Manual VenhaVelejarVol02Optimist02

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Volume II – Classe Optimist VENHA VELEJAR

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Volume II – Classe Optimist

VENHA VELEJAR

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Venha velejar – iniciante e adulto pág. 2

Venha Velejar Volume 11

Copyright @ 2009 by Rommel Augusto da Silva Castro

Editora Clube dos Autores

http://clubedeautores.com.br

Capa

Equipe www.conhecimentonautico.com

Email.: [email protected]

Revisão

Rommel Augusto da Silva Castro.

1 Edição – agosto de 2009

A reprodução parcial ou total desta obra, por qualquer meio, somente será permitida com a autorização por escrito do autor. ( Lei 9.610, de 19.2.1198)

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Conteúdo Conteúdo .............................................................................................. 3 Dedicatória ........................................................................................... 8 Prefácio .............................................................................................. 10 O B r a s i l f o i d e s c o b e r t o p o r u m a f r o t a d e

v e l e i r o s ! .................................................................................................... 10 Aprender a velejar .............................................................................. 11 Introdução .......................................................................................... 12

Objetivo .......................................................................................... 15 Iatismo como forma de lazer .......................................................... 16

A primeira velejada ............................................................................ 17 Conhecer o barco ............................................................................... 19

O que é preciso ............................................................................... 23 A magia está em você ..................................................................... 23 Regras básicas de direito ................................................................ 24 Tipos de manobras básicas ............................................................. 24

Iniciando na vela ............................................................................... 26 Navegação Leal .............................................................................. 26 A Regra Fundamental é a lealdade ................................................. 26 Habilidade para tratar pessoas ........................................................ 27 O prazer de velejar – primeira regata .............................................. 29 Marinharias - principais nós ........................................................... 30

Histórico ..................................................................................... 30 Definição de Nó .......................................................................... 31 Definição de cabo ....................................................................... 32

Segurança a bordo ............................................................................. 40 Conscientização é segurança .......................................................... 42 Prestando auxílio, conselhos importantes ....................................... 42

Condições do barco ............................................................................ 44 Montagem do barco ........................................................................ 44 Condições do tempo ....................................................................... 44 Saídas solitárias .............................................................................. 45 Equipamentos de segurança ............................................................ 45 Outros cuidados .............................................................................. 45 Hipotermia ...................................................................................... 46

Conheça o seu optimist ...................................................................... 50 O universo da classe optimist ......................................................... 50 O barco Optimist ............................................................................ 51

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Equipagem...................................................................................... 52 A vela de seu barco – cuidados necessários ................................... 55 A vela de seu barco – dobrar .......................................................... 56 Velas, manutenção e durabilidade .................................................. 57 Bordos do barco ............................................................................. 59 Como navegar seu barco ................................................................ 60 Como utilizar escota ....................................................................... 62 Como desvirar seu Optimist ........................................................... 63 Passos para desvirar seu Optimist .................................................. 64 Rumos do Optimist em relação ao vento ........................................ 65 Barlavento - sotavento .................................................................... 67

Manobras com o barco ...................................................................... 68 Cambar ou virar de bordo ............................................................... 68 Orçar ............................................................................................... 70 Arribar ............................................................................................ 71 Cambada ou virando por davante ................................................... 72 Jibing ou virando em roda .............................................................. 73 Passo do jibing – Virando em roda................................................. 74 O vento ........................................................................................... 75 Veleiro Optimist / vela / rumo ........................................................ 77 Escala de Beaufort .......................................................................... 78 Barômetro de Torricelli .................................................................. 80

Funcionamento ........................................................................... 80 Observações ............................................................................... 81

Rumo em relação ao vento ............................................................. 82 Velejando de través ........................................................................ 83 Vendo o vento. ............................................................................... 85

Como eles fazem o que observam? ............................................ 85 Faça um teste você mesmo. ........................................................ 86 Faça você, a sua análise. ............................................................. 86 A observação é importante. ........................................................ 87 Coloque em prática. .................................................................... 88 Resultados do treinamento. ........................................................ 89 Observarmos o adversário. ......................................................... 89 A sua tática de regata ................................................................. 90 Se você praticou, apreendeu ....................................................... 90 Identificar o vento, é importante ................................................ 90 Clareza na comunicação ............................................................. 91

Velejando na empopada ................................................................. 91

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Deslocamento de peso - optimist .................................................... 94 Importante anotar as variantes ........................................................ 96 Montando uma equipe .................................................................... 97 Comemore e eleve o seu moral ....................................................... 97

O Que é competir ............................................................................... 99 Qual a idéia que você tem sobre vencer. ......................................... 99 Regras básicas de convivência na raia .......................................... 100

Preparação física e mental .............................................................. 101 Bordos negativos - Sete Pecados .................................................. 101 Faça de seu treinamento um objetivo ............................................ 108 Exercícios de alongamento - cuidados .......................................... 109

Certo ......................................................................................... 111 Errado ....................................................................................... 111 Benefícios ................................................................................. 111

Exercícios que você pode fazer .................................................... 111 1 - Pescoço ................................................................................ 111 2 – Ombros e braços ................................................................. 112 3 – Braços ................................................................................. 112 2 – Costas.................................................................................. 113 2 – Movimento Lateral do tronco ............................................. 114 2 – Abdômen, nádegas .............................................................. 115 2 – Pernas.................................................................................. 115

Condicionamento Físico ............................................................... 120 Treinamento de flexibilidade ........................................................ 123 Força ............................................................................................. 124 Velocidade .................................................................................... 124 Resistência .................................................................................... 124 Profilaxia de lesões ....................................................................... 125 Treinabilidade da flexibilidade ..................................................... 125

Sobre autor do projeto ..................................................................... 128 Bibliografia por temas ..................................................................... 129 Curriculum Autor do Livro ............................................................. 130 Colaborador ..................................................................................... 131

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Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível. Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los.

Quando damos conta, já é tarde para lhes agradecer. Dedico este trabalho ao meu pai Annibal Willianson da Silva Castro e minha batalhadora mãe Hilda Fernandes da Graça, meus filhos, aos meus irmãos Cezar Castro excelente velejador, Nina Rosa, Antonietta dos Santos, Leônidas Cutrim Gomes, grande padastro Marcio Estêvam de Paula que me ajudou na construção naval, pelo incentivo, cooperação e apoio e, em especial, à minha esposa; quem com sua sabedoria sempre tem uma solução simples, compartilhando comigo os momentos de tristezas e também de alegrias, nesta etapa, em que, com a graça de Deus, está sendo vencida.

Dedico este trabalho à memória de pessoas que, sem o saberem (?), muito contribuíram para minha formação no iatismo. Fernando Araujo, com suas aulas de vela, e sempre disposto a ensinar, um bom mestre. Carlos Gonçalves Ramos, pela sua sabedoria e dedicação a vela em Brasília. Sub Oficial Fernandes, sempre presente nas horas de dificuldades de marinharia. Comandante Altineu Pires Miguens pelos ensinamentos de mestre amador e capitão amador, ao grande marinheiro Joaquim Fidelis da Silva (Velho Joaquim) do Iate Clube de Brasília.

João Aune, Carlos Nascimento, marceneiro Thomas, pelos ensinamentos de construção naval. Edgar Hasselmam pelo excelente apoio e ajuda no início da minha carreira profissional: Iate Clube de Brasília e indicação para o

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Departamento de Turismo do Distrito Federal. Theo Pereira da Silva meu tio que me iniciou na vela como proeiro da Classe Snipe. George Raulino e Guilherme Raulino com os quais conseguimos boas vitórias. Walcles Osório e Beatriz Osório pelos anos de velajada na Classe Oday, Ranger. Eduardo Freire de Lima e esposa pelas excelentes velejadas na Baia de todos os Santos, e Ilha de Itaparica, regatas Aratu Maragogipe. Comandante Sergio Carvalho pelas velejadas oceânicas, ótimo companheiro de viagem, e excelente navegador. Torben Grael pela dedicação e companheirismo no tempo do Snipe. Brigadeiro Sabino Freire de Lima e família, grande piloto de caça, ótimo navegador, excelente companheiro. Rosa Maria de Oliveira pela recepção e hospedagem durante nossas viagens a Bahia. Aos meus amigos e grandes parceiros na construção dos barcos, Desafio, Aurora, e Capolavoro, Brigadeiro Carlos Macedo e Comandante Guimarães. Amigo Antonio de Carvalho (cunhados). Ao grande capitão da Flotilha Paranoá e velejador Lars Grael pelo trabalho de motivação e implementação da flotilha de Star no Lago Paranoá. Ao desconhecido de nome, amigo e fã José Aparecido Jorge com sua sabedoria e palavras de incentivo, conhecido como Velho Musta.

Aos velejadores de Brasília e alunos que tive oportunidade de formar, ou incentivar. Dedico em especial a todos os marinheiros do Iate Clube de Brasília que através dos anos sempre me ajudaram, verdadeiros marinheiros.

“NAVIGARE NECESSE EST, VIVERE NON EST NECESSE”

Brasília, 07 de agosto de 2009

Rommel Augusto da Silva Castro

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Prefácio O B r a s i l f o i d e s c o b e r t o p o r u m a

f r o t a d e v e l e i r o s !

Poucos são os veleiros avistados hoje em nossas estupendas praias ou represas ou até mesmo grandes rios.

Provavelmente isto se deve a que não existe uma tradição e difusão adequada da cultura da vela no Brasil, embora através dela fomos descobertos.

Esta obra do meu amigo e companheiro Rommel, extremamente objetiva, fácil, didática e abrangente vem certamente preencher uma lacuna e contribuir para vermos mais velas em nossas águas.

A idéia de escrever em capítulos curtos e separar o livro por partes, procura trazer uma maior dinâmica à leitura e facilitar a busca por informações especiais.

É uma atividade saudável, esportiva, ecológica e que pode ser praticada dos 6 aos 90 anos de idade (ou mais), também pode ser competitiva. Certamente fará parte da matriz energética dos transportes, no futuro, e o Brasil, novamente será muito privilegiado.

Aos futuros velejadores recomendo esta leitura, mas comecem a velejar, com segurança, mesmo antes de aprender tudo o que esta neste livro, vão sentir como é fácil e gostoso e certamente apreciarão ainda mais. Aos que já velejam também recomendo a leitura, pois, como na vida, sempre há algo a apreender ou recordar.

Bons ventos!

Alessandro (Dino) Pascolato.

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Aprender a velejar Cinco motivos para você iniciar no iatismo e aprender a

velejar. Tome esta atitude e conquiste novos mares e amigos.

1. Velejar é popular em todo mundo, para onde você for viajar com certeza poderá também velejar. A extensão do litoral brasileiro é imensa, você poderá explorar lugares maravilhosos, entretanto necessariamente não precisa estar perto do mar para aprender a velejar. Temos rios, lagos, represas perto de você.

2. Procure se informar, você não necessita de barcos caros ou equipamento complicado para velejar – mesmo que sejam velejadas oceânicas.

3. Velejar pode ser acessível para qualquer pessoa, informações existentes na internet podem facilitar a compreensão desta atividade tão prazerosa. Virtualmente velejar está disponível a qualquer pessoa que tenha acesso a internet, onde pode explorar desde um simples passeio, a eventos competitivos.

4. Aprender a velejar num dingue (barco de uma só vela) é a maneira mais rápida e mais efetiva para a maioria dos novatos na vela. É necessário ter o objetivo de ganhar habilidades básicas e instrução necessária de conhecimento e segurança no futuro.

5. O Contato com a água, com o vento, com a natureza, e a preservação de nosso meio ambiente é essencial para o seu convívio e bem estar de sua família – é qualidade de vida.

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Introdução

Navegar é uma ciência que pode ser apreendida com segurança e neste caso a arte de conduzir um barco seja ele pequeno ou grande se inicia com uma aprendizagem sadia, a

maneira de se aprender esta ciência é talvez começar a velejar. Podemos sentir o entusiasmo dos velejadores experientes ao conversar com os principiantes, velejadores ávidos de passar seus conhecimentos que muitas das vezes pode desnortear os iniciantes adultos ou pequenos aprendizes diante de diagramas setas e linhas pontilhadas. Sem receio podemos afirmar que aprender a velejar não é difícil - embora na maioria das vezes seja fácil fazer parecer o contrário.

O contato com a natureza, a exploração de novos horizontes exige compreensão de princípios básicos da vela, e estar atento às novas experiências é uma aprendizagem lenta e gradativa.

A noção básica sobre vela auxiliará ao novato velejador à medida que ele aprende o mundo novo e envolvente com toda beleza e mistérios, tudo aquilo que torna o velejar um fascínio.

Velejar é descobrir um mundo novo, uma descoberta da alma e da sensibilidade, inicie e procure ser um bom velejador, pois poderá conduzir esta atividade durante toda a sua vida.

Conduzir um barco à vela, muito além dos momentos de prazer e relaxamento que proporciona, significa, também, especialmente para jovens e crianças, a construção de experiências práticas a partir de situações onde o navegador é

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confrontado com problemas que envolvem desde o conhecimento dos regimes de ventos, noções básicas de meteorologia, detecção de pontos de referências, às vivências de divisão de tarefas e trabalho em equipe, ao desenvolvimento da capacidade de solucionar problemas e tomar decisões, noções de primeiros socorros e comprometimento com a ajuda ao próximo, bem como, ainda, à aquisição de um elevado senso de responsabilidade e competitividade saudável.

Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que a embarcação à vela, para sua navegabilidade, exige do iatista a aplicação da globalidade do conteúdo teórico vivenciado nas salas de aula, uma vez que são imprescindíveis os conhecimentos de Geografia (pontos cardeais, regimes de ventos, pontos de referências ) Matemática ( cálculo estimativo de posicionamentos, projeções geométricos para definições de percursos etc.) , Português (interpretação, compreensão e aplicação das regras), Física (percepção das forças resultantes e dos pontos de equilíbrio da embarcação) e Biologia ( reconhecimento e preservação dos micro-ambientes nas regiões de navegação), entre outros. A exigência dessa universalidade de conhecimentos, incluindo habilidades de comunicação e argumentação, é parte fundamental da construção do saber para os aprendizes jovens e adultos que, de forma lúdica e motivada, adquirem, desde muito cedo, uma excelente percepção da realidade e da importância do seu papel no mundo que os cerca.

A necessidade da aplicação desses conhecimentos ocorre de modo espontâneo e gradativo, na medida em que os iniciantes despertam para as necessidades de melhorar seu desempenho, a medida que avançam nos conhecimentos passarão a observar o desempenho dos concorrentes e elaborar estratégias para obter melhores

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colocações nas disputas, dentro de um clima de saudável competitividade.1

No Brasil, no entanto, ao contrário dos países europeus e da América do Norte, os esportes à vela são ainda pouco difundidos, por serem considerados elitistas. Assim também foram o tênis e o voleibol, que hoje premiam àqueles que tiveram uma visão antecipada do potencial do esporte e começaram a dedicar-se a eles com maior antecedência.

Aqueles que consideram o iatismo um esporte caro ou elitizado demonstram pouca noção do que é o esporte realmente, pois até mesmo as modalidades esportivas consideradas "mais populares", em sua fase profissional, exigem do atleta grandes investimentos em equipamentos e acessórios, uma vez que, em competições de alto nível técnico, a tecnologia do material utilizado pode representar uma indiscutível diferença entre perder e ganhar. Um bom exemplo disso é a natação, um esporte considerado barato, mas que, ao atingir um nível técnico elevado, passa a exigir dos nadadores roupas especiais similares à escamas de tubarões, desenvolvidas por processos de alta tecnologia e, conseqüentemente, oferecidas a um custo elevado.

A iniciação à Vela, em sua fase primária é um empreendimento de baixo custo, uma vez que a embarcação e os equipamentos são oferecidos pela própria Escola de Vela, pelos clubes, que fornecem inclusive toda a infra-estrutura necessária ao esporte. Como nos demais esportes, na medida em que os responsáveis pela criança ou jovem, ou o adultos, percebem no mesmo o potencial ou desejo de aperfeiçoarem-

1 Não podemos ignorar, que nem sempre este clima é

cordial e saudável, mais é um ponto que temos de perseguir nas nossas escolas de iatismo, tirar o foco destas situações não é esconder, é aproveitar melhor o tempo para efetuar as melhorias necessárias a todo grupo.

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se no iatismo, os investimentos podem ser realizados de acordo com os recursos de cada família, que pode, então, decidir patrocinar o seu provável futuro campeão.

Acredito ainda, que quando falamos de patrocinadores estejamos incluindo os pais, a família como fator fundamental na fase de iniciação. Ainda temos muito de apreender a relação entre velejador, patrocinador, e até mesmo clubes. Através dos anos presenciei fatos de velejadores quando procuram seu parceiro, patrocinador, estavam mais interessado na compra de uma vela do que propriamente uma parceria. Tinha o pensamento que apenas colocar o nome do patrocinador na vela é o essencial. A evolução nesta área pode ser objetivo nas Escolas de Iatismo como item de melhoria.

Objetivo

Parece bastante óbvio que o objetivo de um projeto de esportes náuticos seja ensinar as modalidades do iatismo em si. No entanto não entendemos que seja somente isso, entidades e clubes, devem ser preparados para criar condições para que os jovens e adultos tenham cidadania o convívio com a natureza, amá-la preservá-la é fomentar uma consciência náutica.

Estando em seus barcos, os jovens e adultos, irão travar uma espécie de batalha com a natureza através de seus elementos: ventos, chuva, ondas, calor, etc.

Batalha onde só eles e a natureza se confrontam fará sedimentar um sentimento de luta, um aprendizado de decisões, onde só eles como timoneiro2, ou proeiros3

2 Homem que vai ao leme da embarcação e responsável

pelo governo da embarcação. As embarcações não são dirigidas ou guiadas elas são governadas.

, serão os

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senhores das mesmas. Certamente não só a firmeza de caráter está sendo sedimentada, mas também o respeito pela natureza e seus elementos.

Certamente será o inicio e a vivência para despertar o futuro aguaviários4

Iatismo como forma de lazer

do nosso Brasil para os programas de ensino profissional marítimo, através de cursos de especialização, básico de primeiros socorros, combate a incêndio, sobrevivência pessoal, segurança pessoal e responsabilidade social, trazendo o sustento de suas famílias com uma profissão digna.

Até o século 17, os barcos eram usados apenas como meio de transporte, que, aliás, era o principal método para conseguir conquistar 'novos mundos' e carregar materiais preciosos, como açúcar e café.

