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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU DOENÇAS NA PARTE AÉREA DO MILHO E RELAÇÃO ENTRE INCIDÊNCIA E PRODUTIVIDADE BRANCO, Maristela Cristiane de Souza¹ [email protected] ECCO, Norton¹ [email protected] FORTUNA, Messias¹ [email protected] ROGALSKI, Willian¹ [email protected] ZAIONS, Bruno Aurélio Dalla Costa¹ [email protected] RANGHETTI, Álvaro Luis² [email protected] BARBER, Bianca de moura² [email protected] CAMILO, Maristela Fiess² [email protected] GIRARDI, Leonita Beatriz² [email protected] MEIRELES, Ronaldo Bernardon² [email protected] PIEROZAN, Morgana Karin² [email protected] TREVIZAN, Kátia² [email protected] URIO, Elisandra Andreia² [email protected] ¹ Discentes do Curso (Agronomia), Nível V 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso (Agronomia), Nível V 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. RESUMO: O presente trabalho foi realizado no município de Getulio-Vargas, RS, onde se realizou um levantamente de doenças foliares na cultura do ___________________________________________________________________________ _______________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

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DOENÇAS NA PARTE AÉREA DO MILHO E RELAÇÃO ENTRE

INCIDÊNCIA E PRODUTIVIDADE

BRANCO, Maristela Cristiane de Souza¹[email protected]

ECCO, Norton¹[email protected]

FORTUNA, Messias¹[email protected]

ROGALSKI, Willian¹[email protected]

ZAIONS, Bruno Aurélio Dalla Costa¹[email protected]

RANGHETTI, Álvaro Luis²[email protected], Bianca de moura²

[email protected], Maristela Fiess²

[email protected], Leonita Beatriz²

[email protected], Ronaldo Bernardon²

[email protected], Morgana Karin²

[email protected], Kátia²

[email protected], Elisandra Andreia²

[email protected]

¹ Discentes do Curso (Agronomia), Nível V 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.² Docentes do Curso (Agronomia), Nível V 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: O presente trabalho foi realizado no município de Getulio-Vargas, RS, onde se realizou um levantamente de doenças foliares na cultura do milho na safra de 2016/2017, utilizando como metodologia o delineamento inteiramente casualizado. O experimento teve como principal objetivo, a identificação de doenças com ênfase em seus agentes patológicos, visando entender a influência dos mesmos, em relação às variações de pesos por espiga e a produtividade como um todo. A identificação de algumas doenças como helmintosporiose causada pelo fungo Exserohilum turcicum, mancha-branca causada pelo fungo Phaeosphaeria sp. e a diplodia causada pelo fungo Stenocarpella, são de fato preocupantes para grandes cultivos, devido a sua ação necrotrófica. Os comparativos de valores entre planta infectada e peso de grãos por espiga foram avaliados utilizando o teste estatístico de Tukey, com 5% de probabilidade de erro (95% de significância). As doenças observadas têm como característica própria a ação no sistema foliar da planta, provocando necroses e interferindo diretamente na fotossíntese, e como consequência a interferência na produtividade esperada do cultivo.

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PALAVRAS-CHAVES: Exserohilum turcicum, Phaeosphaeria maydis, Stenocarpella sp., Fungos, NecrotróficosABSTRACT: The present study was carried out in the municipality of Getulio-Vargas, RS, Brazil, where leaf diseases were observed in the corn crop in the 2016/2017 crop, using a completely randomized design methodology. The main objective of the experiment was to identify diseases with an emphasis on their pathological agents, in order to understand their influence in relation to the variations of weights per spike and productivity as a whole. The identification of some diseases such as helmintosporiosis caused by the fungus Exserohilum turcicum, white spot caused by the fungus Phaeosphaeria sp. And the diploma caused by the fungus Stenocarpella, are in fact of great concern for large crops due to their necrotrophic action. The comparisons of values between infected plant and grain weight per spike were evaluated using the Tukey statistical test, with a 5% probability of error (95% significance). The observed diseases have as their own characteristic the action in the foliar system of the plant, causing necroses and interfering directly in the photosynthesis, and as a consequence, the interference in the expected productivity of the crop.

