz a sua capacidade disponível para o outsourcer de forma drástica. O

Fornecedor notifica o outsourcer com a informação que lhe é possível disponibilizar e pede por

indicações para tentar regularizar o negócio. Sendo para o outsourcer impossível assegurar

qualidade nos serviços fornecidos ao Cliente-Final, procede:

(1) à activação do Fornecedor B,

(2) ao pedido de uma capacidade entre 30% a 40%;

Figura 26 - Cenário 2 do Estágio de Design (Simulação de Gestão de Capacidade de natureza

Reactiva)

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Novamente verifica-se um intervalo de capacidade requisitado ao Fornecedor B, uma vez que o

outsourcer pretende assegurar que no mínimo consegue assegurar os 40% de Capacidade de um

serviço (como era inicialmente a posição de fornecimento com o Fornecedor A). Caso este possa

falhar os restantes 10% (CapacidadeA) que estão a ser disponibilizados, o outsourcer passa a obter a

totalidade da capacidade necessária de um serviço a partir do Fornecedor B com os 40%

(CapacidadeB). Desta Forma, completa-se o cenário de reactividade da gestão das capacidades de

várias entidades envolvidas no Modelo de Referência.

Cenário 3

Variáveis Consideradas no módulo de Gestão de Fornecedores:

• CategoriaFornecedor (PrincipalSecundário Plano-B);

• ClasseFornecedor(Estratégico,Táctico,Operacional);

• Plano de Capacidade;

• Base de Dados - SCD

• Service Agreement (SLA,SLR,OLA,Detalhes) - permitindo a possibilidade de

monitorização e revisão destes sobre possíveis rupturas de fornecimento);

Na Figura 27, demonstra-se como a SCD de um outsourcer deverá proceder à actualização das

informações existentes sobre os Fornecedores com quem estabelece relações. Neste cenário, é

exemplificado o Fornecedor A como sendo o Fornecedor Principal. Por consequência directa, este

Fornecedor é de classe Estratégica. O Fornecedor B, surge como sendo um Fornecedor Secundário.

Esta categoria de Fornecedor Secundário, aliada à sua classe de Fornecedor Táctica, pretende

realçar que este fornecedor poderá ser activado e começar a fornecer o Outsourcer tanto em

situações de emergência (actuando como um Fornecedor de Disaster-Recovery), ou suportar o

Fornecedor A no fornecimento do serviço ao outsourcer (actuando como um Fornecedor de Backup).

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Figura 27 - Supplier Contract Database

A SCD apresenta-se como uma base de dados integrante de um núcleo de base de dados

abordado na Fase de Implementação, designado como Knowlegde Management Database (KMDB).

4.3. Fase de Implementação de Serviço

Na Fase de Implementação, pretende-se focar todos os aspectos da execução de um serviço, no

ciclo de vida dos serviços unificados. É necessário garantir que um serviço possa funcionar tanto em

circunstâncias de extrema previsibilidade como em situações anormais. No caso de transição e

instalação de serviços entre entidades por práticas de outsourcing, as principais metas a atingir

(durante a execução de um serviço quer em produção in-house quer por meio de outsourcing) são:

• Garantir que o serviço pode ser utilizado em conformidade com os requisitos e limiares

especificados no âmbito do serviço;

• Reduzir as variações do desempenho previsto e real de serviço implementado;

• Reduzir os erros conhecidos e minimizar os riscos durante a transição de serviços novos ou

alterados, para produção;

• Aumentar a satisfação do cliente, do utilizador com a inclusão de novos serviços,

comunicações, documentação, formação e transferência de conhecimento entre os

intervenientes das várias entidades envolvidas;

• Melhoria das comunicações e inter-equipas de trabalho (outsourcer, clientes, utilizadores e

fornecedores).

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Estas metas só poderão ser atingidas se existir uma implementação de sistemas capazes de

suportar esta metodologia. Assim, considera-se crucial e fundamental que todas as entidades

intervenientes possuam sistemas que suportem o uSIL.

4.3.1. Estágio de Pré-Produção e Implementação de Serviço

Nesta Fase, consideram-se os módulos de:

(1) Gestão de Conhecimento (no estágio de pré-produção);

(2) Gestão de Alterações (no estágio de implementação).

Após a definição do modelo e dos respectivos módulos desta fase e seu e estágio, expõem-se

vários cenários que propõem a aplicação no modelo de referência.

4.3.1.1. Gestão do Conhecimento

A Gestão do Conhecimento (Knowledge Management) pretende assegurar que a informação certa

é entregue até à entidade competente para no momento certo tomar uma determinada decisão.

Numa prática de outsourcing, em que estão múltiplas entidades a participar na produção e

fornecimento de um serviço, considera-se vital manter uma qualidade na informação que percorre

neste fluxo inter-organizacional proposto.

Objectivos. Os objectivos da Gestão do Conhecimento incluem:

• Influenciar os fornecedores de serviços a serem mais eficientes e a melhorarem a qualidade

dos serviços,

• Aumentar a satisfação não só do Cliente-Final, mas de todas as Entidades organizacionais;

• Facilitar o acesso a conhecimento valioso partindo de entidades externas (dados, meta-

serviços, informações) provenientes de diversas fontes (tais como as informações existentes

na SCD).

Knowledge Management Database (KMDB). Durante o ciclo de vida do serviço, uma

organização precisa de se concentrar em recuperar, partilhar e utilizar os seus conhecimentos

através da resolução de problemas e tomada de decisões. Para alcançar este objectivo, o

conhecimento precisa de ser transferido entre as várias entidades envolvidas na prática de

outsourcing para as outras entidades ao longo do ciclo de vida dos serviços. É nesta perspectiva que

é proposto uma base de dados de Gestão de Conhecimento que engloba outras Base de Dados

específicas.

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4.3.1.2. Gestão de Alterações

O módulo de Gestão de Alterações assegura que as Alterações e Correcções nos serviços, são

registadas, avaliadas, autorizadas, planeadas e testadas através de uma implementação e

documentação desta. Apresenta como principal objectivo garantir que sejam utilizados métodos

padronizados para a movimentação rápida e eficiente de todas as Alterações a serem

desencadeadas. Consequentemente, pretende-se assegurar que o risco global das entidades é

optimizado com a definição adequada nas políticas pré-definidas.

A Figura 28, pretende demonstrar como a Gestão de Alterações deverá ser considerada como um

dos módulos fundamentais para a gestão de serviços por outsourcing, devido à sua relevância no

ciclo de vida do serviço. Poderão surgir alterações de várias naturezas para implementar no modo

como esses serviços são fornecidos (Estratégico, Táctico e/ou Operacional)

Figura 28 - Âmbito da Gestão de Alterações no Fornecimento de serviços num ambiente de

outsourcing dinâmico e distribuído

A Gestão de Alterações deverá proporcionar para o negócio, a redução de erros nos serviços e

uma implementação mais exacta das mudanças de entidades fornecedoras. A existência de

Confiança e Garantia de continuidade dos serviços são essenciais para o sucesso e a sobrevivência

de qualquer organização.

Tipos de Alterações nos Serviços. Existem vários tipos de Incidentes e Eventos durante os

estágios de Operação e Produção num serviço que pode levar a uma obrigatoriedade de alteração do

serviço disponibilizado ao Cliente-Final. Classificam-se os seguintes tipos de Alteração consoante a

sua natureza:

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• Alteração Standard (pré-autorizada). Uma Alteração Standard é uma mudança para um

serviço ou infra-estrutura para a qual a abordagem é pré-autorizada pela Gestão de

Alterações que tem uma aceitação e procedimento estabelecido para fornecer uma alteração

específica exigida. Os elementos fundamentais de uma Alteração Standard são:

o Existe definido um trigger para iniciar um Request for Change (RFC);

o As funções são bem conhecidas, documentadas e comprovadas;

o A autoridade é concedida previamente;

o O Risco é geralmente baixo e bem compreendido.

