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    A eNgeNhArIA portugueSA eM revIStADiretor Carlos Matias Ramos | Diretor-adjunto Jos Manuel Pereira Vieira

    EngEnhariadE SiStEmaS

    MeMbros eleitosassumem destino da Ordempara os prximos trs anos

    PriMeiro PlANo p.6

    lus VAlAdAres tAVAresProfessor CatedrtiCo de investigaooPeraCional e engenharia de sistemas do ist, Utl

    A Engenharia portuguesa deve contribuir para o estabelecimento de uma nova estratgia de desenvolvimento

    eNtreVistA p.40PriMeiro PlANo p.10

    4. Congresso Ibero-amerICano de eNgeNhAriA CiVilEngenheiros aprofundamconhecimento das competncias

  • A eNgeNhArIA portugueSA eM revIStA

    A IngenIum no ApenAs

    A engenhArIA portuguesA em revIstA

    tambm a revista dos engenheiros:

    profissionais especializados | empresrios | consumidores |

    decisores influentes na vida econmica e empresarial do pas

    Para anunciar a sua empresa ou produto na Ingenium, [email protected] | Tel.: 213 132 627

    Condies preferenciais para Membros da Ordem dos Engenheiros

    BImestrAl | 49.000 exemplAres | expedIo grAtuItA

    enviada para todos os engenheiros

    inscritos na ordem dos engenheiros, para entidades oficiais,

    empresas nacionais e estrangeiras, engenheiros de Angola,

    Cabo verde e moambique, entre outros pblicos.

    A Ingenium associada da API Associao Portuguesa de Imprensa

  • OrdEm dOS EngEnhEirOS

    Bastonrio: Carlos Matias RamosVice-Presidentes: Jos Manuel Pereira Vieira,

    Victor Manuel Gonalves de Brito

    Conselho diretivo nacionalCarlos Matias Ramos (Bastonrio), Jos Pereira Vieira (Vice-Presidente Nacional), Victor Gonalves de Brito (Vice-Presidente Nacional), Fernando de Almeida Santos (Presidente CDRN), Antnio Accio Matos de Almeida (Secretrio CDRN), Octvio Borges Alexandrino (Presidente CDRC), Antnio Ferreira Tavares (Secretrio CDRC), Carlos Mineiro Aires (Presidente CDRS), Maria Filomena Ferreira (Secretrio CDRS).

    Conselho de Admisso e QualificaoAntnio Ado da Fonseca (Civil), Fernando Branco (Civil), Fernando P. Maciel Barbosa (Eletrotcnica), Pedro Giro (Eletrotcnica), Jos Antnio Pacheco (Mecnica), Manuel Gameiro da Silva (Mecnica), Jlio Ferreira e Silva (Geolgica e de Minas), Nuno Feodor Grossmann (Geolgica e de Minas), Clemente Pedro Nunes (Qumica e Biolgica), Jorge da Silva Mariano (Qumica e Biolgica), Carlos Guedes Soares (Naval), scar Napoleo

    Filgueiras Mota (Naval), Joo Catalo Fernandes (Geogrfica), Jos Alberto Pereira Gonalves (Geogrfica), Antnio Fontanhas Fernandes (Agronmica), Raul Fernandes Jorge (Agronmica), Maria Helena de Almeida (Florestal), Maria do Loreto Monteiro (Florestal), Rui Vieira de Castro (Materiais), Maria Teresa Freire Vieira (Materiais), Gabriel Torcato David (Informtica), Pedro Veiga (Informtica), Armnio de Figueiredo (Ambiente), Fernando Santana (Ambiente).

    Presidentes dos Conselhos nacionais de ColgiosCristina Machado (Civil), Francisco de La Fuente Sanchez (Eletrotcnica), Rui Marques de Brito (Mecnica), Carlos Caxaria (Geolgica e de Minas), Eugnio Campos Ferreira (Qumica e Biolgica), Nuno Antunes dos Santos (Naval), Manuela Vasconcelos (Geogrfica),Pedro Castro Rego (Agronmica), Francisco Castro Rego (Florestal), Antnio Correia (Materiais), Lus Amaral (Informtica), Lus Marinheiro (Ambiente).

    regio norteConselho Diretivo: Fernando Almeida Santos (Presidente), Antnio Machado e Moura (Vice-Presidente), Antnio Matos de Almeida (Secretrio), Carlos Fernandes Alves (Tesoureiro).Vogais: Carlos Duarte Neves, Vtor Lopes Correia, Maria Alexandrina Silva Menezes.

    regio CentroConselho Diretivo: Octvio Borges Alexandrino (Presidente), Antnio Canas (Vice- -Presidente), Antnio Tavares (Secretrio), Maria da Graa Rasteiro (Tesoureira).Vogais: Rui Manuel Ribeiro, Jos Virglio Geria, Altino Roque Loureiro.

    regio SulConselho Diretivo: Carlos Mineiro Aires (Presidente), Antnio Ferreira (Vice- -Presidente), Maria Filomena Ferreira (Secretria), Maria Helena Kol (Tesoureira).Vogais: Lus Cameira Ferreira, Jos Manuel Sardinha, Fernando Mouzinho.

    Seco Regional dos AoresConselho Diretivo: Paulo Botelho Moniz (Presidente), Victor Corra Mendes (Secretrio), Manuel Hintz Lobo (Tesoureiro).Vogais: Manuel Rui Viveiros, Jos Silva Brum.

    Seco Regional da MadeiraConselho Diretivo: Armando Ribeiro (Presidente), Lus Gouveia Correia (Secretrio), Rui Dias Velosa (Tesoureiro).Vogais: Francisco Pereira Ferreira, Elizabeth de Olival Pereira.

    INGENIUMII SRIE N. 134 MARO / ABRIL 2013

    Propriedade: Ingenium Edies, LdaDiretor: Carlos matias ramosDiretor-Adjunto: Victor Gonalves de Brito

    Conselho Editorial:Joo Catarino dos Santos, Jos Lus Oliveira, Adlio Gaspar, Paula Dinis,Cristina Gaudncio, Tiago Rosado Santos, Maria Joo Henriques, Miguel Castro Neto, Francisco Castro Rego, Fernando Oliveira, Vtor Manuel dos Santos, Vicente Bento,Antnio Machado e Moura, Antnio Martins Canas, Antnio Liberal Ferreira,Armando Betencourt Ribeiro, Paulo Botelho Moniz

    Edio, Redao, Produo Grfica e Publicidade: Ingenium Edies, Lda

    Sede Av. Antnio Augusto de Aguiar, 3 D - 1069-030 Lisboa Tel.: 21 313 26 00 - Fax: 21 352 46 30 E-mail: [email protected] regio norte Rua Rodrigues Sampaio, 123 - 4000-425 Porto Tel.: 22 207 13 00 - Fax: 22 200 28 76 regio Centro Rua Antero de Quental, 107 - 3000-032 Coimbra Tel.: 239 855 190 - Fax: 239 823 267 regio Sul Av. Antnio Augusto de Aguiar, 3 D - 1069-030 Lisboa Tel.: 21 313 26 00 - Fax: 21 313 26 90 Sec. Reg. Aores Largo de Cames, 23 - 9500-304 Ponta Delgada Tel.: 296 628 018 - Fax: 296 628 019

    Sec. reg. madeira Rua da Alegria, 23, 2. - 9000-040 Funchal Tel.: 291 742 502 - Fax: 291 743 479

    Edio e Coordenao de Produo: marta ParradoRedao: nuno miguel tomsColgios: alice FreitasPublicidade e Marketing: dolores PereiraConceo Grfica e Paginao: ricardo CaiadoImpresso: Lisgrfica, Impresso e Artes Grficas, SA

    Publicao Bimestral | Tiragem: 49.000 exemplaresRegisto no ICS n. 105659 | NIPC: 504 238 175 | API: 4074Depsito Legal n. 2679/86 | ISSN 0870-5968

    maro / aBril 2013 INGENIUM 3

    5 Editorial A Engenharia na organizao de sistemas complexos

    PrimEiro Plano6 membros eleitos assumem destino da ordem para os prximos trs anos9 associaes de engenheiros Civis dos Pases de lngua Portuguesa

    e Castelhana aprovam estatutos e declarao de Braga10 4. Congresso ibero-americano de engenharia Civil engenheiros aprofundam conhecimento das competncias

