Memorial Descritivo - ETE Abatedouro Rio Bonito
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8/15/2019 Memorial Descritivo - ETE Abatedouro Rio Bonito
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Cliente
CNPJ
ABATEDOURO RIO BONITO LTDA.
83.639.534/0001-90
Serviço Memorial Descritivo - ETE
Local Massaranduba – SC
JULHO DE 2015
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INDICE
1. INTRODUÇÃO 03
2. OBJETIVO 043. INFORMAÇÕES DO EMPREENDIMENTO 05
4. SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES 06
5. CONTROLE AMBIENTAL 14
6. RESPONSABILIDADE SOBRE O TRABALHO 16
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1. INTRODUÇÃO
Os riscos ambientais que vêm ameaçando o Planeta como a escassez oufinitude de recursos, deterioração da qualidade ambiental, as agressões sobre ouso dá água e do solo, a ameaça de extinção de espécies, as taxas decrescimento demográfico com o consequente aumento da demanda por bens e
serviços, alimentam o crescimento da consciência ecológica e da preocupaçãoambiental.
Entende-se por poluição a degradação da qualidade ambiental resultante deatividades que direta ou indiretamente prejudiquem a vida do homem, flora efauna. Condições críticas se apresentaram a partir da Revolução Industrial, devidoao rápido crescimento industrial aliado à falta de tecnologias para controle efiscalização.
A poluição hídrica se dá principalmente pela emissão de substâncias químicase biológicas resultantes dos processos industriais, que em contato com os corposreceptores alteram suas características químicas, físicas e biológicas. Por ser umrecurso natural comum a todos, foi delegado a órgãos fiscalizadores o controledestas emissões através de limites estipulados em legislações federais, estaduaisou municipais.
Pelo presente documento, o Abatedouro Rio Bonito Ltda. vem apresentarMemorial Descritivo das adequações implementadas em sua Estação deTratamento de Efluentes à Fundação do Meio Ambiente do Estado de SantaCatarina – FATMA, com vistas à Obtenção da Licença Ambiental de Operação deseu empreendimento.
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2. OBJETIVO
Os trabalhos desenvolvidos pela Metaquímica Ambiental Ltda. na empresa ABATEDOURO RIO BONITO LTDA. tiveram como principal objetivo:
Realizar as adequações necessárias e elaborar Memorial Descritivo doSistema de Tratamento de Efluentes Industriais, com descriçãodetalhada das unidades e sua função, bem como dos insumos utilizadose resíduos gerados.
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3. INFORMAÇÕES DO EMPREENDIMENTO
3.1 Dados do empreendedor
Razão Social/Nome: ABATEDOURO RIO BONITO LTDA.
CNPJ: 05.526.228/0001-33
Endereço: Estrada Geral Rio Bonito, SN
E-mail: [email protected]
Fone: (47) 3275-4472
3.1 Dados do processo
A unidade industrial opera com abate de bovinos em número máximo de 5animais/semana, variando conforme demanda do mercado. A tabela abaixoapresenta os consumos de água e geração de efluentes a partir desta capacidade.
Parâmetro Valor
Numero de animais abatidos 5 animais/semana
Geração específica de efluentes 700 l/animal
Geração de efluentes da unidade 0,7 m 3/d
A geração de efluentes se dá principalmente nas etapas de sangria,evisceração, lavagem e cortes e considerando-se a vazão total diária de 0,7 m 3, avazão horária média de efluente bruto no turno de trabalho é de 0,0875m3/h.
A composição do efluente na entrada e saída do sistema de tratamento é
apresentada no item 4.2.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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4. SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS
O objetivo principal Sistema de Tratamento de Efluentes Industriais é aseparação de sólidos e gordura, oxidação da matéria orgânica, precipitação eremoção das substâncias indesejáveis presentes e a consequente adequação dascaracterísticas do efluente lançado às legislações ambientais vigentes.
O sistema proposto para o tratamento dos efluentes será composto por
tratamento preliminar (gradeamento e caixa de gordura), tratamento secundário(tanque séptico e sistema de zona de raízes) e desinfecção.
Os principais componentes da Estação de Tratamento de Efluentes são:grade, caixa de gordura, tanque séptico, sistema de zona de raízes e sistema dedesinfecção.
4.1 Princípio de funcionamento
O Figura 01 apresenta através de um esquema de fluxograma a sequenciado tratamento.
O efluente oriundo dos processos de abate é coletado através de tubulação,passa por um gradeamento de barras paralelas, com objetivo de separar sólidosgrosseiros, e é conduzido para a caixa de gordura.
Da caixa de gordura, o efluente segue por gravidade para o tanque deséptico. Deste tanque, o efluente segue por gravidade para o sistema de zona deraízes, que é a principal etapa do sistema de tratamento.
