Manual de seguridad e inspeccion de Presas

138
Manual de Segurança e Inspeçªo de Barragens 1

Transcript of Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Page 1: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

1

Page 2: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

3

Manual de Segurança eInspeção de Barragens

Page 3: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

4

M25m Manual de Segurança e Inspeção de Barragens – Brasília: Ministérioda Integração Nacional, 2002. 148p.

Inclui bibliografia.

1. Segurança de Barragens. 2. Operação e Manutenção de Barra-gens. 3. Inspeção de Açudes. 4. Plano de Ação Emergencial. I.Ministério da Integração Nacional. II. Título.

CDU 627.82

Ministro da Integração NacionalLuciano Barbosa

Secretário de Infra-Estrutura HídricaRosevaldo Pereira de Melo

Coordenador do PROÁGUA Semi-Árido Obras (UGPO)Demetrios Christofidis

Coordenadores do TrabalhoCristiano César Aires RochaLázaro Luiz NevesMaria Inês Muanis Persechini

Ministério da Integração NacionalEsplanada dos Ministérios – Bloco E6º ,7º, 8 º e 9 º andaresCEP: 70062-900Brasília – DFwww.integracao.gov.br

Page 4: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

5

As barragens são obras geralmente associadas a um elevado potencial de risco devido à possibilidadede um eventual colapso, com conseqüências catastróficas para as estruturas das próprias barragens, ao meioambiente, com destruição da fauna e flora, e, principalmente, pela perda de vidas humanas.

O Brasil, por contar com vastos recursos hídricos, possui um número expressivo de barragens. Felizmente,têm ocorrido poucos acidentes, de conseqüências limitadas, uma vez que são raros os causados pela natureza.A isso soma-se o excelente padrão técnico de nossas obras.

Entretanto, estes fatores não devem ser motivo de despreocupação de nossa parte. Ao contrário,devemos estar sempre atentos quanto às condições de segurança estrutural e operacional das barragens,identificando os problemas e recomendando reparos, restrições operacionais e/ou modificações quanto àsanalises e aos estudos para determinar as soluções adequadas.

Este Manual de Segurança de Barragens, elaborado pelo Ministério da Integração Nacional, torna-seoportuno por estabelecer parâmetros e um roteiro básico para ajudar, além dos órgãos do Governo vinculadosao Ministério da Integração Nacional, os proprietários particulares na construção de novas barragens e nareabilitação das já existentes, visando à sua operação e manutenção em condições de segurança.

Luciano BarbosaMinistro da Integração Nacional

APRESENTAÇÃO

Page 5: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

7

SUMÁRIO EXECUTIVO

Page 6: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

9

SUMÁRIO EXECUTIVO

O objetivo principal deste Manual de Segurança de Barragensé estabelecer parâmetros e um roteiro básico para orientar osprocedimentos de segurança a serem adotados em novas barragens,quaisquer que sejam seus proprietários, e manter as já construídasem um estado de segurança compatível com seu interesse social e dedesenvolvimento.

O Ministério da Integração Nacional – MI, utilizou o Guia Básicode Segurança de Barragens, elaborado pelo Comitê Brasileiro deBarragens, como bibliografia básica para elaboração deste Manualdevido ao fato de considerá-lo abrangente e por ter sido fruto do esforçoconsolidado de profissionais experientes e altamente qualificados daárea. Entretanto, o grupo de trabalho reunido pelo MI introduziu algumascontribuições ao Guia, o que gerou um produto diferenciado em relaçãoà bibliografia existente sobre o assunto.

Os capítulos iniciais, até o capítulo 5, versam sobre definiçõese generalidades, apontando as responsabilidades do proprietário dabarragem. Esses capítulos estabelecem critérios de classificação paraas barragens, as quais devem ser enquadradas quanto àsconseqüências de uma ruptura ou dano em potencial. Todas asbarragens devem ser submetidas periodicamente a uma reavaliaçãode suas condições de segurança, segundo sua classificação quantoàs conseqüências de ruptura.

O Capítulo 6 pondera sobre a operação, manutenção e inspeçãode barragens.

As equipes de operação e manutenção das barragens devemser treinadas e dispor de um plano de procedimentos de emergênciapara orientação em casos extremos – tais como a passagem de cheiasexcepcionais – que contemple, pelos menos:

- Como proceder em resposta aos alertas da instrumentação;- O que fazer para manter a população mobilizada;- Quais as providências a serem tomadas contra danos patrimoniais

e ambientais.As eventuais obras de reparo ou de manutenção recomendadas

nas inspeções, deverão ser implementadas com a máxima brevidadepossível, bem como as providências e recomendações devem serregistradas.

Os capítulos de 7 a 10 tratam dos procedimentos deemergência, que deverão ser adotados nos casos de ocorrência desismos e cheias, e da instrumentação de controle. As barragens deverãoser dotadas de um plano de emergência, objetivando a preservaçãodas pessoas residentes a jusante, em caso de acidente. Toda barragemdeve ser instrumentada, de acordo com seu porte e riscos associadose ter os dados analisados periodicamente com a realização das leituras.Todos os instrumentos devem ser dotados de valores de controle oulimites.

Os capítulos 11 e 12 traçam considerações e requisitosnecessários acerca de segurança de barragens de terra e das estruturasde concreto. Considerações especiais sobre barragens de rejeitos sãodescritas no capítulo 14.

O capítulo 13 aborda os efeitos do meio ambiente sobre asegurança de barragens e indica os principais fatores responsáveis poresses efeitos.

Em todos estes capítulos foram introduzidas tarefas deadaptação e incorporação de experiências do grupo de trabalho queatuou na elaboração do Manual. A maior parte do texto apresentado éoriginário do Guia de Segurança de Barragens.

O capítulo 15 versa sobre inspeções para a avaliação dasegurança de barragens, cujo objetivo é determinar as condições relativasà segurança estrutural e operacional das barragens, identificando osproblemas e recomendando tanto reparos corretivos, restriçõesoperacionais e/ou modificações quanto análises e estudos paradeterminar as soluções dos problemas. Já o capítulo 16 descreve osprocedimentos a serem seguidos por ocasião da visita de inspeção,por meio de uma sugestão de lista de verificações.

Foram introduzidos anexos de forma a auxiliar o pessoalresponsável pela segurança e inspeção de barragens na condução demecanismos que permitam classificar as barragens quanto ao potencialde risco, exemplificar as principais ocorrências de anomalias,estabelecer modelos para inspeção e um Plano de Ação Emergencial.

Page 7: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

10

Page 8: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

11

MANUAL DE SEGURANÇA EINSPEÇÃO DE BARRAGENS

ÍNDICE1. INTRODUÇÃO .......................................................................... 13

2. OBJETIVO ................................................................................ 14

3. DEFINIÇÕES, CONCEITOS E RESPONSABILIDADES ............ 14

3.1 GERAL ................................................................................... 143.2 GLOSSÁRIO ............................................................................ 15

4. GENERALIDADES .................................................................... 18

4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 184.2 APLICABILIDADE DO MANUAL DE SEGURANÇA DE BARRAGENS ......... 184.3 RESPONSABILIDADE PELA SEGURANÇA DA BARRAGEM ..................... 184.4 CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS ................................................ 194.5 SELEÇÃO DO CRITÉRIO DE SEGURANÇA ....................................... 204.6 DESCOMISSIONAMENTO E ABANDONO ........................................... 20

5. REAVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS ................ 22

5.1 GERAL ................................................................................... 225.2 DETALHES DA REAVALIAÇÃO ........................................................ 22

5.2.1 CLASSIFICAÇÃO DA BARRAGEM ............................................ 225.2.2 INSPEÇÃO DO LOCAL ........................................................ 235.2.3 PROJETO E CONSTRUÇÃO ................................................. 235.2.4 OPERAÇÃO .................................................................... 235.2.5 MANUTENÇÃO ................................................................. 245.2.6 INSPEÇÃO E MONITORAÇÃO DO DESEMPENHO DA BARRAGEM ..... 245.2.7 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL .......................................... 245.2.8 FIDELIDADE COM REAVALIAÇÕES ANTERIORES ........................ 24

5.3 RELATÓRIO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS ................................. 245.4 INSUFICIÊNCIA DOS REQUISITOS DE SEGURANÇA ........................... 24

6. OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO (OMI) ................... 26

6.1 GERAL ................................................................................... 266.2 OPERAÇÃO ............................................................................. 27

6.2.1 PROCEDIMENTOS PARA A OPERAÇÃO EM REGIME DE CHEIAS .... 276.2.2 PROCEDIMENTOS PARA OPERAÇÃO DE EMERGÊNCIA ................ 276.2.3 CONTROLE DE MATERIAIS FLUTUANTES E/OU ENTULHOS ........... 276.2.4 CONTROLE DA SALINIZAÇÃO ............................................... 276.2.5 CONTROLE DA EUTROFIZAÇÃO ............................................ 286.2.6 PREVISÃO DE CHEIAS ....................................................... 28

6.3 MANUTENÇÃO ......................................................................... 29

6.3.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO............................................... 29

6.3.2 ESTRUTURAS METÁLICAS ................................................... 29

6.3.3 BARRAGENS DE TERRA ..................................................... 29

6.3.4 EQUIPAMENTOS ............................................................... 30

6.3.5 COMUNICAÇÃO E CONTROLE .............................................. 30

6.3.6 VIAS DE ACESSO À BARRAGEM E ÀS ESTRUTURAS ANEXAS ...... 30

6.3.7 MANUTENÇÃO DA ÁREA DA FAIXA DE PROTEÇÃO .................... 30

6.4 INSPEÇÃO E MONITORAÇÃO ....................................................... 30

6.4.1 PADRONIZAÇÕES.............................................................. 30

6.4.2 INSPEÇÕES REGULARES ................................................... 30

6.4.3 INSPEÇÕES EMERGENCIAIS ............................................... 31

6.4.4 INSTRUMENTAÇÃO ........................................................... 32

6.4.5 ENSAIOS ...................................................................... 32

6.5 IMPLEMENTAÇÃO DE RECOMENDAÇÕES, OBRAS E/OU REPAROS .......... 32

6.6 SEGURANÇA PATRIMONIAL ......................................................... 33

7. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ..................................... 34

7.1 GERAL ................................................................................... 34

7.2 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL (PAE) ....................................... 34

7.2.1 NECESSIDADE DE UM PAE................................................ 34

7.2.2 DESENVOLVIMENTO DE UM PAE......................................... 35

7.2.3 CONTEÚDO DE UM PAE ................................................... 35

7.2.4 MANUTENÇÃO E VERIFICAÇÃO DE UM PAE ........................... 37

7.2.5 TREINAMENTO ................................................................. 37

7.3 ESTUDOS DE INUNDAÇÃO .......................................................... 37

8. SISMOS ................................................................................... 38

9. CHEIAS .................................................................................... 39

9.1 GERAL ................................................................................... 39

9.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DE CHEIAS ................................................ 39

9.3 CHEIA MÁXIMA PROVÁVEL (CMP) .............................................. 40

10. DISPOSITIVOS DE DESCARGA ............................................ 41

10.1 GERAL ................................................................................. 41

10.2 BORDA LIVRE ........................................................................ 41

10.3 CAPACIDADE DE DESCARGA DAS ESTRUTURAS HIDRÁULICAS .......... 41

10.4 OPERAÇÃO DURANTE AS CHEIAS ............................................... 42

10.5 OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE DESCARGAS ....... 42

10.6 INSTRUMENTAÇÃO DE CONTROLE ................................................ 4310.7 EQUIPAMENTO DE EMERGÊNCIA ................................................ 43

Page 9: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

12

11. CONSIDERAÇÕES GEOTÉCNICAS PARA BARRAGENS DE TERRA E FUNDAÇÕES EM SOLO ......................................... 44

11.1 BARRAGENS DE TERRA E FUNDAÇÕES EM SOLO .......................... 4411.1.1 MONITORAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO ..................................... 4411.1.2 ESTABILIDADE ............................................................... 4411.1.3 BORDA LIVRE ............................................................... 4511.1.4 PERCOLAÇÃO E CONTROLE DA DRENAGEM ........................... 4511.1.5 FISSURAÇÃO ................................................................. 4511.1.6 EROSÃO SUPERFICIAL .................................................... 4511.1.7 LIQUEFAÇÃO ................................................................. 4511.1.8 RESISTÊNCIA A SISMOS .................................................. 46

11.2 BARRAGENS SOBRE FUNDAÇÃO EM ROCHA ................................. 4611.2.1 ESTABILIDADE DA FUNDAÇÃO ............................................. 4611.2.2 PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO................. 4611.2.3 PERCOLAÇÃO E DRENAGEM .............................................. 47

11.3 ESTRUTURAS ASSOCIADAS ....................................................... 4711.3.1 MOVIMENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO .......................................... 4711.3.2 ESTABILIDADE DE TALUDES .............................................. 4711.3.3 PERCOLAÇÃO ................................................................ 48

11.4 ESTRUTURAS CELULARES COM PREENCHIMENTO E OUTRAS ESTRUTURAS

EM PRANCHÕES DE MADEIRA .................................................. 4811.5 BARRAGENS DE ENROCAMENTO COM FACE DE CONCRETO ............. 4811.6 BARRAGENS DE ENROCAMENTO SUJEITAS À PERCOLAÇÃO ............. 48

12. ESTRUTURAS DE CONCRETO .............................................. 49

12.1 GERAL ................................................................................. 4912.2 CONDIÇÕES DA ESTRUTURA E DO LOCAL .................................... 5012.3 AÇÕES DE PROJETO ............................................................... 5112.4 COMBINAÇÃO DE CARREGAMENTOS ............................................ 51

12.4.1 CASO DE CARREGAMENTO NORMAL (CCN) ......................... 5112.4.2 CASO DE CARREGAMENTO EXCEPCIONAL (CCE) .................. 5112.4.3 CASOS DE CARREGAMENTO DE CONSTRUÇÃO ....................... 5212.4.4 COMBINAÇÕES DE AÇÕES ................................................ 52

12.5 INDICADORES DE DESEMPENHO E CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO ........... 5212.5.1 ANÁLISE DE ESTABILIDADE E COEFICIENTES DE SEGURANÇA ....... 5212.5.2 ANÁLISE DE TENSÕES, TENSÕES ADMISSÍVEIS, TENSÕES DE

SERVIÇO E DEFORMAÇÕES .............................................. 53

13. RESERVATÓRIO E EFEITOS DO MEIO AMBIENTE ............... 56

13.1 ENTULHO E VEGETAÇÃO NO RESERVATÓRIO ................................. 5613.2 MARGENS DO RESERVATÓRIO ................................................... 5613.3 QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................. 5613.4 SEDIMENTAÇÃO E ASSOREAMENTO ............................................. 5713.5 ESVAZIAMENTO DO RESERVATÓRIO ............................................. 5713.6 ECOLOGIA ............................................................................ 5713.7 REGRAS AMBIENTAIS PARA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS ............ 58

13.7.1 REGRAS AMBIENTAIS PARA CONSTRUÇÃO DE AÇUDES ............ 5813.7.2 PLANO DE CONTROLE E RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DAS JAZIDAS DE

EMPRÉSTIMO ................................................................ 5813.7.3 PLANO DE DESMATAMENTO E LIMPEZA DA ÁREA DE INUNDAÇÃO ...... 58

14. REQUISITOS ADICIONAIS PARA BARRAGENS DE REJEITOS .... 59

15. INSPEÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS ......................................................................... 59

15.1 OBJETIVO ............................................................................. 5915.2 AVALIAÇÕES DE PROJETO, CONSTRUÇÃO E DESEMPENHO .............. 5915.3 IDENTIFICAÇÃO E REGISTROS DOS PROBLEMAS E FRAGILIDADES ...... 6015.4 FORMULAÇÃO E RELATÓRIO DAS CONSTATAÇÕES ........................... 6015.5 FAMILIARIDADE COM OS MODOS E CAUSAS DE FALHAS ................. 6015.6 VISTORIAS LOCAIS ................................................................. 6115.7 ARRANJOS PARA VISTORIA ...................................................... 6115.8 ELEMENTOS A SEREM VISTORIADOS .......................................... 6115.9 RELATÓRIO DE VISTORIA ......................................................... 6215.10 ANÁLISE TÉCNICA ................................................................ 63

16. SUGESTÃO DE LISTAGEM DE VERIFICAÇÕES PARA UMA AVALIAÇÃO ........................................................................... 64

16.1 GENERALIDADES .................................................................... 6416.2 SITUAÇÃO GERAL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ...................... 6716.3 SITUAÇÃO GERAL DO RESERVATÓRIO E ACESSOS ......................... 7116.4 AVALIAÇÃO GEOLÓGICA E GEOTÉCNICA ...................................... 7316.5 APRECIAÇÃO DOS ESTUDOS HIDROLÓGICOS ................................ 7416.6 INSTRUMENTAÇÃO DE ADVERTÊNCIA, SEGURANÇA E DESEMPENHO ... 7416.7 ALTERAÇÃO NAS CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS E OCORRÊNCIAS

GENÉRICAS........................................................................... 7516.8 LEVANTAMENTO DAS ENTIDADES CIVIS ORGANIZADAS .................... 76

ANEXO A – MODELO ALTERNATIVO DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE RISCO .... 81

ANEXO B – ROTEIRO PARA INSPEÇÃO DE AÇUDES E MODELO DE LISTA DE

INSPEÇÃO ..................................................................... 87

ANEXO C – ANOMALIAS ................................................................. 107

ANEXO D – MODELO DE PAE – PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL ......... 128

FONTES BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES .................... 139

LISTA DOS ANAIS DO ICOLD ................................................... 142

Page 10: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

13

1. INTRODUÇÃO

Em cumprimento às recomendações emanadas dareunião plenária do Seminário Situação e Propostas parao Desenvolvimento da Infra-Estrutura Hídrica Nacional,ocorrido nos dias 04 e 05/10/2001, em Juazeiro (BA), oMinistério da Integração Nacional – MI, por meio de seuSecretário de Infra-Estrutura Hídrica, Jesus Alfredo RuizSulzer, iniciou as discussões para elaboração de um manualde segurança de barragens a ser empregado nas obrasdo MI. Entretanto, o manual elaborado poderá servir deroteiro para ajudar, além dos órgãos do governo vinculadosao MI, também os proprietários particulares na construçãode novas barragens e na reabilitação das já existentes,visando a sua operação e manutenção em condições desegurança adequada.

Foram nomeados Lázaro Luiz Neves da UGPO/PROÁGUA/Semi-Árido e Cristiano César Aires Rocha, daSIH, para coordenarem a elaboração do Manual. Oscoordenadores e colaboradores reuniram-se num grupo detrabalho, que desenvolveu tarefas de adaptação eincorporação de suas experiências ao Guia Básico deSegurança de Barragens, elaborado pelo Comitê Brasileirode Barragens. Os seguintes profissionais compuseram ogrupo de trabalho:

l Cristiano César Aires RochaGerente de Projetos II – EAP do DPOH/SIH/MI

l Lázaro Luiz NevesConsultor da UGPO/PROÁGUA/Semi-Árido

l Maria Inês Muanis PersechiniConsultora da UGPO/PROÁGUA/Semi-Árido

l Francisco AndrioloConsultor da UGPO/PROÁGUA/Semi-Árido

l Peter J. HradilekChefe da equipe do Bureau of Reclamation

l Ronny José PeixotoEngenheiro da CODEVASF

l Maria Zita Timbó AraújoEngenheira do DNOCS

l Rogério de Abreu MenescalDiretor de Operações da COGERH/CE (atualmenteGerente Executivo da Superintendência deFiscalização da ANA)

O grupo de trabalho responsável pela elaboraçãodeste documento, expressa os seus agradecimentos àComissão Regional de Segurança de Barragens de SãoPaulo, formada pelo Núcleo Regional de São Paulo/1999do Comitê Brasileiro de Barragens, pela autorização deuso de seu Guia Básico de Segurança de Barragens, comodocumento base na elaboração do presente Manual deSegurança de Barragens; ao Bureau of Reclamation; àCanadian Dam Association; e à COGERH/CE, porcolocarem à disposição seus materiais sobre o assunto.

O uso de critérios diferentes dos especificados nesteManual pode eventualmente ser necessário, levando-se emconta as condições específicas de algumas barragens, parapermitir o desenvolvimento na aplicação e uso de novosconhecimentos e melhorias nas técnicas aplicadas.

Destacamos que uma versão preliminar desseManual foi divulgada aos órgãos responsáveis pelasegurança de barragens no País para comentários e essaversão final surgiu após a compilação das sugestõesrecebidas.

Intr

oduç

ão

Page 11: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

14

3. DEFINIÇÕES, CONCEITOS E RESPONSABILIDADES

O presente trabalho descreve os principais desafiosque se apresentam para as equipes de operação emanutenção de segurança de barragens e estruturasassociadas. Pouco adianta a leitura e análise de dados dainstrumentação, à exceção de inspeções periódicas e àmanutenção de arquivos com dados históricos de cadaestrutura, se as medidas corretivas que se fizeremnecessárias para restabelecer as condições de segurançanão forem implementadas.

3.1 Geral

O proprietário (e o concessionário, quandodesignado) é o responsável pela segurança da barragemem todas as fases, isto é, construção, comissionamento,operação e eventual abandono, respondendo pelasconseqüências de eventuais incidentes e acidentes.

Todas as barragens devem ser classificadas quantoàs conseqüências de uma ruptura ou dano em potencial,em que devem ser considerados, entre outros, os seguintesfatores:

l Aspectos Sociaisl Aspectos Ambientaisl Aspectos Estruturaisl Aspectos Econômicos

Todas as barragens devem ser inspecionadasperiodicamente para detectar eventuais deteriorações erecomendar ações remediáveis:

l Inspeções de Rotinal Inspeções Formaisl Inspeções de Especialistasl Inspeções de Emergência

Toda barragem deve ser instrumentada de acordocom seu porte e riscos associados e ter os dadosanalisados periodicamente com a realização das leituras.Todos os instrumentos devem ser dotados de valores decontrole ou limites.

2. OBJETIVO

Estabelecer parâmetros e um roteiro básico paraorientar os procedimentos de segurança a serem adotadosem novas barragens, quaisquer que sejam seusproprietários, e manter as já construídas em um estado desegurança compatível com seu interesse social e dedesenvolvimento.

Pretende-se, também:

l Definir requisitos mínimos de segurança;l Uniformizar os critérios empregados na sua avaliação;l Permitir uma supervisão consistente, da segurança de

barragens, de modo a conduzir à execução de melhorias,que contribuam para o aumento da segurança dessasestruturas;

l Contribuir para a legislação e regulamentação dasegurança de barragens, em âmbito nacional.

Ob

jeti

voC

apít

ulo

3

Page 12: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

15

Todas as barragens devem ser submetidasperiodicamente a uma reavaliação de suas condições desegurança, segundo sua classificação quanto àsconseqüências de ruptura.

As eventuais obras de reparo ou de manutençãorecomendadas nas inspeções, deverão ser implementadascom a máxima brevidade possível, bem como, asprovidências e recomendações devem ser registradas.

As equipes de operação e manutenção dasbarragens devem ser treinadas e dispor de um plano deprocedimentos de emergência para orientação em casosextremos – tais como a passagem de cheias excepcionais– que contemple, pelo menos:

- Como proceder em resposta aos alertas da instrumentação;- O que fazer para manter a população mobilizada;- Quais as providências a serem tomadas contra danos

patrimoniais e ambientais.

As barragens deverão ser dotadas de um plano deemergência, objetivando a segurança das pessoasresidentes a jusante, em caso de acidente.

Este Manual não pretende substituir especificações,projetos de reabilitação ou construção, ele não devecompartilhar responsabilidade com as designações deprojeto, dos construtores e montadores, e nem deve serutilizado como manual de instrução para pessoas não-atuantes no ramo da Engenharia Civil.

O uso de critérios diferentes dos aqui indicados podemeventualmente ser apropriados ou mesmo necessários,conforme condições específicas de algunsempreendimentos e visando, muitas vezes, à aplicação denovos conhecimentos, de técnicas melhoradas de projeto,construção e de avaliação da segurança de barragens.

A responsabilidade quanto à interpretaçãoapropriada, à verificação e aplicação deste Manual é dosengenheiros empenhados no gerenciamento de segurançade barragens e das organizações ou empresas que osempregam ou contratam.

3.2 Glossário

Acidente: Evento correspondente à ruptura parcial ou totalda obra e/ou sua completa desfuncionalidade, com gravesconseqüências econômicas e sociais.

Agências Regulamentadoras: Normalmente umministério, secretaria, departamento ou outra unidade doGoverno Federal ou Estadual, autorizado por lei ou atoadministrativo, para a supervisão geral de projetos,construção, operação e segurança de barragens ereservatórios, bem como qualquer entidade para a qual atotalidade ou parte das tarefas e funções quer executivas,quer operacionais tenha sido delegada pelo poderlegalmente constituído.

Bacia de Contribuição: Área da superfície que é drenadapara um ponto específico, tal como um reservatório, tambémconhecida como bacia hidrográfica ou área da baciahidrológica.

Barragem: Estrutura construída transversalmente a um rioou talvegue com a finalidade de obter a elevação do seunível d’ água e/ou de criar um reservatório de acumulaçãode água seja de regulação das vazões do rio, seja de outrofluido.

Barragem de Rejeitos: Barragem construída para reterrejeitos ou materiais estéreis de mineração e de outrosprocessos industriais.

Borda Livre: Distância vertical entre a maior cota dasuperfície da água junto à barragem e a cota mais baixa dotopo de uma barragem ou outra estrutura de contenção.

Capacidade do Reservatório: Capacidade bruta total doreservatório em seu nível máximo de armazenamento.

Cheia Afluente de Projeto (CAP): Cheia afluente (volume,pico, forma, duração, sincronismo) para a qual a barragem,e suas estruturas associadas, são projetadas.

Cheia Máxima Provável (CMP): Estimativa hipotética dacheia (fluxo de pico, volume e forma da hidrografia) que éconsiderada como a condição mais severa “fisicamente

Cap

ítul

o 3

Page 13: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

16

possível de ocorrer” numa determinada localidade e épocado ano, com base em uma análise hidrometeorológicarelativamente pormenorizada de uma precipitação críticaque resulte em escoamento, e de fatores hidrológicosfavoráveis a um escoamento máximo da cheia.

Confiabilidade: Probabilidade de desempenhosatisfatório de um dado elemento do empreendimento.

Conseqüência de Ruptura: Impactos a montante e ajusante da barragem, resultantes da sua ruptura ou dasestruturas associadas. Uma escala de conseqüênciasadversas que poderiam ser causadas pela ruptura de umabarragem, pode ser utilizada para classificação.

Conseqüências Incrementais da Ruptura: Perdasincrementais ou danos que a ruptura da barragem podeinfligir às áreas a montante, a jusante ou à estrutura dabarragem, adicionais a quaisquer perdas que poderiam terocorrido para o mesmo evento natural, ou condição, casoa barragem não tivesse rompido.

Crista da Barragem: Cota da superfície superior dabarragem, não se levando em conta qualquer abaulamento,meio-fio, parapeitos, defensas ou outras estruturas que nãosejam parte da estrutura principal do barramento de água.

Crista do Vertedouro: Parte superior da seção vertentedo vertedouro.

Dique Auxiliar: Barramento de qualquer tipo, construídonuma sela topográfica ou ponto de cota baixa no perímetrodo reservatório.

Emergência: Em termos de operação de barragens,qualquer condição que coloque em risco a integridade dabarragem e de vidas ou propriedades a jusante, e requeirauma intervenção imediata.

Estruturas Associadas: Estruturas e equipamentos locais,que não façam parte da barragem propriamente dita.Incluem estruturas tais como torres de tomada d’água, acasa de força, túneis, canais, condutos forçados, descargasde fundo, bacias de amortecimento, poços, galerias,mecanismos de acionamento de comportas etc.

Evento Extremo: Um evento que possui uma probabilidadede excepcionalidade anual muito pequena.

Fundação: Maciço de rocha e/ou solo que forma a basede assentamento para uma barragem, dique e suasestruturas associadas.

Incidente: Evento físico indesejável que prejudica afuncionalidade e/ou a inteireza da obra, podendo vir a gerareventuais acidentes, se não for corrigido a tempo.

Inspeção: Inspeção da barragem, diques e estruturasassociadas, e suas fundações com a finalidade de seobservar as suas condições e desempenho.

Nível D�Água de Jusante: Nível da água imediatamentea jusante da barragem.

Nível Máximo Normal: Cota da superfície da água emseu nível máximo normal de operação em um reservatório.

Ombreira: Parte da encosta contra a qual a barragem éconstruída.

Dispositivos de Descarga: Combinação de estruturas detomada d’água, condutos, túneis, dispositivos de controlede fluxo e dissipação de energia, que permitam a liberaçãoda água do reservatório de uma barragem.

Pé da Barragem: Junção da face jusante (ou montante)da barragem, com a superfície de fundação.

Plano de Ação Emergencial (PAE): Documento quecontém os procedimentos para atuação em situações deemergência, bem como os meios de comunicação e osmapas de inundação que mostrem os níveis d’água demontante e jusante e os tempos de chegada das ondas decheia, que poderiam resultar da ruptura da barragem ou desuas estruturas associadas.

Precipitação Máxima Provável (PMP): Maiorprecipitação pluviométrica para uma dada duraçãometeorologicamente possível, para uma dada área detormenta em uma localização específica, em umadeterminada época do ano sem levar em consideraçãotendências climáticas de longa duração. A PMP é umaestimativa e um limite físico conectado à precipitação quea atmosfera pode produzir.

Cap

ítul

o 3

Page 14: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

17

Probabilidade de Excepcionalidade Anual (PEA):Probabilidade de que um evento de magnitude específicaseja igualado ou superado em qualquer ano.

Proprietário: Pessoas físicas ou jurídicas, incluindo umacompanhia, organização, unidade governamental,concessionária, permissionária ou autorizada, corporaçãoou outra entidade, que detenha quer uma concessão,permissão, autorização ou licença governamental paraoperar a barragem, quer um título de propriedade legal sobreo local do barramento, barragem e/ou reservatório, o qualé responsável pela sua segurança.

Reavaliação da Segurança da Barragem: Umareavaliação formal, pormenorizada, executada a intervalosregulares, para determinar qual o nível de segurança dabarragem.

Reservatório: Lago ou volume de água acumulada por umaou mais barragens e/ou diques, limitado por suas margens.

Perigo Potencial: Ameaça ou condição em potencial quepode resultar de uma causa externa, por exemplo, as cheias,com possibilidade de criar conseqüências adversas.

Risco: Probabilidade e severidade de um efeito adversopara a saúde, para a propriedade ou para o meio ambiente.O risco é estimado por expectativas matemáticas dasconseqüências de um evento adverso.

Ruptura da Barragem: Perda da integridade estrutural,podendo ocorrer uma liberação incontrolável do conteúdode um reservatório, ocasionada pelo colapso da barragemou alguma parte dela.

Segurança: Capacidade da barragem para satisfazer asexigências de comportamento necessárias para evitarincidentes e acidentes que se referem a aspectosestruturais, econômicos, ambientais e sociais.

Sismo Máximo de Projeto (SMP): O sismo que resultariada mais severa movimentação da fundação que a estruturada barragem pode ser capaz de resistir, sem uma liberaçãoincontrolável de água do reservatório.

Sismo Previsível Máximo (SPM): O maior sismo passívelde ocorrer ao longo de uma falha reconhecível ou dentro deuma região tectônica geograficamente definida.

Tempo de Recorrência: Recíproca da Probabilidade deExcepcionalidade Anual (PEA). Por um longo período deregistro, o período de recorrência equivale ao tempo médiodecorrido entre ocorrências de um evento igual ou superiora uma certa magnitude específica.

Vertedouro Sangradouro: Estrutura projetada somentepara permitir descargas d’água do reservatório, taiscomo soleira vertente, canal, túnel etc.

Cap

ítul

o 3

Page 15: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

18

4. GENERALIDADES

4.1 Introdução

Uma barragem segura é aquela cujo desempenhosatisfaça as exigências de comportamento necessáriaspara evitar incidentes e acidentes que se referem aaspectos estruturais, econômicos, ambientais e sociais.

A segurança das barragens existentes deve seravaliada regularmente pelas reavaliações de segurança detodas as estruturas e instalações. A segurança de umabarragem pode ser garantida por:

l Correção de qualquer deficiência prevista ouconstatada;

l Operação segura, continuada, manutenção e inspeção(item 6);

l Preparação adequada para emergências (item 7).

4.2 Aplicabilidade do Manual de Segurança deBarragens

Os requisitos técnicos e as diretrizes aquiapresentadas são direcionados para barragens em que asconseqüências da ruptura incluem a possível perda de vidasou danos adicionais aos domínios do proprietário. Deve-se prever reavaliações regulares das conseqüências deuma ruptura de barragem, na medida em que asconseqüências da ruptura possam mudar, por exemplo,devido a alterações no uso de terras a jusante.

Este Manual deve ser utilizado obrigatoriamente parabarragens destinadas a reter e/ou represar água ou rejeitos,independentemente do material com que foram ou serãoconstruídas, e que tenham:

l Altura superior a 15 (quinze) metros, do ponto maisbaixo da fundação à crista; ou

l capacidade total de acumulação do reservatório igualou maior que 1 (um) milhão de metros cúbicos.

Este Manual pode também ser aplicado embarragens que não se enquadrem na definição acima, masque possam provocar danos em caso de ruptura ouacidente.

4.3 Responsabilidade pela Segurança da Barragem

CONDIÇÃO RELEVANTE: A responsabilidade portodos os aspectos relacionados à segurança debarragens deve ser claramente definida.

O proprietário da barragem tem, em última instância,a responsabilidade por todos os aspectos relacionados asua segurança. O proprietário deve assegurar que aoperação da barragem e a sua manutenção sejamexecutadas por pessoas que tenham conhecimento ehabilitação para tal. Iniciativas apropriadas devem sertomadas com relação ao treinamento do quadro depessoal.

O proprietário da barragem deve assegurar que asreavaliações de segurança da barragem, bem como osaperfeiçoamentos, sejam conduzidos sob a direção deengenheiros qualificados para tal. Todas as reavaliaçõesde segurança da barragem, investigações, análises emelhorias devem utilizar métodos que sejam compatíveiscom os requisitos exigidos por este Manual.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Quando a posse de umabarragem for transferida, as partes devem coletar e reunirtoda a documentação técnica existente, especialmenteaquela contendo os dados e eventuais preocupaçõesconcernentes à sua segurança. A responsabilidade pelacontinuidade ou criação da supervisão das condiçõesde segurança da barragem deve ser claramente definida.

A transferência de documentação deve incluir asseguintes informações, caso disponíveis:

l Resultados de investigações das fundações;l Detalhes de projeto e plantas de “como construído”;l Registros da fase construtiva;l Manuais de operação;l Registros da instrumentação;l Relatórios de inspeção;l Relatórios de segurança;l Relatórios ambientais;l Estudos de inundação e planos para situações de

emergência.

Cap

ítul

o 4

Page 16: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

19

4.4 Classificação das Barragens

A posse de barragens de “Conseqüência Alta” e“Muito Alta”, conforme a tabela 4.1, deve ser transferidaapenas se o novo proprietário tiver recursos adequadospara monitorar e manter a barragem, assim como pararealizar reparos ou melhorias necessários. O novoproprietário deve estar ciente da responsabilidade que estáassumindo.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Toda barragem deve serclassificada em termos de previsão quanto àsconseqüências da ruptura. Cada estrutura debarramento, incluindo os diques e barragens auxiliares,deve ser classificada separadamente.

Cada barragem deve ser classificada de acordo comas conseqüências de sua ruptura. A classificação constituia base para a análise da segurança da barragem e parafixar níveis apropriados de atividades de inspeção. A tabela4.1 apresenta o sistema de classificação mais comumenteaceitável, que está baseado no potencial de perda de vidase nos danos econômicos associados à ruptura dabarragem. Este sistema de classificação é usado pararelacionar as conseqüências da ruptura aos requisitosconstantes nos capítulos de 5 a 13.

Sistemas alternativos de classificação podem seradotados, para interpretar e distinguir os requisitos paraobservação de barragens e para as inspeções de segurança,de acordo com o estabelecido nos capítulos 5 e 6 desteManual. Tais sistemas de classificação devem incorporaras características físicas da barragem, suas condições epercepção de risco de ruptura em potencial, bem como asconseqüências que advenham desta ruptura. Um sistemaalternativo para Avaliação do Potencial de Risco encontra-se no anexo A.

