Kebur - Boletim Informativo nº 4

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KEBUR Boletim Informativo Nº 4 – 2º Semestre de 2011 Distribuição Gratuita PA MUNDO RURAL • Consumo de hortaliças, raízes, tubérculos e leguminosas • Fruticultura PDSA Continuidade e Consolidação ENTREVISTA Eng.ª Sarr Aissatu A. Aidará Directora Regional da Agricultura do Sector Autónomo de Bissau PDSA - Programa Descentralizado de Segurança Alimentar e Nutricional nas Regiões da Guiné-Bissau

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4ª edição da newsletter do Programa Descentralizado de Segurança Alimentar e Nutricional nas Regiões da Guiné-Bissau (PDSA-GB)

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KEBUR

BoletimInformativoNº4–2ºSemestrede2011Distribuição Gratuita

PAMUNDORURAL• Consumo de hortaliças,raízes, tubérculos e leguminosas• Fruticultura

PDSAContinuidade e Consolidação

ENTREVISTAEng.ª Sarr Aissatu A. AidaráDirectora Regionalda Agricultura do SectorAutónomo de Bissau

PDSA-ProgramaDescentralizadodeSegurançaAlimentareNutricionalnasRegiõesdaGuiné-Bissau

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EDITORIALCaros Leitores,

No último semestre de 2011 foram concluídas as infra-estruturas em construção e reabilitação – poços, bancos de cereais, unidade de conservação e transformação de frutas e legumes no Sector Autónomo de Bissau (SAB), a qual foi também equipada para o processamento e comercialização de produtos agrícolas processados –, contabilizaram-se os resultados da campanha de produção de arroz irrigado na região de Bafatá com o apoio de sementes e moto-bombas disponibilizadas pelo PDSA, e foi apoiada a campanha da época das chuvas ao nível da produção orizícolae de culturas de planalto.

Os resultados da campanha só agora se vão tornando visíveis, dado que todo o processo de cultivo foi atrasado em função do início tardio das chuvas, e chegou a prever-se o pior. Porém, as previsões actuais são mais optimistas,e os ecos do terreno parecem, em geral, confirmá-las.

Em Outubro foi realizada, também, a formação aos técnicos do MADR que ficarão ligados à operacionalização da Base de dados e SIG da Segurança Alimentar da Guiné Bissau (BD SAN) – uma ferramenta fundamental para a coor-denação das diferentes intervenções no sector desenvolvida no âmbito da parceria IMVF-FAO-MADR.

Por último, este período marcou a conclusão da 1ª fase do PDSA, e o arranque da sua 2ª fase. A avaliação externa do programa constatou que os resultados previstos foram, em geral, alcançados, e destacou o impacto visível do PDSA junto das comunidades beneficiárias. Foi este impacto que o documentário Kebur – uma marca do PDSA – procurou captar. Filmado no mês de Setembro, o processo proporcionou alguns momentos inéditos à equipa do PDSA e aos beneficiários do programa!

Da reflexão sobre as lições aprendidas com a 1ª fase, surgiu o desenho da continuidade do programa, cujo contrato foi adjudicado pela União Europeia ao IMVF, em parceria com a DIVUTEC, com vista a consolidar os resultados al-cançados e a rentabilizar e potenciar o impacto e sustentabilidade dos investimentos realizados. O boletim Kebur é, naturalmente, para manter!

Neste número abordamos, então, o balanço dos resultados da 1ª fase do programa e a apresentação da 2ª fase,a construção e reabilitação de infra-estruturas de irrigação e armazenamento no quadro do PDSA, o “making-of” do documentário Kebur e a BD SAN. Nas rubricas habituais, temos neste número uma entrevista à Directora Regional da Agricultura do SAB e um artigo sobre o Dia Mundial da Alimentação (Nobas di MADR), e falamos sobre Fruticulturae Consumo de Legumes, Tubérculos e Raízes no Pa Mundo Rural. Neste número de transição, não podemos deixar de expressar o nosso agradecimento a todos os que, em Lisboae na Guiné-Bissau, têm contribuído para o sucesso do programa: obrigado!

Bon Kebur!

SUMÁRIO

FICHA TÉCNICAEdição: IMVF (Carla Carvalho) Redação: Graciete Brandão, Paulo Lopes, Carla Carvalho, MADR e Apoim GomesRevisão: IMVF (Carla Carvalho, João Monteiro e Rita Caetano) Contacto:[email protected] e [email protected]: www.imvf.orgConcepçãográfica: Matrioska Design Impressão: Europress Tiragem: 300 exemplares

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Títulos

Construção e reabilitação de infra-estruturas de irrigação e armazenamentoKEBUR: Brevemente, numa tabanca perto de siBase de dados de segurança alimentar da Guiné-BissauNobas de MADRPa mundo rural: Consumo de hortaliças, raízes, tubérculos e leguminosas FruticulturaEntrevista à Engª Sarr Aissatu A. Aidará, Directora Regional da Agricultura de BissauPDSA: Continuidade e Consolidação

Páginas

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Os produtos hortícolas contêm, para além da sua riquezaem fibras, vitaminas e minerais, uma grande variedadede elementos fotoquímicos essenciais para umaalimentação saudável e equilibrada. A produção hortícolaconstitui, adicionalmente, um importante complemento de rendimento familiar e, sendo uma actividade efectivae tradicionalmente afecta à mulher (mais de 80% da hor-ticultura nacional é praticada por mulheres), uma ferra-menta de reforço do estatuto da mulher no seio familiar e comunitário.