• Alterações de Emergência. As Alterações de Emergência são por vezes necessárias e

devem ser testadas antes da utilização final ou o impacto da Alteração de emergência pode

ser maior do que o incidente original. Todas as alterações que possam ser necessárias

deverão ser planeadas, tendo em conta a disponibilidade de recursos para testar as

alterações existentes nos vários fornecedores contratados e activos. A Alteração de

Emergência é reservada para as alterações destinadas a reparar um erro num Serviço que

está a afectar de forma negativa o negócio com elevado grau de impacto.

• Alteração Estratégica. Não existem planos estratégicos ou iniciativas que sejam livres de

custos e isentos de riscos. Existem sempre riscos e custos associados com decisões como a

introdução de novos serviços ou entrar em novos Espaços de Mercados. Assim sendo, é

necessário também incluir no módulo de Gestão de Alterações, mudanças estratégicas como

por exemplo:

o De origem Legal (Alteração regulamentar);

o Mudança organizacional;

o Tecnologia de inovação;

4.3.1.3. Gestão de Riscos

Nesta fase de Implementação do ciclo de vida dos serviços, a área de risco associado foca-se no

módulo de Gestão de Alterações e à informação existente na KMDB.

Segundo Willcocks[17], “Nenhuma alteração é, sem risco”. Alterações simples podem parecer

inofensivas, mas podem causar danos inversamente proporcionais à sua complexidade. Esta sinergia

entre a Gestão de Risco com a Gestão de Alterações, pretende de forma unificada utilizar uma base

de avaliação do risco durante a avaliação do impacto dum conjunto de alterações em serviços.

Na Tabela 5, demonstra-se a matriz que poderá ser utilizada para categorizar os risco e a partir

desta categorização, avaliar o nível de impacto associado.

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Tabela 5 - Categorização dos Riscos

Atribuição de prioridades. A prioridade é utilizada para estabelecer a ordem em que as

Alterações apresentadas deverão ser consideradas. A prioridade de uma alteração é derivada do seu

impacto e urgência. O impacto é baseado na dualidade entre uma alteração benéfica em que irá

decorrer de uma alteração, com uma alteração que será prejudicial e os níveis dos danos e custos

para o negócio. O impacto não pode ser expresso em termos absolutos, mas pode depender da

probabilidade de um evento ou de uma circunstância.

Relativamente ao módulo de Gestão de Conhecimento e à KMDB, são considerados os seguintes

riscos:

• Alienação de algumas chaves de suporte às operações;

• Custos adicionais para os serviços em transição não planeados;

• Resistência à mudança e ao levantamento de questões burocráticas;

• A falta de maturidade e integração de módulos unificados, resultando na atribuição das culpas

à tecnologia para outras deficiências;

• Perda de horas produtivas, custos mais elevados, perda de receita, ou talvez mesmo falência

das empresas, como resultado do mau envolvimento da fase de Implementação dos

Serviços.

4.3.1.4. Aplicação no Modelo de Referência

Para demonstrar a aplicação destas políticas pré-definidas no modelo de referência, propõem-se dois

cenários.

Cenário 1

A Gestão de Conhecimento é especialmente significativa uma vez que um dos principais

elementos do serviço a ser transferido é o conhecimento. Exemplos em que uma transição bem

sucedida assenta numa Gestão do Conhecimento adequada incluem:

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• Uma compreensão por parte dos vários fornecedores quando surge uma alteração ou

correcção num serviço, incluindo o conhecimento dos erros avaliados antes da sua

implementação, para facilitar as diversas actividades a desencadear;

• O conhecimento da utilização de uma nova versão dum serviço, bem como a interrupção da

sua versão anterior;

• A partilha do conceito de propriedade intelectual e durante os estágios do ciclo de vida dos

Serviços;

• A transferência de conhecimento a actuar como um factor crucial para facilitar uma transição

e implementação dos novos serviços de forma eficiente;

• O registo de erros, soluções e defeitos detectados e documentados durante o estágio de pré-

produção numa Knowlegde Management Database (KMDB);

• Um auxilio em decisões sobre a aprovação de certos itens e serviços, fornecendo todas as

informações relevantes disponíveis (omitindo informação desnecessária e confusa);

• Designar automaticamente quais as variáveis adequadas consoante o pedido que está a ser

executado ou em função do módulo que está a ser desencadeado;

• Conformidade com requisitos legais e outros (por exemplo, política da empresa,

códigos de conduta profissional);

Para cumprir todos estes requisitos, considera-se que a KMBD não deverá ser considerada como

uma simples base de dados com todas em informações concentradas, mas um conjunto de base de

dados referidas ao longo deste modelo com a adição de campos numa biblioteca que seria

considerada tendo em conta a natureza e especialização do produto que essa organização produz.

Segundo a Figura 29, demonstra-se o modo como a KMDB e a Gestão de Conhecimentos deverá ser

estruturada.

Figura 29 – Cenário 1 do Estágio de Implementação (Knowledge Management Database)

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Cenário 2

Variáveis Consideradas no módulo de Gestão de Alterações:

• RFC(detalhes);

• Proposta de Alteração;

• Planos de Capacidade;

• Listagem dos vários Fornecedores existentes e inactivos;

• Calendarização da Alteração;

• Categorização do Impacto da Alteração;

• RFC’s Rejeitados ou RFC’s Aprovados;

• Relatório da Gestão de Alterações para a KMDB;

Inicialmente simula-se a mesma situação que o cenário da actividade reactiva da Gestão de

Capacidade. Como ilustra a figura 30, é accionado um Trigger desencadeado por parte do

Fornecedor A, em que este reduz a sua capacidade disponível para o outsourcer de forma drástica. O

Fornecedor A notifica o outsourcer com a informação que é necessário efectuar uma alteração.

Figura 30 - Cenário 2 do Estágio de Implementação (Fase Inicial)

Como mostra a Figura 31, é nesta situação que a Gestão de Alterações intervém. Com a

avaliação dos Riscos, dos Fornecedores Inactivos disponíveis e do Plano de Capacidade das várias

entidades, será classificado o tipo de Alteração a efectuar. Como existe uma situação de

indisponibilidade dos recursos e capacidade sem aviso prévio, esta situação categoriza-se como uma

Alteração de Emergência.

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Figura 31 - Cenário 2 do Estágio de Implementação (Final)

Esta situação é tratada com um RFC para o outsourcer proveniente do Fornecedor A, e

posteriormente com a informação reunida e a análise dos riscos realizada, é executado um novo RFC

originário do outsourcer para o Fornecedor B. Nesta situação supõe-se que a Categorização dos

Riscos fosse de Categoria 2 (Impacto Alto, Probabilidade de Risco Baixa), o Fornecedor B aprova

também esse RFC procedendo ao fornecimento da capacidade necessária do serviço ao outsourcer.