A partir dos anos de 1800, o iatismo começou a ser encarado como uma forma de lazer. O rei inglês Charles 2º, durante seu exílio na Holanda, se entusiasmou com o que viu e começou a organizar o iatismo como um esporte, levando ao seu país em 1860. Um ano depois, protagonizou a primeira competição em águas inglesas diante de seu irmão, o duque de York. Aos poucos, os ventos trataram de introduzir a vela em outros países vizinhos e também nos Estados Unidos.

3 Tripulante responsável pela regulagem das velas em

barcos de competição maneja a vela de proa, vela de estai, buja, ou genoa.

4 Profissionais preparados para trabalhar a bordo de embarcações, qualificados de marítimos, fluviários, pescadores e mergulhadores.

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Em 1900, o iatismo5 passou a fazer parte do programa olímpico. E, com o passar dos anos, as classes participantes se modificaram até em conseqüência da modernização dos barcos. Das atuais, a mais antiga é a Classe Star6

A primeira velejada

, embarcação que está nos Jogos desde 1932. A mais veloz é a tornado, que entrou numa Olimpíada em 1976.

Você esta entrando em um mundo novo, uma novidade para você, é necessário então receber algumas dicas se for convidado para dar uma velejada com o novo amigo. Quem sabe naquele barco que será barco dos seus sonhos! Aquele que vemos somente em filmes publicitários e ficamos literalmente babando. Para você ter um bom dia o cuidados são necessários;

• O barco também é a casa da pessoa. • Respeite-o como se fosse seu. • Se não estiver usando calçado adequado,

embarque descalço. • Calçados com solado de borracha preto, com

certeza riscarão todo o gelcoat do convés. • Não entre molhado e nem se sente num beliche

sem antes se enxugar bem. • Lembre-se que no barco todos os espaços são

utilizados e que outra pessoa provavelmente dormirá ali.

5 Iatismo, nome dado ao esporte onde os barcos são

movidos por propulsão a vela, utilizando a força do vento como meio de deslocamento.

6 Classe Star, veleiro monotipo olímpico, dois tripulantes timoneiro e proeiro, sua primeira flotilha iniciou no Iate Clube do Rio de janeiro em dezembro de 1931 conheça mais de seu histórico.

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• Tire a areia dos pés antes de pisar no convés, do contrário acabará arranhando a pintura.

A sua participação é importante para estabelecer um elo de confiança e amizade7

Se for convidado para uma regata, não leve bagagem demais, pois o espaço a bordo é reduzido. Antes de ir ao toalete avise ao comandante. O uso inadequado do banheiro pode provocar uma verdadeira inundação no barco. Seja bem-vindo a vela, curtindo o passeio e a velejada afinal este é nosso objetivo, participar.

, colabore com estes procedimentos iniciais, e só fume do lado de fora e nunca deixe cigarros acessos. Colabore com a arrumação. Não se esqueça de que o espaço nos barcos maiores, veleiro de oceano, está sendo dividido com outras pessoas. Participe das operações a bordo, deixando a palavra final sempre para o comandante. Evite surpreender seu anfitrião, levando convidados de última hora, como crianças que não estão habituadas a velejar, por exemplo.

7 O processo de estabelecer confiança é essencial para o

iniciante. Ter boa fé logo à partida quando se conhece alguém, ou até mesmo com o tempo de convívio há sempre reservas e barreiras. Somos presenteados pela sociedade com desilusões, decepções, ao longo da nossa experiência de vida e que nos transforma cada vez mais a personalidade mais fechado em nós mesmos com "armaduras" inexpugnáveis. Solução? Encontrar bons amigos e estimá-los e navegar ao longo do tempo com reciprocidade e respeito, com amizade e franqueza, não os desiludindo e a pouco e pouco as barreiras caem e as coisas tornam-se mais claras e simples.

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Conhecer o barco Embarcação: é toda construção, feita de: Madeira, ferro

aço, fibra de vidro, que flutua, destinada a transportar pela água, pessoas ou coisas.

Proa: é a parte da frente do barco, onde da origem de

contagem das marcações relativas, corresponde aos 000º relativos.

Popa: é a parte de trás do barco, onde na marcação relativa corresponde a 180º relativos.

Bordos: são as duas partes simétricas em que o casco (corpo principal da embarcação) é dividido por um plano vertical que contém a linha proa-popa, denominados de Boreste (BE) a parte á direita de olha p/a proa e de Bombordo (BB) aparte á esquerda.

Bochechas: partes curvas do costado de um e de outro bordo junto á proa, para efeito de marcação relativa a

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bochecha de BE está aos 045º da proa e a de BB aos 315º dela.

Través: não é uma parte da embarcação e sim uma posição em relação a ela, tal posição é a perpendicular a linha proa-popa, aproximadamente a meio navio. P/ efeito de marcação relativa o través de BE está a 090º graus da proa e o de BB aos 270º dela.

Alheta: Parte do costado de um e de outro bordo entre o través e a popa, para efeito de marcação relativa a Alheta de BE está aos 135º da proa e a de BB aos 225º dela.

COMPRIMENTO TOTAL

LINHA D'ÁGUA

CALADO

BORDA LIVRE

POPAPROA

SEÇÃO MESTRA

PONTAL

PLANO DAQUILHA

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Dimensões Lineares: As principais dimensões de uma

embarcação são:

Comprimento total: é a medida externa de proa a popa.

Comprimento de arqueação: é a medida interna de proa e popa.

Boca: é a parte mais larga da embarcação.

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Pontal: é a profundidade da embarcação, do convés principal a parte mais baixa da embarcação.

Calado: é a distância vertical entre a superfície da água (linha da água) e a parte mais baixa da embarcação.

Borda livre: é a distância vertical medida entre o plano do convés e a superfície da água.

Contorno: é a medida tomada, normalmente na parte mais larga da embarcação, de bordo a bordo, passando pela quilha.

Balanço: movimento de oscilação de um bordo p/ outro.

Caturro: movimento de oscilação vertical no sentido proa-popa.

Cabeceio: movimento de oscilação horizontal no sentido proa-popa.

Maré: movimento vertical das águas.

Denominamos maré de enchente: o movimento ascendente das águas, dizemos que foi atingida a preamar.

Denominamos de maré de vazante: o movimento descendente das águas, e o seu mais baixo nível e a Baixa-mar.

Tábuas das marés: fazem a previsão das marés com horas e altura das preamares e baixa-mares.

Tipos de ferros (âncora): o mais eficiente p/lancha esporte e ou recreio, é o ferro “DANFORTH”.

Amarras: complemento do ferro (âncora), tem 200 metros, 08 (oito) quartéis, cada quartel tem 25 metros.

O ferro pode Ter preso a ele um cabo de fibra de 50 metros.

Leme da embarcação: serve p/ dar direção ao seu rumo.

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Bolina da embarcação: serve p/ dar estabilidade ao barco.

O que é preciso

Podemos nos fazer esta pergunta: O que é preciso para saber velejar? Necessariamente as pessoas com mais dedicação poderão responder, que teriam de ler muitos livros, conhecer pessoas que tem o domínio, navegar com pessoas experientes, ter a curiosidade de saber muito sobre este assunto que é empolgante e desafiador, etc.

É certo que talvez tudo isto, seja necessário e não descartável, mais já tive oportunidade de ver pessoas que nunca velejaram, saírem com seu pequeno barco ir e voltar ao seu ponto de partida. E ao conversar com esta pessoa notei o desconhecimento total sobre o fenômeno do vento. Perguntou que vento era aquele – era um mistral, podemos até ficar espantado com esta situação, mais deu para perceber o desconhecimento de informações que para muito experts talvez seja um absurdo.

“Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe aonde ir” (Sêneca).

Com esta pequena experiência podemos admitir que para muito iniciantes seja possível velejar sem entender nada de vela. Neste pequeno relato podemos levantar a hipótese de explicação para o sucesso natural das crianças, adulto, e os relativos fracassos das pessoas que já “velejavam bem”, por isto é necessário o conhecimento mínimo

A magia está em você

Nos livros e nas palestras sempre encontramos sugestões para que as pessoas acreditem mais em si. "Stonehenge é um monumento pré-histórico, localizado na Inglaterra, formado por pedras dispostas em forma circular

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com uma incrível precisão matemática. Lá existe um grande mistério e, com certeza, é um lugar mágico. Acredite na magia que existe dentro de você.

Você é capaz de mudar suas atitudes e influenciar o meio em que vive. Acredite nos seus dons e nos seus talentos! Provoque e construa mudanças positivas em sua vida. Crie novos hábitos, como leitura ou trabalho voluntário. Mas não mude tudo de uma vez! Comece com pequenas mudanças em seu comportamento. Crie momentos mágicos. Tenha o alto-astral sempre como aliado. Lembre-se: a magia está dentro de você! “Está na hora de você fazer funcionar a sua varinha de condão.” Venha você e seus amigos a velejar.

Regras básicas de direito

Quando dois ou mais barcos à vela, velejam recebendo vento pelo mesmo bordo, manobra quem esta a barlavento.

Quando dois ou mais barcos a vela, velejam recebendo vento por bordos diferentes, manobra quem estiver recebendo vento por bombordo.

Uma embarcação a vela respeita embarcação, engajada na pesca, com manobra restrita, e sem governo.

Toda embarcação por normas do “RIPEAM”, terá que reduzir sua velocidade a 200 metros de praia, ancoradouros, marina, etc.

Toda embarcação terá que ter sua parlamenta ou dotação completa.

Tipos de manobras básicas

Cambar por davante: é passar com a proa do barco na linha do vento.

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Cambar em roda: é passar com a popa do barco pela linha do vento.

Quando vamos desviar um barco a proa deve ficar na direção do vento.

Quando vamos atracar um barco, devemos fazê-lo sempre contra o vento e ou correnteza.

Quando você navega com vento de popa, sua bolina deve estar toda erguida.

Navegando com vento de través, você deve arriar meia bolina.

Você como veleiro amador não pode conduzir embarcação a propulsão mecânica.

Para você dar um reboque, é usado o nó de escota de rosa, para facilitar a manobra.

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Iniciando na vela

Navegação Leal

Um iate somente deverá participar de uma regata ou série de regatas de um evento com navegação leal, superioridade em velocidade e perícia e, por esforço individual. Entretanto, um iate só poderá ser desclassificado sob esta regra, em caso de flagrante violação dos princípios acima e

somente quando nenhuma outra regra for aplicada.

A Regra Fundamental é a lealdade

Aliado a estes objetivos de formação pessoal, nossos velejadores terão iniciação as lidas náuticas passo a passo. Iniciaremos com a feitura dos "nós" adequados a cada tipo de amarrar; as manobras com o barco, regulagem de barco e vela até regras de regata. O aprendizado será acompanhado de textos adequados a idade dos alunos. A linguagem, por vezes

coloquial ou simplificada visa a maior eficiência no repasse da informação. Ao final de cada aula, terão deveres dirigidos ao aprendizado prático da aula seguinte.

Acima de quaisquer pretensões, nossa intenção é aliar o desejo de todos os pais: dar oportunidade de seu filho optar

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por um esporte e que este não seja só lazer ou distração, mas seja instrumento de uma boa formação social e individual.

Habilidade para tratar pessoas

A comunicação passa também pela habilidade de tratar pessoas, você, como técnico de vela, e sua habilidade com seus velejadores irá determinar a qualidade da sua equipe. Lembrem-se como nós aprendemos;

É importante conhecermos esses números e refletir. Compare agora o quadro como retemos as informações: 10% do que lemos 20% do que ouvimos, 30% do vemos, 50 % do que vemos e ouvimos, 70% do que dizemos quando conversamos 90% do que dizemos quando fazemos algo. O primeiro passo no aperfeiçoamento de sua habilidade no tratar com pessoas é propriamente, o entendimento das pessoas e de sua natureza.

Se você entender a natureza humana e as pessoas, se souber por que as pessoas fazem as coisas, se souber por que as pessoas irão reagir sob certas condições, só então você poderá se tornar um hábil "treinador, diplomata" de pessoas.

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Olhe atentamente a figura acima, e descreva o que

você está vendo, anote, pergunte outras pessoas o que elas estão vendo, você pode ter uma supresa. Tem pessoas que enxergam esta figura diferente de você.

No fundo entender as pessoas ou seus velejadores, e a natureza humana de cada um simplesmente envolvem o reconhecimento das pessoas pelo que são - não o que você pensa que elas sejam nem o que você quer que elas sejam. O que elas são? As pessoas estão interessadas primeiramente nelas mesmas, não em você! A compreensão de que as pessoas se interessam mais nelas mesmas do que nos outros será uma lição de vida para você. Quando você conversar com seus pupilos ou amigos, descubra o assunto de maior interesse possível para eles e fale sobre isto. Deixe estas palavras fora de seu vocabulário: @#$@#%&*, eu, meu, mim e minha. Substitua por apenas uma, a mais forte palavra falada pela língua humana: Você. Experimente e tire suas conclusões. Reconhecidamente é difícil fazê-lo e isto requer prática, mas a recompensa faz valer a pena.

Enfatize o positivo, tenha seu ponto de vista, algumas vezes podemos olhar de acordo com nosso ponto de vista. Faça o teste acima, você está visualizando um representante da nação indígena America, ou um esquimó. Assim também acontece com as palavras, visualize a fala e enfatize o positivo.

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O prazer de velejar – primeira regata

História de um velejador iniciante “O dia começou cedo, por volta das 8h00. A essa altura nenhum de nós fazia ideia qual seria o evento preparado para este ano pela empresa para comemoração de um evento patrocinado pela empresa. Durante a manhã estivémos numa acção de formação interna e depois do almoço soubemos que iamos fazer uma Regata.

Chegamos no local e descobrimos surpresos, um evento náutico, uma regata, fui convidado para fazer uma regata!! Nunca havia participado de um simples passeio em um barco a vela, e lá ia eu participar de uma competição.

Éramos 9 e fomos divididos em 3 equipes de 3. Cada equipa tinha um “skipper” (comandante). A ideia era fazer uma corrida para ver quem chegava primeiro num percuros estabelecido. Antes da corrida começar começaram as rivalidades entre as equipes

Cada equipe foi para o seu barco e teve 1 hora para aprender a manusear as velas, cabos, cordas, manípulos, etc… Com tanta informação em tão pouco tempo não admira que nas primeiras manobras os barcos se tenham comportado de forma estranha… Enfim, depois de 1 hora de treino chega o momento da partida. E aqui aconteceu o momento crucial da corrida: um dos barcos partiu primeiro! Isso mesmo! Eles dizem que não, mas nós vimos!!!

Como partiram primeiro, também chegaram primeiro… com 16 minutos de vantagem… Durante a corrida deu a sensação que o barco se ia virar do avesso, mas segundo o nosso “skipper”, aquilo não vira. Pode não virar, mas a sensação é que vai virar mesmo!! E aí quase entrámos em pânico. Uns agarravam-se como podiam, outros puxavam cordas e davam folga às velas, outros seguravam no leme, enfim, foi uma grande confusão com as cordas a enrolarem-se nos pés e coisas assim

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Conseguimos chegar ao final do percurso sem nenhum de nós ter caido à água! Depois passámos o resto da noite num belo restaurante com vista para o mar. Espectáculo! Nada como um dia estafante no mar para esquecer os dias estafantes da semana de trabalho “ Texto e experiência de Ivo Gomes - http://www.ivogomes.com

Marinharias - principais nós

Na montagem de um veleiro é de extrema importância o conhecimento de “nós”, pois os mesmos é que permite ajuste no cordame, regulagem de velas... Etc. Para a montagem de seu OPTMIST você deverá saber muito bem a execução de três tipos de nós: lais de guia, nó direito e nó oito.

Abaixo apresentaremos a seqüência de cada um dos nós. Sempre que tiveres um 'tempinho', treine. O treino é muito importante.

Histórico Basicamente existem 3 tipos de cabos. Os de fibra

vegetais (linho, pita, cairo, cânhamo, sisal, algodão, manila) designando-se por enxárcia branca ou alcatroada, os compostos por fios metálicos (arame zincado ou aço inoxidável) e os de fibras sintéticas (nylon, perlon, dacron, kevlar, spectron, etc) mais usados na marinha de recreio. Os de fibras vegetais não são tão fortes como os de fibras sintéticas e decompõem-se quando molhados. As fibras sintéticas por sua vez detrioriam-se com os raios ultra-violetas do sol, mas a sua variedade e resistência faz com que sejam as mais preferidas na marinha de recreio. Os cabos em aço, por não serem tão flexíveis, não são usados senão no aparelho fixo.

O aparecimento de nós iguais em partes diferentes do globo leva-nos a concluir que alguns deles foram descobertos

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isoladamente. Julga-se que já eram usados na pré-história pelos homens das cavernas. O nó mais antigo que se conhece foi descoberto em 1923 numa turfeira na Finlândia e cientificamente datado de 7.200 AC.

Também se sabe que os antigos Gregos, Egípcios e Romanos usavam nós com alguma complexidade nas construções de edifícios, pontes e fortificações pelo que não é lícito julgar que apenas os marinheiros são detentores desta arte.

No que respeita ao seu uso na marinha existem registros escritos pelo menos desde o séc.XVII, mas desenhos e figuras mostram que o seu uso é muito anterior a este período.

Nós, voltas, falcaças, mãos, costuras, botões, pontos, pinhas, gachetas e cochins, são trabalhos da arte de marinheiro. Os nós são usados quando se pretende unir um cabo a outro, ligar os chicotes do mesmo cabo ou fixar um cabo a qualquer objeto (ex: cabeço, cunho, etc.). Nem sempre se aprendem pelos livros: fazem-se, desfazem-se e tornam a fazer-se sempre que seja possível.

A maioria destes trabalhos não tem atualmente utilização pratica sendo usados hoje em dia com fins decorativos. Outros, porém continuam a ser essenciais em qualquer manobra onde se usam cabos, e por isso tão atual como sempre o foram.

Definição de Nó

Hoje no iatismo temos uma situação de tecnologia moderna, moitões, catracas, e outros equipamentos que nos fazem a sensação que não iremos precisar de um simples cabo de amarração na sua embarcação, o que não é verdade.

Quando um cabo de aço rebenta, lá vamos nós atrás de um cabo para safar a situação. Necessariamente ter somente o

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cabo não iria adiantar temos de utilizar a tecnologia da marinharia para nos ajudar. E até saber a terminologia para o seu devido uso, o que dirá de sua definição.