O PDSA, apostado na diversificação agrícola, apoioua criação e reforço de perímetros hortícolas em 6 regiõesdo País, através da disponibilização de sementese vedação, e da capacitação organizativa e para a prá-tica hortícola. No entanto, o acesso à água é funda-mental para o sucesso da produção hortícola, e a suaescassez, resultado da extrema concentração das chuvas em alguns meses do ano, continua a ser um dos grandes entraves ao desenvolvimento agrícola na Guiné-Bissau.

O PDSA assegurou, então, areabilitaçãodosistemadeirrigaçãodaGranjadoPessubé, no Sector Au-tónomo de Bissau, e a construçãode26poçoshortí-colas revestidos em Cacheu, Biombo, Tombali, Quinarae Gabu, em terrenos efectivamente detidos pelas asso-ciações e agrupamentos beneficiários.

Como a insegurança alimentar não resulta apenas de baixos índices de produção, mas também da incapaci-dade das comunidades para transformarem e armaze-narem a sua produção para períodos de menor disponi-bilidade, o PDSA garantiu ainda, entre outras iniciativas, a construçãode9BancosdeCereaiseareabilita-çãode3jáexistentes, criando, assim, uma capacida-de de armazenamento melhorado de 576 m3.

De facto, cereais como o arroz, o milho ou o sorgo re-presentam um papel fundamental na alimentação da maioria da população mundial. Porém, os calendários culturais nem sempre permitem uma constância na sua disponibilidade, o que gera défices cerealíferos e rela-ções sócioeconómicas desiguais, assentes em termos de troca desvantajosos. A existência de infra-estruturas de armazenamento contraria estas tendências, melhorando, assim, a segurança alimentar das comunidades. Porém, para além da respectiva função de armazenamento, pretende-se que a infra-estruturas apoiadas sejam ver-dadeiros Bancos de Cereais, permitindo a constituição de reservas e a cedência de empréstimos a baixo custo.

Quer a construção dos poços, quer a construção e rea-bilitação dos bancos de cereais, contaram com um for-te envolvimento comunitário, evidenciando a respectiva motivação e o carácter prioritário que atribuem às ini-ciativas em questão. Os beneficiários foram chamados a disponibilizar areia e cascalho e, no caso dos poços, forneceram o alojamento e alimentação dos poceiros; no caso dos bancos de cereais, garantiram a confecção dos blocos de cimento.

Os Comités de Gestão das organizações beneficiárias vão, agora, encarregar-se da sua gestão e manutenção periódica.

CONSTRUçãO E REABILITAçãO DE INFRA-ESTRUTURASDE IRRIGAçãO E ARMAzENAMENTO

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KEBUR: BREVEMENTE, NUMA TABANCA PERTO DE SI

Em Setembro último, uma equipa de filmagem percor-reu o país de Norte a Sula recolher imagens e sonsdo meio rural Guineense e, em particular, de áreas apoia-das pelo PDSA. Os retratos e

testemunhos recolhidos vão compor o documentárioKEBUR, financiado no quadro do programa, e que pre-tende ilustrar o seu impacto no dia-a-dia dos campone-ses e ao nível do aumento da segurança alimentar nas comunidades beneficiárias.

Durante 3 semanas, o realizador João Vagos e o técnico de som Paulo Abelho, na 2ª visita de ambos ao país, viajaram pelas regiões de Cacheu, Gabu, Bafatá e Tom-bali e puderam testemunhar as dificuldades vividas por grande parte da população guineense e as melhorias in-troduzidas pelas diferentes intervenções do PDSA ao nível da fileira agrícola, da formação e da vulgarização, bem como da capacitação das ONGs parceiras do IMVF na implementação do programa.

Em Xitole, Bafatá, as estrelas do documentário foram as mulheres membros da Associação Campeão de Tanghali. A associação demonstrou a extracção de óleo de palma com uma prensa melhorada disponibilizada pelo PDSA e Jalika Baldé, Vice Presidente do Comité de Gestão da prensa, explicou as economias obtidas na extracção de siti ao nível de tempo e esforço.

Rumo a Catió, Tombali, a equipa de filmagem presen-ciou a entrega e teste do Secador Solar de frutas e legu-mes à Associação Basabocan, de Cabulol, e falou com beneficiários do programa na bolanha de Cumebu a propósito do aumento da área cultivada e dos rendimen-tos acrescidos proporcionados pelas intervenções do pro-jecto. Ainda em Tombali, mas no sector de Bedanda, Aliu Canté, Presidente da Associação Neware, de Guiledge,sublinhou ainda a importância das intervenções para

a preservação dos Recursos Naturais já que, na sua ta-banca, devido aos rendimentos obtidos, não necessita-ram de desmatar mais terreno.

