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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO: MICROPROCESSADORES MICROPROCESSADORES Prof.: Marcelo Barretto Ano: 2000 Mestre em Engenharia Elétrica - PUC/RJ Professor Adjunto IV Especialista em Redes Locais de Computadores

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CURSO:

MICROPROCESSADORESMICROPROCESSADORES Prof.: Marcelo Barretto Ano: 2000 Mestre em Engenharia Elétrica - PUC/RJ Professor Adjunto IV Especialista em Redes Locais de Computadores

Microprocessadores _____________________________________________________________________________________________________

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Sumário Capítulo 1: Conceitos Básicos

1.1 - Histórico 1.2 - CPU, Memórias e Dispositivos de Entrada/Saída 1.3 - Sistema de Barramentos 1.4 - Arquitetura Padrão de um Microprocessador 1.5 - Execução de Instruções em Microprocessadores 1.6 - Algumas Instruções Importantes 1.7 - Capacidade de Interrupção 1.8 - Técnicas de Entrada/Saída

Capítulo 2: Os Microprocessadores da INTEL

2.1. O 8086/8088 2.1.1. Arquitetura 2.1.2. Características Gerais 2.1.3. Capacidade de Interrupção

2.2. O 80286 2.2.1. Arquitetura e Características 2.2.2. Diferenças no Conjunto de Instruções 2.2.3. Implicações no Desempenho de um Microcomputador

2.3. Os 80386 2.3.1 - Diferenças de Arquitetura e Características 2.3.2 - Diferenças no Conjunto de Instruções 2.3.3 - Versões 80386, 80386SX e 80386SL 2.3.4 - Implicações no Desempenho de um Microcomputador

2.4 - Os i486 2.4.1 - Diferenças de Arquitetura e Características 2.4.2 - Diferenças na Capacidade de Processamento

2.5 - Os Pentium, Pentium MMX e PRO 2.5.1 - Diferenças de Arquitetura e Características

2.5.2 - Benchmarks 2.6 - Os Pentium II

2.6.1 - Arquitetura e Características 2.6.2 - Benchmarks 2.6.3 - Implicações no Desempenho de Desktops e Servidores de Rede

2.7 – Últimos Microprocessadores da INTEL Capítulo 3: Características Gerais dos Sistemas de Barramentos

3.1 - Os Barramentos Principais ISA, EISA e MCA 3.2 - Os Barramentos Locais Secundários VESA e PCI 3.3 - Os Barramentos Secundários IDE e Enhanced IDE 3.4 - Os Barramentos Secundários SCSI

Capítulo 4: Suporte ao Desenvolvimento de Software Básico

4.1 - Estrutura de um Programa na Memória 4.2 - Montadores, Carregadores e Depuradores 4.3 - Uso de um Depurador de Linguagem Assembly

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Capítulo 5: Características Gerais dos Microprocessadores da MOTOROLA 5.1 - O 68.000 5.1.1 - Arquitetura 5.1.2 - Diferenças no Conjunto de Instruções 5.1.3 - Capacidade de Interrupção 5.2 - O 68.010 5.3 - O 68.020 5.4 - O 68.030 5.5 - O 68.040 5.6 – O 68.060 5.7 – Os PowerPC (IBM/Apple/Motorola) Capítulo 6: Introdução aos Microcontroladores 6.1 - Arquitetura Interna 6.2 - O microcontrolador 8052 da INTEL 6.3 – O MPC860 da Motorola Capítulo 7: Introdução às Arquiteturas RISC 7.1 - Noções da Arquitetura RISC 7.2 - Implicações no Desempenho de um Computador Capítulo 8: Arquiteturas Não Convencionais 8.1 - Arquiteturas Paralelas 8.2 - Arquiteturas MIMD 8.3 - Arquiteturas à Passagem de Mensagens

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CAPÍTULO 1: CONCEITOS BÁSICOS

1.1 - HISTÓRICO A história dos microprocessadores é brevemente resumida a seguir com o destaque de algumas datas importantes: Década de 40: è Válvula e Transistor (1948) Década de 50: è Comercialização do transistor Década de 60: è Circuitos Integrados SSI ("Small Scale Integrated") Década de 70: è Circuitos Integrados MSI ("Medium Scale Integrated") 1971: => Circuitos Integrados LSI ("Large Scale Integrated") => INTEL 4004 (CPU do primeiro microcomputador de 4 bits) 1972: => INTEL 8008 (CPU do primeiro microcomputador de 8 bits) 1974: è INTEL 8080 (10 vezes mais rápido que o 8008) => MOTOROLA 6800 1976: => TEXAS 9800 (CPU do primeiro microcomputador de 16 bits) 1977: è MOSTEK 6502 ==> Apple I, II e II plus è ZILOG Z80 ==> TRS-80 1978: => Circuitos Integrados VLSI ("Very Large Scale Integrated") => MOTOROLA 6809 (Melhor CPU de 8 bits do mercado) è INTEL 8088/8086 (29.000 transistores integrados) => Microprocessadores BIT-SLICE (de 2 a 64 bits) Década de 80: 1980: => MOTOROLA 68.000 (68.000 transistores integrados) 1981: => MOTOROLA 68.010 1982: => INTEL 80186/80188 => INTEL 80286 (130.000 transistores integrados) 1984: => MOTOROLA 68.020 1985: => INTEL 80386 (ou 80386DX, ou i386) 1986: => MOTOROLA 68.030 1988: => INTEL 80386SX 1989: => INTEL i486 (1.200.000 transistores) Década de 90: 1991: => INTEL i386SL, i486SX

ð Microprocessadores com tecnologia RISC 1992: => INTEL i486DX2/50 e i486DX2/66 1993: => INTEL Pentium 1995: => INTEL Pentium Pro

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1997: è INTEL Pentium II Tendências:

ð Máquinas CISC ou Máquinas RISC ð Pentium 166 Mhz è Pentium II a 300 Mhz ð Máquina de Controle Seqüencial è Máquina de Controle Paralelo ð Máquina de Arquitetura SIMD è Máquina de Arquitetura MIMD ("Data-Flow") ð Arquiteturas orientadas p/ o HW è Arquiteturas orientadas p/ o SW ð Máquinas processando texto è Máquinas processando dados multimídia

1.2 - CPU, MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS DE ENTRADA/SAÍDA Os próximos parágrafos procuram dar uma idéia da nomenclatura utilizada no restante deste documento e introduzir os componentes principais da arquitetura de microcomputadores ou de circuitos controlados a microprocessador. HARDWARE: consiste de circuitos eletrônicos responsáveis pela execução direta de instruções em linguagem de máquina: CIs, placa impressa, cabos, fontes de alimentação, etc. SOFTWARE: consiste de algoritmos e suas representações no computador (programas). FIRMWARE: consiste de um software embutido em circuitos eletrônicos. É comum dizer que qualquer operação feita por software pode também ser construída por hardware e qualquer instrução executada pelo hardware pode também ser simulada por software. Um sistema de microcomputador típico é mostrado na figura 1. Basicamente, são três os componentes de qualquer sistema controlado por microprocessador ou mesmo de um sistema de computação: Unidade Central de Processamento (CPU), Memória e Dispositivos de Entrada/Saída (E/S). A CPU tem finalidade óbvia, a de controlar o sistema como um todo. A memória serve para armazenar os dados que serão manipulados e os dispositivos de E/S para a comunicação da máquina com o mundo exterior (usuário). Os vários tipos de Memória são definidos a seguir: RAM - "Random Access Memory": memória de leitura/escrita, volátil, para armazenamento temporário de programas e dados; RAM Estática - RAM com menor densidade e mais rápida que a RAM dinâmica. Não necessita de circuitos adicionais em um microcomputador. RAM Dinâmica - RAM com maior densidade e mais lenta que a RAM estática. Necessita de circuitos adicionais de controle em um microcomputador. ROM - "Read Only Memory": memória programada quando a pastilha é fabricada, não podendo ser modificada. É usada para armazenamento permanente de programas e dados; PROM - "Programmable ROM": memória programada por um dispositivo programador de PROM. Programável uma única vez;

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EPROM - "Erasable PROM": memória que pode ser apagada e reprogramada várias vezes. Apagável pela incidência de raios ultra-violeta e programável por um dispositivo programador de EPROM; EEPROM - "Erasable Electrically PROM": memória EPROM eletricamente modificável, sem necessidade de dispositivos externos apagadores ou programadores. Os Dispositivos de Entrada/Saída são os componentes que viabilizam a interface com o usuário, tais como: portas seriais, portas paralelas, conversores análogo-digitais, etc Estes componentes são ligados através de um sistema de barramentos, o qual será explicado na próxima seção.

Figura 1 – Sistema de Microcomputador Típico e suas Interfaces

Micropro-cessador

(CPU)

MemóriaEPROM

MemóriaRAM

Interfaces deControle eSensorea-

mento

Interfacespara

MemóriaSecundária

Interfaces deInteração c/o Usuário

Barramento de Controle

Barramento de Dados

Barramento de Endereços

Monitor

CD-ROM R/W

Scanner

Imp. Matricial

Modem

Sensor Válvula

HD

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1.3 - SISTEMA DE BARRAMENTOS Um sistema de barramentos é definido como um conjunto físico de linhas de sinal que possuem funções específicas dentro do sistema. O sistema de barramentos de um microcomputador é composto de 3 barramentos (ver figura 1) independentes em suas funções elétricas: o barramento de endereços, o barramento de dados e o barramento de controle. O Barramento de Endereços é apenas de saída (em relação CPU) e define o caminho de comunicação dentro do sistema. O Barramento de Dados é bidirecional, sendo o meio de comunicação entre os componentes do sistema. Na saída de dados da CPU, estes são gerados pelo microprocessador (CPU) e enviados à uma unidade que é selecionada pelo barramento de endereços. Na entrada de dados, estes são gerados por uma unidade particular e enviados ao microprocessador. O Barramento de Controle, como o próprio nome indica, envia e recebe os sinais de controle necessários à transferência de dados no sistema. Este barramento é composto, basicamente, de 4 tipos de sinais: leitura de memória ativa, escrita de memória ativa, entrada através de dispositivo externo ativo e saída através de dispositivo externo ativo.

1.4 - ARQUITETURA PADRÃO DE UM MICROPROCESSADOR Depois de se examinar um sistema de microcomputador de forma global, nesta seção será apresentada a arquitetura padrão de um microprocessador, exibida na figura 2. Destacam-se os seguintes blocos: Registrador de Instrução (RI) - registrador que armazena a instrução sendo executada; Contador de programa ("Program Counter - PC") - registrador que armazena o endereço de memória da próxima instrução a ser executada; Acumulador - registrador que contém o dado a ser processado; Apontador de pilha ("Stack Pointer - SP") - registrador que aponta para o endereço de retorno de subrotina, sendo este último armazenado em uma pilha na memória; Unidade Lógica e Aritmética (ULA) - circuito combinacional utilizado para operações lógicas e aritméticas envolvendo dois operandos; Decodificador de instruções - circuito combinacional utilizado para determinar qual a próxima instrução a ser executada. Isto é feito a partir do código de operação armazenado previamente no Registrador de Instrução; Unidade de controle - circuito seqüencial interno ao microprocessador utilizado para gerar os sinais de controle necessários à execução da instrução previamente decodificada; Registradores auxiliares - conjunto de registradores de rascunho que podem ser usados em conjunto ou separadamente para operações intermediárias, sem que seja necessário o acesso sistemático à memória;

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Flags – conjunto de Flip-Flops destinados a guardar as condições resultantes da execução de instruções. Tais flags são fundamentais no sentido em que se constituem no único mecanismo que o programador Assembly dispõe para desvios de processamento e implementação de algoritmos.

Figura 2 – Arquitetura Padrão de um Microprocessador

1.5 - EXECUÇÃO DE INSTRUÇÕES EM MICROPROCESSADORES Nesta seção serão dadas as explicações básicas para o entendimento dos microprocessadores mais comuns do mercado. Antes de mostrar o procedimento de execução de instruções é necessário detalhar alguns aspectos: os flags de condição, o formato das instruções e as operações básicas (de leitura e escrita) de um microprocessador. Flags de Condição: Um "flag" é "SETADO", forçando-se o bit de flag para "1" e é "RESETADO", forçando-se o bit de flag para "0". Quando uma instrução afeta um flag este é alterado da seguinte maneira: ZERO: Se o resultado da instrução tem valor 0,

Buffer deDados

Buffer de Endereço

Barramento deEndereços

PC

SP

Registradores deRascunho

Acumulador

Unidade Lógica eAritmética (ALU)

Decodifi-cador

Unidade deControle

Código deInstrução

InformaçãoComple-mentar

RI X

Apontadorde Pilha

Contador dePrograma

R1

Rn

...

Barramento deDados

Sinais deControle

S

Z

CY

AC

P

Flags

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Código de Operação

Código de Operação

Info. Complementar

então Z è 1 senão Z è 0; SINAL: Se o bit mais significativo do resultado da operação tem valor 1, então S è 1 senão S è 0; PARIDADE: Se a soma dos bits do resultado da operação é 0, então P è 1 (paridade PAR) senão P è 0 (paridade ÍMPAR); CARRY: Se o resultado da instrução provoca um "carry" (na adição) ou um "borrow" (na subtração ou comparação), então C è 1 senão C è 0; CARRY AUXILIAR: Se a instrução causou um carry do bit 3 para o bit 4, então AC è 1 senão AC è 0. Cada microprocessador tem seus próprios bits de flag. Os flags anteriormente mencionados são os mais comuns de serem encontrados na maioria dos microprocessadores. Mostra-se a seguir o formato de instrução, por exemplo, de um microprocessador de 8 bits. A partir deste entendimento, pode-se por analogia, entender o formato de instruções de outros microprocessadores. Assim, o formato de instrução do INTEL 8085 é utilizado como exemplo básico. Formato de Instrução e dado no 8085 1. Instruções de um byte D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 Obs.: O endereço do primeiro byte das instruções é sempre usado como o endereço de instrução. 2. Instruções de dois bytes D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 3. Instruções de três bytes

Ex.: MOV R1,R2 ; R1 <- R2

Ex.: MVI R,dado ; R <- dado

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Código de Operação

Info. Complementar

Info. Complementar

D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 D7 D6 D5 D4 D3 D2 D1 D0 Nas seções anteriores foram mostrados os componentes básicos de um circuito controlado a microprocessador, a arquitetura padrão dos microprocessadores e a CPU do sistema. Isto era indispensável para a compreensão do capítulo e do curso como um todo. Ainda com o intuito de mostrar como instruções são executadas em microprocessadores, também se faz necessário explicar as operações básicas de um computador ou circuito controlado a microprocessador. Estas, são as operações de leitura de memória e escrita na memória. Operações Básicas de um Computador: Operação de Leitura: 1. A memória recebe o endereço e a solicitação de leitura; 2. A memória localiza a célula decodificando o endereço; 3. Operação de leitura propriamente dita; 4. Intervalo em que a memória não é acessível por razões técnicas ("Descanso"). Ciclo de Acesso à Memória: fases 1, 2 e 3 Ciclo da Memória: fases 1, 2, 3 e 4 Operação de Escrita: 1. A memória recebe o endereço, o dado e uma solicitação de escrita; 2. A memória localiza a célula decodificando o endereço; 3. Operação de escrita propriamente dita;

Ex.: LXI Rp, dado 16 ; Rh <- (byte3) ; Rl <- (byte 2)

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4. ("Descanso"). Obs.: A operação de leitura é muito mais freqüente que a operação de escrita. Ciclo de Instrução Uma instrução é executada por um microprocessador durante um intervalo de tempo particular à instrução, chamado, CICLO DE INSTRUÇÃO. Um ciclo de instrução é composto de vários ciclos de máquina que variam de acordo com a instrução. Cada ciclo de máquina, por sua vez tem a duração de vários períodos de relógio. Em seguida, o ciclo de instrução é detalhado. O formato da instrução em linguagem de máquina é mostrado a seguir. Com base neste formato pode-se descrever textualmente o ciclo de instrução. Linguagem de Máquina ==> CICLO DE INSTRUÇÃO: 1. BUSCA a) Envio de um endereço para a memória e execução de uma leitura; b) Incremento do registrador de endereço de instrução; 2. EXECUÇÃO a) Decodificação do código de operação; b) Execução da instrução; 3. VOLTA PARA FASE 1 --> Pode haver desvio: - Incondicional: o valor do registro de endereço de instrução é alterado; - Condicional: se a condição é satisfeita, a seqüência linear é interrompida. É importante ressaltar que cada ciclo de instrução é composto por vários ciclos de máquina.. A figura 3 procura ilustrar o procedimento de execução de um pequeno programa, passo-a-passo, já armazenado na memória e a figura 4 mostra, sob a forma de diagrama de tempo, a execução da instrução LDA 0420, com todos os seus ciclos de máquina e períodos de relógio.

Código de Operação Informação Complementar

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Figura 3 – Execução de Instruções por um Microprocessador Passo-a-Passo

Porta deEntrada 01

Acumulador

Registrador deInstrução

Porta deSaída 10

Microprocessador

5

5

243

1

68

1214

79

1315

Caracter "A" do teclado

16

10 11

16 16

Caracter "A" para omonitor de Vídeo

Memória de Dados

Endereço Conteúdo2000 A200120022003

Memória de Programa

Endereço Conteúdo0100 IN0101 010102 STA0103 000104 200105 OUT0106 100107 ...

5

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Figura 4 – Execução da Instrução LDA 0420

1.6 - ALGUMAS INSTRUÇÕES IMPORTANTES Normalmente, pode-se separar as instruções de linguagem Assembly de um microprocessador em grupos. Tais grupos podem ser generalizados para a maioria dos microprocessadores com algumas pequenas diferenças. A título de exemplo, os grupos de instruções no 8085 são mostrados abaixo.

Ciclo

Busca Exec. Busca Exec.

Ciclo M1 Ciclo M2

RI <- LDA

1001->1002

RI <- 04NãoUsado

NãoUsado

1002->1003

PC

Oper.

Fase Busca Exec. Busca Exec.

Ciclo M3 Ciclo M4

RI <- 20

1003

Bar.Dados

<-(0420)

NãoUsado

A <-(0420)

1004 1004

Busca doCódigo de

Operação daInstrução e

Transferênciadeste código

para oRegistrador deInstrução (RI)

Busca doprimeiro byte do

endereço etransferência

para dentro daparte de

endereço do RI,byte de menor

ordem

Busca dosegundo bytedo endereço etransferênciapara dentro da

parte deendereço do RI,byte de maior

ordem

A parte deendereço do RI é

depositada nobarramento de

endereços

Acumuladorrecebe o conteúdo

da posição dememória, cujo

endereço é 0420

RI

T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5

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Grupo de Transferência de Dados Move dados entre registradores ou entre locações de memória e registradores; Ex.: "MOVEs", "LOADs", "STOREs" e EXCHANGE; Grupo Aritmético "ADDs", "SUBTRACTs", "INCREMENTs" ou DECREMENTs" dados nos registradores ou na memória; Grupo Lógico "ANDs", "ORs", "XO Rs", "COMPAREs", "ROTATEs" ou "COMPLEMENTs" dados entre registradores ou entre locações de memória e registradores; Grupo de Salto "JUMPs", "CALLs" e "RETs" condicionais ou incondicionais; Grupo de Instruções de Pilha, E/S e Controle de Máquina Inclui instruções de manutenção de pilha, leitura escrita na/da memória, "seta" ou lê máscaras de interrupção, seta ou limpa "FLAGs"

1.7 – CAPACIDADE DE INTERRUPÇÃO Uma das técnicas de Entrada/Saída de dados mais utilizadas na atualidade é a Interrupção. Seu uso aplica-se tanto em computadores de um modo geral, como também no ambiente de automação industrial. INTERRUPÇÃO (IRQ) é um sinal de hardware enviado por um dispositivo periférico necessitando de imediata atenção da CPU. A utilização desta técnica, forçosamente, envolve sinais de hardware. É comum em softwares de apoio tradicionais, como o Norton Utilities, observar a distinção entre Interrupções por Hardware e por Software. Segundo nomenclatura da INTEL, a diferença básica é que na Interrupção por Hardware , o endereço de salto, para o qual o microprocessador irá desviar o processamento é predefinido pelo hardware do microprocessador, enquanto que na Interrupção por Software , este endereço de salto pode ser alterado pelo usuário programador Assembly. Um outro conceito relacionado as interrupções também merece ser comentado. É o mascaramento de Interrupções. Existem as Interrupções Mascaráveis e as Interrupções Não Mascaráveis. Quando as Interrupções são Mascaráveis o processador tem a capacidade de não aceitar o pedido de interrupção do periférico, deixando-o pendente, de tal forma que possa atendê-lo um tempo depois. Já nas Interrupções Não Mascaráveis, o processador não pode fazer isso, sendo obrigado a atender imediatamente a solicitação de interrupção do periférico. A fim de exemplificar estes conceitos e subsidiar as explicações sobre o mecanismo de Interrupção, é fornecida a seguir a sintaxe e a semântica de uma instrução básica para o entendimento deste mecanismo, a instrução RESTART.