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GERAÇÃO DE EFLUENTE(PRODUÇÃO)
GRADEAMENTIO
DESINFECÇÃO
ZONA DE RAÍZES
TANQUE SÉPTICO
CAIXA DE GORDURA
CORPO RECEPTOR
Figura 1 – Fluxograma das etapas do processo de tratamento
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A estação de tratamento de esgoto por zona de raízes é um sistema físico-biológico, com parte do filtro constituído de plantas. O esgoto bruto é lançadoatravés de uma rede de tubulações perfuradas que é instalada logo abaixo da zonade raízes, área plantada. Esta área é dimensionada de acordo com a demanda deesgoto já pré-determinada (VAN KAICK, 2002).
Conforme definição de Philippi e Sezerino (2004), CW podem ser definidoscomo um ecossistema de transição entre ambientes terrestres e aquáticos. Oselementos que compõem esse tipo de ambiente são: substrato (suporte físico efixação microbiana), plantas (suporte de microrganismos e transporte de oxigênio),regime hidráulico (tipo de escoamento) e fauna (micro e macro organismos).
Para Valentin (1999), o tratamento das águas residuárias na ETE por zonade raízes é o resultado da união entre os processos físicos, químicos e biológicosque ocorrem por causa do filtro físico, das comunidades bacterianas e macrófitas. As bactérias são fundamentais para o tratamento do efluente, uma vez que sãoresponsáveis pela degradação da matéria orgânica presente no efluente por meiode processos anaeróbios, anóxicos e aeróbios. As condições aeróbias e anóxicassó acontecem devido ao fornecimento de oxigênio pelas raízes das macrófitas.
O oxigênio captado pelas folhas das macrófitas é levado através do cauleaté as raízes, não apenas para suprir a demanda respiratória dos tecidos dasraízes, mas também para oxigenar sua rizosfera. A saída do oxigênio das raízespara o filtro cria condições de oxidação no meio, possibilitando,assim, a
decomposição da matéria orgânica (BRIX, 1994).O transporte do oxigênio atmosférico no interior das plantas aquáticas
ocorre devido à presença de grandes espaços internos de ar chamadosaerênquimas, que podem chegar a ocupar até 60% do volume dos tecidos dasmacrófitas. Com isso, o bom funcionamento da ETE por zona de raízes dependede plantas com uma rede muito bem desenvolvida de aerênquimas (BAHLO;WACH, 1996).
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A Figura 02 ilustra o esquema de tratamento do sistema de zona deraízes.
Figura 2 - Desenho esquemático de um corte longitudinal do leito da zonade raízes
A Tabela 01, apresenta a eficiência, em termos de remoção de DBO (%),dos sistemas de tratamento utilizados para o tipo de efluente em questão.
Tabela 01 – Eficiência de sistemas de tratamento de efluente
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Além da eficiência na remoção de contaminantes, este sistema apresenta asvantagens de baixo custo de implantação e operação e simplicidade operacional.Também são sistemas ditos naturais, ou seja, se baseiam na capacidade deciclagem dos elementos contidos nos esgotos em ecossistemas naturais, sem ofornecimento de qualquer fonte de energia induzida para acelerar os processosbioquímicos, os quais ocorrem de forma espontânea.
Após o tempo de permanência nestes tanques, o efluente segue tambémpor gravidade para o sistema de desinfecção, realizado através do conto dosefluentes com pastilhas de cloro e, posteriormente, para o corpo receptor.
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4.2 Características dos componentes da ETE
A seguir são apresentados os descritivos e memorial de cálculo dosprincipais componentes da ETE, a fim de atingir os parâmetros legais exigidos parao tratamento do efluente com as características abaixo:
pH: 7,0DBO: 500mg/LDQO: 750mg/LÓleos e Graxas: 475 mg/LNitrogenio Total Kjedahl: 370mg/LFósforo Total: 15mg/L
4.2.1 GRADEAMENTO
• Função: Reter sólidos grosseiros que possam estar presentes noefluente bruto. A sua retirada do efluente é importante para o perfeitofuncionamento da ETE, seja pela eficiência do tratamento ou pelobom desempenho dos equipamentos existentes.
• Características: Construído com barras paralelas.
• Manutenção: remoção realizada através de um rastelo, de forma
manual pelo operador responsável pela limpeza. O material removidoé depositado em um recipiente apropriado e, posteriormente,ensacado e encaminhado ao aterro industrial.
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4.2.2 CAIXA DE GORDURA
• Função: Separação da fração de gordura, graxas e óleos presentesnos efluentes provenientes do refeitório, formando camadas quedevem ser removidas periodicamente, evitando que estescomponentes escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma.
• Características: Construído em alvenaria, fechado, seção circular,
alimentação e saída por gravidade.
