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    UNIVERSIDADE E REGIÃO1

    Moema Maria Badaró Cartibani Midlej2

    Nadia Hae !ial"o#

    RESUMO

    O presente trabalho objetiva tecer comentários acerca do papel que as universidadesdesempenham nas regiões onde estão inseridas, ressaltando sua importância nas ações queassumem quando comprometidas com a realidade local a que servem, criando sua territorialidade.A partir do estabelecimento da discussão conceitual do termo !egião" sob di#erentes en#oqueste$ricos e sobre a utili%ação do espaço regional como e&erc'cio de poder, in#ere(se que a

    materialidade da regionali%ação ) obtida a partir de crit)rios que destacam a possibilidade deoperacionali%ação de pol'ticas espec'#icas e intervenções planejadas e a *niversidade ) o lugar  privilegiado na relação do +stado com a ociedade, para reprodução e preservação da ideologiadominante. As universidades identi#icadas com o per#il regional ancoram seus projetosacad-mico(institucionais em projetos voltados para a construção de um saber vinculado realidade local, mas sem perder de vista seus valores universais.

    /alavras(0have1 *niversidade !egião 3erritorialidade ( +nsino uperior 0rit)rios de!egionali%ação

    4 ( 563!O7*89O

    A instalação de uma instituição universitária em determinado lugar ganha contornoss$cio(espaciais pela incorporação do conte&to econ:mico, pol'tico, cultural e hist$rico do seuentorno nas #unções que e&erce, assumindo importância singular na dinâmica dos processos dedesenvolvimento, articulados com a utili%ação dos espaços regionais.

    A universidade tende a ocupar uma posição #undamental nessa dinâmica, empreendendo processos de inovação tecnol$gica, de produção e di#usão da ci-ncia e cultura, al)m de ocupar lugar estrat)gico no desenvolvimento s$cio(econ:mico e de quali#icar os di#erentes n'veis deensino do pr$prio sistema educacional, al)m de desempenhar uma pluralidade de #unções emtermos de #ormação acad-mico(pro#issional.

    5co ; >>, p. 44?(44@ discutem que1

    A universidade, que em muito contribuiu para o avanço da ci-ncia e da tecnologia  as quais servem, inclusive de sustentação direta para o atual padrão dedesenvolvimento tem, diante de si, desa#ios ainda maiores como os de lidar com

    4 Artigo apresentado no 55 eminário em 5n#ra(estrutura, Organi%ação 3erritorial e 7esenvolvimento Bocal alvador =Ca1 /!O0!A7(0A/+D5//*!(*

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    os e#eitos que o pr$prio desenvolvimento vem imprimindo sobre a vida social, omeio ambiente e as pessoas.

    Assim, al)m de encontrar caminhos que promovam trans#ormações em direção a melhoriada qualidade de vida das sociedades, s universidades cabe atribuições de articulação entre saber cient'#ico e a realidade, no mais amplo aspecto da sobreviv-ncia da esp)cie humana. Amultiplicidade de #unções e&ige das instituições universitárias sua adequação a dinâmicas sociaisespec'#icas de cada localidade.

    A articulação entre *niversidade e conte&to regional remete consideração de que alocali%ação geográ#ica constitui(se um importante indicador da inter(relação e&istente entre os#atores que particulari%am as instituições universitárias, quando analisadas nos seus conte&toslocais. O sentimento rec'proco de pertença que se estabelece nessa articulação con#ere *niversidade sua territorialidade, desa#iando pesquisadores a encontrarem #ormas de análise qued-em conta dessa comple&idade, considerando a materialidade do objeto de estudo.