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Instrução RST n (Restart) RST é uma instrução CALL de propósito especial. RST "push" ou "empurra" bytes do Program Counter (PC) sobre a pilha e então faz a CPU saltar para um dentre vários endereços predeterminados. ((SP) - 1) <-- (PCH) ((SP) - 2) <-- (PCL) (SP) <-- (SP) - 2 (PC) <-- 8 * (NNN) NNN - Número binário entre 000 e 111 (entre 0 e 7 em decimal) SP - Stack Pointer PCH - Byte mais significativo do Program Counter PCL - Byte menos significativo do Program Counter Ex.: Endereços de salto possíveis no INTEL 8085:

HEXADECIMAL DECIMAL RST 0000 0 0 0008 8 1 0010 16 2 0018 24 3 0020 32 4 0024 36 TRAP 0028 40 5 002C 44 5.5 0030 48 6 0034 52 6.5 0038 56 7 003C 60 7.5

Interrupções por Hardware: Ex.: O 8085 inclui 4 sinais de entrada (hardware) que geram internamente instruções RST: RST 5.5, RST 6.5 e RST 7.5 (Mascaráveis) TRAP (não Mascarável) Interrupções por Software: Quando um dispositivo de E/S pede o serviço de interrupção e a IRQ está habilitada pelo sistema de interrupção do processador, este reconhece o pedido e prepara suas linhas de dados para aceitar qualquer instrução de um byte do dispositivo. RST é geralmente a instrução escolhida, pois é uma instrução CALL de propósito especial que estabelece o retorno ao programa principal. Ex.: O 8085 possui 1 entrada e 1 saída que implementa este tipo de interrupção INTR – pino de entrada INTA – pino de saída

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Para o processador não se confundir, ao receber dois pedidos de interrupção simultâneos, é provido um mecanismo de prioridade que estabelece uma ordem no atendimento destes pedidos. Prioridade das Interrupções no 8085

NOME PRIORIDADE ENDEREÇO DE SALTO (1) TIPO DE "TRIGGER"³

TRAP 1 0024H Pulso Positivo amostrado até Alto Nível

RST 7.5 2 003CH Pulso Positivo "Latched" RST 6.5 3 0034H Sensível a Nível (Alto) RST 5.5 4 002CH Sensível a Nível (Alto) INTR 5 (2) Sensível a Nível (Alto)

(1) – O processador coloca o conteúdo do Program Counter sobre a pilha, antes de saltar para o

endereço indicado (2) - Depende da Instrução fornecida a CPU quando a Interrupção é reconhecida A figura 5 ilustra o mecanismo de Interrupção no 8085. A figura 6 mostra o mesmo para o ZILOG Z80 e a figura 7 exibe os circuitos integrados típicos dos ambientes INTEL e ZILOG. É importante ressaltar a diferença entre os mecanismos de prioridade de interrupção das duas empresas.

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Figura 5 – Mecanismo de Interrupção no INTEL 8085

INTEL8085

DispositivoPeriférico

1

2

3

INTR

INTA

RST nn

600160026003

0038 C3 (JMP)

003A 80

Ex.: RST 7

INTR

(SP) 0260

1

3

0039 00

4

5

6

Pilha

Subrotina de Serviço deInterrupção

Programa sendo executado

8000 . . .

RET. . .

Endereço Dado

2

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Figura 6 – Mecanismo de Interrupção (Modo 2) no ZILOG Z80

ZILOGZ80

DispositivoPeriférico

1

2

___INT____INTA

400240034004

(SP) 0440

2

5

4

1

Pilha

Subrotina de Serviço deInterrupção

Programa sendo executado

8003

8005 608004 50

8006

6050 . . .

60XX RETI. . .

Tabela de Endereços deInterrupção

___INT

I 80Registrador da CPU

80 04

36

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Figura 7 – Mecanismos de Prioridade de Interrupção ZILOG e INTEL 8259 – Controlador de Prioridade de Interrupção (PIC) 8257 – Controlador de DMA Programável (PDC) 8272 – Controlador de Disco Flexível 8274 – Controlador Serial Multiprotocolo 8273 – Temporizador Programável

1.8 – TÉCNICAS DE ENTRADA E SAÍDA

Z80CPU

PIO DMA

8085CPU

CTC SIO

8274 8253

8259(PIC)

8257 8272

Mecanismo"Daisy Chain"

Prioridade Fixa

PrioridadeControlada

Barramentos

Barramentos

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Além da técnica de Interrupção detalhada na seção anterior, existem duas outras técnicas, também muito utilizadas em sistemas de computação de um modo geral. São estas: "Polling" e Acesso Direto à Memória (ou DMA – “Direct Access Memory”). "POLLING": É uma técnica de Entrada/Saída de dados onde a CPU, explicitamente, consulta o periférico com o objetivo de saber se o mesmo possui dados para transmitir ou se está livre para os receber. Esta técnica não envolve sinais de hardware e pode ser implementada por software; ACESSO DIRETO À MEMÓRIA: É uma técnica de Entrada/Saída de dados onde a CPU não participa do processo de transferência de dados, exceto no seu início e após o seu término. Um outro dispositivo periférico é necessário, o chamado "Controlador de DMA", para assumir o controle dos barramentos do sistema e controlar as transferências de dados. Na maior parte dos casos, o uso desta técnica obriga o uso combinado das anteriores para que o processo de transferência de dados seja iniciado e terminado corretamente. A figura 8 ilustra passo-a-passo o procedimento de transferência de dados para a ou da memória, sem interferência da CPU.

Figura 8 – Entrada/Saída por Acesso Direto à Memória 1 – DRQ – “Data Request”: Solicitação de Acesso Direto à Memória feito pelo dispositivo periférico ao

Controlador de DMA (CDMA); 2 – HOLD – “Hold Request: Solicitação de controle de barramentos feito pelo CDMA ao processador; 3 – HLDA – “Hold Acknowledgement” – Resposta do processador ao CDMA, avisando que à partir

daquele momento, este poderá assumir o controle temporário dos barramentos para a transferência de dados;

4 – DACK – “Data Acknowledgement” – Resposta do CDMA ao dispositivo periférico, avisando que assumiu o controle dos barramentos e a transferência de dados poderá se iniciar.

A programação do CDMA consiste basicamente de informar o mesmo sobre o endereço inicial do bloco de bytes a ser transferido, o sentido da transferência e o tamanho de bloco ou o endereço final. Depois que os comandos são fornecidos ao dispositivo periférico o processo continua, sem

CPU

Memória Disp. 0

CDMA Disp. 3 Disp. 2

Barramentos

Disp. 1

1

2

34

Driver Óptico

Dados

DRQ

DACK

HOLD

HOLDA

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interferência da CPU. Após a transferência, o sinal DRQ é retirado, consequentemente, todos os outros sinais são retirados e a CPU reassume o controle dos barramentos.

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CAPÍTULO 2: OS MICROPROCESSADORES DA INTEL

2.1 – O 8086/8088 A figura 9 exibe o Diagrama em Blocos da Arquitetura do 8086.

2.1.1 – Arquitetura

Figura 9 – Arquitetura do 8086 Fonte: "The 8086 Book", Rector R. e Alexy G. - OSBORNE/McGraw-Hill

CSDSSSES

0000000000000000

IPSP

BH BL

DH DLCH CL

AH AL

BPSIDI

ALU (Unidade Lógica eAritmética)

Unidade de Controle

Status

Registrador de Instrução

123456

Unidade de Controle deBarramento

Unidade de Execução Unidade de Interface deBarramento

Fila de Código Objetode Instrução

0000

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Registradores do 8086/8088

Registrador Finalidade

AX = AH + AL Acumulador BX = BH + BL Base (2º acumulador) CX = CH + CL Contador (usado em instruções de múltiplas interações) DX = DH + DL Dado (algumas instruções movem dados de uma porta de E/S para a posição

de memória endereçada por DX) SP Apontador de Pilha BP Apontador de Base SI Índice Fonte DI Índice Destino IP Apontador de Instrução Flags H + Flags L Flags CS Segmento de Código DS Segmento de Dados SS Segmento de Pilha ES Segmento Extra

Observações: 1. O registrador SP está estreitamente ligado ao ES, em função das operações relacionadas à

manutenção da pilha; 2. O registrador IP está estreitamente ligado ao CS, em função das operações relacionadas à

execução de instruções; 3. O endereço fonte de um String de dados é obtido à partir de SI + DS; 4. O endereço destino de um String de dados é obtido à partir de DI + ES.

2.1.2 – Características Gerais Capacidade de Endereçamento:

20 bits de endereçamento => 1.0 Megabytes ou 512 Kwords Operações com: Bit, Byte, Word e Bloco Organização da Memória: a) Física: => 2 x 512 Kbytes. End. Ímpar (D7 – D0)

End. Par (D15-D8) b) Endereçamento relativo à base de endereços de Registradores de Segmento: Code (CS),

Data (DS), Stack (SS) e Extra (ES).

Endereço Registrador Conteúdo

End. da Memória de Programa IP 0 M M M M CS N N N N 0 (IP+CS) Endereço Final è P P P P M

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End. da Memória de Dados XX 0 M M M M DS N N N N 0 (XX+DS) Endereço Final è D D D D M End. da Memória de Pilha XX 0 M M M M SS N N N N 0 (XX+SS) Endereço Final è S S S S M End. da Memória Extra XX 0 M M M M ES N N N N 0 (XX+ES) Endereço Final è D D D D M

Observações: 1. Cada registrador de segmento (16 bits) identifica o início de um segmento 64 Kbytes. Como são

4 (quatro) os registradores de segmento, pode-se selecionar apenas um de 4 segmentos de 64 Kbytes de cada vez. Isto significa que de 1 MBytes, têm-se apenas 1 de 16 possíveis segmentos endereçáveis diretamente (1 MBytes / 64 Kbytes = 16);

2. XX pode ser um registrador qualquer da CPU, como por exemplo: IP, quantidade de 16 bits, DI ou SI, BX, BP, etc.

c) Posições de FFFF0-FFFFF (32 Bytes) reservadas para “Reset” => Após o “Reset”, a CPU

executa sempre a instrução contida no endereço FFFFF0, onde normalmente existe um JUMP. d) Posições de 00000-003FF (1024 Bytes) reservadas para operações com Interrupção => 256

possíveis vetores de interrupção; Endereçamento de Entrada/Saída - 256 dispositivos diretamente; - 64 Kbytes indiretamente Tamanho dos Registradores Internos : 16 bits Tamanho do Barramento de Dados: 16 bits Coprocessador matemático: 8087

2.1.3 – Capacidade de Interrupção 1. Interrupções Predefinidas (requisitadas por hardware ou software) De 0 a 31: IRQ 0 è Divisão por Zero IRQ 1 è Passo-a-Passo IRQ 2 è NMI (“Not Maskable Interrupt”) . . . 2. Interrupções de Hardware (definidas pelo usuário) De 32 a 255: Solicitadas via pino INTR da CPU

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Observação: O dispositivo solicitante deve colocar em D0-D7 (8 bits menos significativos do barramento de dados) o Número de Interrupção para a CPU. A CPU multiplica este número por 4 e com o resultado, endereça a posição de memória contendo o vetor correspondente na TABELA DE VETORES DE INTERRUPÇÃO. A figura 10 ilustra estes conceitos.

Figura 10 – Busca da Rotina de Serviço de Interrupção no 8086 Dos 4 bytes do VETOR DE INTERRUPÇÃO, os 2 primeiros formam o conteúdo do IP (“Instruction Pointer”) e 2 bytes restantes formam o conteúdo do CS - Registrador de Segmento de Código (“Code Segment”). Desta maneira é formado o Endereço de Início da Rotina de Serviço de Interrupção. 3. Interrupções de Software (definidas pelo usuário) De 32 a 255: Solicitadas via instrução "INT nn" nn = Número da Interrupção a ser executada Para finalizar este item deve-se comentar a posição do microprocessador 8088 em relação ao 8086. Sobre o 8088

00000

IPCS

Rotina de Serviçode Interrupção

003FFNúmero deInterrupção

x 4

IRET

1a. Instrução

Tabela deVetores deInterrupção

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Uma das únicas diferenças entre os dois processadores é a de que o barramento de dados no 8088 possui um comprimento de 8 bits (o barramento do 8086 é de 16 bits). Este fato possibilitou aos fabricantes de microcomputadores o aproveitamento quase total dos circuitos periféricos do 8080 (mais conhecidos e mais baratos), reduzindo sobremaneira o custo final da máquina. Como o 8086, efetivamente, não era utilizado como um microprocessador de 16 bits, propagandeou-se em larga escala que microcomputadores com CPU 8088 possuíam o mesmo desempenho e mais baixo custo do que máquinas com CPU 8086. A verdade é que o momento era de transição para uma CPU mais poderosa e os fabricantes de placas ainda não haviam tomado uma posição definitiva à respeito. Assim, o 8088 é arquiteturalmente (rodava os mesmos programas) igual ao 8086, com a diferença principal apenas no comprimento do barramento de dados. Sobre o par 80186/80188 Após os microprocessadores 8086 e 8088, a INTEL lançou o processador 80186, com desempenho cerca de 30% superior ao 8086. O 80186 era um 8086 com novos blocos de hardware internos. Tal microprocessador encontrou sua utilização na área de controle de processos, gerenciamento de terminais e automação industrial. Entretanto, não fez sucesso comercial na área de microinformática, pois suas melhorias em relação a software eram muito poucas. A exemplo do par 8086/8088, uma CPU 80188 também foi produzida pela INTEL, com as mesmas características do 80186, à exceção do barramento de dados, dimensionado para 8 bits

2.2 – O 80286

2.2.1 – Arquitetura e Características O microprocessador 80286 surgiu com duas grandes novidades para a área de microinformática. A primeira foi que o barramento de endereços da pastilha cresceu para 24 bits (não mais os 20 bits do 8086 e 80186), o que implica em uma capacidade de endereçamento de 16 MBytes. A segunda foi a introdução de dois modos de funcionamento da CPU: o MODO REAL (compatível com o 8086) e o MODO PROTEGIDO (específico para o 286). Uma terceira inovação, o suporte a memória virtual (na época, não totalmente explorada), permitia o endereçamento de até 1 Gigabytes. Os itens que se seguem procuram fornecer mais detalhes sobre esta CPU. Modo Real: Neste modo, o 80286 é compatível em software (a nível de código objeto) com o 8086/8088. O fato de emular o 8086/8088 significa dizer que a memória a ser utilizada pelo programa não pode ultrapassar 1.0 MBytes, consequentemente, não utilizando toda a capacidade de endereçamento disponível. Sendo a CPU mais evoluída em hardware e permitindo a utilização de osciladores a cristal de freqüências mais altas, sem dúvida máquinas com esta CPU, mesmo operando neste modo, possuíam maior desempenho que os famosos XTs. Modo Protegido: Neste modo, o 80286, também pode rodar programas 8086/8088 e além disso, rodar programas escritos especificamente com o código fonte 80286. Neste modo, o 80286 automaticamente mapea 1.0 Gigabytes de endereços virtuais por tarefa dentro de um espaço de endereço real de 16.0 Megabytes. No modo protegido, o 80286 provê proteção de memória para isolar o sistema operacional e assegurar a privacidade de cada tarefa sendo executada. Assim, o 80286, foi especialmente otimizado para suportar sistemas multitarefa e multiusuário.

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Registradores do 80286

Registrador Finalidade

AX = AH + AL Acumulador BX = BH + BL Base (2º acumulador) CX = CH + CL Contador (usado em instruções de múltiplas interações) DX = DH + DL Dado (algumas instruções movem dados de uma porta de E/S e a posição de

memória endereçada por DX) SP Apontador de Pilha BP Apontador de Base SI Índice Fonte DI Índice Destino IP Apontador de Instrução Flags H + Flags L Flags CS Segmento de Código DS Segmento de Dados SS Segmento de Pilha ES Segmento Extra

Observação: Exatamente os mesmos registradores do 8086 Capacidade de Endereçamento: 24 bits de endereço è 16.0 MBytes Operações com: byte, word, double word, quad word, BCD, ASCII, apontador e ponto flutuante; Relógio: 80286-4 ==> 4.0 Mhz 80286-6 ==> 6.0 Mhz 80286 ==> 8.0 Mhz 80286x ==> 12.0 Mhz e 16 Mhz Organização de Memória: a) física è 2 x 8.0 MBytes; b) Endereçamento: 31 16 15 0

Seletor de Segmento Offset

O seletor de segmento (16 bits) especifica um índice dentro de uma tabela em memória residente cujo conteúdo é um endereço base de 24 bits. O endereço real de memória é obtido com a soma deste endereço base (24 bits) mais o offset (16 bits), totalizando 24 bits de endereço. c) Posições de 00000-003FF (1024 bytes è 256 possíveis vetores de interrupção) reservadas,

como no 8086, para operações com interrupção, no modo real; d) Posições de FFFF0-FFFFF reservadas para "reset", no modo real;

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Endereçamento de Entrada/Saída: - 256 dispositivos diretamente; - 64 Kbytes indiretamente Tamanho dos Registradores Internos: 16 bits Tamanho do Barramento de Dados: 16 bits Coprocessador matemático: 80287 Capacidade de Processamento de Instruções: aprox. 1.5 MIPS

(80286 a 8 Mhz)

2.2.2 - Diferenças no Conjunto de Instruções O conjunto de instruções do 80286 é dividido em sete categorias: transferência de dados, aritméticas, deslocamento/lógicas, manipulação de strings, controle de transferência, de alto nível e de controle de processador. Entre as instruções adicionais podem ser citadas as seguintes: PUSHA è salva o conteúdo da totalidade dos registradores; POPA è restaura o conteúdo da totalidade dos registradores; INS è entra string de caracteres; OUTS è sai string de caracteres; ENTER è chama procedure; LEAVE è libera procedure; e mais 15 instruções que somente podem ser executadas no modo protegido;

2.2.3 – Implicações no Desempenho de um Microcomputador Sistemas de microcomputador baseados no 80286 foram os primeiros sistemas com capacidade para rodar sistemas operacionais de rede multiusuário e/ou multitarefa, na época, por exemplo, o Netware 2.x da Novell, o qual era escrito em C e Assembly 80286. Tais sistemas, paulatinamente, passaram à função de computador pessoal (“desktop”) e não mais a de servidor.

2.3 - OS 80386

2.3.1 - Diferenças de Arquitetura e Características O microprocessador 80386 é compatível em software com o 8086. A INTEL optou por manter esta compatibilidade para aproveitar toda a enorme base de software escrita para os 8086 e 80286. Sendo

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assim, o 386 executa a maioria dos programas escritos para o 8086 e 80286, simplesmente por que este emula estas CPUs, não fazendo uso de todas as suas capacidades. Primeiro microprocessador de 32 bits da INTEL, o 80386 trouxe um novo modo de operação, em adição aos dois modos do 80286 (Real e Protegido), o modo Virtual. O microprocessador abordado nos próximos parágrafos é o 80386 mais potente da família, que na literatura é chamado de 80386DX, ou 80386 "Full" ou ainda, como a INTEL o denominou, simplesmente, 80386. A figura 11 mostra os registradores do 80386.