KEYWORDS: Exserohilum turcicum, Phaeosphaeria maydis, Stenocarpella sp., Fungi, Necrotrophic

1 INTRODUÇÃO

A fitopatologia é considerada uma ciência extremamente recente, do grego significa

phiton = planta; pathos = doença; logos = estudo (estudo das doenças das plantas). Com os

principais trabalhos realizados nas décadas de 40 e 50, quando houve uma união entre as áreas

da bioquímica, fisiologia, microbiologia entre outras ciências, mas as descrições da presença

das doenças nas plantas é observada nas literaturas desde que homem passou a viver em

sociedade, sendo as referências mais antigas encontradas na escrituras da bíblia no velho

testamento (750 a.c), e período de Homero (1000 a.c.), porém todas as consequências eram

atribuídas ao mistiscismo, como um castigo divino, e não àos patógenos causadores

(BERGAMIM FILHO & KITAJAMA, 2011).

A cultura do milho (Zea mays L.), é cultivada a cerca de 8.000 a 10.000 anos, e tem o

seu ancestral selvagem conhecido como teosinto (Zea mexicana L.), sendo uma gramínea

anual pertencente à família Poaceae (leguminosa), seu centro de origem ainda é discutido,

porém, evidencias indicam que seu surgimento foi no México, e seus centros de origem

secundários ampliaram-se para a América do Sul como a Colômbia e o Paraguai. O milho está

entre os três cereais mais cultivados no mundo, sendo seus maiores produtores os Estados

Unidos, China, Brasil e México, sendo que sua produção total é destinada em até 85% à

alimentação animal e seus 15% restantes destina-se a alimentação humana de forma direta ou

indireta (TERRA, 2009). No Brasil, a área de cultivo do milho é muito extensa, são 15

milhões de hectares, alcançando uma produção de aproximadamente 35 mil toneladas por ano

(TERRA, 2004).

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As indústrias de biotecnologias e fertilizantes, investem em pesquisas voltadas à

fertilidade de solos e melhoramento genético, pois as duas práticas associadas têm como

resultados altas produtividades, já atingindo em média 12 t/ha de milho em propriedades que

possuem tecnologias modernas, segundo Resende et al.(2012), porém, com todo esse avanço

algumas doenças como cercosporiose, antracnose, mancha branca e as ferrugens polissora,

entre outras, passam a ser os fatores limitantes de altas produtividades (CASELA et al., 2006).

No período que sucedeu a evolução da agricultura, o surgimento de novas

biotecnologias trouxeram consigo vários híbridos de milho, capazes de aumentar a produção e

desenvolvimento tecnológico das áreas rurais brasileiras, estimulando produtores a investir

um capital relevante na agricultura, possibilitando uma segunda colheita ao ano, o milho

safrinha, porém esta prática expõe a cultura a fatores climáticos adversos, e estas variações de

temperatura e umidade podendo se tornar um fator favorável para o desenvolvimento e

manutenção de inóculo de doenças na cultura do milho, prejudicanto a produtividade de safras

subsequente e muitas vezes o fato expõe as biotecnologias à sucetibilidade (FERNANDES &

OLIVEIRA, 1997).

A partir da década de 90, ocorreu um aumento na incidência de doenças na cultura do

milho, muitas vezes de difícil controle nas lavouras, e estas causando grandes devastações,

tornando a produção uma das grandes preocupações e o controle das doenças um dos desafios

para os profissionais da área agrícola, (COSTA et al., 2009).

As doenças incidentes nas culturas variam de acordo com as condições climáticas dos

anos, tornando o manejo, a rotação de cultura e o próprio controle das doenças indispensável

para safras de sucesso consecutivas, pois os restos culturais podem servir de abrigo para

alguns fungos necrófagos, e plantas voluntárias de abrigo para patógenos biotróficos

(LANDGRAF, 2008). Para o desenvolvimento de uma doença em níveis de epidemia, é

devidamente nescessário a interação entre um hospedeiro suscetível a doença, uma população

de patógenos virulentos e condições de umidade e temperatura favoráveis para a instalação do

fungo. O homem pode interferir significativamente no início até o fim da doença, por meio de

ações diretas, sendo elas uma possível aplicação de fungicida ou até mesmo em um processo

de irrigação (MICHEREFF, 2008).