    +ntretanto, a materialidade da regionali%ação como objeto das heterogeneidades particulares da sociedade, no que permite ao conhecimento vislumbrar teorias originais comvalidades universais, remete a di#iculdades no delineamento das categorias a serem consideradas,#rente ao caráter multi#acetário da con#iguração espacial, na sua construção hist$rica, con#ormediscute 0arlos1

    A paisagem não ) s$ produto da hist$riaI ela reprodu% a hist$ria, a concepção que ohomem tem e teve do morar, do habitar, do trabalhar, do comer, do beber, en#im, do viver.0omo determinar as di#erenciações que e&istem a partir de cada elemento da relação entreos membros da sociedadeJ 0omo articular o novo" e o velho", o rico" e o pobre", osingular" e o universal"J =0A!BO, 4KK?, p. ?@.

    +ssas questões t-m desa#iado estudiosos de di#erentes correntes ao longo da hist$ria doconhecimento em geral e do conhecimento geográ#ico em particular, tendo em vista seu objeto deestudo o espaço particulari%ado topologicamente, promovendo amplo debate acerca daconstrução do conceito de !egião, o qual revela seu caráter poliss-mico sob diversos en#oquesepistemol$gicos, resultando em amplo leque conceitual do #en:meno regional.

    antos =4KKL, p. ?M, a#irma que +studar uma região signi#ica penetrar num mar derelações, #ormas, #unções, organi%ações, estruturas, etc. com seus mais distintos n'veis decontradição". /or essas ra%ões, no debate acad-mico que se estabeleceu sobre a e&ist-ncia deregiões, diversas concepções são postas para signi#icar realidades regionais subjacentes.

     6o presente trabalho buscou(se situar conceitualmente os tipos de regionali%açãoutili%ados para delimitação do espaço local e a compreensão das noções #undantes dos diversostermos de dom'nio interpretativo da geogra#ia e, posteriormente, a articulação anal'tica dessecorpus com a emerg-ncia de universidades em determinados espaços.

    2 ( A !+F59O + *A 5F65

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    0oncordando com !osa FodoQ ilveira, a conceituação de Rilton antos, dá a atualdimensão do signi#icado de espaço,

    S...T que alia visão topol$gica a dimensão temporal para signi#icar a representação doconceito, para o qual S...T O +spaço como espaço social, produto da ação humana, umanature%a sociali%ada que, por sua ve%, inter#ere no processo social não apenas pela carga

    de historicidade passada, mas tamb)m pela carga de inerente de historicidade poss'vel deser constru'da, na medida que ) instância de determinação no movimento do real, detrans#ormação deste ultimo, em outras palavras, de determinação na Pist$ria a ser constru'da =5BU+5!A, 4KK>, p.2V.

    A emerg-ncia da noção de região deu(se no 5mp)rio !omano, quando a necessidade dearticulação entre o poder centrali%ado e sua e&tensão sobre uma área de grande diversidadesocial, cultural e espacial, e&igiu a segmentação do espaço. +ssa necessidade hist$rica, segundoCalbim =4KK@ identi#ica a região como uma #uncionali%ação do poder, que surge como um ato pol'tico.

    A primeira apro&imação sistemática do conceito #oi apresentada no s)c. WU555, com osurgimento do +stado Roderno, cuja legitimação se deu a partir de uma união regional e nos#undamentos da então criada ci-ncia geográ#ica, quando ge$gra#os consideraram as bases pol'ticas como inadequadas para descrição do espaço e buscaram áreas mais naturais".

    A região natural, conceito abarcado pela corrente determinista ambiental, ) aquela em queS...T as condições naturais, especialmente as climáticas, e dentro delas a variação de temperaturaao longo das estações do ano, determinam o comportamento do homem inter#erindo na suacapacidade de progredir" =0O!!XA, 4KKM. p. K. +sta concepção baseia(se na id)ia de queunidades espaciais podem ser reunidas em decorr-ncia de determinadas caracter'sticas uni#ormes  geográ#icas, econ:micas ou sociais ( que levam designação de regiões homog-neas",determinadas em torno de #atores geográ#icos =como a predominância de determinados recursosnaturais, topogra#ia e clima, de estruturas econ:micas =produção semelhantes, padrõeshomog-neos de consumo, distribuição similar de #orça de trabalho ou incluir variáveis comoatitudes sociais uni#ormes, uma identidade regional ou concepção pol'tica semelhante.

