OUPENSKY - O Simbolismo Do Tarô

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7/25/2019 OUPENSKY - O Simbolismo Do Tarô http://slidepdf.com/reader/full/oupensky-o-simbolismo-do-taro 1/23 O simbolismo do Tarô I. Os Fundamentos P. D. Ouspensky. Este texto consiste na transcrição do Cap. V O Simbolismo do Tarô! do li"ro de P. D. Ouspensky Um Novo Modelo do Universo Ed. Pensamento #a literatura ocultista ou simb$lica! isto %! na literatura baseada no recon&ecimento da exist'ncia do con&ecimento oculto! &( um )enômeno de *rande interesse. + o Tarô. O Tarô % um baral&o ,ue ainda % usado no sul da Europa para -o*ar e ler a sorte. Di)ere muito pouco dos baral&os comuns! ,ue são baral&os de Tarô reduidos. T'm os mesmos reis! rain&as! ases! de! etc.  /s cartas do Tarô )oram con&ecidas desde o )im do s%culo 0IV! ,uando -( existiam entre os ci*anos espan&$is. 1oram as primeiras cartas ,ue apareceram na Europa. 2( di"ersas "ariaç3es do Tarô! com di)erentes n4meros de cartas. Considerase ,ue a reprodução mais exata do Tarô % o c&amado 5Tarô de 6arsel&a5. Esse baral&o consiste de 78 cartas. Destas! 9: são cartas comuns com o acr%scimo de uma carta 5ilustrada5 em cada naipe! a saber! o 5Ca"aleiro5! colocada entre a ;ain&a e o Valete. Isso per)a 9< cartas di"ididas em ,uatro naipes! dois pretos e dois "ermel&os! ou se-a= Paus! Copas >coraç3es?! Espadas e Ouros >penta*ramas ou discos?. 2(! al%m disso! :: cartas numeradas com nomes especiais ,ue estão )ora dos ,uatro naipes. @. O Prestidi*itador >ou O 6a*o? :. / Arande Bacerdotisa . / Imperatri . O Imperador 9. O 2iero)ante >ou O Papa? <. Tentação >ou O Enamorado? 7. O Carro 8. ustiça F. O Eremita @G. / ;oda da 1ortuna @@. / 1orça  @:. O En)orcado @. / 6orte @. Tempo >ou / Temperança? @9. O Diabo @<. / Torre @7. / Estrela @8. / Hua @F. O Bol :G. O ul*amento :@. O 6undo O. O Houco  O baral&o de cartas do Tarô! de acordo com a lenda! representa um li"ro &iero*l)ico e*pcio! com 78 lJminas! ,ue c&e*aram at% n$s de um modo miraculoso. Babese ,ue! na Kiblioteca de /lexandria! al%m de papiros e per*amin&os! &a"ia muitos desses li"ros! ,ue consistiam muitas "ees de um *rande n4mero de tabuin&as de ar*ila ou de madeira. Em relação L &ist$ria posterior das cartas do Tarô! diem ,ue! no incio! elas eram medal&3es impressos com desen&os e n4meros! depois lJminas met(licas! cartas de couro e! )inalmente! cartas de papel. Exteriormente! o Tarô % um maço de cartas! mas! no seu si*ni)icado interno! % al*o completamente di)erente. + um 5li"ro5 de teor )ilos$)ico e psicol$*ico! ,ue pode ser lido de muitas maneiras di)erentes. Darei um exemplo de uma interpretação )ilos$)ica da id%ia total ou do conte4do *eral do Livro do Tarô, seu ttulo meta)sico! por assim dier! ,ue mostrar( ao leitor de modo claro ,ue esse 5li"ro5 não poderia ter sido ar,uitetado pelos ci*anos incultos do s%culo 0IV. O Tarô di"idese em tr's partes.

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O simbolismo do Tarô I.Os Fundamentos

P. D. Ouspensky.

Este texto consiste na transcrição do Cap. V O Simbolismo do Tarô! do li"ro de P. D.

Ouspensky Um Novo Modelo do Universo Ed. Pensamento

#a literatura ocultista ou simb$lica! isto %! na literatura baseada no recon&ecimento daexist'ncia do con&ecimento oculto! &( um )enômeno de *rande interesse.

+ o Tarô.

O Tarô % um baral&o ,ue ainda % usado no sul da Europa para -o*ar e ler a sorte. Di)ere muitopouco dos baral&os comuns! ,ue são baral&os de Tarô reduidos. T'm os mesmos reis!rain&as! ases! de! etc.

 /s cartas do Tarô )oram con&ecidas desde o )im do s%culo 0IV! ,uando -( existiam entre osci*anos espan&$is. 1oram as primeiras cartas ,ue apareceram na Europa.

2( di"ersas "ariaç3es do Tarô! com di)erentes n4meros de cartas. Considerase ,ue areprodução mais exata do Tarô % o c&amado 5Tarô de 6arsel&a5.

Esse baral&o consiste de 78 cartas. Destas! 9: são cartas comuns com o acr%scimo de umacarta 5ilustrada5 em cada naipe! a saber! o 5Ca"aleiro5! colocada entre a ;ain&a e o Valete.Isso per)a 9< cartas di"ididas em ,uatro naipes! dois pretos e dois "ermel&os! ou se-a= Paus!Copas >coraç3es?! Espadas e Ouros >penta*ramas ou discos?.

2(! al%m disso! :: cartas numeradas com nomes especiais ,ue estão )ora dos ,uatro naipes.

@. O Prestidi*itador >ou O 6a*o?:. / Arande Bacerdotisa. / Imperatri

. O Imperador 9. O 2iero)ante >ou O Papa?<. Tentação >ou O Enamorado?7. O Carro8. ustiçaF. O Eremita@G. / ;oda da 1ortuna@@. / 1orça

 

@:. O En)orcado@. / 6orte@. Tempo >ou / Temperança?

@9. O Diabo@<. / Torre@7. / Estrela@8. / Hua@F. O Bol:G. O ul*amento:@. O 6undoO. O Houco

 

O baral&o de cartas do Tarô! de acordo com a lenda! representa um li"ro &iero*l)ico e*pcio!com 78 lJminas! ,ue c&e*aram at% n$s de um modo miraculoso.Babese ,ue! na Kiblioteca de /lexandria! al%m de papiros e per*amin&os! &a"ia muitos dessesli"ros! ,ue consistiam muitas "ees de um *rande n4mero de tabuin&as de ar*ila ou de

madeira.

Em relação L &ist$ria posterior das cartas do Tarô! diem ,ue! no incio! elas eram medal&3esimpressos com desen&os e n4meros! depois lJminas met(licas! cartas de couro e! )inalmente!cartas de papel.

Exteriormente! o Tarô % um maço de cartas! mas! no seu si*ni)icado interno! % al*ocompletamente di)erente. + um 5li"ro5 de teor )ilos$)ico e psicol$*ico! ,ue pode ser lido demuitas maneiras di)erentes.

Darei um exemplo de uma interpretação )ilos$)ica da id%ia total ou do conte4do *eral do Livrodo Tarô, seu ttulo meta)sico! por assim dier! ,ue mostrar( ao leitor de modo claro ,ue esse5li"ro5 não poderia ter sido ar,uitetado pelos ci*anos incultos do s%culo 0IV.

O Tarô di"idese em tr's partes.

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  @M parte N :@ cartas numeradas de @ a :@.  :M parte N uma carta numerada O.  M parte N 9< cartas! isto %! ,uatro naipes de @ cartas cada um.

 / se*unda parte % um elo entre a primeira e a terceira! por,ue todas as 9< cartas da terceiraparte -untas são consideradas i*uais L carta numerada ero. Baint 6artin >O 1il$so)o

Descon&ecido?! )il$so)o e mstico )ranc's do s%culo 0VIII! c&amou o seu principal li"ro deTableau Naturel des Rapports qui existent entre Dieu, l'omme et l'Univers !O quadro natural das rela"#es entre Deus, o omem e o Universo$ . / obra compreende :: captulos ,uerepresentam coment(rios sobre as :: principais cartas do Tarô Ima*inemos as :@ cartas daprimeira parte dispostas na )orma de um triJn*ulo! com sete cartas de cada lado no centro dotriJn*ulo! um ponto representado pela carta ero >a se*unda parte?! e o triJn*ulo inscrito num,uadrado )ormado pelas 9< cartas >a terceira parte?! @ de cada lado do ,uadrado.

Temos a*ora uma representação da relação meta)sicaentre Deus, o omem e o Universo, ou entre >@? o mundonum'nico! numeral! >ou mundo ob-eti"o?! >:? o mundops,uico do &omem! e >? o mundo )enom'nico >ou mundosub-eti"o?! isto %! o mundo )sico.

O triJn*ulo % Deus >a Trindade? ou o mundo num'nico ounumeral.O ,uadrado >os ,uatro elementos? % o mundo "is"el! )sicoou )enom'nico.O ponto % a alma do &omem! e ambos os mundos estãore)letidos na alma do &omem.

O ,uadrado % i*ual ao ponto. Isso si*ni)ica ,ue todo omundo "is"el est( contido na consci'ncia do &omem! isto%!% criado na alma do &omem e % a representação dele. E a alma do &omem % um ponto ,ue nãotem nen&uma dimensão! no centro do triJn*ulo do mundo ob-eti"o.

 

+ claro ,ue tal id%ia não poderia ter sur*ido entre pessoasi*norantes e ,ue o Tarô % mais do ,ue um -o*o de cartas eum baral&o de cartomancia.

+ poss"el expressar tamb%m a id%ia do Tarô na )orma deum triJn*ulo! no ,ual est( inscrito um ,uadrado >o uni"ersomaterial?! dentro do ,ual est( inscrito um ponto >o &omem?.

+ muito interessante tentar determinar o ob-eti"o! oprop$sito e a aplicação do li"ro do Tarô.

 /ntes de tudo! % necess(rio obser"ar ,ue o Tarô % uma5m(,uina )ilos$)ica5! ,ue! em sua si*ni)icação e poss"elaplicação! tem muito em comum com as m(,uinas)ilos$)icas ,ue os )il$so)os da Idade 6%dia busca"am etentaram in"entar.

2( uma &ip$tese se*undo a ,ual a in"enção do Tarô % atribuda a ;aymond Hully! )il$so)o eal,uimista do s%culo 0III e autor de muitos li"ros ocultistas e msticos! ,ue! na "erdade! propôs!em seu li"ro  %rs Ma&na, um es,uema de uma 5m(,uina )ilos$)ica5. Com o auxlio dessam(,uina era poss"el )ormular per*untas e receber respostas. Ela consistia de crculosconc'ntricos com as pala"ras desi*nando as id%ias dos di)erentes mundos dispostas dentrodeles numa certa ordem. Quando determinadas pala"ras eram colocadas numa posição exata!umas em relação Ls outras! para a )ormulação de uma per*unta! outras pala"ras da"am a

resposta.

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O Tarô tem muito em comum com essa 5m(,uina5. #o seu prop$sito! % uma esp%cie de (baco)ilos$)ico.  >a? permite oloar em di"ersas )ormas *r()icas >como o triJn*ulo! o ponto e o ,uadradoacima citados? id%ias ,ue são di)ceis! senão imposs"eis! de )ormular em pala"ras  >b? % um instrumento da inteli*'ncia! um instrumento ,ue pode ser"ir para o treinamento dacapacidade de combinação! etc.

  >c? % uma )erramenta para o exerccio da inteli*'ncia! para acostum(la aos conceitos no"ose mais amplos! para pensar num mundo de dimens3es superiores e para compreender ossmbolos.

O sistema do Tarô! no seu sentido mais pro)undo! mais amplo e mais "ariado! est( para ameta)sica e o misticismo na mesma relação ,ue um sistema de notação decimal ou outra,ual,uer est( para a matem(tica. O Tarô poder( ser apenas uma tentati"a para criar talsistema! mas mesmo assim % interessante.

Para con&ecer o Tarô! % necess(rio estar )amiliariado com a id%ia da Cabala! da Alquimia! daMagia e da Astrologia.

