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FACULDADE KURIOS – FAK Instituto Superior de Educação Curso de Graduação em Pedagogia A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL FRANCISCA ANDREIA NOBERTO DANTAS QUIXERAMOBIM–CEARÁ 2013

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FACULDADE KURIOS – FAKInstituto Superior de Educação

Curso de Graduação em Pedagogia

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

FRANCISCA ANDREIA NOBERTO DANTAS

QUIXERAMOBIM–CEARÁ2013

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FACULDADE KURIOS – FAKInstituto Superior de Ensino – ISE

Graduação em Pedagogia

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

FRANCISCA ANDREIA NOBERTO DANTAS

MAGERLANDIA PATRICIO DO AMARAL

Maranguape – CE2013

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FRANCISCA ANDREIA NOBERTO DANTAS

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Esta monografia foi submetida à

Coordenação do Curso de

Graduação em Pedagogia da

Faculdade Kurios, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do

título de Graduada, outorgado pela

Faculdade Kurios – FAK.

Orientadora- Professora Mestranda

Magerlandia Patrício do Amaral

Quixeramobim-CE2013

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FRANCISCA ANDREIA NOBERTO DANTAS

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de

Graduação, Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Kurios – FAK, como

requisito parcial para a obtenção do título de Graduação em Pedagogia.

Data da aprovação: ___/___/___ Nota: _______

BANCADA EXAMINADORA

____________________________________________

PROFESSORA MESTRANDA MAGERLÂNDIA PATRÍCIO DO AMARAL

FACULDADE KURIOSORIENTADORA

____________________________________________MARIANA AMARAL TERRA

FACULDADE KURIOSDIRETORA ACADÊMICA

QUIXERAMOBIM–CEARÁ2013

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus pelas graças que derrama todos os

dias sobre mim e toda minha família. Agradeço também a professora

Magerlandia pelas orientações concedidas, que vieram facilitar minha

compreensão e meu discernimento em relação à realização desse trabalho.

Enfim, todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a

realização deste estudo.

Obrigado a todos!

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“Entrega teu caminho ao Senhor confia nele e ele tudo fará”

(Salmos)

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RESUMO

O presente trabalho visa analisar a importância do brincar no desenvolvimento

e aprendizagem na educação infantil, sob a visão pedagógica. Tem como

objetivo conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos

utilizados para designar o ato de brincar, tornando também fundamental

compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e

com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais,

constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os

benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Ainda

este estudo traz algumas considerações sobre os jogos, brincadeiras e

brinquedos e como influenciam na socialização das crianças. Portanto, para

realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na

reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como pesquisa de

grandes autores referente a este tema. Desta forma, este estudo proporcionará

uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser

humano, e, em especial na vida da criança.

Palavras-chave

Brincar. Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Educação. Pedagogia.

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ABSTRACT

The present article has the objective to analyze the importance of playing during

the development and learning in the pre-school, by the pedagogy view. It has

the purpose to know the meaning of playing, conceptualize the main terms to

nominate the act of playing, being important to understand the playful universe,

where the children talk to themselves and with the world, accept the existence

of the others, establish social relationships, construe knowledge, in a fully

development, and, the benefits that the playing gives to the teaching-learning

for children. This study still brings some considerations about the games, plays

and toys and how they influence the children society. So, to do this work, we

used the bibliographical research, based in the books reading reflection,

articles, magazines and sites, as researches of great authors relative to this

theme. So, this study will give a reading more conscious about the importance

of playing in the human life, and, special in the child life.

Key-Words

Play. Child learning and development. Education. Pedagogy.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................09

CAPITULO I - O ATO DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL..................16

1.1 A Importância do brincar no universo lúdico................................................18

1.2 Como Vygotsky discute o papel do brinquedo na aprendizagem................20

CAPITULO II – O LÚDICO NO ÂMBITO ESCOLAR........................................25

2.1 Salas de aula: um lugar de prazer e aprendizagem....................................25

2.3 Atividades lúdicas essenciais na infância...................................................29

CAPÍTULO III – O CONTEXTO SOCIAL E A ESCOLA FORMANDO

CIDADÃOS CRÍTICOS.....................................................................................32

3.1 O lúdico como recurso pedagógico............................................................33

3.2 Como Piaget analisa o jogo nas séries iniciais...........................................37

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................40

REFERÊNCIAS.................................................................................................42

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância do brincar

na Educação Infantil, destacando o papel relevante do brinquedo como fator

estimulante na adaptação, socialização no âmbito escolar e, principalmente no

processo ensino- aprendizagem.

É importante ressaltar que, a infância é a fase das brincadeiras, então se

acredita que por meio delas a criança atende, em grande parte seus anseios e

necessidades, inserindo-a numa realidade na qual ela reconstrói o mundo ao

seu redor. Assim, destaca-se o lúdico como uma das maneiras mais dinâmicas

de envolver o educando nas atividades escolares, visto que, a brincadeira é

algo inerente a criança, fato esse que pode ser utilizado como arma para se

trabalhar.

O lúdico é um recurso pedagógico que os educadores podem usar em

sala de aula como estratégias metodológicas no processo ensino-

aprendizagem, tendo em vista que os alunos poderão aprender de forma mais

prazerosa, concreta, tornando esse processo algo mais significativo.

A ludicidade pode permitir um desenvolvimento global e uma visão de

mundo mais efetiva, uma vez que, através das descobertas e da criatividade, a

criança poderá se expressar de maneira crítica e, assim mudar a realidade que

a cerca. Se bem aplicada e entendida a educação lúdica pode contribuir em

vários fatores no ensino, seja na criticidade, no relacionamento ou até mesmo

na redefinição de valores das pessoas na sociedade.

Para que o método lúdico e solidifique na educação, é necessária uma

reflexão sobre a sua relevância no processo de ensinar e aprender. Então,

nesse trabalho aborda-se o seguinte questionamento: Qual a importância das

atividades lúdicas na Educação Infantil?

Ele por sua vez, apresenta a seguinte estrutura: no primeiro capítulo

abordaremos com se dá o ato de brincar na Educação Infantil, ressaltando a

importância do brincar no universo lúdico e como o teórico Vygotsky discute o

papel do brinquedo na aprendizagem.

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No segundo capítulo, destacaremos como o lúdico acontece no âmbito

escolar, enfatizando que a sala de aula é um lugar de prazer e aprendizagem e

que as atividades lúdicas são fatores essenciais na infância.

E no terceiro capítulo apresentaremos como é o contexto social e a

escola formando cidadãos críticos, mostrando o papel eminente do lúdico como

recurso pedagógico e como o teórico Piaget analisa o jogo nas séries iniciais.

Assim, esperamos que este trabalho possa contribuir para a construção

do conhecimento sobre a utilização do lúdico na Educação Infantil no processo

educativo de maneira lógica, dinâmica e maleável, almejando a elevação de

ambiente adequado para que de fato aconteça uma aprendizagem com

qualidade, inclusive a formação plena dos alunos, enquanto sujeitos críticos e

ativos no meio social o qual estão inseridos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A origem do lúdico é a palavra “ludus” que quer dizer jogo, a palavra

evoluiu levando em atendimento as pesquisas em psicomotricidade, de modo

que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo.

Nesse contexto o mesmo faz parte da atividade humana e caracteriza-se

por ser espontâneo operacional e satisfatório. Nas atividades envolvendo-o não

importa somente o consequência, mas a ação, o movimento vivenciado.

Na educação infantil o lúdico propicia às crianças uma série de

desenvolvimentos benéficos, que vai desencadeando seu aprendizado.

De acordo com Campos:

“A ludicidade poderia ser a ponte facilitadora da aprendizagem se o professor pudesse pensar e questionar sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula (Campos, 1986, p.111)”.

Negrini (2000) afirma que a capacidade lúdica está diretamente

relacionada à sua pré-história de vida. Acredita ser, antes de tudo, um estado

de espírito e um saber que progressivamente vai se instalando na conduta do

ser devido ao seu modo de vida.

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O lúdico tem seu universo acompanhado de temas para ser

desenvolvido na educação infantil no aprendizado da criança, esses eixos vão

desencadeando no meio das crianças o seu mundo real. Pode-se exemplificar

como: brinquedo, brincadeira e jogos que auxilia o aprendizado no seu dia a

dia.

As atividades lúdicas são muito importantes para o desenvolvimento

infantil, pois possibilita desenvolver vários aspectos da personalidade da

criança como o físico, afetivo, social, cognitivo e criativo etc.