    +ssa visão tradicional entende tamb)m, a região natural como1  parte da super#'cie da terra, dimensionada segundo escalas territoriais diversi#icadas ecaracteri%adas pela uni#ormidade resultante da combinação ou integração em áreas doselementos da nature%a1 o clima, a vegetação, o relevo, a geologia e outros adicionais quedi#erenciam ainda mais cada uma dessas partes =0O!!+A, 4KKM. p. 22(2H.

     6este quadro epistemol$gico, !at%el, precursor dessa corrente, atribu'a as desigualdadesregionais s condições geográ#icas, con#orme assinala Critto =4KV@, p. 21 os povos possuem emgraus variados o Ysentido do espaçoZ e que torna alguns deles particularmente aptos e&pansão,enquanto outros se mant-m inaptos".

    Ao determinismo geográ#ico de !at%el, opunha(se na

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     paisagem, lembrando uma ta&onomia. Assinala, ainda, que o R)todo !egional" proposto por Partshorne, busca superar essa caracter'stica por o#erecer estudar as di#erenças regionais, comoobjeto particular da geogra#ia.

    O R)todo !egional di#erencia as áreas a partir da integração de #en:menos heterog-neos

    em uma dada porção da 3erra =corologia, evidenciando a necessidade de produ%ir umconhecimento sint)tico sobre di#erentes áreas da super#'cie terrestre. A região, sob estaconcepção, não passa de uma área que mostra em sua unicidade, o resultado da integração danature%a nica de #en:menos heterog-neos.

     6o in'cio do s)culo WW, a escola #rancesa desenvolveu o conceito de  pays" que tinhacomo principal caracter'stica o modo de vida de determinadas localidades. Frigg di% que ospaQs" ... eram, na maior parte, rurais, intocados pela industriali%ação, ainda pouco a#etados pelarevolução dos transportes e essencialmente locais. +&istiam economias distintas caracteri%adas pelos estilos de construções populares, particularmente maneiras de e&plorar #a%endas ecaracter'sticas de povoação" =F!5FF, 4KLH, p. L.

    egundo o mesmo autor, em 4K4@, Perbertson sugeriu que as regiões naturais podiam ser 

    usadas como base para o estudo das sociedades, ou seja, a região geográ#ica seria a área em que asociedade se ajustara ao ambiente #'sico e onde havia, em conseq[-ncia, homogeneidade decaracter'sticas #'sicas e culturais.

    Ap$s a egunda Fuerra, nos meados da d)cada de 4KM>, sob a dinâmica da nova #ase dee&pansão capitalista, nova divisão social e territorial do trabalho ) posta em ação, promovendo adissolução de regiões anteriores guerra e a ação humana constr$i novas #ormas espaciais1rodovias, represas, etc., sob o signo da mudança no contedo e nos limites espaciais. 6essecenário, o papel ideol$gico da 6ova Feogra#ia" buscou justi#icar a e&pansão capitalista evalori%ar as trans#ormações que a#etaram g-neros de vida e paisagens, atrav)s do discurso dodesenvolvimento.

    5sto porque, as mudanças hist$ricas apontaram novas direções alternativas ao positivismona geogra#ia1 o intervencionismo crescente do +stado, utili%ando o planejamento econ:mico,entre cujos componentes se inclui o planejamento territorial, a mundiali%ação da economia, arenovação das ci-ncias e do pensamento #ilos$#ico, geraram a Feogra#ia /ragmática =6ovaFeogra#ia e a Feogra#ia 0r'tica.