Seguindo para Leste, a equipa foi até à região de Gabu, onde Marum Baldé, da Associação AJASP, falou da orga-nização introduzida pelo programa, dos resultados obti-dos na campanha de 2011 e das suas expectativas para o futuro, agora que Dara conta com um poço hortícola e perímetro vedado. Em Pitche Vila, Adja Kuijate, da mes-ma Associação, mostrou em que condições faziam o ar-mazenamento antes da construção do Banco de Cereais, enquanto Fatumatu e Uleimatu Candé, duas badjudas em férias escolares, se entretinham com o Jogo do Galo.

De regresso a Bafatá, mas desta feita em Contuboel, Salimatu Baldé, da Associação beneficiária que cultiva arroz no Plano 5 falou da evolução do rendimento e área cultivada com a intervenção do PDSA e das pos-sibilidades abertas com a introdução de motobombas para produção de arroz irrigado. Em Sambacunda, Aba Djau, Maunda Baldé, Oio Candé e Ussai Baldé mostra-ram como pilavam arroz e como o fazem agora, com a descascadora disponibilizada pelo programa, e Fama Baldé, Assinatu Baldé e Djaja Djau fizeram uma pequena brincadeira para a câmara, falando das principais cultu-ras da região.

A filmagem terminou na região de Cacheu, onde a equi-pa visitou as bolanhas de Cassical e Quemebu e presen-ciou a monda de um campo de mancarra, cultura que este ano foi também apoiada pelo programa.

A recolha de sons e imagens ficou marcada pela excelen-te organização comunitária por parte das ONGs parcei-ras, pelo empenho e adaptabilidade de toda a equipa do PDSA e pelo entusiasmo dos beneficiários – os que aqui foram mencionados, e muitos outros – que manifestaram uma enorme vontade de ver o resultado final. Ficou pro-metida uma projecção do documentário em cada locali-dade logo que esteja concluído!

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BASE DE DADOS DE SEGURANçA ALIMENTARDA GUINÉ-BISSAU

Várias organizações e parceiros tentam ajudar a Guiné--Bissau a melhorar o seu sector agrícola e lutar contra os efeitos nefastos das crises (financeira e alimentar) que afectam os agricultores, para que atinjam um nível de segurança alimentar aceitável.

Esses apoios são traduzidos, essencialmente, em pro-jectos, que estão em curso em diversas regiões do país, executados pelas ONG’s e/ou pelas estruturas locais de gestão, em parceria com o Governo.

Num ambiente como o da Guiné-Bissau, a multiplicação de financiamentos necessita, então, de uma coordena-ção reforçada e de um melhor seguimento das interven-ções, a fim de limitar as duplicações e favorecer a com-plementaridade das actividades. Porém, para esta tarefa, o Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (MADR) está sub-financiado e sub-equipado, o que o im-pede de assumir plenamente as suas responsabilidades em matérias de coordenação, a nível central e regional.

Nesta óptica, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o IMVF e o MADR assinaram um protocolo para a criação de uma Base de Dados e de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de intervenções no domínio da Segurança Alimen-tar e Nutricional (SAN) que vai reforçar a capacidade do MADR na sua tarefa de coordenação.

Pretende-se, também, que a Base Dados possa ser con-sultada pelos parceiros de desenvolvimento para uma melhor execução/planificação dos seus programas.

A Base de Dados e o SIG estão já criados e têm sido ali-mentados no quadro do referido protocolo. No entanto, para que o País a possa utilizar como um instrumento de continuidade do processo de desenvolvimento, foi dada formação a doze técnicos do MADR para sua operação e actualização. De facto, os projectos são dinamizado-res do processo de desenvolvimento e deixam sementes, mas essas sementes têm que se desenvolver de forma durável com o esforço do próprio governo.

É, não obstante, imprescindível o contributo dos diferen-tes parceiros, fornecendo informação ao MADR sobre os respectivos projectos em curso. A partilha de informação é fundamental para os esforços de concertação e para obtenção de sinergias entre as diferentes intervenções, contribuindo fortemente para a eficiência da ajuda ao desenvolvimento.

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NOBAS DE MADRDIA MUNDIAL DA ALIMENTAçãO 2011

“Preço dos Alimentos – da Crise à Estabilidade” foi o lema escolhido para o Dia Mundial da Alimentação de 2011, para chamar a atenção para a tendência de volatilidade do preço dos alimentos e medidas que podem ser tomadas para mitigar os seus efeitos, principalmente nas populações mais vulneráveis.

