Manual Digital do Professor Textos: Ana Paula Mathias de Paiva · A partir da leitura do livro, ......
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Manual do professor
O professor-mediador é uma figura fundamental, sobre-
tudo nos primeiros anos de contato com a leitura, porque mul-
tiplica as chances de letramento, amplia a capacidade de com-
preensão dos textos e compartilha com seus alunos a paixão
pelas leituras, abrindo espaço para a autonomia futura, o prota-
gonismo e a interação entre crianças e livros. Recursos de apoio
são bem-vindos quando se pautam na expansão de conheci-
mentos, motivação interpessoal e elaboração de rotinas peda-
gógicas adequadas às diversidades nacionais.
O Manual do Professor correlaciona tais argumentos às
obras literárias, destaca gêneros e temáticas, organiza propostas,
atividades e orientações capazes de potencializar habilidades e
competências, assim como de suprir dificuldades detectadas.
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Sumário Síntese da obra
Sobre a autora
Temas abordados
Adequação e desenvolvimento de competências
A importância da educação emocional na escola
Como utilizar em sala de aula O monstro das cores
Atividades propostas #1
Atividades propostas #2
Atividades propostas #3
Atividades propostas #4
Interlocuções culturais
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Síntese da obraEra uma vez um simpático monstrinho que por vezes não
sabia ao certo o que estava sentindo... Nesses dias ele fazia uma
bagunça com as emoções e ficava sem saber como arrumá-las
ou identificá-las. Como saber se dentro dele há espaço para a
raiva, tristeza, calma, felicidade ou medo? E quanto ao amor?
Este sucesso criado pela autora Anna Llenas convida as crian-
ças e os leitores de todas as idades a observarem, intimamente,
a riqueza e a variação das nossas emoções. Um delicioso conto
ilustrado sobre o funcionamento da mente, o efeito das emo-
ções e dos pensamentos em nosso sentir e viver.
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Sobre a autoraAnna Llenas nasceu em Barcelona. Possui graduação em
Publicidade e Relações Públicas pela Universidade Autônoma
de Barcelona e em Desenho Gráfico pela Escola Llotja. Por anos
atuou em Direção de Arte até que começou a criar seus pró-
prios produtos editoriais. Anna se especializou em Ilustração na
Escola Eina e em Psicoterapia pela Arte na Universidade Pom-
peu Fabra. Hoje atua como professora e arte-terapeuta espe-
cializada em arte e educação emocional. É autora e ilustradora
de livros que ajudam grandes e pequenos a se encontrarem
em meio às suas emoções.
Atualmente é um sucesso em vendas infantojuvenis, suas
obras romperam fronteiras e viajaram muitos países do mundo.
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Temas abordados
A descoberta de si:
O conto promove o autoconhecimento por meio da edu-
cação emocional. A partir da leitura do livro, as crianças são
capazes de identificar as emoções trabalhadas: raiva, alegria,
tristeza, medo, calma e amor. Podem também expandir o co-
nhecimento para muitas outras emoções que vão surgindo
com o diálogo. Aprendem a se conhecer e a confiar mais em si
mesmas, desenvolvendo mais autonomia e independência na
hora de solucionar seus conflitos.
Família, amigos e escola:
Através das cores, as crianças conseguem entender facilmen-
te o que sente o personagem, são capazes de se colocar em seu lu-
gar, identificar-se com ele e, desse modo, compreendem um pou-
co melhor o que se passa não só com elas, mas também com as
pessoas de convívio mais próximo. Desenvolvem, assim, mais em-
patia e respeito por seus colegas e familiares e pelo que sentem.
Tema e desafios: aumentar o vocabulário expressivo das
crianças sobre suas emoções; gerar mais facilidade na comuni-
cação de sentimentos; desenvolver habilidades sociais. Aprender
a administrar as emoções, aceitar receber ajuda diante de confli-
tos e melhorar a convivência social.
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▶ Cria interação pela identificação leitora a situações retra-
tadas – sensíveis, práticas e cotidianas.
▶ Estimula a imaginação e a partilha sobre sentimentos.
▶ Vale-se da dinamicidade narrativa verbo-visual para mo-
tivar o prazer da leitura.
