Licao 9 - O Nivel do Ser · 2020. 11. 5. · de nós, já seja burguês ou proletário, milhonário...

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IIntrodução

Querido leitor, em lições anteriores falamos sobre o Ser, Ser Íntimo ou Real Ser de si mesmo. Esta lição está dedicada ao Ser. O que é o ser? Se pode explicar o que é? Onde está o Ser? Como atua?

O Ser tem diferentes níveis de acordo com o estado interior e a ação do homem, ou seja, nosso Ser Íntimo se desenvolve na medida que percorremos o Caminho, quando realizamos os Três Fatores da Revolução da Consciência e a Autognosis.


O

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O que é o Ser?

O Nível do Ser

Para saber o que é realmente o Ser, é necessário encarná-lo, já que o Ser é indefi nível e, portanto, com a mente jamais poderíamos chegar a vivenciá-lo. O Ser é o Ser, a razão de ser do Ser é o mesmo Ser. O Ser é o que sempre foi e será. O Ser é nosso Pai que está em segredo. O Ser é nosso Íntimo. O Ser é Deus dentro do homem. O Ser é o princípio criador no criado, de onde emanamos pela primeira vez na aurora da criação e para onde devemos regressar com maestria e Autoconsciência.

O Absoluto é a origem de tudo. É o Ser de todos os Seres. Ele é o que é, o que sempre foi e o que sempre será. Ele se expressa como movimento e repouso abstrato absoluto. Ele é a causa do Espírito e da matéria, mas não é nem um nem outro. O Absoluto está mais além da mente, esta não pode compreendê-lo, então o que nos cabe é intuir sua natureza.

O Absoluto está mais além da vida condicionada.Mais além do que é relativo está o Real Ser (Deus), mas a verdadeira

natureza deste “Ser” é o “Não-Ser”, porque é o Ser Imanifestado, é o Ser que não se manifestou em existência da Criação; ainda mora no Absoluto. Para podermos aproximar-nos com alguns conceitos, poderíamos dizer que no Absoluto está o Não-Ser, e quando este começa sua manifestação é quando começa o movimento da vida criada, começa a existência positiva.

Enquanto o Ser (Deus) está no Absoluto tem uma existência negativa, ou seja, não se manifesta, não cria nada. Por isso, se encontrará que o Ser é o Não-Criado e, quando começa a manifestar-se na existência, se desdobra no Ser Autocriado.

Por isso, o Gênesis bíblico começa dizendo “No princípio Deus criou...”, ou seja, Deus estava no Não-Criado, no Não-Manifestado; o Gênesis do começo da Criação narra a primeira manifestação de Deus.

O Absoluto não é um Deus nem tampouco um indivíduo Divino ou humano; seria absurdo dar forma ao que não tem forma.

O Absoluto está mais além do tempo, do número, da medida, do peso, da casualidade, da forma, do fogo, da luz e das trevas.

No interior de cada um de nós temos um Ser que nos instrui, que nos ensina; mas se nós não estamos dispostos a aprender dele, passa a vida e só levamos um punhado de experiências adquiridas na terra.

O Ser Íntimo de cada pessoa dispõe de muitos sistemas para ensinar-nos, se o ser humano tivesse mais entendimento e observação das mensagens do coração, encontraria a luz que iluminaria o caminho e o ajudaria a conhecer a


forma de canalizar seu destino através da vertical, através do Caminho.Nosso Ser Íntimo dispõe de uma inteligência e uma intuição para que através

dela interpretemos os ensinamentos e os pressentimentos que vêm de dentro. O Ser ensina com mensagens simples e com pressentimentos.

AA Escada Maravilhosa

Psicologicamente falando, é a distância, ponto, fase ou degrau em que nos encontramos com respeito a nosso Real Ser. Nosso nível do Ser está determinado pelo estado interior de nossa consciência. Para esclarecer mais, podemos imaginar-nos numa escada com muitíssimos degraus que se estendem debaixo para cima verticalmente. Ditos degraus representam neste caso os distintos níveis do Ser.

Ou seja, que nesta escada maravilhosa podemos encontrar todos os níveis do Ser. Ao fi nal da escada, no extremo superior, se encontra nosso Real Ser. Nós nos encontramos em algum degrau dessa escada maravilhosa, pois cada pessoa é diferente no aspecto moral, espiritual, psíquico, etc. Incontestavel-mente em algum degrau destes nos encontramos, degraus abaixo estão as pessoas menos conscientes que nós e degraus acima se encontram pessoas mais conscientes que nós.