As estruturas associadas podem ser classificadasseparadamente. Deste modo, os diques e barragensauxiliares poderiam ser de categorias diferentes comrelação à barragem, dependendo das conseqüências daruptura. No caso de considerar-se sistemas de alerta, pararedução do potencial de perda de vidas, a confiabilidadede tais sistemas deve ser incorporada em todas as análisese avaliações.

As categorias de conseqüências, relacionadas natabela 4.1, são baseadas no incremento de perdas que umaruptura pode infligir às áreas a montante ou jusante, ouainda à própria barragem.

A diferenciação entre as categorias de conseqüênciase o relacionamento com os requisitos de segurança ésugerida, para refletir os valores e prioridades da sociedadena alocação e distribuição de recursos e fundos a seremutilizados na proteção e salvamento de vidas, e para asalvaguarda de propriedades.

As “conseqüências incrementais” da ruptura de umabarragem devem ser avaliadas em termos de:

l Perda de vidas;l Valor econômico de outras perdas e/ou danos a

propriedades, instalações, outras barragens, bem comoa perda na geração de energia e fornecimento de água.Onde apropriado, outros custos de impacto social eambiental devem ser considerados;

l Outras conseqüências menos quantificáveisrelacionadas a impactos sociais, e ambientais, que nãopossam ser avaliadas economicamente, podem exigircondições baseadas no local específico da ocorrência.

As conseqüências mais severas devem prevalecer.Por exemplo, se as perdas econômicas forem “Muito Altas”e a perda de vidas for “Alta”, a barragem deveria serclassificada como barragem de conseqüências de ruptura“Muito Alta”.

A avaliação do potencial de perdas, com ou sem aruptura da barragem, deve ser baseada em estudos deinundação, e deve considerar o desenvolvimento existentee o previsto, na utilização das terras a jusante. Ao mesmotempo, o estudo apropriado do nível de inundação deverádepender das conseqüências potenciais da ruptura. Paraas barragens em que houver incertezas acerca dasconseqüências de seu colapso, deve-se utilizar uma análisesimplificada e conservadora, quanto às previsõespreliminares. Se esta análise demonstrar um certo potencialde risco, uma análise mais sofisticada deve então seradotada. No caso de barragens nas quais as

Cap

ítul

o 4

Page 17: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

20

conseqüências de ruptura recaiam claramente dentro dacategoria “Muito Baixa”, um estudo formal de inundaçãonão será necessário.

Um detalhamento do nível estimado no incremento dasconseqüências da ruptura pode ser apropriado para umabarragem ser classificada na categoria de “BaixaConseqüência”. Entretanto, se a barragem é passível deser classificada em uma categoria de conseqüência “Alta”,ou “Muito Alta”, a avaliação das conseqüênciasincrementais da ruptura deve basear-se em análisesespecíficas do local e podem necessitar de investigaçõesdetalhadas.

TABELA 4.1CLASSIFICAÇÃO DA CONSEQÜÊNCIA DE RUPTURA DE BARRAGENS

POTENCIAL CONSEQÜÊNCIA INCREMENTAL DA RUPTURA(a)

(a)Os critérios de classificação de categorias de danos econômicos eambientais devem ser baseados nas conseqüências das perdas emrelação à região afetada.

4.5 Seleção do Critério de Segurança

CONDIÇÕES RELEVANTES:A barragem, ao longo de suas fundações e ombreiras,deve possuir estabilidade adequada para suportar comsegurança os carregamentos extremos, bem como ascargas normais do projeto.A seleção do critério de segurança para carregamentosextremos, deve-se basear nas conseqüências da rupturada barragem.

Métodos para se determinar apropriadamente oscarregamentos normais de projeto e os fatores desegurança, estão cobertos nos capítulos de 8 a 12 destedocumento. Os capítulos 8 e 9 versam sobre carregamentopor sismos e cheias, respectivamente

Para selecionar os critérios característicos doseventos extremos, pode-se usar uma consideraçãobaseada no risco. O princípio é que uma barragem, cujaruptura possa causar um dano excessivo ou a perda demuitas vidas, deve ser projetada para um padrão desegurança proporcionalmente mais alto do que o de umabarragem cuja ruptura resulte em menos danos ou menorperda de vidas. Na avaliação da segurança de umabarragem existente, os métodos probabilísticos de análisede riscos podem auxiliar na verificação de que fatoresqualitativos – tais como erosão interna, bloqueamento devertedouro por entulhos –, não sejam omitidos e que elesrecebam uma atenção equiparável à sua contribuição paraa probabilidade de ruptura. O nível de segurança de umabarragem pode, algumas vezes, ser melhorado pelaadoção, nas avaliações, de condições menos severas,porém mais prováveis, do que aquelas associadas a taiseventos extremos, como a Cheia Máxima Provável (CMP).

Os critérios para eventos extremos que não sejamcheias e sismos, devem ser coerentes com os níveisrequeridos para cheias e sismos.

4.6 Descomissionamento e Abandono

CONDIÇÃO RELEVANTE: Uma barragem deve serdescomissionada ou abandonada, apenas quando todosos requisitos do plano de descomissionamento ouabandono forem executados.

Uma barragem é considerada descomissionada casoela não seja mais utilizada para os propósitos de capacitara acumulação ou desvio de água (ou qualquer outrasubstância), ou se ela tiver sido removida ou demolida.

Antes do descomissionamento ou abandono, oproprietário deve preparar um estudo detalhado para aretirada da barragem de serviço, indicando medidasnecessárias para a segurança, com uma especial atençãovoltada à capacidade de descarga das estruturas vertentes.A possibilidade de se expor qualquer estruturaremanescente a carregamentos ou combinação decarregamentos não previstos no projeto original, ou sobcondições adversamente inaceitáveis, deve ser verificadaem detalhes.

Cap

ítul

o 4

Page 18: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

21

O descomissionamento não pode resultar em abandonoda barragem. Caso esta não tenha sido totalmente removidae/ou demolida, ainda assim pode requerer inspeçõesperiódicas. A necessidade de inspeções subseqüentes, deveser determinada antes do descomissionamento.

As possíveis conseqüências do descomissionamento,incluindo a operação e a segurança das barragens ereservatórios a jusante, devem ser examinadas com umaatenção especial voltada aos aspectos relacionados aemergências e à subseqüente necessidade de se elaborarplanos de preparação para condições de emergências.

Uma barragem somente poderá ser abandonada separte suficiente de sua estrutura tiver sido removida, a pontode torná-la incapaz de acumular um reservatório que possarepresentar ameaça para os habitantes, propriedades ouao meio ambiente a jusante.

De qualquer modo, o proprietário da barragem devetrabalhar intimamente ligado às agências ou autoridadesgovernamentais, a fim de cumprir os requisitos, interessesou implicações legais.

CONDIÇÕES RELEVANTES:A demolição de uma barragem, ou a remoção de qualquerde suas estruturas associadas, deve basear-se empráticas seguras e ser executada sem o aumento do riscode ruptura das estruturas remanescentes e associadas,não causando impactos adversos a jusante da barragem.As operações de demolição não podem resultar embloqueamento ou redução na descarga segura de cheiasnaturais.Estruturas remanescentes, após o descomissionamento,não podem infligir um risco inaceitável à saúde esegurança pública ou ao meio ambiente.

A estabilidade das estruturas remanescentes deve serexaminada levando em conta os possíveis efeitos econseqüências de deformação excessiva, erosão oudeterioração da fundação.

Estruturas remanescentes e quaisquer materiais quenelas estejam, não devem erodir ou se mover de suas

posições planejadas por efeito de eventos extremos ouesforços de desagregação contínuos aos quais estejampassíveis de serem submetidas, quando tais movimentosou erosões possam ameaçar a saúde e segurança públicaou o meio ambiente adjacente. As conseqüências dequalquer instabilidade química e lixiviação de produtosquímicos para o meio ambiente não poderão ameaçar asaúde e segurança pública ou o meio ambiente.

Cap

ítul

o 4

Page 19: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

22

5. REAVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS

5.1 Geral

CONDIÇÕES RELEVANTES:A reavaliação da segurança de barragens deve serexecutada em intervalos de tempo regulares, para abarragem e suas estruturas associadas, incluindo seusplanos de operação, manutenção, inspeção e deemergência, a fim de se determinar se estes são segurosem todos os aspectos e, caso não o sejam, determinaras melhorias necessárias para a segurança.A primeira reavaliação de segurança da barragem, parauma barragem nova, deve ser completada em até 5 anosapós o enchimento inicial.

A reavaliação da segurança da barragem é umaavaliação sistemática da segurança desta, por meio deinspeções pormenorizadas das estruturas, avaliação dodesempenho e verificação dos registros originais de projetoe construção, para assegurar que estes obedeçam aoscritérios em vigor.

Os componentes para uma reavaliação da segurançade barragem estão resumidos no item 5.2.

A reavaliação deverá ser executada por profissionais(engenheiros e geólogos) que sejam qualificados, por seuconhecimento e experiência, em projeto, construção,avaliação de desempenho e operação de barragens.

Especial atenção deve ser dedicada para aquelas áreasque apresentam, reconhecidamente, suspeita de deficiênciaou que sejam cruciais para a segurança da barragem. Areavaliação deve utilizar as informações oriundas de qualquerreavaliação anterior, desde que a sua confiabilidade e validadepossam ser verificadas.

No relatório de cada reavaliação deve-se fixar a datada próxima. A tabela 5.1 fornece indicativos dasrecomendações para os períodos de reavaliação, baseadono sistema de classificação por conseqüência de ruptura databela 4.1. Um sistema de classificação diferente pode serusado, incorporando a avaliação do nível de proteção porprobabilidade de ruptura da barragem, considerando fatores

tais como tipo, altura e condições da barragem. Nesse caso,baseados nas condições e comportamento da barragem, osperíodos apropriados de reavaliação, podem ser diferentes.

O nível de detalhes necessários para uma reavaliaçãoda segurança da barragem, deve ser função da importância,do conservadorismo do projeto e da complexidade dabarragem, bem como das conseqüências de sua ruptura.

Deve-se reavaliar periodicamente a segurança debarragens de conseqüência de ruptura “Muito Baixa”, uma vezque tal conseqüência pode mudar com o tempo e odesenvolvimento da região.

Caso ocorram mudanças significativas nocomportamento da barragem ou nas condições locais(alterações significativas de projeto, eventos hidrológicos ousismos de caráter extremo etc.) deve-se efetuar umareavaliação da segurança.

TABELA 5.1FREQÜÊNCIA DE REAVALIAÇÕES DA SEGURANÇA DE BARRAGENS

(Baseado no sistema de classificação de conseqüência da tabela 4.1)

5.2 Detalhes da Reavaliação

5.2.1 Classificação da barragem

CONDIÇÃO RELEVANTE: A reavaliação deverá incluira classificação da barragem de acordo com o descritono item 4.4 do capítulo.

As conseqüências da ruptura de uma barragemdevem ser avaliadas com base nas condições de jusante,previstas ou existentes, e na categoria por conseqüênciade ruptura confirmada. Se a classificação não foipreviamente determinada, ela deve ser estabelecidadurante a reavaliação.

Cap

ítul

o 5

Page 20: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

23

5.2.2 Inspeção do local

CONDIÇÃO RELEVANTE: A reavaliação deve incluiruma inspeção adequada do local da barragem e de suasestruturas associadas, bem como a documentaçãopertinente.

Devem ser incluídos na inspeção do local, a barragem,sua fundação, dispositivos de descarga, dispositivos desaída, reservatório, áreas imediatamente a jusante,dispositivos de auscultação e as vias de acesso.

O anexo B apresenta uma sugestão de roteiro e delista de inspeção.

5.2.3 Projeto e construção

CONDIÇÃO RELEVANTE: A reavaliação do projeto eda construção deve ser suficientemente pormenorizadapara verificar se as barragens, dispositivos de descargae taludes do reservatório, satisfazem todos os requisitosde segurança atualmente aplicáveis.

A reavaliação do projeto, na medida em que registraas condições atuais da barragem em nível de “comoconstruída”, deve incluir, onde aplicável, mas não serlimitada, ao seguinte:

l Registros de construção, para determinar se a barragemfoi construída em conformidade com as hipóteses deprojeto e para verificar a adequabilidade da suaestrutura e dos materiais de fundação;

l Atualizar a avaliação de eventos extremos, enchentese sismos. para os quais a barragem está projetada,levando-se em conta qualquer evento extremo que possater ocorrido desde o comissionamento da barragem;

l Estabilidade e adequação estrutural, resistência àpercolação e erosão de todas as partes dosbarramentos, incluindo-se suas fundações, bem comoquaisquer barreiras naturais sob condições decarregamentos, normais e extremos;

l Capacidade de todos os canais e condutos hidráulicospara descarregar seguramente as vazões de projeto ea adequação desses condutos hidráulicos para suportara vazão afluente de projeto e de esvaziamento dosreservatórios, caso necessário, em condições deemergências;

l O projeto de todas as comportas, válvulas, dispositivosde acionamento e controle de fluxo, incluindo-se oscontroles de fornecimento de energia ou de fluidoshidráulicos para assegurar a operação segura econfiável;

l Verificar a adequação das instalações para enfrentarfenômenos especiais que afetem a segurança, porexemplo, entulhos ou erosão, que podem ter sidoinsuficientemente avaliados na fase de projeto.

Quando a barragem estiver deteriorada devido aoenvelhecimento, ou quando as informações construtivas nãoforem suficientes para a sua avaliação, as investigações decampo devem ser executadas para se determinar ascaracterísticas atuais.

A avaliação da segurança de uma barragem deveráincluir uma comparação com outras barragens similaresexistentes.

5.2.4 Operação

CONDIÇÕES RELEVANTES: A reavaliação devedeterminar se foram elaborados, documentados e seguidosem todos os aspectos, os procedimentos seguros deoperação. A adequação da documentação deve ser revista.A reavaliação deve incluir o ensaio dos equipamentosnecessários para se operar os dispositivos de descarga(incluindo os equipamentos sobressalentes e deemergência, para o fornecimento de energia), que sejamnecessários para a passagem segura da Cheia Afluentede Projeto (CAP).

A documentação dos procedimentos para operaçãosegura devem constar de um Manual de Operação,Manutenção e Inspeção (OMI), o qual deve estar disponívelpara o pessoal de operação, no local da barragem (vercapítulo 6).

Se as comportas e equipamentos de descargativerem sido testados e operados no decorrer do ano, umarevisão desses ensaios ou da operação, podem sersuficientes para a reavaliação.

Cap

ítul

o 5

Page 21: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

24

5.2.5 Manutenção

CONDIÇÃO RELEVANTE: A reavaliação deveráatestar se todas as instalações necessárias àsegurança da barragem, inclusive sua instrumentaçãode auscultação, são mantidas em condiçõessatisfatórias, de acordo com os requisitos demanutenção, definidos no manual de segurança dabarragem (ver capítulo 6).

5.2.6 Inspeção e monitoração do desempenho dabarragem

CONDIÇÕES RELEVANTES: A reavaliação devedeterminar se os métodos e a freqüência de observação emonitoração são adequados e suficientes para se detectarqualquer condição de anomalia ou instabilidade em funçãodo tempo.A reavaliação deve determinar se os dados de monitoraçãoforam regularmente analisados e usados, para assegurarpronta detecção de qualquer condição potencialmenteinsegura na barragem, relativa aos níveis d’água e dostaludes do reservatório (ver item 6.4 do capítulo 6).

5.2.7 Plano de ação emergencial

CONDIÇÃO RELEVANTE: A reavaliação deve determinarse existe um nível apropriado de preparação paraemergência, e se estes preparativos estão adequadamentedocumentados. A adequação dos sistemas de alerta,treinamento e planos de resposta emergencial deve serrevista, bem como o treinamento, os exercícios práticos eatualização dos planos (ver capítulo 7).

5.2.8 Fidelidade com reavaliações anteriores

CONDIÇÃO RELEVANTE: Relatórios anteriores desegurança da barragem devem ser revistos, a fim dese determinar sua concordância com asrecomendações deste Manual (ver itens 5.3 e 5.4).

5.3 Relatório de segurança de barragens

CONDIÇÕES RELEVANTES: O relatório de segurançada barragem deverá abranger todos os aspectos dasegurança da barragem e deverá ser preparado paradocumentar a reavaliação da sua segurança.O relatório deve identificar qualquer providência adicionalnecessária à operação segura, manutenção e inspeçãoadequada da barragem.

O relatório deve quantificar as deficiências, de modoque as prioridades para implementação das medidascorretivas, possam ser rapidamente estabelecidas. Cópiasdo relatório devem estar disponíveis e serem encaminhadasaos órgãos reguladores.

5.4 Insuficiência dos requisitos de segurança

CONDIÇÕES RELEVANTES: Se uma barragem nãoapresentar os requisitos de segurança, deve-se executarmelhoramentos apropriados, incluindo:l Melhorias estruturais;l Melhorias não estruturais;l Recuperação de qualquer deficiência na operação,observação, inspeção ou manutenção da barragem, ou napreparação de seus operadores para condições da emergência.

Se a barragem não atender os padrões necessáriosde projeto e desempenho, estabelecidos nos capítulos de7 a 12, normalmente serão necessárias melhorias nasegurança.

Alternativamente, as condições de carregamento dabarragem podem ser mudadas, por exemplo, rebaixandoos níveis de operação permitidos do reservatório, a fim decapacitá-la a atingir os padrões.

Na eventualidade de se identificar deficiências sérias(de alto risco), podem ser necessárias medidas corretivasde caráter temporário, ou então, restrições na operação,antes da implantação das melhorias de caráter permanentena segurança da barragem.

Cap

ítul

o 5

Page 22: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

25

Sendo os métodos iniciais de análise usados nainspeção ou os dados disponíveis insuficientes para sedemonstrar claramente um nível aceitável de segurança nabarragem, das estruturas de descarga ou níveis dereservatório potencialmente instáveis, deve-se tomarmedidas adicionais para se avaliar e documentar asegurança da barragem, incluindo:

l Análises mais detalhadas e sofisticadas;l Investigações para se obter dados mais atuais ou mais

confiáveis, ao invés de assumir hipóteses simplificadorasou pouco confiáveis.

Se os planos de emergência ou a operação,manutenção e inspeção da barragem não atingirem ospadrões descritos nos capítulos 6 e 7, de um modo geral,serão necessárias melhorias. As condições relevantesidentificadas no relatório da segurança de barragem paraoperação, manutenção e inspeção, devem serdocumentadas no manual de Operação, Manutenção eInspeção (OMI) (capítulo 6).

Cap

ítul

o 5

Page 23: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

26

6. OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO (OMI)

6.1 Geral

CONDIÇÕES RELEVANTES:A operação da barragem, sua manutenção e inspeçãodevem ser executadas de modo a garantir um nívelaceitável de suas condições de segurança.Um manual de OMI deve ser preparado com adocumentação de operação, manutenção e inspeçãopara cada uma das barragens; e deve ser implementado,seguido e atualizado a intervalos regulares. O manualdeve conter informações suficientes e adequadas parapermitir operar a barragem de maneira segura, mantê-la em condições seguras, e monitorar seu desempenhode modo eficiente para fornecer sinais antecipados dequalquer anomalia.

O manual de OMI deve documentar todos os requisitospara operação, manutenção e inspeção da barragem, deacordo com o estabelecido nos itens de 6.2 a 6.4. Um itemde descrição geral da barragem deve ser incluído,constando tipo, tamanho, classificação de conseqüênciade ruptura, idade, localização e acessos. O nível de detalhesdo manual de OMI dependerá da classificação da barragem(ver item 4.4 do capítulo 4). Por exemplo, um manualbastante simples pode ser adequado para uma barragemde “Baixa Conseqüência de Ruptura”.

Além disso, ele deve estabelecer uma escala deresponsabilidades e requisitos operacionais, paratreinamento do pessoal nos seus vários níveis; deve conteros procedimentos e a designação de responsabilidadesrelativas a publicação e revisão do mesmo. As revisões,no que diz respeito a reavaliação formal de segurança deveser validada com a aprovação do engenheiro responsávelpela reavaliação. As revisões relacionadas às mudançasno quadro de pessoal, ou na estrutura organizacional,devem ser reajustadas na medida em que foremimplementadas. Como padrão mínimo, o manual de OMIdeve ser revisto anualmente, para assegurar que todas asatualizações quanto a pessoal e organização tenham sidoregistradas.

CONDIÇÃO RELEVANTE: A execução da operação,manutenção e inspeção da barragem deve ser feitapor pessoal qualificado e treinado para tal fim.

Os encargos e qualificações necessários aosoperadores, com relação à segurança da barragem,devem ser definidos de acordo com as áreasapropriadas de envolvimento. A descrição deve incluirdetalhes adequados dos programas de treinamento.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Devem ser mantidosregistros adequados.

Um arquivo permanente deve ser mantido, contendoinformações e anotações apropriadas para cadabarragem, tais como:

l Dados hidrometeorológicos;l Mudanças nos procedimentos de operação;l Eventos, condições ou atividades não usuais;l Atividades não usuais de manutenção;l Instruções de serviços e operações;l Instruções fornecidas por órgãos regulamentadores,

pelo projetista da barragem ou outra autoridade e oregistro do cumprimento, bem como detalhes dequaisquer ações corretivas executadas;

l Desenhos “como construído”;l Leituras e gráficos da instrumentação;l Todos os dados de projeto, incluindo modificações e

revisões;l Todas as inspeções e o relatório de reavaliação;l Histórico cronológico da estrutura;l Registro fotográfico.

Cópias do Manual de Operação e do registro deocorrências devem ser mantidas na barragem, em papel.Alternativamente, deve ser garantido o acesso remoto aesses dados a partir da barragem.

Cap

ítul

o 6

Page 24: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

27

Cap

ítul

o 6

6.2 Operação

6.2.1 Procedimentos para a operação em regime decheias

CONDIÇÕES RELEVANTES: Durante a estação decheias, comportas e instalações com capacidadessuficientes, necessárias para o descarregamento devazões, até a Cheia Afluente de Projeto (CAP) devem sermantidas em condições operacionais e especificados osprocedimentos para a operação segura.Qualquer restrição com relação à operação de comportasdeve ser documentada.O reservatório deverá ser operado de tal modo que aCheia Afluente de Projeto possa ser seguramentecontrolada. O esvaziamento, bem como quaisquer outrasoperações de controle do reservatório devem serdocumentadas.

Deve estar disponível uma descrição de todas aspartes da barragem que afetem os requisitos acima e,inclusive, os manuais de operação dos respectivosfabricantes.

Instruções concisas de operação, tanto para osprocedimentos de operação normal quanto para o caso decheia extrema, devem estar disponíveis para operadoresqualificados das barragens.

Os detalhes das condições normais de operaçãodevem informar itens tais como:

l afluência e descargasl níveis normaisl volumes de acumulaçãol curvas de descarga do vertedouro e de jusantel parâmetros de operação do vertedourol fornecimento de energial restrições ambientais

As condições de emergência em potencial devem seridentificadas e listadas, juntamente com os parâmetros erestrições da operação recomendada.

As instruções devem detalhar a capacidade de vazãodas estruturas e o correspondente nível d’água; listar asáreas de risco a jusante e as vazões pelas quais elas serãoafetadas; e fornecer detalhes com relação aos sistemasde advertência, bem como, aos sistemas de energiaprimária e de segurança.

6.2.2 Procedimentos para operação de emergência

CONDIÇÃO RELEVANTE: Devem ser estabelecidosprocedimentos para o controle da descarga no caso dese desenvolver uma fissura ou brecha em potencial, equalquer esvaziamento de emergência do reservatório.

Os procedimentos e considerações gerais devem serresumidos tais como qualquer instrução especial para aoperação do vertedouro e sobre o esvaziamento doreservatório. Esses procedimentos deverão incluir limitaçõesno enchimento ou no esvaziamento do reservatório,implicações quanto ao aumento do fluxo a jusante, uma listade áreas de bancos do rio propensas à erosão e taludes doreservatório que deverão ser monitorados. Os procedimentosde operação durante uma emergência poderão seguir opreconizado no Plano de Ação Emergencial (PAE), comodescrito no item 7.2 do capítulo 7.

Deverão ser fornecidos procedimentos de operaçãopara o esvaziamento do reservatório na eventualidade deum dano à barragem, incluindo as precauções necessáriaspara evitar danos às instalações e restrições à velocidadede rebaixamento.

6.2.3 Controle de materiais flutuantes e/ou entulhos

CONDIÇÃO RELEVANTE: Nos locais onde houverquantidade significativa de materiais flutuantes, deve-seestabelecer procedimentos para lidar seguramente comesses materiais.

Os detalhes, as funções e as atividades operacionaisnecessárias para controle e remoção de materiais flutuantese as correspondentes restrições na operação dascomportas ou nas estruturas, devem ser descritas no manualde OMI.

6.2.4 Controle da salinização

Recomenda-se consultar o Manual deEspecificações Ambientais para Projeto e Construção de

Page 25: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

28

Cap

ítul

o 6

Barragens e Operação de Reservatórios, elaborado noâmbito do PROÁGUA semi-árido.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Caso o monitoramento daqualidade da água (conforme o item 13.3 do capítulo 3)indique a presença de algas e sais, devem serestabelecidas, dentre outras providências, regrasoperacionais que permitam a renovação das águasvisando à proteção das estruturas associadas àbarragem.

O controle de salinização se aplica às barragenslocalizadas no semi-árido. Deve-se identificar e quantificara ocorrência de solos propícios, particularmente, oPlanossolo Solódico, Solonetz Solodizado e os solosHalomórficos. Caso o monitoramento da qualidade da águaafluente e da água acumulada indique uma tendência àsalinização, deve-se definir regras operacionais quepermitam a renovação das águas do reservatório e adiluição dos sais, em conformidade com as demaismedidas de segurança e com os usos da água previstos.O volume do reservatório deve ser suficientemente pequenoem relação às afluências sazonais para que essas medidaspossam ser implementadas com sucesso. Por outro lado,dependendo da qualidade requerida/desejada e dos riscosde não se conseguir repor totalmente o volume despejado,devem ser definidas formas de operação da válvuladispersora: ou deixá-la aberta totalmente apenas quandohouver vertimento ou baixar o nível do reservatório sempreque houver previsão de afluência em volumes suficientes.Tais regras devem ser discutidas em conjunto com oscomitês de usuários do reservatório. Medidas de controlee manejo do uso do solo também devem serdesencadeadas, caso o risco de salinização sejaidentificado.

6.2.5 Controle da eutrofização

Recomenda-se consultar o Manual deEspecificações Ambientais para Projeto e Construção deBarragens e Operação de Reservatórios, elaborado noâmbito do PROÁGUA semi-árido.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Devem ser estabelecidaslinhas de ações como o monitoramento da qualidade daágua, manutenção e controle da faixa de proteção doreservatório e trabalhos de engenharia ambiental visandoà proteção das estruturas associadas à barragem.

Para o controle da eutrofização, deve-se prever aadoção de três linhas diferenciadas:

l Monitoramento da qualidade das águas (conforme o item13.3 do capítulo 13) e a adoção de regras operacionaisque permitam a renovação freqüente das águas doreservatório, tal qual exposto no subitem 6.2.4;

l Programa de manutenção e controle da faixa deproteção do reservatório, o qual deve se preocuparespecificamente com o uso do solo nas suas margens;

l Ações referentes ao uso e ocupação do solo na baciade drenagem, que devem compreender: olevantamento sanitário da bacia; o mapeamento dostipos de solo da bacia que permita identificar aexistência de solos com aptidão para expansão daagropecuária; a análise das informações levantadasquanto ao seu potencial de degradação das águas doreservatório por poluição ou eutrofização; a definiçãodo conjunto de ações necessárias para garantir queas alterações nas águas do reservatório sejam mínimasem função dos usos previstos; e a gestão junto aosórgãos competentes e sociedade civil para tomada dedecisões e encaminhamento de soluções.

Deve-se implementar, durante a execução dabarragem, um plano de desmatamento e limpeza da áreade inundação, conforme o item 13.7 do capítulo 13.

6.2.6 Previsão de cheias

CONDIÇÃO RELEVANTE: Caso disponível, a fonte deinformações quanto à previsão de cheias deve seridentificada.

Órgãos autorizados de previsões de cheias devem serdesignados, juntamente a uma lista de outras fontes disponíveis.Deve ser descrita a Cheia Afluente de Projeto (CAP), a basede sua estimativa e a capacidade das instalações.

Page 26: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

29

Cap

ítul

o 6

6.3 Manutenção

CONDIÇÕES RELEVANTES: As regras demanutenção, procedimentos, registros eresponsabilidades, devem ser desenvolvidas eimplementadas para assegurar que a barragem,juntamente a suas estruturas associadas eequipamentos para descarga de cheias, sejam mantidasem condições totalmente operacionais e seguras.Os equipamentos devem ser inspecionados everificados a intervalos regulares, objetivando assegurarcondições de operações seguras e confiáveis.

Programas de manutenção devem ser organizadose avaliados, no mínimo, anualmente. Deverão estardisponíveis uma descrição das regras de manutenção, deprocedimentos, de registros e de responsabilidades paraas barragens, estruturas e equipamentos associados(inclusive instrumentação), essenciais para a segurançada barragem.

Os requisitos de manutenção devem também serdocumentados para as diversas estruturas, inclusive, emmadeira e condutos.

Todos os manuais de manutenção relevantes,fornecidos por fabricantes e projetistas, devem estardisponíveis.

Devem ser avaliadas as mudanças nas condiçõesdas instalações e ações apropriadas deverão sertomadas, tanto em relação à revisão de projeto quanto àsmudanças necessárias na construção e/ou reparos.

A instrumentação necessária para verificar acontinuidade das condições de segurança de umabarragem, juntamente a qualquer sistema de aquisição,processamento e transmissão de dados, deve ser mantidaem boas condições de funcionamento.

As considerações para manutenção de diferentestipos de estruturas e equipamentos estão resumidamentedescritas abaixo.

6.3.1 Estruturas de concreto

Subpressão e percolação de água são as principaiscausas de instabilidade em potencial, sob condiçõesnormais de carregamento, de parte ou da totalidade dasestruturas. Reações álcali-agregado podem ocasionarsérios impactos na segurança das estruturas. Programasanuais e de longo prazo de manutenção para asestruturas de concreto devem incluir, mas não se limitar,à limpeza regular de drenos ou sistemas de drenagem,manutenção dos sistemas impermeabil izantes,equipamentos de bombeamento e instrumentação demonitoramento, necessários para garantir a segurançadas estruturas.

6.3.2 Estruturas metálicas

Os requisitos de manutenção para os componentesde estruturas metálicas tais como comportas, stop-logs,guias, estruturas de içamento, monotrilhos e condutos,devem-se aplicar ao seguinte:

l Alinhamentos, parafusos de ancoragem, conexõesaparafusadas, rebitadas e soldadas,revestimentos de proteção, detalhes de suporte egrades.

6.3.3 Barragens de terra

Estruturas em aterro necessitam de trabalhos demanutenção essencialmente direcionados ao controle dapercolação e erosão a fim de prevenir-se a deterioraçãodo maciço e/ou fundação, e o desenvolvimento decaminhos preferenciais de percolação.

Programas de manutenção periódicos paraestruturas em aterro devem incluir a manutenção regularda instrumentação, da crista e do enrocamento; o controledesde a vegetação até as tocas de animais;estabilização de taludes; manutenção dos sistemas dedrenagem e a remoção de entulhos a montante, a fim degarantir-se a segurança da estrutura.

Page 27: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

30

Cap

ítul

o 6

6.3.4 Equipamentos

Requisitos de manutenção devem ser aplicados atodos os componentes elétricos e mecânicos, essenciaisà segurança da barragem, a saber:

l vertedourol condutosl comportasl acionadoresl dispositivos de acionamento de comportasl instrumentaçãol iluminação normal e de emergêncial bombas

Um programa de manutenção preventiva deve serplanejado de acordo com a classificação por conseqüênciade ruptura da barragem, padrão da indústria,recomendações do fabricante e do histórico operacionalde cada peça, em particular, do equipamento.

Referências devem ser feitas (com informaçõessuplementares onde necessário), aos manuais de operaçãoe manutenção dos fabricantes e projetistas, com relação amanutenção necessária, peças de reposição e testesregulares apropriados para se confirmar a funcionalidadede trabalho.

6.3.5 Comunicação e controle

A equipe de operação deve possuir uma descriçãoque inclua uma visualização completa, contendo o diagramaesquemático dos sistemas com todos os equipamentos decomunicação e controle. Os equipamentos devem sercontinuamente operados e monitorados para se garantir aintegridade. A documentação deve incluir todas as práticascorrentes de manutenção e ensaios.

6.3.6 Vias de acesso à barragem e às estruturas anexas

Essas vias devem ser mantidas em condições quepermitam o acesso de pessoal, veículos e equipamentosde manutenção em qualquer situação.

6.3.7 Manutenção da área da faixa de proteção

Os projetos de barramentos e açudes prevêem a faixade proteção de 100 metros ao redor do reservatório d’água,considerando o nível máximo maximorum previsto. Amanutenção da faixa de proteção dos reservatórios exigedo empreendedor e da entidade ambiental estadual: (i)ações preventivas de delimitação da faixa (incluindocercamento), revegetação das áreas degradadas,educação ambiental, participação comunitária etc.; (ii)fiscalização permanente e rigorosa, inclusive com técnicasmodernas de sensoriamento remoto; e (iii) ações corretivascom retirada de invasores.

6.4 Inspeção e monitoração

6.4.1 Padronizações

CONDIÇÃO RELEVANTE: As inspeções, monitoraçãode estruturas de barramento d’água e os testes dasinstalações de descarga devem ser padronizados.

Devem ser fornecidas padronizações e diretrizes parao estabelecimento dos tipos de inspeção a seremexecutados; o propósito de cada tipo de inspeção e afreqüência destas; os itens a serem inspecionados; adocumentação necessária; a qualificação e o treinamentodos inspetores; e os procedimentos para a correção dasdeficiências.

6.4.2 Inspeções regulares

CONDIÇÕES RELEVANTES:Inspeções periódicas devem ser executadas para sedeterminar as condições das partes integrantes dasestruturas de barramento d’água.Investigações apropriadas, como descrito no capítulo 5,devem cobrir todas as deficiências em potencial,reveladas por estas inspeções.

As instruções e procedimentos de inspeção para abarragem devem fornecer as seguintes informações:l itens a serem observados em inspeções, em todas as

estruturas e equipamentos;

Page 28: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

31

Cap

ítul

o 6

l freqüência, responsabilidade e requisitos para registroe elaboração de relatório;

l descrição de inspeções adicionais, eventualmentenecessárias, que podem incluir inspeções subaquáticase aquelas necessárias durante o primeiro enchimentodo reservatório;

l requisitos e freqüência de leitura da instrumentação,incluindo nivelamento topográfico e deslocamentoshorizontais.

O programa de inspeções, incluindo a freqüência,deve ser planejado de acordo com a classificação dabarragem (ver item 4.4 do capítulo 4), padrões de qualidadeda empresa, recomendações dos fabricantes deequipamentos, histórico operacional e condições dasestruturas e equipamentos em particular.

Como diretriz geral, as inspeções regulares devemser realizadas observando-se as seguintes classificaçõese orientações:

l Inspeções rotineiras ou informais: são aquelas quedevem ser executadas por equipes qualificadas emsegurança de barragens, como parte regular de suasatividades locais de operação e manutenção. Afreqüência dessas inspeções deve ser semanal oumensal, definida de acordo com o recomendado noitem a ser inspecionado, e podendo ser mais reduzidaem função de restrições sazonais. Não geram relatóriosespecíficos, mas apenas comunicações de eventuaisanomalias detectadas.

l Inspeções formais: são aquelas que devem serexecutadas por equipes técnicas do proprietário,responsáveis pelo gerenciamento da segurança dabarragem, ou por seus representantes. A freqüênciadessas inspeções deve ser semestral ou anual. Exigemo conhecimento do projeto, dos registros existentes edo histórico de intervenções. Seus respectivos produtossão relatórios contendo as observações de campo, asanálises realizadas e as recomendações pertinentes.

l Inspeções especiais: são aquelas que devem serexecutadas por equipe multidisciplinar, envolvendoespecialistas das áreas de hidráulica, geotécnica,geológica, estrutural, tecnológica de concreto, elétricae mecânica. Quando o proprietário não possuir, em seu

quadro, especialistas capacitados para cumprir essasinspeções nas áreas referidas, é recomendável acontratação de consultores independentes para supriressa demanda. A freqüência destas inspeções deveser de cinco a dez anos, dependendo da sua categoriade conseqüências de ruptura. Os aspectos a seremvistoriados, analisados e relatados neste tipo deinspeção estão detalhados no capítulo 5.