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4.4. Fase de Produção

Nesta fase de Produção do ciclo de vida dos serviços, é focado em maior atenção o estágio de

Produção, uma vez que é a neste que se permite equilibrar certos factores que podem trazer alguma

volatilidade durante a prática de outsourcing. Estes factores são:

• Visão Interna Vs. Visão Externa do Negócio

Figura 32 - Visão Interna Vs. Visão Externa do Negócio

Uma entidade organizacional (quer seja um outsourcer ou um fornecedor), não deverá apenas

focar-se numa visão interna. Uma visão unicamente interna pode levar ao foco em fluxos e módulos

que não são os mais importantes para o negócio. Por outro lado, preocupar-se apenas o fluxo com as

outras entidades poderá levar a estabelecerem-se contratos e compromissos que não são

alcançáveis. Os requisitos de negócio dependem da Capacidade que as infra-estruturas

organizacionais suportam no presente e não da Capacidade numa hipótese futura, sendo necessário

o equilíbrio deste factor;

• Estabilidade Vs. Tempo de Resposta

Figura 33 - Estabilidade Vs. Tempo de Resposta

Os requisitos de negócio mudam constantemente ao longo do tempo. Isto exige Alterações nos

serviços e/ou nas entidades. Se uma entidade organizacional apenas pensar na estabilidade, esta

torna-se rígida e lenta para adaptar-se às necessidades de negócio. Se apenas uma organização se

focar na sua agilidade, poderá perder qualidade no planeamento das Alterações e por consequência,

perder estabilidade;

• Qualidade de Serviço Vs. Custo de Serviço

Figura 34 - Qualidade de Serviço Vs. Custo de Serviço

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Apesar de existir uma constante pressão para que a qualidade dos Serviços aumentem, não se

consegue garantir sempre uma elevada qualidade por um baixo custo. É nesta perspectiva que o

outsourcer e os seus Fornecedores terão de estabelecer uma usabilidade dos Recursos de forma

optimizada;

• Actividades Reactivas Vs. Actividade Pró-activas,

Figura 35 - Actividades Reactivas Vs. Actividade Pró-activas

Uma entidade reactiva, concebe algo quando é submetida uma pressão externa, Ou seja, só

desenvolve os procedimentos para a produção de um novo serviço, quando a envolvente de negócio

dispara na procura desse serviço.

Uma entidade organizacional pró-activa deverá ter possibilidade e mecanismos que a permitem

integrar novas oportunidades ou uma melhoria contínua nos seus serviços. Contudo, se apenas se

focar na pró-actividade, poderá gerar demasiados custos que não são recuperáveis para o outsourcer

e suas respectivas entidades Fornecedoras.

Como se pode ver pelas Figuras [33 a 36], para cada um desses factores, deverá ser mantido um

equilíbrio no intuito de cumprir os seguintes objectivos:

• Gerir os módulos, tecnologias e infra-estruturas que suportam a entrega dos serviços;

• Suportar a optimização de custos e qualidade;

4.4.1. Estágio de Operação

Como principal distinção desta Fase para as restantes referidas (Concepção e Implementação), os

módulos abordados no estágio de Operação deverão apenas intervir de forma vigilante, sendo o seu

método de actuação expresso através de Alertas, Eventos, Incidentes e Problemas nas Interfaces da

entidade organizacional em causa. Contudo, é necessário possuir uma clara definição das métricas

que realçam a importância da utilização destes módulos na Gestão de Serviços Unificados, bem

como uma noção dos seus Riscos inerentes.

Os principais módulos propostos e desenvolvidos em maior detalhe são:

(1) Gestão de Eventos;

(2) Gestão de Incidentes;

(3) Gestão de Problemas;

(4) Gestão de Riscos.

Após a definição do modelo e dos respectivos módulos, expõem-se vários cenários que propõem

a aplicação no modelo de referência.

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71

4.4.1.1. Gestão de Eventos

Um evento deverá indicar uma actividade normal que necessita de uma intervenção de rotina. A

Gestão de Eventos depende de monitorização, mas não só. Depende também da detecção de

notificações (Alertas), enquanto monitoriza e verifica o estado dos Fornecedores mesmo quando não

há ocorrências de eventos nestas entidades. Após ter sido detectado um caso, este ser classificado e

conduzido como um Incidente, Problema ou Alteração.

4.4.1.2. Gestão de Incidentes

Um incidente é uma interrupção não planeada de um Serviço ou a redução da qualidade deste.

Falha na configuração de um item que ainda não teve impacto no Serviço também é considerado um

incidente. Assim sendo, o principal objectivo da Gestão de Incidentes consiste em restaurar um

serviço ao seu ponto de funcionamento normal o mais rapidamente possível, minimizando o impacto

negativo sobre o negócio.

Os incidentes são frequentemente detectados pela Gestão de Incidentes, ou em endpoints de

contacto com o Cliente-Final. Como as origens e as causas dos incidentes podem abranger uma

panóplia de hipóteses, é necessário que estes possuam Níveis de Impacto e Urgência, como é

demonstrado na Tabela 6 e 7.

Impacto

Baixo Médio Alto

Funcionalidade afectada

mas sem impacto no

Serviço-Final.

Funcionalidade do Serviço

afectada parcialmente, mas

com alternativa existente

Serviço-Final indisponível

Perda de funcionalidade que

afecta directamente o negócio

Tabela 6 - Tabela de Classificação do Impacto

Urgência

Alta Deverá ser resolvido Imediatamente

Média Programar Resolução dentro do definido nos SA’s

Baixa Planear Resolução

Tabela 7 - Tabela de Classificação da Urgência

Com a inclusão desta categorização dos incidentes nesta metodologia, pretende-se trazer maior

robustez ao modelo de serviços unificados. Esta robustez traduz-se numa redução geral no tempo

entre incidentes, como é demonstrado na Figura 36.

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Figura 36 - Medidas de Disponibilidade

A possibilidade de redução do Tempo de Detecção e do Tempo de Resposta em Incidentes é

verificada nesta metodologia através do acompanhamento de mecanismos pró-activos (Gestão de

Eventos, Gestão de Capacidade, Gestão de Procura) e com Bases de Dados e Bibliotecas com

informação útil como é o caso da KMDB.

4.4.1.3. Gestão de Problemas

Um Problema é uma causa de um ou mais incidentes. Uma vez a causa não é geralmente

conhecida no momento em que um problema é registado e criado, é a Gestão de Problemas que está

responsável por uma investigação mais aprofundada. Uma Gestão de Problemas eficaz contribui com

o cumprimento dos seguintes objectivos:

• Eliminar incidentes recorrentes;

• Submeter os pedidos de RFC’s para eliminar a causa e resolver o problema;

• Manter a informação sobre problemas e soluções temporárias a disponibilizar à Gestão de

Incidentes;

• Assegurar uma contribuição no aumento da Disponibilidade de serviços para o negócio.

Known Errors Database. As soluções são documentadas numa Base de Dados conhecida por todas

as entidades envolvidas nomeada de Known Errors Database (KEDB), que melhora a eficiência do

módulo de Gestão de Incidentes. A KEDB deverá incluir as seguintes informações:

(1) Diagnóstico e causas dos incidentes,

(2) Registo de Resoluções ou Alterações anteriormente efectuadas com sucesso.

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73

4.4.1.4. Gestão de Riscos

Nesta Fase de Operação do ciclo de vida dos serviços, os principais riscos surgem no modo como

os Incidentes e os Problemas são tratados em cada entidade envolvida. A principal dependência da

Gestão de Problemas é o estabelecimento duma ligação eficiente com a Gestão de Incidentes. Isto

permitirá que os Incidentes sejam identificados e que exista uma Classificação dos Incidentes.

Contudo, para garantir este sucesso de dependências, é necessário averiguar os seguintes riscos:

• Falta de progresso na resolução de incidentes devido a ferramentas inadequadas causando

inexistência de alertas e notificações fundamentais para um determinado negócio de serviços;

• Fraca capacidade de relacionar Incidentes com os registos de Problemas na KEDB;

• Falta de informação de suporte adequada, devido a módulos de outras fases inadequados ou

falta de integração entre fornecedores.

4.4.1.5. Aplicação no Modelo de Referência

Para demonstrar a aplicação destas políticas pré-definidas na fase de operação é proposto uma

diferente perspectiva para a observação destas a decorrerem num fluxo inter-organizacional como é o

caso do Modelo de Referência.

Cenário geral

A Figura 37 pretende mostrar o funcionamento de vários cenários anteriormente referidos com a

visualização em maior detalhe do funcionamento dos mecanismos associados à Gestão e Eventos,

Incidentes e Problemas.

Figura 37 - Cenário Geral do Estágio de Operação (entre Eventos e Incidentes com a Gestão de Problemas e

Gestão Alterações)

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Para a simulação de Eventos, repete-se o cenário 1 do estágio de Design de ÉpocaAlta(). O Timer

que é desencadeado pelo Outsourcer, é um evento comunicado aos Fornecedores. Este evento

deverá indicar:

(1) Os problemas sobre a disponibilidade do Fornecedor A;

(2) Os problemas sobre a dificuldade em manter certos níveis de desempenho no

fornecimento dos serviços.