Chama-se de ludicidade o conjunto para serem trabalhados na

educação infantil através de várias atividades como jogos, sentido, escrito,

histórias, dramatizações, músicas, danças, canções e várias outras atividades

que enriquecem o conhecimento cultural da criança.

Porém, atividade prazerosa pode compor este processo de comparação

de forma agradável, divertida e em um clima de camaradagem. Quando a

criança joga, ela percebe suas possibilidades e a dos companheiros. (DHOME,

2003, p.124-125).

O desenvolvimento pessoal da criança e um processo onde ela mesma se descobre, na qual têm mais habilidades no que se faz com prazer sem dificuldades, este processo existe em todas as fases da vida, mais para a criança que ainda não tem esta compreensão de mundo dificulta o seu meio. Mais a atividade lúdica compõe o seu papel de forma agradável, para trabalhar tanto a habilidade e a dificuldade de cada criança. (DHOME, 2003, p.124-125).

Segundo Dhome (2003) a criança passa por um processo de

autoconhecimento e vai se descobrindo e se desenvolvendo a sua

característica pessoal.

É preciso apropriar dos elementos da realidade da criança do seu

cotidiano, para que elas assimilem os jogos e as brincadeiras. Fazendo uma

readaptação e sendo motivado com prazer no seu aprendizado.

A brincadeira tem peculiaridade que ocorre por meio da articulação da

realidade, sendo que toda brincadeira pode ser uma imitação transformada, no

plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.

É favorecido pela brincadeira o equilíbrio afetivo da criança e contribui

para o processo de apropriação de signos sociais, cria condições para uma

transformação significativa da consciência infantil, por exigir da criança formas

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mais complexa de relacionamento com o mundo. As características da

brincadeira: comunicação interpessoal que ela envolve sua indução a uma

constante negociação de regras e a transformação dos papéis assumidos pelos

participantes faz com que seu enredo seja sempre imprevisível.

As palavras de Fernández (2001, p.37) apontam a relação entre a

aprendizagem e o brincar de maneira cativante:

Aprender é apropriar-se da linguagem é historiar, recordar o passado para despertar-se ao futuro; é deixar é deixar-se surpreender pelo o já conhecido. Aprender é reconhecer-se, admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos visíveis e possíveis. Só será possível que os professores possam gerar espaços de brincar-aprender para seus alunos quando eles simultaneamente construírem para si mesmos.

O benefício no aprendizado utilizando o das crianças, nas brincadeiras

as crianças podem desenvolver diversas capacidades como: a atenção

imitação, memória, imaginação. Algumas capacidades são amadurecidas na

socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras

e papéis sociais.

De acordo com Dhome (2003) as atividades lúdicas, pelas suas próprias

características, podem possibilitar o convívio com as mais diversas habilidades.

Elas poderão atender tanto a criança que têm vocação para a arte, como

aquelas que têm agilidade física.

Na educação infantil a ludicidade trabalha esta pequena palavra “jogo”

que tem sentidos infinitos, voltados para o crescimento e desenvolvimento do

aprendizado das crianças.

É preciso entender e compreender que o jogo está associado tanto ao

objeto (brinquedo) quanto à brincadeira. É uma atividade mais estruturada e

organizada por um sistema de regras mais explícitas. Exemplos clássicos

seriam: jogo de mímica, de cartas, de tabuleiro, de futebol, de faz-de-conta etc.

Na teoria de Kishimoto (1994), diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma

relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a

ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. Através dos

jogos e brincadeiras a criança interage com a realidade de mundo em que vive,

ao brincar a criança reflete a expressão cultural de diversas sociedades.

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Segundo Wallon (1945) as trocas de relação de uma criança com a outra

é fundamental para crescimento como pessoa. Estes processos,

comunicativos, expressivos acontecem com trocas de relação, como a imitação

entre elas, expressa seus desejos de participar e até de se diferenciar dos

outros se constituindo seu jeito próprio.

Referindo-se as trocas de relação das crianças, o autor acima deixa bem

claro a importância para o crescimento da criança como pessoa, como ser

humana e formação de caráter. Ao brincar juntas elas estão obtendo uma troca

de relação e convívio entre elas, expressando sua vontade nas brincadeiras e

tornando ela diferenciada um do outro com o mesmo objetivo.

Os jogos infantis podem até excepcionalmente incluir uma ou outra competição, mas essencialmente visam estimular o crescimento e aprendizagens e seriam melhores definidos se afirmássemos que representam relação interpessoal entre dois ou mais sujeitos realizada dentro de determinadas regras. Esse conceito já deixa perceber a diferença entre usar um objeto como brinquedo ou como jogo. (ANTUNES, 2003, p.9)

Aguiar (1998) mostra que o jogo é uma atividade que aumenta todo

repertório comportamental de uma criança, desenvolvendo suas capacidades e

habilidades.

Na concepção de Wallon (1945), infantil é sinônimo de lúdico, de jogos e

brincadeiras. Toda atividade emergente é lúdica, exerce-se por si mesma antes

de poder integrar-se em um projeto de ação mais extenso que a subordine e

transforme em meio.

O referido autor acima se refere ao lúdico como uma palavra ligada à

infância, porque uma é intermediaria da outra, é impossível não se falar em

lúdico sem se falar em infância, é uma atividade que a criança vive

intensamente com prazer, onde ela está expondo suas vontades próprias sem

ser argumentada e ter a obrigação no que faz, dessa forma torna-se prazeroso.

Embasada na teoria Piagetiana, (apud ANTUNES, 2003) a brincadeira

não recebe uma conceituação específica e detalhada. Ela é voltada para o

desenvolvimento de ação assimiladora com seus próprios entendimentos, no

decorrer da brincadeira. Como uma forma de expressão da conduta de cada

um. A criança aproveita o momento lúdico e distingue a construção de suas

estruturas mentais de conhecimentos.

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Segundo a teoria Piagetiana (apud ANTUNES, 2003) acima, a

brincadeira vem como conduta livre, espontânea, que a criança expressa sua

vontade própria e pelo seu prazer que lhe dá. De acordo com a criança começa

a manifestar a conduta lúdica na sua infância, ela passa a demonstrar o nível

de seus estágios cognitivos que leva a construção do seu conhecimento.

Para Winnicott (1975, p.63), “o brincar facilita o crescimento” e, em

consequência promove o desenvolvimento. A criança que não brinca não se

constitui de maneira saudável, tem perda no desenvolvimento motor e

sócio/afetivo.

Para Antunes:

O brinquedo, na relação com a criança, a indeterminação quanto ao seu uso, ou seja, sem regras fixas; o jogo por sua vez, inclui intenções lúdicas; muitas vezes é não literal (por exemplo, a boneca não e literalmente filha da criança, mas “é como se fosse”.); estimula a alegria e flexibilidade do pensamento, mas mantém um controle entre os jogadores e, portanto, uma relação interpessoal dentro de determinada regras. (ANTUNES, 2003, p.10).

Portanto, é predominante pelo brincar, como forma de atividade humana

tem grande predomínio na infância.

A visão de alguns teóricos a respeito do trabalho lúdico no

desenvolvimento infantil, Jean Piaget (apud KISHIMOTO, 1998), foi um

renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no

campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira

profissional interagindo com as crianças e estudando seu processo de

raciocínio. Seus estudos tiveram grande impacto sobre os campos da

psicologia e pedagogia.

Para Piaget (apud KISHIMOTO, 1998), a brincadeira é um elemento

crucial do desenvolvimento moral para criança, pois por intermédio dela a

mesma consegue internalizar as regras solicitadas pelo jogo. A brincadeira é

fornecida pelo brinquedo, ele é a fonte de imagens a ser manipulada,

traduzindo o universo real ou imaginário alimentando a ação.

O educador através da formação lúdica possibilitará conhecer-se como

pessoa, o saber de suas possibilidades, desbloquearem resistências e ter uma

visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança,

do jovem e do adulto (ALMEIDA, 2006). O autor deixa bem claro aos

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educadores que o lúdico é muito importante, no desenvolvimento da educação

infantil e do adulto, os jogos e brincadeiras tem um poder de auto

entendimento, que auxilia no desenvolvimento do ser humano.

Para Antunes (1998, p.18) “a utilização dos jogos devem ser somente

quando a programação possibilitar, somente quando se constituírem em um

auxílio eficiente, ao alcance de um objeto dentro dessa programação”.

Vygotsky (apud KISHIMOTO, 1997) ressalta que, para a criança com

menos de três anos, o brinquedo é coisa muito séria, pois ela não separa a

situação imaginaria do real. A criança na idade escolar, o brincar torna-se uma

forma de atividade mais limitada que preenche um papel específico em seu

desenvolvimento. Tendo um significado diferenciado que tem para uma criança

em idade pré-escolar.

