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1 José Fernando Nandé LATIM I
LATIM I
História, 2
Pronúncia, 3
Quantidade, 5
Nominativo, 8
Verbos transitivos e intransitivos, 11
Verbo ser (esse), 15
Acusativo, 17
Genitivo, 19
Verbos da primeira conjugação, 19
Dativo, 21
Ablativo, 23
Verbos da segunda conjugação, 25
Vocativo, 25
Presente do imperativo, 26
Verbos da terceira conjugação, 28
Traduções, 30
Bibliografia, 32
Professor José Fernando Nandé
Curitiba - 2018

2 José Fernando Nandé LATIM I
O latim foi a língua falada na região do Lácio (Itália) pelo menos desde 800 anos antes deCristo, que praticamente coincide com a fundação de Roma, considerada pelos historiadoresromanos, em 21 de abril de 754 a.C.
Por volta do Séculos VIII a.C. até o V a.C, por meio das conquistas do Império Romano, olatim avança pela Itália, Espanha, Portugal, Norte da África, Gálias (França, Suíça, Bélgica eregiões alemãs ao longo do Reno), Récia e Nórdico (Áustria), Dácia (România), Grã-Bretanha,Frísia (Holanda), Dalmácia e Ilíria (Iugoslávia); Panônia (Hungria).
No período do século I a.C. ao II d.C o latim assume o seu máximo desenvolvimento comseus escritores clássicos:
✔ Marco Túlio Cicero (106 – 43 a.C.), o maior orador de todos os tempos;✔ Caio Júlio César (100 - 44 a.C.), escritor primoroso, um dos maiores generais da história;✔ Caio Crispo Salústio (87-35 a.C.), historiador✔ Públio Virgílio Marão (70 – 19 a.C.), poeta✔ Horácio Flaco (65 – 8 a.C.), poeta✔ Públio Ovídio Nasão (43 a.C – 17 d.C), poeta✔ Tito Lívio (59 a.C. – 17 d.C.), historiador.
No século IV d.C. São Jerônimo (Eusebius Sophronius Hieronymus) traduz para o latim aBíblia (Vulgata) do grego e do hebraico. A Vulgata foi publicada em 400 d.C. logo após Teodósioter proclamado o cristianismo com religião oficial do Império Romano (391 d.C.).
No século seguinte, V d.C. acontece a queda de Roma, em 476. Deste ponto em diante alíngua latina que já vinha passando por um processo de decadência, começa a ceder lugar à línguasregionais e dialetos. Mas, mesmo assim, o latim continua por mais mil anos, por toda a IdadeMédia, inspirando as obras-primas da literatura ocidental.
Em 1088 é fundada a primeira Universidade do ocidente e o latim passa a ser a língua oficialda Ciência, adotada em todas as universidades fundadas posteriormente até o século XIX. Hoje, olatim não é mais falado em parte alguma. Porém, é a língua oficial da Igreja Católica.
Taxado erroneamente como “língua morta”, o latim é estudado em quase todas as nações domundo, porque é essencial para se entender profundamente as línguas modernas, sobremodo asneolatinas, PORTUGUÊS, italiano, espanhol, francês, romeno, galego etc.

3 José Fernando Nandé LATIM I
A princípio o alfabeto latino contava com 21 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, k, l, m, n, o,p, q, r, s, t, u, x. Passou a contar com 23 letras (grafemas) com a introdução de j e v, por Pierre de laRamée, humanista francês, no século XVI.
Há mais do que uma pronúncia no latim. Usamos em nossos estudos a pronúnciareconstituída, a qual foi elaborada depois de estudos linguísticos que tentam reproduzir apronúncia latina da época de Cícero (Latinidade Clássica ou áurea vai de mais ou menos 81 a.C até14 d.C). Nesta reconstituição convencionou-se que:
todas as letras são pronunciadas
o c tem som de k
o g tem som de /g/ como em gato
j soa como i
o s tem sempre o som de ss
o v soa como u
o x soa com ks
o y tem som ü
o z soa com dz
o h tem o som próximo de r (levemente aspirado)
Recomendamos o site da Universidade de Princeton para se ouvir o áudio de alguns textosclássicos. Nos textos com áudio são exploradas todas essas possibilidades da pronúnciareconstituída.
Outra pronúncia difundida é a Romana - eclesiástica, praticada pela igreja e próxima daitaliana, em que damos como exemplo a oração Pai Nosso. Observem que os religiosos costumamacentuar as palavras latinas, mas isso é apenas um artifício para facilitar a pronúncia, posto que olatim não tem acento algum em suas palavras.