    12 notcias

    16 rEgiEs

    21 tEma dE caPa EngEnharia dE sistEmas22 teoria dos sistemas e Problemas Complexos24 Desafios Engenharia de Sistemas Empresariais Da Subjetividade dos Sistemas s Novas Estruturas

    organizacionais26 logstica e supply Chain management o papel da engenharia de sistemas28 entre a gua e a Biodiversidade A Oportunidade de Abordagens Sistmicas para a Definio

    de Caminhos de sustentabilidade30 mobilidade Urbana Um direito sem limites?32 gesto de Projetos e sistemas da sade34 aplicaes da investigao operacional no domnio das infraestruturas de saneamento Bsico36 sistemas de Bioengenharia38 sistemas sustentveis de energia

    40 EntrEvista LuS VALAdARES TAVARES, Professor Catedrtico de investigao operacional e engenharia de sistemas do instituto superior tcnico, Universidade tcnica de lisboa A Engenharia portuguesa deve contribuir para o estabelecimento

    de uma nova estratgia de desenvolvimento

    Estudo dE caso44 otimizao de turnos de Pessoal o caso do metro de londres47 Construo do Kamsar Container terminal

    50 colgios

    comunicao78 ELETROTCNICA gesto de Cegonhas na Qualidade do servio de energia Projecto stork82 MECNICA Um modelo de sustentabilidade empresarial (aplicao prtica)

    88 ao disciPlinar89 relatrio do Conselho Jurisdicional - trinio 2010-2013

    90 lEgislao

    92 histria mar de CaBos Portugal na rede mundial de cabos submarinos

    95 crnica Quem d menos?

    97 Em mEmria

    98 agEnda

    SUMRIO

    Bastonrio Carlos Matias RamosVice-presidentes Nacionais Jos Manuel Pereira Vieira,

    Carlos Alberto Loureiro

    CONSELhO dIRETIVO NACIONALCarlos Matias Ramos (Bastonrio), Jos Manuel Pereira Vieira e Carlos Alberto Loureiro (Vice-presidentes Nacionais), Fernando de Almeida Santos (Presidente CDRN),Carlos Neves (Secretrio CDRN), Octvio Borges Alexandrino (Presidente CDRC),Antnio Ferreira Tavares (Secretrio CDRC), Carlos Mineiro Aires (Presidente CDRS),Maria Helena Kol (Secretria CDRS).

    CONSELhO dE AdMISSO E QuALIfICAOFernando Seabra Santos e Luis Manuel de Oliveira Martins (Civil), Fernando Maciel Barbosa

    e Pedro da Silva Giro (Eletrotcnica), Jos Antnio Pacheco e Manuel Gameiro da Silva (Mecnica), Paulo Caetano e Jlio Ferreira e Silva (Geolgica e de Minas), Jorge da Silva Mariano e Clemente Pedro Nunes (Qumica e Biolgica), Carlos Soares e scar Mota (Naval), Jos Pereira Gonalves e Joo Agria Torres (Geogrfica), Antnio Fernandes e Raul Jorge (Agronmica), Pedro Ocha de Carvalho e Jos Manuel dos Santos Ferreira de Castro (Florestal), Rui Vieira de Castro e Rogrio Cordeiro Colao (Materiais), Gabriel Torcato David e Pedro Veiga (Informtica), Antnio Guerreiro de Brito e Fernando Santana (Ambiente).

    PRESIdENTES dOS CONSELhOS NACIONAIS dE COLgIOSCristina Machado (Civil), Antnio Machado e Moura (Eletrotcnica),Rui de Brito (Mecnica), Carlos Caxaria (Geolgica e de Minas), Lus Arajo (Qumicae Biolgica), Bento Manuel Domingues (Naval), Maria Teresa S Pereira (Geogrfica),Pedro Castro Rego (Agronmica), Antnio Sousa de Macedo (Florestal),Antnio Correia (Materiais), Lus Amaral (Informtica), Lus Marinheiro (Ambiente).

    REgIO NORTEConselho diretivo Fernando de Almeida Santos (Presidente), Carlos Alves (Vice- -presidente), Carlos Neves (Secretrio), Pedro Mda Magalhes (Tesoureiro).Vogais Carlos Moura Teixeira, Jos Lima Freitas e Ricardo Magalhes Machado.

    REgIO CENTROConselho diretivo Octvio Borges Alexandrino (Presidente), Antnio Canas (Vice--presidente), Antnio Ferreira Tavares (Secretrio), Maria da Graa Rasteiro (Tesoureira).Vogais Elisa Domingues Almeida, lvaro Ribeiro Saraiva e Fernando Pinto Garcia.

    REgIO SuLConselho diretivo Carlos Mineiro Aires (Presidente), Antnio Liberal Ferreira (Vice--presidente), Maria Helena Kol (Secretria), Arnaldo Pgo (Tesoureiro).Vogais Lus Cameira Ferreira, Jos Manuel Sardinha e Fernando Mouzinho.

    SECO REgIONAL dOS AORESConselho diretivo Manuel Carvalho Cansado (Presidente), Manuel Cordeiro (Secretrio), Manuel Gil Lobo (Tesoureiro).Vogais Vtor Corra Mendes e Humberto Melo.

    SECO REgIONAL dA MAdEIRAConselho diretivo Pedro Jardim Fernandes (Presidente), Rui Velosa (Secretrio),Nlia Sousa (Tesoureira).Vogais Jos Branco e Amlcar Gonalves.

    INGENIUMII SRIE N. 134 MARO / ABRIL 2013

    Propriedade Ingenium Edies, Lda.

    Diretor Carlos matias ramos

    Diretor-adjunto Jos manuel Pereira Vieira

    Conselho EditorialJoo Catarino dos Santos, Jos Lus Oliveira, Adlio Gaspar, Paula Dinis,Cristina Gaudncio, Tiago Rosado Santos, Maria Joo Henriques, Miguel Castro Neto, Francisco Castro Rego, Fernando Oliveira, Vtor Manuel dos Santos, Vicente Bento,Antnio Machado e Moura, Antnio Martins Canas, Antnio Liberal Ferreira,Armando Betencourt Ribeiro, Paulo Botelho Moniz.

    Editora Ingenium Edies, Lda.Redao e Produo gabinete de Comunicao da Ordem dos Engenheiros

    [email protected]

    Sede Av. Antnio Augusto de Aguiar, 3 D 1069-030 Lisboa Tel. 21 313 26 00 Fax 21 352 46 30 regio norte Rua Rodrigues Sampaio, 123 4000-425 Porto Tel. 22 207 13 00 Fax 22 200 28 76 regio Centro Rua Antero de Quental, 107 3000-032 Coimbra Tel. 239 855 190 Fax 239 823 267 regio Sul Av. Antnio Augusto de Aguiar, 3 D 1069-030 Lisboa Tel. 21 313 26 00 Fax 21 313 26 90 Sec. Reg. Aores Largo de Cames, 23 9500-304 Ponta Delgada Tel. 296 628 018 Fax 296 628 019

    Sec. reg. madeira Rua Visconde Anadia, n. 19, Edifcio Anadia, 3. andar, sala S 9050-020 Funchal

    Tel. 291 742 502 Fax 291 743 479

    Coordenao Geral marta ParradoEdio nuno miguel tomsLigao aos Colgios alice FreitasPublicidade e Marketing dolores PereiraConceo Grfica e Paginao ricardo CaiadoImpresso Lisgrfica, Impresso e Artes Grficas, SA

    Publicao Bimestral Tiragem 49.000 exemplaresRegisto no ICS n. 105659 NIPC 504 238 175 API 4074Depsito Legal n. 2679/86 ISSN 0870-5968

  • maro / aBril 2013 INGENIUM 5

    E sta edio da Ingenium comea por destacar as diversas cerimnias de Tomada de Posse dos Membros Eleitos para os rgos Nacionais e Regionais da Ordem para o perodo de 2013-2016.O tema central deste nmero da revista a Engenharia de Sistemas, designao que surge nos anos quarenta, constituindo um campo interdisciplinar da Engenharia que tem por principal objetivo analisar as componentes importantes para as organizaes, nomeadamente os re-cursos humanos, financeiros, naturais, tecnolgicos e equipamentos.Focada no apoio deciso, constitui--se como uma ferramenta de gesto que, integrando as questes de ordem econmica e tcnica, contribui para a resoluo de problemas mais com-plexos de Engenharia, na procura da otimizao do funcionamento e gesto dos sistemas, especialmente aqueles que envolvem novas tecnologias. A disponibilidade de algoritmos poderosos de comunicao e controlo sobre redes so fatores que determinam a importncia crescente da Engenharia de Sistemas.So diversos os domnios onde a sua aplicao tem sido mais relevante, sendo abordados neste nmero da Ingenium casos relativos s redes de energia, de transportes, ao planeamento das cadeias logsticas de aprovisionamento e distribuio, s organi-zaes de produo industrial, s redes de sade, aos sistemas ambientais e de gesto dos recursos naturais, aos sistemas de defesa, ao e-government. A Engenharia de Sistemas est associada criao de valor, numa lgica de maximizao do capital en- dgeno, garantindo o equilbrio das empresas e das organizaes, bem como das respetivas funcionalidades.Um dos estudos de caso dedicado a sistemas de transportes, centrando-se no caso do Metropolitano de Londres, onde so apre-sentadas solues igualmente utilizadas no Metropolitano de Lisboa

    e nos caminhos-de-ferro holandeses, dinamarqueses, noruegueses e finlandeses. Nestes casos, a Engenharia de Sistemas foi adotada com vista gesto otimizada dos turnos de pessoal, em particular dos tripulantes, numa lgica de aumento da eficincia destas em-presas ferrovirias.Pela sua relevncia para a Ordem, destaco o 4. Encontro das As-sociaes Profissionais de Engenheiros Civis de Lngua Oficial