Figura 11 – Registradores do 80386 No MODO REAL, o 80386 é compatível em software (a nível de código objeto) com o 8086/8088, inclusive com a mesma limitação de memória (1.0 MBytes). Sendo a CPU mais evoluída em hardware (p.e. registradores de 32 bits) e permitindo a utilização de osciladores a cristal de freqüências ainda mais altas que os 80286, sem dúvida, máquinas com esta CPU possuem desempenho bem maior que os 286. Assim, neste modo, o mecanismo de endereçamento, o tamanho de memória e a manipulação de interrupções são todos idênticos ao modo real do 80286. As instruções 80386 também podem ser utilizadas neste modo. No MODO PROTEGIDO, o 80386, se comporta exatamente como no modo de mesmo nome do 80286, sendo que endereçará 4.0 Gigabytes de memória real (ao invés dos 16.0 MBytes do 80286) e 64 Terabytes de memória virtual. Neste modo, o mecanismo de endereçamento também é diferente daquele utilizado no 80286. Enquanto no 80286 o endereço base é de 24 bits (aos quais são adicionados 16 bits de offset), no 80386 este endereço é de 32 bits (aos quais são adicionados 16 ou 32 bits de offset). Quando operando no modo protegido, o 80386 pode fazer uso de uma técnica chamada de SEGMENTAÇÃO. Esta técnica organiza a memória em módulos lógicos chamados segmentos. Este modo de gerenciamento de memória provém a base para a proteção de segmentos de memória. Por

AH CS

SIDIBPSP

ALBH BLCH CLDH DL

031 715

SSDSESFSGS

CódigoPilha

Dados

IPFLAGS

EIPEFlags

015

Registradores Gerais deEndereço e Dados

Apontador de Instruçãoe Registrador de Flags

Registradores Seletoresde Segmento

EAXEBXECXEDXESIEDIEBPESP

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exemplo, uma tabela do sistema operacional pode residir em um segmento e, como tal, deve ser protegido da interferência de usuários não privilegiados, os quais poderiam "derrubar" o sistema. Uma outra técnica útil de gerenciamento de memória para sistemas operacionais multitarefa em memória virtual é a técnica chamada de PAGINAÇÃO. Independentemente da segmentação, a qual modulariza programas e dados em segmentos de comprimento variável, a paginação divide programas em páginas uniformes múltiplas. Dessa forma, somente um pequeno número de páginas de cada tarefa precisa estar na memória em um dado instante. A paginação é útil para o gerenciamento da memória física do sistema. O 80386 possui 4 níveis de proteção otimizados para suportar as necessidades de sistemas operacionais multitarefa, os quais devem proteger e isolar programas de usuários, uns dos outros, e programas do próprio sistema operacional, dos usuários. Tais níveis de proteção se constituem, em outras palavras, em um sistema de privilégio hierárquico de 4 níveis: PL=0 (mais privilegiado) - Núcleo do sistema operacional; PL=1 - Serviços do Sistema Operacional; PL=2 - Extensões do Sistema Operacional e PL=3 - Aplicações. Quando operando no MODO VIRTUAL, o 80386 permite a execução simultânea de aplicações 8086, sistemas operacionais 8086 e suas aplicações, aplicações 80286 e, ainda, aplicações 80386. Assim, em um computador 386 multiusuário, uma pessoa pode estar rodando uma planilha DOS, enquanto outra usa o DOS e uma terceira roda múltiplos utilitários e aplicativos UNIX. A MEMÓRIA CACHE é um bloco de memória RAM (do tipo estática) que, tendo tempo de acesso menor que a memória principal (do tipo dinâmica), pode ser lido muito mais rapidamente. Assim, antes de se executar um programa que está na memória principal, a região contendo o programa é transferida para a memória cache e só então o programa é executado. Isto reduz drasticamente o tempo de acesso à RAM e aumenta a velocidade de execução dos programas. No 80386, o uso de memória cache era opcional, isto é, apenas algumas máquinas (dependendo do fabricante) incluíam uma pastilha controladora de memória cache, o 82385 (gerenciavam até 256 Kbytes), e sua inclusão implicava em um aumento da placa mãe. Esta pastilha só era encontrada nas últimas versões micros 386. Características Principais: Capacidade de Endereçamento: 32 bits de endereço è 4.0 Gigabytes Operações com: bit, campos de bit, string de bits, byte, word, double word, quad word, BCD, ASCII,

apontador e ponto flutuante; Relógio: 80386-12 è 12.5 Mhz 80386-16 è 16.0 Mhz 80386x è 20.0 Mhz 80386x è 33.0 Mhz Am386-40 è 40.0 Mhz Organização de Memória: a) Física: è 2 x 2.0 Gigabytes;

è 4 x 1.0 Gigawords; è 8 x 0.5 Gigalongwords b) Endereçamento:

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3 espaços de endereço ==> lógico, linear e físico Endereçamento Lógico (ou Virtual): Consiste de um segmento seletor (14 bits) e de um offset (soma de componentes de endereçamento: BASE, INDEX, DISPLACEMENT => 32 bits), totalizando 46 bits de endereçamento, consequentemente, um espaço de 64 Terabytes; Endereçamento Linear: A unidade de segmentação translaciona o endereço lógico para um endereço linear de 32 bits, implicando em 4.0 Gigabytes; Endereçamento Físico: Se a unidade de paginação não está habilitada, o endereço linear de 32 bits corresponde a um endereço físico, também de 4.0 Gigabytes. c) Posições de 00000000-000003FF (1024 bytes è 256 possíveis vetores de interrupção)

reservadas, como no 8086 e 80286, para operações com interrupção, no modo real; d) Posições de FFFFFFF0-FFFFFFFF reservadas para "reset", no modo real; Endereçamento de Entrada/Saída: - 256 dispositivos diretamente, como nos 8086 e 80286; - 64 Kbytes indiretamente Tamanho dos Registradores Internos: 32 bits Tamanho do Barramento de Dados: 32 bits Coprocessador matemático: 80387 Capacidade de Processamento de Instruções: aprox. 4.0 a 10.0 MIPS (80386 32 bits em 16, 20 e 25 Mhz)

2.3.2 - Diferenças no Conjunto de Instruções O conjunto de instruções do 80386 é dividido em nove categorias: transferência de dados, aritméticas, deslocamento/lógicas, manipulação de strings, controle de transferência, suporte de linguagem de alto nível, suporte de sistema operacional e de controle de processador. As diferenças no conjunto de instruções estão intimamente ligadas às instruções de suporte de linguagem de alto nível e de sistema operacional. Uma das fraquezas do projeto 286 foi a sua incapacidade de emular o 8086, mantendo a proteção e a memória virtual. Com o 286, só se poderia emular o 8086 se este estivesse no modo real, quando a proteção está completamente desabilitada. O projeto do 386 corrigiu este problema e permitiu então que várias tarefas 8086 sejam emuladas ao mesmo tempo no seu modo VIRTUAL. A fim de fornecer compatibilidade em software com os 80286, o 80386 podia executar instruções de 16 bits no modo real e no modo protegido. Prevendo a expansão para o 386, a INTEL, especificou para o 286 que os bits não usados por um descritor de segmento deveriam ser posicionados em "0". O 386 interpreta isso como um identificador de segmento 286. Assim, o processador examina o conteúdo de um bit D do descritor de segmento. Se é "0", então todos os comprimentos de operando e endereços efetivos são assumidos como de 16 bits (código 286). Se é 1, então o comprimento default é de 32 bits (código 386). Independentemente da precisão default, o 80386 pode executar instruções de 16 ou 32 bits, através de um prefixo automaticamente adicionado pelos montadores Assembly da INTEL.

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Fonte: "80386 High Performance Microprocessor with Integrated Memory Management", INTEL Corporation - Advance Information, october 1985; Além das diferenças anteriormente mencionadas, pode-se ainda citar algumas outras: 1. O tempo de execução das instruções é diferente em vários casos. Na maior parte, o 386 é mais

rápido que o 286; 2. Existem vários códigos indefinidos no 286 que, se executados, provocariam uma falha de código

(INT 6). No 386 a instrução será executada; 3. O prefixo LOCK (impede que outros dispositivos acessem a memória do processador) para o

8086 é irrestrito, mas para o 386 é proibido em várias instruções. O problema era que o uso indiscriminado do LOCK resultava em que dispositivos eram inibidos por períodos inaceitavelmente longos. No ambiente não protegido do 8086, cabia às aplicações não deixar que isto ocorresse. No ambiente protegido do 386, apenas algumas instruções podem ser precedidas deste prefixo, àquelas que não interferem com a velocidade de execução de tarefas.

2.3.3 – Versões 80386, 80386SX e 80386SL O 80386SX podia ser interfaceado a circuitos periféricos de 16 bits, mas roda os softwares de 32 bits escritos para o 386, pois sua arquitetura interna é de 32 bits. O seu barramento de dados é de 16 bits (a metade dos 32 bits do 80386). Endereça até 16 MBytes de memória real (bem menos que os 4 Gigabytes do 80386). Era comercializado pela INTEL com relógio máximo de 20 Mhz (o 80386 era encontrado com relógio de 33 Mhz). Sua capacidade de execução de instruções varia entre 3 e 4 MIPS (menos da metade dos 11,4 MIPS do 80386 a 33 Mhz). O coprocessador utilizado com o 386SX era o 80387SX. O 80386SL era um microprocessador também derivado do 80386 e foi projetado especialmente para uso em computadores portáteis ("Lap Tops"). Esta pastilha foi o resultado da integração de três circuitos: a CPU 386SL, um controlador de barramento e um controlador de vídeo gráfico, diminuindo assim, o tamanho e o peso do equipamento, além de proporcionar uma característica particular de economia de energia. A memória real endereçável do 386SL era de 32 MBytes (16 MBytes a mais que o 386SX), sua freqüência de operação era de 20 Mhz e o barramento de dados de 16 bits (como no 386SX). A unidade gerenciadora de energia era capaz de baixar a zero a atividade na CPU, enquanto se lê a tela do micro ou no intervalo da digitação. A aplicabilidade do 386SL em "lap Tops" foi indiscutível.

2.3.4 - Implicações no Desempenho de um Microcomputador Com base nas explicações fornecidas nos itens anteriores pode-se dizer o seguinte: A exemplo do que ocorreu com o 80286 em relação ao 8086, sistemas de microcomputador baseados no 80386, paulatinamente, passaram de servidores a desktops. Uma versão do Netware da Novell, a versão 3.12, até os dias atuais muito utilizada, usa toda a capacidade deste microprocessador, uma vez que foi escrita em C e assembly 386.

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O 80386 dispunha de um modo de execução muito melhor adaptado ao funcionamento multitarefa do que o 80286. Na época, sistemas baseados neste microprocessador eram os únicos capazes de suportar de uma só vez os sistemas operacionais DOS, OS/2 e UNIX.

2.4 - OS I486 A INTEL, segundo decisão da justiça dos EUA, não pode registrar números, 386 e 486 p.e., como suas marcas. Optou então, por acrescentar um "i" (i minúsculo) na frente dos números. Assim, 486, 80486 ou i486 eram nomes encontrados na literatura para designar o mesmo processador. Inicialmente será abordado o i486 e em seguida o i486SX.

2.4.1 - Diferenças de Arquitetura e Características A arquitetura interna do i486 foi otimizada em relação ao 80386 ou i386. Isto possibilitou a introdução na pastilha de algo acima de um milhão de transistores (quatro vezes mais que o i386 possui). Os fabricantes de computadores foram diretamente beneficiados por esta densidade de integração, uma vez que a placa mãe sofreu uma redução significativa de tamanho e o processo de projeto e montagem foi simplificado. Também o microcódigo de instruções foi otimizado, de forma a manter o máximo possível as operações no interior da pastilha e, consequentemente, eram necessários menos ciclos de relógio para executar as mesmas instruções que o i386 já executava. O 486 usa ambas as bordas do sinal de Relógio para a CPU, enquanto os 286 e 386 usavam apenas uma borda. Pode-se dizer que, a grosso modo, o ganho de desempenho veio, essencialmente, da memória cache e do coprocessador (essencial em ambientes de CAD/CAM). Entretanto, em ambientes de microinformática, considerados mais simples, que usam planilhas e bancos de dados, o ganho de desempenho com o uso do coprocessador foi praticamente nulo. O i486 incorpora o i386 com as suas instruções, memória cache de 8 Kbytes de RAM estática (mais rápida que a dinâmica) e gerenciador próprio (80385) e coprocessador aritmético (80387). Foram adicionadas ao conjunto de instruções do i386 cinco instruções: três para gerenciamento da memória cache e duas, incluídas a pedido da Microsoft, para tratamento de tarefas concorrentes pelo OS/2. Como no i386, a pastilha endereça diretamente até 4.0 Gigabytes e indiretamente até 64 Terabytes.

2.4.2 - Diferenças na Capacidade de Processamento O i486 a 25 Mhz possui uma capacidade de processamento de instruções de aproximadamente 20.0 MIPs (duas vezes mais rápido que um i386 nos mesmos 25 Mhz) e é totalmente compatível com este último. Como mencionado, a capacidade de processamento do 486 foi amplamente influenciada pela memória cache. Isto é detalhado a seguir. Há muitas discussões sobre o melhor tamanho da memória cache, mesmo entre os fabricantes de microcomputadores, por isso mesmo são oferecidas ao usuário as mais diferentes opções. Uma vez que esta é a responsável direta pelo aumento de desempenho da máquina, uma escolha acertada

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poderia beneficiar grandemente o usuário. O que se constata na literatura especializada é que o melhor tamanho para a memória cache é o tamanho do maior programa que vai ser executado naquela máquina. Entretanto pode-se tornar excessivamente caro colocar o máximo possível de memória cache, não compensando os benefícios correspondentes. O i486 permitiu memória cache externa, além dos 8 Kbytes internos. Assim, algumas máquinas eram oferecidas com 256 Kbytes externos. Considerando-se o desempenho relativo a um XT 4.77 Mhz, pode-se fornecer alguns dados de desempenho, como discriminados abaixo: i486, 33 Mhz, cache externo de 64 Kbytes Cache interno e externo desabilitado è 6,5 vezes mais rápido; Somente cache externo habilitado è 26 vezes mais rápido; Somente cache interno habilitado è 38 vezes mais rápido; Caches interno e externo habilitados è 72 vezes mais rápido; Conclui-se destes dados que o cache interno é extremamente importante, mesmo sendo muito menor que o externo. Isto se deve a sua lógica de construção e, obviamente, ao fato de estar dentro da própria pastilha de CPU. Quando se carrega um programa na memória cache e este é executado, considera-se que isto é um "acerto" e cada vez que se deve movimentar um bloco da memória principal para a RAM de cache, considera-se que isto é um "erro". Existe, portanto, uma taxa de acertos ("Hit Rate") relacionada com o tamanho da memória cache. Um cache externo maior, evidentemente, possibilitará uma melhor taxa de acertos, uma vez que poderá conter mais programas. Assim, a velocidade do cache interno aliada a uma melhor taxa de acertos provida pelo cache externo, possibilitará um melhor desempenho da máquina como um todo. Sobre o i486SX O i486Sx foi lançado pela INTEL para fazer frente a concorrência acirrada do microprocessador Am386-40 de 40 Mhz da Advanced Micro Devices (AMD), mais veloz que o seu microprocessador mais rápido, o i386 33 Mhz. Deve-se entender o "SX" com uma versão desprovida de algo que sua versão completa, ou "full", ou ainda "DX", continha. O i486SX possui um barramento de dados de 32 bits, exatamente como o i486. Isto não aconteceu com o i386SX, o qual possui 16 bits para dados, 16 a menos que i386. Basicamente, o i486SX opera a uma taxa de relógio de 20 Mhz e possui uma unidade de ponto flutuante interna (como o i486), mas esta encontra-se desativada. Estes dois fatores levaram a uma diminuição no custo da pastilha de 60% em relação ao i486. O i486SX, mesmo a 20 Mhz segundo a INTEL, era 45% mais rápido que o i386 (33 Mhz), com um custo apenas 17 % superior. Já o i486 25 Mhz era 20% mais rápido que o i486SX (20 Mhz) e custava 270% mais caro (custo em março de 1992). Um quadro exibido pela revista Micro Sistemas em março de 1992 mostrava o seguinte:

CPU (clock) Custo (US$) MIPs Custo do MIP (US$)

i386 (33) 214 11,4 18,77 i486SX(20) 250 16,5 15,15

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i486 (25) 671 20,0 33,55 Sobre o i486 50 Mhz (i486/50 e i486DX2/50) Em junho de 1991 a INTEL lançou o i486 50 Mhz e somente em junho de 1992 a revista PC Magazine americana publicou testes de desempenho sobre as primeiras máquinas fabricadas com esta CPU. Antes desta CPU, a líder em desempenho da INTEL era o i486 33 Mhz. Segundo a citada revista, o i486/50 é 30% mais rápido que i486/33 a um custo (naquele ano) 10 a 20% maior. Uma observação importante é que máquinas equipadas com esta CPU definitivamente não eram baratas, mas a relação custo beneficio em relação ao i486/33 era atraente. Isto significou, em outras palavras, que se alguém estivesse disposto a pagar o preço de uma máquina 486/33, era melhor que o fizesse por uma i486/50, em função da melhor relação custo/benefício. Em março de 1992 a INTEL anunciou as chamadas pastilhas "Speed-Doubler". Tais pastilhas introduziram opções de preço e desempenho nos i486. Uma dessas opções, é o i486DX2/50 que opera internamente a 50 Mhz, mas comunica-se com os barramentos a 25 Mhz. Isto permite o projeto de sistemas baseados, externamente, no i486 25 Mhz, facilitando mais uma vez o dia-a-dia dos fabricantes de micro e minicomputadores. A segunda opção é a pastilha "full" i486DX/50. Esta pastilha é 30% mais rápida que a anterior. Em linhas gerais, pode-se dizer que para máquinas necessitando de uma atividade de Entrada/Saída intensa, como servidores de arquivos p.e., o i486DX2/50 não seria a primeira escolha. Já para máquinas "stand-alone" em ambientes de CAD/CAM esta seria uma boa escolha. O i486DX/50 contém basicamente a mesma lógica de processador que o i486DX/33, com coprocessador, 8 Kbytes de cache e 1,2 milhão de transistores, mas houve alguns refinamentos técnicos na parte de 50 Mhz, a qual usa um projeto de pastilha de três camadas e não de duas camadas como o i486DX/33. Sobre os i486DX2/66 e i486DX4/100 Em novembro de 1992, foram disponibilizadas comercialmente máquinas sob controle da pastilha i486DX2/66, ou seja, operando internamente a 66 Mhz e externamente a 33 Mhz. Testes preliminares revelaram que esta pastilha é 30% mais rápida que o i486DX/50. O i486DX4/100, possui um clock interno de 99 MHz, operando externamente a 33 MHz. Esta pastilha entrou e saiu rapidamente do mercado, dando lugar aos microprocessadores da classe Pentium. Algumas Observações: Os problemas relacionados a estes microprocessadores são a quantidade de calor desprendida, que precisa ser dissipada, e a emissão de sinais de alta frequência, podendo também sofrer interferências do meio ambiente, como é o caso das televisões que emitem sinais na faixa de 54 a 890 Mhz. A partir dos i486, os fabricantes iniciaram a utilização de ventiladores acoplados aos dissipadores, para reduzir os efeitos da alta temperatura. Também alguns gabinetes são comercializados com algum tipo de blindagem interna de modo a minimizar a influência das frequências externas. Com a crescente demanda do mercado por redes de computadores e, consequentemente, por equipamentos de gerenciamento e interconexão de tais redes, observou-se que as CPUs de pontes

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(“Bridges”), roteadores (Routers”), ponte-roteadores (“Brouters”) e passarelas (“Gateways”) frequentemente, são CPUs INTEL do tipo 286 e 386. Neste mercado, modelos mais sofisticados desses equipamentos frequentemente fazem uso de CPUs MOTOROLA e alguns até mesmo de processadores RISC.

2.5 - OS PENTIUM, PENTIUM MMX E PRO

2.5.1 - Diferenças de Arquitetura e Características Antes de iniciar as explicações sobre os Pentium MMX e PRO, é necessário mencionar os primeiros microprocessadores da classe Pentium, os simplesmente Pentium (núcleo P54C). Os Pentium Essencialmente, o Pentium consiste de dois processadores i486 em paralelo. Logo, mais instruções são processadas ao mesmo tempo, tipicamente, o dobro. Pode-se destacar algumas características importantes. Pipelines O microprocessador Pentium é construído em torno de 2 pipelines (ou Pipes) inteiros (U e V), paralelos, de propósito geral e 1 unidade com pipeline, de ponto flutuante. O pipe U é chamado de Principal e o pipe V é chamado de Secundário. O Pipe U possue algumas limitações sobre instruções que executa. Os dois Pipes tem cinco estágios cada um, como mostrado na figura 12. O Pentium pode buscar até 2 instruções por ciclo. Durante a execução de uma instrução, as próximas duas instruções são testadas. Se possível, a primeira é executada no Pipe U e a Segunda no Pipe V. Se não é possível, uma instrução é passada ao Pipe U e nenhuma instrução é passada ao Pipe V. O comportamento funcional das instruções nos dois Pipes é exatamente o mesmo de instruções executadas sequencialmente. Caches O Pentium possui um subsistema de cache interno com 2 conjuntos (um para instrução e outro para dados) de caches associativos de 8 Kbytes. Como o cache de dados é disposto em 8 bancos, este pode ser acessado simultaneamente por ambos os Pipes, desde que as referências sejam para bancos diferentes. Prebuscador de Instruções (“Instruction Prefetcher”) O, aqui chamado, Prebuscador de Instruções possui 4 buffers de 32 Bytes. No estágio PF, dois buffers de prebusca operam em conjunto com o buffer chamado BTB (“Branch Target Buffer “). Somente 1 dos buffers de prebusca requisita prebuscas em um dado tempo. Se uma instrução de salto é buscada, o BTB prevê se o salto ocorrerá ou não. Se o salto não vai ser executado tudo continua linearmente. Se é para ser executado, o outro buffer de prebusca é habilitado e inicia a prebusca como se o salto fosse executado. Se finalmente o salto não for realizado, os pipelines de instrução são limpos e a atividade de prebusca recomeça. Como o cache de instruções e dados são separados, prebuscas de instruções não conflitam com referências a dados para acesso ao cache.