A cercosporiose ou também conhecida como mancha de cercospora, é uma doença

causada pelo fungo Cercospora maydis, que primeiramente foi constatada no ano de 1924 nos

Estados Unidos da América, e na década de 90 se disseminou por todos os continentes. Esta

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doença está diretamente associada a plantios de monocultura ao sistema de semeadura direta,

onde a palhada serve de abrigo para a sobrevivência do fungo. As lesões causadas pela

cercosporiose podem variar da colaração amarronzada até um acinzentado dependendo da

umidade, e um formato retangular delimitado na largura pela nervura central da folha, com

um comprimento de 1cm a 6cm de comprimento. O desenvolvimento da doença é lento, pode

levar até três semanas para atingir o seu desempenho máximo (BRITO et al., 2007).

A doença conhecida como antracnose do milho é causada pelo fungo saprófago

Colletotrichum graminicola, causando lesões foliares e caulinares, infecção da nervura e a

principal consequência é o tombamento das plantas. O fungo pode se difundir através de

sementes contaminadas, restos culturais no solo, podendo sobreviver no local através de

outras gramíneas hospedeiras. A podridão do colmo é um dos fatores que facilitam o

desenvolvimento do fungo C. graminicola na lavoura do milho e os danos causados podem

variar de 18% a 40% na sua produção. Seu controle é facilitado pela utilização de híbridos

resistentes, das técnicas de manejo de solo e rotação de cultura (PARREIRA et al., 2014).

Algumas das grandes preocupações em relação ao milho, são as manchas foliares que

muitas vezes acabam afetando diretamente a estrutura do limbo. A mancha de diplodia é

causada pelo fungo Stenocarpella macrospora, sendo de fácil visualização devido a

complexidade e dimensões da lesão que atinge a estrutura do limbo, podendo atingir até 10

cm de comprimento. A dispersão da doença, ocorre através do vento, que leva os esporos e os

restos culturais infectados pelo fungo, seu controle é baseado em cultivares resistentes e um

bom manejo de solo realizando rotação de culturas não hospedeiras (CASELA et al., 2006).

A mancha-branca do milho, causada pelo fungo Phaeosphaeria maydis, foi descoberta

nos EUA e posteriormente se expandiu para outros países. Alguns sintomas causados pelo

fungo P. maydis, são considerados alarmantes, devido as lesões causadas no limbo foliar que

são de difícil controle, por inicialmente se desenvolver em folhas inferiores e expandir para a

superfície da planta. As lesões variam entre 0,3 a 1cm de diâmetro, e tem aspecto de aquosas

e verde claro (BRASIL & CARVALHO, 1998).

Dessa forma o objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de doenças nos estádios

finais da cultura do milho, e os danos causados por estas quanto ao rendimento por mil grãos,

de acordo com informação técnica do híbrido comparando com outros experimentos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

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O presente estudo foi desenvolvido no município de Getúlio Vargas – RS, latitude 27°

53’ 39’’ e longitude 52°12’28’’, localizado na região Noroeste do estado do Rio Grande do

Sul, onde o clima é classificado como Subtropical Úmido, segundo Moreno (1961), em uma

altitude de aproximadamente 637 metros, no final do mês de fevereiro de 2017. O solo do

local é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, típico da região, no qual é utilizado

como área experimental, sendo propriedade privada da Faculdade IDEAU.

A região de Getulio Vargas/RS, segundo dados fornecidos pelo Climatempo, teve um

índice pluviométrico que ultrapassou os 120 mm de chuva por mês, nos meses de outubro de

2016 a março de 2017.

O delineamento experimental aplicado nas coletas foi o DIC (delineamento

inteiramente casualizado), com duas avaliações onde a posição das plantas a serem coletadas

foi definida antes da visualização das mesmas.