O Dia Mundial de Alimentação (DMA) é celebrado a 16 de Outubro de cada ano: a data foi instituída em 1945 pela Or-ganização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), com o objectivo de consciencializar a sociedade sobre a difícil situação da alimentação no mundo, promovendo, assim, a participação de todos na luta contra a fome. Todos os anos, mais de 150 países celebram este evento.

Este ano, o Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR), em parceria com a FAO e o PAM, levou a cabo várias actividades informativas e culturais com o objectivo de divulgar a problemática da volatilidade dos Preços dos Alimentos, as quais culminaram com o acto central na região de Cacheu, sector de Canchungo.

A Directora Geral da Agricultura, Eng.ª Maria José Moura Araújo, como Presidente da Comissão Organizadora do Dia Mundial de Alimentação, fez a abertura da cerimónia e moderou a mesma, na presença de várias personalidades, entre as quais a Ministra da Presidência, o Secretário-Geral do MADR, o Representante da FAO, o Representante do PAM, o Gover-nador da Região de Cacheu, uma Deputada do Circulo Eleitoral n° 20 e o Régulo de Canchungo.

A cerimónia foi brindada com diferentes actividades culturais: danças tradicionais (manjaca e felupe) apresentadas por diferentes grupos de mandjuandade locais (cerca de onze), que alegraram o ambiente durante o encontro.

De seguida, procedeu-se à leitura da mensagem do Director Geral da FAO alusiva ao Dia Mundial da Alimentação, pelo Exmo. Senhor Arlindo Bragança P. Gomes, Representante Residente da FAO, em que apelou aos guineenses por organiza-ção e zelo para aproveitar o máximo do potencial que a natureza oferece a este país. O discurso de Sua Excelência, Senhora Maria Adiato Djalo Nandigna, Ministra da Presidência dos Assuntos Parlamentares e Porta-voz do Governo, realçou, entre outras, a necessidade de diversificar as culturas para melhorar a dieta alimentar das nossas populações, e reafirmou ainda o papel da agricultura como motor do crescimento nos países em desenvolvimento.

Maria Adiato Djalo Nandigna enalteceu as novas oportunidades de mercado e o compromisso de maiores investimentos que podem trazer um crescimento acelerado para a agricultura e para a economia em geral, o que, por sua vez, é necessá-rio para reduzir a pobreza e a insegurança alimentar. De igual modo, disse que com o uso de uma agricultura mecanizada e sustentável, assente na utilização de sementes melhoradas e boas práticas de produção, poderemos alcançar a segurança alimentar e minimizar os riscos associados à produção, bem como reduzir a volatilidade dos preços no nosso país.

Finalizando o discurso, a Ministra afirmou o seu profundo reconhecimento a todos os parceiros técnicos e financeiros pelo acompanhamento e inestimável apoio que têm prestado ao país, na produção dos alimentos e de todas as outras activida-des norteadas para combater a pobreza e a fome na Guiné-Bissau.

Após a cerimónia oficial, os participantes foram convidados a visitar as exposições dos produtos agrícolas e agro-alimen-tares da ANAG e da ONG Cacheu Nô Kumé Sabi. Já antes, a caminho de Canchungo a comitiva tinha procedido à visita da Associação dos Apicultores de Co (APIRCA), e, à chegada, os convidados realizaram uma visita de cortesia ao Senhor Administrador, seguida das visitas ao Centro de Produção da Cooperativa dos Jovens Quadros (COAJOQ) e à bolanha de Utiacor.

Apesar das limitações existentes, sobretudo de ordem financeira, a comissão conseguiu, com a ajuda da experiência e da boa vontade dos seus membros, organizar o evento de forma ordeira, educativa e bem sucedida.

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PA MUNDO RURAL CONSUMO DE HORTALIçAS,RAÍzES, TUBÉRCULOSE LEGUMINOSAS

Adiversificaçãodeculturasestáa suscitar cada vez mais inte-resse na Guiné-Bissau, não sópela rentabilidade económicadealgumasdas culturas, comopelo importante papel dos di-ferentes produtos agrícolas nadietaalimentardaspopulaçõesconsumidoras.

A horticultura é uma actividadeessencialmente praticada por mulhe-res, sendo uma das principais fontesde receitas para as populaçõesurbanas e peri-urbanas, constituindo uma alternativa à crescente taxa de desemprego da camada feminina. Estima-se que cerca de 35% da po-pulação pratica a horticultura, e a produção hortícola chega a atingir cerca de 50 a 60 Toneladas/ano. No entanto, na época seca, a produção de hortaliças cobre apenas 70 a 80% das necessidades do mercado emlegumes frescos, e na época dechuvas essas necessidades sãocobertas apenas a 50%.

As hortaliças têm grande importância alimentar, pois são, por excelência, fontes de vitaminas, sais minerais, água e fibra solúvel, substâncias essenciais ao bom funcionamento do organismo humano, auxiliam a digestão e o funcionamento dos di-versos órgãos. Como o organismo humano tem fraca capacidade de armazenar as vitaminas e os sais ne-cessários ao seu bom funcionamen-to, aconselha-se o consumo diário de legumes. Contudo deve-se diver-sificar o consumo de legumes para

equilibrar a ingestão de vitaminas e sais minerais, uma vez que o res-pectivo valor nutricional e energéticovaria bastante de espécie para espécie.