Nesta situação o outsourcer poderá efectuar uma activação de outros fornecedores sem que o

Cliente-Final seja directamente afectado com esta alteração no fluxo dos serviços.

Para demonstração de Incidentes, refere-se o Cenário 2 do Estágio de Design em que surge uma

Falha na disponibilidade da capacidade que Fornecedor A deveria garantir ao outsourcer (em que

esta desce de 40% para 10%). O Trigger que é desencadeado pelo Fornecedor A, é um incidente

comunicado ao outsourcer. Este incidente deverá:

(1) Conter as informações respectivas do evento associado;

(2) Permitir uma redução de falhas temporárias críticas.

O outsourcer poderá receber também Incidentes pela entidade Cliente-Final. Com informação

recebida pelo Cliente-Final (independentemente do meio de comunicação utilizado). Em ambas as

situações os Incidentes são direccionados para o módulo de Gestão de Problemas.

Continuando neste Cenário é também possível observar como a Gestão de Problemas deverá

intervir. Com a recepção deste Incidente (ou destes Incidentes caso exista uma dependência de

escala), a Gestão de Problemas deverá:

(1) Eliminar Incidentes recorrentes;

(2) Manter a Informação sobre problemas e soluções temporárias a disponibilizar à Gestão

de Incidentes.

Com esta sequência de actividades, poderá ser necessária a consulta de informação relacionada

na KEDB. Após ser analisado o plano de acção e avaliado os riscos inerentes ao negócio e à

dependência de fornecedores, é submetido o RFC para a Gestão de Alterações no sentido de

eliminar a causa e resolver o problema.

4.5. Conclusões

Neste capítulo foi explicado de forma exaustiva como integrar práticas de outsourcing dinâmico e

distribuído na metodologia de serviços unificados uSIL com a adaptação de alguns dos módulos

participantes nos estágios e fases do ciclo de vida dos serviços e a incrementação de políticas pré-

definidas tanto para a concepção e distribuição do serviços como na Gestão de Risco inerente a todo

este processo de fluxo inter-organizacional.

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5.

Validação do Conceito

(Proof-of-Concept)

Caso de Estudo ………………………………………..…………………………………………………….. 76

Conclusões ……………………………………..……………………………………………………………. 81

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Neste capítulo, para proceder à avaliação e validação prática desta metodologia é demonstrado a

simulação de um caso de estudo. Para exemplificar a aplicação desta solução, pretende-se

demonstrar o cenário do funcionamento de uma agência de viagens.

5.1. Caso de Estudo

Perante a aquisição de um pacote de viagem por um consumidor, serão analisadas as distintas

envolvências do fornecimento do serviço - Marcação de um Plano de Viagem Turística. O

fornecimento deste serviço Marcação Plano de Viagem Turística, terá como principais entidades

intervenientes, os fornecedores, a própria agência de viagens (que será a entidade Outsourcer), e do

lado do cliente. Note-se que neste cenário, a infra-estrutura IT desta agência está entregue por

outsourcing a um fornecedor de IT - &.

Entidade Cliente

O Cliente efectua uma reserva de um Plano de Viagem Turística para Londres. Durante o período

de intervalo até ao dia em que irá embarcar no avião para Londres, este poderá monitorizar se todos

os serviços estão actualizados, reservados e disponíveis. As comodidades e especificações

inicialmente definidas pelo Cliente, foram as seguintes (Figura 38):

(1) A hora de chegada a Londres;

(2) Uma Suite de Luxo;

(3) Um Automóvel de classe E.

Figura 38 – Visão da Entidade Cliente

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Entidade Outsourcer

A Agência de Turismo terá de invocar uma série de pedidos por serviços decompostos pelos

fornecedores A, 1, X e &. Através das políticas pré-definidas assentes nos requisitos estabelecidos, o

modelo de serviços deverá ser capaz de efectuar o balanceamento de carga e integração com todos

estes fornecedores. Adicionalmente, em caso de problemas, desastre, ou escassez de recursos, terá

de activar o Plano-B previamente definido para cada um destes contratos de outsourcing.

O outsourcer definiu como agência de aviação a agência A, como alojamento o Hotel 1 e como

serviço de Rent-a-Car o Fornecedor X. O Cliente não necessita de ter a percepção de que os

diversos serviços que está a usufruir são de diferentes entidades, mas sim que possua uma viagem

para Londres num determinado dia, um quarto de hotel reservado e meio de transporte de acordo

com as suas necessidades. Portanto, para o Cliente, é indiferente se este viajou pelo avião da

agência A, B ou C, se esteve no Hotel 1,2 ou 3 e se viajou no meio de transporte fornecido pela

empresa de Rent-a-Car X, Y ou Z, desde que o custo e as especificações por esses serviços sejam

proporcionais ao que foi pré-definido.

Primeiramente, terá de ser estabelecida uma prioridade dos serviços a serem pedidos. Não faria

sentido o serviço de Rent-a-Car ou de alojamento estivesse garantido se não for possível reservar

primeiramente a viagem de avião para Londres, como ilustra a Figura 39.

Figura 39 - Cenário de Activação dos sub-serviços do Marca Plano de Viagem Turística

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Posteriormente, existindo um problema de desastre natural na infra-estrutura IT disponibilizada

pelo fornecedor &, toda a informação até à data seria continuada e dada como disponível devido a

um fornecimento de IT pelo fornecedor $ (sendo este fornecedor $ o Plano-B que o fornecedor & já

adquiria para este tipo de situações).

Seguidamente, surgiu uma notificação de que o Hotel 1 não apresenta disponibilidade para

reservar uma Suite com os requisitos definidos. O Hotel possui o seu próprio Fornecedor Plano-B e

terá de averiguar e garantir a reserva no Hotel 2 ou 3, de acordo com:

(1) As especificações que foram previamente definidas com o Cliente (Figura 40);

(2) Os termos estabelecidos em relação aos serviços que os Hotéis 2 e 3 disponibilizavam.

Figura 40 - Cenário de Falha do Fornecedor Hotel 1

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Após a selecção do fornecedor alternativo Hotel 2 dos Fornecedores de Plano-B do Hotel 1, este

comunica a recuperação da possibilidade de fornecer o serviço com os requisitos totalmente

preenchidos à entidade outsourcer.

Entretanto surgiu um desastre no Fornecedor de Rent-a-Car e este perdeu toda a propriedade

automóvel que possuía. Nesta situação, como mostra a Figura 41, é o outsourcer que terá de avaliar

as alternativas que possuí de Fornecedores Secundários para este tipo de serviços de Rent-a-Car.

Figura 41 - Cenário de Falha do Fornecedor Rent-A-Car X

Dados os detalhes do serviço feito ao outsourcer pelo Cliente-Final, a listagem da SCD tinha

recomendado a comunicação com o Fornecedor Plano-B - Rent-a-Car Y. Com a situação de sucesso

nesta recuperação da qualidade de serviço estabelecida inicialmente, é prosseguido a

disponibilização do Serviço-Final sem necessidade de alarmar o Cliente.

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Entidade Fornecedor

Para manter este tipo de dinamismo e flexibilidade ao nível global da prestação de um serviço, é

imperativo que o fornecedor seja não só capaz de gerir toda a carga e demand submetida pelo

outsourcer, como também suportar a integração dos dados entre esta entidade e outros

fornecedores. Este Fornecedor poderá ter um Plano de disaster-recovery interno como era no caso

dos Hoteis 2 e 3 e/ou definir com a entidade outsourcer possíveis fornecedores secundários como era

o caso do Plano-B do Rent-a-Car Y.