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O Pentium emprega um esquema de previsão dinâmica de saltos (“Dynamic Branch Prediction”). Se a previsão é correta, não há penalidade na execução de uma instrução de salto. Se não é correta, as penalidades são as seguintes:

1. 3 ciclos, se o JUMP condicional foi no Pipe U; 2. 4 ciclos, se o JUMP condicional foi no Pipe V e 3. 3 ciclos em qualquer dos Pipes para CALLs e instruções de JUMP incondicional.

Figura 12 – Pipelines de Inteiros do Pentium Write Buffers O Pentium possui 2 buffers de escrita, um para cada Pipe (U ou V). A finalidade desses buffers é aumentar o desempenho de escritas consecutivas na memória. Esses buffers de 64 bits são carregados simultaneamente em um período de relógio. Escritas nesses buffers são enviadas para o barramento externo do processador. Tais operações de escrita acontecem sempre na ordem em que ocorrem. Não são possíveis leituras intermediárias.

Pipe U Pipe V

Prefetch(PF)

Estágio deDecodifi-cação 1(DS1)

Estágio deDecodifi-cação 2(DS2)

Estágio deDecodifi-cação 2(DS2)

Execução Execução

Writeback Writeback

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Unidade de Ponto Flutuante A Unidade de Ponto Flutuante do Pentium acrescenta um Pipeline de 3 estágios aos Pipes já mencionados (U e V). As instruções de ponto flutuante seguem normalmente pelo pipeline até o estágio E (Execução). Após este estágio, as instruções dispendem pelo menos um clock para cada um dos 3 estágios: X1, X2 e WF. A maioria das instruções de ponto flutuante tem um período de latência superior a um período de relógio. Entretanto, tal latência é escondida pela existência dos 3 estágios. Além disso, instruções com inteiros (e não de ponto flutuante) são tratadas durante este período de latência. A figura 13 exibe a integração dos Pipelines de Inteiros e Ponto Flutuante. Os 3 primeiros estágios do Pipe de Inteiros são desacoplados do Pipe de Ponto Flutuante. Os dois últimos são integrados.

Figura 13 – Integração dos Pipelines de Inteiros e de Ponto Flutuante do Pentium Os Pentium MMX Os microprocessadores Pentium com tecnologia chamada pela INTEL de MMX (algo como “Multimedia Extensions”) trouxeram quatro enriquecimentos básicos de projeto arquitetônico: 1. Arquitetura SIMD; 2. 4 novos tipos de dados. 3. 8 registradores MMX de 64 bits e 4. 57 novas instruções; Como a própria INTEL propagandeia, esta mudança na arquitetura do processador foi a mais importante desde o 80386, o qual extendeu a arquitetura de 16 para 32 bits e introduziu três modos de funcionamento (real, protegido e virtual). Como de fato se verificou, tais mudanças foram incorporadas a todas as gerações de processadores subsequentes da empresa. Segundo a INTEL, a definição desta tecnologia foi resultado de trabalho conjunto entre arquitetos de microprocessadores e desenvolvedores de software. Dentre os softwares analisados, incluiram-se Gráficos, Vídeo MPEG, Síntese de música, compressão de voz, reconhecimento de voz,

Prefetch(PF)

Estágio deDecodifi-cação 1(DS1)

Estágio deDecodifi-cação 2

(DS2)

Execução Writeback

X1 X2 WF

Estágios do Pipe de Ponto Flutuante desacoplados

Estágios Integrados dos Pipes

Pipeline de Inteiros somente

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processamento de imagens, jogos e vídeo-conferência. O núcleo deste processador foi chamado de P55C. Esta análise mostrou muitas características comuns entre as diversas categorias de software. Os atributos chave para estas aplicações foram:

• Tipos de dados pequenos e inteiros (por exemplo: pixel gráfico de 8 bits, amostras de áudio de 16 bits);

• Loops pequenos altamente repetitivos; • Multiplicações e acumulações frequentes; • Algoritmos de computação intensiva; • Operações altamente paralelas.

Assim, foi projetado um grupo de instruções novo, com instruções inteiras de propósito geral, visando a otimização do processamento de tais aplicações. Arquitetura SIMD (“Single Instruction Multiple Data”) Técnicas SIMD foram utilizadas de forma a permitir que múltiplas peças de informação pudessem ser processadas com uma única instrução, provendo um certo paralelismo, reduzindo loops de computação intensiva e, consequentemente, aumentando o desempenho de aplicações multimídia e de comunicações. Novos Tipos de Dados O tipo de dado principal da arquitetura MMX é um pacote inteiro de ponto fixo, onde múltiplas palavras inteiras são agrupadas em uma única quantidade de 64 bits. Estes pacotes são manipulados por registradores MMX de 64 bits. Como exemplo de benefício pode-se citar o pixel, geralmente representado em inteiros de 8 bits, ou bytes. 8 desses pixels podem ser “empacotados” em uma única quantidade de 64 bits e movidos para um registrador MMX. Uma instrução MMX ao ser executada, busca 8 pixels de uma só vez, faz as operações lógicas e aritméticas sobre os oito elementos e escreve o resultado em um outro registrador MMX. A figura 14 exibe os novos tipos de dados do Pentium MMX.

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Packet Byte (8 elementos de 8 bits)

Packet Word (4 elementos de 16 bits)

Packet Doubleword (2 elementos de 32 bits)

Quadword (1 elemento de 64 bits)

063

63 0

31 7

31

63 031

63 0

Figura 14 – Novos Tipos de Dados do Pentium MMX Registradores MMX A figura 15 exibe o layout dos oito novos registradores MMX

063

MM0

MM7

CampoTAG

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Figura 15 – Registradores MMX Novas Instruções As instruções MMX cobrem vários grupos funcionais, incluindo:

1. Operações aritméticas básicas; 2. Operações de comparação; 3. Instruções de conversão entre novos tipos de dados (“packets”) e de pequenos para

grandes tipos de dados; 4. Operações lógicas tais como: AND, OR, NOT e XOR; 5. Operações de Shift; 6. Instruções MOV para dados de 32 ou 64 bits;

As instruções lógicas e aritméticas são projetadas para suportar diferentes tipos de dados. Tais instruções possuem um código de operação para cada tipo de dado suportado. Como resultado, as novas instruções são implementadas com 57 códigos de operação. Um aspecto importante é que instruções MMX não são privilegiadas, podendo ser usadas em aplicações, codificadores/decodificadores, algoritmos e drivers.

Categoria Mnemônico Nr. De Códigos de Operação Diferentes

Descrição

PADD [B,W,D] 3 Add with wrap-around on [byte, word, doubleword]

PADDS [B,W] 2 Add signed with saturation on [byte, word]

PADDUS [B,W] 2 Add unsigned with saturation on [byte, word]

PSUB [B,W,D] 3 Subtract with wrap-around on [byte, word, doubleword]

PSUBS [B,W] 2 Subtract signed with saturation on [byte, word]

PSUBUS [B,W] 2 Subtract unsigned with saturation on [byte, word]

PMULHW 1 Packed multiply high on words PMULLW 1 Packed multiply low on words

Aritmética

PMADDWD 1 Packed multiply on words and add resulting pairs

PCMPEQ [B,W,D]

3 Packed compare for equality [byte, word, doubleword]

Comparação PCMPGT [B,W,D]

3 Packed compare greater than [byte, word, doubleword]

PACKUSWB 1 Pack words into bytes (unsigned with saturation)

PACKSS [WB,DW]

2 Pack [words into bytes, doublewords into words] (signed with saturation)

Conversão

PUNPCKH [BW,WD,DQ]

3 Unpack (interleave) high-order [bytes, words, doublewords] from MMXTM register

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PUNPCKL [BW,WD,DQ]

3 Unpack (interleave) low-order [bytes, words, doublewords] from MMX register

PAND 1 Bitwise AND PANDN 1 Bitwise AND NOT POR 1 Bitwise OR

Lógicas

PXOR 1 Bitwise XOR PSLL [W,D,Q] 6 Packed shift left logical [word,

doubleword, quadword] by amount specified in MMX register or by immediate value

PSRL [W,D,Q] 6 Packed shift right logical [word, doubleword, quadword] by amount specified in MMX register or by immediate value

Shift

PSRA [W,D] 6 Packed shift right arithmetic [word, doubleword] by amount specified in MMX register or by immediate value

Transferência de Dados

MOV [D,Q] 4 Move [doubleword, quadword] to MMX register or from MMX register

Gerenciamen-to de Estado MMX e Ponto

Flutuante

EMMS 1 Empty MMX state

Pipeline Superescalar Os Pentium MMX adicionam mais estágios ao pipeline. A integração do Pipe MMX com o Pipe de inteiros é muito similar a do Pipe de Ponto Flutuante. A Figura 16 mostra esta estrutura de pipeline. Os Pentium MMX adicionam um estágio de pipeline inteiro. Os bytes de instrução são prebuscados do cache de código no estágio de prebusca PF e passados ao estágio de busca F. Quaisquer prefixos são decodificados no estágio F.

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MR/W Mex WM/M2 M3 WMul

PF F DS1 DS2 E WB

E1 E2

E1 E2 E3

Estágios do Pipe de MMX desacoplados

Estágios Integrados dos Pipes

Pipeline de Inteiros somente

Figura 16 – Estrutura Pipeline MMX

O estágio F é desacoplado da decodificação de instruções por meio de um buffer FIFO (“First In, First Out”), o qual está situado entre os estágios F e D1 (“Decode 1”). Esta FIFO mantém até 4 instruções. A cada período de relógio, 2 instruções são colocadas nesta FIFO. Pares de instrução são colocados para fora de F e dentro de D1. Uma vez que a taxa média de execução de instruções é menos que duas por clock, a FIFO está normalmente cheia. Quando a FIFO está cheia, esta deve “bufferizar” qualquer “freio” que pode ocorrer durante a busca de instrução. Esta FIFO previne, o estágio de Execução do pipe, de um “freio” na execução de instruções. Exemplos de Instruções MMX Para ilustração, o tipo de dado será uma palavra de 16 bits (word), contudo a maioria das operações pode ser realizada para 8 e 32 bits. A figura 17 mostra uma operação de adição (PADD[W] - “Add with wrap-around on [word]”). São realizadas 4 adições de 8 elementos de 16 bits. Cada uma independente da outra e em paralelo. Neste caso, o resultado mais à direta excede o valor máximo representável em 16 bits e o 17º bit é perdido.

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Figura 17 – Instrução PADD[W] A figura 18 mostra uma outra operação de adição (PADDUS[W] - “Add unsigned with saturation on [word]”). Neste caso, uma saturação ocorre. Saturação significa que se a adição resulta em “overflow” ou a subtração em “underflow”, o resultado é alterado para o maior ou para o menor valor representável, respectivamente. Para uma operação sem sinal, com uma palavra de 16 bits, o maior e o menor valor são: FFFFh e 0000h. Isto é importante para cálculos de pixels, onde a perda do 17º bit poderia causar um pixel preto logo após um pixel branco em um gráfico 3D.

Figura 18 – Instrução PADDUS[W] Os novos games 3D manipulam objetos 3D. Estas computações, tipicamente, são baseadas em matrizes 4 x 4, as quais são multiplicadas por 4 vetores várias vezes. O vetor possui a informação de X, Y, Z e a correção de perspectiva para cada pixel. A matriz 4 x 4 é usada para girar, escalonar, translacionar e atualizar a informação de correção das perspectiva para cada pixel. Esta matriz é aplicada a muitos vetores. A figura 19 mostra esses cálculos e o que faz a instrução PMADD.

a3 a2 a1 FFFF

b3 b2 b1 8000

a3+b3 a2+b2 a1+b1 7FFF

+ + + +

a3 a2 a1 FFFF

b3 b2 b1 8000

a3+b3 a2+b2 a1+b1 FFFF

+ + + +

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Figura 19 – Instrução PMADD Os Pentium PRO Diferentemente dos 5 estágios do Pentium. O Pentium PRO possui um pipeline de 12 estágios, desacoplado. Isto lhe confere um desempenho 33% superior ao Pentium comum. Sua microarquitetura superescalar torna possível a execução de 2 instruções por clock. A figura 20 detalha este pipeline. O Pipeline do Processador Pentium PRO possui 3 unidades que se comunicam através de um Pool de Instruções: A Unidade de Busca/Decodificação (ou “Front-End”), a Unidade de Despacho/Execução (ou “Core”) e a Unidade de Retiro (ou “Retire”). A figura 21 exibe a ligação entre estas unidades.

Figura 20 – Pipeline do Pentium PRO

=

a0 a1 a2 a3

b0 b1 b2 b3

c0 c1 c2 c3

d0 d1 d2 d3

x'

y'

z'

w'

x

y

z

1

x = a0.x + a1.y + a2.z + a3

TranslaçãoGiro e Escala

Perspectiva

BTB0

BTB1

IFU0 IFU1 IFU2 ID0 ID1 RAT ROBRd

RS

Port2

Port0 Port

1

ROBWb

RRF

Port3

Port4

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Figura 21 – As 3 unidades do Pentium PRO A Unidade de Busca/Decodificação possue como entrada o conjunto de instruções de programa de usuário armazenado no cache de instruções L1 (interno). Tal unidade decodifica este conjunto em uma série de microperações que representam o fluxo de dados daquele conjunto. A Unidade de Despacho/Execução aceita o fluxo de dados, esquematiza a execução das microperações sujeitas a dependência de dados e disponibilidade de recursos. Em seguida, armazena o resultado dessas execuções especulativas. A Unidade de Retiro conhece como e quando confirmar do resultado especulativo temporário para um estado arquitetural permanente. A Unidade de Interface de Barramento responsável pela conexão das 3 unidades internas ao mundo real. Esta unidade comunica-se diretamente com o cache L2 (externo), suportando até 4 acessos concorrentes ao cache. A figura 22 ilustra mais detalhadamente estes aspectos.

Unidade deBusca/

Decodifica-ção

Unidade deDespacho/Execução

Unidade deRetiro

Pool deInstruções

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Figura 22 – A Interface das 3 unidades com a memória usando Caches Unificados de 8K/8K do Pentium PRO

Execução Dinâmica de Instruções Execução Dinâmica, segundo a INTEL, é a combinação única de 3 técnicas de processamento:

• Predição de Múltiplos Saltos. Inicialmente o processador “olha” múltiplos passos atrás no

software e prediz quais saltos ou grupos de instruções, provavelmente, serão processadas;

• Análise do Fluxo de Dados. Em seguida, analisa quais instruções são dependentes do resultado

ou dados de outras instruções, para criar uma sequência otimizada de instruções;

Unidade deBusca/

Decodifica-ção

Unidade deDespacho/Execução

Unidade deRetiro

Pool deInstruções

Cache de Dados L1Cache deInstruções L1

Unidade de Interface de Barramento

Cache L2Barramentode Sistema

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• Execução Especulativa. As instruções são então “puxadas” especulativamente, com base no

esquema otimizado.

Arquitetura Superscalar Arquitetura Superscalar é uma microarquitetura capaz de sinmultaneamente buscar, decodificar e executar múltiplas operações inteiras por período de relógio. Tipicamente o Pentium PRO “percebe” entre 20 e 30 instruções na frente do IP (“Instruction Pointer”). Suporte a Múltiplos Processadores O barramento externo do Pentium PRO foi otimizado para suportar de 1 a 4 CPUs. A figura 23 ilustra este fato.

Figura 23 – Esquema de Multiprocessamento do Pentium PRO

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2.5.2 – Benchmarks

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2.6 - OS PENTIUM II

2.6.1 - Arquitetura e Características

O Pentium II vem evoluindo continuamente, de acordo com os novos desenvolvimentos ou opções da INTEL. Trataremos aqui da arquitetura inicial deste processador, cujo codinome ainda é “Klamath”. A característica principal do Pentium II foi a incorporação da tecnologia MMX às Unidades de Execução do processador Pentium PRO. Sendo assim, tornou-se recomendável tanto para servidores, quanto para desktops. São discriminadas a seguir as principais características do Pentium II. • Cache interno L1 32 Kbytes (16 K para instruções + 16 K para dados). Cache duas vezes maior

que o do Pentium PRO; • Cache externo L2 é de 512 Kbytes em ½ velocidade (“half speed”), fazendo parte do cartucho de

metal e plástico que inclui o núcleo da CPU; • Tecnologia de Processo de fabricação CMOS de 0,35 microns. A versão de 333 MHz usa o

processo de 0,25 microns; • Encapsulamento em cartucho SEC (“Single-Edge Contact”) de 242 pinos, diferentemente do

Pentium PRO, o qual usava soquete ZIF (“Zero Force Insertion”); • Suas primeiras versões, com arquitetura idêntica, operam nas velocidades de 233, 266, 300 e

333 MHz. Versões a 350 e 400 MHz, trazem ligeiras diferenças; • Opera na velocidade interna de 66 MHz FSB (“Front-Side Bus”), exatamente como o Pentium

PRO; • Possui 5 unidades de execução, como no Pentium PRO; • Alimentação de 2,8 Volts; • Endereçamento físico de até 64 Gigabytes; • 7,5 milhões de transistores integrados; • Suporte para até 2 processadores em uma placa, permitindo o multiprocessamento simétrico

(“SMP”); • Segundo a INTEL, sua arquitetura foi otimizada para aplicações de 32 bits; • Usa a interface de barramento chamada SLOT 1, diferentemente do Socket 7 do Pentium MMX.

A interface SLOT 1 deverá ainda ser usada até o início do ano 2000 em versões mais avançadas deste processador, tais como o Katmai 450 e 500 MHZ e o Coppermine 533 a 6xx MHz;

2.6.2 - Benchmarks

A Figura 24 apresenta o iCOMP 2.0 (Benmchmark Multimídia da INTEL) para várias versões do Pentium II, excluindo-se a versão de 333 MHz. Em seguida é exibida na Figura 25, uma CPU Pentium II na presença de uma interface de aceleração gráfica AGP (“Advanced Graphics Port”).

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Figura 24 – Desempenho do Pentium II Relativo ao Pentium MMX e PRO

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Figura 25 – Benchmarks de processadores INTEL, AMD e CYRIX Fonte: www.tomshardware.com

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2.6.3 – Implicações no Desempenho de Desktops e Servidores de Rede

Obs.: Transparências mostradas em sala de aula

2.7 – Últimos Microprocessadores da INTEL Pode-se identificar 3 linhas ligeiramente diferentes de processadores da INTEL: 1. Pentium II passando a Pentium III 2. Celeron e 3. Itanium (antigo codnome Merced) 4. Próximas CPUs: McKinley, Madison, Deerfield, ... Linha Pentium II 1. Pentium II - KLAMATH

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• KLAMATH – Antigo codinome da primeira versão do Pentium II; • 512 KB de Cache L2 a ½ velocidade nas versões de 266 a 300 MHz; • Arquitetura P6 (mais evoluída do que a do Pentium PRO – P55C); • Processo de fabricação CMOS de 0,35 microns (igual ao do Pentium PRO); • 66 MHz FSB (“Front-Side Bus”).