Um roteiro para inspeção de barragens e um modelo delista a ser aplicado encontram-se apresentados no anexo B.

O anexo C apresenta uma relação das principaisanomalias encontradas em barragens de terra e concreto,com as causas, possíveis conseqüências e açõescorretivas.

Procedimentos, incluindo as definições deresponsabilidade, devem estar disponíveis, objetivando aavaliação:

l dos dados obtidos a partir de inspeções visuais,registros de instrumentação e de projeto;

l das condições das operações em curso, tais comocontrole da capacidade de vertedouro, borda livre, doesvaziamento, dos níveis máximos d’água;

l da confirmação da segurança estrutural e operacional;l da identificação das áreas que necessitam de

investigações de deficiências.

É recomendável que esses procedimentos incluamum “código de ação”, que é função da severidade dadeficiência observada, de modo a assegurar que uma açãoapropriada seja tomada.

6.4.3 Inspeções emergenciais

CONDIÇÃO RELEVANTE: Inspeções especiais ouemergenciais devem ser executadas em função dopotencial de danos provocados por eventos ou pelaocorrência de deficiências severas.

Page 29: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

32

Cap

ítul

o 6

As instruções e procedimentos para a barragemdevem descrever as inspeções emergenciais, e outrasobservações e procedimentos necessários após cheias,chuvas torrenciais, sismos e observações não usuais, taiscomo fissuras, recalques, surgências d’água e indícios deinstabilidade de taludes. A responsabilidade paraempreender essas inspeções especiais ou emergenciaisdeve ser atribuída à equipe local e ao engenheiroresponsável pelo gerenciamento da segurança dabarragem. Esta atribuição visa a assegurar inspeçõesperiódicas após qualquer evento potencialmente danoso.

Requisitos quanto à documentação e confecção derelatórios devem ser especificados com os itens e osprocedimentos para a inspeção pelo engenheiroresponsável pelo gerenciamento da segurança dabarragem, seguindo a ocorrência dos eventos acima.

6.4.4 lnstrumentação

CONDIÇÃO RELEVANTE: A instrumentação deve sermonitorada, analisada e mantida, para garantir aoperação segura da barragem.

Juntamente com todas as descrições dosinstrumentos devem estar suas leituras iniciais, limites deprojeto, dados e requisitos para sua calibração, faixasnormais de operação e níveis de alarme, valores para osquais uma revisão detalhada das leituras é necessária.Responsabilidades devem ser atribuídas para leiturasrotineiras dos instrumentos, mudanças de leituras iniciais,calibração e interpretação dos resultados.

O modo e a metodologia de leitura automática oumanual devem ser descritos. Se automatizado, o sistemadeve ser descrito, incluindo números dos telefones utilizadospelo modem. Sendo manual, deve haver documentaçãoquanto à metodologia, à manutenção, à calibração e àestocagem dos equipamentos de leitura dos instrumentos.

A localização exata e os detalhes de instalação dosinstrumentos devem ser fornecidos e complementados comdesenhos de plantas, vistas e seções transversais.

A documentação da instrumentação pode ser cobertapor um relatório de instrumentação em separado comreferência a ela no manual de OMI.

6.4.5 Ensaios

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todo equipamento einstalação operacional sujeitos a vazões devem serinspecionados e testados anualmente, para assegurar seufuncionamento, durante cheias extremas.

O equipamento de controle de vazão da tomadad’água deve ser submetido anualmente a um ensaio devariação de pressão antes da estação de cheias. Ascomportas do vertedouro devem ter sua operação testadaanualmente para assegurar uma correta operação. Afreqüência e o nível de inspeção e de ensaios devem sercompatíveis com a classificação da categoria da barragempor conseqüência de ruptura.

Todos os procedimentos para ensaios devem serespecificados no manual de OMI e incorporados aos itensde inspeção. As instruções e procedimentos devemfornecer descrições dos ensaios operacionais e deintegridade a todos os componentes eletromecânicos dosequipamentos de controle de vazão, para assegurar umacondição operacional total.

6.5 Implementação de recomendações, obras e/ou reparos

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todas recomendações,obras e/ou reparos que tenham sido definidos pela equiperesponsável pelo gerenciamento da segurança devem serimplementados em prazo compatível com os riscosenvolvidos.

Para viabilizar uma rápida execução de obras e/oureparos, ou mesmo do atendimento de recomendaçõesrelativas às atividades de segurança, deverão ser tomadasem caráter prioritário as medidas necessárias à reduçãodos riscos associados.

Page 30: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

33

Cap

ítul

o 6

6.6 Segurança patrimonial

CONDIÇÃO RELEVANTE: Toda barragem deverá serprotegida de invasões, de depredações e açõesindividuais, feitas por terceiros.

Para atender ao requisito (condição relevante) edeterminar o tipo de proteção e intensidade da vigilância aser exercida, o proprietário deverá considerar aclassificação da barragem (item 4.4 do capítulo 4), o seuhistórico relativo à segurança patrimonial, além do meiosocial das redondezas.

Page 31: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

34

7. PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA

7.1 Geral

CONDIÇÕES RELEVANTES: Emergênc iaspotenc ia is em uma bar ragem devem seridentificadas e avaliadas, levando em consideraçãoas conseqüências da ruptura, de modo que açõesapropriadas, corretivas ou preventivas possam serempreendidas.O Plano de Ação Emergencial (PAE) deve serpreparado, verificado, divulgado e mantido paraqualquer barragem, cuja ruptura possa ensejar comoresultado a perda de vidas, bem como para qualquerbarragem para a qual um alerta antecipado possareduzir os danos a montante ou jusante.Um processo not i f icat ivo deve ser in ic iado,imediatamente, ao se encontrar uma condiçãoinsegura, que poderia conduzir a uma brecha nabarragem, ou quando se descubrir uma erosão emprogresso, como especificado no PAE.O proprietário da barragem ou o operador deveavaliar se a população das áreas imediatamente àjusante da barragem deve ser avisada da condiçãode brecha na barragem, devido ao curto espaço detempo antes da chegada antecipada da onda decheia provocada pela ruptura.Ações preventivas devem ser iniciadas de maneiraapropriada, para evitar a ruptura ou para limitardanos onde a ruptura for inevitável.

O proprietário da barragem tem a responsabilidadede prevenir a população quanto a uma situação perigosa,porém esses alertas devem basear-se nas informaçõesprestadas pelo proprietário ou pelo operador da barragem.Esses últimos são responsáveis pela conexão apropriadada observação da barragem (ver item 6.4 do capítulo 6)com os procedimentos de resposta a situações deemergência.

A falta de regulamentos não isenta o proprietário dabarragem da responsabilidade em elaborar, atualizar eseguir o Plano de Ação Emergencial (PAE).

O PAE é um plano formalmente escrito que identificaos procedimentos e processos que serão seguidos pelosoperadores da barragem na eventualidade de uma situaçãode emergência. A emergência pode ser, por exemplo, afalha de um equipamento essencial, tal como uma comportade controle de cheias, uma ruptura de talude que possua opotencial de causar a ruptura da barragem, ou a rupturacompleta da barragem, causada por galgamento, sismoou erosão interna (piping). Pela sua natureza, os PAEs sãoespecíficos de cada local.

Esse plano possibilita o planejamento damunicipalidade, da polícia local, das agências estaduais,das companhias telefônicas e de transporte e de outrasentidades afetadas na eventualidade de uma cheia capazde provocar a ruptura de uma barragem e a coordenaçãode esforços entre os diferentes níveis de governo.

7.2 Plano de Ação Emergencial (PAE)

7.2.1 Necessidade de PAE

CONDIÇÃO RELEVANTE: O Plano de AçãoEmergencial (PAE) deve ser preparado para cadabarragem, a menos que as conseqüências da rupturadesta barragem sejam baixas.

A definição quanto à necessidade da preparação doPAE deverá ser tomada, por meio de uma análiseespecífica, quanto às condições de risco a jusante.

Por exemplo, uma grande barragem que retém grandevolume de acumulação, dentro de um vale confinado, quepossua população, necessitaria claramente do PAE.Inversamente, uma pequena barragem de fazenda, em umaárea relativamente desabitada, normalmente nãoprecisaria. Se as áreas habitadas são potencialmenteafetadas, então o PAE deve ser preparado.

As conseqüências da ruptura devem ser avaliadas deacordo com o descrito no item 4.4 do capítulo 4.

Cap

ítul

o 7

Page 32: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

35

Cap

ítul

o 7

7.2.2 Desenvolvimento do PAE

CONDIÇÕES RELEVANTES: O PAE deve descreveras ações a serem tomadas pelo proprietário e operadorda barragem, no caso de emergência. Esse planodeverá delegar a indivíduos e/ou prepostos asresponsabilidades para cada ação a ser tomada.Cópias do PAE ou o resumo das informações maisrelevantes devem ser fornecidas para aqueles a quemresponsabilidades foram delegadas, de acordo com oplano.

As etapas do desenvolvimento do PAE são geralmente asseguintes:

l identificar aquelas situações, ou eventos, quepoderiam requerer o início de uma ação deemergência, especificar as ações a serem tomadase por quem;

l identificar todas as jurisdições, agências e indivíduosque serão envolvidos na implementação do PAE;

l identificar os sistemas de comunicação primários eauxiliares, quer sejam internos (entre as pessoas dabarragem), quer sejam externos (entre o pessoal dabarragem e as agências externas);

l identificar todas as pessoas e agências envolvidasno processo de notificação, e esboçar um fluxogramaque mostre quem deve ser notificado, em qual ordeme qual a expectativa das outras ações das agênciasde jusante. Cada agência governamental, municipal,estadual ou federal envolvida pode possuir o seupróprio plano de emergência. Estes planos irão,normalmente, requerer modificações para incluirações necessárias, resultantes de uma inundação porruptura de barragem;

l desenvolver um esboço do PAE;l realizar reuniões de coordenação com todas as partes

envolvidas na lista de notificação, para revisar ecomentar o PAE esboçado;

l fazer as revisões, obter a aprovação deregulamentação necessária, concluir e distribuir oPAE.

7.2.3 Conteúdo do PAE

CONDIÇÕES RELEVANTES: O PAE deve conter osseguintes procedimentos e informações:

l Atribuição de responsabilidadesl Identificação e avaliação de emergênciasl Ações preventivasl Procedimentos de notificaçãol Fluxograma da notificaçãol Sistemas de comunicaçãol Acessos ao locall Resposta durante períodos de falta de energia

elétrical Resposta durante períodos de intempériesl Fontes de equipamentos e mão-de-obral Estoques de materiais e suprimentosl Fontes de energia de emergêncial Mapas de inundaçãol Sistemas de advertêncial Apêndices

Um modelo de PAE encontra-se apresentado no anexo D.

Atribuição de responsabilidades

Para evitar mal-entendidos e problemas decomunicação, é importante incluir uma lista com osresponsáveis por ações gerais e específicas, para que asmedidas emergenciais sejam acionadas em tempo hábil,estando os responsáveis previamente cientes e prevenidos.

Identificação e avaliação de situações de emergência

Caso detectadas com antecipação suficiente, asemergências potenciais podem ser avaliadas e as açõespreventivas ou corretivas podem ser tomadas. O PAE deveconter procedimentos claros, quanto à adoção de ações,uma vez identificada uma emergência em potencial. Anotificação da situação de emergência requer que a pessoaresponsável pelo contato inicie a ação corretiva e decidase, e quando, uma emergência deve ser declarada e o PAEexecutado. Orientações claras devem ser fornecidas noPAE sobre as condições que requeiram que umaemergência seja declarada.

Page 33: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

36

Cap

ítul

o 7

Ações preventivas

O PAE deve detalhar as ações preventivasnecessárias, incluindo uma listagem de equipamentos,materiais e mão-de-obra, que estejam facilmente àdisposição do operador da barragem, em uma situaçãode emergência.

Procedimentos de notificação

Os procedimentos para notificação devem ser clarose fáceis de serem seguidos. O PAE deve conter uma listade todas as pessoas e entidades que deverão sernotificadas, na eventualidade de uma emergênciadeclarada.

Fluxogramas de comunicação

O fluxograma da notificação é um diagrama quemostra a hierarquia das notificações durante umaemergência. O PAE deve conter um fluxograma danotificação resumindo os procedimentos para cada umadas condições de emergência consideradas.

Sistemas de comunicação

Devem ser incluídos detalhes completos dos sistemasde comunicação internos e externos, na medida em que seapliquem ao PAE.

Acessos ao local

A descrição dos acessos deve se concentrar nas rotaspalmadas, secundárias e nos meios para se alcançar o localsob várias condições (acessos rodoviários, ferroviários,hidroviários e aéreos).

Resposta durante períodos de falta de energia elétrica

O PAE deve prever as respostas às condições deemergência, reais ou potenciais, durante os períodos defalta de energia elétrica (escuridão), incluindo aquelescausados por falha elétrica.

Resposta durante períodos de intempéries

O PAE deve contemplar respostas de emergência sobcondições adversas de tempo.

Fontes de equipamentos e mão-de-obra

A localização e a disponibilidade de equipamentos eempreiteiros, que podem ser mobilizados, devem serincluídos.

Estoques de materiais e suprimentos

A localização e a disponibilidade de materiaisestocados e os equipamentos para uso de emergênciadevem ser contemplados.

Fontes de energia de emergência

Os detalhes sobre a localização e operação dasfontes de energia de emergência devem ser incluídos.

Mapas de inundação

Os mapas de inundação são necessários para asautoridades locais desenvolverem um adequado plano deevacuação.

Sistemas de advertência

Sistemas de advertência são usados para forneceravisos à população, áreas de camping e parques queestejam próximos à barragem. Detalhes completos devemestar contidos no PAE.

Apêndices

Itens adicionais podem ser inseridos em apêndicesno PAE. Plantas gerais do local podem ser úteis. Desenhosque mostram a localização da ruptura em potencial, usadosnos estudos de inundação, podem ser incluídos. Tabelasmostrando a variação no estágio da enchente, em relaçãoao tempo, para cada localização-chave da área inundada,também devem ser incluídas.

Page 34: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

37

Cap

ítul

o 7

7.2.4 Manutenção e verificação do PAE

CONDIÇÕES RELEVANTES: O PAE deve ser remetidoàqueles que estiverem envolvidos e todas as cópiasregistradas (protocoladas) do PAE devem ser atualizadas.O plano deve ser verificado.

Na medida em que são produzidas emendas ouatualizações ao PAE, elas são encaminhadas para cadapossuidor (de acordo com o listado no PAE) e asmodificações adotadas. Os nomes, os endereços e osnúmeros de telefone das pessoas de contato devem serconstantemente atualizados, como medida de rotina, pelomenos uma vez por ano. O método de encadernação doPAE deve facilitar a troca rápida de folhas que foramrevisadas ou atualizadas. Uma lista dos possuidores dosplanos deve aparecer no PAE.

O teste é parte integrante do PAE para assegurar queambos, documento e treinamento das partes envolvidas,sejam adequados. As verificações podem abranger desdeum exercício teórico em cima de uma prancheta, até umasimulação em escala total de uma emergência, bem comoincluir rupturas múltiplas.

7.2.5 Treinamento

CONDIÇÃO RELEVANTE: Deve-se fornecertreinamento para assegurar que o pessoal da barragem,envolvido no PAE, esteja totalmente familiarizado comtodos os elementos do plano, com a disponibilidade deequipamentos, seus encargos e responsabilidades.

O pessoal tecnicamente qualificado deve ser treinadopara detectar, avaliar os problemas e providenciar asmedidas corretivas apropriadas, quer sejam emergenciaisou não. Esse treinamento é essencial para a avaliaçãoadequada das situações em desenvolvimento, em todosos níveis de responsabilidade, as quais, em princípio, sãonormalmente baseadas nas observações in loco. Umnúmero suficiente de pessoas deverá ser treinado paraassegurar assistência adequada, a qualquer tempo.

7.3 Estudos de inundação

CONDIÇÕES RELEVANTES: Um estudo de inundaçãodeve ser executado para todas as barragens quenecessitam claramente do PAE (ver item 7.1) e parabarragens em que não é óbvia essa necessidade.Um estudo de inundação deve basear-se em hipótesesque irão indicar todas as áreas que poderiam serinundadas, para a combinação mais severa de condiçõesfisicamente possíveis.

Vários cenários de ruptura de barragens sãonormalmente estudados. Esses cenários cobrem temposrápidos de ruptura e vários tamanhos de brechas. A áreapotencialmente inundável deve ser determinada e asseguintes condições consideradas:

l Erro na cheia de projeto;l Ruptura induzida pela falha de uma estrutura a montante.

Devem ser preparados mapas de inundaçãomostrando as áreas máximas inundadas.

Mapas de inundação também devem ser preparadospara as margens do reservatório e para as áreas afetadaspelo efeito do remanso, a montante do mesmo. Esses doiscasos devem ser analisados:

l Cheias extremas que excedam a capacidade dedescarga;

l Redução da capacidade de descarga durante apassagem de uma grande cheia (por exemplo,bloqueamento por entulho, mau funcionamento ou a não-abertura de comportas).

Page 35: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

38

8. SISMOS

Este item estabelece critérios apenas para Sismosde Projeto. Os requisitos para a resistência estrutural aSismos são apresentados nos capítulos 11 e 12.

CONDIÇÕES RELEVANTES: Barragens devem serprojetadas e avaliadas para suportar movimentos defundação associados com o Sismo Máximo de Projeto(SMP), sem a perda da capacidade do reservatório deserviço.A seleção do SMP, para uma barragem, deve basear-senas conseqüências da sua ruptura.

O SMP, ou seja, o Sismo Máximo de Projeto, énormalmente representado pela movimentação maissevera da fundação que foi selecionada para a implantaçãodo projeto ou para a avaliação de segurança da barragem.Os parâmetros de movimentação específicos do local,necessários para o projeto ou avaliação, são determinadosa partir do SMP.

Para um dado local, o SMP deve aumentarproporcionalmente ao crescimento das conseqüências daruptura da barragem, como ilustrado na tabela 8.1. Parauma dada Probabilidade de Excepcionalidade Anual (PEA),o SMP pode variar de um local para outro, dependendodas condições tectônicas do local e da distância aoepicentro do sismo. Em alguns casos, a seleção do SMPpode basear-se em um carregamento sísmico artificial quepoderia ser, eventualmente, disparado por atividadehumana, sendo alguns exemplos a extração ou injeção emcampos de petróleo, água subterrânea ou sismicidadeinduzida pelo reservatório.

Os parâmetros sísmicos específicos do local, taiscomo velocidade, aceleração e espectros de resposta,devem ser derivados dos critérios de projeto para sismosna tabela 8.1. A derivação dos parâmetros sísmicos deveser determinada ou supervisionada por pessoas comespecialização em análise de sismicidade.

Barragens de terra, assentes sobre fundaçõesresistentes e não suscetíveis à liquefação, que nãoincorporam grandes massas de materiais que, caso

saturados, possam perder grande parte de sua resistênciadurante um sismo, podem ser projetadas e avaliadasusando o método do coeficiente de sismicidade (análisepseudoestática) sob as condições descritas no item 11.1do capítulo 11. O coeficiente de sismicidade deve refletir asismicidade do local da barragem e pode ser obtido a partirde mapas de zoneamento criados para aquele propósito.

TABELA 8.1CRITÉRIOS MÍNIMOS USUAIS PARA SISMOS DE

PROJETO

(a) Ver item 4.4 para a classificação de conseqüências da ruptura.

(b) Para uma falha conhecida, ou região tectônica geograficamente definida, o

Sismo Previsível Máximo (SPM) é o maior sismo conceitualmente possível. Para o

local da barragem, a movimentação pelo SPM é a movimentação mais severa,

passível de ocorrer, que será produzida no mesmo arcabouço tectônico onde a

estrutura for implantada.

(c) Um nível apropriado de conservadorismo deve ser aplicado ao Fator de

Segurança calculado a partir desses carregamentos, a fim de reduzir os riscos de

ruptura da barragem a valores toleráveis. Assim, a probabilidade de ruptura da

barragem poderia ser muito menor do que a probabilidade de um carregamento por

evento extremo.

(d) As acelerações e velocidades em fundações resistentes no SMP podem ser

estimadas de 50% a 100% dos valores do SPM. Para fins de projeto, a magnitude

deve permanecer a mesma do SPM.

(e) Na categoria de conseqüência alta, o SMP baseia-se nas conseqüências da

ruptura. Por exemplo, se uma fatalidade incremental pode resultar de uma ruptura,

uma Probabilidade de Excepcionalidade Anual (PEA) de 1/1.000 poderia ser

aceitável, porém para as conseqüências que se aproximam daquelas barragens de

conseqüências muito altas, valores de SPM que se aproximam dos sismos de

projeto poderiam ser necessários.

(f) Se uma estrutura de baixa conseqüência não pode suportar o critério mínimo, o

nível de atualização pode ser determinado por análises de riscos econômicos, com

consideração aos impactos sociais e ambientais.

Cap

ítul

o 8

Page 36: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

39

Cap

ítul

o 9

9. CHEIAS

9.1 Geral

CONDIÇÕES RELEVANTES: As barragens devem serprojetadas e avaliadas para a passagem de uma CheiaAfluente de Projeto (CAP) sem perda de capacidade doReservatório.A seleção da CAP para uma barragem deve basear-sena conseqüência da sua ruptura.

A CAP é a maior cheia selecionada para propósitosde projeto ou avaliação de segurança de uma barragem. Ovalor da CAP selecionado deve aumentar com o aumentoda conseqüência de ruptura da barragem, como ilustradona tabela 9.1. Outras considerações, tal como resistênciaà erosão em barragens de concreto, também podem afetara seleção da CAP.

Os itens 9.2 e 9.3 englobam dois métodos dedesenvolvimento do hidrograma da CAP. Um é baseadono hidrograma Cheia Máxima Provável (CMP) e o outroem hidrograma com uma probabilidade deexcepcionalidade anual especificada. Após a determinaçãoapropriada da CAP de pico afluente, e seu correspondentevolume para propósitos de projeto, a próxima tarefa érevisar ou desenvolver o hidrograma correspondente. Estehidrograma é usado para avaliar a borda livre (freeboard)e a capacidade do vertedouro.

A determinação da CMP e a estatística de cheiasdevem ser executadas ou supervisionadas por pessoascom conhecimento e experiência especial em hidrologia emeteorologia.

TABELA 9.1CRITÉRIOS MÍNIMOS USUAIS PARA CHEIAS DE

PROJETO AFLUENTE

(a)- Ver item 4.4 do capítulo 4 para a classificação por conseqüência de ruptura.

(b)- Um nível apropriado de conservadorismo deve ser aplicado ao carregamento

provocado por esse evento, a fim de reduzir os riscos de ruptura da barragem a

valores toleráveis. Assim, a probabilidade de ruptura da barragem poderia ser

muito menor do que a probabilidade de um carregamento por evento extremo.

(c)- Dentro da categoria de alta conseqüência de ruptura, a CAP é baseada nas

conseqüências da ruptura. Por exemplo, se uma fatalidade incremental resultasse

de uma ruptura, um PEA de 1/1.000 poderia ser aceitável, mas para as conseqüências

que se aproximam daquelas de uma barragem de conseqüência muito alta, cheias

de projeto que se aproximam da CMP poderiam ser necessárias.

(d)- Se uma estrutura de baixa conseqüência de ruptura não pode suportar o

critério mínimo, o nível de atualização pode ser determinado por análises de riscos

econômicos, com consideração aos impactos sociais e ambientais.

9.2 Análise estatística de cheias

CONDIÇÕES RELEVANTES: Se a Cheia Afluente deProjeto (CAP) é estatisticamente determinada, aconfiabilidade da análise estatística de cheias existentedeve ser confirmada ou uma nova análise deve serdesenvolvida.Se um evento excepcional tiver sido registrado, desdeque a cheia estatística tenha sido avaliada, ou caso operíodo de observação tenha sido aumentado em maisde 50%, uma nova análise de cheias deve ser executada.

Na análise estatística são analisadas tanto as sériesde vazões de pico anual ou de duração parcial (picos acimado limiar) quanto os volumes vão sendo ajustados em funçãoda distribuição de probabilidades, a fim de permitir aextrapolação de dados de cheias de magnitudesexcepcionais. Cuidados devem ser tomados para que asséries de dados satisfaçam os requisitos estatísticos dehomogeneidade e independência.

Em geral, limitações na disponibilidade de dados enos procedimentos de ajuste restringem o grau de facilidadena extrapolação. O exame da confiança estatisticamentedeterminada ou faixas de confiabilidade devem ser úteisna indicação de um limite razoável de extrapolação. Umaanálise regional de dados de cheias pode ser usada paraaumentar a confiabilidade nos valores extrapolados, desdeque as bacias incluídas sejam hidrologicamente similarese que haja um intervalo adequado nos períodos de registro.

Page 37: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

40

Cap

ítul

o 9

Quando a vazão da cheia a jusante estiversignificativamente reduzida pela atenuação da acumulaçãodo reservatório, o volume total da CAP deve ser avaliadoem adição ao afluente de pico para estudos de cheias derotina. Ela deve possuir a mesma probabilidade deocorrência da correspondente cheia de pico.

Para pequenas barragens com uma expectativa deavaliação como baixa conseqüência (ver item 4.4 do capítulo 4),pode ser suficiente determinar ou rever a CAP pelo uso de umaanálise regional ou de curva envoltória.

9.3 Cheia Máxima Provável (CMP)

CONDIÇÕES RELEVANTES: Um estudo para a CheiaMáxima Provável (CMP) deve considerar a combinaçãomais severa “fisicamente possível” dos seguintesfenômenos sobre a bacia hidrológica a montante daestrutura, sendo estudadas:l Tempestadesl Condições iniciais da bacia (exemplo: umidade do solo,níveis do lago e do rio)l Previsão de distúrbios atmosféricosQuando a CMP é identificada como CAP, em umabarragem determinada, a aceitabilidade de qualqueranálise anterior da CMP deve ser confirmada, ou umanova análise de CMP deve ser executada.

Se um evento não usual de grande magnitude ocorrer,após a avaliação da CMP, ou se a bacia hidrológica sofreumodificações que afetem seriamente as características doamortecimento de cheias, deve-se considerar apossibilidade de se rever a CMP.

Quando a CAP é a CMP, a análise estatística decheias pode ser usada para comparação com a CMP, comouma simples verificação de contabilidade, e também parapermitir ao analista desenvolver uma apreciação quanto aosrequisitos de expectativa de uso e de capacidade dasinstalações de descarga de cheias.

Page 38: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

41

Cap

ítul

o 10

10. DISPOSITIVOS DE DESCARGA

O uso de critérios diferentes dos especificados nessedocumento pode, eventualmente, ser necessário, levandoem conta condições específicas de algumas barragens, epara permitir o desenvolvimento na aplicação e uso denovos conhecimentos e melhorias nas técnicas aplicadas.

10.1 Geral

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os dispositivos de descargade cada barragem devem ser capazes de suportarseguramente a passagem da Cheia Afluente de Projeto(CAP) no empreendimento.

O critério para a seleção da Cheia Afluente de Projeto(CAP), apropriada para cada empreendimento emparticular, é discutido no item 4.5 do capítulo 4 e tabela 9.1do capítulo 9, sendo o desenvolvimento do hidrograma daCAP discutido no capítulo 9.

As recomendações do subitem 6.4.5 do capítulo 6deverão ser atendidas.

10.2 Borda livre

CONDIÇÃO RELEVANTE: Sob todas as condiçõesoperacionais, a borda livre deve ser suficiente para restringira percentagem de ondas que poderiam galgar a barragema níveis que não conduzam a sua ruptura, sob níveis de cheiaespecíficos e condições excepcionais de vento.

Para barragens de terra, a borda livre deve, de modogeral, ser suficiente, a fim de evitar o galgamento dabarragem para 95% das ondas criadas sob condiçõesespecificas de vento. Se um galgamento maior é permitido,o volume do fluxo galgado e seus efeitos potenciais nãopodem colocar a barragem em perigo. A crista dabarragem é normalmente ajustada a um nível que satisfaçatodas as seguintes condições:

l Condições de onda devido a ventos com 1/100 daProbabilidade de Excepcionalidade Anual (PAE),estando o reservatório na sua cota máxima normal, oudeterminada pelo uso da relação da duração total davelocidade do vento sobre a expectativa de vida útil doempreendimento;

l Condições de onda devido a condições de ventorazoavelmente mais severas para o reservatório e o seunível máximo extremo baseado na CAP selecionada.Para pequenos reservatórios e/ou bacias, usa-se,normalmente, 1/100 da PEA do vento anual máximo.Para os casos na média, o vento apropriado deve serselecionado entre esses dois limites.

Uma borda livre adicional ou providências contragalgamento podem ser necessárias a barragens emreservatórios sujeitos a ondas que poderiam ser induzidaspor deslizamentos de encosta na área do reservatório.

Para barragens de concreto, classificadas como debaixa conseqüência, a borda livre pode ser baseada emuma análise econômica de danos.

10.3 Capacidade de descarga das estruturas hidráulicas

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os dispositivos de descargadevem ser capazes de suportar a passagem da CheiaAfluente de Projeto (CAP), levando em conta o efeito doamortecimento de cheias, sem que o nível do reservatórioultrapasse a borda livre estabelecida no item 10.2 docapítulo 10.

A capacidade de descarga do vertedouro e de outrosdispositivos de descarga deve ser determinada com basenas condições existentes e na operação das estruturascomponentes. As curvas de descarga disponíveis devemser avaliadas com base nas práticas atuais de projeto, nashipóteses do projeto original e nas condições existentes.Caso as curvas de descarga estejam incorretas ou nãodisponíveis, elas deverão ser novamente calculadas eusadas na avaliação de segurança.

Quando o empreendimento possuir casa de força, ausina deve ser considerada como fora de operação durantea passagem da CAP de período curto (inferiores a duassemanas). Na medida em que as instalações detransmissão podem ser afetadas, uma capacidade dedescarga apropriada pode ser atribuída para as turbinasfora de condição de carga. Entretanto, caso o nível d’águade jusante exceda a cota do piso da casa de força, acapacidade da turbina deve ser reduzida a zero.

Page 39: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

42

Cap

ítul

o 10

Se as Instalações de Descarga não puderemsuportar com segurança a passagem da CAP, serãonecessários reparos, modificações, novos trabalhosou revisões das regras de operação do reservatório,ou alguma combinação dessas ações. Estudos deengenhar ia que levam em conta a l ternat ivaseconômicas irão formar a base para a decisão decomo reunir esse requisito para a passagem da CheiaAfluente de Projeto (CAP). Se a CAP é baseada naPEA e nenhuma fatalidade resulta da ruptura dabarragem, os custos de modi f icação noempreendimento podem ser considerados em umaanál ise de r iscos, para se determinar se asmodificações são necessárias ou se os requisitos daCAP podem ser reduzidos.

Vertedouro

Um ver tedouro seguro, inc lus ive canais deaproximação e de descarga, possui as seguintescaracterísticas ou detalhes:l resistências adequadas à erosão e à cavitação,

bem como uma altura adequada dos muros lateraispara a passagem segura da Cheia Afluente deProjeto;

l adequada dissipação de energia, a fim de prevenirsolapamentos e/ou erosões que poderiam pôr emrisco o vertedouro ou a barragem, durante a CAP;

l capacidade para suportar a passagem de entulhoflutuante durante a CAP, ou provisão de umabarreira efetiva contra entulhos, projetada paracarregamento por CAP;

l confiabilidade nos mecanismos de abertura dascomportas durante grandes cheias, incluindo ofornecimento de energia, controle e comunicações;deve existir processo alternativo para sua abertura;

l segurança adequada quanto a deslizamentos deter ra , entu lhos acumulados no canal deaproximação, rampas e canais de saída, quepoderiam restringir sua capacidade de descarga;

l acesso assegurado sob quaisquer condições parao caso das comportas do vertedouro seremoperadas no local.

10.4 Operação durante as cheias

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todas as instalações dedescarga devem ser operadas sempre de acordo comregras predeterminadas. No desenvolvimento de taisregras, deve-se considerar a passagem segura de todosos eventos hidrológicos, inclusive a CAP.

Regras para a operação sob condição de cheias sãonormalmente baseadas na cota do reservatório, na taxa deelevação desta cota, precipitação pluviométrica, estaçãodo ano e na previsão do tempo. Tais regras devem serdocumentadas no manual de operação, manutenção einspeção (ver item 6.2).

10.5 Operação dos equipamentos de controle dedescargas

CONDIÇÃO RELEVANTE: As condições sob as quaisos dispositivos de descarga e a tomada d’água devemoperar, bem como o nível de automação associado aesses equipamentos, devem ser determinados com baseem uma situação específica do local.

Na eventualidade de uma enchente resultar em dano,a operação remota e automática dos equipamentos dovertedouro deverá ser projetada para uma operaçãoconfiável, a fim de se prevenir inundação a montante ou ajusante. A operação remota do equipamento do vertedourodeve ser utilizada apenas onde as condições e a distânciatornem impraticável sua operação no local. A operaçãoremota deve basear-se na leitura da instrumentaçãointerpretada pelos operadores.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todo equipamento decontrole de descarga deve ser capaz de abrir e fecharsob as condições de operação.

Os atuadores (dispositivos de acionamento) deverãoser adequadamente dimensionados para suportar osesforços de carregamento estrutural e hidráulico.

Os equipamentos de controle de fluxo da tomadad’água devem ser capazes de fechar sob condições defluxo de projeto. Caso esse fechamento seja por meios

Page 40: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

43

Cap

ítul

o 10

outros que não seu próprio peso, uma fonte de energia deemergência deverá estar disponível. Se necessário, osatuadores do equipamento de controle de fluxo deverão seradequados para operação automática e/ou remota.

Deve-se atentar para a possibilidade de ocorrênciasde acúmulo de detritos que possam interferir noacionamento das comportas.

10.6 Instrumentação de controle

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os equipamentos instaladosem estruturas de conseqüências de ruptura definidas como“altas” ou “muito altas” devem ser municiados cominstrumentação que permita a monitoração local ou remota.

O nível de instrumentação de controle deve serdeterminado pela avaliação de requisitos específicos dolocal.

A taxa de subida do nível d’água deve ser usada parase iniciar os procedimentos de alarme.

A posição da comporta e os níveis d’água devem sermonitorados, tanto local quanto remotamente.

10.7 Equipamento de emergência

CONDIÇÃO RELEVANTE: Um equipamento defornecimento de energia de emergência deve estardisponível em estruturas de conseqüência de ruptura altae muito alta.

O requisito para o equipamento permanente develevar em conta a disponibilidade do equipamento, avelocidade de resposta, o tamanho do reservatório e aexpectativa da sua taxa de elevação do nível d’água. Oequipamento de emergência, caso permanentementeinstalado, deve operar automaticamente duranteinterrupções de energia e ser capaz de prover umacapacidade contínua de operação até a restauração daprincipal fonte de energia. O equipamento de emergênciaconsiste tipicamente em unidades geradoras a combustível.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os controles e ainstrumentação devem permitir a operação e a monitoraçãodurante as condições de interrupção de energia para asestruturas de conseqüência alta e muito alta.

Nos locais em que não houver fonte de energia deemergência disponível, equipamentos de corrente contínua,bancos de baterias e equipamentos auxiliares devem serfornecidos para se permitir a operação da instrumentaçãoe dos controles por um período mínimo de oito horas.

Page 41: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

44

Cap

ítul

o 11

11. CONSIDERAÇÕES GEOTÉCNICAS PARA BARRAGENSDE TERRA E FUNDAÇÕES EM SOLO

11.1 Barragens de terra e fundações em solo

Neste item estão agrupados tanto as fundações emsolo quanto as barragens de aterro, por possuíremrequisitos geotécnicos semelhantes. Os requisitos ediretrizes são igualmente aplicáveis a barragens de aterroe fundações em solo para outros tipos de barragens.

11.1.1 Monitoração e instrumentação

CONDIÇÃO RELEVANTE : Para barragens deconseqüência de ruptura alta e muito alta, deverá haverdisponibilidade suficiente de instrumentos para barragemde terra e suas fundações, de modo que seu desempenhopossa ser adequadamente monitorado e sua segurançaavaliada.