Ainda nesta situação tida como exemplo, deverá ser incluído no Fornecedor que possui o seu

Plano-B, uma lista de fornecedores que provisionem serviços alternativos caso o seu Plano-B

também falhe ou não possua a capacidade para o fornecer. Existindo políticas pré-definidas que

governem este tipo de situações, o Fornecedor Plano-B passar a ser um outro Fornecedor que o

outsourcer possuísse como fornecedor secundário de outros tipos de serviço, mas que fosse capaz

de fornecer esse serviço adicionalmente. Demonstra-se esta situação na Figura 42.

Figura 42 - Cenário de Falha do Fornecedor Agência Excursões @

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Tal poderia ser aplicado caso o Cliente tivesse também reservado uma excursão rodoviária

para Manchester. Antes do início dessa tour, o Cliente verificou que um dos pontos de interesse seria

a Rua Oxford, onde se localizava a Universidade Metropolitana de Manchester e o Colégio Real de

Música do Norte, que desejava visitar. Apesar de o cliente também possuir o serviço de Rent-a-Car e

possuir um veículo, este não se sentia seguro para fazer uma viagem tão longa a conduzir e por

conseguinte, procede à adição deste pacote de serviço ao serviço global de Marcar Plano de Viagem

Turística. Nos dias antes da excursão, a entidade Fornecedora RoteirosExcurções @ sofre uma

greve geral dos condutores dos veículos de excursão e é prevista uma greve com duração superior à

estadia do Cliente em Londres. Como esta greve afectava todo este sector, os Fornecedores

Secundários do outsourcer ou até do próprio Fornecedor @ não poderiam intervir de forma efectiva

para solucionar este problema. O outsourcer, nestas situações deverá avaliar quais os Fornecedores

de outras áreas de negócio diferentes mas que possam solucionar esta situação. Neste caso o

outsourcer consegue resolver a situação com a activação de um Fornecedor Frota de Taxis Privados

Ω, e reservando um táxi para transportar o Cliente até à Rua Oxford, em Manchester. Desta forma,

seria garantido o preenchimento total dos requisitos do Cliente.

5.2. Conclusões

Com este caso de estudo hipotético é possível concluir que esta metodologia permite aumentar a

taxa de sucesso no fornecimento de um serviço por prática de outsourcing dinâmico e distribuído e

consequentemente, aumentar a satisfação do Cliente-Final. Foram demonstradas situações de

problemas e desastres e o modo como esta metodologia permite em todos os casos encontrar uma

solução para manter a sobrevivência desses serviços. Estas soluções surgem com a existência de

Fornecedores Secundários, tanto contratados pela entidade outsourcer como pela entidade

Fornecedor Principal, demonstrando assim o valor acrescentado de um sistema heterogéneo,

unificado e de fácil integração inter-organizacional.

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6.

Conclusões e

Trabalho Futuro

Conclusões …………………………………………………………………………………………………… 83

Trabalho Futuro ………………………………………………………………………………………….….. 84

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6.1. Conclusões

Este documento, através do trabalho apresentado, vem dar resposta a uma necessidade

emergente na gestão e fornecimento de serviços, perante os sinais já oferecidos pelas organizações

que procuram complementar as frameworks utilizadas. É de destacar o enorme esforço que

actualmente é feito em torno da questão sobre o peso dos benefícios e riscos que estão subjacentes

nos contratos por outsourcing nos dias de hoje, o que gerou um enorme leque de literaturas bastante

inovadoras nas abordagens feitas nesta área.

Tal como descrito nos capítulos relacionados com o Estado da Arte, são muitas as frameworks de

gestão em IT que, apesar de direccionarem-se em objectivos diferentes, na sua essência, todos

partilham o mesmo – a Gestão e Fornecimento de Serviços. Algumas das frameworks tratadas

durante este trabalho têm sofrido várias modificações, traduzidas em novas versões, que no futuro

vêm aprofundar ainda mais a gestão nos seus temas. O outsourcing é sem dúvida um conceito

que futuramente deixará de existir devido a integração automática e simplista entre

organizações e a transacção de recursos entre estas.

É notória a diversidade de sistemas aplicacionais que surgem no intuito de facilitar as relações de

outsourcing, todavia, estas só poderão realmente demonstrar valor acrescentado com um

acompanhamento constante nas diferentes fases de um contrato de outsourcing, desde a análise de

fornecedores e a sua definição contratual, até o serviço final chegar ao consumidor.

A metodologia proposta, explora a natureza da arquitectura genuinamente orientada para os

serviços, cujo domínio de aplicabilidade se situa no domínio da Engenharia dos Serviços e numa

visão de Serviços Unificados. Esta visão de Serviços Unificados deverá ser crucialmente suportada

pelo uSIL, como meio para trazer heterogeneidade e simplicidade ao tratamento da informação entre

diversos sistemas. Desta forma, conclui-se que esta metodologia de outsourcing dinâmico e

distribuído defende a perspectiva que as organizações devem modelar a informação e não

modelar dados.

Em Suma, esta solução pretende contribuir para o enriquecimento dessa busca pelo meio de

incentivar a descentralização das organizações que produzem uma vasta panóplia de serviços e

assim obter uma melhor especialização sobre um determinado serviço que realmente possa trazer

diferenciação e vanguarda no mercado.

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6.2. Trabalho Futuro

Apesar da Framework unificada já incluir um conjunto considerável de aspectos a ter em conta na

gestão de qualquer serviço, perante o elevado e diversificado número de serviços que se podem

encontrar no dia-a-dia, áreas como Saúde, Banca, Seguros, Educação, entre muitas outras,

certamente têm associado a um conjunto de procedimentos e standards que, se analisados, podem

contribuir de forma positiva para aprofundar e completar esta metodologia dos serviços

unificados[3],[4].

Para complementar, esta visão de Modelo de Serviços Unificados apresenta-se ainda em

investigação, sendo acompanhado pelo Professor Doutor José Delgado[1] e desenvolvido pelos

alunos do Instituto Superior Técnico [2],[3],[4]. Para finalizar a tese, são apresentados neste

subcapítulo as directivas para futuras investigações, no que toca ao fornecimento de serviços por via

de outsourcing dinâmico e distribuído:

• Averiguar Modulo para Gestão Financeira e Jurídica;

• Especificar como aperfeiçoar Funções como Service Desk, Operations Management e

Facilities Management para o tratamento dos serviços durante a sua fase operacional;

• Concretização de ambientes de testes práticos em organizações com este modelo.

• Incluir a gestão de serviços de outsourcing numa estrutura de melhoria contínua dos serviços

unificados (no Plano de Maturidade – Eixo de Versões);

• A definição de templates específicos para a gestão de SA’s, validação e renovação de

Fornecedores juntamente com os templates definidos para cada domínio organizacional a

aplicar;

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7.

Referências

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[43] Richardson, Leonard, “RESTfull Web Services“, OReilly (2007).

[44] Alves, Tiago, “Cloud Computing”, Revista Tecnológica IST (Novembro2008).

[45] Sterritt, Bustard, “Towards an Autonomic Computing Environment”, IEEE, (2003).

[46] Workshop Compuware, “Six Sigma e a Melhoria da Qualidade do Serviço”, (Maio 2007).

[47] Zúquete, André.,”Segurança em Redes Informáticas”, FCA, (2006).

[48] “ISO/IEC 17799:2005 – “Information techniques - Security techniques - Code of practice for

information security management”, ISO, (2005).

[49] Barthélemy, Jérôme, “The Seven Deadly Sins of Outsourcing”, Academy of Management

Executive Vol 17 No2, (2009).

[50] Bon, Jan Van, “Foundations of IT Service Management Based on ITIL V3”, (Novembro 2007).

[51] Borges, Bruno Rafael Saraiva Lopes, “Automação da Gestão de Infra-estruturas

Tecnológicas”, Dissertação Instituto Superior Técnico, (Setembro 2008).

[52] Alves, Tiago, “Cloud Computing”, Revista Tecnológica IST (Novembro2008).

[53] Geetanjali, Arora “XML Web Services Professional Projects”, (2002).