As hortaliças dividem-se em três grandes categorias: legumes (a par-te aproveitada como alimento é um fruto, semente, bolbo, raíz ou tubér-culo, como o tomate, o feijão-verde, a cebola, a cenoura ou a batata), verduras (as partes aproveitadas são folhas, flores e hastes, como a alfaceou a couve-flor) e condimentos(a finalidade é melhorar o sabor,o aroma ou a aparência dos alimen-tos, como é o caso dos coentros,da salsa ou do pimentão).

As hortaliças podem ser consumidas frescas ou cozinhadas. No caso das verduras ou legumes consumidos crus, deve-se ter alguns cuidados, levando em consideração os tra-tamentos pós-colheita que lhe sãoaplicados (produtos lavados com água proveniente de lugares impró-prios antes de serem levados parao mercado ou para casa, onde serão consumidos). Devem, então, ser lava-dos em água contendo desinfectante(gotas de lixívia) e enxaguados em água purificada (fervida e filtrada).

Sem valor curativo por si só, as hor-taliças têm uma importante função terapêutica como auxiliares de trata-mento em caso de doença e na pre-venção das mesmas.

As raízes e tubérculos (cenouras, mandiocas, batatas, etc.), sendo também hortaliças, têm proprieda-des específicas. Ricas em hidratos de carbono, as raízes e tubérculos têm elevados valores energéticose contêm uma abundância de sais minerais (ferro, cálcio, fósforo, zinco, cálcio e potássio). As suas folhas são,

ainda, ricas em proteínas bastante digestíveis e vitaminas A, B1 e B2. Dados os seus teores em vitaminase sais minerais, jogam um impor-tantíssimo papel, não só na dieta alimentar, como também na própria saúde humana. Podem ser consumi-das cruas ou cozinhadas, dependen-do das espécies.

Por último, as leguminosas comoa mancarra e o feijão são boas fon-tes de hidratos de carbono e proteí-nas, mas apresentam alguns déficesnutricionais, o que aconselha consu-mos moderados.

A mancarra, em particular, é rica em óleo (aproximadamente 45 a 50%de gorduras) e em proteína (22 a 30%)e contém hidratos de carbono, sais minerais e vitaminas (principalmentea vitamina E), constituindo um ali-mento altamente energético (585 calorias/100 gramas de grãos). É, assim, uma fonte de proteínas e ca-lorias concentrada e barata, mas, por ser um alimento biogénico, o seu consumo não deve ser quantitativo, mas sim qualitativo: isto é, recomen-da-se o seu consumo em pequenas quantidades diárias, sempre integra-do com outros alimentos integrais.

O feijão, por outro lado, é rico em fibras integrais, ácidos, proteínas,vitaminas (B1, B2, B3) e sais minerais (ferro, cálcio, fósforo, sódio, potás-sio, zinco). Em termos terapêuticos, o feijão reduz o colesterol devido ao seu teor em fibras e regula o nível de açúcar no sangue (diabetes). O caldo de feijão é muito digestivo e nutritivo, sendo aconselhável na alimentação de crianças, idosos e doentes.

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Factores-chave para o sucesso do meu pomar:- Condições adequadas de clima e solo;

- Plantação de espécies adaptadas;

- Uso de técnicas apropriadas para o maneio de água e solo;

- Recursos humanos e financeiros adequados;

- Boas condições de transporte e armazenamento;

- Existência de mercado (consumo ou indústria);

- Espécies ou variedades competitivas no mercado.

FRUTICULTURA

A Fruticultura é um ramo daagriculturaquevisaaaplicaçãoadequadadetécnicasepráticascom objectivo de explorarracional e economicamenteplantas que produzam frutascomestíveis. É uma actividadede grande importância eco-nómica e nutricional, sendoa fruta uma importante fontedenutrientes.

Na Guiné-Bissau, o clima e a mor-fologia variada dos solos constituem potencialidades enormes para a prática de uma fruticultura diversifi-cada, de espécies tropicais. De fac-to, mesmo deixando de lado o caju – a principal cultura de exportação – existe um forte potencial natural para uma produção frutícola sustentável,susceptível de ser exportada.

Não existe, no entanto, uma fruticul-tura regionalizada – isto é, uma defi-nição de espécies ou variedades por região, de acordo com as caracterís-ticas climáticas das mesmas – já que as características agro-ecológicase climáticas do país, apesar da exis-tência de variações nítidas de uma zona a outra, proporcionam, em qualquer dos casos, condições propí-cias para a produção das principais espécies de variedades frutícolas do país: mangas, citrinos, bananas,papaias, ananás, etc.. A repartição das principais espécies frutícolas no país é, assim, quase homogénea, apesar de tendências, pouco notó-rias, de predominância de uma ou outra espécie numa dada região.