Um programa de instrumentação de maciços de terraou fundação bem planejado serve para monitorar odesempenho e fornecer indicativos de situações de perigo.Os propósitos da instrumentação são:

l Fornecer dados para avaliar os critérios de projetol Fornecer informações sobre o desempenho vigente da

barragem e suas fundaçõesl Observar o desempenho de áreas críticas

Os requisitos gerais para instrumentação devem serdeterminados anteriormente à avaliação da segurança doempreendimento, e a necessidade de instrumentaçãoadicional deverá ser totalmente justificada e documentada.Os fatores que irão influenciar a necessidade e o tipo deinstrumentação adicional a ser instalada incluem a geologiada fundação, o tamanho e o tipo de barragem e seureservatório, a classificação por conseqüência de ruptura,a localização do empreendimento e seu desempenhoanterior.

Intrínseco a um programa de instrumentação está aprogramação para a leitura dos instrumentos. Não menosimportante é a necessidade de instruções bem claras parauma pronta avaliação de dados e uma pronta notificaçãoao pessoal responsável, quando as observações forematípicas ou divergirem dos critérios de projeto.

11.1.2 Estabilidade

CONDIÇÕES RELEVANTES: Os carregamentosprovenientes da barragem e a distribuição dessesesforços sobre as fundações não deverão causardeformações totais ou diferenciais excessivas ou causarruptura da fundação por cisalhamento.Os taludes de montante e jusante da barragem e asombreiras deverão ser estáveis sob todos os níveis dereservatório, bem como sob todas as condições deoperação.

A crista, os taludes da barragem e as ombreirasdevem ser examinados quanto a fissuras, abatimentos edesalinhamentos da superfície.

A tabela 11.1 resume os fatores mínimos de segurançaque são normalmente aceitáveis para os cálculos deestabilidade de taludes. Valores inferiores podem sereventualmente admissíveis em certos casos, desde quejustificados (por exemplo, quando um bom desempenho édemonstrado, com base em medidas da movimentação ouem análises mais sofisticadas). Os coeficientes desegurança obtidos e aceitos para os taludes devem levarem conta a confiabilidade dos dados utilizados nas análisesde estabilidade, a adequabilidade e as limitações dasanálises selecionadas, as magnitudes das deformaçõestoleráveis e as conseqüências da ruptura em potencial.

TABELA 11.1COEFICIENTES DE SEGURANÇA, AVALIAÇÃO

ESTÁTICA

(*) Coeficientes de segurança maiores podem ser necessários, casoocorram rebaixamentos com uma relativa freqüência durante aoperação normal.

Page 42: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

45

Cap

ítul

o 11

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os taludes do reservatóriodevem ser estáveis sob condições de carregamentosísmico, precipitações pluviométricas severas,rebaixamento rápido e qualquer outra condição, caso aruptura do talude possa induzir à formação de ondas queameacem a segurança pública, a barragem ou suasestruturas associadas.

Ver capítulo 13 para diretrizes quanto à estabilidadedas margens do reservatório.

11.1.3 Borda livre

CONDIÇÃO RELEVANTE: A borda livre deve considerara expectativa do recalque da crista.

Ver ítem 10.2 do capítulo 10 para requisitos adicionaise diretrizes de borda livre.

11.1.4 Percolação e controle da drenagem

CONDIÇÃO RELEVANTE: O carreamento das partículasde solo pelas forças de percolação deve ser evitado porfiltros adequados.

A percolação deve ser monitorada e verificada quantoà presença de partículas em suspensão.

Os filtros e drenos internos são particularmenteimportantes onde se considerar possível a ocorrência defissuramento na barragem, devido a recalques diferenciais,arqueamento e/ou fraturamento hidráulico. Fissuras podemcausar fluxos de percolação concentrados que podemconduzir a ruptura da barragem por erosão interna (piping),a menos que estes sejam interceptados e controlados pormeio de filtros e drenos.

CONDIÇÕES RELEVANTES: Os gradientes hidráulicosna barragem, nas fundações, nas ombreiras e ao longode condutos devem ser baixos o suficiente para prevenirerosão regressiva. A capacidade de vazão dos filtros edrenos não deve ser excedida.

Pressões neutras altas podem indicar que adrenagem é insuficiente ou que a permeabilidade dosdrenos é excessivamente baixa. A diminuição dapercolação proveniente dos drenos pode indicar acolmatação física, química ou bacteriológica.

11.1.5 Fissuração

CONDIÇÃO RELEVANTE: A barragem deve manter oreservatório em condições de segurança, em relação aqualquer fissuração que possa ser induzida por recalqueou fraturamento hidráulico.

Uma inspeção completa deve ser executada para seidentificar fissuras e suas causas. Análises ouinvestigações adicionais podem ser necessárias, caso sejaconsiderado possível o fissuramento do núcleo, porexemplo, se detectado um recalque diferencial.

11.1.6 Erosão superficial

CONDIÇÕES RELEVANTES: Os taludes de montante dabarragem e suas ombreiras devem ser providos deproteção adequada para resguardá-los contra a erosão,inclusive devido a ondas. Os taludes de jusante devem serprotegidos contra a ação erosiva de escoamentossuperficiais, eventuais surgimentos de percolações, dotráfego de pessoas e de animais. Os canais de entrada esaída para vertedouros e condutos devem seradequadamente protegidos contra erosão (ver capítulo 13).

11.1.7 Liquefação

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todos os materiais de aterroe da fundação suscetíveis à liquefação devem seridentificados.

A filosofia geral para a avaliação dos métodos aserem utilizados deverá ser aquela que selecione osmétodos mais atualizados e aceitáveis e que estejam no“estado da arte”. No entanto, uma vez que a análise deliquefação é um assunto de desenvolvimento bastantedinâmico, métodos aceitáveis e que estejam no “estadoda arte” podem ser considerados como conservadores.Pareceres especializados devem ser buscados para uma

Page 43: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

46

Cap

ítul

o 11

avaliação mais avançada de suscetibilidade à liquefação.O nível de avaliação deve ser apropriado à estrutura queestiver sob revisão. Ensaios de laboratório em amostrasnão deformadas, ensaios de penetração e métodosgeofísicos podem ser usados para a caracterização dosolo. Os fatores que conduzem à liquefação incluem:

l Deformação excessiva por carregamento estáticol Carregamento por impactol Carregamento cíclico, tal como um carregamento por

sismo

CONDIÇÃO RELEVANTE: Se a liquefação é possível,então a estabilidade da barragem pós-liquefação deveráser avaliada.

O objetivo é o de verificar se a extensão prevista daliquefação não irá resultar em uma ruptura.

CONDIÇÕES RELEVANTES: Se o fluxo pordeslizamento (corrida de lama) é possível, deve-se, então,providenciar medidas corretivas apropriadas. Se nãohouver potencial para fluxo de deslizamento, provisõesdevem ser feitas, para se adequar a borda livre e os filtros,a fim de acomodar os movimentos induzidos por sismo.

11.1.8 Resistência a sismos

CONDIÇÃO RELEVANTE: A barragem, suas estruturasassociadas, fundações, ombreiras e as margens doreservatório devem ser capazes de resistir às forçasassociadas com o Sismo Máximo de Projeto (SMP).

A determinação do SMP é tratada no capítulo 11. Onível de avaliação para resistência a sismos de umabarragem deverá depender das conseqüências da ruptura.

11.2 Barragens sobre fundação em rocha

O termo fundação refere-se ao maciço que forma abase para a estrutura, bem como suas ombreiras.

11.2.1 Estabilidade da fundação

CONDIÇÃO RELEVANTE: A resistência e a rigidez darocha deverão ser suficientes para prover a estabilidadeadequada sob carregamentos de projeto para abarragem, estruturas associadas, ombreiras e fundação,e as deformações limitadas a valores aceitáveis.

Uma quantidade suficiente de informaçõesgeológicas/geotécnicas deverá estar disponível, ou deveráser obtida, para se definir o modelo da fundação, adequadoà caracterização de quaisquer descontinuidades e paradeterminar todas as modalidades de rupturas possíveis.

Uma avaliação das condições da rocha de fundaçãodeve cobrir a qualidade da rocha e a sua capacidade desuporte. As condições podem ser avaliadas a partir dedados de ensaios in situ, testemunhos de sondagens,inspeção visual e dados da instrumentação instalada.

Diretamente abaixo da barragem, a principalconsideração deve ser a natureza do contato rocha–barragem, sua forma e as características da fundação. Ondeas fundações estiverem expostas, ou em contato com omaciço de terra, a ênfase deverá ser dada àimpermeabilidade e às vedações em função do tempo.Deverá ser determinado se detalhes geológicos poderiamconduzir a deterioração do maciço rochoso. Deve-sedeterminar a necessidade de executar investigações eensaios de campo.

Todos os tratamentos corretivos subsuperficiaisexecutados durante o período de construção da barragemdevem ser identificados e avaliados para se determinar seeles permanecem eficientes e em condições estáveis.

A estabilidade das fundações em rocha pode seravaliada em termos dos coeficientes de segurança. Osvalores do coeficiente de segurança indicados na tabela11.1 são apropriados.

11.2.2 Parâmetros de resistência ao cisalhamento

CONDIÇÃO RELEVANTE: Fundações em rocha devempossuir uma resistência adequada ao cisalhamento, paraassegurar a estabilidade da barragem ao longo de todasas superfícies potenciais de ruptura.

Page 44: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

47

Cap

ítul

o 11

A compatibilidade entre a deformação da barrageme sua fundação precisa ser considerada quando dadeterminação dos parâmetros de resistência aocisalhamento da fundação.

Geralmente não é considerada nas análises aresistência à tração na interface barragem–fundação, eabaixo destas. No entanto, para barragens de concreto, nasquais a existência de fissuração é dependente de algumaresistência à tração, esta deve ser baseada em umaquantidade representativa de ensaios executados emamostras retiradas da zona de interface. Se a fundação écomposta de vários tipos e qualidades de rocha, os valoresdevem ser avaliados para cada área correspondente aotipo de rocha dentro da zona de influência da barragem.

Se as fundações são irregularmente fraturadas,métodos e programas devem ser estabelecidos para sedeterminar os dados de resistência para as partes maiscríticas das fundações em rocha.

11.2.3 Percolação e drenagem

CONDIÇÕES RELEVANTES: Dependendo do tipo derocha, uma proteção adequada deve ser prevista paraprotegê-lo contra erosão interna, lixiviação ou efeitos dedissolução nas fundações e ombreiras.Os sistemas de drenagem e injeção nas fundações eombreiras deverão manter as subpressões em níveisaceitáveis, pelo projetista ou avaliadores.Onde os maciços de terra são construídos sobre fundaçãoem rocha, o tratamento da fundação deve ser compatívelcom os materiais do maciço, de modo a prevenir ocarreamento de partículas.

Um sistema de drenagem de fundação é normalmenteutilizado para reduzir a subpressão que atua na base dabarragem e no corpo do maciço rochoso. O sistema maiscomum consiste em drenos a jusante da cortina de injeçãoprincipal.

A avaliação das fundações da barragem inclui asseguintes etapas:

l Determinar se a vazão de percolação é aceitável comrelação às condições geológicas.

l Identificar qualquer evidência de infiltração ao longo delentes intemperizadas (alteradas), juntas abertas ouzonas de contato.

l Verificar se o sistema de drenagem está funcionando.l Verificar se a cortina de injeção está tendo um

desempenho satisfatório.l A detecção da percolação, no seu estágio inicial de

desenvolvimento, é importante para se avaliar suaorigem e causa. A avaliação inicial deve considerar qualé a extensão da percolação que pode conduzir aproblemas maiores de erosão ou instabilidade.

11.3 Estruturas Associadas

11.3.1 Movimentação da fundação

CONDIÇÃO RELEVANTE: Fundações e ombreiras,bem como maciços de terra, através dos quais, ou sobreos quais uma estrutura associada tenha sido construída,devem ser livres de movimentações que poderiamprejudicar a capacidade operacional da estrutura ouconduzir a um dano estrutural, tal como um fissuramentoexcessivo, deformação, deflexão, dano à juntas,separação de juntas ou de algum outro modo ameaçar aintegridade estrutural e o seu desempenho hidráulico.

A fundação de uma estrutura associada deverápossuir resistência suficiente para resistir a deslizamentos,e uma capacidade de suporte adequada para prevenirrecalques excessivos.

11.3.2 Estabilidade de taludes

CONDIÇÃO RELEVANTE: Taludes que flanqueiam oscanais de aproximação e de descarga de uma estruturaassociada devem ser estáveis, de modo a evitar quequalquer instabilidade provocada pela grande variedadede solos de assoreamento e movimentações de rocha nãoimponha restrições a estes canais (ver subitem 11.1.2).

Page 45: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

48

Cap

ítul

o 11

11.3.3 Percolação

CONDIÇÃO RELEVANTE: A zona impermeável,imediatamente subjacente ou incluída na parte demontante de uma estrutura associada, incluindocomponentes, tais como trincheira de vedação (cut-off),seção do núcleo ou tapete impermeável, devem ser livresde concentrações localizadas de percolação, quepoderiam resultar em erosão interna (piping).

Os gradientes hidráulicos devem ser mantidos dentrodos limites recomendados para os materiais de fundaçãoe zonas de filtro, incluindo aterros, bem como os solos e asrochas in situ.

11.4 Estruturas celulares com preenchimento e outrasestruturas em pranchões de madeira

CONDIÇÃO RELEVANTE: Todas as estruturas celularescom preenchimento (enrocamento, areia etc.), outrasestruturas em pranchões e suas fundações devem seguiros mesmos requisitos de estabilidade preconizados parabarragens de aterro. Além disso, os pranchões demadeira deverão manter sua durabilidade e ser capazesde transmitir as cargas induzidas (ver itens 11.1 e 11.2).

As condições de percolação devem ser analisadas.

A estabilidade deve ser avaliada como para asestruturas de concreto de gravidade (deslizamento etombamento).

11.5 Barragens de enrocamento com face de concreto

CONDIÇÃO RELEVANTE: Barragens de enrocamentocom face de concreto e suas fundações devem seguir osmesmos requisitos das barragens de terra, quandoaplicáveis. Além disso, recalques e deformações deverãoser controlados para prevenir fissuração que comprometaa segurança da obra. A percolação ou infiltração atravésdo revestimento de concreto deve ser limitada a valoresaceitáveis (ver item 11.2).

O desempenho depende dos métodos construtivos edos detalhes das juntas entre lajes e da junta perimetral.Caso o reservatório esteja sujeito a rebaixamento, oparamento deverá ser inspecionado e as percolaçõesdeverão ser medidas.

11.6 Barragens de enrocamento sujeitas à percolação

CONDIÇÃO RELEVANTE: Barragens de enrocamentosujeitas à percolação pelo maciço devem ser capazesde suportar, sem estabilização, o eventual arraste departicipas ou fragmentos de rocha e os efeitoscombinados da ação da percolação emergente na facede jusante, com os esforços resultantes de qualquer tipode transbordamento.

Não é recomendável que ocorra galgamento d’água,a menos que o talude de jusante tenha sido projetado paraessa condição.

Page 46: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

49

Cap

ítul

o 12

12. ESTRUTURAS DE CONCRETO

O uso de critérios diferentes dos especificados nessedocumento pode, eventualmente, ser necessário, levando-seem conta condições específicas de algumas barragens, oupara permitir o desenvolvimento na aplicação e uso de novosconhecimentos e melhorias nas técnicas aplicadas.

12.1 Geral

Este capítulo aplica-se às avaliações de estabilidadede todas as estruturas de concreto de barramento d’água,incluindo barragens, vertedouros, tomadas d’água e outrasinstalações hidráulicas associadas, bem como as estruturasde contenção de terra, tais como muros do tipo cortina emuros de arrimo.

As barragens de concreto podem, geralmente, serclassificadas dentro de três tipos principais, de acordo comsua forma física particular e projeto específico:

l barragens de gravidadel de contrafortesl em arco

Este capítulo é aplicável às estruturas assentes sobrefundações em rocha suficientemente resistentes e que nãotenham descontinuidades significativas. Para as estruturasconstruídas sobre outros tipos de fundação, tais como solos,rocha alterada ou rocha com descontinuidadessignificativas, devem ser estabelecidos métodos e critériosespeciais de acordo com os princípios e práticas aceitáveisde engenharia, bem como aqueles requeridos no item 11.2do capítulo 11.

CONDIÇÃO RELEVANTE: O nível de avaliação desegurança para barragens de concreto e outras estruturasde barramento d’água deve levar em conta asconseqüências de ruptura da estrutura.

As conseqüências da ruptura são classificadas deacordo com as diretrizes apresentadas no item 4.4 docapítulo 4. A avaliação de barragens de concreto e outrasestruturas de barramento d’água deverá ser executada porprofissionais experientes e de acordo com essas diretrizes.

Entretanto, estruturas classificadas como de conseqüênciade ruptura muito baixa podem ser isentadas dos requisitostécnicos aqui apresentados.

As técnicas de análise podem abranger desde osrelativamente simples bidimensionais “corpos rígidos” sobresuperfícies de suporte plana, até os complexos métodostridimensionais de elementos finitos.

Em termos gerais, essas diretrizes são válidas paratodos os tipos de estruturas em concreto, para as quaisaplicam-se os princípios gerais da engenharia estrutural.Entretanto, alguns tipos de estruturas de concreto, sobcertas condições, requerem uma atenção especial.

Análise estática

Análises estáticas para barragens de gravidade sãonormalmente baseadas no método do equilíbrio limite de“corpo rígido” e no método da linearidade elástica. As trêsprimeiras combinações de forças listadas no item 12.4 aseguir, as qualificam como casos de carregamento estático,devido à natureza relativamente permanente das cargasenvolvidas. Uma exceção a essas combinações de cargapode advir daqueles componentes estruturais, cujodesempenho pode ser influenciado pelos efeitospotencialmente dinâmicos do fluxo d’água.

Qualquer uma das técnicas de análise aceitávelfornece informações e dados que são relativos aosindicadores de desempenho discutidos no item 12.5.

As barragens de contrafortes devem reunir atotalidade dos requisitos de estabilidade para barragensde gravidade e todos os outros componentes em concretoarmado devem seguir as normas de cálculo de estruturas.

Uma inspeção detalhada, assim como um programade amostragem e de ensaios, é parte essencial para umprograma de avaliação de uma barragem de contrafortes.Uma atenção particular deve ser dada para a resistênciado concreto através das juntas de construção. A seleçãodas tensões permissíveis deve ser baseada na condiçãoreal dos materiais da estrutura.

Page 47: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

50

Cap

ítul

o 12

Deve ser determinada a estab i l idade aodeslizamento na direção montante–jusante e astensões sobre os contrafortes no contato rocha–concreto e nos vários níveis representativos.

A avaliação estrutural de barragens em arcorequer uma experiência especial e uma compreensãogeral acerca dos detalhes únicos destas estruturas.Conseqüentemente, as inspeções de segurançadevem ser realizadas por engenheiros e geólogosexperimentados na análise e construção de barragensem arco.

As análises de tensões e estabil idade dasbarragens em arco podem ser baseadas no métodode carregamentos sucessivos ou pelo método deelementos finitos ou outro aplicável. As propriedadesde deformação da fundação devem ser incluídas e,especificamente, os efeitos da seqüência construtiva.As temperaturas e os deslocamentos diferenciaisdevem ser avaliados. Efeitos de juntas (de dilataçãovertical e de construção) devem ser considerados.

Análise sísmica

CONDIÇÃO RELEVANTE: Uma análise sísmicadeve ser executada, onde apropriada. A fissuração,bem como a interação do reservatório e fundação,devem ser incluídas na análise, quando necessário.

Anál ises s ísmicas ou d inâmicas sãonormalmente executadas em diferentes níveis desofisticação, dependendo da conseqüente avaliaçãoda barragem e da probabilidade de desempenho nãoaceitável.

CONDIÇÃO RELEVANTE: As tensões e aestabilidade de uma barragem devem ser avaliadasquanto à movimentação do terreno na direçãomontante–jusante. Em determinados casos poderá sernecessária a análise na direção transversal ao vale.

12.2 Condições da estrutura e do local

CONDIÇÕES RELEVANTES: A resistência e acondição da barragem e da fundação devem serdeterminadas de forma a possibilitar a análise.Caso o concreto esteja aparentemente danificado ouenfraquecido, devem ser executados ensaios para sedeterminar os parâmetros de resistência ou hipóteses deadequação conservadoras feitas na análise da suasegurança.Para as barragens de classificação de conseqüência deruptura alta e muito alta, deve-se prover a estrutura e afundação com uma instrumentação suficiente, a fim de sepermitir uma monitoração do desempenho e a avaliaçãoda sua segurança.

A revisão do projeto, os registros de construção eo comportamento histórico, em conjunto com umainspeção visual, podem ser suficientes, porém aamostragem e ensaios podem ser necessários ondeestes registros sejam inadequados ou onde a estruturapossa estar deteriorada. O nível de investigação tambémdepende da classificação da estrutura quanto àconseqüência de ruptura (ver item 4.4 do capítulo 4).

A vistoria é necessária, incluindo:

l Um exame visual das faces do concreto, tanto acimaquanto abaixo do nível d’água

l Amostragem, ensaio e a estimativa de qualidade doconcreto e armações

l Inspeção de todos os elementos estruturaisl Verificação da ocorrência de reações expansíveis, tais

como reação álcali-agregado

O conhecimento do comportamento das estruturas esuas fundações pode ser obtido por meio do estudo dassolicitações das estruturas em operação, usando asobservações da instrumentação.

As condições da fundação e da interface rocha–concreto devem ser investigadas a um nível suficiente dedetalhe que permita a obtenção de dados apropriados paraa avaliação estrutural.

Page 48: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

51

Cap

ítul

o 12

12.3 Ações de projeto

CONDIÇÕES RELEVANTES: As seguintes açõesdevem ser consideradas na avaliação das estruturas deconcreto:l Ancoragens ativasl Peso próprio da estrutura e dos equipamento

permanentesl Empuxo de aterros, reaterros e assoreamentosl Cargas acidentais uniformemente distribuídas,

concentradas e cargas móveis e ventol Cargas relativas a equipamentos de construçãol Esforços hidrostáticos resultantes de combinações

dos diversos níveis d’água do reservatório com os dejusante

l Subpressões devido às condições de funcionamentodos drenos de fundação (operantes / inoperantes)

l Esforços hidrodinâmicos decorrentes de fluxos d’águal Esforços devido à variação de temperatura e à retração

do concretol Esforços introduzidos por ancoragens ativasl Esforços sobre a estrutura relativos ao primeiro estágio

de operação, em casos em que o segundo estágio daestrutura deve ser completado posteriormente

l Cargas relativas às atividades de operação emanutenção do empreendimento

l Esforços devido a sismos naturais ou induzidos

12.4 Combinação de carregamentos

Os seguintes casos de carregamentos serãoconsiderados nos estudos de estabilidade e respectivoscálculos dos esforços internos (tensões).

12.4.1 Caso de Carregamento Normal (CCN)

Corresponde a todas as combinações de ações queapresentam grande probabilidade de ocorrência ao longoda vida útil da estrutura, durante a operação normal oumanutenção normal da obra, em condições hidrológicasnormais.

CONDIÇÕES RELEVANTES: As seguintes açõesdevem ser consideradas:l Peso próprio, empuxo de aterros, reaterros e

assoreamentosl Carga acidental uniformemente distribuída,

concentrada e cargas móveis e ventol Carga relativa às atividades rotineiras de operação e

manutenção da obral Esforços hidrostáticos com NA do reservatório e do

canal de fuga variando entre os níveis máximo normale mínimo normal, sendo que a condição mais severade carregamento deverá ser selecionada para cadaestrutura

l Subpressão, drenos operantesl Esforços hidrodinâmicos decorrentes de fluxo

hidráulico pelas passagens d’água e durante aoperação da usina

l Temperatura e retração do concretol Ancoragens ativasl Esforços sobre a estrutura no primeiro estágio de

operação, em casos em que o segundo estágio daestrutura deve ser completado posteriormente

12.4.2 Caso de Carregamento Excepcional (CCE)

Corresponde a quaisquer ações de cargas deocorrência eventual de baixa probabilidade de ocorrênciaao longo da vida útil da estrutura, tais como:

l Condições hidrológicas excepcionaisl Falha no sistema de drenageml Manobra de caráter excepcionall Efeito Sísmico etc.

CONDIÇÕES RELEVANTES: Considerar a mesmarelação de esforços do Caso de Carrregamento Normal(CCN), calculados, no entanto, para as condiçõesexcepcionais de operação ou manutenção e com asseguintes modificações:l Reservatório no NA máximo normal e NA jusante nomáximo correspondente ou reservatório no NA máximonormal e NA jusante correspondente à vazão zero,incluindo efeitos sísmicosl Subpressão com drenos inoperantes e NA jusantemáximo e drenos operantes com NA jusante entre normale mínimol Quaisquer esforços excepcionais sobre as estruturasde primeiro estágio

Page 49: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

52

Cap

ítul

o 12

12.4.3 Casos de Carregamento de Construção (CCC)

Corresponde a todas as combinações de ações queapresentam probabilidade de ocorrência durante aconstrução da obra, apenas durante períodos curtos emrelação à sua vida útil e em boas condições de controle.Podem ser devido a carregamentos de equipamentos deconstrução, a estruturas executadas apenas parcialmente,carregamentos anormais durante o transporte deequipamentos permanentes e quaisquer outras condiçõessemelhantes.

CONDIÇÕES RELEVANTES: Neste caso, deverão serconsiderados os esforços:l Da fase de construçãol De montagem, instalação e verificações deequipamentos permanentes ou temporáriosl De cimbramento e descimbramentol De construção como execução e ancoragens, injeções,esgotamento, enchimento, compactação e outros,inclusive os níveis de água a montante e a jusante durantea fase de construção

12.4.4 Combinações de ações

CONDIÇÕES RELEVANTES: Na combinação de ações,devem ser observadas as seguintes condições:l Cargas variáveis serão consideradas em intensidade edireção do modo mais desfavorávell Cargas acidentais, uniformemente distribuídas ouconcentradas, serão consideradas na combinação maisdesfavorável em termos de intensidade, localização, direçãoe sentido, não se considerando qualquer redução deesforços internos por elas causadasl Combinação mais desfavorável de NAs de montante ejusante com os correspondentes diagramas de subpressãol Peças e elementos estruturais na região da fundação eno interior das estruturas serão analisadas com e semsubpressãol Os empuxos de terra nas estruturas levarão em conta aocorrência de lençol freático, caso existal Os esforços de ondas podem ser desprezados nosestudos das estruturas de gravidadel Para as barragens de contrafortes e em arco, tambémdeverão ser considerados os efeitos de temperatura sobreas estruturas

12.5 Indicadores de desempenho e critérios de aceitação

CONDIÇÃO RELEVANTE: A análise de segurançaglobal deve ser feita para todas as estruturas principais,elementos estruturais e sistemas de interação entre asfundações e as estruturas submetidas aos diversos casosde carregamentos e englobará a análise de estabilidadeno contato concreto–rocha, análise de estabilidade emplanos inferiores ao da fundação, a definição doscoeficientes de segurança e a verificação entre astensões atuantes e as tensões admissíveis dos materiais.

12.5.1 Análise de estabilidade e coeficientes de segurança

A análise de estabilidade da estrutura é feitaconsiderando-a como um conjunto monolítico, podendodesse modo ser assimilada a um corpo rígido.

a) Coeficientes de Segurança à Flutuação (CSF)

O Coeficiente de Segurança à Flutuação é definidocomo a relação entre o somatório das forças gravitacionaise o somatório das forças de subpressão e será dado pelaexpressão:

onde:

CSF = Coeficientes de Segurança à Flutuação

SSSSSV = Somatório das Forças Gravitacionais

SSSSSU = Somatório das Forças de Subpressão

Despreza-se, em geral o efeito do atrito nas faceslaterais do bloco. A consideração do atrito lateral implicaajustar o Coeficiente de Segurança Mínimo, que deverá,então, ser aumentado. Os Coeficientes de Segurança àFlutuação obtidos devem ser superiores aos seguintes:

Page 50: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

53

Cap

ítul

o 12

b) Coeficientes de Segurança contra Tombamento (CST)

O Coeficiente de Segurança ao Tombamento emqualquer direção é definido como a relação entre oMomento Estabilizante e o Momento de Tombamento emrelação a um ponto ou uma linha efetiva de rotação e serádado pela expressão:

onde:

CST = Coeficientes de Segurança ao Tombamento

SSSSSMe = Somatório dos Momentos Estabilizantes

SSSSSMt = Somatório dos Momentos de Tombamento

Deverão ser desprezados os efeitos estabilizantes decoesão e de atrito despertados nas superfícies em contatocom a fundação.

Na estrutura cuja base tem dimensão igual ou superiora sua altura, dispensa-se a análise de estabilidade aotombamento.

Os Coeficientes de Segurança ao Tombamentoobtidos, devem ser superiores aos da tabela abaixo:

c) Segurança ao deslizamento para estruturas

Considera-se que a segurança ao deslizamento estáverificada se:

onde:

CSDf = Coeficiente de segurança relativamente ao atritoCSDc = Coeficiente de segurança relativamente à coesãoNi = Força normal à superfície de escorregamento emanálisef i = Ângulo de atrito característico da superfície deescorregamento em análiseCi = Coesão característica ao longo da superfície deescorregamentoAi = Área efetiva de contato da estrutura no plano emanáliseTi = Resultante das forças paralelas à superfície deescorregamento

Os valores característicos devem ser definidos paracada caso particular e de forma adequada para cadaestrutura sob análise.

Os valores dos coeficientes de segurança a adotarsão os seguintes:

CASOS DE CARREGAMENTO

Nos casos em que o conhecimento dos parâmetrosde resistência dos materiais é precário ou os materiais nãoapresentem constância de comportamento, adotar osvalores entre parênteses.

12.5.2 Análise de tensões, tensões admissíveis, tensõesde serviço e deformações

a) Tensões normais (de serviço) na base dasfundações e em estruturas de massa

Apresenta-se, a seguir, a equação para determinação dastensões normais nas seções transversais, a partir dassolicitações de serviço, isto é, a partir de esforços nãomajorados por quaisquer coeficientes, na base da fundação

Page 51: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

54

Cap

ítul

o 12

ou em qualquer outro plano, construído de materiaisisótropos e homogêneos, resistentes a tração e acompressão, no regime da Lei de Hooke.

A equação das tensões normais é igual a:

onde:

sssss cal = tensão normal calculada

SSSSSN = somatório das forças normais ao planoconsiderado

A = área da seção transversal da estrutura ou docontato concreto-fundação

xx e yy = eixos perpendiculares entre si que têmorigem no centro de gravidade da seçãotransversal

SSSSSMx e SSSSSMy = somatório dos momentos de todos osesforços em relação aos eixos xx e yy,respectivamente coordenadas do pontoanalisado em relação aos eixos xx e yy

Ix e Iy = momentos de inércia da área “A” em relaçãoaos eixos xx e yy

Ixy = produto de inércia da área “A” em relação aoseixos xx e yy

As tensões obtidas desta forma deverão sercomparadas com as tensões admissíveis fixadas no itemb adiante.

Para os carregamentos normais, as seções nasestruturas permanentes de concreto-massa deverãotrabalhar a compressão ou com tensões de tração menoresque a tensão admissível do concreto. Para as seções nas

fundações não serão admitidas tensões de tração, devendoa resultante dos esforços solicitantes estar aplicada nonúcleo central da área da base.

Nos carregamentos excepcionais e de construçãoadmitir-se-á que a resultante possa estar aplicada fora donúcleo central. Nestes casos deverão ser realizados osprocedimentos correspondentes à abertura de fissura, quenas seções de concreto dependem de processo iterativoconsiderando à modificação do diagrama de subpressõesem relação a tensão admissível do concreto.

Na base e em seções na fundação o aparecimentode tensões de tração poderá ocorrer, desde que fiquemlimitadas a certos valores e que a estabilidade da estrutura,quanto ao tombamento e tensão de compressão no terreno,esteja garantida.

Nos carregamentos com aplicação do efeito sísmicodeve-se considerar que, devido à natureza cíclica dofenômeno, não haverá aumento da subpressão na situaçãode fissura aberta.

b) Tensões admissíveis do concreto-massa e nasfundações

Para efeito de tensões admissíveis nas estruturas emconcreto-massa, serão distinguidos os dois tipos detensões normais que poderão ocorrer:

l de compressão el de tração

As tensões admissíveis serão sempre fornecidas emfunção da resistência característica do concreto àcompressão (fck).

b.1) Tensões admissíveis do concreto-massa àcompressão

As tensões admissíveis do concreto à compressão,constam do quadro a seguir:

Page 52: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

55

Cap

ítul

o 12

b.2) Tensões admissíveis do concreto-massa à tração

As tensões admissíveis do concreto à tração constam doquadro a seguir:

b.3) Tensões admissíveis nas fundações

A capacidade de carga das fundações é relacionadaà tensão normal máxima, definida mediante critérios queatendam às condições de ruptura, e às limitações relativasaos recalques excessivos, prejudiciais ao comportamentoe perfeita utilização da estrutura.

A tensão normal máxima admissível na fundaçãodeverá ser obtida a partir da seguinte relação:

st adm= Capacidade de carga da fundaçãoCoeficiente de segurança

A capacidade de carga do material de fundaçãodeverá ser determinada por métodos adequados, utilizandocomo subsídios os resultados de ensaios de laboratório.

Para o coeficiente de segurança, são recomendadosos valores especificados a seguir:

A adoção destes valores pressupõe razoávelconhecimento dos parâmetros de resistência dos materiaisenvolvidos.

Os coeficientes de segurança devem ser aumentadosnos casos em que tal conhecimento é precário ou os materiaisnão apresentem constância de comportamento. Neste caso,deve-se adotar os valores indicados entre parênteses.

Page 53: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

56

Cap

ítul

o 13

13. RESERVATÓRIO E EFEITOS DO MEIO AMBIENTE

Este capítulo versa sobre os efeitos ambientais doreservatório sobre a segurança da barragem. Não cobreinteresses ambientais resultantes da presença da barragem(tais como impactos provenientes da construção). Paraesses procedimentos ambientais, recomenda-se o Manualde Especificações Ambientais para Projeto e Construçãode Barragens e Operação de Reservatórios, elaborado noâmbito do Proágua Semi-Árido.

Os efeitos potenciais da ruptura da barragem sãolevados em conta na classificação da barragem (ver item 4.4).

13.1 Entulho e vegetação no reservatório

CONDIÇÃO RELEVANTE: Entulhos e vegetações noreservatório devem ser controlados de tal maneira quenão constituam em ameaça à segurança da barragem.

Os entulhos e vegetações no reservatório, se nãoforem interceptados antes de chegarem às instalações dedescarga, poderão ocasionar uma situação de perigo. Aextensão do risco dependerá da quantidade e volume dosentulhos e vegetações, e do tipo e configuração dasinstalações de descarga. Por exemplo, os entulhos evegetações podem interferir ou bloquear o fluxo hidráulico,reduzindo assim a capacidade de descarga ou causardanos que impeçam a operação segura das instalações.

A capacidade de fluxo das estruturas hidráulicas,quando potencialmente afetadas por entulhos e vegetaçõesno reservatório, é descrita no item 10.3 do capítulo 10.Procedimentos para uma operação segura e manutençãoestão coberto no capítulo 6.

13.2 Margens do reservatório

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os taludes em volta dasmargens do reservatório não podem ameaçar asegurança da barragem.

As margens do reservatório devem ser investigadaspara determinar se a ruptura dos taludes pode constituirameaça para a segurança da barragem para vidas, oupropriedades ao longo das margens do reservatório, ou a

jusante da barragem. As conseqüências de qualquer tipode ameaça devem igualmente ser avaliadas. Açõescorretivas, que assegurem um nível adequado desegurança, devem ser implementadas de formaproporcional às conseqüências da ruptura do talude. O nívelnecessário de segurança e os níveis apropriados decorreções devem ser consistentes com os critériosresumidos para cheias e sismos.

A resistência dos taludes do reservatório àsolicitações por sismos é coberta no subitem 11.1.8 docapítulo 11. Os requisitos de borda livre para ondasinduzidas por deslizamento estão no item 10.2 do capítulo10. Os requisitos de segurança quanto a deslizamentos,que poderiam diretamente afetar as instalações dedescarga, estão cobertos no item 10.3.

