JJoouurrnnaall ooff BBiiooddeennttiissttrryy aanndd ... · Journal of Biodentistry and Biomaterials...
-
Upload
trinhduong -
Category
Documents
-
view
216 -
download
0
Transcript of JJoouurrnnaall ooff BBiiooddeennttiissttrryy aanndd ... · Journal of Biodentistry and Biomaterials...
-
JJJooouuurrrnnnaaalll ooofff BBBiiiooodddeeennntttiiissstttrrryyy aaannnddd BBBiiiooommmaaattteeerrriiiaaalllsss
ISSN 2236-1006
Volume 4 Nmero 3 Set / Dez 2014
-
Campus Chcara Flora
-
Journal of Biodentistry
and Biomaterials
ISSN 2236-1006
Volume 4 Nmero 3 Set / Dez 2014
-
Journal of Biodentistry
and Biomaterials
2014 - Universidade Ibirapuera Reconhecida pela Portaria Ministerial MEC n. 11.198/92 DOU de 14/04/92
Universidade Ibirapuera
Reitor
Jos Campos de Andrade
Pr-Reitor Administrativo
Jos Campos de Andrade Filho
Diretor Acadmico
Alan Almario
Coordenadora do Curso de Mestrado em
Odontologia
Profa. Dr
a. Susana Morimoto
Coordenador do Curso de Odontologia
Prof. Dr. Guilherme Teixeira Coelho Terra
Diretora Cientfica
Profa. Dr
a. Leila Soares Ferreira
Comit Editorial (Universidade Ibirapuera)
Profa. Dr
a. Anna Carolina V. Mello-Moura
Prof. Dr. Carlos Martins Agra
Profa. Dr
a. Fernanda Calabr Calheiros
Profa. Dr
a. Flvia Gonalves
Prof. Dr. Guilherme Teixeira Coelho Terra
Profa. Dr
a. Karen Mller Ramalho
Prof. Dr. Marcelo Yoshimoto
Profa. Dr
a. Maria Stella Nunes Araujo Moreira
Prof. Dr. Srgio Allegrini Jr.
Profa. Dr
a. Susana Morimoto
Equipe Tcnica
Bibliotecrio - Thiago M. Barreto CRB-8/9340
Consultores Cientficos
Andr Mallmann UFSM, Santa Maria
Antonio Carlos de Campos - FOUSP/SP
Brbara Pick Ornaghi - Universidade Positivo,
Curitiba
Carla Castiglia Gonzaga - Universidade Positivo,
Curitiba
Carlo Henrique Goretti Zanetti Universidade de
Braslia/UnB
Carlos Gil - FOUSP/SP
Carmem S. Pfeifer - University of Colorado at Denver
(EUA)
Dcio dos Santos Pinto Jnior - FOUSP/SP
Edgard Crosato - FOUSP/SP
Francesca Monticelli Universidad de Zaragoza
(Espanha)
Geraldo Bosco - UFPE
Ivone Lima Santana UFMA
Joo Batista de Paiva - FOUSP/SP
Jos Carlos Pettorossi Imparato - FOUSP/SP
Jos Ferreira Costa - Tcnico do Ministrio da Sade /
UFMA
Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - UFRJ
Laura Primo - UFRJ
Mrcia Daronch - New York Universtity (EUA)
Mario Srgio Soares - FOUSP/SP
Marlene Fenyo S. de Matos Pereira - FOUSP/SP
Michel Nicolau Youssef - FOUSP/SP
Newton Sesma FOUSP/SP
Paulo G. Coelho - New York Universtity (EUA)
Rafael Yage Ballester - FOUSP/SP
Reinaldo Brito Dias - FOUSP/SP
Roberval de Almeida Cruz - PUC-MG
-
SUMRIO
SUCEPTIBILIDADE AO MANCHAMENTO DE RESINAS COMPOSTAS
Jssika Barcellos Giuriato, Carol Brandt Alves, Roseane Nogueira
Kuguimiya, Carlos Martins Agra, Margareth Oda ...................................... 06
RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE RESINAS COMPOSTAS, SUBMETIDAS
AO REPOLIMENTO
Carol Brandt Alves, Jssika Barcellos Giuriato, Miriam Lacalle Turbino,
Margareth Oda ......................................................................................... 16
CHECK-LIST ESTTICO PRTICO PARA O CLNICO GERAL
Milena Traversa Palazon, Michel Nicolau Youssef, Csar Rogrio Pucci,
Daphne Cmara Barcellos ........................................................................ 28
SNDROME DE PARRY-ROMBERG: O IMPACTO ODONTOLGICO E SUAS
IMPLICAES OROFACIAIS
Claudia Moreira do Amaral, Maria Stella Moreira, Fernanda Campos de
Sousa Almeida, Fernanda Calabr Calheiros ............................................ 45
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 6
Artigos Cientficos
SUCEPTIBILIDADE AO MANCHAMENTO DE RESINAS
COMPOSTAS
Composite susceptibility to staining
Jssika Barcellos Giuriato 1
Carol Brandt Alves 2
Roseane Nogueira Kuguimiya 3
Carlos Martins Agra 4
Margareth Oda 5
1Mestre em Dentstica pela FOUSP. Professora de Dentstica da UBC.
2Mestre em Dentstica pela FOUSP. Professora de Dentstica da UNINOVE.
3Professora Doutora da Universidade Federal de Minas Gerais.
4Professor Doutor da Universidade Ibirapuera.
5Professora Associada do departamento de Dentstica da FOUSP.
Autor para correspondncia
Prof. Dra. Margareth Oda
Endereo: Professor Lineu Prestes, 2227. Cidade Universitria. So Paulo SP
CEP:05508-000
Tel.: (011) 3091-7841
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 7
Artigos Cientficos
RESUMO
O objetivo do trabalho foi
avaliar in vitro a descolorao de uma
resina composta nanoparticulada, a
base de Bis-GMA (Z350 - 3M ESPE) e
outra microhbrida, a base de silorano
(P90 -3M ESPE) em contato direto com
diferentes solues, como caf,
refrigerante de cola, ch verde e gua
destilada. Foram confeccionados 40
corpos de prova, sendo 20 de cada
resina. Vinte corpos de prova foram
divididos, aleatoriamente, em 5
grupos, que foram imersos nos
seguintes corantes caf, refrigerante
(Coca-Cola), ch-verde (um sach de
Mate-Leo), gua destilada (Grupo
controle). As amostras foram
analisadas separadamente em um
Espectofotmetro. Com os valores
obtidos foi feita a anlise estatstica,
que consistiu no teste de Anlise de
Varincia e Games- Howell. A resina
microhbrida a base de silorano (P-90
3M ESPE) foi a que apresentou
menores valores de manchamento,
podendo ser utilizada para
restauraes em dentes anteriores.
Dentre as substncias corantes, o caf
apresentou maiores valores de
colorao, porm esta alterao de cor
pode ser removida com o repolimento.
Palavras-chave: Manchamento, resina
composta, espectofotmetro.
ABSTRACT
The objective was to evaluate in
vitro the discoloration of a composite
resin nanoparticulate the basis of Bis-
GMA (Z350 - 3M ESPE) and other
microhybrid, the base silorano (P90 -
3M ESPE) in direct contact with
different solutions like coffee, cola, tea
green and distilled water. Were made
40 specimens, 20 of each resin.
Twenty specimens were randomly
divided into 5 groups, which were
immersed in the following colors
coffee, soda (Coca-Cola), green tea
(one sachet of Mate Leo), distilled
water (control group). Samples were
analyzed separately in a
spectrophotometer. With the values
obtained was made the statistical
analysis, which consisted of the
analysis of variance test and Games-
Howell. The resin microhybrid the
basis of silorano (P-90 - 3M ESPE)
showed the minor staining values and
can be used for restorations in
anterior teeth. Among colorants, the
coffee staining showed higher values,
but this color change can be removed
with the repolishing.
Key-Words: Staining, composite resin,
spectrophotometer.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 8
Artigos Cientficos
INTRODUO
Atualmente a esttica est
ganhando papel de destaque nas
clnicas odontolgicas, devido aos
padres de beleza expostos pela mdia.
Com isso, as caractersticas dos
materiais restauradores estticos se
tornam cada vez mais relevantes.
O surgimento de materiais
restauradores capazes de
reproduzirem as caractersticas
naturais dos dentes aliado crescente
exigncia esttica dos pacientes tem
despertado a necessidade para os
dentistas do conhecimento da cor com
sua natureza tridimensional e fatores
influentes, para que se possam obter
melhores resultados.
Em odontologia esttica, cor,
forma e textura de superfcie so
fatores importantes para caracterizar
e personalizar uma restaurao. O
objetivo de uma restaurao de resina
composta reparar a estrutura dental
perdida, devolvendo funo e esttica.
Os materiais restauradores estticos
deveriam reproduzir a aparncia
natural dos dentes1.
Desde sua introduo, as
resinas compostas tm sido muito
utilizadas em casos que se buscam
restaurar a esttica do dente, porm
uma desvantagem desse material a
alterao de cor que acontece ao estar
em contato com substncias
potencialmente corantes por longos
perodos na cavidade oral2.
O sucesso de uma restaurao
esttica depende primordialmente da
escolha correta da cor e da
estabilidade de cor do material. O
manchamento de um material pode
ser avaliado visualmente ou por
tcnicas instrumentais. Uma vez que a
medio instrumental elimina a
interpretao subjetiva da comparao
visual de cor, espectofotmetros
passaram a ser usados na avaliao
da cor3.
A descolorao da restaurao
ainda mais significante quando ocorre
em dentes anteriores, sendo
necessria a substituio da
restaurao para garantir uma
esttica aceitvel ao paciente4.