2. Pentium II - DESCHUTES • Segunda versão do Pentium II; • 512 KB de Cache L2 a ½ velocidade na versão de 333 MHz; • Arquitetura P6; • Processo de fabricação CMOS de 0,25 microns; • 100 MHz FSB (“Front-Side Bus”) nas versões de 350 e 400 MHz. 3. Pentium III (codnome Katmai) • Terceira versão do Pentium II; • Conjunto de Instruções com 70 novas instruções MMX2 ou KNI (“Katmai New Instructions”); • Registradores de 128 bits; • 512 K de cache nível 2; • Arquitetura P6; • Suporte a DirectX 6.1; • Barramento do sistema de 100 e 133 MHz FSB; • Versões de 450, 500, 533, 550, 600, 650, 677, 700, 750, 733, 750, 800, 850, 866 e 1000 MHz. 4. Pentium III - COPPERMINE • Versão menor do KATMAI; • Processo de fabricação CMOS de 0,18 microns; • Conjunto de Instruções MMX2 ou KNI (“Katmai New Instructions”); • 256 KB de Cache L2 na velocidade do Clock e dentro da pastilha (on die); • Arquitetura P6; • Caminho de dados de 256 bits (mais do que os 64 bits dos Pentium II e III anteriores); • 100 MHz FSB nas versões de 450 e 500 MHz. 5. Pentium II - XEON • Núcleo do DESCHUTES; • Processo de fabricação CMOS de 0,25 microns; • 512 KB ou 1 MB de Cache L2, “full speed” (operando na mesma velocidade do núcleo), fora da

pastilha, em 400 MHz; • 100 MHz FSB em SDRAM; • Arquitetura Dual, P6; • 4 GB de RAM Principal e 64 GB de RAM endereçável. 6. Pentium III Xeon (Tanner) – 500 e 550 MHz) • Pentium II Xeon com KNI; • Suporte a operação com até 8 processadores; • Encapsulamento SECC (Single Edge Contact Cartridge); • 512 KB/1 MB/2 MB (500 MHz) e 512 KB (550 MHz) de cache em CSRAM L2, “full speed”, fora

da pastilha; • 32 KB (16 K para dados + 16 K para instruções) de cache nível 1;

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• 100 MHz FSB, indo para 133 MHz FSB; 7. Pentium II - CASCADES • Versão Menor do Tanner; • Processo de fabricação CMOS de 0,18 microns; • 256 KB de Cache L2, “full speed”, dentro da pastilha (“on-die”); • 133 MHz FSB; • Clock maior do que 600 MHz. Linha CELERON 1. CELERON (versão sem cache) • Núcleo do DESCHUTES em 0,25 microns; • Sem Cache L2; • Arquitetura P6 (do Pentium PRO); • Interface em SLOT 1 (encapsulamento do Pentium II); • 66 MHz FSB; • Descontinuado em 1999. 2. CELERON (codnome Mendocino) (versão com 128 K da cache) • Nova versão do CELERON; • Encapsulamento PPGA de 370 pinos (Plastic Pin Grid Array); • Versões de 400 e 433 MHz em encapsulamento SEPP de 242 contactos (Single Edge

Processor Package) • 128 KB de Cache L2 dentro da pastilha (“on-die”); • 32 KB (16 K para dados + 16 K para instruções) de cache nível 1; • Arquitetura P6 (do Pentium Pro) • Barramento de sistema de 66 MHz FSB; • Versões de 400, 433, 466, 500 e 533 MHz; • Interface Slot 1 deverá ser abandonada, passando a slot 2; ITANIUM (codnome Merced) • Lançamento previsto para o ano 2000; • Usará Interface SLOT M (nova); • EPIC (“Explicit Parallel Instruction Computing”); • 128 registradores de Inteiros; • 128 registradores de Ponto Flutuante; • Múltiplas Unidades de Inteiros e de Ponto Flutuante; • Arquitetura de 64 bits (precisará de sistema operacional de 64 bits); • Frequência de Relógio provável de 1 Ghertz; • Mais de 30 milhões de transistores integrados; • Processo de fabricação de 0,18 ou 0,13 microns.

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CAPÍTULO 3: CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SISTEMAS DE BARRAMENTOS

3.1 – OS BARRAMENTOS PRINCIPAIS ISA, EISA E MCA Os barramentos ISA 8 bits e ISA 16 bits foram os barramentos utilizados pelos primeiros microcomputadores realmente populares do mercado. A sigla ISA significa “Industry Standard Architecture”. Os famosos PCs XT utilizavam o ISA 8 bits, que suportava placas de expansão contendo um único pente. Já o ISA 16 bits suporta placas de expansão contendo dois pentes separados por uma ranhura. Este barramento é também conhecido no jargão técnico como “AT”. Os famosos XTs baseava-se em CPUs 8088 ou 8086. Já os PCs AT baseavam-se em CPUs 80286, 80386 e até i486. Na arquitetura ISA, a comunicação com os periféricos é gerenciada pelo microprocessador e realizada através de canais de E/S. As transferências se davam de 16 em 16 bits (tamanho do barramento de dados) a uma frequência de apenas 8 MHz, mesmo na presença de um processador mais rápido, como por exemplo, o 486DX4/100. Isto se tornou um problema com o aumento da velocidade dos microprocessadores. A taxa de transferência fica restrita a 1 MBytes/segundo. Surgiram então novas propostas de barramento principal para os microcomputadores do mercado, entre as quais as propostas EISA e MCA. O Barramento EISA ("Extended Industry Standard Architecture") de 32 bits foi um produto resultante da formação de um consórcio composto de fabricantes de "clones" ("Gang of Nine") ou a Gang dos Nove, nominalmente: Wyse, AST Research, Tandy, Compaq, Hewlett-Packard, Zenith, Olivetti, NEC e Epson, mnemonicamente chamado, "WATCHZONE". O argumento desses fabricantes era o de que sempre procuraram oferecer aos seus usuários produtos de mais baixo custo e com ampla disponibilidade de placas de expansão, qualidades que na época (e nem hoje) não eram (não são) encontradas na opção pelo barramento MCA. Para que o barramento EISA fosse compatível com a maioria das placas (ISA 8 e ISA 16) já disponíveis no mercado, os conectores da placa mãe (onde se encaixam as placas de expansão) dos microcomputadores foram mudados para conectores EISA/ISA. Ou seja, tanto placas ISA de 8 ou 16 bits, quanto placas EISA podiam e podem ser inseridas nos slots do sistema. O artifício consistiu de dotar o conector de duas linhas de contactos, uma ISA e outra EISA. Placas ISA penetram até a metade do conector fazendo uso da primeira linha de contatos (compatível ISA 8 e 16 bits). Placas EISA penetram completamente no conector fazendo uso da segunda linha de contatos (compatível EISA). A profundidade de penetração das placas é determinada pelo número de ranhuras das placas. No caso das placas ISA existe somente uma única ranhura e no das placas EISA existem 6 ranhuras (uma ranhura maior e cinco menores). Assim, a profundidade dos contatos do pente das placas de expansão EISA passa dos atuais 0,79 cm para 1,32 cm. O Barramento MCA ("Micro Channel Architecture"), também de 32 bits, embora tenha havido uma versão de 16 bits, foi o padrão de barramento adotado pela IBM para os slots de um micro ou supermicrocomputador, o qual era incompatível com os barramentos ISA (8 bits e 16 bits). Mesmo com a decisão da IBM de abrir o projeto de seu barramento para outros fabricantes de placas de expansão, o padrão ISA/EISA fez parte da maioria dos sistemas 486 disponíveis no mercado americano e brasileiro da época. Segundo artigo da revista BYTE americana de novembro de 1989, o barramento EISA permite a taxa de transferência máxima de 33 Megabytes/segundo, enquanto no barramento MCA 16 bits esta taxa

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cai para 20 MBytes/segundo. Ainda segundo a mesma revista, as placas EISA são mais baratas e de fabricação mais fácil. Matérias na revista PC Magazine Brasil de agosto de 1992 apontavam o desempenho de 40 Mbytes/segundo para o barramento MCA de 32 bits numa frequência de relógio da ordem de 10 MHz, diferentemente dos 8,0 Mhz utilizados nos ISA e EISA).

3.2 – OS BARRAMENTOS LOCAIS SECUNDÁRIOS VESA, PCI E AGP Independentemente dos barramentos principais, surgiram no mercado, no início da década de 90, máquinas fazem uso de um barramento local ("Local Bus"), ou seja, máquinas que implementam uma conexão direta entre a CPU e a parte de I/O. Assim, o tráfego de dados da CPU para os periféricos fica na velocidade da CPU, atingindo um desempenho de até 200 MegaBytes/segundo. O Barramento VESA A Video Electronics Standards Association – VESA - baseada na idéia de que as interfaces de vídeo integradas à placa-mãe eram uma limitação às rápidas atualizações que surgiam a todo momento no mercado de vídeo, lançou um padrão de conexão para placas de vídeo. A associação já existia antes do advento do barramento local e cuidava de padrões de arquitetura e compatibilidade de projetos relacionados a vídeo de alta performance. Assim, em 1992, foi elaborado um projeto de barramento de 32 bits, direcionado originalmente às interfaces de vídeo. O padrão VL-Bus, como ficou conhecido, teve aceitação imediata, não só pelas definições de vídeo como também por sua arquitetura aberta, que permitia a implementação de outros tipos de interfaces de barramento local, como de discos e redes. O VESA Local Bus veio introduzir o conceito de barramento próprio, interligado diretamente à CPU. Operando em 32 bits e na mesma frequência do processador principal o barramento VESA consegue taxas de transferências de até 132 MB/s, mas somente no modo rajada (“Burst”). Basicamente, o barramento VESA duplica os sinais do 486, o que reduz o custo do projeto das placas-mães e melhora sensivelmente o desempenho em relação ao barramento ISA. Uma das limitações deste barramento é quanto à frequência e número de conectores, ou placas a ele conectadas. Isto ocorre por estar ligado diretamente ao barramento do processador e operar em frequências muito altas. Assim, o número de periféricos conectados é de no máximo três. Os projetistas podem acrescentar mais conectores, além do número máximo recomendado pela associação, mas fazendo isto sacrificariam a velocidade do barramento. O VL-Bus, da VESA, desenvolveu uma maneira de acelerar gráficos, descarregando-os do barramento ISA, mais lento. Antes da adoção do padrão VESA, foram desenvolvidos alguns barramentos locais proprietários, que davam poucas opções aos usuários, pois seus conectores não eram padronizados. Com a nova versão 2.0, o VESA VL-BUS soluciona muitas das limitações do seu antecessor. O barramento pode operar a 50 MHz, possuindo um caminho de dados de 64 bits, ao invés de 16 ou 32. A VESA produziu um procedimento para testes de compatibilidade e conformidade para adaptadores. Com isto, os fabricantes de placa podiam colocar um logotipo "compatível com VESA" na caixa. A maioria das empresas nacionais suportavam o padrão VL-Bus. Este não somente foi, em sua época, o mais difundido, como era o padrão para o qual havia o maior número de placas de expansão do mercado. O Barramento PCI O Barramento PCI (Peripheral Component Interconnect), outra arquitetura com barramento local, foi criado pela Intel logo após o VESA. O Local Bus PCI veio aperfeiçoar o conceito VESA, introduzindo um controlador de periféricos padronizado e definindo uma frequência fixa de operação em 33 MHz.

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O resultado foi um barramento mais barato que o EISA e MCA, embora um pouco mais caro que o VESA. A diferença básica entre o PCI e o VL-Bus está no projeto. Mais moderno e com capacidade para suportar futuras alterações no hardware dos PCs, o PCI reúne características que o tornaram mais atraente e mais enxuto que o VESA. Além de ter sido projetado prevendo ambientes com múltiplos processadores, o PCI define o uso de componentes multimídia no barramento local. O bus mastering também é suportado, junto com uma linguagem própria de controle de barramento. Segundo a Intel, placas desenhadas para serem usadas em barramento PCI funcionam em qualquer máquina, seja ISA, EISA ou MCA. Outra característica existente nas especificações do PCI e ausente do VESA é a facilidade de configuração. As placas PCI são autoconfiguráveis, dispensando ajustes por jumpers ou chaves DIP. Para isso, porém, todas as placas precisam ter 256 registradores, para armazenamento de informações, dispostos de uma certa maneira para assegurar a compatibilidade entre diversos computadores. O PCI tem como características o barramento assíncrono e a arquitetura multiplexada, possui uma largura de barramento de 32 ou 64 bits, o que o torna mais apropriado para processadores baseados no chip Pentium. É um barramento do tipo mezzanino, significando que ele é independente do barramento do processador. Além disso, a especificação do PCI é mais precisa do que a do VESA e isto já resultou em incompatibilidades em adaptadores VESA. Finalmente, o PCI não é dedicado a um processador INTEL x86, mas também pode ser usado por processadores Motorola. O PCI supera, atualmente, tudo o que existe em máteria de barramento de comunicação, apresentando taxas de transferência de dados na ordem de 132 MB/s em 32 bits e de até 264 MB/s em 64 bits. Em relação ao número de slots de expansão, o PCI permite o controle de até 10 dispositivos auto-configuráveis de alto desempenho. Na comunicação de vídeo, o PCI supera todas as expectativas, apresentando uma performance 3 vezes superior a uma VGA ISA e 3 vezes a de uma VGA-VESA. Os dois barramentos locais descritos têm praticamente a mesma velocidade em 32 bits, atingindo picos de desempenho de 132 MB/s, mas este número pode variar muito, se forem considerados os estados de espera e as operações do modo burst. A tabela 1 procura relacionar as várias velocidades envolvidas nos barramentos mencionados. A Tabela 2 exibe não só a limitação de 33 MHz do barramento PCI, como a relação entre a velocidade da máquina e o CHIPSET da mesma.

Barramento Relógio Placa-

Mãe (MHz) Velocidade no

Barramento de Dados (MHz)

Tamanho do Barramento de

Dados (bits)

Velocidade no Barramento (Mbytes/s)

ISA 8 8 8 8 8 ISA 16 8 8 16 16 ISA 16 8 33 32 MCA 16 10 16 20 MCA 32 32 40 EISA 32 33 PCI 32 25 PCI 32 30 PCI 32 33 32 132

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PCI 64 64 264

Tabela 1 - Desempenho de Barramentos da Placa-Mãe

CPU CLK da

Placa-Mãe (MHz)

CLK x CLKIN da CPU (MHz)

Chip Set (CK/2)

Velocidade no Barramento de Dados (Mbps)

Velocidade Placa de

Vídeo (Mbps) P60 60 1 60 30 30 15 P66 66 1 66 33 33 16,5 P75 50 1,5 75 25 25 12,5 P90 60 1,5 90 30 30 15 P100 66 1,5 99 33 33 16,5 P120 60 2 120 30 30 15 P133 66 2 132 33 33 16,5 P150 60 2,5 150 30 30 15 P166 66 2,5 165 33 33 16,5 P200 66 3 198 33 33 16,5 6X86-120 50 2 100 25 25 12,5 6X86-133 55 2 110 ? ? ? 6X86-150 60 2 120 30 30 15 6X86-166 66 2 132 33 33 16,5 6X86-200 66 3 198 33 33 16,5 K6-166 66 2,5 165 33 33 16,5 K6-200 66 3 198 33 33 16,5 K6-233 66 3,5 231 33 33 16,5 PPRO 180 60 3 180 30 30 15 PPRO 200 66 3 198 33 33 16,5 PMMX 166 66 2,5 165 33 33 16,5 PMMX 200 66 3 198 33 33 16,5 PMMX 233 66 3,5 231 33 33 16,5 PII 233 66 3,5 231 33 33 16,5 PII 266 66 4 264 33 33 16,5 PII 300 66 4,5 297 33 33 16,5

A arquitetura P54C (Pentium Clássicos - de 60 a 200 MHz) suporta os multiplicadores de 1,5 a 3

A arquitetura P55C (Pentium PRO - de 180 a 200 MHz) possui os multiplicadores de 2,5 a 4

A arquitetura P6 (Pentium II - de 233 a 333 MHz) possui os multiplicadores de 3,5 a 5

Tabela 2 - Desempenho do Barramentos de Dados O Barramento AGP O Barramento AGP (“Accelerated Graphics Port”) é uma nova plataforma de especificação de barramento direcionada para capacidades gráficas de alto desempenho, em particular, gráficos 3D. Tais aplicações requerem grande área armazenamento de informações a fim de que a imagem 3D do monitor possa ser “refrescada” ou atualizada o mais rápido possível.

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A interface AGP é promovida pelo A.G.P. Implementors Forum, o qual provê suporte e facilidades na adoção da especificação. Fazem parte deste Forum vários fabricantes de PCs, assim como fabricantes de componentes gráficos. Esta interface, como é conhecida, adiciona novas características às placas aceleradoras gráficas, tais como: acesso em pipeline dedicado à memória principal e taxas de transferência mais rápidas. Esta interface não é concorrente do barramento PCI, pois foi projetada pela INTEL especialmente para uso dedicado por controladores gráficos e não para substituir o PCI. Este permanece um padrão para um sistema de barramento de I/O, de uma maneira mais geral. A interface AGP foi projetada para componentes gráficos ponto-a-ponto e é fisicamente separada do barramento PCI, usando um conector separado. A AGP permite alocação dinâmica da memória principal, tornando-a mais flexível. Esta interface está incorporada à maioria das placas-mães de hoje baseadas no processador Pentium II. A figura 26 mostra um diagrama de blocos da interface AGP, na presença dos componentes da placa-mãe.

Figura 26 – A Interface AGP A Figura 27 (fonte: www.tomshardware.com/agp.html#AGP - Some Critical Thoughts) procura exibir as taxas de transferência envolvidas no barramento AGP.

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No artigo mencionado, o autor procura demonstrar que o pico teórico para o AGP é de 528 MBytes/s (8 x 66 Mbits/segundo), pois a atual limitação do transporte de dados da CPU para a memória principal está em 66 MHz do Clock do barramento: “Therefore AGP will never be able to get a throughput of 528 MB/s, since this is the whole bandwidth of main memory and thus it has to be shared with CPU and others” . E mais, esta taxa somente é válida com o uso de memórias SDRAM, pois em memórias do tipo EDO é consideravelmente mais lenta. O autor explica que o que o AGP realmente necessita é que o barramento principal das máquinas suba para 100 MHz (chegando atualmente ao mercado), quando então o pico teórico seria de 800 Mbytes/s. Existem propostas concorrentes do AGP da INTEL, as quais colocam nas placas gráficas a memória necessária ao refrescamento do vídeo e não usam a memória principal do sistema que é compartilhada por todos os outros periféricos. A INTEL raciocina que isto pode resultar em um custo mais elevado do que proposta AGP, em função do alto custo das memórias.

Figura 27 – Desempenho da Interface AGP A figura 28 exibe um benchmark entre uma placa gráfica com barramento PCI e uma com barramento AGP. Enfatiza-se que os barramentos, como mencionado anteriormente, não são comparáveis, uma vez que se destinam a diferentes objetivos. Notar que em resoluções normais, 640x480 pixels, não há praticamente diferença de desempenho entre as duas placas testadas.

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Figura 28 – Benchmark entre duas placas gráficas – AGP e PCI O propósito de um barramento de expansão é prover um caminho para usuários adicionarem dispositivos de hardware (placas em slots) em um PC, usando conectores padronizados. O que difere uma proposta de outra são vários aspectos. A Tabela 3 compara os atributos do sistema para os barramentos ISA 8 bits e ISA 16 bits.

Atributo do Sistema PC ou XT PC AT Clássico

Processador 8088/8086 286 e maior Modos da CPU Real Real/Protegido Slot de Expansão 8 bits 16 bits Tipo de slot ISA 8 bits ISA 16 bits Interrupções 8 + NMI 16 + NMI Canais de DMA 4 8 RAM máxima 1 MB 16 MB Controlador Disco Flexível 360 KB / 720 KB 1.2 MB / 1.44 MB

Tabela 3 – Barramentos ISA 8 bits e 16 bits Com o avanço tecnológico e o surgimento do INTEL 80386, com um barramento de dados de 32 bits, a paz nas indústrias terminou e, como já mencionado, surgiu uma briga entre o MCA da IBM e o EISA da Gang dos Nove, vencida pelo EISA em termos mercadológicos. A Tabela 4 exibe uma comparação entre o EISA e o ISA 16 bits.

Atributo do Sistema ISA 16 bits EISA

Capacidade de Memória 16 MB 4 GB Largura do Bus de Dados 16 bits 32 bits Faixa de DMA 16 MB 4 GB Caminho de dados do DMA 8/16 bits 8/16/32 bits Máxima Taxa de DMA 2 Mbytes/s 33 Mbytes/s Arbitração de Barramento Única 6 Bus Masters Caminho de dados do Bus Master

16 16/32

Clock Síncrono 8.33 MHz 8.33 MHz

Tabela 4 – ISA 16 bits e EISA Para finalizar este capítulo, vale ressaltar alguns aspectos do barramento PCI. O PCI é considerado um barramento “mezzanino”, ou seja, nem ligado diretamente à CPU, nem ligado diretamente aos dispositivos de I/O. É divorciado da CPU, dando a esta alguma independência e a abilidade de competir com mais dispositivos. É multiplexado no tempo, significando que linhas de endereços e linhas de dados compartilham conexões. Possui um modo de rajada próprio, o qual

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permite que um ciclo de endereço pode ser seguido por tantos ciclos de dados quanto o overhead do sistema permitir. A 33 MHz pode transferir 32 bits por período de relógio, implicando numa taxa de 132 MBytes/s (4 bytes x 33 Mbits/s). A especificação 2.1 do PCI inclui um barramento de 64 bits a 66 MHz, implicando em uma taxa teórica máxima de 528 MBytes/s (8 bytes x 66 Mbits/s), conforme exibido na Figura 27.