CONDIÇÃO RELEVANTE: Qualquer barreira naturaldeve ser investigada do mesmo modo que a barragem,caso sua ruptura possa ameaçar a operação doreservatório e pôr em risco vidas humanas e/oupropriedades.

A margem do reservatório deve ser investigada paradeterminar se existe alguma barreira natural, tal comocélulas topográficas estreitas, que podem romper eameaçar a operação do reservatório.

13.3 Qualidade da água

CONDIÇÃO RELEVANTE: A qualidade da água doreservatório deve ser monitorada e medidas de proteçãodevem ser tomadas se a sua qualidade puder causar adeterioração da barragem ou de suas estruturasassociadas.

A severidade do ataque químico sobre os materiaisda barragem, tais como concreto e aço, pode variarconsideravelmente. Nos casos mais severos, o corpoprincipal do concreto da barragem pode ser atacado poragentes de lixiviação, os quais ocasionam a formação decaminhos de percolação, fluxos inaceitáveis de drenageme de pressões neutras, originando uma causa depreocupação de ordem estrutural.

Page 54: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

57

Cap

ítul

o 13

Os tipos de ataque em potencial incluem o seguinte:

l Águas purasl Sulfatosl Sulfitosl Cloretosl Ácidosl Desenvolvimento de plantas e algasl Ataque combinado (o efeito é, geralmente, mais severo

do que o proveniente de uma causa única)l Sais marinhos, em empreendimentos próximos ao mar

13.4 Sedimentação e assoreamento

CONDIÇÃO RELEVANTE: A ocorrência deassoreamento próximo à barragem e suas instalaçõesde descarga não pode ser permitida, pois pode afetaradversamente o controle e a descarga de cheias, aoperação ou um esvaziamento de emergência, ou aestabilidade da barragem.

Meios adequados deverão ser estabelecidos paraprevenir a excessiva sedimentação do reservatório devidoa incêndios florestais ou mudanças na utilização das terrasde montante, bem como rupturas dos taludes doreservatório ou padrões de erosão. As ações de transportede sólidos pela água do rio devem ser investigadas, assimcomo as fontes potenciais de sedimentos dentro da áreade drenagem a montante do reservatório.

Nos locais em que houver a entrada de quantidadessubstanciais de sedimentos no reservatório, as regras deoperação de cheias devem levar em conta a correspondenteredução do volume útil.

As comportas e saídas das descargas de fundodevem ser projetadas, e sua operação programada, demodo a minimizar a deposição de sedimentos e o arrastede fundo próximo à tomada d’água.

Medidas corretivas podem ser necessárias devido àabrasão no concreto e nas armaduras onde houver apassagem de sedimentos erosivos, pelas descargas, emgrandes concentrações.

13.5 Esvaziamento do reservatório

CONDIÇÃO RELEVANTE: A necessidade deesvaziamento do reservatório deve ser analisada casopossa desenvolver-se uma situação de perigo, quepoderia, de algum modo, conduzir à ruptura da barragem.

A capacidade para se esvaziar o reservatório de umabarragem é desejável, particularmente, para barragens nascategorias de conseqüência alta e muito alta. Oesvaziamento do reservatório permite que o carregamentohidrostático seja reduzido, facilitando a inspeção e osreparos de partes de montante da barragem, ou de umaestrutura associada.

Onde existir uma situação potencial de perigo, anecessidade de se prover o reservatório com umacapacidade de esvaziamento pode ser avaliada com baseno aumento da segurança resultante. Isto poderia incluir adeterminação do valor e da duração necessários dequalquer diminuição do nível do reservatório. Uma avaliaçãobaseada no risco poderia auxiliar nesta determinação.

A capacidade de vazão que permita o esvaziamentodo reservatório está coberta no item 10.3 do capítulo 10.Os procedimentos de operação para facilitar oesvaziamento do reservatório estão listados no subitem6.2.2 do capítulo 6.

13.6 Ecologia

CONDIÇÃO RELEVANTE: A barragem deve sermonitorada quanto à presença de animais, vegetação deporte e outros organismos, e ações de proteção dabarragem deverão ser tomadas, caso necessário.

Em geral, as árvores e a mata devem ser removidasdos maciços da barragem e esses podem ser gramados,especialmente para pequenas barragens, a fim de protegê-las contra os seguintes riscos em potencial:

l redução na seção transversal da barrageml redução da borda livrel erosão interna (piping) originada pelo apodrecimento

de raízes de árvores mortas, tocas escavadas porinsetos ou animais etc.

Page 55: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

58

Cap

ítul

o 13

Uma vegetação excessiva também pode interferir coma manutenção e na inspeção eficiente do maciço.Inspeções visuais dos maciços de terra devem ser feitasfreqüentemente para se detectar atividades de vida animal.

13.7 Regras ambientais para construção de barragens

CONDIÇÃO RELEVANTE: Os efeitos do meio ambientesobre a segurança das barragens podem ser agravadosse, por ocasião da construção dessas estruturas, medidasde controle ambiental não forem implementadas, comorecuperação de áreas de jazidas de empréstimo edesmatamento e limpeza da área de inundação.

13.7.1 Regras ambientais para construção de açudes

A maior parte dos impactos ambientais provenientesde obras de construção de barragens pode ser evitada pelaadoção de métodos e técnicas de engenharia adequados.O monitoramento ambiental dessas áreas deve considerar:a escolha do local para implantação do canteiro de obras,as condições de saúde e segurança dos operários, adestinação adequada de efluentes líquidos do canteiro, asáreas de empréstimo e bota-fora, as estradas de serviço,o controle de ruídos e a mobilização/desmobilização docanteiro de obras.

13.7.2 Plano de controle e recuperação das áreas dasjazidas de empréstimo

Esse plano deve conter os processos de desmate,decapeamento e escavação da área e as diretrizes para arecuperação das jazidas de empréstimo. As áreas deempréstimo, a serem exploradas para construção debarragem, constituem-se de jazidas de materiais terrosos,de areia e de rocha (pedreira). A pesquisa de jazidas demateriais para uso nas obras deverá ser efetuada,prioritariamente, no interior da bacia hidráulica. Arecuperação total das áreas de empréstimo será obrigatóriapara todas as jazidas localizadas fora da área de inundação.Assim, em cada caso, deverá ser avaliado se haverádiferença significativa de custos entre exploração das jazidasno interior da bacia hidráulica e fora da bacia – com seucorrespondente custo de recuperação –, devendo-se optar,

sempre que possível, pelas áreas no interior da área a serinundada. As atividades de extração deverão seracompanhadas de um plano de controle ambiental visandoà manutenção da qualidade ambiental da área e àcompensação e atenuação das adversidades geradas. Éimportante ainda considerar na concepção do plano decontrole ambiental para as jazidas de empréstimo que ascavas a serem formadas ficarão, em média, com 1,5m deprofundidade.

13.7.3 Plano de desmatamento e limpeza da área deinundação

Segundo a Lei Federal nº 3.824, de 23 de novembrode 1960, torna-se obrigatória a destoca econseqüentemente a limpeza das bacias hidráulicas dequalquer açude, represa ou lago artificial.

Uma das causas da eutrofização artificial dereservatórios é o afogamento da vegetação e outrosdepósitos de matéria orgânica e (fossas, lixo etc.)existentes na bacia hidráulica. Visando a proteger asestruturas associadas à barragem dos efeitos daeutrofização, torna-se necessário implementar um Plano deDesmatamento e Limpeza da Área de Inundação, queintegre as seguintes ações: diagnóstico florístico; seleçãoe coleta de material botânico; demarcação das áreas parao desmatamento; definição dos corredores de escape dafauna; definição dos métodos de desmatamento (parcial,integral, seletivo e tradicional); avaliação dos recursosflorestais aproveitáveis; proteção contra acidentes duranteo desmatamento e limpeza da bacia hidráulica; e remoçãoda infra-estrutura.

Page 56: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

59

14. REQUISITOS ADICIONAIS PARA BARRAGENS DEREJEITOS

CONDIÇÕES RELEVANTES:Barragens de rejeitos devem reunir todos os requisitosaplicáveis estabelecidos nos capítulos de 4 a 13 dessedocumento.Especial atenção deve ser dada à barragens quearmazenem rejeitos tóxicos, de forma a garantir asegurança ambiental.

Existem requisitos adicionais para barragens derejeitos, sendo que variam conforme o tipo e quantidadede materiais a serem armazenados. Os cuidados cominspeções e instrumentações específicas deverão serdiscutidos caso a caso, por especialistas nesse tipo debarragem.

15. INSPEÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA SEGURANÇADE BARRAGENS

15.1 Objetivo

O objetivo de uma avaliação de segurança édeterminar as condições relativas à Segurança Estruturale Operacional das Barragens, identificando os problemase recomendando tanto reparos corretivos, restriçõesoperacionais e/ou modificações, quanto as análises e osestudos para determinar as soluções dos problemas.

15.2 Avaliações de projeto, construção e desempenho

Os Projetos das Barragens e das EstruturasAssociadas devem ser revistos para avaliar o desempenhoatual das estruturas, comparando com o pretendido. Dadose registros da engenharia, originados durante o período daconstrução, devem ser revistos, a fim de determinar se asestruturas foram edificadas e projetadas ou se as revisõesnecessárias do projeto foram feitas em todas as situaçõesnormais ou imprevistas.

Uma vistoria do local e uma revisão dos registros deinstrumentação disponíveis também devem ser efetuadas,para determinar o desempenho atual das estruturas.

Áreas perigosas, acomodações inesperadas,percolações ou vazamentos anormais, mau funcionamen-to dos equipamentos mecânicos e elétricos, e todas asoutras observações relativas à segurança da barragemdevem ser identificadas e registradas. Os resultados dasobservações das instrumentações e das análises podemrevelar ou prever condições perigosas. O exame visual,durante a vistoria local, pode comprovar ou dissipar asapreensões resultantes de registros questionáveis dainstrumentação.

O projeto original e os dados do projeto devem servistoriados, para determinar se todas as condições decarregamento aplicáveis foram levadas em conta. Oscritérios de projeto devem ser revistos, para determinar sequaisquer novas condições no local tornaram necessáriasalterações nos critérios relativos a cargas, vazões etc.

Cap

ítul

o 14

Cap

ítul

o 15

Page 57: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

60

São indícios de desenvolvimento de condiçõesinseguras em potencial:

l Condições imprevistas nas fundaçõesl Presença de percolaçãol Aceitação excessiva de injeçãol Indicação de perigo ou acomodação do solo durante a

construção

15.3 Identificação e registros dos problemas e fragilidades

Os registros devem ser pesquisados e a barragemdeve ser vistoriada em razão de:

l Desempenho não estar de acordo com as previsõesdo projeto

l Evidência de defeitos na construção

l Aumento da percolação ou vazamentol Perigos geológicos aparentesl Mau funcionamento dos equipamentos mecânicos e

elétricos el Indícios progressivos de deterioração ou

enfraquecimento da estrutura e/ou fundação

15.4 Formulação e relatório das constatações

O Relatório de Vistoria documenta os resultados dasconstatações do Painel de Segurança e apresentaconclusões e recomendações.

15.5 Familiaridade com os modos e causas de falhas

Cap

ítul

o 15

Page 58: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

61

15.7 Arranjos para vistoria

l Alojamento e transportel Equipamentos para a vistorial Programa de vistorial Citar nível do reservatório

Cap

ítul

o 15

15.8 Elementos a serem vistoriados

A vistoria deve ser programada para uma ocasiãoem que os usuários da água serão menos incomodados,numa época do ano em que a maioria dos elementos estávisível e quando a maior parte do equipamento possaseroperada durante a vistoria. Os níveis desejáveis doreservatório, na ocasião da vistoria são:

l Quase no máximol Perto do normall Próximo do mínimo

O representante de campo será solicitado a fornecermentos associados e relativos ao nível e às descargas doreservatório, valores tanto presentes como os previstospara a ocasião da vistoria.

Deve-se estabelecer, logo que possível, asaparelhagens e os equipamentos que devem ser operadosdurante a visita e em que extensão. As operações propostasdevem ser discutidas com o representante de campo, quedeve determinar se alguma das operações requerautorização especial.

Deve-se estabelecer o tempo necessário para avistoria. A complexidade das estruturas, associada com osrelatórios de vistorias anteriores e discussões com orepresentante de campo, devem ser usadas como guia.Deve-se destinar tempo suficiente para permitir uma vistoriacompleta de todos os componentes, com ampla margempara visitar novamente o local, a fim de conferir itensomitidos e/ou encontrar-se com o pessoal doempreendimento para discutir as constatações da vistoria.

Os registros devem ser pesquisados e a barragemdeve ser vistoriada em razão de:

l O desempenho não estar de acordo com as previsõesdo projeto

l Evidência de defeitos na construçãol Aumento da percolação ou vazamentol Perigos geológicos aparentesl Mau funcionamento dos equipamentos mecânicos e

elétricos el Indícios progressivos de deterioração ou

enfraquecimento da estrutura e/ou fundação

15.6 Vistorias locais

A vistoria local de uma barragem e seus associadosé uma parte essencial da avaliação da segurança daestrutura. As características dos locais de implantação edos materiais influenciam o comportamento conseqüentedas barragens, das estruturas associadas e suasfundações, as quais têm uma relação direta com a operaçãosegura das estruturas. Os participantes das vistorias locaisdevem ser capazes de identificar perigos em potencialdevido a condições que tenham ocorrido progressivamenteao longo de vários anos e que os operadores locais possamnão ter reconhecido, ou que vistorias anteriores nãodetectaram. A vistoria e a avaliação do local devem serguiadas e determinadas por contínua atenção,reconhecimento e compreensão das causas primárias defalhas de barragens. A detecção de modificações, deindicações de mudanças iminentes e do desenvolvimentode fragilidades estruturais e hidráulicas são objetivosfundamentais das avaliações de segurança da barragem.Os participantes devem também averiguar se os elementosestão sendo operados e projetados.

Arranjos, programação e coordenação, antes davistoria, são necessários para uma condução eficiente esegura da vistoria e incluem o seguinte:

Page 59: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

62

As fragilidades ou deficiências podem seridentificadas pelas alterações no comportamento daestrutura das fundações, dos encontros ou das percolações.

Anotações devem ser organizadas, de modo a cobrircada problema em potencial ou defeito identificado durantea revisão dos registros e a vistoria, não deixando ficar nadana memória.

Deve ser identificado e registrado qualquercomportamento anormal, ainda que aparentementeinsignificante. O diagnóstico das condições atuais dobarramento e das demais instalações, bem como umaavaliação detalhada da operação atual da barragem,devem envolver, entre outros, os seguintes aspectos:

l Levantamento e análise dos manuais de operação emanutenção

l Avaliação dos procedimentos atuais de operação,incluindo pessoal, equipamentos, recursos de apoio etc.

l Diagnósticos das estações de monitoramento e dascondições operacionais

l Avaliação da implementação do sistema paramonitoramento hidrológico da barragem

l Cadastramento e avaliação das instalaçõesadministrativas e operacionais existentes na barragem

l Inspeção e avaliação das estruturas do barramento,diques auxiliares e obras complementares da barragem

l Inspeção e avaliação das obras e instalações decaptações

l Reconhecimento e diagnóstico das condições do usoe da ocupação das terras até a cota de inundação doreservatório

l Reconhecimento e diagnóstico das condições da faixade segurança e da Área de Preservação Permanentedo reservatório

l Avaliação e acompanhamento das atividades demonitoramento da qualidade das águas desenvolvidas

l Estação de Piscicultural Horto florestall Outras instalações do complexo.

As visitas deverão ser acompanhadas por técnicosdo proprietário. Para cada uma das estruturas deverá serpreenchida uma Ficha de Inspeção detalhada. O modelodas Fichas de Inspeção deverá seguir o padrão sugerido.

Esta etapa deverá, também, ser documentadafotograficamente, para a ilustração dos aspectos maisrelevantes.

A seguir são apresentados, a título de referência, osprincipais aspectos:

l Barragens e diques auxiliares-deslocamentos (visadas),rachaduras, sumidouros, nascentes, pontos molhados,erosão superficial, vegetação

l Instrumentaçãol Barragens de Concretol Fissurasl Aberturas de juntasl Deslocamentos relativosl Encontros e fundação – lençol freáticol Reservatório – a bacia do reservatório, embora

usualmente não afete diretamente a estabilidade dabarragem, deve ser vistoriada quanto às característicasque possam comprometer a operação segura dabarragem e do reservatório

l Deslizamentos de terra, próximas à barragem e noreservatório

l Estruturas associadas – todas as estruturas associadasl Canais de tomada e restituição – estabilidade dos

taludes, dos fusíveisl Estruturas de concretol Equipamento mecânico-hidráulico – verificação

sistemátical Equipamentos de indicação de níveisl Energia auxiliar el Estradas de acesso

15.9 Relatório de vistoria

Objetivo: Fornecer a documentação das atividades,constatações, conclusões e recomendações resultantes deuma vistoria de segurança da barragem. Emissão dentrode 30 dias corridos após a conclusão da vistoria.

Cap

ítul

o 15

Page 60: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

63

Conteúdo: Data e cota do nível máximo histórico doreservatório e a descarga máxima histórica do vertedouro.Termos usuais:

l Satisfatório: Não são reconhecidas deficiênciasexistentes ou potenciais de segurança. É esperadodesempenho seguro sob todas as condições decarregamento previstas e eventuais.

l Aceitável : Não são reconhecidas deficiênciasexistentes para as condições normais de carregamento.

l Qualidade condicionalmente inferior: Umadeficiência potencial de segurança da barragem éreconhecida para condições de carregamentoanormais.

l Qualidade inferior: Uma deficiência potencial desegurança da barragem é claramente reconhecida paraas condições normais de carregamento.

l Insatisfatório : Uma deficiência de segurança dabarragem existe para condições normais.

Conclusões e recomendações: Parte mais importante dorelatório.

15.10 Análise técnica

l Avaliação da Hidrologia (rever os dados hidrológicos,critérios de cheias, precipitações, amortecimento decheias, critérios de armazenamento, condições dosvertedouros e descarregadores de fundo)

l Avaliação Sísmica – reverl Avaliação Hidráulical Avaliação da Geologia (rever mapeamentos

geológicos, plantas e seções transversais, condiçõeslitológicas, dados geofísicos, níveis d’água, petrografia,geologia regional)

l Avaliação dos Problemas Geotécnicos e Estruturaisl Avaliação das Conseqüências das Falhas el Avaliação dos Materiais empregados na construção e

ensaios realizados

Cap

ítul

o 15

Page 61: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

64

16. SUGESTÃO DE LISTAGEM DE VERIFICAÇÕES PARAUMA AVALIAÇÃO

16.1 Generalidades

Quaisquer ocorrências registradas ou observadas,incidentes ou mudanças relativas a barragens e associadosdevem ser vistoriados por suas características, situação eidade. Muitos dos problemas são genéricos ou de naturezauniversal, independendo do tipo de estrutura, ou da classeda fundação.

Rever planos e especificações, desenhos deconstrução e como-construído, e relatórios de projeto parafamiliarização geral e compreensão das intenções.

Rever o projeto básico, inclusive planta de arranjo geralda barragem, seções transversais e de zoneamento,tratamento especificado para a fundação, e injeção.Observar quaisquer aspectos anormais ou omissões.

Rever os resumos de exploração, geologia e dadosde sismicidade da barragem e do reservatório, e avaliar.Notar efeitos adversos potenciais de característicasgeológicas conhecidas e aspectos que requeiram revisãomais pormenorizada. Avaliar características geológicascríticas, quando relacionadas com a segurança dabarragem. Avaliar a adequação geral dos programas deexploração. Avaliar o potencial de liquefação dos solos dafundação.

Rever os procedimentos de ensaios de laboratório eos resultados.

Rever as propriedades do projeto dos materiais dafundação e da barragem de terra e/ou de enrocamentosadotadas, e comparar com os resultados de exploração,de campo e de ensaios de laboratório, quanto à adequação.Avaliar a compatibilidade da barragem com a fundação.

Rever o resumo das análises de estabilidade,incluindo as condições operacionais e de carregamentoanalisadas. Notar quaisquer deficiências aparentes e/ouresultados anormais que apareçam.

Rever os desenhos e dados como-construído,incluindo a configuração da fundação, sumários de injeção,provisões para drenagem, mudanças na construção, tipo eprofundidade da trincheira de vedação (cutoff),descontinuidade da fundação, tratamento especial dafundação etc., e avaliar seus efeitos potenciais nodesempenho.

Rever reclamações de condições alteradas,memorandos de ação corretiva e ordens de alteração deconstrução. Avaliar sua relação com a segurança edesempenho da barragem e associados.

Rever as fotografias da construção.

Rever resumos dos resultados dos ensaios docontrole da construção. Compará-los com os resultados dafase de exploração para projeto, com os resultados deensaios e com as hipóteses de projeto.

Comparar os resumos das propriedades dosmateriais e da fundação, determinados durante aconstrução, com os critérios gerais usados para o projeto.Avaliar a adequação dos critérios e provisões dasespecificações, do ponto de vista da segurança, comrespeito a itens específicos, tais como:

l controle da percolaçãol capacidade e potencial de entupimento dos drenos da

fundação e do interiorl potencial de erosão interna (piping) etc.

Avaliar os critérios de projeto e métodos de análisese suas relações com o presente estado-da-arte.

Avaliar se as especificações de construção,procedimentos e materiais estão compatíveis com ashipóteses gerais de projeto e condições conhecidas dolocal.

Rever as instalações de instrumentação e avaliar aadequação da instrumentação para monitoração doprovável desempenho operacional em geral ou,especificamente, os padrões comportamentaisidentificados.

Cap

ítul

o 16

Page 62: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

65

Rever os registros da instrumentação e avaliar osignificado dos resultados.

Conduzir vistoria pormenorizada do local evizinhanças. Notar e registrar quaisquer condiçõesanormais ou suspeitas, tais como: nascentes, surgências,áreas reviradas etc. Observar núcleos de furosselecionados, se disponíveis.

Avaliar implicações dos resultados das revisões comrespeito a possível falha catastrófica da barragem.

Identificar todos os documentos revistos. Listar, comoreferências, no relatório em preparo.

As superfícies externas de uma barragem de terra e/ou de enrocamentos podem fornecer indicações docomportamento do interior da estrutura. Por este motivo,uma vistoria completa de todas as superfícies expostas dabarragem deve ser feita. Devem também ser feitas vistoriasde campo, quando o reservatório estiver cheio e a barragemde terra e/ou de enrocamentos estiver igualmente sujeitaàs suas cargas máximas.

A barragem deve ser cuidadosamente vistoriada, embusca de quaisquer evidências de deslocamento,rachaduras, sumidouros, nascentes, pontos molhados,erosão superficial, buracos de animais, vegetação etc.

Uma visada ao longo do alinhamento das estradasda barragem de terra e/ou de enrocamentos, parapeitos,linhas de transmissão ou distribuição, cercas de proteção,canalizações longitudinais ou outros alinhamentos paralelosou concêntricos à barragem pode revelar a existência dedeslocamento superficial. A crista deve ser vistoriada parase encontrar depressões que possam diminuir a borda livre.Os taludes de montante e de jusante e as áreas a jusanteda barragem de terra e/ou de enrocamentos devem servistoriados, à procura de qualquer sinal de protuberânciaou outro desvio de planos lisos e uniformes. Quaisquermovimentos suspeitos, identificados por estes métodos,devem ser verificados por levantamentos topográficos.

As rachaduras na superfície de uma barragem de terrae/ou de enrocamentos podem ser indicadoras de muitascondições potencialmente inseguras. Elas podem sercausadas por dessecação e retração dos materiaispróximos à superfície da barragem; entretanto, aprofundidade e a orientação das rachaduras devem serdefinidas para melhor se entender suas causas. Aberturasou escarpas na crista da barragem de terra e/ou deenrocamentos ou nos taludes podem identificardeslizamentos. Uma vistoria rigorosa dessas áreas deveser feita, para delinear a posição e extensão da massadeslizada. Rachaduras superficiais, próximas das zonas decontato dos encontros da barragem, podem ser umaindicação de recalque da mesma e, se forem bastanteseveras, podem desenvolver-se em um caminho devazamento ao longo destas zonas de contato.

A face de jusante e o pé da barragem e áreas ajusante da barragem de terra e/ou de enrocamentos devemser vistoriados em busca de pontos úmidos, bolhas,depressões, sumidouros ou nascentes que possam indicarpercolação excessiva através da barragem. Outrosindicadores de percolação são pontos moles, crescimentosanormais de vegetação e, nos climas frios, acúmulo de geloem áreas onde ocorre rápida fusão da neve. A água depercolação deve ser vistoriada para constatar quaisquersólidos em suspensão e, se houver suspeita de dissolução,amostras da água de percolação e da do reservatóriodevem ser colhidas para análises químicas. A água depercolação deve ser analisada quanto ao sabor e àtemperatura, para ajudar a identificar sua origem. Se foremlocalizadas áreas saturadas, elas devem ser estudadas paradeterminar se o(s) ponto(s) úmido(s) é (são) resultante(s)de umidade superficial, percolação na barragem ou outrasorigens. Áreas molhadas, nascentes e bolhas devem sercorretamente localizadas e mapeadas, para comparaçãocom vistorias futuras. A percolação deve ser medida econtrolada em base periódica, para assegurar que umatendência adversa não se desenvolva e leve a umacondição insegura.

Os sistemas de drenagem devem ser vistoriadosquanto a depósitos químicos, desenvolvimento de bactérias,deterioração, corrosão ou outras obstruções que possamentupir os drenos.

Cap

ítul

o 16

Page 63: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

66

Em acréscimo à verificação do desempenho previstoda barragem e da fundação, a instrumentação também podealertar para o desenvolvimento de condições inseguras edeve ser vistoriada para seu desempenho apropriado. Ospontos de medição superficial e as instalações internas demovimentos devem ser vistoriados quanto a possíveisdanos causados por vandalismo, atividade de máquinas,erosão, ou levantamentos por geadas. A proteção e oscomponentes estruturais do poço terminal do piezômetro,a erosão interna (piping) e os manômetros devem servistoriados, para assegurar que o sistema está sendomantido, de tal maneira que possam ser obtidas leiturasconfiáveis e sem interrupção. Danos resultantes devandalismo ou atividade de máquinas, reenchimentoimpróprio ou falta de tampas ou envoltórios protetorespodem afetar o desempenho do tubo piezométrico. Erosõesinternas (pipes) ou vertedouros de medição usados paramedir a percolação devem ser vistoriados quanto aobstruções, corrosão, deterioração e erosão. Emacréscimo à anotação de deficiências na instrumentaçãoexistente, devem ser identificadas as áreas ondeinstrumentação adicional é necessária.

Complementando a vistoria da barragem com oreservatório cheio, a face de montante da barragem e aárea do reservatório devem ser vistoriadas durante osperíodos de nível baixo, quando as condições permitirem.Todas as faces de montante da barragem devem servistoriadas quanto à evidência de deslizamentos,sumidouros ou deterioração dos taludes de proteção. Seos níveis de armazenamento não permitirem a vistoria,podem ser necessárias vistorias subaquáticas.

Todas as superfícies da barragem devem servistoriadas quanto a sinais de erosão excessiva. Causasde erosão, tais como: proteção de talude inadequada,excesso de chuvas, escoamento superficial concentrado,ou a presença de siltes ou de argilas dispersivas altamenteerodíveis devem ser identificadas. As áreas adjacentes atodas as estruturas incorporadas na barragem devem servistoriadas quanto à erosão que possa resultar em erosãointerna (piping) através da barragem.

As superfícies da barragem de terra e/ou deenrocamentos devem ser vistoriadas quanto a buracos deanimais e vegetação. Qualquer vegetação que tenhasistema extenso de raízes ou que impeça uma visão clarada barragem ou das áreas de encontro deve ser removida.A vegetação nova e tipos de vegetação que requeiramgrande quantidade de umidade são motivo de suspeita,porque podem indicar pontos úmidos na barragem. Umadiferença de cor notada dentro de uma área de um mesmotipo de vegetação é uma boa indicação desses pontos.Fotografias infravermelhas podem detectar pontos úmidosem uma barragem.

As áreas críticas dos encontros e fundações sãousualmente cobertas e não-disponíveis para uma vistoriadireta. Por este motivo, importância especial deve sercolocada na revisão dos registros e documentos durante apreparação para a inspeção no local.

As características originais dos materiais da fundaçãoe dos encontros, assim como quaisquer mudanças quepossam ter sido reveladas durante a construção e aoperação, devem ser avaliadas durante a revisão dosdados de instrumentação, lençol freático e percolaçõesanteriores à vistoria do local.

A vistoria das partes a montante dos encontros e dafundação não é normalmente possível, por estar cheio oreservatório. Assim, a vistoria física é tipicamente limitadaaos encontros, quinas e ao pé a jusante da barragem. Ostúneis de injeção e de drenagem, estão disponíveis para avistoria. Porções das áreas de fundação de estruturasassociadas podem estar expostas para vistoria.Características de desgaste pelo tempo de materiais típicosdas fundações e encontros podem ser determinadas, apartir de cortes de estradas próximas ou outrasescavações. Os efeitos da saturação do material defundação são às vezes visíveis, quando expostos na zonade variação de nível do reservatório.

Indicações de percolação prejudiciais podem sercompletamente óbvias ou muito sutis. Mudanças na vazãomedida por drenos monitorados são imediatamentesuspeitas, se ela aumenta ou diminui. Outras indicações

Cap

ítul

o 16

Page 64: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

67

de mudanças podem ser o aumento da freqüência deoperação da bomba de esgotamento e o desenvolvimentode vegetação nova ou exuberante. Gráficos dos níveis deágua nos poços de observação e piezômetros devem sercuidadosamente verificados e comparados com o nível doreservatório e a precipitação local.

Quando a possibilidade de dissolução existe,amostras da água do reservatório e da percolação devemser coletadas, para análise da sua qualidade, se tais dadosnão estiverem disponíveis. Tais análises podem identificaro material solúvel. Se a taxa de percolação puder serdeterminada, a taxa de dissolução pode ser estimada.

16.2 Situação geral das estruturas de concreto

As estruturas de concreto da barragem, dosvertedouros, obras de restituição e subestações, todasdesempenham funções hidráulicas e estruturaissemelhantes; as técnicas e objetivos da vistoria são,portanto, semelhantes. As estruturas devem estar livres detodas as instalações não-autorizadas, tais como pranchões,que reduzem a capacidade de descarga através dasestruturas. As superfícies de concreto devem ser vistoriadasquanto à deterioração causada por desgaste pelo tempo,tensões não-usuais ou extremas, reação química alcalinaou outra, erosão, cavitação, vandalismo etc.

As estruturas (especialmente estruturas em torre, taiscomo: tomadas de vertedouros de queda, tomadas de obrasde restituição e poços de acesso a céu aberto) devem servistoriadas quanto à evidência de recalque diferencial. Oalinhamento das estruturas das paredes dos canais deveser vistoriado, tendo em vista que uma parede em balançose deslocará mais para dentro do canal do que um painelde parede adjacente que tenha o suporte adicional decontrafortes ou algum outro tipo de reforço. As superfíciesdos painéis de parede e piso, adjacentes às juntas decontração transversais e a jusante delas, devem estarniveladas ou apenas levemente afastadas da linha deescoamento da superfície do painel de montante, paraevitar possível destruição do painel de jusante durantevazões de alta velocidade.

Todas as juntas de contração devem estar livres devegetação. As aberturas de arejamento devem estar livresde detritos e escombros. Os túneis e condutos devem servistoriados quanto a rachaduras de tensão, saliências,deslocamentos do alinhamento e vazamento excessivo.Todas as passagens de água e de ar devem estardesobstruídas. Áreas suscetíveis de coletar escombrosdevem ser anotadas.

Todos os aterros adjacentes à estrutura devem servistoriados quanto a afundamento ou um acréscimo deprofundidade causado por movimento do solo. Os contatosentre o aterro e a estrutura devem ser vistoriados quanto àevidência de erosão interna (piping). Todos os taludes decorte ou aterros adjacentes à estrutura devem servistoriados quanto a condições instáveis.

As pontes e plataformas de guindastes, assim comoseus componentes de suporte, devem ser vistoriadosquanto ao seu estado e ao funcionamento adequado. Todasas guias de grades, comportas ou outros elementosmecânicos devem estar em bom estado.

Todos os drenos devem estar abertos e mostrarevidência de funcionamento adequado. A drenagem e apercolação devem ser dirigidas para longe de todas asobras metálicas, tais como: eletrodutos, tubos e ferragens.Drenos de ar dos respiradouros das bacias amortecedorasdevem ser vistoriados, para determinar se as telas estãono lugar e os suspiros abertos. Os lineamentos de manchasnas paredes das estruturas para várias descargas devemser avaliados, para uma indicação das características davazão através da estrutura.

Rever os planos e especificações, desenhos deconstrução e como-construído, e relatórios de projeto parafamiliarização geral e compreensão das intenções.

Rever os projetos básicos, inclusive planta de arranjogeral, da barragem, seções transversais, tratamentoespecificado para a fundação, e injeção. Notar qualqueraspecto anormal ou omissões.

Rever características geológicas básicas e aspectosque requeiram revisão mais pormenorizada. Reverprocedimentos e resultados de ensaios de laboratório.

Cap

ítul

o 16

Page 65: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

68

Rever as propriedades de projeto dos materiaisadotados para fundação e concreto, e comparar com osresultados de ensaios de laboratório, de exploração e decampo quanto à conformidade. Avaliar a compatibilidadeda barragem e conformidade da fundação.

Rever o resumo dos resultados de análises detensões ou análises de estabilidade, incluindocarregamento e condições operacionais analisadas.Anotar quaisquer deficiências aparentes e/ou resultadosanormais que surjam.

Rever desenhos e dados como-construído, inclusiveconfiguração da fundação, resumos de injeção da fundaçãoe das juntas, provisões para drenagem, mudanças naconstrução etc., e avaliar seus efeitos potenciais nodesempenho.

Rever reclamações de condições alteradas,memorandos de ação corretiva e ordens de mudança daconstrução. Avaliar a relação com segurança e desempenhoda barragem e associados.

Rever fotografias da construção.

Rever resumo dos resultados dos ensaios de controleda construção e registro de resultados de ensaios.Compará-los com a exploração da fase de projeto eresultados de ensaios com as hipóteses de projeto.

Comparar o resumo das propriedades dos materiaise fundação, determinados durante a construção, com oscritérios gerais usados no projeto. Avaliar a adequação doscritérios do ponto de vista da segurança.

Avaliar os critérios de projeto e métodos de análises,e sua relação com o presente estado-da-arte.

Identificar todos os documentos revisados. Listar,como referências, no relatório em preparo.

A proteção de canais adjacentes às estruturas dedissipação de energia deve ser vistoriada, para determinarse o seu desempenho corresponde ao que foi projetado.

Atenção especial deve ser dada à possibilidade de que omaterial possa ser atirado para fora do canal ou de voltapara dentro da estrutura durante a operação.

Todas as estruturas associadas que afetem aoperação segura da barragem devem ser vistoriadas. Asestruturas incluem o vertedouro, obras de restituição,subestação e canais de restituição.

Praticamente qualquer estrutura hidráulica é servidapor canais de tomada e restituição, compostos de taludescortados ou aterrados de solo ou rocha. A maioria dosvertedouros de solo ou capeados com rocha têm umaseção de controle de concreto ou de rocha para reduzir opotencial de percolação ou de erosão. Os canais detomada e das obras de restituição estão normalmentesubmersos e podem requerer investigação subaquáticaespecial.

Os canais devem ter taludes estáveis e serem livresde poças, deslizamentos e escombros. Os canais e taludesdevem estar livres de todas as formas de crescimento devegetação que obstruam a vazão. Os canais devem servistoriados quanto à evidência de sumidouros, bolhas ouerosão interna (piping). Os canais devem apresentar umespaço satisfatório em torno das tomadas d’água eestruturas terminais, de modo que as estruturas possamoperar hidraulicamente como projetado. Os canais devemser vistoriados quanto à evidência de correntes circulatóriasdestrutivas. Os canais de saída devem ser verificadosquanto à excessiva degradação que possa, adversamente,afetar as características hidráulicas da estrutura terminal.

O canal de aproximação, especialmente para overtedouro, deve ter algum tipo de linha de segurança feitade troncos ou flutuadores, para conservar pessoas eescombros flutuantes afastados da estrutura de tomada. Alinha de segurança deve estar apropriadamente ancoradae mostrando muito pouca evidência de encharcamento dosflutuadores ou desgaste do cabo ou correntes e esticadores,e deve ter folga adequada para operação apropriadadurante níveis altos e baixos do reservatório. Esteselementos devem ser observados quanto ao manuseio e àacumulação de quaisquer detritos ou escombros.

