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1
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO “DEP. EST. RENE BARBOUR”
DEP. DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
PROJETO INDUSTRIAL
LATICÍNIO
BARRA DO BUGRES - MT
NOVEMBRO DE 2010
2
CAMILLA RODRIGUES DE PAULA
ELAYNE VICENTE SIQUEIRA
FLÁVIA CAROLINE PICOLOTTO
PROJETO INDUSTRIAL
LATICÍNIO
Projeto do laticínio, submetido à avaliação
da disciplina de Projeto Industrial – PI,
ministrada pelo Prof. Dr. Fabrício Schwanz da
Silva.
BARRA DO BUGRES - MT
NOVEMBRO DE 2010
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 11
1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 12
1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................. 14
3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS .......................................................................... 14
3.2 NOME, MARCA E LOGOTIPO ......................................................................... 15
3.3 LOCALIZAÇÃO.................................................................................................. 15
3.4 MIX DE PRODUTOS .......................................................................................... 16
3.5 MERCADO .......................................................................................................... 16
3.6 DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................. 17
3.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................ 17
3.7.1 Turnos e Carga Horária ..................................................................................... 17
3.10 MISSÃO DA EMPRESA ................................................................................... 20
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 20
4.1 MATÉRIA-PRIMA .............................................................................................. 20
4.2 PRODUTOS ACABADOS .................................................................................. 21
4.2.1 Leite Longa Vida (UHT) Integral ..................................................................... 21
4.2.2 Leite Longa Vida (UHT) Semi Desnatado ........................................................ 22
4.2.3 Leite Longa Vida (UHT) Desnatado ................................................................. 22
4.2.4 Manteiga ............................................................................................................ 22
4.2.5 Bebida Láctea .................................................................................................... 23
4.2.6 Leite em Pó ........................................................................................................ 23
4.2.7 Queijo Prato ....................................................................................................... 23
4
4.2.8 Queijo Mussarela ............................................................................................... 24
4.4 PRODUÇÃO ........................................................................................................ 27
4.5 CONCORRENTES .............................................................................................. 29
4.6 CARACTERÍSTICAS DA MATÉRIA-PRIMA (QUÍMICA, FÍSICA, E
SENSORIAL) ............................................................................................................. 30
5 DIMENSIONAMENTO DO PROCESSO ............................................................. 32
5.1 FLUXOGRAMA GERAL ................................................................................... 32
5.2 FLUXOGRAMA GERAL DE BALANÇO DE MASSA .................................... 35
5.3 MATRIZ DE RELACIONAMENTO .................................................................. 35
5.4 DIAGRAMA DE BLOCOS ................................................................................. 36
5.5 FLUXOGRAMA POR SETOR ........................................................................... 36
5.6 FLUXOGRAMA CRONOLÓGICO .................................................................... 36
5.7 APLICAÇÃO DA ENGENHARIA DE MÉTODOS .......................................... 36
6 PROCESSOS........................................................................................................... 37
6.1 LEITE UHT .......................................................................................................... 37
6.2 LEITE UHT DESNATADO ................................................................................ 42
6.3 LEITE SEMI DESNATADO ............................................................................... 42
6.4 LEITE INTEGRAL .............................................................................................. 43
6.4.1 Balanço de Massa .............................................................................................. 43
6.4.2 Balanço de Equipamentos ................................................................................. 44
6.4.3 Matriz de Relacionamento ................................................................................. 44
6.4.4 Diagrama de Blocos .......................................................................................... 45
6.4.5 Fluxograma por Setor ........................................................................................ 46
6.4.6 Fluxograma Cronológico ................................................................................... 46
6.5 MANTEIGA ......................................................................................................... 48
6.5.1 Balanço de Massa do Processo .......................................................................... 52
6.5.2 Balanço de Equipamentos ................................................................................. 52
5
6.5.3 Matriz de Relacionamento ................................................................................. 53
6.5.4 Diagrama de Blocos .......................................................................................... 53
6.5.5 Fluxograma por Setor ........................................................................................ 54
6.5.6 Fluxograma Cronológico ................................................................................... 55
6.6 QUEIJOS .............................................................................................................. 56
6.7 QUEIJO MUSSARELA ....................................................................................... 56
6.7.1 Balanço de Massa do Processo .......................................................................... 62
6.7.2 Balanço de Equipamentos ................................................................................. 64
6.7.3 Fluxograma de Setores ...................................................................................... 65
6.7.4 Fluxograma Cronológico ................................................................................... 66
6.7.5 Matriz de Relacionamento ................................................................................. 66
6.7.6. Diagrama de Blocos ......................................................................................... 67
6.8 QUEIJO PRATO .................................................................................................. 68
6.8.1 Balanço de Massa do Processo .......................................................................... 73
6.8.2 Balanço de Equipamentos ................................................................................. 75
6.8.3 Fluxograma de Setores ...................................................................................... 76
6.8.4 Fluxograma Cronológico ................................................................................... 77
6.8.5 Matriz de Relacionamento ................................................................................. 78
6.8.6 Diagrama de Blocos .......................................................................................... 78
6.9 LEITE EM PÓ ...................................................................................................... 79
6.9.1 Balanço de Massa do Leite em Pó..................................................................... 82
6.9.2 Balanço de Equipamentos ................................................................................. 84
6.9.3 Fluxograma de Setores ...................................................................................... 85
6.9.4 Fluxograma Cronológico ................................................................................... 85
6.9.5 Matriz de Relacionamento ................................................................................. 86
6.9.6 Diagrama de Blocos .......................................................................................... 87
6.10 BEBIDA LÁCTEA ............................................................................................ 88
6
6.10.1 Balanço de Massa ............................................................................................ 94
6.10.2 Balanço de Equipamentos ............................................................................... 96
6.10.4 Fluxograma Cronológico ................................................................................. 97
6.10.5 Matriz de Relacionamento ............................................................................... 98
6.10.6 Diagrama de Blocos ........................................................................................ 99
7 DIMENSIONAMENTO DO CENTRO DE PRODUÇÃO .................................... 99
8 MAPAFLUXOGRAMA ....................................................................................... 126
9 SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................ 128
9.1 MEDIDAS DE CONTROLE..............................................................................128
9.2 RISCOS PROFISSIONAIS ................................................................................ 130
9.2.1 Riscos de Acidentes......................................................................................... 130
9.2.2 Riscos Ambientais ........................................................................................... 131
9.2.3 Riscos Ergonômicos ........................................................................................ 132
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 134
11 VIABILIDADE ECONÔMICA .......................................................................... 134
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 135
ANEXO 1 – RELATÓRIO TÉCNICO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E
EFLUENTES............................................................................................................ 143
ANEXO II – PLANTA BAIXA DO LATICÍNIO VALE DO ARAGUAIA .......... 153
LISTA DE FIGURAS
7
Figura 1: Identidade visual do laticínio Vale do Araguaia. .......................................... 15
Figura 2: Mapa de localização da cidade de Barra do Garças ...................................... 16
Figura 3: organograma geral do laticínio Vale do Araguaia ........................................ 19
Figura 4: Fluxograma Geral do Laticínio Vale do Araguaia ........................................ 34
Figura 5: Balanço de massa diário do laticínio. ............................................................ 35
Figura 6: fluxograma de produção direta do Leite UHT. ............................................. 38
Figura 7: Caminhão de transporte do leite. ................................................................... 39
Figura 8: Silo de Armazenamento. ............................................................................... 39
Figura 9: Padronizadora. ............................................................................................... 40
Figura 10: Esterilizador. ............................................................................................... 41
Figura 11: Homogeneizador. ........................................................................................ 41
Figura 12: Envasadora automática de Leite UHT. ....................................................... 42
Figura 13: Fluxograma de balanço de massa do Leite UHT Desnatado. ..................... 43
Figura 14: Fluxograma de balanço de massa do Leite Semi-Desnatado. ..................... 43
Figura 15: Fluxograma de balanço de massa do leite UHT Integral. .......................... 43
Figura 16: Balanço de equipamentos Leite UHT. ....................................................... 44
Figura 17: Matriz de relacionamento do processo de obtenção do leite UHT desnatado,
semi desnatado e integral. ............................................................................................. 45
Figura 18: Diagrama de blocos Leite UHT desnatado, semi desnatado e integral ....... 45
Figura 19: Fluxograma por setor Leite UHT desnatado, semi desnatado e integral. ... 46
Figura 20: Fluxograma cronológico Leite UHT integral. ............................................. 47
Figura 21: Fluxograma cronológico Leite UHT semi desnatado. ................................ 47
Figura 22:Fluxograma cronológico Leite UHT desnatado. .......................................... 48
Figura 23: fluxograma da produção de manteiga. ........................................................ 49
Figura 24: Armazenamento do creme. .......................................................................... 49
Figura 25: Padronizadora. ............................................................................................. 50
8
Figura 26: Pasteurizador. .............................................................................................. 50
Figura 27: Batedeira de manteiga. ................................................................................ 51
Figura 28: Envasadora e Seladora de manteiga. ........................................................... 52
Figura 29: Balanço de massa fabricação da manteiga. ................................................. 52
Figura 30: Balanço de Equipamentos Processo de Produção da manteiga. ................. 53
Figura 31: Matriz de relacionamento. ........................................................................... 53
Figura 32: Diagrama de Blocos de Produção da manteiga ........................................... 54
Figura 33: Fluxograma de setores – Processo de Produção da Manteiga. .................... 55
Figura 34: Fluxograma Cronológico do Processo de Produção da manteiga. .............. 55
Figura 35: fluxograma de produção de queijo mussarela ............................................. 56
Figura 36: Tanque de mistura. ...................................................................................... 57
Figura 37: Coagulação do leite. .................................................................................... 58
Figura 38: Corte da coalhada. ....................................................................................... 58
Figura 39: Dreno-prensa. .............................................................................................. 59
Figura 40: Máquina de filagem do queijo. .................................................................... 60
Figura 41: Formas para mussarela. ............................................................................... 60
Figura 42: Tanque de Salga. ......................................................................................... 61
Figura 43: Secagem-câmara fria. .................................................................................. 61
Figura 44: Embaladora a vácuo. ................................................................................... 61
Figura 45: Balanço de massa fabricação do queijo mussarela. .................................... 63
Figura 46: Balanço de Equipamentos Processo de Produção do Queijo Mussarela. .... 64
Figura 47: Fluxograma de Setores do Processo de Produção do Queijo Mussarela. ... 65
Figura 48: Fluxograma cronológico do Queijo Mussarela. .......................................... 66
Figura 49: Matriz de Relacionamento do Processo de Produção do Queijo Mussarela.
...................................................................................................................................... 67
Figura 50: Diagrama de Blocos da Produção do Queijo Mussarela. ............................ 68
9
Figura 51: fluxograma do processo de queijo prato. .................................................... 69
Figura 52: Foto tanque de mistura. ............................................................................... 70
Figura 53: Corte da coalhada. ....................................................................................... 70
Figura 54: Primeira e segunda mexedura. .................................................................... 71
Figura 55: Tanque de salga. .......................................................................................... 72
Figura 56: Prateleiras de secagem. ............................................................................... 72
Figura 57: Estocagem do queijo prato. ......................................................................... 73
Figura 58: Balanço de Massa do Queijo Prato. ............................................................ 74
Figura 59: Balanço de Equipamentos Processo de Produção do Queijo Prato. ............ 75
Figura 60: Fluxograma de Setores de Produção do Queijo Prato. ................................ 76
Figura 61: Fluxograma Cronológico de Produção do Queijo Prato. ............................ 77
Figura 62: Matriz de Relacionamento da Produção do Queijo Prato. .......................... 78
Figura 63: Diagrama de blocos da produção de queijo prato. ...................................... 79
Figura 64: fluxograma do processo de leite em pó. ...................................................... 80
Figura 65: Concentrador a vácuo e torre de secagem. .................................................. 81
Figura 66: Envasadora .................................................................................................. 82
Figura 67: Balanço de massa produção de leite em pó integral. .................................. 83
Figura 68: Balanço de equipamentos produção de leite em pó. ................................... 84
Figura 69: Fluxograma de setores Processo de Produção do Leite em Pó. .................. 85
Figura 70: Fluxograma Cronológico da Produção Leite em Pó. .................................. 86
Figura 71: Matriz de relacionamento da produção do leite em pó integral. ................. 87
Figura 72: Diagrama de blocos produção de leite em pó. ............................................ 88
Figura 73: Fluxograma de produção da bebida láctea. ................................................. 89
Figura 74: Homogeneizador ......................................................................................... 91
Figura 75: Pasteurizador ............................................................................................... 91
Figura 76: Cultura láctea .............................................................................................. 92
10
Figura 77: Fermentador ................................................................................................ 92
Figura 78: Mistura após adição de polpa, corante e aroma. ......................................... 93
Figura 79: Envasadora .................................................................................................. 94
Figura 80: Balanço de Massa da Bebida Láctea. .......................................................... 95
Figura 81: Balanço de equipamentos da bebida láctea. ................................................ 96
Figura 82: Fluxograma de setores do processo de produção de bebida láctea. ............ 97
Figura 83: Fluxograma cronológico da produção de bebida láctea. ............................. 98
Figura 84: Matriz de relacionamento da produção de bebida láctea. ........................... 98
Figura 85: Diagrama de blocos produção de Bebida Láctea. ....................................... 99
Figura 86: Padronizadora - Leite UHT ....................................................................... 100
Figura 87: Homogeneizador - Leite UHT .................................................................. 101
Figura 88: Esterilizador - Leite UHT .......................................................................... 101
Figura 89: Envasadora - Leite UHT ........................................................................... 102
Figura 90: Pasteurizador – Manteiga .......................................................................... 103
Figura 91: Padronizadora - Manteiga ......................................................................... 104
Figura 92: Envasadora – Manteiga ............................................................................. 105
Figura 93: Batedeira- Manteiga .................................................................................. 105
Figura 94: Tanque de Resfriamento – Manteiga ........................................................ 106
Figura 95: Corte da Coalhada - Queijo Mussarela ..................................................... 107
Figura 96: Dreno Prensa - Queijo Mussarela ............................................................. 107
Figura 97: Embaladora - Queijo Mussarela ................................................................ 108
Figura 98: Máquina de Filagem - Queijo Mussarela .................................................. 109
Figura 99: Padronizadora - Queijo Mussarela ............................................................ 110
Figura 100: Secagem - Queijo Mussarela ................................................................... 111
Figura 101: Tanque de Mistura - Queijo Mussarela ................................................... 112
Figura 102: Tanque de Salga - Queijo Mussarela ...................................................... 113
11
Figura 103: Corte da Coalhada - Queijo Prato ........................................................... 114
Figura 104: Dreno Prensa - Queijo Prato ................................................................... 115
Figura 105: Embaladora - Queijo Prato ...................................................................... 115
Figura 106: Padronizadora - Queijo Prato .................................................................. 116
Figura 107: Pasteurizador - Queijo Prato ................................................................... 117
Figura 108: Prateleira de Secagem - Queijo Prato ...................................................... 117
Figura 109: Tanque de Mistura - Queijo Prato ........................................................... 118
Figura 110: Tanque de Salga - Queijo Prato .............................................................. 119
Figura 111: Concentrador - Leite em Pó .................................................................... 120
Figura 112: Envasadora - Leite em Pó ....................................................................... 120
Figura 113: Torre de Secagem .................................................................................... 121
Figura 114: Envasadora - Bebida láctea ..................................................................... 122
Figura 115: Fermentadeira - Bebida Láctea ............................................................... 123
Figura 116: Homogeneizador - Bebida Láctea ........................................................... 124
Figura 117: Pasteurizador - Bebida Láctea ................................................................. 125
Figura 118: Silo de Armazenamento .......................................................................... 126
12
INTRODUÇÃO
O leite é um alimento composto por diferentes substâncias, tem a função de fornecer
nutrientes, apresentando-se como um dos alimentos mais completos. Pode ser consumido in
natura ou processado de diversas maneiras.
O processamento do leite faz-se necessário devido a sua elevada perecibilidade,
contudo, percebe-se mudanças nas características sensoriais que podem ocorrer devido a
aplicação de altas temperaturas ou por outras variáveis decorrentes do processo.
O leite está entre os seis produtos mais importantes da agropecuária brasileira, esta
matéria-prima e seus derivados desempenham papel relevante no suprimento de alimentos e
geração de emprego para população em geral. No complexo agroindustrial brasileiro, a cadeia
produtiva do leite é uma das que mais se destaca, pois movimenta anualmente cerca de US$10
bilhões e produz cerca de 20 bilhões de litros de leite por ano. Entre 1990 e 2000, a produção
nacional de leite cresceu 37%, enquanto na Região Centro-Oeste o crescimento foi de 81% e,
no estado de Goiás, 105%. A região Centro-Oeste abriga 35% do rebanho bovino nacional,
com uma das principais concentrações de indústrias de laticínios do País. (EMBRAPA,
2002).
Incentivar o fomento em agroindústrias em Mato Grosso tem se demonstrado uma boa
opção, pois segundo Agroquima (2009), o estado detém o maior rebanho do país com mais de
27 milhões de cabeças. Além disso, o estado tem o objetivo de aumentar a produção de leite
até 2014 passando a produzir 5 milhões de litros por dia, sendo que atualmente a produção é
de 1,76 milhões/dia, aumentando assim sua participação no mercado interno.
13
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
O presente projeto tem por objetivo avaliar o potencial da região leste do estado de Mato
Grosso para instalação de uma agroindústria de produtos lácteos.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a possibilidade de instalar uma agroindústria de produtos lácteos na cidade de
Barra do Garças;
Aproveitar o potencial da região com relação à disponibilidade de matéria-prima e a
logística de distribuição dos produtos;
Gerar oportunidades de empregos;
Atender a demanda de produtos lácteos nas proximidades da região Leste do estado de
Mato Grosso;
Realizar a aplicação de técnicas de dimensionamento industrial, balanços de massa e
equipamento, fluxogramas e descrições dos processos;
Processar os produtos por meio de técnicas que assegurem elevado padrão de qualidade
obedecendo aos mais rígidos controles sanitários e higiênicos recomendados na legislação
em vigor;
Apresentar os possíveis riscos relacionados à segurança do trabalho de forma a garantir a
saúde e o bem estar dos funcionários;
Realizar o tratamento dos resíduos gerados de forma sustentável, diminuindo assim o
impacto ambiental;
Apresentar a viabilidade econômica do laticínio.
2 JUSTIFICATIVA
O presente projeto irá avaliar a possibilidade de abertura de uma indústria láctea no
estado de Mato Grosso, mais precisamente na cidade de Barra do Garças, localizada no leste
do estado. A escolha desta agroindústria se deve ao fato do constante aumento de demanda
por produtos lácteos e considerável crescimento da produção de leite. Mesmo com a elevada
demanda, existem poucas unidades de beneficiamento nesta região, sendo necessário garantir
o consumo através de importação do estado vizinho, Goiás.
14
De acordo com MT + 20 (2007), outro aspecto bastante relevante apóia-se no fato de a
agropecuária ser a principal atividade econômica da região, sendo que 42,9% da área total do
município destina-se ao setor agropecuário, a região é considerada a terceira maior quando se
trata de contribuição para o agronegócio de estado, cerca de 9%. O crescimento econômico da
região que está situada a cidade Barra do Garças, tem sido promovido por sua posição
geográfica e pela malha viária que corta o seu território, principalmente as BRs 158 e 070,
que interagem com o estado e com o país. Além disso, essa região poderá crescer
consideravelmente em 20 anos devido a certas potencialidades presentes na região, pois tem
como vantagem a base para o desenvolvimento da cadeia produtiva da pecuária de corte ou de
leite, com estrutura para criação de agroindústrias de derivados do leite e frigoríficos. Outros
fatores relevantes são: a ampla oferta de mão-de-obra qualificada e jovem, estrutura de cursos
superiores e de qualificação superior, localização estratégica na região denominada Vale do
Araguaia, que possui características comercias com fortes vínculos com mercados regionais e
nacionais, entre outros.
Devido a fatores de localização, a logística de distribuição do laticínio Vale do
Araguaia será facilitada e os produtos poderão ser destinados para diversas regiões do Mato
Grosso e até mesmo para Goiás, devido ao fato desse estado possuir divisas com a cidade em
que será projetado o laticínio.
A cidade de Barra do Garças, destaca-se como opção para implantação de
agroindústria de produtos lácteos pois, além das características já citadas, os produtores
recebem incentivo para o desenvolvimento do setor. Recentemente, foram instalados três
tanques refrigeradores que atenderão pequenos produtores localizados em comunidades
distantes do beneficiamento. Além disso, o projeto Balde Cheio também está sendo
implantando no município, este projeto visa qualificar os produtores com freqüentes reuniões,
nas quais são apresentadas dicas de incentivo e melhorias na produção. (PARCERIA, 2010).