A fruticultura deve ser vista como uma actividade económica, e, assim, todas as etapas que envolvem ques-tões técnicas, ecológicas e financei-ras devem ser considerados antes da decisão de plantar, pois os investi-mentos são elevados e os mercados são exigentes em qualidade e muito competitivos.

A fruticultura é praticada em campos organizados (pomares), que servem de lugar definitivo às plantas retira-das de viveiros, onde são plantadas com espaçamentos convenientes (dependendo das espécies, densida-de prevista, disponibilidades hídri-cas, etc.) e são aplicadas diferen-tes técnicas que visam melhorar osrendimentos das mesmas.

As plantas frutícolas podem ser dis-postas no pomar de várias formas, consoante a topografia do terreno, a densidade de plantação, a neces-sidade de aproveitamento de área disponível, o tipo de mecanização, etc. Em terrenos planos ou de fraca inclinação, onde os riscos de perdas de solo por erosão são menores, podem adoptar disposições geomé-tricas. Em terrenos com acentuada inclinação, as plantas devem ser dispostas de maneira a que formemfileiras perpendiculares ao sentido de inclinação de terreno.

Na Guiné-Bissau nota-se uma hete-rogeneidade varietal marcante nos pomares de mais de 20-35 anos de existência. O facto de esses pomaresserem geralmente constituídos por variedades diferentes põe em riscoas características ou qualidades das frutas geradas pelas variedades plantadas.

Por outro lado, as frutas, de uma maneira geral, são perecíveis (sus-ceptíveis de se estragarem), e por-tanto devem ser consumidas ou in-dustrializadas logo após colhidas no pomar ou armazenadas em ambien-tes apropriados, para se evitarem perdas que poderão ser avultadas. No entanto, na Guiné-Bissau, é no-tória a ausência de escalonamento na produção frutícola, o que leva a que, num determinado período do ano, os mercados estejam satu-rados de frutas (particularmente de mangas, laranjas, caju, etc.) e nou-tros haja uma acentuada escassez –sazonalidade da fruta.

Acresce que, os processos de trans-formação e de conservação de fru-tas permitem, não só prolongar a durabilidade dos produtos ou torná--los disponíveis ao longo do ano, mas também diversificar a forma deconsumir esses produtos.

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ENTREVISTA

Entrevista à Directora Regional da Agriculturado Sector Autónomo de Bissau, Eng.ª SarrAissatu A. Aidará

PDSA: Como vê a evolução da Segurança Alimentare Nutricional no SAB e na Guiné-Bissau em geral ao lon-go da última década?Directora Regional de Agricultura: Na qualidade de DRA do SAB acho que nos últimos anos a segurança alimentar tem estado a acompanhar o desenvolvimento da políti-ca do MADR conjuntamente com os seus parceiros. (…) A evolução está sendo positiva, nota-se mesmo que o mercado se encontra abastecido, e através do estudo de mercado realizado por nós testemunhámos isso mesmo, que há um aumento de produção. O nosso maior desa-fio com as produtoras hortícolas e agricultores é a mono--cultura de produtos. Mas, estamos a ver como ajudá-las a fazer a rotação de culturas.

Quais considera serem os maiores desafios actuais que a Guiné-Bissau enfrenta ao nível da Segurança Alimentar e Nutricional?O maior desafio com o qual se depara o país, em maté-ria de segurança alimentar, é o de atingir os objectivos do DENARP II, que visa reduzir consideravelmente a po-breza e melhorar a Segurança Alimentar e Nutricional na Guiné-Bissau até 2015.

O MADR é associado do IMVF na implementação do PDSA. Em que medida pensa que o programa tem contri-buído para o desenvolvimento rural e económico no SAB? O PDSA contribuiu muito para o aumento de produção no SAB, porque o PDSA facilitou-nos com formações em diferentes áreas de intervenção como conservação e transformação de produtos, aproveitamento e gestão de recursos hídricos, técnicas de valorização dos produtos agrícolas e locais e administração, gestão de recursos humanos, secretariado, logísticas e contabilidade. E tam-bém, através do PIR* da ONG AMBA, contribuiu para a reabilitação da Unidade de Conservação e Transforma-ção de produtos hortícolas, distribuição de utensílios de lavoura para as mulheres horticultoras, como também para a reabilitação do perímetro irrigado da Granja do Pessubé. Tudo isso impulsionou o desenvolvimento rural e económico no SAB.

Na sua perspectiva, como vê a relação entre o PDSA e a DRA do SAB ao longo da execução do Programa? A meu ver, durante a execução do PDSA, a DRA do SAB e a equipa do programa tiveram uma boa colaboração, e espero que essa relação continue na próxima fase do PDSA, para alcançarmos melhores resultados agrícolas.

Como é do seu conhecimento, o PDSA terá continuidade por mais 2 anos, sob financiamento da União Europeia. O que espera desta nova fase do programa?Um dos conselhos que gostaria de deixar neste espaço é encorajar o PDSA a ter ainda mais força e ajudar na implementação de pequenas unidades agrícolas no SAB (produção, formação, e formação especifica na produ-ção de sementes).

