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    Curso deMarketing na

    Gesto Empresarial

    MDULO IV

    Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos paraeste Programa de Educao Continuada, proibida qualquer forma de comercializao domesmo. Os crditos do contedo aqui contido so dados aos seus respectivos autoresdescritos na Bibliografia Consultada.

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    66Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    MDULO IV

    4.1 Logstica

    Kotler em seu livro Como Criar, Conquistar e Dominar Mercados indica

    algumas preocupantes constataes influenciadas diretamente pela forma de atendimento

    do mercado pelas empresas. De uma maneira geral, os formatos esto muito prximos

    uns dos outros. Os produtos e servios pouca diferena apresentam. E os custos de

    atendimento destes mercados, o que grave, tm subido de uma forma constante.

    Neste incio de sculo vamos encontrar clientes cada vez mais sensveis a

    preo de um lado e, de outro, cada vez mais exigentes e sofisticados. Procuram uma

    convenincia maior, tm alta expectativa de atendimento e tm menos tempo paraexecutar o que necessitam. No encontram mais nas marcas a principal razo para a

    deciso de compra, podendo aceitar at as marcas genricas ou as marcas prprias de

    varejo, causando uma queda nos ndices de fidelidade. Atendimento para eles vem em

    primeiro lugar.

    O custo de atender estes clientes tem sido cada vez maior, a disputa pelo

    "pedido" do cliente inflacionada por muito atendimento gratuito, as polticas de preos

    so rapidamente copiadas pelo mercado e as aes de comunicao so de curto prazo,principalmente aquelas de promoo de vendas que pouco ou quase nada contribuem

    para formao de imagem da empresa (produto). Propaganda, que seria o caminho ideal

    para isto, perde sua efetividade pela grande e diversificada quantidade de meios

    disponveis para o consumidor, tornando esta atividade "cara" e de menor efetividade.

    E ainda as equipes de vendas que, de um lado, diminuem de tamanho e de

    outro aumentam seus custos em face do competitivo mercado que tm pela frente,

    impulsionados pelo uso cada vez maior dos suportes eletrnicos, bsicos para sua

    sobrevivncia.

    Isto implica dizer que as empresas esto enfrentando enormes desafios ao

    tentar buscar um melhor posicionamento no mercado. E cada setor est enfrentando seu

    prprio desafio: margens menores, maiores custos de promoes, maior poder do varejo

    e menor, cada vez menor, espao de prateleira para tentar ainda absorver as compras por

    impulso fruto de um melhor trabalho de merchandising.

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    67Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    As empresas que no esto tendo sucesso neste mercado com certeza

    continuam praticando atitudes erradas ao tentar conquistar o cliente em vez de atender o

    cliente, "forar" a venda de seu produto em vez de tentar entender quais so as reaisnecessidades de seus clientes, fazer de cada venda uma nica transao em vez de

    colocar a venda como parte de uma srie de atendimentos, construindo relacionamentos

    duradouros, praticarem preo com base nos custos e no naquilo que o consumidor

    deseja pagar.

    Mas nem tudo to ruim assim. Empresas que esto obtendo sucesso tm

    um caminho voltado para seus clientes, conhecendo suas necessidades, seus sistemas

    econmicos, projetando produtos em conjunto, praticando ofertas mais flexveis eaperfeioando, no seu dia-a-dia, cada vez mais as tecnologias de ligao, o uso de

    vdeo-conferncia, pginas na Internet, internalizando a Intranet e, para muitos casos,

    franqueando a comunicao direta com seus clientes atravs da Extranet.

    Para estas empresas os Canais de Distribuio (estudaremos mais adiante

    com maior profundidade) so verdadeiros parceiros e no adversrios, praticam muito

    mais a integrao do sistema como um todo no lugar da egosta interface, esto prontos

    para dar atendimento 24 horas por dia, tudo isto em busca de oferecerem efetivamente

    um valor superior a seus clientes. Para estas empresas os intermedirios fazem parte de

    seu planejamento estratgico.

    E olhando tudo isto que vem a importncia do estudo da Logstica. o

    estudo da movimentao de bens e servios do ponto de produo, seja ele qual for, ao

    ponto de consumo, no importa se numa indstria ou no consumidor final. o estudo dos

    fluxos distributivos e a determinao das responsabilidades por sua execuo.

    o estudo de como agregar valor de utilidade de tempo e lugar aos produtos

    e na direo do consumidor a quem tudo deve ser direcionado e referenciado.

    a forma de praticar o pensamento estratgico de colocar o produto (servio)

    efetivamente disponvel para o cliente consumidor de toda a Cadeia de Suprimentos,

    ganhando posicionamento destacado neste mercado cada vez mais igual e competitivo.

    Neste ambiente, trs so as questes importantes que afetam diretamente o sucesso do

    marketing.

    E so trs as questes que esto diretamente ligadas ao Estudo da Logstica

    e da Distribuio:

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    Na ordem, Necessidades e Desejos do Cliente vm antes do que Produto ou servio.