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
O laticínio Vale do Araguaia LTDA, será inserido no setor de produtos lácteos com
produção de leite, manteiga, bebida láctea, leite em pó e queijos (mussarela e prato). A
agroindústria pretende aproveitar o potencial da região com relação à agropecuária de grande,
médio e pequeno porte, valorizando a produção de leite, de forma a fornecer produtos lácteos
de qualidade.
15
Com o crescimento da atividade leiteira, juntamente com sua produção e
comercialização dos produtos, pretende-se expandir o comércio para as regiões vizinhas.
3.2 NOME, MARCA E LOGOTIPO
O nome LATICÍNIO VALE DO ARAGUAIA e a marca DO VALE refere-se à
região Vale do Araguaia onde o laticínio será implantado, valorizando a mesma no mercado
Mato-Grossense, de modo a incentivar o consumo de produtos locais, não havendo mais
necessidade de importar produtos do estado vizinho.
A Figura 1 demonstra a identidade visual do Laticínio Vale do Araguaia.
Figura 1: Identidade visual do laticínio Vale do Araguaia.
3.3 LOCALIZAÇÃO
O laticínio Vale do Araguaia LTDA – Agroindústria de Processamento e
Comercialização de leite e Derivados será instalado na cidade de Barra do Garças – MT,
situada na região leste do estado, como pode ser observado na Figura 2.
A instalação no referente município visa o aproveitamento de mão-de-obra, uma vez
que a cidade possui uma população de aproximadamente 104.000 pessoas. (IBGE, 2009).
Outra vantagem apóia-se no fato de não haver concorrentes localizados nas proximidades do
município. O terreno escolhido para a instalação do laticínio está localizado em um setor de
fácil acesso tanto para o recebimento da matéria-prima como para distribuição do produto
final.
16
Figura 2: Mapa de localização da cidade de Barra do Garças
Fonte: Araguaia Park Hotel, 2010.
3.4 MIX DE PRODUTOS
Segundo o Panorama do Leite online (2010), o leite e seus derivados apresentam um
conjunto de produtos com elevada elasticidade renda de consumo, ou seja, o consumo varia
quando a renda dos consumidores varia. Dentre os produtos com maior elasticidade os queijos
prato e mussarela e a manteiga são os que mais se destacam. Segundo o Panorama do Leite
(2009) a elasticidade de alguns produtos é: leite de vaca 0,34, leite em pó 0,044, queijo prato
0,852, queijo mussarela 0,90 e manteiga 0,432. Quanto maior esse coeficiente, maior é o
efeito do aumento da renda sobre o consumo. Segundo o autor esses dados são considerados
elevados quando comparados a outros grupos de produtos agropecuários.
Sendo assim, o laticínio Vale do Araguaia irá produzir leite UHT integral, semi-
desnatado e desnatado, queijo tipo prato e tipo mussarela, manteiga, leite em pó e bebida
láctea.
3.5 MERCADO
A princípio, o laticínio Vale do Araguaia LTDA atenderá parte do estado de Mato
Grosso e as algumas cidades do estado de Goiás que se encontram próximas a cidade de Barra
do Garças. Com a ajuda de estratégias de marketing, os produtos estarão aptos a competir com
as marcas já conceituadas no mercado. Posteriormente, pretende-se realizar a expansão dos
produtos às demais cidades do estado de Mato Grosso e Goiás, consolidando seus produtos e
fidelizando clientes.
17
3.6 DISTRIBUIÇÃO
A distribuição dos produtos poderá ser realizada pela BR – 070, que liga Barra do
Garças à Primavera do Leste e, seguindo posteriormente pela BR – 364 que liga à capital
Cuiabá. Os produtos também serão distribuídos pela BR – 158 que liga a cidade sede do
laticínio a Nova Xavantina, Água Boa e Canabrava do Norte.
Também pela BR – 070, porém em sentido contrário, se dará a distribuição para o
Estado de Goiás, mais precisamente para a região oeste, que faz divisa com a cidade que sedia
o laticínio. (GUIA DIGITALIZADO, 2010).
3.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
3.7.1 Turnos e Carga Horária
O Laticínio Vale do Araguaia não possui linha de produção contínua, portanto
funcionará 16 horas por dia, operando de segunda a sábado com dois turnos diários, sendo que
todos os produtos serão produzidos diariamente.
Na tabela 1 são apresentados os cargos e o número de funcionários, juntamente com o
número de turnos respectivo a cada setor, pois nem todos os setores operam em dois turnos.
Todos os funcionários que atuarão no processo produtivo passarão por um rígido
sistema de treinamento para operação correta do equipamento ou máquina em questão.
Também se submeterão a um treinamento para uso adequado dos EPI’s (Equipamentos de
Proteção Individuais), sendo que sem estes qualquer pessoa fica proibida de permanecer
dentro da indústria e principalmente operar qualquer equipamento.
18
Tabela 1: Número de funcionários por setor
Local de Trabalho Número de Funcionários Turnos
Recepção do Leite
Análise do leite
3
1
1
1
Produção de Leite em Pó
Produção de Leite UHT
6
4
2
2
Produção de Manteiga 2 1
Produção Queijo Mussarela
Produção Queijo Prato
Produção de Bebida Láctea
Presidência
12
10
2
3
2
2
1
1
Departamento de Qualidade
Departamento Comercial
Controle de Produção
Recursos Humanos
Financeiro
6
8
2
1
3
2
1
2
1
1
Setor Administrativo 2 1
Setor de Limpeza
Enfermaria
Psicólogo
Téc. Segurança do Trabalho
Téc. em Eletricidade
Mecânico
Secretária
Refeitório
20
2
1
1
2
4
6
6
2
2
1
1
2
2
2
2
Total 107
A figura 3 esboça a divisão organizacional do Laticínio Vale do Araguaia, assim
como, a ordem hierárquica previamente estabelecida.
19
Planejamento e
Controle de
Produção
Armazenamento
Matéria-prima
Setor de
ProduçãoEmbalagem
Armazenamento
Refrigerado
Armazenamento
Não- Refrigerado
Leite
Leite UHT Manteiga Queijo Mussarela Queijo Prato Leite em Pó Bebida Láctea
ManteigaQueijo
MussarelaQueijo Prato
Bebida
LácteaLeite UHT Leite em Pó
PresidênciaDepartamento
Administrativo
Departamento
Administrativo
Financeiro
Recursos
Humanos
Departamento
Industrial
Departamento
De qualidade
Departamento
Comercial
TesourariaOrçamento
Laboratório de
AnalisesVendas Marketing
Controle de
Qualidade
Psicologo
Supervisão de
serviços
complementares
Tec.
EletricistaMecânico
Enfermeiro
Tec.
Segurança
do Trabalho
Secretária
Serviços
Gerais
Refeitório Limpeza
Figura 3: organograma geral do laticínio Vale do Araguaia
20
3.10 MISSÃO DA EMPRESA
A missão do laticínio Vale do Araguaia é desenvolver, produzir e comercializar
produtos lácteos de qualidade, acompanhando a evolução tecnológica, proporcionando o bem-
estar e saúde aos consumidores, respeitando a legislação ambiental e visando a liderança do
mercado mato-grossense.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 MATÉRIA-PRIMA
Desde o princípio da civilização humana, o leite tem sido considerado um alimento
básico para crianças e um complemente indispensável na dieta dos adultos. Os nutricionistas
referem-se a ele como sendo o alimento natural mais completo e de fácil digestão. O leite é o
primeiro e, praticamente o único alimento dos recém-nascidos de todas as espécies de animais
mamíferos, sendo, juntamente com o mel, as únicas substâncias produzidas pela natureza com
a única e exclusiva finalidade de servirem como alimento. (OLIVEIRA, 1986).
É um líquido branco, opaco, duas vezes mais viscoso que a água, de sabor
ligeiramente adocicado e de odor pouco acentuado. (VALSECHI, 2001). O leite é um produto
secretado pelas glândulas mamárias e alimento indispensável aos mamíferos nos primeiros
dias de vida, enquanto não podem digerir outras substâncias necessárias a sua subsistência.
(PRODUTOR DE LEITE E DERIVADOS, 2004).
No seu estado natural, o leite é um liquido e sob esta forma é, normalmente, utilizado
como alimento. Todavia, por se tratar de um alimento muito rico em princípios nutritivos e
em estado facilmente assimilável, a sua conservação sem intervenção tecnológica é
praticamente impossível sendo, portanto, uma substância altamente perecível. Ao ser
armazenado em condições ambientais, o leite sofre uma série de alterações, devido
basicamente, a ação dos microrganismos contaminantes. Tais alterações e/ou transformações
levaram ao descobrimento de vários derivados do leite, que passaram a ser utilizados como
alimento. Foram assim desenvolvidas as diversas forma de preservar e, consequentemente,
aproveitar o excesso de leite não consumido dentro de algumas horas, após a ordenha. Desta
forma a coalhada, o queijo e o iogurte são os principais produtos que surgiram empiricamente,
e que constituíram em variedades alimentícias de excelente valor nutritivo, amplamente
consumidos até hoje. (OLIVEIRA, 1986).
21
O leite para o consumo deve ser obtido em ordenha higiênica de animal sadio, deve
estar livre de impurezas, não conter germes nocivos a saúde, ser resfriado imediatamente após
a ordenha e entregue para o consumo ou à indústria o mais rápido possível. (PRODUTOR DE
LEITE E DERIVADOS, 2004).
O leite é formado a partir do sangue do animal através de dois mecanismos básicos
para sua obtenção: síntese e filtração. Estes mecanismos ocorrem na glândula mamária. A
formação do leite ocorre a partir dos elementos do sangue. Alguns compostos como a água
passam direto por filtração. Já os aminoácidos, ácidos graxos, a lactose e alguns minerais
passam por processos bioquímicos e transformações que ocorrem dentro da mama
sintetizando a proteína, a gordura, a lactose e minerais do leite. Para uma vaca leiteira normal,
é necessário, aproximadamente, a passagem de um fluxo sanguíneo no úbere de 400 a 800
litros de plasma para se formar 1 litro de leite. (VALSECHI, 2001).
Por ser considerado um alimento rico em componentes nutritivos, o leite é também
excelente substrato para desenvolvimento microbiano. Quando obtido ou processado em más
condições higiênico-sanitárias, pode tornar-se importante veículo de transmissão de
microrganismos patogênicos ao homem. Contudo, os processos de beneficiamento que
envolvem o binômio tempo e temperatura garantem a qualidade do leite, pois eliminam os
microrganismos e preservam as características sensoriais do produto. O tratamento UHT
elimina totalmente as células vegetativas, porém as formas esporuladas, tais como Bacillus e
Clostridium resistem ao calor, podendo assim se proliferar. Sendo assim, para obtenção de
produtos com boa qualidade é necessário realizar o controle microbiológico do leite cru,
eficiente limpeza de equipamentos e apropriado processo, seja ele térmico, fermentativo ou de
resfriamento. (MARTINS; ROSSI JUNIOR; LAGO, 2005).
4.2 PRODUTOS ACABADOS
4.2.1 Leite Longa Vida (UHT) Integral
É um leite em geral tipo C, que apresenta em média 3,0% de gorduras totais que passa
por tratamento de esterilização comercial, o que permite ficar estocado em temperatura
ambiente. Para que o leite possa ser classificado como longa vida é necessário num primeiro
momento ser aquecido a uma temperatura que varie de 130ºC a 150ºC, por 2 a 4 segundos, em
seguida deve ser resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC e embalado assepticamente com
retirada total do ar no momento do envase. O produto pode ser estocado por até 180 dias sem
22
risco de contaminação, depois de aberto deve ser consumido em até 3 dias e deve ser mantido
sob refrigeração. (VALSECHI, 2001; BRASIL, 1997).
Dentre os alimentos de origem animal de maior consumo, o leite tratado por ultra alta
temperatura (UAT), recebe destaque devido sua praticidade de conservação e uso e,
principalmente seu longo período de vida comercial. (MARTINS et al., 2008).
4.2.2 Leite Longa Vida (UHT) Semi Desnatado
É produzido com leite padronizado, apresenta em média 2,0% de gorduras totais,
1,2% de gorduras saturadas, 3,2 % de proteínas e 4,5% de carboidratos.
4.2.3 Leite Longa Vida (UHT) Desnatado
O teor máximo de gordura para esse tipo de leite é de 0,5%, 0% de gorduras saturadas,
3% de proteínas e 4,5% de carboidratos.
Abaixo, no Quadro 1 têm-se as comparações dos tipos de leite UHT.
Quadro 1. Diferenciação de leite
REQUISITOS LEITE
INTEGRAL
LEITE SEMI
DESNATADO
LEITE
DESNATADO
Matéria Gorda Min. 3.0 0,6 a 2,9 Max. De 0,5
Acidez g de
ácido lático/ 100
ml
0,14 a 0,18 0,14 a 0,18 0,14 a 0,18
Estabilidade ao
etanol 68% (v/v)
Estável Estável Estável
Extrato seco
desengordurado
% (m/m)
Mín. 8,2 Mín. 8,3 Mín. 8,4
Fonte: adaptado de Brasil, 1997.
4.2.4 Manteiga
A manteiga é obtida por ação mecânica, que gera aglomeração de glóbulos de gordura
e separa-se a fase líquida. A manteiga é composta por 83% de gordura, 16% de água, 0,4% de
lactose e 0,15% de cinzas e sal. Esta composição pode variar de acordo com a qualidade da
matéria-prima e/ou modificações ocorridas no processamento. (LIMA, 2007). A matéria
gorda deverá estar composta exclusivamente de gordura láctea e tem como ingrediente
obrigatório o creme pasteurizado obtido do leite de vaca e ingredientes opcionais, como
23
cloreto de sódio (máximo de 2g/100g) e fermentos lácticos selecionados. (LÁCTEA BRASIL,
2007).
4.2.5 Bebida Láctea
Segundo o regulamento técnico de identidade e qualidade do MAPA (BRASIL,
2005). Bebida láctea é o produto resultante da mistura do leite in natura ou que já tenha
passado por algum processamento com o soro de leite adicionado ou não de produtos de
substâncias alimentícias, tais como gordura vegetal, fermentados ou outros produtos lácteos.
A base láctea deve representar pelo menos 51% do total de ingredientes do produto.
A produção de bebida láctea adicionada de soro de leite em sua formulação vem
ganhando uma importante fatia do mercado de produtos lácteos em razão de seu valor
nutritiva sendo uma importante fonte de cálcio e proteínas, de baixo custo de produção e de
baixo preço final para o consumidor. (THAMER e PENNA, 2006).
4.2.6 Leite em Pó
Leite em pó é o produto obtido por desidratação do leite de vaca integral, desnatado
ou parcialmente desnatado e apto para alimentação humana mediante processos tecnológicos
adequados. (BRASIL, 2007). Este produto deverá conter somente as proteínas, açúcares,
gorduras e outras substâncias do leite nas mesmas proporções relativas. O leite em pó aplica-
se na recombinação do leite, na indústria de panificação para prolongar as características do
pão fresco, pode substituir ovos em pães e massas, pode ser utilizado na produção de sorvetes,
entre outros. (UFRGS, 2009).
O leite deve apresentar boa qualidade para passar pelo processo de pulverização, antes
disso é então destinado as provas de alizarol, acidez titulável, fervura, etc., estas devem ser
conduzidas de forma rigorosa para que o leite não perca sua estabilidade durante o processo
de evaporação e esterilização. (LIMA, 2007).
4.2.7 Queijo Prato
O queijo prato se caracteriza pelo sabor suave e consistência macia e por se tratar de
um queijo de massa semi-cozida e lavada. (BARROS, 2005).
Este tipo de queijo pode ser encontrado com olhaduras regulares ou irregulares ou
completamente fechado. Apresenta consistência macia e suave devido sua massa ser semi-
cozida e lavada e há uma tendência para seu consumo indireto, principalmente em sanduíches.
24
A composição do produto é de aproximadamente 42 – 44% de umidade, 26 – 29% de gordura,
o pH está próximo de 5,4 e a concentração de sal pode variar de 1,6 a 1,9%. (VALSECHI,
2001).
4.2.8 Queijo Mussarela
Queijo mussarela possui massa filada, é produzido com leite cru ou pasteurizado,
pode ser consumido logo após a salga, entretanto, o ideal é que passe por processo de
maturação por cinco dias ao menos para que ocorra sua estabilização. (LIMA, 2007). É um
dos queijos mais fabricados, possui tecnologia diversificada, assim apresenta variações na
composição. A massa é esbranquiçada, firme, compacta e de sabor levemente ácido. Seu
formato pode variar, pode ser retangular, em forma de bolinha, palito e nozinho. O
rendimento deve ser controlado para não afetar a fatiabilidade e durabilidade do produto.
(VALSECHI, 2001).
A composição média do queijo mussarela é de: umidade 43 -46%, gordura 22-24%,
pH entre 5,1-5,3 e sal 1,6-1,8%. (VALSECHI, 2001).
4.3 HISTÓRICO DA MATÉRIA E DOS PRODUTOS ACABADOS
4.3.1 Matéria-prima
O uso do leite como alimento originou-se a mais de 3.500 anos antes de Cristo e ao
longo dos tempos as mais diversas etnias e culturas o aproveitaram de diferentes maneiras. O
leite era usado pelas antigas civilizações na área da medicina e cosméticos. Hipócrates de
Cós, que viveu na Grécia de 460 até 377 a. C., considerado o pai da medicina, costumava
receitar o leite fresco de vaca como um antídoto nos casos de envenenamento. Utilizando o
leite também misturando com outras substâncias como mel e vinho era indicado na cura de
inflamações, febre e doenças da garganta. Durante grande parte da Idade Média, a vaca era
mais utilizada para produção de carne sendo que o leite era considerado um produto
secundário. O leite que sobrava do consumo direto era transformado em manteiga e queijo,
como meio de evitar perdas e de conservar. Após a expansão das atividades comerciais e
mercantis, que teve início em torno do século XIII, o leite era pouco consumido, devido a seu
curto tempo de conservação. No século XIX, quando teve início a Revolução Industrial, o
crescimento da população urbana, o desenvolvimento dos meios de transportes e o aumento
do rebanho leiteiro foram criadas novas perspectivas para a produção e distribuição do leite,
25
porém havia o problema do abastecimento, o sistema de transporte de produtos frescos não
estava adequado e os progressos alcançados ainda não conseguiam ampliar o seu período de
conservação. No entanto, a ordenha era manual, e eram realizada nos próprios estábulos, os
processos de engarrafamento tinham deficiência de higiene. (INSUMOS, 2009).
No entanto, as melhorias começaram a aparecer na metade do século XIX, com as
descobertas do francês Louis Pasteur, com o surgimento do tratamento térmico, que é
chamado de pasteurização do leite cru, foi desenvolvido também desnatamento mecânico
(separadores centrífugos) e o desenvolvimento das técnicas de resfriamento dos alimentos,
somados a outros avanços técnicos, permitiram que chegasse ao fim do século XIX com uma
melhoria acompanhada de grandes modificações da produção industrial de leite e seus
derivados. (INSUMOS, 2009).
O setor leiteiro alcançou um grau elevado de expansão e desenvolvimento a partir do
século XX. A primeira guerra mundial colocou em evidência que grandes partes dos soldados
apresentavam condições nutricionais deficientes, isso gerou uma maior tomada de consciência
que uma vez o conflito acabado, deu lugar a favor de uma boa alimentação, neste caso
movimento global deu-se maior ênfase a necessidade de se ter uma alimentação mais
higiênica e saudável. (TRENNEPOHL et al., 2010).
Depois da segunda guerra houve uma nova revolução tecnológica no setor visando
aumentar os níveis da produtividade leiteira. Esses avanços, por sua vez estimularam a
construção de novas plantas fabris, multiplicando as possibilidades de industrialização do
leite. A partir de então, os processos tecnológicos foram se aperfeiçoando até chegar ao atual
estágio de desenvolvimento no qual está a indústria leiteira mundial. Atualmente, o leite e
seus derivados ocupam um lugar privilegiado no consumo de produtos lácteos fazendo parte
da dieta diária da alimentação humana.
4.3.2 Manteiga
Crê-se que desde 3000 - 2500 a.C. que a manteiga seria usada pelo povo Sumério na
Mesopotâmia para cozinhar. Assim atestam algumas placas gravadas, por eles deixadas até
nos dias de hoje. A utilização de manteiga na cozinha está bem marcada não só pelo hábito
secular, mas também pela raiz cultural de diferentes povos. Desde a Ghee (manteiga
clarificada) na Índia, em que a produção de manteiga está diretamente associada à mitologia
Hindu e ao deus Prájapat, passando pela Rússia, onde o final do Inverno é comemorado com o
festival da manteiga (Maslyanitasa) ou em Marrocos, onde a Smen é símbolo de riqueza e
muito apreciada em todos os dias festivos. (LACTOGAL, 2008).