Cap

ítul

o 16

Page 66: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

69

A existência de proteções, de troncos, contra-flutuantes deve ser verificada tomando atenção quanto a:

- Submergência- Carreamento acumulado e não-limpo- Desamarração- Perda de ancoragem e- Folga inadequada para níveis baixos do

reservatório

A estrutura de controle hidráulico deve ser verificadatomando atenção quanto a:

- Estabilidade- Valor nominal da capacidade de retenção- Erosão no pé, instalações não-autorizadas na

crista, aumento do nível de armazenamento edecréscimo da capacidade de vertimento

- Pilares das comportas- Sistemas de controle de lixo- Lâmina e ressaltos de aeração e- Ajustes iniciais dos sifões

O sistema de controle do nível de montante(comportas, pranchões, tampões fusíveis e barragensprovisórias) devem ser verificados tomando atençãoquanto a:

- Posição não-autorizada- Arestas- Deslocamentos do munhão da comporta- Perda da protensão da ancoragem da comporta- Cargas excêntricas indesejáveis de posições

variáveis de comportas adjacentes- Emperramento da vedação da comporta- Vazamento da vedação por erosão- Falha do sistema de lubrificação e- Disponibilidade de recursos de tamponamento

para esvaziamento e de guindastes e vigaspescadoras

Rever e avaliar os seguintes pontos relevantes paraa segurança da barragem:

l dados geológicos com respeito à fundação dovertedouro e compatibilidade com o projeto estrutural;

l critérios de projeto em comparação com as normasgeralmente aceitas. A avaliação incluir revisão dasvárias combinações de carregamento para as quais oscomponentes do vertedouro poderiam estar sujeitos,tais como: cargas do solo, cargas hidrostáticas, forçasde subpressão, forças dinâmicas da água; e

l projeto das trincheiras de vedação (cutoff) depercolação, e provisões de drenagem por trás dasparedes do vertedouro e por baixo das lâminas de piso,elementos de dissipação de energia.

Rever e avaliar os seguintes itens relevantes para asegurança da barragem:

l Critérios de projeto com respeito aos requisitoshidráulicos e estruturais

l Critérios operacionais inclusive capacidade dasrestituições para reduzir ou esvaziar completamente oarmazenamento do reservatório, em caso deemergência

l Os estudos para definir a altura ótima do vertedourol Verificação da adequação do sangradouro aos níveis

das cheias hidrológicas milenar e decamilenarl Estado geral das estruturas, incluindo muro de

contenção, paredes do vertedouro, estabilidade dasfundações e erosões

l Verificação do nivelamento do vertedouro eidentificação de possíveis recalques

l Estado geral dos equipamentos hidromecânicos dascomportas

l Estado da drenagem dos encontros dos muros decontenção com o maciço da barragem e com asombreiras

l Estado dos canais e bacia de dissipação

Os poços, canalizações, galerias e túneis devem serverificados quanto a:

l Vulnerabilidade à obstruçãol Evidência de jatos de excessiva sobrepressão externa,

seções transversais torcidas, rachaduras,deslocamentos e juntas circunferenciais

Cap

ítul

o 16

Page 67: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

70

l Capacidade de serviço dos revestimentos (concreto eaço), deterioração de materiais, cavitação e erosão

l Queda de rochasl Vazamento severo em tomo de rolhas de túneis el Sistemas de suporte para canalizações de pressão, em

túneis de pessoal

O equipamento mecânico, hidráulico e elétricoassociado deve ser operado ao longo de toda a faixa deoperação, sob as condições reais de operação, paradeterminar se o equipamento se comportasatisfatoriamente. O equipamento deve ser verificadoquanto à lubrificação adequada e operação suave, sememperramento, vibração, ruídos não-usuais esobreaquecimento. A adequação e confiabilidade dosuprimento de energia podem ser também verificadasdurante a operação do equipamento. Fontes auxiliares deenergia e sistemas de controle remoto devem serverificados quanto à operação adequada e confiável. Todasas partes acessíveis do equipamento devem ser vistoriadasquanto a partes danificadas, deterioradas, corroídas,cavitadas, soltas, gastas ou partidas.

Cabos devem ser vistoriados quanto à lubrificaçãoadequada. Cabos e fios deformados, quebrados ouenferrujados devem ser anotados. Conexões de cabos deaço ou correntes nas comportas devem ser vistoriadasquanto a partes gastas ou partidas. Vedações de borrachaou neoprene das comportas devem ser vistoriadas quantoà deterioração, rachaduras, desgaste e vazamento.

Guinchos hidráulicos e controles devem serverificados quanto a vazamentos de óleo. Pistões deguinchos ou hastes indicadoras devem ser vistoriadosquanto à contaminação e quanto a áreas ásperas quepossam danificar o embuchamento. As hastes dascomportas e engates devem ser vistoriadas quanto àcorrosão, partes quebradas ou gastas e condição dorevestimento protetor. Dutos, painéis da comporta, mancaismetálicos e vedações de comportas e válvulas devem servistoriados quanto a danos devido à cavitação, desgaste,desalinhamento, corrosão e vazamento. Bombas paraesgotamento devem ser vistoriadas e operadas paraverificar se o desempenho é confiável e satisfatório.Aeradores para comportas e válvulas devem ser verificadospara confirmar que estão abertos e protegidos.

A operação de plataformas de guindastes e guinchosdeve ser verificada quanto a:

l Cadeias e cabos de levantamento quebrados oudesligados

l Exposição de equipamento eletromecânicodesprotegido ao tempo, sabotagem e vandalismo e

l Membros e conexões estruturais

A confiabilidade em serviço dos elementoseletromecânicos da restituição, de vertedouro, de bombade poços deve ser verificada quanto a:

l Cadeias ou cabos de levantamento quebrados oudesligados

l Ensaio de operação, incluindo fontes auxiliares deenergia

l Confiabilidade e ligações de serviço das fontesprimárias de energia

l Verificação do conhecimento dos operadores ecapacidade para operar

l Facilidade e certeza de acesso às estações de controlel Funcionamento dos sistemas de lubrificaçãol Controle de ventilação e temperatura dos ambientes

úmidos e corrosivos de equipamento eletromecânico

As instruções de operação devem estar afixadaspróximas aos equipamentos associados e verificadasquanto à clareza. Cada dispositivo operacional deve estarmarcado, clara e permanentemente, para fácil identificação.Todos os controles de equipamentos devem ser verificadosquanto à segurança adequada, de tal forma que pessoasnão-autorizadas não possam operar ou manusearindevidamente o equipamento.

O equipamento (de controle) de nível do reservatóriodeve ser verificado quanto à operação adequada. Ossistemas de prevenção contra incêndio devem seroperados para verificar se todos os esguichos estãofuncionando. O equipamento mecânico e elétricoassociado deve ser vistoriado quanto à adequação daproteção ao tempo, e quanto a danos resultantes deproteção inadequada. Sistemas de ventilação eaquecimento devem ser operados e verificados quanto àcapacidade adequada para controlar ambientes úmidos,para os equipamentos elétricos e mecânicos.

Cap

ítul

o 16

Page 68: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

71

Escadas de acesso, caminhos e corrimãos devemser vistoriados quanto a partes deterioradas ou quebradas,ou oxidadas, ou outras condições inseguras.Comportas-ensecadeiras (stop-logs), comportas-estanques e guias ou vigas pescadoras devem servistoriadas para determinar se estão disponíveis e em boascondições. A disponibilidade de equipamento paramovimentar, suspender e colocar comportas-ensecadeiras,comportas estanques e grades deve também ser verificada.

Durante e depois da vistoria local, devem ser mantidasdiscussões com o operador ou encarregado da barragempara determinar se há quaisquer condições operacionaisinusitadas ou problemas com o equipamento. Asdiscussões e a operação do equipamento devem serusadas para verificar se o operador conhece o equipamentoe está qualificado para operá-lo. Procedimentos demanutenção e de uso devem também ser discutidos paradeterminar se eles estão adequados e de acordo com osdocumentos que os requerem e os especificam.

A acessibilidade dos controles para operação decomportas críticas, durante uma emergência e sobcondições adversas de tempo, deve ser discutida. Apossível necessidade de controles remotos deve serconsiderada. Se as condições não permitirem a vistoriade uma restituição ou a operação de comportas ou válvulas,ela deve ser programada para uma data posterior com osrepresentantes do empreendimento.

O suprimento adequado de energia auxiliar deve serprovido, durante os períodos em que a fonte normal deenergia não estiver disponível, para a operação deemergência das comportas e de outros equipamentosnecessários. O suprimento de combustível deve sersuficiente para operar a unidade de energia auxiliar, durantea ausência máxima prevista do suprimento de energianormal.

Durante as vistorias a fonte auxiliar de energia deveser usada para operar comportas e outros equipamentos,a fim de determinar se o sistema está operacional eadequado. Proteção contra incêndio, escoamentoadequado dos gases de escapamento e proteção contravandalismo devem ser vistoriados. Instruções de operação,

descrevendo, de modo claro, os procedimentos requeridospara colocar, manualmente, em operação o suprimentoauxiliar de energia, devem estar afixadas. Sistemasautomáticos devem ser verificados quanto à operaçãoadequada. Estes sistemas normalmente não requereminstruções de operação. Todas as chaves e válvulas devemser descritas nas instruções e claramente identificadas. Afreqüência dos exercícios, os procedimentos demanutenção e os problemas operacionais devem serdiscutidos com o operador.

16.3 Situação geral do reservatório e acessos

A bacia do reservatório, embora usualmente nãoafete, de maneira direta, a estabilidade da barragem, deveser vistoriada quanto às características que possamcomprometer a operação segura da barragem e doreservatório.

A região em torno do reservatório deve ser vistoriadaquanto à indicação de problemas que possam afetar asegurança da barragem ou do reservatório. Asconformações do terreno e estruturas geológicas regionaisdevem ser avaliadas. Devem ser vistoriadas áreas deextração de minerais, carvão, gás, óleo e água do subsolo.A região deve ser verificada quanto a indicações desedimentação, tais como: sumidouros, trincheiras e recalquede estradas e estruturas. A reação de outras estruturas namesma formação pode fornecer informação acerca dopossível comportamento da barragem e associados.

Sempre que uma vistoria é feita, o nível do reservatóriodeve ser registrado. Quaisquer níveis altos ou baixos, dignosde nota, recentes, e qualquer invasão na bacia de cheiadevem ser registrados.

Se as condições permitirem, a bacia do reservatóriodeve ser vistoriada nas ocasiões em que ela tiver nível baixo.Se isto não for possível, então vistorias subaquáticas doslocais suspeitos ou selecionados podem ser necessárias.

As superfícies da bacia do reservatório devem servistoriadas quanto a depressões, sumidouros, ou erosãodas superfícies naturais ou revestimentos do reservatório.

Cap

ítul

o 16

Page 69: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

72

A bacia do reservatório deve também ser vistoriada quantoà excessiva sedimentação que possa afetar adversamenteo carregamento da barragem ou obstruir os canais deentrada para o vertedouro ou obras de restituição.

Deslizamentos, como entendidos aqui, incluem todasas formas de movimento de massa que possam afetar abarragem, associados, reservatório ou vias de acesso.Incluem áreas de deslizamentos ativas, inativas e potenciaisque podem variar, desde pequenos rolamentos sobre otalude até movimentos de grande volume.

Áreas de deslizamentos podem muitas vezes seridentificadas e, possivelmente, delineadas por numerosossinais de perigo ou movimento, os quais incluem escarpas,árvores inclinadas, áreas de vegetação morta ou morrendo,rachaduras de tensão, distorções das encostas das colinas,desalinhamento de elementos retos, invasão da vegetaçãomarginal para dentro do reservatório e nascentes. Adocumentação das condições existentes utilizandofotografias é firmemente recomendada. Se for justificado,poderá ser requerido um levantamento da estabilidade dotalude e do histórico do mesmo.

Deslizamentos de terra entrando num reservatóriocausam, na ocasião, uma onda superficial capaz de galgara barragem, danificando seus associados, ou causandoerosão excessiva em pontos críticos ao longo da borda doreservatório. Características de interesse, de deslizamentosde terra, incluem: tamanho; orientação relativa àconfiguração do reservatório; distância da barragem,associados, diques ou seções críticas da borda; velocidadeda falha; tipo de material; e mecanismo da falha.

As causas ou mecanismos que os desencadeiampodem incluir terremotos, depressão do reservatório, níveisdesusadamente altos do reservatório, erosão por ação deondas ou saturação proveniente de excessiva precipitação.O progresso em torno do reservatório pode resultar emmudanças do equilíbrio natural por alteração dos taludes,mudanças no padrão de drenagens e mudanças no níveldo lençol freático. Os sinais de progresso podem incluirestradas de acesso, terraplanagem para áreas de lazer,desmatamento, pilhas de lixo, campos de secagem e obrasde drenagem.

O tempo disponível durante uma vistoria típica desegurança de barragens é insuficiente para um exame emprofundidade de cada área de deslizamento existente oupotencial do reservatório. Portanto, é necessária umarevisão para determinar as áreas que devem servistoriadas. A identificação de condições suspeitas deveinduzir a uma recomendação da equipe para um estudoem profundidade a ser feito.

Escavações para a barragem, associados e estradasde acesso perturbam os taludes naturais e a drenagemestabelecida por tempos geológicos e, na maioria doscasos, resultam numa condição menos estável. A presençade um reservatório invariavelmente muda o regime do lençolfreático, o qual, por sua vez, afeta a estabilidade do talude.Enquanto o pessoal de operação está normalmente maisfamiliarizado com as condições na vizinhança da barragemao longo das estradas de acesso comumente usadas, opessoal pouco familiarizado com a área pode facilmentenão notar ou compreender um sintoma de instabilidade dotalude que se tenha desenvolvido lentamente. Pequenosrolamentos sobre o talude podem obstruir uma vala dedrenagem, dando lugar a empoçamento da enxurrada eeventual saturação dos taludes. Pilares de amarração etelas de arame impropriamente confinados podemdesprender-se, resultando em falhas no talude.

Os efeitos da precipitação extrema nas áreas dedeslizamentos existentes e potenciais, ao longo dasestradas de acesso, devem ser avaliados. Avaliaçõessemelhantes devem ser feitas com relação aos taludes aolongo dos canais de tomada e de jusante, para determinarse as características de capacidade de vazão do vertedouroe obras de restituição estão adversamente afetadas.Taludes acima das estruturas de acesso e de controle, cujafalha possa impedir o acesso ao elemento, ou a operaçãodele, devem ser vistoriadas.

A operação segura de uma barragem depende demeios de acesso adequados e seguros. Usualmente, oúnico acesso a uma barragem é por estrada. A estradadeve ser de construção para qualquer tempo, adequadapara a passagem de automóveis e de qualquerequipamento requerido para o serviço da barragem, sob

Cap

ítul

o 16

Page 70: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

73

quaisquer condições de tempo. O material do piso deveser adequado para suportar as cargas previstas. Os taludesde todos os cortes e aterros, ladeira acima e abaixo daestrada, devem ser estáveis em todas as condições. Asuperfície da estrada e dos tabuleiros das pontes deve estarlocalizada acima do nível máximo projetado das águas, paraquaisquer cursos d’água adjacentes. Se a estrada deacesso não é capaz de servir satisfatoriamente durante umaemergência, meios alternativos de acesso devem serprontamente obteníveis, tais como helicópteros ou trilhaspara equipamentos para qualquer terreno (jipe, porexemplo).

16.4 Avaliação geológica e geotécnica

As áreas primárias de preocupação geológica sãoas bordas do reservatório, a estabilidade dos encontros, apercolação e os riscos de deslizamentos de terra. A análisegeológica necessita, muitas vezes, localizar ou estabelecerconhecimento em pormenores, da estrutura da rocha, dasismicidade induzida e dos efeitos relacionados comsismos, e das propriedades geofísicas das barragens deterra e/ou de enrocamentos e fundações. A análiseconsistirá de uma revisão de dados geofísicos,instrumentação, registros e relatórios de percolaçõespassadas, movimentos de lençóis freáticos, estudo daspropriedades dos materiais e estruturas, e interpretaçõesde fotografia aérea por sensoramento remoto.

Todos os dados de instrumentação disponíveis devemser revistos durante a avaliação. Se não há dados ou se osdados disponíveis são limitados uma determinação é feitaquanto à necessidade de instrumentação adicional paraavaliar um problema potencial de segurança de barragem.

A estabilidade estática da barragem e da fundaçãoserá analisada quanto ao recalque, deslocamento eumedecimento excessivo. Dados tais como mapasgeológicos, registros de perfuração, ensaios de laboratório,superfície freática e métodos de construção devem serusados, quando disponíveis. Hipóteses de resistênciabaseadas nos tipos, gradações e ao cisalhamento, paraanálise, métodos de compactação dos materiaispressupõem que uma condição de resistência a longo

prazo, consolidada e drenada, tenha sido atingida.Superfícies freáticas são estimadas, utilizando dadospiezométricos, quando disponíveis, ou são estabelecidas,baseadas na zonificação da barragem e na configuraçãodo talude. Análises de estabilidade devem ser normalmenteexecutadas para uma condição de percolação estacionária.

A estabilidade à percolação de uma barragem efundação é focalizada em itens tais como o aumento dapercolação com o tempo, a presença de sumidouros,cavidades ou bolhas de areia, e utilizará registros deinformações na avaliação. Análises de percolação, comoas por gradientes críticos, por construção de redes deescoamento e por elementos finitos, são executadasquando necessárias e quando dados suficientes estãodisponíveis. A integridade de controle da percolação dosfiltros, drenos, coberturas e materiais de zonas de transiçãoé também analisada.

Rever mapeamentos geológicos, plantas e seçõestransversais, mostrando todos os elementos da exploraçãoe resumindo interpretações dos perfis de sondagem egeológicos, incluindo pelo menos a barragem, estruturasassociadas, fontes de material e, se disponível, a geologiado reservatório. Deve ser dada especial atenção aosaspectos geológicos que influenciem considerações deprojeto, tais como: zonas de cisalhamento, falhas, fraturasabertas; camadas, juntas, fissuras ou cavernas;deslizamentos de terra; variabilidade de formações;materiais compressíveis ou liquefatíveis; planos deestratificação fracos etc.

Rever registros pormenorizados de exploração,inclusive condições litológicas e físicas dos materiaisencontrados, dados de ensaio da água, resultados dosensaios de penetração normal e outros ensaios deresistência, e freqüência e tipos das amostras obtidas dosensaios de laboratório.

Rever dados geofísicos.

Rever estudos petrográficos ou químicos dosmateriais da fundação e dos materiais naturais deconstrução.

Cap

ítul

o 16

Page 71: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

74

Rever as partes geológicas de todos os relatóriosrelevantes do local, desde estudos preliminares dereconhecimento até os registros finais de como-construído.

Rever fotografias aéreas do local e do reservatório.

Rever estudos geológicos regionais, publicados ounão, que sejam relevantes para a locação da barragem edo reservatório.

Examinar as características pertinentes da geologiada área nos locais da barragem e associados, locais deempréstimos e de bota-fora, e, na medida do possível, nabacia do reservatório. Examinar núcleos representativosrecuperados da exploração do local, particularmente daszonas indicadas nas testemunhas como sendoseveramente quebradas, desgastadas pelo tempo oualtamente permeáveis.

16.5 Apreciação dos estudos hidrológicos

Avaliar a capacidade do vertedouro para passar todasas cheias de projeto, sem colocar a barragem em perigo.Avaliar provisões redundantes para passar seguramenteas cheias, caso as comportas falhem em operarcompletamente por qualquer motivo.

Rever as provisões (proteções, de troncos, contra-flutuantes etc.) para conservar a entrada do vertedouro livrede obstruções.

Avaliar o amortecimento da cheia para determinar apossibilidade de galgamento da estrutura existente.

Avaliação em termos de reconhecimento dos riscosa jusante, conseqüentes da inundação, em caso de falhada barragem existente.

Revisão das condições da bacia a montante,particularmente para mudanças no uso, tais como: novosdesenvolvimentos urbanos ou barragens dearmazenamento.

Absorção, pelo reservatório, da hidrógrafa da PMF,usando hipóteses conservadoras.

Rever o resumo de dados hidrológicos contido nosrelatórios do empreendimento.

Rever os relatórios de projeto, manuais de operaçãoe manutenção, planos e especificações de contratorelativos a vertedouro e instalações de restituição parafamiliarização com o projeto.

Rever os procedimentos e programas de operaçãosazonal da comporta.

Verificar da capacidade de acumulação doreservatório, incluindo batimetria e topo-hidrografia da áreada bacia hidráulica, quando necessário.

Determinar ou reavaliar as vazões regularizadas doreservatório para diferentes garantias (100%, 95%, 90%,85% e 80%). Este estudo deverá considerar a interferênciacom outros reservatórios (construídos e projetados), o quepermitirá definir e avaliar o atendimento real da demandapara cada uso previsto para a barragem.

16.6 Instrumentação de advertência, segurança edesempenho

Rever as instalações de instrumentação na barrageme na fundação e avaliar a adequação da instrumentaçãopara monitoramento do desempenho operacional provávelem geral ou para modelos de comportamentoespecificamente identificados.

Verificar:

l Piezômetros, registradores de fluxo, acelerômetros,sismoscópios, medidores de juntas e pontos demanômetros, medidores de tensões, medidores dedeformações, clinômetros, fios-prumo diretos einvertidos, marcos de referência de superfície,registradores de nível e extensômetros

l Competência para o serviçol Acesso às estações de leitural Tipo e localização adequada para a condição a ser

observadal Necessidade de recalibragem

Cap

ítul

o 16

Page 72: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

75

l Leituras falsas, fontes e motivosl Sistemas de alarme operáveis e colocados em pontos

apropriadosl Leituras esporádicas de verificação durante as vistorias,

el Questionamento dos operadores, para determinar seu

conhecimento do objetivo e funcionamento dosinstrumentos.

Rever os registros da instrumentação e avaliar asignificância dos resultados.

16.7 Alteração nas características dos materiais eocorrências genéricas

Observar materiais defeituosos, inferiores,inadequados ou deteriorados.

Concreto:

- Reação agregado-álcalis, aspectos estranhos erachaduras

- Lixiviação- Ação da geada- Abrasão- Lascamento- Deterioração geral e- Perda de resistência

Rocha:

- Desintegração- Amolecimento e- Dissolução

Solos:

- Degradação- Dissolução- Perda de plasticidade- Perda de resistência e- Alteração mineralógica

Solo-cimento:

- Perda de cimentação e- Fragmentação

Metais:

- Eletrólise- Corrosão- Corrosão sob tensão- Fadiga- Corte e ruptura e- Esfoliamento

Madeira:

- Apodrecimento- Encolhimento- Combustão e- Ataque por organismos

Tecidos de revestimento:

- Perfurações- Separação de uniões- Deterioração pela luz- Desintegração das vedações-limites e- Perda de plasticidade e flexibilidade

Borracha e elastômeros:

- Endurecimento- Perda de elasticidade- Deterioração pelo calor e- Degradação química

Vedações de juntas:

- Perda de plasticidade- Encolhimento e- Derretimento

Cap

ítul

o 16

Page 73: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

76

Observar as ocorrências genéricas quanto a suascaracterísticas, localização e tempo de existência. Essasocorrências são de natureza universal, a despeito do tipode estrutura ou classe de fundação.

nPercolação e vazamentonRelação descarga-nívelnAumentando ou diminuindonTurvação e erosão interna (piping)nCornSólidos dissolvidosnLocalização e formatonTemperaturanGostonEvidência de pressãonBolhas enTempo de existência e duração

Drenagem:

nObstruçõesnPrecipitados químicos e depósitosnQueda desimpedidanDisponibilidade de bomba de poço enCrescimento de bactérias

Cavitação:

nPicotamento de superfícienEvidência sonoranImplosões enBolsas de vapor

Tensões e deformações – evidências e indícios

nNo concreto:

lRachadurasl EsmagamentoslDeslocamentoslDesvioslCisalhamentos el Fluência

nNo aço:

l Rachadurasl Estiramentosl Contraçõesl Dobramentos el Flambagens

nNa madeira:

l Esmagamentol FlambagemlDobramentolCisalhamentosl Alongamentos el Compressões

nNa rocha e nos solos:

lRachaduraslDeslocamentoslRecalquelConsolidaçãol AfundamentolCompressão el Zonas de alongamento e compressão

16.8 Levantamento das entidades civis organizadas

Deverão ser cadastradas as entidades civis cujasatuações interfiram nos usos e preservação dos recursoshídricos, listando, no mínimo, as seguintes informações:

- Nome e tipo de atuação- Localidades da atuação- Tempo de existência e- Composição/representatividade

Cap

ítul

o 16

Page 74: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

77

ANEXOS

ANEXO A – Modelo alternativo de avaliação do potencial de riscoANEXO B – Roteiro para inspeção de açudes e modelo de lista de inspeçãoANEXO C – AnomaliasANEXO D – Modelo de Plano de Ação Emergencial (PAE)

Page 75: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

79

ANEXO A

MODELO ALTERNATIVO DE AVALIAÇÃODO POTENCIAL DE RISCO

Page 76: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

81

MATRIZ POTENCIAL DE RISCO

1 IntroduçãoO objetivo principal da matriz proposta é apresentar

um modelo alternativo para obter-se uma classificação dasbarragens, essencialmente quanto à sua segurançaestrutural, importância estratégica e riscos para populaçõesa jusante, hierarquizando-as, de forma a proporcionar aoMinistério da Integração Nacional, por meio de suaSecretaria de Infra-Estrutura Hídrica – SIH, um meio eficazde planejar e programar a alocação dos recursosnecessários à sua manutenção dentro dos padrões desegurança exigidos pela legislação oficial e as NormasTécnicas Brasileiras.

Embora a mesma contenha ou forneça algunselementos de interesse estratégico quanto à segurança nomanejo do recurso hídrico envolvido, é importante destacarque não é esse o objetivo precípuo da classificaçãosugerida.

Também deve ficar registrado que esta é uma “matrizpiloto”, cuja metodologia de avaliação de potencial de riscosvem sendo aplicada com sucesso no Estado do Ceará pela

1.1 PERICULOSIDADE � P

NOTA – Se a vazão for desconhecida, deverá ser reavaliada, indepen-dentemente da pontuação.

COGERH para as 116 barragens por ela monitoradas eestá sujeita a aferições nos parâmetros e pontuações, frutoda experiência dos técnicos que detêm conhecimentosespecíficos e/ou familiaridade com barragens, para cadaórgão específico.

Compõe a matriz um primeiro conjunto deparâmetros ou características técnicas do projeto que, pelasua magnitude, permitem retratar o grau de Periculosidade(P) intrínseca do mesmo (item 1.1).

Um segundo conjunto (item 1.2), envolvendoaspectos relacionados com o estado atual da barragem,com a sua história e com a operacionalidade e/ou facilidadede manutenção de suas estruturas hidráulicas, permiteavaliar o grau de Vulnerabilidade (V) atual.

O terceiro conjunto (item 1.3) – Importância (I), reúneparâmetros que, por seu vulto ou magnitude, conferem ovalor estratégico associável à barragem no caso deeventual ruptura.

Finalmente, o item 1.4 – Potencial de Riscos (PR)sugere a classificação de enquadramento da barragemsegundo o nível de risco à sua segurança. Essaclassificação está associada a índices do Potencial deRisco (PR) e de Vulnerabilidade (V).

P >30 – Elevado20 < P <30 – Significativo P= S (a a e)10 < P < 20 – Baixo a Moderado

Ane

xo A

Page 77: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

82

1.2 VULNERABILIDADE � V

(ESTADO DE CONDIÇÃO ATUAL DA BARRAGEM)

NOTA: Pontuação (10) em qualquer coluna implicaintervenção na barragem, a ser definida com baseem inspeção especial.

V= S (f a l)

V > 35 – Elevada20 < V <35 – Moderada a Elevada5 < V < 20 – Baixa a ModeradaV < 5 – Muito baixa

Ane

xo A

Page 78: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

83

1.3 IMPORTÂNCIA � I

l Volume útil do reservatório (população beneficiada)l População a jusantel Custo da barragem

I = m + n + o 3

1.4 POTENCIAL DE RISCO � PR

NOTAS:

1. Barragens com PR acima de 55 devem ser reavaliadas

por critérios de maior detalhe.

2. Barragens incluídas na classe A exigem intervenção, a

ser definida com base em inspeção especial.

PR = (P + V)

2 I

Ane

xo A

Page 79: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

85

ANEXO B

ROTEIRO PARA INSPEÇÃO DE AÇUDES EMODELO DE LISTA DE INSPEÇÃO

Page 80: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

87

ROTEIRO PARA INSPEÇÃO DE AÇUDES

I. CONSIDERAÇÃOES GERAIS

O objetivo da inspeção é identificar anomalias oupreocupações que afetem potencialmente a segurançada barragem. Assim, é importante inspecionar asuperfície completa da área de um maciço. A técnicageral é caminhar sobre os taludes e o coroamento, tantasvezes quantas sejam necessárias, de forma a observara superfície da área claramente.

De um determinado ponto sobre a barragem,pequenos detalhes podem usualmente ser vistos a umadistância de 3 a 10 metros em qualquer direção,dependendo da rugosidade da superfície, vegetação ououtras condições de superfície. Para que toda asuperfície da barragem tenha sido coberta, serãonecessários alguns passos a serem, cumpridos. Naverdade, não importa o tipo de trajetória que seja dada,o importante é que toda a superfície tenha sido coberta.

Em intervalos regulares, enquanto se caminha pelostaludes e coroamento, deve-se parar e olhar em todasas direções:l observar a superfície a part ir de diferentes

perspectivas, o que pode revelar uma deficiência quepoderia de outra forma não ter sido observada;

l verificar o alinhamento da superfície.Observando o talude à distância, pode-se revelar umnúmero de anomalias tais como: distorções nassuperfícies do maciço, ausência de revestimento etc.

As áreas onde o aterro encosta-se às ombreiras deverãoser inspecionadas com muito cuidado, porque:l estas áreas são suscetíveis à erosão superficial;l freqüentemente aparecem percolações nos contatos

mais sujeitos à percolação.

II. DETECTANDO ANOMALIASl Tipos de anomalias mais comum de serem encontradasl impacto das anomalias na segurança de uma barrageml ações que devem ser tomadas quando identificadas as

anomalias

III. TIPOS DE ANOMALIAS COMUMENTE ENCONTRADASNOS AÇUDES

As barragens estão sujeitas a alguns tipos de anomaliasque incluem:

1)Revências (percolação)2)Trincas ou fraturas3)Instabilidade4)Depressões:l Recalques localizadosl Afundamentos

5)Afetadas pela má manutenção:l Proteção inadequada do taludel Erosão superficiall Árvores e arbustosl Tocas de animais

1. PERCOLAÇÕES

A passagem da água pelo maciço e fundação échamada de percolação.

A percolação torna-se um problema quando o solodo maciço ou da fundação é carreado pelo fluxo de água,ou quando ocorre um aumento de pressão na barragem ouna fundação. A percolação, quando não controlada peladrenagem interna incorporada na barragem e fundação, égeralmente chamada de percolação não controlada.

1.1 Tipos de Controle de Percolação:

Drenos internos: interceptam e descarregam ofluxo com segurança. Incluem o dreno de pé, o tapetehorizontal e o dreno vertical (ou inclinado).

Poços de alívio: são instalados junto ao pé dejusante para reduzir os danos potenciais das subpressõesdos materiais mais permeáveis subjacentes à camada

Ane

xo B

Page 81: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

88

menos permeável (argilosa). Tais subpressões podemacarretar erosão interna do material de fundação einstabilidade do maciço. Ajudam também a controlar adireção e a quantidade de fluxo sob a barragem.

1.2 Problemas de Percolação:

Problemas de saturação : aumento deporopressões e saturação no maciço e na fundação causaperda de resistência.

Piping : quando a erosão começa a remover materialno ponto de saída, ela progride para a direção doreservatório, dando origem ao piping.

Indicação de percolação : áreas molhadas comexcesso de vegetação.

O contato do maciço com a ombreira éespecialmente favorável à percolação, porque o aterropróximo ao maciço às vezes é difícil de ser compactado.

Ações de inspeção:l Locar os pontos de revênciasl Medir as vazões e a turbidezl Registrar a ocorrência de precipitação recente que

possa afetar a medição e turbidez da águal Anotar o nível do reservatório no momento da medição

da vazãol Aumento da vazão com a elevação do reservatório é

preocupante

Pode-se usar corante para confirmar se o reservatórioé a fonte da percolação (procedimento não-rotineiro).

Caso haja saída de material:l Verificar a granulometria do material carreadol Medir a vazãol Comunicar em seguida à instância superior para avaliar

a ameaça à integridade da barragem e as medidascorretivas a serem tomadas.

Medidores de vazão avermelhados podem indicarque material de aterro e fundação tem sido carreado. Podetratar-se, no entanto, de material superficial carreado até aestrutura. Esta dúvida deve ser esclarecida.

Se um dreno nunca funcionou:l Pode significar que o dreno foi projetado e instalado

incorretamente; ou

l Ter sido colmatado (obstruído): o fluxo pode sair no taludede jusante, gerando problemas de instabilidade

Na inspeção dos poços de alívio, observar:l A locação de cada poço em relação ao projeto;l Checar visualmente se há fluxo de água:l Se não há fluxo: determinar se o fluxo deveria estar

presente, baseando-se na estimativa de prévias leiturasem relação ao nível do reservatório.

l Se há fluxo: medir a vazão.É importante verificar a cor da água percolada.

2. TRINCAS:As trincas no maciço se enquadram nas três

categorias a seguir:l Trincas de ressecamento (devido ao ressecamento e

contração do solo)l Trincas transversaisl Trincas longitudinais

2.1 Trincas de ressecamentoCrista ou talude jusante

Ações de inspeção:l Fotografar e registrar a locação, direção, profundidade,

comprimento e largural Comparar com medições anteriores

2.2 Trincas transversaisPerigosas, se prosseguem até o nível abaixo da

cota de reservação, pois podem criar um caminho depercolação concentrado. Indicam a presença derecalques diferenciais dentro do aterro ou da fundação.Freqüentemente ocorrem quando há:l Material compactado do maciço sobre ombreiras

íngremes e irregularesl Zonas de materiais compressíveis na fundação

Ações de inspeção:l Fotografar e registrar a locação, direção, profundidade,

comprimento e largura de cada trinca observadal Monitorar as mudanças nas trincasl Determinar a causa

Ane

xo B

Page 82: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

89

2.3 Trincas longitudinais

Ocorrem na direção paralela ao comprimento dabarragem. Podem indicar:l Recalques desiguais entre materiais de diferentes

compressibilidades no maciçol Recalques excessivos e expansão lateral do maciçol Começo de instabilidade do talude

Permitem a penetração de água no maciço. Quandoa água penetra no maciço, a resistência do material junto àtrinca é diminuída. A redução da resistência pode aceleraro processo de a ruptura do talude.

Ações de inspeção:l Fotografar e registrar a locação, profundidade,

comprimento e largura de cada trinca observadal Monitorar as mudanças nas trincasl Determinar a causa

3. INSTABILIDADE DE TALUDES:

É referida aos vários deslizamentos, deslocamentose pode ser agrupada em duas categorias:l Ruptura superficiall Ruptura profunda

3.1 Ruptura superficial

Talude de montante: rebaixamento rápido comdeslizamentos superficiais. Não causam ameaça àintegridade da barragem, mas podem causar obstrução datomada de água e deslizamentos progressivos maisprofundos.

Talude de jusante: deslizamentos rasos provocamaumento na declividade do talude e podem indicar perdade resistência do maciço, por saturação do talude, porpercolação ou pelo fluxo superficial.

Ações de inspeção:l Fotografar e registrar a locação, direção, profundidade,

comprimento e largura de cada trinca observadal Medir e registrar a extensão e deslocamento do material

movimentadol Procurar por trincas nas proximidades, especialmente

acima do deslizamentol Verificar percolações nas proximidadesl Monitorar a área para determinar se as condições estão

evoluindo

3.2 Ruptura profunda

É séria ameaça à integridade da barragem. Écaracterizada por:l Talude de deslizamento íngreme bem definidol Movimento rotacional e horizontal bem definidol Trincas em formato de arco

Ações de inspeção:

As rupturas profundas, tanto no talude de montantecomo de jusante, podem ser indicações de sériosproblemas estruturais. Na maioria dos casos, irá requerero rebaixamento ou drenagem do reservatório para prevenirpossíveis aberturas do maciço.