    Um produto s um produto quando seu usurio tem a possibilidade de usufruir sua

    proposta. Enquanto "caminha" pela Cadeia de Suprimentos ainda no um produto,no tem qualquer valor. Produtos e Servios s tm valor quando estiverem sendo

    utilizados pelo cliente.

    A Era do Marketing de Massa j era. Rentabilidade, de um modo geral, mais

    importante do que volume. Aps anos de Reengenharias, Downsizing etc., as

    empresas no tm para onde recorrer a fim de buscar custos mais competitivos.

    atravs da aliana dos membros da Cadeia de Suprimentos que isto ser possvel.

    O desafio ento o entendimento de como obter vantagem competitiva dentrodo estudo da movimentao da mercadoria na direo do consumidor final - o estudo,

    portanto, da Logstica. As empresas que descobrirem esta forma sero vencedoras.

    Os Gestores de Marketing pouca ou quase nenhuma ateno davam a to

    importante e relevante assunto. Poucas, mas muito poucas vezes, programas surgidos na

    rea de Marketing privilegiavam aes partidas do srio estudo estratgico da Logstica.

    E aqueles poucos programas levados adiante visavam sempre a resultados

    de curto prazo. Provavelmente calcados muito mais numa ao promocional de vendas

    de curto prazo do que distribuir estrategicamente ou ento "manter, proteger" um produto

    no mercado. E a as aes mais utilizadas so os "comuns" concursos de vendas,

    previstos para "ajudar" a vender muito mais que distribuir. Muito pouco frente grave

    importncia do assunto distribuir.

    Da surge necessidade de entender que ao lado das aes que preparam a

    oferta, o "P" de Produto e o "P" de Preo, e das aes que promovem a demanda, o "P"

    de Promoo (que significa Comunicao de uma forma ampla) existe a importante

    estratgica de aes que atendem esta demanda provocada que o importante estudo

    do "P" de Praa ou Distribuio, completando os 4 "Ps" do Marketing Mix.

    indiscutvel o fator agregador que o Marketing est trazendo para a Gesto

    Mercadolgica das Empresas. Ele facilita principalmente o contato e os processos que

    dizem respeito promoo, negociao e obteno do pedido do cliente, parte importante

    das Atividades Logsticas e dos Fluxos Distributivos. Mas um fato no pode deixar de ser

    observado e que faz aumentar em muito importncia deste estudo.

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    Figura. Relacionamento da Logstica com o Marketing

    Fonte: Adaptado de LAMBERT, Douglas M., STOCK, James R. Administrao Estratgicada Logstica, p. 43.

    Enquanto o Marketing provoca maior rapidez na obteno do pedido do

    cliente, ele no provoca o mesmo ritmo no processo da entrega, criando a problemas

    para as empresas. Afinal, at hoje no foi desenvolvida a tecnologia de Teletransporte. Se

    existisse, este processo eletrnico estaria completo.

    Ainda, por muito tempo, a mercadoria dever caminhar fisicamente atravs

    dos meios de transporte. A antecipao da demanda, o estoque, continuar existindo. E o

    armazenamento fsico da mercadoria continuar sendo necessrio para atender as

    crescentes e diferenciadas necessidades dos clientes no tempo e lugar desejados por ele.

    Um desafio para os gestores destes novos tempos. Um desafio estratgico

    para o Planejador de Marketing deste novo sculo.

    A figura abaixo faz um comparativo de um Iceberg com todas as variveis

    que esto envolvidas num processo empresarial. Tem o que vemos e torna-se foco e tem

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    o que no vemos, que representa a maior parte e essencial para o sucesso da empresa.

    A logstica est nessa parte do Iceberg. normalmente o que no se v. Cuidado !

    Atualmente as organizaes so desafiadas a operar de forma eficiente e

    eficaz para garantir a continuidade de suas atividades, o que as obriga a constantemente

    desenvolver vantagens em novas frentes de atuao. As demandas impostas pelo

    aumento da complexidade operacional e pela exigncia de maiores nveis de servio

    pelos clientes, mas que anseiam por preos declinantes, servem de exemplo aqui. Surge

    uma questo: como agregar mais valor e, ao mesmo tempo, reduzir os custos, garantindo

    o aumento da lucratividade?

    A logstica tem sido uma das maneiras mais freqentemente utilizadas para

    vencer esses desafios. A explicao reside na sua capacidade de evoluir para responder

    as necessidades advindas das profundas e constantes mudanas que as organizaes

    esto enfrentando.

    O modo como a logstica vem sendo aplicada e desenvolvida, no meio

    empresarial e acadmico, denota a evoluo do seu conceito, a ampliao das atividades

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    sob sua responsabilidade e, mais recentemente, o entendimento de sua importncia

    estratgica.

    Em seu estgio mais avanado, est sendo utilizada para o planejamento deprocessos de negcios que integram no s as reas funcionais da empresa, como

    tambm a coordenao e o alinhamento dos esforos de diversas organizaes na busca

    por reduzir custos e agregar o mximo valor ao cliente final.

    A isto tem sido dado o nome de Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento

    ou, em ingls, Supply Chain Management.