26
4.3.3 Bebida Láctea
O termo Bebida Láctea originou-se de um acordo entre fabricantes de laticínios e o
Ministério da Agricultura, a fim de permitir o emprego do soro, que não era regulamentado
pela legislação antiga. Inicialmente, o consumo da bebida era moderado e existia no mercado
em apenas um sabor - o natural/integral. Porém, mais adiante, a fim de ampliar as vendas, foi
lançada em novos sabores, tais como morango, ameixa, entre outros.
4.3.4 Leite em Pó
Os Mongóis são relatados como o povo que inventou a evaporação da água do leite,
resultando no leite em pó. Napoleão, necessitando para sua expansão militar e seus soldados
alimentos que mantivessem longo tempo sem deterioração, ofereceu alguns francos a quem
descobrisse um método que estendesse a “vida-de-prateleira” dos alimentos, particularmente,
leite e carnes. Nas primeiras décadas do século XIX, um francês chamado Nicolas Appert,
definiu e aplicou os princípios de conservação pelo tratamento térmico. Sua idéia foi de
concentrar os elementos do leite fresco pela retirada da água por aquecimento, entretanto a
entrada de ar produzia uma massa pastosa de sabor desagradável. Appert, então aperfeiçou o
processo, utilizando um equipamento fechado. (BEUX, 2010).
4.3.5 Queijo Prato
O queijo prato é um dos mais populares do Brasil, foi trazido na década de 20, pela
região sul de minas, através de imigrantes dinamarqueses, o queijo prato origina-se dos povos
danbo dinamarquês e Gouda holandês. No Brasil sua tecnologia foi adaptada às condições
locais, o que explica as diferenças de sabor e textura que observadas no queijo prato em
relação aos queijos que lhe deram origem. (VALSECHI, 2001).
4.3.6 Queijo Mussarela
Queijo mussarela é de origem italiana e há muito tempo atrás era fabricado somente a
partir do leite búfala, no Brasil é fabricado principalmente com leite de vaca. (VALSECHI,
2001).
27
4.4 PRODUÇÃO
Segundo a Embrapa (2007), a produção mundial de leite foi de 560,5 bilhões de
toneladas em 2007, desse volume, 66% foi produzido na Europa e na América. A expansão da
produção tem registrado crescimento maior nos países em desenvolvimento, com destaque
para os asiáticos e latino-americanos.
Os maiores produtores de leite do mundo, em 2007, foram os Estados Unidos, que
produziam 15,1% do total, em seguida a Índia com 7,2% e a Rússia (5,8%). O Brasil
encontrava-se em sétimo lugar, produzindo 4,4% do mercado mundial. (FAO, 2006 apud
COSTA, 2007).
Dentre os estados brasileiros que mais produzem leite, Minas Gerais merece destaque,
pois é responsável por 30% da produção nacional e abriga as maiores e mais modernas
empresas, como Nestlé, Danone, Itambé, entre outras. (INDI, 2002 apud SARAIVA, 2008).
Nos últimos 10 anos, a produção brasileira aumentou 40%, passando de 18,7 bilhões
de litros em 1997 para 26,1 bilhões em 2007. Os estados de maior produção do País, que
respondem por 73% da oferta brasileira são Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás,
Santa Catarina e São Paulo, respectivamente. (EMBRAPA, 2007). Em 2010, o setor lácteo
brasileiro deve aumentar a produção em 3% com relação aos 27, 5 milhões de litros de leite
produzidos em 2009. (GADO LEITEIRO, 2010).
Em 2007 a produção da região Centro-Oeste chegou a 3.808,48 mil litros de leite, o
estado de Mato Grosso participou com 644,205 mil litros deste total, ou seja, teve
participação de 16,9%. (IBGE, 2009).
Em 2009, a produção de leite no Brasil permaneceu inalterada em 28 milhões de
toneladas em 2009. Todavia, as exportações aumentaram 40% no ano, superando pela
primeira vez a marca de 1 milhão de toneladas. (GADO LEITEIRO, 2009).
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ, 2009), entre
2005 e 2008, a demanda mundial de leite passou de 242 bilhões de litros para 258 bilhões,
apesar da alta dos preços (até 75%) nos dois últimos anos. A expectativa, é que o consumo
atinja 263 bilhões este ano e 282 bilhões em 2012.
Mesmo sendo uma dos maiores produtores de leite do mundo, ocupa, atualmente, o
sexto lugar no ranking mundial, o Brasil tem um consumo considerado baixo, é 40% menor
do que o recomendado, o brasileiro bebe em média 120% de litros por ano. (MILKNET,
2010).
28
Em 2005, o maior consumo de leite foi na América do Norte (221,7 kg/pessoa/ano), já
o menor consumo foi na África (21,2 kg/pessoa/ano). Na Ásia houve um aumento no
consumo considerável nos últimos cinco anos, passou de 90,4 kg/pessoa/ano para 129,7
kg/pessoa/ano, este fato evidencia mudança de hábitos da população dessa região. A América
do Sul e do Norte, União Européia e Oceania, houve queda no consumo. (COSTA, 2007).
A pecuária leiteira nacional pode ser caracterizada de duas maneiras, a primeira
relaciona-se com o fato de que a produção ocorre em todo o território nacional, das 558
microrregiões consideradas pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 554
produzem leite. A segunda característica é que existem desde propriedades de subsistência,
sem técnicas e com baixíssima produção diária, até produtores com tecnologias avançadas e
produção diária superior a 60 mil litros. (JUNQUEIRA; ZOCCAL; MIRANDA, 2008).
A produção de leite aumentou de 958.143 mil litros em 1997 para 1.736.003 mil litros
em 2010 no Brasil. No gráfico 1 pode ser observado o aumento da produção de leite até o ano
de 2007 para o estado de Mato Grosso.
Gráfico 1: Evolução da produção de leite no Mato Grosso, 1990-2007.
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal
Com relação ao consumo, a média brasileira é baixa, encontra-se no valor de 137,1
litros/habitante/ano. Até a década de 1990, consumia-se predominantemente leite pasteurizado
tipo C, cerca de 86,7% do total. Contudo, o consumo de leite UHT atingiu 73,5% do total em
2004. (COSTA, 2007).
Segundo COSTA (2007), os pequenos produtores, ou seja, aqueles que produzem
menos que 50L/dia, são obstáculos ao processo de modernização da indústria leiteira,
entretanto eliminar esta classe causaria um choque social muito elevado. Como forma de
solucionar este problema está sendo desenvolvido no Mato Grosso o projeto “Balde Cheio”
29
em parceria com Programa Estadual da Cadeia do Leite, a união destes dois programas tem
como objetivo transferir tecnologia aos produtores familiares de leite para aumentar a
produção diária para 5 milhões de litros.(EMBRAPA, 2009).
4.5 CONCORRENTES
“A competitividade depende da capacidade de avaliar as melhores oportunidades de
negócio, identificar as tendências do mercado e prever as perspectivas do futuro”. (CNI – IEL,
2008).
No estado de Mato grosso existem poucas agroindústrias de base leiteira, dentre elas a
Cooperativa Coopnoroeste, dona da marca Lacbom, pode ser citada como uma das mais
conhecidas. Abrange uma área de ação e admissão de associados no Vale do Jauru, que é
composto pelos seguintes municípios: Araputanga, onde se encontra a sede do laticínio, São
José dos Quatro Marcos, Mirassol D’Oeste, Indiavaí, Jauru, Reserva do Cabaçal, Glória
D’Oeste, Figueirópolis D’Oeste, Salto do Céu, Rio Branco, Pontes de Lacerda, Cáceres e
Porto Esperidião. (LACBOM, 2010).
A fábrica foi inaugurada em 1997 e o leite longa vida UHT é o principal produto
comercializado. O laticínio também produz queijo Prato, Mussarela, Provolone, Coalho, Doce
de Leite Pastoso, Doce de Leite com Coco, Bebida Láctea Lacbinho de Morango e Salada de
Frutas 1 Litro, Leite tipo C 1 Litro e água Mineral. A comercialização desses produtos no
Mato Grosso é de 80% e o restante, 20%, são comercializados em outros estados. (LACBOM,
2010).
Outra agroindústria que atua no setor lácteo é a Indústria Marajoara do Norte, que se
encontra no mercado com a marca Nenê. Está localizada no município de Nova Canaã do
Norte, na região norte do estado de Mato Grosso. Inicialmente, a empresa produzia somente
queijo e há pouco tempo passou a produzir leite longa vida UHT. O grupo é do estado de
Goiás e está no Mato Grosso desde 1999. (SINDLAT, 2007).
Como concorrente do laticínio Vale do Araguaia, a marca LeitBom também deve ser
destacada, pois está posicionada entre os dez maiores laticínios do Brasil, conta com cinco
unidades industriais, quatro em Goiás e uma no Pará. A unidade mais próxima do laticínio
Vale do Araguaia, está localizada a aproximadamente 400 Km da cidade de Barra do Garças,
em São Luis dos Montes Belos- GO. Durante a safra recebe mais de um milhão de litros de
leite por dia. (LEITBOM, 2010).
O leite Italac está no mercado desde o início do ano de 1994, possui unidades
processadoras de leite e de fabricação de queijos nos estados de Minas Gerais, Goiás, Pará e
30
Rondônia. Atua no mercado produzindo diversos produtos como queijos, manteiga, diversos
tipos de leite, creme de leite e leite condensado. Está posicionado entre as maiores empresas
do setor de laticínios do Brasil. (ITALAC, 2010).
A empresa Bela Vista dona da marca Piracanjuba, está instalada na cidade de Bela
Vista, no estado de Goiás, atua na produção de leite longa vida, leite em pó, bebida láctea,
creme de leite, leite condensado, queijos e manteiga. A capacidade desta agroindústria é de
1.600.000 litros de leite por dia e grande parte de sua produção destina-se a exportação para
vários países do mundo. (PIRACANJUBA, 2010).
4.6 CARACTERÍSTICAS DA MATÉRIA-PRIMA (QUÍMICA, FÍSICA, E
SENSORIAL)
A composição do leite varia com a espécie, raça, individualidade, alimentação, tempo
de gestação e muitos outros fatores. (VALSECHI, 2001).
O leite é composto por uma variedade de compostos, sendo que cada um apresenta
função específica. O leite é considerado o alimento mais completo e, além disso, pode ser
processado de diversas maneiras, originando vários produtos.
O leite em média, é formado por 7/8 de água (87%) e 1/8 de substâncias sólidas, o que
se denomina Extrato Seco Total (4,0% de gordura) e extrato seco desengordurado (4,8% de
lactose, 3,5% de proteínas e 0,7% de sais minerais), estes representam a parte nutritiva do
leite. Aproximadamente meio litro de leite na dieta de um adulto pode fornecer 320 Kcal. Tais
calorias são fornecidas pelas proteínas, gordura e açúcares. (VALSECHI, 2001).
A Tabela 2 apresenta a composição do leite de acordo com algumas raças de vacas
leiteiras.
Tabela 2: Composição do leite de diferentes raças de bovinos no Brasil.
Holandesa Jérsey Pardo Suiço
Proteína (%) 3,29 3,98 3,64
Gordura (%) 3,54 5,13 3,99
Cinzas (%) 0,72 0,77 0,74
Lactose (%) 4,68 4,94 4,94
EST (%) 12,16 14,42 13,08 Fonte: adaptada de Santos (2010).
O leite, particularmente, é uma fonte boa de proteínas, cálcio, fósforo, e vitaminas
como A, B1, B2, C e D. Ao mesmo tempo, a gordura e a lactose fornecem energia
prontamente disponível. É um produto de grande importância social, ocupando lugar de
31
destaque na oferta do consumo interno, como fonte básica de nutriente de origem animal.
(LEDIC, 2002).
A proteína do leite é chamada de proteína de alta qualidade, isto se deve à presença de
quantidades apreciáveis de aminoácidos essenciais. O seu alto conteúdo em lisina faz do leite
um excelente complemento em dieta pobre desse aminoácido. As exigências diárias de
aminoácidos essenciais de um adulto podem ser supridas por cerca de 500 ml de leite, com
exceção para aos aminoácidos metionina e cistina. (LIMA, 2007).
Com relação às características químicas, pode-se destacar a acidez, pH e densidade. A
acidez do leite fresco pode variar de 0,12 a 0,23% em ácido lático, este dado também pode ser
considerado em grau Dornic (ºD), que corresponde a 0,001g de ácido lático. Para obter este
dado utilizam-se soluções de hidróxido de sódio como titulante e solução de fenolftaleína
como indicador. O crescimento excessivo de bactérias pode elevar acidez a valores maiores
que 18° D, impedindo a recepção e processamento do leite. O pH do leite logo após a ordenha
pode variar de 6,4 a 6,8, é um indicador de qualidade, pois em casos graves de mastite pode
atingir 7,5 e na presença de colostro pode cair para 6,0. (VENTURINI, SARCINELLI e
SILVA, 2007).
Segundo Santos (2004), o leite é composto por uma mistura complexa e heterogênea
de substâncias que apresenta as seguintes características físico-químicas:
Densidade: é o peso específico do leite determinado por dois grupos de substâncias,
concentração de elementos em solução e suspensão e porcentagem de gordura. A média do
valor de densidade do leite é de 1,032g/ml. O teste de densidade pode ser utilizado para
avaliar alterações no leite, pois a adição de água diminui a densidade e a retirada de
gordura aumenta esse valor.
Ponto crioscópico: indica o ponto de congelamento do leite e é determinado pelos
elementos solúveis do leite, principalmente a lactose. O valor estimado é de -0,531ºC,
contudo pode variar de acordo com a estação do ano, fase de lactação, clima, latitude,
alimentação e raça. Esta característica também pode ser utilizada para indicar alterações no
leite.
Acidez: a acidez do leite fresco pode variar de 6,6 a 6,8 e é chamada de acidez normal,
contudo quando há presença de microrganismos fermentadores da lactose esse valor tende
a diminuir e é considerada a acidez real. Essa característica pode ser avaliada por pH ou
por acidez titulável, neste último caso os resultados são avaliados em grau Dornic (ºD). A
acidez é determinada por quantidades de ácido lático, citratos, fosfatos e proteínas.
32
Viscosidade: o leite é mais viscoso que a água, pois apresenta glóbulos de gordura e
micelas de caseína. A viscosidade do leite é de 1,631 centipoise.
Segundo Venturini, Sarcinelli e Silva (2007), com relação às características sensoriais
pode-se considerar o sabor, cor, odor, aroma e aspecto do leite.
Sabor: o leite fresco possui sabor levemente adocicado e agradável, devido à quantidade de
lactose nele presente. Além disso, elementos como as proteínas e gorduras, participam de
alguma forma, direta ou indireta, na sensação de sabor. O processamento pode ocasionar
sabores indesejáveis devido à aplicação de elevadas temperaturas e a embalagem também
pode ser responsável por alguma mudança no sabor.
Odor: o leite possui odor suave, levemente ácido, pode ser influenciado pelo meio
ambiente, utensílios que entram em contato ou microrganismos. Odores desagradáveis
podem ser eliminados no decorrer do processamento, pois com a aplicação de elevadas
temperaturas substâncias voláteis são eliminadas.
Cor: a cor característica do leite é branco-amarelada opaca, advinda principalmente pela
dispersão da luz das micelas de caseína. A cor amarelada do leite ocorre devido a
substâncias lipossolúveis (pigmentos carotenóides e a riboflavina).
Aspecto: O leite deve apresentar aspecto líquido, homogêneo, formando uma camada de
gordura na superfície quando deixado em repouso.
5 DIMENSIONAMENTO DO PROCESSO
5.1 FLUXOGRAMA GERAL
O fluxograma do processo apresentado a seguir mostra todo o modelo esquemático do
Laticínio Vale do Araguaia, onde é possível visualizar cada etapa dos processos de produção
dos produtos (leite em pó, manteiga, queijo mussarela, queijo prato, leite UHT integral, leite
UHT semi-desnatado, leite UHT desnatado e bebida láctea) que serão fabricados por esta
empresa.
Através deste fluxograma permite-se um entendimento global e compacto do processo
de produção, ao destacar e identificar as etapas constituintes e a sua ordem de execução.
No quadro 2 é representado a simbologia do fluxograma de processo.
33
Quadro 2: Simbologia da representação de fluxograma de processo.
SÍMBOLO OPERAÇÃO DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO
Transformação
Significa uma mudança intencional de estado, forma, ou condição sobre
um material ou informação.
Inspeção
Identificação ou comparação de alguma característica de um objeto ou de
um conjunto de informações com um padrão de qualidade ou de
quantidade.
Transporte
Movimento de um objeto ou de um registro de informação de um local
para outro, exceto os movimentos inerentes à operação ou inspeção.
Espera
Quando há um lapso de tempo entre duas atividades do processo gerando
estoque intermediário no local de trabalho.
Armazenamento
Retenção de um objeto ou de um registro de informação em determinado
local exclusivamente dedicado a este fim.
Fonte: Adaptado CAMAROTTO (2005)
A Figura 4 apresenta o fluxograma geral do Laticínio Vale do Araguaia.
34
Leite Cru
1
2
3
4
5
8
4
Queijo
Mussarela
Bebida
Láctea
Leite em
Pó
32
33
30
34
31
9
21 4
28
23
29
22 4 14 11 4 9
36
24
9
10 11 12 13 14 15 16 17
18
19
9 25 18 26 27 24
4
Leite Integra/ Desnatado/ Semi
desnatado
6 4 7
Queijo
Prato
35
34
33
31
32
9
10 11 12 13 16
17
18
19
37 38 5
8
39
24
40 22
Manteiga
Figura 4: Fluxograma Geral do Laticínio Vale do Araguaia
Legenda:
1. Recepção
2. Análise do leite
3. Filtração
4. Armazenamento/resfriamento
5. Padronização
6. Pasteurização UHT
7. Embalagem UHT
8. Pasteurização
9. Adição de ingredientes
10. Coagulação
11. Primeira mexedura
12. Segunda mexedura e aquecimento
13. Dessoragem
14. Fermentação
15. Filagem
16. Moldagem e enformagem
17. Salga
18. Secagem
19. Embalagem
20. Estocagem
21. Armazenamento do soro
22. Homogeneização
23. Fermento da bebida láctea
24. Envase
25. Concentração
26. Separação ar/pó
27. Instantaneinização
28. Açúcar
29. Adição de polifosfatosEstabilizantes/espessantes
30. Cloreto de cálcio
31. Ácido láctico
32. Coalho
33. Fermento mesofílico
34. Corante de urucum
35. Aromatizantes e corantes
36. Armazenamento do creme
37. Análise do creme
38. Bateção e Malaxagem
39. Pré-aquecimento
35
5.2 FLUXOGRAMA GERAL DE BALANÇO DE MASSA
Nos fluxogramas serão apresentados as descrições das etapas do processamento de
cada produto.
A Figura 5 apresenta a proporção de leite destinada para a produção de cada produto.
300.000 L/dia
45%
(120.000L)
Leite Integral
UHT
5%(30.000L)
Leite em Pó
10%
(30.000L)
Leite Desnatado
UHT
5%
(15.000L)
Leite Semi-
Desnatado UHT
5%
(15.000L)
Bebida Léctea
10%
(30.000L)
Queijo Prato
20%
(60.000L)
Queijo
Mussarela
Figura 5: Balanço de massa diário do laticínio.
5.3 MATRIZ DE RELACIONAMENTO
A matriz de relacionamento é utilizada para fazer uma relação entre as atividades do
sistema produtivo. Essa atividade permite determinar o grau de importância entre as
atividades. A realização dessa etapa dentro do Laticínio Vale do Araguaia será feita de acordo
com o processamento de cada produto, construindo uma matriz de relacionamento para cada
processo de obtenção dos produtos fabricados pelo laticínio.
A classificação para o grau de importância entre cada atividade está representada no
Quadro 3.
Quadro 3: Grau de importância entre duas atividades
Tipo de ligação entre duas atividades Código
Essencial 2
Desejável 1
Não é importante 0
Indesejável X
Sobrepostos
Fonte: Camarotto (2005)
36
As matrizes de relacionamentos serão dispostas de acordo com a descrição das etapas
de processamento de cada produto, seguindo o grau de importância entre cada equipamento
usado nos processos.
5.4 DIAGRAMA DE BLOCOS
Simula a movimentação física de um item (produto, material ou pessoa) através dos
centros de produção dispostos na planta da indústria, seguindo uma sequência. Os retângulos
representam as atividades do setor industrial e as setas indicam o sentido do fluxo.