Quando as coisas estão mal, muitos têm um nó na garganta com a situação. Este fato ilustra bem a idéia de definição, ou seja, é um método de apertar ou segurar um material linear como a corda por amarração e entrelaçamento.

Um nó pode consistir de um comprimento de um ou mais segmentos de corda, correntes, cabos de aço, linhas, entrelaçadas de modo que permitem que a linha se prenda a si mesma ou algum outro objeto, que definimos como carga.

Definição de cabo Em uma embarcação a vela, temos como seu

equipamento básico a necessidade de utilização de vários tipos de cabos, onde lhe são atribuídos nomes específicos, permitindo assim classificá-los de forma a não ter problema quando estiver recebendo ordens do seu capitão. É necessário você saber então que definimos a princípio que todo aquele equipamento necessário, para caçar as velas, para amarração, utilizado para atracagem definimos como CABOS. Estes cabos podem ser feitos de fibra, nylon, fitas, aço, etc.

Para que você possa apreender a utilizar a comunicação a bordo de sua embarcação, os cabos podem ser classificados em parte do mesmo:

Chicote - as pontas de um cabo.

Seio - o meio de um cabo – marinharia.

Alça - uma volta resultante da união dos chicotes de um cabo.

Meia volta / nó simples - Este nó é o mais simples de todos. Então provavelmente o mais usado. Ele serve de

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base para outros nós. Este nó pode usá-lo como nó de freio no chicote de um cabo de pequena bitola, ou utilizar na extremidade de um cabo que se desenrole ou descoche. A meia volta não é forte, assim não é usado em situações onde você poderia esperar grande força.

Nó oito /ou de Trempe - este é maior, mais forte e mais fácil desatar que o meia volta. Utilizado no termino dos cabos para evitar, frear ou impedir que um cabo desgorne, utilizando mais do que meia-volta por ser mais volumoso e por frear assim um cabo através de um olhal maior. Ele se aperta menos e é mais fácil de soltar.

Nó de Frade – Nó utilizado como ornamentação no cordão que envolve a batina dos frades franciscanos. Trata-se de uma variação do Nó simples (ou Nó botão) acrescendo a ele uma volta a mais. Um uso prático é criar apoios em uma corda lisa para facilitar a subida ou descida de uma pessoa. Aplica-se em cabos lisos ou escorregadios. Em casos precários pode ser aplicado ao chicote como substituição à falcaça.

É usado para criar um tensor na corda. Pode servir para parar uma roldana ou auxiliar na subida de uma corda como

nó de apoio.

O lais de guia - é um do mais usado, e um dos mais úteis a bordo. Talvez seja um dos nós mais usados no mundo, provavelmente devido a sua simplicidade, segurança. Fácil de ser feito, é muito forte, e ao mesmo tempo, não solta e nem fica apertado quando sob tensão a ponto de tornar impossível soltá-lo.

Nó de grande utilidade, usado para formar uma laçada não corrediça. É um de grande confiabilidade, pois além de não estrangular sob pressão, é

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fácil de desatar. Ao executá-lo deve-se tomar cuidado uma vez que, se mal executado, desmancha-se com facilidade.

O nó lais de guia tem como função principal, ajudar no resgate de pessoas afogadas e em portos para manter os navios ancorados, muito usados na marinha em treinamentos de resgate e ancoradouros.

É o rei dos nós, pois é dado com presteza e nunca recorre. Serve para formar uma alça ou um balso, que pode ser de qualquer tamanho, mas não corre como um laço. Um emprego muito útil do lais de quia é na amarração temporária de embarcações de qualquer tamanho, ao arganéu de uma

bóia.

Nó direito – é um nó utilizado quando se pretende unir cabos não escorregadios e de diâmetros iguais. Facilitando assim quando da necessidade de se aumentar um cabo que será utilizado temporariamente. Se o seu uso estiver atrelado a uma força excessiva ou peso é

necessário tomar o devido cuidado, pois o aperto proveniente do nó pode torná-lo difícil o desate.

É comum ao rebocar o seu barco, ter um cabo lançado de outra embarcação e provavelmente aquele cabo seu já amarrado no barco a solução seria atar os dois cabos se eles forem não escorregadios e semelhantes em espessura. Como se trata de uma situação que mais tarde você irá precisar desatar o nó não seria aconselhável este tipo de nó, pois o esforço que exercerá fazendo esta atividade numa situação de emergência ou de rapidez você não conseguirá desatá-lo.

Em situações que não precisem tanto esforço você poderá usá-lo, pois a facilidade com que você o executa pode

lhe ser útil.

Nó de Escota ou singelo – pode ser utilizado em diversas

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situações e serve para emendar cabos de diâmetros semelhantes ou diferentes. Podendo ser útil quando uma variedade de tipos de cabos, com bitolas desiguais na sua embarcação em momentos emergenciais surgirá necessidade de uma intervenção de marinharia.

Nó escota pronto a disparar pode ser utilizado em muitas aplicações que sejam necessárias que os cabos sejam separados de forma a permitir um desacoplamento do mesmo. Pode ser dado entre duas embarcações que estejam efetuando um reboque e em qualquer

eventualidade pode ser solto com extrema rapidez ou simplesmente no termino da atividade de reboque. E comum velejadores que não sabem marinharia dar nós complicados ou seja que não desatam e quando precisam aquela correria para desatar o mesmo causando algumas vezes por presa desiquilibrio do mesmo na embarcação, ou até mesmo levando-o a cair na água.

Nó do pescador – é um nó que pode ser usado em cabos de uma mesma espessura, podendo estar os cabos molhados, ou mesmo ser feito em cabos de nylon.

O nó e feito utilizando o chicote de um dos cabos para iniciar e dar uma laçada simples em volta do chicote de outro cabo. No

outro cabo proceder desta mesma maneira. Tem que se ficar atento pois este nó é eficiente quando os cabos tenham a mesma bitola ou semelhança.

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Volta de fiel - o uso deste nó serve para amarrar um cabo sobre um ponto fixo quanto são previstos esforços de uma parte e de outra do nó, como exemplo amarrar o cabo no quarda-mancebo, amarrar a bandeira em um cabo de aço, amarrar a cana de leme utilizando a extremidade do cabo

Volta do Anete - este nó é muito eficiente para que o velejador possa amarrar a sua ancora, como é um nó que estará junto com a peça de amarração não tendo folga que possa contribuir para o seu desgaste poderá ser usado sem ter a preocupação de o cabo vir a se

soltar. Para amarrar na ancora o Laís de guia também pode ser usado mais como a ligação dos cabos ficará com uma laçada folgada provocará na medida de seu uso o desgaste do cabo na laçada do Laís de guia. Este nó pode ser usado também para amarração de uma bóia.

Volta redonda e cote –

o bom marinheiro mesmo sabendo todos os nós precisa entender que dependendo da situação o nó que irá dar tem de procurar atender ao objetivo proposto. Este nó pode ser dado

para uma simples amarração onde não se pretende uma segurança maior, uma amarração de um objeto, de uma sacola, de umas

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revistas. Tornando assim para a pessoa que irá manusear e que não é especialista como você a desatá-lo com facilidade.

Volta de Cunho – é muito utilizado nas amarrações das embarcações. Utiliza-se o chicote de um cabo de atracação ou até mesmo um cabo solteiro (disponível) para iniciar o processo de amarração da embarcação. O passo inicial é envolver o chicote do cabo no cunho.

O segundo passo para a continuação do nó é passar por cima do braço do cunho e voltar por baixo do mesmo, e encaminhar o chicote que dará a nova volta por cima do outro braço do cunho. Tem que se atentar para o tipo de cunho, ou

melhor o seu tamanho, pois dependendo do tamanho do cunho um cabo com determinada espessura para utilização naquele cunho especifico seja bem mais eficaz no procedimento de amarração.

O terceiro passo para complementação do nó, após ter passado por baixo do braço direito do cunho é fazer uma meia volta com o chicote do cabo e envolver o braço esquerdo do cunho deixando o chicote do cabo entre o braço do cunho e a meia volta do cabo.

Finalizamos o nosso nó, parece muito fácil, mais alguns cuidados devem ser tomados.

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Sei que você agora é um expert em fazer amarração utilizando os cunhos, que podem ser usados na atracação, nas adriças, na retranca, e afins. Cuidados devem ser evitados, voltas sucessivas, as vejo frequentemente quando vou atracar em um cais o que não é necessário pois provoca até um esforço desnecessário sobre o cunho, sem falar que passa a morder o chicote do cabo provocando uma dificuldade maior para retirada do cabo quando necessário.

Você agora pode atracar seu barco com segurança, mais a educação náutica ainda é necessária para proceder uma boa segurança da sua embarcação. Se ao chegar num cais o cunho de atracação já esta sendo usado por outro companheiro, e você pretende ficar mais tempo, desamarre o companheiro com todo cuidado, faça o seu nó primeiro, e depois o nó do companheiro. Assim quando seu amigo chegar para sair irá desatar o primeiro nó, saindo tranquilamente, deixando o seu com segurança.

Este procedimento além de ser educacional poderá lhe trazer surpresas, como ver que seu companheiro havia feito um nó sem nenhuma segurança, talvez enrolando simplesmente o chicote. Você realizando este procedimento quando ele voltar para desatar o nó irá desatar um nó feito por um especialista que é você. É assim uma boa forma para você transmitir o seu conhecimento.

A pinha de retinida é usada para barcos maiores, sobretudo para facilitar a atracação. É uma boa idéia o que podemos fazer com um cabo e utilizar. Com uma pinha de retinida feita na extremidade de um cabo podemos arremessar este cabo contra o vento principalmente se dentro da pinha tiver um peso. Serve muitas das vezes para arremessar um cabo de reboque para

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um barco que esteja encalhado.

A arte da marinharia é extensa, todo velejador deve ter a curiosidade de estudarem novos nós isto lhe auxiliará nas várias dificuldades a serem enfrentadas ao velejar.

Catau - É uma dobra que se dá no seio de um cabo, principalmente para esconder um ponto fraco do cabo, um ponto de ruptura, ou simplesmente uma maneira de encurtar o cabo.

Para começar um catau, dobra-se o cabo, como se vê na figura, em seguida dão-se, com o seio do cabo, dois cotes. O

interessante deste nó é que no caso de um cabo que estragado é que torna possível cortar a parte estragada do cabo que fica entre as duas alças sem que o nó se desfaça - enquanto o nó permanecer sobre tensão. Desta forma podemos fazer uma costura sobre um cabo que está em serviço.

Algumas observações que devem ser consideradas:

• O nó direito serve para unir dois cabos da mesma bitola.

• O nó torto serve para diferenciar do nó direito. • O nó de escota singelo serve para unir dois

cabos de bitolas diferentes. • O nó de escota dobrado serve para unir dois

cabos de bitolas diferentes e reforçar o escota singelo.

• O nó de escota de rosa serve para unir dois cabos de bitolas diferentes e facilitar a manobra.

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• O nó Laís de guia serve para improvisar uma alça e é o pai de todos os nós.

Segurança a bordo A aula pratica em

barcos escola como o optimist são acompanhadas pelo Instrutor em uma lancha ou bote inflável e todos os alunos deverão vestir, independentemente de saberem nadar, o salva-vidas. Os barcos dispõem de balde de 5 litros e um baldinho para retirar a água que

eventualmente entre no barco. Existe ainda um cabo de reboque de 5 metros para necessidade de rebocar. Todos estes equipamentos são obrigatórios para a segurança do barco.

Todas as preocupações de segurança são tomadas. As decisões de aula prática em relação a intensidade dos ventos reinantes são de alçada do Instrutor e posteriormente discutida com os alunos a razão da decisão.

Por que velejar

Temos vários motivos para você vir a velejar, mais trazer o seu filho para velejar pode ser uma meta excelente, já que ele não irá fazer nada no verão, está frequentemente no eu quarto ligado ao computador. Uma ida para a natureza é uma realidade. Seu filho pode velejar;

• Para iniciar na classe optimist voce mais alto, mais magro, mais forte.

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• Tanto os meninos como as meninas tem a mesma capacidade para aprender a velejar.

• Velejar é prazeiroso, e é para você. • Velejar é muito divertido, é começar a conhecer

a natureza e ensinamentos que lhe acompanharão para o resto de sua vida.

• Auto-confiança, força física, agilidade mental, e conhecimento do meio ambiente, serão adquiridos durante a aprendizagem.

• Velejar não custa uma fortuna, procure na sua cidade, e veja você mesmo.

• A união da família em torno do ato de velejar é muito saudável.

Porque iniciar seu filho no Optimist

A 54 anos atrás em Clearwater, Florida, um grupo de cidadãos queria fazer com que seus filhos pudessem sair do tédio em que viviam. Procuraram o desenhista e projetista local Clark Mills, para desenvolver um projeto de um barco para as crianças velejarem. Neste instante nascia o pequeno veleiro Optimist, seu projeto vem sendo usado por centenas de milhares de velejadores em todo o mundo.

Características básicas do veleiro optimist que ajudam na aprendizagem;

• O barco tem excelente estabilidade, não fica capotando facilmente.

• O iniciante ao iniciar a velejada, já sente a estabilidade do barco adquirindo assim a confiança necessária para aprendizagem.

• O barco não afunda, e se entrar água no barco ele permanece com estabilidade e tende a parar o seu movimento em relação a água evitando assim ser levado para longe.

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• O Barco Optimist e projetado para crianças, que podem conduzi-los sem perigo, medo ou esforço excessivo.

• O barco Optimist e o único barco reconhecido pela ISAF como exclusivo para menores de 16 anos.

• Grandes velejadores, tiveram a sua iniciação na classe optmist.

Conscientização é segurança

A segurança a bordo é um fator importantíssimo na formação de um bom velejador. Devemos nos educar para que sempre que formos velejar pensar na segurança.

Você como COMANDANTE de sua embarcação tem obrigação e responsabilidade de tudo que possa ocorrer a bordo. Procure conhecer todos os detalhes e regras pertinentes à "segurança a bordo" entre as principais lembre-se das:

Prestando auxílio, conselhos importantes

Muitas pessoas durante o ano se afogam dentro de uma distância pequena da orla marítima, orla lacustre ou rio. Quando as vezes por questões simplesmente de desconhecimento, ou quando algum trauma acontece, como andar e cair em um buraco, ou ser apanhando pela uma correnteza, que pode como surpresa ser a causadora do acidente e então causar uma resposta negativa e levando ao afogamento. A vítima, apanhada de surpresa, mesmo que elas saibam nadar, pode se apavorar não pedir socorro, não gritar e por questões de esgotamento físico, de pânico, o acidente pode ocorrer em poucos segundos e levar com que a vítima afunde. Neste caso pessoas que estejam na proximidade podem ajudar, entretanto devemos lembrar-nos de vários conselhos que daremos a seguir:

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Alcançar,

procurar alcançar a vítima com suas mãos, ou com ajudas de varas, remos, ganchos de atracação, tudo que tiver ao seu alcance nesta hora é necessário toda a calma para que possamos efetuar o socorro na primeira tentativa, e oportunidade.

Arremessar,

arremesse qualquer coisa que flutue e que a vítima pode segurar lance um cabo com salva-vidas se for possível. Se a vítima estiver muito longe e não podem alcançar o objeto flutuante… Tenha em sua embarcação uma pinha de retinida para esta situação

Remo, quando estiver auxiliando uma vítima com barco a remo, procure manter o remo fora do alcance da vítima quando estiver se aproximando, procure tranqüilizar e orientar para que a vítima segure na embarcação de forma correta e você também possa auxiliá-la, e quando estiver em condições reme para o local mais próximo.

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Ajude,

presenciando acidente tome cuidado, não se entusiasme por tomar a decisão de ajuda se você não está habilitado. Não tente fazer um salvamento nadando a menos que você seja um salva-vidas certificado. A vítima ao se afogar poderia agarrá-lo e em vez de termos uma vítima teríamos duas.

Condições do barco Certificar-se que o barco não está fazendo água; se não

há nada quebrado, mastreação está em condições... Etc.

Montagem do barco

Montar o barco com muita atenção, principalmente os nós. Depois da montagem faça uma "checagem" de toda a montagem. Verifique tudo em terra para evitar problemas na água.

Cabos de reserva (cabinhos) ou outro cabo solteiro, às vezes será de vital importância.

Condições do tempo

Não sair em meio a tempestade ou se sair em uma calmaria, observar se não está se armando uma tempestade no horizonte. O que ocorre freqüentemente é que antes de uma tempestade temos uma calmaria ou um vendaval.

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Observe o horizonte, as nuvens e instrumentos meteorológicos, se os tem por perto ou então consulte algum veterano do mar.

Lembre-se: PREVENIR É SEMPRE MELHOR.

Saídas solitárias

No caso de sair sozinho, não havendo mais nenhum barco navegando, NÃO se afastar muito. É interessante alguém em terra saber que saiu para velejar. Se possível avise da possível hora de retorno.

Equipamentos de segurança

Na classe Optimist, por regras próprias, é OBRIGATÓRIO:

• Salva-vidas bem amarrado ao corpo, para todos os tripulantes;

• tubulões presos devidamente; • Um balde de 5 litros bem amarrado ao barco; • Cabo de reboque flutuante de no mínimo 5

metros de comprimento amarrado na proa do barco;

• Para auxiliar a retirada da água, também é aconselhável levar um balde pequeno (tipo leiteira);

Outros cuidados

Não se esquecer de sair bem alimentado e devidamente agasalhado (se for frio). Nunca exceder a tripulação prevista.

A segurança a bordo é importante também para termos condições de prestar auxilio a um outro barco. No entanto isso só será possível se os equipamentos necessários estejam em

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excelentes condições e que estejam a bordo. E calma, muita calma. Lembre-se sempre; seja cuidadoso, pois sua saúde e a segurança da embarcação são muito importantes.

EM QUALQUER SITUAÇÃO TENHA SEMPRE CALMA, MUITA CALMA.

Hipotermia

Até mesmo quando o tempo está quente, não podemos esquecer que em determinadas áreas dentro da água pode estar muito frio. Uma corrente inesperada súbita ou outro evento podem deixar a água em temperatura muito baixa. Embora a possibilidade de se afogar ao entrar na água seja também uma ameaça, real é a possibilidade da hipotermia.