▶ Reflete e auxilia o autoconhecimento ao ilustrar relações
íntimas, associadas ao humor e emoções.
▶ Reflete o resultado de mudanças comportamentais e a
importância do equilíbrio para a autoestima.
Tema: perpassa questões de autoconhecimento, trabalha
sentimentos e emoções.
Adequação e desenvolvimentode competências
CATEGORIA 3: Educação Infantil (pré-escola)
Competências gerais: conhecer-se, compreender-se (au-
toconhecimento); expressar-se, partilhar experiências e sen-
timentos por meio das linguagens (comunicação pessoal e
social), criar entendimento do mundo pessoal e social pela ob-
servação de sentidos que levam ao entendimento mútuo.
O livro O monstro das cores:
▶ Estimula a apreciação estética e tem potencial atrativo
para provocar a aproximação espontânea do leitor.
▶ Desenvolve o hábito da leitura mediada e estimula o ma-
nuseio autônomo de perscrutação do livro.
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Gênero: narrativo
Nesta obra o uso estético da linguagem escrita é marcado pela presença de narrador, tempo, espaço,
enredo e personagens.
Subcategoria do gênero: conto
Tipo de narrativa literária breve e concisa, com número restrito de personagens, estruturada em um começo, meio e fim.
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A importância da educação emocional na escola
Ensinar a criança a administrar suas emoções e a aplicá-las
em diferentes contextos é fundamental tanto para a aprendiza-
gem dentro da escola, como para enfrentar as diversas situações
que se apresentam ao longo de sua vida. Se entendemos a edu-
cação como um processo de aprendizagem para a vida, a educa-
ção emocional mostra-se imprescindível porque contribui para o
bem-estar pessoal e social. Os programas sistemáticos de edu-
cação emocional auxiliam o desenvolvimento integral dos estu-
dantes: diminuem os problemas de disciplina; fazem com que
os alunos se sintam mais motivados para o estudo e obtenham
melhores resultados escolares; demonstrem atitudes mais posi-
tivas; melhorem suas relações.
Por que o livro O monstro das cores?
O livro O monstro das cores se tornou um recurso imprescin-
dível na educação emocional pela simplicidade com que adapta
o conceito abstrato das emoções ao público infantil, assim como
pela facilidade (acessibilidade) com que exemplifica efeitos emo-
cionais diretos no comportamento. O conto propicia o diálogo com
as crianças e convida o mediador literário a lhes fazer perguntas, a
escutá-las, a entender o que sentem, com o que se identificam no
livro e se agora, após a leitura, se sentem capazes de ajudar os cole-
gas em alguma situação (raiva e medo, por exemplo) retratada pelo
monstrinho. Iniciar o trabalho de uma consciência emocional para
que possam ir administrando suas emoções dia a dia.
Eis uma maneira de tratar um tema tão necessário à infância,
o equilíbrio emocional, de modo lúdico e por meio do personagem
fantasioso e divertido que ilustra as páginas desse livro.
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Como utilizar em sala de aula O MONSTRO DAS CORES
COMEÇAR O DIA COM UMA RODA, PERGUNTANDO ÀS
CRIANÇAS: “COMO ESTÃO SE SENTINDO HOJE?”
▶ Representar corporalmente, em gestos e movimentos,
sua sensação pessoal bem como cenas naturais subjetivas:
“Mora por aqui um beija-flor brilhante de alegria”; “Vi uns filho-
tes encolhidos de medo no ninho”; “Encontrei umas formigas
um pouco cansadas de serem tão pequeninas”; “As plantas es-
tão animadas com a chegada da chuva”.
▶ Mostrar para os alunos a capa do livro e propor que ima-
ginemos “como o monstrinho verde deve estar se sentindo ago-
ra”. Brincar com o “Era uma vez”... iniciando a conversação como
mediador, então apresentar mais três figuras do protagonista
e, oralmente, com as sugestões das crianças, criar uma legenda
para cada imagem compartilhada.
Objetivo: Conhecer os sentimentos que as crianças sabem
expressar; motivar as crianças para a chegada da história literá-
ria; sensibilizá-los para o tema.