    A 6ova Feogra#ia, conhecida tamb)m como Feogra#ia 3eor)tica ou Feogra#ia\uantitativa, por utili%ar t)cnicas estat'sticas e outros meios, ) uma vertente in#luenciada pelaeconomia neoclássica, e ) calcada numa abordagem locacional, #undamentada no positivismol$gico. 0onsidera a região como um caso particular de classi#icação, a partir do emprego det)cnicas estat'sticas, desenvolvendo o conceito de organi%ação espacial entendido como  padrãoespacial  resultante de decisões locacionais. +sse en#oque, largamente utili%ado em planejamentoregional, permite estabelecer regiões homogêneas e regiões funcionais. A região seria umsubsistema do sistema nacional e ) dessa interpretação que emerge a nomenclatura dosdesequilíbrios espaciais".

      A região neste novo conte&to, ) de#inida como um conjunto de lugares onde asdi#erenças internas entre esses lugares são menores que as e&istentes entre eles e qualquer elemento de outro conjunto de lugares", =0O!!+A, 4KKM, p. H2.

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    tipos de regiões econ:micas1 a região plano", que ) um instrumento na mão de uma autoridade eresulta do arb'trio humano, uma ve% que o espaço ) submetido a uma decisãoI a região polarizada" que resulta da interdepend-ncia de várias áreas, sob in#lu-ncia da irradiaçãocomercial das aglomerações urbanas e a região homogênea", que corresponde ao espaço

    cont'nuo em que cada uma das partes que a constituem apresentam caracter'sticas que asapro&imam umas das outras =A67!A7+, 4KVL.A teoria das regiões nodais e dos p$los de crescimento estabelecem relações entre espaços

    em um sentido unilateral de dominação, com o espaço polari%ador. A região nessa concepção,segundo o mesmo autor, organi%a(se em torno de um centro, que pode ser chamado de  pólo" ounó", que não s$ polari%a em torno de si, como domina e orienta a vida econ:mica da sua área dein#lu-ncia.

    /or outro lado, como a região não pode ser considerada como uma área isolada, tamb)mso#re uma relação de dominação com as instâncias superiores nos planos #inanceiro e pol'tico,tendo em vista que, no plano administrativo se constitui um n'vel intermediário entre o poder central e os organismos locais. +la ) o quadro territorial onde se aplicam as decisões dos planos

    de ação. 6as d)cadas de 4KL> e 4KV>, estudiosos consideraram a necessidade de repensar oconceito de região sob uma articulação dos modos de produção, atrav)s das cone&ões entreclasses sociais e acumulação capitalista, por meio das relações entre +stado e sociedade local, ouentão introdu%indo a dimensão pol'tica. O quadro te$rico que dá respaldo s análises ) a lei dodesenvolvimento desigual e combinado" de 3rots]Q.

    0om a contribuição dos estudos de ^ves Bacoste, que considera as regiões como espaços pol'ticos concretos por e&cel-ncia, toma corpo o novo en#oque de valori%ação do espaço que )avaliado pelas determinações das relações de produção. ob esse en#oque, calcado nomaterialismo hist$rico e na dial)tica mar&ista a região ) vista como relações dial)ticas entre#ormas espaciais e os processos hist$ricos que modela os grupos sociais" S...T onde aorgani%ação espacial constitui parte integrante de uma dada sociedade" =0O!!XA, 4KKM, p. 24.

     6essa concepção cr'tica, S...T o conceito de região ) articulado lu% dos modos de produção S...T atrav)s das cone&ões entre classes sociais e acumulação capitalista, S...T por meiodas relações entre +stado e a sociedade localI S...T ou então, introdu%indo a dimensão pol'tica"=5bid., p. ?4.

     6a d)cada de 4KK>, sob a )gide da internacionali%ação do capital, da #ragili%ação dos+stados(6acionais, dos #en:menos da globali%ação e reestruturação produtiva, o conceito deregião tem tomado novos sentidos, sobretudo em um mundo submetido a meios t)cnicos(cient'#icos(in#ormacionais", segundo a concepção de Rilton antos =4KKKI 2>>4, parareconceptuali%ar a noção de espaço geográ#ico, diante da instrumentali%ação do mundocontemporâneo. O arcabouço dessa id)ia está no estágio atual do capitalismo, quando a criaçãode novos processos de produção, aliando a ci-ncia e tecnologia com a in#ormação, permitiu oredimensionamento da utili%ação e #uncionamento do espaço e promoveu a trans#ormação paulatina do meio natural em um meio t)cnico, deste para um meio t)cnico cient'#ico e,atualmente, para um meio t)cnico(cient'#ico(in#ormacional, devido s reali%ações tecnol$gicas ecient'#icas que se constituem um componente da #orça econ:mica e pol'tica do mundo.