Para Bruner (apud KISHIMOTO, 1998) os jogos e brincadeiras têm

interpretação semelhante ao atribuir ao ato lúdico, o poder de criar situações,

em que as crianças podem explorar sua criatividade que ajuda a proporcionar

solução para os problemas.

Vygotsky e Elkonin (apud KISHIMOTO, 1998), devemos entender que a

brincadeira como uma situação imaginária criada pelo contato da criança com a

realidade social.

A utilização de brinquedos e jogos na educação infantil de forma

educativa com os fins pedagógicos leva os instrumentos até as crianças no

sentido de ensino aprendizagem e o desenvolvimento infantil.

Na educação, o lúdico tem de propiciar diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente a função educativa, o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. O brincar e jogar e dotado de natureza livre típica de uns processos educativos. Como reunir dentro da mesma situação o brincar e o educar. Essa e a especificidade do brinquedo educativo. (KISHIMOTO, 2003, p.37).

As crianças quando brincam não estão preocupadas com seu

desenvolvimento e sim que ela está participando de algo prazeroso que é

brincar, mais ao mesmo tempo ela está descobrindo algo novo nas suas

habilidades físicas e motoras, o universo lúdico traz está segurança para a

educação infantil.

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CAPITULO I

1. O ATO DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A comunicação nas crianças acontece desde muito cedo, manifestando-

se através de gestos e sons e em seguida vem representar determinados

papéis nas brincadeiras, o que aguça a sua imaginação. No ato de brincar, a

criança pode desenvolver algumas habilidades de suma importância como a

atenção, a imitação e a memória e assim, podem crescer as aptidões de

socializar-se por meio da interação, utilização e experimentação de regras.

É válido salientar que, a Educação Infantil é a fase das brincadeiras, é a

fase em que as crianças estão descobrindo o mundo, criando e

experimentando. A brincadeira pode proporcionar prazer, que por sua vez, é

primordial para as crianças, já que, através dela elas além de se divertirem

também estarão aprendendo.

O brincar é um instrumento que desafia a criança, facilitando suas

descobertas e a compreensão de está cheio de possibilidades e oportunidades

para vivenciar a alegria, a emoção e o prazer de forma coletiva. A brincadeira é

fonte de lazer, diversão, mas, sobretudo de conhecimento, sendo o brincar

parte integrante no ato de educar.

Como bem defende Paulo Nunes de Almeida ao ressaltar que:

A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,

possibilitandoo um crescimento sadio, um enriquecimento

permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático

enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua

prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo

a interação social e tendo em vista o forte compromisso de

transformação e modificação do meio. ( ALMEIDA 1995, p. 41)

Então, se faz necessário uma reflexão em relação aos profissionais da

educação, que por sua vez, precisam ter consciencia de que é essencial que

hajauma relação entre os objetivos que precisam ser alcançados com o método

lúdico de ensinar. Pois em alguns momentos as crianças so conseguem

compreender um conteúdo da matéria, se este for trabalhado por meio da

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brincadeira, e se esta náo for inserida, causará o total desinteresse do

educando em relação ao que está sendo estudado.

Vale dizer que, o ambiente escolar é um espaço que deve ser explorado

pelos alunos, é de suma importancia que o professor não se limite somente a

sala de aula, e sim propiciar desafios onde os possam experimentar, tocar,

visualizar e ter contato com o concreto que possibilitará ao educando a

assimilação de importantes noções como: de posição, grandeza, lateralidade,

formas geométricas, as cores dentre outros. Sem esquecer que a Educação

Infantil é a base para o processo de alfabetização, tendo em vista que ao

pintar, recortar, encaixar estão sendo trabalhados os movimentos para a

escrita, por isso vemos a importância da Educação Infantil que com suas

estratégias e ferramentas prepara a crianças para os desafios que ela

enfrentará na sua futura caminhada escolar, e a brincadeira é a primeira

linguagem da criança, e é a partir das brincadeiras lúdicas é que ela irá se

desenvolver facilitando seu processo de socialização, comunicação e

construção do pensamento.

A criança, portanto, tende a explorar o mundo que lhe rodeia e absorver

informações que são fundamentais, e nesse processo, o educador deve

proporcionar grande número de atividades significativas, oportunidades que

sejam enriquecedoras e que contribua principalmente, para a construção do

conhecimento.

É por intermédio da atividade lúdica que a criança se prepara para a

vida, assimilando a cultura do meio onde vive, integrando-se a ela, adaptando-

se às condições que o mundo lhe proporciona e aprendendo a competir e

cooperar com o próximo e conviver como um ser social. Além de proporcionar

prazer e diversão, o jogo, o brinquedo e a brincadeira podem representar um

desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança. Assim, uma atitude

lúdica efetivamente oferece aos alunos experiencias concretas, necessárias e

indispensáveis às abstrações e operações cognitivas.

Vale salientar também que a ludicidade nas atividades escolares,

permite a liberdade de ação, pulsão interior, naturalidade e,

consequentemente, prazer que raramente são encontrados em outros tipos de

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atividades escolares. Tendo em vista todos esses benefícios, temos a

consciência de que é de primordial que os educadores estudem e preparem-se

para utilizar pedagogicamente como uma opção a mais em benefício do

desenvolvimento integral da criança.

Portanto, o lúdico é algo de grande relevância para uma escola que se

proponha não somente ao sucesso pedagógico, mas também à formação do

cidadão, visto que a consequência imediata dessa ação educativa é

aprendizagem em todos os aspectos: social, cognitivo, relacional e pessoal.

1.1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO

No universo infantil, o interesse pela brincadeira é constante, pois toda

criança tem a necessidade do brincar como parte integrante de seu processo

de vida, ou seja, é através desse ato que a ela se prepara para a vida,

compreendendo a cultura do meio em que vive , buscando sempre se integrar

às condições que o mundo lhe oferece. Portanto é brincando que a criança

aprende aquilo que ninguém pode lhe ensinar.

Na educação de uma maneira geral, o brincar é um importante para

conduzir uma aprendizagem significativa, visto que permite, através do lúdico,

vivenciá-la como processo social. A proposta do lúdico é de gerar uma

alfabetização significativa na prática educacional, agregando o conhecimento

próprio com o conhecimento do mundo. O lúdico proporciona além do

conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Desse modo, o brincar

utilizado como recurso pedagógico não deve ser desligado da atividade lúdica

que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida

por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo

processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras

ocasiões.

Assim ressalta-se a ideia de que as atividades oferecidas devem sempre e

de qualquer maneira beneficiar as crianças, atentando-se ao fato de uma

atividade, ou ate mesmo um jogo ou brincadeira, não ser fácil e simples

demais, não somando e beneficiando o conhecimento das crianças e muito

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menos difícil e complicado demais, trazendo somente duvidas e dificuldades,

causando um possível afastamento e o desinteresse em aprender.

Apesar de o jogo ser uma atividade natural nas crianças, há a

necessidade da contribuição do professor como mediador, onde ele deve

propiciar um ambiente atrativo, adequado para o jogo infantil, dando

importância ao tempo e o espaço, como contribuidores de um momento mágico

e enriquecedor.

O educador deve ficar atento, por exemplo, às crianças que estão

participando de jogos mais calmos, não sejam interferidas por aquelas que

estão realizando jogos mais agitados que exigem mais mobilidade e um espaço

amplo para movimentar-se. Nesse sentido, Santos (2008) afirma que

enriquecer e valorizar os jogos realizados pelas crianças é outra função do

educador, uma observação atenta pode indicar os professores que sua

participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida

introduzindo novos personagens ou novas situações que torne o jogo mais rico

e interessante para as crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo

esforço.

De acordo com Santos (2008), para a criança, brincar é viver. Esta é uma

afirmação bastante utilizada e bem aceita, já que a própria história da

humanidade nos mostra que os pequenos sempre brincaram, brincam hoje e

sempre brincarão. Sabe-se que eles brincam porque gostam de brincar e que,

quando isso não acontece, alguma coisa pode não estar bem. Enquanto

algumas crianças brincam por prazer, outras brincam para dominar angústias,

dar vazão à agressividade.