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Atividades propostas #1
EMOCIONÔMETRO
▶ Fase 1: após a leitura do livro, pedir que comentem: o que
sentem (interiormente) ao ver cada ilustração? O que imaginam
que provocou tais reações no personagem? Por meio da interlo-
cução e da mediação, expandir conhecimentos e sensibilidades.
Como é a(o)... alegria, felicidade, contentamento, êxtase; tristeza,
angústia, solidão, saudade; medo, terror, pânico, receio; raiva, nervo-
sismo, ódio, impetuosidade; paz, calma, serenidade, harmonia.
Objetivo: observação do "como é" e "quando me sinto assim".
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▶ Fase 2: criar um círculo dividido em 8 triângulos, cada um
com uma cor. Ao centro do círculo, prender uma seta rotativa em
EVA, por exemplo, por ilhós ou botão de pressão, de modo que
cada criança possa definir seu estado no dia. Cada triângulo colo-
rido representará uma emoção, por exemplo: felicidade, tristeza,
medo, vergonha, raiva, cansaço etc. Inserir essa atividade na rotina
das aulas.
ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR QUE REÚNE CONHECI-
MENTOS COGNITIVOS, SOCIAIS E VOCABULARES
▶ Fase 1: criar uma experiência recreativa associada à mudan-
ça de emoções. Levar um jogo lúdico para a classe e deixar que os
alunos joguem, formando grupos de 5 crianças, por exemplo. Su-
gerimos Pula Pirata ou Pula Macaco, mas a escolha é livre. Observar
na atividade o nível de satisfação, contrariedade, motivação ou in-
quietude dos alunos diante das vitórias e derrotas. Observar o exer-
cício do autocontrole e o empenho livre das crianças.
▶ Fase 2: com a ajuda dos alunos, desenhar 5 figuras do
Monstro das Cores que representam estados de humor distin-
tos. Colorir as 5 figuras com as cores amarelo, azul, vermelho,
cinza e verde. Colocar as ilustrações em destaque na sala de
aula. Em seguida, conversar com os alunos sobre a história e as
mudanças na fisionomia do personagem.
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▶ Fase 3: Uns diante dos outros, pedir que relembrem seus
sentimentos quando jogaram juntos. Instigar que as crianças ga-
nhem consciência sobre como se sentem quando conseguem
algo e quando não conseguem. Então, dialogar sobre o tema: “na
hora dos jogos todos os colegas são bem-vindos no seu grupo?”.
Objetivo: Trabalhar o tema inclusão pela harmonia social e psico-
lógica.
▶ Criar um MOMENTO RECREATIVO DE ADIVINHAÇÕES após
conversação sobre a expressão das emoções. Atividade prática: um
aluno vai para a frente da sala e, diante dos colegas, faz uma ence-
nação: modo de andar, de olhar, de pisar no chão (suavemente ou
fortemente), uso de gestos delicados, rápidos ou nervosos, um jeito
de andar de cabeça baixa ou um olhar animado etc.
Objetivo: desenvolver a corporeidade como instrumento relacio-
nal, a síntese de ideias, a adivinhação pela associação, a criativi-
dade, a abstração e a formação de ideias.
Fonte: Editorial Flamboyant
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Atividades propostas #2
Perceber a atenção das crianças diante das representações de humor do
personagem. Atividade mediada.
▶ Em valorização a diversas formas comunicativas, portanto multimodais,
utilizar-se de linguagens que explicitam sentimentos ou emoções. Escolher um
trecho de história ou uma frase e pronunciá-lo(a) oralmente variando gestos, o
tom da fala e vestes coloridas de forma a expressar no processamento das ima-
gens e representações reais a calma, alegria, raiva, tristeza e medo. Valer-se do
momento de partilha para ampliar o diálogo sobre bem-estar, (re)conhecimento
das emoções e harmonização interior.
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Atividades propostas #3
Para refletir a mudança e oscilação de sentimentos. Auxiliar o autoconhecimento
a partir da leitura literária.