    Portuguesa e Castelhana e o 4. Congresso Ibero-Americano de En-genharia Civil que tiveram lugar no dia 13 e nos dias 14 e 15 de Maro, respetivamente. O Congresso, tendo reunido cerca de 200 participantes, contou com a participao ativa de representantes de Associaes de Engenheiros Civis de 15 pases de lngua portuguesa e castelhana, de Engenheiros de vrios pases ibero--americanos e de instituies trans-

    nacionais de representao da profisso, como o World Council of Civil Engineers e o European Council of Civil Engineers.No Congresso, que contou com a apresentao dos programas de desenvolvimento em curso em vrios dos pases ibero-americanos, mereceram especial ateno os temas relacionados com a prtica do exerccio da profisso de Engenheiro Civil no universo ibero--americano, a formao acadmica e profissional e seu reconhe-cimento junto da Sociedade civil, o movimento de internacionali-zao e o exerccio da profisso nos diversos pases.Por ltimo, uma referncia especial aos membros do Conselho Editorial da Ingenium que com esta edio cessam as suas fun-es, com o meu bem-haja e reconhecimento pelos seus contri-butos, e com um agradecimento especial ao Eng. Victor Gonalves de Brito, Diretor-adjunto durante seis anos, pela sua permanente disponibilidade e pelo seu empenhado e valioso trabalho em prol da valorizao da revista. ING

    CarlOs Matias raMOs DirEtOr

    Editorial

    A EngEnhAriA nA orgAnizAodE sistEmAs complExos

    [A Engenharia de Sistemas] constitui-se como uma ferramenta de gesto que,

    integrando as questes de ordem econmica e tcnica, contribui para

    a resoluo de problemas mais complexos de Engenharia, na procura da otimizao do funcionamento e gesto dos sistemas

  • 6 INGENIUM maro / aBril 2013

    Primeiro Plano

    Por MARTA PARRAdO

    MeMbros eleitosassuMeM destino da ordeMpara os prxiMos trs anos

    O ato eleitoral de 23 de fevereiro de 2013 validou os programas de ao apresentados a escrutnio aos Engenheiros portugueses, assim como a equipa que se props liderar a Ordem durante o trinio de 2013-2016.

    Os planos nacional e regionais estabelecem como prioridades convergentes a valorizao do reconhecimento da profisso de Engenheiro pela Sociedade, a aposta na qualificao profissional, o fortalecimento do dilogo com as instituies de ensino superior e o tecido produtivo e o apoio internacionalizao da Engenharia e dos Engenheiros face ao contexto econmico e social que Portugal enfrenta. A nvel interno, perspetiva-se uma maior profissionalizao e modernizao dos servios da Ordem dos Engenheiros, com vista integrao de procedimentos que incrementem a sua eficcia e que correspondam, com maior proximidade, s necessidades dos seus Membros.

    A s estratgias definidas para este mandato iniciaram a sua implementao no ms de abril, ainda que em datas variveis, conso-ante foram decorrendo as sesses de Tomada de Posse na Sede Nacional e nas diferentes Regies e Seces Regionais onde a Ordem dos Engenheiros (OE) se encontra estabelecida.

    Os membros eleitos para os rgos Nacionais e da Regio Sul en-cetaram a 1 de abril, em Lisboa, este novo percurso, com uma ce-rimnia que lotou o Auditrio Nacional da OE e que contou com a presena do Secretrio de Estado da Administrao Patrimonial e Equipamentos do Ministrio da Justia, Fernando Santo, Bastonrio da OE nos dois mandatos compreendidos entre 2004 e 2010 e an-tecessor de Carlos Matias Ramos. Testemunharam, igualmente, este ato solene, anteriores Bastonrios desta Associao Profis-sional, bem como outros dirigentes Nacionais, da Regio Sul e de-mais Regies da OE, assim como personalidades de destaque da vida econmica e social do Pas.

    O Bastonrio reeleito, acompanhado por Jos Pereira Vieira e Carlos Loureiro como Vice-presidentes Nacionais, assume o cargo com a preocupao dominante de garantir uma articulao harmoniosa entre os interesses profissionais dos Engenheiros e o interesse pblico, com o objetivo de valorizar e prestigiar a Engenharia, na

    certeza de que s com Engenharia de qualidade possvel garantir o crescimento econmico.

    A internacionalizao da Engenharia e dos Engenheiros, encarada na sua base como uma oportunidade de expanso e negcio, reve-

  • maro / aBril 2013 INGENIUM 7

    Primeiro Plano

    la-se, nos tempos atuais, como uma ne-cessidade urgente para empresas e profis-sionais que se encontram esvaziados da possibilidade do exerccio da sua atividade em Portugal. Nesta conformidade, Carlos Matias Ramos assegura que a OE ir dedicar especial ateno aos aspetos associados internacionalizao da Engenharia, garan-tindo a consolidao das relaes com as

    associaes profissionais de lngua portu-guesa e castelhana e com outras associa-es profissionais de Engenharia europeias, sempre com o propsito de incrementar a interveno da Engenharia portuguesa e de potenciar a empregabilidade qualificada dos nossos Engenheiros.Ainda assim, o responsvel encara com apreenso esta dinmica avultada de sada

    de profissionais altamente qualificados para o exterior, podendo resultar na ausncia de recursos humanos competentes quando Portugal deles mais necessitar para cumprir o crescimento que se lhe impe.A problemtica relacionada com o desem-prego e com a situao financeira dbil do Pas perpassou a totalidade das intervenes dos dirigentes empossados.

    CARLOS MATIAS RAMOSBastonrio

    JOS PEREIRA VIEIRAVice-presidente Nacional

    CARLOS LOuREIROVice-presidente Nacional

    Regio Sul

    A este propsito, Carlos Mineiro Aires, eleito para o segundo mandato como Presidente do Conselho Diretivo da Regio Sul, refe- riu mesmo que o desemprego e o expatria-

    mento forado dos nossos membros conti-nuaro, pois, a ser duras realidades, seno mesmo um novo paradigma que veio para ficar. Ironicamente, em 30 anos, Portugal passou de um pas de analfabetos para um pas exportador de quadros altamente qua-lificados, formados custa do esforo coletivo nacional e dos impostos dos contribuintes, e que agora so oferecidos gratuitamente nos mercados onde conseguem arranjar emprego e auferir de um salrio, embora, por vezes, a dignidade da soluo seja questionvel.Mineiro Aires acentuou, em contraponto, o trabalho que a OE tem desenvolvido junto

    dos estudantes de Engenharia, nomeada-mente na Regio que lidera, no pressuposto de que a OE tem que ser uma instituio viva e dinmica, afirmando que ir continuar esta aposta, porque o rejuvenescimento e o fomento da nossa cultura associativa junto dos jovens Engenheiros so fulcrais para o nosso futuro.

    CARLOS MINEIRO AIRESPresidente do Conselho Diretivo da Regio Sul

    Regio NorteA Norte, as palavras proferidas a 2 de abril por Fernando de Almeida Santos, na ceri-mnia em que foram empossados os novos responsveis regionais eleitos, seguiram a mesma linha de raciocnio. O tom do Presi-dente reeleito para o Conselho Diretivo re-gional tambm de preocupao, mas de empenho e de compromisso no sentido de melhor cumprir aquele que entende ser o principal desgnio desta Associao Profis-sional: a organizao da profisso e a qua-lificao profissional. Assim sendo, considera

    que a OE ter de colocar disposio dos seus Membros e Sociedade a catalogao e

    definio de Atos de Engenharia; as compe-tncias baseadas na habilitao acadmica, reas de conhecimento e capacidade cient-fica; o acompanhamento do desenvolvimento curricular do Engenheiro ao longo da vida e a certificao curricular do Engenheiro.