De acordo com a opinião muito plaus"el de "(rios comentadores do Tarô! ele % uma sinopsedas ci'ncias &erm%ticas com as suas di"ersas subdi"is3es! ou uma tentati"a de tal sinopse.

Todas essas ci'ncias constituem um 4nico sistema de estudo psicol$*ico do &omem nas suasrelaç3es com o mundo dos n4menos >com Deus! com o mundo espiritual? e com o mundo dos)enômenos >com o mundo )sico "is"el?.

 /s letras do al)abeto &ebraico e as "(rias ale*orias da Cabala! os nomes dos metais! dos(cidos e sais na /l,uimia! os nomes dos planetas e constelaç3es na /strolo*ia! os nomes dosespritos bons e maus na 6a*ia! tudo isso nada mais era do ,ue uma lin*ua*em ocultacon"encional para as id%ias psicol$*icas.

O estudo aberto da Psicolo*ia! sobretudo no seu sentido mais amplo! era imposs"el. / torturae a )o*ueira esta"am reser"adas aos in"esti*adores.

Be nos apro)undarmos ainda mais nas %pocas passadas! "eremos ainda mais temor em todasas tentati"as de estudo do &omem. Como era poss"el em meio a toda escuridão! i*norJncia esuperstição da,ueles tempos )alar e a*ir abertamenteR O estudo li"re da Psicolo*ia est( sobsuspeita mesmo em nossa %poca! ,ue % considerada esclarecida.

 / "erdadeira ess'ncia das ci'ncias &erm%ticas esta"a! por isso! oculta por tr(s dos smbolos da /l,uimia! da /strolo*ia e da Cabala. Entre estas! a /l,uimia adotou como meta exterior apreparação de ouro ou a descoberta do elixir da "ida a /strolo*ia e a Cabala! a adi"in&ação ea 6a*ia! a sub-u*ação dos espritos. 6as! ,uando o alquimista autêntico )ala"a da busca doouro! )ala"a da busca do ouro na alma do &omem. E! ao )alar do elixir da "ida! )ala"a da buscada "ida eterna e dos camin&os da imortalidade. #esses casos! da"a o nome de 5ouro5 ao ,uenos E"an*el&os % c&amado ;eino do C%u e! no Kudismo! #ir"ana. Quando o astrólogoverdadeiro  )ala"a das constelaç3es e planetas! se re)eria a constelaç3es e planetas na almado &omem! isto %! a propriedades da alma &umana e suas relaç3es com Deus e o mundo.Quando o cabalista legítimo )ala"a do Nome de Deus, ele busca"a esse #ome na alma do&omem e da #aturea! e não nos li"ros mortos! não nos textos bblicos! como os cabalistasescol(sticos. Quando o verdadeiro mago  )ala"a da sub-u*ação dos 5espritos5! elementais eoutros L "ontade do &omem! compreendia isso como a submissão a uma 4nica "ontade dosdi)erentes 5eus5 do &omem! de seus di"ersos dese-os e tend'ncias. / Cabala! a /l,uimia! a /strolo*ia e a 6a*ia são sistemas simb$licos paralelos de Psicolo*ia e 6eta)sica. OsSald irt&! num de seus li"ros >L'(mposition des mains et la m)deine p*ilosop*ale. Paris.

C&amuel Editor! @8F7?! )ala de modo muito interessante da /l,uimia=+% %lquimia estuda, na verdade, a metalur&ia e a meta-sia, isto ), as opera"#es que a

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Naturea opera nos seres vivos/ a mais prounda i0nia da vida estava oulta aqui sobestran*os s-mbolos...+Mas essas id)ias imensas teriam queimado )rebros que eram demasiadamentelimitados. Nem todos os alquimistas eram aut0ntios. % &an1nia atraiu para a %lquimia*omens que visavam o ouro, al*eios a qualquer esoterismo/ eles ompreendiam tudoliteralmente e suas louuras muitas vees n2o on*eiam limites.

+Dessa ant3stia oin*a de *arlat2es vul&ares resultou a qu-mia moderna. Mas osil4soos verdadeiros, di&nos desse nome, amantes ou ami&os da sabedoria,uidadosamente separaram o sutil do &rosseiro, om uidado e previs2o, omo exi&ia aT3bua de 5smeralda, de ermes Trisme&istos, isto ), re6eitavam o si&niiado pertenente 7 letra morta e onservavam apenas o esp-rito sereto da doutrina. +Nos nossos dias, onundimos o s3bio om o insensato e re6eitamos ompletamentetudo que n2o tem o selo oiial.+ 

 

O estudo do #ome de Deus nas suas mani)estaç3es constitui a base da Cabala. 5eo"(5! em&ebraico! % escrito com ,uatro letras!  Yod, He, Vau e He. / essas ,uatro letras )oi dada uma

si*ni)icação simb$lica. / primeira expressa o princpio ati"o! a iniciati"a a se*unda. o princpiopassi"o! a in%rcia a terceira! o e,uilbrio! a 5)orma5 e a ,uarta! o resultado ou ener*ia latente.

Os cabalistas a)irmam ,ue cada )enômeno e cada ob-eto est( constitudo desses ,uatroprincpios! isto %! cada ob-eto e cada )enômeno constituise do #ome Di"ino. O estudo dessenome >em *re*o! o Tetra*rama ou a pala"ra de ,uatro letras? e a constatação da sua presençaem tudo % a meta principal da )iloso)ia cabalstica.

Qual % o si*ni)icado real dissoR

De acordo com os cabalistas! os ,uatro princpios permeiam e comp3em todas as coisas.Portanto! constatando a presença desses ,uatro princpios nas coisas e nos )enômenos decate*orias completamente distintas! entre as ,uais antes não percebera nada em comum! o&omem começa a "er a analo*ia entre essas coisas. E! pouco a pouco! se con"ence de ,uetudo no mundo % construdo de acordo com as mesmas leis! se*undo o mesmo plano. De certoponto de "ista! o enri,uecimento do intelecto e o seu crescimento consiste num aumento dasua capacidade de encontrar analo*ias. O estudo da lei das ,uatro letras ou do #ome de eo"(pode! portanto! constituir um meio para alar*ar a consci'ncia. / id%ia % muito clara. Be o #omede Deus est( realmente em tudo >se Deus est( presente em tudo?! então tudo de"ia ser an(lo*o a todas as coisas! a menor parte de"eria ser an(lo*a ao todo! o *rão de poeiraan(lo*o ao Uni"erso e tudo an(lo*o a Deus. 5Tanto em cima! como embaixo.5

  / )iloso)ia especulati"a c&e*a L conclusão de ,ue o mundo ine*a"elmente existe! mas ,ue anossa concepção dele % )alsa. Isso si*ni)ica ,ue as causas das nossas sensaç3es! ,ue estão)ora de n$s! realmente existem! mas ,ue a nossa concepção dessas causas % )alsa. Ou!diendo de outro modo! ,ue o mundo em si mesmo, isto %! o mundo mesmo! sem a nossapercepção dele! existe! mas não o con&ecemos nem podemos alcanç(lo! por,ue tudo ,ue %acess"el ao nosso estudo! isto %! todo o mundo de )enômenos ou mani)estaç3es! % apenas anossa perep"2o do mundo. Estamos cercados pelas paredes de nossas pr$prias percepç3ese não podemos "er atra"%s dessa parede o mundo real.

O prop$sito da Cabala % o estudo do mundo como %! do mundo em si mesmo. /s outrasci'ncias 5msticas5 t'm exatamente o mesmo ob-eti"o.

#a Alquimia! os ,uatro princpios ,ue constituem o mundo são c&amados os ,uatro

elementos. Bão o )o*o! a (*ua! o ar e a terra! ,ue correspondem exatamente! no seusi*ni)icado! Ls ,uatro letras do nome de eo"(.

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#a Magia! os ,uatro elementos correspondem a ,uatro cate*orias de espritos= os espritos do)o*o! da (*ua! do ar e da terra >os el)os! os *'nios das (*uas! os sil)os e os *nomos?.

#a Astrologia! os ,uatro elementos correspondem! de maneira muito remota! aos ,uatropontos cardeais! o Heste! o Bul! o Oeste e o #orte! ,ue! por sua "e! ser"em Ls "ees paradesi*nar "(rias di"is3es do ser &umano.

#o Apocalipse! eles são as ,uatro bestas! uma com cabeça de touro! a se*unda com acabeça de leão! a terceira com cabeça de (*uia e a ,uarta com a cabeça de &omem.

 E todos reunidos são a Es)in*e! a ima*em dos ,uatro princpios incorporados num s$. O Tarô%! por assim dier! uma combinação de Cabala! /l,uimia! 6a*ia e /strolo*ia.

Os ,uatro princpios das ,uatro letras do #ome de Deus! ou os ,uatro elementos al,umicos!ou as ,uatro cate*orias de esprito! ou as ,uatro di"is3es do &omem >as ,uatro bestas do /pocalipse? correspondem aos ,uatro naipes do Tarô= paus! copas! espadas e penta*rama >ououros?.

Cada naipe! cada lado do ,uadrado! ,ue! como um todo! % i*ual ao ponto! representa um doselementos ou comanda uma das ,uatro cate*orias de espritos. Paus são o )o*o ou os el)os!copas são a (*ua ou os *'nios das (*uas! espadas são o ar ou os sil)os e penta*rama são aterra ou os *nomos.

 /l%m disso! em cada naipe o ;ei representa o primeiro princpio ou o )o*o a ;ain&a! ose*undo ou (*ua o Ca"aleiro! o terceiro ou o ar e o Pa-em >Valete?! o ,uarto princpio ou aterra.

O s tamb%m si*ni)ica )o*o o dois! (*ua o tr's! o ar o ,uatro a terra. O ,uarto princpio!então! reunindo em si os tr's primeiros! se con"erte no começo de um no"o ,uadrado. O,uatro se con"erte no primeiro princpio o cinco! no se*undo o seis! no terceiro e o sete! no

,uarto. Depois! o sete % outra "e o primeiro princpio o oito! o se*undo o no"e! o terceiro e ode! o ,uarto! completando assim o 4ltimo ,uadrado.

Os naipes pretos >paus e espadas? representam as ,ualidades ati"as! a ener*ia! a "ontade! ainiciati"a e os naipes "ermel&os >copas e penta*ramas? expressam as ,ualidades ne*ati"as ea in%rcia. #esse caso! os primeiros dois naipes! paus e copas! representam o bom! isto %! ascondiç3es )a"or("eis ou as relaç3es amistosas! e os dois 4ltimos! espadas e penta*ramas!representam o mau! isto %! as condiç3es des)a"or("eis ou as relaç3es &ostis.

Desse modo! cada uma das 9< cartas representa al*o ati"o ou passi"o! bom ou mau! ,uepro"%m ou a "ontade do &omem ou ,ue c&e*a a ele do exterior. /l%m disso! o si*ni)icado de

cada uma das cartas se complica de modos di)erentes pela combinação do si*ni)icadosimb$lico dos naipes e dos n4meros. /s 9< cartas -untas apresentam! por assim dier! um,uadro completo de todas as possibilidades da "ida do &omem. Esse % o princpio em ,ue sebaseia o uso do Tarô para a adi"in&ação.

6as a si*ni)icação )ilos$)ica do Tarô % incompleta sem as :: cartas ou o 5/rcano 6aior5. Essascartas t'm primeiro uma si*ni)icação num%rica e! em se*uida um si*ni)icado simb$lico muitocomplicado. Consideradas em seu aspecto num%rico! as cartas )ormam triJn*ulos e,uil(teros!,uadrados e )i*uras similares! ,ue t'm di)erentes si*ni)icaç3es! de acordo com as cartas ,ueos comp3em.

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O simbolismo do Tarô II.A literatura dedicada ao ar!"

P. D. Ouspensky

 / literatura dedicada ao Tarô consiste! na sua maior parte! de uma interpretação das ilustraç3essimb$licas das :: cartas. 6uitos autores de li"ros msticos modelaram suas obras se*uindo o

plano do Tarô. Beus leitores! no entanto! muitas "ees nem suspeitam disso! uma "e ,ue nemsempre o Tarô % mencionado.