O manchamento das resinas
compostas pode ser causado por
fatores extrnsecos e intrnsecos. A
extenso da alterao de cor do
material pode estar associada aos
hbitos alimentares do indivduo3. A
susceptibilidade ao manchamento de
um compsito est relacionada ao tipo
de polimerizao, matriz orgnica,
carga inorgnica e tipo de corante5.
Para assegurar excelncia esttica
necessrio que o material restaurador
esttico mantenha a estabilidade da
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 9
Artigos Cientficos
cor intrnseca e apresente resistncia
ao manchamento superficial1.
A descolorao da resina
composta multifatorial, incluindo
fatores intrnsecos e extrnsecos6. A
pigmentao intrnseca de uma
restaurao pode se alterar quando
este material exposto a variao
trmica e fsica, essas condies
fsico-qumicas promovem a
descolorao do prprio material,
como a alterao da interface matriz
resinosa, carga e matriz2.
J pigmentao extrnseca est
relacionada com a absoro ou
adsoro de corantes durante longo
perodo de exposio, ocorrendo
atravs da ingesto de lquidos ou
alimentos, uma vez que esses
alimentos contm uma variedade de
corantes7, outros fatores importantes
que afetam a estabilidade de cor so a
rugosidade superficial, a integridade
da superfcie e o polimento8. As
manchas extrnsecas normalmente se
localizam adjacentes s margens da
restaurao e so superficiais.
A estabilidade de cor das
resinas compostas tem sido
amplamente estudada usando
solues potencialmente corantes,
como ch, caf, vinho tinto, tabaco,
cola e sucos2,7,9,10,11.
Os refrigerantes,
principalmente os que contm cola em
sua composio, so amplamente
consumidos pela populao e causam
alterao de cor dos materiais
restauradores estticos diretos12.
O consumo de caf pelo
brasileiro se tornou indispensvel,
virando um complemento para a
alimentao e durante o trabalho,
assim como o ch; e o potencial
manchamento dessas bebidas tem
sido demonstrado em alguns
trabalhos 2,4,9.
Recentemente surgiu no
mercado uma resina composta que
tem como matriz resinosa silorano
(Filtek P90 - 3M ESPE, EUA) em vez
das convencionais resinas base de
metacrilatos. Com isso, apresenta
menor estresse de contrao. As
propriedades mecnicas desta resina
so semelhantes s das resinas micro-
hbridas. Isso faz com que esta resina
tenha resistncia suficiente para ser
indicada para restauraes em dentes
posteriores. A baixa sorpo de gua e
solubilidade faz com que as
restauraes de resina composta
base de silorano mantenham suas
propriedades mecnicas com o passar
do tempo13. Entretanto, importante
salientar que esse compsito no
apresenta como vantagem maior
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 10
Artigos Cientficos
resistncia ao desgaste em relao aos
compsitos convencionais.
Apesar disso, essa associao
dificilmente ser necessria, pois essa
resina composta micro-hbrida base
de silorano permite obter resultados
estticos satisfatrios para os dentes
posteriores14 e altamente estvel no
ambiente bucal. Assim, essa resina
melhor do que as resinas compostas
micro-hbridas convencionais base
de metacrilatos, no que se refere
estabilidade de cor15 manuteno do
polimento. Alm disso, por ser mais
hidrofbica, a resina base de
silorano permite menor adeso de
placa bacteriana do que as outras
resinas compostas tradicionais. Tais
qualidades devem elevar a
durabilidade das restauraes.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi
avaliar in vitro a descolorao de duas
resinas compostas uma
nanoparticulada a base de Bis-GMA e
outra microhbrida a base de silorano,
em contato direto com diferentes
solues, como o caf, o refrigerante
de cola, o ch verde e a gua
destilada.
MTODO
Foram confeccionados quarenta
corpos de prova, 20 de cada resina
utilizada, com uma matriz metlica
bipartida medindo 2mm de espessura
e 9mm de dimetro de dimetro. As
resinas utilizadas foram microhbrida
(P90 3M ESPE, Dental Products, St
Paul, MN, USA) e outra
nanoparticulada ( Filtek Z350
Supreme 3M- ESPE, Dental Products,
St Paul, MN, USA).
A resina composta foi inserida
em poro nica, com a utilizao de
uma esptula Thompson nmero 6.
Para a obteno de uma superfcie
plana uma placa de vidro foi
depositada sobre os corpos de prova,
provocando o nivelamento dos
mesmos.
Aps essa etapa foi feita a
fotopolimerizao dos corpos de prova
com o fotopolimerizador com
intensidade de luz de 600Nw/cm por
40 segundos como indicado pelo
fabricante. O fotopolimerizador foi
colocado uma distncia padronizada
da matriz, ficando apoiado sobre a
lmina de vidro, proporcionando uma
distncia de 0,5 cm da resina. Aps a
fotopolimerizao os corpos de prova
foram removidos da matriz.
Os 20 corpos de prova de cada
resina composta foram divididos em 5
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 11
Artigos Cientficos
grupos, que foram imersos nos
seguintes corantes selecionados:
20ml de soluo de caf (duas
colheres de caf solvel Mellita para
60ml de gua);
20 ml de refrigerante (Coca-
Cola)
20 ml de soluo de ch-verde
(um sach de Mate-Leo)
20 ml de gua destilada (Grupo
controle)
O armazenamento dos corpos
de prova foi feito em estufa a 37C, em
frascos opacos que no permitiram a
passagem de luz. As solues foram
trocadas a cada 24 horas, e as
medidas de cor foram realizadas aps
1 h, 24 h e 1 semana da data de
imerso, sob luz artificial fluorescente
do Espectofotmetro Cintra 10 UV
(Visible Spectofotometer, GBC,
Australia). As amostras foram
analisadas separadamente em um
Espectofotmetro Cintra 10 UV
(Visible Spectofotometer, GBC,
Australia) e os valores obtidos foram
analisados posteriormente pelo
mtodo CIE L* a* b*.
Este mtodo calcula a diferena
de percepo da cor (E), atravs dos
espaos entre as coordenadas de
cromaticidade (a*) que a parte
vermelha ou verde da cor e (b*) que a
parte amarela ou azul, as quais
podem ter valores entre -80 e +80, e
tambm a luminosidade (L*) que pode
ter valores de 0 e 100 (do preto ao
branco), utilizando a equao:
E* ab = [(L*)2 + (a*)2 + (b*)2]
No entanto os valores aceitveis
a variao do vermelho (a*) de E*
igual ou maior que 1,1, e para a
variao do amarelo (b*) de E* igual
a 2,1, ou seja, esta diferena no se
nota alterao de cor , porm se a
diferena (E) for de 5 unidades
clinicamente significante.
Para a anlise estatstica foi
utilizado o teste de anlise de
varincia (ANOVA) para comparar o
parmetro E* (variao da cor) com o
fator soluo corante. As comparaes
dos valores mdios foram feitas
utilizando-se o teste Turkey (ao nvel
de significncia de 5%).
RESULTADOS
Para o diferencial dos testes de
estatstica utilizados, os dados foram
submetidos ao teste de normalidade e
homogeneidade que demonstraram
tratar-se de amostras que no
apresentaram normalidade ou
homogeneidade. Foi ento utilizada a
anlise de varincia e a falta de
homogeneidade determinou a
aplicao do teste de Games-Howell
para determinar os grupos que
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 12
Artigos Cientficos
apresentavam diferenas
significativas.
O teste ANOVA apontou para
diferenas significativas entre os
grupos avaliados, o E da resina
nanoparticulada (Z350- ESPE) imersa
em ch entre a primeira hora e 1
semana foi significativamente
diferente dos grupos da resina
nanoparticulada (Z350) e resina
microhbrida (P90) imersos em gua
entre 1 hora e 1 semana, e do que a
P90 imersa em caf aps 1 hora.
J o E da resina microhbrida
(P90) imersa em ch entre a primeira
hora e 1 semana foi significativamente
diferente dos grupos da resina
nanoparticulada (Z350- ESPE) imerso
em gua entre o incio, 1 hora e 1
semana aps imerso, resina
microhibrida (P90 ESPE) com ch
aps 1 hora e resina microhbrida
(P90- ESPE) com caf entre 1 hora e 1
semana. A comparao entre os
demais grupos no apontaram para
diferenas significativas (Tabela 1). A
resina composta que apresentou
menores valores de pigmentao foi a
resina microhbrida (P90- 3M- ESPE).
Quanto aos tipos de pigmento, o caf
obteve maiores ndices. J a gua
apresentou os menores valores de
manchamento.
GRUPOS N MDIA DP AGRUPAMENTOS
ZC4M1 5 5,94 7,32 abcdefg PC2M1 5 7,34 5,53 abcdefgh ZC4M3 5 7,67 11,43 abcdefg PC3M2 5 8,80 1,28 abcdefg PC1M2 5 9,25 4,02 abcdefghi ZC4M2 5 9,96 4,12 abcdefg PC1M1 5 9,98 5,45 abcdefghi ZC2M1 5 10,24 3,99 abcdefghi PC4M1 5 11,02 5,37 abcdefgi PC2M2 5 12,09 12,12 abcdefghi ZC1M1 5 12,43 2,83 abcdefghi ZC3M1 5 13,31 12,28 abcdefghi ZC1M2 5 13,35 8,82 abcdefghi PC1M3 5 13,44 6,26 abcdefghi ZC2M2 5 14,01 8,40 abcdefghi PC4M2 5 14,41 2,86 abcdefghi ZC1M3 5 15,32 2,71 abcdefghi PC4M3 5 16,02 8,84 abcdefghi PC2M3 5 18,74 4,64 abcdefghi PC3M1 5 20,01 12,60 abcdefghi ZC2M3 5 20,96 5,26 behi ZC3M2 5 21,74 3,13 abcdefghi ZC3M3 5 24,03 5,87 abcdefghi PC3M3 5 24,16 1,10 eghi
Tabela 1: mdias dos diferentes grupos, desvio padro e agrupamentos entre grupos. Os grupos foram nomeados
em funo do tipo de resina (Z para Z350 e P para P90), do tipo de corante (C1 para COCA-COLA, C2 para o ch,
C3 para o caf e C4 para gua) e do comparativo entre os momentos de leitura (M1 para o dE Inicial vs. 1h, M2
para o dE Inicial vs. 1 semana e M3 para o dE 1h vs. 1 semana).