    FERNANDO DE ALMEIDA SANTOSPresidente do Conselho Diretivo da Regio Norte

  • 8 INGENIUM maro / aBril 2013

    Primeiro PlanoRegio CeNtro

    A sesso que formalizou, no dia 3, o incio das funes por parte dos Membros Eleitos para os rgos da Regio Centro ficou mar-cada pelas palavras de Octvio Alexandrino,

    tambm ele reeleito para novo mandato enquanto Presidente do Conselho Diretivo daquela Regio. Para alm do destaque que atribuiu problemtica do desemprego e da emigrao, referiu-se ainda ao alhea-mento dos Engenheiros no processo elei-toral, j anteriormente referido pelo seu homlogo da Regio Sul, e o processo de admisso Ordem, na sequncia da imple-

    mentao do novo Regulamento de Admis- so e Qualificao (RAQ), que origina uma dinmica de inscrio na OE completamente dspar da anteriormente em vigor, o que exige adequaes internas profundas. Oc-tvio Alexandrino recordou que o que nos une como Ordem a intransigente defesa da Engenharia como profisso de confiana pblica, pelo que a nossa opo muito clara e consequente. Pretendemos o melhor para a Regio Centro, consolidando a rea-lizao plena do nosso projeto regional, alicerado no bem comum do todo nacional da Ordem, assegurou.

    OCTVIO ALExANDRINOPresidente do Conselho Diretivo da Regio Centro

    Seco Regional da Madeira

    Da Seco Regional da Madeira chegaram vozes de sintonia com este todo nacional, para que, de forma coesa, em sintonia es-tratgica e atuao articulada se imple-mentem as melhores solues para os novos paradigmas da profisso e da Socie-dade. As palavras pertencem ao novo Pre-sidente do Conselho Diretivo daquela Seco Regional, Pedro Jardim Fernandes, que, a 15 de abril, na presena do Bastonrio da OE, Matias Ramos, e do Presidente do Go-verno Regional, Alberto Joo Jardim, as-sumiu, conjuntamente com os restantes

    membros eleitos, a responsabilidade pelo trabalho a desenvolver na Madeira.

    Jardim Fernandes finalizou afirmando a disponibilidade da Seco Regional da OE para colaborar com a Regio Autnoma com vista a ultrapassar os tempos difceis que atravessamos, contribuindo para que seja encontrado um novo equilbrio no tri-ngulo Poltica Economia Sociedade.

    PEDRO JARDIM FERNANDESPresidente do Conselho Diretivoda Seco Regional da Madeira

    Seco Regional doS aoreS

    Foi nos Aores, a 23 de abril, que ficou cum-prida a assuno das responsabilidades atribudas aos membros sufragados a 23 de fevereiro.Para a Presidncia da Seco Regional dos Aores da OE foi eleito Manuel Carvalho Cansado, que demonstra no alinhar com um perfil de Engenheiro que se circunscreva sua atividade profissional. Esta cultura tem obstaculizado a necessidade de se ex-ceder, inovar e experimentar, arriscar, em-preender novos caminhos, identifica.Quanto ao ambiente atual de emergncia social e de profunda recesso econmica,

    Carvalho Cansado afirma que a Ordem tem que ter presena ativa na grande batalha que ser a reverso do percurso, pugnando pelo

    desenvolvimento da nossa Regio e do Pas. A aposta no conhecimento e na inovao, no ser demais repetir, ter de ser o novo motor de desenvolvimento que permitir ao nosso Pas alcandorar-se a um lugar de des-taque junto dos chamados pases da linha da frente.

    MANuEL CARVALHO CANSADOPresidente do Conselho Diretivoda Seco Regional dos Aores

    Sabemos o caminho, assim o possamos percorrer,

    na certeza de que a dimenso de um pas

    se mede pela dimenso da sua Engenharia

    caRloS

    Matias Ramos

  • maro / aBril 2013 INGENIUM 9

    Primeiro Plano

    Por MARTA PARRAdO

    associaes de engenheiros Civis dos Pasesde lngua Portuguesa e Castelhana aprovam

    estatutos e Declarao de Braga

    O Conselho das Associaes de Engenheiros Civis dos Pases de Lngua Portuguesa e Castelhana (CECPC-CICPC) cumpriu o seu 4. Encontro nos dias 13 e 14 de maro, em Braga, numa realizao da Ordem dos Engenheiros de Portugal.Na reunio, que contou com a participao de 17 delegaes de Associaes Profissionais representativas da Engenharia Civil pro-venientes de 13 pases, foram admitidos como novos membros do Conselho a Sociedad Colombiana de Ingenieros, a Sociedad Pana-mea de Ingenieros e Arquitectos, a Federacin de Colegios de Ingenieros Civiles de la Repblica Mexicana, o Colegio de Ingenieros del Peru e o Colegio de Ingenieros de Venezuela.Os pontos de maior relevo desta Sesso corresponderam discusso, bastante aprofundada, dos Estatutos do Conselho, e consequente aprovao, bem como assinatura da Declarao de Braga.Ficou definido que a sede do CECPC-CICPC fica estabelecida em Lisboa, na Ordem dos Engenheiros, podendo abrir representaes em quaisquer pases integrantes desta organizao. Do Estatuto constam, igualmente, os princpios que norteiam o Conselho e que se traduzem na promoo da aplicao dos princ-pios assumidos perante a Sociedade e que constam da Declarao de Lisboa (PT), assinada em 12 de maro de 2008, e nas posteriores Declaraes aprovadas em Encontros; na promoo e concretizao dos compromissos de cooperao e de reconhecimento profissional entre associaes, conforme estabelecido na Declarao de Lisboa; na Coordenao dos meios de atuao destinados a fortalecer, pro-mover e divulgar a Engenharia Civil e a profisso de engenheiro civil, bem como os seus aperfeioamentos; na Representao do conjunto dos seus membros junto das organizaes pblicas e privadas in-ternacionais, sem prejuzo do direito que estatutariamente assiste a cada membro do CECPC-CICPC de se fazer representar; na orga-nizao, com uma periodicidade mnima de trs anos, do Congresso de Engenharia Civil de Lngua Portuguesa e Castelhana.Cada pas poder pertencer ao CECPC-CICPC atravs de um m-ximo de duas Associaes que representem os Engenheiros Civis.

    A Declarao de Braga, por seu turno, firmada por todos os membros de pleno direito que participaram no Encontro, vem reforar o com-promisso das Associaes signatrias no desenvolvimento de inicia-tivas com vista observao da tica e deontologia profissional por parte dos seus membros, assim como o aprofundamento de relaes

    com os universos acadmicos, cientficos e empresariais, com o ob-jetivo de estabelecer sinergias com benefcios para a Sociedade. Ficou ainda estabelecida a realizao de um estudo sobre a realidade do ensino superior de Engenharia em cada um dos pases, bem como a anlise do enquadramento do exerccio e das competncias pro-fissionais em cada um deles com vista ao estabelecimento dos prin-cpios gerais de reconhecimento dos profissionais e da viabilidade do exerccio profissional nos pases que integram o Conselho. A Ordem dos Engenheiros de Portugal continuar a presidir Di-reo at realizao da prxima Assembleia-Geral do Conselho, a ter lugar durante o 5. Encontro, que ser organizado pelo Colegio de Ingenieros e Agronomos de Puerto Rico, em 2014.

    A Declarao de Braga e os Estatutos do Conselho esto dispon-veis para consulta no Portal do Engenheiro: www.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/dossiers/geral/4-o-encontro-cecpc-cicpc ING

  • 10 INGENIUM maro / aBril 2013

    Primeiro Plano4. Congresso ibero-aMeriCano

    de engenharia Civilengenheiros aprofundam conhecimento das competncias

    O Palcio da Bolsa, no Porto, acolheu no passado ms de maro o 4. Congresso Ibero-americano de Engenharia Civil. Dedicado ao tema geral A Engenharia na Liderana do Desenvolvimento, a iniciativa permitiu juntar a comunidade tcnica e cientfica de Engenharia de um universo de pases representante de mais de 600 milhes de pessoas. O 5. Congresso, a realizar em 2014, decorrer em Porto Rico.