    Figura: Modelo de Supply Chain Management

    Em uma primeira fase, a logstica foi aplicada de forma fragmentada, onde se

    buscou melhorar o desempenho individual de cada uma das atividades bsicas. Ou seja,

    no havia uma abordagem sistmica, a nfase era funcional e a execuo dava-se por

    departamentos especializados.

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    No momento seguinte, diversos fatores evidenciaram o imperativo de que as

    atividades funcionais deveriam ser executadas de forma integrada e harmoniosa para

    obter-se uma boa performance da organizao.O avano na tecnologia da informao e a adoo de um gerenciamento

    orientado para processos facilitaram essa mudana.

    Essa etapa conhecida como Logstica Integrada, veremos a seguir um

    diagrama que representa os principais elementos que compem o processo da Logstica

    Integrada.

    Figura.: A Logstica Integrada

    Isto culminou com a percepo de que o processo logstico no comea e

    nem termina nos limites da prpria empresa. Na verdade, o incio se d na correta

    escolha e no estabelecimento de parcerias com fornecedores, exigindo ademais que o

    canal de distribuio esteja apto a atender plenamente s necessidades e expectativas do

    cliente final. Para citar um exemplo, um fabricante de barras de chocolate s atingir

    sucesso pleno quando o consumidor aprovar a qualidade de seu produto e do servio

    ofertado no momento da compra. Isso refora a idia de que esse fabricante e o varejo

    devem se unir e focar sua ateno na agregao de valor para o cliente final. Se isto no

    acontecer, toda a cadeia ter falhado e poder ser substituda por outra mais apta.

    Esse fato mostra que a competio est acontecendo entre cadeias. Diante

    desse cenrio, muitas empresas vm empreendendo esforos para organizar uma rede

    integrada e realizar de forma eficiente e gil o fluxo de materiais, que vai dos

    fornecedores e atinge os consumidores, garantindo a sincronizao com o fluxo de

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    informaes que acontece no sentido contrrio. As empresas que tm implementado o

    Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento esto conseguindo significativas redues

    de estoque, otimizao dos transportes e eliminao das perdas, principalmente aquelasque acontecem nas interfaces entre as organizaes e que so representadas pelas

    duplicidades de esforos. Como agregao de valor, est conseguindo maior

    confiabilidade e flexibilidade, melhoram o desempenho de seus produtos e esto

    conseguindo lanar novos produtos em menores intervalos de tempo.

    Em suma, o Supply Chain Management consiste no estabelecimento de

    relaes de parceiras, de longo prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva,

    que passaro a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informaes demodo a desenvolverem as suas atividades logsticas de forma integrada, atravs e entre

    suas organizaes. Com isso, melhoram o desempenho conjunto pela busca de

    oportunidades, implementada em toda a cadeia, e pela reduo de custos para agregar

    mais valor ao cliente final.

    Apesar dos expressivos resultados obtidos, muitas dificuldades existem na

    implementao desse conceito, pois torna-se necessria uma profunda anlise na cultura

    das empresas que iro compor a cadeia. A viso funcional deve ser abandonada,

    informaes precisam ser compartilhadas, inclusive aquelas sobre os custos. Os

    relacionamentos devem ser construdos com base em confiana mtua; o horizonte de

    tempo desloca-se do curto para o longo prazo e um dos elos, chamado de elo forte, ser

    responsvel pela coordenao do sistema e seu desempenho neste papel ser

    fundamental par o atingimento dos objetivos.

    Um outro desafio equacionar os diferentes tamanhos e objetivos dos

    componentes, e como isso exige uma mudana de cultura, o estabelecimento da cadeia

    requer tempo e esforo. Dada complexidade desse novo arranjo, que passa a ter

    dimenso interorganizacional, a medio de desempenho necessita de indicadores que

    permitam o controle da performance da cadeia como um todo. No se pode esquecer que

    deve existir compatibilidade entre os sistemas de informao dos elos, que muitas vezes

    se utilizam de plataformas diferentes.

    Por ltimo, e muitas vezes esquecido, est o fato de que o elemento humano

    de suma importncia e, portanto, dever ser treinado e estar preparado para esta nova

    realidade. Cabe registrar a escassez de profissionais nessa rea, em especial, aqueles

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    com viso sistmica e conhecedores de todas as atividades logsticas. Embora o conceito

    de Supply Chain Management ainda esteja sendo desenvolvido e no exista uma

    metodologia nica para a sua implementao, a sua adoo poder ser uma fontepotencial de obteno de vantagem competitiva para as organizaes e mostra-se como

    um caminho a ser seguido pelas demais.

    No Brasil, a maioria das empresas ainda est aplicando a logstica de forma

    embrionria, o que as coloca em desvantagem diante de concorrentes externos. Poucos

    so os segmentos mais adiantados, como os da indstria automobilstica e dos

    supermercados, que adotaram tais medidas. Esforos para mudar este cenrio j esto

    acontecendo, o que permite uma viso mais otimista na aplicao da logstica noaproveitamento de seus benefcios para o pas, melhorando assim nossa capacidade de

    competir.