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 13
Artigos Cientficos
DISCUSSO
A descolorao de uma
restaurao de resina composta est
diretamente relacionada a sua vida
til, principalmente quando executada
em dentes anteriores, sendo
necessria a substituio da
restaurao quando esta apresentar-
se manchada, para garantir uma
esttica aceitvel ao paciente4,16.
Clinicamente a deteco desta
alterao de cor feita de forma
analgica, porm no laboratrio este
procedimento pode ser executado com
muita segurana atravs da imerso
de corpos de prova em meio
potencialmente corante e visualizao
da alterao de cor com auxlio de
equipamento chamado
espectofotmetro, que quantifica a cor
presente no objeto inserido no
equipamento.
Segundo Palin et al (2005)13 a baixa
soro de gua e solubilidade faz com
que as restauraes de resina
composta base de silorano,
mantenham suas propriedades
mecnicas com o passar do tempo,
alm de manter suas propriedades
estticas, como a colorao14,15;
corroborando com este trabalho, onde
a resina microhbrida apresentou
menor grau de pigmentao em
comparao com a resina
nanoparticulada. O que pode ser
atribudo a sua matriz de silorano
que, por ser um sistema que contm
siloxano, promove uma natureza mais
hidrofbica ao silorano e reduz a
soro de gua atravs do meio
bucal17; o que, por sua vez, faz com
que esta resina possa ser indicada
para restauraes de dentes
anteriores e posteriores, j que esta
baixa soro de gua faz com que a
resina composta mantenha suas
caractersticas com o passar do
tempo17.
Os meios de submerso, caf,
ch e coca-cola, foram escolhidos para
o presente trabalho devido a procura
diria por essas substncias por
pessoas das mais diversas faixas
etrias; e a pigmentao dessas
bebidas tem sido demonstrado em
alguns trabalhos2,4,9.
No trabalho de Nashan et al
(2009)2, onde foram avaliados a
descolorao de resinas compostas em
meio gua, clorexidina e caf, os
resultados obtidos so equivalentes
aos resultados deste trabalho, onde o
caf obteve os valores de pigmentao
mais elevados, enquanto as amostras
imersas em gua obtiveram os
menores valores de manchamento. O
mesmo pode ser encontrado nos
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 14
Artigos Cientficos
trabalhos de Pereira et.al.(2003)9,
Figueredo e Filho e Paes (2006)4.
A colorao da superfcie
causada por adsoro de corantes e
deve, portanto, ser facilmente
removida por meio de repolimento1,
devolvendo assim a cor restaurao,
aumentando o tempo de vida til da
mesma.
CONCLUSO
A resina microhbrida a base de
silorano ( P90 3M-ESPE) apresentou
menor manchamento do que a resina
nanoparticulada a base de Bis-GMA
(Z350 3M-ESPE), podendo ser
utilizada para restauraes em dentes
anteriores. Dentre as substncias
corantes o caf apresentou maior
poder de colorao, porem esta
alterao de cor pode ser removida
com o repolimento.
REFERNCIAS
1. Anfe TE, Caneppele TM, Agra CM,
Vieira GF. Microhardness assessment
of different commercial brands of
resin composites with different
degrees of translucence. Braz Oral
Res. 2008 ;22(4):358-63.
2. Nashan FPS, Ueda JK, Silva JO,
Schimitt VL, Naufel FS, Formighieri
LA, Baseggio W. Estabilidade de cor
de resina composta aps imerso em
caf, gua e soluo de clorexidina.
Revista Brasileira de Pesquisa em
Sade. 2009;11(2):13-17.
3. Um CM, Ruyter IE. Staining of resin-
based veneering materials with coffe
and tea. Quintessence Int
1991;22(5):377-86.
4. Figueredo CMS, Filho HRS, Paes PNG.
Estudo in vitro da lisura superficial
em resinas compostas, aps imerso
em caf e coca-cola. Revista Cincias
mdicas e biolgicas 2006;5(3):207-
213.
5. Guler AU, Yilmaz F, Kulunk T, guler
E, Kurt S. Effects of different drinks
on stainability of resin composite
provisional restorative materials. J
Prosthet dent 2005;94(2):118-24.
6. Samra APB, Pereira SK, Delgado LC,
Borges CP. Color stability evaluation
of aesthetic restorative materials.
Brazilian Oral Research.
2008;22(3):205-10.
7. Park JK, Kim TH, Ko CC, Godoy FG,
Kim HI, Kwon YH. Effect of staining
solutions on discoloration of resin
nanocomposites. Am Journal Dental.
2010;23(1):39-42.
8. Ertas E, Guller AU, Ycel A,
Kprl H, Gler E. Color Stability of
resin composites after immersion in
different drinks. Dental Materials
Journal 2006;25(2):371-376.
9. Pereira SK, Mller AA, Boratto AC,
Veiga PM. Avaliao da alterao de
cor de resnas compostas em contato
com solues potencialmente
corantes. UEPG Cincias Biolgicas e
da Sade. 2003;9(1):13-19.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 15
Artigos Cientficos
10. Omata Y, Uno S, Nakaoki Y, Tanaka
T, Sano H, Yoshida S, Sidhu SK.
Staining of hybrid camposites with
coffe, oolong tea or red wine. Dental
Materials Journal. 2006;25(1):125-
131.
11. Manabe A, Kato Y, Finger WJ,
Kanehira M, Komatsu M.Discoloration
of coating resins exposed to staining
solutions in vitro. Dent Mater J. 2009
May;28(3):338-43.
12. Wongkhantee S. Effect of acidic food
and drinks on surface hardness of
enamel, dentine, and tooth-coloured
filling materials. Journal of Dentistry
2006;34(3):214220.
13. Palin WM, Fleming GJ, Burke FJ,
Marquis PM, Randall RC. The
influence of shortand medium-term
water immersion on the hydrolytic
stability of novel low-shrink dental
composites. Dent Mater.
2005;21(9):852-63.
14. Eick JD, Smith RE, Pinzino CS,
Kostoryz EL. Stability of silorane
dental monomers in aqueous
systems. J Dent. 2006 Jul;34(6):405-
10.
15. Furuse AY, Gordon K, Rodrigues FP,
Silikas N, Watts DC. Colour-stability
and glossretention of silorane and
dimethacrylate composites with
accelerated aging. J Dent.
2008;36(11):945-52.
16. Giuriato JB. Esttica em odontologia:
percepes de acadmicos de
odontologia e pacientes. Dissertao
apresentada Faculdade de
Odontologia da Universidade de So
Paulo para obteno do ttulo de
Mestre em Dentstica. 2014.
17. Melo PCJ, Cardoso RM, Magalhaes
BG, Silva CHV, Beatrice LCS.
Selecting correctly the composite
resins. Int J Dent 2011; 10(2):91-96.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 16
Artigos Cientficos
RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE RESINAS
COMPOSTAS, SUBMETIDAS AO REPOLIMENTO.
Surface Roughness of composite resins submitted to
Carol Brandt Alves1
Jssika Barcellos Giuriato2
Miriam Lacalle Turbino 3
Margareth Oda 3
1Mestre em Dentstica pela FOUSP. Professora de Dentstica da UNINOVE.
2Mestre em Dentstica pela FOUSP. Professora de Dentstica da UBC.
3Professora Associada do departamento de Dentstica da FOUSP
Autor para correspondncia
Prof. Dra. Margareth Oda
Endereo: Professor Lineu Prestes, 2227. Cidade Universitria. So Paulo SP
CEP:05508-000
Tel.: (011) 3091-7841
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 17
Artigos Cientficos
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar e
comparar, in vitro, a eficcia do
repolimento na rugosidade superficial
aps a termociclagem entre resinas
compostas nanohbrida, microhbrida,
microhbrida condensvel e
microparticulada. Utilizou-se trs
sistemas distintos de polimento,
Enhance/PoGo; Astropol; Sof-Lex Pop
On. Quinze corpos-de-prova de cada
resina composta (Z-250 (3M ESPE);
P90 (3M ESPE); Z-350 (3M ESPE) e
Durafill (VS Heraeus)) foram divididos
em trs grupos, totalizando 12 grupos,
de acordo com o tipo de acabamento e
polimento pelo qual foram
submetidos. Estes passaram por teste
de rugosidade superficial com auxlio
de Rugosmetro (Mitutoyo, Japan), em
quatro momentos diferentes, aps 24
horas em gua destilada (controle),
aps polimento, aps termociclagem e
aps repolimento com pasta de
polimento Diamond R (FGM) e discos
de feltro em baixa rotao. Os valores
de rugosidade foram analisados
atravs do teste ANOVA (Anlise de
Varincia) e Tukey. O que pode ser
observado foi que no houve diferena
estatisticamente significante entre os
tipos de polimento (p=0,000), sendo
que todos foram eficazes, porm entre
as resinas compostas o pior resultado
foi encontrado quando utilizado a
resina Durafill (microparticulada) (p =
0,0056). A tcnica de repolimento se
mostrou eficaz, j que os valores de
rugosidade superficial encontrados
(Ra= 0,05mc) foram menores do que
quando foi realizado o polimento
inicial (Ra= 0,25mc) em todos os
grupos. Podemos concluir que no
houve diferena entre as tcnicas de
polimento. Entre as resinas a que
apresentou maior rugosidade
superficial foi a microparticulada, no
havendo diferena entre as outras
trs. A tcnica de repolimento
apresentou-se eficaz podendo ser
realizada aps procedimentos que
aumentam a rugosidade da resina
composta, como o jato de bicarbonato,
e profilaxia da resina composta, j que
esta tcnica demonstrou devolver a
lisura e brilho superficial que
alterado com o passar do tempo.