(CAMAROTTO, 2005).
5.5 FLUXOGRAMA POR SETOR
De acordo com Camarotto (2005), mostra a distribuição do processo de trabalho pelos
setores da planta. Apresentando esquematicamente o fluxo de material ou equipamento
através de uma sequência de atividades de produção, especificando o local, a atividade e o
setor responsável pela sua execução.
5.6 FLUXOGRAMA CRONOLÓGICO
Fornece a visualização temporal de forma cronológica das atividades produtivas sobre
um fluxo de itens em processamento. (CAMAROTTO, 2005).
5.7 APLICAÇÃO DA ENGENHARIA DE MÉTODOS
Para um melhor entendimento da organização e dos processos produtivos foram
utilizados os conceitos de engenharia de métodos em todos os processos existentes no
laticínio e que serão apresentados na seguinte ordem:
Balanço de massa;
Balanço de equipamentos;
Matriz de relacionamento;
Diagrama de blocos;
Fluxograma por setor;
Fluxograma cronológico.
37
6 PROCESSOS
6.1 LEITE UHT
O leite ao chegar à indústria deve ser tratado mais rápido possível para assegurar o
controle de problemas de composição e qualidade. Pois o leite é uma matéria-prima
complexa, heterogênea, viva e de difícil conservação. No leite estão presentes três fases: uma
fase aquosa, o lactosoro, cujos componentes predominantes são a lactose e um conjunto de
proteínas globulares, e das fazes particulares, compostas respectivamente pelos glóbulos
graxos (98% de triaciglicerol) e pelas micelas de caseína. As concentrações da fração
caseínica e lipídica são respectivamente de 24-28 g/l e 35-45 g/l. (USINA, 2009).
Segundo Usina (2009) no leite fresco, estas fases estão supostamente individualizadas,
porém a maior parte dos tratamentos tecnológicos modifica esta distribuição que
esquematicamente pode resumir-se assim:
- A conservação a frio provoca a passagem de uma parte das caseínas e dos minerais
para o lactosoro;
- Os tratamentos térmicos têm um efeito quase inverso, segundo as condições de
aquecimento – interações entre a lactose e a fração protéica;
- A homogeneização dispersa os glóbulos graxos que se rodeiam de proteínas.
Leite UHT (“Ultra Hight Temperature”) é homogeneizado e submetido à temperatura
de 130º C durante 2 a 4 segundos, mediante processo térmico de fluxo contínuo,
imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC e envasado sob condições
assépticas em embalagens esterilizadas e hermeticamente fechadas. (LACBOM, 2010).
Processamento de Leite UHT - Sistema Indireto
No sistema de aquecimento contínuo e indireto, os equipamentos têm uma superfície
de permutação de calor que separa o produto do meio de aquecimento (vapor de água ou água
quente). Para isso, pode-se utilizar trocadores de calor de placas ou tubulares. (UFRGS,
2008).
O sistema funciona em pressões positivas de maneira a evitar que o leite ferva nas
altas temperaturas aplicadas. O processo UHT ocorre em faixas de temperaturas crescentes
com o avançar da incrustação nas paredes do trocador de calor de 130ºC a 140°C, atingindo
pressões de 2 a 6 atm. Essas incrustrações (fouling film), que consistem de proteínas do soro
desnaturadas e depósitos de cálcio levam a um aumento gradativo da pressão no sistema até
tornar necessário a realização de paradas para limpeza. Leites mamíticos, com teores
38
anormalmente elevados de proteínas solúveis, favorecem uma taxa de incrustação mais alta.
(UFRGS, 2008).
A legislação permite a utilização de alguns estabilizantes que atuam como agentes
tamponantes do pH do leite diminuindo a precipitação dos sais de cálcio e “protegendo” as
proteínas do leite contra a desnaturação durante o termo-tratamento, o que diminui a
deposição nas paredes do trocador de calor e, consequentemente permite períodos de
processamento contínuos mais prolongados.(USINA,2009).
Como o sistema indireto envolve as mesmas etapas do sistema direto, não será descrito
as etapas que envolvem este processo, pois o laticínio Vale do Araguaia operará com sistema
direto, como demonstrado na figura 5.
A seguir, na Figura 6 será apresentado o fluxograma de produção direta do Leite UHT.
Leite
Armazenamento do
Leite UHT
Recepção Análise FiltraçãoResfriamento/
Armazenamento Padronização Homogeneização
Embalagem
UHT
Esterilização
Adição de
Estabilizantes
Homogeneização
Figura 6: fluxograma de produção direta do Leite UHT.
Processamento de Leite UHT - Sistema Direto
Segundo Lacbom (2010), o processamento de leite UHT- sistema direto envolve as
seguintes etapas:
Recepção do leite: o leite cru é recebido em caminhões tanques refrigerados. O
recebimento do leite envolve as operações de recebimento, pesagem, filtração e análise da
matéria-prima. A recepção é efetuada por bombeamento do leite do carro-tanque, antes da
descarga e são feitos alguns testes, como: acidez titulável, alizarol, gordura, densidade etc., os
quais têm por objetivo evitar a entrada de leite de baixa qualidade no laticínio.
O produto recebido é bombeado diretamente do caminhão de coleta,como pode ser
observado na Figura 7 passa por um filtro que deve ser limpo com frequência e é colocado em
um tanque de estocagem para, então, ser encaminhado às seções de produção. (SILVA, et al,
2005). Logo após a descarga, o caminhão é lavado e sanificado em local exclusivo.
39
Ficha técnica: Capacidade: 15.000L
Clique e Figura 7: Caminhão de transporte do leite.
Fonte: S.E. Inox (2010).
Pesagem e Filtração: o caminhão-tanque é pesado e o leite é filtrado para remoção
das impurezas maiores.
Resfriamento: deve ser resfriado, no máximo, a 4°C.
Armazenamento em tanque: o leite é estocado em silos conforme necessidade. Os
silos para estocagem do leite são refrigerados e tem capacidade normalmente entre 50 a 100
mil litros. Na Figura8 temos o modelo de silos onde o leite é armazenado por até cinco dias.
Ficha Técnica: Capacidade: 70.000L e 100.000L
Dimensão: 12 x 30 m e 18 x 45 m
Figura 8: Silo de Armazenamento.
Fonte: Lacbom (2010).
Clarificação e Padronização: o leite é clarificado e padronizado de acordo com a
necessidade de produção de leite integral, semi-desnatado ou parcialmente desnatado.
O equipamento de padronização é representado pela Figura 9, onde juntamente com a
padronizadora é acoplado uma desnatadeira com o objetivo da retirada parcial da gordura do
leite, sendo que a padronizadora possui capacidade de processamento de 15 mil litros por
hora. Normalmente, os laticínios usam o creme retirado para a fabricação de manteiga,
requeijão, creme de leite, etc. (VENTURINI, SARCINELLI E SILVA, 2007).
40
Nesta etapa é adicionado o estabilizante, que tem a função de impedir a precipitação
da caseína. Segundo a legislação utiliza-se uma quantidade não superior a 0,1g/100ml de leite.
Normalmente é utilizado o citrato de sódio, podendo ser também ser utilizado monofosfato de
sódio, difosfato de sódio ou trifosfato de sódio. (FEGO ALIMENTOS, 2010).
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000L/h
Dimensão: 0.7 x 1.2 m
Figura 9: Padronizadora.
Fonte: Lacbom (2010).
Esterilização: É este o processo mais importante da produção de leite UHT, uma vez
que é nesta fase que se consegue ampliar o tempo de prateleira do leite para perto de 4 a 6
meses, ao mesmo tempo que se consegue destruir a maioria das bactérias que ainda não
tinham sido mortas até aqui. E apesar de não haver uma destruição total, apenas algumas
bactérias na forma esporulada conseguem sobreviver, no entanto estas não se desenvolvem à
temperatura de armazenamento do leite. A esterilização consiste em aquecer o leite a uma
temperatura de 130 ºC (Ultra High Temperature) durante 2 a 4 segundos, seguido de um
arrefecimento brusco até 32ºC. É este choque térmico que destrói as bactérias.
(PROCESSAMENTO, 2010).
O equipamento de esterilização por alta temperatura como mostra a Figura 10 tem
capacidade de processamento de 15.000 mil litros de leite por hora.
41
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000L/h
Dimensão: 2 x 3.5 m
Figura 10: Esterilizador.
Fonte: Tetra Pak (2010).
Resfriamento: o resfriamento rápido acontece na câmara de expansão equipada com
condensador, acoplado ao esterilizador na qual um vácuo parcial é mantido por uma bomba.
O vácuo é controlado de modo que a quantidade de vapor retirada do produto seja igual à
quantidade de vapor previamente injetada.
Homogeneização: processo que consiste na distribuição uniforme da gordura de modo
a que não haja formação de nata, ou seja, vai haver um desagregar de todos os glóbulos da
gordura que foram agrupados na desnatagem. Para isso utilizam-se homogeneizadores, como
o da Figura 11, onde o leite é pressurizado por uma bomba de pistão (100-250 bar). Este
processo melhora a estabilidade e consistência do leite. (PROCESSAMENTO, 2010).
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000L/h
Dimensão: 1.5 x 1 m
Figura 11: Homogeneizador.
Fonte: Tetra Pak (2010).
Envase: O sistema de envase asséptico pode ser definido como o enchimento “a frio”
de um alimento comercialmente estéril, neste caso o leite numa embalagem previamente
esterilizada sob condições ambientais também estéreis.
Este sistema permite a utilização de embalagens com baixa resistência térmica. A
principal embalagem para o leite UHT utilizada no sistema Tetra-Pak é constituída por uma
42
chapa com camadas consecutivas de polietileno-cartão-polietileno-alumínio-polietileno. Este
material proporciona uma eficaz barreira contra a penetração do oxigênio e da luz, além de ser
reciclável. É através de uma sobre-pressão de ar estéril no ambiente de enchimento, limitado
pelo tubo de embalagem, que se garante a assepsia do processo. (PROCESSAMENTO, 2010).
Na figura 12 é mostrada uma envasadora automática de leite UHT.
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000-13.000 embalagens/hora
Dimensão: 4 x 3 x 5m
Figura 12: Envasadora automática de Leite UHT.
Fonte: Lacbom (2010).
6.2 LEITE UHT DESNATADO
Para fabricação do leite desnatado é necessário retirar o máximo de gordura presente
no leite próximo a 0%. O leite desnatado deve ser o primeiro a ser direcionado na linha de
produção para que não se depare com resíduos de gordura no equipamento, tendo assim uma
eficiência na qualidade do produto final. (LACBOM, 2010). O fluxograma de produção é o
mesmo descrito na figura 5, assim como os equipamentos utilizados. O que diferencia é a
quantidade de gordura retirada na etapa de padronização.
6.3 LEITE SEMI DESNATADO
O leite semi desnatado deve conter 2% de gordura, sendo o excedente deste retirado na
padronização do leite e reservado juntamente com o creme residual dos outros produtos.
(LACBOM, 2010).
43
6.4 LEITE INTEGRAL
O leite integral deve conter um teor de gordura de 3% da massa total, sendo então,
necessário realizar a retirada do excedente da gordura, para dar continuidade no
processamento, sendo que normalmente o leite chega à indústria com 3.86% de gordura.
(LACBOM, 2010).
6.4.1 Balanço de Massa
A seguir nas figuras 13, 14 e 15 serão descritos os fluxogramas de balanço de massa
do leite UHT desnatado, leite UHT semi desnatado e leite UHT integral, respectivamente.
30.000L
1.158L de creme
28.899 L
Leite
Armazenamento do
Leite UHT
Recepção Análise FiltraçãoResfriamento/
Armazenamento Padronização Homogeneização
Embalagem
UHT
Esterilização
Adição de Citrato
de sódio
Mstura
57.684 L
Figura 13: Fluxograma de balanço de massa do Leite UHT Desnatado.
15.000L
279L de creme
14.750,44 L
Leite
Armazenamento do
Leite UHT
Recepção Análise FiltraçãoResfriamento/
Armazenamento Padronização Homogeneização
Embalagem
UHT
Esterilização
Adição de Citrato
de sódio
Mistura
29,44 L
Figura 14: Fluxograma de balanço de massa do Leite Semi-Desnatado.
Leite
Armazenamento do
Leite UHT
Recepção Análise FiltraçãoResfriamento/
Armazenamento Padronização Homogeneização
Embalagem
UHT
Esterilização
Adição de Citrato
de sódio
Homogeneização
237,936 L
120.000L
1.032L de creme
119.205,936 L
Figura 15: Fluxograma de balanço de massa do leite UHT Integral.
44
6.4.2 Balanço de Equipamentos
Como os equipamentos são os mesmos para a fabricação do leite UHT integral, semi-
desnatado e desnatado, o balanço de equipamentos demonstrado na Figura 16 será o mesmo
para os três processos, fazendo uma somatória da capacidade de recebimento diária.
Somando todos os leites recebidos (120.000 + 15.000 + 30.000) / 12 horas trabalhadas,
obtém-se 13.750 l/h. restando 4 horas para a limpeza dos equipamentos.
Quantidade: 11
Capacidade: 15.000L
Capacidade
100:.000L
Qtd:1
1-
2-
Cap:15.000L/h
Qtd: 1
3
4
Vazão:15.000L/h
1. Caminhão de
Transporte
2. Silo de Armazenagem
3. Bomba
4. Padronizador
5. Esterilizador
Vazão:15.000L/h3
5Cap:15.000L/h
Qtd: 1
Vazão:15.000L/h3
6 Cap.15.000L
Qtd:
3 Vazão:15.000L/h6. Homogeneizador
7. Envasadora
Legenda
Cap: 12.0000l/h
1
Qtd: 1
7
Capacidade
70:.000L
Qtd:1
6
Cap.15.000L
Qtd: 1
Vazão:15.000L/h3
Figura 16: Balanço de equipamentos Leite UHT.
6.4.3 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamento do leite UHT desnatado, semi desnatado e integral,
representada na Figura 17, é aplicada em relação aos equipamentos utilizados no processo
demonstrando o nível de relação entre eles.
45
Recepçao
Análise
Filtração
Silo Armazenamento
Padronização
Esterilização
Homogeneização
Envase
Armazenamento
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
2
1
0
1
0
0
0
0
0
0
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Figura 17: Matriz de relacionamento do processo de obtenção do leite UHT desnatado, semi desnatado e
integral.
6.4.4 Diagrama de Blocos
A figura 18 apresenta o diagrama de blocos do processamento do leite UHT
desnatado, semi desnatado e integral.
1 2
3
4
5
6
7
1. Recepção, análise e filtração2. Resfriamento3. Padronização4. Esterilização5. Homogeneização6. Embalagem7. Armazenamento
Figura 18: Diagrama de blocos Leite UHT desnatado, semi desnatado e integral
46
6.4.5 Fluxograma por Setor
A Figura 19 traz o fluxograma de setor do processo de obtenção do leite UHT.
Operação Recepção Processamento Armazenamento
Setores
Análise
Análise
Filtração
Resfriamento
Padronização
Esterilização
Homogeneização
Embalagem UHT
Armazenamento
Figura 19: Fluxograma por setor Leite UHT desnatado, semi desnatado e integral.
6.4.6 Fluxograma Cronológico
A Figura 20 traz o fluxograma cronológico do processo de obtenção do leite UHT
integral, a Figura 21 do leite semi-desnatado e a Figura 22 do leite desnatado.
15.000/60/60*15=62.5 Então em 15 segundos passa 62,5 litros de leite.
47
Escala de Tempo
Análise
Recepção e Análise
Filtração
Resfriamento
Padronização
Esterilização
Homogeneização
Embalagem UHT
Análise
20'
2'
10'
38'
15"
2'
20"
Atividade Tempo 20' 2' 10' 38' 15" 2' 20"
Figura 20: Fluxograma cronológico Leite UHT integral.
Escala de Tempo
Análise
Recepção e Análise
Filtração
Resfriamento
Padronização
Esterilização
Homogeneização
Embalagem UHT
Análise
20'
2'
10'
40'
15"
2'
20"
Atividade Tempo 20' 2' 10' 40' 15" 2' 20"
Figura 21: Fluxograma cronológico Leite UHT semi desnatado.
48
Escala de Tempo
Análise
Recepção e Análise
Filtração
Resfriamento
Padronização
Esterilização
Homogeneização
Embalagem UHT
Análise
20'
2'
10'
43'
15"
2'
20"
Atividade Tempo 20' 2' 10' 43' 15" 2' 20"
Figura 22:Fluxograma cronológico Leite UHT desnatado.
6.5 MANTEIGA
Entende-se por manteiga o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e
malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado, derivado
exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. A matéria gorda
da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura Láctea. (RIISPOA, Artigo 568,
2004).
A seguir na Figura 23 será apresentado o fluxograma da produção de manteiga.
49
Armazenamento
Da Manteiga
Creme
Armazenado
Análise
Padronização
Pasteurização Bateção e
MalaxagemEnvase
leite
Cloreto de
Sódio
Figura 23: fluxograma da produção de manteiga.
Armazenagem do creme: o creme retirado do leite durante sua padronização é
armazenado como pode ser observado na figura 24, logo abaixo. (SEBRAE, 1999).
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000L
Dimensão: 1.5 x 3x 1.8m
Figura 24: Armazenamento do creme.
Fonte: Sooro (2010).
Análise e Padronização do Creme: todo o creme retirado do leite durante sua
padronização é armazenado de forma bruta, ou seja, contendo ainda resíduos de leite em sua
composição, por isso é preciso que o creme passe por um processo mais afinado de
padronização a 40% de gordura. (TECNOLOGIA, 2010). Segue abaixo a Figura 25 com o
modelo de padronizador utilizado no processo.
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000L/h
Dimensão: 0.7 x 1. 2 x 0.5 m
50
Figura 25: Padronizadora.
Fonte: Treta Pak (2010).
Pasteurização: Então, o creme é bombeado ao pasteurizador a uma temperatura que
varia de 80ºC a 90ºC durante 20 segundos, e resfriado em temperaturas que variam de 15ºC a
18ºC. Depois é enviado aos tanques de creme pasteurizado, sendo analisado quanto à acidez e
à matéria gorda.
Em circuito fechado, o creme passa pelo pasteurizador de placas e sua pressão máxima
é de 20 Kg/cm2. O sistema de pasteurização adotado para a fabricação dos queijos é a
pasteurização rápida, e o binômio tempo/ temperatura utilizado é de 72ºC por 15 segundos
(SEBRAE, 1999). A imagem que descreve o pasteurizador encontra-se na Figura 26.
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000L/h
Dimensão (m): 1,2 x 1,4 x 1,6
Figura 26: Pasteurizador.
Fonte: Lacbom (2010).
Bateção e Malaxagem: Agitação relativamente forte e contínua do creme. Neste
processo ocorre a separação do leite, com a formação da manteiga. (TECNOLOGIA, 2010).
51
Durante a bateção, realizada em batedeira, conforme apresentada na Figura 27, o creme deve
ser resfriado a 8ºC, através do envolvimento de água gelada na parede dupla da batedeira.
Logo depois é enviado à máquina de fabricação de manteiga, onde o creme é continuamente
batido, sendo separado o soro e lavados os grânulos com água gelados a temperatura de 5ºC.
Então, é processada a malaxagem. Durante esta etapa é realizada a salga, através da
incorporação de salmoura à manteiga. Os teores de água residual e cloreto de sódio são
verificados a cada 30 minutos, através de análises laboratoriais. (LONDOÑO & ABREU,
2009).
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000L/h
Dimensão: 1.5 x 0.8 x 1 m
Figura 27: Batedeira de manteiga.
Fonte: Tetra Pak (2010).
Envase: A manteiga é conduzida por um duto de aço inoxidável até o tanque que
abastecerá a máquina de envase, conforme mostrado na Figura 28 para fracionamento e
empacotamento, onde o filme de papel aluminizado, já datado e formado, recebe a manteiga,
que é automaticamente fechada.
52
Ficha Técnica: Capacidade: 5000 kg/h
Dimensão: 2 x 1.5 m
Figura 28: Envasadora e Seladora de manteiga.
Fonte: Milainox (2010).
Armazenamento da Manteiga: A manteiga deve ser mantida sob refrigeração até o
momento da venda ou utilização. Com isto se evitará que fique rançosa, mantendo suas
qualidades originais por mais tempo. (LONDOÑO & ABREU, 2009).
6.5.1 Balanço de Massa do Processo
Pode-se visualizar o balanço de massa da manteiga na Figura 29, considerando que
entra neste processo a quantidade de 3.519 litros de creme e o leite obtido da padronização a
40% retorna ao processo de obtenção do leite UHT.