[54] Thomas, Roy, “Architectural Styles and the Design of Network-based Software

Architectures”¸ Dissertação de Doutoramento, University of California, Irvine (2000).

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A.

Anexo A

Metodologia de Outsourcing Dinâmico e

Distribuído ao longo do ciclos de vida

do Modelo de Serviços Unificados

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Anexo A - Metodologia de Outsourcing Dinâmico e Distribuído ao longo do ciclos de vida do Modelo de Serviços Unificados

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B.

Anexo B

Diagrama de Fluxo no estágio de

Estratégia dos Serviços

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ANEXO B - Diagrama de Fluxo no estágio de Estratégia dos Serviços

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C. Anexo C

Diagrama de Fluxo no estágio de

Design dos Serviços

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ANEXO C - Diagrama de Fluxo no estágio de Design dos Serviços

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D. Anexo D

Mapa Conceptual para a Gestão de

Risco

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Anexo D – Mapa Conceptual da Gestão de Risco em todo o Ciclo de Vida dos Serviços

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E.

Anexo E

Frameworks de Gestão e

Fornecimento de Serviços

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Anexo E.1 - ISO 20000

O ISSO 2000 está definido em cinco grupos de processos: Service Delivery, Relationship,

Resolution, Control e Release.

Service Delivery Process

O Service Level Management é responsável por definir, acordar, gravar e gerir os serviços.

O Service Reporting inclui a produção de relatórios acordados, fidedignos, atempados e precisos

para permitir à organização tomar decisões informadas e garantir uma comunicação efectiva.

O Capacity Management assegura que o prestador do serviço tem, em qualquer altura,

capacidade suficiente para conhecer as exigências actuais e futuras em conformidades com as

necessidades do negócio do cliente.

O Service Continuity & Availability Management assegura que a continuidade do serviço acordado

e a disponibilidade de entrega do mesmo ao cliente são conhecidas em qualquer circunstância.

O Information Security Management é responsável pela gestão eficiente da segurança da

informação entre todas as actividades do serviço

Relationship Process

O Business Relationship Management é responsável por estabelecer e manter uma boa relação

entre prestador dos serviços e o cliente, baseada em compreender o cliente e os seus business

drivers.

O Supplier Management é responsável pela gestão de fornecedores subcontratados para

assegura a cláusula de ligação e a qualidade dos serviços

Resolution Process

O Incidente Management centra-se no restauro do serviço acordado ao negócio tão cedo quanto

possível ou responder a pedidos do serviço.

Com o Problem Management pretende-se minimizar o efeito no negócio através de identificação e

análise proactiva dos incidentes e através de uma gestão de problemas próxima.

Control Process

O Configuration Management define e controla os componentes do serviço e da infra-estrutura, e

mantém actualizada a informação de configuração.

O Change Management assegura que todas as mudanças são taxadas, aprovadas,

implementadas e revistas de uma forma controlada

Release Process

O Release Management é responsável por entregar, distribuir e explorar uma ou mais alterações

numa versão do ambiente real.

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Anexo E.2 - CobIT

O CobIT é dividido em quatro principais fases: Plan and Organize; Acquire and Implement; Deliver

and Support; Manage and Evaluate

Plan and Organize

Uso de informação e tecnologia e como isso pode ser usado para que a empresa atinja os seus

objectivos. Salienta que a forma organizacional e infra-estrutura de IT devem ser consideradas para

que se atinja resultados óptimos e para que se gere benefício do seu uso.

O processo Define a Strategic IT Plan and Direction trata a ligação ente os objectivos de negócio e

os objectivos de IT. Nele inclui-se a identificação das dependências críticas e o desempenho

corrente, a construção de um plano de estratégia de IT, a construção de planos tácticos de IT, a

análise de programas de portfólio e a gestão de projecto e portfolios de serviços

O processo Define the Information Architecture inclui a criação e manutenção do modelo de

informação empresarial, a criação e manutenção de dicionários de dados corporativos, o

estabelecimento e manutenção de um programa de classificação de dados, o fornecimento dos

próprios dados com procedimentos e ferramentas para classificação de sistemas de informação, e a

utilização do modelo de informação, dicionário de dados e programa de classificação para planear

sistemas de negócio optimizados.

O processo Determine Technological Direction centra-se na criação e manutenção de um plano de

infra-estrutura tecnológica, criação e manutenção de standards tecnológicos, publicação de standards

tecnológicos, monitorização da evolução tecnológica, e definição do uso estratégico futuro de novas

tecnologias

O processo Define the IT Processes, Organization and Relationships estabelece a estrutura

organizacional de IT, incluindo committees e ligações com os stakeholders e vendedores. Inclui o

desenho de uma frameworks de processos IT, a identificação dos próprios sistemas, a identificação

dos próprios dados, e o estabelecimento e implementação de regras e responsabilidade de IT,

incluindo a supervisão e segregação de deveres.

O processo Manage the IT Investment preocupa-se com a manutenção do portfólio de programa,

manutenção do portfólio de projecto, manutenção do portfólio de serviço, estabelecimento e

manutenção dos processos de orçamentação de IT, e ainda com a identificação, comunicação e

monitorização de investimentos em IT, custos e valor para o negócio.

O processo Communicate Management Aims and Direction trata do estabelecimento e

manutenção de um ambiente e Framework de controlo IT, do desenvolvimento e manutenção de

políticas de IT, e da comunicação da Framework de controlo IT, dos objectivos e da direcção do IT.

O processo Manage IT Humans Resources inclui nas suas actividades a identificação das

capacidades, descrições de posição, escalas e comparação de desempenho pessoal em IT, bem

como a execução de políticas e procedimentos de recursos humanos relevantes para o IT.

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O processo Manage Quality define um sistema de gestão de qualidade. Inclui o estabelecimento,

manutenção, construção e comunicação dos standards de qualidade ao longo da organização,

construção e comunicação do plano de qualidade para melhoramento contínuo, medição,

monitorização e revisão da conformidade com os objectivos de qualidade.

O processo Assess and Manage IT Risks centra-se na determinação do alinhamento da gestão de

risco, compreensão dos objectivos estratégicos do negócio relevantes, compreensão dos objectivos

de processo de negócio relevantes, identificação dos objectivos internos de IT e estabelecimento do

contexto de risco. Inclui ainda a identificação dos eventos associados com os objectivos, avaliação

dos riscos associados aos eventos, avaliação e selecção das respostas ao risco, prioritização e

planeamento das actividades de controlo. Por fim, aprova e assegura o financiamento para planos de

acção de risco, e trata da manutenção e monitorização de um plano de acção de risco.

Acquire and Implement

O processo Identify Automated Solutions engloba a definição da função de negócio e dos

requisitos técnicos, o estabelecimento de processos para garantir a integridade dos requisitos, a

identificação, avaliação de viabilidade de forma a implementar os requisitos de negócio propostos, a

avaliação dos benefícios operationais de IT das soluções propostas, a avaliação dos benefícios de

negócio das soluções propostas e por fim, o desenvolvimento de um processo de aprovação de

requisitos adicionado à aprovação e comprovação das soluções propostas.

O processo Acquire and Maintain Application Software centra-se na tradução dos requisitos de

negócio para um especificação de desenho de alto nível, na preparação detalhadas dos requisitos

técnicos e de desenho da aplicação de software, e a especificação dos controlos de aplicação no

desenho. Inclui, também, a manutenção e implmentação da funcionalidade automatizada adquirida, o

desenvolvimento formalizado de metodologias e processos para gerir o processo de desenvolvimento

da aplicação, a criação de um plano de avaliação de qualidade do software para o projecto, o

rastreamento e gestão dos requisitos da aplicação e o desenvolvimento de um plano para a

manutenção de aplicações de software.

O processo Enable Operation and Use preocupa-se com o desenvolvimento de uma estratégia

para operacionalizar a solução, com o desenvolvimento de uma metodologia de transferência de

conhecimento, com o desenvolvimento de manuais de procedimentos para o utilizador final, com o

desenvolvimento de documentação de suporte técnicos para as operações e para o staff técnico, com

o desenvolvimento e entrega de treinos, com a avaliação dos resultados destes.