▶ Criar por meio da linguagem visual (desenhos e coloridos) imagens do Mons-
trinho e de como ele se sentia ao longo dos dias. Descrever oralmente percepções e
conclusões. Compor um mural com os desenhos das crianças e, de frente para as ima-
gens, ouvir as opiniões e pensamentos sobre o reconhecimento daquelas emoções.
▶ Passar um trechinho do filme DIVERTIDA MENTE (2015). O enredo se desenvol-
ve dentro do cérebro da menina Riley, de 11 anos, destacando o papel de cinco emo-
ções diferentes e básicas – alegria, tristeza, medo, raiva, nojo – que afetam e processam
informações e conhecimentos. Atividade coletiva: expressar-se por meio de palavras e
sentimentos, manifestar ideias, reconhecer emoções básicas e suas variações.
▶ Atividade coletiva: criar situações expressivas por meio de palavras e sentimen-
tos (“Como você acordou hoje?”); manifestar ideias (“O que alegra você na escola?”);
pela escuta reconhecer emoções básicas e suas variações.
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Atividades propostas #4
Desenvolver o pensamento criativo e as habilidades socioemocionais
▶ Narrar oralmente o que é possível interpretar pela leitura das imagens (apre-
sentar duas folhas ilustradas): as crianças verão que o Monstrinho vai dormir muito
feliz à noite, depois de arrumar uma bolsa com coisas típicas de praia; no dia se-
guinte, quando ele abre a janela do quarto de manhã, já vestido com roupa de pas-
seio, fica cabisbaixo olhando lá para fora, assim que constata que está chovendo.
▶ Atividade: Descrever as situações (detalhes), perceber a passagem no tempo
(antes e depois), criar hipóteses de forma criativa (O Monstrinho mudou de humor?
Por quê? Abrir o diálogo para possíveis soluções – a exemplo de “sua mamãe apare-
ce e sugere um delicioso banho de bacia ou banheira com os brinquedos favoritos”,
“seu vovô se aproxima e conta uma linda memória de passeio” etc.). Estabelecer
conclusões lógicas e criativas na interação das opiniões manifestas oralmente.
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Interlocuções culturais
Flicts conta a história de uma cor "diferente", que não consegue
se encaixar nos padrões nem do arco-íris, nem das bandeiras e
em lugar nenhum. Ao longo do livro, Flicts vai se conformando
que "não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensidão do
Amarelo, nem a paz que tem o Azul". Ele se vê sem lugar. Con-
tudo, Ziraldo nos deixa uma fantástica mensagem de respeito,
dando a entender que todos, por mais diferentes que sejam, pos-
suem seu lugar no mundo. E Flicts também encontra seu lugar!
Casa dos sentimentos, de Nana Toledo. Nessa narrativa, o co-
ração representa a casa dos sentimentos de todos nós. Alguns
passos ajudam a mantê-lo em harmonia. A partir de seis histó-
rias narradas por meninos e meninas, entramos em contato com
seus conflitos mais comuns, tais como: medo, tristeza, saudade,
amor, dentre outros sentimentos. Atendendo às singularidades
da criança, a obra motiva a expressão e o autoconhecimento.
Divertida Mente (filme)
Lançado em 2015, o filme Divertida Mente retrata um pe-
ríodo da vida de Riley, uma menina que vivencia fortes mudan-
ças. A principal delas é sair de sua cidade natal, em Minnesota
(EUA), para morar em São Francisco. A animação buscou a aju-
da de psicólogos e neurologistas na preparação do roteiro. Na
sala de controle (sede) do seu cérebro, Riley enfrenta agitação
e confusão, oscilação de estados e propósitos.
Conceitos tratados no filme criam curiosidade, motivação
enunciativa e expressão de sentimentos: as esferas de memória
são fixadas pelas emoções; amplia-se a percepção de que todas
as emoções são importantes, tanto as boas como as ruins; o medo
pode nos fazer sobreviver diante de certas situações; a tristeza en-
sina tanto quanto a alegria e não há motivo para reprimi-las; as
memórias influenciam nossa personalidade e visão de mundo.
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Autora deste manual: Ana Paula Mathias de Paiva
Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Projeto gráfico: Thiago Amormino
Supervisão: Jéssica Tolentino
Coordenação-geral: Rosana de Mont'Alverne Neto