    A qualidade e experincia dos tcnicos, em particular dos engenheiros, cons-tituem um fator determinante para a sada da crise, defendeu na cerimnia de abertura o atual Secretrio de Estado da Administrao Patrimonial e Equipamentos do Ministrio da Justia. Fernando Santo, anterior Bastonrio da Ordem dos Enge-nheiros (OE), recordou os vrios contributos

    que a Engenharia tem dado em todo o Mundo para o progresso econmico e para o cres-cimento. Apesar das mltiplas restries, nomeadamente oramentais, o trabalho dos governantes torna-se bastante mais fcil quando conta com a ajuda do conhecimento tcnico, reforou, lembrando que hoje cada vez mais necessrio discutir o modelo de desenvolvimento que o Pas quer e que nesse sentido uma mais-valia poder contar com projetos desta natureza, que aproximam tcnicos de diferentes pases e mobilizam associaes e profissionais. preciso que a Administrao Pblica trate adequadamente os saberes tcnicos, concluiu.No mesmo registo, Carlos Matias Ramos, Bastonrio da OE, aproveitou o Congresso para dar exemplos de grandes trabalhos da Engenharia portuguesa, nomeadamente no Brasil. O Bastonrio defendeu o carter inter-nacional da Engenharia e dos seus princpios, universais, e a capacidade de mobilidade e adaptao que os engenheiros nacionais re-

    velam em diferentes cenrios de trabalho. Salientando a necessidade do reforo da participao da Engenharia na procura de solues para os problemas emergentes dos nossos pases, o responsvel assinalou a dinmica socioeconmica atualmente regis-tada em muitos destes territrios, com grandes potencialidades para a Classe, e que permite transformar as realidades ainda existentes de desequilbrios sociais, de carncias das populaes e da necessidade de garantia das suas satisfaes bsicas, ao nvel da infraes-truturao, segurana e conforto, constituindo--se a Engenharia Civil como uma aliada determinante nos processos de avano das sociedades e das economias e um recurso estratgico ao servio de todos.O anfitrio do Congresso, Eng. Fernando de Almeida Santos, Presidente da Ordem dos Engenheiros Regio Norte, destacou

    a aprovao, no dia anterior, da Declarao de Braga, assinada no mbito do Encontro do Conselho das Associaes de Engenheiros Civis dos Pases de Lngua Portuguesa e Castelhana. Este Congresso insere-se no

    mbito desse Conselho. No dia de ontem foi aprovada uma Declarao no sentido de a seu tempo, e paulatinamente, podermos ter uma mobilidade que ter de ser trans-versal e ambivalente, em benefcio de todos os engenheiros civis, porque a Engenharia Civil global, destacou. Um engenheiro civil formado em Portugal tem competn-cias para exercer a sua profisso em qual-quer parte do Mundo. Um engenheiro civil formado em outros continentes, certamente pela sua formao, tambm o ter, e ns como homens globais temos de saber fazer com que essa mobilidade se torne possvel a seu tempo, concluiu.

    Carlos Matias raMosBastonrio da oe

    os nossos problemas tm uma base comum e as lnguas e as culturas quenos unem, o Portugus e o Castelhano, possibilitando a sua mais fcil discussoe difuso, justificam a certeza de que entre ns no h fronteiras, nem alfndegasdo pensamento, quando se trata da defesa de uma engenharia de qualidade ao servio dos nossos pases

    Por MARTA PARRAdO e NuNO MIguEL TOMS

  • LINhAS dE AO fuTuRA

    Desde o sculo XIX que a Engenharia Civil se tem vindo a afirmar na vanguarda da satis-fao das necessidades bsicas das popula-es, revolucionando os modos de vida. Desde o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro, passando pela construo de estradas, de pontes e de portos, de barragens, das redes de abastecimento de gua, de saneamento e de rega, at produo, transporte e dis-tribuio de energia eltrica, s comunicaes, proteo das pessoas contra os acidentes naturais e tecnolgicos, s tecnologias de informao, so inmeras as obras e solu-es de Engenharia Civil que transformaram o Mundo, graas capacidade dos enge-nheiros, que assumiram um papel inques-tionvel na melhoria das condies de vida, realou o Bastonrio.A realizao do Congresso pretendeu esti-mular, simultaneamente, uma reflexo sobre o passado prximo da Engenharia Civil nos nossos pases e um debate sobre as linhas de ao futura, quer na atividade profissional dos engenheiros civis, quer na sua contribuio para o progresso econ-mico e social dos pases cujas associaes profissionais de Engenharia aqui participam, destacou o responsvel.Num perodo em que um nmero significa-tivo de pases que tm como lngua-me o Portugus e o Castelhano vive transforma-es profundas nas suas bases econmicas e financeiras, nos seus modelos de desen-volvimento, no aproveitamento dos seus recursos, nas suas polticas administrativas

    e nas suas estruturas sociais, diversos in- tervenientes salientaram a necessidade de reforo da participao da Engenharia na procura de solues para os problemas emergentes face aos constrangimentos da sustentabilidade na utilizao e aproveita-mento dos recursos disponveis, com a pre-ocupao de, em simultneo, se identificarem medidas que melhorem o acesso dos setores sociais Estado, Empresas e Particulares aos servios prestados pelos engenheiros.

    OPORTuNIdAdES dE COOPERAO

    Na sesso de encerramento, presidida pelo [ento] Secretrio de Estado dos Negcios Estrangeiros e da Cooperao, Lus Brites Pereira, o responsvel salientou a importn- cia do espao latino-americano para Portugal, pelas suas afinidades histricas e culturais. O espao latino-americano representa tambm a complementaridade de esforos para o desenvolvimento; um desafio particular-mente relevante na atual conjuntura, em que todas as oportunidades devem ser vistas com um desafio. A iniciativa deste 4. Congresso Ibero-americano de Engenharia Civil contribui

    de forma decisiva para a criao de redes entre os profissionais ibero-americanos, das quais todos podem vir a beneficiar, reforou, salientando o reconhecimento internacional-mente existente relativamente competncia dos profissionais portugueses.Este 4. Congresso Ibero-americano de En-genharia Civil contou com a participao ativa de representantes de Associaes de Engenheiros Civis de 15 pases de lngua portuguesa e castelhana, de engenheiros de vrios pases ibero-americanos, de ins-tituies transnacionais de representao da profisso como o World Council of Civil Engineers e o European Council of Civil En-gineers , bem como de gestores e admi-nistradores de grandes empresas nacionais e internacionais. A iniciativa permitiu a apre-sentao dos programas de desenvolvimento em curso em vrios dos territrios do uni-verso ibero-americano e nos quais o envol-vimento da Engenharia se torna imprescin-dvel, decorrendo da oportunidades vrias de exerccio da profisso por parte destes profissionais e decisores.Foram alvo de anlise e debate temas rela-cionados com a prtica do exerccio da pro-fisso no universo ibero-americano, a formao acadmica e profissional e seu reconhecimento junto da Sociedade Civil, o movimento de in-ternacionalizao e de sustentabilidade da construo e das empresas que operam nesta rea de negcio, as estratgias e polticas de desenvolvimento no setor, e a mobilidade e o exerccio da profisso do Engenheiro Civil nos pases ibero-americanos.Esta realizao inseriu-se no s no mbito do Conselho das Associaes Profissionais de Engenheiros Civis dos Pases de Lngua Oficial Portuguesa e Castelhana, atualmente presidida pela Ordem dos Engenheiros por-tuguesa, na pessoa do seu Bastonrio, como na poltica que esta Associao Profissional tem vindo a incrementar de aproximao s comunidades que possam representar oportunidades de cooperao e de atividade para os seus Membros.

    Apresentaes do Congresso em www.or-demengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/dossiers/apresentacoes/4-o-congresso--ibero-americano-de-engenharia-civilWebsite do Congresso: http://congressoibe-roamericano.ordemengenheiros.pt/pt ING

    maro / aBril 2013 INGENIUM 11

    Primeiro Plano

    Jos vieiraVice-presidente nacional da oe

    necessrio fortalecer as relaes entreas instituies de ensino Superior e a oe, no sentido de os diplomados em cursos de engenharia poderem, com facilidade, ajustar-se s realidades profissionais que vo enfrentar. a ordem est fortemente determinada em reforar esse relacionamento

    Cristina MaChadoPresidente do Colgio nacionalde engenharia Civil da oe

    este Congresso permitir criar uma plataforma de dilogo para fazer face aos desafios atuais que se nos colocam a todos. Ser importante discutir o reconhecimento das habilitaes acadmicas e qualificaes profissionais

  • 12 INGENIUM maro / aBril 2013

    // NOtCias

    N a sequncia do estipulado na Lei n. 2/2013, que estabelece o re-gime jurdico de criao, organizao e funcionamento das associaes pblicas profissionais, a Ordem dos Engenheiros (OE) ficou obrigada a proceder a uma adequao do seu Estatuto, sendo que a elaborao, aprovao e apresentao ao Governo dos referidos projetos compete, em exclusivo, ao rgo exe-cutivo colegial daquela, ou seja, ao Conselho Diretivo Nacional (CDN), que, deste modo, ficou legitimado e responsabilizado para o fazer.O CDN aprovou uma Proposta de Alterao do Estatuto que o Bas-tonrio, dentro da exclusividade de representao da Ordem que, es-

    tatutariamente, lhe est cometida, remeteu ao Ministro da Economia e do Emprego.