( me re)eri ao li"ro do 51il$so)o Descon&ecido5! #aint Martin! Tableau Naturel des Rapportsqui existent entre Dieu, l'omme et l'Univers. 5+ -ustamente no Tarô! di um dos modernosse*uidores de Baint 6artin! ,ue o 1il$so)o Descon&ecido encontrou o misterioso elo ,ue li*aDeus! o 2omem e o Uni"erso.5

O Do&ma e ritual da alta ma&ia, de $lip%as &'vi >@89?! % escrito tamb%m obedecendo aoplano do Tarô. / cada uma das :: cartas +lip&as H%"i dedicou dois captulos! um na primeiraparte e outro na se*unda. +lip&as H%"i re)erese ao Tarô em seus outros li"ros ist4ria dama&ia, % *ave dos &randes mist)rios, O &rande arano, e outros.

Os comentadores do Tarô sempre se re)erem L ist4ria da ma&ia, de (aul C%ristian>pseudônimo de ean Kaptiste Pitois! istorie de la Ma&ie! @87G?. Esse li"ro d( umainterpretação astrol$*ica das 9< cartas.

2(! al%m disso! li"ros de )ua*ta  com estran&os ttulos ale*$ricos=  %u seuil du m8st9re, Letemple de Satan, e La le de la ma&ie noire. O primeiro desses li"ros % uma introdução! ose*undo % dedicado Ls primeiras sete cartas de @ a 7 >das ::?! o terceiro Ls se*undas setecartas! en,uanto o ,uarto! ,ue de"eria ter completado esse coment(rio pormenoriado do Tarô!não apareceu.

 /s obras de Os+ald irt%! ,ue restaurou as cartas do Tarô e publicou! al%m disso! "(riosli"ros dedicados ao simbolismo &erm%tico e maçônico! o)erecem um material interessante parao estudo do Tarô.

Em in*l's &( li"ros de A" aite! ,ue o)erecem bre"es coment(rios sobre o Tarô tal como )oiimpresso na In*laterra e )ornece uma pe,uena biblio*ra)ia de obras sobre ele. Tamb%m seencontra al*um material para o estudo do Tarô nos trabal&os de Kour*eat! Decrespe! Pickard edo tradutor in*l's da Cabala! 6ac*re*or 6at&ers.

O ocultista )ranc's! 5-r" (apus.! tem dois li"ros especialmente dedicados ao Tarô !Tarot desbo*)miens e Tarot divinaitoire$. E em seus outros li"ros! tamb%m &( numerosas re)er'ncias eindicaç3es sobre o Tarô! embora elas se-am obscurecidas por uma *rande ,uantidade de)antasia "ul*ar e de pseudomisticismo.

#aturalmente essa lista não inclui toda a literatura relacionada com o Tarô. De"ese le"ar emconta tamb%m ,ue a biblio*ra)ia do Tarô nunca pode ser completa! uma "e ,ue a in)ormação

mais "aliosa e as c&a"es para a compreensão do Tarô de"em encontrarse nas obras sobre /l,uimia! /strolo*ia e 6isticismo em *eral! cu-os autores possi"elmente nem se,uer pensaramno Tarô ou tampouco o mencionaram. /ssim! por exemplo! para a compreensão do ,uadro do&omem! como % apresentado pelo Tarô! a T*eosop*ia :ratia, de )ic%tel s%culo 0VII? esobretudo os desen&os desse li"ro! o)erecem muito material. O li"ro de Albert (oisson!T*)ories et S8mboles des al*imistes >@8F@?! % 4til para a compreensão dos ,uatro smbolosdo Tarô.

2( re)er'ncias ao Tarô! nos li"ros de H" (" /lavats01! tanto em / doutrina sereta; como em(sis Unveiled, e &( ra3es para crer ,ue Kla"atsky atribua *rande importJncia ao Tarô. #apublicação teos$)ica ,ue apareceu durante a "ida de Kla"atsky !T*eosop*ial Sitin&s$ &a"iadois arti*os anônimos sobre o Tarô! num dos ,uais se da"a muita 'n)ase ao elemento )(licocontido no Tarô.

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6as! )alando de modo *eral sobre a literatura a respeito do Tarô! o seu con&ecimentodecepciona! do mesmo modo ,ue o con&ecimento da literatura oculta e! especialmente! dateos$)ica! por,ue toda essa literatura promete demais em comparação com o ,ue d(.

Cada um dos li"ros citados cont%m al*o interessante sobre o Tarô. 6as! ao lado do material"alioso e interessante! &( uma *rande ,uantidade de tolices! ,ue % caracterstica de toda a

literatura 5oculta5 em *eral! isto %! &(! em primeiro lu*ar! uma pes,uisa puramente escol(sticado si*ni)icado da letra em se*undo lu*ar! conclus3es demasiadamente precipitadas!encobrindo com pala"ras o ,ue o pr$prio autor não compreendeu. passando por altosproblemas di)ceis! especulaç3es incompletas! e! )inalmente! uma complexidade desnecess(riae construç3es assim%tricas. Os li"ros do 5Dr. Papus5! ,ue era! no seu tempo. o comentador mais popular do Tarô, são especialmente ricos em tudo isso.

#o entanto! o pr$prio Papus di ,ue toda a complexidade indica a imper)eição de um sistema. /)irma= 5/ #aturea % muito sint%tica nas suas mani)estaç3es! e a simplicidade se encontra nabase de seus )enômenos exteriormente mais complicados5. Isso %! sem d4"ida! inteiramentecorreto! mas -ustamente essa simplicidade % a ,ue )alta em todas as explicaç3es do sistema doTarô.

Por essa raão! mesmo um estudo su)icientemente cuidadoso de todas essas obras não le"a oleitor muito lon*e na compreensão do sistema e do simbolismo do Tarô! e não d( nen&umaindicação sobre a aplicação pr(tica do Tarô como uma c&a"e da 6eta)sica ou da Psicolo*ia.Todos os autores ,ue escre"eram sobre o Tarô exaltaram esse sistema e o c&amaram a C&a"eUni"ersal! mas não ensinaram como se de"e utiliar essa c&a"e.

 /presentarei a,ui al*uns extratos das obras dos autores ,ue tentaram explicar e interpretar oTarô e sua id%ia.

$lip%as &'vi  di! na sua obra mencionada anteriormente! Do&ma e Ritual !Transendental 

Ma&i, its Dotrin and Ritual, traduida! anotada e com uma introdução por /rt&ur EdSardaite! Hondres! @F:! p(*s. <:!7F!8G?=

+% *ave universal das obras m3&ias ) a de todos os anti&os do&mas reli&iosos, a

*ave da <abala e da =-blia, a :equena <*ave de Salom2o. %&ora, essa pequena *ave, tida

omo perdida por s)ulos, oi reuperada por n4s, e pudemos abrir os sepulros do mundo

anti&o para aer alar os mortos, ontemplar os monumentos do passado em todo seu

esplendor, ompreender os eni&mas de ada esin&e e penetrar em todos os santu3rios.

5ntre os anti&os, o uso dessa *ave n2o era permitido a n2o ser aos altos saerdotes, e

mesmo assim seu se&redo estava reservado 7 nata dos iniiados...

 %&ora essa era a *ave em quest2o> um alabeto *iero&l-io e num)rio, que expressava

atrav)s de arateres e n?meros uma s)rie de id)ias universais e absolutas...

 % t)trade simb4lia, representada nos Mist)rios de M0nis e Tebas pelas quatro ormas da

esin&e @ *omem, 3&uia, le2o e touro @ orrespondia aos quatro elementos do mundo anti&o

!3&ua, ar, o&o e terra$...

 %&ora esses quatro si&nos, om todas as suas analo&ias, expliam a palavra ?nia oulta em

todos os santu3rios... %l)m disso, a palavra sa&rada n2o era pronuniada> era esrita e

expressa em quatro palavras, que s2o as quatro palavras sa&radas @ Yod, He, Vau, He.

O Tarô ) uma m3quina verdadeiramente ilos4ia, que impede que a mente va&ueie, deixando,

em ompensa"2o, que ela ique livre e om iniiativa> ) a matem3tia apliada ao %bsoluto, a

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alian"a do positivo om o ideal, uma loteria de pensamentos t2o exatos omo os n?meros,

talve a onep"2o mais simples e &randiosa do &0nio *umano.

Uma pessoa enarerada, que n2o tivesse outro livro a n2o ser o Tarô, se soubesse omo us3A

lo, poderia. em pouos anos, adquirir um on*eimento universal e poderia alar de todos os

assuntos om ini&ual3vel sabedoria e ines&ot3vel eloqu0nia.+

(aul C%ristian! em sua ist4ria da ma&ia, >istoire de la ma&ie du monde surnaturel et de la

atalit) 7 travers les tempo et les peuples, de P. C&ristian! p(*s. @@:@@ >Paris! 1ume! ou"et WCie.! editores? descre"e >re)erindose a Jmblico? o ritual de iniciação aos 6ist%rios E*pcios!em ,ue ,uadros semel&antes aos :: /rcanos do Tarô representa"am um papel.

+O iniiado v0 uma extensa &aleria, sustentada por ari3tides na orma de vinte e quatro

esin&es, doe de ada lado. 5m ada tre*o de parede entre duas esin&es *3 pinturas em

areso, representando i&uras e s-mbolos m-stios. 5sses vinte e dois quadros est2o de rente

um para o outro aos pares... 5nquanto passa pelos vinte e dois quadros da &aleria, o iniiado

reebe instru"#es do saerdote... <ada aranum, que ada um desses quadros torna vis-vel e

tan&-vel, ) uma 4rmula da lei da atividade *umana em sua rela"2o om as or"as espirituais e

materiais, u6a ombina"2o produ os enômenos da vida.+ 

 / prop$sito disso! de"o salientar ,ue! no simbolismo e*pcio acess"el ao estudo! não &(realmente qualquer vest-&io das BB artas do Tarô. Desse modo! temos ,ue aceitar emcon)iança a a)irmação de C&ristian e admitir ,ue! como ele di! isso se re)ere Ls   5criptassecretas no templo de Osris5! das ,uais não permaneceu absolutamente nen&um traço e comas ,uais esses monumentos e*pcios ,ue )oram preser"ados t'm pouco em comum.  Podemos dier o mesmo a respeito da Xndia. #ão &( nen&um "est*io das BB artas do Tarô,

isto %! do /rcano 6aior! nas pinturas ou esculturas &indus. Os+ald irt%! em seu li"ro O

simbolismo *erm)tio! >Le s8mbolisme *erm)tique, de O. irt&! p(*s. 8G e 8 Publicationsinitiati,ues? )ala da lin*ua*em dos smbolos de maneira muito interessante=

  5Bempre podemos estudar um smbolo de um n4mero in)inito de pontos de "ista e cadapensador tem o direito de descobrir no smbolo um no"o si*ni)icado correspondente L l$*ica desuas pr$prias concepç3es.  O )ato % ,ue os smbolos se destinam -ustamente a despertar id%ias adormecidas em nossaconsci'ncia. Eles suscitam um pensamento por meio de su*estão e! desse modo! )aem com,ue a "erdade ,ue permanece oculta nas pro)undeas de nosso esprito se mani)este.  Para ,ue os smbolos possam )alar! % essencial termos em n$s os *ermes das id%ias! cu-are"elação constitui a missão dos smbolos. 6as nen&uma re"elação % poss"el! se a menteest( "aia! est%ril e inerte.  Por essa raão! os smbolos não atraem ,ual,uer pessoa! não )alam a ,ual,uer um. Eles)rustram especialmente as mentes ,ue pretendem ser positi"as e ,ue baseiam seu raciocnio

em )$rmulas cient)icas e do*m(ticas inertes. / utilidade pr(tica dessas )$rmulas não pode ser contestada! mas! do ponto de "ista )ilos$)ico! representam apenas um pensamento )rio!arti)icialmente limitado! tomado inalter("el em tal extensão ,ue parece morto em comparaçãocom o pensamento "i"o! ilimitado! complexo e m$"el! re)letido nos smbolos.  E per)eitamente claro ,ue os smbolos não são criados para explicar o ,ue c&amamos"erdades cient)icas.  Pela pr$pria naturea! os smbolos de"em se manter el(sticos! "a*os e amb*uos! como osditos de um or(culo. Beu papel % des"endar mist%rios! deixando L mente toda a sua liberdade.  /o contr(rio das ortodoxias desp$ticas! um smbolo )a"orece a independ'ncia. B$ umsmbolo pode libertar o &omem da escra"idão das pala"ras e )$rmulas e permitir ,ue elealcance a possibilidade de pensar li"remente. E imposs"el e"itar o uso de smbolos! sedese-amos penetrar nos se*redos >mist%rios?! "ale dier! na,uelas "erdades ,ue podem muito)acilmente ser trans)ormadas em desilus3es monstruosas! lo*o ,ue as pessoas tentemexpress(las em lin*ua*em direta! sem o auxlio de ale*orias simb$licas. O sil'ncio imposto

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aos iniciados encontra nisso sua -usti)icati"a. Os se*redos ocultos exi*em! para suacompreensão! um es)orço do intelecto eles podem ilumin(lo interiormente! mas não podemser"ir de tema para ar*umentos ret$ricos. O con&ecimento oculto não pode ser transmitidonem oralmente! nem por escrito. Ele s$ pode ser ad,uirido atra"%s de meditação pro)unda. +necess(rio penetrar pro)undamente em si mesmo a )im de descobrilo. E a,ueles ,ue oprocuram )ora de si mesmos estão no camin&o errado. E nesse sentido ,ue de"emoscompreender as pala"ras de B$crates YCon&ecete a ti mesmoY.