     6esse conte&to, A região ) identi#icada como uma construção, um edi#'cio que se eleva a partir de #i&os e #lu&os no territ$rio, a partir do lugar" ou, citando Rilton antos, S...T as regiõessão subdivisões do espaço1 do espaço total, do espaço nacional e mesmo do espaço localI sãoespaços de conveni-ncia, lugares #uncionais do todo, um produto social" =CABC5R, 4KK@, p.4@M.

    M

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      0ontemporaneamente, Ce%%i =4KK@, p.2?> destaca outras #ormas de interpretar a região,atrav)s das abordagens da Feogra#ia Puman'stica e Feogra#ia 0ultural, que se baseiamteoricamente na #enomenologia, ou, atrav)s de uma visão pol'tica, como meio de interação social,com base na id)ia de que dominação e poder constituem #atores #undamentais na di#erenciação de

    áreas.  O trânsito pelos di#erentes en#oques permite observar que a nova #ase da geogra#iaabandona a id)ia de paisagem #i&a e os #en:menos passam a ser estudados em #unção dasrelações social e historicamente constru'das, mais anal'tica, a partir da superação das descriçõesregionais e da re#le&ão sobre o objeto de estudo.

     6esta perspectiva, ressalta(se a questão da e&plicação de um determinado #en:meno a partir do ponto de vista da espacialidade, ou seja, a dimensão espacial da realidade social e o papel do espaço na =reprodução da vida humana =0arlos, 4KKM, 24(22. A região", torna(se,então, uma importante categoria para que se possa compreender uma realidade particular dentrode um panorama global, onde as caracter'sticas hist$ricas, aspectos culturais e outras cone&ões#açam a di#erença e sejam captados na totalidade do processo.

    /ara Rilton antos =4KKL, p. ?V 6um estudo regional se deve tentar detalhar sua composição enquanto organi%ação pol'tica, econ:mica e cultural, abordando(lhe os #atos concretos para reconhecer como aárea se insere na ordem internacional, levando em conta o pree&istente e o novo paracaptar o elenco de causas e conseq[-ncias do #en:meno.

    H ( O +/A8O !+F5O6AB 0ORO 3+!!53_!5O 7+ +W+!0`05O 7+ /O7+! 

    7esde os 5mp)rios !omano e /ersa, o estabelecimento de regiões esteve vinculado aoe&erc'cio do poder, quando estas #oram criadas por ato pol'tico, como unidades territoriais deação e controle =régio, do verbo regere e  satrpia, que signi#ica, respectivamente, governar oureinar" e olhos e ouvidos do rei", para #uncionali%ação do poder.

    7urante o sistema #eudal, as regiões tinham e&pressões nas marcas, nos ducados econdados.A criação do +stado Roderno e&igiu do poder central monárquico, um es#orço de

    conhecimento e apropriação do territ$rio, #irmado na noção de unidade, com a #inalidade deorgani%ar, melhorar e uni#ormi%ar a gestão do territ$rio. 7a', #oram engendradas operações quetinham em comum assegurar ao poder do +stado uma #orma de dom'nio sobre o espaço, que seconcreti%aram sob as modalidades de $iaem de E%tado, o in&'(rito  e o  ma)a, paraquanti#icação e mapeamento do territ$rio ora apropriado, imposto por questões econ:micas, nosentido de homogenei%ação das ações, representando uma tentativa de esmagamento das culturaslocais.