    Nesta proposta foi dado enfoque legislao atual relativa ao En-sino Superior e a disposies dos regulamentos em vigor na OE devidamente aprovados pelos rgos competentes, designada-mente do Regulamento de Admisso e Qualificao, sendo que dos 92 artigos do atual Estatuto da OE, apenas houve lugar a 35 alteraes, na sua grande parte com muita reduzida expresso.

    Proposta disponvel para consulta no espao do Portal do Enge-nheiro com acesso reservado aos Membros (www.ordemenge-

    nheiros.pt/pt/atualidade/noticias/comunicado-2/).

    Lei n. 2/2013OE EntrEgOu PrOPOsta dE aLtEraO dO EstatutO aO MinistrO da EcOnOMia

    D ando cumprimento solicitao recebida do Ministrio da Economia e do Emprego, com o objetivo de a Ordem dos Engenheiros (OE) pro-ceder anlise do Projeto de Proposta de Lei 492/2012, que estabelece o regime jurdico aplicvel ao acesso e exerccio da atividade da construo, e do Projeto de Proposta de Lei 493/2012, que estabelece a qualificao profissional exigvel aos tcnicos responsveis pelo projeto e execuo de obras, dirigiu esta Associao Profissional, em carta ao Ministro, a sua po-sio sobre as Propostas de Lei em referncia. foi remetido, conjuntamente, um Memorando onde se evidenciam alguns dos princpios e aspetos gerais que devem ser tidos em considerao na elaborao de propostas legisla-tivas neste domnio, garantindo a credibilidade e segurana intrnsecos aos Atos de Engenharia como atividade de confiana pblica. A OE recomen-dou, junto do governante, que, antes de os Projetos de Lei serem remetidos para a Assembleia da Repblica, se proceda a uma reflexo profunda sobre os respetivos contedos, que impea a conflitualidade que os documentos em apreciao iro originar. Adiantou, ainda, que as tabelas constantes

    em ambas as Propostas so potenciadoras de descrdito das exigncias de qualificaes profissionais, para alm de conterem diversas imprecises no aceitveis, designadamente em documentos legislativos. Manifestou, igualmente, discordncia no que se refere incorporao das disposies da Portaria n. 1379/2009 na alterao da Lei n. 31/2009, concretizada atra-vs da Insero de Tabelas, visto constituir, no entendimento da OE, um grave erro, pois torna rgidas e de difcil ajustamento realidade disposi-es que, necessariamente, tero que evoluir e acompanhar a dinmica de fatores econmicos e sociais, bem como a evoluo do conhecimento.A Ordem demonstrou total disponibilidade para, no cumprimento da misso que lhe atribuda, participar nas aes que forem consideradas necess-rias para uma melhor adequao das Propostas de Lei realidade nacional.

    Ambas as Propostas de Lei e o Memorando remetido pela OEao Ministro da Economia esto disponveis no Portal do Engenheiro emwww.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao

    ProPostas de Lei 492/2012 e 493/2012oe contesta Projetos e aPresenta aLteraes reLevantes

    A Agncia Portuguesa do Ambiente (APA) fez saber, atravs de esclarecimentos prestados ao jornal Pblico, a 6 de abril, na notcia Vigilncia de barragens divide engenheiros e Agncia do Am-biente, que, a propsito das competncias que lhe so atribudas pela sua Lei Orgnica, rene nos seus quadros 20 tcnicos superiores com o objetivo de garantir o cumprimento das suas funes de Auto-

    ridade Nacional de Segurana de Barragens, tarefas que incluem a promoo e a fiscalizao do cumpri-mento do Regulamento de Segurana de Barragens (Artigo 6. do Decreto-Lei n. 344/2007).A Ordem dos Engenheiros (OE), atravs de Comuni-cado assinado pelo Bastonrio, manifestou algumas reservas face a esta tomada de posio, sobretudo por se tratar de afirmaes que no se ajustam ao

    contedo do Estatuto da APA. Este documento no contm, porventura por omisso, qualquer explicita-o que deixe transparecer qual o rgo que tem a atribuio de uma funo de to grande relevncia como a segurana de barragens, refere o Comuni-cado. Com 20 tcnicos superiores afetos funo de Autoridade Nacional, como descrito na notcia, n-mero cerca de quatro vezes superior ao existente quando essas funes eram desempenhadas na ple-nitude pelo INAG, seria expectvel que o referido rgo tivesse dignidade para aparecer de forma explcita no Estatuto, o que no acontece, criticou Matias Ramos.

    observao e FiscaLizao de barragensBastonrio da OE contesta posio da aPa

  • maro / aBril 2013 INGENIUM 13

    // NOtCias

    A Seco Regional dos Aores da Ordem dos Engenheiros (OE) pro-moveu e acolheu, a 25 de maro, o En-contro O Mar e a Engenharia como Pi-lares do Desenvolvimento na Regio Autnoma dos Aores. A sesso de abertura contou com as presenas do Presidente do Governo Regional dos Aores, Vasco Cordeiro, do Presidente da Cmara Municipal de Ponta Delgada, Jos Manuel Bolieiro, e do Bastonrio da OE, Carlos Matias Ramos. Ao longo do dia intervieram 16 oradores, distribudos por cinco painis, que cobriram, virtualmente, todas as reas de interesse na economia e no aproveitamento do Mar.De salientar as intervenes institucionais do Presidente do Governo Regional e do Bastonrio, onde o primeiro se centrou nos aspetos polticos do relaciona-mento entre as polticas pblicas nacionais e regionais, sublinhando as expecta-tivas criadas pela Estratgia Nacional para o Mar, presentemente em discusso pblica, e a Lei de Bases do Ordenamento e Gesto do Espao Martimo, recen-temente aprovada pelo Conselho de Ministros. Carlos Matias Ramos centrou-se na importncia da Engenharia para a elaborao, anlise de viabilidade e conso-lidao das opes tcnicas que permitam as melhores decises nas polticas pblicas e a permanente necessidade de adaptao da formao dos Engenhei-ros aos requisitos de desenvolvimento econmico e social em contexto de sus-tentabilidade. Manifestou, ainda, preocupao quanto ausncia de continuidade do programa de apetrechamento naval da Armada lanado no incio do sculo.De entre os oradores, h tambm que destacar a presena do Secretrio de

    Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, da Eurodeputada Maria do Cu Patro Neves e do Secretrio Regional de Tu-rismo e Transportes, Vtor Fraga, alm de diversas outras personalidades re-presentativas de organismos da admi-nistrao regional e local e das ativida-des econmicas dos Aores.As correntes dificuldades da situao econmico-financeira nacional perpas-saram pela maioria das intervenes, mas existiram igualmente notas de oti-mismo, em particular na rea do tu-

    rismo de cruzeiros e nas expectativas que podem abrir-se para as reas oce-nicas que circundam o Arquiplago, nas novas vertentes do aproveitamento do Mar energia, recursos minerais e recursos vivos para a biotecnologia. Alguns oradores focaram, igualmente, a questo da otimizao no aproveitamento dos fundos no novo Quadro Comunitrio destinados ao investimento e a viabilidade de tornar o porto da Praia da Vitria, na ilha Terceira, um hub transatlntico no transporte de carga contentorizada, tirando partido da posio geogrfica e pr-xima finalizao do alargamento do Canal do Panam, em 2015.Em todas as intervenes esteve presente a importncia da Engenharia na ob-teno de solues seguras, eficientes e eficazes para os problemas econmicos e sociais, tendo sido elogiada a oportunidade desta iniciativa da OE, cujos prin-cipais agentes promotores foram o Colgio Nacional de Engenharia Naval e a Seco Regional dos Aores.Este Encontro marcou, no mandato 2010-2013, o encerramento das atividades nacionais de divulgao e valorizao da Engenharia levadas a cabo pela OE.