4 José Fernando Nandé LATIM I
PATER NOSTER
Pater noster, qui es in caelis
Pai nosso, que estais nos céus,
Sanctificétur nomen tuum:santificado seja o vosso nome;
Advéniat regnum tuum:venha a nós o vosso reino;
Fiat voluntas tua,seja feita a vossa vontade,
sicut in caelo, et in terra.assim na terra como no céu;
Panem nostrumo pão nosso
quotidiánum da nobis hódie,de cada dia nos dai hoje;
Et dimítte nobis débita nostra,e perdoai-nos as nossas dívidas,
sicut et nosassim como nós
dimíttimus debitóribus nostris.perdoamos aos nossos devedores;
Et ne nos indúcas in tentatiónem.e não nos deixeis cair em tentação;
Sed líbera nos a malo. Amen.Mas livrai-nos do mal. Amém.

5 José Fernando Nandé LATIM I
As palavras latinas não são acentuadas como no exemplo acima, que constava dos missaiscatólicos do Brasil e vinham acentuados para melhor entendimento do vulgo. Hoje, no estudo doLatim Clássico e para efeito didático, gramáticas e dicionários costumam assinalar a quantidadedas vogais (breves ou longas).
Na palavra Cāmpus, o sinal gráfico mácron (grego: extenso, grande - o tracinho sobre o ā deCām - indica-nos que esta vogal deve ser pronunciada com mais intensidade do que as outras, ou seja, com uma duração maior.
Autores antigos e livros religiosos costumam usar os mesmos acentos do português paramarcar a quantidade da vogal e escrevem cámpus.
Existe também a braquia, sinal gráfico (um c voltado para cima) a indicar uma vogal breve(a longa é a anterior). Assim, em agricŏla a sílaba longa será gri, ou agrícola, semelhante aoportuguês. No latim, a não ser em raros casos, não existe palavra com vogal longa na última sílaba,geralmente a tônica vem na penúltima ou antepenúltima.
Exercício I – Pronuncie com sílabas breves e longas dependendo do caso:
a) Cāmpusb) Agricŏlac) Aquĭlad) Edŭcate) Ovidĭus Nasof) Domūs

6 José Fernando Nandé LATIM I
Exercício II - Leitura de texto com pronúncia latina reconstituída:
IN CATILINAM ORATIO PRIMA (Catilinárias)*
I – Quosque tandem
abutere, Catilina,
nostra patientia?
Quamdiu etiam
iste tuus furor
eludet nos?
Ad quem finem
audacia effrenata
jactabit sese?...
I – Até quando enfim
abusarás, Catilina,
da nossa paciência?
Por quanto tempo ainda
este teu rancor
zombará de nós?
Até que ponto
a (tua) audácia desenfreada
se gabará?*Série de quatro discursos proferidos por Cícero (Marcus Tullius Cicero) em 63 a.C. denunciando os planos de Catilina,
nobre falido, que planejava, junto com outros subversivos, derrubar a República para obter poder e riqueza. No anoseguinte, Catilina seria derrotado.

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Exercício III – Leitura de parte da Eneida, acompanhada pelo site da Universidade de Princeton- link: http://www.princeton.edu/~clip/
Em português:
Armas canto, e o varão que, lá de TroiaPrófugo, à Itália e de Lavino às praias
Trouxe-o primeiro o fado. Em mar e em terraMuito o agitou violenta mão suprema,
E o lembrado rancor da seva Juno;Muito em guerras sofreu, na Ausônia quando
Funda a cidade e lhe introduz os deuses:Donde a nação latina e albanos padres,E os muros vem da sublimada Roma.
Musa, as causas me aponta, o ofenso nume,Ou por que mágoa a soberana deia
Compeliu na piedade o herói famosoA lances tais passar, volver tais casos.
Pois tantas iras em celestes peitos!