Vejamos o aspecto teórico dado ao brincar por Santos (1999), sob

diferentes pontos de vista:

do ponto de vista filosófico, o brincar é abordado como um

mecanismo para contrapor à racionalidade. A emoção deverá estar

junto na ação humana tanto quanto a razão;

do ponto de vista sociológico, o brincar tem sido visto como a forma

mais pura de inserção da criança na sociedade. Brincando, a criança

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vai assimilando crenças, costumes, regras, leis e hábitos do meio em

que vive;

do ponto de vista psicológico, o brincar está presente em todo o

desenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação de

seu comportamento;

do ponto de vista da criatividade, tanto o ato de brincar como o ato

criativo estão centrados na busca do “eu”. É no brincar que se pode

ser criativo, é no criar que se brinca com as imagens e signos

fazendo uso do próprio potencial;

do ponto de vista pedagógico, o brincar tem-se revelado como uma

estratégia poderosa para o aprendizado da criança.

Como podemos perceber, a partir do que foi apresentado sobre o brincar

em diferentes pontos de vista, ele está presente em todos os aspectos da

existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. Com

isso podemos afirmar, realmente, que “brincar é viver”, pois a criança aprende

a brincar brincando e brinca aprendendo.

A brincadeira na vida da criança é uma necessidade básica, assim como

alimentação, saúde, moradia e educação são de suma importância para o

desenvolvimento integral da criança. Para sustentar o equilíbrio com o mundo,

a criança precisa estar em contato com o jogo, com a brincadeira, criando e

inventando, e essas atividades lúdicas se tornarão bem mais significativas.

1.2 COMO VYGOTSKY DISCUTE O PAPEL DO BRINQUEDO NA APRENDIZAGEM.

O brincar algo bem característico da infância possibilita inúmeras

vantagens para o desenvolvimento da criança, capacitando-a a uma série

de experiências que irão contribuir para o seu futuro.

Lev S. Vygotsky buscou em suas teorias compreender a origem e o

desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da história da

espécie humana, levando sempre em conta a individualidade de cada

individuo, o qual está inserido no meio cultural que o define. Para ele, o

homem constitui-se enquanto ser social e necessita do outro para

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desenvolver-se. Vygotsky, ao longo de sua obra, discute aspectos da

infância, dando destaque à contribuição importante do papel

desempenhado pelo brinquedo no desenvolvimento da aprendizagem da

criança.

Vygotsky afirma que o brinquedo ajudará a desenvolver uma

diferenciação entre a ação e o significado. A criança, com a sua evolução,

passa a constituir relação entre o seu brincar e a ideia que se tem dele,

deixando de ser dependente dos estímulos físicos, isto é, do ambiente

concreto que a rodeia. O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem.

Brincar é aprender; na brincadeira, habita a base daquilo que, mais tarde,

permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se,

assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no

processo ensino-aprendizagem.

De acordo com Vygotsky (1998), para entendermos o desenvolvimento

da criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e os

incentivos que são eficazes para colocá-las em ação. O seu avanço está

ligado a uma mudança nas motivações e incentivos, por exemplo: aquilo

que é de interesse para um bebê não é para uma criança um pouco maior,

essa por sua vez, satisfaz certas necessidades no brinquedo, mas essas

necessidades vão evoluindo no decorrer do desenvolvimento. Assim, como

as necessidades das crianças vão mudando, é fundamental conhecê-las

para compreender a singularidade do brinquedo como uma forma de

atividade.

Surge também algo de suma importância, trata-se da criatividade, a qual

é um processo psicológico novo para a criança. Conforme Vygotsky (1998),

a iamginação surge originalmente da ação. Dessa maneira, podemos fazer

uma inversão da velha frase que afirma que o brincar da criança é a

imaginação em ação. A situação imaginária de qualquer brincadeira está

vinculada às regras de comportamentos. Assim, é possível concluirmos que

não há brincadeiras sem regras, mesmo que não sejam as regras

estabelecidas a priori; o brincar está incutido às regras da sociedade. Por

exemplo: a criança imagina-se como mãe de uma boneca; nesse brincar

ela irá obedecer as regras do comportamento maternal. O papel que a

criança representa e a relação dela com o objeto sempre derivarão das

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regras. Para Vygotsky (1998), o aprendizado e desenvolvimento estão inter-

relacionados desde o primeiro dia de vida. Sendo assim, é fácil concluir que

o aprendizado da criança começa muito antes de ela freqüentar a escola.

Todas as situações de aprendizado que são entendidas pelas crianças na

escola já têm uma bagagem consigo, na qual ela pode tirar experiências.

Como bem define Marta Kohl de Oliveira ao afirmar que:

Aprendizagem é o processo pelo qual o individuo adquire

informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu

contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um

processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de

digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos

processos de maturação do organismo, independentes da informação

do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky,

justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de

aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no

processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais

abrangente, sempre envolvendo interação social. (OLIVEIRA, 1995,

p. 57).

Oliveira ao afirmar esses pontos sobre a aprendizaem do indivíduo,

interpreta Vygotsky confirmando que este aprendizado é um aspecto

fundamental para que as funções psicológicas desenvolvam-se, sendo

estas organizadas pela cultura. Há o trajeto natural do desenvolvimento

definido pelo amadurecimento humano, porém é o aprendizado junto com o

contato do indivíduo com o âmbito cultural que permite a concretização dos

processos psicológicos internamente. O desenvolvimento da pessoa está

bem ligado a sua relação com o ambiente sócio-cultural e só irá estagnar se

tiver o contato e o apoio de outras pessoas de sua espécie. Se ocorrer a

falta de vivências que propiciem o aprendizado, não há sucesso para que

ocorra o desenvolvimento.

Diante de tudo isso, podemos perceber que o brincar auxilia a criança

nesse processo de aprendizagem. O momento da brincadeira vai acomodar

situações em que a criança colocará a sua imaginação em prática, e nesse

momento a sua criatividade está sendo estimulada, seu senso crítico

começará a desenvolver-se, enfim, ocorrerá o desenvolvimento cognitivo e

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principalmente a socialização com outras pessoas, as quais contribuirão

para a aquisição e o acréscimo do conhecimento.

Dessa maneira, é indispensável a utilização de brincadeiras no âmbito

pedagógico, sendo o brincar um dos eixos da organização escolar: a sala

de aula fica mais enriquecida de desenvovlimento motor, intelectual, criativo

e afetivo da criança.

Vygotsky ( 1984) também atribui importante papel ao ato da brincadeira

na composição do pensamento infantil. É jogando, brincando, que a criança

revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de

aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de pessoas,

coisas e símbolos.

A criança, através do brincar, reproduz externo e o internaliza,

construindo seu próprio pensamento. A linguagem, conforme Vygotsky

(1984), relevante função no desenvolvimento cognitivo da criança à medida

que sistematiza suas vivências e ainda colabora na organização dos

processos em andamento. Assim defende Vygotsky:

A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento

proximal” que não é de outra coisa senão a distância entre o nível

attual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resover

independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimenti

potencial, determinado através da resolução de um problema sob a

orientação de uma adulto ou com a colaboração de um companheiro

mais capaz ( VYGOTSKY, 1984, p. 97).

Através das atividades lúdicas, a criança imita muitas situações

vivenciadas no seu dia a dia, as quais são reelaboradas pela imaginação e o

faz-de-conta. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação

entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e

reproduções do real, conforme suas afeições, necessidades e anseios, ações

essas que são de grande importância para a criatividade do indivíduo.

E ainda a aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo

abertura na zona de desenvolvimento proximal - distância entre aquilo que a

criança faz com a intervenção de outro indivíduo e o que ela é capaz de fazer

sozinha; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as

pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento potencial e o real

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- nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os

processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados. Assim, um

conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, quando a criança

utiliza-se do mundo de faz-de-conta como já foi citado, para representar o

mundo real no qual está inserida.

O brincar dará fundamentos para o desenvolvimento cognitivo a partir da

internalização dos objetivos postos pelo professor durante uma interação social

dos conhecimentos através de “materiais” determinados pela cultura, sendo

que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky (1984), a

atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação,

inclusive sua transformação por uma atividade mental. Ele considera a criança

um ser interativo. Segundo ele, ela utiliza-se das interações sociais como

formas de construção de saberes: aprende a regra do jogo, através dos outros

e não como o resultado de um engajamento individual na solução de

problemas. Vemos aqui a necessidade dos docentes pensarem a brincadeira a

partir de objetivos e métodos bem definidos para que esta se torne um

instrumento pedagógico que propicie principalmente uma aprendizagem

significativa, onde a criança sinta o prazer em aprender.

CAPITULO II

2. O LÚDICO NO ÂMBITO ESCOLAR

Observa-se que o ato de brincar tem grande importância no

desenvolvimento do individuo, tanto do ponto de vista psicológico quanto

cognitivo e sociocultural.