3.3 – OS BARRAMENTOS SECUNDÁRIOS IDE E ENHANCED IDE Atualmente há dois tipos de barramentos, ditos aqui, secundários: O EIDE (“Enhanced Integrated Drive Eletronics”) e o SCSI (“Small Computer System Interface”). Nesta seção trataremos destes dois tipos. Na literatura técnica, normalmente este barramento é chamado de interface. Portanto, a partir deste momento usaremos os dois termos indistintamente. A interface IDE Esta interface se tornou padrão de mercado durante muitos anos por dois bons motivos: a facilidade de uso e o baixo custo. Desenvolvida pela Western Digital e pela Compaq, foi uma evolução natural da interface de disco original do IBM AT - a ST 506 - apresentada em 1984. As controladoras IDE (e não EIDE) não possuiam ROM na placa, pois os sistemas IBM PC AT e compatíveis dispunham de rotinas internas da BIOS para suportar este padrão de disco rígido. As controladoras IDE usam endereços de portas I/O de 1F0 a 1F7 para os registradores de controle e IRQ14 para o atendimento às interrupções. A antiga controladora IDE continha um pequeno cache de disco, que variava de 32 a 512 KB, o qual proporcionava um ganho de desempenho. Os discos IDE possuem a controladora integrada no próprio disco. A controladora é conectada ao barramento do sistema usando um único cabo de fita achatada. Ele é acoplado a um conector de 40 pinos na placa-mãe ou numa placa adaptadora separada. A placa é simplesmente uma interface para o barramento do sistema PC. Uma de suas características populares é a transparência. Não é necessário um driver especial para um disco IDE, pois este é definido e suportado na BIOS do sistema e na própria interface IDE. As desvantagens principais da interface IDE são: a limitação no tamanho dos discos que podem ser acoplados e nas taxas de transferência de dados que podem ser alcançadas. A capacidade dos drives IDE é restringida não pela BIOS ou pela interface individualmente, mas pela combinação das duas. Tanto a BIOS do PC padrão, quanto a interface IDE suportam drives de grande capacidade. Entretanto, quando combinadas, não conseguem suportar drives acima de 528 MB, devido aos diferentes números de bits que cada uma reserva para definir as diferentes características: cilindros, cabeças e setores por trilha - de um drive. A taxa de transferência de uma unidade IDE está limitada ao máximo de 5 MBytes/s, num barramento ISA. Uma placa IDE controlava no máximo dois discos rígidos e dois acionadores de discos flexíveis. A Interface EIDE O barramento IDE possui atualmente uma versão mais avançada, chamada de EIDE (“Enhanced IDE”), com melhor desempenho, mais recursos, suportando até 4 drives de (dois canais) dispositvos conectados ao barramento, incluindo CD-ROMs e melhor aproveitamento do barramento local, seja VESA ou PCI. Os discos do antigo padrão IDE tinham no máximo 528 MB e velocidade máxima de 5 MBytes/s, enquanto os EIDE chegam até 8,4 GB, tamanho máximo de disco e arquivo reconhecido pelo Windows NT, por exemplo. A velocidade máxima atingida por esses discos é 13,3 MBytes/s. Em condições normais a taxa alcançada pelo EIDE é de 10 MBytes/s.

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3.4 – OS BARRAMENTOS SECUNDÁRIOS SCSI O Barramento SCSI

A interface SCSI é uma interface de propósito geral usada para acoplar vários dispositivos de I/O ao computador. Esta consiste num barramento paralelo de 8 bits que pode suportar até oito dispositivos, entre discos rígidos, acionadores de discos flexíveis, CD-ROMs, fitas DAT, Scanners e a própria placa controladora. Cada um possui um controlador próprio, que recebe instruções através do barramento. A placa de interface SCSI, que ocupa um conector de expansão do PC, é chamada de placa hospedeira. Ela controla o barramento SCSI, envi ando comandos e dados para os dispositivos, recebendo confirmações e dados dos mesmos. O barramento SCSI usa um protocolo de comandos e não uma interface de unidade. Para ler um bloco de dados, a placa hospedeira envia um comando através do barramento, como uma sequência de bytes. O dispositivo alvo decodifica e executa, enviando depois os dados. Teoricamente, isto oferece independência de dispositivo. Na prática, entretanto, nem sempre isto se verifica, devido às variações nas implementações de diferentes fabricantes. O padrão SCSI define um tipo de dispositivo que possui algoritmo interno de manipulação das requisições de leitura e escrita de dados. Ao contrário das interfaces IDE, que operam numa relação Mestre-Escravo, as controladoras SCSI podem reordenar as requisições aleatórias de dados, provenientes de diversos dispositivos, para minimizar o tempo de busca das informações. Os discos rígidos SCSI têm capacidade que varia desde 200 MB (mínimo recomendável) até dezenas de gigabytes, não precisando de nenhum recurso especial de configuração. Vale lembrar que o DOS 6.22 e o Windows 3.11 “viam” arquivos e discos de até 2 GB, apenas. Essas diferenças refletem-se nas aplicações destinadas aos dois tipos de interface (SCSI e IDE). Os sistemas SCSI são recomendados para ambientes que exijam segurança, rapidez e suporte a vários dispositivos. Os discos SCSI são atualmente divididos em SCSI-1, SCSI-2 e SCSI-3. O SCSI-1 é o primeiro padrão, define um barramento paralelo de 8 bits, que suporta tranferências de até 5 MBytes/s. O SCSI-2 surgiu logo depois da consolidação do primeiro padrão. O SCSI-2 suporta um barramento mais rápido, de 16 ou 32 bits e mantém a compatibilidade com o anterior, de 8 bits. O SCSI-2 foi divulgado publicamente em 1990 e pode atingir, teoricamente, a taxa de transferência de até 40 MBytes/s. Os dispositivos SCSI-2 que suportam o barramento mais rápido, de 10 MBytes/s, são chamados Fast SCSI, enquanto os que aceitam barramento de 16 ou 32 bits de 20 MBytes/s, são conhecidos como Wide SCSI. Existem ainda interfaces e dispositivos que combinam esses dois padões, o Fast SCSI e o Wide SCSI, que podem atingir velocidades de até 40 MBytes/s. O padrão SCSI-3 é um barramento de 16 bits, com velocidade de até 40 MBytes/s, cabeamento de fibra óptica, podendo suportar de 8 a 32 dispositivos. Uma controladora SCSI Disk Array possui alta performance e confiabilidade. Dentro do Disk Array, todos os discos são vistos como um só. Isto possibilita a distribuição dos dados pelos vários discos, permitindo um acesso de alto desempenho através de operações de I/O simultâneas. Além disso, o Disk Array dispõe de várias implementações de RAID (Redundant Array of Inexpensive Disk) que garantem a integridade das informações, como o mirroring (espelhamento) e a técnica de paridade. A Tabela 5 exibe um resumo das velocidades alcançadas pelos diversos padrões de barramento secundário.

Barramento Dados Conector (pinos)

Periféricos (número)

Taxa de Transferência (Mbytes/s)

IDE 16 40 2 5

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EIDE 16 40 4 10 SCSI 8 50 8 5 Fast SCSI-2 8 50 8 10 Fast & Wide SCSI-2 16 68 8 20 Ultra Fast Wide SCSI-2 16 68 32 40

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CAPÍTULO 4: SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE BÁSICO

4.1 – ESTRUTURA DE UM PROGRAMA NA MEMÓRIA A Figura 29 exibe a evolução da estrutura de um programa na memória, desde o 8085 até o i486. 80386/i486 8086/8088 8080/8085 FFFFFFFF FFFFF FFFF 4.0 GB => 64 KB => 1.0 MB => 0000 00000 00000000

Figura 29 – Estrutura de um Programa na Memória (do 8085 ao i486)

4.2 – MONTADORES, CARREGADORES E DEPURADORES DE LINGUAGEM ASSEMBLY O desenvolvimento de software em linguagem Assembly assemelha-se em muito com o desenvolvimento de software em linguagens de alto nível, como C, PASCAL, FORTRAN, etc. No caso das linguagens de alto nível temos programas editores, compiladores, ligadores e depuradores para auxiliar no desenvolvimento de software. O processo de desenvolvimento de software é mostrado na figura 30.

COMPILADORES LIGADORES MONTADORES CARREGADORES

Código Código Código

Dados

Pilha

Dados

Pilha

Extra

Dados 2

Dados 1

Pilha

Módulo Fonte ou Programa Fonte

Módulo Objeto ou Programa Objeto

Módulo de Carga ou Programa Executável

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Figura 30 – Processo de Desenvolvimento de Software em Assembly A linguagem Assembly depende do microprocessador utilizado. Mesmo microprocessadores da mesma família possuem conjuntos de instruções diferentes. As linguagens são dependentes da arquitetura do microprocessador e exigem o conhecimento desta. No caso das linguagens de baixo nível têm-se MONTADORES, CARREGADORES e DEPURADORES. Em seguida, são dadas as respectivas definições. • MONTADORES: São programas que traduzem o programa fonte escrito em linguagem Assembly

para programas objetos. Montadores testam a correção da sintaxe utilizada pela linguagem para representar o programa fonte;

• CARREGADORES: São programas que transferem o conteúdo do programa objeto, já montado,

da memória secundária para a memória principal do microcomputador; • DEPURADORES: São programas que auxiliam no processo de testar a correção do programa

objeto. Depuradores testam a semântica do programa objeto já montado.

4.3 - USO DE UM DEPURADOR DE LINGUAGEM ASSEMBLY O formato típico de uma linha fonte inclui os campos RÓTULO, MNEMÔNICO, OPERANDO(S) e COMENTÁRIOS, separados por caracteres separadores de campos, tais como ":" e ";". Têm-se três tipos de linhas fonte: INSTRUÇÕES, DIRETIVAS e CONTROLES (próprios de cada montador Assembly ou "Assembler"). O montador Assembly do 8080/Z80, a partir de um arquivo ".ASM" gera dois tipos de arquivo, um em formato hexadecimal, ".HEX" (programa objeto) e outro em formato hexadecimal mais o programa fonte original, ".PRN" (este último pode ser impresso). O carregador usa como entrada o arquivo em hexadecimal para gerar um programa executável, ".COM", como saída. Existem vários montadores Assembly para o 8086/8088, entre eles o chamado MASM ("Macro ASseMbler Programming"). A figura abaixo mostra o processo de geração de arquivos com o MASM e demonstra o uso de um depurador Assembly. C:\>edlin arq.asm ==> Gera arq.asm ... C:\>masm arq; ==> Gera arq.obj ... C:\>link arq; ==> Gera arq.exe ... C:\>debug arq.exe ==> Depura arq.exe -A 100 ==> Assemblar 0939:0100 MOV AH,2 0939:0102 MOV DL,21 0939:0104 INT 21 0939:0106 INT 20 0939:0108 <Enter> -U 100 106 ==> Desassemblar (“Unassenbly”)

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0939:0100 B402 MOV AH,02 0939:0102 B221 MOV DL,21 0939:0104 CD21 INT 21 0939:0106 CD20 INT 20 -R ==> Mostrar conteúdo dos Registradores AX=0000 BX=0000 CX=0000 DX=0000 SP=FFEE BP=0000 SI=0000 DI=0000 DS=0939 ES=0939 SS=0939 CS=0939 IP=0100 NV UP DI PL NZ NA PO NC 0939:0100 B402 MOV AH,02 -T ==> Executa passo-a-passo (“Trace”) AX=0200 BX=0000 CX=0000 DX=0000 SP=FFEE BP=0000 SI=0000 DI=0000 DS=0939 ES=0939 SS=0939 CS=0939 IP=0102 NV UP DI PL NZ NA PO NC 0939:0102 B221 MOV DL,21 -T ==> Executa passo-a-passo AX=0200 BX=0000 CX=0000 DX=0021 SP=FFEE BP=0000 SI=0000 DI=0000 DS=0939 ES=0939 SS=0939 CS=0939 IP=0104 NV UP DI PL NZ NA PO NC 0939:0104 CD21 INT 21 -G ==> Executa programa (“Go”) ! Program terminated normally -Q ==> Sai do DEBUG (“Quit”) C:\> Para concluir este item pode-se dizer que qualquer software em linguagem Assembly pode ser desenvolvido e testado em um microcomputador comum para posterior gravação em memória PROM, EPROM ou EEPROM, a qual ficaria residente no sistema controlado por microprocessador. Programadores e apagadores de EPROM estão disponíveis no mercado para facilitar o processo de programação física da EPROM e eventual apagamento devido a alterações no programa residente. No caso da EEPROM, isto não é necessário, pois este tipo de memória pode ser apagado e reprogramado (“Electricaly Erasable”) diretamente no sistema a microprocessador sem desligamento da máquina.

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CAPÍTULO 5: CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MICROPROCES-SADORES DA MOTOROLA

5.1 – O 68.000 No interior deste capítulo serão citadas, oportunamente, as diferenças entre o 68.000 e o seu concorrente mais próximo na época, o 8086. Será dado um enfoque comparativo para que se possa ter uma idéia das diferenças de arquitetura entre os micros da linha PC/PS e os da linha Apple/Macintosh e suas implicações no desempenho dessas máquinas. O nome Macintosh surgiu quando em 1796, em Ontário - Canadá, um fazendeiro de nome McIntosh tornou popular uma maçã, lhe dando o seu nome. Jef Raskin, consumidor habitual deste tipo de maçã e responsável, no seu início, pelo projeto de um micro revolucionário na APPLE, batizou este micro de Macintosh (com erro voluntário de ortografia). O 68.000 foi o primeiro microprocessador de 16 bits da MOTOROLA e o terceiro a surgir no mercado, tendo sido precedido pelo 8086 da INTEL e pelo Z8000 da ZILOG. O 68.000 não é compatível em software com a família de 8 bits da MOTOROLA (vide 6800). Esta optou pelo projeto de um conjunto de instruções de máximo desempenho e simplicidade, ao invés de compatibilidade com os seus predecessores. O 68.000, possui características internas apropriadas para suportar o sistema operacional UNIX. Em outras palavras, foi concebido para receber um sistema operacional multitarefa e multiusuário, diferentemente do 8086. Nestes termos, pode-se dizer que este é muito mais potente que um 8086. 5.1.1 - Arquitetura A arquitetura do 68.000 usava a técnica de "pipeline" para aumentar a taxa de execução de instruções. O 8086 também fazia uso de "pipeline", utilizando para isso uma fila de 6 bytes para código objeto. O 68.000 endereçava 16.0 MBytes diretamente, através de suas 24 linhas de endereço, e indiretamente 64 MBytes. O 8086 podia endereçar diretamente apenas 64 Kbytes e 1.0 Mbytes, respectivamente, através de seus registradores de segmento. O 68.000 operava em dois modos: modo Supervisor e modo Usuário. No Modo Supervisor o 68.000 podia executar instruções privilegiadas, não executáveis no Modo Usuário. Assim, o 68.000 suportava um sistema operacional multitarefa e multiusuário. O 8086 não possuía modos similares, apenas a partir do 80286 pode-se contar com o suporte a ambientes multitarefa e multiusuário. Internamente, o 68.000 possuía 17 registradores de 32 bits, sendo oito para dados e nove para endereços (dois desses últimos reservados para apontadores de pilha). O 8086 tinha somente 4 registradores de 16 bits mais três registradores de índice separados. Esta característica trazia vantagens em desempenho para o 68.000, uma vez que mais operações podiam ser realizadas no interior da pastilha, evitando acessos frequentes à memória principal, o que significaria atrasos ainda maiores no processamento. O 68.000 em seu encapsulamento de 64 pinos possuía linhas de dados e endereços separadas. Já o 8086 multiplexava linhas de dados e endereços em seu encapsulamento de 40 pinos, sendo então necessária uma lógica de demultiplexação externa a pastilha para recuperar os barramentos de dados e endereços. Se por um lado a MOTOROLA não economiza espaço, ao mesmo tempo elimina a necessidade de circuitos adicionais na placa-mãe.

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O 68.000 era compatível em hardware com os circuitos periféricos de 8 bits da própria MOTOROLA. Uma similaridade é encontrada no 8088 da INTEL, também compatível em hardware com os circuitos periféricos de 8 bits da própria INTEL. As duas fábricas sempre lançam pastilhas compatíveis com circuitos periféricos de seus antecessores. Os tipos de dados suportados pelo 68.000 são: bit, nibble (4 bits), byte, word e long-word (32 bits). Este opera em ponto flutuante tão rápido quanto o par 8086/8087. Aqui praticamente não existem diferenças importantes. 5.1.2 – Diferenças no Conjunto de Instruções O conjunto de instruções do 68.000 era composto de apenas 56 instruções básicas, podendo atingir até 1000 combinações. O 8086 possuía um conjunto complexo de instruções em número elevado e na sua maioria com finalidades específicas. Do ponto de vista do programador Assembly é razoável raciocinar que este consiga programar mais rápido com um conjunto poderoso de poucas instruções ao invés de um conjunto também poderoso, mas com um número elevado de instruções a escolher. 5.1.3 – Capacidade de Interrupção A MOTOROLA usa a designação de "Exceção" para o que o 8086 interpreta como "Interrupção". A MOTOROLA considera que interrupções são casos particulares de exceções. O 68.000 tratava dois tipos de exceção: as exceções geradas internamente e as geradas externamente, como segue. • Exceções Internas: procedimentos de exceção são executados quando a CPU detecta erros

internos, tais como: erros de endereçamento, violação de privilégio e códigos de operação ilegais ou quando a CPU executa determinadas instruções de programa, tais como: TRAP e TRACE;

• Exceções Externas: procedimentos de exceção são executados quando a CPU recebe sinais

de hardware de fontes externas, tais como: erros de barramento, reset e pedido de interrupção. Uma tabela de vetores para processamento de exceções fica alocada na memória residente, contendo 256 possíveis vetores para processamento de exceções (1024 bytes). No 68.000 há 7 (sete) níveis de prioridade para exceções. No 8086 havia 3 (três) níveis de prioridade de interrupção (software, não mascarável e mascarável, nessa ordem). Isto não chega a ser uma vantagem do 68.000, uma vez que no caso de microcomputadores, tais níveis são largamente suficientes. A vantagem do 68.000 aqui vinha do fato de que o tratamento de exceções possuía um esquema mais direto e simples que no 8086, onde o programador tem mais preocupações. Vale ressaltar, que quanto menor é o tempo de programação maior é a produtividade do programador e mais rapidamente os produtos são lançados no mercado.

5.2 – O 68.010 Há pouco a dizer sobre o 68.010, a não ser que este é idêntico ao 68.000, com algumas ressalvas. A primeira é a de que usa suporte para memória virtual, ou seja, possui os pinos e os sinais necessários à comunicação com um circuito gerenciador de memória virtual (não disponível no 68.000). A segunda é a de que inclui algumas novas instruções, justamente para gerenciamento desta memória virtual.

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5.3 – O 68.020 O 68.020, diferentemente do 68.010, é um microprocessador interna e externamente de 32 bits, ou seja possui uma arquitetura interna preparada para manipular quantidades de 32 bits e acessa a memória de dados de 32 em 32 bits. Além disso, pode endereçar diretamente 4 Gigabytes de memória, através de seu barramento de endereços de 32 bits. O 68.020 é dotado de 3 (três) unidades lógicas e aritméticas, possui uma memória cache interna de 256 bytes ou 64 "long-words" (32 bits) e usa uma estrutura "pipeline" de 3 instruções (busca, decodificação e execução) de 32 bits. A busca de uma instrução no 68.020 significa um acesso a uma instrução de 32 bits e não dois acessos de 16 bits para buscar uma única instrução (como ocorre no 68.000 e 68.010). O 68.020 a 16.67 Mhz é compat¡vel em código objeto com o 68.010 e possui um desempenho 6 (seis) vezes superior ao do 68.000 a 8 Mhz. Foram incluídas ainda, 20 novas instruções e dois novos registradores foram acrescentados no modo supervisor.

5.4 – O 68.030 O antigo Mac SE/30 (CPU 68.030 a 15,667 Mhz) era 4 (quatro) vezes mais rápido que o Mac SE (CPU 68.000). A pastilha 68.030 incorpora a unidade de gerenciamento de memória virtual ou PMMU ("Paged Memory Management Unit"). O barramento do Mac SE/30 foi mudado do NuBus (dos Mac Plus e SE) para o chamado "Direct Slot 030", a fim de se adaptar a capacidade de endereçamento de 32 bits do 68.030. Por isso, este microcomputador não aceitava placas de expansão usadas nas versões anteriores. Um outro antigo modelo, o Mac IIcx também operava sob controle da CPU 68.030, mas numa frequência de relógio de 25 Mhz. Além disso, incorporava uma pastilha (68.882) de gerenciamento de memória virtual e um slot adicional para cache. Não se pode comparar a frequência de relógio de 15,76 Mhz do 68.030 com as frequências, por exemplo do i386 33 Mhz. Arquiteturalmente diferentes, os microprocessadores da INTEL usam vários períodos de relógio (algumas instruções necessitam de até 236 períodos de relógio) ou vários ciclos de máquina para executarem uma instrução, enquanto que os microprocessadores MOTOROLA usam poucos períodos de relógio (a mais longa instrução tem uma duração de apenas 74 períodos de relógio). Portanto, as frequências baixas utilizadas pelos microprocessadores MOTOROLA não significam baixo desempenho como se poderia precipitadamente concluir. Um resumo das característica é listado a seguir. • Compatibilidade em código com a família 68.000; • Unidade de Ponto Flutuante fora da pastilha; • Unidade de Gerenciamento de Memória “on-chip”; • 256 Bytes de cache de instruções e dados; • Interface de Memória de Rajada (“Burst”); • Mecanismo de “Dynamic Bus Sizing”, o qual permite rodar código de 8, 16 e 32 bits; • Disponível em 16, 20, 25, 33, 40 e 50 MHz; • 18 MIPS a 50 MHz;

5.5 – O 68.040

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As primeiras versões de Macintosh eram baseadas na CPU 68.000. Versões mais recentes são baseadas nas CPUs 68.040, 68.060 e Power PC. O Diagrama em Blocos do 68.040 é mostrado na Figura 27.