8 José Fernando Nandé LATIM I
Oração é todo conjunto linguístico que se estrutura em torno de um verbo ou locuçãoverbal, apresentando sujeito e predicado. O que caracteriza a oração é o verbo, não importando setal oração tenha sentido ou não sozinha.
Exemplos: A águia voa./ O menino estudou ontem./ A menina deve estar atrasada.
Sujeito de uma oração: na definição mais simples é o agente (pessoa ou coisa) que praticoua ação imposta pelo verbo: quem escreve; quem olha; quem fecha... Para descobri-lo numa oração,usamos o artifício de perguntar quem ou o que está realizando a ação. A resposta será o sujeito daoração.
Exemplos:
Pedro quebrou o disco.Pergunta: Quem quebrou o disco?
Resposta: Pedro.
Sujeito: Pedro
Sócrates discorreu sobre a alma.Pergunta: Quem discorreu sobre a alma?
Resposta: Sócrates.
Exercício IV – Descubra o sujeito nas seguintes orações:
a) Os romanos honravam seus deuses.
b) Pedro foi ferido na guerra.
c) Ao professor e ao pai do menino chegam reclamações dos colegas.
Em latim, a função sujeito corresponde ao caso NOMINATIVO.
Uma palavra pode ser declinada de seis formas em latim, ou seja, aparecer com terminaçõesdiferentes conforme sua função na oração:
1. O sujeito (nominativo) - nome
2. O vocativo (vocativo) – apelo, ó
3. O adjunto adnominal restritivo (genitivo) - de

9 José Fernando Nandé LATIM I
4. O objeto indireto (dativo) – a, para
5. O adjunto adverbial (ablativo) – por, pela
6. O objeto direto (acusativo) – sem preposição
VOCABULÁRIO
Puella
Cantat
Magistra
Edŭcat
Aquĭla
Volat
Discipŭla
Saltat
Poëta
Recĭtat
Agricŏla
Laborat
Ranae
Natant
Reginae
Regnant
Nautae
Navĭgant
Aquĭlae
Menina
Canta
Professora, mestra
Educa
Águia
Voa
Aluna, discípula
Salta
Poeta
Recita
Agricultor
Trabalha
Rãs
Nadam
Rainhas
Reinam
Marinheiros, nautas
Navegam
Águias

10 José Fernando Nandé LATIM I
Puella cantat
Puella cantat. Magistra edŭcat. Aquĭla volat.
Puellae cantant. Magistrae edŭcant. Aquĭlae volant.
Discipŭla saltat. Poëta recĭtat. Agricŏla laborat.
Ranae natant. Reginae regnant. Nautae navĭgant.
Exercício I – Traduzir o texto Puella cantat (A menina canta).
Exercício II – Assinale no texto Puella cantat o sujeito de cada oração.
Exercício III – No mesmo texto, em cor diferente, assinale o predicado de cada oração.
Exercício IV – Pôr no plural as frases do terceiro parágrafo.
Exercício V – Pôr no singular as frases do quarto parágrafo.
Exercício XI – Escreva e diga em latim as seguintes frases:
As professoras educam.
Meninas recitam.
Um poeta canta.
Agricultores trabalham.
O marinheiro nada.

11 José Fernando Nandé LATIM I
Um marinheiro nada.
Pelo que foi visto até agora, você observou que:
1. Em latim não há artigo (em português: o, os, a, as, um, uns, uma, umas);2. As orações apresentadas são simples, com apenas sujeito e predicado;3. Todos os substantivos (nomes) aqui apresentados terminam em a no singular e ae no
plural, isso é uma das maneiras para se identificar o NOMINATIVO no latim.4. Todos os verbos da leitura terminam em at na terceira pessoa do singular e em ant na
terceira pessoa do plural.
“Toda ação provoca um efeito e todo efeito tem uma causa”
1. Pedro escreveu uma carta.
Causa: Pedro
Ação: escreveu
Efeito: uma carta (perguntamos: o que Pedro escreveu?)
Predicação – o verbo é também chamado de predicado, porque atribui, predica uma ação aalguma pessoa ou coisa.
Citamos um verbo de predicação incompleta (que exige pessoa ou coisa para recair) –chamado de VERBO TRANSITIVO (VT).
Essa pessoa ou coisa em que recai a ação do verbo chama-se de complemento ou paciente daação verbal.
Neste caso, o verbo (predicado) possui predicação incompleta. Nos verbos de predicaçãoincompleta, os transitivos, a oração tem três termos, sujeito, predicado, complemento:
“Eu escrevi uma carta.”
Sujeito: eu
Predicado: escrevi