• Manutenção: limpeza da caixa feita por empresa especializada acada sessenta dias ou quando se fizer necessário, sempre que seobservar a formação de uma capa de gordura na parte superior dacâmara receptora. Os materiais usados para este tipo de limpezadevem ser específicos. Os resíduos devem ser embalados em sacosplásticos e dispostos adequadamente.
.
4.2.4 TANQUE SÉPTICO
• Função: Sedimentação e remoção de materiais flutuantes econversão biológica de matéria orgânica em ambiente anaeróbico, apartir da alimentação do efluente equalizado ocorrendo oxidação da
matéria orgânica a gás carbônico.
• Características: Capacidade de 5m 3, fechado, comimpermeabilização em alvenaria, seção retangular, alimentação esaída por gravidade.
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4.2.6 SISTEMA DE ZONA DE RAÍZES
• Função: filtração e formação de biofilme aderido a um meio suporte eraízes das plantas, onde comunidades de microrganismos aeróbios eanaeróbios irão depurar a matéria orgânica e promover atransformação da série nitrogenada – nitrificação e desnitrificação. Ooxigênio requerido é suprido pelas macrófitas e pela convecção edifusão atmosférica.
• Características: Capacidade de 30m3
, construído em alvenaria,aberto, com impermeabilização, seção retangular, alimentação esaída por gravidade.
4.3 Resultados do tratamento
A tabela abaixo apresenta o resultado obtido com o tratamento empregado:
ENSAIOS UNIDADE ENTRADAETE SA DAETE CONAMA 430VMP *
DBO5 mg L-1 500,00 50,00 120,0mgL-1
/60%
DQO mg L-1 750,00 70,00 ---
Fósforo Total mg L-1 15,00 5,00 ---
Nitrogênio Total mg L-1 370,00 10,00 ---
Óleos e Graxas mg L-1
475,00 0,50 100,0 mg L-1
pH --- 7,00 7,00 5,0 – 9,0
Temperatura ºC 25,00 25,00
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5. CONTROLE AMBIENTALO efluente final tratado deve atender os parâmetros exigidos pela legislação
ambiental vigente.
5.1 Parâmetros operacionais
Diariamente o operador verifica os níveis de Sólidos Sedimentáveis noefluente de saída, pH, presença de Sólidos Suspensos e Temperatura, sendo que
os resultados devem obedecer aos seguintes limites:
Sólidos Sedimentáveis* (Efluente de Saída) – não pode ser superior a 1,0 ml/L;
pH – Os níveis de pH deverão ficar entre 6,0 – 9,0. Medidos com pHmetro digital;
Sólidos Suspensos – Deverá ser virtualmente ausente;
Temperatura – Deverá ser inferior a 40º C.
Caso algum dos valores encontrados encontre-se fora da faixa de aceitação,o processo de tratamento deverá ser interrompido e deverá ser solicitado apoiotécnico para identificação e solução do problema.
*Medição realizada em cone Imhoff, em 30 minutos.
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5.2 Parâmetros de controle da ETE
Além dos controles operacionais diários feitos pelos próprios operadores ouresponsáveis, serão realizadas análises externas em laboratório devidamenteautorizado para confirmação dos padrões de lançamento, conforme LegislaçãoVigente.
Segue abaixo parâmetros e frequência propostos para a realização destemonitoramento:
Parâmetro Frequência
DBO5
Bimestral
DQO
Fósforo TotalNitrogênio Total
Óleos e Graxas
pH
Temperatura
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6. RESPONSABILIDADE SOBRE O TRABALHO
Eu, Mario André Belini de Araujo, abaixo qualificado declaro para os devidosfins e efeitos legais, que as informações prestadas neste estudo representam a realsituação “in loco”.
MARIO ANDRÉ BELINI DE ARAUJOEngenheiro Químico
CRQ 13302308
Massaranduba, 14 de julho de 2015.
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BIBLIOGRAFIA
BAHLO, K.; WACH, G. Naturnahe Abwasserreiningung. Staufen bei Freiburg:
Ökobuch Verlag, 1996.
BARROS, R. T. V. et al. Manual de saneamento e proteção ambiental para osmunicípios. Belo Horizonte, MG: DESA/UFMG, 1995.
BRIX, H. Function of macrophytes in constructed wetlands. Water Science andTechnology, London, v. 29, n. 4, p. 71-78, 1994.
Philippi, L. S. e Sezerino, P. H., 2004. Aplicação de sistemas tipo wetlands notratamento de águasresiduárias: utilização de filtros plantados com macrófitas(Application constructed wetllands for wastewater treatment). 1st Ed.,Florianópolis. Editora do Autor.
VAN KAICK, T. S. Estação de tratamento de esgoto por meio de zona de raízes:
uma proposta de tecnologia apropriada para saneamento básico no litoral doParaná. 2002. 128 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – UniversidadeTecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2002.
VALENTIM, M. A. A. Uso de leitos cultivados no tratamento de efluentes detanque séptico modificado. 1999. 119 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.