Descritores: resina composta,
repolimento, rugosidade superficial.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 18
Artigos Cientficos
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate
and compare in vitro the efficacy of re-
polishing the surface roughness after
thermocycling between composites
nanohbrida, microhybrid,
microhybrid condensable and
microparticulate. We used three
different polishing systems, Enhance /
PoGo; Astropol; Sof-Lex Pop On
Fifteen bodies-specimens of each
composite resin. (Z-250 (3M ESPE),
P90 (3M ESPE) Z-350 (3M ESPE) and
Durafill (VS Heraeus)) were divided
into three groups a total of 12 groups
according to the type of finishing and
polishing after which they were
subjected. These have undergone
surface roughness test with the help
of Surface Roughness Tester
(Mitutoyo, Japan), at four different
times, after 24 hours in distilled water
(control), after polishing, after thermal
cycling and after re-polishing with
Diamond R polishing paste (FGM) and
felt discs at low speed. The roughness
values were analyzed by ANOVA
(analysis of variance) and Tukey. What
can be observed was that there was no
statistically significant difference
between the types of polishing (p =
0.000), all of which were effective, but
among the composites the worst
results were found when used to
Durafill resin (microparticulate) (p =
0.0056). The resurfacing technique
was effective, since the surface
roughness values obtained (R =
0,05mc) were lower than when the
initial polishing was performed (Ra =
0,25mc) in all groups. We can
conclude that there was no difference
between the polishing techniques.
Among the resins with the highest
surface roughness was the
microparticulate, with no difference
between the other three. The
resurfacing technique proved to be
effective and can be performed after
procedures that increase the
roughness of the composite resin,
such as bicarbonate jet, and
prophylaxis of composite resin, as this
technique proved return the
smoothness and surface gloss that is
changed over time.
Key-words: composite resin, re-
polishing, surface roughness.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 19
Artigos Cientficos
INTRODUO
Atualmente as resinas
compostas so os materiais de eleio
na clnica odontolgica, por serem
materiais estticos que oferecem
resultados satisfatrios e tambm
possibilitam conservao da estrutura
dental. Atravs do adequado
acabamento e polimento dessas
restauraes, consegue-se obter uma
adequada adaptao marginal,
superfcies lisas e polidas,
aumentando assim a durabilidade e
esttica final da restaurao.
Existe uma variedade de resina
composta no mercado e importante
saber diferenciar suas propriedades e
indicaes. As propriedades de uma
resina composta dependem da
natureza da matriz orgnica, do tipo e
volume da carga e interface adesiva
matriz/carga. J as propriedades
mecnicas so significantemente
influenciadas pelo volume da carga
inorgnica, grau de converso e
porcentagem de silano1.
As resinas compostas so
classificadas de acordo com as
caractersticas das partculas de
carga, tais como, distribuio
(quantidade) e tamanho mdio. Com
relao ao tamanho mdio pode-se
classific-las em microparticuladas,
hbridas (com subdiviso em
microhbridas e nanohbridas) e
nanoparticuladas2 .
As resinas de micropartculas
possuem uma quantidade limitada de
carga (aproximadamente 52% em
peso), sendo a slica coloidal a sua
partcula fundamental; o dimetro
dessas partculas variavam de 0,01 a
0,04 micrmetros. O diferencial destas
resinas a obteno de alto grau de
polimento e a manuteno do mesmo3,
porm devido a pouca quantidade de
matriz inorgnica essas resinas
apresentam como desvantagem uma
baixa resistncia mecnica.
Enquanto os nanoparticulados
usam partculas de tamanhos
nanomtricos, os nanohbridos
combinam partculas nanomtricas e
convencionais (micromtricas),
oferecendo alta translucidez, alto
brilho e polimento superior, bem
como propriedades mecnicas
adequadas para alta tenso de
suporte das restauraes4.
Recentemente surgiu no
mercado uma nova resina composta
micro-hbrida, a Filtek P90, 3M
ESPE, EUA que tem como matriz
resinosa silorano em vez das
convencionais resinas base de
metacrilatos. Com isso, ela apresenta
menor estresse de contrao. As
propriedades mecnicas desta resina
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 20
Artigos Cientficos
permite obter resultados estticos
satisfatrios para os dentes
posteriores5 e altamente estvel no
ambiente bucal. Assim, essa resina
melhor do que as resinas compostas
micro-hbridas convencionais base
de metacrilatos, no que se refere
estabilidade de cor e manuteno do
polimento6.
A etapa de acabamento e polimento
em uma restaurao tem a funo de
remover os excessos de resina
composta, alm de proporcionar
melhor contorno e suavizao
restaurao, podendo afetar o aspecto
final da restaurao, deixando esta
menos susceptvel a fatores como
manchas na superfcie, acmulo de
placa e irritao gengival7,8.
O acabamento e polimento
requer o uso sequencial de pelo menos
dois, mas normalmente mais,
instrumentos com partculas
gradualmente menos abrasivas,
seguidos do uso de pontas de
borracha ou resina de silicone
impregnado de abrasivos e pastas de
polimento, para se obter o brilho e
lisura superficial desejados3. O
resultado do polimento final depende
do tamanho, forma e carga no
compsito de resina. Quanto maiores
forem s partculas, mais spera
superfcie se encontrar aps o
polimento3.
A cor, forma e a textura da
superfcie so fatores importantes
quando se busca a esttica dental, j
que o objetivo a ser alcanado
reparar a estrutura dental perdida,
devolvendo a aquele elemento dental a
forma, a funo e a esttica perdida9.
A cor dos compsitos pode ser
alterada por vrios fatores, como por
exemplo, rugosidade da superfcie10,
composio do material11, tcnica de
polimento12, como resultado do
envelhecimento do compsito sob
vrias condies fsico-qumicas como
alteraes de temperatura e umidade,
luz visvel e irradiao UV13 e tambm
pelo contato com diversos tipos de
corantes14,15.
To logo terminado o
tratamento restaurador, importante
que o profissional oriente ao paciente
as medidas de manuteno como o
controle do biofilme, atravs da
correta tcnica de escovao e uso do
fio dental, dieta e retornos ao
consultrio para o re-polimento das
restauraes16.
O manchamento das resinas
pode ser causado por fatores
extrnsecos e intrnsecos. Os fatores
intrnsecos alteram a cor do material
propriamente dito, que pode ocorrer
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 21
Artigos Cientficos
aps a exposio a diferentes fontes de
energia e imerso em gua por um
longo perodo de tempo. uma
alterao na matriz da resina
composta devido a alteraes
qumicas17,18.
Quando uma restaurao
esttica de resina apresenta-se
manchada existe a possibilidade de
evitar a troca da mesma, fazendo o
repolimento. Dependendo da
profundidade que o manchamento
atinge essa tcnica apresenta bons
resultados e evita-se a troca
prematura e recupera-se a cor inicial
da resina13,19, devido lisura
superficial que a etapa de repolimento
proporcionar, fazendo com que as
substncias corantes no pigmentem
a restaurao, no alterando sua
colorao.
Diante do exposto, o objetivo
desse trabalho foi avaliar e comparar
in vitro a eficcia do re-polimento na
diminuio da rugosidade superficial
aps a termociclagem, entre resinas
compostas nanohbrida, microhbrida,
microhbrida condensvel e
microparticulada utilizando trs
sistemas distintos de polimento.
MATERIAL E MTODO
Para este estudo foram
confeccionados 60 discos de resina
composta fotopolimerizvel, com o
auxlio de uma matriz em ao inox
bipartida de 7X3mm20 (Figura 1).
Foram utilizadas quatro tipos de
resinas compostas: micro-hbrida:
Filtek Z250 (3M ESPE ,Dental
Products, St Paul, MN, USA); micro-
hbrida condesvel: Filtek P90 (3M
ESPE ,Dental Products, St Paul, MN,
USA); nanoparticulada: Filtek
Supreme (3M ESPE ,Dental Products,
St Paul, MN, USA); microparticulada:
Durafill (VS Heraeus Kulzer
Weihrheim, Germany).
Figura 1: Matriz em ao de inox bipartida
As resinas compostas foram
inseridas na matriz e fotopolimerizadas
em dois incrementos, segundo
especificaes do fabricante. Aps a
insero da ltima camada da resina
na matriz, foi posicionada sobre o
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 22
Artigos Cientficos
material uma tira de polister, uma
lamnula de vidro, e sobre esta um
peso de 500g durante um perodo de
20 segundos20, para posterior
fotopolimerizao com o aparelho LED
(Elipar Freeligth 2- 3M-ESPE, ST Paul, MN, EUA),
com intensidade de luz de 1.200
mW/cm2.
Os corpos-de-prova foram
armazenados em gua destilada em
estufa (Oneon 502; Fanem, So Paulo, Brasil) a 37C por
24 horas. Cada marca de resina
composta foi dividida em trs outros
grupos de acordo com o tipo de
acabamento e polimento pelo qual foi
submetido:
Grupo 1- espcimes polidos
com o sistema Enhance/ Pogo;
Grupo 2- espcimes polidos
com o sistema Astropol com as
pontas em forma de disco na
sequencia de cores cinza,
verde e rosa.
Grupo 3- espcimes polidos
com o sistema Sof Lex Pop On
na sequncia descrescente de
granulometria indicada pelo
fabricante: marron, laranja,
amarelo escuro e amarelo
claro.
As anlises de rugosidade
foram realizadas com o equipamento
Rugosmetro (Mitutoyo SJ- 201P-
Tkio- Japan) nos seguintes
momentos: antes do polimento (aps
as 24horas), aps o polimento, aps o
envelhecimento artificial e aps o re-
polimento.