Figura 27– Diagrama em Blocos do 68.040 Duas unidades de memória independentes se comunicam com a IU e a FPU. Cada unidade possui uma MMU, unidade de gerenciamento de memória virtual, que translaciona endereço lógico para físico. Instruções no interior da pastilha e cache de dados operam independentemente e são acessadoa em paralelo com a translação de endereço. O cache aumenta o desempenho geral. Tanto a IU como a FPU possuem pipeline e a IU executa concorrentemente com a FPU. O Controlador de Barramento opera em modo Burst, de forma concorrente com todas as outras unidades funcionais. O nível Write-Back de pipeline recebe sempre um resultado prévio da computação que poderá ou não ser escrito em memória externa. Isto aumenta o desempenho, pois o acesso à memória externa é sempre mais demorado que o acesso ao cache interno. Assim, o resultado da computação só é escrito em memória externa, após confirmação do mesmo. As principais características do 68.040 são: • Barramentos de Endereços (4 GBytes) e Dados de 32 bits não multiplexados; • Pipeline de 6 estágios (ver Unidade de Inteiros) • Compatibilidade em código com a família 68.000; • Suporte de Ponto Flutuante “on-chip” (diferentemente do 68.030); • Unidade de Gerenciamento de Memória “on-chip” (como no 68.030); • 4 KB de cache de instruções e 4 KB de cache de dados; • Interface de Memória de Rajada (“Burst”); • Mecanismo de “Dynamic Bus Sizing”, o qual permite rodar código de 8, 16 e 32 bits; • 44 MIPS a 40 MHz; • Disponível em 25, 33 e 40 MHz; • O 68040V é alimentado por 3,3 Volts.

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O Barramento do Macintosh Neste ponto, vale comentar brevemente o barramento do principal concorrente do PC. O padrão de barramento do Macintosh, por volta de 1989, era o NuBus, ou ANSI/IEEE 1196-1987, concebido no MIT no fim dos anos 70, com forte apoio da Western Digital e da Texas Instruments. A banda passante do NuBus era de 20 MBytes/s e, se utilizado em "modo bloco" podia chegar a uma taxa de 37,6 MBps. Neste ponto, vale ressaltar as bandas passantes, na época, do PC XT, 1,0 MBps, e de um PC AT, 2 MBps. Naqueles anos, o único barramento comparável era o MCA 16 bits, utilizado nos PS/2 da IBM, o qual possuía a mesma banda passante do NuBus. Com este barramento os Macintosh aceitavam placas de 8, 16 e 32 bits. Já nos PCs/PSs, isto variava segundo a máquina. O NuBus foi concebido para ser utilizado por qualquer microprocessador, enquanto que o MCA aceitava somente microprocessadores da INTEL. A implicação disto era que um Macintosh aceitava uma placa 386 da INTEL, podendo rodar DOS ou OS/2, o inverso não era verdadeiro, isto é, não se podia, em princ¡pio, colocar uma placa da APPLE em um PS/2. O fato é que os antigos barramentos dos XTs e ATs estão definitivamente obsoletos, pela sua banda passante hoje considerada insuficiente. Sobre o Sistema Operacional do Macintosh Enquanto os PCs funcionavam sob controle do DOS e do controvertido OS/2, os Macintosh eram controlados por um sistema operacional de propriedade da APPLE, que desde seu lançamento, em 1984, procurou não ser hermético e chegar de uma vez mais próximo do usuário final. Corre o boato que o MS-Windows na sua versão inicial nada mais era do que uma cópia pior do sistema operacional do Macintosh. Assim a APPLE, aproveitando os resultados dos trabalhos do PARC ("Palo Alto Research Center") da XEROX, apresentou um dos primeiros sistemas a adotar a representação simbólica, sob a forma de "ícones" (pictograma que representa um documento, um programa, uma função, etc) de arquivos. Este sistema era composto de um trio: a memória ROM da máquina, os arquivos "System" e "Finder", aos quais vieram se somar cerca de 20 outros módulos anexos. A memória ROM teve pelo menos três versões e continha, além dos programas de interfaceamento com o hardware, programas gráficos, caixa de ferramentas, etc. Os arquivos "System" e "Finder" eram indissociáveis e complementares. Um Macintosh não era "bootável" se estes dois arquivos não fosem encontrados no mesmo subdiretório. As palavras-chave do sistema operacional do Macintosh são muitas: menus "pop-up" e "pull-down", janelas, ícones, memória morta (ROM), memória viva (RAM), interface SCSI ("Small Computer System Interface"), ToolBox (sub-programas em ROM), "copy", "paste", HFS ("Hierarchical File System"), etc. Juntamente com a versão 5.0 do sistema operacional, foi lançado o "MultiFinder", um "Finder" multitarefa. O "MultiFinder" foi disponibilizado em 1987, anos antes do aparecimento dos primeiros sistemas operacionais multitarefa para micros. A APPLE tem, assim, larga experiência com este tipo de sistema. Por volta de 1992, a Apple anunciou que o sistema operacional acompanhando os novos micros seria o "System 7.1". O Sistema se tornaria "internacional", ou seja, com telas e menus em inglês, espanhol, francês, japonês e português. Esta versão do software vinha embutida nos Macintosh.

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5.6 – O 68.060 As principais características do 68.060 são resumidas a seguir. • Compatibilidade total em código com o 68.040; • Implementação Superescalar da arquitetura do 68.000; • Execução de 3 instruções por período de relógio; • 2 Caches de 8 KB “on-chip”; • Barramento de Dados e Endereços de 32 bits não multiplexados (como no 68.040); • Disponível em 50 e 66 MHz; • 100 MIPS a 66 MHz; • 68EC060 não possui FPU, nem MMUs; • 68LC060 não possui FPU O Diagrama em Blocos do 68.060 é mostrado na Figura 27.

Figura 28 – Diagrama em Blocos do 68.060 O mais importante nesta CPU é que a unidade de Inteiros, IU, contém um pipeline dual, uma interface lógica para a FPU e controle lógico para a escrita de dados no cache e MMU. Isto implica na execução de mais de uma instrução durante cada ciclo de clock. Os seis estágios no pipeline de execução de inteiros são: 1. Decode – (DS) – A instrução é completamente decodificada; 2. Cálculo do Endereço Efetivo (AG) – Cálculo da locação do dado; 3. Busca do Endereço Efetivo (OC) – O dado é buscado da locação de memória; 4. Execução de Inteiros (EX) – O dado é manipulado durante a execução; 5. Disponibilidade de dados (DA) – O resultado está disponível; 6. Write-Back (WB) – O dado resultante é escrito no cache “on-chip” ou na memória externa.

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O Branch Cache na Unidade de Busca permite a deteção antecipada do salto, antes que a mudança de fluxo afete a unidade inteira.

5.7 – OS POWERPC (IBM/APPLE/MOTOROLA)

5.7.1 - Origem A idéia inicial das 3 gigantes da indústria era a de projetar um microprocessador de enorme desempenho em um único chip. Isto permitiria um balanceamento entre máximo desempenho, facilidade de fabricação e baixo custo. A raiz do projeto foi a arquitetura POWER da IBM. Assim, os projetistas removeram instruções raramente utilizadas e minimizaram características que restringiam o paralelismo. Também foram incluídas extensões para prover um suporte adicional à funções freqüentemente utilizadas. Instruções LOAD e STORE Simplicidade na Implementação. Retirada de update “degenerado”. Uma instrução de LOAD que tenta carregar um operando no mesmo registrador usado pelo endereço efetivo resultante é dita degenerada (somente um valor deve ser carregado no registrador alvo). No PowerPC isto foi deixado em aberto. Esta mudança não reduz a funcionalidade, mas simplifica a implementação. Exceções de Ponto-Fixo Diminuição do Período de Latência. Instruções de ponto-fixo ou ponto-flutuante atualizam um registrador de condição baseado no tipo de resultado. Esta atualização pode aumentar o período de latência. Mesmo sendo necessário, tal modo de funcionamento não é de uso freqüente. No PowerPC foi acrescentada uma instrução SUBTRACT para completar o conjunto de instruções de ponto-fixo, a qual não altera ou usa o bit de CARRY. Computação de Ponto-Fixo Remoção/Substituição de Instruções. Foram retiradas do conjunto, quatro instruções baseadas em “Diferença ou Zero” e “Valor absoluto” por causa de seu uso não frequente e benefício limitado de desempenho. Três outras instruções que envolviam três operandos fonte também foram removidas por adicionarem complexidade à implementação. Tais instruções foram substituídas por três ou quatro outras instruções. Ponto-Flutuante A arquitetura POWER provém um modelo computacional de ponto-flutuante que contém um conjunto completo de instruções LOAD e STORE para operandos de ponto-flutuante de simples e dupla precisão. Contudo, a computação de precisão simples é feita usando operações de precisão dupla, em seguida arredondando o resultado para precisão simples. Foi adicionado ao PowerPC um conjunto completo de operações aritméticas e de acumulação de precisão simples, de forma a baixar o custo e aumentar a velocidade de operações de precisão simples, tornando mais lenta a computação em precisão dupla. Em sistemas pequenos, isto aumenta o desempenho significativamente, uma vez que gráficos, por exemplo, não necessitam de precisão dupla. Modelo de Armazenamento A arquitetura do POWER relegava a tarefa de manter a coerência do cache ao software e usava um modelo de consistência fraco de armazenamento. O PowerPC também depende do software para manter a consistência de armazenamento de instruções, mas adicionalmente permite ao software

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especificar quais páginas de armazenamento de dados o processador manterá em um estado consistente. Extensões de 64 bits Os registradores acessíveis às instruções de ponto-fixo foram estendidos para 64 bits, com poucas exceções. Um bit de Modo de ambiente foi adicionado ao registrador de status da máquina para selecionar ambiente de 32 ou 64 bits. As especificações de 4 instruções existentes de LOAD de ponto-fixo foram mudadas para implementações de 64 bits. Várias instruções aritméticas, de ponto-fixo e de ponto-flutuante foram adicionadas para manipular operações com e sem sinal em 64 bits.

5.7.2 – A Família PowerPC A família PowerPC da Motorola possui vários membros, os quais possuem utilização específica. Os microprocessadores usados em computadores handheld, notebooks, desktops, workstations e servidores são: • PowerPC 601; • PowerPC 603; • PowerPC 604; • PowerPC 620; Os utilizados embutidos em hardwares para rede, comunicações e microcontroladores são: • PowerPC 602; • PowerPC 603; • MPC821; • MPC823; • MPC860; • MPC505. Como não podia deixar de ser, além dos microprocessadores, a Motorola também fabrica circuitos a serem utilizados como periféricos desses microprocessadores, tais como: MPC105 (Controlador de cache, ponte PCI e interface de DRAM num único chip). A seguir serão fornecidas resumidamente as características de alguns deles. PowerPC 620 O PowerPC 620 é uma implementação de 64 bits da arquitetura RISC do PowerPC com as seguintes características: • Compatível em software com os 601, 603 e 604; • Capacidade de execução de 4 instruções por período de relógio; • 6 unidades de execução independentes, incluindo:

• 2 unidades de Inteiros de Ciclo Único • Unidade de Inteiros Multiciclo • Unidade de Processamento de Saltos • Unidade Load/Store • Unidade de Ponto Flutuante

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• 32 Kbytes de cache de instruções e 32 Kbytes de cache de dados, fisicamente separados; • Suporte a Cache 128 bits L2 on-chip de 1 a 128 Mbytes; • MMU suporta 1 TeraBytes de memória física e 1 HeptaBytes de memória virtual; • Barramento de Dados de 128 bits; • Barramento de Endereços de 40 bits; • 7 milhões de transistores integrados; • Tecnologia de Processo CMOS estático de 0,5 micron. PowerPC 750/740 Os microprocessadores PowerPC 750/740 são implementações de 32 bits, de baixa potência, da arquitetura RISC PowerPC. A única diferença entre os mesmos é a de que o 750 possui uma interface de cache L2 dedicada “on-chip”. As principais características do PowerPC 750 são; • Compatível em software e barramento com os 603e e 604e; • Capacidade de execução de 3 instruções por período de relógio; • 6 unidades de execução independentes, incluindo:

• 2 unidades de Inteiros • Unidade de Registradores de Sistema • Unidade de Processamento de Saltos • Unidade Load/Store • Unidade de Ponto Flutuante

• Projeto de 1,9 a 2,5 Volts (interno) e 3,3 Volts (I/O) com 3 modos de salvamento de potência; • Cache L1 de 32 Kbytes para instruções e 32 Kbytes para dados, fisicamente separados; • Suporte a Cache L2 on-chip de até 1 MBytes (o PowerPC 740 não possui cache L2 “on-chip”); • MMU suporta 4 GigaBytes de memória física e 1 PetaBytes (2 52 bits) de memória virtual; • Barramento de Dados de 64 bits; • Barramento de Endereços de 32 bits; • 6,5 milhões de transistores integrados; • Tecnologia de Processo CMOS estático de 0,25 ou 0,29 micron; • O PowerPC 750 opera nas velocidades de 200, 233, 266, 300, 333 e 366 MHz; • O PowerPC 740 opera nas velocidades de 200, 233, 266 e 300 MHz; • 671 MIPS @ 366 MHz (750) e 550 MIPS @ 300 MHz (740).

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CAPÍTULO 6: INTRODUÇÃO AOS MICROCONTROLADORES

6.1 – ARQUITETURA INTERNA Os microcontroladores são microprocessadores de propósito especial. Estas pastilhas contém todos os circuitos periféricos necessários aos equipamentos normalmente utilizados na área de controle processos. Os microprocessadores comuns são considerados de propósito geral. Como o nome indica, são microprocessadores destinados a controlar. A arquitetura interna dos mesmos, normalmente, é dotada de CPU, memória RAM, memória EPROM, portas paralelas, portas seriais, temporizadores, contadores e lógica de expansão de barramento. A título de exemplo são detalhados dois microcontroladores. O primeiro é um antigo membro da família de microcontroladores da INTEL, o 8052. Este é citado por razões históricas e práticas, pois é de 8 bits e muitos equipamentos de hoje ainda são baseados nesta pastilha. O segundo é um microcontrolador mais sofisticado, fabricado pela Motorola, o MPC860.

6.2 – O MICROCONTROLADOR 8052 DA INTEL Como já mencionado, o 8052 faz parte de uma família de microcontroladores, conforme tabela a seguir:

As características gerais, especificamente do 8052 incluem: • CPU de 8 bits; • Oscilador e Circuitos de Relógio Embutidos; • 32 linhas de Entrada e Saída; • 64 KB para endereços da memória de dados; • 64 KB para endereços da memória de programa; • 3 contadores/temporizadores de 16 bits; • 5 fontes de interrupção (2 externas, 2 internas e 1 da porta serial); • Porta Serial Full-Duplex; • Processador Booleano; • 4 modos de funcionamento para os 3 Temporizadores; • 4 modos de funcionamento para a Porta Serial.

8051 8031 8751 8052 8032 83C512BROM Interna 4 KB - 4 K (EPROM) 8 K - 16 a 32 KRAM Interna 128 128 128 256 256 512

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O Diagrama em Blocos da Arquitetura do Microcontrolador 8052 da INTEL é mostrado na Figura 31.

Figura 31 – Diagrama em Blocos do Microcontrolador 8052 da INTEL Para dar uma idéia comparativa, em relação a microprocessadores de propósito geral, são listados abaixo os Registradores Internos do 8052. A – Acumulador B – Reg. Utilizado em operações de multiplicação, divisão e rascunho PSW – Reg. De Status (CY, ACY, OVF, PARITY, ...) SP – Stack Pointer DPTR – Endereço de 16 bits P0, P1, P2 e P3 – Latches das Portas SBUFF – Buffer para a Porta Serial TH0, TL0, TH1, TL1, TH2, TL2 – Temporizadores de 16 bits IP, IE, TMOD, TCON, SCON, PCON – Reg. de Controle O acesso à memória externa é feito com o auxílio dos seguintes sinais: PSEN (“Programa Store Enable”) para a memória de programa e RD (“Read”) e WR (“Write”) para a memória de dados mais os endereços correspondentes.

ROM /EPROM

(8 KBytes)

RAM(256 Bytes)

3 Contadores/Temporiza-

dores(16 bits)

CPU (8 bits)8052

Controle deExpansão deBarramento

Entrada/SaídaParalela

Programável(32 Linhas)

Entrada/SaídaSerial

Programável

Microprocessadores _____________________________________________________________________________________________________

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A Figura 32 mostra a organização de memória do 8052.

Figura 32 – Organização de memória do 8052 As interrupções são:

• INT 0 e INT 1 – Pinos da CPU projetados para receber pedidos externos de interrupção;

• TF0 e TF1 – São geradas pelos Contadores/Temporizadores internos;

• INT – Proveniente da Porta Serial interna.

6.3 – O MPC860 DA MOTOROLA O MPC860 é uma combinação de microprocessador e periférico projetado para funcionar em uma ampla variedade de aplicações de controlador, particularmente em produtos de comunicação e rede.

RAM Externa(Programas)

ROM Interna(8 KBytes)

RAM Interna

RAM Externa(Dados)

RegistradoresInternos

64KBytes

64KBytes

128Bytes

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Esta pastilha é a geração seguinte do MC68360 para aplicações de redes e comunicação de dados. Esta pastilha integra 2 blocos de processamento: o primeiro é o núcleo do PowerPC e o segundo é o Módulo Processador de Comunicação (CPM), muito similar ao MC68360. Esta arquitetura dual provém um consumo mais baixo de potência do que o tradicional, por que o CPM assume as tarefas de controle de periféricos do núcleo PowerPC. As principais características do MPC860 são: • Núcleo PowerPC embutido com capacidade de 88 MIPS a 66 MHz; • 4 KB de Cache de instruções; • 4 KB de Cache de Dados; • 32 bits de barramento de dados; • 32 linhas de endereço; • MMUs de dados e instruções; • Controlador de Memória (8 bancos); • 4 Temporizadores de 16 bits ou 2 de 32 bits; • Unidade de Integração de Sistema (SIU): Monitor de IRQ espúria, Sintetizador de Clock,

Decrementador PowerPC, controlador de RESET, ...; • 7 IRQs externas, 16 IRQs internas e 12 pinos de porta com capacidade de interrupção; • Módulo Processador de Comunicações (CPM): 16 canais de DMA, 3 registradores paralelos de

I/O, até 5 KB de RAM de porta dual, controlador RISC, ...; • 4 Geradores de Baud Rate (independentes); • 4 Controladores de Comunicação Serial (SCC): Ethernet, HDLC/SDLC, UART, Apple Talk,

Infravermelho serial (IrDA); • 2 Canais de Gerenciamento Serial (SMC); • 1 interface periférica serial; • Interface paralela (porta Centronics ou mais rápida); • Interface PCMCIA (2 soquetes independentes); • Atribuidor de “Time Slot”, permitindo SCCs e SMCs rodarem em operação multiplexada e não-

multiplexada, suporta T1, ISDN,...; • Opera em 3,3 Volts e é compatível com TTL 5,0 Volts

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CAPÍTULO 7: AS ARQUITETURAS RISC

7.1 - NOÇÕES DE ARQUITETURA RISC Todos os processadores mencionados até a seção anterior, em geral, são considerados como máquinas CISC ("Complex Instruction Set Computer"). Guardadas as diferenças de projeto arquitetônico entre INTEL e MOTOROLA, todas essas máquinas possuem um conjunto de instruções, considerado por pesquisadores de arquitetura como, demasiado grande. Ainda que estruturas pipeline possam ser encontradas no interior das máquinas CISC, isto não significa que seu projeto tenha sido direcionado para a otimização da compilação de programas, como é bem o caso das RISC. As máquinas RISC ("Reduced Instruction Set Computer") apareceram no início dos anos 80 em laboratórios de empresas (p.e. IBM), como o IBM 801, e em instituições de pesquisa: RISC I e RISC II na Universidade da Califórnia - Berkeley e MIPS na Universidade de Stanford. Em 1985, todas as três estavam operacionais. Cada um dos projetos tinha diferentes requisitos e objetivos, mas alguns princípios eram comuns: 1. As operações eram registrador-para-registrador (e não memória-para-memória) com somente

instruções LOAD e STORE para acesso à memória; 2. Tanto operações (muitas delas completadas em um único ciclo) como modos de endereçamento

eram reduzidos (somente os modos Indexado e Relativo ao Contador de Programa); 3. O formato das instruções eram simples e não ultrapassavam o limite do tamanho de palavra; 4. O tratamento dado aos Saltos ou "JUMPS" RISC evitavam penalidades na estrutura pipeline. O objetivo das máquinas RISC era o de aumentar a eficiência da interface entre o compilador e o hardware e não, diminuir o "gap" entre o usuário e o hardware. Este último tem sido o objetivo das máquinas consideradas CISC, como os microprocessadores de desktops e alguns servidores. A compilação em processadores RISC é simples e o código gerado é eficiente, até mesmo em função da própria filosofia de se ter um conjunto reduzido de instruções. Ao lado disso, com o avanço tecnológico da integração VLSI ("Very Large Scale Integration"), também tornou-se possível realizar o máximo de operações no interior do circuito integrado, aumentando sobremaneira a velocidade das operações. Pelo fato das instruções serem simples e pouco numerosas, várias transferências CPU/Memória e vice-versa são necessárias. Este problema vem sendo resolvido com a técnica de "cache", ou seja, ler um grupo de instruções de uma única vez, enfileirá-las e executá-las em seguida. Um outro aspecto diz respeito aos numerosos registradores internos a processadores RISC. Pode-se armazenar nesses registradores uma grande quantidade de dados temporários, no interior da pastilha, sem que sejam necessários vários acessos à memória principal. A técnica de "pipeline" em vários níveis também é utilizada para aumentar ainda mais a taxa de execução de instruções. Algumas máquinas RISC executam uma instrução por ciclo de relógio, isto para implementar um pipeline eficiente. As máquinas clássicas utilizam vários ciclos de máquina, contendo vários ciclos de relógio para a execução de uma única instrução.