    O territ$rio do rei", numa terminologia de !evel ?,

    S...T ) ainda um s'mbolo #orte. Ras #oi tamb)m constru'do atrav)s de uma s)rie de práticase de representações que se inscrevem em durações di#erentes, que obedecem a dinâmicasheterog-neas e, por ve%es, contradit$rias .=+!/A, 2>>>, p. 2

    A viagem de +stado era uma estrat)gia de constituição e legitimação do poder dosoberano pelo territ$rio e um intercâmbio contratual entre o rei e o reino1 #a%er o reconhecimentoe #a%er(se conhecer. Ao longo dos s)culos em que #oram reali%adas, as modalidades das viagensso#reram trans#ormações, a medida em que incorporavam novos objetivos, novas #ormas dedeslocamentos e novas tecnologias de in#ormações.

    ? 5n#ormações retiradas de anotações da 7isciplina +ducação e 3erritorialidade" +70(L24, ministrada pelo/ro#essor >>.

    @

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    !evel discorre sobre essas trans#ormações na

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    econ:mico e social e distintos sistemas pol'ticos, desde regimes democráticos de cunhosocial(democrata at) militares autoritários. Algumas e&peri-ncias, como por e&emplo0assa per il Re%%ogiorno, criada no imediato p$s(guerra para promover odesenvolvimento do ul da 5tália, #oram reprodu%idas em várias partes do mundo,servindo de modelo inclusive para a criação da uperintend-ncia do 7esenvolvimento do

     6ordeste =*7+6+ no Crasil. =+FB+!, 2>>4, p. 2440om o #en:meno da internacionali%ação do capital e a integração dos pa'ses nos #lu&osinternacionais simultâneos de mercadorias, investimentos e in#ormação, tamb)m denominadomundo globali%ado, as #ronteiras que separavam as economias estati%adas #oram dissolvidas sobo aspecto econ:mico, integrando di#erentes localidades na economia mundial de mercado,criando na contemporaneidade um novo rumo nas discussões geográ#icas, geopol'ticas,geoecon:micas e hist$rica e estabelecendo novos parâmetros de hegemonia de poder.

    A #ormação de Clocos +con:micos e do Rercado 0omum +uropeu representam o es#orçode regionali%ação no mundo contemporâneo.

    ? ( A 3+!!53O!5AB57A7+ 7O +656O */+!5O! 

    A territorialidade tem sido tema recorrente nas análises sobre espaços delimitados nomundo globali%ado, pela necessidade de se entender as di#erenças ali inscritas, como contrapontoa uma ideologia homogenei%ante de uma civili%ação planetária que seja s'ntese das váriascivili%ações do mundo contemporâneo.

    !e#er-ncia territorialidade remete aos limites geográ#icos. /or)m, o signi#icado dessas#ronteiras, as ra%ões que levaram imposição desses limites, a hist$ria que e&plica as iniciativasdo +stado em estabelecer as #ronteiras e sua manutenção, são elementos relacionados manutenção do poder.

    /ara Rilton antos1o sentido da palavra territorialidade  como sin:nimo de pertencer #quilo que

    nos pertence... esse sentimento de e&clusividade e limite ultrapassa a raça humana e

     prescinde da e&ist-ncia de +stado. Assim, essa id)ia de territorialidade se estende aos pr$prios animais, como sin:nimo de área de viv-ncia e de reprodução. Rasterritorialidade humana pressupõe tamb)m a preocupação com o destino, a construção do#uturo, o que, entre os seres vivos ) privil)gio do homem." =A63O, 2>>4, p.4K

    O papel da territorialidade se tradu% na #ormação de processos identitários locais,considerando sua dinamicidade, pois os elementos que a constituem =o homem , o espaço sãosuscept'veis de constantes variações no tempo. +sta caracter'stica, segundo !a##estin =4KKH, p.4@>, con#ere territorialidade a possibilidade de viv-ncias por interm)dio de um conjunto derelações emergentes de um sistema tridimensional sociedade, espaço, tempo. egundo o autor1a análise da territorialidade s$ ) poss'vel pela apreensão das relações reais recolocadas em seuconte&to s$cio(hist$rico e espaço(temporal" =!A

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    de in#lu-ncia no seu entorno, podendo gear um #lu&o multidimensional do vivido" territorial pelos membros daquela localidade, criando sua territorialidade.