Hipotermia é uma condição que existe quando a temperatura do corpo cai. Isto pode ser causado através de exposição do corpo molhado ou exposto ao vento frio. A perda de calor de corpo resulta em perda de destreza, perda de consciência, e eventualmente perda de vida. Alguns minutos dentro da água fria faz com que seja muito difícil nadar, até mesmo se manter flutuando. Quando uma pessoa por algum motivo tem uma entrada súbita, inesperada em água fria pode ter um bloqueio, choque, permitindo que a água entrar nos pulmões. Neste caso o afogamento é instantâneo, imediato.

Seu corpo pode esfriar mais rapidamente abaixo 25 vezes em água fria que em ar. Se você examinar o quadro abaixo de você verá que a faixa sobrevivência cronometrada pode ser tão pequena quanto 15 minutos. Pessoas pequena estatura e crianças esfriam mais rapidamente que adultos de maior estatura.

Quando for velejar salva-vidas e roupas adequadas, pode lhe ajudar a ficar vivo por um período de tempo maior na água fria se ocorrer um acidente. Você pode flutuar sem usar energia e eles cobrem parte de seu corpo provendo um

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pouco de proteção do frio. Quando o dia estiver frio e a água fria você deveriam considerar e usar um casaco, e calça que tenha flutuação adequada as temperaturas mais baixas e que procuram cobrir grande parte do seu corpo, vestimenta que cobrem a totalidade do seu corpo provêem mais proteção.

Hipotermia não só acontece em água extremamente fria. Pode, e faz, aconteça até mesmo nas águas mais mornas.

Gráfico da Hipotermia

Temperatura (F):

Exaustão e perda de consciência

Expectativa de sobrevivência

32.5 Em torno 15 min. Em torno 15 - 45 min.

32.5 - 40 15 - 30 min. 30 - 90 min 40 - 50 30 - 60 min. 1 - 3 horas 50 - 60 1 - 2 horas 1 - 6 horas 60 - 70 2 - 7 horas 2 - 40 horas 70 - 80 3 - 12 horas 3 - Indefinido

Acima de 80 anos

Indefinido Indefinido

Hipotermia é progressiva - o corpo atravessa várias fases antes de uns lapsos individuais em um estado inconsciente. A extensão da hipotermia de uma pessoa pode ser determinada da seguinte

• Hipotermia moderada - a pessoa se sente frio, tem tiritando violento e fala inarticulada.

• Hipotermia média - a pessoa tem certa perda de controle de músculo, sonolência, incoerência, estupor e esgotamento.

• Hipotermia severa - a pessoa entra em colapso, pode estar inconsciente e sinais

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angústia deficiência respiratória ataque cardíaca que provavelmente conduzirá a morte.

Conservação de calor é o objetivo principal para uma pessoa que esteja dentro da água. Não nade a menos que você possa alcançar um barco perto ou objeto flutuante. Nadando abaixa sua temperatura de corpo e até mesmo os nadadores bons podem se afogar em água fria.

Se você pode se arrancar parcialmente da água - faça assim. O mais de seu corpo que está fora da água (em cima de um barco virado ou qualquer coisa que flutua), o menos calor que você perderá. Especialmente mantenha sua cabeça se possível da água do lado de fora - isto minorará perda de calor e tempo de sobrevivência aumentará.

H. E. L. P. Usando um dispositivo flutuante na água é uma chave a sobrevivência. Permite você flutua com um mínimo de energia e lhe permite assumir a fuga de calor que minora posição de desconforto

Esta posição, comumente chamado a posição fetal, licenças você para flutuar sem esforço e proteger essas áreas mais suscetíveis aquecer perda inclusive as

axilas, lados do tórax, virilha, e a parte de trás dos joelhos. Se você se acha na água com outros, você deveria se precipitar como um grupo para ajudar minore perda de calor.

Tratamento de hipotermia pode ser realizado elevando a temperatura do corpo para o normal. Restabelecer a temperatura do corpo pode ser simples, aplicando toalhas úmidas mornas para o pescoço do indivíduo, lados de tórax e virilha. Remova roupas molhadas, pois elas inibem retenção de calor. Um banho morno poderia ser usado moderadamente para hipotermia média, aumentando a temperatura

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gradualmente. Mantenha braços e pernas fora da água e não tente elevar a temperatura do corpo muito depressa, molhe gradualmente individuo. Não faça massagem nos braços da vítima e pernas. Massagem causará distúrbio no sistema circulatório levando sangue frio a circular.

Não dê bebida alcoólica que causa a perda do calor de corpo ou café e chá que são estimulantes e pode ter o mesmo efeito que a massagem.

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Conheça o seu optimist O bom velejador conhece

detalhadamente seu barco, pois só assim poderá regulá-lo de maneira mais adequada as condições de seu peso, de modo a tirar o máximo de proveito em uma velejada. É claro que a lista de nomes das partes do barco é enorme, mas não se preocupe em

decorá-la. Aos poucos e com prática constante acabará aprendendo esta lista e outros nomes mais.

O universo da classe optimist

A Classe Optimist reune os iatistas da embarcação denominada OPTIMIST, especial para iniciantes com idades entre 7 a 15 anos. É a maior e mais difundida classe do mundo e quase todos os campeões de iatismo mundiais foram formados nela, como os brasileiros Lars Grael e Torben Grael e Robert Scheidt, entre outros, este último é o atual hexacampeão mundial na classe Laser.

O Optimist é um pequeno e seguro barco, com área vélica e design

especialmente projetados para um desempenho adequado `a capacidade física dos jovens iatistas, de fácil manutenção e manobras simples, muito leve e que pode ser transportado facilmente pelo próprio velejador, que também facilmente aprende a montá-lo. É provido de flutuadores internos e todos

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os seus acessórios e equipamentos( leme, mastro etc) possuem completa flutuabilidade.

O barco Optimist

135º ALHETA DE BE

225º ALHETA DE BB

270º TRAVÉS BB

315º BOCHECHA DE BB

045º BOCHECHA DE BE

180º POPA

90º TRAVÉS DE BE

360º 000º PROA

Quando um objetivo está entre a proa e uma das bochechas, diz-se que estar ele por ANTE-A-VANTE da bochecha de BE ou de BB conforme esteja o objeto a direita ou a esquerda da proa.

Semelhante, quando o objeto esta entre uma das bochechas e o través respectivo, diz-se que o objeto está por ANTE-A-RÉ da bochecha respectiva (BE, BB).

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Quando temos um objetivo entre o través de um dos bordos e a alheta respectiva, diz-se que o objetivo está por ante-a-vante da Alheta (BE, BB).

Quando entre a alheta e a popa o objeto estará por ante-a-ré da alheta (BE, BB).

Equipagem

Na página seguinte apresentamos o desenho com as principais partes do casco e da vela. Procure inicialmente conhecer a forma das peças e sua posição no barco. Depois veja o nome da peça. Desta forma caso você não se lembre do nome lembrará onde está situada e qual a sua forma e, assim poderá perguntar em caso de dúvida.

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Relação de algumas pecas e sua função no barco:

Pé do mastro: peça metálica, com rosca e porcas, que permitem a regulagem do mastro, aumentando sua inclinação ou não em relação ao plano vertical.

Moitões (roldanas): normalmente usados em número de três ou quatro, servem para montar um conjunto que permite fazer uma redução e assim diminuir a força necessária para caçar a vela.

Escota: cabo reforçado para o controle da vela através dos moitões fixados no piso do barco e na retranca.

Retranca armação de madeira ou alumínio fixada ao mastro para armar a vela Bolina: espécie de "tábua" solta que pode ser enfiada dentro da "caixa da bolina" e cuja finalidade é evitar que o barco ande de lado. Dependendo do bordo é totalmente levantada, totalmente baixada ou parcialmente levantada.

Cinto de escora: tiras reforçadas que permitem ao velejador fazer "escora", isto é, sentar na borda (ou verdugo) jogando o corpo o mais afastado possível do barco.

Flutuadores ou tubulões: dispositivo de segurança obrigatório que permite o barco flutuar quando vira.

Leme: serve para dar a direção e controle do barco ao velejar.

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TALA DA VELA

PUNHO DA VELA

PUNHO DA VELA

POPA

NUMERAL DA VELA

VALUMA DA VELA

ESPICHA

PROA

TOPO DOMASTRO

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A vela de seu barco – cuidados necessários

Você que está iniciando na vela todo o cuidado com o material é de sua responsabilidade, portanto, saiba como

cuidar.

As velas dos Optimist e da maioria dos barcos são guardadas enroladas, é uma forma muito boa, pois ocupa bem menos espaço, e também possibilita que não façamos dobras no tecido de Dakon contribuindo assim pela sua durabilidade. Uma vela sempre

bem guardada é um grande investimento, pois o tempo de troca pode se estender. Duas pessoas podem com tranqüilidade proceder ao processo de enrolar a vela, podendo também ser feito por uma pessoa.

Alguns conselhos devem ser seguidos, de forma a conservar o seu material:

A escolha de um local para dobrar as velas é essencial, um gramado é aconselhável. Evite dobrar velas em pisos de cimento, pois o ato de arrastar a vela com o tempo pode comprometer as

costuras e o tecido. Ao dobrar em pisos de madeira, decks, é necessário tomar cuidado para não rasgar a vela prendendo em farpas do piso.

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A vela de seu barco – dobrar

Outra maneira é dobrar as velas formando camadas sucessivas de dobras: Serão necessárias duas pessoas para efetuar esta tarefa. Cada uma delas na extremidade da esteira da vela.

Evite dobrar as velas, encima de pisos de cimento, pois com o tempo pode ir desgastando a costura da mesma. Um bom local é encima da grama, mais tomar o cuidado de o local não estar úmido o que não é aconselhável.

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Velas, manutenção e durabilidade

Um bom cuidado com as velas aumenta sua durabilidade. Velas de regata ou cruzeiro devem ter um lugar próprio para serem guardadas depois da limpeza adequada. Alguns cuidados podem significar diferença em velocidade e também uma temporada extra para o velame.

Com o passar do tempo, os tecidos para velas tendem a ficar cada vez mais “firmes” , começando pelo conditioned e new yarn tempered e agora com temperkote ou mylar.

Para os regatistas, ou cruzeiristas, e importante que o tecido não apresente rugas; por isso e bom que as velas sejam dobradas ou enroladas. Estou convencido de que enrolar é a forma ideal para a sua manutenção.

A melhor maneira de fazer isso é começar pelo topo, indo até a esteira. Quando for necessário dobrar, por questões de espaço ou tamanho, faça o movimento inverso, ou seja, da esteira para o tope.

Uma precaução importante é a de mantê-las sempre secas, pois o tecido muito resinado ou fino poderá amolecer quanto guardado molhado ou úmido durante muito tempo. Porém, em um período de treinamento intenso - quando as velas são usadas diariamente - é melhor que fiquem guardadas abertas e não será necessário tirá-las do sol todo o dia; entretanto, e preciso lavá-las bem ao se encerrar o treinamento, principalmente se você veleja em água salgada.

Nunca as deixe panejar quando isso puder ser evitado. A vibração faz com que o tecido estrague e deteriora a bolsa de talas.

As velas de cruzeiro são tipicamente mais soft que as de regata. Deste modo , elas podem ser ensacadas por varias semanas, sem problema. Enrolá-las, guardá-las secar e protegê-las das radiações ultravioletas que ressecam a resina

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- são precauções que evitam "quebrar" os tecidos de nylon e poliéster.

Na verdade, o bom senso e o melhor guiam, isto é, saber quando é necessária uma lavagem ou mesmo a remoção de manchas. As sugestões abaixo são práticas e podem ajudar bastante.

Para as sujeiras comuns como sal, manchas de terra e poeira o ideal é lavar com água pura. No máximo, use sabão neutro com auxilio de uma esponja macia.

Manchas de óleo, graxa e cera saem com água morna e sabão. Quando estiverem difíceis de sair, utilize benzina ou acetona, porém, tenha cuidado de removê-las o mais rápido possível.

Ferrugens, marcas de numeral e tinta são retiradas com tetracloreto de carbono.

Quando não conseguir limpar as manchas com água e sabão neutro, é melhor deixar.

As velas de temperkote ou mylar merecem cuidado especial na hora de serem guardadas, Esses materiais são menos resistentes à fricção e as dobras, por serem tecidos duros e ao mesmo tempo leves para o esforço que suportam. Durante a limpeza, evite qualquer tipo de solvente.

Nunca é demais enfatizar que o nylon para o spinnaker é bem mais sensível que o poliéster. Sabão e solvente podem danificar aquele tecido. Siga a informação acima e períodicamente leve suas velas ao lugar onde foram compradas, para uma inspeção. Estou certo de que se você proceder desta forma, terá suas velas por uma grande temporada de regatas.

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Bordos do barco

O barco assim como o automóvel ou bicicleta tem um nome especial para cada urna de suas partes ou peças. Vamos iniciar conhecendo o nome dado aos lados do barco, as suas parte traseira e a sua parte dianteira.

PROA DOOPTIMIST

POPA DOOPTIMIST

BORDOBOMBORDO

EIXO DO BARCO

BORDOBORESTE

Todo barco tem uma linha imaginária que passa da traseira do barco até a dianteira, denominada de EIXO LONGITUDINAL DO BARCO.

Em relação ao eixo do barco, chamamos de BORDOS as suas laterais. Tanto o lado esquerdo como o lado direito é chamado de BORDO.

Para sabermos que todos estão chamando o lado esquerdo de lado esquerdo, isto é olhamos o barco da parte traseira para a parte dianteira. O lado traseiro do barco leva o nome de POPA enquanto que a parte dianteira chama de PROA.

Olhando da POPA para a PROA, chamamos o bordo que fica a nossa esquerda de BOMBORDO (BB) e o bordo que fica a nossa direita de BOROESTE (BE) ou ESTIBORDO (EB).

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PROA DOOPTIMIST

BORDOBOMBORDO

EIXO DO BARCO

BORDOBORESTE

POPA DOOPTIMIST

ALHETA DEBORESTE

ALHETA DEBOMBORDO

BOCHECHABORESTE

BOCHECHABOMBORDO

A linha do barco onde se encontram os bordos com a popa é chamada de ALHETA. Todo barco tem duas ALHETAS no qual denominamos ALHETA DE BOMBORDO e ALHETA DE BORESTE

BOCHECHA é o nome dado a linha onde se encontram os bordos com a proa. Onde denominamos BOCHECHA DE BOMBORDO e BOCHECHA DE BORESTE

Como navegar seu barco

A direção da embarcação Optimist a vela é feita utilizando a extensão da cana de leme que vai lhe permitir a realização da manobra ao empurrar a extensão com a mão que

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estará popa da embarcação (seta) , e conforme a figura estaremos fazendo o movimento ao qual denominaremos orçar , a reação do barco para este movimento é aproar para direção do vento (a proa vai de encontro a vento) .

DIREÇÃO DO VENTOB

empurrar o lemevocê orça

A proa se deslocana direção do vento

Orçar – é quando você empurra a extensão, cana de leme, para o lado em que está a vela, e a proa se desloca em direção ao vento.

O comando do LEME é feito através da CANA do leme, ou extensão do leme.

Faça sempre movimentos suaves, em muitos casos a rapidez não é sinal de uma boa manobra.

Nos barcos vela as manobras de cambar, jaibe , tem que ser feitas com cuidado para evitar acidente com a retranca, que pode atingir o tripulante, ou próprio comandante

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Como utilizar escota

Quando velejamos não só o movimento do leme é importante, mas também o controle da VELA, o que chamamos marear a vela. Caçar, soltar de acordo com a direção do vento.

Para que este controle seja possível, utilizamos de um cabo que está preso a um conjunto de MOITÕES (roldanas) e nós denominaremos de ESCOTA na figura em azul. Com o controle do RUMO (direção) pelo leme e a abertura da vela pela escota conseguimos marear a vela VELEJAR.

Para puxar a vela é necessário puxar a escota. Puxar a escota em linguagem náutica diz-se CAÇAR A ESCOTA. Em resumo: CAÇAR é puxar a escota , FOLGAR soltar a escota.

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Como desvirar seu Optimist

Qualquer velejador ou "safo de marinha" está sujeito a um banho inesperado, isto é, a ter seu barco virado em pleno passeio ou regata No entanto não há motivo para se apavorar esteja sempre prevenido e com material de segurança em mãos.

Ao virar basta mantenha a calma e siga certas regras que o possibilitarão desvirar, retirar a água e seguir tranqüilamente seu passeio ou regata. A seguir é mostrado o que fazer e como se comportar quando o seu Optimist vira.

REGRA A SEREM SEGUIDAS

NUNCA ABANDONE O BARCO.

NÃO SE AFASTE DO BARCO MESMO QUE SEJA UM

EXCELENTE NADADOR.

QUANDO NÃO HOVER SOLUÇÃO TE ATIRES NA ÁGUA SEM MEDO!.

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Passos para desvirar seu Optimist

1) Primeiro passo - Quando o barco ficar de boca para baixo, procure utilizar a escota do seu barco para se segurar e subir no casco para começar o processo de desvirar o barco, tenha calma. Procure apoio na borda do barco

2) Segundo passo – Com calma e sem pressa, economizando sua energia, depois que utilizou o cabo ou a borda para subir na embarcação, segure na bolina e deslocando seu peso o barco lentamente irá desvirar. Aquele cabinho, ou sistema de prender a bolina lhe ajudará muito nesta hora, pois sua bolina estará armada e conseqüentemente podendo ser usada para desvirar o barco.

3) Terceiro passo - Segure a bolina pela extremidade superior, e nesta mais importante e você deslocar seu peso como se estivesse escorando e segurando a bolina firmemente. Após este movimento você sentirá o barco se deslocando para desvirar. A partir de determinado ângulo você pode subir na bolina segurar na borda do barco.

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Cuidado para que o barco não venha a cair sobre você.

4) Quarto Passo – Já encima da bolina e segurando na borda controle a velocidade em que o barco está vindo, para que com seu peso o barco não venha rapidamente, pois uma vinda rápida pode ocasionar que ele vire para o outro lado. 5) Quinto passo - Quando o barco estiver na posição correta, NÃO TE PRECIPITES PARA SUBIR. MUITA CALMA!

6) Sexto passo - SEM SOLTAR O BARCO, vá até a popa e suba procurando não inclinar o barco para não entrar mais água.

7) Sétimo passo - Urna vez a bordo, verá que muita água. Se inclinares o barco vai entrar mais água ainda.