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As instruções RISC, em geral, são de mesmo comprimento para aproveitar de maneira eficiente a estrutura pipeline, uma vez que comprimentos diferentes levariam ao aumento do número de acessos à memória para busca de instruções e, no caso de necessidade de uso de memória virtual, poderiam haver quebras de páginas difíceis de serem gerenciadas.

7.2 - IMPLICAÇÕES NO DESEMPENHO DE UM COMPUTADOR Pelas razões mencionadas na sessão anterior, processadores RISC possuem, no momento, um desempenho superior ao de processadores CISC. Pode-se dizer também que máquinas RISC foram construídas para diminuir o "gap de desempenho" das máquinas e não o "gap semântico" entre o usuário e a máquina. Processadores CISC, ao contrário, como qualquer um pode notar, diminuíram muito esse "gap semântico". Um outro aspecto não menos importante foi o contra-senso, durante uma certa época, de se utilizar máquinas RISC como equipamento central controlando vários terminais, pois certamente o projeto da sua arquitetura não foi direcionado para tal e sua parte de Entrada/Saída muito menos. O que uma máquina que usa um processador RISC como CPU faz é otimizar a ação de compiladores e aumentar muito a velocidade de processamento, tornando-a adequada ao desenvolvedor de aplicações "pesadas" ou aqueles que necessitam de recursos gráficos e de processamento, considerados hoje, de primeira qualidade. Com o aumento sistemático do desempenho de microprocessadores padrão da indústria, incluindo características arquiteturais de máquinas RISC, a diferença conceitual entre uma e outra arquitetura praticamente inexiste.

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CAPÍTULO 8: ARQUITETURAS NÃO CONVENCIONAIS

8.1 – ARQUITETURAS PARALELAS A primeira pergunta a fazer é: O que é uma Arquitetura Paralela ? “É uma coleção de elementos de processamento cooperantes para resolver problemas grandes mais rapidamente” A segunda pergunta seria: Qual a motivação para as pesquisas em Computação Paralela ?

1. Aumento de Desempenho - Premissa do arquiteto de computadores: Projetar e construir os vários níveis de um sistema de computador para maximizar o desempenho e programabilidade, dentro dos limites de tecnologia e custo;

2. Demanda de Usuários: Estruturas organizacionais inovadoras e diversas, frequentemente chegam a necessidade de criação de novos modelos de programação;

3. Demanda de Aplicações: física, química, biologia, CAD, Vídeo, gráficos, ..

4. Tendências de Tecnologia: Crescimento de clock esperado é lento, número de transistores num chip crescendo;

5. Tendências de Arquitetura: Paralelismo no nível de instruções é limitado;

6. Tendências de hoje: microprocessadores de hoje possuem suporte amultiprocessamento, servidores e estações chegando ao multoprocessamento, microprocessadores de amanhão são multiprocessadores;

7. Tendências de Aplicações: variação do desempenho com o custo aumentando progressivamente (figura 35). SPEEDUP = Desempenho (P processadores) / Desempenho (1 processador)

As figuras que se seguem procuram demonstrar as motivações para investimentos em arquiteturas paralelas

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Demanda de Aplicações

Figura 33 – Evolução nas necessidades em computação científica

Figura 34 – Evolução nas necessidades de processamernto de voz e imagem

1980 1985 1990 1995

1 MIPS

10 MIPS

100 MIPS

1 GIPS

Sub-BandSpeech Coding

200 W ordsIsolated SpeechRecognition

SpeakerVeri¼ cation

CELPSpeech Coding

ISDN-CD StereoReceiver

5,000 WordsContinuousSpeechRecognition

HDTV Receiver

CIF Video

1,000 W ordsContinuousSpeechRecognitionTelephone

NumberRecognition

10 GIPS

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Tendências de Tecnologia

Figura 35 – Crescimento do Desempenho de Computadores

Figura 36 – Taxa de Crescimento da Freqüência de Relógio

Perfo

rman

ce

0.1

1

10

100

1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995

Supercomputers

Minicomputers

Mainframes

Microprocessors

uuuuuuu

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0.1

1

10

100

1,000

19701975

19801985

19901995

20002005

Clo

ck ra

te (M

Hz)

i4004i8008

i8080

i8086 i80286i80386

Pentium100

R10000

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Figura 37 – Taxa de Crescimento do Número de Transistores por Chip

Tran

sist

ors uuuuuuu

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uu

u

u

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1,000

10,000

100,000

1,000,000

10,000,000

100,000,000

19701975

19801985

19901995

20002005

i4004i8008

i8080

i8086

i80286i80386

R2000

Pentium R10000

R3000

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A figura 38 exibe uma classificação amplamente usada na literatura de arquitetura de computadores. As arquiteturas são classificadas em SISD, SIMD, MISD e MIMD, sendo mais poderosa aquela que implementa a execução de múltiplas instruções sobre múltiplos dados, a MIMD (“Multiple Instructions Multiple Data”). A sigla das restantes são: SISD (“Single Instruction Single Data”), SIMD (“Single Instruction Multiple Data”) e SIMD (“Single Instruction Multiple Data”).

Figura 38 – Classificação de Flynn Na área de arquiteturas especificamente paralelas outras classificações podem ser encontradas. Uma das quais estabelece 4 classes de Arquiteturas Paralelas: 1. Arquiteturas Vetoriais

• Processadores específicos (proprietários)

• Memória centralizada

• Espaço de endereçamento único (vários processadores endereçam a mesma memória)

• Tempo de acesso uniforme (os processadores acessam qualquer parte da memória em tempos iguais)

• Componentes específicos

• Tecnologia agressiva

• Memória compartilhada

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2. Arquiteturas SIMD

• Processadores específicos (proprietários)

• Memória distribuída

• Espaço de endereçamento múltiplo (cada processador possui sua própria memória)

• Tempo de acesso não uniforme (o tempo de acesso à memória por um processador pode diferir, dependendo da localização da célula)

• Componentes específicos ou disponíveis comercialmente

• Tecnologia padrão

• Memória distribuída

• Passagem de Mensagens (através de uma rede de comunicação)

3. Arquiteturas MIMD com espaço de endereçamento único

• Processadores comerciais (microprocessador)

• Memória centralizada ou distribuída

• Espaço de endereçamento único

• Tempo de acesso uniforme ou não uniforme

• Componentes disponíveis comercialmente (memória, lógica)

• Tecnologia padrão

• Memória compartilhada

4. Arquiteturas MIMD à Passagem de Mensagens

• Processadores comerciais (microprocessador)

• Memória distribuída

• Espaço de endereçamento múltiplo

• Tempo de acesso não uniforme

• Componentes disponíveis comercialmente

• Tecnologia padrão

• Memória distribuída

• Passagem de Mensagens (através de uma rede de comunicação)

Outro conceito importante são as fontes de paralelismo:

• Paralelismo de Dados: há um reagrupamento de dados devendo seguir o mesmo processamento;

• Paralelismo de Controle: há a presença de partes independentes (tarefas, sequência de operações) dentro de um programa;

• Paralelismo de Fluxo: há um jogo de dados renovado constantemente durante a execução.

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Resta perguntar: Quais os problemas a resolver numa arquitetura paralela ? 1. Alocação de Recursos

• Quão grande é a coleção ? • Qual a potência dos seus elementos ? • Quanta memória utilizar ?

2. Acessos a Dados, Sincronização e Comunicação

• Como fazer os elementos cooperarem e se comunicarem ? • Quantos dados são transmitidos entre processadores ? • Quais são as abstrações e primitivas para a cooperação ?

3. Desempenho e escalabilidade

• Quais as conseqüências no desempenho ? • Como graduar isto ?

A seção seguinte tratará especificamente de máquinas MIMD à Passagem de Mensagens, simplesmente por que estas têm merecido a atenção de pesquisadores do mundo todo.

8.2 – MÁQUINAS MIMD À PASSAGEM DE MENSAGENS No momento atual, ano 1999, verifica-se uma taxa de 50 a 100% de aumento de desempenho nos microprocessadores a cada ano. A capacidade das RAMs dinâmicas quadruplica a cada 3 anos. A densidade dos discos magnéticos cresce 50% anualmente. Isto força uma tendência de se utilizar microprocessadores padrão. Além disso, o usuário força uma tendência de que a potência dos sistemas de computador deve aumentar com o número de processadores, o que hoje não corresponde a realidade. Um outro aspecto é verificar os modelos utilizados pelos 500 computadores mais rápidos do mundo. A figura 39 exibe a tendência de uso de máquinas à Passagem de Mensagens.

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Figura 40 – Os 500 computadores mais rápidos do mundo Pode-se classificar as Máquinas à Passagem de Mensagens em 2 classes, segundo o gerenciamento de memória: 1. Multiprocessadores de Memória Compartilhada (espaço de endereçamento único) 2. Multicomputadores à Passagem de Mensagens (memória distribuída nos nós) A figura 41 mostra as diferenças entre as classes.

Num

ber o

f sys

tem

s

u

u

u

un

n

n n

s

s

s

s

11/93 11/94 11/95 11/960

50

100

150

200

250

300

350

n PVPu MPP

s SMP

319

106

284

239

63

187

313

198

110

10673

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Figura 41 – Dois Modelos de Arquiteturas Paralelas MIMD

Mensagens

Dados

Processo

Dados

Processo

Dados

Processo

Dados

Processo

Dados Particionados (espaços de endereços privados)

Modelo de Programação à Passagem de Mensagens

Operações deSincronização

Dados

Processo Processo Processo Processo

Dados globalmente acessíveis(espaço de endereço compartilhado)

Modelo de Programação com Memória Compartilhada

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Exemplo de Máquinas à Passagem de Mensagens

O IBM SP-2

Memory bus

MicroChannel bus

I/O

i860 NI

DMA

DR

AM

IBM SP-2 node

L2 $

Power 2CPU

Memorycontroller

4-wayinterleaved

DRAM

General interconnectionnetwork formed from8-port switches

NIC

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Exemplo de Máquinas à Passagem de Mensagens

O INTEL PARAGON

Memory bus (64-bit, 50 MHz)

i860

L1 $

NI

DMA

i860

L1 $

Driver

Memctrl

4-wayinterleaved

DRAM

IntelParagonnode

8 bits,175 MHz,bidirectional2D grid network

with processing nodeattached to every switch

Sandia’ s Intel Paragon XP/S-based Supercomputer

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Kai Hwang definiu 3 gerações de máquinas MIMD à Passagem de Mensagens: Primeira geração (1983-1987) – Tecnologia de placas de processadores utilizando redes hipercubo, sendo a passagem de mensagens realizadapelo software. Um exemplo dessas máquinas é o Cosmic Cube, desenvolvido pela Caltech por C. Seitz e o INTEL iPSC/1. Segunda Geração (1988-1992) – Arquitetura com uma topologia de grade, sendo o roteamento realizado por hardware. Um exemplo é o INTEL Paragon e iPSC/2. Terceira Geração (1992-1997) – Tende a ser uma arquitetura de paralelismo sofisticado, podendo serem citados a J-Machine, a Corporation Machine CM5 e o IBM SP/2. O IBM SP-2 é uma tentativa de assegurar preferencialmente a transição a partir das estações de trabalho até máquinas paralelas topo de linha, ao invés de visar diretamente o mercado topo de linha. O Cosmic Cube Entidade básica: o processo, que envia e recebe mensagens. Operação: Cada nó pode conter vários processos que são executados concorrentemente, se entrelaçando. Arquitetura: 64 processadores 8086/8087 – 5 Mhz. Cada nó é ligado a 6 outros nós (6-cube) por canais de comunicação bidirecionais, assíncronos e ponto-a-ponto. Nós possuem 128 KB de RAM e 8 KB de ROM (inicialização, boot, refrescamento de memória e programas de diagnóstico). Sistema Operacional: Cada nó executa um micro-núcleo. Cada micro-núcleo pode criar e matar processos sobre seu nó, gerenciar carga em memória e tratar interrupções. A cada processo está associado um único e global ID (identificador) para endereçamento de mensagens. Cada mensagem possue um cabeçalho contendo DESTINO, ID do EMISSOR, TIPO DE MENSAGEM e TAMANHO DA MENSAGEM. O INTEL Paragon O Paragon oferece um alto nível de desempenho, flexibilidade e utilizabilidade em aplicações destinadas a supercomputadores, acima dos tradicionais computadores vetoriais. Arquitetura: Cada nó é um multiprocessador de memória compartilhada e usa no mínimo 2 processadores i860XP: um ou mais (processadores de aplicação) destinado a executar as aplicações e um (processador de mensagens) dedicado à comunicação entre nós. Os nós são distribuídos em uma rede 2D com ligações de 16 bits suportando até 175 Mbytes/s em cada direção. Isto viabiliza uma largura de banda de até 5,6 Gbytes/s para um modelo XP/s com 76 nós. A transferência de blocos de dados da memória para a interface de rede é feita através de dois canais de DMA a uma velocidade de 400 Mbytes/s com um sistema de coerência de cache. Sistema Operacional: Consiste de UNIX melhorado, totalmente distribuído ao longo dos nós, eliminando a necessidade de se ter um host ou front-end. Linguagens: Compiladores Fortran-77, C, C++ e Ada produzem código otimizado para aplicações paralelas O Paragon é o resultado de 10 anos de pesquisas e desenvolvimento começado na Caltech por C. Seitz, depois no MIT por W. Dally e enfim pelo projeto Touchstone Intel-DARPA.

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A J-Machine A J-Machine é um computador concorrente implementado segundo o modelo MIMD de memória distribuída. Seu projeto começou no MIT em 1988 à partir das experiências de Dally na Caltech sobre o processamento à base de passagem de mensagens. A idéia central é de que “processadores são baratos e memória é cara”. Foi projetado para implementar todos os modelos de programação (passagem de mensagens, memória compartilhada, dados paralelos, data-flow e atores). Entidade básica: MDP (“Message-Driven Processor”). O MDP é um microcomputador VLSI de 36 bits e 1,1 milhão de transistores, memória de 4096 palavras de 36 bits e uma porta de rede. Foi concebido para ser eficiente dentro de um multiprocessador. Cada nó contém 4K do MDP mais 1 Mbytes de memória externa. O MDP possui ainda 6 portas de rede de duplo sentido e 1 porta de diagnóstico. Cada porta de rede corresponde a uma direção (+x, -x, +y, -y, +z, -z) que faz o MDP se corresponder com um MDP adjacente. Cada nó pode injetar na rede 2 palavras de 72 bits por ciclo de relógio. Uma rede de 1024 nós permite um largura de banda de 1,8 Gbytes/s. Ambiente e Programação: Smaltalk concorrente e C dirigido à mensagens.

8.3 – TENDÊNCIAS EM ARQUITETURAS PARALELAS Pode-se resumir as atuais tendências em arquiteturas paralelas nos seguintes pontos:

• Redes de Estação de Trabalho

• Redução do tempo de Desenvolvimento

• Arquiteturas baseadas em Tecnologia Padrão

• Suporte a todos os Modelos de Programação

Redes de Estação de Trabalho - Alguns autores comparam a evolução dos sistemas de informática atuais à uma cadeia alimentar invertida, na qual “os pequenos comerão os grandes”. Os PCs atacam o mercado de estações de trabalho que por sua vez consumiram o de minicomputadores e avançam sobre o de mainframes e supercomputadores. A relação Preço/desempenho das estações de trabalho aumenta 80% por ano e não aumenta mais que 20 a 30% para os supercomputadores. Nota-se também uma convergência entre as Redes de Estações de Trabalho e os Processadores massivamente paralelos. Redução do Tempo de Desenvolvimento – A estatística do tempo de desenvolvimento de supercomputadores mostra que este é demasiadamente longo. A solução SP/2 da IBM parece adaptar-se bem a esta deficiência. Os projetistas procuram fundar sua concepção em técnicas já testadas e provadas, sendo descartada sistematicamente, toda inovação considerada complexa de realizar.

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Arquiteturas baseadas em Tecnologia Padrão – Esta idéia é inicialmente fundamentada no fator custo, mas também se baseia no aproveitamento rápido das últimas evoluções em microprocessadores. Suporte a todos os Modelos de Programação – Este é um requisito que tem se tornado desejável, a fim de evitar a especialização das máquinas. Ou seja, a arquitetura deve possuir o suporte necessário à execução de aplicações nos modelos de: passagem de mensagens, dados paralelos, memória compartilhada, etc.

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BIBLIOGRAFIA Livros: 1. TANENBAUM, Andrew :"Structured Computer Organization", second edition, Prentice-Hall, Inc.,

1984. 2. RUSSELL, Rector; ALEXY, George: "The 8086 Book", Ed. Osborne/ McGraw-Hill, 1981; 3. ARTWICK, Bruce A., "Practical Hardware Details for 8080, 8085, Z80 e 6800 Microprocessors

Systems", Prentice-Hall, 1981; 4. KANE, Gerry, "68000 Microprocessor Handbook", Osborne/McGraw-Hill, 1981; 5. OSBORNE, Adam; KANE, Gerry; "OSBORNE 16-bit Microprocessor Handbook",

Osborne/McGraw-Hill, 1981; 6. NORTON, Peter, "Desvendando o PC", Editora Campus Ltda., 1987; 7. LEVENTHAL, Lance; WALSH, Colin;"Microcomputer Experimentation with the INTEL SDK-85",

Prentice-Hall, 1980; Webgrafia www.lri.fr www.laas.fr www.intel.com http://www-techdoc.intel.com/ http://developer.intel.com/sites/developer/ http://www.cyrix.com/site_index.html www.amd.com http://www.tomshardware.com/ www.mot.com http://www.mcu.motsps.com/index.html http://www.lri.fr/~fci/goinfreWWW/projets97/fedak/Survey.html http://ee.stanford.edu/ http://umunhum.stanford.edu/papers.html Artigos: 1. "Microprocessors - The First Twelve Years"; Proceedings IEEE, Vol. 71, No. 11, november 1983. 2. "Microprocessors in Brief"; IBM Journal Research and Development, Vol. 29, No. 2, march 1985. 3. "Optimizing Microprocessor Input/Output Techniques"; Computer Design, april 1981. 4. "A Survey of Advanced Microprocessors and HLL Computer Architectures"; IEEE Computer,

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Computer Design, PC Magazine USA, PC Magazine Brasil, PC World, SVM Macintosh. 7. FEDAK, Gilles; “Les Machines MIMD à Passage de Messages”, Laboratoire de Recherche en

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Management" - Advance Information, october 1985; 8. INTEL Corporation,"iAPX 86/88, 186/188 User's Manual" - Programmer's Reference, may 1983; 9. ZILOG, Inc., "Z80-CPU Technical Manual", 1977; 10. ZILOG, Inc., "Z80-Assembly Language Programming Manual", 1977; 11. MOTOROLA Inc., "Motorola Microprocessors Data Manual", 1981;