    +ntretanto, no processo de instalação de instituições universitárias em determinadosespaços geográ#icos, estabelece(se um conjunto de interesses onde estão em jogo relações de

     poder e hegemonia, sob o ponto de vista pol'tico e econ:mico. ob este aspecto, a *niversidadetorna(se um aparelho ideol$gico de +stado e cumpre o papel de #uncionali%ação do poder.\uando instalada em determinada região, a 5nstituição *niversitária ganha contornos

    s$cio(espaciais pela incorporação do conte&to local =econ:mico, pol'tico, cultural e hist$rico. 6este movimento, as 5nstituições assumem importância singular na dinâmica dos processos dedesenvolvimento relacionados a questões espec'#icas dos di#erentes espaços regionais.

    A *niversidade tende a ocupar uma posição #undamental nessa dinâmica, empreendendo processos que o levam a ocupar lugar estrat)gico no desenvolvimento s$cio(econ:mico, dada ssuas caracter'sticas como instituição com multiplicidade de #unções, o que lhe e&ige adequação adinâmicas sociais espec'#icas, criando sentimento rec'proco de pertença, no processo end$genode in#lu-ncias.

     6esse sentido, a região de in#lu-ncia contribui sobremaneira para a sustentação das ações dauniversidade, qual cabe a #unção prec'pua de articulação entre o saber cient'#ico e a realidade,no mais amplo aspecto da sobreviv-ncia da esp)cie humana.

    universidade cabe a tare#a de con#erir substância e consist-ncia id)ia deuniversalidade, nutrindo(se das nuanças das realidades particulares correspondentes heterogeneidade de condições em que os homens hist$rico, econ:mico, pol'tico, cultural esocialmente se estabelecem. Admite(se com isto que a *niversidade está plantada nas di#erentese&peri-ncias vividas pelo homem, que #ormam o conjunto das e&peri-ncias sociais.

     6esse sentido ) que a região, entendida como uma dimensão particular da realidade )recortada, a #im de que o conhecimento consubstanciado nas e&peri-ncias seja universali%ado.

    Ampliar o #oco das discussões sobre a crescente importância das 5nstituições !egionais eseus resultados em aportes para o desenvolvimento regional, não redu% a problemática daeducação superior a situações locais nem diminui a urg-ncia de se encontrar soluções para osgrandes e estruturais problemas en#rentados pelo +nsino uperior no pa's.

    !+ p.0A!BO, Ana

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    0A3!O, 5ná +lias de. Uisibilidade da região e do regionalismo. A escala brasileira em questão+5n1 BAU56A, Bena, 0A!B+5AB, Biana Raria da >4. HM2 p.+FB+! 0láudio A. F. \uestão regional e gestão do territ$rio no Crasil. 5n1 0A3!O, 5ná,FOR+, /aulo 0)sar da 0osta e 0O!!XA, !oberto Bobato. =Orgs. Geora0ia2 *on*eito% etema%+ H ed. !io de Eanir, Certrans Crasil, 2>>4. p 2>L(2HV.. HKH p. =3ese 7outoradoF!5FF, 7avid. !egiões, modelos e classes. 5n Boletim Geor50i*o. !io de Eaneiro, H2 =2H? 1 4  4?@, maioDjunho, 4KLH50_, Eos) Ant:nio e p. =0oleção Rem$ria e ociedadeA63O, Rilton. Metamor0o%e% do e%)a,o "abitado. M ed. ão /aulo 1 P*053+0, 4KKLa.=Feogra#ia1 3eoria e !ealidade, 4@ )rie Binha de