    O Mar e a Engenharia como Pilares do desenvolvimento na regio autnoma dos aores

    F oram recentemente renovados e formalizados novos protocolos com vista a melhorar o guia de Regalias que a Ordem dos Engenheiros (OE) disponibiliza aos seus Membros.Na categoria de Agncias de Viagens, foi estabelecido um protocolo que prev 5% de desconto nas viagens da Top Atlntico. Em Hotelaria e Turismo foram acordados novos descontos nos hotis Penha Longa Resort e Villa Pampi-lhosa e novas condies com os Hotis Fnix. Tambm os hotis Portal do Sol (em Caminha) e Vila gal passam a oferecer 10% de desconto aos Membros da OE. Na rea de Transportes foi estabelecido um protocolo que prev 10%

    de reduo no preo das viagens da SATA. Com a Criovida, em Sade e Bem-Estar, foram protocola-dos diferentes descontos. J a Amenworld, que presta servios na criao de websites, oferece o re-gisto de um domnio durante um ano. www.ordemengenheiros.pt/pt/regalias-para-membros

    novas regaLias Para MeMbros

    cduLas PrOfissiOnais E cartEs dE MEMBrOEmisso original e revalidao passam a ser gratuitas

    D esde o dia 23 de janeiro que a emisso original e a revalidao no final do prazo de validade das C-dulas Profissionais e Cartes de Membro da Ordem dos Engenheiros, para todas as categorias de Membro, passaram a ser gratuitas, o mesmo se aplicando revalidao originada por mudanas na situa-o associativa dos Membros (mudana de categoria, outorgas de nvel de qualificao profissional ou ttulo de Especialista).

    soLidariedadePara coM os engenheiros

    A Associao Mutualista dos Engenheiros (AME) tem vindo a conferir anualmente subsdios de solidariedade aos seus associados. Em 2012 foram atribudos cerca de 50 mil euros nas vertentes Sub-sdio de Desemprego (para engenheiros inscritos no Centro de Emprego), So-lidariedade (a vivas ou engenheiros com dificul-dades econmicas vrias), Despesas de Sade, Nup-cialidade, Natalidade, Au-xlio Escolar (para filhos de engenheiros que fre-quentem cursos de Enge-nharia) e Falecimento. Por outro lado, e na vertente Regalias, os engenheiros associados da AME bene-ficiam de um desconto que varia entre 10% e 15% em 20 farmcias do Pas. Este desconto aplica-se na aquisio de medicamentos e outros produtos de venda livre.

    www.mutualidadeengenheiros.pt Fonte: AME

  • 14 INGENIUM maro / aBril 2013

    // NOtCias

    PortaL do engenheirocoM novos servios

    N o mbito da 57. Assembleia Geral do Euro-pean Council of Civil Engineers (ECCE), orga-nizada pela Ordem dos Engenheiros (OE) entre 30 de maio e 1 de junho, tem lugar, na tarde de dia 31, a Conferncia Changes in Civil Engineering. A inicia-

    tiva, que pretende debater temas como a Internacio-nalizao e a Inovao na Engenharia Civil, contar com as intervenes do Presidente do ECCE, Eng. Fernando Branco, e do Presidente da Japan Society of Civil Engineers, Eng. Takehiko Ono.

    O ECCE, criado em 1985, conta atualmente com 25 pases membros e diversas organizaes associa-das. A representao portuguesa assegurada pela OE atravs do Colgio Nacional de Engenharia Civil. www.ordemengenheiros.pt/pt/agenda/2013/05

    conFernciachanges in civiL engineering

    Medalha dieter behrens 2013Feyo de azevedo

    rEcEBE MaiOr PrMiO EurOPEudE EngEnharia QuMica

    AMedalha Dieter Behrens 2013, atribuda pela Federao Euro-peia de Engenharia Qumica (EFCE), foi entregue ao Eng. Sebastio Feyo de Azevedo, no dia 21 de abril, durante a cerimnia de abertura da Confern-cia Europeia em Engenharia Qumica realizada em Haia, na Holanda. Atual Diretor da Faculdade de Enge-nharia da universidade do Porto e Vice--presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros (OE) entre 2004 e 2010, Feyo de Azevedo foi escolhido em re-conhecimento do papel que desem-penhou durante quase 14 anos como membro ativo e presidente compro-metido (2007-2010) do Grupo de Educao em Engenharia Qumica e pela con-tribuio substancial que deu para a educao em engenharia qumica e qualifi-cao na Europa atravs de numerosos artigos e conferncias.Sebastio Feyo de Azevedo a quinta personalidade Europeia galardoada com este prmio.Portugal est representado na EFCE atravs do Colgio Nacional de Engenharia Qumica da OE, entidade responsvel pela candidatura de Feyo de Azevedo Me-dalha Dieter Behrens 2013.

    Mais informaes em www.ordemengenheiros.pt/pt/atualidade/noticias/sebas-tiao-feyo-de-azevedo-recebe-medalha-dieter-behrens-2013

    A Ordem dos Engenheiros (OE) tem como uma das suas prioridades a criao de condies de apoio aos seus Membros em exerccio profissional no estrangeiro. Nesse sentido, lanou, atravs do Portal do Engenheiro, um novo espao, designado por rea Internacional, dedicado aos Membros que atualmente se encontram fora do Pas. Tendo diversos Membros sido questionados quanto sua vivncia profissional e pessoal, nesta pgina podem ser consultados relatos de experincias internacio-nais e perspetivas relacionadas no s com o exerccio da Engenharia, assim como informaes teis sobre o quotidiano de cada pas. Para par-ticipar neste projeto, todos os Membros da OE que se encontrem no es-trangeiro, e se disponibilizem a relatar o seu percurso, podero aderir criao de uma rede internacional de engenheiros, preenchendo o formu-lrio que disponibilizado em www.ordemengenheiros.pt/pt/a-ordem/area-internacional/engenheiros-portugueses-no-estrangeiro.Por outro lado, e em complemento a esta informao, a rea Internacio-nal promove tambm diversas Oportunidades de Emprego no Estrangeiro. Criada em abril de 2012, esta seco conta com uma mdia de 5.000 vi-sitas por ms e oferece atualmente mais de 100 oportunidades de em-prego. So tambm disponibilizadas seces de Concursos, Protocolos, Eventos, Investigao e Desenvolvimento Tecnolgico e Trabalhar e Viver no Estrangeiro.Outra seco do Portal do Engenheiro que tem registado forte adeso a Bolsa de Emprego. De janeiro a abril de 2013 contou com mais de 46.500 visitas, tendo neste momento publicadas mais de 60 ofertas de emprego e cerca de 300 anncios de procura de em-prego por parte de Membros da OE. Por outro lado, e com o objetivo de ofe-recer melhores condies aos Membros Estagirios, foi lanada a 11 de abril ltimo a seco Es-tgios, tendo registado j mais de 2.800 visitas. Neste campo, de salientar o facto de a Ordem ter procurado promover estgios junto de 80 empresas nacionais com relevncia na rea da Engenharia. Breve-mente sero disponibilizados novos estgios no Portal do Engenheiro.

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    Ps-GraduaesMarketing Digital | 3. EdioMarketing e Gesto do Desporto | 9. EdioIntegrated Brand Management | 8. EdioSales Management | 11. EdioEmpreendedorismo e Inovao | 8. EdioGesto Fiscal | 15. EdioContabilidade Avanada e Fiscalidade | 11. Edio

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  • A CIdAdE dE VIgO, EM ESPANhA, ACOLhEu NOS dIAS 20 E 21 dE MAIO o II Congresso Internacio-nal de Engenharia Civil e Territrio / VI Encontro Norte Portugal Galiza.Subordinado ao tema gua, Cultura e Sociedade, o Congresso, organizado pelo Colgio Regional de En-genharia Civil da Regio Norte e pelo Colgio de Caminos, Canales y Puertos da Galiza, integrou um elenco de distintos oradores, provenientes do meio universitrio, empresarial e institucional de ambos os pases.A iniciativa permitiu discutir o equilbrio que dever existir entre os valores utilitrios econmicos e os valores simblicos, estticos e culturais relacionados com a gua.

    ii Congresso internaCionalde engenharia Civil e territrioVI ENcONtrO NOrtE POrtugAl gAlIzA

    16 INGENIUM maro / aBril 2013

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    rEgio NorteSede: PORTORua Rodrigues Sampaio, 123 4000-425 PortoTel. 22 207 13 00 fax 22 200 28 76E-mail [email protected]

    Delegaes distritais:BRAgA, BRAgANA, VIANA dO CASTELO, VILA REAL

    A REgIO NORTE PROMOVE NOS dIAS 24 E 25 dE MAIO, na cidade de Viana do Castelo, a terceira edio dos Encontros Vnicos do Vinho Verde.Destinados a todos os profissionais do setor e pblico em geral, estes Encontros integram trs componentes que interessa destacar: a Engenharia, o conheci-mento e a inovao; o produto e os produtores; a divulgao e a relao com o pblico. O programa contempla um Seminrio, uma Mostra de Vinhos e um Curso de Iniciao Prova de Vinhos Verdes.Esta organizao tem como parceiros a Cmara Municipal de Viana do Castelo, a Comisso de Viticultura da Regio dos Vinhos Verdes, a Direo Regional de Agricultura e Pescas do Norte, o Instituto Politcnico de Viana do Castelo, a Es-cola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo e a Confraria de Vinho Verde.