8) Oitavo Passo - Senta-te no CENTRO do barco e comece a retirar a água com auxilio do balde e depois com o baldinho.

No caso de não conseguir tirar, a água ou toda a água. Tenha muita calma, não abandone o barco. Não, nade! O barco é mais visível que uma pessoa nadando. Aguarde pelo auxílio e te resgatará antes que dês meia dúzia de braçadas. Portanto fique sempre junto com o barco! Se necessário fique dentro d’água mas segurando no barco.

Rumos do Optimist em relação ao vento

Dependendo da direção ou rumo que o barco se desloca em relação ao vento, damos nomes especiais a cada situação. E em cada situação a vela deverá estar situada em um dos bordos da embarcação.

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a) APROAR AO VENTO Um barco está aproado ao vento quando está parado na linha do vento com suas velas PANEJANDO. Quando o barco estiver nesta situação um bom truque para que ele volte a velejar e deixar o leme no meio do barco fixo por alguns momentos e o barco definirá para que lado ele vá enchendo a vela, neste momento puxe o leme com sua mão que está popa fazendo com que o barco arribe, quando barco estiver aumentado sua velocidade e velejando novamente coloque no rumo desejado e regule as velas, boa velejada.

VENTO

b) CONTRAVENTO - Diz-se estar navegando em contravento quando velejamos o mais próximo da linha do vento, mas SEM aproar o barco. É comum quando se veleja em contravento seguir um rumo com o fim de atingir o objetivo será necessário cambar para outro bordo quando for necessário, estaríamos muitas das vezes navegando como se estivéssemos fazendo zig-zag.

VENTO

c) VENTO DE POPA Um barco está navegando com VENTO DE POPA quando o vento que bate nas velas vem da direção da popa do barco (o vento que vem por trás do barco). Com o vento em popa o barco anda na mesma direção do vento, isto é, anda a favor do vento. Quando estiver velejado de popa procure não velejar de popa rasa, veleje um pouco mais orçado que o barco tem uma velocidade melhor, e faça o jibe quando necessário para atingir seu objetivo, assim você navegará no rumo com maior velocidade

VENTO

d) TRAVÉS - Um barco anda de través quando o vento bate em um dos seus bordos. Neste bordo a retranca do barco faz um ângulo de 135 graus com o vento, nesta posição o barco atinge sua maior velocidade, onde os

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velejadores nos ventos fortes pegam suas planadas. Quando seu barco estiver nesta posição e iniciar o efeito de planagem, procure ao escorar e movimentar seu peso para no sentido proa popa para que o barco esteja mais bem equilibrado e atinja um desempenho maior.

VENTO

Barlavento - sotavento

Vimos anteriormente o nome dado a cada bordo do barco: boreste, bombordo, proa e popa. Esses nomes são permanentes, isto é, sempre que queremos nos referir a tal bordo dizemos o respectivo nome.

No entanto, quando o barco está velejando estes bordos tem outro nome que depende da direção em que o

vento está soprando. Como na figura abaixo o barco está no contravento o lado que vem o vento azul denominamos barlavento, e o lado atrás da vela verde denominamos

sotavento.

DIREÇÃO DO VENTOB

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BARLAVENTO

É o lado ou direção de onde sopra o vento ou que bate o vento. Lembre do seguinte: BARLA - BATE. Assim você nunca esquecerá. Observe a figura ao lado, direção do vento B, quadrilátero azul barlavento. Podemos também dizer o vento está batendo na bochecha de boreste.

SOTAVENTO

É lado contrário que sopra o vento ou o lado que vai o vento. Se você lembrar que SOTA - SAI, você não esquece. Na figura ao lado, o quadrilátero verde sotavento. A vela e a retranca sempre estão a sotavento.

Manobras com o barco Quando estamos velejando e queremos mudar o rumo

do barco, devemos executar um tipo de manobra no barco de modo a permitir a chegar ao rumo desejado. Existem quatro manobras principais.

CAMBADA JIBING ARRIBAR ORÇAR

Cambar ou virar de bordo

Na figura acima são mostrados os passos para realizar uma cambada. Observe abaixo com atenção e compare as descrições tire sua conclusão praticando e o importante é que você grave os seguintes itens: a posição do leme, a posição da vela, a posição do timoneiro, o manuseio da escota.

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PASSOS DA CAMBADA

a) Dobrar as pernas para a popa do barco

b) Empurre a cana do leme para o lado da vela e passe, por baixo da vela sem perdê-la de vista, olhando para frente. CUIDADO com a retranca.

c) Colocar o conjunto de moitões e escota no centro do barco, olhando passar a vela

d) Mude a posição das mãos, segurando a cana do leme com a mão da escota, mas sem soltá-la.

e) Quando a vela passa para o outro lado, coloque o leme reto.

f) Passe para o outro lado onde está a vela e siga velejando.

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Orçar

A manobra ORÇAR depende do rumo (ou direção) que seguimos em relação à direção do vento. Portanto, ORÇAR significa navegar o mais contra o vento possível, sem estar aproado. Lembre que ao aproar o barco a vela irá panejar e o barco não se deslocará.

DIREÇÃO DO VENTO

AA

C

B

Orçar – estar o mais próximo da linha do vento

Se você colocar o barco diretamente contra o vento Figura c, a tendência é parar ou a proa se deslocar para um dos lados.

Quando você veleja o mais contra o vento possível como na figura as embarcações A, e o prosseguindo para frente, você estará velejando na orça, ou podemos dizer os barcos A estão na orça ou orçando.

Na figura ao lado marcada pelo quadrilátero azul claro o barco aproado na direção do

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quadrilátero estará panejando.

Arribar

Arribar é uma manobra que o timoneiro atua fazendo com que o barco afaste-se da linha do vento, veja a figura abaixo para uma análise visual. Esta manobra de afastar-se da linha do vento dá-se o nome de "ARRIBAR", quando realizado e fixado o novo rumo , podemos dizer que houve alteração de rumo, se fixar na nova direção de navegação estaremos no novo rumo veja barco C.

Um barco está arribando sempre que deixa de orçar, isto é, se afasta da direção que bate (vem) o vento. Quando se está arribando a vela deve ser folgada, mareada de modo que a retranca mais folgada que a posição anterior.

DIREÇÃO DO VENTO

AA

B

BC

BC

ARRIBAR - Observando a figura ao lado veja que os barcos A estão naquele momento na orça, puxando o leme com a mão que está popa você está movimentando o barco para arribar.

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O barco na posição C seguindo a seta que aponta o novo rumo está andando arribado em relação ao barco A que está orçando

Cambada ou virando por davante

A manobra de cambar deve ser feita com muita atenção e calma, pois é necessário alterar a direção do leme, trocar a vela de lado e o timoneiro sentar no lado contrário da vela.

No meio náutico, diz-se que um barco camba, quando navegando em uma direção, se aproxima da linha de vento, ultrapassa-a e em seguida ruma na direção que o vento estufe as velas pelo outro lado.

Manobra de cambar - navegando normalmente contra o vento posição (a) da figura.

Empurre a cana de leme vagarosamente (b – c) sempre olhando para proa ou o horizonte.

Passe sua perna que está a popa da embarcação vagarosamente para o outro bordo, peque com sua mão livre direcionando-a para suas costas para pegar a cana de leme, agora já na posição da linha central do barco e com a vela panejando (d ) .

Passe a outra perna para popa da embarcação, e já de posse da cana continue olhando para frente sente na borda e volte a velejar no contravento. (muitas das vezes a cambada rápida pode não ser a melhor cambada) Pratique.

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VENTO

VENTO

a

b

c

d

e

f

Jibing ou virando em roda

Esta manobra só é realizada quando o barco veleja de vento em popa ou na empopada. O objetivo do jibing (pronuncia-se: jaibing) é trocar a vela de lado ou de bordo alterando ligeiramente o rumo, pois em vento em popa rasa não é aconselhável.

Nesta manobra o barco irá alterar o rumo, a vela ultrapassa a linha do vento no sentido popa > proa, paneja pela valuma, e enche no outro bordo.

A seguir são mostrados os passos para a realização do jibing. Analise a figura, meditando com atenção sobre a manobra que requer atuação do timoneiro e alem dos parâmetros: velocidade do barco, posicionamento da vela, ação do leme, e caçar/soltar a escota .

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Passo do jibing – Virando em roda VENTO

a

b

c

d

e

f

g

PASSOS DO JIBING – Virando em roda

Sempre olhando para proa /e rumo que se pretende com a mão que está à popa prepare para manusear o leme de forma suave / lentamente peque com mão que está à proa o seio da escota e prepare para puxar quando o barco estiver realizando a manobra passo (2).

Quando sentir que o barco está no momento e em velocidade plena faça o seguinte procedimento conjunto, empurre o leme bem pouco (orçar) a vela ficará menos pesada neste momento, puxe a escota pelo seio até o meio do barco ao mesmo tempo coloque o leme estará reto. (4) Figura b.

Durante a manobra do jibe você fará com o corpo o mesmo movimento de cambar. (veja cambar no contravento)

Com a vela no meio, figura d, (desloque movimento de cambar) faça o movimento de orçar lentamente para outro bordo o que ajudará a vela passar.

Assim que a vela passar fique atento ao seu rumo, figura e, pois executando a manobra desta maneira você estará um pouco mais orçado para seu rumo, figura g, (rumo > direção naquele momento que lhe permite o

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melhor andamento no popa)

Ao orçar você irá caçando a vela à medida que mais se aproximar da linha do vento. A máxima posição que a vela deve ficar caçada é quando a ponta da retranca atingir a alheta.

Aprendendo as manobras que são realizadas com o barco, o nome de seus bordos, como desvirá-lo e nome de suas principais partes. Portanto estamos quase prontos para o desafio de velejarmos sozinhos. Mas para que tudo fique mais fácil só falta sabermos um pouquinho sobre o VENTO (apesar de o vento nos fazer cada uma, ele é nosso melhor AMIGO) e sobre os rumos que velejamos em relação ao vento.

O vento

O vento é a força impulsionadora que irá impelir o seu Baco e sua aprendizagem. O primeiro passo é saber compreendê-lo, e aceita-lo como força motriz tirando vantagem deste fenômeno da natureza.

É normal que pessoas desconheçam as mínimas coisas a respeito do vento, muitas das vezes não sabem ou não se deram conta de percepção da direção, intensidade, importância do vento. Ao começar a velejar o principiante apreenderá noções básicas e se preocupar em conhecê-lo melhor.

Alguns exemplos para reflexão:

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a) No nosso litoral o vento começará a sobrar pela manhã com uma intensidade moderada, tendo um acréscimo na intensidade entre 15h30min e 16h30min

b) Os ventos mais freqüentes são mesmo o sul e o leste principalmente na primavera e no verão.

c) O vento norte e nordeste normalmente é fraco e sem ondas. Se o vento continuar norte durante à tarde, ele será fraco até o final do dia.

d) No inverno os ventos mais fortes são mais raros.

O modo de aprender a conhecer o vento é simples, utilize sua sensibilidade, e utilize a observação.

Observe-o Observe o vento sobre a água. Observe os indicadores de vento instalados nos barcos. Olhe a sua volta e observe o movimento da fumaça, das nuvens, fumaça das chaminés, etc

Observe o tremular da bandeira no mastro.

Sinta-o Sinta a brisa em seu rosto, nuca, ou cabelo. Tente mover o rosto de um lado para outro e você ouvirá o vento primeiro num ouvido e depois no outro, quando você ouvir o vento de modo igual em ambos ouvidos vocês estará com o nariz apontando para de onde vem o vento.

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A sensação de velejar é um prazer a medida que você atuar com timoneiro ou proeiro coordenando e entendendo o movimento do barco, do vento, e da água você começará a perceber que navegar é fácil.

Veleiro Optimist / vela / rumo

DIREÇÃO DO VENTO

AB

C

D

E

F

GH

AB

C

D

E

G

H

I

A Optimist / veleiro no contravento (orça fechada) ângulo de 22,5 graus em relação ao vento

B Optimist / veleiro orçando (orça folgada) no ângulo de 60 graus em relação à linha do vento

C Optimist / veleiro orçando (orça folgada) no ângulo de 80 graus em relação à linha do vento

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D Optimist /veleiro no vento de través no ângulo de 90 graus em relação à linha do vento

E Optimist /veleiro no vento de través ( vento de alheta ) em 110 graus em relação a linha do vento

F Veleiro no vento de través e de balão través ( vento de alheta) em 150 graus em relação à linha do vento

G Optimist / veleiro no vento de través folgado 145 graus em relação à linha do vento

H Optimist / veleiro no vento em popa com rumo mais orçado

I Optimist no vento em popa ( popa rasa, vento a favor ) com toda a retranca aberta

Escala de Beaufort

A Escala de Beaufort quantifica a intensidade dos ventos, tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes das ventanias no mar e em terra. Foi desenhada pelo meteorologista anglo-irlandês Francis Beaufort no início do século XIX. Na década de 1830, a escala de Beaufort já era amplamente utilizada pela Marinha Real Britânica.

ESCALA BEAUFORT

Força Descrição Velocidade média nós

Velocidade média em km/h

Estado do Mar

0 Calmaria < 1 nós < 1 km/h Mar espelhado

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1 Rafagem 1 a 3 1 a 5 Algumas rugosidades

2 Aragem (leve brisa) 4 a 6 6 a 11 Pequenas ondulações

3 Fraco 7 a 10 12 a 19 Ondulações e alguns carneiros

4 Moderado 11 a 16 20 a 28 Pequenas vagas, carneiros freqüentes

5 Fresco 17 a 21 29 a 38 Vagas moderadas, carneiros, borrifos

6 Muito rescos 22 a 27 39 a 49 Grandes vagas, cristas espumosas brancas, borrifos

7 Forte 28 a 33 50 a 61 Vagalhões pequenos com espuma em faixas

8 Muito forte 34 a 40 62 a 74 Vagalhões moderados com espuma em faixas definidas

9 Duro 41 a 47 75 a 88

Vagalhões grandes a enorme e excepcionais, visibilidade reduzida a seriamente afetada.

10 Muito duro 48 a 55 89 a 102

11 Tempestuoso 56 a 63 103 a 117

12 Furacão >=64 >=118

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Barômetro de Torricelli

Evangelista Torricelli (1608-1647) foi o primeiro inventor de um instrumento para medir a pressão atmosférica, isto é, o “peso” da coluna de ar que faz pressão sobre cada centímetro quadrado da superfície terrestre. Esse barômetro é constituído de um tubo de vidro com a boca para baixo, cheio de mercúrio, com sua abertura imersa num recipiente também cheio de mercúrio. Devido à pressão que o ar faz sobre a superfície do recipiente, o nível de mercúrio na coluna aumenta. Forma-se assim uma coluna de líqüido que tem o mesmo peso da coluna de ar sobre o recipiente.

Portanto, a altura da coluna de mercúrio representa uma medida da pressão atmosférica. Torricelli calculou que o efeito da pressão atmosférica no nível do mar é igual àquela que existe numa pequena coluna de mercúrio com 760 mm de altura e corresponde a 1.033 gramas por centímetro quadrado. Esse valor é chamado “atmosfera” (atm).

Funcionamento O barômetro de Torricelli indica sempre precisamente a

pressão atmosférica do lugar onde está instalado. Inicialmente é ajustado a 0 (é ajustado a 0) m do nível do mar. Caso a altitude onde o mesmo será usado seja superior, terá que ser feito a ajuste, pelo próprio usuário, através da escala auxiliar (1) deslocando-a ate chegar à altitude correta do lugar, impressa em uma terceira escala (3), tomando como indicador a seta na parte superior da escala auxiliar.

Ex: Em uma altitude de 200m, deixa a parte superior da escala auxiliar exatamente em 200m na terceira escala. A leitura será feita na escala auxiliar, em mm. Quando instalado ao nível do mar deixe-a no 0 (zero) na terceira escala. A leitura poderá ser feita nas duas escalas, em mm.

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Observações

Descida lenta do mercúrio de 2 a 3mm no barômetro, em um período de 24 horas = queda de pressão do ar distante, sem mudança significativa de clima.

• Queda de 2 a 3 mm num período de 1h = iminente perturbação, chuvas.

• Queda forte de 6 a 10 mm em um período de 4 a 5 horas = trovão, tempestade.

• Ascensão rápida = tempo bom de pouca duração.

• Ascensão regular = tempo bom e seco, ou no frio e seco no inverno.

Os movimentos da coluna de mercúrio devem ser observados diariamente, ou sempre que possível. Para facilitar, coloque o ponteiro regulável (2) sempre exatamente onde está marcando a pressão no momento. Na leitura seguinte é possível determinar se houve queda ou ascensão do mercúrio.

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TABELA BAROMÊTRICA

BARÔMETRO Pressão atmosférica no nível do mar, 1013 Mb, Nosso litoral 1020 - 1030 Mb // 920 < Patm. MMM < 1060, Pressão atm. Desce quando altura sobe ou latitude, Barômetro alto, bom tempo, Se o barômetro cair devagar o tempo que entrar demorará.

BARÔMETRO EM ASCENÇÃO

Termômetro em ascensão: TEMPO QUENTE E SECO. Estacionário: BOM TEMPO. Em declínio: VENTOS

BARÔMETRO ESTACIONÁRIO

Termômetro em ascensão: BOM TEMPO. Estacionário: CHUVA PROVÁVEL Em declínio: TEMPO INCERTO.

BARÔMETRO EM DECLÍNIO Termômetro em ascensão: TEMPO INCERTO. Estacionário: CHUVA PROVÁVEL Em declínio: CHUVAS FORTES

BARÔMETRO

TERMÔMETRO

TEMPO PROVÁVEL

Em ascensão

Em ascensão

Quente e seco

Tempo bom Ventos quentes e secos

Em ascensão

Estacionário Bom tempo

Tempo bom Ventos leste frescos

Em ascensão

Em declínio Ventos Tempo bom Ventos de sul a sudeste

Estacionário

Em ascensão

Bom tempo

Tempo mudando para bom

Ventos de leste

Estacionário

Estacionário Chuva provável

Tempo incorreto Ventos variáveis

Estacionário

Em declínio Tempo incerto

Chuva provável Ventos de sul e sudeste

Em declínio

Em ascensão

Tempo incerto

Tempo instável Aproximação de frente

Em declínio

Estacionário Chuva provável

Frente quente Chuvas prováveis

Em declínio

Em declínio Chuvas fortes

Fortes chuvas abundantes

Ventos de sul a sudoeste

Rumo em relação ao vento

Ao velejarmos adotamos um rumo em relação ao vento, isto é: a favor do vento, contravento ou de lado para o vento (través). Aliás, isto já foi discutido anteriormente, somente

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não detalhamos as características e tipos de manobras utilizadas em cada um destes rumos. Vamos iniciar nossa apresentação discutindo o "navegar de través", depois a "empopada" e finalmente o "contravento".