Armazenamento
Da Manteiga
Creme
Armazenado
Análise
Padronização
Pasteurização Bateção e
MalaxagemEnvase
3519L
133kg de cloreto
de sódio
1.511L
leite
2.007 Kg
Manteiga
2.140kg
Figura 29: Balanço de massa fabricação da manteiga.
6.5.2 Balanço de Equipamentos
Os equipamentos utilizados na obtenção da manteiga são demonstrados na Figura 30.
53
6
278
Legenda
1 - Tanque de expansão
2 - Bomba centrífuga
3 - Padronizador
4 - Pasteurizador
5- Tanque de
resfriamento
6- Armazenamento de
leite
7 - Batedeira
8 - Envase
2
12
3
5
2
Cap.: 5.000 L
Quant.: 1
Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 3.000L
Quant.: 1
Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L
Quant.: 1
Vazão: 5.000 kg/h
Quant.: 1
Cap.: 5000 kg/h
Quant.: 1
4Cap:5.000L/h
Qtd:1
2 Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Figura 30: Balanço de Equipamentos Processo de Produção da manteiga.
6.5.3 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamentos apresenta as etapas de produção da manteiga, indicando
o grau de importância de proximidade das mesmas, como mostra a Figura 31.
Armazenamento do
creme
Padronização
Análise
Pasteurização
Bateção e
Malaxagem
Envase
Armazenamento
2
2
2
2
2
2
0
0
0
0
x
xx
x
1
1
1
1
1
x
x
Figura 31: Matriz de relacionamento.
6.5.4 Diagrama de Blocos
A Figura 32 apresenta o diagrama de blocos para produção da manteiga, construído a
partir da análise qualitativa das relações entre os centros de produção apresentada
anteriormente na matriz de relacionamentos. Por meio desta figura é possível visualizar as
etapas pelas quais deverão passar o fluxo de materiais utilizados neste processo.
54
Legenda
1 - Recepção e análise do creme
2 - Padronização do creme
3- Pasteurização
4- Bateção e Malaxagem
5 - Envase
6- Armazenamento
Fluxo de material
1
2 3
4
5
6
Figura 32: Diagrama de Blocos de Produção da manteiga
6.5.5 Fluxograma por Setor
A Figura 33 traz o fluxograma de setor do processo de obtenção da manteiga.
55
Operação Recepção Processamento Armazenamento
Setores
Análise
Análise
Padronização
Pasteurização
Padronização
Bateção e Malaxagem
Envase
Armazenamento
Figura 33: Fluxograma de setores – Processo de Produção da Manteiga.
6.5.6 Fluxograma Cronológico
O sistema cronológico da manteiga foi feito a partir de uma produção com 3.519
litros de creme, como pode ser observado na Figura 34, levando em conta todos os
equipamentos disponíveis no laticínio.
Escala de Tempo
Análise
Análise
Padronização
Pasteurização
Bateção e Malaxagem
Envase
Armazenamento
Análise
Atividade Tempo
Figura 34: Fluxograma Cronológico do Processo de Produção da manteiga.
56
6.6 QUEIJOS
Os queijos podem ser classificados de acordo com o tipo de leite, a textura, o grau de
maturação e a intensidade de seu sabor e aroma. A classificação mais comum é de acordo com
a textura (queijos duros e semiduros, macios, frescos, etc). A consistência dos chamados
queijos duros varia de lisa e fácil de cortar até a áspera e granulada. Alguns deles são: o
emmenthal, o gruyère, o grana (parmesão),o prato, o mussarela, o provolone, o pecorino, o
cheddar e o gouda. Há ainda os queijos macios (brie e camembert), os azuis (roquefort e
gorgonzola) e os frescos (queijo de cabra, cream cheese, ricota, cottage, mascarpone e queijo
feta). Entre esses citados será descrito o processamento do queijo mussarela e prato, pois os
mesmos serão produzidos pelo laticínio Vale do Araguaia.
6.7 QUEIJO MUSSARELA
Na Figura 35 é apresentado o fluxograma de produção de queijo tipo mussarela.
Leite
Armazenamento
queijo mussarela
Recepção
Análise do Leite
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Armazenamento/
Resfriamento
Adição de
Ingredientes
Coalho
Cloreto de Cálcio
Fermento
Láctico
Coagulação 1ªMexedura
2ª Mexedura/
Aquecimento
Dessoragem
Fermentação
Fila
ge
m
Mo
lda
ge
m e
En
form
ag
em
Salga
Secagem
Embalagem
Creme
armazenado
Figura 35: fluxograma de produção de queijo mussarela
O processo de fabricação do queijo mussarela segundo Cavalcante (2004) segue as
seguintes etapas:
57
Adição de Ingredientes: O leite é bombeado por uma bomba sanitária de inox para o
tanque de mistura construído em aço inox como mostra a Figura 35. Primeiramente é
adicionado cloreto de cálcio numa dosagem de 20 a 40 mL para cada 100 litros de leite.
Depois se adiciona o fermento lático mesofílico, 1L para cada 100L. E por fim adiciona-se o
coalho, onde a quantidade adicionada depende do poder coagulante, e é determinada de
acordo com as especificações do fabricante no rótulo do produto (70 a 100 mL para cada 100
litros de leite). (EMBRAPA, 2006).
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000L/h
Dimensão:1.5 x 1.2 x 2 m
Figura 36: Tanque de mistura.
Fonte: Cavalcante (2004).
Coagulação: para ser feita a coagulação o leite fica em repouso cerca de 40 minutos, o
tempo depende da quantidade de leite e da quantidade de coalho adicionado, durante esse
período o leite deve ficar em completo repouso a uma temperatura de 33ºC. Se o leite demora
mais tempo para coagular, pode ser indício de algum problema, o qual deve ser identificado.
Os mais comuns são: pouca quantidade de coalho adicionada; coalho velho; temperatura
ineficiente ou excessiva; problemas com o fermento; leite com colostro; leite mastítico, etc.
(CAVALCANTE, 2004).
Depois de formado o coágulo resistente, verifica-se o ponto da coalhada. Existem
várias formas de se fazer, como por exemplo, abaixar a coalhada com a mão na beirada do
tanque: se a coalhada estiver grudando à parede é sinal de que ainda está mole, se desprender
com mais facilidade, quer dizer que está no ponto. (EMBRAPA, 2006). Na Figura 37 pode ser
observado o processo de coagulação do leite.
58
Figura 37: Coagulação do leite.
Fonte: Queijo (2010).
Corte da Coalhada: Após o término da coagulação, é feito o corte da coalhada, como
mostra a Figura 38, ainda no tanque de mistura, utilizando-se as liras de aço inoxidável,
obtendo-se assim grãos do tamanho de um milho, com cerca de 1,0 cm de aresta. Esses grãos
fazem a retenção da umidade e textura do queijo. (CAVALCANTE, 2004).
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000 L
Dimensão (m): 4,0 x 1,2 x 0,70
Figura 38: Corte da coalhada.
Fonte: Guimarães (2010).
Primeira Mexedura: ocorre a agitação lenta da massa para evitar a quebra excessiva
dos grãos, durante 20 minutos aproximadamente, em movimentos giratórios com as próprias
liras. Esta velocidade é controlada por um sistema de movimento das liras. (CAVALCANTE,
2004).
Segunda Mexedura e Aquecimento: a segunda mexedura é feita um pouco mais
rápida, durante aproximadamente 10 minutos, nesse processo a coalhada atinge seu ponto,
apresentando a consistência desejada. O ponto pode ser verificado introduzindo a própria mão
com uma luva adequada, após sete minutos do inicio da mexedura é feito um segundo
aquecimento mais lento e elevando a temperatura aos poucos até 42ºC e, nesse aquecimento
utiliza-se 15% de água a 75ºC. (EMBRAPA, 2006).
59
Dessoragem: após a coalhada estar no ponto desejado, todo material é transferido para
o dreno-prensa, onde é feito a separação do soro e a massa, o soro é retirado por uma bomba
centrífuga para o tanque de armazenamento de soro e a massa fica retida no tanque. Todo soro
é encaminhado para o tanque de armazenamento. Retira-se 85% de soro na dessoragem.
(CAVALCANTE, 2004). Um exemplo de dreno-prensa é demonstrado na Figura 39.
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000Kg/h
Dimensão: 5 x 3 x 3 m
Figura 39: Dreno-prensa.
Fonte: Tetra Pak (2010).
Fermentação: a coalhada é dividida em blocos e colocada sobre uma mesa
higienizada de aço inoxidável, onde esta massa permanece em repouso, a temperatura
ambiente, por aproximadamente 6 horas, para fermentação. (FURTADO, 1991).
Filagem: para saber se a coalhada está no ponto de ser filada, pega-se uma porção da
massa com mais ou menos 10 gramas e mergulha-se em água a aproximadamente 80ºC. Em
seguida estica-se o pedaço cortado até formar filamentos compridos, de mais ou menos 1
metro de comprimento e, se esta não arrebentar está no ponto para ser filada. Divide-se a
massa em pequenos pedaços e coloca-se em tanque de aço inoxidável, com água a
temperatura de 80ºC para que a massa adquira consistência uniforme e desejada, podendo
assim ser modelada de acordo com o produto e embalagem.(. Em seguida, agita-se a massa
até que os pedaços se unam completamente, obtendo um bloco homogêneo em condições de
ser filado e moldado. (CAVALCANTE, 2004). O equipamento em que se realiza a filagem é
apresentado na Figura 40.
60
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000 kg/hora
Dimensão (m): 2,0 x 3,0 x 1,0.
Figura 40: Máquina de filagem do queijo.
Fonte: Incal (2010).
Moldagem e Enformagem: Nessa etapa a massa encontra-se em alta temperatura (55-
60ºC), onde se corta a massa em pedaços e a massa é colocada em formas retangulares com
peso de aproximadamente 2 Kg, próprias para mussarela. Toma-se o cuidado de evitar que
fiquem fendas ou buracos no interior do queijo. (BEHMER, 1980). O modelo mais comum de
formas é apresentado na Figura 41.
Figura 41: Formas para mussarela.
Fonte: M&P (2010).
Salga: existem vários métodos para fazer a salga dos queijos, normalmente utiliza-se
salmoura. Após a moldagem, os queijos são imersos em salmoura a 20% e a 8ºC na câmara
fria. O tempo de salga varia em função do tamanho do queijo, onde para o queijo de 2 Kg é
necessário em média 8 horas, para que o queijo receba a quantidade suficiente de sal.
(FURTADO, 1991; SPREER, 1991; VEISSEYRE, 1988). Na Figura 42, pode-se visualizar o
tanque de salga utilizado no processo.
61
Ficha Técnica: Capacidade: 1.000 kg
Dimensão (m): 1,2 x 2,0 x 0,8
Figura 42: Tanque de Salga.
Fonte: Incal (2010).
Secagem: após aguardar por 8 horas na salga, as mussarelas são colocadas em
prateleiras dentro da câmara fria, conforme mostra a Figura 43 com temperatura de 5ºC, e
então aguarda por 14 horas para secar.
Ficha Técnica: Capacidade: 10.000 kg
Dimensão (m): 8,0 x 4,0 x 6,0
Figura 43: Secagem-câmara fria.
Fonte: Confriar (2010).
Embalagem: é muito importante escolher uma embalagem adequada para cada tipo de
queijo, pois esta deve atender a duas necessidades importantes, a boa conservação do produto
e boa apresentação. As mussarelas são embaladas em sacos plásticos termo encolhível, na
seladora a vácuo, como mostra a Figura 44. (CAVALCANTE, 2004).
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000 kg/hora
Dimensão (m): 1,8 x 5,0 x 1,8
Figura 44: Embaladora a vácuo.
62
Fonte: Tetra Pak (2010).
Estocagem: Após a embalagem, as mussarelas são colocadas em prateleiras e
guardadas em câmaras frias com temperatura de 5ºC até a comercialização. (CAVALCANTE,
2004).
6.7.1 Balanço de Massa do Processo
Pode-se visualizar o balanço de massa do Queijo Mussarela na Figura 45,
considerando que entra neste processo a quantidade de 60.000 litros de leite/dia.
63
Leite
59.484L
9.092,2Kg
Armazenamento
queijo mussarela
Recepção
Análise do Leite
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Armazenamento/
Resfriamento
Adição de
Ingredientes
Coalho
Cloreto de CálcioFermento
Láctico
Coagulação 1ªMexedura
2ª Mexedura/
Aquecimento
Dessoragem
Fermentação
Fila
ge
m
Mo
lda
ge
m e
En
form
ag
em
Salga
Secagem
Embalagem
18 L
48 L 600L
60.150L
51.127L de soro
8.119kg
7.307 kg
60.000L/dia
Creme
armazenado
516L
649,52
kg de sal
Figura 45: Balanço de massa fabricação do queijo mussarela.
64
6.7.2 Balanço de Equipamentos
A figura 46 apresenta o balanço de equipamentos do queijo mussarela.
22
2
7
8
2
910
11
12
13
14
10
15
Legenda
1 - Caminhão tanque
2 - Bomba centrifuga
3 - Tanque de expansão
4 - Padronização
5 - Pasteurização
6 - Tanque de resfriamento
7 - Tanque de mistura
8 - Dreno-prensa
9 - Fermentação
10 - Esteira de transporte
11 - Filagem
12 - Moldagem/enformagem
13 - Salga (camara fria)
14 - Secagem (camara fria)
15 - Embalagem
16 – Corte da Coalhada
17 - Armazenamento do soro
18 - Armazenamento do creme
17
18
1
32
4
5
6Capacidade: 10.000 L
Quantidade: 6
Capacidade: 20.000 L
Quantidade: 3Vazão: 10.000 L/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 l/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 l/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000L
Quantidade: 2
Vazão: 10.000 L/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 L
Quantidade: 1
Capacidade: 15.000
Quantidade: 1
Cap: 10.000kg/h
Quantidade: 1Capacidade: 10.000 kg
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 kg/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 kg
Quantidade: 1
Capacidade: 5.000 kg/h
Quantidade: 1
Vazão: 10.000 l/h
Quantidade: 1
Capacidade: 10.000 kg
Quantidade: 2
16
Cap. 10.000L
Qtd:1
Vazão: 10.000 L/h
Quantidade: 1 Vazão: 10.000 L/h
Quantidade: 1
10
10
Capacidade: 10.000 kg
Quantidade: 1
Figura 46: Balanço de Equipamentos Processo de Produção do Queijo Mussarela.
65
6.7.3 Fluxograma de Setores
O fluxograma de setores mostra esquematicamente o fluxo das atividades de produção,
explicitando a alocação de cada atividade ao setor responsável pela sua execução.
(CAMAROTTO, 2005). A Figura 47 apresenta o fluxograma de setores da produção do
queijo mussarela.
Operação Recepção Processamento Armazenamento
Setores
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Mistura de ingredientes
Coagulação
1ª Mexedura
2ª Mexedura
Dessoragem
Fermentação
Filagem
Moldagem e
enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
Armazenamento
Figura 47: Fluxograma de Setores do Processo de Produção do Queijo Mussarela.
66
6.7.4 Fluxograma Cronológico
O fluxograma cronológico, apresentado na Figura 48, mostra o tempo necessário
utilizado em cada processo, logo então é possível identificar o tempo total necessário para
produção de cada produto. (CAMAROTTO, 2005).
Escala de Tempo
Análise30'
10'
1h
15"
10'
Atividade Tempo 30' 40' 1h40'1h40'
15"
1h55'
15"
2h40'
15"2h50'
15"3h15"
3h50'
15"
9h50'
15"
12h50
'15"
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Padronização
Pasteurização
Mistura de
ingredientes
Coagulação
1ª Mexedura
2ª Mexedura
Dessoragem
Fermentação
Filagem
Moldagem e
enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
50'
10'
10'
50'
14h
8h
1h
3h
6h
1h20'
13h50
'15"
21h50
'15"
35h50
'15"
37h10
'15"
Figura 48: Fluxograma cronológico do Queijo Mussarela.
6.7.5 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamentos apresenta as etapas de produção do queijo mussarela,
indicando o grau de importância de proximidade das mesmas, como mostra a Figura 49.
67
Recepção/
Análise e Filtração
Pasteurização
Padronização
Coagulação/corte
mexedura
Dessoragem/
Armaz. Do Soro
Fermentação
Filagem
Moldagem/
enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
0
0
1
1
1
1
1
x
0
0
0
0
x
x
x
xx
x
x
x
0
2
x
x
1
1
1
1
1
2
2
1
2
0
0
0
0
0
xx
x
x
x
Figura 49: Matriz de Relacionamento do Processo de Produção do Queijo Mussarela.
6.7.6. Diagrama de Blocos
A Figura 50 apresenta o diagrama de blocos para produção de queijo mussarela,
construído a partir da análise qualitativa das relações entre os centros de produção apresentada
anteriormente na matriz de relacionamentos. Por meio desta figura é possível visualizar as
etapas pelas quais deverão passar o fluxo de materiais utilizados neste processo.
Este diagrama servirá para a orientação geral dos demais estudos, como na construção
do layout industrial para produção do queijo mussarela.
68
Legenda
1 - Recepção/Análise e Filtração
2 - Padronização
3 - Pasteurização
4 - Tanque de resfriamento
5 - Tanque de mistura
6 - Dessoragem
7 - Fermentação
8 - Filagem
9 - Moldagem/enformagem
10 - Salga
11 - Secagem
12 - Embalagem
Fluxo de material
1 23
4
5
67
8
9
10
11
12
Figura 50: Diagrama de Blocos da Produção do Queijo Mussarela.
6.8 QUEIJO PRATO
Queijo prato é o queijo maturado que se obtém por coagulação do leite por meio do
coalho e/ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não pela ação de
bactérias lácticas específicas. O queijo prato é um queijo gordo, de média umidade, de acordo
com a classificação estabelecida no Regulamento Técnico de identidade e Qualidade de
Queijos (BRASIL, 1997).
O processo de fabricação do queijo prato está esquematizado no fluxograma da Figura
51.
69
Leite
Queijo prato
Recepção
Análise
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Armazenamento/
Resfriamento
Co
alh
o
Co
ran
te d
e
Uru
cu
m
Clo
reto
de
Cá
lcio
Fe
rme
nto
Lá
ctico
Adição de Ingredientes
Coagulação 1ª Mexedura2ª Mexedura/
AquecimentoDessoragem Moldagem/
Enformagem
Salga
Secagem
Embalagemcreme
Figura 51: fluxograma do processo de queijo prato.
Segundo Cavalcante (2004), o processo de fabricação do queijo prato obedece às
seguintes etapas:
Adição de Ingredientes: bombeia-se o leite por uma bomba sanitária de inox do
tanque de resfriamento para o tanque de mistura construído em aço inoxidável com
capacidade de 5.000 L, provido de liras que fazem a mistura dos ingredientes e este tanque
possui um sistema de controle de velocidade de movimento das liras.
Primeiramente, adiciona-se o cloreto de cálcio numa dosagem de 20-40 mL para cada
100 litros de leite, onde este ingrediente se apresenta na forma líquida, mede-se então o
volume em uma proveta graduada e colocada no tanque.
Em seguida adiciona-se o corante vegetal de urucum, numa quantidade de
aproximadamente 100 mL para cada 1000 litros de leite, e este ingrediente também se
apresenta na forma líquida, onde é medido em uma pipeta graduada e colocada no tanque.
Depois se adiciona o fermento lático mesofílico, numa proporção de 1L para cada 100L,
seguida de homogeneização. E por fim adiciona-se o coalho, onde a quantidade adicionada
depende do poder coagulante, e é determinada de acordo com as especificações do fabricante
no rótulo do produto (70-100 mL para cada 100 litros de leite). O coalho se apresenta na
forma líquida, portanto é medido em uma proveta graduada e adicionado diretamente no
tanque de mistura, apresentado na Figura 52.
70
Assim que se formar um coágulo resistente, verifica-se o ponto da coalhada. Existem
varias maneiras de se fazer, como por exemplo: se a coalhada ainda estiver grudando à parede
é porque ainda está mole, se desprender com facilidade está quase no ponto. Também se faz a
verificações introduzindo a um bastão higienizado na coalhada, fazendo um corte e analisando
a consistência.
Ficha técnica: Capacidade: 5.000 L.
Dimensão(m): 5,0 x 2,2
Figura 52: Foto tanque de mistura.
Fonte: Tetra Pak (2010).
Corte da Coalhada: após o término da coagulação, é feito o corte da coalhada ainda
no tanque de mistura, como observado na Figura 53. Neste tanque utilizam-se liras de aço
inoxidável, obtendo-se assim grãos do tamanho de um milho, com cerca de 1,0 cm de aresta.
Esses grãos fazem a retenção da umidade e textura do queijo.
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000 litros
Dimensão (m): 4,0 x 1,8 x 0,70
Figura 53: Corte da coalhada.