O híbrido implantado foi o NS90PRO2, (Figura 1-A), com uma população de

aproximadamente 80.000 sementes por hectare. A área utilizada para a semeadura do milho

foi instalada à margem da mata sendo parcela única (Figura 1-B), e sua finalidade era ser uma

bordadura aos outros experimentos. A semeadura foi realizada no dia 18 de outubro de 2016,

com adubação de base do fertilizante quimíco de formulação NPK 05-25-25, distribuido

uniformemente 300 kg ha-1. Como fonte de N complementar foi adicionado 350 kg ha-1 de

ureia pura cloretada de concentração 46% no estágio V4, e mais 300 kg ha-1 no estágio V9.

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Figura 1: Híbrido utilizado na semeadura do exerimento (A); Área do parcelão (B). Fonte: Ecco, N. Getúlio-Vargas, RS, 2017.

O experimento contou com duas avaliações de interrese agronômico. A primeira

avaliação teve como objetivo visualizar anormalidades presentes na superfície foliar da

cultura do milho, identificando suas causas, e a segunda avaliação, levou em consideração as

diferenças dos pesos dos grãos por espiga.

A primeira coleta de material foi realizada no dia 11 de março de 2017, sendo

coletadas 10 plantas, somente parte aérea. As amostras coletadas foram enumeradas e levadas

para análise ao laboratório no Campus II da Faculdade IDEAU. As folhas, ainda verdes,

foram removidas com o auxílio de uma tesoura, e as manchas visíveis a olho nú observadas na

lupa eletrônica, as imagens ampliadas das estruturas anormais das folhas foram fotografadas

para posterior identificação (Figura 2-A).

Figura 2: Visualização do limbo foliar com o auxílio de uma lupa eletrônica (A); Processo de remoção da palhada, medidas e remoção de grãos (B), Pesagem dos grãos por espiga com o auxílio de uma balança de precisão (C). Fonte: Ecco, N. Getúlio Vargas RS, 2017.

A segunda coleta foi realizada no dia 08 de abril de 2017, onde foram coletadas 12

espigas aleatoriamente, com a intenção de avaliar o peso da espiga e peso por mil grãos. O

processo de remoção das palhas e grãos das espigas foi realizado todo manualmente, logo

após foi feito a medição das espigas utilizando uma régua graduada em milímetros (Figura 2-

B). Os grãos foram contabilizados separadamente por espiga e após a contagem, foram __________________________________________________________________________________________

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misturados em um recipiente e contabilizados cinco amostras de mil grãos e submetidos a

pesagem. Para a pesagem das amostras, foi utilizada uma balança de precisão (Figura 2-C),

sendo que após pesagem e feitas as devidas anotações, alguns grãos aleatórios foram

submetidos a uma prensa para verificação da umidade.

As respectivas diferenças de pesos por espiga foram comparadas estatisticamente entre

si com o teste de Tukey a probabilidade de 5% de erro, sendo que cada exemplar foi

considerado como um tratamento.

3 RESULTADOS E ANÁLISES

As avaliações experimentais foram realizadas no ciclo final da cultura, e ainda foi

possível visualizar e identificar a ação de determinados patógenos, que caracterizam um dano

na quantidade de folhas totalmente sadias, influenciando diretamente no enchimento de grãos

e consequentemente na produtividade.

A atividade fotossintética da planta está totalmente correlacionada a sua produtividade,

alguns fatores bióticos ou abióticos, podem desregular o metabolismo da planta, prejudicando

a produção e apresentando de sintomas drásticos à planta (MARGIS, 1999).

Observou-se a incidência da mancha-branca, sendo um fungo necrotrófico capaz de

causar grande danos na superfície do limbo. A visualização das necroses da P. maydis foi de

grande dificuldade, em virtude do fungo estar em seus estágios iniciais, precisando de uma

lupa de aumento para sua identificação (Figura 3). A fácil compreensão da doença foi devido

a presença de uma mancha com características elípticas, com sua estrutura de coloração

verde-claro, com aspecto aquoso, afetando em grande número a superfície do limbo foliar.