#a es)era do simbolismo não de"emos tentar ser demasiadamente exatos. Os smbolos correspondem a id%ias ,ue! por sua pr$pria naturea! são di)ceis de abarcar! e ,ue são completamente imposs"eis de reduir a de)iniç3es escol(sticas.  Em 4ltima an(lise! a escol(stica s$ condu a pala"ras! ,uer dier! a al*o inteiramentearti)icial. Por sua pr$pria naturea! uma pala"ra % um instrumento de paradoxo. Qual,uer assunto pode ser de)endido por meio de ar*umentação. Isso se passa por,ue nen&umadisciplina se ocupa de realidades ,ue alcancem nossa consci'ncia por si mesmas! mas apenasde suas representaç3es orais! das )antasias de nosso esprito ,ue Ls "ees se permite ser iludido por essa )alsa moeda do nosso pensamento.  / )iloso)ia &erm%tica se distin*ue por sua capacidade de se a)astar das pala"ras e mer*ul&ar 

na contemplação das coisas em si mesmas! em sua pr$pria ess'ncia.  E não &( nada surpreendente no )ato de ,ue! sob essas condiç3es. a )iloso)ia se di"idiu emduas correntes. Uma se ori*inou na l$*ica de /rist$teles e mante"e a possibilidade de c&e*ar L"erdade pelo camin&o do raciocnio baseado em premissas consideradas incontest("eis.  Essa era a )iloso)ia o)icial! ensinada nas escolas >comuns?! da o termo Yescol(sticaY.  / outra )iloso)ia se*uia outra direção! sempre mais ou menos oculta! no sentido de ,ue erasempre dis)arçada em mist%rio e  transmitida em seus ensinamentos somente sob a capa deeni*mas! ale*orias e smbolos. /tra"%s de Platão e Pit(*oras! essa )iloso)ia sustenta"a ser pro"eniente dos 2iero)antes E*pcios e do "erdadeiro )undador da ci'ncia deles! 2ermesTrisme*istos! da ser c&amada Y&erm%ticaY.  O discpulo de 2ermes era silencioso! nunca discutia nem tenta"a con"encer nin*u%m de

coisa al*uma. 1ec&ado em si mesmo! absor"iase na meditação pro)unda e! )inalmente! por esse meio! penetra"a nos se*redos da #aturea. Ele *an&a"a a con)iança de Xsis e entra"a emrelação com os "erdadeiros iniciados. / *nose abrial&e os princpios das sa*radas ci'nciasanti*as! das ,uais se )ormaram *radati"amente a /strolo*ia! a 6a*ia e a Cabala.  Essas ci'ncias! o)icialmente denominadas YmortasY! re)eremse todas ao mesmo assunto! Ldescoberta das leis ocultas ,ue *o"ernam o Uni"erso. E di)erem da ci'ncia o)icial dosprocessos )sicos por seu car(ter mais misterioso e transcendental. Essas ci'ncias constituema )iloso)ia &erm%tica.  Essa )iloso)ia se distin*ue! al%m disso! por nunca se ter contentado em ser puramenteespeculati"a >te$rica?. #a "erdade! sempre se*uiu um ob-eti"o pr(tico! buscando resultadosconcretos seu problema sempre diia respeito ao ,ue se c&ama ;ealiação da Arande Obra.5

  #o li"ro -( mencionado !% imposi"2o das m2os, p(*s. @G@?! OsSald irt& escre"e sobre omesmo assunto=  5Uma raão especial explica por ,ue teorias tão )amosas na Idade 6%dia e no )inal do s%culo0VIII perderam o cr%dito aos nossos ol&os. Perdemos a c&a"e da lin*ua*em em ,ue essasteorias )oram expressas. Temos uma )orma completamente di)erente de )alar. #o passado! aspessoas não )in*iam admitir ,ue usa"am termos estritamente exatos a respeito de tudo. Elasconsidera"am ,ue as aproximaç3es eram inteiramente su)icientes! por,ue a "erdade pura era)atalmente inexprim"el. / "erdade ideal não se permitia ser reduida a ,ual,uer )$rmula.;esulta disso ,ue! num certo sentido! toda pala"ra % uma mentira. O lado interior dopensamento! seu esprito )undamental! nos escapa. Isso % a Di"indade! ,ue se re"elacontinuamente e ,ue! apesar disso! s$ se permite ser "ista em seus re)lexos. Por essa raão6ois%s não pôde "er a )ace de eo"(.  Disso resulta ,ue! ,uando % necess(rio expressar id%ias transcendentais! somos )orçados arecorrer L lin*ua*em )i*urada. E imposs"el )a'lo sem ale*orias e smbolos. #ão %! de modo

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al*um! uma ,uestão de escol&a muito )re,Zentemente não &( outro meio de nos )aermoscompreender.  Por esse moti"o o 2ermetismo se diri*e aos pensadores ,ue são compelidos por uma "ointerior a irem ao )undo de todas as coisas e se mant'm incompreens"el para a,ueles ,ue sedet'm no si*ni)icado externo das pala"ras. #" )ua*ta di em seu li"ro No limiar do mist)rio>

  5Encerrar toda a "erdade na lin*ua*em )alada! expressar os mais altos mist%rios ocultosnum estilo abstrato! seria não s$ in4til! peri*oso e sacrle*o! mas imposs"el. 2( "erdades deordem sutil! sint%tica e di"ina! ,ue a lin*ua*em &umana % incapa de traduir em toda a suain"iol("el per)eição. B$ a m4sica pode al*umas "ees )aer a alma sentilas! s$ o 'xtase podemostr(las numa "isão absoluta! e s$ o simbolismo esot%rico pode re"el(las ao esprito demaneira concreta.5 > %u seud du m8st9re, de Btanislas de Aua[ta! Aeor*es Carr%! editor! Paris!@8FG! p(*s. @7<@77?.

O simbolismo do Tarô . /s combinaç3es dos /rcanos 6aiores P. D. OuspenskyExaminando as :: cartas do Tarô em di)erentes combinaç3es e tentando estabelecer 

relaç3es poss"eis e permanentes existentes entre elas! "eri)icamos ,ue % poss"el dispor ascartas aos pares! a primeira com a 4ltima! a se*unda com a pen4ltima! e assim por diante. E"emos ,ue! ao dispôlas desse modo! as cartas ad,uirem um si*ni)icado muito interessante.  / possibilidade de tal disposição das cartas do Tarô % demonstrada pela ordem dos ,uadrosdo Tarô na *aleria do 5templo de iniciação5 mtico! de ,ue )ala C&ristian.  /s cartas são dispostas assim=

@G::@

 :G@F

 9@8<@7

 7@<8@9

 F@@G@

  @@@:

Dispostas dessa maneira! uma carta explica a outra e! o ,ue % mais importante! mostra ,ueelas s$ podem ser explicadas -untas e nunca separadamente >como no caso das cartas @ e G?.  Estudando esses pares de cartas! o intelecto se acostuma a "er a unidade na dualidade.

@. O Prestidi*itador >ou O 6a*o?:. / Arande Bacerdotisa. / Imperatri. O Imperador  

9. O 2iero)ante >ou O Papa?<. Tentação >ou O Enamorado?7. O Carro8. ustiçaF. O Eremita@G. / ;oda da 1ortuna@@. / 1orça

 

@:. O En)orcado@. / 6orte@. Tempo >ou / Temperança?@9. O Diabo

@<. / Torre@7. / Estrela@8. / Hua@F. O Bol:G. O ul*amento:@. O 6undoO. O Houco

 

 / primeira carta! 5O Prestidi*itador5 >ou O 6a*o?! representa o Buper&omem! ou a&umanidade como um todo! li*ando terra e c%u. Beu oposto % 5O Houco5! carta G. Esse % um&omem indi"idual! o &omem )raco. /s duas cartas -untas representam os dois p$los! o começoe o )im.  / se*unda carta! 5/ Arande Bacerdotisa5! % Xsis ou o Con&ecimento Oculto. Beu oposto % acarta :@! 5O 6undo5 no crculo do Tempo! no meio dos ,uatro princpios! isto %! o ob-eto do

con&ecimento.  / terceira carta! 5/ Imperatri5! % a #aturea. Beu oposto % a carta :G! 5O Dia do uo5 ou 5/;essurreição dos 6ortos5. Isso % a #aturea! sua eterna ati"idade re*eneradora e "i"i)icadora.  / ,uarta carta! 5O Imperador5! % a Hei de Quatro! o princpio da sustentação da "ida! e o seuoposto % a carta @F! 5O Bol5! como a expressão real dessa lei e a )onte "is"el da "ida.  / ,uinta carta! 5O 2iero)ante5 >ou O Papa?! % a ;eli*ião! e seu oposto % a carta @8! 5/ Hua5!,ue pode ser entendida como o princpio oposto! &ostil L reli*ião! ou como 5/strolo*ia5! isto %!como a base da reli*ião. Em al*umas cartas do anti*o Tarô! em lu*ar do lobo e do cão &(! nad%cima oita"a carta! uma )i*ura de dois &omens realiando obser"aç3es astronômicas.  / sexta carta! 5Tentação5 >Enamorado? ou o /mor! % o lado emocional da "ida! e a carta @7!5/ Estrela5 >O 6undo /stral? % o lado emocional da #aturea.  / s%tima carta! 5O Carro5! % a 6a*ia no sentido de con&ecimento incompleto! no sentido de5casa construda sobre a areia5! e seu oposto! a carta @<! 5/ Torre5! % a ,ueda ,ue se se*ue

ine"ita"elmente a uma ascensão arti)icial.  / oita"a carta! 5ustiça5! % a Verdade! e a carta @9! 5O Diabo5! % a 6entira.  / nona carta! 5O Eremita5! % a sabedoria ou con&ecimento e a busca do con&ecimento! e a

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carta @! 5Tempo5 >ou Temperança?! % a mat%ria do con&ecimento ou o ,ue se con,uista pelocon&ecimento ou o ,ue ser"e de medida do con&ecimento. En,uanto o &omem nãocompreende o tempo! ou en,uanto o con&ecimento do &omem não muda em relação aotempo! seu con&ecimento não "ale nada. /l%m disso! o primeiro si*ni)icado da carta @!5Temperança5! indica o comando de si! ou o controle das emoç3es como a condição necess(riada 5sabedoria5.