Fonte: Guimarães (2010).
71
Primeira Mexedura: agita lentamente a massa, para evitar a quebra excessiva dos
grãos, durante 20 minutos aproximadamente, em movimentos giratórios com as próprias liras.
Esta velocidade é controlada por um sistema de movimento das liras.
Segunda Mexedura e Aquecimento: a segunda mexedura é feita um pouco mais
rápida, durante aproximadamente 10 minutos, nesse processo a coalhada atinge seu ponto,
apresentando a consistência desejada. O ponto pode ser verificado introduzindo a própria mão
com uma luva adequada, após sete minutos do inicio da mexedura é feito um segundo
aquecimento mais lento e elevando a temperatura aos poucos ate 42ºC. Na Figura 54 pode ser
visualizado a quebra da coalhada através de liras.
Figura 54: Primeira e segunda mexedura.
Fonte: Guimarães (2010).
Dessoragem: após a coalhada estar no ponto desejado, todo material é transferido para
o dreno-prensa, onde é feito a separação do soro e a massa, o soro é retirado por uma bomba
centrífuga para o tanque de armazenamento do soro e a massa fica retida no ainda no tanque,
retirado assim o soro. Todo soro é encaminhado para o tanque de armazenamento.
Moldagem e Enformagem: nessa etapa a massa apresenta sob temperatura de
aproximadamente 55-60ºC, onde a massa é cortada em pedaços, sendo então enformada em
formas retangulares com peso de 2 Kg, próprias para queijo prato.
Prensagem: os queijos prato são prensados por 20 minutos em prensa pneumática,
onde se utiliza uma pressão de 2 libras por polegada quadrada, prensados em formas de 2 Kg.
Salga: após a moldagem, os queijos são imersos em salmoura a 20% e a 8ºC na
câmara fria, conforme mostra a Figura 55. O tempo de salga varia em função do tamanho do
queijo, onde para o queijo de 2 Kg é utilizado 12 horas, para que o queijo receba a quantidade
suficiente de sal.
72
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000 unidades
Dimensão (m): 3,0 x 2,0 x 0,90
Figura 55: Tanque de salga.
Fonte: UFRGS (2010).
Secagem e Maturação: após a salga, os queijos são mantidos em câmaras frias com
temperaturas de 5ºC, por 18 horas para secar. Após a secagem os queijos permanecem na
câmara de maturação (câmaras frias), conforme a Figura 56 com temperatura de 5°C por 10
dias, em seguida são levados para sala de maturação, com temperatura em torno de 12ºC, com
85% de umidade relativa do ar e colocados em prateleiras de polietileno.
Ficha Técnica: Capacidade:5.000kg
Dimensão: 1 x 2 m
Figura 56: Prateleiras de secagem.
Fonte: UFRGS (2010).
Embalagem: os queijos foram embalados sem nenhum contato manual, na seladora a
vácuo, em sacos plásticos termo-encolhível, que inibe o desenvolvimento de
microorganismos.
Estocagem: após a embalagem, os queijos são guardados em câmaras frias, como
segue na Figura 57, sob temperatura de 5ºC até a comercialização.
73
Figura 57: Estocagem do queijo prato.
Fonte: Guimarães (2010).
6.8.1 Balanço de Massa do Processo
Pode-se visualizar o balanço de massa do queijo prato na Figura 58, considerando que
entra neste processo a quantidade de 30.000 litros de leite.
74
Leite
29.742L4.511kg
4.060kg
3.654kg
Queijo prato
Recepção
Análise
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Armazenamento/
Resfriamento
Co
alh
o
Co
ran
te d
e
Uru
cu
m
Clo
reto
de
Cá
lcio
Fe
rme
nto
Lá
ctico
Mistura de Ingredientes
Coagulação 1ª Mexedura2ª Mexedura/
AquecimentoDessoragem
Moldagem/
Enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
30.000L
3L 9L
300L
30.078L
25.566,3L de soro
24L
Creme
armazenado
258L
336L
360,88 kg
Figura 58: Balanço de Massa do Queijo Prato.
75
6.8.2 Balanço de Equipamentos
A Figura 59 mostra o balanço de equipamentos do queijo prato.
1
3
2 2
2
78
12
13
14
1110
10
Legenda
1 - Caminhão tanque
2 - Bomba centrifuga
3 - Tanque de expansão
4 - Padronização
5 - Pasteurização
6 - Tanque de resfriamento
7 - Tanque de mistura
8 - Dreno-prensa
9- Corte de Coalhada
10 - Esteira de transporte
11 - Moldagem/enformagem/Prensagem
12 - Salga (câmara fria)
13 - Secagem (câmara fria)
14 - Embalagem
15 - Armazenamento do soro
16 - Armazenamento do creme
15
16
Cap.: 10.000L
Quant.: 3
Cap.: 10.000L
Quant.: 3
2
24
6
Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 15.000 L/h
Quant.: 2
Cap.: 5.000 L
Quant.: 2
5 Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5000
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L
Quant.: 1
Cap.: 30.000L
Quant.: 1
Capacidade: 5.000 kg
Quantidade: 1
Capacidade:500 kg/h
Quantidade: 1
Capacidade: 5.000 kg
Quantidade: 1
Cap.: 500Kg/h
Quant.: 1
Cap.: 500 kg/h
Quant.: 1
Vazão: 30000 l/h
Quant.: 1
Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 15.000 L/h
Quant.: 2
9
9
Cap.: 5.000 L
Quant.: 19
Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 12
Figura 59: Balanço de Equipamentos Processo de Produção do Queijo Prato.
76
6.8.3 Fluxograma de Setores
O fluxograma de setores, como pode ser visualizado na Figura 60, mostra
esquematicamente o fluxo das atividades de produção, explicitando a alocação de cada
atividade ao setor responsável pela sua execução. (CAMAROTTO, 2005).
Operações Recepção Processamento Armazenamento
Setores
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Mistura de ingredientes
Coagulação
1ª Mexedura
2ª Mexedura
Dessoragem
Moldagem/Enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
Armazenamento
Figura 60: Fluxograma de Setores de Produção do Queijo Prato.
77
6.8.4 Fluxograma Cronológico
O fluxograma cronológico, como indicado na Figura 61, mostra o tempo necessário
utilizado em cada processo, logo então é possível identificar o tempo total necessário para
produção de cada produto. (CAMAROTTO, 2005).
Escala de Tempo
Anális
e
30'
10'
1h
15"
10'
Atividade Tempo 30' 40' 1h40'1h40'
15"
1h50'
15"
5h50'
15"6h15'
6h10'
15"7h15"8h15"
14h1
5"
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Padronização
Pasteurização
Mistura de
ingredientes
Coagulação
1ª Mexedura
2ª Mexedura
Dessoragem
Moldagem/
Enformagem
Salga
Secagem
Embalagem
4h
10'
10'
50'
1h20'
16h
8h
1h
30h’1
5"
31h2
0'15"
Figura 61: Fluxograma Cronológico de Produção do Queijo Prato.
78
6.8.5 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamentos, como descrita na Figura 62, apresenta as etapas de
produção do queijo Prato, indicando o grau de importância de proximidade das mesmas.
Recepção/
Análise e Filtração
Padronização
Armazenamento/
Resfriamento
Dessoragem
Moldagem/
Enformagem
Salga
Secagen
Embalagem
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
2
0
0
1
1
x
x
x
0
0
x
1
x
xx
x
x
x
1
2
x
1
1
1
1
1
1
2
2
1
1
0
0
0
0
0
xx
x
1
xCoagulação/corte
mexedura
Tanque de Mistura
Pasteurização
Figura 62: Matriz de Relacionamento da Produção do Queijo Prato.
6.8.6 Diagrama de Blocos
A Figura 63 apresenta o diagrama de blocos para produção de queijo prato, construído
a partir da análise qualitativa das relações entre os centros de produção apresentada
anteriormente na matriz de relacionamentos. Por meio desta figura é possível visualizar as
etapas pelas quais deverão passar o fluxo de materiais utilizados neste processo.
79
Legenda
1 - Tanque de expansão
2 - Padronização
3 - Pasteurização
4 - Tanque de resfriamento
5 - Tanque de mistura
6 - Dessoragem
7 - Moldagem/enformagem
8 - Prensagem
9 - Salga
9 - Secagem
10 - Embalagem
Fluxo de material
1
23 4
5
67
8
9
10
Figura 63: Diagrama de blocos da produção de queijo prato.
6.9 LEITE EM PÓ
De acordo com os artigos de 669 a 679 do RIISPOA (BRASIL, 1996), entende-se por
leite em pó o produto obtido por desidratação do leite de vaca integral, desnatado ou
parcialmente desnatado e apto para a alimentação humana, mediante processos
tecnologicamente adequados. Considera-se fase de fabricação do leite em pó para consumo
humano direto: seleção do leite, padronização dos teores de gordura e de sólidos.
A Figura 64 apresenta o fluxograma de produção de leite em pó.
80
Leite Armazenamento do
Leite em Pó
Recepção
Análise
Filtração
Armazenamento/
ResfriamentoPadronização Pasteurização Armazenamento/
Resfriamento
Mistura de
IngredientesConcentração
Vitamina A e D
Secagem
Separação Ar/Pó
Instantaneização
Envase
Figura 64: fluxograma do processo de leite em pó.
Os processos de fabricação do leite em pó segundo a metodologia de Itambé (2010)
envolvem:
Resfriamento e estocagem: todo o leite recebido é resfriado a uma temperatura que
varia de 3°C a 5°C em silos isotérmicos de aço inox, até que seja enviado ao processo de
fabricação.
Padronização e pasteurização: o leite é padronizado quanto ao seu teor de gordura,
assegurando a composição nutricional adequada ao produto final. Em seguida, o leite é pré-
aquecido e pasteurizado a 75ºC, durante 15 segundos, sendo, então, estocado nos silos a uma
temperatura que varia de 5ºC a 7ºC. Com o processo de pasteurização, eliminam-se os
microrganismos que podem deteriorar o produto e causar doenças ao homem.
Mistura de ingredientes: para o leite em pó vitaminado é adicionado um composto
de vitaminas A e D, a fim de aumentar o teor dessas vitaminas já existentes no leite,
aumentando o valor nutricional do produto final. Para o leite em pó instantâneo, além das
vitaminas, é adicionada a lecitina de soja, cuja ação emulsionante facilita a dissolução do
produto no momento do seu consumo.
Concentração: o leite padronizado segue para a concentração. Passa por um
aquecedor tubular e vai para o conjunto de concentrador de 3 efeitos a vácuo. Nesse
momento, ocorre a evaporação de parte da água do leite. O leite possui, em média, 87% de
água e, após este processo, essa quantidade fica em torno de 57%. Com isso, evaporam-se a
água do leite a uma temperatura de 75ºC, evitando, desta forma, danos ao valor nutricional do
produto final.
A Figura 65 mostra o concentrador a vácuo e a torre de secagem.
81
Ficha técnica: Capacidade: 5.000 L/hora
Dimensão (m): 2,0 x 3,0 x 2,5
Figura 65: Concentrador a vácuo e torre de secagem.
Fonte: Incal (2010).
Secagem: o leite concentrado a 43% de sólidos é então bombeado a uma torre de
secagem, onde é pulverizado em seu interior contra um fluxo de ar quente a 175ºC. O ar
quente, ao entrar em contato com o leite pulverizado, absorve toda a umidade do mesmo, e o
pó cai, em forma de partículas, no fundo da câmara de secagem.
Separação ar/pó: para efetuar a retirada do ar é utilizado um sistema de exaustores,
que força o ar e o pó a passarem em um equipamento denominado "ciclone" onde, por força
centrífuga, ocorre a eliminação do ar no ambiente e o leite em pó é enviado a um sistema de
peneiras para retenção de partículas indesejadas. Posteriormente, o leite em pó é estocado em
silos.
Istantaneização: na fabricação do leite em pó instantâneo, o pó proveniente da
câmara e dos ciclones é encaminhado para os vibros fluidizadores. Nesta etapa é feita a adição
da lecitina de soja. Este processo torna o produto mais granulado, o que, juntamente com a
lecitina, facilita sua dissolução na água.
Envase: o envase é feito por máquinas dosadoras automáticas, sem nenhum contato
manual, em embalagens que podem ser latas de folha de flandres, sacos de poliéster
metalizado ou multifoliado. Um exemplo de envasadora pode ser observado na Figura 66.
82
Ficha Técnica: Capacidade: 5.000 unidades/hora
Dimensão: 5 x 2.5 x 4 m
Figura 66: Envasadora
FONTE: Tetra Pak (2010).
6.9.1 Balanço de Massa do Leite em Pó
Pode-se visualizar o balanço de massa do leite em pó na Figura 67, considerando que
entra neste processo a quantidade de 30.000 litros de leite, mas a quantidade utilizada foi
29.742 litros porque o leite passa pelo processo de desnatação, ou seja, a retirada de gordura.
83
Leite
29742L
Armazenamento do
Leite em Pó
Recepção
Análise
Filtração
Armazenamento/
ResfriamentoPadronização Pasteurização Armazenamento/
Resfriamento
Mistura de
IngredientesConcentração
Vitamina A e D
Secagem
Separação Ar/Pó
Instantaneização
Envase
30.000L
2258L
32.000L 18.240kg
4.833,6kg
513 Kg
Lecitina de Soja 5.346,6 Kg
Figura 67: Balanço de massa produção de leite em pó integral.
84
6.9.2 Balanço de Equipamentos
A Figura 68 apresenta o balanço de equipamentos do leite em pó integral.
1
2
32
4
2
5
2
6
2
7
9
8
10
8
11
12
13
Cap.: 10.000 L
Quant.: 3
Vazão: 15.000 L/h
Quant.: 2
Cap.: 10.000 L
Quant.: 3Vazão: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000L
Quant.: 1
LEGENDA
1 - Caminhão de transporte
2 - Bomba Centrifuga
3 - Tanque de expansão
4 - Padronizador
5 - Pasteurizador
6 - Tanque de resfriamento
7 - Concentrador a Vácuo
8 - Ventilador centrifugo
9 – Sistema de Exaustores (Ciclones)
10 - Vibros Fluizadores
11 - Envasadora
12 - Esteira transportadora
13 - Armazenamento
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Cap.: 5.000 kg/h
Quant.: 1
Cap.: 6.000 kg
Quant.: 1 Vazão: 5.000 l/h
Quant.: 1
Vazão.: 5.000 kg/h
Quant.: 1
8 Vazão.: 5.000 L/h
Quant.: 1
Vazão.: 5.000 kg/h
Quant.: 1
Vazão.: 5.000 kg/h
Quant.: 1
Figura 68: Balanço de equipamentos produção de leite em pó.
85
6.9.3 Fluxograma de Setores
A Figura 69 mostra esquematicamente o fluxo das atividades de produção,
explicitando a alocação de cada atividade ao setor responsável pela sua execução.
(CAMAROTTO, 2005).
Operação Recepção Processamento Armazenamento
Setores
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Armazenamento/
Resfriamento
Padronização
Pasteurização
Mistura de ingredientes
Concentração
Secagem
Separação Ar/Pó
Instantaneização
Envase
Armazenamento
Figura 69: Fluxograma de setores Processo de Produção do Leite em Pó.
6.9.4 Fluxograma Cronológico
O fluxograma cronológico mostrado na Figura 70 apresenta o tempo necessário
utilizado em cada processo, logo então é possível identificar o tempo total necessário para
cada sistema produtivo. (CAMAROTTO, 2005).
86
Escala de Tempo
Anális
e
30'
10'
40'
15"
10'
Atividade Tempo 30' 40' 1h20'1h20'
15"
1h30'
15"
9h30'
15"15h3
0'15"
19h3
0'15"
23h3
0'15"
24h30'
15"
AnáliseAnálise do leite
Filtração
Padronização
Pasteurização
Mistura de
ingredientes
Concentração
Secagem
Separação ar/pó
Instantaneização
Envase
8h
6h
4h
4h
1h
Figura 70: Fluxograma Cronológico da Produção Leite em Pó.
6.9.5 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamentos, descrita na Figura 71, apresenta as etapas de produção
de leite em pó integral, indicando o grau de importância de proximidade das mesmas.
87
Recepção/
Resfriamento
Pasteurização
Padronização
Mistura de
ingredientes
Concentração
Secagem
Separação Ar/Pó
Instantaneização
Envase
2
2
2
2
2
2
2
2
1
0
1
1
1
1
0
0
0
0
x
xx
0
1
2
2
2
2
2
2
1
1
0
0
1
x
0
2
2
x
xx
x
2
1
Armazenamento
2
Figura 71: Matriz de relacionamento da produção do leite em pó integral.
6.9.6 Diagrama de Blocos
A Figura 72 apresenta o diagrama de blocos para produção de leite em pó, construído
a partir da análise da importância entre os centros de produção apresentada anteriormente na
matriz de relacionamentos. Por meio desta figura, é possível visualizar as etapas pelas quais
deverão passar o fluxo de materiais utilizados neste processo.
88
Legenda
1 - Tanque de expansão
2 - Padronização
3 - Pasteurização
4 - Tanque de resfriamento
5 - Mistura de ingredientes
6 - Concentração
7 - Secagem
8 - Separação Ar/Pó
9 - Instantaneização
10 - Envase
Fluxo de material
1
23
4
5
6
7
8
9
10
Figura 72: Diagrama de blocos produção de leite em pó.
6.10 BEBIDA LÁCTEA
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de bebida láctea define bebida
láctea como o produto lácteo resultante da mistura do leite e soro de leite, adicionado ou não
de produtos ou substâncias alimentícias, gordura vegetal, leites fermentados, fermentos
lácteos selecionados e outros produtos lácteos. (BRASIL, 2005).
A seguir na Figura 73 será apresentado o fluxograma de produção de bebida láctea.
89
Armazenamento
Bebida Láctea
Armazenamento/
Resfriamento Leite UHT
Mistura de
ingredientes
Arm
aze
na
me
nto
Do
So
ro
Arm
aze
na
me
nto
/
Re
sfr
iam
en
to
Fe
rme
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Ad
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e
Po
lifo
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s/
Esp
essa
nte
s
Homogeneização
Fermentação
Mexedura
Mis
tura
de
ing
red
ien
tes
Envase
Tratamento térmico
Aro
ma
tiza
nte
s
Co
ran
tes
Po
lpa
Figura 73: Fluxograma de produção da bebida láctea.
Para se produzir uma bebida láctea fermentada de qualidade, a escolha da matéria-
prima é muito importante. Segundo Lazarini (2010), as etapas básicas para a fabricação de
bebida láctica consistem em:
Adição de ingredientes: os ingredientes a serem adicionados são o leite, soro, açúcar
e estabilizante.
- Leite: deve ter seu teor de gordura padronizado ou não, de acordo com a legislação
vigente ao produto que se deseja fabricar. É importante avaliar o teor de sólidos do mesmo,
principalmente o teor de proteínas, que deve estar próximo a 3,3%. Quanto maior o teor de
sólidos do produto, melhor será sua consistência. Os resultados de análises físico-químicas do
leite devem respeitar os padrões da legislação vigente. É muito interessante realizar o teste de
cocção para direcionar o leite para produção. No aspecto microbiológico, é importante que o
leite esteja livre de substâncias inibidoras e tenha uma baixa carga microbiana, o que evitará a
formação de sabor rançoso ou inibição da cultura láctea. Leite com alto índice de células
somáticas, oriundas de animais com mamite, pode ocasionar uma perda de viscosidade da
coalhada e um aspecto granuloso, além de impedir a ação do fermento.
- Soro: deve ser clarificado, pasteurizado, resfriado e estocado até o momento da
utilização. É importante observar se o soro resiste ao aquecimento por meio de um teste
simples de cocção. Caso a amostra forme finos, o mesmo não poderá ser utilizado. Não é
interessante utilizar o soro oriundo da lavagem do queijo por ter um ESD (Extrato Seco
90
Desengordurado) muito baixo. Se for necessário, esse deverá ter seu teor de sólidos corrigido
com soro em pó ou concentrado. Além disso, não deve ter presença de fagos, que podem
inibir a fermentação. A quantidade máxima de soro a ser adicionada é 49%.
- Açúcar: deve-se escolher um açúcar de boa qualidade, sem a presença de sujidades.
Normalmente, é utilizado de 10% a 14%, de acordo com o produto que se deseja fabricar,
portanto será adicionado 10% de açúcar.
- Estabilizantes/Espessantes: vários pontos devem ser observados na escolha de um
bom estabilizante. Espessante, segundo Baruffaldi (1998), “é a substância capaz de aumentar,
nos alimentos, a viscosidade de soluções, de emulsões e de suspensões. São substâncias
químicas que aumentam a consistência dos alimentos. São hidrossolúveis e hidrofílicas,
usadas para dispersar, estabilizar ou evitar a sedimentação de substâncias em suspensão.