12 José Fernando Nandé LATIM I
Complemento: uma carta
“Maria ganhou um colar.”
Sujeito: Maria
Predicado: ganhou
Complemento: um colar
2. O pássaro voou.
Causa: o pássaro
Ação: voou
Efeito: nenhum (não perguntamos: o que é que ele voou?)
Neste caso citamos um verbo (voar) de predicação completa (a ação fica toda no sujeito) –VERBO INTRANSITIVO.
Objeto direto – é a pessoa ou coisa sobre que recai diretamente a ação do verbo; este verboserá Transitivo Direto e a ação verbal o OBJETO DIRETO.
“Pedro estudou a lição.”Pedro: sujeito
estudou: predicado
a lição: complemento; no caso, objeto direto.
Neste tipo de oração o verbo depende de uma preposição, no caso “de” que vai se somar ao“o”, resultado em “do”.
Pedro depende do pai.
Não podemos dizer:
Pedro depende o pai.
Então, na oração:
Pedro depende do pai.
pedro: sujeito
depende: predicado, verbo transitivo indireto
do pai: complemento, objeto indireto.

13 José Fernando Nandé LATIM I
Objeto indireto – é o complemento de um verbo transitivo indireto. Vem sempreacompanhado de preposição.
Exemplos de verbos transitivos indiretos:
Gostar (de alguma coisa)
“Gosto de jiló.”
“Gosto de estudar.”
Obedecer (a alguma coisa)
“Obedeço ao professor.” (preposição “a” + artigo “o”)
“Não obedeço à professora.” (preposição “a” + artigo “a” = à)
Recorrer (a alguma coisa)
“Vou recorrer à justiça.”
“Recorro aos anjos em hora de aflição.”
Predicativo - temos um predicativo quando o verbo liga uma qualidade ao sujeito. O verboneste caso é chamado de verbo de ligação e o complemento é chamado de predicativo.
Pedro é bom.Sujeito: Pedro
Verbo de ligação: é (ser)
Complemento: bom (predicativo do sujeito)
Os colégios são ruins.
Sujeito: Os colégios
Verbo de ligação: são (ser)
Complemento: ruins (predicativo do sujeito)
Notem que o sujeito sempre concorda em número e gênero com o predicativo.
NUNCA chame o PREDICATIVO de PREDICADO.
Principais verbos de ligação: ser, estar, andar, ficar, permanecer etc.

14 José Fernando Nandé LATIM I
VOCABULÁRIO
etThălīăestLivĭaSilvĭaI ulĭasedŭlaquoquesuntbonasempermalanonseveracolloquĭumessumestissumus
eThaliaéLíviaSílviaJúliaaplicada, atentatambémsãoboasempremánãoseveraconversaçãoéssousoissomos
Magistra et discipŭlae
Thălīă est magistra. Livĭa est discipŭla. Discipŭlae sedŭlae sunt. Iulĭa et Silvĭa quoque
discipŭlae sunt. Discipŭla bona semper sedŭla est. Magistra edŭcat, puellae laborant: Livĭa
cantat, Iulĭa recitat, Silvĭa saltat. Discipŭlae malae non laborant. Magistra severa est.
Colloquĭum
Thălīă – Est sedŭla, Livĭa?
Livĭa – Sum.
Thălīă – Estis sedŭlae, puellae?

15 José Fernando Nandé LATIM I
Discipŭlae – Sumus.
Exercíco I - Copiar o texto e destacar os predicativos
Exercício II - Procurar um sujeito para os seguintes predicados:
_______________________ cantat
_______________________recĭtant
_______________________discipŭlae
Exercício III - Traduzir para o latim:
a) Eu sou uma aluna aplicada
b) As rainhas são severas.
c) A menina não é má.
d) As alunas não são boas.
e) Nós não somos poetas.
PRESENTE DO INDICATIVO
(Eu) sou
(Tu) és
(Ele) é
(Nós) somos
(Vós) sois
(Eles) são

16 José Fernando Nandé LATIM I
Em latim não se costuma colocar os pronomes e conjuga-se desta forma o verbo ser (esse) no presente do indicativo:
sumesestsumusestissunt
Com os respectivos pronomes retos:
(ego) sum – (eu) sou
(tu) es – (tu) és
(-) est – (ele, ela) é
(nos) sumus – (nós) somos
(vos) etis – (vós) sois
(-) sunt – (eles, elas) são
Nas orações latinas não se costuma explicitar o pronome pessoal, somente quando a oração,para maior clareza, assim exigir.
Em latim, não existem pronomes que correspondam aos nossos ele, ela, eles, elas. Em seuslugares, alguns autores costumam colocar os pronomes demonstrativos “ille” (aquele, aquela) e“illi” (aqueles, aquelas).