Se há suspeita de deslizamento , deve-se:l Inspecionar com muito cuidado a área trincada ou

escorregada que indique a causa do deslizamentol Recomendar uma investigação para determinar a

magnitude e a causa do evento, caso a suspeita seja deruptura profunda

l Recomendar o rebaixamento do reservatório

4. DEPRESSÕES

Podem ser localizadas ou abrangentes.

Podem ser causadas por recalque no maciço oufundação. Tais recalques podem resultar na redução daborda livre (folga) e representa um potencial para otransbordamento da barragem durante o período dascheias.

A ação das ondas no talude de montante poderemover o material fino do maciço ou a camada de apoio(transição) do rip-rap, descalçando-o e formando umadepressão quando o rip-rap recalca sobre o espaço vazio.

Erosão regressiva ou piping com o subseqüentecolapso do material sobrejacente.

Algumas áreas da superfície do maciço que pareciamdepressões ou afundamentos podem ter sido resultado definalização inadequada da construção, mas, mesmo assim,a causa deve ser determinada.As depressões podem ser de dois tipos:l Os recalques localizados, que apresentam inclinações

suaves em formato de bacial Os afundamentos (sinkholes), que apresentam lados

íngremes por colapso (cisalhamento) devido a um vaziono solo subjacente

Ane

xo B

Page 83: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

90

Ações de inspeção:

Recalques localizados : embora os recalques, na maioriados casos, não representem perigo imediato para abarragem, eles podem ser indicadores iniciais de outrossérios problemas. A inspeção deverá:l Fotografar e registrar a locação, tamanho e profundidade

de cada recalque observadol Examinar e, cuidadosamente, o fundo da depressão

localizada para determinar se existe um vazio subjacenteou fluxo de água que poderia indicar a presença de umafundamento

Afundamentos :l Examinar cuidadosamente o fundo da depressão

localizada para determinar se existe um grande vaziosubjacente

l Fotografar e registrar a locação, tamanho e profundidadedo afundamento observado

l Investigar a causa do afundamento e determinar se existeameaça à barragem

5. ANOMALIAS AFETADAS PELA FALTA DEMANUTENÇÃO:

Manutenção inclui medidas de rotina a serem tomadaspara proteger e manter a barragem. As anomaliasassociadas à manutenção inadequada incluem:l Proteção inadequada de taludesl Erosão superficiall Crescimento de vegetação (não apropriado)l Tocas de animais.

a) Proteção inadequada de TaludesA proteção dos taludes existe para prevenir a erosão

dos mesmos. Existem quatro tipos básicos:l Rip-rapl Alvenaria de pedra ou laje de concretol Proteção vegetall Proteção com brita, pedregulhos e/ou bica corrida

Rip-rap

Basicamente é utilizado na proteção dos taludes demontante e é formado por duas camadas de materiais:l Camada(s) interna(s): filtro ou transição formado por

areias e pedregulhos de granulometrias controladas paraprevenir a perda de solo do maciço através dos vaziosdo enrocamento

l Camada externa: formada por pedras de tamanhossuficientes para não serem carreadas pelas ondas doreservatório

Alvenaria de pedra ou laje de concreto (utilizado emantigos açudes do Dnocs: Pompeu Sobrinho, GeneralSampaio e outros)

A constante ação das ondas pode resultar em:l Processo de formação de praias no pé do talude pela

deposição do material subjacente à proteção, carreadopor vazios ou trincas na laje de alvenaria ou concreto.Pode provocar a remoção/trincamento ou afundamentoda proteção. A continuidade do processo pode abater otalude, levar ao aumento da percolação e à instabilidadedo talude

l Degradação da proteção do talude pelo trincamento equebra da proteção devido ao desgaste provocado pelaação das ondas. A proteção deverá ser reparada oureposta

Proteção vegetalFalhas na proteção do talude podem levar a erosões

estreitas e profundas que deverão ser prontamentereparadas. Não é recomendável para ser adotada emregiões áridas.

Proteção com material granular

As falhas podem ocorrer por falta de compactaçãodo material do talude e/ou por deficiência da drenagemsuperficial.

Ações de inspeção:l Verificar se a proteção é adequada o bastante para

prevenir erosãol Procurar formação de praias, taludes íngremes e

degradação da proteção

Ane

xo B

Page 84: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

91

Se a proteção for considerada inadequada:l Registrar e fotografar a áreal Determinar a quantidade de material removidol Reparar a proteção inadequada

b) Erosão superficialÉ um dos problemas de manutenção mais comuns

de estruturas de aterros. Se não for corrigida a tempo,podem tornar-se problemas muito sérios.

Erosões profundas:l Causam trincas e brechas no coroamentol Encurtam o caminho de percolação devido à redução

da seção transversal da barragem

c) Árvores e arbustosO crescimento de árvores e arbustos, tanto nos taludes

de montante e jusante quanto na área imediatamente àjusante da barragem, deve ser prevenido pelas seguintesrazões:l Permite o levantamento e inspeção das estruturas e

áreas adjacentes visando observar percolação, trincas,afundamentos, deflexões, mal funcionamento do sistemade drenagem e outros sinais de perigo

l Permite acesso adequado às atividades de operaçãonormal e de emergência e manutenção

l Previne danos às estruturas devido ao crescimento dasraízes, tais como encurtamento do caminho depercolação, vazios no maciço pela decomposição deraízes ou arrancamento de árvores, expansão de juntasnos muros de concreto, canais ou tubulações,entupimento de tubos perfurados de drenagem

l Desencoraja as atividades (pela eliminação da fonte dealimentação e hábitat) de animais visando prevenir tocasdentro do maciço e possíveis caminhos de percolação

l Permite o fluxo livre de água nos sangradouros, tomadasde água, drenos, entrada e saída de canais.

d) Tocas de animais

Podem até levar à ruptura da barragem por erosãointerna (piping) quando passagens ou ninhos de animais:l Fazem a conexão do reservatório com o talude de

jusante ou o encurtamento dos caminhos depercolação

l Penetram no núcleo central da barragem

Buracos rasos ou confinados num lado do aterro, outocas na parte inferior do talude, onde a seção transversalé extensa, são menos perigosos do que buracos em seçõesmais estreitas.

Ações de inspeção:l Procurar por evidências de percolação provenientes de

tocas no talude de jusante ou na fundaçãol Locar e registrar a profundidade estimada das tocas

para comparar com as futuras inspeções a fim deverificar se o problema está evoluindo

l Se representar perigo para a barragem, remover eerradicar as tocas

Ane

xo B

Page 85: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

92

MODELO DE LISTA DE INSPEÇÃO

DADOS GERAIS � CONDIÇÃO ATUAL

LISTA PARA INSPEÇÃO FORMAL DO AÇUDE

Legenda:Ane

xo B

( ) NÍVEL DE PERIGO:

0 – Nenhum: anomalia que não compromete a segurança da barragem,mas que pode ser entendida como descaso e má conservação;

1 – Atenção: anomalia que não compromete a segurança da barragem acurto prazo, mas deve ser controlada e monitorada ao longo do tempo;

2 – Alerta: anomalia com risco à segurança da barragem, devem sertomadas providências para a eliminação do problema;

3 – Emergência: risco de ruptura iminente, situação fora de controle.

*

Page 86: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

93

Ane

xo B

Page 87: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

94

Ane

xo B

Page 88: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

95

Ane

xo B

Page 89: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

96

Ane

xo B

Page 90: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

97

Ane

xo B

Page 91: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

98

Ane

xo B

Page 92: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

99

Ane

xo B

Page 93: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

100

Ane

xo B

Page 94: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

101

Ane

xo B

Page 95: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

102

Ane

xo B

Page 96: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

103

OBSERVAÇÕES:

A ser efetuada por pessoal devidamente treinado. Sugestão deperiodicidade: semestral ou quando observados comportamentosanormais como surgências, erosões, elevação rápida do nível da águano reservatório etc.

Ane

xo B

Page 97: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

105

ANEXO C

ANOMALIAS

Page 98: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

107

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

TALUDE DE MONTANTE

Piping ou erosão interna no materialdo maciço da barragem ou fundaçãodá origem a um sumidouro. Odesabamento de uma cavernaerodida pode resultar numsumidouro.

Uma porção do maciço se moveudevido a perda de resistência, ou afundação pode ter se movidocausando um movimento nomaciço.

Terra ou pedras deslizaram pelotalude devido a sua inclinaçãoexagerada ou ao movimento dafundação. Também podem ocorrerdeslizamentos devido a movimentosde terra na bacia do reservatório.

Ação das ondas e recalques locaiscausam ao solo e às rochas erosãoe deslizamentos para a parte inferiordo talude, formando assim umabancada de escavação.

Piping ou erosão interna no materialdo maciço da barragem ou fundaçãodá origem a um sumidouro. Odesabamento de uma cavernaerodida pode resultar numsumidouro.

Perigo. Indica o início de umdeslizamento ou recalque do maciçocausado pela ruptura da fundação.

Perigo. Uma série de deslizamentospodem provocar a obstrução datomada d’água ou ruptura dabarragem.

A erosão diminui a largura epossivelmente a altura do maciço, oque poderá conduzir ao aumento dapercolação ou ao transbordamentoda barragem.

Inspecionar outras partes dabarragem procurando infiltrações oumais sumidouros. Identificar acausa exata do sumidouro. Checara água que sai do reservatório paraconstatar se ela está suja. Umengenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

Dependendo do maciço envolvido,baixar o nível do reservatório. Umengenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

Avaliar a extensão do deslizamento.Monitorar o nível do reservatório sea segurança da barragem estiverameaçada. Um engenheiroqualificado deve inspecionar ascondições e recomendar outrasações que devam ser tomadas.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Determinar as causas exatas daformação das bancadas deescavação. Executar os trabalhosnecessários para restaurar omaciço, devolvendo as suasinclinações originais e providenciara proteção adequada para o mesmo.

TALUDES ÍNGREMESE BANCADAS DE ESCAVAÇÃO

Ane

xo C

Page 99: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

108

Rip-rap de baixa qualidade sedeteriorou. Ação das ondasdeslocou o rip-rap. Pedras redondasou de mesmo tamanho rolaramtalude abaixo.

Pedras de tamanhos similarespermitem que as ondas passementre elas e erodam pequenaspartículas de pedregulhos e solo.

Ação das ondas nestas áreasdesprotegidas diminui a largura domaciço da barragem.

Solo é erodido por trás do rip-rap.Isto permite que o rip-rap assente,fornecendo uma menor proteção ediminuindo a largura da barragem.

Reestabelecer o talude normal.Colocar rip-rap competente.

Reestabelecer uma proteçãoeficiente do talude. ENGENHEIRONECESSÁRIO para designar otamanho e a graduação das pedrasdo rip-rap. Um engenheiroqualificado deve inspecionar ascondições e recomendar outrasações que devam ser tomadas.

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Ane

xo C

Page 100: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

109

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

TALUDE DE JUSANTE

1. Falta ou perda de resistência domaterial do maciço da barragem.

2. Perda de resistência pode seratribuída à infiltração de água nomaciço ou falta de suporte dafundação.

Assentamentos diferenciados domaciço da barragem tambémprovocam rachaduras transversais(o centro assenta mais que asombreiras).

1. Falta de uma compactaçãoadequada.

2. Piping através do maciço oufundação.

3. Buracos internos.

1. Ressecamento ou contração domaterial de superfície.

2. Movimentos de assentamento domaciço a jusante.

Perigo. Deslizamento do maciçoatravés da crista ou talude demontante, reduzindo freeboard.Pode resultar no colapso estruturalou transbordamento.

Perigo.1. Rachaduras devido a recalques

ou contrações podem provocarinfiltrações da água doreservatório através da barragem.

2. Rachaduras de contraçõespermitem que a água penetre nomaciço e provoque rupturas.

Perigo. Indicação de possívelerosão do maciço.

1. Pode ser um aviso de um futurodeslizamento.

2. Rachaduras de contraçãopermitem que a água penetre nomaciço e provoque rupturas.

3. Recalques ou deslizamentosmostrando a perda deestabilidade da barragem podemprovocar a sua ruína.

1. Medir a extensão e o deslocamentodo escorregamento.

2. Se o movimento continuar, começara baixar o nível d’água até parar omovimento.

3. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

1. Se necessário, tampe arachadura do talude de montantepara prevenir a passagem daágua do reservatório.

2. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

1. Inspecionar para reparos emburacos internos.

2. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

1. Se as rachaduras são deressecamento, cubra a área commaterial bem compactado paramanter a superfície seca e aumidade natural.

2. Se as rachaduras sãoextensivas, um engenheiroqualificado deve inspecionar ascondições e recomendar outrasações que devam ser tomadas.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 101: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

110

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Precedidos de erosão regressivanuma porção do talude. Tambémpodem ser encontrados em taludesmuito íngremes.

Água das chuvas carregam materialda superfície do talude, resultandonuma calha/vala contínua.

Vegetação natural da área.

Grande quantidade de roedores.Buracos, túneis e cavernas sãocausadas por animais roedores.Certos hábitats, com alguns tiposde plantas e árvores, próximos aoreservatório encorajam estesanimais.

Pode expor zonas impermeáveis àerosão e provocar futurosafundamentos.

Pode ser perigosa se continuar. Aerosão pode provocar eventualdeterioração do talude de jusante e,posteriormente, a ruptura daestrutura.

1. Raízes de árvores grandespodem criar caminhos parapassagem de água.

2. Arbustos podem dificultarinspeções visuais e abrigarroedores.

Pode reduzir o caminho depercolação da água e provocar opiping. Se existir túneis na maiorparte da barragem, pode ocorrer aruptura desta.

1. Inspecionar a área em busca deinfiltração.

2. Monitorar rupturas progressivas.3. Um engenheiro qualificado deve

inspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

1. O método preferido de proteçãode áreas erodidas é a colocaçãode pedras de rip-rap.

2. Refazer a grama de proteçãocaso o problema seja detectadono início.

1. Remover as raízes das árvoresgrandes.

2. Controlar a vegetação no maciçoque dificulte as inspeçõesvisuais.

1. Controlar roedores para prevenirmaiores danos.

2. Tampar buracos existentes.3. Remover roedores. Determinar o

exato local da escavação eextensão do túnel. Remover ohábitat e reparar danos.

Ane

xo C

Page 102: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

111

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Problema no material usado naconstrução.

Água movendo-se através derachaduras ou fissuras nosmateriais da ombreira.

Tráfego excessivo de animaisespecialmente danoso quando otalude está molhado.

Perigo.1. As áreas molhadas abaixo, da

área onde está ocorrendo ainfiltração pode provocar umainstabilidade no maciço.

2. Fluxos excessivos podemprovocar uma erosão aceleradado material do maciço e abarragem pode ruir.

Pode provocar uma erosão rápidana ombreira e o esvaziamento doreservatório. Pode provocardeslizamentos próximos ou ajusante da barragem.

1. Cria áreas com baixa proteçãocontra a erosão.

2. Permite que a água acumule-seem determinados locais.

3. Área suscetível a rachaduras porressecamento.

1. Determinar o mais próximopossível o fluxo que está sendoproduzido.

2. Se o fluxo aumentar, o nível doreservatório deve ser reduzido atéo fluxo se estabelecer ou parar.

3. Demarcar a área envolvida.4. Tentar identificar o material que

está permitindo o fluxo.5. Um engenheiro qualificado deve

inspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. Inspecionar cuidadosamente aárea para determinar a quantidadedo fluxo e do material transportado.

2. Um engenheiro qualificado ou umgeólogo deve inspecionar ascondições e recomendar outrasações que devam ser tomadas.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. Cercar a área de fora da barragem.2. Reparar a proteção contra erosão

com rip-rap ou grama.

Ane

xo C

Page 103: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

112

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

CRISTA

1. Assentamentos diferentes entreseções adjacentes ou zonas domaciço da barragem.

2. Falha na fundação causandoperda de estabilidade.

3. Estágios iniciais de deslizamentosdo maciço.

1. Movimento vertical entre seçõesadjacentes do maciço dabarragem.

2. Deformação ou falha estruturalcausado por instabilidadeestrutural ou falha na fundação.

Perigo.1. Cria local de pouca resistência no

interior do maciço. Pode ser oponto de início de um futuromovimento estrutural, deformaçãoou ruptura.

2. Permite um ponto de entrada doescoamento superficial paradentro do maciço, permitindo asaturação da área adjacente domaciço da barragem, e possívellubrificação que poderá provocaruma ruptura localizada.

Perigo.1. Cria uma área local de pouca

resistência no interior do maciçoque pode causar futurosmovimentos.

2. Provoca instabilidade estrutural ouruptura.

3. Permite um ponto de entrada paraa água superficial que futuramentepoderá causar ruptura.

4. Reduz a seção transversaldisponível.

1. Inspecionar a rachadura ecuidadosamente anotar a localização,comprimento, profundidade,alinhamento e outros aspectos físicospertinentes. Imediatamente demarcaros limites da rachadura. Monitorarfreqüentemente.

2. Engenheiro deve determinar a causada rachadura e supervisionar asetapas necessárias para reduzir operigo para a barragem e corrigir oproblema.

3. As rachaduras da superfície da cristadevam ser seladas para prevenirinfiltração da água superficial.

4. C o n t i n u a r m o n i t o r a n d orotineiramente a crista para indíciosde rachaduras. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

1. Cuidadosamente inspecionar odes locamento e anotar aloca l i zação, compr imento ,profundidade, alinhamento e outrosaspectos físicos pertinentes. Oengenheiro deve determinar a causado deslocamento e supervisionar asetapas necessárias para reduzir operigo para a barragem e corrigir oproblema.

2. Escavar a área até o fundo dodeslocamento. Preencher aescavação usando mater ialcompetente e técnicas deconstrução corretas, sob asupervisão de um engenheiro.

3. Continuar a monitorar áreasrotineiramente para indícios defuturas rachaduras ou movimento.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 104: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

113

1. Atividade de roedores.2. Furos no conduto da tomada

d’água está causando erosão domaterial do maciço da barragem.

3. Erosão interna ou piping domaterial do maciço devido ainfiltração.

1. Movimentos desiguais das partesadjacentes da estrutura.

2. Deformação causada por tensãoestrutural ou instabilidade.

Perigo.1. Vazios dentro da barragem podem

causar desabamentos,deslizamentos, instabilidade, oureduzir a seção transversal domaciço da barragem.

2. Ponto de entrada para águasuperficial.

Perigo.1. Pode criar um caminho para

infiltração através da seçãotransversal do maciço.

2. Cria área local de baixa resistênciano interior do maciço. Futuromovimento estrutural, deformaçãoou ruptura poderá se iniciar.

3. Permite um ponto de entrada paraágua de escoamento superficial.

1. Cuidadosamente inspecionar odesabamento e anotar a localização,comprimento, profundidade,alinhamento e outros aspectosfísicos pertinentes.

2. Engenheiro deve determinar acausa do desabamento esupervisionar as etapasnecessárias para reduzir o perigopara a barragem e corrigir oproblema.

3. Escavar os lados da área quedesabou e preencher o buraco commaterial competente usandotécnicas de construção adequadas.Isto deve ser supervisionado porengenheiro. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

4. Continuar monitorandorotineiramente a crista a procura deindícios de rachaduras.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. Inspecionar a rachadura ecuidadosamente anotar alocalização, comprimento,profundidade, alinhamento e outrosaspectos físicos pertinentes.Imediatamente demarcar os limitesda rachadura. Monitorarfreqüentemente.

2. Um engenheiro deve determinar acausa da rachadura e supervisionaras etapas necessárias para reduziro perigo para a barragem e corrigiro problema.

3. Escavar a crista ao longo darachadura para um ponto abaixo dofundo da rachadura. Preencher aescavação usando materialcompetente e técnicas deconstrução corretas, sob asupervisão de um engenheiro. Istoirá selar a rachadura contrainfiltração e escoamento superficial.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

4. Cont inuar moni torandorotineiramente a crista a procura deindícios de rachaduras.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Ane

xo C

Page 105: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

114

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

1. Movimentos entre partesadjacentes da estrutura.

2. Deformação estrutural ou rupturapróxima à área do desalinhamento.

1. Assentamento excessivo nomaciço ou fundação diretamenteabaixo da depressão na crista.

2. Erosão interna do material domaciço da barragem.

3. Erosão pelo vento prolongada naárea da crista.

4. Terraplanagem final inadequadaapós a construção.

1. Área de desalinhamento énormalmente acompanhada dedepressões na crista quereduzem a cota de segurança.

2. Pode produzir áreas locais debaixa resistência do maciço quepode provocar ruptura.

Reduz a cota de segurançadisponível para a passagem deágua através do sangradouro comsegurança.

1. E s t a b e l e c e r m a r c o stransversalmente à crista paradeterminar a exata porção,localização e extensão doassentamento na crista.

2. Um engenheiro deve determinar acausa do desalinhamento esupervisionar as etapasnecessárias para reduzir o perigopara a barragem e corrigir oproblema.

3. Monitorar os marcos da cristautilizando tabelas, seguindo comações remediadoras para detectarpossíveis movimentos futuros.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. E s t a b e l e c e r m a r c o stransversalmente à crista paradeterminar a exata porção,localização e extensão doassentamento na crista.

2. Engenheiro deve determinar acausa da depressão na crista esupervisionar as etapasnecessárias para reduzir o perigopara a barragem e corrigir oproblema.

3. Reestabelecer a elevação dacrista de maneira uniformepreenchendo as áreas comdepressões utilizando técnicasconstrutivas adequadas. Deveser supervisionado porengenheiro.

4. R e e s t a b e l e c e r m a r c o stransversalmente à crista dabarragem e monitorar os marcosrotineiramente para detectarpossível recalque futuramente.

Ane

xo C

Page 106: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

115

Negligência com a barragem e faltade procedimentos de manutençãoadequada.

Animais roedores.

1. Material mal graduado edrenagem inadequada da crista.

2. Capacidade inadequada dosangradouro que pode provocaro transbordamento da barragem.

Tráfego de veículos pesados sem amanutenção adequada dasuperfície da crista.

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Ane

xo C

Page 107: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

116

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

ÁREAS A JUSANTE DA BARRAGEM

Água movendo-se rapidamenteatravés do maciço ou fundação estásendo controlada ou contida por umsistema gramado de raízes bemestabelecido.

Condição mostra uma infiltraçãoexcessiva na área. Se o sistema deraízes for destruído, ocorrerá umaerosão rápida no material dafundação, o que resultará na rupturada barragem.

1. Inspecionar cuidadosamente aárea e averiguar a quantidade defluxo e o transporte de materiais.

2. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações qued e v a m s e r t o m a d a s .NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 108: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

117

TALUDE DE JUSANTE DE CONCRETO

1. Concreto deteriorado devido aointemperismo.

2. Enchimento das juntasdeterioradas ou deslocadas.

O solo perde a umidade e sofrecontração, causando as rachaduras.Geralmente vistos na crista e taludede jusante.

1. Solo está erodido por trás da facee o que pode ter ocasionado aformação de buracos oucavernas.

2. Rachaduras no concreto dasseções sem sustentação.

Chuvas fortes podem encher asrachaduras e causar o movimentode pequenas partes do maciço.

1. Determinar a causa. Contatar umengenheiro para métodos dereparos permanentes.

2. Se o dano for extenso, umengenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações qued e v a m s e r t o m a d a s .NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. Monitorar rachaduras atentandopara o aumento no comprimento,largura e profundidade.

2. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações qued e v a m s e r t o m a d a s .NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Ane

xo C

Page 109: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

118

SANGRADOURO

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Acúmulo de sedimentos, árvoresmortas, crescimento vegetativoexcessivo etc., no canal dosangradouro.

Escoamento superficial de chuvasintensas carrega material desuperfície talude abaixo, o queresulta em depressões/canaiscontínuos. O tráfego de animais criaerosões profundas onde aconcentração de fluxo varia.

Descarga de velocidade muitoelevada; material do fundo e daslaterais solto ou deteriorado; canalou taludes muito íngremes; soloexposto desprotegido; a proteção dasuperfície mal construída.

Configuração inadequada da baciade dissipação. Materiais altamenteerosivos. Falta de uma cortina devedação no final da calha.

Redução da capacidade ded e s c a r g a ; i n u n d a ç ã o d osangradouro; transbordamento dabarragem. O transbordamentoprolongado pode causar a rupturada barragem.

Erosões não-combatidas podemprovocar deslizamentos oudesabamentos que resultam naredução da capacidade dosangradouro. A capacidadeinadequada do sangradouro podeprovocar o transbordamento dabarragem e resultar na ruptura desta.

Distúrbio na disposição do fluxo;perda de material; aumento doacúmulo de sedimentos a jusante;ruptura do sangradouro; podeprovocar o esvaziamento rápido doreservatório através do sangradouroseveramente erodido.

Perigo.Dano estrutural no sangradouro; altocusto de reparo no caso dedesmoronamento da laje ou parede.

Retirar os detritos periodicamente;controlar o crescimento vegetativono canal do sangradouro. Instalaruma rede de proteção na entradado sangradouro para interceptardetritos.

Fotografar o problema. Reparar aárea com danos substituindo omaterial erodido por aterrocompactado. Proteger a área contrafuturas erosões colocando um bomrip-rap. Revegetar a área seapropriado. Chamar a atenção doengenheiro para o problema napróxima inspeção.

Minimizar a velocidade do fluxo comum projeto adequado. Usar materialfirme. Manter o canal e os taludeslaterais suaves. Encorajar ocrescimento de grama no solo dasuperfície. Construir superfíciessuaves e bem compactadas.Proteger a superfície com rip-rap,asfalto ou concreto. Reparar a parteerodida usando práticas deconstrução adequadas.

Enxugar a área afetada; retirar omaterial erodido e preenchercorretamente com bom material;fornecer rip-rap de tamanhoadequado para a área da bacia dedissipação. Instalar uma cortina devedação.

Ane

xo C

Page 110: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

119

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Erros de acabamento ou de mão-de-obra; assentamento desigual dafundação; pressão excessiva doaterro ou da água; reforçoinsuficiente das barras de ferro doconcreto.

Construção incorreta; esforçoconcentrado; deterioração domaterial; falhas na fundação;pressão externa excessiva.

Recalque excessivo ou desigual dafundação; fuga de material da junta;junta construída muito larga e não-selada. Selante deteriorado ouremovido.

Talude muito íngreme; material malgraduado; ruptura do subleito;velocidade de escoamento muitoalta; colocação inadequada domaterial; material do leito oufundação levado embora pela água.

1. Pequenos deslocamentos irãocriar turbulência e redemoinho nofluxo, causando erosão no soloatrás da parede.

2. Grandes des locamentoscausarão rachaduras severas eevetual ruptura da estrutura.

Distúrbios no escoamento; erosãona fundação e no aterro der e c o b r i m e n t o ; e v e n t u a ldesmoronamento da estrutura.

Erosão do material da fundação podeenfraquecer o suporte da estrutura ecausar futuras rachaduras; pressãoinduzida pelo fluxo das águas atravésdas juntas deslocadas pode carregara laje ou parede e causar umsolapamento extensivo.

Erosão no fundo do canal e noaterro; ruptura do sangradouro.

Reconstrução deve ser feita de acordocom as práticas da engenharia. Afundação deve ser cuidadosamentepreparada. Calhas drenantes devamser usadas para aliviar a pressãoatrás da parede. Usar reforçosuficiente no concreto. Ancorar asparedes para prevenir futurosdeslocamentos. Limpar os drenospara assegurar sua operaçãoadequada. Consultar um engenheiroantes das ações serem tomadas.ENGENHEIRO NECESSÁRIO.

1. Grandes rachaduras semgrandes deslocamentos devamser reparadas com remendos.

2. Áreas ao redor devam ser limpase cortadas antes que o materialde remendo seja aplicado.Instalação de calhas drenantesou outras ações podem sernecessárias.

As juntas não devam ser muitolargas. Todas as juntas devam serseladas com asfalto ou outro materialflexível. Limpar as juntas, substituiros materiais erodidos e selar asjuntas. A fundação deve serpropriamente drenada e preparada.Evitar o talude da calha muitoinclinado. NECESSÁRIOENGENHEIRO

Projetar um talude estável para o fundodo canal e para o aterro. O material rip-rap deve ser bem graduado (o materialdeve conter partículas pequenas,médias e grandes). O subleito deve serbem preparado antes da colocação dorip-rap. Instalar um filtro drenante, senecessário. Controlar a velocidade dofluxo do sangradouro. Rip-rap deve sercolocado de acordo com aespecificação. É recomendado oserviço de um engenheiro.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 111: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

120

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Uso de materiais impróprios ouc o m d e f e i t o ; m a n u t e n ç ã oinadequada.

Falta de valas drenantes; falta deinstalações de drenagem; drenosentupidos.

Velocidade do fluxo muito alta;rolamento de pedregulhos e pedrassangradouro abaixo; cavidade atrásou abaixo da laje de concreto.

1. Rachaduras e juntas nosangradouro estão permitindoinfiltração.

2. A camada de areia ou pedra estápermitindo infiltração.

A vida útil da estrutura serádiminuída; ruptura prematura.

Fundação molhada tem menorcapacidade de suporte; subpressãoresultante de infiltrações podecausar danos na calha dosangradouro; acúmulo de águatambém pode aumentar a pressãototal nas paredes do sangradouro ecausar danos.

Os problemas podem progredir etornarem-se piores; pequenosb u r a c o s p o d e m c a u s a rsolapamento da fundação, o queprovocará a ruptura da estrutura.

1. Pode induzir uma perdaexcessiva de água armazenada.

2. Pode induzir uma ruptura se avelocidade for alta o bastante paracausar erosão de materiaisnaturais.

Evitar o uso de arenito para rip-rap.Usar apenas agregados limpos e deboa qualidade no concreto.Respeitar o recobrimento deconcreto nas barras de ferro. Oconcreto deve ser mantido molhadoe protegido durante a cura. A madeiradeve ser tratada antes de ser usada.

Fazer valas de drenagem nasparedes do sangradouro. A saídainterna do buraco deve ser cercadae preenchida de material filtrantegraduado. Instalar sistema dedrenagem debaixo do sangradouropróximo da saída a jusante. Esvaziaras valas drenantes existentes.Reabilitar o sistema de drenagemsobre a supervisão de umengenheiro. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

Remover as pedras e pedregulhosda calha do sangradouro antes daestação chuvosa. Usar concreto deboa qualidade. Assegurar que asuperfície de concreto está plana.NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

1. Examinar a areia de saída para verse o tipo de material pode explicar ovazamento.

2. Medir a quantidade do fluxo e checarse existe erosão dos materiaisnaturais.

3. Se a velocidade do fluxo ouquantidade de materiais erodidosaumentar rapidamente, o nível doreservatório deve ser abaixado até ofluxo se estabilizar.

4. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 112: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

121

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Água entrando por trás da estruturadevido à drenagem insuficiente ouvalas de drenagem entupidas.

1. Pode causar a queda dasparedes. Fluxo através do concretopode conduzir a uma rápidadeterioração por intemperismo.

2. Se o sangradouro está localizadodentro do maciço, uma erosãorápi da pode induzir uma rupturada barragem.

1. Checar a área atrás da parede aprocura de áreas molhadas.

2. Checar e limpar o quantonecessário.

3. Se a condição persistir, umengenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações qued e v a m s e r t o m a d a s .NECESSÁRIO ENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 113: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

122

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Recalque; impacto.

Ferrugem; erosão; cavitação.

Recalques ou má construção.

Uma pequena infiltração nocaminho ou um aumento do nívelde água armazenado.

ENTRADAS D�ÁGUA, SAÍDAS D�ÁGUA E DRENOS

Infiltração excessiva, possívelerosão interna.

Perigo. Infiltração excessiva,possível erosão interna.

Perigo. Permite a passagem daágua para dentro ou fora datubulação, resultando na erosão domaterial interno da barragem.

Perigo.1. Um aumento da velocidade do

fluxo pode causar erosão nodreno e depois no material domaciço.

2. Pode provocar ruptura devido aopiping.

Checar a evidência de água saindoou entrando na tubulação existentepela rachadura, buracos etc.

Bater de leve na tubulação, navizinhança da área com danos,tentando ouvir um barulho oco quemostra que se formou um vazio aolongo da parte externa do conduto.

Se há suspeita de rupturaprogressiva, solicitar a ajuda de umengenheiro.

1. Medir a quantidade do fluxo na saídae determinar o crescimentocomparando com o fluxo anterior.

2. Coletar amostras para comparar aturbidez.

3. Se a quantidade ou turbidezaumentou acima de 25%, umengenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

Ane

xo C

Page 114: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

123

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

1. BLOCO DE SUPORTE QUEBRADO.Deterioração do concreto. Forçaexcessiva, na tentativa de abrir acomporta.

2. HASTE DE CONTROLE QUEBRADAOU DOBRADA. Ferrugem. Forçaexcessiva na abertura oufechamento da comporta. Guiasdas hastes inadequadas.

3. GUIAS DAS HASTES FALTANDOOU QUEBRADAS. Ferrugem.Lubrificação inadequada. Excessode força na abertura oufechamento da válvula.

Pressões laterais excessivas oufalta de reforço na estrutura deconcreto. Baixa qualidade doconcreto.

Tubulação de saída d’água muitopequena. Falta de bacia dedissipação na saída do conduto.

1. Bloco de suporte pode pender ea haste de controle emperrar. Acomporta pode não abrircompletamente. O bloco desuporte pode falharcompletamente, deixando asaída d’água inoperante.

2. A saída d’água está inoperante.3. Perda de suporte da haste de

controle. A haste pode quebrar ouentortar mesmo no seu usonormal.

Perigo. Perda da estrutura de saídad’água expõe o maciço à erosão naliberação da água.

Perigo. Erosão do pé do talude dejusante causando um charcoprogressivo.

Qualquer uma destas condiçõespode significar que o controle estáinoperante ou operandoparcialmente. O uso do sistemadeve ser minimizado oudescontinuado. Se o sistema desaída d’água possui uma segundaválvula, considerar o seu uso pararegular as liberações até que osreparos possam ser feitos. A ajudade engenheiros é recomendável.

1. Checar para ruptura progressivamonitorando a dimensão típica,como o D mostrado na figura.

2. Reparar remendando asrachaduras e suprindo adrenagem ao redor da estruturade concreto. Uma substituiçãototal da estrutura de saída d’águapode ser necessária.

1. Estender a tubulação além do pé.2. Proteger o maciço com rip-rap

sobre uma camada bemcompactada.

Ane

xo C

Page 115: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

124

ANOMALIA CAUSA PROVÁVEL POSSÍVEL CONSEQÜÊNCIA AÇÕES CORRETIVAS

Grade de proteção quebrada oufaltando.

Ferrugem, efeitos de vibração, outensão resultante do esforçoempregado para fechar a comportaquando está emperrada.

Ferrugem, erosão, cavitação,vibração ou desgaste.

1. Tubulação da tomada d’águaquebrada.

2. Um caminho para percolação sedesenvolveu ao longo datubulação de saída.

A comporta não irá fechar. A válvulaou haste poderá sofrer danos noesforço de fechar a comporta.

Comporta principal pode rompercompletamente, esvaziando oreservatório.

Vazamento ou perda de suporte dacomporta. A comporta pode sercomprometida e tornar-seinoperante.

Perigo. Um fluxo contínuo podeinduzir uma erosão do material domaciço e provocar a ruptura dabarragem.

Aumentar e abaixar a comportavagarosamente até os detritosficarem soltos. Quando o nível doreservatório for rebaixado, repararou substituir a grade de proteção.

Usar válvula somente na posiçãocompletamente fechada ou aberta.Minimizar o uso de válvulas até quea comporta seja reparada ousubstituída.

Minimizar o uso de válvulas até quea comporta seja reparada ousubstituída. Se a causa for cavitação,checar se existe tubo de ventilação,e se ele está desobstruído.

1. Examinar cuidadosamente a áreapara tentar determinar a causa.

2. Verificar se água percolada carregapartículas de solo.

3. Determinar a quantidade do fluxo.4. Se o fluxo aumentar, ou se está

carregando material do maciço, onível do reservatório deve serrebaixado até que a infiltração pare.

5. Um engenheiro qualificado deveinspecionar as condições erecomendar outras ações quedevam ser tomadas. NECESSÁRIOENGENHEIRO.