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Um ambiente onde prevalece a ludicidade, a beleza, um bom humor,

proporciona a criança um clima harmônico onde a confiança e as tentativas de

acertos se intensificam.

Para Vygotsky (1998), o aluno não é tão somente o sujeito da

aprendizagem, mas aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo

social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.

2.1. Salas de aula: um lugar de prazer e aprendizagem

Quanto a educar, este processo tem variado bastante em cada

instituição de Educação Infantil. Se tratando de classes populares, costuma-se

educar para submissão, disciplinamento, obediência e silêncio. No outro caso,

costuma-se voltar-se à escolarização precoce, também disciplinadora, mas no

pior sentido. Aplicam-se atividades como no ensino fundamental: papel, lápis,

jogos de mesa – tarefas rotineiras.

Dessa forma, na pratica, a dimensão educativa desconhece um modo

atual de ver as crianças: como sujeito que vive um momento em que

predomina o sonho, a fantasia, a afetividade, a brincadeira e as manifestações

individuais. A infância passa a ser uma passagem corrida na vida como todas

as outras de nossas vidas, tendo consequências afetivas, emocionais, físicas e

ate mesmo psicológicas.

Segundo Tales (1999, p. 38):

É muito raro que os professores se percebam incompetentes, e por isso sempre atribui o insucesso do seu trabalho a fatores externos. Não percebem as deficiências de sua formação, como são resistentes a mudanças, o seu autoritarismo, a falta de dialogo, e de clareza nas relações interpessoais da instituição, os debates disfarçados de perspectivas diferentes, o desinteresse e a falta de criatividade.

De acordo com esta autora, educar é mais que passar informação ou

apontar o caminho que o professor considera o mais correto. É ajudar a criança

a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade, mostrar os

caminhos existentes e oferecer condições de escolhas, bem como ajudá-lo

aonde encontrar recursos para aonde se chegar aonde se quer, caminhos que

sejam compatíveis com seus valores, sua visão de mundo e poder resolver

problemas que cada um irá encontrar.

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Por isso, é necessário que os professores estejam cientes do

desenvolvimento infantil, conhecendo as perspectivas que possam auxiliar

nesse processo. O docente somente terá sua autonomia consolidada à medida

que adquirir domínio intelectual a qual se alcança por meio de pesquisas e de

conhecimento.

Na educação infantil se faz necessário que o professor utilize musicas

de diversos tipos/estilos para que venha estimular nas crianças o habito de

ouvir e apreciar cada instrumento, e também a vivencia da organização dos

sons e silêncios em linguagens musicais pelo fazer e pelo contato da obra.

O educador deve providenciar materiais para que seus educandos

venham a confeccionar seus próprios instrumentos, a fim de experimentar na

pratica aquilo que antes foi passado em um aparelho de som ou em áudio

visual, porém nunca tiveram contato direto com o instrumento. Assim, o

professor mais uma vez incentivara a criatividade.

May (1975, p. 42), defende a ideia que:

O talento pode ter correlatos neurológicos, e pode ser estudado como algo que foi “dado” à pessoa. O individuo pode ter talento, que faça uso dele ou não; pode ser a medida da pessoa. Mas a criatividade só existe no ato.

Segundo May (1975), quando se tem uma ideia ela é expressa, é como

se tirasse um peso dos ombros, manifesta-se a sensação de alivio, leveza e

prazer no individuo. “Este é um dos pontos básicos da minha tese – o sine qua

non da criatividade é a possibilidade do artista de liberar todos os seus

elementos interiores, de permitir a entrada daquilo que Block chamava de

vontade criativa” (MAY, 1975, p. 76).

Acredito que seja a sensação do “este é o modo que a coisas devem acontecer”. Por um momento participamos do mito da criação. A ordem nasce da desordem, a forma do caos, como na criação do universo. A sensação de alegria vem da participação, embora pequena, neste ato criativo (MAY, 1975, p. 126).

O papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil é proporcionar

experiências diversificadas e enriquecedoras, a afim de que as crianças

possam fortalecer sai autoestima e desenvolver suas capacidades. Deve ser

um observador e mediador, descobrir as necessidades e os desejos implícitos

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na brincadeira, para poder enriquecer o desenrolar de atividades e auxiliar as

crianças nas tarefas, quando for preciso.

No entanto, a educação infantil é vista por alguns educadores como uma

etapa que não necessita de planejamento ou de uma proposta coerente com

objetivo de educar para a cidadania. Porem é fundamental a conscientização

dos professores para uma reflexão sobre sua prática de ensino e que ele

aprenda a explorar a diversidade de habilidades e conhecimentos das crianças

desrespeitadas nas simples brincadeiras.

O professor deve criar possibilidades onde as crianças possam entregar-

se aos jogos e atividades orientadas para fins visando pela educação como

afirma o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998, p. 23):

Na instituição de Educação infantil, podem-se oferecer as crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advinhas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, porem que estas aprendizagens de natureza diversa, ocorram de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil.

O lúdico está inserido nos projetos pedagógicos da educação e para que

se tenha dentro da educação infantil o desenvolvimento dessas atividades

educativas o professor deve ser incentivador e orientador, deve se preocupar

em fazer a criação pensar, tomar consciência de si e do mundo e for capaz de

junto a ela construir uma historia.

Reconhecer a importância da figura do professor como mediador, é de

fundamental importância, pois garante sua formação e estruturação, facilitando

condições de atuação para estrutura e instrumento dos jogos e brincadeiras

junto às crianças.

A este respeito, o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil

(1998, p. 28) orienta:

É o adulto na figura do professor, portanto, que na instituição infantil ajuda a estruturar o campo nas brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos, ou jogos, na delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

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Nesse sentido, entende-se que o professor tem enorme

responsabilidade na organização dos conteúdos a serem trabalhados.

Precisam estar afinados para melhor prestarem assistência no processo de

ensino aprendizagem.

É importante analisar junto com o aluno as situações de aprendizagem e

as situações de erro, para que estas se construam em situações de

aprendizagem reafirmando o que vem dizer o Referencial, Curricular Nacional

de Educação Infantil (1998, p. 29):

É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nessa perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes explicitas com aquelas nas quais os conhecimentos são experimentados de uma maneira espontânea e destituídos de objetivos imediatos pelas crianças. Pode-se, entretanto utilizar os jogos, especialmente àqueles que possuem regras, como atividade didática. É preciso, porem que o professor tenha consciência que as crianças não estarão buscando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão.

Com isso, podemos definir a partir de uma escolha criteriosa das ações

lúdicas mais adequadas para cada criança que é necessária propor desafios a

partir da escolha de jogos, brinquedos e brincadeiras determinadas por adulto

responsável. Essa atividade tem propósitos claros de promover o acesso à

aprendizagem e ajudar no conhecimento cognitivo, afetivo e social.

É importante entendermos que as mudanças que ocorram com a

criança, ao longo da infância, são muito importantes e que alguma delas jamais

se repetiu. Elas encontram maneiras peculiares e muito originais de se

expressar. É capaz através do brinquedo, do sonho e da fantasia de viver um

mundo que é apenas seu. Elas apresentam muitas diferenças e isso não sede

ser desprezadas nem tratá-las como desiguais.

Por isso, a educação infantil deve ser muito qualificada proporcionada

um lugar de prazer, seguro, que supra as necessidades da criança, bem como

prepará-las para vida.

Segundo Ribas; Carvalho; Alonso (2003, p. 54):

A pratica pedagógica do professor não é neutra nem deve ser burocrática. Sua ação deve ser intencionalmente definida e

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comprometida filosófica e socialmente. O professor não poderá realizar o seu trabalho sem, que antes, explique as suas concepções teóricas, nas quais esteja presente a sua opção por uma teoria de conhecimento que oriente uma pratica repetitiva ou reflexiva.

Nesse sentido, torna-se necessário que o professor invista em sua

formação com estudos, pesquisas, cursos preparatórios e especializados,

mantendo-os informado e se dedique o suficientemente para desenvolver bem

a sua formação.

2.2. Atividades lúdicas essenciais na infância

As atividades devem fazer parte do dia a dia das crianças, pois a

brincadeira é uma atividade educativa fundamental que faz parte da infância e

deve ser levada para dentro da sala de aula. A criança aprende brincando e de

maneira prazerosa.

Segundo Benjamin (1984, p. 75), [...] “A essência do brincar não é um

“fazer como se”, mas um “fazer sempre de novo”, transformação de experiência

mais comovente em costume”.