17 José Fernando Nandé LATIM I
Vimos o que é objeto direto, que em latim é traduzido pelo acusativo. Notem que no texto, o Acusativo aparece terminado em "m" no singular e "s" no plural.
Singular:
Domina ornat mensam.
A senhora enfeita a mesa.
Plural:
Dominae ornant mesas.
As senhoras enfeitam as mesas.
VOCABULÁRIO
Domĭna
Serva
Lucretĭa
Impĕrat
Anna
Drusilla
Lucilla
Obtempĕrant
Amant
Hodĭe
Conviva
Exspectat
Idĕo
Cena
Parat
Mensa
Ornat
Senhora
Escrava
Lucrécia
Manda
Ana
Drusila
Lucila
Obedecem
Amam, estimam
Hoje
Convidado
Espera
Por isso
Ceia, jantar
Prepara
Mesa
Orna, enfeita

18 José Fernando Nandé LATIM I
Porta
Servat
Porta
Vigia
Domĭna et servae
Lucretĭa impĕrat. Anna, Drusilla et Lucilla obtempĕrant. Lucretĭa domina est. Anna,
Drusilla et Lucilla servae sunt. Servae amant dominam. Hodĭe Lucretĭa convivas expectat. Idĕo
serve sedŭlae sunt. Anna cenam parat, Lucilla mesam ornat, Drusilla portam servat. Domĭna
amat servas.
Exercício I: Formar o nominativo singular e plural de puella, rana, serva, nauta.
Exercício III: Formar o vocativo singular e plural de puella, rana, serva, nauta.
Exercício IV: Indicar na leitura: a) os sujeitos; b) os objetos diretos; c) os predicados.
Exercício V: Traduzir para o latim:
a) As senhoras mandam.
b) As criadas não estimam as senhoras.
c) Lucrécia espera o conviva.
d) O conviva não espera Lucrécia.
e) As professoras são severas.
f) A aluna estima as professoras.
g) As alunas trabalham.
h) Thalia educa as alunas.

19 José Fernando Nandé LATIM I
i) A escrava está atenta.
É o complemento que restringe o nome, quase sempre está ligado à ideia de posse. No latim corresponde ao caso genitivo.
Exemplo:
A casa de Pedro.
A casa poderia ser de João, de Paulo, de Joaquim, mas é a casa é de uma pessoa específica, restrita. Assim dizemos que o complemento de Pedro é o adjunto adnominal restritivo da palavra casa.
O pelo do camelo é quente.
Os cultores da filosofia adquirem bela cultura.
Vendi a fazenda da vovó.
Os verbos da primeira conjugação latina fazem infinitivo em are e conjugam-se no presente do indicativo da seguinte conforme amare:
amo
amas
amat
amamus
amatis
amant
Eu amo
Tu amas
Ele(a) ama
Nós amamos
Vós amais
Eles(as) amam

20 José Fernando Nandé LATIM I
VOCABULÁRIO
Schola
Clara
Diligenter (adv.)
Frequentant
Saepe (adv.)
Fabŭla
Narrat
Delectant
Valde (ad.)
Vos
Nos
Et… et
Sed
Iusta
Escola
Famosa
Assiduamente
Frequentam
Muitas vezes
Fábula
Narra, conta
Deleitam
Muito
Vós
Nós
Tanto... como
Mas
justa
Schola Thălīae
Schola Thălīae clara est. Discipŭlae Thălīae amant magistram. Puellae sedŭlae diligenter
frequentant scholam. Magistra saepe fabŭlas narrat. Fabŭlae poëtarum delectant discipulas.
Colloquĭum
Lucretĭa – Silvĭa, amas scholam Thălīae?
Silvĭa – Amo valde.
Lucretĭa – Et vos, puellae, amatis magistram?
Livĭa – Nos quoque amamus et magistram et scholam.