  / d%cima carta % 5/ ;oda da 1ortuna5 e seu oposto % a carta @9! 56orte5. Vida e morte sãouma s$. / morte indica somente a "olta da roda da "ida.  / d%cima primeira carta % 5/ 1orça5 e seu oposto % a carta @:! 5O En)orcado5! o Bacri)cio!isto %! o ,ue d( )orça. Quanto maior o sacri)cio do &omem! maior ser( sua )orça. / )orça %proporcional ao sacri)cio. /,uele ,ue pode sacri)icar tudo!  pode aer tudo.

Tendo estabelecido aproximadamente essas correspond'ncias! % interessante tentar redesen&ar as cartas do Tarô em descriç3es! ima*inandoas com o si*ni)icado ,ue de"iam ter=noutras pala"ras! ima*inando simplesmente o ,ue elas podem si*ni)icar.

Os 5,uadros do Tarô5 ,ue se se*uem são! em muitos casos! o resultado de umacompreensão puramente sub-eti"a! por exemplo! a d%cima oita"a carta. / mesma carta! como)oi mencionado antes! tem! em al*uns Tarôs anti*os o si*ni)icado de 5/strolo*ia5. E! nessecaso! sua relação com a ,uinta carta % completamente di)erente. >Considero necess(rio

assinalar ,ue! em @F@@! ,uando escre"i O Simbolismo do Tarô, tin&a o baral&o in*l's modernodo Tarô! ,ue )oi redesen&ado e! em muitos casos! alterado de acordo com a interpretaçãoteos$)ica. B$ em al*uns casos! em ,ue as alteraç3es me pareceram inteiramente in)undadas edeturpando a id%ia! como por exemplo na carta O >O Houco?! usei o Tarô de OsSald irt& comoaparece no li"ro de Papus! Le tarot des bo*)miens. 6ais tarde reescre"i al*umas de min&asdescriç3es de acordo com as anti*as cartas e com o Tarô de OsSald irt&?.  Em se*uida! continuando a examinar os poss"eis si*ni)icados do baral&o do Tarô! %necess(rio dier ,ue! em muitos dos li"ros -( mencionados! :@ cartas dos :: /rcanos 6aioressão consideradas como uma trindade ou como um triJn*ulo! do ,ual cada lado % )ormado por sete cartas. Cada uma das tr's partes da obra de Aua[ta % dedicada a um dos tr's lados dotriJn*ulo e! nesse caso! como em muitos outros! as sete são consideradas em ordem de @ a ::>isto %! a O?.  6as o )ato % ,ue os triJn*ulos construdos desse modo! embora inteiramente precisosnumericamente! não t'm nen&um si*ni)icado do ponto de "ista simb$lico. Isso ,uer dier ,ueeles são inteiramente &etero*'neos relati"amente aos ,uadros. Em nen&um dos lados dotriJn*ulo! os ,uadros representam ,ual,uer coisa completa e relacionada! mas aparecem emcombinaç3es inteiramente )ortuitas.  Podemos c&e*ar L conclusão de ,ue os ,uadros de"em ser considerados de acordo com oseu si*ni)icado e não de acordo com a ordem no baral&o. Em outras pala"ras! as cartas ,ueestão pr$ximas uma da outra no baral&o podem não ter relação nen&uma de si*ni)icado.  E assim! examinando o si*ni)icado das cartas do Tarô! con)orme re"elado nas 5descriç3es5!podemos "er ,ue as :: cartas entram em tr's *rupos de sete! cada um &omo*'neo em simesmo relati"amente ao si*ni)icado dos ,uadros! mais uma carta ,ue % o resultado de todosos tr's *rupos de sete e essa carta pode ser ou o O ou o :@.  #esses tr's *rupos de sete! ,ue não podem ser encontrados pelos n4meros e de"em ser procurados no si*ni)icado dos smbolos! &( no"amente a doutrina secreta >ou uma tentati"a deuma doutrina secreta?! cu-a expressão % o Tarô. De acordo com isso! os 5/rcanos 6aiores5cont'm em si mesmos a mesma di"isão ,ue o Tarô completo! isto %! os 5/rcanos 6aiores5tamb%m são di"ididos em Deus! 2omem e Uni"erso.  Um *rupo de sete se re)ere ao 2omem. Outro *rupo se re)ere L #aturea. E o terceirore)erese ao mundo das id%ias >isto %! a Deus ou ao Esprito?.  Os primeiros sete N Homem= O \Prestidi*itador] ou 56(*ico5 >/dam ^admon?! &umanidadeou Buper&omem o 5Houco5 >&omem indi"idual? 5Tentação5 >amor?! esp%cie &umana o 5Diabo5>a ,ueda? a 5Carroça5 >a busca ilus$ria? o 5Eremita5 >a busca real? o 5En)orcado5 >realiação?.Cartas @! G! <! @9! 7! F! @:.  O se*undo *rupo de sete N Universo= O Bol! a Hua! a Estrela! o 1arol >a Torre?! a;essurreição dos 6ortos! Vida e 6orte. Cartas @F! @8! @7! @<! :G! @G! @.  O terceiro *rupo de sete N Deus= / Arande Bacerdotisa >con&ecimento? a Imperatri >poder criador? o Imperador >os ,uatro elementos? o 2iero)ante >reli*ião? Tempo >eternidade? 1orça>amor! união e in)inito?! Verdade. Cartas :! ! ! 9! @! @@! 8.  O primeiro *rupo de sete representa os sete passos do camin&o do &omem considerado no

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tempo! ou as sete )aces do &omem ,ue coexistem nele! as sete )aces expressas nasmudanças da personalidade do &omem N as 4ltimas! se consideradas no sentido mstico dadoutrina secreta do Tarô.  O se*undo e o terceiro *rupos de sete N o Uni"erso e o 6undo das Id%ias ou Deus Nrepresentam! cada um separadamente e tamb%m em combinação com o primeiro! um "astocampo de estudo. Cada um dos sete ,uadros simb$licos ,ue se re)ere ao Uni"erso relaciona!

de certo modo! o &omem com o mundo das id%ias. E cada uma das sete id%ias relaciona! decerto modo! o &omem com o Uni"erso.  #en&um dos tr's *rupos de sete inclui a "i*%sima primeira carta! 5O  6undo5! ,ue nessecaso cont%m em si mesma todas as :@ cartas! isto %! o triJn*ulo completo.  /*ora! se construirmos um triJn*ulo com cada lado )ormado por um dos *rupos de sete! ecolocarmos a :@ cartas no centro e arrumarmos os ,uatro naipes num ,uadrado em "olta dotriJn*ulo! a interrelação entre o ,uadrado! o triJn*ulo e o ponto se tornar( ainda mais clara.

 

Quando colocamos a carta O! no centro! ti"emos ,ue usar uma certa interpretação )i*urada!diendo ,ue o mundo est( contido na mente do &omem. 6as a*ora obtemos o Mundo tamb%mno centro= a :@M carta i*ual ao triJn*ulo e ao ,uadrado considerados -untos. O mundo est( no

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crculo do tempo! entre os ,uatro princpios >ou ,uatro elementos?! representados pelas ,uatrobestas do /pocalipse. O ,uadrado tamb%m representa o mundo >ou os ,uatro elementos em,ue o mundo consiste?.  Em conclusão! % interessante citar al*umas especulaç3es curiosas do li"ro Le tarot des

bo*)miens re)erentes L ori*em de outros -o*os nossos con&ecidos= xadre! domin$s e outros!e tamb%m uma lenda sobre a ori*em do Tarô.  5O Tarô comp3ese de n4meros e )i*uras ,ue rea*em mutuamente e se explicam entre si5!escre"e o autor de O Tarô dos =o0mios  >Le tarot des bo*)miens, de Papus?.

56as se separarmos as )i*uras e as arrumarmos sobre o papel em )orma de roda! mo"endoos n4meros na ordem dos dados! produiremos o o*o do Aanso! com ,ue Ulisses! se*undo2omero! trapacea"a sob as paredes de Tr$ia.  Be )ixamos os n4meros em ,uadrados pretos e brancos alternados! e permitimos ,ue as)i*uras menores de nosso -o*o se mo"am neles N o ;ei! a ;ain&a! o Ca"aleiro! o Kobo ouValete! a Torre ou s N temos o o*o de 0adre. De )ato! os primiti"os tabuleiros de xadrepossuam n4meros! e os )il$so)os os usa"am para resol"er problemas de l$*ica.  Be deixamos de lado as )i*uras e nos limitamos ao uso dos n4meros! aparece o o*o deDados e! se nos cansamos de lançar os dados! podemos imprimir os caracteres em placas

&oriontais e criar o o*o de Domin$s.  Do mesmo modo! o xadre de*enerou no o*o de Damas.  1inalmente! nosso baral&o de cartas! em "e de aparecer inicialmente no reinado de CarlosVI! con)orme o relato comum! % de ori*em muito mais anti*a. /s normas espan&olas existiammuito antes desse rei! proibindo aos nobres -o*ar cartas! e o pr$prio Tarô % de ori*em muitoanti*a.  Os cetros do Tarô tornaramse paus as taças! copas os sabres! espadas e os penta*ramasou moedas! ouros. Tamb%m perdemos as "inte e duas )i*uras simb$licas e os ,uatroCa"aleiros.5  #o mesmo li"ro! Papus conta uma &ist$ria! pro"a"elmente in"entada por ele! sobre a ori*emdo Tarô=

  5Be*uiuse um tempo em ,ue o E*ito! não sendo mais capa de lutar contra os in"asores!preparouse para perecer &onradamente. /ssim os s(bios e*pcios >pelo menos % o ,ueasse"era meu misterioso in)ormante? realiaram uma *rande assembl%ia para resol"er como ocon&ecimento! ,ue at% a,uela data &a"ia sido *uardado para os &omens considerados di*nosde receb'lo! de"eria ser sal"o da destruição.  De incio pensaram em con)iar esses se*redos a &omens "irtuosos recrutados secretamentepelos pr$prios iniciados! ,ue os transmitiriam de *eração em *eração.  6as um sacerdote! obser"ando ,ue a "irtude % uma coisa muito )r(*il e muito di)cil deencontrar! em todos os acontecimentos de uma lin&a contnua! propôs con)iar as tradiç3escient)icas ao "cio.  Este 4ltimo! disse ele! nunca desapareceria completamente! e atra"%s dele estamos se*uros

de uma lon*a e dur("el preser"ação de nossos princpios.  Essa opinião )oi e"identemente adotada! e )oi escol&ido o -o*o como "cio. Então aspe,uenas placas )oram *ra"adas com as )i*uras misteriosas! ,ue ensina"am primiti"amente osse*redos cient)icos mais importantes! e! desde então! os -o*adores transmitiram esse Tarô de*eração em *eração! muito mel&or do ,ue o teriam )eito os &omens mais "irtuosos da Terra.5  Essas )antasias do 5ocultista5 )ranc's poderiam ser interessantes! se ele não simulasse umcon&ecimento esot%rico. 6as % claro ,ue elas não cont'm nada de &ist$rico e eu as cito a,uipor,ue expressam bem o sentimento *eral suscitado pelo Tarô e a id%ia de sua ori*emincompreens"el.

O simbolismo do Tarô . Os pares de cartas dos /rcanos 6aiores P. D. Ouspensky <artaC, O Prestidi*itador >O 6(*ico ou 6a*o? Eu "i um &omem de apar'ncia estran&a.

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  Bua )i*ura "estida com uma roupa de pal&aço multicolorida er*uiase entre a Terra e o C%u.Beus p%s esta"am ocultos pela *rama e pelas )lores e sua cabeça! com um *rande c&ap%ucom uma aba estran&amente "irada para cima! parecendo o sinal da eternidade! desaparecianas nu"ens.