    4.2 Logstica no Brasil

    A Logstica no Brasil atravessa um momento interessante, pois, por um lado

    nota-se uma grande defasagem com relao aos padres dos pases mais desenvolvidos,

    por outro tem apresentado mudanas positivas e principalmente excelentes perspectivas.

    A face do atraso do Brasil atestada por Hill (ex-presidente da ASLOG

    Associao Brasileira de Logstica). Se por um lado afirma que estamos exatamente na

    fase da descoberta das timas perspectivas de se trabalhar com a logstica, por outro

    afirma que as organizaes continuam mopes em relao Logstica Integrada e a

    gerencia da cadeia de suprimentos, prticas h muito desenvolvidas em pases como os

    Estados Unidos da Amrica. Atestou-se tambm uma total inexistncia de informaes

    sobre a melhor prtica logstica e sobre empresas de desempenho superior.

    No entanto, a mudana est ocorrendo. Especialmente a partir da dcada de90 a logstica brasileira passou por extraordinrias mudanas. Os motivos para isso foram

    exploso do comrcio internacional, a estabilizaes da moeda como o Real e as

    privatizaes da infra-estrutura de telecomunicaes, do sistema ferrovirio e dos

    terminais porturios.

    O principal motivo para o atraso era o processo inflacionrio. Este fomentava

    as prticas especulativas no processo de compras e tornava impossvel qualquer tentativa

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    de integrao na cadeia de suprimentos. Tambm gerava baixa eficincia dos ativos, pois

    se devia dimension-los para a demanda dos picos de final de ms.

    Por outro lado, a utilizao do JIT (Just in Time), exigiu a aplicao de umalogstica mais sofisticada, atraindo empresas internacionais prestadoras de servio

    logstico. So expressivos os investimentos em automao e tecnologia da informao

    nos servios logsticos. O crescimento de produtos disponibilizados com cdigos de

    barras por exemplo, aumentou 40% de 2000 at hoje.

    Mas o principal vilo do processo logstico o transporte, que no Brasil o mais

    utilizado o rodovirio (cerca de 60% de todas as cargas), onde nos EUA e China o

    ferrovirio (3 vezes e meia mais barato que o rodovirio).A logstica do pas ainda tem que evoluir e suportar cada vez mais a Gesto

    empresarial, pois far a diferena, principalmente no mercado internacional.

    4.3 Canais de Distribuio

    Para melhor entender o conceito de Gerenciamento da Cadeia de

    Suprimentos, ou SCM do ingls, fundamental entender primeiro o conceito de canal de

    distribuio j bastante consolidado e h muito utilizado por marketing. Instrumentofundamental para a eficincia do processo de comercializao e distribuio de bens e

    servios, o conceito de canal de distribuio pode ser definido como sendo o conjunto de

    unidades organizacionais, instituies e agentes, internos e externos, que executam as

    funes que do apoio ao marketing de produtos e servios de uma determinada

    empresa.

    Dentre as funes de suporte ao marketing incluem-se compras, vendas,

    informaes, transporte, armazenagem estoque, programao da produo, efinanciamento. Qualquer unidade organizacional, instituio ou agente que execute uma

    ou mais funes de suporte ao marketing considerado um membro do canal de

    distribuio. Os diversos membros participantes de um canal de distribuio podem ser

    classificados em 2 grupos: membros primrios e membros especializados. Membros

    primrios so aqueles que participam diretamente, assumindo o risco pela posse do

    produto, e incluem fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas. Membros

    secundrios so aqueles que participam indiretamente, basicamente atravs da prestao

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    de servios aos membros primrios, no assumindo o risco da posse do produto.

    Exemplos mais comuns so as empresas de transporte, armazenagem, processamento

    de dados e prestadores de servios logsticos integrados.As estruturas dos canais de distribuio vm se tornando mais complexas ao

    longo dos anos. A figura abaixo mostra uma estrutura de canal de distribuio bastante

    simples, caracterstica do perodo anterior, dcada de 50, quando o conceito de

    marketing era pouco desenvolvido e a idia de segmentao de mercado era pouco

    utilizada. Anteriormente a este perodo, a presena de membros especializados era pouco

    difundida. As relaes entre os membros principais do canal eram distantes e

    conflituosas. Existia uma forte tendncia integrao vertical como forma de mantercontrole e coordenao no canal.

    Figura: Estrutura Simples de Canal de Distribuio

    Vale lembrar que temos vrias formas de distribuio, mas nesse curso

    veremos as duas principais que so:

    Distribuio Direta Ocorre quando o produtor do servio ou produto os vende

    diretamente ao consumidor.

    Exemplo: algumas empresas utilizam-se das chamadas lojas da fbrica, em que

    fabricantes de produtos vendem diretamente aos consumidores. O exemplo que ilustra

    esse tipo de distribuio/venda o Boticrio, que fabrica o produto e o vende em lojas

    prprias. No possui revendedor de produtos da Boticrio, ao contrrio da Avon ou Natura

    por exemplo. Tambm podemos citar os prestadores de servios, os quais executam, eles

    mesmos, o servio para o consumidor, como os dentistas ou os cabeleireiros.