Os corpos de prova foram
submetidos a 1.000 ciclos de
termociclagem (Ciclagem trmica srie
521-4D.Nova tica, Brasil), simulando
a variao de temperatura bucal pela
qual as restauraes passam, sendo
assim, envelhecidas artificialmente.
Em seguida, os corpos de prova
foram repolidos com pasta de
polimento Diamond R e discos de
feltro em baixa rotao por 20
segundos. Aps esta etapa foram
lavados em gua por 10 segundos e
em seguida, o processo foi repetido,
como especificado pelo fabricante.
Todo procedimento foi
executado por um pesquisador, para
que ocorra padronizao no
experimento. Para a sequencia de
polimento e repolimento, os corpos de
prova eram secos com jato de ar por
10 segundos a uma distncia de 5cm.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 23
Artigos Cientficos
RESULTADOS
O que pode ser observado
atravs da analise de varincia
(ANOVA Tabela 1) que no houve
diferena estatisticamente significante
na rugosidade superficial entre os trs
tipos de polimento (Enhance-PoGo,
Astropol e Sof-Lex Pop On), e os trs
se mostraram eficazes.
Entre as resinas Z-350, P90 e
Z-250 no foi encontrada diferena
estatisticamente significante (Tukey =
0,11), porm nos grupos da resina
Durafill foi possvel verificar diferena
(p = 0,0056) entre os demais grupos
de resina, sendo que esta obteve o
pior nvel de rugosidade superficial.
Tambm foi encontrada
diferena entre os momentos antes do
polimento, aps polimento, aps
envelhecimento artificial e aps
repolimento (p=0,000). Os valores
encontrados antes e aps polimento
no mostram grande diferena, mas
aps o envelhecimento artificial h um
acrscimo da rugosidade superficial.
J aps a tcnica de repolimento os
valores da rugosidade superficial so
menores do que os que so
encontrados aps polimento inicial.
Fonte de Variao Soma de Quadr.
G.L. Quadr. Mdios
(F) Prob. (HO)
Entre Momentos 4.9909 3 1.6636 27.70 0.0000%
Entre Resinas 1.6708 3 0.5569 9.27 0.0056% Entre Polimentos 0.0272 2 0.0136 0.23 19.9573%
Interao MxR 3.1396 9 0.3488 5.81 0.0008% Interao PxM 0.4444 6 0.0741 1.23 29.0141%
Interao PxR 1.1122 6 0.1854 3.09 0.6828% Interao PxRxM 1.8020 18 0.1001 1.67 4.7919%
Resduo 11.5320 192 0.0601 Variao Total 24.7192 239
Tabela 1: Anlise de varincia
DISCUSSO
Os materiais restauradores
devem apresentar maior lisura
superficial, por isso procedimentos de
acabamento e polimento so
necessrios aps a confeco de uma
restaurao de resina composta, uma
vez que minimizam a reteno do
biofilme, manchas e outros problemas
resultantes da exposio de
superfcies speras ao ambiente oral
preservando a esttica10. Dennilson
em 201111, tambm concluiu que uma
superfcie altamente polida
clinicamente semelhante ao esmalte
adjacente e deve ter um mnimo de
reteno de biofilme, tecidos
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 24
Artigos Cientficos
adjacentes saudveis e disperso da
luz que realam a esttica. Este autor,
ainda enfatiza tambm que a
superfcie final da resina aps o
polimento deve ter uma aparncia
acetinada e brilhante, dependendo da
composio do material de
restaurao. O processo de
acabamento e de polimento
influenciado pela composio do
material de substrato, tamanho de
partcula do abrasivo, presso
aplicada, e tempo de aplicao.
Tcnicas sequenciais so
normalmente utilizadas para melhorar
a eficincia na obteno da superfcie
mais lisa possvel.
Ao se confeccionar uma
restaurao, o ideal seria que essa
apresentasse a superfcie lisa e mais
regular possvel. A presena de fatores
como tcnica de acabamento e
polimento das restauraes2, 21, 22, 23; a
ao mecnica da escovao dentria
associada ao uso de dentifrcios24; a
ao abrasiva de jatos de
ar/gua/bicarbonato; bebidas e
alimentos25,26,27; aplicao tpicas de
fluoretos28; componentes salivares,
alteraes de pH de solues
orgnicas15; e ao de agentes
clareadores podem quando associados
em diferentes combinaes influenciar
em inmeras propriedades dos
materiais restauradores e dentre estas
no maior ou menor grau de
rugosidade superficial29.
Para preservar estrutura dental
e devolver restaurao brilho
superficial, ausncia de
manchamentos e maior lisura,
procedimentos clnicos como
repolimento devem ser realizados9,30.
Pontes et al (2009)22 avaliaram o
comportamento de resinas
microparticuladas (Durafill) e
nanoparticuladas (4 Seasons, Esthet
X, Point 4 e Filtek Supreme)
submetidas a quatro etapas de
finalizao, uma de acabamento com
pontas diamantadas F (KG Sorensen)
e a trs etapas de polimento com
pontas de silicone Politipit (Ivoclar
Vivadent) nas cores cinza, verde e
rosa. medida que as pontas para
acabamento foram sendo utilizadas
nas resinas microparticulada e
nanoparticuladas os valores de
rugosidade de superfcie foram
diminuindo. Ao final se observou que
a resina Durafill apresentou o maior
valor de rugosidade aps a ltima
etapa de polimento com pontas
siliconadas de cor rosa quando
comparada com as resinas
nanoparticuladas aps a ltima etapa
de polimento. Este comportamento
tambm foi observado no presente
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 25
Artigos Cientficos
estudo, onde a resina Durafill
apresentou a maior rugosidade
demonstrando um comportamento
distinto em relao s resinas
nanoparticulada, micro-hbrida
condesvel e microhbrida.
No estudo de Anfe et al. (2011)9,
onde foram avaliadas os
manchamentos de diferentes resinas
compostas em submerso em meios
corantes e aps repolimento, foi
observada a importncia da etapa de
repolimento, j que aps este
procedimento houve diminuio do
manchamento superficial, o que
corrobora com nosso trabalho, j que
quanto maior a rugosidade maior o
manchamento, assim como quanto
menor a rugosidade, maior a lisura e
menor manchamento.
Murakama, Uemtsubo, Valera e
Arajo (2006)30 avaliaram a
rugosidade superficial de 2 tipos de
resinas compostas (microhibrida e
hibrida) que passaram por dois
sistemas distintos de profilaxia, pedra-
pomes e jato de bicarbonato, e aps
repolimento, e concluram que o
repolimento foi eficaz e os valores de
rugosidade foram menores do que a
rugosidade inicial dos corpos-de-
prova, assim como neste trabalho.
CONCLUSO
Segundo a metodologia
empregada pode-se concluir que, no
houve diferena entre as tcnicas de
polimento. Entre as resinas compostas
a que apresentou maior rugosidade
superficial foi a microparticulada, no
havendo diferena entre as demais. A
tcnica de repolimento eficaz e
recomenda-se ser realizada aps
procedimentos que aumentam a
rugosidade da resina composta, como
o jato de bicarbonato e a profilaxia,
pois esta tcnica devolveu a lisura e
brilho superficial alterado.
REFERNCIAS
1. Turkun LS, Leblebicioglu EA. Stain
retention and surface characteristics of
posterior composites polished by one-step systems. Am J Dent 2006;19(6):3437.
2. Maresca C1, Pimenta LA, Heymann HO,
Ziemiecki TL, Ritter AV. Effect of finishing instrumentation on the marginal integrity
of resin-based composite restorations. J
Esthet Restor Dent. 2010 Apr;22(2):104-
12. 3. Endo T, Finger WJ, Kanehira M, Utterodt
A, Komatsu M. Surface texture and
roughness of polished nanofill and nanohybrid resin composite. Dent Mater
J 2010;29(2):213-223.
4. Antonson SA, Yazici AR, Kilinc E, Antonson DE, Hardigan PC. Comparison
of different finishing/polishing systems on
surface roughness and gloss of resin composites. J Dent. 201;39(1):9-17.
5. Eick JD, Smith RE, Pinzino CS, Kostoryz
EL. Stability of silorane dental monomers
in aqueous systems. J Dent. 2006;34(6):405-10.
6. Furuse AY, Gordon K, Rodrigues FP,
Silikas N, Watts DC. Colour-stability and glossretention of silorane and
dimethacrylate composites with
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 26
Artigos Cientficos
accelerated aging. J Dent.
2008;36(11):945-52. 7. Kameyama A, Nakazawa T, Haruyama A,
Haruyama C, Hosaka M, Hirai Y.
Influence of finishing/polishing procedures on the surface texture of two
resin composites. The open Dent J.
2008;2:56-60.
8. Bashetty K, Joshi S. The effect of one-step and multi-step polishing systems on
surface texture of two different resin
composites. J Conserv Dent. 2010;13(1):34-38.
9. Anfe TEA, Agra CM, Vieira GF. Evaluation
of the possibility of removing staining by repolishing composite resins submitted to
artificial aging. JERD 2011; 23(4): 260-
267. 10. Scheibe KG, Almeida KG, Medeiros IS,
Costa JF, Alves CM. Effect of different
polishing systems on the surface
roughness of microhybrid composites. J Appl Oral Sci. 2009;17(1):21-6.
11. Dennison J. Surface Roughness and
staining susceptibile of composite resins after finishing and polishing. Journal
Compilation 2011;23(1) 44-45.
12. Attin T, Hannig C, Wiegand A, Attin R. Effect of bleaching on restorative materials
and restorations--a systematic review.
Dent Mater. 2004 Nov;20(9):852-61. 13. Mundim FM, Garcia LFR, Pires-de-Souza
FCP. Effect of staining solutions and
repolishing on color stability of direct
composites. J Appl Oral Sci. 2010;18(3):249-54.