21 José Fernando Nandé LATIM I
Lucretĭa – Non est severa magistra?
Iulĭa: - Est severa, sed iusta.
Exercício I: Indicar na leitura: a) os sujeitos; b) os objetos diretos; c) os adjuntos restritivos.
Exercício II:Formar os genitivos singular e plural de regina, aqŭila, mensa, schola.
Exercício III: Formar os nominativos, acusativos e genitivo do singular e do plural de fabŭla.
Exercício IV: Escrever em latim:
a) A porta da escola.
b) A mesa das professoras.
c) o jantar da escrava
d) As escravas de Lucrécia.
Em latim, o caso dativo corresponde ao objeto indireto no português.
Exemplos:
Magistra pupam puellae dat.
A professora dá a boneca para a menina.
Sujeito (nominativo): magistra
Objeto direto(acusativo): pupam
Predicado (verbo): dat
Objeto indireto (dativo): puellae.
Magistra sententīas póëtarum dictat puellis.
A professora dita as sentenças dos poetas para as meninas.
Sujeito (nominativo): Magistra
Objeto direto (acusativo): sententīas
Adjunto restritivo (genitivo): poëtarum
Predicado (verbo): dictat
Objeto indireto (dativo): puellis.

22 José Fernando Nandé LATIM I
Então, em latim as formas (existem outras) de compor o dativo é a seguinte: no singular, com terminação ae, No plural, com terminação is.
Em português, o objeto indireto é indicado por meio de “à”, “às” e “para”, ou “para a”, ou “para o”.
VOCABULÁRIO
Sententīa
Dicto, -as, are
Postĕa (adv.)
Pigra
Ignoro, -as, -are
Laudo, -as, -are
Castigo, -as, -are
Pupa
Do, das, dare
Quia (conj.)
Comĭter
Saluto, -as, -are
Sentença
Ditar
Em seguida
Preguiçosa
Ignorar
Louvar
Castigar
Boneca
Dar
Porque
Delicadamente, afavelmente
Cumprimentar,saudar
Discipŭlae sedŭlae prigae
Magistra sententīas póëtarum dictat puellis. Postĕa discipŭlae pigrae sententĬas ignorant.
Magistra sedŭlas laudat, pigras castigat. Thălīă pupam dat Silvĭae, qui diligenter laborat.
Discipūlae Thălīam comĭter salutant.
Exercício I: Identificar nas orações em latim do texto, se houver, o nominativo, o dativo e o acusativo.

23 José Fernando Nandé LATIM I
Exercício II: Traduzir para o latim:
a) Lívia recita a fábula para Thalia.
c) Lucrécia dá um jantar às amigas.
d) As escravas obedecem às senhoras.
Na oração:
Paulo morreu.
Temos uma informação que não precisa de complementos, pois ela tem predicação completapor meio do verbo intransitivo morreu. Mas, se acrescentarmos as circunstâncias do ocorrido, fica assim:
Paulo morreu no rio.
Essa informação complementar, que indica as circunstâncias em que Paulo morreu, “no rio”,chamamos de adjunto adverbial.
Na língua portuguesa são diversos os adjuntos adverbiais, por enquanto vamos trabalhar com alguns deles:
a) lugar (na sala, na igreja, no campo)
b) tempo (No verão, desde a infância)
c) Modo (com tanta)
d) Companhia (com meu irmão, com minha tia)
e) Causa (por culpa)
f) Matéria (de ouro, de prata, de madeira)
Em português, geralmente o adjunto adverbial é expresso com as preposições por, pelo, pela,pelos, pelas e com.
No latim, o adjunto adverbial corresponde ao caso ablativo, com as seguintes terminações: singular: a e plural: is
Agente da (voz) Passiva – indica a pessoa, o animal, ou a coisa, que realiza a ação expressa por um verbo passivo:
Tu serás premiado pelo mestre.

24 José Fernando Nandé LATIM I
O menino foi mordido pelo cão.
Os muros foram derrubados pela enchente.
O agente da passiva traduz-se em latim geralmente com o caso ablativo.
VOCABULÁRIO
DuaeAmicaUnāRidĕo, -es, ērePilāLuduntVehementer (adv.)Gaudĕo, -es, ēreAmicitĭāAraDeaRosa
DuasAmigaJuntasRirBolaBrincam, jogamMuitoAlegrar-seAmizadeAltar, araDeusaRosa
Duae amicae
Silvĭa est amica Iulĭae. Amicae semper unā sunt; Laborant, cantant, rident, pilā lundunt.
Iulia valde amat amicam: Silvĭa vehementer gaudet amicitĭā Iulĭae. Hodĭe amicae aras dearum
rosis ornant.
Exercício I: Identificar nas orações em latim do texto estudado, se houver, o nominativo, o dativo, o ablativo e o acusativo.
Exercício II: Traduzir para o latim:
a) As alunas de Thalia jogam com as bolas.
b) A escrava orna com rosas a mesa da senhora.
c) As meninas alegram-se com a amizade da professora.