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Figura 3: Semelhanças de imagens de Paheosphaeria maydis (mancha-branca), presente na cultura do milho, de amostras da literatura e imagens coletadas no experimento. Fonte: Cardozo, A. M. Florianópolis, SC, 2013 (A); Fortuna, M., Getúlio Vargas, RS 2017 (B)

A semeadura do híbrido pode ter influenciado significativamente na incidência da

mancha branca do milho por ser um período considerado tardio. A doença é favorecida por

períodos noturnos que variam entre 15 °C à 20 °C, e uma umidade relativa do ar superior à

60%, o que é uma característica particular do mês de outubro, novembro e dezembro,

favorecendo que a doença possa virar uma epidemia (BRASIL & CARVALHO, 1998).

Identificou-se a presença de manchas alongadas nas folhas com um halo circular à

necrose (Figura 4), e estas características induzem à hipótese de que, se trata de um fungo do

gênero Stenocarpella sp., pois este fungo pode ter sido favorecido pelas condições ambientais

positivas para o seu desenvolvimento, devido ao alto índice pluviométrico ocorrido durante o

período, que ultrapassou a média de 120mm/mês e de acordo com um boletim informativo de

fitopatologia do IFMT (2016), as manchas causadas pelo mesmo, apresentam um determinado

aspecto circular, deixando a infecção visível na presença de luz, e com uma conformação

alongadas em todo limbo foliar, ou em pontos isolados, suas lesões também podem ser

encontradas em colmo, folha, haste e sementes. A disseminação ocorre principalmente por

respingos de chuva, vento, sementes e maquinário com estruturas contaminadas aderidas.

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Figura 4: Semelhanças de incidência causadas pelo fungo do gênero Stenocarpella ssp., de acordo com a literatura e visualização em lupa com amostras do experimento. Fonte: Stromberg, E. L. Virginia- EUA, 2017, (A); Zaions, B. A. D. C. Getúlio Vargas-RS, 2017 (B)

A incidência de algumas manchas foliares, presentes em todas amostragens coletadas

do experimento, resultou na devida hipótese de que, os sintomas podem ser causados pelo

fungo Exserohilum turcicum, que é o causador da doença mais popularmente conhecida por

helmintosporiose e o tamanho das necroses indicando um estádio inicial da doença, e suas

características encaixam-se nas descrições de Cardozo (2013), a qual explica que as lesões são

necróticas com uma coloração variando entre verde-oliva e marrom, e com tamanhos

diferenciados que variam entre 2,5 à 15 cm de comprimento, e uma alta taxa de esporulação

do patógeno, geralmente com inicio nas folhas inferiores da planta (Figura 5).

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Figura 5: Apresentação de sintomas de helmintosporiose pouco avançada no limbo foliar. Imagens de helmintosporiose na literatura (A), utilizando como comparação com a visualização da doença em laboratório, utilizando uma lupa de aumento (B). Fonte: ROGALSKI, W.. Getúlio Vargas, RS, 2017.

De acordo com Vieira et al. (2009), a incidência da helmintosporiose no experimento

foi relevante, porém preocupante, devido a presença de inúmeras manchas pouco

desenvolvidas. A doença afeta diretamente na fotossíntese da planta, e a sua disseminação é

feita através do vento. Foi observada a ocorrência de helmintosporiose em plantas coletadas

mais próximas a bordadura, o que torna a planta mais sucetíveis a doenças ou até mesmo de

pragas, por ser um local de contato direto com o meio externo, ficando exposto diretamente ao

vento e a situações físicas propícias para a instalação do fungo.

Os dados de números de grãos, peso por espiga e peso de mil grãos foram expostos na

tabela a segir (Tabela1), e suas variações podem ser consequência de diversos fatores como,

ambientais, possível deficiência do solo, manejo incorreto, pragas agrícolas ou as doenças

descritas. Segundo Durães et al. (1995), os fatores morfofisiológicos, assim como épocas de

semeadura, densidade populacional e disponibilidade de nutrientes afetam diretamente a

capacidade produtivas do milho.

Tabela 1: Resultados das amostragens coletadas a campo, com determinadas comparativos de pesos de espigas, número de grãos e peso de mil grãos. Fonte: Ecco, N. Getúlio-Vargas, RS, 2017.