14. Gulen AU, Yilmaz F, Kulunk T. Guler E,
Kurt S. Effects of different drinks on stainability of resin composite provisional
restorative materials. J Prosthet Dent.
2005;94(2):118-24. 15. Yap Au, Low JS, Ong LF. Effect of food
simulating liquids on surface
characteristics of composite and polyacid modified composite restoratives. Oper
Dent. 2000; 25 (3): 170- 6.
16. Gurgel LG, Von Shsten EM, Lucena KCR,Pedrosa Guimares R,Beatrice LC,
Silva CHV. Manuteno do tratamento
restaurador. Odontol. Cln.-Cient., Supl.
2011: 431-435. 17. Janda R, Roulet JF, Kaminsky M, Steffin
G,Latta M. Color stability of resin matrix
restorative materials as a function of the method of light activation. Eur J Oral Sol
2004;112(3):280-5.
18. Kolbeck C, Rosentritt M, Lang R, Handel
G. Discoloration of facing and restorative composites by UV-irradiation food. Dent
Mater. 2006;22(1)63-8.
19. Gordan VV, Shen C, Riley J 3rd, Mjor IA. Two-year clinical e valuation of repair
versus replacement of composite
restorations. J Esthet Restor Dent
2006;18(3):144-53;discussion 154. 20. Costa JB, Gonalves F, Ferracane JL.
Comparison of two-step versus four-step
composite finishing/polishing disc systems: evaluation of a new two-step
composite polishing disc system. Oper
Dent. 2011;36(2):205-12. Epub 2011 Jun24.
21. Dorter, C. Effect of polishing procedures
on surface characteristics of tooter colored restoratives. J Dent Res
1999;77:948(Abstratc 2532).
22. Pontes AP, Mainieri ET, Pacheco JF,
Martins JL, Shinkai RAS, Mainieri VC. Rugosidade superficial de compsitos
microparticulados e nanoparticulados
aps acabamento e polimento. Rev Gacha Odontol. 2009;57(2):179-82.
23. Hanadi Y Marghalani. Effect of
Finishing/Polishing Systems on the Surface Roughness of Novel Posterior
Composites. J Esthet Restor Dent. 2010;
22:127138. 24. Attin T, Buchalla W, Trett A,Helliwig E.
Tooth brushing abrasion of polyacid-
modified composites in neutral and acid
buffer solution. J Prosthit Dent. 1998; 80 (2): 148-50.
25. Freitas FJG; Consani S; Goes MF;
Nascimento EA; Morais SL. Ao de cidos sobre a resina composta. RGO.
1998;46(4):201-4.
26. Huang HM. Degradation of dental composites in organic solutions
simulating oral enveroment. J Dent Res.
1999;77:686 (Abstract 437). 27. Marquis JA, Murchison DF, Chariton DG,
Cooley RL. Effect of air-powder abrasion
prophylaxis on compomer surface roughness. J Dent Res 2000: 79:
278.(Abstract 1080).
28. Wimonchit S, Sarinnapakorn L. Effect of
acidulated phosphate fluoride on surface roughness of composite resin. J Dent Res
2000; 79: 278.(Abstract 1074).
29. Kilimitzoglou D, Wolff MS- The surface roughness of a microfilm and hybrid
composite after exposure to carbamide
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 27
Artigos Cientficos
peroxide. J Dent res 2000; 79: 277.
(Abstract 1070). 30. Murakama JT, Uemtsubo LS, Valera MC,
Arajo MAM. Rugosidade Superficial de
Resinas compostas aps utilizao de jato de bicarbonato ou pasta de pedra-pomes.
RGO, 2006;54(1):7-10.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 28
Artigos Cientficos
CHECK-LIST ESTTICO PRTICO PARA O CLNICO
GERAL
Practical check-list for aesthetics procedures
Milena Traversa Palazon1
Michel Nicolau Youssef-2
Csar Rogrio Pucci3
Daphne Cmara Barcellos4
1Professora de Dentstica Faculdade de Odontologia - UNIB
2Professor Associado - Faculdade de Odontologia da USP
3Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Jlio de
Mesquita Filho
4Doutora em Odontologia Restauradora pelo Unversidade Estadual Paulista
Julio de Mesquita Filho
Autor para Correspondncia:
Milena Traversa Palazon
Endereo: Avenida Interlagos 1329 Chcara-Flora - 04661-100 So Paulo-SP
e-mail: [email protected]
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 29
Artigos Cientficos
RESUMO
A esttica dental o desejo de muitos
pacientes e o profissional precisa
conhecer a fundo os requisitos de uma
anlise esttica para estabelecer um
diagnstico e plano de tratamento
corretos, alm de ter uma viso
multidisciplinar das possveis
necessidades e alternativas de
tratamento integrados. Este trabalho
se props a estudar os check-lists
estticos propostos por alguns autores
nacionais e internacionais, analisar o
material de apoio que auxilia na
elaborao de uma anlise esttica,
orientar na coleta de dados e na
importncia de cada item analisado,
bem como, na indicao criteriosa a
outros colegas, quando esta se fizer
necessria e assim apresentar um
novo modelo, mais resumido e mais
fcil de ser aplicado pelo clnico geral
Descritores: esttica dental,
diagnstico, planejamento
ABSTRACT
Dental aesthetics is the desire of many
patients and health professionals have
to know in depth the requirements of
an aesthetic analysis to establish a
correct diagnosis and treatment plan,
and have a multidisciplinary view of
the possible needs and integrated
treatment alternatives. This work
aimed to study the proposed aesthetic
checklists for some national and
international authors, analyze the
material support that assists in the
development of an aesthetic analysis,
guiding the collection of data and the
importance of each item analyzed, as
well as in careful indication to
colleagues when this becomes
necessary and thus present a new
model, more concise and easier to be
applied by the general practitioner
Key-words: dental aesthetics,
diagnosis, treatment plan
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 30
Artigos Cientficos
INTRODUO
A esttica a cincia da beleza,
sua traduo literria a cincia dos
sentidos e diz respeito percepo
sensitiva e s suas realizaes. O
termo deriva do Grego aesthesis que
significa percepo e sentimento e
tambm realizao e compreenso.
Nos dias de hoje a esttica
principalmente associada beleza
(Hkel, 2006).
A busca constante pela beleza ,
como sinnimo de sade e sucesso,
vem sendo cada vez mais ressaltada
pela mdia, que impe o padro de
dentes brancos e alinhados gerando
um sorriso harmnico, que expresse
emoes positivas. Atendendo a estas
exigncias, a odontologia oferece
tratamentos cosmticos e
restauradores que possibilitam essa
transformao quase imediata (Vieira,
2005; Francci et al, 2009).
Compete ao cirurgio-dentista
agregar conhecimento cientfico e
tcnicas aprimoradas, o uso de
materiais odontolgicos de ltima
gerao, seu potencial artstico e
muita sensibilidade para obter
sucesso em seus trabalhos,
proporcionando ao paciente, funo,
esttica e conseqentemente
satisfao, auto-estima e confiana.
importante salientar que o
cirurgio-dentista tambm tem o
papel de promover sade pblica e no
caso do Brasil, os tratamentos
estticos acabam se restringindo a
uma escassa minoria (Scopin, 2007).
O profissional precisa conhecer
a fundo os requisitos de uma anlise
esttica para estabelecer um
diagnstico e plano de tratamento
corretos, alm de ter uma viso
multidisciplinar das possveis
necessidades e alternativas de
tratamento integrados e proporcionar
a melhor alternativa de tratamento,
eficiente e prtica (Beolchi & Palo,
2011).
Uma boa anamnese, inclusive
psicolgica, uma anlise esttica
precisa, materiais de apoio como fotos,
modelos de estudo, enceramentos,
contribuem para o xito do
tratamento. Por outro lado, recursos
visuais de computao grfica, o uso
de cmeras intra-orais, manequins e
maquetes do sorriso, elucidam o
trabalho proposto e auxiliam na
previsibilidade e aceitao do mesmo
(Magne, 2015).
Com a expanso do uso de
procedimentos restauradores
cosmticos houve maior interesse na
determinao de diretrizes e padres
estticos. O impacto esttico final de
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 31
Artigos Cientficos
um sorriso pode ser dividido em
quatro reas especficas: esttica
gengival, esttica facial, microesttica
e macroesttica.
A macroesttica estabelece a
relao de vrios dentes entre si, com
os tecidos moles e com as
caractersticas faciais; j a
microesttica descreve as
caractersticas especficas ao dente e
suas estruturas constituintes (Morley
& Eubank ,2001).
Vrios autores sugerem
protocolos para a observao dos itens
que compem uma anlise esttica e
este trabalho sugere um novo modelo,
na forma de check-list , para auxiliar
o clnico nesta tarefa.
Os objetivos neste trabalho
foram:
realizar um estudo comparativo
dos check-lists estticos propostos por
alguns autores nacionais e
internacionais e assim apresentar um
novo modelo, mais resumido e,
portanto de mais fcil aplicabilidade
pelo clnico geral
analisar o material de apoio que
auxilia na elaborao de uma anlise
esttica;
orientar o cirurgio-dentista na
coleta de dados e na importncia de
cada item analisado, bem como, na
indicao criteriosa a outros colegas,
quando esta se fizer necessria.
REVISO DA LITERATURA E
DISCUSSO
Na elaborao de uma anlise
esttica existem alguns fatores que
colaboram decisivamente na coleta
dos dados, como por exemplo: uma
anamnese minuciosa, documentao
radiogrfica, modelos de estudo,
fotografias. Marzola et al. (2000),
recomendam o uso de mock-ups de
matriz de acetato com resina
composta ou acrlica, atravs do qual
o paciente faz a prova na boca,
possibilitando a visualizao do
resultado final, e ao profissional, o
estudo com maior preciso, das
alteraes propostas. J Vieira (2006),
sugere o uso da Maquete do Sorriso,
que alm da previsibilidade do
resultado oferece a possibilidade da
comparao com a situao original.