As suas últimas considerações?Penso que podemos e devemos fortificar mais a nossa re-lação, para podermos atingir os resultados traçados pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, assim como atingir as ambições do DENARP II.

*PIR = Programa de Intervenção Regional

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PDSA: CONTINUIDADE E CONSOLIDAçãOFASE 1: 2009-2011

Em dois anos de implementação, o PDSA realizou investimentos avultados e importantes em 247 tabancas de 28 sectores em 8 regiões, e obteve resultados significativos:

Produção• 94 toneladas de semente de arroz distribuídas, 2.035 ha de bolanha reabilitados,5 motobombas adquiridas para a produção de arroz irrigado, capacidade de produção criada de 5.190 toneladas.• 3,4 toneladas de sementes e material vegetal de culturas de planalto distribuídas,254 ha cultivados, 283 toneladas produzidas.• 93 kg de sementes hortícolas distribuídas, 42 ha cultivados, 16 ha vedados, 410 tone-ladas produzidas, 26 poços construídos, 8 canais de irrigação reabilitados, 1 viveiro para a propagação de plantas fruteiras criado.• 4.500 utensílios agrícolas, 36.5 toneladas de adubos e fertilizantes e produtos fitossa-nitários disponibilizados.

Transformação,ArmazenamentoeComercialização• 15 descascadoras de arroz, 9 moinhos de milho/ mandioca e 44 prensas de óleo de palma disponibilizadas, capacidade anual de descasque criada de 2.250 toneladas, ca-pacidade anual de moagem criada de 1.296 toneladas, capacidade anual de extracção de óleo de palma criada de 117.200 litros.• 1 infraestrutura para conservação e transformação de hortícolas e frutícolas reabilita-da e equipada para produção de compotas, sumos, conservas e frutos e legumes secos, 1 secador solar fornecido.• 9 Bancos de Cereais construídos, 432 m3 de capacidade de armazenamento criada, 3 Bancos de Cereais reabilitados, 144 m3 de capacidade de armazenamento melhorada • 1 zona de comercialização de frutos e hortícolas transformados equipada.• Materiais para comercialização de 29.000 litros de óleo de palma disponibilizados.

CapacitaçãoeDesenvolvimento• 9 OSCs responsáveis pela implementação do programa a nível regional reforçadas a nível técnico, administrativo e financeiro, lógicas de trabalho em rede/ integrado pro-movidas.• 23.000 beneficiários directos capacitados para a gestão comunitária, manutenção e rentabilização de equipamentos e infraestruturas, técnicas e práticas agrícolas melhora-das e nos domínios das formações.• Contrapartidas no quadro das infraestruturas, equipamentos e actividades promovi-das pelo PDSA assumidas pelos beneficiários.• Base de Dados e Sistema de Informação Geográfica de iniciativas de Segurança Ali-mentar e Nutricional desenvolvida em parceria com a FAO e o MADR, 12 técnicos do MADR capacitados para a sua alimentação, operação e manutenção.

Comunicação• 8 Programas Temáticos do Programa Radiofónico “Escola Agrícola do PDSA” emitidos em 10 línguas e por 9 rádios de acordo com o calendário agrícola, 4 programas em directo e 2 Djumbais com ouvintes. • Números do Boletim Informativo “Kebur” publicados.• 1 documentário realizado sobre a SAN na Guiné-Bissau e o PDSA.

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Kebur|Nº4|2º Semestre 2011

FASE 2: 2011-2013

A intervenção do PDSA, enquadrada pela Facilidade Alimentar (FF) da União Europeia, pretendia-se rápida e geogra-ficamente abrangente, para fazer face à crise criada pelo aumento dos preços dos bens alimentares em 2007/2008. A continuidade do programa permitirá consolidar os resultados alcançados e rentabilizar e potenciar o impacto e sustentabilidade dos avultados investimentos realizados, com vista a garantir a progressiva auto-suficiência alimentar dos beneficiários.

A 2ª fase do PDSA foi então desenhada, incorporando as lições aprendidas no decurso dos dois primeiros anos. Esta fase, que arrancou no dia 1 de Novembro de 2011, é financiada no quadro do FSTP 2010 - Programa de Actividades Inovadoras para a Insegurança Alimentar na Guiné-Bissau, criado pela União Europeia no seguimento da FF visando uma transição do apoio ao sector da SAN para uma óptica de longo prazo.

Com o Ministério da Agricultura e De-senvolvimento Rural como associado do programa, a fase 2 do PDSA não pode-ria deixar de se enquadrar nas linhas prioritárias do Plano Nacional de Inves-timento Agrícola (PNIA) – instrumento fundamental para o desenvolvimento do sector.

