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Jornalismo visual
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Jornalismo
VisualKevin G. Barnhurst
Professor of Communication
at the University of
Illinois, Chicago
Contexto
Texto Jornalismo Visual, publicado em
2003, fala do impacto da tecnologia nas
redações.
Hoje o editor participa de todo o
processo. Antes da tecnologia cada um
cuidava da sua parte e ponto.
Educação visual
No entanto, as mudanças técnicas
também trazem problemas. Pouco a
pouco, todos os processos técnicos têm-
se entregue ao editor, pessoa já
demasiadamente ocupada e pouco
preparada para o que está sucedendo.
Educação visual
O jornalista, na atualidade, - e o
estudante que quer se preparar para a
atividade jornalística - tem que enfrentar
esta nova situação, buscando maior
conhecimento da arte e do desenho
gráfico.
Educação visual
Muitos jornalistas pensam que a
formação do artista resulta do talento.
Por esta razão não se esforçam para se
educar.
Educação visual
Como as outras formas de saber, o
conhecimento visual é algo que se pode
entender, analisar e ordenar. Assim, a
habilidade visual, de maneira geral, se
desenvolve pouco a pouco, através de
três níveis.
Nível 1: apreciar
O jornalista que pode apreciar a
comunicação visual, reconhece que
existem mensagens visuais nos jornais, em
outros meios de difusão informativa e
também no mundo das artes e das coisas
visíveis na vida diária
Nível 1: apreciar
Por outro lado, aquele que aprecia estas
mensagens, coloca suficiente valor nelas
até o ponto de pensar na maneira em
que a forma visual influi ou modifica a
matéria ou o conteúdo da
comunicação.
Nível 2: reconhecer
Neste nível, tem-se a habilidade de
nomear e identificar o que exatamente
constitui a comunicação
visual, assinalando e analisando seus
elemento e estrutura.
Nível 2: reconhecer
Quando um periódico tem redatores que
sabem como funciona a forma visual em
sua missão jornalística, existe um diálogo
constante que produz mensagens mais
interessantes. Assim, o periódico se vê
mais vivo. Este é o nível que todos os
jornalistas deveriam alcançar.
Nível 3: Comunicar
O nível mais alto pertence à habilidade
de comunicar, na qual se encontram os
artistas e desenhistas gráficos. Estes
podem dar forma a mensagens
visuais, escolhendo conscientemente um
estilo apropriado.
Os comunicadores visuais alcançam este
nível através de muitos anos de prática
em que desenvolvem sua
intuição, talento e habilidade.
Poucos jornalistas alcançam este
nível, mas, em muitos jornais da
Europa, Estados Unidos e
Canadá, existem departamentos de arte
em que trabalham artistas-jornalistas.
Nível 3: Comunicar
Nível 3: Comunicar
Os melhores editores, que têm em sua
equipe estes artistas, são aqueles que
têm suficiente conhecimento para
funcionar no campo artístico, ou
seja, que funcionam pelo menos até o
segundo nível de alfabetização visual.
Adquirem seu conhecimento mediante
estudo e prática da arte. O estudo da
arte pode ajudar o jornalista a entender o
que vê em seu trabalho e em sua vida.
Nível 3: Comunicar
Uma história
jornalística da arte
Devemos aos artistas uma parte do
crédito por haver inventado o
jornalismo, ou algo parecido ao
jornalismo, nas culturas antigas.
Pompéia
O exemplo mais famoso de
reportagem artística tem sido o de
Teodore Gericault, mostrado em sua
pintura do barco "Medusa". A fragata
francesa foi destruída em uma
tempestade no Oceano Atlântico, no
oeste da África, em julho de 1816. Dos
cento e quarenta e nove passageiros
que escaparam em uma balsa, feita
de pedaços do barco, somente quinze
sobreviveram
A história do enlouquecimento e do
canibalismo dos passageiros e da falta
de responsabilidade dos oficiais navais
enojaram o público francês. Gericault
procedia como jornalista. Trabalhou
com o carpinteiro do barco e fez o
modelo da balsa. Gericault também
desenhou cenas dos loucos e
cadáveres para dar uma impressão
verídica do acontecimento. Como se
vê, a pintura está cheia de dados.
Existe um negro entre os que chamam
ao barco que está por resgatá-los e
um velho abraçado a seu filho morto.
A pintura foi levada para a Inglaterra e
sua exibição, ali e na
França, contribuiu a um movimento
que chegou a mudar as leis francesas.
No século 19, os artistas tiveram muito
afã em incluir a informação noticiosa
como parte do papel artístico. O
classista Jaques Louis David, depois da
revolução francesa, pintou o
assassinato de Jean-Paul Marat, que
foi guilhotinado em seu banho por
Charlotte Corday. O partido matou
Marat porque acreditava que era um
dos culpados pelo reinado de terror
em vigência na França.
O espanhol Francisco de Goya pintou
um forte relato da execução de 3 de
maio de 1808, uns seis anos depois de
haver ocorrido. Os madrilenos foram
fuzilados sem processo, em um campo
cercado, depois de um motim contra
os soldados franceses. Assim como
uma boa reportagem interpreta a
realidade com força e ânimo, estas
pinturas são interpretações desde um
pacífico ponto de vista. São relatos
impressionantes que se gravam na
memória.
Outros artistas do período romântico
seguiram com esta tradição
periodística. No ano de 1824, Eugene
Delacroix pintou um relato da
hecatombe durante a guerra entre a
Grécia e a Turquia. Os turcos juntaram
toda a população da ilha de
Chios, umas cem mil pessoas, das
quais sobreviveram apenas nove mil.
Foi uma das maiores matanças de
toda a história humana. Outro pintor
romântico pintou o incêndio e a
destruição das casas do parlamento
inglês no ano de 1835. Como se
vê, cada pintura tem um estilo
próprio, igual à escrita, que pode ter
um estilo individual.