Assim como em nossa sociedade existem diferentes níveis sociais: proletários, classe média, classe alta ou ricos, gente de igreja, de prostíbulo, de comércio, de campo, etc., assim também existem distintos níveis do Ser. O que internamente somos: esplêndidos ou insignifi cantes, generosos ou mesquinhos, violentos ou gentis, castos ou luxuriosos, bêbados ou abstêmios, drogados, cobiçosos, invejosos, orgulhosos, preguiçosos, gulosos, etc., é o que determina nosso nível do Ser.

Temos que anelar uma mudança verdadeira. Sair desta rotina aborrecedora, desta vida meramente mecânica.

O que primeiro devemos compreender com inteira clareza é que cada um de nós, já seja burguês ou proletário, milhonário ou de classe média, rico ou miserável, se encontra realmente em tal ou qual nível de Ser. O nível de Ser do bêbado é diferente do abstêmio e o da prostituta, muito distinto ao da donzela.

Nesta vertical extraordinária, nesta escada maravilhosa, é claro que podemos encontrar todos os níveis de Ser... cada pessoa é diferente.

Agora, não se está falando de caras feias ou bonitas, nem tampouco se trata de questão de idades. Há gente jovem e velha, anciãos que já estão para morrer e crianças recém nascidas. A questão do tempo e dos anos é nascer, crescer, desenvolver-se, casar-se, reproduzir-se, envelhecer e morrer. Isto é a vida (horizontal).

Na Escada Maravilhosa, no Caminho (vertical) o conceito de tempo não cabe. Nos degraus de tal escada só podemos encontrar “Níveis de Ser”.


A esperança das pessoas não serve para nada; creem que com o tempo as coisas serão melhores; assim pensavam nossos avós e bisavós. Os fatos precisamente vêm demonstrar o contrário.

O Nível de Ser é o que conta e isto é vertical. Nos encontramos em um degrau, mas podemos subir a outro degrau.

Um Nível de Ser mais alto está imediatamente acima de nós de instante em instante. Não está em nenhum remoto futuro horizontal, senão aqui e agora; dentro de nós mesmos, na vertical.

É ostensível e qualquer um pode compreender que as duas linhas horizontal e vertical se encontram de momento a momento em nosso interior psicológico e formam cruz.

A personalidade se desdobra e desenvolve na linha horizontal da vida. Nasce e morre dentro de seu tempo linear; é perecedora. Não existe nenhum amanhã para a personalidade do morto; não é o Ser.

Os Níveis do Ser, o próprio Ser, não é o tempo, nada tem a ver com a linha horizontal, se encontra dentro de nós mesmos. Resultaria manifestadamente absurdo buscar nosso próprio Ser fora de nós mesmos.

Não é demais fi xar como corolário o seguinte: títulos, graus, ascensões, etc., no mundo físico exterior, de modo algum originariam exaltação autêntica, revalorização do Ser ou passo a passo num degrau superior nos Níveis do Ser.

AA Cruz Horizontal e Vertical

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Para que viemos? Por que vivemos?

Inquestionavelmente o pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem não só não sabe, senão ademais nem sequer sabe que não sabe.

O pior de tudo é a situação tão difícil e tão estranha em que nos encontramos, ignoramos o segredo de todas nossas tragédias e, sem embargo, estamos convencidos de que sabemos tudo.

Leve um homem, uma pessoa dessas que na vida se presumem infl uentes, ao centro do deserto do Saara, deixe-o lá, longe de qualquer oásis e observe de um avião tudo o que sucede. Os fatos falarão por si mesmos; o ser humano, ainda que presuma-se forte e creia-se muito homem, no fundo resulta espantosamente débil. O ser humano é tolo em cem por cento; pensa de si mesmo o melhor; crê que pode desenvolver-se maravilhosamente mediante o jardim de infância, manuais de etiqueta, escolas primárias, secundárias, bacharéis, universidades, o bom prestígio do papai, etc. Desafortunadamente, atrás de tantas letras e bons modos, títulos e dinheiro, sabemos bem que qualquer dor de estômago nos entristece e, no fundo, continuamos sendo infe-lizes e miseráveis.


Basta ler a História Universal para saber que somos os mesmos bárbaros de antigamente e que, em vez de melhorar, nos tornamos piores. Este século XXI com suas guerras, prostituição, sodomia mundial, degeneração sexual, drogas, álcool, crueldade exorbitante, perversidade extrema, monstruosidade, etc., é o espelho no qual devemos olhar-nos. Não existe, pois, razão para gabar-nos de haver chegado a uma etapa superior de desenvolvimento.

Pensar que o tempo signifi ca progresso é absurdo, desgraçadamente os homens continuam engarrafados no dogma da evolução. Em todas as páginas negras da história, encontramos sempre as mesmas horrorosascrueldades, ambições, guerras, etc.