Velejando de través

A navegação de través é a mais fácil e extremamente simples. No través o vento bate um um dos bordos , conforme na figura abaixo o lado azul denominamos barlavento , e o verde sotavento.

SOTAVENTO

BARLAVENTO

DIREÇÃO DO VENTOB

RUMO

Quando o barco veleja no través ele alcança a velocidade máxima, prestar atenção no rumo, e escorar o barco para

que ele aproveite também as ondas, pois neste caso podemos também surfar com o barco.

Devido a velocidade do barco, e do vento que sofre variações deve-se estar atento a mudança do vento,

controlando a escota caçando ou soltando conforme o caso, e

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mantendo o barco no través para obter a velocidade de desempenho favorável

CONCLUSÃO: Quando velejamos de través o vento está batendo em um dos bordos do barco e, devemos MANTER O RUMO no través e a TENSÃO DA ESCOTA . É VARIÁVEL, conforme alguma rondada, do vento, a retranca no vento de través navega fazendo um ângulo de 135 graus conforme a figura acima .

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Vendo o vento.

Uma das habilidades que distingue frequentemente os melhores velejadores do demais da flotilha é a habilidade de ver o vento. Isto é crítico porque as decisões baseadas nestas informações permite ao hábil velejador de começar consistentemente do lado mais favorável do percurso de uma regata e assim velejar mais rapidamente daqueles que não exercem esta habilidade durante a competição.

Como eles fazem o que observam? Bem, se você fizer uma experiência e perguntar a

qualquer pessoa como ela poder ver o vento, naturalmente teria a resposta que ver o vento é diretamente obviamente impossível, mas há inúmeras maneiras ver indiretamente o que o vento está fazendo, particularmente o que está fazendo mais adiante em relação ao curso que você irá fazer durante a

regata.

Durante a competição o primeiro procedimento é ficar atento. Ter uma visão espacial da raia todo tempo, ou seja, manter a sua visão sempre voltada para barlavento, verificar os sinais de evidência, como o comportamento das bandeiras, o

comportamento dos outros barcos na competição, indícios no horizonte como fumaça, inclinação de folhagem, é uma maneira importante, mas estes indícios não estão sempre disponíveis. Os velejadores mais experientes sabem que a maneira a mais consistente de ver o vento é observando seu efeito diretamente sobre a água.

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Faça um teste você mesmo. Se você tiver a

oportunidade de prestar atenção há uma competição de veleiros de um ponto elevado, você terá a sensação de estar dominando as informações do local. Uma regata vista de outro ângulo de visão de uma ponte, de um penhasco, você avistará de forma nítida toda

situação de cenário apresentada na competição.

Fica até fácil verificar os erros e acertos da turma que está na raia competindo. Note a coloração da água, note o local que está acontecendo o fato, analise o contorno do continente se há alguma influência. Na realidade todas as marcações que você está presenciando no espelho da água são a impressão do vento no ambiente físico - a forma de ver o vento pelo velejador.

Faça você, a sua análise. Observar este fenômeno implica em fazer várias

análises, pois estas atividades geradas pelo vento mudam de acordo com a topologia. Dependo do local podemos verificar que a impressão no espelho muito escuro pode determinar que o vento venha de uma altura elevada ou descendo de um penhasco que tem uma característica de afundar à superfície da água.

Figura 1 - Observe a coloração da foto acima, veja com atenção o espelho de água, faça anotações e depois compare com a fig 2 a seguir.

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Os ventos de altura elevada movem-se mais rapidamente que os ventos de superfície podemos caracterizar este tipo de vento como um sopro, ou rajada. As rajadas então perturbam a superfície da água ligeiramente mais do que vento normal, e fazem com que a água pareça mais escura.

A observação é importante. Visualizar as rajadas, e as diferentes situações do vento

de uma altura elevada é fácil, isto me leva a pensar sobre os velejadores de oceanos nas suas regatas importantes, será que esta é a razão porque você verá freqüentemente equipes da Copa América ter alguém acima do mastro quando o vento começa a ficar fraco.

No vento médio, o peso no alto do mastro não se justifica, nesta situação há um interesse menor já que estes barcos têm uma grande quantidade de equipamentos de alta tecnologia. Vale lembrar que no caso do vento fraco as maiorias destes equipamentos não estarão funcionando. Lembrar sempre que içar alguém ao alto do mastro é relativamente simples, entretanto deve ser feito com toda a segurança, unidos por equipamentos de proteção específicos se for o caso.

Entretanto, a maioria dos velejadores são forçados a tentar visualizar as rajadas, e sinais de evidência, no nível da plataforma utilizada, neste caso se estais velejando num monótipo tipo laser sua plataforma será muito baixa, o que dificultará na maioria das vezes. Uma boa tática é levantar e dar uma passada de olhos geral a barlavento. Com uma visualização adequada você poderá então decidir sua estratégia através do contraste dos pontos escuros e claros observados, e máscara de cinza apresentadas. É importante recordar que aquelas máscaras de cinza são a mesma obscuridade e os pontos da luz que você veria do alto de um mastro alto ou de um penhasco e elas pode apontar às

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diferenças significativas na velocidade / intensidade e no sentido do vento.

A prática é essencial. Confiar em seus olhos é freqüentemente a parte a mais

dura, mas como tudo mais e sempre bom começar a praticar, quanto mais praticar, melhor será a utilização desta prática durante a regata. Mais a melhor maneira praticar a visualizar as rajadas, é durante a própria velejada internalizar sua concentração com o objetivo de gastar este tempo tentando predizer o que poderá acontecer quando você está indo velejando em direção a elas. Se a sua predição se confirmar torna-se evidente que seus treinamentos estão dando resultados. Persista neste objetivo para melhorar o seu desempenho. Esta é uma boa maneira de melhorar a sua velejada porque neste caso só você pode fazer, depende exclusivamente de você.

Coloque em prática. Como fazer para colocar em prática seus

treinamentos, velejando contra o vento visualize as rajadas e interprete as informações de intensidade e direção antes de ela chegar a você. No começo, não se preocupe em manobrar, cambar sobre as rajadas. Quando você vê uma rajada faça um treinamento mental de predizer quantos segundos ela chegará até você, uma boa maneira é contar regressivamente e pausadamente. Se a rajada bater no seu barco, velas,e coincidir com a contagem de zero você estará percebendo o fruto do resultado de seus treinamentos. Após ter praticado velejando no contravento, faça a mesma coisa velejando de vento em popa e até mesmo de vento ao largo. Após um tempo de treinamento, você desenvolverá também a habilidade de discernir a intensidade da rajada, esta informação será valiosa porque permite que você antecipe o efeito e tome as ações necessárias para melhorar o desempenho de seu barco trimando a velas de forma correta.

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Resultados do treinamento. Neste caso quando a tripulação está efetivamente

treinada ela tem condições de escorar o barco no tempo certo o que resultará no aumento de velocidade da embarcação. Velejando em vento mais forte o treinamento pode extremamente aumentar a velocidade do seu barco, mais a de aproveitar as melhores rajadas você necessita no contravento de estar atento e olhar o seu barlavento. Para aqueles que velejam em barco com plataforma baixa sempre antes de começar uma regata procurar ficar em pé no barco e ter uma análise do percurso, assim como antes das manobras de montagem da boia de contravento ao realizar o percurso, terá uma visão mais clara e estratégica da segunda, ou terceira perna a ser realizada.

Observarmos o adversário. Se observarmos atentamente nas grandes competições,

fatalmente verá um dos tripulantes gastando o seu tempo na observação das rajadas no percurso, seja subindo no mastro, ou no vento em popa olhando para trás. Uma boa tática que pode ser aplicada em barcos que tenham tripulação numerosa é definir aquele proeiro que ficará por conta desta tarefa. Esta pessoa deve comunicar constantemente suas observações, utilizar o modo de contagem regressiva e assim auxiliar o responsável pela trimagem da vela. Esta ação permite antecipar os acontecimentos. Em conseqüência o tático também usará esta informação para tomar as decisões necessárias para o bom desempenho. Poderíamos definir estas ações como um plano de comunicação da embarcação, ou seja, uma atividade que levará a formação e aprimoramento da sua equipe. Proporciona então para o grupo uma melhor comunicação e melhor diálogo entre os velejadores, e distribuindo as tarefas liberando assim o comandante a ter toda a concentração no comando do barco.

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A sua tática de regata Quando você está olhando atentamente a raia no

contravento, você pode determinar claramente qual o lado da raia tem mais vento e assim decidir a sua tática de regata. Lembrar que quando tiver fazendo o percurso no próximo contravento terá de fazer outra análise. A meta principal neste caso é ter todo seu tempo voltado para observar o tempo, a meteorologia, as rajadas sem, entretanto ignorar as considerações e decisões táticas a serem tomadas. Sendo as observações corretas e satisfatória você terá a parte tática da regata bem simplificada. É importante não deixar de lados outros fatores que podem estar presentes exemplo: corrente, canais de navegação, áreas restritas etc. Velejando ou competindo numa determinada área ela deve ser estudada. Lembre-se que estando do lado certo e velejando nas rajadas a sua frente a chance de estar na liderança são grandes. Não se esqueça que uma regata, ou competição só terminou quando cruzamos a linha de chegada por isto é necessário estar atento todo o percurso.

Se você praticou, apreendeu Uma vez que você começou apreender ver o vento,

você torna-se cada vez mais valioso como um grupo porque aceitando as informações à barlavento você pode contar com as rajadas, e assim poder ajustar as regulagens do seu barco. E na perna de vento em popa você poderá se ajudar e assegurar de que o barco permaneça na brisa forte tanto quanto possível. Identificar alguém para prestar atenção nas rajadas e nos buracos de ventos no vento em popa é uma ação que alguns velejadores se esquecem de fazer, mas esta atitude pode realmente ajudar-lhe a ter ganhos sensíveis durante uma disputa.

Identificar o vento, é importante Colocar uma prioridade elevada na identificação das

rajadas, e procurar sempre começar em seu barco com mais

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vento é quase sempre uma tática bem sucedida na competição de veleiros. Lembre-se que a principal arma é velejar sempre se possível com a potência máxima. Assim você que está ainda a pensar, comece pegando o seu barco, largando a cerveja, coloque na água e gaste algumas horas práticando a teoria, e tenha seus conceitos sedimentados pela prática constante, e você irá certamente melhorar os seus resultados quando a competição vier. Tome esta atitude também antes e depois de uma competição e realize bons treinos.

Clareza na comunicação Entender, e ver o vento é uma atividade continua que

deve ser praticada. Observamos que alguns velejadores em seus comentários quando vão comparar o seu barco com outro barco, esquecem de colocar a variável rajada na discussão. Exemplo; é comum tecer comentários o barco x está orçando mais do que o meu. Veja se o barco x está usando a estratégia na página seguinte b) ele está na rajada isto é um fato, terá mais orça. Outro exemplo é o barco x tem mais velocidade que o meu. Veja se o barco x está usando a estratégia a) e está na rajada isto é um fato,terá mais velocidade. Uma coisa que fica clara para aprendizagem, é colocarmos todas as variáveis para análise e não tirarmos conclusões imediatistas e partirmos para a decisão que o nosso barco não está com a regulagem correta. Estaríamos assim incorrendo em outro erro. O iatismo devido a quantidade de variáveis envolvidas faz com que tenhamos de apreender a formular decisões a toda hora. Apreenda e divirta-se, venha velejar.

Velejando na empopada

Diz o dito popular de vento em popa, na empopada todo santo ajuda. Vamos com o vento a favor. Neste rumo

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estaremos indo à mesma direção do vento, e nesta hora que por estarmos velejando na mesma direção passaremos a sentir o vento batendo em nossas costas. Ao olharmos as ondas normalmente elas estão na mesma direção do vento, e é a oportunidade de adernarmos o barco para barlavento para aproveitar o impulso da onda.

DIREÇÃO DO VENTO

Características da empopada:

a) Sentado na borda do barco a barlavento se for possível adernando assim o barco, para melhorar o aproveitamento do vento e da onda / marola.

b) Segurando o leme com a mão que está a popa e a mão que está a proa marear a vela.

c) Como a vela ficará bem aberta mantenha a escota sempre tesada para melhorar o aproveitamento e tração.

d) Mantenha o rumo evitando dar o jibe, nos ventos fortes ande um pouco mais orçado no popa

e) No vento em popa bolina será totalmente erguida, a

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medida que o vento aumente pode-se baixar um pouco dando assim maior equilíbrio.

CONCLUSÃO: Na empopada temos de tomar cuidado com o rumo para evitar a manobra do jibe , ao velejarmos de vento em popas devemos sempre estar atento as rajadas que estão vindo pela popa do barco, é aconselhável estar atento e olhar de vez em quando as rajadas. Mantenha a escota da vela tesada para obter maior tração.

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Deslocamento de peso - optimist

Pequenos barcos a vela como o Optimit podem utilizar o peso para efetuar uma boa cambada, veja a foto ao lado e a foto logo abaixo.

Primeiro, use seu peso para deslocar o barco para sotavento e coordenadamente manobre o barco deslocando o peso para barlavento. Parece simples só a pratica lhe ensinará a fazer esta manobra, que tem que ser

bem orquestrada. Geralmente, esta atividade é necessária e benéfica quando estamos velejando com pouco vento, ou ventos moderados, com vento forte torna-se desnecessária.

Em ventos moderados o deslocamento de peso da tripulação lhe auxiliará muito para efetivação de uma cambada

com o conseqüente seguimento.

Antes de você tentar isto, tenha certeza que todo o mundo a bordo esteja atento a manobra de deslocamento de peso, somente assim executar a cambada com a participação, tripulação, e ou os proeiros na posição de regata. Em vento moderado é comum os proeiros estarem a sotavento inclinando a embarcação, ou deitados no cockipt evitando a resistência

do ar. Em casos de cambadas com rapidez em ventos moderado a tripulação em sotavento procurará deslocar

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empurrar o peso para sotavento e logo passar se movendo para barlavento empurrando o peso para o barco se inclinar para aquele lado enquanto toda a movimentação de mudança de rumo está sendo feita pelo comandante da embarcação. A comunicação do comandante e a atividade conjunta da tripulação requerem treino, muitas das vezes cronometrar a atividade para que ela seja feita de modo correto, e com objetivo certo de ter uma cambada boa e uma saída com andamento. O treino utilizando a cronometragem de tempo aperfeiçoará sua manobra.

Uma cambada utilizando o deslocamento de peso é benéfica se pensarmos do ponto de vista de hidrodinâmica, pois nos ventos moderados e fracos ajuda a quilha e o leme ter um contato efetivo naquele momento com o fluxo normal da água diminuindo o arraste causado quando o leme é virado independentemente dos outros apêndices (quilha, bolina). O que isto significa é que o a manobra condicionada com pouco de vento é mais efetiva, experimente em vento fraco cambar só com o movimento do leme, e experimente utilizar o

deslocamento de peso e sinta a diferença. Com o aumento do vento o barco requererá menos auxílio no que tange ao deslocamento de peso, neste caso é mais importante que você veleje corretamente na orça tendo o movimento de deslocamento da tripulação realizado com mais rapidez sem a preocupação do movimento de deslocamento de peso para sotavento. Definitivamente com a

variação do grau de intensidade do vento o timoneiro e tripulação devem definir que tipo de cambada irá realizar, com

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vento forte não é necessário realizar a manobra com deslocamento de peso.

Importante anotar as variantes

Cultivar a velocidade do barco é um processo contínuo sempre em busca da otimização, do ajuste certo e do requinte. Alguns fatores podem ser otimizados igualmente e requerem uma consideração à parte: um fundo liso, a diminuição de peso e rigidez do casco, formas perfeitas e afinadas para o leme e a bolina, por exemplo.

Outros fatores variam de acordo com as condições específicas de cada um: a posição da bolina, a tensão dos estais, a curvatura do mastro para trás e ajustes da velas. Uma compreensão sistemática destes valores variáveis deve ser tomada para alcançarmos um desempenho próximo ao nível “ótimo” em todas as condições, velocidade e os padrões de todas as variantes importantes. Treinar no local da competição é valioso, pois nos dá confiança e melhora as condições psíquicas. A relação entre o movimento do timão e a velocidade do barco não deve ser desprezada, se bem que na prática pensa-se normalmente em termos de trabalho de equipe e seus benefícios mecânicos.

Para alcançar um manejo superior do barco temos de trabalhá-lo dentro da água, (ventos fracos, médios, fortes e nos mais diversos locais, seja na água salgada ou doce) e este é, geralmente, o elemento que mais tempo consome em toda a preparação.

Como resultado direto, a tripulação aprende a manejar o barco, produzindo boa velocidade em qualquer condição.

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Montando uma equipe

“Ao velejar com sua equipe, tenha um método claro de comunicação, se você é técnico não use as mesmas formas de comunicação para toda e qualquer situação, divida os lucros da vitória com sua tripulação ou seus treinandos. Procure conhecer os amigos e valha-se da ajuda de outros que tiveram a mesma experiência. Divida sua experiência e colha no futuro novas dádivas”

Comemore e eleve o seu moral

No iatismo não temos o hábito de comemorar, na maioria das vezes por ser um esporte único temos a comemoração do ganhador e o choro dos perdedores. Espero que nos próximos eventos todos possam comemorar. Você e sua tripulação participaram chegaram ao fim de uma regata e obtiveram aquela vitória de vencerem a si mesmo - comemore. Se você ganhou a competição - comemore.

Algumas pessoas acham que apenas os grandes feitos

merecem ser festejados, acreditamos que é necessário comemorar alguma coisa todos os dias, que isso deve ser um hábito. "As comemorações estão armazenadas em nossa memória e serão lembradas todas as vezes que quiser elevar seu moral. E quando você alcançar uma meta e reconhecer isso com uma comemoração você se sentirá muito mais positivo em relação aos desafios que estão por vir".