O processo de Procure IT Resources desenvolve políticas de procurement e procedimentos

alinhados com estas no nível corporativo, estabelece e mentém uma lista de fornecedores

acreditados, avalia e seleccciona fornecedores segundo um pedido por processo de proposta,

desenvolve contratos que protegem os interesses da organização e adquire em conformidade com os

procedimentos estipulados.

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O processo Manage Changes inclui o desenvolvimento e implementação de um processo para

registo, avaliação e prioritização consistente de pedidos de alteração, a avaliação de impacto e

prioritização das alterações beaseadas nas necessidade de negócio, o asseguramento de que

qualquer emergência e alteração crítica seque os processos aprovados, a autorização das alterações,

e a gestão e disseminação da informação relevante respeitante às alterações.

O processo Install and Accredit Solutions and Changes centra-se na construção e revisão dos

planos de implementação, definição e revisão de uma estratégia de teste euma metodologia de

planificação de teste operacional, e construção e manutenção de um repositório de requisitos

técnicos e de negócio e casos de testes para os sistemas acreditados. Inclui ainda a coversão de

sistemas e integração de testes no ambiente de testes, a instalação de um ambiente de teste e

condução de testes finais de aceitação e por fim, a recomendação de promoção para produção

baseada no critério e acreditação acordado.

Deliver and Support

O processo Define and Manage Service Levels preocupa-se com a criação de uma Framework

para definição dos serviços de IT, com a construção de um catálogo de serviços de IT, com a

definição de SLA's para serviços de IT críticos, com a definição de OLA's para conhecer as SLA's,

com a monitorização e reportagem do desempenho do nível de serviço end-to-end, com a revisão das

SLA's e UC's, com a revisão e actualização do catálogo de serviço IT e com a criação do plano de

melhoramento de serviço.

O processo Manage Third-party Services identifica e categoriza as relações terceiras de serviço,

define e documenta os processos de gestão de fornecedor, e estabelece a evolução do fornecedor e

selecção de políticas e procedimentos. Preocupa-se, também, com a identificação, avaliação e

mitigação dos riscos de fornecedor, com a monitorização da entrega de serviço de fornecedor e com

a avaliação dos objectivos a longo prazo da relação de serviço para todos os stakeholders.

O processo Manage Perfomance and Capacity foca-se no estabelecimento de um processo de

planeamento para a revisão de desempenho e capacidade dos recursos de IT, na revisão do

desempenho e capacidade dos recursos de IT correntes, na condução do desempenho e capacidade

dos recursos de IT previstos, na condução de análises de desvios para identificar enganos nos

recursos de IT, e na monitorização e relatório de contínua de disponibilidade, desempenho e

capacidade dos recursos de IT.

O processo Ensure Continuous Service tem funções no desenvolvimento de uma Framework de

continuidade de IT, na condução de uma análise de impacto no negócio e avaliação de risco, no

desenvolvimento e manutenção de planos de continuidade de IT, na identificação e categorização de

recursos de IT baseados nos objectivos de recuperação. Inclui ainda o planeamento e condução de

treino de continuidade de IT, o planeamento de recuperação e reactivação dos serviços de IT, o

planeamento e implementação de armazenamento de backup e protecção e o estabelecimento de

procedimentos para a condução de revisões pós-reactivação.

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O processo Ensure Systems Security define e mantém um plano de segurança de IT. Nele inclui-

se a definição, estabelecimento e operação de um processo de gestão de identidade, monitorização

de incidentes de segurança, condução de revisões e validações periódicas dos direitos e privilégios

de acesso do utilizador, estabelecimento e manutenção de procedimentos para manter e

salvaguardas chaves criptográficas. Preocupa-se ainda com a implementação e manutenção de

controlos técnicos e procedimentais para proteger o fluxo de informação ao longo das redes e com a

condução de avaliações às vulnerabilidades regulares.

O processo Identify and Allocate Costs inclui o mapeamento da infra-estrutura de IT para serviços

fornecidos e processos de negócio suportados, a identificação de todos os custos de IT e

mapeamento destes para os serviços de IT nas bases de custo unitárias, o estabelecimento e

manutenção de um orçamento de IT e processo de controlo de custos, e por fim, o estabelecimento e

manutenção de políticas e procedimentos de charging.

O processo Educate and Train Users identifica e caracteriza as necessidades de treino dos

utilizados, construindo um programa de treino, conduzindo actividade de treino, educação e

sensibilização. Inclui também o desempenho de avaliações de treino e a identificação e avaliação dos

melhores métodos e ferramentas de entrega de treino.

O processo Manage Service Desk and Incidents centra-se na criação de procedimentos de

classificação e escalonamento, detecção e registo de pedidos de informação de serviços/incidentes;

classificação, investigação e diagnósticos de queries, resolução, recuperação e fecho de incidentes.

Inclui ainda preocupações com a informação dos utilizadores e produção de reports de gestão.

O processo Manage the Configuration desenvolve procedimentos de planeamento de gestão de

configurarão, recolhe a informação de configuração inicial e estabelece baselines, verifica e audita a

informação de configuração e actualiza o repositório de configuração.

O processo Manage Problems inclui a identificação e classificação de problemas, o desempenho

de análise de causa raiz, a resolução de problemas, a revisão do estado dos problemas, o

questionamento das recomendações para melhoramento, a criação de um RFC relacionado e a

manutenção de registos de problemas.

O processo Manage Data trata da tradução do armazenamento de dados e retenção de requisitos

nos procedimentos, definição e manutenção de procedimentos para gerir a biblioteca de media,

definição, manutenção para a salvaguarda de dados de acordo com a definição dos procedimentos

de restauração de dados.

O processo de Manage the Physical Environment foca a definição do nível requerido de protecção

física, a selecção e comissionar o local, a implementação de medidas de ambiente físico, a gestão de

ambiente físico, a definição e implementação de procedimentos para autorização e manutenção de

acesso físico.

O processo Manage Operations inclui a criação/modificação dos procedimentos operacionais,

programação do fluxo de trabalho e batch jobs, monitorização de infra-estrutura e processamento e a

resolução de problemas e furtos e da programação e desempenho de manutenção preventiva.

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Monitor and Evaluate

O processo Monitor and Evaluate IT Process estabelece a abordagem de monitorização, identifica

e recolhe os objectivos medíveis que suportam os objectivos de negócio, cria scorecards, avalia o

desempenho e identifica as acções de melhoramento de desempenho.

O processo Monitor and Evaluate Internal Control centra-se na monitorização e controlo das

actividades de controlo interno de IT, na monitorização do processo de auto-avaliação, na

monitorização do desempenho de revisões, auditorias e examinações independentes. Inclui a

monitorização do processo para obter garantias sobre os controlos operadores por entidades

terceiras, a monitorização do processo para identificar e avaliar as excepções de controlo, a

monitorização do processo para identificar e avaliar as excepções de controlo, a monitorização do

processo para identificar e remediar as excepções de controlo.

O processo Ensure Regulatory Compliance foca-se na definição e execução de um processo para

identificar requisitos legais, contratuais, políticos e legislatórios, na avaliação da conformidade das

actividades de IT com as políticas, planos e procedimentos de IT, no report da avaliação positiva de

conformidade das actividades de IT com as políticas, planos e procedimento de IT. É também

responsável por fornecer input para alinhas as políticas, planos e procedimentos de IT em resposta

aos requisitos de conformidade, integrar os reports de IT nos requisitos legislatórios com output

similar provenientes de outras funções de negócio.