O PDSA manterá a sua abrangência nacional, apostando, no entanto, na concentração de esforços, reforçando o tra-balho realizado com as associações que beneficiaram de maiores investimentos: prevê-se que o programa beneficie directamente 3.600 membros das organizações de produtores de 51 tabancas de 15 sectores em 7 regiões do país.

Assentando, mais uma vez, no reforço da sociedade civil como motor da sustentabilidade, a colaboração com as OSCs nacionais que implementaram a primeira fase a nível regional manter-se-á no quadro da concepção, plane-amento e implementação das intervenções regionais. Surge, no entanto, uma relação de parceria com uma delas:a DIVUTEC ficará agora responsável pelo domínio da Formação.

Com uma duração de 24 meses, a 2ª fase do PDSA assentará na seguinte lógica de intervenção:

Sub-programas (SP) do PNIA Fase 2 do PDSA

SP1: Promoção das Fileiras de Produção Vegetal •

SP2: Promoção da Produção Animal

SP3: Promoção da Produção Haliêutica

SP4: Gestão Durável dos Recursos Naturais •

SP5: Pesquisa e Conselhos Agrícolas •

SP6: Reforço Institucional e Coordenação Sectorial •

Objectivo Geral: Contribuir para a Segurança Alimentar das regiões e populações mais vulneráveis atra-vés do aumento do acesso, disponibilidade e utilização estável de bens alimentares agrícolas

Objectivo Específico: Contribuir para a eficácia e eficiência das OSC e auto-suficiência das OCB benefici-árias no domínio da segurança alimentar

Resultado (R)0: Mecanismos para uma eficaz e eficiente implementação do Programa instalados

R1: Produção de culturas alimentares e de rendimento aumentada e diversificada

R2: Tecnologias de agro-processamento e armazenamento disseminadas e rentabilizadas

R3: Comercialização de produtos agrícolas promovida

R4: Capacidade de intervenção da SC guineense na promoção da SAN reforçada

Actividades • Apoio à produção Orizícola • Apoio à produção de Culturas de Planalto • Apoio à produção Hortícola e Frutícola • Pro-

moção do acesso a outros insumos e serviços de apoio à produção agrícola • Rentabilização de tecnologias inovadoras de transformação

• Disseminação e rentabilização de infraestruturas de armazenamento • Reforço da informação das OCB de produtores sobre comercia-

lização • Procura de circuitos comerciais fiáveis • Reforço da capacidade organizacional, pedagógica e técnica das OSC beneficiárias •

Reforço das capacidades das OCB de produtores beneficiárias • Vulgarização e disseminação alargada de técnicas e informação relacio-

nadas com a SAN • Promoção da discussão e análise da problemática da SAN

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Esta publicação foi produzida com o apoio da União Europeia e do IPAD. O seu conteúdo é da exclusivaresponsabilidade do Instituto Marquês de Valle Flôr e não pode, em caso algum, ser tomada como expressão das posições da União Europeia e do IPAD.

O programa radiofónico do PDSA que procura sensibilizar e informar a população local paraa agricultura e boas práticas agrícolas, e, assim, contribuir para o aumento da produção e produ-tividade agrícola e para a melhoria da dieta alimentar da população.

2010-2011 | 8 programas temáticos | 10 línguas (Balanta, Biafada, Bijagó, Felupe, Fula, Mancanha, Mandinga, Nalu, Papel e Crioulo) | 4 programas em directo para esclarecimento de dúvidas dos ouvintes | 2 Djumbais com ouvintes

Inquéritorealizadopelas7rádiosemissoras revelou que 83% dos ouvintes escutavam o programa e, destes:

• 45% consideraram que o programa lhes conferia maiores competências; • 12% afirmaram que os apoiava na correcção de erros habituais;• Os restantes declararam que o programa introduzia melhorias em geral à agricultura nacional e promoviaa mudança de mentalidades no sentido do uso de novas práticas e tecnologias.

Foi um programa interactivo, dinâmico e actual, em que os ouvintes tiveram a oportunidade de contribuir parao enriquecimento do programa com as suas intervenções, perguntas e sugestões: todos saímos a ganhar com o seu interesse e contributo.

O Escola Agrícola é, assim, uma forte mais-valia para os intentos do PDSA e, após um interregno de 3 meses,vai regressar às rádios em Fevereiro de 2012 com um programa diferente todos os meses, no quadro da fase 2do PDSA (2011-2013).

ESCOLAAGRÍCOLAdo PDSA

REGRESSO DO PROGRAmA RADIOFóNICO EmFEvEREIRO DE 2012

Ouça nas Rádios:Rádio Comunitária de Bafatá, Bafatá (leste) 105.5 FM

Rádio Kassumai, São Domingos (norte) 104.8 FMRádio Djam Djam, Bubaque (ilhas Bijagós) 102.0 FM

Rádio Gandal, Gabú (leste) 104.7 FM

Rádio Voz de Catió, Catió (sul) 103.1 FMRádio N’jierafa Có, Biombo (centro) 103.7 FM

Rádio Sol Mansi (cobertura nacional) 90.0 e 101.8 FM