Sem embargo, nossos contemporâneos estão, todavia, convencidos de que isso da guerra é algo secundário, um acidente passageiro que nada tem a ver com a civilização moderna.

Certamente o que importa é o modo de ser de cada pessoa. Alguns sujeitos serão bêbados, outros abstêmios, aqueles honrados e outros sem-vergonhas; existe de tudo na vida.

A massa é a soma dos indivíduos, o que é o indivíduo é a massa, é o governo, etc. A massa é, pois, a extensão do indivíduo. Não é possível a transformação das massas ou dos povos, se o indivíduo, se cada pessoa, não se transforma.

Ninguém pode negar que existem distintos níveis sociais. Assim também existem distintos Níveis do Ser. O que internamente somos: esplêndidos ou insignifi cantes, generosos ou mesquinhos, violentos ou gentis, castos ou luxuriosos, atrai as diversas circunstâncias de nossa vida.

Um luxurioso atrairá sempre cenas, dramas e até tragédias de lascívia nas quais se verá metido.

Um bêbado atrairá bêbados e se verá metido sempre em bares e cantinas.O que atrairá o trapaceiro? O egoísta? Quantos problemas? Prisão?

Desgraças?Sem embargo, as pessoas amargadas, cansadas de sofrer, tem vontade de

mudar, virar a página de sua história... Pobre gente! Querem mudar e não sabem como; não conhecem o procedimento, estão metidos em um beco sem saída. O que lhes sucedeu ontem, lhes sucede hoje e lhes sucederá amanhã; repetem sempre os mesmos erros e não aprendem as lições da vida.

Todas as coisas se repetem em sua própria vida; dizem as mesmas coisas, fazem as mesmas coisas, lamentam as mesmas coisas. Esta repetição aborrece-dora de dramas, tragédias e comédias continuará enquanto carreguem em seu interior os elementos indesejáveis, ira, cobiça, luxúria, inveja, orgulho, gula, etc.

Qual é nosso nível moral? Ou melhor diríamos. Qual é nosso nível de Ser?Enquanto o Nível de Ser não mude radicalmente, continuará a repetição de

todas nossas misérias, dramas, desgraças e infortúnios.Enquanto um homem prossiga com o erro de crer-se um, único, individual, é

evidente que a mudança radical será algo mais que impossível. Há que recordar que o Ego em nós nos faz ser muitos, porque o Eu é pluralizado (se compõe de


múltiplos agregados psicológicos).O próprio fato de que o trabalho esotérico comece com a rigorosa observação

de si mesmo, nos está indicando uma multiplicidade de fatores psicológicos, Eus ou elementos indesejáveis que é urgente extirpar e erradicar de nosso interior.

Inquestionavelmente, de modo algum seria possível eliminar erros desconhecidos, por isso, urge observar previamente aquele que queremos separar e eliminar de nossa psique.

Este tipo de trabalho não é externo, senão interno, e quem pense que qualquer manual de etiqueta ou sistema ético externo e superfi cial lhe possa levar ao êxito, estará de fato equivocado.

Este trabalho é motivo mais que sufi ciente para demonstrar que exige um esforço pessoal e muito particular de cada um de nós.

Não é possível mudança alguma em nossa psique sem a observação de todo este conjunto de fatores subjetivos que levamos dentro.

Falando francamente, asseveramos de forma enfática o seguinte: nenhum outro ser humano poderia fazer este trabalho por nós.

Admitir a pluralidade do Eu e evidenciá-la por observação rigorosa são aspectos diferentes.

Alguém pode aceitar a doutrina dos muitos Eus sem ter jamais evidenciado tal doutrina; isso só é possível auto-observando-se cuidadosamente. Esquivar-se do trabalho de observação íntima, buscar o vazio, é signo inconfundível de degeneração.

Enquanto um homem sustente a ilusão de que sempre é um, uma mesma pessoa, não pode mudar; e é óbvio que a fi nalidade deste trabalho é precisamente lograr um trabalho gradual em nossa vida interior.

A transformação radical é uma possibilidade defi nida que normalmente se perde quando não se trabalha sobre si mesmo.

O ponto inicial da mudança radical permanece oculto enquanto o homem continue crendo-se um e não muitos (pelo Eu pluralizado).

A severa observação de nós mesmos sem escapatória de nenhuma espécie nos permite verifi car o cru realismo de que não somos um, senão “muitos”.

No mundo das opiniões subjetivas diversas teorias pseudoesotéricas ou pseudo-ocultistas servem sempre de beco para fugir de si mesmo. Alguém poderia dizer: “Sei que não sou um, senão muitos, a Gnosis me ensinou”. Tal afi rmação, ainda que fosse muito sincera, se não existisse plena experiência vivida sobre esse aspecto doutrinário, obviamente seria meramente externa e superfi cial.