Empregam-se em tecnologia de alimentos e bebidas como agentes estabilizadores de sistemas
dispersos como suspensões (sólido-líquido), emulsões (líquido-líquido) ou espumas (gás-
líquido)”. De acordo com Hebbel (1979), estabilizante, é uma substância que favorece e
mantém as características físicas das emulsões e das suspensões. Esses dois aditivos,
geralmente, são tratados juntos pelo fato de existirem muitos espessantes com características e
propriedades de estabilizantes. Além disso, alguns estabilizantes não contidos na listagem dos
espessantes possuem capacidade de aumentar o grau de viscosidade das soluções, emulsões e
suspensões caracterizando-se, portanto, como espessantes. Recomenda-se 3kg de estabilizante
para cada 1000L de mistura soro-leite.
Homogeneização da mistura: o leite utilizado na fabricação da bebida láctea deverá
ser homogeneizado a 150 – 200 bar, a uma temperatura de 55°C a 70°C, sempre em dois
estágios. A finalidade é melhorar (aumentar) a consistência e viscosidade, aumentar a
estabilidade, evitando separação de soro, evitar a separação de gordura e aumentar a
digestibilidade da proteína. A Figura 74 representa o homogeneizador utilizado no processo
de obtenção da bebida láctea.
91
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000L/h
Dimensaõ: 1.8 x 1 x 1.2 m
Figura 74: Homogeneizador
Fonte: Treta pak (2010).
Tratamento térmico: Sabe-se que o tratamento térmico, além de destruir as bactérias
patogênicas e parte da microbiota do leite, ajuda bastante na viscosidade da bebida láctea. Isso
porque, durante o aquecimento, ocorre a precipitação de cerca de 80% das proteínas do soro
do leite, tornando o produto final mais viscoso e resistente à sinerese. Os melhores binômios
tempo/temperatura são os seguintes: 85ºC por 15 minutos, 80ºC por 30 minutos, 90-95ºC por
5 minutos. O tratamento térmico faz com que as proteínas do leite se tornem apropriadas para
o crescimento das bactérias lácteas do fermento.
O equipamento de pasteurização, mostrado na Figura 75, possui capacidade de
processamento de 15 mil litros de leite por hora.
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000L/h
Dimensão (m): 1,2 x 1,4 x 1,6
Figura 75: Pasteurizador
Fonte: Tetra Pak (2010).
Resfriamento e Fermentação: a fermentação deve ser feita de acordo com a
orientação do fabricante da cultura láctea utilizada e o tempo de fermentação que se deseja.
Porém, como o fermento é composto por bactérias termofílicas, temperaturas inferiores a
92
39°C não são recomendadas por promoverem um desbalanceamento do fermento,
aumentando a possibilidade de pós-acidificação, sinerese e problemas de viscosidade.
O fermento utilizado normalmente é o yo-mix da Danisco®, como mostrado na Figura
76 e o fermentador é mostrado na Figura 77. Recomenda-se uma proporção de 10 mg para
100 L de mistura leite-soro. A cultura láctica utilizada é composta de Streptococcus salivarius
spp. Thermophilus e Lactobacillus delbrueckii spp. Bulgaricus , e o seu tempo de incubação é
de aproximadamente cinco horas e/ou até que a mistura alcance 50°D. (DANISCO, 2010).
Figura 76: Cultura láctea
Fonte:Danisco® (2010)
Ficha Técnica: Capacidade: 15.000/h
Dimensão (m): 1,2 x 1,4 x 1,6
Figura 77: Fermentador
Fonte: Oliveira (2006).
Quebra da coalhada e Resfriamento: após a coalhada atingir um pH de 4,40 a 4,60,
ela deve ser quebrada, com uma agitação lenta e constante. O resfriamento pode ser feito na
parede do tanque ou em resfriadores a placas, dimensionados à consistência do iogurte, para
não haver uma quebra acentuada na estrutura do produto. A velocidade do mexedor é muito
93
importante. Caso seja muito alta, o produto perderá a viscosidade e poderá afetar na estrutura
do mesmo. Ao mesmo tempo, uma agitação muito lenta associada a um resfriamento muito
rápido pode fazer com que a coalhada fique resfriada antes de estar homogênea, o que não a
deixará totalmente lisa, mas com um aspecto “grumoso”.
Adição de ingredientes: após a quebra e resfriamento da coalhada, deve ser
adicionado o preparado de frutas, o que pode ser feito direto no tanque ou em misturadores
estáticos. A vantagem da utilização desse produto é a padronização de cor e sabor no produto
final. É importante avaliar os seguintes fatores no momento da escolha do preparado de frutas:
composição do produto, que deve estar de acordo com o que é declarado no rótulo. Um
exemplo é quanto à utilização de corante, podendo ser naturais ou artificiais. O pH e a
consistência do produto devem ser próximos da consistência da massa a ser aplicada, para que
o produto se misture com facilidade e não altere as características da base. Após a adição do
preparado de frutas, são adicionados o aroma e o corante, se necessário.
Recomenda-se 10 L de polpa para 1000 L; 0,38 L de aroma para 1000 L e 0,32 L de
corante para 1000 L. (OLIVEIRA, 2006).
A Figura 78 mostra a mistura após a adição de polpa, corante e aroma pronta para o
envase.
Figura 78: Mistura após adição de polpa, corante e aroma.
Fonte: Oliveira (2006).
Envase e armazenamento: um fator de extrema importância para a obtenção da
textura desejada é a temperatura de resfriamento e envase. Após vários estudos, percebemos
que o iogurte/bebida láctea “colherável”, ou seja, de bandeja, deve ser envasado a uma
temperatura de 25°C que visa permitir a recuperação do coágulo. Para um iogurte “de
garrafa”, no qual se deseja uma consistência mais líquida, podemos envasar a 18°C. Após o
envase, o produto deve ser levado, imediatamente, para a câmara fria, em caixas que
94
permitam a circulação de ar, para ser resfriado de 7ºC a 10°C, depois de, no máximo, 5 a 6
horas de fabricação. Na Figura 79, pode ser visualizado a envasadora, que pode ser utilizada
no envase de bebida láctea.
Ficha Técnica: Capacidade:7.500 embalagens/hora
Dimensão:1.2 x 0.8 x 1.5 m
Figura 79: Envasadora
Fonte: Lacbom (2010).
6.10.1 Balanço de Massa
A Figura 80 apresenta o balanço de massa de produção de bebida láctea.
95
15.000L14.700L
11.500L
3.200L
29.700L
39.512
L
Armazenamento
Bebida Láctea
Armazenamento/
Resfriamento Leite
Adição de
Ingredientes
Arm
aze
na
me
nto
Do
So
ro
Arm
aze
na
me
nto
/
Re
sfr
iam
en
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bili
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s/
Esp
essa
nte
s
Homogeneização
Fermentação
Mexedura
Ad
içã
o d
e
Ing
red
ien
tes
Envase
Tratamento térmico
1.500Kg 1.650Kg 50Kg
9.812L
Aro
ma
tiza
nte
s
Co
ran
tes
Po
lpa
11,0L 9,504L 297L
Figura 80: Balanço de Massa da Bebida Láctea.
96
6.10.2 Balanço de Equipamentos
O balanço de equipamentos pode ser observado na Figura 81.
Legenda
1
2
3
2
4
2
5
2
62
7
2
4
2
8
Cap:15.000L
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1 Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap: 15.000 L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000 L/h
Qtd:1
Cap:15.000L/h
Qtd:1
Cap:15.000 embalagens/h
Qtd:1
Cap:15.000L
Qtd:110
1. Caminhão de Transporte2. Bomba3. Tanque Armazenamento leite4. Misturador5. Homogeneizador6. Pasteurizador7. Fermentador8. Quebra da coalhada9. Envasadora10. Tanque Armazenamento com soro
9Cap:15.000 L/h
Qtd:1
Figura 81: Balanço de equipamentos da bebida láctea.
97
6.10.3 Fluxograma de Setores
A Figura 82 demonstra esquematicamente o fluxo das atividades de produção,
explicitando a alocação de cada atividade ao setor responsável pela sua execução.
(CAMAROTTO, 2005).
Operação Recepção Processamento Armazenamento
Setores
Mistura de ingredientes e
Soro
Homogeneização
Pasteurização
Fermentação
Mexedura
Mistura de Ingredientes
Envase
Armazenamento
Armazenamento/
Resfriamento Leite
Figura 82: Fluxograma de setores do processo de produção de bebida láctea.
6.10.4 Fluxograma Cronológico
O fluxograma cronológico da Figura 84 mostra o tempo necessário utilizado em
cada processo, logo então é possível identificar o tempo total necessário para cada
sistema produtivo. (CAMAROTTO, 2005).
98
Escala de Tempo
Análise
10'
15'
15"
2h
10'
10'
Atividade Tempo 10' 25' 25'15" 2h25'15" 12h25'15" 2h35'15" 3h35'15"
AnáliseMistura de Ingredientes
Homogeneização
Pasteurização
Fermentação
Mexedura
Mistura de ingredientes
Envase 1h
Figura 83: Fluxograma cronológico da produção de bebida láctea.
6.10.5 Matriz de Relacionamento
A matriz de relacionamentos, como mostra a Figura 84 apresenta as etapas
de produção da bebida láctea, indicando o grau de importância de proximidade das
mesmas.
Tanque com leite
armazenado
Homogeneização
Tanque de Mistura
Pasteurização
Fermentação
Tanque de Mistura
Envase
Armazenamento
2
2
2
2
2
2
2
0
1
1
1
1
0
0
0
x0
1
2
2
2
2
2
2
1
0
0
x
Figura 84: Matriz de relacionamento da produção de bebida láctea.
99
6.10.6 Diagrama de Blocos
A Figura 86 apresenta o diagrama de blocos para produção da bebida láctea,
construído a partir da análise da importância entre os centros de produção apresentada
anteriormente na matriz de relacionamentos. Por meio desta figura é possível visualizar
as etapas pelas quais deverão passar o fluxo de materiais utilizados neste processo.
1 - Tanque com Leite Armazenado/Tanque de Mistura/ Homogeneização
2- Pasteurização
3 - Fermentação/Mexedura
4 – Tanque de Mistura de ingredientes
5 - Envase
Fluxo de material
12
3
4
5
Figura 85: Diagrama de blocos produção de Bebida Láctea.
7 DIMENSIONAMENTO DO CENTRO DE PRODUÇÃO
O dimensionamento de áreas produtivas é essencial para instalação e
funcionamento do centro de produção, determinando a área usada durante o processo,
acesso, movimentação e segurança. A construção de templates é uma etapa fundamental
no processo do layout industrial, pois a qualidade do projeto depende da ocupação dos
espaços, assim como das condições de trabalho (CAMAROTTO, 2005).
Os principais templates do centro de produção, sendo representado por máquinas
e equipamento para o processamento do leite, serão apresentado a seguir.
100
Figura 86: Padronizadora - Leite UHT
101
Figura 87: Homogeneizador - Leite UHT
Figura 88: Esterilizador - Leite UHT
102
Figura 89: Envasadora - Leite UHT
103
Figura 90: Pasteurizador – Manteiga
104
Figura 91: Padronizadora - Manteiga
105
Figura 92: Envasadora – Manteiga
Figura 93: Batedeira- Manteiga
106
Figura 94: Tanque de Resfriamento – Manteiga
107
Figura 95: Corte da Coalhada - Queijo Mussarela
Figura 96: Dreno Prensa - Queijo Mussarela
108
Figura 97: Embaladora - Queijo Mussarela
109
Figura 98: Máquina de Filagem - Queijo Mussarela
110
Figura 99: Padronizadora - Queijo Mussarela
111
Figura 100: Secagem - Queijo Mussarela
112
Figura 101: Tanque de Mistura - Queijo Mussarela
113
Figura 102: Tanque de Salga - Queijo Mussarela
114
Figura 103: Corte da Coalhada - Queijo Prato
115
Figura 104: Dreno Prensa - Queijo Prato
Figura 105: Embaladora - Queijo Prato
116
Figura 106: Padronizadora - Queijo Prato
117
Figura 107: Pasteurizador - Queijo Prato
Figura 108: Prateleira de Secagem - Queijo Prato
118
Figura 109: Tanque de Mistura - Queijo Prato
119
Figura 110: Tanque de Salga - Queijo Prato
120
Figura 111: Concentrador - Leite em Pó
Figura 112: Envasadora - Leite em Pó
121
Figura 113: Torre de Secagem
122
Figura 114: Envasadora - Bebida láctea
123
Figura 115: Fermentadeira - Bebida Láctea
124
Figura 116: Homogeneizador - Bebida Láctea
125
Figura 117: Pasteurizador - Bebida Láctea
126
Figura 118: Silo de Armazenamento
8 MAPAFLUXOGRAMA
A Figura 119 demonstra o mapafluxograma do Laticínio Vale do Araguaia.
127
1) Recepção
2) Padronização
3) Pasteurização
4) Tanque de resfriamento
5) Mistura de ingredientes
6) Concentração
7) Secagem
8) Separação ar/pó
9) Instantaneização
10) Envase
11) Não refrigerado
12) Resfriamento
13) Padronização
14) Esterilização
15) Homogeneização
16) Embalagem
17) Tanque com leite armazenado/tanque
de mistura/homogeneização
18) Pasteurização
19) Fermentação/mexedura
20) Tanque de mistura dos ingredientes
21) Envase
22) Padronização
23) Pasteurização
24) Tanque de resfriamento
25) Tanque de mistura
26) Dessoragem
27) Fermentação
28) Filagem
29) Moldagem/enformagem
30) Salga
31) Secagem
32) Embalagem
33)
34) Padronização do creme
35) Pasteurização
36) Bateção e malaxagem
37) Envase
38) Padronização
39) Pasteurização
40) Tanque de resfriamento
41) Tanque de mistura
42) Dessoragem
43) Moldagem/enformagem
44) Prensagem
45) Salga
46) Secagem
47) Embalagem
48) Resfriamento
Figura 119: Mapafluxograma do Laticínio Vale do Araguaia
123
4 5
67
8 9 10
12 13
15 14
11
16
17
19
18
20
21
22 23 24 25
29 28 27 26
30 3231
34
33
35
36
46
37 38 39 40
42 41
43
44
45
47
Leite em Pó
Bebida Láctea
Leite UHT
Queijo Mussarela
Manteiga
Queijo Prato
Refrigerado
Não Refrigerado
Sala de Expedição
Recepção
Transporte
LEGENDA
128
9 SEGURANÇA DO TRABALHO
A segurança no trabalho é uma função empresarial que, cada vez mais, torna-se uma
exigência conjuntural. As empresas devem procurar minimizar os riscos a que estão expostos
seus funcionários, pois, apesar de todo avanço tecnológico, qualquer atividade envolve certo
grau de insegurança. A falta de eficaz sistema de segurança acaba causando problemas de
relacionamento humano, produtividade, qualidade dos produtos ou serviços prestados e o
aumento de custos. (GROHMANN, 1997).
As empresas parecem estar despertando para a realidade de que a qualidade é uma
exigência da qual não podem fugir. No entanto, quando não fazem uma interação entre estes
objetivos e um eficiente programa de segurança, de modo eficiente, suas atribuições se o
próprio ambiente de trabalho não lhes proporciona segurança. Não pode existir qualidade
onde há insegurança. A qualidade de uma empresa depende, primordialmente, dos seus
recursos humanos e, levando-se em conta que o medo é uma das mais fortes emoções, é
inconcebível pensar que um operário possa desempenhar de maneira satisfatória, suas
funções, em um ambiente que não inspira segurança. Sendo assim, é de extrema importância
a segurança no trabalho e a necessidade da utilização de equipamentos de proteção individual
(EPI’s), sendo que é obrigação da empresa fornecer EPI’s a qual a exigência de uso dos
mesmos. (GROHMANN,1997). A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento de
acordo com NR 9 (Norma Reguladora). (BRASIL, 1978).
De acordo com a NR 6 (BRASIL, 1978) para os fins de aplicação desta Norma
Regulamentadora , considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Lista dos principais itens de equipamentos de proteção individual que devem ser
utilizados em uma indústria segundo a NR 6. (BRASIL, 1978).
A) EPI para proteção da cabeça: Capacete e Capuz .
B) EPI para proteção dos olhos e face: - Óculos; - Protetor facial; - Máscara de Solda.
C) EPI para proteção auditiva: - Protetor auditivo.
D) EPI para proteção respiratória: - Respirador purificador de ar; - Respirador de adução de
ar; - Respirador de fuga.
E) EPI para proteção do tronco:
129
- Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica,
mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso
de água.
- Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de
fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica.
F) EPI para proteção dos membros superiores: - Luva; - Creme protetor; - Manga;
- Braçadeira; - Dedeira.
G) EPI para proteção dos membros inferiores: - Calçado; - Meia; - Perneira; - Calça.
H) EPI para proteção do corpo inteiro: - Macacão; - Conjunto; - Vestimenta de corpo inteiro
I) EPI para proteção contra quedas com diferença de nível: - Dispositivo trava-queda e -
Cinturão.
Segurança do Trabalho é uma função composta por um conjunto de medidas técnicas,
educacionais, médicas e psicológicas, que objetiva a prevenção de acidentes, pela eliminação
dos atos e das condições inseguras do ambiente e pela educação, conscientização e motivação
das pessoas para as práticas preventivas. Seu emprego é indispensável para o
desenvolvimento satisfatório do trabalho. São tão importantes para a produção quanto muitos
outros fatores e serviços que as empresas mantêm, além do benefício proporcionado aos
empregados, seus familiares e ao povo em geral.
Segundo Medeiros et al. (2001) riscos do trabalho, também chamados riscos
profissionais, como sendo os agentes presentes nos locais de trabalho, decorrentes de
precárias condições, que afetam a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador, podendo
ser relativos ao processo operacional (riscos operacionais) ou ao local de trabalho (riscos
ambientais).
9.1 MEDIDAS DE CONTROLE
São medidas necessárias para a eliminação e a minimização dos riscos ocupacionais.
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de
medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrar-se em fase
de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial.
130
9.2 RISCOS PROFISSIONAIS
Os riscos profissionais ou ocupacionais são os que decorrem das condições precárias
inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades
profissionais. São, portanto, as condições ambientais de segurança do trabalho, capazes de
afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador. (FAMESP, 2005).
As condições ambientes relativas ao processo operacional, como por exemplo, máquinas
desprotegidas, ferramentas inadequadas, matérias-primas, etc., são chamadas de riscos de
acidente.
As condições ambientes relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença
de gases, vapores, ruído, calor, etc., são chamadas de riscos ambientais.
As condições ambientes relativas ao conforto, postura, como por exemplo, esforços
repetitivos, postura viciosa, etc., são chamados de riscos ergonômicos.
Os riscos profissionais dividem-se, pois em riscos de acidente, riscos ambientais e riscos
ergonômicos.
9.2.1 Riscos de Acidentes
É qualquer circunstância ou comportamento que provoque alteração da rotina normal
de trabalho com potencial de causar acidente. As condições ambientais relativas ao processo
operacional, como por exemplo, procedimentos inadequados que envolvam a manipulação de
materiais pérfuro-cortantes, cilindros de gases comprimidos soltos e sem a proteção da
válvula, máquinas desprotegidas, ferramentas inadequadas, etc., são chamadas de riscos de
acidente. Isso acontece devido a forma de organização do trabalho adotada na empresa, que
possa comprometer a preservação da saúde do trabalhador, o emprego de turnos de trabalho
alternados, divisão excessiva de trabalho, jornada de trabalho e intensificação do ritmo de
trabalho. (MEDEIROS, 2001).
A tabela 3 classifica os riscos de acidente do trabalho. Nessa tabela há os cinco tipos
de riscos que corresponderão a cinco cores diferentes no mapa.
131
Tabela 3: Classificação dos riscos de acidente do trabalho
Grupo 1
Verde
Grupo2
Vermelho
Grupo 3
Marrom
Grupo 4
Amarelo
Grupo5
Azul
Riscos
físicos
Riscos
químicos
Riscos
Biológicos
Riscos
ergonômicos
Riscos de
acidentes
Ruídos
Vibrações
Radiações
ionizantes
Radiações
não
ionizantes
Frio
Calor
Pressões
anormais
Umidade
Poeiras
Fumos
Névoas
Neblinas
Gases
Vapores
de
Substâncias,
compostos ou
produtos químicos
Vírus
Bactérias
Protozoários
Fungos
Parasitas
Bacilos
Esforço físico intenso
Levantamento e
transporte manual de
peso Exigência de
postura inadequada
Controle rígido de
produtividade
Imposição de ritmos
excessivos
Trabalho em turno e
noturno
Jornadas de trabalho
prolongadas
Monotonia e
repetitividade
Outras situações
causadoras de stress
físico e/ou psíquico
Arranjo físico inadequado
Máquinas e equipamentos
sem proteção
Instrumentos inadequadas
ou defeituosas
Iluminação inadequada
Eletricidade
Probabilidade de incêndio
ou explosão
Armazenamento
inadequado
Manipulação inadequada
de perfuro-cortantes
Outras situações de risco
que poderão contribuir para
a ocorrência de acidentes
Fonte: FAMESP, 2005.