Desça hoje a sua embarcação para velejar - comemore

esta sua atitude, se você vier para assistir o torneio, a regata, o campeonato - comemore, se você for o nono barco, ou último, na competição - comemore , se não tiver vento não reclame - participe da confraternização - comemore, venha velejar sua participação é importante para o crescimento do grupo - comemore. Se você pertence a outra flotilha mesmo

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assim - participe - colabore - comemore. Não se esqueça que quem dá o rumo para sua vida é você, da mesma forma quando você entra na sua embarcação e determina onde quer chegar.

Aprender a lidar com os desafios também passa pela

comemoração. Aposto que você não se esqueceu daquela rajada tão favorável, que lhe possibilitou ganhar aquela regata - e a sua mente estava em comemoração, ao chegar no cais cheio de orgulho e certo que aquela rajada iria acontecer. Que felicidade, que comemoração interna. Pratique para que isto possa ocorrer com mais vezes e tenha boas regatas.

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O Que é competir Qual a idéia que você

tem sobre vencer.Logicamente que vencer é sempre bom. Será então que não chegar na frente de uma competição a vela significaria não vencer? Será que vencer está restrito ao

aspecto econômico, ou seja o competidor X venceu porque ele tem dinheiro? A restrição financeira seria então um delimitador? Naturalmente que podemos pensar de muitas maneiras sobre o assunto. Pela experiência existe pessoas que tem pensamentos diferentes dos padrões estabelecidos como o exemplo de definição de vencer sob outro ângulo.

Vencer é colocar metas pessoais e atingi-las, e procurar com isto desfrutar a sensação que esta experiência produz. Me parece uma definição muito próxima de o que importa é competir, a vitória global será comemorada, e as vitórias parciais das metas pessoais também. Você pode ter sucesso alimentando os sonhos de muitas pessoas. Quando se coloca um iniciante em um barco a vela e o ajuda a participar de uma regata, pode ter certeza que você que tomou esta iniciativa é um vencedor, pois a sua meta pessoal foi atingida independente de ter vencido ou não a competição.

A alegria e gratidão daquela pessoa a marcará para o resto da vida. No futuro tenha certeza que a vida lhe retornará a gratidão e recompensa pelo feito. Você é um vencedor.

Na realidade, vencer ou perder são coisas que não podem ser mensuradas. São estados mentais. Você só perde quando desiste. Desse ângulo, o mundo está cheio de vencedores e há espaço para todos. Em qualquer situação que se encontre, não procure a desistência.

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Regras básicas de convivência na raia

Direitos — Utilize a raia de regata para momentos de alegria, ao pedir esclarecimentos à Comissão de Regata seja pelos menos gentil, muitos que estão ali colaboram para o seu evento seja um sucesso, sempre que houver dúvidas converse com o responsável da comissão, informe-se, participe das reuniões quando houver convocação. Leia a instrução de regata, preencha a ficha de inscrição corretamente isto ajudará na hora da apuração.

Deveres — Manter seu barco em condições de uso, colocar o numeral da vela para identificação e controle, incentivar os participantes a velejarem com alegria. Comparecer na regata 1 hora antes, treinar, acompanhar e participar das orientações que lhe serão transmitidas. Manter seu cadastro atualizado. Evitar causar danos nas outras embarcações durante a realização do treinamento. Contribuir com sugestões que visem o aprimoramento do evento.

"Veleje com a vida — atitude: 5 dicas para manter sua atitude positiva

• Ponha seu foco no futuro, não no passado. Visualize seu sucesso, os passos necessários, e mãos à obra.

• Coloque seu foco na solução, não no problema.

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• Faça uma lista de todas as coisas que podem ser feitos para superar uma dificuldade. Colocar isso no papel faz você pensar melhor.

• Descubra o ponto positivo e a lição por trás de toda dificuldade.

• “Encare toda dificuldade como um degrau para o sucesso.”

Preparação física e mental

Bordos negativos - Sete Pecados

A memória pode ser abordada sob as perspectivas do atleta, do competidor, do indivíduo e da equipe.

“Nas unidades empresariais a Memória Organizacional, consiste na capacidade de armazenar eventos e situações de sucesso e de fracasso que possam ser acessados sempre que necessário. Nesse sentido, nas unidades empresariais a Memória Organizacional representa fonte relevante da Aprendizagem Organizacional, pois o conhecimento armazenado pode ser utilizado e reutilizado para viabilizar o aprendizado a partir de experiências passadas."

Esta prática pode também ser adotada pelos técnicos de vela, e velejadores. Hoje com a utilização da internet é plenamente possível através de software colaborativos, páginas Web, estabelecer esta ligação, é só quebrar o paradigma e fazer acontecer esta nova perspectiva. Trabalhar olhando o futuro pode ser uma possibilidade.

Estabelecer este foco no meio náutico pode ser um diferencial competitivo para o velejador, e

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treinador. O enfoque sobre memória contempla exclusivamente o indivíduo, assim como o interesse no direcionamento de melhoria dos velejadores e treinadores. E o conteúdo abaixo abrange um conjunto de alertas que são úteis tanto para a vida pessoal, para o atleta, quanto para o exercício de atividades diárias e profissionais.

O quê? Quando se fala em memória, com enfoque no indivíduo

ou no atleta, existem duas categorias de "pecado", ou seja, de possibilidades que devem ser evitadas:

• Pecados da omissão poderíamos ter participado daquele campeonato!

• E pecados do cometimento, poderia ter tido melhor resultado no campeonato mais não treinei! Ou o vento estava Forte. Tinha correnteza, etc.

São pecados da omissão: • Transitoriedade: enfraquecimento da memória

com o passar do tempo, esquecimento das regras, esquecimento da regulagem do barco, esquecimento de datas importantes;

• Distração: ruptura na interface entre atenção e memória, não prestar atenção durante a competição, deter o olhar sobre outras embarcações; e

• Bloqueio: busca frustrada de resgatar um nome ou uma situação, não lembrar de regatas passadas naquele mesmo local, não lembrar de situações em regatas semelhantes .

Pecados do cometimento: • Atribuição errada: sensação de familiaridade

com situações completamente novas, achar que pode velejar bem em um barco de outra classe

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pelo simples fato de saber velejar, achar que por saber velejar tem condições plenas de se envolver com aventuras oceânicas;

• Sugestionabilidade: síndrome da desconfiança da memória;

• Distorção: quanto pior é a opinião atual sobre alguma coisa ou sobre alguém, piores são as memórias e vice-versa; e

• Persistência: incidentes com maior carga emocional são mais lembrados.

Por quê? O estudo da memória em geral, e da possibilidade de

ocorrência de "pecados, em particular, tem vital importância, uma vez que a memória ou a sua ausência tem impactos diretos e proporcionais nos processos de aprendizagem, de tomada de decisão e das ações do dia-a-dia. Numa competição a vela é essencial o conhecimento de nossa memória, da nossa possibilidade de concentração, de meditação. Quantas vezes você numa competição fica em dúvida, e não tem a quem recorrer - nem a sua memória - veja que aquela situação você já deve ter passado várias vezes. Quantas saídas erradas. Quantos bordos errados, e no momento de reflexão notamos que naquela competição especifica tivemos a repetição de erros do ano anterior.

Como? Como fazer, como melhorar este processo, com o

objetivo de minimizar os impactos negativos, os bordos negativos, que podem advir com a ocorrência de pecados da memória, recomenda-se:

• Registrar fatos e eventos relevantes, acompanhar o calendário das regatas

• Planejar sua regata, mapear dados de meteorologia.

• Prever o posicionamento da raia, pernas e

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percursos. Ler atentamente as instruções de regatas.

• As informações devem estar disponíveis para consulta, com a finalidade de ser recuperada sempre que necessário.

• Estude a possibilidade de compartilhar as informações e assim ganhar conhecimento.

• Buscar concentração no exercício das atividades inerentes ao seu aperfeiçoamento, ao velejar tenha o foco na concentração, sejam elas de interesse de melhoria pessoal;

• Discernir em que medida uma vivência ou uma experiência guardada na memória é apropriada para se lidar com uma situação atual. Se você já velejou em determinada localidade e guardou as informações isto facilitará em muito na próxima competição.

• Experiência passada por outros velejadores irá facilitar bastante, este conhecimento deve ser repassado para a melhoria da comunidade principalmente aos velejadores iniciantes.

• Considerar, sempre que possíveis conhecimentos e experiências que constituem a memória de outras pessoas, marinheiros, velejadores, aeronautas, pilotos, nos processos de análise de problemas e tomada de decisão;

• Ter a consciência de que distorções da memória podem distanciar a percepção dos fatos dos fatos em si.

Quem? Tenha sempre em mente ouvir as outras pessoas.

Participar! Contar a sua experiência. Talvez você tenha algum relato sobre os "pecados da memória" que possa ser compartilhado e servir de aprendizado para todos. Suas idéias, opiniões e perguntas são bem-vindas. Este processo de

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aprendizagem faz com que você pense sobre assuntos que para outras pessoas possam ser banais. Aí é que terá a descoberta de novas etapas para o seu sucesso. !

Veleje com a inteligência emocional Que princípio é este 90/10? Os 10% da vida estão

relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você. O que isto quer dizer? Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o motor do barco não funcione, que o avião atrase, que o semáforo fique no vermelho, que não tenha vento para dar aquela velejada. Que não tenha comissão regata. Mas, você é quem determinará os outros 90%. Como? Com sua reação.

Exemplo: Você está iniciando o seu final de semana, cheio de idéias e sonhos de grandes velejadas, a participação naquela regata. Você começa o dia tomando o café da manhã com sua família, e recebe um telefonema daquele proeiro informando que não poderá participar da competição no período da tarde, você discute, você trava uma batalha naval verbal. Você não tem o controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação.

Então, você se irrita. Repreende a empregada ao colocar seu café, ela sai descontente com a situação, sua esposa toma as dores da empregada. Você censura a sua esposa. E novamente você entra na batalha naval verbal. Contrariado e resmungando, você vai colocar o seu apetrechos para ir ao clube. Quando volta encontra seu filho que você também contava como tripulante acordando e lhe informando que não irá para regata. Você novamente se irrita, sai esbravejando chega no seu carro, esqueceu o celular, o seu carro está com a gasolina na reserva. Chega no clube e seu barco está numa fila espera para descer na rampa. Verificou que esqueceu a chave do seu box, foi verificar com marinheiro

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e o mesmo está de folga. Seu dia na verdade mal começou e parece que ficará pior.

Por quê? Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã. Pense: por que seu dia foi péssimo?

1) por causa da situação do café?

2) por causa da ligação do seu proeiro ?

3) por causa de sua esposa?

4) por causa do marinheiro que estava de folga?

5) por sua causa?

A resposta correta é a 5. Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 minutos foi o que deixou seu dia ruim.

A situação com o seu proeiro que você gostaria de transformar em um campeão nos seus pensamentos. Ou seja satisfazer o seu ego pela vitória sem ao menos perguntar ao seu proeiro os seus desejos, seus objetivos, e suas intenções de estar ali participando. A comunicação é importante para se estabelecer uma boa equipe. Então, você diz a ao seu proeiro , gentilmente: "está bem, assim que você resolver seus problemas, e se puder contar com minha ajuda conte com o amigo, na próxima semana teremos outra regata, posso contar contigo ? Ligarei para Eduardo ver se ele pode lhe substituir nesta regata. Obrigado por ter me avisado".

Depois de pegar outra camisa e seus apetrechos para velejar, você volta, olha pela janela e vê sua filha contente saindo para passar o seu final de semana com os amigos. Dá um sorriso e ela retribui, dando adeus com a mão.

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Notou a diferença? Duas situações iguais, que terminam muito diferente. Por quê? Porque os outros 90% são determinados por sua reação.

Aqui temos um exemplo de como aplicar o Princípio 90/10. Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos te afetem. Reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado.

Como reagir ao proeiro que lhe deixou na mão literalmente ? Você fica transtornado? Você esbraveja ? Você Xinga? Sua pressão sobe? Por quê perder a regata e ficar tão chateado? Isto não funcionará.

Use a energia da preocupação para procurar novos relacionamentos ? Não descarte este seu proeiro, ele dever ter tido motivo para não participar. Trate as pessoas como você gostaria de ser tratado ? Tenha uma lista de outros proeiros que poderão velejar com você. Convide pessoas, forme o seu novo proeiro, a comunidade náutica precisa de novos velejadores. Converse com seus amigos, convide-o para

Nosso relacionamento esportivo, familiar ou de amizade requer partilhar a vida com a comunidade que valha a pena, é enriquecê-la.

Ter uma relação desgastada em uma comunidade, com uma parceira, é um suicídio emocional, é contribuir para o atraso da comunidade, é desperdício de vida.

Velejar com a vida é uma arte, não use seu livo de regra para descarregar suas energias negativas, estude e faça dele um instrumento de tática de regata, curta a sua vida da melhor forma possível.

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velejar. Se a descida do seu barco na rampa vai lhe atrasar, procure se programar melhor. Por quê manifestar frustração com o marinheiro que está de folga justamente neste dia? Ele não pode fazer nada. Reclamar do clube, dos marinheiros, das instituições, também não resolve. Use seu tempo para se dedicar ao seu preparamento físico, conhecer os outros velejadores. Afaste-se das pessoas agressivas e transtornas elas afligem o espírito, e lembre-se estressar-se só irá piorar as coisas.

Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o. Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo. Milhares de pessoas estão sofrendo de um stress que não vale a pena, sofrimentos, problemas e dores de cabeça. Todos devemos conhecer e praticar o Princípio 90/10. Velejar com a vida é uma excelente opção que pode mudar a sua vida !

Faça de seu treinamento um objetivo

Fica muito mais fácil, mas se não estabelecemos objetivos, o treino de velejar fica pouco produtivo. Por isso é bom quando se tem um grupo que pode treinar junto sempre.

Elege-se alguém para orientar os treinos, pode ser um cada dia, estabelece-se os objetivos e carências do grupo. Se o pessoal anda mal de través, além dos treinos normais deve, forçar um pouco mais nesta área, buscar literatura, falar com quem já está mais treinado. Peça orientação aos mais velhos, tenho a certeza que eles contribuirão.

Como existem diferenças grandes de níveis entre os que treinam juntos, que as vezes inviabiliza o treino, faz-se largadas em fila, ou seja o mais lento sai na frente, do segundo mais lento e assim sucessivamente, até largar o mais rápido. Com uma bóia de objetivo, os que estão na frente tem que evitar que os que vêm atrás passem.

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O uso de referências é fundamental, assim como objetivos. Sair para passear de barco é legal, mas demora muito para dar resultados práticos.

Temos que ter em mente que se nossa flotilha é fraca, nos também somos. É importante puxar todos para cima. Só com gente boa é que podemos crescer.É melhor ser 3º no clube e 5º no brasileiro do que ser campeão do clube e 88º no brasileiro.Se vamos treinar sozinho, o que muitas vezes é aborrecido, preparar em terra um roteiro, ajuda muito, por exemplo:

Dia: xx/xx/99 treino laser; executar:

1) total de 40 minutos de contravento; 10 jibes

3) 15 minutos de popa alternando velejadas pela valuma e orçadas; 20 minutos de través

5) 5 entradas de contravento utilizando a boia nº xx do canal xx ; 3 voltas de 720º uma no início, outra no meio e outra bem no final do treino, perto da rampa do clube.

O ideal em qualquer treino é estabelecer objetivos e usar referências.

Exercícios de alongamento - cuidados

Para manter uma boa postura e os músculos flexíveis, é importante fazer diariamente uma série de exercícios de alongamento.

Os exercícios de alongamento são especialmente importantes para pessoas que precisam manter uma determinada postura por um tempo prolongado, executando tarefas repetitivas. É o caso de pessoas que trabalham em terminais de computador ou executando tarefas que requerem

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precisão, tais como: dentistas, desenhistas, cirurgiões, operários de montagem, etc.

Para pessoas que praticam algum tipo de esporte, fazer exercícios de alongamento antes e depois da prática esportiva prepara os músculos para a atividade muscular, ajudando na prevenção de lesões como estiramentos musculares, entorses, dores nas costas e articulações. É necessário nos centros de ensino de vela adotar esta prática pois ajudará ao participante iniciante uma técnica que lhe servirá por toda vida.

Todos os exercícios descritos abaixo estarão categorizados para que você possa fazer o seu treinamento pessoal, e para que os instrutores nos centros de vela possam adquirir os conhecimentos das técnicas e assim obter um melhor desempenho dos seus alunos.

Incline o corpo para um lado. Mantenha o alongamento

por 10 segundos e relaxe. Faça o mesmo para o outro lado.

Os exercícios de alongamento devem ser feitos por todas as pessoas, em qualquer idade, a qualquer hora, e não requerem equipamento especial, nem treinamento prévio. É importante fazer os alongamentos de manhã, antes e depois

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da prática esportiva, durante uma atividade física estressante ou quando sentir seus músculos com mais tensão.

Certo • Respirar suavemente. • Alongar os músculos de forma lenta e calma. • Procurar manter uma boa postura. • Manter cada alongamento por 10 a 15 segundos.

Errado • Fazer os exercícios apressadamente. • Alongar os músculos de forma abrupta ou dando

solavancos. • Alongar até sentir dor. • Prender a respiração enquanto alonga.

Benefícios Reduz as tensões musculares e induz o corpo ao

relaxamento. Previne lesões (distensões musculares, entorses). Melhora a postura e o esquema corporal. Ativa a circulação. Reduz a ansiedade, estresse e a fadiga. Melhora a atenção. Previne dores. Exercícios de alongamento

Exercícios que você pode fazer

1 - Pescoço

F3 – Camel tuck.

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F2 – Mova lentamente a cabeça de um lado para outro com pequena rotação no pescoço pressionando a cabeça na direção do ombro.

2 – Ombros e braços

F3 – Na posição ereta e com as mãos juntas estenda os braços na direção ao chão pelas costas e volte a posição normal, repita este exercício cinco vezes.

F4 - Faça este mesmo exercício levantando as mãos pela frente e esticando para cima o máximo que puder, mantenha o seu tronco na posição ereta.

3 – Braços

F5 – Com o corpo ereto estique seus braços para frente. E com a palma da mão para frente puxe seus dedos com a outra mão para trás mantendo a mão em ângulo reto. Mantenha por alguns segundos e faça o mesmo procedimento com a outra mão.

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F6 – Sentado ou em pé levante o seu braço acima de sua cabeça e junto a sua orelha, coloque suas mãos na parte superior das costas entre os ombros, e com a outra mão peque o cotovelo e puxe no sentido da costa. Mantenha esticado por alguns segundos e depois relaxe. Faça o mesmo movimento com outro braço.