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Os pesos por espiga foram comparados entre si, utilizando a análise de variância

ANOVA, com Tukey à probabilidade de 5% de erro (Tabela 2).

Tabela 2: Análise de variância utilizando Tukey significativo ao nível de 5%, utilizando médias de pesos por espiga coletadas no experimento. Fonte: Ecco, N. Getúlio-Vargas, RS, 2017.

O resultado do teste estatístico de Tukey aplicado ao peso das espigas diferiu

significativamente. Apesar do grande número de tratamentos avalidos, a maioria dos

tratamentos apresentou diferenças, possibilitando uma alteração na capacidade produtiva.

4 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que, o comparativo entre incidência de doenças com produtividade,

teve significância de acordo com o teste estatístico aplicado a Tukey 5%. O resultado da

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análise foi significativo, com grande variação de valores de peso por espiga, caracterizado sim

uma possível influência das doenças com a produtividade. Como as doenças identificadas são

de caráter saprofítico e são patógenos de solos, a sua infecção é muito facilitada, impactando

negativamente no rendimento de peso de mil grãos.

REFERÊNCIAS

BERGAMIM FILHO, A. & KITAJAMA, E.W. Manual de fitopatologia. História da fitopatologia. Ceres Ltda. V.1, Ed. 4. São Paulo, SP. 2011. Acesso em: março de 17.

BRASIL, E. M.; CARVALHO, Y. Comportamento de híbridos de milho em relação a Phaeosphaeria maydis em diferentes épocas de plantio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 33, n. 12, p. 1977-1981, 1998. Acesso em: abril de 17. Disponível em: http://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/download/5024/7178

BRITO, A.H., VON PINHO, R.G., POZZA, E.A., PEREIRA, J.L.A.R. & FARIA FILHO, E.M. Efeito da cercosporiose no rendimento de híbridos comerciais de milho. Fitopatologia Brasileira 32:472-479. 2007

CARDOZO, A. M. Diversidade de fungos endofíticos e severidade de exserohilum turcicum em cultivares isogênicas de milho (zea mays L.) convencional e transgênico. UFSC. Florianópolis-SC, 2013. Acesso em: abril de 17. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/122142/Aline%20Martins%20Cardozo.pdf?sequence=3&isAllowed=y

CASELA, C. R.; FERREIRA, A. da S.; PINTO, N. F. J. A. Doenças na cultura do milho. Circular Técnica 83. Embrapa milho e sorgo. Sete Lagoas, MG, 2006. Acesso em: março de 17. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publica/2006/circular/Circ_83.pdf

CASELA, C. R.; FERREIRA, A. da S. A cercosporiose na cultura do milho. Circular Técnica 24. Embrapa milho e sorgo. Sete Lagoas, MG, 2003. Acesso em: março de 17. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publica/2003/circular/Circ_24.pdf

COSTA, R. V.; CASELA, C. R.; COTA, L. V. Cultivo do milho. Embrapa milho e sorgo. Ed. 5. 2009. Acesso em: fevereiro de 17. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/milho_5_ed/doencas.htm

DURAES, F. O. M., MAGALHÃES, R., COSTA, J., & FANCELLI, A.. . Fatores ecofisiológicos que afetam o comportamento do milho em semeadura tardia (safrinha) no Brasil central. Scientia Agricola, v. 52, n. 3, p. 491-501, 1995. Acesso em: maio de 17. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sa/v52n3/14.pdf

FERNANDES, F. T.; OLIVEIRA, E. Principais doenças na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1997. Acesso em: fevereiro de 17. Disponível em: http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00072740.pdf__________________________________________________________________________________________

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VIEIRA, R. A., TESSMANN, D. J., HATA, F. T., SOUTO, E. R., MESQUINI, R. M.. Resistência de híbridos de milho-pipoca a Exserohilum turcicum, agente causal da helmintosporiose do milho. Scientia Agraria, v. 10, n. 5, p. 391-395, 2009. Acesso em: maio de 17. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/agraria/article/view/15196/10264

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