Dessa forma, entende-se que o brincar é a linguagem original da

criança. Faz parte de si. Por ele a criança pode construir sua própria

identidade. As brincadeiras são meio pelos quais as crianças mostram como

elas interpretam e enxergam o mundo. É uma atividade de grande importância,

pois a torna ativa, criativa e lhe dá oportunidade de estabelecer relação com os

outros.

Segundo Vygotsky apud WAJSKOP (2009, p. 32):

É na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que ela é na realidade. Para este pesquisador, o brinquedo fornece estruturas básicas para mudanças das necessidades e da consciência da criança. A ação infantil na esfera imaginativa, em uma situação imaginária, a criação das intenções voluntarias e a formação dos planos de vida real e motivações volitivas aparecem no brinquedo, que se constitui no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.

O brinquedo tem uma participação única na vida da criança, pois toda

experiência que ela vive vem do habito de olhar atentamente a atuação dos

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adultos com os objetos. Assim, quando a criança está em contato com um

determinado brinquedo, com o objetivo de brincar, ela inventa suas próprias

brincadeiras com base nas referências alcançadas e reinventa conforme suas

necessidades, adquirindo a consciência da realidade.

Isto se confirma com o que Porto, (1998, p. 177) diz:

O brinquedo é visto como um objeto que dá suporte a brincadeira. Através do brinquedo, a criança vê sua brincadeira se rechear de novos conteúdos, de novas representações que ela vai manipular transformar ou respeitar, apropriar-se do seu modo.

Sendo assim o brinquedo propicia o bem estar, o desenvolvimento da

criatividade da criança, tornando-se um resgate de momentos que possibilitam

a predominância dos sonhos, fantasias e da afetividade, levando a criança a

superar suas dificuldades.

Pode-se destacar que:

Brincar não constitui perda de tempo, nem é simplesmente uma forma de preencher o tempo. A criança que não tem oportunidades de brincar está como um peixe fora da água. O brinquedo possibilita desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve afetivamente, convive socialmente, em que acriança despende energia, imagina, constrói e cria alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar. (NICOLAU, 2002, p. 77).

O lúdico auxilia no processo de aprendizagem, desenvolvendo mais

rápido e com mais intensidade as habilidades que acriança deve adquirir desde

a infância. Além de um estado de liberdade e diversão para ela, o brincar exige

esforço físico e/ou mental, o pensar, a imaginação, levando o raciocínio lógico

e sistemático e novas capacidades.

Essas exigências são cumpridas sem a sensação de obrigação, na

realização das atividades. Por isso, ela se entrega a brincadeira por puro

prazer, sem medo ou culpa, errando, tentando novamente e aprendendo. Ela

se dedica ao máximo, explorando todas as suas habilidades para executar a

brincadeira corretamente. Deste modo, o aprendizado acontece de forma

prazerosa, e os novos conhecimentos adquiridos se tornam compreensíveis e

importantes para a criança.

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Nas brincadeiras existem regras, e quando o sujeito que participa tem a

consciência das mesmas, entende que devem ser cumpridas. Na infância, isto

promove limites e treina a criança pra respeitá-los.

Segundo Gomes (1993, p. 125),

É importante que nas aulas da educação infantil, o professor utilize a brincadeira como instrumento essencial para sair da rotina diária. Pois é nesse momento que aprendem de forma dinâmica e descontraída, como, por exemplo, amassa de modelar que com ela inventa e reinventa, ou seja, coloca pra fora às imagens dos objetos que se encontram em seu pensamento, fortalecendo a arte de criar. É necessário que sejam motivadas, elogiadas e jamais ao contrário.

A criança, expressa por meio da brincadeira sua vida social, seja aquela

vivida em casa, na rua com colegas, ou até mesmo na escola, neste período

pode-se observar seu comportamento, diagnosticar como esse menino ou

menina é tratado (a) e orientar não só ele (a), mas toda a família para que sua

vida se torne cada vez mais produtiva.

A brincadeira é um mundo empregado pelas crianças para conhecer o mundo que a rodeia. Muitas vezes, os temas escolhidos nas brincadeiras são aqueles que a criança precisa aprofundar. Brincando a criança constrói significados, objetivando a assimilação dos papeis sociais, o entendimento das relações afetivas é a construção do conhecimento. Brincando, a criança tem a possibilidade de assimilar, é recriar as experiências, vivida pelos adultos, construindo hipóteses sobre o funcionamento da sociedade. Brincando a criança buscar aprender o mundo é as ações humanas com as quais convivem em seu cotidiano, (GOMES, 1993, p.125).

Fortalecendo este afirmativo Nicolau (2002, p. 78) completa:

Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e desenvolvimento. E, o fundamental, a criança vai se associando [...] muitas são as habilidades sociais reforçadas pelo brinquedo: cooperação, comunicação, eficiência, competição, honesta, redução de agressividade. O brinquedo permite as crianças progredirem até atingirem um nível de proficiência formidável.

Nesse sentido, o lúdico tem lugar de destaque no aprendizado. Pois, a

brincadeira estimula a capacidade mental do aluno. Por meio delas os alunos

integram uns com os outros e com os professores, criando formas de se

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comunicar e proporcionando condições para o crescimento e a construção de

aprendizagem e da sua atuação no meio social.

Nicolau (2002, p. 79) diz:

As brincadeiras de água e areia possibilitam à criança identificar, diferenciar, generalizar, classificar, agrupar, ordenar, seriar, simbolizar, combinar, e estimar. E juntamente com estas operações a atenção esta sendo desenvolvido, o mesmo ocorrendo com respeito às relações espaciais e temporais [...]. Além da água e areia há uma infinidade de brinquedos e brincadeiras que seduzem a criança e envolvem integralmente. Quanto mais o brinquedo possibilitar a exploração livre da criança, melhor. Quanto menos isto ocorrer, mais a criança estará na posição da mera espectadora.

Sendo assim torna-se necessário que se diversifique os brinquedos para

as crianças explorem novos objetivos, desenvolvam a percepções e aprendam

novos conceitos.

CAPÍTULO III

3. O CONTEXTO SOCIAL E A ESCOLA FORMANDO CIDADÃOS CRÍTICOS

A escola participa na formação da personalidade do aluno, por isso ela

deve estimulá-lo a ter boas atitudes, por isso para Turra é evidente a

necessidade de se ter uma educação voltada para o ensino de valores,

certamente esse não é o objetivo principal do ensino, mas ambos devem ser

trabalhados juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do

sentir” (Turra, 1998, p. 86), esse três estão interligados e são indissociáveis,

por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso, também chamar atenção

para o aluno, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de pensar

e agir.

Segundo Arantes (2003, p.157):

A sociedade solicita que a educação assuma funções mais

abrangentes que incorporem em seu núcleo de objetivos a formação

integral do ser humano. Essa proposta educativa objetiva a

formação da cidadania, visando que alunos e alunas desenvolvam

competências para lidar de maneira consciente, crítica, democrática

e autônoma com a diversidade e o conflito de idéias, com as

influências da cultura e com os sentimentos e as emoções presentes

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nas relações que estabelecem consigo mesmos e com o mundo à

sua volta. Afinal, estamos falando de uma educação em valores em

que as dimensões cognitiva, afetiva, [...] interpessoal e sociocultural

das relações humanas, são considerados no planejamento curricular

e nos projetos político-pedagógicos das escolas.

Arantes chama atenção que a sociedade atual necessita de uma

educação do aluno como um todo, um ser humano complexo que deve ser

trabalhado em diversas áreas e não apenas a cognitiva. A escola deve formar

pessoas preparadas para o mundo e não apenas para provas, ou seja, a

escola deve também ter em seu planejamento um ensino voltado para

educação em valores.

3.1. O lúdico como recurso pedagógico

Como a forma de diversão infantil se modifica a cada geração é preciso

que o educador conheça os novos brinquedos, jogos e brincadeiras, a fim de

conhecer o mundo da criança hoje, saber como lidar com esses objetos e

diversões, bem como saber excluir os que não oferecem nenhuma vantagem à

criança no seu processo de formação social, afetiva, cognitiva, motora, enfim,

humana.

Todavia isto não significa que se devem desprezar brincadeiras,

brinquedos, e jogos antigos, pois muitos deles além de oferecer noções

culturais, transmitir diversos conhecimentos e ajudar no desenvolvimento das

capacidades e habilidades da criança, o que pode ser confirmado como o

pensamento de Kishimoto (1999, p. 38) quando diz que: “Enquanto

manifestação livre e espontânea da cultura popular a brincadeira popular tem a

função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social

e permitir o prazer de brincar”.