Evidenciar, experimentar e compreender é o fundamental, só assim é possível trabalhar conscientemente para lograr uma mudança radical.

Afi rmar é uma coisa e compreender é outra. Quando alguém diz: “compreendo que não sou um, senão muitos”, se sua compreensão não é verdadeiramente palavreado insubstancial de conversa ambígua, isto indica, assinala e acusa plena verifi cação da doutrina dos muitos.


Conhecimento e compreensão são diferentes. O primeiro é da mente, o segundo do coração.

Conhecer a doutrina dos muitos Eus e compreendê-la são fundamentais para toda mudança radical verdadeira.

Quando um homem começa a observar detidamente a si mesmo, sob o ângulo de que não é um, senão muitos, obviamente iniciou um trabalho sério sobre sua natureza interior.

Com justa razão podemos asseverar solenemente que o exterior é o refl exo do interior. Quando alguém muda interiormente e tal mudança é radical, o exterior, as circunstâncias, a vida, mudam também.

Samael Aun Weor diz: “Estive observando estes tempos (1974), um grupo de gente que invadiu um terreno alheio; aqui no México, tais pessoas recebem o curioso qualifi cativo de “paraquedistas”. São vizinhos da colônia campestre Churubusco, estão muito próximos de minha casa, motivo pelo qual pude estudá-los de perto.

Ser pobre jamais pode ser delito, mas o grave não está nisso, senão em seu nível de Ser.

Muitas vezes pensei que, se qualquer sujeito desses eliminasse de seu interior o ódio, a ira, a luxúria, a embriaguez, a maledicência, a crueldade, o egoísmo, a calúnia, a inveja, o amor próprio, o orgulho, etc., as pessoas gostariam dele, se associaria por simples Lei de Afi nidades Psicológicas com gente mais refi nada, mais espiritual; essas novas relações seriam defi nitivas para uma mudança econômica e social.

O plano divino é que nós venhamos à escola da vida para realizar um curso de autoconsciência sobre os conceitos de bem e mal e logo regressar com sabedoria à nossa casa paternal, ao Absoluto. Desgraçadamente no caminho fomos capturados pelo Ego.

Nosso delito não é ter nos degenerado, já que graças à queda Edênica (a formação do Ego) conhecemos o Bem e o Mal e, portanto, abriram-se as portas da maestria, trabalhando sobre a Lei dos Opostos. Nossa falta esteve e está em ter persistido no Mal, em não pôr-nos de pé.


A concentração é fi xar a atenção em uma só coisa, ou seja, manter a mesma imagem no terreno do pensamento durante um tempo determinado.

A Concentração permite relaxar-se por completo, requerendo para ela a atenção necessária, assim como também evita a dispersão do pensamento, que é um obstáculo para a continuidade de esforços e propósitos.

A concentração, para ser efetiva, deve ser intensa e sustentada, em tal sentido a intensidade da imagem está subordinada ao tempo durante o qual sejamos capazes de conservar ditas imagens em nossa mente.

A concentração permite manter os objetos fi xados de antemão, não permitindo que se diluam, assim como também reúne as energias afastando todos os pensamentos secundários que prejudicam os pensamentos diretos.

É possível cultivar a concentração em nossa vida diária. Isto se logra pensando no que fazemos, mesmo quando a princípio tenhamos bastante difi culdade, por nosso costume de fazer tudo mecanicamente.

Desde o momento em que voluntariamente pensemos no que fazemos, se estará realizando um exercício de concentração.

Dizem os sábios que o desconhecido é o novo de momento a momento. Por isso nós, os gnósticos, estamos chamados a conhecer em qual Nível de Ser nos encontramos, para que, dessa forma, possamos passar a um Nível de Ser superior.

PPrática

As lições da Primeira Câmara vão nesta ordem e desenvolvimento:

01. O que é Gnosis

02. Personalidade, Essência e Ego

03. O Despertar da Consciência

04. O Eu Psicológico

05. Luz, Calor e Som

06. A Máquina Humana

07. O Mundo das Relações

08. O Caminho e a Vida

09. O Nível do Ser

10. O Decálogo

11. Educação Fundamental

12. A Árvore Genealógica das Religiões

13. Evolução, Involução e Revolução.

14. O Raio da Morte

15. Reencarnação, Retorno e Recorrência.

16. A Balança da Justiça

17. Os Quatro Caminhos

18. Diagrama Interno do Homem

19. Transformação da Energia

20. Os Elementais.

21. Os Quatro Estados de Consciência

22. A Iniciação

Ciclo de Conferências

Primeira Câmara

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