25 José Fernando Nandé LATIM I
Todos os verbos da segunda conjugação latina têm o infinitivo em -ere (longo). Pertencem a esta conjugação, por exemplo, gaudĕo (alegrar-se), tacĕo (calar-se), parĕo (obedecer), habĕo. ter. Omodelo ou paradigma para a segunda conjugação latina é video (ver):
Video
Vides
Videt
Videmus
Videtis
Vident
Eu vejo
Tu vês
Ele, ela vê
Nós vemos
Vós vedes
Eles, elas veem
A função do vocativo é indicar apelo, chamado, do latim vocare, chamar, clamar.
Pode aparecer no início, ou meio, ou final da oração (sempre acompanhado de vírgula).
“Meninos, estudem a lição.”
“Estudem, meninos, a lição.”
“Estudem a lição, meninos.”
Em português, o vocativo ora vem constituído apenas da palavra, ora acompanhado da interjeição “ó”:
“Menino, você não tem experiência da vida.”
“Ó menino, você não tem experiência da vida.”

26 José Fernando Nandé LATIM I
Nunca confundir a interjeição “ó” com o “oh!” das orações exclamativas.
“Ó meninas, sois lindas.”
“Oh! Meninas como sois lindas!”
Portanto:
Interjeição é a palavra que exprime, subitamente, o nosso sentimento.
As principais em latim são:
o → ó
oh → oh!
heu → ai
vae → desgraçado, infeliz
O presente do imperativo (que geralmente traduz uma ordem) forma-se tirando-se o “s” da segunda pessoa do singular do presente do indicativo. Na segunda pessoa do plural do presente do indicativo. No plural, temos ainda que acrescentar um “e”:
Presente do indicativo (verbos em -are) Presente do imperativo
amo -
amas ama
amat -
amamus -
amatis amate
amant -

27 José Fernando Nandé LATIM I
Para a segunda conjugação é de igual forma:
Presente do indicativo (verbos em -are) Presente do imperativo
video -
vides vide
videt -
videmus -
videtis videte
vident -
Atenção especial temos que ter com os verbos irregulares, como o verbo sum:
Presente do indicativo (verbos em -are) Presente do imperativo
sum -
es es (sê)
est -
sumus -
estis Este (sede)
sunt -
VOCABULÁRIO
tacěo, -es, -ere
parěo, es, -ere
moněo, -es, -ere
mihi
tabella
planta
aqua
rigo, -as, -are
historĭa
patrĭa
cogĭto, -as, -are
calar-se
obedecer
advertir
me, a mim
tabela (para escrever)
planta
água
regar
história
pátria
cogitar, meditar

28 José Fernando Nandé LATIM I
Magistra monet discipŭlas
Livĭa, tace! Iulĭa, labora! Silvĭa, es bona et sedŭla! Discipŭlae, scholam diligenter frequentate,
est sedŭlae, parete magistris! Date mihi tabellas! Recitate fabŭlam! Puellae, plantas aquā rigate!
Poëtas amate, historĭam patrĭae cogitate!
Exercício: I – Formar o vocativo singular e plural de poëta, serva, magistra, puella.
Exercício II – Formar todos os casos de sedŭla serva no singular.
Exercício III – Formar todos os casos de bona domĭna no plural.
Exercício IV – Conjugar no presente do imperativo, canto, parěo, regno, tacěo.
Exercício V – Dizer em latim: trabalha!; cala-te!; obedece!; calai-vos!.
Exercício VI – Traduzir por escrito: As alunas amam a escola. Alunas, amai a escola. Marinheiros, defendei a pátria! Poeta, narra a história dos marinheiros para as meninas.
Os verbos da terceira conjugação têm o presente do infinitivo em ěre (com o e breve). Há duas formas de conjugá-los, pois eles têm duas terminações diferentes, -o e -io.
1. Verbos terminados em -o (modelo lego - ler)
2. Verbos terminados em -io (modelo capǐo - prender)
1. presente do ind. 1. imperativo 2. presente do ind. 2. imperativo
lego - capǐo -
legis lege capis cape
legit - capit -
legimus - capǐmus -
legitis legǐte capǐtis capǐte
legunt - capǐunt -