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    Distribuio Indireta Ocorre quando o produtor do produto ou servio utiliza-se de

    distribuidores para levar o produto ou servio at o consumidor.

    Exemplo: quase que a totalidade dos produtos encontrados nos supermercados no fabricada por eles. Os supermercados so intermedirios entre o fabricante e o

    consumidor. O exemplo clssico a Coca-Cola, que fabrica o produto e utiliza-se de

    estabelecimentos comerciais, sejam supermercados, bares, restaurantes, clubes etc. para

    efetuar a venda do produto.

    Com a evoluo do conceito de marketing, e mais especificamente, das

    prticas de segmentao de mercado e do lanamento contnuo de novos produtos,

    juntamente com o surgimento de novos e variados formatos de varejo, os canais dedistribuio vm se tornando cada vez mais complexos. Por outro lado, o aumento da

    competio e a cada vez maior instabilidade dos mercados levaram a uma crescente

    tendncia especializao, atravs da desverticalizao / terceirizao. O que muitas

    empresas buscam neste processo, o foco na sua competncia central, repassando para

    prestadores de servios especializados a maioria das operaes produtivas. Uma das

    principais conseqncias deste movimento foi o crescimento da importncia dos

    prestadores de servios logsticos.

    A combinao de maior complexidade com menor controle, conseqncia da

    desverticalizao, tem levado ao aumento dos custos operacionais nos canais de

    distribuio. O crescente nmero de participantes trabalhando num ambiente competitivo

    e de pouca coordenao a principal razo para o crescimento dos custos. A soluo

    para este problema passa necessariamente pela busca de uma maior coordenao e

    sincronizao, atravs de um processo de cooperao e troca de informaes. O avano

    da informtica, combinado com a revoluo nas telecomunicaes criou as condies

    ideais para se implementar processos eficientes de coordenao. exatamente este

    esforo de coordenao nos canais de distribuio, atravs da integrao de processos

    de negcios que interligam seus diversos participantes, que est sendo denominado de

    Supply Chain Management. Em outras palavras, o SCM representa o esforo de

    integrao dos diversos participantes do canal de distribuio atravs da administrao

    compartilhada de processos-chave de negcios que interligam as diversas unidades

    organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final at o fornecedor inicial de

    matrias-primas.

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    Figura: estrutura Complexa de um Canal de Distribuio Segmentado

    Em suma, o SCM uma abordagem sistmica de razovel complexidade, queimplica em alta interao entre os participantes, exigindo a considerao simultnea de

    diversos trade-offs. O SCM vai alm das fronteiras organizacionais e considera tanto os

    trade-offs internos quanto os inter-organizacionais, relativamente a quem deve se

    responsabilizar pelos estoques e em que estgio do canal as diversas atividades

    deveriam ser realizadas. Apenas como exemplo, podemos comparar os trade-offs

    existentes entre as opes de distribuio direta ou indireta por um dado fabricante. Numa

    estrutura de canal onde o fabricante distribui diretamente para o consumidor final, comofaz a Dell Computer, a empresa tem muito maior controle sobre as funes de marketing.

    No entanto, o custo da distribuio tende a ser muito maior, exigindo do fabricante um alto

    volume de vendas ou uma saturao geogrfica em um mercado regional. No caso da

    distribuio indireta, as instituies externas ou agentes (transportadores,

    armazenadores, atacadistas e varejistas) assumem grande parte do controle e risco, e por

    esta razo o fabricante recebe um menor valor pelo seu produto.

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    Por outro lado, um fabricante que oferea uma baixa disponibilidade e tempo

    de entrega inconsistente, tende a forar o atacadista a carregar mais estoque de

    segurana a fim de ser capaz de oferecer um nvel aceitvel de servio para o varejista.Neste caso, um menor custo logstico para o fabricante seria alcanado custa de outros

    membros do canal, resultando provavelmente numa cadeia de suprimento menos

    eficiente e eficaz. Uma maneira de evitar este trade-off indesejado entre os membros do

    canal seria atravs da mudana da estrutura, ou atravs da adoo de novos

    procedimentos ou tecnologias. Por exemplo, a adoo de um sistema de processamento

    de pedidos automatizado em substituio a um sistema arcaico poderia permitir uma

    melhoria do nvel de servio, reduo de estoque, reduo nos custos de transporte earmazenagem, acelerao do ciclo de caixa e aumento do retorno sobre o investimento

    A adoo do conceito de SCM incentiva, atravs do processo de coordenao

    e colaborao, a busca e identificao de oportunidades deste tipo e sua implementao

    conjunta.

    4.4 Sistemas de Recolhimento de Informao

    Uma poderosa ferramenta na Gesto Empresarial, bem como em qualquer

    rea no mercado a Informao. A concorrncia acirrada e requer uma srie de aes

    para nos estabelecermos no mercado. Atualmente o diferencial a informao,

    tendncias e inovaes. Para isso precisamos ir atrs da informao, seja no banco de

    dados da empresa seja indo ao mercado. De uma forma geral, os mtodos de

    recolhimento de informao podem ser tipificados em mtodos qualitativos e mtodos

    quantitativos.