O processo Provide IT Governance inclui o estabelecimento de um executivo e um board extra de

forma a facilitar a gestão das actividades IT. Entre essas actividades, neste processo, está ainda a

revisão, subscrição, alinhamento e comunicação do desempenho IT, estratégia IT e gestão de

recursos e risco com a estratégia de negócio, a obtenção periódica de avaliação independente de

desempenho e conformidade com políticas, planos e procedimentos, a resolução de indicações da

avaliação independente e assegurar a implementação de gestão de recomendações acordadas e a

gestão de reports do IT Governance.

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Anexo E.3 – eTOM

O eTOM divide-se em três principais áreas de gestão de processos, sendo: Strategy, Infrastructure

& Product; Operations e Enterprise Management

Strategy, Infrastructure & Product

O conjunto de processos Strategy & Commit é responsável pela geração de estratégias para

suportar os processos de ciclo de vida de infra-estrutura e de produto. É responsável também pelo

estabelecimento de compromissos de negócio dentro da empresa para suportar as estratégias.

O conjunto de processos Infrastructure Lifecycle Management é responsável pela definição,

planeamento e implementação de todas as infra-estruturas necessárias (aplicação, IT e rede), assim

como, todas as infra-estruturas de suporte e competências de negócio (centros de operação,

arquitecturas, entre outros).

O conjunto de processos Product Lifecycle Management centra-se no conhecimento sobre o

funcionamento e desenvolvimento de negócio principal da empresa.

O conjunto de processos Service Development & Management centra-se no planeamento,

desenvolvimento e entrega de serviços para a área de operações.

O conjunto de processos Resource Development & Management centra-se no planeamento,

desenvolvimento e disponibilização dos recursos necessários para o suport de produtos e serviços na

área de operações.

O conjunto de processos Supply Chain Development & Management centra-se nas interacções

necessárias da empresa com os seus fornecedores e parceiros, que estão envolvidos na manutenção

da cadeia de valor.

Operations

O conjunto de processos Operations Support & Readiness é responsável pelo suporte de gestão,

logístico e administrativo aos processos de aprovisionamento, garantia de qualidade e facturação. É

também responsável por garantir a disponibilidade operacional das mesmas áreas.

O conjunto de processos fulfillment é responsável por fornecer aos clientes os produtos solicitados

de forma correcta e no prazo adequado.

O conjunto de processos Assurance é responsável pela execução de actividades de manutenção

pró-activas e relativas para garantir que os serviços fornecidos aos clientes estejam continuamente

disponíveis e com níveis de SLAs e qualidade de serviço adequados.

O conjunto de processos Billing é responsável pela reunião de registos, produção de contas

precisas e no prazo adequado, pelo fornecimento de informações de pré-factura e factura aos

clientes, pelo processamento dos respectivos pagamentos e recepção dos mesmos.

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O conjunto de processos Customer Relationship Management considera o conhecimento

fundamental das necessidades dos clientes e inclui todas as funcionalidades necessárias para

aquisição, melhoria e retenção de relacionamento com o cliente.

O conjunto de processos Service Management & Operations centra-se no conhecimento de

serviços (acesso, conectividade, conteúdo, entre outros) e inclui todas as funcionalidades necessárias

para a gestão e operação de serviços de comunicações e informações necessários aos clientes

O conjunto de processos Resource Management & Operations mantém o conhecimento sobre os

recursos (aplicação, IT e rede) e é responsável pela gestão de todos os recursos (por exemplo,

redes, sistemas IT, data centers, switch’s e routers) utilizados para fornecer e suportar serviços

solicitados pelos clientes.

O conjunto de processos Supplier/Partner Relationship Management suporta os processos

operacionais essenciais, tanto os processos de instância de cliente e aprovisionamento, garantia de

qualidade, facturação, como os processos de operações funcionais.

Enterprise Management

O conjunto de processos Strategic & Enterprise Planning centra-se nos processos necessários

para desenvolver as estratégias e planos para a empresa.

O conjunto de processos Financial & Asset Management centra-se na gestão de finanças e activos

da empresa.

O conjunto de processos Enterprise Risk Management garante que os riscos e ameaças à

empresa sejam identificados e os controlos apropriados sejam executados para minimizar ou eliminar

os riscos identificados.

O Conjunto de processos Stakehold & External Relations Management centra-se na gestão do

relacionamento da empresa com os seus colaboradores e entidades externas.

O conjunto de processos Enterprise Effectiveness Management centra-se na definição e

fornecimento de ferramentas e metodologias para assegurar que os processos e actividades da

empresa sejam geridos e executados eficientemente e eficazmente.

O conjunto de processos Human Resources Management fornece a infra-estrutura de recursos

humanos utilizada pela empresa para garantir os seus objectivos.

O conjunto de processos Knowledge & Research Management gere o conhecimento e pesquisa

dentro da empresa, incluído a avaliação de aquisições de potenciais tecnologias.

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Anexo E.4 – SCOR

O SCOR é baseado em cinco processos de gestão distintos: Plan, Source, Make, Deliver e Return.

Plan: Demand/Supply Planning and Management3

À fase de planeamento balanceiam-se os recursos com os requisitos e estabelecem-se os planos

para toda a cadeia de valor, incluindo a fase de Return, e a execução de processos para Source,

Make e Deliver. Inclui, também, a gestão das regras de negócio, desempenho da cadeia de valor,

colecção de dados, inventário, activos capitais, transporte, configuração do planeamento, análise dos

requisitos de regulação e conformidade e levantamento do risco da cadeia de valor. Preocupa-se

ainda com o alinhamento do plano de unidade da cadeia de valor com o plano financeiro.

Source: Sourcing Stocked, Make-to-Order, Engineer-to-Order Product

Na fase de definir a origem da cadeia de valor é feito o escalonamento de entregas, a recepção,

verificação, transferência do produto e a manutenção de dados. Centra-se ainda na gestão de

inventário, gestão dos activos capitais, tratamento dos produtos recém-chegados, estabelecimento da

rede de fornecedores, levantamento dos requisitos de importação/exportação, gestão dos acordos

com fornecedor e levantamento do risco de origem da cadeia de valor.

Make: Make-to-Stock, Make-to-Order, Engineer-to-Order Production Execution

Durante a concepção na cadeia de valor é feito o escalonamento das actividades de produção,

emissão de produto, produção e teste, embalagem, preparação do produto e lançamento do produto

para entrega. São incluídas nesta fase, a finalização da engenharia para os processos de engineer-

to-order product, a gestão de regras, desempenho, dados, produtos em progresso, equipamento,

transporte, rede de produção, conformidade de regulação para produção e risco de concepção na

cadeia de valor.

Deliver: Order, Warehouse, Transportation, and Installation Management for Stocked, Make-to-

Order, and Engineer-to-Order Product

Na fase de entrega do produto, são contemplados todos os passos da gestão de encomendas

desde o processamento de pedido do cliente até ao controlo de descarregamento e selecção de

Transportadores. Inclui também, a gestão de warehouse, desde a recepção e selecção do produto

para dar saído do mesmo, até à recepção e verificação de produto no local do cliente, com respectiva

instalação, se necessário. A fase de entrega na cadeia de valor tem também de preocupar-se com a

facturação do cliente.

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Return: Return of Raw Material and Receipt of Returns of Finished Goods

A fase de retorno do produto, e última, da cadeia de valor dá relevância a todos os passos para o

retorno de produtos com defeito desde o cliente – identificação das condições do produto, disposição

do produto, autorização do pedido de retorno do produto, escalonamento do despacho do produto e

retorno do produto com defeito – ao fornecedor – autorização para retorno do produto,

escalonamento da recepção do produto, recepção do produto e transferência do produto com defeito.

São também importante nesta fase, todos os passos para o retorno para manutenção, reparação ou

excesso desde a fonte – identificação das condições do produto, disposição do produto, autorização

do pedido retorno do produto e autorização de retorno do produto. Finalmente, preocupa-se com a

gestão das regras de negócio do retorno, desempenho, colecção de dados, inventário de retorno,

activos capitais, transporte, configuração de rede, requisitos e conformidade a regulações e riscos de

retorno na cadeia de valor.