2 – Costas

F7 – Ajoelhe-se colocando as pontas dos pés para trás. Apóie os braços a frente contraia seu abdômen arredondando as suas costas. Relaxe e volte para sua posição anterior. Repita o exercício.

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F8 – Sente-se na posição ereta com os pés esticados para frente e uma das pernas cruze sobre a outra colocando a planta do seu pé no solo. Faça uma torção no tronco de lado até sentir-se numa posição agradável. Mantenha por alguns segundos o exercício e repita do outro lado.

F9 – Deite-se de costas fleixione as pernas e puxe o joelho na direção de seu peito, repita o exercício e relaxe nos intervalos.

2 – Movimento Lateral do tronco

F11 – Sente-se com as pernas cruzadas confortavelmente, com o tronco ereto. Coloque os braços com os dedos interligados por trás da cabeça. Faça o movimento lateralmente como se quisesse tocar o cotovelo no chão. Volte para a posição inicial e repita para o outro lado.

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2 – Abdômen, nádegas

F12- Ficar na postura ereta abrir as pernas na mesma largura dos ombros dê um passo a frente, lentamente faça uma mergulho apoiando as mãos no chão. Mantenha-se na posição por 10 segundos retorne a posição inicial e repita.

F13- Deite-se e acomode-se com a espinha reta em superfície nivelada recolha uma das pernas mantendo o alinhamento, cruze a outra perna sobre o outro joelho, passe os braços e com as mãos peque abaixo do joelho e então flexione a primeira perna com auxilio das mãos em direção ao seu rosto com as mãos interligadas.

2 – Pernas

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F14- Deite-se de lado coloque sua mão direita apoiando a sua cabeça de forma que o alinhamento do seu corpo se prolongue por toda a sua extensão, flexione a sua perna esquerda para trás e puxe com sua mão pegando no pé esquerdo, mantenha o alinhamento do corpo. Relaxe e repita o exercício do outro lado.

F15 – Deitada com as pernas flexionadas e com os pés apoiados no chão. Certifique-se que a coluna lombar esteja totalmente encostada no apoio. Com o auxílio de uma toalha em volta de um pé, estique uma das pernas de forma que a coxa fique em ângulo reto com o quadril. Os músculos do pescoço e ombros devem permanecer relaxados. Sinta o alongamento dos músculos posteriores da coxa e da barriga da perna. Mantenha o alongamento por 15 segundos e relaxe. Repita o exercício com a outra perna.

FW1 – Vire a cabeça para um lado, mantenha por 10 segundos e relaxe voltando à posição inicial. Repita o mesmo movimento para o outro lado.

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FW2 – Em pé ou sentada faça movimento de rotação dos ombros para trás, para cima, e para frente. Repita pelo menos cinco vezes lentamente.

FW3 – Faça o movimento de torção lateral para os dois lados lentamente, procure ao esticar e mover os braços procurando ao mesmo tempo seguir com olhar a sua palma da mão.

Fw4 – Sente-se com os pés com ligeira abertura abaixe o seu tronco colocando as suas mãos na frente dos pés, abaixando sua cabeça entre as pernas. Depois levante gradualmente e lentamente estique o tronco mantendo ereto e depois puxe pelo joelho uma das pernas. Repita este exercício com a outra perna.

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FW7 – Sente-se apóie a planta dos pés no chão e com tronco ereto e utilizando as mãos pegue o joelho puxe para trás e faça um movimento de rotação no sentido externo. Faça o mesmo com a outra perna. FW5 – Sentado e com tronco ereto e pés apoiado no chão passe seu braço pelas costas, e com a utilização do outro braço peque seu cotovelo e puxe no sentido contrário. Reinicie novamente o exercício e faça a puxada com o outro braço.

FW8 – Forearm flexors. FW9 – Shoulder and upper back stretch.

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FW10 – Sentado ou em pé, movimentar o braço lateralmente com umas das mãos sobre o ombro oposto e com a outra mão pressionar o cotovelo no sentido do seu rosto. Faça o mesmo com seu outro braço, relaxe e repita o exercício.

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Condicionamento Físico

A manutenção de uma atividade física regular é importante para manter as aptidões físicas e conservar a saúde, preservando a qualidade de vida. Caminhadas, natação, hidroginástica, tai-chi-shuan entre outras, são exemplos de atividades físicas consideradas adequadas.

Um ponto importante que deve ser considerado em todas as modalidades de exercícios, é fazer uma série de exercícios de alongamento e aquecimento antes de iniciar sua atividade física, e a mesma série quando termina.

Use roupas e calçados adequados e execute os movimentos de forma correta, com boa postura, em cada exercício.

Se você estiver começando a se exercitar e não está acostumado a fazer exercícios, comece com períodos curtos e vá aumentando vagarosamente. O tempo ideal para uma modalidade de exercício e de 30 a 40 minutos, numa freqüência de 3 vezes por semana.

Para manter uma coluna saudável, o exercício físico deve fazer parte de sua vida. Para quem tem problema de coluna, uma programação de exercícios para a coluna deve fazer parte de sua vida, infinitamente.

A prática regular de exercícios físicos promove uma melhora na sua qualidade de vida.

A prática de atividades físicas regulares prescritas por um profissional de Educação Física capacitado pode trazer significativos benefícios ao organismo do homem. Estes benefícios vão desde a melhora da auto-estima, estado de ânimo e bem estar, passando por modificações estéticas, e melhora em diversos sistemas do organismo: respiratório, cardiovascular, endócrino e até mesmo o imunológico, aumentando o capacidade de defesa do organismo contra

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infecções oportunistas. Estas atividades físicas são prescritas de acordo com as condições físicas e sociais do indivíduo, seu estado de saúde, seu estilo de vida, características pessoais e motivacionais. Toda rotina de exercícios deve ser progressiva de forma que o corpo se adapte às novas exigências metabólicas, musculares, respiratórias e articulares.

As pessoas fazem exercícios físicos regulares com diversos propósitos e um dos mais nobres e procurados é a aquisição de um bom condicionamento cardiovascular e respiratório e como conseqüência disso, melhoram a qualidade de sua vida. É o que muitos denominam de condicionamento físico.

Estas atividades físicas podem ser praticadas em meio líquido, como a natação, hidroginástica e caminhadas aquáticas; em bicicleta, tais como passeios ao ar livre ou ainda em bicicletas estacionárias; ou ainda caminhadas, trotes e corridas em esteira ou piso fixo. Além destas atividades mais tradicionais, ganhos importantes na condição respiratória, cardíaca, vascular, muscular e óssea podem ser obtidos através da dança. Muitos estudos demonstraram que há um aumento significativo de massa óssea (densidade óssea) através da prática de danças, evitando assim a osteoporose.

Com a prática regular e progressiva de exercícios físicos, o indivíduo pode obter os seguintes benefícios fisiológicos:

Melhora da força do coração para bombear mais sangue para o corpo com menos esforço,

Sua freqüência cardíaca de repouso diminui,

Melhora a vascularização do coração e dos músculos esqueléticos,

Melhora da capacidade respiratória,

Perda de gordura,

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Redução significativa de triglicérides e colesterol,

Aumenta a força dos músculos do corpo e a resistência dos ossos,

Favorece a digestão e os processos de eliminação,

Promove melhor controle dos diabetes e outras doenças metabólicas e cardiovasculares,

Melhora a qualidade do sono,

Melhora o rendimento intelectual e

Melhora a eficiência do sistema imunológico.

Para permanecer condicionado e manter os benefícios fisiológicos, motivacionais e estéticos adquiridos, deve-se manter um nível de atividade moderado de pelo menos 3 vezes por semana por pelo menos 30 a 45 minutos de atividade aeróbia, como caminhadas, trotes, corridas, andar de bicicleta, natação, hidroginástica e dança; e complementar esta rotina de exercícios aeróbios com exercícios de flexibilidade, força e resistência muscular.

Um ótimo controle de sua atividade física aeróbia é mensurar a freqüência cardíaca regularmente durante a sua rotina de exercícios. O esforço feito por cada indivíduo durante a prática de exercícios não deve ser medido pelo suor ou pelos desconfortos e sim pela freqüência cardíaca medida em 15 segundos no punho ou pescoço. Freqüentemente, usa-se os frequencímetos, tais como o Polar (, para melhor controlar a freqüência cardíaca durante toda a sessão de exercícios. Durante os exercícios, deve-se respeitar os próprios limites fisiológicos e estes serão representados pela freqüência cardíaca máxima (FCM) calculada a partir da seguinte fórmula:

FCM (batimentos / minuto) = 220 - idade

Para iniciantes, deve-se considerar como esforço ideal para se atingir benefícios importantes cardiovasculares e respiratórios, 60% dessa freqüência cardíaca máxima. Já para

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praticantes intermediários, considerar 70% da FCM. E para praticantes já avançados, 85% da FCM. Assim temos;

Iniciantes: FCM x 0,6 = freqüência cardíaca de treino (em 1 minuto)

Intermediários: FCM x 0,7 = freqüência cardíaca de treino (em 1 minuto)

Avançados: FCM x 0,85 = freqüência cardíaca de treino (em 1 minuto)

Antes de iniciar seu programa de condicionamento físico, procure um médico para uma avaliação da sua condição cárdio-respiratória e a partir desta avaliação, procure um profissional em Educação Física capacitado que poderá orientá-lo adequadamente para atingir seus objetivos finais. E bom treino!

Treinamento de flexibilidade

A experiência mostra a importância com que devemos tratar a flexibilidade. Várias dores em joelho, tornozelo e lombares, entre outras, são eliminadas apenas com a devida atenção aos exercícios de alongamento.

Como professor formado há mais de 15 anos, noto que a maioria das pessoas não dá a devida importância ao trabalho de alongamento. Muitos preferem gastar o tempo extra com mais um pouco de corrida ou outra atividade que “gaste mais calorias”. Mas todos esses anos também me mostraram a importância com que devemos tratar a flexibilidade. Várias dores em joelho, tornozelo e lombares, entre outras, foram

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eliminadas apenas com a devida atenção aos exercícios de alongamento. Vamos abordar aqui a influência da flexibilidade no rendimento esportivo e dar algumas dicas dos cuidados que devemos ter para realizar uma sessão segura de alongamentos.

Flexibilidade é a capacidade física do organismo para a execução de movimentos de grande amplitude. Elasticidade e mobilidade são consideradas termos sinônimos de flexibilidade, e podem ser encarados como suas classificações.

A flexibilidade é um requisito básico para a boa execução de movimentos. O desenvolvimento da flexibilidade tem efeitos positivos sobre fatores físicos do desempenho, assim como a técnica esportiva. A seguir analisaremos sua influência na força, na velocidade e na resistência.

Força

Com o aumento da flexibilidade, os movimentos podem ser executados com maior força. Músculos não alongados e com pequena capacidade de alongamento têm menor força.

Velocidade

A flexibilidade tem papel importante na técnica de corridas em sprint (100 ou 200 metros, por exemplo). O alongamento da musculatura garante um maior desempenho.

Resistência

Até mesmo os atletas de fundo incluem em seu treinamento o trabalho de flexibilidade, pois já foi constatado que uma melhor flexibilidade está relacionada à economia energética.

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Profilaxia de lesões

Uma boa flexibilidade contribui para o aumento da tolerância à carga e para a prevenção de lesões.

Através do alongamento pode-se evitar que os músculos sobrecarregados por desenvolverem grande força ou velocidade sofram um encurtamento e conseqüentemente um desequilíbrio muscular.

Otimização da recuperação; Após o treinamento (sobretudo o de força e velocidade) a musculatura apresenta uma grande tensão, que é desfavorável para a recuperação. Por esta razão devemos praticar exercícios de alongamento, que favoreçam o processo de recuperação.

Treinabilidade da flexibilidade

A flexibilidade pode ser rapidamente desenvolvida com treinamento diário. A idade ideal para o treinamento é entre os 11 e 14 anos, pois nessa faixa etária é possível obter rendimentos elevados. Isto não significa que não possamos alcançar bons resultados em faixas etárias mais elevadas, embora o aumento da idade seja um fator limitante para a melhor flexibilidade. Treinamentos regulares não podem evitar essa perda fisiológica de flexibilidade em função da idade, mas podem retardá-la.

A capacidade de alongamento da musculatura, assim como dos ligamentos e tendões, é maior em pessoas do sexo feminino. Neste caso as mulheres levam vantagem em relação aos homens.

Uma grande massa muscular (em atletas que praticam levantamento de peso, fisiculturismo) também constitui um fator limitante da flexibilidade, limitação esta que é puramente mecânica. Seria conveniente se uma musculatura fortemente desenvolvida, dispondo de maior força em função dessa

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hipertrofia, apresentasse melhor flexibilidade e não uma limitação dessa característica.

O treinamento da flexibilidade está sempre associado a um treinamento de força específico: quanto mais fortalecido for um grupo muscular, mais ele deverá ser relaxado e submetido a um alongamento.

Devemos levar em consideração oito regras básicas e práticas para um treinamento seguro e eficiente da flexibilidade:

Realizar exercícios de forma lenta e gradativa até o ponto de limitação e manter a posição por 20 a 30 segundos, procurando relaxar a musculatura que está sendo alongada.

Incluir os exercícios de alongamento em toda sessão de treinamento, podendo fazê-lo tanto no início quanto no final da sessão.

Evitar os exercícios bruscos e balísticos, especialmente se estes não forem específicos do seu esporte.

Praticar ao menos três vezes por semana uma série de alongamentos dos principais grupos musculares. Por exemplo: 6 a 10 exercícios, com 3 séries completas.

Fazer os exercícios de alongamento para relaxar e não para sofrer.

Estar sempre atento à postura e ao alinhamento corporal.

Procurar executar os exercícios em um local calmo e silencioso, se possível com uma música agradável.

Um professor de Educação Física é o profissional mais qualificado para orientar aulas de alongamento; sempre que possível peça orientação a ele.

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Venha velejar – iniciante e adulto pág. 127

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Sobre autor do projeto

Experiências importantes (regata ou cruzeiro)

Velejador da classe , pingüim, snipe, lighting , 470, Star , campeonatos nacionais e internacionais no Brasil, técnico, e velejador. Eventos que participei Ranking Sudameris Brasil Match Racing 95/96, Campeonatos Brasileiro de Snipe, Campeonato Mundial de Soling, Campeonato Pan-Americano de Snipe, Circuito Santos Rio 94/95/96, Regata da Escola Naval RJ, Campeonato de Pingüim, Campeonato de Microtoner, Campeão Brasileiro de Ranger 22, Circuito Ilhabela /96, Regata Aratu Maragogipe Instrutor de vela durantes vários anos, de optimist e adulto. 94/95/96/97/98/99/00/01/02/03,Regata Rio Angra, Circuito Salvador 93/94/95/96/97, Regata 24 Horas, Trajeto Salvador Rio, Participação em 5 Edições da Regata Fernando de Noronha, Técnico formado pelo comitê Olímpico, Vencedor da Regata 24 horas, Campeão da Classe Delta 26, Campeão do Torneio Desafio Classe Delta, participação no Circuito de Ilhabela transportando o primeiro barco de Oceano de Brasília Multimar 32 via terrestre para disputar a Semana de Ilhabela 2007. Fundador da Flotilha Paranoá da Classe Star de Brasília, atualmente Secretário da Classe Star.

Experiências em Construção Naval ( construção amadora )

Aos 16 anos participou como ajudante na construção de Pingüins barco a vela de um mastro realizados no Iate Clube de Brasília, projetou e

Construiu de três barcos de competição Desafio 250, Responsável e administrador do Site Conhecimento Náutico. Colaborador e Consultor

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do Projeto Optimaster 310, Colaborador e Consultor do Projeto NS 14, Projetista - Construtor - Desafio 260 em fase de construção.

Bibliografia por temas

Aerodinâmica - Marchak: Sailing Theory and practice - Ross Wallace: Sail Power

Arquitetura Naval – Skene’s Elements of Yatcht Desing – Technical Yacht Desgn

Navegação Cruzeiro –

Preparação Fisica –

Regras de regatta –

Táticas de regatta – Mafred Curry: Tactiques de Course par Questions et Réponses

Sites na Internet – www.conhecimentonautico.com -

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Curriculum Autor do Livro

Experiências importantes (regata ou cruzeiro)

Velejador da classe , pingüim, snipe, lighting , 470, Star , campeonatos nacionais e internacionais no Brasil, técnico, e velejador. Eventos que participei Ranking Sudameris Brasil Match Racing 95/96, Campeonatos Brasileiro de Snipe, Campeonato Mundial de Soling, Campeonato Pan-Americano de Snipe, Circuito Santos Rio 94/95/96, Regata da Escola Naval RJ, Campeonato de Pingüim, Campeonato de Microtoner, Campeão Brasileiro de Ranger 22, Circuito Ilhabela /96, Regata Aratu Maragogipe Instrutor de vela durantes vários anos, de optimist e adulto. 94/95/96/97/98/99/00/01/02/03,Regata Rio Angra, Circuito Salvador 93/94/95/96/97, Regata 24 Horas, Trajeto Salvador Rio, Participação em 5 Edições da Regata Fernando de Noronha, Técnico formado pelo comitê Olímpico, Vencedor da Regata 24 horas, Campeão da Classe Delta 26, Campeão do Torneio Desafio Classe Delta, participação no Circuito de Ilhabela transportando o primeiro barco de Oceano de Brasília Multimar 32 via terrestre para disputar a Semana de Ilhabela 2007. Fundador da Flotilha Paranoá da Classe Star de Brasília, atualmente Secretário da Classe Star.

Experiências em Construção Naval ( construção amadora )

Aos 16 anos participou como ajudante na construção de Pingüins barco a vela de um mastro realizados no Iate Clube de Brasília, projetou e

Construiu de três barcos de competição Desafio 250, Responsável e administrador do Site Conhecimento Náutico. Colaborador e Consultor

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do Projeto Optimaster 310, Colaborador e Consultor do Projeto NS 14, Projetista - Construtor - Desafio 260 em fase de construção.

Colaborador

Professora Lucinéia Martins Machado,

Formada em educação Física pela Universidade Católica de Brasília em 1999, Pós graduada em musculação pela Universidade Veiga Almeida do Rio de Janeiro. Atualment trabalha na Academia do Iate Clube de Brasília como professora de musculação e ginástica, e personal trainer.

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