 

#uma das mãos se*ura"a a "ara m(*ica! o sinal do )o*o! com um dosextremos apontando para o c%u e com a outra toca"a o penta*rama! o

sinal da terra! ,ue -aia diante dele sobre um assento m$"el deprestidi*itador! lado a lado com a taça e a espada! si*nos da (*ua e do ar.  Como um relJmpa*o! ali me ocorreu subitamente a percepção de ,ueeu "ia os ,uatro smbolos m(*icos em ação.  O rosto do :restidi&itador esta"a radioso e con)iante. Buas mãosade-a"am rapidamente como se -o*assem com os ,uatro si*nos doselementos! e eu senti ,ue ele se*ura"a al*uns )ios misteriosos ,ueli*a"am a Terra a astros distantes.  Cada mo"imento seu era c&eio de si*ni)icado! e cada no"acombinação dos ,uatro smbolos cria"a lon*a s%rie de inesperados)enômenos. 6eus ol&os esta"am deslumbrados. Eu não podiaacompan&ar tudo ,ue era apresentado.

  Para ,uem % toda esta representaçãoR Per*unta"a a mim mesmo. Onde estão os

espectadoresR  E ou"i a Vo dier=  5Os espectadores são necess(riosR Ol&e mais de perto para mim.5  Diri*i no"amente os ol&os para o &omem com roupa de pal&aço e "i ,ue ele muda"acontinuamente. 6ultid3es inumer("eis pareciam passar e passar nele diante de mim!desaparecendo antes ,ue eu pudesse dier a mim mesmo o ,ue "ia. E compreendi ,ue elemesmo era tanto o :restidi&itador ,uanto os espetadores.  /o mesmo tempo! eu me "ia nele! re)letido como num espel&o e me parecia ,ue eu ol&a"apara mim mesmo atra"%s dos ol&os dele. 6as um outro sentimento me diia ,ue não &a"ianada diante de mim a não ser o c%u aul e ,ue dentro de mim abriase uma -anela! atra"%s da,ual eu "ia coisas sobrenaturais! ou"ia pala"ras celestiais. <arta , O Houco E eu "i outro2omem.  Exausto e claudicante! ele se arrasta"a ao lon*o de uma estrada poeirenta! atra"%s de uma

plancie sem "ida! sob os raios abrasadores do Bol.  Ol&ando estupidamente de es*uel&a com ol&os )ixos! com um meio sorriso! uma meia caretacon*elada em seu rosto! ele raste-a"a sem "er nem con&ecer destino! mer*ul&ado em seuspr$prios son&os ,uim%ricos! ,ue se mo"iam eternamente no mesmo crculo.

O *orro com *uios do louco esta"a em sua cabeça! de costas para a)rente. Buas roupas! "iradas para tr(s. Um lince sel"a*em com ol&osardentes lançouse a ele de tr(s de uma pedra e cra"oul&e os dentes naperna.  Ele tropeçou! ,uase caindo! mas arrastouse sempre para diante!carre*ando nos ombros um saco c&eio de coisas desnecess(rias! in4teis!,ue s$ a sua loucura o obri*a"a a carre*ar.  Em )rente! a estrada era atra"essada por uma ra"ina. Um precipciopro)undo espera"a o louco "ia-ante... e um crocodilo enorme com as

)auces escancaradas mo"iase "a*arosamente para )ora do abismo.  E eu ou"i a Vo diendome=  5Ve-a. Esse % o mesmo 2omem.5  Tudo )icou con)uso em min&a cabeça.  5O ,ue ele le"a no sacoR5 per*untei! sem saber por ,ue o )aia.  Depois de um lon*o sil'ncio! a Vo respondeu=

 

5Os ,uatro smbolos m(*icos! o cetro! a taça! o sabre e o penta*rama. O louco sempre osle"a consi*o! mas não compreende o ,ue eles si*ni)icam.5  5Voc' não "' ,ue % "oc'! "oc' mesmoR5  E com um arrepio de &orror! senti ,ue esse tamb%m era eu.

<arta B, / Arande Bacerdotisa Quando le"antei o primeiro "%u e entrei no p(tio externo doTemplo das Iniciaç3es! "i na penumbra a )i*ura de uma 6ul&er! sentada num trono ele"adoentre duas colunas do templo! uma branca e outra preta.

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O mist%rio exala"a dela e em "olta dela.  Os smbolos sa*rados reluiam em suas roupas "erdes. #a cabeçaesta"a uma tiara dourada encimada por uma lua com dois cornos. #os -oel&os carre*a"a duas c&a"es cruadas e um li"ro aberto.  Entre as duas colunas ao lado da 6ul&er pendia um se*undo "%uen)eitado de )ol&as "erdes e )rutos de romã.

  E a Vo me disse=  5Para entrar no templo % necess(rio le"antar o se*undo "%u e passar entre as duas colunas. E para passar entre elas % necess(rio ter a possedas c&a"es! ler o li"ro e compreender os smbolos. O con&ecimento dobem e do mal o espera.  5Voc' est( prontoR5  E com pro)undo so)rimento senti ,ue esta"a com medo de entrar noTemplo. 5Voc' est( prontoR5 repetiu a Vo.

  Eu esta"a em sil'ncio. 6eu coração ,uase para"a de temor. Eu não podia pronunciar umapala"ra. Benti ,ue um precipcio se abria diante de mim e eu não ousa"a dar um s$ passo.  Então a 6ul&er sentada entre as duas colunas "oltou o rosto para mim e ol&oume sem dier uma pala"ra.  E eu compreendi ,ue ela esta"a me )alando! mas meu temor s$ se tornou maior.

  Eu soube ,ue não podia entrar no Templo. <arta BC, O 6undo Uma "isão inesperadasur*iu diante de mim.  Um crculo parecendo uma *rinalda tecida de arcoris e relJmpa*os *ira"a entre o C%u e aTerra.  Ele *ira"a com desesperada "elocidade! ce*andome com seu bril&o! e nessa radiação de)o*o soa"a uma m4sica e ou"iase uma sua"e canção! e tamb%m os tro"3es e o )ra*or deum "enda"al e o clamor de a"alanc&es na montan&a e o estrondo deterremotos.  O crculo rodopia"a com terr"el clamor! tocando a Terra e o C%u e noseu centro "i a )i*ura dançante de uma -o"em e bela mul&er! en"oltanuma transparente mantil&a de lu! com o bastão m(*ico na mão.  E dos lados do crculo tornaramse "is"eis para mim as ,uatro bestasdo /pocalipse N uma como um leão! a se*unda como um beerro! a

terceira como o rosto de um &omem e a ,uarta  como uma (*uia "oadora.  / "isão desapareceu tão repentinamente ,uanto tin&a aparecido.  Uma estran&a ,uietude desceu sobre a Terra.  5O ,ue si*ni)ica issoR5! per*untei com assombro.  5+ a ima*em do 6undo5! disse a Vo. 5Ela de"e ser compreendidaantes de passar pelas portas do Templo. Esse % o 6undo no crculo dotempo! no meio dos ,uatro princpios N isso % o ,ue "oc' sempre "'!mas nunca compreende.

 

5Compreenda ,ue tudo ,ue "oc' "'! as coisas e os )enômenos! são apenas os &ier$*li)osdas id%ias mais ele"adas.5

<arta E,  / Imperatri Benti o &(lito da prima"era e com a )ra*rJncia das "ioletas! doslrios do "ale e das cere-as sil"estres! a canção sua"e dos el)os )oi transportada em min&adireção.  Os riac&os murmura"am! os "erdes cimos das (r"ores )ar)al&a"am! numerosos coros dep(ssaros esta"am cantando! as abel&as umbindo e em toda parte esta"a a ale*re respiração"i"a da #aturea.

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O Bol bril&a"a sua"e e docemente! uma pe,uena nu"em branca pendiasobre os bos,ues.  #o meio de uma clareira "erde em ,ue )loriam as primeiras prima"erasamarelas! num trono cercado de &era e lilases )loridos! eu "i a Imperatri.  Uma *rinalda "erde adorna"a seus cabelos dourados. Doe estrelasbril&a"am sobre a sua cabeça. Duas asas brancas como a ne"e eram

"is"eis em suas costas! e numa das mãos ela se*ura"a um cetro.  Com um sorriso temo! a Imperatri ol&ou em torno de si! e! ao seuol&ar! as )lores se abriram e os bot3es desdobraram suas "iscosas )ol&as"erdes.  Toda a roupa dela esta"a coberta de )lores! como se cada )lor ,ue seabrisse esti"esse re)letida ou impressa nela e se tornasse parte de sua"estimenta.  O si*no de V'nus! a Deusa do /mor! esta"a esculpido sobre seu tronode m(rmore.

  5O&_ Deusa da Vida5! disse eu! 5por ,ue tudo % tão radiante! ale*re e )eli ao "osso redorRV$s não sabeis ,ue &( o cinento! tedioso outono! o )rio! branco in"ernoR V$s não sabeis ,ue&( a morte! ne*ras sepulturas! )rios sepulcros 4midos! cemit%riosR  5Como podeis sorrir ale*remente! contemplando as )lores ,ue desabroc&am! ,uando tudo

morre e tudo morrer(! ,uando tudo est( condenado L morte N at% a,uilo ,ue ainda nãonasceuR5  / Imperatri )itoume sorrindo e sob seu sorriso senti de repente ,ue em min&a alma a )lor deal*uma luminosa compreensão esta"a se abrindo! como se al*uma coisa me esti"esse sendore"elada! e o terror da morte começou a se a)astar de mim. <arta B,  / ;essurreição dos6ortos >O ul*amento? Vi uma plancie *elada. Uma cadeia de montan&as de ne"e )ec&a"ao &orionte.

Uma nu"em er*ueuse e cresceu at% cobrir a ,uarta parte do c%u. E nomeio da nu"em apareceram duas asas )lame-antes. E eu "i o mensa*eiroda Imperatri.  Ele er*ueu sua trombeta e lançou um )orte e imperioso sopro.  E! em resposta! a plancie tremeu! e com sonora re"erberação amontan&a respondeu.

  E! um ap$s outro! os t4mulos na plancie começaram a se abrir e aspessoas saram deles N criancin&as e "el&os! &omens e mul&eres. Eelas estenderam os braços para o mensa*eiro da Imperatri e tentaramcaptar o som da trombeta.

E! no som da trombeta! senti o sorriso da Imperatri. E! nos t4mulosabertos! "i )lores desabroc&ando! e! nas mãos estendidas! senti a)ra*rJncia das )lores.  E compreendi o mist%rio do nascimento e da morte.

<arta F, O Imperador Depois de ter estudado os primeiros tr's n4meros )oime dadocompreender a *rande Hei de Quatro N o al)a e o ôme*a de tudo.  Eu "i o Imperador num ele"ado trono de pedra decorado por ,uatro cabeças de carneiro.  Um capacete dourado cintila"a em sua )ronte. Bua barba branca descia sobre o mantop4rpura. #uma das mãos! se*ura"a uma es)era! o smbolo de suas posses! e na outra! umcetro na )orma de cru e*pcia N o sinal de seu poder sobre o nascimento.

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5Eu sou a Arande Hei5! disse o Imperador.  5Eu sou o #ome de Deus.  5/s ,uatro letras de Beu #ome estão em mim e eu estou em todas ascoisas. 5Eu estou nos ,uatro princpios! estou nos ,uatro elementos.Estou nas ,uatro estaç3es. Estou nos ,uatro ,uadrantes da Terra.  5Estou nos ,uatro si*nos do Tarô.

  5Eu sou a ação! eu sou a resist'ncia! eu sou a per)eição! eu sou oresultado.  5Para a,uele ,ue sabe o camin&o para me "er! não &( mist%rios naTerra.  5/ssim como a Terra cont%m )o*o! (*ua e ar! assim como a ,uarta letrado nome cont%m as tr's primeiras e ela pr$pria se torna a primeira! domesmo modo meu cetro cont%m o triJn*ulo completo e carre*a em si asemente de um no"o triJn*ulo.5

  E en,uanto o Imperador )ala"a! seu capacete e a armadura dourada "is"el sob o mantobril&a"am sempre mais e mais ameaçadoramente! at% ,ue eu não pude mais suportar seuresplendor e baixei meus ol&os.  E! ,uando tentei er*u'los no"amente! esta"a diante de mim um )ul*or penetrante! e lu e)o*o.