H ainda a importncia de uma
anlise subjetiva do paciente,
observando seus traos pscicolgicos,
anseios e ainda seu comportamento
ao falar e se expressar. A entrevista
com o paciente fundamental para o
profissional captar o que realmente ele
quer e conscientiz-lo de suas reais
limitaes.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 32
Artigos Cientficos
Rufenacht (1990), destaca em
sua anlise a importncia de fatores
como: componentes faciais,
visibilidade dos dentes, componentes
do sorriso, linha labial, linha do
sorriso, curvatura labial ascendente,
espao negativo, simetria do sorriso,
linha oclusal ou plano oclusal, e
componentes dentais como: linha
mdia, proporo urea, alinhamento
axial, arranjo dental, progresso,
morfologia, pontos de contato,
morfologia gengival, contorno gengival,
alm de componentes fsicos como a
iluso de tica. Realizou uma
classificao gengival quanto
posio dos znites (nvel mais apical
do contorno gengival). Denominou de
Classe I quando h uma situao em
que os znites dos incisivos centrais e
dos caninos esto mais para apical do
que os znites dos incisivos laterais, e
Classe II, quando ocorre o inverso, os
znites dos incisivos laterais esto
mais apicais em relao aos znites
dos incisivos centrais e caninos
(Figuras 1 e 2).
Figura 1: Classe I (Rufenacht, 1990)
Figura 2: Classe II (Rufenacht, 1990)
Figura 3 Demonstrao da aplicao
clnica do grid. A) Os dentes anteriores esto em proporo urea. (Rufenacht,
1990)
Figura 4 Demonstrao da aplicao clnica do grid. O espao negativo lateral
est em proporo urea com metade da
largura do segmento anterior. (Rufenacht, 1990)
Preconiza tambm o uso da
proporo urea existe um dispositivo,
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 33
Artigos Cientficos
denominado grid, que ajuda a detectar
onde foge esttica segundo a
proporo urea. Apresentam-se com
a largura do incisivo de 7 a 10 mm,
dando a largura do incisivo lateral,
canino e espao negativo
correspondentes, segundo a proporo
divina (Figura 3 e 4).
Consolaro (2005), ressalta
tambm a importncia dos lbios, que
funciona como uma linha divisria
entre a Odontologia e a Dermatologia e
seu papel esttico e funcional. A
esttica facial em certos casos
depende no s da atuao do
cirurgio-dentista, mas da ao
concomitante do dermatologista ou
cirurgio-plstico para devolver a
harmonia, vivacidade, que no
somente se conquista com uma
reabilitao odontolgica.
Hirata et al. (2007), sugerem
um protocolo para facilitar a obteno
de dados atravs da anlise de
fotografias, j que seriam muitas as
informaes a serem colhidas na
primeira consulta. O protocolo inclui
oito tomadas fotogrficas, todas
intrabucais e com os respectivos
detalhes que devem ser observados.
Por outro lado, Conceio et al. (2005),
sugerem um protocolo de sete
fotografias, sendo que quatro so
extrabucais e analisam a face sob os
aspectos frontal e perfil, em repouso e
sorrindo.
Papassotiriu et al. (2000), em
seu estudo comparativo de consultas
convencionais com consultas usando
imagens de computadores, concluram
que estas so cerca de 10% mais
eficazes na aceitao do tratamento
embora despedem de mais tempo.
Magne (2003), Vieira (2004) e
Fradeani (2006), propem anlises na
forma de chek-lists bastante completas
e por isso mesmo, requerem um
tempo maior para o seu
preenchimento.
Magne (2003),selecionou os
critrios que julgou serem mais
importantes na forma de uma lista de
conferncia visando obteno de
trabalhos estticos bem sucedidos.
Tanto a esttica dental como a
gengival atuam em conjunto para
proporcionar um sorriso com
harmonia e equilbrio. Se houver um
defeito nos tecidos circundantes no
h possibilidade de se compens-lo
atravs de restauraes e vice-versa.
O resultado esttico depende da
integrao harmoniosa dos critrios
estticos fundamentais com o sorriso
e, finalmente, com a personalidade do
indivduo.
Quanto sade gengival, a
gengiva livre deve se estender da
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 34
Artigos Cientficos
margem gengival at o sulco gengival,
com uma superfcie lisa, rsea e fosca;
a gengiva inserida deve se estender do
sulco gengival livre at a juno
mucogengival, cor-de-rosa e textura
firme (queratinizada e inserida no osso
alveolar subjacente), com a aparncia
de casca de laranja presente em 30 a
40% dos adultos; e mucosa alveolar
apical at a juno mucogengival, com
aspecto vermelho-escuro e frouxa
(mvel) (Figura 5).
Figura 5 Componentes bsicos da gengiva saudvel: gengiva livre (FG), sulco gengival
(linha pontilhada branca), gengiva inserida (AG), juno mucogengival (linha pontilhada
preta) e mucosa alveolar (AM). (Magne, 2003)
Figura 6 As denties envelhecidas apresentam incisivos planos e desgastadas ( direita),
o oposto das denties jovens que apresentam bordas incisivas com uma configurao com
forma de gaivota ( esquerda). (Magne, 2003)
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 35
Artigos Cientficos
Em sua anlise, afirma que a
borda incisiva quando incorreta pode
gerar um aspecto artificial aos dentes.
Em pacientes de meia-idade
apresentam-se como uma linha reta,
semelhante a uma curva invertida; j
em pacientes jovens as bordas
apresentam-se na forma de gaivota.
A configurao das bordas incisivas,
como tambm, a relao desta ltima
com a linha labial baixa e a simetria
do sorriso so determinantes na idade
do sorriso. (Figura 6).
Magne (2015), adicionou um
importante conceito s anlises
sugeridas, modernizando o estudo da
esttica dental. O conceito proposto
para uma abordagem para o
aprendizado da morfologia dentria e
ocluso. Segundo Magne, morfologia
dental, funo e esttica devem refletir
uma fora motriz fundamental, isto ,
a reproduo fiel das propriedades
estruturais (funcional, mecnica) e
estticas da dentio natural. A parte
inovadora da abordagem proposta a
nfase em artes visuais e o aspecto
2D-3D-4D que comea com desenho
(2D / 3D) e continua com exerccios
de cera-up parciais que so seguidos
por waxups( no sei se traduzi
corretamente...) labiais e, finalmente,
cera completo -ups o uso das prteses
inovadoras tcnicas (depiladores
eltricos, padres de cera pr-
fabricadas, etc). Finalmente, o
conceito de camadas (4D) e o
histoanatomia de esmalte / dentina e
profundidade ptica so ensinados
atravs da realizao de exerccios
(camadas avanadas acrlico mock-
ups e restauraes de resina
composta). Todas essas tcnicas e
materiais no so usados apenas para
ensinar morfologia e ocluso, mas
tambm constituem ferramentas
essenciais que sero de uso
significativo para os dentistas
estudantes e tcnicos dentrios em
sua futura prtica diria. O
significado clnico da metodologia
apresentada deve permitir no s aos
estudantes, mas tambm aos
dentistas e tcnicos a ajudar os seus
colaboradores mais jovens a
desenvolver um profundo
conhecimento de morfologia .
Fradeani (2006), diz que antes
de focalizar os dentes necessrio
avaliar os elementos que constituem a
composio facial. O exame frontal e
de perfil do indivduo, incluindo a
anlise da posio dos olhos, nariz,
mento e lbios, permite a identificao
de pontos e linhas de referncia que
so indispensveis na reabilitao
esttica. Sem desconsiderar a
realizao de uma boa anamnese,
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 36
Artigos Cientficos
alm de coletar dados da
personalidade do paciente, sua auto-
avaliao e reais expectativas. Para
isto, prope um minucioso check-list
esttico conforme em anexo B que se
subdivide em anlise facial,
dentolabial, fontica e dental. Numa
vista frontal analisam-se as linhas de
referncia horizontais: linha
interpupilar e linha da comissura
labial; linhas de referncia verticais:
linha mdia e propores faciais,
teros faciais. No exame de perfil
observam-se o ngulo naso-labial
(Figura 7), linha-E e lbios. Alm
disso, evidenciam-se os perfis: normal,
convexo e cncavo.
Figura 7 Embora haja muitas excees, a posio do lbio considerada normal aquela
que permanece situada dentro (ou seja, posterior a) da linha que une a ponta do nariz
ponta do mento. (Fradeani, 2006)
J Conceio et al. (2005),
acreditam que o uso de fichas clnicas
especficas para anlise esttica talvez
no seja a melhor estratgia porque
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 37
Artigos Cientficos
geralmente so muito amplas e
demandam um maior tempo clnico
para preenchimento, muitas vezes na
presena do cliente. Alm disso,
questionrios a serem preenchidos por
pacientes normalmente no so bem
aceitos, uma vez que a maioria das
pessoas no gosta de respond-los.
Este estudo buscou uma anlise de
fcil entendimento e preenchimento
pelo clnico-geral, destacando os
principais requisitos estticos a serem
observados de uma forma clara e
objetiva, conforme consta na Figuras 8
e 9.