    Os mtodos qualitativos, independentemente da tcnica utilizada, so

    baseados num guia de entrevista, que contm questes de carter aberto. As pessoasso selecionadas para estes estudos em funo de caractersticas e atributos pessoais.

    As tcnicas qualitativas usadas com mais freqncia so a dinmica de

    grupos e as entrevistas de profundidade. A dinmica de grupos proporciona um

    conhecimento e uma compreenso profunda das necessidades, motivaes, atitudes,

    desejos e comportamento reais dos inquiridos. Atravs desta tcnica podem conhecer-se

    sistemas de valores, atributos e imagens associados ao objeto da investigao. As

    entrevistas em profundidade diferenciam-se da dinmica de grupos pela interao

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    80Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    produzida nos indivduos que compem o grupo, na medida em que pretende encontrar

    as razes que sustentam as atitudes, os desejos e as preferncias dos inquiridos.

    Os mtodos quantitativos de recolhimento de informao baseiam-se numquestionrio, sendo os inquiridos escolhidos em funo de uma amostra representativa da

    populao a investigar. Basicamente, podemos tipificar estes mtodos em trs tcnicas:

    entrevistas pessoais, por telefone e por correio.

    As entrevistas pessoais permitem um contato personalizado, o que pode

    acarretar o risco do entrevistador influenciar o entrevistado. O seu custo normalmente

    elevado.

    As entrevistas telefnicas tm um custo inferior, so mais rpidas e maisfacilmente supervisionveis. No entanto, a amostra exclui desde logo todas as pessoas

    que no possuam telefone.

    As entrevistas pelo correio tm um custo mais baixo do que as pessoais ou

    telefnicas. Neste caso, no existe qualquer tipo de influncia do entrevistador sobre o

    entrevistado. Esta tcnica dificulta a caracterizao da amostra na medida em que nunca

    se sabe quem efetivamente responde ao questionrio (pode ser algum pertencente ao

    agregado familiar escolhido, mas no se pode ter certeza absoluta de quem respondeu

    efetivamente) e , das trs, a que tem a mais baixa taxa de repostas.

    Tentando olhar de forma mais precisa um processo de pesquisa qualquer,

    vai-se notar que dificilmente ele deixa de recorrer a mais de uma tcnica de coleta de

    dados, bem como mais de uma fonte, fazendo inclusive recurso a diferentes tcnicas de

    anlise de dados. Cada vez mais forte a tendncia de que uma pesquisa quantitativa,

    mais objetiva, deve ser precedida de uma atividade mais subjetiva, qualitativa, que

    permita melhor definir o escopo e a forma de focar o estudo. Tambm tem sido consenso

    que, mesmo sendo objetiva em sua essncia, sempre se pode recorrer a algum tipo de

    opinio mais espontnea ou aberta, de forma a captar um algo mais da parte do

    respondente.

    Nas pesquisas, de forma geral, uma etapa pouco valorizada ou um tanto

    negligenciada a de preparao de dados: alm do esforo para que os dados sejam

    coletados (que no deixa muito tempo para que sejam analisados a fundo), so

    necessrios que sejam preparados certos tipos de dados (idade em faixa etria, por

    exemplo). (Da mesma forma, necessrio um investimento de tempo de anlise) para

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    81Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    que sejam criadas categorias pertinentes e claras a partir de dados tipo texto. Um

    exemplo a criao de um dado novo a partir de uma questo texto que poderia ser

    quais as sugestes que voc apresentaria para melhorar nossos servios? ou entoquais as principais reclamaes que voc apresentaria?. Pesquisadores (talvez

    despreparados) sobrecarregam suas pesquisas com questes abertas, criando uma

    expectativa em quem responde, visto que tais respostas podero nunca ser tabuladas e

    avaliadas como se deveria. Logo, o aprendizado que tal contedo permitiria no ser

    jamais produzido.

    Cuidado especial necessrio, pois esse excesso exige que o respondente

    se concentre bem mais que o normal: ele poder pois ficar gradativamente desatento nassuas respostas e mesmo se desinteressar pelas questes posteriores.

    Cria-se pois uma falsa de idia de que um dado espontneo como esse dos

    exemplos recm evocados deve ser analisado uma s vez, quando ele poderia ser uma

    fonte bastante grande e diferenciada para a gerao de novos, diferentes e curiosos

    dados. Esta gerao de novos dados a partir de um dado texto pode emergir do prprio

    texto de cada respondente, como uma lista mais objetiva de sugestes ou de

    reclamaes (no caso dos dois exemplos citados). Mas tal fonte de dados tambm pode

    ser objeto de um julgamento a partir de critrios a priori adotados pelo gerente, analista ou

    pesquisador, como por exemplo gerar um indicador de satisfao a partir da simples

    leitura das sugestes ou das reclamaes emitidas pelo respondente. Isto claro de

    forma subjetiva, contudo, muitas vezes este dado poder ser melhor considerado para

    fins de anlise. Ou seja, a um dado aberto e espontneo, podem corresponder n dados

    objetivos, gerados seja pela anlise e identificao gradativa de um protocolo (como a

    lista de sugestes que se faz emergir do texto), seja pela avaliao da opinio de cada

    pessoa em relao a um protocolo ou mesmo escala de medida preparada pelo analista

    (como por exemplo satisfeito ou insatisfeito).