  E eu me senti prostrado adorando a Pala"ra de 1o*o. <arta CG, O BolDepois disso! ,uando "i o Bol pela primeira "e! compreendi ,ue ele

pr$prio % a expressão da Pala"ra de 1o*o e o sinal do Imperador. O*rande astro bril&a"a e da"a calor. Embaixo! os altos *irass$is douradosinclina"am as cabeças. E  eu "i duas crianças num -ardim por tr(s deuma cerca ele"ada. O Bol derrama"a sobre elas seus raios ardentes! eme parecia ,ue uma c&u"a dourada caa sobre elas! como se o Bolderramasse ouro derretido sobre a Terra.  Por um instante )ec&ei os ol&os e ,uando os abri no"amente! "i ,uecada raio do Bol era o cetro do Imperador! ,ue tin&a a "ida no seu interior.E "i como sob as pontas a*uçadas desses raios as msticas )lores das *uas desabroc&a"am por toda parte! e como os raios penetra"amnessas )lores! e como toda a #aturea nascia continuamente da

misteriosa união dos dois princpios.

<arta H, O 2iero)ante >O Papa? Eu "i o *rande 6estre no Templo.Ele esta"a sentado num trono dourado! colocado sobre um estrado

p4rpura usa"a as "estes de um alto sacerdote e uma tiara dourada.  Bob seus p%s "i duas c&a"es cruadas e dois Iniciados esta"aminclinados diante dele. E ele l&es )ala"a.  Eu ou"ia o som de sua "o! mas não pude compreender uma s$pala"ra do ,ue ele diia. Ou ele )ala"a numa lin*ua*em descon&ecidapara mim! ou &a"ia al*uma coisa ,ue me impedia de compreender osi*ni)icado de suas pala"ras.  E a Vo me disse= 5Ele )ala somente para a,ueles ,ue t'm ou"idos de

ou"ir.  56as des*raça para a,ueles ,ue acreditam ,ue ou"em antes de teremrealmente ou"ido! ou ou"em o ,ue ele não di! ou p3em pala"ras suas nolu*ar das dele. Eles nunca receberão as c&a"es da compreensão.  E % deles ,ue )oi dito ,ue nem entram em si mesmos! nem suportamos

,ue estão começando a entrar.5 <arta CI, / Hua

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  Uma plancie desolada estendiase diante de mim. / Hua c&eiaol&a"a para baixo como se mer*ul&ada em meditação. ` lu tremulanteas sombras "i"iam suas pr$prias "idas.  2a"ia colinas ne*ras no &orionte. Entre duas torres cinentas corta"aum camin&o! perdendose na distJncia. De cada lado do camin&o! de)rente um para o outro! um lobo e um cão esta"am sentados e ui"ando!

com seus )ocin&os er*uidos para a Hua. Uma *rande la*osta ne*ra subiade um riac&o sobre a areia. Caa um or"al&o )rio e pesado.  Um sentimento de medo tomou conta de mim. Benti a presença de ummundo misterioso! um mundo de espritos &ostis! de cad("eres er*uendose da sepultura! de almas atormentadas.  ` p(lida lu da Hua pareceume sentir a presença de )antasmas=sombras pareciam cruar o camin&o! al*u%m espera"a por mim atr(s dastorres N e era peri*oso ol&ar para tr(s.

 

<arta <! / Tentação >O Enamorado? Eu "i um -ardim )lorido num "ale "erde cercado desua"es colinas auis.  #o -ardim eu "i um 2omem e uma 6ul&er! el)os! nin)as a,u(ticas! sl)ides e *nomos diri*iamse li"remente para eles os tr's reinos da #aturea! pedras! plantas e animais! os ser"iam.

 / eles )oi re"elado o mist%rio do e,uilbrio uni"ersal! e eles pr$prioseram o smbolo e a expressão desse e,uilbrio.  #eles! dois triJn*ulos esta"am unidos numa estrela de seis pontas!dois mãs em )orma de arco )undiamse numa elipse.  /cima deles! "i o A'nio )lutuando! o ,ual! sem ser "isto! *uia"aos ecu-a presença eles sempre sentiam.  E percebi como! de uma (r"ore em ,ue amadureciam os )rutosdourados! desliou uma serpente e sussurrou ao ou"ido da mul&er e amul&er ou"iu! sorriu! de incio com incredulidade! e depois comcuriosidade. Via! em se*uida! )alar ao &omem e ele tamb%m sorriu!apontando com a mão para todo o -ardim em "olta dele. De repente sur*iuuma nu"em e escondeu a cena de mim.  5Esta % a cena da tentação5! disse a Vo. 56as o ,ue constitui atentaçãoR Voc' pode compreender a sua natureaR5

  5/ "ida % tão boa5! disse eu! 5e o mundo tão belo! os tr's reinos da #aturea e os ,uatroelementos tão obedientes! ,ue eles ,uiseram acreditar ,ue eram os reis e os donos do mundoe não puderam resistir a essa tentação5.  5Bim5! disse a Vo! 5a sabedoria ,ue se arrasta no c&ão dissel&es ,ue eles pr$prios sabiamo ,ue era o bem e o ,ue era o mal. E eles acreditaram nisso! por,ue era a*rad("el pensar desse modo. E então eles deixaram de ou"ir a "o ,ue os *uia"a. O e,uilbrio )oi destrudo. Omundo encantado )ec&ouse para eles. Tudo apareceul&es sob uma )alsa lu. E eles setornaram mortais. Essa Queda % o primeiro pecado do &omem! e se repete perpetuamente!por,ue o &omem nunca deixa de acreditar em si! e "i"e dessa crença. B$ ,uando o &omemti"er expiado esse pecado! atrav)s de &rande sorimento, poder( escapar do poder da morte eretomar L "ida. <arta CJ, / Estrela

#o meio dos c%us bril&ou uma *rande estrela! e L sua "olta esta"amsete estrelas menores. Os seus raios entrelaça"amse! preenc&endo oespaço com um resplendor e lu sem )im. E cada uma das oito estrelascontin&a em si todas as oito estrelas.  E sob as estrelas bril&antes! ao lado de um riac&o aul! "i uma moçanua! -o"em e bela. /poiada num dos -oel&os! despe-a"a (*ua de dois"asos! um de ouro! outro de prata um pe,ueno p(ssaro num arbustoer*uia as asas! e prepara"ase para "oar.  Por um instante compreendi ,ue "ia a alma da #aturea.  5Isso % a ima*inação da #aturea5! disse a Vo sua"emente. 5/#aturea son&a! ima*ina! cria mundos. /prenda a unir sua ima*inação Ldela e nada -amais l&e ser( imposs"el.5  56as lembrese de ,ue % imposs"el "er de maneira certa e errada aomesmo tempo. De"e escol&er de uma "e por todas e então não pode&a"er retomo.5

 

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  <arta 7! O Carro Vi um carro puxado por duas es)in*es! uma branca! outra preta. Quatrocolunas sustenta"am um dossel aul celeste! en)eitado com estrelas de cinco pontas.  Bob este! diri*indo as es)in*es! esta"a de p% o Con,uistador com armadura de aço! e na suamão &a"ia um cetro! encimado por uma es)era! um triJn*ulo e um ,uadrado.

Kril&a"a em sua coroa um penta*rama dourado. #a )rente do carro!acima das es)in*es! esta"a presa uma es)era com duas asas e o lin*am e

o yoni msticos! o smbolo da união.  5#este ,uadro! tudo tem um si*ni)icado. Ol&e e tente compreender5!disseme a Vo.  5Esse % o con,uistador ,ue ainda não con,uistou a si mesmo. /,uiestão a Vontade e o Baber. 6as! em tudo isso! &( mais dese-o de obter do ,ue obtenção real.  5O &omem no carro começou a se considerar con,uistador antes de ter realmente con,uistado. Decidiu ,ue a con,uista de"e "ir ao encontro docon,uistador. #isso! &( muitas possibilidades reais! mas tamb%m muitas,uedas en*anosas e *randes peri*os esperam o &omem do carro.  5Ele diri*e o carro com a )orça de sua "ontade e da espada m(*ica!mas a tensão de sua "ontade pode se en)ra,uecer e as es)in*es podempuxar em direç3es di)erentes e separ(lo e ao carro em dois.

  5Esse % o con,uistador contra ,uem o con,uistado ainda pode er*uerse. Voc' "' atr(s deleas torres da cidade con,uistadaR Tal"e a c&ama da re"olta -( este-a ardendo por l(.  5E ele não sabe ,ue dentro dele as es)in*es "i*iam cada mo"imento seu! e ,ue dentro dele*randes peri*os o esperam.  5E compreenda ,ue esse % o mesmo &omem ,ue "oc' "iu unindo o C%u e a Terra! % omesmo ,ue "iu arrastandose por uma estrada poeirenta em direção a um precipcio onde oespera"a o crocodilo.5 <arta CK, / Torre

Eu "i! er*uendose da Terra ao C%u! uma torre ele"ada! cu-o topo iaal%m das nu"ens.  Cerca"aa uma noite ne*ra e o tro"ão ru*ia.  E de repente o C%u se abriu! o ribombar do tro"ão sacudiu toda a Terrae o relJmpa*o atin*iu o cimo da torre. Hn*uas de )o*o saam do C%utoda a torre se enc&eu de )o*o e )umo N e "i os construtores da torre

caindo do topo.  5Ve-a5! disse a Vo! 5a #aturea odeia a )raude! e o &omem não podesubmeterse Ls leis dela. / #aturea % paciente durante muito tempo e derepente! com um sopro! ani,uila tudo ,ue se "olta contra ela.5  5Be os &omens pudessem pelo menos "er ,ue ,uase tudo ,ue elescon&ecem consiste em runas de torres destrudas! tal"e deixassem deconstrulas.5

<arta I,  / Verdade >/ ustiça? Quando me tornei possuidor das c&a"es! li o li"ro ecompreendi os smbolos! )oime permitido le"antar o "%u do Templo e entrar no santu(riointerno.

E a eu "i uma mul&er com uma coroa de ouro e um manto de p4rpura.

#uma das mãos! er*uia uma espada! e na outra! le"a"a uma balança.Vendoa! tremi de medo! por,ue seu ol&ar era in)initamente pro)undo eterr"el e atraiume como um abismo.  5Est( "endo a Verdade5! disse a Vo. Tudo % pesado nessa balança. /espada est( eternamente er*uida em de)esa da ustiça e nada podeescapar dela.  56as por ,ue "oc' des"ia os ol&os da balança e da espadaR Est( commedoR  5Bim! elas o despo-am de suas 4ltimas ilus3es. Como "oc' "i"er( naTerra sem essas ilus3esR  5Voc' ,ueria "er a "erdade e a*ora a "'.  56as lembrese do ,ue espera um mortal depois de ter "isto a deusa.Ele nunca mais ser( capa de )ec&ar os ol&os ao ,ue não l&e a*rada!

como )e at% a*ora. Ver( perpetuamente a Verdade! sempre e em todas

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as coisas. Voc' pode suportar issoR Voc' "iu a Verdade. /*ora "oc' tem ,ue prosse*uir! ainda,ue não ,ueira.5 <arta CH, O Diabo Uma noite ne*ra aterroriante en"ol"eu a Terra e nadistJncia ardia uma l4*ubre c&ama "ermel&a.  Uma estran&a )i*ura )ant(stica tornouse "is"el para mim ,uando me aproximei.  6uito acima da Terra "i a &edionda )ace "ermel&a do diabo! com *randes orel&as cabeludas!a barba pontuda e os c&i)res cur"os de um bode. Entre os c&i)res da testa do diabo! um

penta*rama in"ertido bril&a"a com lu )os)orescente. Duas asas cinentas! membranosas!como as asas de um morce*o! esta"am abertas. O diabo er*uia seu *ordobraço nu com o coto"elo torto e os dedos estendidos! e na palmarecon&eci o sinal da ma*ia ne*ra. #a outra mão le"a"a uma toc&a acesa!apontando para baixo! e dela er*uiamse nu"ens de )umaça ne*rasu)ocante. O diabo sentouse num *rande cubo ne*ro! se*uro )irmementeentre as *arras de suas pernas cabeludas como de animais.  Um &omem e uma mul&er esta"am acorrentados a uma ar*ola de )errodiante do cubo.  E eu "i ,ue eles eram o mesmo &omem e a mesma mul&er ,ue "i no -ardim! mas a*ora eles tin&am c&i)res e caudas com pontas de )o*o.  5Esse % o retrato da ,ueda! o retrato da )ra,uea5! disse a Vo! 5aexpressão das mentiras e do mal5.