VAZAMENTO NA VÁLVULA

Ane

xo C

Page 116: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

125

ANEXO D

MODELO DE PAEPLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL

Page 117: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

127

PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL – PAE

AÇUDE ___________________________(MUNICÍPIO DE_______________________)

PROPRIETÁRIO_____________________

DATA

Page 118: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

128

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................ 129

2. RESPONSABILIDADES ......................................................... 129

3. MAPA DE INUNDAÇÃO .......................................................... 129

4. RUPTURA EM PROGRESSÃO ............................................... 129

5. RUPTURA IMINENTE ............................................................. 130

6. RUPTURA EM DESENVOLVIMENTO LENTO OU SITUAÇÃONÃO USUAL ........................................................................... 130

7. SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA .............................................. 130

7.1 ABALO SÍSMICO .................................................................... 130

7.2 ENCHENTE ........................................................................... 131

7.3 EROSÃO, ABATIMENTO, ENCHARCAMENTO OU TRINCAMENTO DA BARRAGEM OU

OMBREIRAS ........................................................................... 131

7.4 NOVAS FONTES, INFILTRAÇÃO, CHARCOS, AUMENTO DE FLUXO OU

SUMIDOUROS (SINKHOLES) ....................................................... 131

7.5 DESLIZAMENTOS .................................................................... 131

7.6 DESCARGAS SÚBITAS DE ÁGUA ................................................. 132

7.7 LEITURAS DE INSTRUMENTAÇÃO ANORMAIS .................................. 132

7.8 OUTROS PROBLEMAS .............................................................. 132

7.9 TÉRMINO DA SITUAÇÃO EMERGENCIAL E AÇÕES COMPLEMENTARES ......... 132

8. AÇÕES PREVENTIVAS .......................................................... 132

8.1 GALGAMENTO POR ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO ...................... 132

8.2 REDUÇÃO DA BORDA LIVRE E/OU REDUÇÃO DA LARGURA DA CRISTA ........ 132

8.3 DESLIZAMENTO NO TALUDE DE MONTANTE OU DE JUSANTE DO ATERRO ........ 133

8.4 EROSÃO REGRESSIVA (PIPING) NO ATERRO, FUNDAÇÃO OU OMBREIRAS ...... 133

8.5 FALHA EM UM DISPOSITIVO DE DESCARGA, COMO TOMADA D’ÁGUA ESANGRADOURO ..................................................................... 133

8.6 DESLOCAMENTO EM MASSA DA BARRAGEM ................................... 133

8.7 PERCOLAÇÃO EXCESSIVA E SATURAÇÃO DO ATERRO EM COTAS ELEVADAS ...... 133

8.8 EROSÃO NO SANGRADOURO COM RISCO DE ESVAZIAMENTO DO

RESERVATÓRIO ..................................................................... 133

8.9 ABATIMENTO EXCESSIVO DO ATERRO ......................................... 133

8.10 PERDA DE SUPORTE DAS OMBREIRAS OU TRINCAMENTO EXCESSIVO EM

BARRAGENS DE CONCRETO ...................................................... 135

9. RECURSOS E SUPRIMENTOS DE EMERGÊNCIA ............. 135

10. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................ 135

11. APROVAÇÃO DO PAE .......................................................... 135

12. APÊNDICES ......................................................................... 135

12.1 APÊNDICE A – FICHA TÉCNICA DO AÇUDE ................. 135

12.2 APÊNDICE B – LISTA DE NOTIFICAÇÃO ....................... 135

12.3 APÊNDICE C – AFIXAÇÃO DE LISTAS DE NOTIFICAÇÃO EDISTRIBUIÇÃO DO PAE ................................................ 135

12.4 APÊNDICE D – ATUALIZAÇÃO DO PAE ......................... 135

12.5 APÊNDICE E – MAPA DE INUNDAÇÃO ......................... 135

Ane

xo D

Page 119: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

129

1. INTRODUÇÃO

O Plano de Ações Emergenciais (PAE) contémprocedimentos de notificação, no formato de um relatóriode inspeção técnica das estruturas de engenharia quecompõe uma barragem, no sentido de salvaguardar a vidada população que habita às margens de um rio (ou riacho)que é represado por essa barragem e ainda de alertarquanto aos aspectos de funcionamento, durabilidade eeficiência da estrutura de armazenamento, na eventualidadede uma ruptura da barragem.

Este PAE define responsabilidades e indica osprocedimentos previstos para:

a) identificar situações não usuais e/ou indesejáveis, quepossam vir a comprometer a segurança da Barragem;

b) iniciar as ações remediadoras a tempo para prevenirou minimizar os impactos a jusante de uma eventualruptura da barragem;

c) iniciar as ações emergenciais para notificação daspopulações a jusante sobre uma iminente ou atual rupturada barragem.

Neste plano, o termo barragem é utilizadocompreendendo não só o maciço, mas também todas asestruturas complementares porventura existentes (e.g.tomada de água, sangradouro, diques etc.).

Nome oficial da barragem: ________________________Localizada no rio/riacho: __________________________Caminho do fluxo a jusante: riacho______para riacho_____para rio________etc.Categoria de risco a jusante: • ALTO • MÉDIO • BAIXONúmero de construção na região de inundação a jusante:_____________________________________________________________Descrição das propriedades:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

OBS.: A FICHA TÉCNICA deste açude encontra-seapresentada nos apêndices.

2. RESPONSABILIDADES

Operação e manutenção diária da barragem:___________________________________________________________________Implementação do PAE:___________________________Determinação e Identificação de situações ou eventos querequeiram ações emergenciais:_________________________________________________________________(Proprietário ou representante).O representante do proprietário da barragem, é tambémresponsável por:a) _____________________________________________________________________________________

b) _____________________________________________________________________________________

c) _____________________________________________________________________________________

d) _____________________________________________________________________________________

e) _____________________________________________________________________________________

3. MAPA DE INUNDAÇÃO

____________ construções poderão ser afetadas porondas de cheia, causadas por um súbito rompimento dabarragem ________. Estas construções estão marcadasno mapa de inundação apresentado nos apêndices.As primeiras construções serão atingidas pela água,aproximadamente ___________ minutos após orompimento da barragem.

O MAPA DE INUNDAÇÃO encontra-se apresentado nosapêndices.

4. RUPTURA EM PROGRESSÃO

Caso uma ruptura esteja em progressão, a evacuaçãoda área de inundação a jusante deve ser iniciadaimediatamente de acordo com os passos a seguir:l notificar as pessoas imediatamente a jusante a respeito

da ruptura;l coordenar esforços com outras instituições e

proprietários de barragens a jusante para reduzir a ondade cheia, se aplicável.

Ane

xo D

Page 120: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

130

OBS.: A LISTA DE NOTIFICAÇÃO, com os nomes daspessoas e instituições a serem contatadas deste açude,encontra-se apresentada nos apêndices.

5. RUPTURA IMINENTECaso a ruptura de uma barragem seja iminente, mas

não tenha iniciado ainda, os seguintes passos devem serseguidos imediatamente:l avisar pessoas a jusante da barragem para evacuar em

vista da ruptura potencial da barragem;l implementar a LISTA DE NOTIFICAÇÃO ;l implementar ações preventivas descritas no item 9 deste

plano;l efetuar todos os esforços possíveis para reduzir a onda

de cheia a jusante (e.g. reduzir a entrada de água noreservatório, operar os dispositivos de liberação de águaetc.)

6. RUPTURA EM DESENVOLVIMENTO LENTO OUSITUAÇÃO NÃO USUAL

Caso uma ruptura em desenvolvimento lento ousituação não usual esteja ocorrendo, onde a ruptura nãoseja iminente, mas possa ocorrer se nenhuma ação forefetivada, o pessoal encarregado deverá:l contatar a (indicar endereço completo do órgão ou

responsável pela segurança da barragem), para umainspeção da barragem;

l verificar, durante estes contatos, se existe alguma açãoimediata que possa ser tomada para reduzir o risco deruptura;

l implementar, caso necessário, ações preventivasdescritas no item 9 deste plano;

l caso a situação torne-se mais grave, preparar paraimplementar a LISTA DE NOTIFICAÇÃO .

7. SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAA seguir são relacionados alguns dos eventos que

podem acarretar diretamente a ruptura da barragem. Paracada um desses eventos é apresentada uma seqüênciade etapas a serem seguidas na tentativa de estabilizar asituação.

7.1 Abalo SísmicoCaso um tremor de terra com magnitude igual ou

superior a 5 graus na escala Richter (É sentido por todos.Pessoas caminham sem equilíbrio. Janelas e objetos devidro são quebrados. Objetos, livros etc. caem de estantes.Móveis movem-se ou tombam. Alvenarias e rebocosracham. Árvores balançam visivelmente ou ouve-se ruído.)seja anunciado nas proximidades, ou o indivíduoresponsável pela barragem tenha sentido tremores, dever-se-á:l efetuar imediatamente uma inspeção visual de toda a

barragem e estruturas complementares;l se a barragem estiver rompendo, implementar

imediatamente as instruções descritas no item deRuptura em Progressão;

l se a barragem estiver danificada a ponto de acarretarem aumento de fluxo para jusante, implementarimediatamente os procedimentos descritos para RupturaIminente;

l em outro caso, se ocorreu dano, mas este não é julgadosério o bastante para causar o rompimento da barragem,observar rapidamente a natureza, localização e extensãodo dano, assim como o potencial de ruptura. Em seguida,entrar em contato com o (indicar o órgão ou responsávelpela segurança da barragem) para maiores instruções.Uma descrição das superfícies de deslizamentos, zonasúmidas, aumento ou surgimento de percolações ousubsidências, incluindo sua localização, extensão, taxade subsidência, efeitos em estruturas próximas, fontesou vazamentos, nível da água no reservatório, condiçõesclimáticas e outros fatores pertinentes será tambémimportante;

l caso não exista perigo iminente de ruptura da barragem,o proprietário deverá inspecionar detalhadamente oseguinte:a) coroamento e ambos os taludes da barragem, por

trincas, recalques ou infiltrações;b) ombreiras, por possíveis deslocamentos;c) drenos ou vazamentos, por alguma turbidez ou lama

na água ou aumento de vazão;d) estrutura do sangradouro para confirmar uma

continuidade da operação em segurança;e) dispositivos de descarga, casa de controle, túnel e

Ane

xo D

Page 121: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

131

câmara da comporta por integridade estrutural;f) áreas no reservatório e a jusante, por deslizamentos

de terra;g) outras estruturas complementares.

Relate todos os aspectos observados para o (indicaro órgão responsável) e todas as outras instituiçõescontatadas anteriormente durante a emergência. Tambémcertifique-se de observar cuidadosamente a barragem naspróximas duas a quatro semanas já que alguns danospodem não aparecer imediatamente após o abalo.

7.2 EnchenteEstudo da propagação da Cheia Afluente de Projeto

indicará se o sangradouro irá ou não suportar a cheia semproblemas. No caso de um evento de cheia maior,procedimentos especiais devem ser efetuados paraassegurar vidas e propriedades a jusante. Se algoacontecer causando elevação do nível da água noreservatório até 0,6m abaixo da crista da barragem, ou seja,cota ________ (cota coroamento – 0,6m), contate o (indicaro órgão responsável) imediatamente relatando o seguinte:

a) elevação atual do nível do reservatório e borda livre;b) taxa de elevação do nível do reservatório;c) condições climáticas – passado, presente e

previsão;d) condições de descarga dos riachos e rios a jusante;e) a vazão dos drenos.

No momento em que o nível de água do reservatórioexceder a cota da soleira do sangradouro, oucota____________ , pelo menos 1 (uma) inspeçãodiária da barragem deve ser efetuada.

Se o nível do reservatório atingir 0,3m da crista dabarragem, ou cota ___________, implementeimediatamente os seguintes procedimentos:

a) contatar o (indicar o órgão responsável);b) aumentar, gradualmente, a descarga no sangradouro

e/ou tomada d’água se possível;c) tentar notificar as pessoas residentes a jusante sobre

o aumento de vazão, e aumente as vazões emestágios para evitar atingir o pessoal a jusante.______________ é responsável pela operação da

descarga para atenuar a cheia;d) verificar o pé da barragem e ombreiras a jusante

procurando por novas infiltrações ou percolaçõesanormais no dreno do pé, se existir alguma indicaçãode fluxo com carreamento de argila ou silte ouaumento das vazões, implementar os procedimentosde Ruptura Iminente;

e) verificar o aumento/redução de percolação devido àvariação do nível da água;

f) verificar trincas, abatimentos, umedecimentos,deslizamentos ou outros sinais de perigo próximosàs ombreiras ou crista.

7.3 Erosão, abatimento, encharcamento outrincamento da barragem ou ombreiras

Determinar a localização, dimensão da área afetada(altura, largura e profundidade), severidade, estimativa dedescarga, turbidez da água de percolação e os níveis deágua no reservatório e na região a jusante. Se uma rupturaparecer provável, implementar imediatamente osprocedimentos de Ruptura Iminente, caso contrário, contataro (indicar o órgão responsável) para instruções.

7.4 Novas fontes, infiltração, charcos, aumento defluxo ou sumidouros (sinkholes)

Caso ocorra um rápido aumento em antigasinfiltrações, um aumento de fluxo no dreno de pé ouaparecimento de novas fontes, infiltrações ou zonas úmidas,então devem ser determinadas a sua localização, extensãoda área afetada, descarga estimada, aspecto da água dedescarga e as elevações de água no reservatório e naregião a jusante. Um desenho da área pode ser útil parailustrar.

Se uma ruptura parecer provável, implementarimediatamente os procedimentos de Ruptura Iminente, casocontrário, reportar todas as observações para o (indicar oórgão responsável) e aguardar por melhores instruções.

7.5 DeslizamentosTodo deslizamento na região de montante que tenha

potencial para deslocar rapidamente grandes volumes podegerar grandes ondas no reservatório ou sangradouro.

Deslizamentos na região de jusante que possamimpedir o fluxo de água normal também são relevantes.

Todos os deslizamentos devem ser relatados ao

Ane

xo D

Page 122: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

132

(indicar o órgão responsável). Entretanto, antes, éimportante determinar a localização, extensão, causaprovável, grau de efeito na operação, probabilidade demovimentos adicionais da área afetada e outras áreas dedeslizamento, desenvolvimentos de novas áreas e outrosfatores considerados relevantes.7.6 Descargas Súbitas de água

No caso de grandes descargas súbitas de água,planejadas ou não, pelo sangradouro ou dispositivos detomada d’água (e.g. abertura de comportas e válvulas etc.),as populações residentes a jusante devem ser notificadasjuntamente com as instituições e organismo envolvidos,sobre o aumento do fluxo.

7.7 Leituras de instrumentação anormaisApós a obtenção de toda leitura de instrumentação

da barragem, os valores obtidos devem ser comparadoscom os das leituras anteriores para o mesmo nível de águano reservatório. Caso a leitura pareça anormal,______________________________ é responsável por:

l Determinação de:a) alterações das leituras normais;b) níveis de água no reservatório e na região a jusante;c) condições climáticas;d) outros fatores pertinentes.

l Contatar o proprietário da barragem, engenheiroprojetista e o (indicar o órgão responsável).

7.8 Outros problemasNo caso de ocorrência de outros problemas que

possam por a barragem em risco de segurança, contatar o(indicar o órgão responsável) e explicar a situação damelhor maneira possível.

7.9 Término da Situação Emergencial e AçõesComplementares

Uma vez que as condições indicam não mais haveremergência na região da barragem e as pessoas eentidades responsáveis terem declarado que a barragemestá segura,_______________________________________ devecontatar as autoridades locais, as quais irão dar porterminada a situação emergencial.

8. AÇÕES PREVENTIVASA seguir são relacionadas algumas situações com as

respectivas ações a serem implementadas no caso de suaocorrência, a fim de prevenir ou retardar a ruptura. Estasações somente devem ser implementadas sob aorientação do (indicar o órgão responsável) ou deoutros profissionais de engenharia devidamentequalificados .

8.1 Galgamento por enchimento do reservatório:a) abrir os dispositivos de descarga até o seu limite

máximo de segurança;b) posicionar sacos de areia ao longo da crista da

barragem para aumentar a borda livre e forçar ummaior fluxo pelo sangradouro e dispositivos dedescarga;

c) providenciar proteção no talude de jusante,instalando lonas plásticas ou outros materiaisresistentes a erosão;

d) derivar, se possível, parte da vazão afluente na regiãodo reservatório;

e) aumentar a descarga de sangria, efetuandoaberturas em pequenos aterros, diques ou barragensauxiliares, onde os materiais de fundação foremmais resistentes à erosão. CUIDADO: Executaresta ação somente em último caso. Contatar o(indicar o órgão responsável) antes de tentarexecutar uma abertura controlada em um aterro .

8.2 Redução da borda livre e/ou redução da largurada crista:

a) posicionar enrocamento e sacos de areia adicionaisem áreas danificadas para prevenir mais erosão doaterro;

b) rebaixar o nível da água no reservatório para umacota abaixo da área afetada;

c) recompor a borda livre com sacos de areia ou aterroe enrocamento;

d) dar continuidade a uma inspeção detalhada da áreaafetada até a melhoria das condições climáticas.

Ane

xo D

Page 123: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

133

8.3 Deslizamento no talude de montante ou dejusante do aterro:

a) rebaixar o nível da água no reservatório a uma taxae até uma cota considerada segura dadas àscondições da ruptura. Caso os dispositivos dedescargas estejam danificados ou bloqueados, ainstalação de moto-bombas, sifões ou a aberturacontrolada do aterro pode ser necessária;

b) recompor, se necessário, a borda livre pelacolocação de sacos de areia ou reaterrando o topodo deslizamento;

c) estabilizar o deslizamento no talude de jusanteacrescentando material (e.g. solo, enrocamento,pedregulho etc.) no pé da superfície de ruptura.

8.4 Erosão regressiva (Piping) no aterro, fundaçãoou ombreiras:

a) estancar o fluxo com qualquer material disponível(e.g. bentonita, lona plástica etc.), caso a entrada defluxo esteja no reservatório;

b) rebaixar o nível do reservatório até a redução do fluxoa uma velocidade não-erosiva;

c) posicionar um filtro com areia e brita sobre a áreade saída do fluxo para evitar o carreamento dematerial pelo fluxo;

d) continuar o rebaixamento do nível do reservatório atéque uma cota segura seja atingida;

e) manter baixo o nível do reservatório até que osreparos sejam concluídos.

8.5 Falha em um dispositivo de descarga, comotomada d�água e sangradouro:

a) implementar medidas temporárias para proteger aestrutura danificada, tal como fechar a tomadad’água ou posicionar proteção temporária para umsangradouro danificado;

b) utilizar mergulhadores profissionais experientes paraverificar o problema e, se necessário, efetuar reparos;

c) rebaixar o nível do reservatório até uma cota segura.Caso a tomada d’água esteja inoperante, ainstalação de moto-bombas, sifões ou aberturacontrolada do aterro pode ser necessária.

8.6 Deslocamento em massa da barragem:a) rebaixar imediatamente o nível do reservatório até

que os movimentos excessivos terminem;b) continuar rebaixando o nível do reservatório até que

uma cota segura seja atingida;c) manter baixo o nível do reservatório até que os

reparos sejam concluídos.

8.7 Percolação excessiva e saturação do aterro emcotas elevadas:

a) rebaixar o nível do reservatório até atingir uma cotasegura;

b) efetuar um monitoramento freqüente observandosinais de deslizamentos, trincamentos ou percolaçãoconcentrada;

c) manter baixo o nível do reservatório até que osreparos sejam concluídos.

8.8 Erosão no sangradouro com risco de esvaziamentodo reservatório:

a) reduzir o fluxo pelo sangradouro abrindo totalmenteos dispositivos de descargas;

b) providenciar uma proteção temporária nos pontosde erosão pela colocação de sacos de areia,enrocamentos ou lonas plásticas presas por sacosde areia;

c) rebaixar o nível do reservatório, quando a vazãodiminuir;

d) manter baixo o nível do reservatório a fim de reduziro fluxo pelo sangradouro.

8.9 Abatimento excessivo do aterroa) rebaixar o nível do reservatório, liberando maior

vazão pelos dispositivos de descarga ou pelainstalação de moto-bombas, sifões ou uma aberturacontrolada do aterro;

b) restaurar a borda livre, caso necessário,preferivelmente pela colocação de sacos de areia;

c) rebaixar o nível do reservatório até uma cota segura;d) manter baixo o nível do reservatório até que os

reparos sejam concluídos.

Ane

xo D

Page 124: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

134

8.10 Perda de suporte das ombreiras ou trincamentoexcessivo em barragens de concreto:

a) rebaixar o nível do reservatório pela liberação demaior vazão pelos dispositivos de descarga;

b) implementar a LISTA DE NOTIFICAÇÃO ;c) tentar impedir o fluxo de água através da barragem

instalando lonas plásticas na face de montante;d) rebaixar o nível do reservatório até uma cota segura.

9. RECURSOS E SUPRIMENTOS DE EMERGÊNCIAEm uma situação emergencial, equipamentos e

suprimentos (e.g. sacos de areia, enrocamentos, materialargiloso, equipamentos de terraplanagem, trabalhadoresetc.) podem ser necessários em um curto espaço de tempo.

A relação abaixo indica como obter alguns destesmateriais.

10. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADESA lista a seguir indica quem é responsável pela tomada deações específicas para cada situação emergencial nabarragem. Desta maneira as tarefas podem ser bemdistribuídas de forma que, em uma situação emergencial,ninguém seja sobrecarregado além do necessário.

11. APROVAÇÃO DO PAEAs pessoas abaixo assinadas revisaram o Plano de AçõesEmergencial e contribuíram com os procedimentos denotificação propostos.

Proprietário da barragem: _________________________

__________________________________________________

Operador da barragem: ___________________________

______________________________________________________

Defesa civil: ____________________________________

_______________________________________________

(indicar o órgão responsável): ______________________

________________________________________________

Outros: _______________________________________

________________________________________________

12. APÊNDICES

12.1 APÊNDICE A � FICHA TÉCNICA DO AÇUDE

12.2 APÊNDICE B � LISTA DE NOTIFICAÇÃO

A. RESIDENTES A JUSANTE PRIMEIRAMENTE AFETADOS POR ÁGUAS

DE ENCHENTE

B. DEFESA CIVIL OU POLÍCIA

C. (indicar o órgão responsável)

Ane

xo D

Page 125: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

135

12.3 APÊNDICE C � AFIXAÇÃO DE LISTAS DENOTIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO PAE

Posicionar as listas de notificação na barragem e nocentro de operação de emergência local. Manter os roteirospróximos aos telefones e rádios existentes nasproximidades da barragem e fazer uma cópia completa doPAE disponível para todos os operadores, pessoal deoperação emergencial, defesa civil e autoridades locais.

Certificar-se também da localização dos demaisPAEs para a troca quando de sua atualização.

LOCALIZAÇÃO DOS PAES

12.4 APÊNDICE D � ATUALIZAÇÃO DO PAEA atualização de informações no PAE deve ser feita

anualmente e/ou quando ocorram alterações importantes.

Informações a atualizar devem incluir:

· Números de telefone· Suprimentos e sua localização· Mudanças de pessoal· Endereços· Alterações na barragem

Assim como outros itens que possam ser importantesao longo do ano.

DATAS DE ATUALIZAÇÃO

12.5 APÊNDICE E � MAPA DE INUNDAÇÃO

Ane

xo D

Page 126: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

137

FONTES BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES

Page 127: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

139

A seguir são apresentadas algumas fontes bibliográficas com-plementares sobre o tema “Segurança de Barragens” consideradasimportantes para um maior entendimento do assunto.

ANDRIOLO, F. R.; MAIONCHI, A. Acidentes, Incidentes, Falhas:Panorama de Privatizações, Responsabilidades, Riscos e Custos.Anais do XXII Seminário Nacional de Grandes Barragens – Tema I –CBGB. São Paulo: Abril, 1997ANDRIOLO, F. R.; SGARBOZA, B.C. Inspeção e Controle de Quali-dade do Concreto. São Paulo, 1993, 571pp.ALMEIDA, B. A. Gestão Integrada do Risco nos Vales a Jusante de

Barragens – um projecto NATO realizado em Portugal. 1º

Congresso sobre Aproveitamento e Gestão de Recursos Hídricosem Países de Idioma Português - ABES, Rio de Janeiro, março/2000.

ARAÚJO, J.A.A. (coord.). Barragens no Nordeste do Brasil; experiênciado Dnocs em barragens na região semi-árida. 2ª ed., Fortaleza,Dnocs, 1990, 328p.

BERCHA F. G. Risk Analysis Basis for Pipeline Life Cycle Safety.Golder Associates Ltda., Alberta, june/1994.

CARDIA R. J. R. SOS Em’97: An emergency action plan revisited.Dam Safety, Berga (ed.). Balkema, 1998.

CARVALHO, L. H. Instruções gerais a serem observadas na construçãodas barragens de terra. 2ª ed. rev. e aum. Fortaleza, Dnocs,1981. 225p. il.

CBGB. Cadastro Brasileiro de Deterioração de Barragens eReservatórios.

CBGB. Diretrizes para a Inspeção e Avaliação de Segurança deBarragens em Operação, Rio de Janeiro, 1983, 26 p.

CBGB. Simpósio sobre barragens e meio ambiente.

CBGB. Simpósio sobre instrumentação geotécnica em barragens,revista do CBDB, pub. 01/96.

CBGB. Anais dos Seminários Nacionais de Grandes Barragens.

CBGB. RBE – Volume 2, n° 1, I Simpósio de Segurança de Barragens,Rio de Janeiro, RJ, 1987.

CBGB. RBE – Volume 3, n° 2, Utilização Múltipla das Barragens eReservatórios no Brasil: Diagnóstico e Recomendações, 1990.

CBGB. RBE – Volume 4, n° 1, Desempenho de Estruturas Hidráulicas– Incidentes em Vertedouros, 1991.

CBGB. RBE – Volume 4, n° 2, II Simpósio sobre Segurança deBarragens, 1992.

CBGB. Simpósio sobre Barragens e o Meio Ambiente.

———. Simpósio sobre Segurança e Confiabilidade de Barragens emServiço.

CBGB. II Simpósio sobre Instrumentação de Barragens: Auscultaçãoe Instrumentação de Barragens no Brasil. Belo Horizonte, MG,agosto/1996.

CDSA. Diretrizes para a segurança de barragens. Tradução de HenryDantas Strong, CESP / Divisão de Segurança e Tecnologia –ERS, São Paulo, SP, 1995.

CMB 2000. Barragens e Desenvolvimento: um novo modelo para tomadade decisões (sumário). Tradução de C. A. Malferrari, novembro/2000.

COGERH. Manual de Segurança de Barragens (minuta), 1997, 60p.

COMITÊ BRASILEIRO DE GRANDES BARRAGENS. Guia Básico deSegurança de Barragens, São Paulo, 1999.

CRUZ, P. T. 100 barragens brasileiras, São Paulo, 1996, Oficina detextos.

CYGANIEWICZ, J. M.; SMART, J. D. U.S. Bureau of Reclamation’suse of risk analysis and risk assessment in dam safety decisionmaking. ICOLD, 20th Congress, Beijing, China, september/2000.

ELETROBRÁS. Avaliação da Segurança de Barragens Existentes/United States Department of the Interior, Bureau of Reclamation.Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, Rio de Janeiro,1987, 170p.

FEMA. Dam Safety: An Owner’s Guidance Manual. United StatesFederal Emergency Management Agency, Denver 1987, 117p.

GEHRING, J.G. Aspectos Atuais na Avaliação da Segurança deBarragens em Operação. Dissertação de Mestrado, USP, SãoPaulo, 1987, 249p.

GOMES, A. S.; PEDRO, J. O.; ALMEIDA, J. M. Plano Específico paraAvaliação da Segurança de Barragens Portuguesas. 1º

Congresso sobre Aproveitamento e Gestão de Recursos Hídricosem Países de Idioma Português – ABES, Rio de Janeiro, março/2000.

HENNING, C.; DISE, K.; MULLER, B.; Achieving Public Protectionwith Dam Safety Risk Assessment Practices. Risk BasedDecision Making in Water Resources VIII, Proceedings of theEighth Conference, ASCE, 1998.

ICOLD. Deterioration of dams and reservois, december/1983.

ICOLD. International Symposium on Analytical Evaluation of DamRelated Safety Problems, Copenhagen, july, 1989.

ICOLD. Bulletin 60 – Dam Monitoring – General Considerations, 1988.

ICOLD. Improvement of Existing Dam Monitoring – Recommendationsand Case Histories, 1991.

HRADILEK, P. J. et al. Avaliação de Pequenas Barragens. Brasília,Ministério da Integração Regional, Secretaria de Irrigação, 1993.120p. il. (Manual de Irrigação, v.6).

KREUZER, H. The use of risk analysis to support dam safety decisionsand management. Proc. ICOLD 20th Congress, GR - Q76, Beijing,2000.

KUPERMAN, S. C. Concreto massa para barragens. Escola Politécnicada Universidade de São Paulo/ CESP, Curso de Segurança deBarragens, notas de aula, setembro/ 2000.

Font

es B

iblio

gráf

icas

Page 128: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

140

LAFFITE, R. Probabilistic risk analysis of large dams: its value andlimits. Water Power and Dam Construction, p. 13-16, march/1993.

LINDQUIST, L.N. Instrumentação de Barragens. Notas de Aula do Cur-so de Segurança de Barragens promovido pela COGERH, For-taleza, 1997.

LNEC. Some considerations on the durability of dams, A. F. da Silveira,ICT/INCB 6, Lisboa, 1990, 30p.

LNEC. Aspectos Hidráulicos da Segurança de Barragens. Departamentode Hidráulica, Lisboa, 1994, 39p.

LNEC. Risco e Gestão de Crises em Vales a Jusante de Barragens.Lisboa, 1997, 151p.

MELLO, V.F.B. Segurança das barragens de terra, de terra-enrocamentoe de enrocamento com membranas estanques: fundações, tam-bém, a fortiori. Revista Brasileira de Engenharia, Caderno deGrandes Barragens, 1992, 4(2): 41-50.

MENESCAL, R.A. & MIRANDA A.N. Plano de Ações Emergenciaispara Barragens, Anais do XII SNRH, volume IV, Vitória, ES, nov./97.

MENESCAL, R.A.; GONDIM FILHO, J.G.C. & OLIVEIRA, Y.C. Arecuperação de açudes no âmbito da gestão dos recursoshídricos do Estado do Ceará. III SRHNE, Salvador, 1996, pp. 91-97.

MENESCAL, R.A.; VIEIRA, V.P.P.B. & OLIVEIRA, S.K. (2001).Terminologia para Análise de Risco. XXIV Seminário Nacionalde Grandes Barragens, Anais Pós-congresso, Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; VIEIRA, V.P.P.B.; FONTENELLE, A.S. & OLIVEIRA,S.K. (2001). Incertezas, Ameaças e Medidas Preventivas nasFases de Vida de uma Barragem. XXIV Seminário Nacional deGrandes Barragens, Anais Pós-Congresso, Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; CRUZ, P.T.; CARVALHO, R.V.; FONTENELLE, A.S.;OLIVEIRA, S.K. (2001). Uma Metodologia para Avaliação doPotencial de Risco em Barragens no Semi-Árido. XXIV SeminárioNacional de Grandes Barragens, Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; FONTENELLE, A.S.; OLIVEIRA, S.K & VIEIRA,V.P.P.B. (2001). Avaliação do Desempenho de Barragens noEstado do Ceará. XXIV Seminário Nacional de GrandesBarragens, Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; FONTENELLE, A.S.; OLIVEIRA, S.K. & VIEIRA,V.P.P.B. (2001). Ações de Segurança de Barragens no Estadodo Ceará. XXIV Seminário Nacional de Grandes Barragens,Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; OLIVEIRA, S.K.; FONTENELLE, A.S. & VIEIRA,V.P.P.B. (2001). Acidentes e Incidentes em Barragens no Estadodo Ceará. XXIV Seminário Nacional de Grandes Barragens,Fortaleza, CE.

MENESCAL, R.A.; FIGUEIREDO, N.N. & FRANCO, S.R. (2001). AProblemática das Enchentes na Região Metropolitana deFortaleza. XIV Seminário Nacional de Recursos Hídricos, Aracajú,SE.

MENESCAL, R.A.; VIEIRA, V.P.P.B; MOTA, F.S.B. & AQUINO, M.D.(1999). Quantificação de Riscos Ambientais e Efeitos de AçõesMitigadoras – Estudo de Caso: Açude Aracoiaba. XIII SeminárioNacional de Recursos Hídricos, Belo Horizonte, MG.

MENESCAL, R.A. & VIEIRA, V.P.P.B. (1999). Manutenção desangradouro de açude e risco de ineficiência hidráulica. XXIIISeminário Nacional de Grandes Barragens, Belo Horizonte, MG.

PARSONS, A.M.; BOWLES D. S. & ANDERSON L.R. Strengtheninga Dam Safety Program Through Portfolio Risk Assessment. HRW,september/1999.

PEDRO, J. O.; GOMES, A. S. O Regulamento Português de Segurançade Barragens e suas Normas Complementares. 1° Congressosobre Aproveitamento e Gestão de Recursos Hídricos em Paísesde Idioma Português – ABES, Rio de Janeiro, março/2000.

RAMOS, C. M. Segurança de Barragens: aspectos hidráulicos eoperacionais. LNEC, ICT/ITH 38, Lisboa, 1995, 43p.

SABESP. Manual de Inspeção de Barragens de Terra e Enrocamento,São Paulo, 1991, 52p.

SALMON, G.M., HARTFORD, D.N.D. Risk analysis for dam safety.International Water Power and Dam Construction, pp. 42-47,march/1995.

SERAFIM J.L. Lessons from Experience and Research on the Safetyof Dams. Reprint from Second International Conference onStructural Safety and Reliability, september, 1977, Munich,Germany.

SILVEIRA, A.F.; FLORENTINO C. A.; NEVES, E. MARANHA.Monitoring dams according to risk factors. Proceedings of theInternational Conference on Safety of Dams, Coimbra, april, 1984.

SILVEIRA, J.F.A. Análise de Risco Aplicada a Segurança de Barragens.Revista do Comitê Brasileiro de Barragens. Edição Especial,nov./99, pp. 1-42.

SRH. Apresentação de Projetos para Pequenos Barramentos – Rotei-ro de procedimentos, Fortaleza, 1994, 40 p.

USBR. Dams and Public Safety, 1983.

USBR. Embankment Dam Instrumentation Manual, 1987.

USBR. Operation Plan – Workforce Diversity and Equal Opportunity,1999.

USBR. Review of Operation and Maintenance Program FieldExamination Guidelines, 1991.

USBR. Risk Analysis Report – Issue Evaluation – Baseline RiskAnalysis, 2000.

Font

es B

iblio

gráf

icas

Page 129: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

141

USBR. Safety Evaluation of Existing Dams, 1995.

USBR. Safety of Dams, Project Management Guidelines, 2000.

USBR. Standing Operating Procedures Guide for Dams, Reservoirs,and Power Facilities, 1996.

USBR. Training for Dam Operators – Instructors Manual, 1996.

USBR. Emergency Action Plan, 2000.

USBR. Guidelines for Achieving Public Protection in Dam SafetyDecision Making. Denver, Colorado, april, 1997.

USBR. Design of Samall Dams, Washington, 1977.

USCOLD/ASCE. Lessons from Dam Incidents, USA, 1975.

USCOLD/ASCE. Lessons from Dam Incidents, USA – II, 1988.

USCOLD/ASCE. Lessons Learned from Design, Construction andPerformance of Hydraulic Structures, 1986.

VICK S.G. Considerations for estimating Structural ResponseProbabilities in Dam Safety Risk analysis. USBR/TSC, Denver,CO, september/ 1999.

Font

es B

iblio

gráf

icas

Page 130: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

142

Ana

is d

oIC

OLD

Page 131: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

143

Ana

is d

oIC

OLD

Page 132: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

144

Ana

is d

oIC

OLD

Page 133: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

145

Ana

is d

oIC

OLD

Page 134: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

146

Ana

is d

oIC

OLD

Page 135: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

147

Ana

is d

oIC

OLD

Page 136: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

148

Ana

is d

oIC

OLD

Page 137: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

149

Projeto Gráfico e EditoraçãoCartaz ([email protected])

RevisãoDPE Studio ([email protected])

Page 138: Manual de seguridad e inspeccion de Presas

Manual de Segurança e Inspeção de Barragens

150