    importante a definio de quem deveria realizar as anlises (e quem

    finalmente as realiza): normalmente, solicita-se a um terceiro (auxiliar, bolsista etc.) para

    realizar esta nica codificao, quando ela poderia ser rica em aprendizado caso feita

    pelo analista ou pesquisador. Esta atividade exige a leitura de cada uma das respostas,

    gerando, neste processo, novas idias de anlise e uma riqueza de compreenso e

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    82Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    percepo sem iguais para o analista. Diversos aspectos inerentes so abordados por

    Freitas e Janissek (2000).

    4.4.1 Mtodos Qualitativos ou Quantitativos de Marketing ?

    A busca por informaes consistentes e vlidas no deve se deter somente

    nos dados estruturados, quantitativos, na forma de clssicas planilhas, relatrios

    volumosos, nmeros, percentuais e grficos: cada vez mais precisa-se recorrer aos dados

    de natureza qualitativa, como textos, discursos, entrevistas, reportagens, etc. Dados estes

    que envolvem elementos que muitas vezes desafiam a astcia do pesquisador ou do

    homem de negcios, pois escondem em suas entrelinhas posicionamentos, opinies,

    perfis, que exigem uma leitura atenta e ferramentas que possibilitem chegar com maior

    rapidez (condio de sobrevivncia) s informaes realmente pertinentes (Lesca, Freitas

    e Cunha, 1996). Deve-se poder ir do dado bruto ou puro ao dado elaborado, via

    interpretao, anlise e sntese, e, a partir disso, por uma constatao ou curiosidade,

    poder rapidamente aprofundar a investigao, eventualmente voltando fonte e ao dado

    bruto como recurso mesmo de sustentao de argumento ou simplesmente de ilustrao.

    importante explorar e sobretudo cruzar de todas as formas possveis dados

    quantitativos e qualitativos para a gerao de idias, a verificao de hipteses, a

    elaborao de concluses ou indicao de planos de ao etc. O uso de tcnicas

    qualitativas x quantitativas, tanto para coleta quanto anlise de dados, permite, quando

    combinadas, estabelecer concluses mais significativas a partir dos dados coletados,

    concluses estas que balizariam condutas e formas de atuao em diferentes contextos.

    A abordagem literria, dita qualitativa, mais associada s tcnicas de anlise lxica e de

    contedo, pressupe a anlise de poucas fontes ou dados, num procedimento

    exploratrio ou de elaborao de hipteses.J a abordagem mais quantitativa pressupe grande quantidade de dados

    num procedimento de confirmao de hipteses. H necessidade de se tratar do

    quantitativo, enriquecendo-o com informaes qualitativas em grande nmero, de forma a

    ganhar fora de argumento e qualidade nas concluses e relatrios: o desafio busca

    da associao entre o quantitativo e o qualitativo, onde, por exemplo, o procedimento

    exploratrio ganha fora, visto que se podero multiplicar os dados tratados, reforando

    sobremaneira (e mesmo garantindo o bom caminho) o procedimento confirmatrio.

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    83Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    Segundo Keller (1995), "espera-se que as foras de ambas as abordagens

    possam se reforar mutuamente: a intersubjetividade e a fidedignidade ou confiabilidade

    providas pela informao padronizada derivada de amplas amostras, por um lado, e oconhecimento ntimo de um simples caso ou passagem de um texto adquirido pela anlise

    interpretativa, por outro lado. A questo essencial nesse tipo de anlise seria como

    transformar o significado da anlise textual numa matriz de dados quantitativa, isto de

    maneira didtica e sistemtica".

    Sejam quais forem os fenmenos, entidades ou realidade objetos de

    investigao, o uso conjunto destes mtodos qualitativos e quantitativos permitiria um

    maior aprofundamento no conhecimento dos dados (Mason, 1997; Lee, Liebenau eDeGross, 1997; Miles e Huberman, 1997; Creswell, 1998; Kirk e Miller, 1986),

    evidenciando-se aspectos do que se deseja investigar e, da mesma forma, possibilitando

    focar o pensamento sobre o assunto, decidir e executar.

    O uso conjunto destes dois tipos de anlise permite estabelecer concluses:

    importante, pois, diferenciar ambos os enfoques, identificando as possibilidades de cada

    um. No escopo de uma anlise de dados qualitativos, pode-se ter uma abordagem mais

    qualitativa, com base na presena ou ausncia de uma dada caracterstica, ou ento uma

    bordagem mais digamos quantitativa, onde se busca identificar a freqncia dos temas,

    palavras, expresses ou smbolos considerados.