  5Essas são as mesmas pessoas! mas começaram a acreditar em simesmas e em seus poderes. Disseram ,ue sabiam por si mesmas o ,ueera o bem e o mal. Con)undiram sua )ra,uea com )orça e desse modo a1alsidade sub-u*ouos.5

 

E ou"i a "o do diabo.  5Eu sou o 6al5! disse ele! 5na medida em ,ue o mal possa existir neste! o mel&or dosmundos. Para me perceber! % preciso "er per"ersamente! erradamente e estreitamente. Tr'scamin&os conduem a mim= presunção! suspeita e acusação. 6in&as "irtudes principais são acal4nia e a maledic'ncia. Eu completo o triJn*ulo! cu-os dois outros lados são a morte e otempo.  5Para escapar desse triJn*ulo basta "er ,ue ele não existe.  56as como )a'lo! não me cabe dier.  5Por,ue eu sou o 6al! ,ue os &omens in"entaram para terem uma -usti)icação para si

mesmos e para me considerarem a causa de todos os erros de ,ue eles pr$prios são culpados.  5Bou c&amado o ;ei das 6entiras e! na "erdade sou o ;ei das 6entiras! por,ue sou o maior produto das mentiras &umanas.5

<arta G, O Eremita

Depois de lon*a pere*rinação num deserto arenoso! sem (*ua! semnen&um ser "i"o al%m de serpentes! encontrei um Eremita.  Ele esta"a en"olto numa lon*a capa! com um capu puxado sobre acabeça numa das mãos le"a"a um lon*o bastão e na outra uma lanternaacesa! embora esti"esse em pleno dia e o Bol bril&asse.  5Eu procura"a um &omem5! disse o Eremita. 56as &( muito ,ueabandonei a procura.

  5/*ora procuro o tesouro enterrado. Voc' tamb%m ,uer procur(loRPrimeiro precisa buscar uma lanterna. Bem uma lanterna! "oc' estar(sempre encontrando tesouros! mas o seu ouro se trans)ormar( em p$.  5E compreenda o primeiro mist%rio N n$s não sabemos ,ue tesouroprocuramos! se a,uele ,ue )oi enterrado por nossos ancestrais ou o ,ueser( enterrado por nossos descendentes.5

<arta CF ! O Tempo >/Temperança? O an-o le"a"a nas mãos duas taças N uma de ouro euma de prata! e entre as taças corria um riac&o incessante! ,ue cintila"a com todas as cores doarcoris. 6as eu não podia dier de ,ue taça ele )lua e para ,ual esta"a )luindo.  E compreendi com terror ,ue tin&a c&e*ado aos 4ltimos mist%rios! dos ,uais não &( retorno.  Ol&ei para o an-o! seus si*nos! suas taças! para o riac&o de arcoris entre as taças! e meucoração &umano palpitou amedrontado! e min&a mente &umana )oi mo"ida pela an*4stia

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da incompreensão.  Vi um an-o entre a Terra e o C%u! "estido com uma roupa branca! comasas )lame-antes e um &alo dourado em "olta da cabeça. Ele semantin&a com um p% sobre a Terra e outro sobre o mar! e atr(s dele oBol desponta"a.  #o peito do an-o esta"a o si*no do Hi"ro Ba*rado do Tarô N o

,uadrado e! dentro dele! o triJn*ulo. #a testa! o si*no da eternidade e da"ida N o crculo.  5O nome do an-o % Tempo5! disse a Vo.  5#a sua testa est( o crculo. Esse % o sinal da Eternidade e da Vida.  5#as mãos do an-o estão duas taças! de ouro e de prata. Uma % opassado! a outra o )uturo. O riac&o irisado entre as duas % o presente.Voc' "' ,ue ele est( correndo em ambas as direç3es.  5Isso % o tempo! no seu aspecto mais incompreens"el para o &omem.  5Os &omens pensam ,ue todas as coisas )luem incessantemente em

 

uma direção. Eles não "'em ,ue elas se encontram eternamente! ,ue uma coisa "em dopassado e outra do )uturo! e o tempo % uma porção de crculos *irando em di)erentes direç3es.  5Compreenda esse mist%rio e aprenda a distin*uir as correntes opostas no riac&o irisado dopresente.5

<arta C, / ;oda da 1ortuna Eu camin&a"a! absorto em meditação pro)unda! tentandocompreender min&a "isão do /n-o.  E de repente! er*uendo a cabeça! "i no meio do C%u um imenso crculo *irat$rio coberto

de letras e sinais cabalsticos.  O crculo *ira"a com extraordin(ria "elocidade! e -unto com ele! orasubindo! ora caindo! *ira"am as )i*uras simb$licas da serpente e do cãoe no ponto mais alto do crculo! im$"el! senta"ase a es)in*e.  Vi sobre as nu"ens! nos ,uatro ,uadrantes do C%u! as ,uatro bestasaladas do /pocalipse N uma como um leão! outra como um beerro! aterceira com o rosto de um &omem e a ,uarta como uma (*uia "oando Ne cada uma lia um li"ro aberto.  E ou"i a "o dos animais de aratustra=  +Tudo vai, tudo volta/ eternamente &ira a roda da vida. Tudo morre,tudo lorese novamente/ o ano da exist0nia orre eternamente.  +Tudo se rompe, tudo ) unido de novo/ eternamente se onstr4i amesma asa da vida. Tudo parte, tudo torna a se enontrar/ o iruito davida permanee eternamente verdadeiro para si mesmo.

  +% ida ome"a em ada %&ora, em tomo de ada '%qui' &ira a esera do L3'. O entro est3em todo lu&ar. O amin*o da eternidade ) tortuoso.+   5/ssim )alou aratustra5 <arta CE, /6orte Baturado pelos lampe-os da roda da "ida! deixeime cair no c&ão e )ec&ei os ol&os.6as pareceume ,ue a roda ainda esta"a *irando diante de mim e ,ue as ,uatro bestas nasnu"ens ainda esta"am sentadas e liam seus li"ros.  E de repente! abrindo os ol&os! "i um *i*antesco ca"aleiro num ca"alo de batal&a branco!"estido com uma armadura ne*ra com um elmo e um penac&o ne*ros.

O rosto de um es,ueleto ol&a"a para )ora sob o elmo. Uma mãoossuda sustenta"a uma *rande bandeira ne*ra ,ue ondula"a sua"ementee a outra se*ura"a as r%deas ne*ras! ornamentadas com um crJnio eossos cruados.  E onde ,uer ,ue o corcel branco passasse! a noite e a morte ose*uiam! as )lores murc&a"am! as )ol&as caam! a Terra )ica"a cobertapor um sud(rio branco! cemit%rios apareciam! torres! pal(cios e cidadescaam em runas.  ;eis em pleno esplendor de *l$ria e poder! belas mul&eres! amadas edese-adas! altos sacerdotes in"estidos do poder de Deus! criançasinocentes N todos! L aproximação do corcel branco! tomba"am de -oel&os aterroriados diante dele e estendiam as mãos com desespero ean*4stia N e então caam para não le"antar mais.  ` distJncia! por tr(s das torres! o Bol se pun&a.

 

O cala)rio da morte tomou conta de mim. Pareciame ,ue eu -( sentia os cascos brancos docorcel no meu peito e "i o mundo todo mer*ul&ando num abismo.

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  6as de repente senti al*o )amiliar no passo medido do ca"alo! al*o ,ue eu tin&a ou"ido e"isto antes. Outro instante N e ou"i no seu passo o mo"imento da roda da "ida.  / compreensão penetrou em mim! e ol&ando para o ca"aleiro ,ue desaparecia e para o Bolpoente! compreendi ,ue o camin&o da "ida consiste nas pe*adas do corcel da 6orte.  O Bol! pondose de um lado! er*uese do outro.  Cada momento de seu mo"imento % um poente num lu*ar e um nascente noutro.

  Compreendi ,ue assim como o Bol nasce no poente e se p3e no nascente! a "i a morre,uando nasce e nasce ,uando morre.  5Bim5! disse a Vo! 5"oc' pensa ,ue o Bol tem s$ um prop$sito! se pôr e nascer. O Bol sabeal*uma coisa sobre a Terra! as pessoas do poente e do nascenteR Ele se*ue seu camin&o! emsua pr$pria $rbita! em torno de um Centro Descon&ecido. a Vida! a 6orte! o nascer do Bol! opôrdosol! "oc' não est( ciente de ,ue tudo isso não passa de pensamentos! son&os epreocupaç3es do HoucoR5

<arta CC, / 1orça #o meio de uma plancie "erde! cercada de colinas auis em sua"esondulaç3es! "i uma mul&er com um leão.

 

Coroada de rosas! o sinal da Eternidade na cabeça! a mul&er )ec&a"acalma e con)iantemente a boca do leão! e este lambial&e delicadamentea mão.

  5Esta % a ima*em da )orça5! disse a Vo! 5compreenda todos os seussi*ni)icados].  5/ntes de tudo! ela mostra a )orça do amor. #ão existe nada mais )ortedo ,ue o amor. B$ o amor pode sobrepu-ar o mal. O $dio sempre pro"ocao $dio. O mal sempre tra o mal.  5V' a,uelas *uirlandas de rosasR Elas )alam da cadeia m(*ica. / uniãodos dese-os! a união dos es)orços! cria tal )orça ,ue toda a )orçasel"a*em inconsciente se inclina diante dela].  5E mais adiante est( a )orça da Eternidade.  5/,ui "oc' entra na es)era dos mist%rios. Para uma consci'ncia ,ue sed( conta do sinal da Eternidade acima dela! não &( obst(culos! nem pode&a"er ,ual,uer resist'ncia do in)inito.5

  <arta CB, O En)orcado E "i um &omem com as mãos amarradas nas costas! penduradopor uma perna numa )orca alta! com a cabeça para baixo! e em terr"eis tormentos.  Em "olta de sua cabeça &a"ia um &alo dourado.

  E ou"i a Vo ,ue me )alou=  5Ve-a_ esse % o &omem ,ue "iu a Verdade.  5Um no"o so)rimento! semel&ante ao ,ual nen&um in)ort4nio terrenopode causar! % o ,ue espera o &omem na Terra ,uando ele encontra ocamin&o da Eternidade e a compreensão do In)inito.  5Ele ainda % um &omem! mas -( sabe muitas coisas inacess"eismesmo aos deuses. E esse con)lito entre o *rande e o pe,ueno em suaalma % a sua tortura e o seu A$l*ota.  5Em sua pr$pria alma sur*e uma alta )orca! na ,ual ele se perduraso)rendo! sentindose como se esti"esse de cabeça para baixo.

  5Ele pr$prio escol&eu esse camin&o.  51oi por isso ,ue ele se*uiu uma lon*a -ornada de pro"ação empro"ação! de iniciação em iniciação! atra"%s de )racassos e ,uedas.

 

5E a*ora encontrou a Verdade e con&eceu a si mesmo.  5E a*ora sabe ,ue % ele ,ue est( entre a Terra e o C%u controlando os elementos com ossmbolos m(*icos! e % tamb%m ele ,ue camin&a com o c&ap%u do Houco por uma estradapoeirenta sob o Bol abrasador! em direção ao abismo em ,ue o crocodilo o espera. + ele comsua compan&eira no ardim do +den! sob a proteção do *'nio ben)ae-o % tamb%m ele ,ueest( acorrentado com ela no cubo das mentiras= % ele ,ue permanece por um instante comocon,uistador no carro ilus$rio! puxado pelas es)in*es prontas para correrem em direç3esopostas e ainda % ele ,ue! no deserto! procura pela Verdade com uma lanterna na bril&ante ludo dia.  5E a*ora ele encontrou a Verdade.5

 /s ilustraç3es das cartas utiliadas neste texto

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pertencem ao Tarot de OsSald irt&.