9.2.2 Riscos Ambientais
Os riscos ambientais são, então, aqueles inerentes ao ambiente de trabalho que
poderão, em condições especiais, ocasionar as doenças profissionais ou do trabalho, ou
ocupacionais.
Consideram riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho, capazes de causar danos à saúde do trabalhador, e podem ser
classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo humano. Essa
classificação é dada a seguir:
a) Riscos físicos
132
b) Riscos químicos
c) Riscos biológicos
a) Riscos Físicos
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais como ruídos, vibrações, temperaturas extremas, entre outras;
Os agentes físicos causadores em potencial de doenças ocupacionais são: Ruído;
Vibrações; Temperaturas extremas (calor e frio); Pressões anormais; Radiações ionizantes
(raios x, raios alfa, raios beta, raios gama); Radiações não-ionizantes (infravermelha);
Umidade; Nível de iluminamento.
b) Riscos Químicos
Os riscos químicos são causadores de doenças profissionais devido à sua ação química
sobre o organismo dos trabalhadores. São substâncias compostas ou produtos que possam
penetrar no organismo pela via respiratória em forma de poeira, fumo, neblina, névoas, gases
ou vapores, ou que, pela natureza da exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão e podem ser encontrados tanto na forma sólida,
líquida ou gasosa.
c) Riscos Biológicos
São microorganismos causadores de doenças com os quais pode o trabalhador entrar
em contato, no exercício de diversas atividades profissionais. Vírus, bactérias, parasitas,
fungos e bacilos são exemplos de microorganismos aos quais freqüentemente ficam expostos
médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios e laboratórios de análises
biológicas, lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores de animais, trabalhadores de cortume
e de estações de tratamento de esgoto, etc.
9.2.3 Riscos Ergonômicos
São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução
das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e estado
emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.
Exemplos: movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de pesos,
movimentos viciosos, trabalho de pé, esforço físico intenso, postura inadequada, controle
133
rígido de produtividade, desconforto acústico, desconforto térmico, mobiliário inadequado,
etc.
134
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização da análise para possível instalação de uma agroindústria do setor
lácteo na cidade de Barra do Garças, percebeu-se a necessidade de implantação no local, pois
a maior parte do leite e de seus derivados consumidos na região são importados do estado
vizinho, Goiás. Este fato aponta para a falta de valorização do potencial regional, que é
bastante voltado à agropecuária.
Desta maneira, o projeto foi elaborado no sentido de avaliar o mix de produtos a ser
produzido, assim como os equipamentos, matéria-prima, insumos e materiais necessários ao
seu processamento. Foi realizada também a análise econômica, destino de resíduos e efluentes
que serão gerados pela indústria e uma consideração sobre a segurança no trabalho.
Constatou-se, então, a viabilidade de implantação do laticínio em Barra do Garças,
MT, pois a região apresenta mão-de-obra disponível, logística para escoar a produção e
matéria-prima.
135
11 VIABILIDADE ECONÔMICA
Nesta etapa objetivou-se realizar a análise econômica do Laticínio Vale do Araguaia,
com o intuito de avaliar a viabilidade de sua implantação. Partindo do princípio de que o custo
total para a implantação da agroindústria será 42.624.780,00, sendo que 31.600.000,00 será de
recursos financiáveis e o restante de recursos próprios.
Após estabelecer os valores a serem gastos com construção civil, insumos, máquinas e
equipamentos, funcionários e demais custos, pode se concluir, com base na tabela de fluxo de
caixa que o Laticínio Vale do Araguaia terá saldo positivo a partir do quarto ano.
136
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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textura de queijo prato com reduzido teor de gordura. 243p. Tese (Obtenção do titulo de
doutor em tecnologia de alimentos). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP,
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Identidade e Qualidade de Bebida Láctea. Diário Oficial da União - DOU 24 de agosto de
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144
ANEXO 1 – RELATÓRIO TÉCNICO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E
EFLUENTES
INTRODUÇÃO
As indústrias de processamento agroindustrial têm apresentado elevado crescimento,
juntamente com isso percebe-se os problemas por elas causados, como poluição no solo e
águas. Tais problemas são ocasionados, principalmente, devido ao lançamento de resíduos
resultantes dos processos agroindustriais, pois, geralmente, são lançados de maneira indevida
em lugares não apropriados, podendo proporcionar concentração de oxigênio dissolvido no
meio por apresentar carga orgânica. (MATOS, 2005).
Segundo Ramjeawon (2000) apud Brião (2006), as indústrias de alimentos são as que
mais se destacam quando o assunto e geração de efluentes e consumo de água. Os laticínios
podem ser considerados um exemplo desse setor, pois as operações de limpeza de silos,
tanques, pasteurizadores, homogeneizadores e tubulações originam grande volume de efluente
com carga orgânica, que é constituída fundamentalmente de leite.
Operações como cozimento, pasteurização, resfriamento e lavagem de equipamentos e
das instalações geram águas residuárias bastante poluidoras, podendo conter gordura, sólidos
orgânicos e inorgânicos e substâncias químicas adicionadas durante o processo. (MATOS,
2005).
Em Minas Gerais existem aproximadamente 1,3 mil indústrias de laticínios e
cooperativas leiteiras, contudo, destas, apenas 69 possuem sistema de tratamento de efluentes
líquidos. (MOINHOS, 2008 apud SARAIVA 2008). Considerando este dado e o fato de
laticínios serem uma das mais importantes agroindústrias do setor alimentício, percebe-se a
necessidade de conscientizar proprietários e funcionários para que sejam realizadas práticas
de ações para minimizar os impactos ambientais provocados pelas indústrias desse ramo.
(QUEZADA, 1998 apud SARAIVA, 2008).
A composição detalhada do efluente gerado por laticínios sofre influência dos
processos indústrias que estão sendo realizados, volume de leite processado, condições e tipos
de equipamentos utilizados, práticas de redução de carga poluidora, atitudes de gerenciamento
e da direção da indústria a respeito das práticas de gestão ambiental e quantidade de água
utilizada nas operações de limpeza e nos sistemas de refrigeração. MACHADO et al., 2002
apud SILVA, 2006).
145
Dentre os principais impactos ambientais das indústrias de laticínios pode-se destacar
a geração de quantidades significativas de efluentes líquidos com elevada carga orgânica, a
geração de resíduos sólidos e de emissões atmosféricas. (MACHADO, ?).
1. PARTE I – CARACTERIZAÇÃO
1.1 SORO
O soro lácteo é a parte aquosa do leite que se separa do coágulo convencional de
queijos ou da caseína, é um subproduto que deve ser considerado devido ao volume que é
produzido e a sua composição nutricional, sendo que 10 litros de leite produzem em média
1kg de queijo e 9 litros de soro. Estima-se que a produção mundial seja de 180 a 190 milhões
de toneladas de soro por ano. (BALDASSO, 2008).
Existem dois tipos de soro o doce e o ácido, no Brasil a produção resume-se
praticamente em soro doce, que é proveniente da produção por coagulação enzimática de
queijos como mussarela, prato, minas frescal, meia-cura e outros. O soro ácido advém da
produção de queijos de leite coagulado (cottage, quarq, requeijão) e caseína. (COSTA, 2008).
Segundo Richards (2002) apud Chaves (2010), o soro é o subproduto mais importante
da indústria de laticínios, possui diversos nutrientes, pois retém 55% dos nutrientes do leite. A
constituição aproximada de soro é de 93% de água, 5% de lactose, 0,9% de proteínas, 0,2% de
gordura, 0,2% de ácido lático e uma pequena quantidade de vitaminas. (BEM-HASSAN e
GHALY, 1994 apud SARAIVA, 2008). Todavia, esses valores da composição variam de
acordo com o tipo de queijo de que o soro se origina, tratamento térmico, pelo manuseio e
outros fatores. (PONSANO et al. 1992 apud SARAIVA, 2008).
Quando considerado resíduo líquido, ou seja, quando adicionado às águas residuárias
sem tratamento, o soro constitui a principal fonte poluidora do meio ambiente gerado pelo
setor lácteo, isso pode significar a duplicação do sistema de tratamento, pois o valor de DBO
(Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de 60.000mg.O2.L-1
, em média. Este valor é cerca de
100 vezes maior que de um esgoto doméstico. A utilização de métodos convencionais é
dificultada devido à elevada concentração de matéria-prima e deficiência de nitrogênio.
(PAPA, 2000 apud GIROTO, 2001; BALDASSO, 2008).
De acordo com Machado et al. (2002) apud Silva (2006) “Uma fábrica com produção
média de 300.00L d soro por dia polui o equivalente a uma cidade de 150.000 habitantes”.
Estima-se que a metade do soro produzido no país é descartado sem passar por tratamento
algum. (SILVEIRA 2004 apud Silva 2006). Essas constatações denotam a necessidade de
146
conscientizar proprietários e trabalhadores a respeito da necessidade de implementar ações
para minimizar o impacto ambiental. (SILVA, 2006).
1.2 ÁGUAS RESIDUÁRIAS
Bortoli (2006) apud Costa (2008) define água residuária como “qualquer despejo ou
resíduo líquido com potencialidade de causar poluição”. Vários tipos de poluentes são
encontrados em despejos líquidos, até mesmo produtos químicos originários da matéria-prima
nos produtos finais e secundários.
O uso de água no processamento de alimentos gera uma quantidade considerável de
efluentes líquidos advindos de várias etapas e necessitam de tratamento antes de serem
lançados em lugares apropriados ou até mesmo reaproveitados pela própria indústria.
(ABRAHÃO, 2006).
As águas residuárias das indústrias de laticínios dependem do período do dia e do tipo
de atividade executada. A quantificação da vazão ou volume de águas residuárias geradas em
laticínios depende fundamentalmente de uma caracterização prévia dos produtos obtidos e do
processamento utilizado. (MATOS, 2005).
Essas águas residuárias podem conter substâncias utilizadas na limpeza de
equipamentos, tais como alcalinos, destacando-se o hidróxido de sódio, que possui pH
próximo de 13, fosfatos ácidos, agentes tensoativos e complexantes. Estão presentes também
os ácidos inorgânicos (ácido nítrico, fosfórico e clorídrico). (VILAR, 2009).
Abrahão (2006) considera que as águas de lavagem de caldeira e as águas de
refrigeração não são consideradas efluentes por, geralmente, serem recirculadas.
2. PARTE II – ENQUADRAMENTO A LEGISLAÇÃO E NORMAS
A legislação é a primeiro pré-requisito para desenvolver um projeto de estação de
tratamento de efluentes industriais, sendo que os padrões de lançamento de efluentes podem
diferir para cada estado. (COSTA, 2008)
No Brasil, a Resolução CONAMA nº 357 de março de 2005 dispõe sobre a
classificação dos corpos de água, diretrizes ambientais para seu enquadramento e estabelece
as condições e os padrões de lançamento de efluentes. Os efluentes de qualquer fonte
poluidora somente poderão ser lançados nos corpos de água direta ou indiretamente, após
passar por tratamento adequado e desde que obedeçam às exigências declaradas na resolução
e em outras normas aplicáveis. As condições estabelecidas pela legislação são:
147
Possuir pH entre 5 e 9;
Temperatura inferior a 40ºC;
Materiais sedimentáveis até 1ml/L (ausentes em lagos ou lagos com velocidade de
circulação nula);
Óleos minerais até 20 mg/L;
Óleos vegetais e gorduras até 50 mg/L;
Ausência de materiais flutuantes.
3. PARTE III – AMEAÇAS E PERSPECTIVAS
A natureza dos efluentes advindos de laticínios tem característica orgânica, desta
maneira possuem elevadas DBO’s, quando atingem os rios em quantidades elevadas podem
causar a morte de peixes, causando grande impacto ambiental. (SARAIVA, 2008).
Considerar o valor de DBO faz-se necessário, pois é a quantidade de oxigênio
necessária para estabilizar a matéria orgânica através de processos bioquímicos e
microbiológicos. Essa matéria orgânica a ser biodegradada causa decréscimo na quantidade
de oxigênio no meio hídrico, dificultando a vida aquática. (MEES, 2006 apud COSTA, 2008).
Von Sperling (2005) apud Costa (2008) classifica o tratamento de efluentes em quatro
etapas: preliminar, primário, secundário e terciário. O tratamento preliminar é utilizado para
remover sólidos grosseiros, por meio de grades, crivos, telas, peneiras e outros. O tratamento
primário remove sólidos sedimentáveis e parte do material orgânico, para isto pode-se utilizar
a decantação, digestão anaeróbia, reatores, etc., pode-se considerar que neste processo
primário são eliminados 60 a 70% de sólidos em suspensão, 30 a 40% de DBO e 30 a 40% de
coliformes. Já no processo secundário utilizam-se processos biológicos (filtro biológico,
lagoas de estabilização, lodos ativados, filtro anaeróbio, entre outros) para remover a matéria
orgânica. O tratamento terciário remove poluentes específicos não-biodegradáveis, contudo é
raramente utilizado no Brasil.
Tratar as águas residuárias de forma a tornar possível a sua reutilização, é de
fundamental importância devido à água ser um recurso natural finito. As águas utilizadas em
indústrias podem sofrer alterações em suas características físico-químicas e tornar-se agente
poluidor de solos e mananciais. Além disso, deve-se considerar que o Brasil perde
148
aproximadamente 40% de água tratada canalizada em redes de distribuição deficientes, isso
acarreta prejuízos e eleva custos. (SEBRAE, 2004).
4. PARTE IV – PROPOSTAS DE DESTINO OU APLICAÇÃO
De acordo com Freire et al. (2000) apud Vilar (2009), os métodos de tratamento de
efluentes estão diretamente ligados aos tipos de subproduto gerado, ao controle operacional da
indústria e as características da água utilizada.
Para Silveira (1999) apud Silva (2004), “a recuperação de subprodutos é prática
econômica indiscutível e evita que materiais sejam enviados ao ambiente como rejeitos”
4.1 SORO
O aproveitamento dos subprodutos da indústria de laticínios, principalmente o soro de
queijo, apresenta como principal dificuldade o fato deste subproduto ser visto como resíduo e
não como possível matéria-prima. A solução para o problema do soro deve estar aliada a uma
série de melhorias na obtenção do soro de qualidade nas indústrias, implantação de unidades
para pré-concentração e encaminhamento do soro para unidade de processamento e
desenvolvimento de métodos que facilitem o escoamento da produção. (MACHADO, ?).
Considerando a qualidade nutricional do soro de leite e seu elevado poder poluente,
percebe-se a necessidade de aplicar adequadamente esse subproduto. Dentre as alternativas
para reutilizar o soro destacam-se o uso do soro in natura para alimentação animal, fabricação
de ricota, bebida láctea, concentração, produção de soro em pó, entre outros. Todas essas
aplicações valorizam este derivado lácteo, contribuem para a melhoria do meio ambiente,
além de aumentar o rendimento de empresas. (GIROTO, 2001).
Uma alternativa para “eliminar” o soro obtido no laticínio Vale do Araguaia é através
da sua utilização no preparo de bebida láctea, produto este que pode ser composto por até
49% deste resíduo, pois Almeida et al. (2001) apud Pelegrine, Carrasqueira (2008) relatam
que a utilização de soro de queijo na elaboração de bebidas lácteas constitui uma forma de
aproveitar este resíduo, pois, além de fornecer alta qualidade de proteínas, possui baixo teor
de gordura e lactose.
Terra et al. (2009) sugeriram o uso de soro de leite na obtenção da mortadela, sendo
que este efluente pode substituir 100% do uso da água, pois não exerceu influência
significativa nas características sensoriais, pH, coloração e estabilidade de emulsão.
149
Considerando a quantidade de frigoríficos presentes na cidade de Barra do Garças, local onde
será implantado a agroindústria em questão, torna-se aceitável esta proposta de destino.
Machado (2000) considera o uso do soro de leite in natura na alimentação animal uma
forma aceitável de reaproveitar esse efluente. Essa aplicação se deve ao fato de o soro ser
altamente nutritivo e com digestibilidade da proteína superior ao do milho e do farelo de soja
e, além disso, poderá ocorrer redução no custo da alimentação, dependendo da distância entre
a indústria e a granja.
Segundo Huffman (1996) apud Baldasso (2008) processar soro de leite e torná-lo pó é
uma forma satisfatória de consumi-lo, pois remove 95% da água e mantém os constituintes na
mesma proporção que o produto líquido. Assim, o produto pode ser armazenado por um
tempo maior, reduzindo custos com transportes. Sob esta forma, o soro pode ser utilizado em
produtos de panificação, salgadinhos, sorvetes e sobremesas lácteas. (BYLUND, 1995 apud
BALDASSO, 2008).
4.2 ÁGUAS RESIDUÁRIAS
Quanto ao aspecto qualitativo, as opções de tratamento e recuperação de águas
envolvem várias opções algumas delas complexas e com custo elevado e outras mais simples
e não dispendiosas. (ABRAHÃO, 2006).
Os sistemas de tratamento biológicos são uma alternativa para efluentes com
característica necessariamente orgânica, que é o caso dos laticínios. Neste tipo de tratamento
existe o processo aeróbio e o anaeróbio. O primeiro é bastante desenvolvido
tecnologicamente, porém gera altos custos de energia elétrica devido aos aeradores. Em
contrapartida, o processo anaeróbio gera gases compostos por metano, que possui elevado
valor para ser transformado em energia, podendo reduzir custos operacionais com energia
elétrica. (NASCIMENTO, 2010?).
Sistemas anaeróbios são utilizados como primeira etapa, e em alguns casos como a
única etapa no tratamento de efluentes com elevadas concentrações de material orgânico,
como é o caso das águas residuárias da agroindústria. Um método indicado para tratar águas
residuárias é através do uso de sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas,
este complexo pode ser chamado de “sistema australiano”. No primeiro processo os
microrganismos transformam o material orgânico em material menos complexo em uma lagoa
com pequenas dimensões e profundidade de 3,0m a 5,0m para minimizar a penetração solar e
privilegiar as reações anaeróbias, o período de permanência nesta primeira etapa varia de 3 a
150
5 dias e a remoção de DBO alcança 50 a 60%. A lagoa facultativa utilizada no “sistema
australiano” tem dimensões menores que quando se utiliza somente uma lagoa facultativa,
cerca de 2/3. Nesta etapa o material orgânico sedimenta-se para o fundo na forma de lodo e é
degradado por microrganismos anaeróbios, sendo convertido em gás carbônico, água, metano
e outros. O restante do processamento é realizado facultativamente, o oxigênio necessário às
bactérias aeróbicas é obtido pela fotossíntese das algas. (MATOS, 2005).
O sistema de lagoas anaeróbio-facultativas tem eficiência ligeiramente superior à de
uma lagoa facultativa única, é simples e fácil de operar. As vantagens desse sistema de
tratamento são: a satisfatória resistência às variações de carga, relativamente elevada
eficiência na remoção de DBO e de agentes patogênicos, reduzidos custos de implantação,
operação e manutenção, baixo requerimento energético menor requisito de área que em
lagoas facultativas únicas. Já as desvantagens são os elevados requisitos de área, desempenho
variável com as condições climáticas (temperatura e insolação) e a possibilidade do
desenvolvimento de insetos, além disso, pode causar maus odores, devido à unidade estar
aberta, contudo, se os sistemas estiverem bem equilibrados, a geração de mau cheiro não deve
ocorrer. (MATOS, 2005).
151
CONCLUSÕES
Realizar tratamento de efluentes em indústrias é uma prática que tem se tornado cada
vez mais freqüente devido à necessidade de preservar o meio ambiente. Essa freqüência não
se deve somente ao fato de haver conscientização por parte dos proprietários, mas também por
causa das legislações em vigência, que por sua vez, são criteriosas e se fazem cumprir através
dos órgãos de fiscalização adequados.
Sendo assim, e após considerar as alternativas de tratamento e propostas de destino,
resolver o problema de resíduos em laticínios parece uma tarefa simples, desde que haja
comprometimento e conscientização de todos que estão envolvidos no funcionamento da
agroindústria.
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ANEXO II – PLANTA BAIXA DO LATICÍNIO VALE DO ARAGUAIA