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VOCABULÁRIO
pulchra
lego, -is, -ĕre
describo, -is, ĕ
disco, -is, -ĕre
ecce (interj.)
vita
capto, -as, -are
musca
melĭus
iniurĭa
accipĭo, -is, -ěre
quam (conj.)
facio, -is, -ěre
placěo, -es, -ere
bonita
ler
copiar
aprender
eis, eis aqui
vida
apanhar
mosca
melhor
injustiça, ofensa
receber
do que
fazer
agradar
Magistra sententĭas legit puellis
Thălīă pulchras sententĭas poëtarum legit discipŭlis. Puellae sententĭas describunt et
discunt. Ecce setentĭae:
I. Non scholae, sed vitae discĭmus. (Lucius Annaneus Seneca: 4 a.C. - 65 d.C.).
II. Historĭa est magistra vitae. (Marcus Tullio Cicerus: 106 a.C – 43 a.C.)
III. Aquĭla non capt muscas.
IV. Melĭus est iniurĭam accipěre quam facěre.

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Sententĭae poëtarum placent puellis.
Exercício I: Conjugar no presente do indicativo e do imperativo: disco, accipĭo, capto, placěo.
Exercício II: Formar todos os casos, no singular e plural, de iniurĭa.
Exercício III: Achar o sujeito da frase seguinte: Iulĭa amicitiā magistrae gaudet.
Exercício IV: Explicar as diversas funções das palavras terminadas em “ae” na frase anterior.
Exercício V: Reconhecer nas duas frases seguintes se as palavras terminadas em “is” estão ou não no mesmo caso:
Magistra sententĭas dictat puellis.
Puellae gaudent sententĭis.
Exercício VI: Traduzir para o latim:
a) Amigas, lede a história da águia e das mocas.
b) As alunas aprendem as fábulas do poeta.
c) As histórias dos poetas agradam muito à menina.
1. Verbos no dicionário
a) Procura-se sempre o verbo pela primeira pessoa do presente do indicativo. Exemplo, o verbo am ārě (amar) nunca aparecerá desta forma como verbete num dicionário, aparecerá amō, portanto, procure por amō.
b) Nos dicionários, agregadas ao verbo procurado, vamos encontrar pelo menos três informações sobre suas conjugações, inclusive com a intensidade das vogais (normalmente, encontramos seis, que vão ser estudadas mais adiante):
Amō, ās, āvi, ātūm, ārě - amar, querer bem…
As informações que nos interessam, por enquanto, além do significado, são: que a segunda pessoa do singular do presente do indicativo termiará em ās (amās) e que o infinitivo terminará em ārě (am ārě.)

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2. Ordem dos objetos indireto e direto
Quando numa oração existem dois objetos, um direto (acusativo) e outro indireto (dativo), o indireto costuma vir antes do direto.
As trombetas anunciam a batalha aos marinheiros.
Objeto direto: a batalha;
Objeto indireto: aos marinheiros.
Tubae nautis pugnam nuntiant.
Dativo: nautis
Acusativo: pugnam
3. Adjunto adverbial de companhia
O adjunto adverbial de companhia, que em português vem sempre antecedido da preposição com, coloca-se em latim no ablativo, também com essa preposição que é cum. Quase todos os adjuntos adverbiais colocam-se antes do verbo.
As rainhas passeiam com as criadas.
Reginae cum ancillis ambulant.
4. O genitivo
O genitivo latino geralmente vem antes da palavra de que depende.
As penas da pomba.
Columbae pennae.

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ALMEIDA, NAPOLEÃO MENDES DE. Gramática latina. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
COMBA, JÚLIO. Programa de Latim. 10 ed. São Paulo: Editora Salesiana Dom Bosco, 1991.
D’AZEVEDO. A. DA SILVA. Lativm – Antologia Latina. São Paulo: Editora Livraria Acadêmica &Saraiva, 1934.
FURLAN, OSWALDO ANTÔNIO. Língua e literatura latina e sua derivação portuguesa. Vozes, Petrópolis, 2006.
LODEIRO, JOSÉ. Traduções dos textos latinos. Porto Alegre: Editora Globo, 1960.
RÓNAI, PAULO. Curso Básico de Latim, I : gradus primus. 18 ed. São Paulo: Cultrix, 2012.