Segundo Dornelles (2001), o brincar permite que haja a troca de pontos

de vistas diferentes, ajudando a perceber como os outros vêem, auxilia a

criança de interesses comuns, uma razão para que se possa interagir com o

outro. Ele tem uma função, um significado diferente e especial para a criança

em cada momento da vida. Aos poucos, os jogos e brincadeiras vão

possibilitando às crianças a experiência de buscar coerência e lógica nas suas

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ações nas brincadeiras, sobre o que falam, também para que continuem

participando das brincadeiras.

Quanto às jogos, segundo Kishimoto (1999), o jogo que no passado era

visto como recreação aparece nos dias de hoje como relaxamento necessário à

atividade que exigem esforço físico, intelectual e escolar.

Segundo o autor, é importante respeitar as vontades da criança para que

haja uma interpretação aluno-professor de modo a construir o conhecimento

juntos e desenvolver o aprendizado com prazer.

Embora o jogo sob a supervisão do professor, permite-se a escolha do mesmo para que seja respeitada a vontade da criança e se manifestar o prazer na ação desenvolvida. Os autores entendem a recreação como um espaço para a criança expressar, criar e desenvolver. A proposta é de uma recriação (KISHIMOTO, 2002, p. 110).

Kishimoto (2002) ressalta a importância dos jogos, e em especial, o jogo

simbólico, também chamado de “faz de conta”. Por meio dele, a criança

expressa a sua capacidade de representar dramaticamente.

O faz de conta tem uma natureza imitativa onde a criança através da

brincadeira reproduz comportamentos, procurar soluções para os problemas e

a sua maneira transformar realidade. E através da brincadeira que a criança se

comunica e na convivência com o outro ela percebe as limitações, aprendendo

a socializar-se com o mundo desenvolvendo a sua personalidade.

Através do seu faz de conta à criança tem, possibilidade de

experimentar diferentes papeis sociais na vida. Quando ela pega uma vassoura

e, colocando-a entre as pernas, sai andando e correndo dizendo que é seu

cavalo, significa que ela é capaz de simbolizar, pois a vassoura representa uma

realidade ausente, ajudando a criança a separar objetos do significado. Tal

capacidade é um passo importante para o desenvolvimento do pensamento,

pois faz com que a criança se desvincule das situações concretas e imediatas

sendo capaz de separar.

Segundo Levin (1997, p. 174):

Toda criança, ao brinca de “ser grande”, coloca em ato este tempo singular do futuro a anterior – “eu terei sido”, - que indica uma ação a executar-se no futuro que depende, por sua vez, de uma ação no presente: o que terei sido no que estou chegando a ser. Na criança

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seria “o que desejei no estou chegando a ser no próprio jogo” onde se delimita anterioridade em relação com outro momento futuro [...] É no brincar que a criança pode realizar, e “realiza”, este futuro anterior em relação ao presente do instante. Assinalemos que, para que uma criança possa ir amando seu destino (no futuro anterior), os pais (ou aqueles que cumprem sua função) tiveram que por em ato seus próprios filhos o futuro, como um tempo onde inclusive antes do nascimento imaginaram o sujeito onde ainda (anterioridade) não havia. O que certamente permitira a criança, em outro tempo (futuro), constituir seu próprio destino subjetivo (que em algum ponto lógico entrou em um jogo num instante).

Os jogos e as demais brincadeiras inclusive o fazem de conta, muitas

vezes, incluem situações de regras e normas que devem ser seguidas para

que a criança permaneça na brincadeira/jogo. As regras assumidas no brincar

fazem com o que as crianças se comportem de forma mais avançada daquilo

que na sua idade seria peculiar.

Através das brincadeiras regradas na interação com objetos e outras

crianças elas desenvolvem sua potencialidades, e descobrem varias

habilidades e exercita a sua disciplina. O professor pode usar uma estratégia

de ensino excelente na sua visão, mas se não estiver adequada ao modo de

aprender da criança, de nada servira.

No momento em que se aplica ao jogo atitude do professor devera ser

agir mediador deixando livre a imaginação das crianças para que possibilite o

melhor aproveitamento possível da atividade, construindo assim junto ao aluno

seu cognitivo criando um despertar do faz de conta.

O professor intervirá no mínimo possível atuando apenas com

direcionador das atividades garantindo a livre manifestação das suas

habilidades, estimulando o raciocínio e a civilidade, descobrindo os anseios das

crianças, participando agora efetivamente na vida do aluno.

Muitas vezes, as atividades lúdicas são interpretadas de forma

inequívocas, tendo à falsa ideia de bagunça em que o professor apenas quer

alguns minutos de descanso, no entanto esta atividade é altamente educativa e

proporciona uma maior interação entre o professor e o aluno.

Também é importante falar sobre os espaços. Na escola, devem se

organizar espaços para cada atividade especifica, de modo que a realização

das tarefas aconteça de forma correta e então o ambiente e os materiais

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estejam aptos para proporcionar o aprendizado, com brinquedoteca, cantinho

da leitura, sala de vídeo, parquinhos, entre outros.

Entretanto nem sempre as escolas dispõem de espaços adequados para

as crianças brincar, que pode dificultar o processo de ensino. Todavia, não é

isto apenas que vai impedir de aprendizagem acontecer. Pois, quando o

professor se empenha, usando o que as escolas lhe oferecem, com sua

criatividade e a busca de outros recursos poderá tornar suas aulas as melhores

possíveis e, então, dinamizá-las.

Muitas são as vantagens do lúdico no aprendizado. A arte, o teatro, a

musica, a dança o desenho, são essenciais para que a criança aprenda a

explorar o mundo a sua volta.

Para psicólogos “a brincadeira infantil é um meio de estudar a criança e

perceber seus comportamentos [...]” (KISHIMOTO, 1999, p. 32), inclusive

alguns a usam como meio de diagnóstico de problemas da criança.

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil [...]. Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar, o educador esta potencializando as situações de aprendizagem (KISHIMOTO, 1999, p. 32).

Ainda baseando-se neste autor, podemos dizer que a educação e o

brinquedo concedem diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido

voluntariamente e também pode trazer a criança um ensino sendo conhecido

de mundo ou conhecer-se a si próprio, podendo completar o seu saber.

Segundo Piaget (1967, p.32):

O jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele oferece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral.

Uma vez que os jogos e brincadeiras têm a pretensão de trabalhar de

uma forma lúdica e natural, estimulando o raciocínio lógico, a criatividade,

auxiliando as crianças no processo de construção de conhecimento. E podem

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potencializar estas capacidades, ampliando as possibilidades das crianças de

compreenderem e transformarem a realidade.

Portanto os jogos desenvolvem o pensar lógico, analítico e sistemático

que os mesmo exigem, melhorando o raciocínio. Através das regras – quando

um coletivo – promovem a socialização dos participantes e – quando

individualizado – propõe que o individuo pense mais concentradamente.

Logo se torna evidente que o lúdico contribui no desenvolvimento da

criança em todos os seus aspectos: cognitivo, físico, afetivo-social, destacando

sua importância no contexto escolar.

3.2. Como Piaget analisa o jogo nas séries iniciais

A teoria de Jean Piaget (1896-1980) estudando sobre o

desenvolvimento da inteligência colocou o jogo e o brincar como atividades

indispensáveis na busca do conhecimento pelo indivíduo.

Jean Piaget com suas pesquisas proporcionou contribuições significativas para

a educação escolar, embora este não fosse seu objetivo primordial. Porém, os

reflexos de sua teoria auxiliam no entendimento acerca da criança, em idade

escolar ou não.

Seguindo uma orientação cognitivista, este pesquisador analisou o jogo

integrando-o a vida mental da criança, onde através da experiência lúdica o

educando pode alcançar o seu crescimento intelectual denominando este

comportamento como assimilação.

Conforme o pensamento de Piaget (1998, p. 35), cada ato de

inteligência é definido pelo equilíbrio entre duas tendências: assimilação e

acomodação. Na assimilação, o sujeito incorpora eventos, objetos ou situações

dentro de fonemas de pensamento, que constituem as estruturas mentais

organizadas. Na acomodação, as estruturas mentais existentes reorganizam-se

para incorporar novos aspectos do ambiente externo.

Durante o ato da inteligência, o sujeito adapta-se às exigências do

ambiente externo, enquanto ao mesmo tempo, mantém sua estrutura mental

intacta. O brincar, neste caso, é indicado pela primazia da assimilação sobre a

acomodação.