Qualquer anlise sugerida no
substitui o exame clnico convencional
realizado por todo dentista, que visa
anotar dados como restauraes feitas
e a fazer, prteses, etc, mas
complementa-o, proporcionando uma
viso geral esttica. O check-list
proposto sugere cinco tomadas
fotogrficas, as quais seriam: foto
frontal em repouso para anlise da
proporo dos teros faciais e
paralelismo das linhas interpupilar e
da LEC; e localizao da linha mdia
facial e conseqentemente avaliao
da simetria, frontal sorrindo para
anlise do lbio, exposio dental,
linha do sorriso, corredor bucal,
coincidncia de linhas interincisivas
superior e inferior, curva incisal e
plano oclusal; de perfil, para anlise
da relao maxilo-mandibular, de
perfil sorrindo, para anlise de
projees dentais e alinhamento e por
ltimo uma intabucal em ocluso;
para anlise de eixos dentais, cor dos
dentes, e outros fenmenos ticos
como, translucidez, opalescncia,
papilas e nvel gengival, alinhamento
dental, ocluso (mordida aberta,
sobremordida, etc), detalhes
anatmicos como manchas, trincas,
fissuras; propriedades dentais
descritas inicialmente por Ten & Zup,
1987, por exemplo (referencia que
inclui) e mais recentemente por Torres
& Borges, 2014.Segundo estes
autores, os defeitos de
desenvolvimento , que envolvem
alterao de cor do esmalte e
comprometem a aparncia esttica do
dente, podem ser tratados atravs da
tcnica de infiltrao de resina, a qual
mascara a cor destas leses e
uniformiza a cor do dente . Esta
tcnica pode ser considerada
relativamente simples e microinvasiva
, uma vez que apenas uma poro
mnima do esmalte removido . Tal
estudo, ilustra o efeito de
mascaramento de cor atravs de uma
resina infiltrante indicada para leses
de fluorose e hipomineralizao. Os
resultados estticos finais
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 38
Artigos Cientficos
demonstraram a capacidade da resina
infiltrante para mascarar a cor de
leses brancas defeitos de
desenvolvimento , resultando em
melhorias estticas clnicos
satisfatrios . No entanto , em casos
mais graves , o efeito de
mascaramento de cor no suficiente.
Este critrio, bem como a tcnica,
deve ser difundido aos clnicos gerais
para que possam executar tais
manobras ou ao menos indic-las com
propriedade.
Vanini (1996), explica que
conforme definido pela fsica , a cor
a luz. Com este pressuposto, seu
artigo reala a importncia da
interaco entre a luz e os tecidos
duros do dente como comparado com
a interaco entre a luz e materiais
resinosos . Com base na filosofia da
interpretao das cores e sua
aplicao prtica subsequente no
desenvolvimento de uma resina
microhpibrida fluorescente e
opalescente , o protocolo apresentado
permite ao cirurgio-dentista
conseguir restauraes com uma
interao de luz/ compsito, que se
assemelha de luz / dente natural. O
objetivo deste artigo foi apresentar as
tcnicas de diagnstico especficos
para estabelecer identificar e
reproduzir a anatomia e e as nuances
de cor, caractersticas de uma
dentio natural mas atravs de uma
resina composta . Uma avaliao
detalhada de matiz , croma ,
opalescncia , e de fluorescncia so
apresentadas de modo a simplificar a
tcnica de estratificao de resina .
Sugere-se exame radiogrfico,
modelos de estudo ou Maquete do
Sorriso, como materiais
complementares para o
preenchimento deste check-list. O
exame com lmpada ultra-violeta
complementar e evidencia as reas de
fluorescncia, uma propriedade ptica
de grande variao dentre as resinas
compostas.
Tanto a macroesttica quanto a
microesttica so essenciais para a
reproduo do dente quer seja pela
tcnica direta, com o uso de resinas
compostas (Kano et al, 2009) inclui
referencia, como pela tcnica indireta.
A importncia de um check-list
acessvel ao clnico est no correto
tratamento, j que uma vez
reconhecendo-se a incapacidade de
intervir ele pode ao menos
encaminhar o paciente com
propriedade.
J Conceio et al. (2005), acreditam
que o uso de fichas clnicas especficas
para anlise esttica talvez no seja a
melhor estratgia porque geralmente
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 39
Artigos Cientficos
so muito amplas e demandam um
maior tempo clnico para
preenchimento, muitas vezes na
presena do cliente. Alm disso,
questionrios a serem preenchidos por
pacientes normalmente no so bem
aceitos, uma vez que a maioria das
pessoas no gosta de respond-los.
Este estudo buscou uma anlise de
fcil entendimento e preenchimento
pelo clnico-geral, destacando os
principais requisitos estticos a serem
observados de uma forma clara e
objetiva, conforme consta na Figuras 8
e 9.
Qualquer anlise sugerida no
substitui o exame clnico convencional
realizado por todo dentista, que visa
anotar dados como restauraes feitas
e a fazer, prteses, etc, mas
complementa-o, proporcionando uma
viso geral esttica. O check-list
proposto sugere cinco tomadas
fotogrficas, as quais seriam: foto
frontal em repouso para anlise da
proporo dos teros faciais e
paralelismo das linhas interpupilar e
da LEC; e localizao da linha mdia
facial e conseqentemente avaliao
da simetria, frontal sorrindo para
anlise do lbio, exposio dental,
linha do sorriso, corredor bucal,
coincidncia de linhas interincisivas
superior e inferior, curva incisal e
plano oclusal; de perfil, para anlise
da relao maxilo-mandibular, de
perfil sorrindo, para anlise de
projees dentais e alinhamento e por
ltimo uma intabucal em ocluso;
para anlise de eixos dentais, cor dos
dentes, e outros fenmenos ticos
como, translucidez, opalescncia,
papilas e nvel gengival, alinhamento
dental, ocluso (mordida aberta,
sobremordida, etc), detalhes
anatmicos como manchas, trincas,
fissuras; propriedades dentais
descritas inicialmente por Ten & Zup,
1987, por exemplo (referencia que
inclui) e mais recentemente por Torres
& Borges, 2014.Segundo estes
autores, os defeitos de
desenvolvimento , que envolvem
alterao de cor do esmalte e
comprometem a aparncia esttica do
dente, podem ser tratados atravs da
tcnica de infiltrao de resina, a qual
mascara a cor destas leses e
uniformiza a cor do dente . Esta
tcnica pode ser considerada
relativamente simples e microinvasiva,
uma vez que apenas uma poro
mnima do esmalte removido. Tal
estudo, ilustra o efeito de
mascaramento de cor atravs de uma
resina infiltrante indicada para leses
de fluorose e hipomineralizao. Os
resultados estticos finais
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 40
Artigos Cientficos
demonstraram a capacidade da resina
infiltrante para mascarar a cor de
leses brancas defeitos de
desenvolvimento, resultando em
melhorias estticas clnicos
satisfatrios. No entanto , em casos
mais graves, o efeito de mascaramento
de cor no suficiente. Este critrio,
bem como a tcnica, deve ser
difundido aos clnicos gerais para que
possam executar tais manobras ou ao
menos indic-las com propriedade.
Vanini (1996), explica que
conforme definido pela fsica, a cor a
luz. Com este pressuposto, seu artigo
reala a importncia da interaco
entre a luz e os tecidos duros do dente
como comparado com a interaco
entre a luz e materiais resinosos. Com
base na filosofia da interpretao das
cores e sua aplicao prtica
subsequente no desenvolvimento de
uma resina microhibrida fluorescente
e opalescente, o protocolo apresentado
permite ao cirurgio-dentista
conseguir restauraes com uma
interao de luz/compsito, que se
assemelha de luz/dente natural. O
objetivo deste artigo foi apresentar as
tcnicas de diagnstico especficos
para estabelecer identificar e
reproduzir a anatomia e e as nuances
de cor, caractersticas de uma
dentio natural mas atravs de uma
resina composta. Uma avaliao
detalhada de matiz, croma,
opalescncia, e de fluorescncia so
apresentadas de modo a simplificar a
tcnica de estratificao de resina.
Sugere-se exame radiogrfico,
modelos de estudo ou Maquete do
Sorriso, como materiais
complementares para o
preenchimento deste check-list.
O exame com lmpada ultra-
violeta complementar e evidencia as
reas de fluorescncia, uma
propriedade ptica de grande variao
dentre as resinas compostas.
Tanto a macroesttica quanto a
microesttica so essenciais para a
reproduo do dente quer seja pela
tcnica direta, com o uso de resinas
compostas (Kano et al, 2009) inclui
referencia, como pela tcnica indireta.
A importncia de um check-list
acessvel ao clnico est no correto
tratamento, j que uma vez
reconhecendo-se a incapacidade de
intervir ele pode ao menos
encaminhar o paciente com
propriedade.
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 41
Artigos Cientficos
Figura 8 Representao dos principais requisitos estticos do check-list esttico para o
clnico-geral
-
Journal of Biodentistry and Biomaterials
Journal of Biodentistry and Biomaterials 2014;4(3) 42
Artigos Cientficos
Figura 9 Ficha sugerida para as anotaes acerca dos principais requisitos do check-list
para o clnico
CONCLUSO
Atravs do estudo realizado:
obteve-se um check-list prtico e
objetivo apresentado na forma de
um diagrama, mais direcionado ao
clnico-geral e atravs do qual o
profissional no s pode fazer seu
diagnstico e planejamento como
tambm mostr-lo de forma
elucidativa ao seu paciente;
tambm destaca-se a importncia
de um material de apoio no auxlio
do preenchimento do check-list que
inclui: percepo visual,
Alteraes observadas no Diagrama:
1)______________________________________________________________
________________________________________________________________
2)______________________________________________________________
________________________________________________________________
3)______________________________________________________________
________________________________________________________________
4)______________________________________________________________
________________________________________________________________
5)______________________________________________________________
________________________________________________________________
6)______________________________________________________________
________________________________________________________________
7)______________________________________________________________
________________________________________________________________
8)______________________________________________________________
________________________________________________________________
9)______________________________________________________________
________________________________________________________________
10)____________________________________________________________
________________________________________________________________
11)____________________________________________________________
_______________________________________________________________
Paciente:______________________________________________________
Idade:____________________ Sexo: Masculino Feminino
Queixa principal:______________________________________________
________________________________________________________________
Expectativas: ________________