    A noo de importncia deve ser clara em cada uma destas duas abordagens:

    o que aparece com mais freqncia o que importa na abordagem quantitativa, enquanto

    a abordagem qualitativa valoriza a novidade, o interesse e os aspectos que permanecem

    na esfera do subjetivo. Tem-se assim um dilema de anlise: adotar categorias

    especficas, retratando fielmente a realidade, mas com uma lista de temas cuja freqncia

    ser fraca, ou ento reagrupar deliberadamente os dados num pequeno nmero de

    categorias, no sem sacrificar informao talvez essencial, a qual estar eventualmente

    perdida no resultado final (Freitas e Moscarola, 2000).

    4.5 Concluso

    Percebe-se que o ambiente onde as empresas desenvolvem seu processo de

    planejamento mudou muito nos ltimos anos. A globalizao dos mercados, a

    intensificao das redes e das parcerias, a ampliao das exigncias dos clientes, a

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    84Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    diferenciao ampliada dos produtos e o aumento da concorrncia so alguns dos fatores

    que influenciam a prtica do planejamento nas empresas e nesse contexto que

    encontramos suporte e apoio numa ferramenta essencial na Gesto Empresarial, oMARKETING. Tais mudanas na forma de gesto podem at conduzir os gestores a

    questionar a prpria viabilidade da aplicao do planejamento e do Marketing. Ser que

    possvel planejar diante de tanta incerteza e mudana ?

    Buscamos mostrar neste curso que sim. O Planejamento hoje mais do que

    nunca necessrio gesto da empresa e impossvel descartar o Marketing, seja o

    Endomarketing ou o Exomarketing.

    Entretanto, para coloc-lo em prtica de forma efetiva, preciso que o gestorconhea bem cada um de seus elementos, suas funes e seus limites. fundamental

    que saiba utilizar bem os seus instrumentos e, mais do que tudo, que seja flexvel o

    bastante para perceber que o Marketing muito mais do que apenas propaganda e

    publicidade. Possui informaes, nos mostra tendncias, contribui no controle, auxilia no

    planejamento de planos estratgicos e de ao e ainda permite que conheamos a nossa

    empresa. Mas a caracterstica mais importante que nos permite que cuidemos do nosso

    maior patrimnio, o CLIENTE. Esse sim o maior patrimnio da empresa e para onde a

    Gesto Empresarial precisa caminhar.

    Em resumo, o Marketing tem uma importncia fundamental para o sucesso da

    empresa num ambiente competitivo. Cada dcada exige que a administrao da empresa

    pense criticamente sobre seus objetivos, estratgias e tticas. Rpidas mudanas podem

    facilmente tornar obsoletos os princpios vencedores de ontem na conduo dos

    negcios.

    Uma das principais contribuies do marketing moderno ajudar as empresas

    a perceber a importncia de mudar o foco de sua organizao do produto para o mercado

    e clientes. Muitos anos se passaram antes que um nmero considervel de empresas

    deixasse de pensar .De dentro para fora. Para faz-lo de fora para dentro. Pois quem

    direciona e determina a estratgia o mercado e mais especificamente o cliente. Ainda

    hoje muitas empresas operam centradas na venda de produtos, em vez de se centrar no

    atendimento de necessidades e desejos.

    No custa lembrar que a diferena bsica entre necessidades e desejos.

    Enquanto necessidade um estado de privao de alguma satisfao bsica, desejo

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    85Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores

    algo que as pessoas buscam satisfazer embora o objeto de desejo no vise suprir uma

    necessidade bsica. Por exemplo, temos necessidade de tomar gua e desejo de tomar

    um suco de laranja de uma determinada marca ou um bom vinho. Necessidade tudoaquilo que deve ser satisfeito, caso contrrio causar algum tipo de indisposio naquele

    que a est sentindo. Se algum sente frio somente se satisfar com um agasalho ou algo

    que o aquea. Nesse caso, tem-se algum com uma necessidade bem definida. E a

    empresa precisa estar atenta a isso, muito mais aos desejos. Digo isso porque as

    necessidades so evidentes e notrias j os desejos s so visualizados por quem est

    voltado e atento ao mercado e ao cliente.

    Mesmo com a intensidade das mudanas at agora registradas na concepoque se tem de marketing, as transformaes futuras sero ainda maiores no pensamento

    e na prtica do marketing. Sendo assim, ainda temos muito a crescer e a mudar.

    Para finalizar, vou usar uma citao de Jonh F. Welch Jr. (ex-presidente da

    GE) Gesto Empresarial tentar compreender onde voc estar amanh, e no onde

    voc espera estar. Avaliar onde voc ser capaz de estar e decidir onde voc deseja

    estar.

    ----------- Fim do Mdulo IV ----------

    ---------- Fim do Curso ----------

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    86E i l d ili d d d d P O di d d d d i

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    PORTER, Michael. Estratgia Competi tiva: tcnicas para anlise de indstrias eda concorrncia. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

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    NOVAES, A.G.N. Logstica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuio. Rio deJaneiro: Editora Campus, 2001.CHRISTOPHER, Martin. Logstica e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:Estratgias para a Reduo de Custos e Melhoria dos Servios. So Paulo: Pioneira,1997.