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Ou seja, o sujeito assimila eventos e objetos ao seu eu e suas

estruturas mentais. Desta forma, entende-se que através do jogo a criança

compreende as regras (acomodação), pois é devidamente orientada pelos

educadores e após esta fase poderá atingir o segundo estágio, ou seja, adquirir

o conhecimento (assimilação) avançando então em seu processo de

aprendizagem por meio da experiência simbólica.

Ele dividiu o desenvolvimento intelectual da criança em etapas

caracterizadas pela sucessiva complexidade e maior integração dos modelos

de pensamento, ou seja: até os dois anos de idade – sensório-motor; de dois a

quatro anos – pré-operacional; de quatro a sete anos – intuitivo; de sete aos 14

anos – operacional concreto; e, a partir dessa idade – operacional abstrato.

Quando Piaget descobriu que não é o estímulo que move o indivíduo ao

aprendizado, revolucionou a pedagogia da época. Para ele, a inteligência só se

desenvolve para preencher uma necessidade. A educação, concebida a partir

desse pressuposto, deve estimular a inteligência e preparar os jovens para

descobrir e inventar; o professor deve provocar na criança a necessidade

daquilo que ele quer transmitir.

Nesse sentido, os jogos e brincadeiras são buscados espontaneamente

pelas crianças como meio de chegar à descoberta, inventar estratégias, pensar

o novo, construir, agir sobre as coisas, reconstruir, produzir (RAPPAPORT

1981). Piaget (1977) afirma que, ao aprender, o indivíduo não tem um papel

passivo perante as influências do meio, pelo contrário, procura adaptar-se a

elas com uma atividade organizadora. A aprendizagem, para ele, é um

processo adaptativo em função de respostas dadas pelo sujeito a um conjunto

de estímulos anteriores e atuais.

Sendo assim, o desenvolvimento é um fator condicionante da

aprendizagem. Piaget (1978) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório

das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de

desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que

contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma que,

O jogo e o brincar, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de

simbolismo, proporciona uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento

necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos

ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim

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de que, jogando e brincando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso,

permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET 1976, p.160).

Segundo Piaget (apud KIHIMOTO, 1996, p.40) o desenvolvimento do

jogo resulta de processos puramente individuais e de símbolos idiossincráticos

peculiares que originam da estrutura mental da criança e que só por ela podem

ser explicados. Assim, como no desenvolvimento infantil, o autor analisa o

desenvolvimento do jogo e do brincar de forma espontânea, ou seja, conforme

se organizam as novas formas de estrutura, surgem novas modificações nos

jogos e brincadeiras que, por sua vez, vão se integrando ao desenvolvimento

do sujeito por intermédio de um processo denominado assimilação.

Nesta perspectiva, o brincar é identificado pela primazia da assimilação

sobre a acomodação, que é o fato de o sujeito assimilar eventos e objetos ao

seu "eu" e às suas estruturas mentais. Para Piaget citado por Kishimoto (1996),

o brincar não recebe uma conceituação precisa, é uma ação assimiladora,

aparece como forma de expressão da conduta, cheia de características

metafóricas como espontaneidade, prazer, iguais às do romantismo e da

biologia

Na teoria construtivista Piagetiana, o jogo e a brincadeira são vistos

como um processo de construção que insere o sujeito no meio social através

da adaptação e da interação com o meio, estes serve para a consolidação das

habilidades aprendidas e serve como reflexo do nível de desenvolvimento

cognitivo da criança e é no jogo e no brincar que ela aplica tudo que aprende.

Kishimoto (1998) identifica na obra de Piaget que “cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio entre

duas tendências: assimilação e acomodação” (p. 39).

Através dos jogos e brincadeiras a criança poderá ter um bom

desenvolvimento psicomotor e psicossocial, assim como as levará à

socialização e à contribuição para a sua vida afetiva. As atividades lúdicas

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encorajam também o desenvolvimento intelectual, através da atenção e da

imaginação, facilitando a sua expressão. (FRIEDMANN, 2002)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme o estudo levantado, verificou-se que o jogo sempre esteve

presente na vida dos seres humanos, pois se trata de uma atividade

necessária, já que permite que a criança expresse seus sentimentos, sejam

eles positivos ou negativos. Muitos autores foram destacados neste trabalho

comprovando que os jogos e brincadeiras fazem parte do processo de

formação do ser humano.

Nota-se que há incontestável importância à utilização do lúdico para com

as crianças. Entretanto, são os jogos o melhor método de aprendizagem?

Ocorre que quanto mais a criança é privada das ocupações sérias mais ela

encontrará dificuldade posteriormente, as atividades lúdicas não asseguram

por si o pleno desenvolvimento da criança.

No processo pedagógico saibamos então conservar a criança no sentido

da livre escolha, e no respeito à integridade de sua vida. O mais aconselhável é

que haja por certo um equilíbrio entre as atividades de caráter sério e as

fantasias, dando margem às expressões de sentimentos. Não podemos nos

esquecer de que o lúdico é sim importante para a criança, mas têm um papel

importante no mundo dos adultos.

O que é o cinema, teatro, música, pintura, dança, escultura e literatura

senão a própria interpretação de uma realidade segundo o crivo de quem o faz.

E como na criança uma “personificação” de um determinado estado de espírito,

estes mecanismos (objetos para a criança).

São igualmente “transicionais”, pois enquanto uma dança representa a

beleza e leveza, outra representa a tristeza e a morte, enquanto um quadro nos

traz sentimentos de estranheza e medo outro nos eleva a patamares da mais

bela contextualização e harmonia.

Pois tudo para que seja alguma coisa deve ser interpretado, e logo para

que seja interpretado deve haver o ludismo, pois o lúdico é uma capacidade do

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ser humano que serve para traduzir sinais, ou para adaptá-los a uma nova

realidade que é criada na mente.

É venerável a atitude de dizer que o lúdico é tão importante para a

criança como para o adulto, para o ser humano por assim dizer têm sua cota

de valor. Ocorre como já se falou em todo nosso itinerário que a visão de

realidade da criança é em muito divergente da dos adultos.

A criança que têm em seu desenvolvimento o fator lúdico por certo é

convidada a desenvolver-se de maneira integral, tendo melhores chances de

obter ótimos resultados no futuro, tendo a devida dose de contato com as

obrigações e deveres, o que representa num contexto mais amplo o início de

todo um processo educativo, formando um indivíduo integral e um cidadão

pleno.

Conclui-se, levando em consideração um âmbito mais abrangente e

polivalente, que o lúdico faz sim parte de um processo educativo que dá à

criança justamente aquilo que ela precisa: transpassar ao extrínseco suas

angústias, problemas internos e a capacidade que ela cria de dominar estes

problemas quando imersa no lúdico. É o lúdico um instrumento de

comunicação do ser humano. 

Como educadores insistimos no ideal de que para contribuir, mesmo de

maneira sutil, haveremos de educar da melhor maneira e para isso entender os

processos que se transcorrem na criança, e as ferramentas educativas, para

que o mundo possa vir a se aproximar de uma ideia que dele possamos ter.

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TERMO DE RESPONSABILIDADE

Eu, __________________________________________________, acadêmica do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, orientada pela professora, ____________________________________________, declaro para os devidos fins que o Trabalho de Conclusão de Curso/ Monografia, aqui apresentado, atende as normas técnicas e científicas exigidas na elaboração de textos, previstas no Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos.

As citações e paráfrases dos autores estão indicadas e apresentam a

origem da ideia do autor com as respectivas obras e anos de publicação.

Caso não apresente estas indicações, ou seja, caracterize crime de

plágio, estou ciente das implicações legais decorrentes deste procedimento.

O Código Penal em vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a

Propriedade Intelectual, dispõe sobre o crime de violação de

direito autoral – artigo 184 que traz o seguinte teor: Violar direito

autoral: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou

multa. E os seus parágrafos 1º e 2º, consignam, respectivamente:

§ 1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer

meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em

parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o

represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e

multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem

vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta,

empresta, troca ou tem em epósito, com intuito de lucro, original

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ou cópia de obra intelectual, (...), roduzidos ou reproduzidos com

violação de direito autoral. (Lei n.º 9.610, de 9.02.98, que altera,

atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais, publicada

no D.O.U. de 20.02.98, Seção I, pág. 3).

Declaro, ainda, minha inteira responsabilidade sobre o texto apresentado

no trabalho acadêmico, Monografia, desenvolvido.

Quixeramobim, CE, 20 de Fevereiro de 2013.

__________________________________________

Nome do (a) Aluno (a)