    iii enContros vniCos do vinho verde

    POR ENTENdEREM QuE dEVE SER dAdA OPORTuNIdAdE dE PARTICIPAO dIRETA NA REVISTA INfO, o Conselho Diretivo da Regio Norte e o Diretor da revista convidam os Membros ao envio de contributos para possibilidade de pu-blicao.Os interessados devero enviar os artigos para [email protected], com iden-tificao do Nome, Nmero de Cdula Profissional ou Nmero de Inscrio Re-gional e Telefone de contacto.Os artigos devem enquadrar-se num dos trs domnios referidos nos Estatutos da Ordem dos Engenheiros Cientfico, Profissional e Social , sendo que em cada nmero sero considerados os contributos dos Membros dos Colgios a que a revista faz aluso.Cabe ao Diretor da INFO a seleo das propostas de artigos para publicao, de acordo com os princpios e objetivos a observar e referidos no Estatuto Edi-torial da revista.

    rEVIStA INFO D VOz AO ENgENhEIrO

    EST A SER PREPARAdA A PASSAgEM dA BIBLIOTECA dA REgIO NORTE para a Biblioteca da Faculdade de Engenharia da universidade do Porto (FEuP), onde ser criada uma ala dedicada Ordem dos Engenheiros (OE). Com esta ini-ciativa, a Regio Norte pretende facilitar e favorecer o melhor acesso dos Mem-bros e todos os interessados ao esplio de livros existente.

    BiBlioteCa da feUPCom ala dediCada oe

    PROMOVIdA PELA VIdA IMOBILIRIA E A PROMEVI, EM PARCERIA COM A CMARA MuNICIPAL dO PORTO, qual a Regio Norte se associou, decorreu entre 3 e 10 de abril a Semana da Reabilitao urbana. A iniciativa materializou--se atravs de um conjunto de aes, tendo como palco as reas e edifcios re-cuperados da cidade, para destacar o impacto social da reabilitao urbana, onde o edifcio da Regio Norte tambm se inseriu.Reabilitao urbana uma abordagem Multidisciplinar, organizada pelo Insti-tuto Politcnico do Porto, foi a primeira sesso a decorrer na Sede Regional, a 4 de abril. Nesta ao foram abordados dois temas importantes para a reabili-tao urbana: a segurana e sade dos trabalhadores envolvidos em processos

    semana da reaBilitao UrBana Com aPoio da regio norte

  • rEgio Norte

    de reabilitao urbana e a evoluo das normas, regulamentos, materiais, equi-pamentos, solues tcnicas e tecnologias, no mbito das instalaes eltricas, telecomunicaes e eficincia energtica.Sob coordenao do Professor Vasco Freitas, realizou-se a 5 de abril a Confe-rncia Solues Tcnicas para a Reabilitao. A sesso refletiu sobre a conso-lidao estrutural de edifcios antigos e medidas de melhoria em reas como o desempenho higrotrmico e eficincia energtica, desempenho acstico e de-sempenho face ao incndio.Seguiu-se, a 8 de abril, O Porto Imobilirio Reabilitar para vender ou arren-dar? organizado pela Regio Norte, Abreu Advogados, Ordem dos Arquite- tos Seco Regional Norte e Confidencial Imobilirio. No discurso de abertura, o Eng. Antnio Matos de Almeida no deixou de referir a preocupao da Ordem dos Engenheiros (OE) na qualificao dos agentes que intervm na reabilitao.

    Abordou alguns constrangimentos de ordem tcnica e de uma formao dos en-genheiros vocacionada para a construo nova, indicando que a constatao de algumas limitaes despertou na Regio Norte a necessidade de atuar relativa-mente qualificao de tcnico, de onde surgiu o Guia Geral de Apoio ao Pro-jeto de Reabilitao, estando j em preparao um novo Manual de Apoio ao Projeto de Reabilitao da Envolvente de Edifcios de Estrutura Porticada do Diagnstico Concluso da Obra. Sob o ponto de vista do emprego necess-rio empurrar as iniciativas no mbito da reabilitao, apesar de existirem al-guns estrangulamentos em termos de modelo de negcio, capacidade financeira e regulamentao, referiu. Esta sesso refletiu ainda sobre preos, rendas e novos investimentos, condicionamentos regulamentares na reabilitao, tendo sido dada oportunidade aos construtores e promotores na reabilitao de expla-narem os seus pontos de vista.

    maro / aBril 2013 INGENIUM 17

    // rEgiEs

    rEgio CeNtroSede: COIMBRARua Antero de Quental, 107 3000-032 CoimbraTel. 239 855 190 fax 239 823 267E-mail [email protected]

    Delegaes distritais:AVEIRO, CASTELO BRANCO, guARdA, LEIRIA, VISEu

    A REgIO CENTRO PROMOVE NOS dIAS 25 E 26 dE MAIO o xV Encontro Re-gional do Engenheiro. As celebraes iro ter lugar no distrito de Leiria, e con-tam, no sbado dia 25, com uma Visita ao Museu Mimo (Museu da Imagem em

    Movimento), Visita Tcnica TJ Moldes e uma Sesso-debate sobre Os Enge-nheiros Portugueses na Dispora. A Sesso Solene decorrer na Escola Superior de Tecnologia e Gesto de Leiria e contar com intervenes do Presidente da Cmara Municipal de Leiria, Dr. Raul Castro, do Presidente do Conselho Diretivo Regional, Eng. Octvio Alexandrino, e do Delegado Distrital de Leiria, Eng. Joo Ferreira. Nesta Sesso sero homenageados os Engenheiros da Regio Centro que completaram 25 Anos de inscrio na Ordem e entregues os Diplomas aos novos Membros Seniores, bem como aos Melhores Estgios da Regio Centro concludos em 2012. Ser igualmente entregue o Prmio Conselho Diretivo da Regio Centro. A alocuo final caber ao Bastonrio, Eng. Carlos Matias Ramos, e o Jantar do Encontro decorrer no Hotel Mar e Sol em So Pedro de Moel.Para domingo, dia 26, esto previstas Visitas ao Farol do Penedo da Saudade e Casa Museu Afonso Lopes Vieira.Mais informaes disponveis em www.ordemengenheiros.pt/pt/agenda/2013/05/

    Xv enContro regional do engenheiro

    fOI INAuguRAdA NO dIA 3 dE ABRIL A ExPOSI-O dE PINTuRA O CuBISMO COMO PRETExTO, da autoria do Eng. scar Almeida.Tendo comeado a sua carreira como Professor de Trabalhos Manuais, depois de terminar a licenciatura scar Almeida passa a exercer como Engenheiro Civil. No entanto, mantm com as artes plsticas uma li-gao afetiva muito forte, devido sua passagem

    pela Escola de Artes Decorativas Antnio Arroio.Recentemente dedicou-se ao estudo de autores ame-ricanos, russos e ingleses, analisando tcnicas e materiais de forma a melhorar a execuo dos seus prprios trabalhos. Pinta a leo, aguarela, pastel e acrlico. ultimamente, tem optado mais pelo acrlico e tcnicas mistas. A sua pintura balana entre o fi-gurativo e o abstrato, com aspetos pictricos fortes

    e um trao bem definido que identifica j o autor nos locais onde expe.A Exposio estar patente na Sala Ingenium da Sede da Regio Centro at 12 de julho.

    eXPosio de PintUra o CUBismo Como PreteXto

    O gRuPO LOCAL dE COIMBRA dO BEST Board of European Students of Technology, em colaborao com a Regio Centro, realizou no dia 20 de maro um Simpsio de Engenharia destinado a alunos dos cursos de Engenharia da universidade de Coimbra. Neste Simpsio participaram o Presi-dente da Regio Centro, Eng. Octvio Alexandrino, e o Bastonrio, Eng. Carlos Matias Ramos, que proferiu uma palestra sobre Os Engenheiros Portugueses no Mundo.

    simPsio engenheiros PortUgUeses no mUndo

    A SEdE REgIONAL EM COIMBRA acolheu, no dia 19 de maro, uma Sesso Tcnica sobre Fundaes Sujeitas a Pequena Carga Axial Cumu-lativamente com Grande Momento Derrubador. Foi orador nesta ses-so o Eng. Rui Furtado.

    sesso tCniCa soBre fUndaes

  • 18 INGENIUM maro / aBril 2013

    // rEgiEs

    rEgio sulSede: LISBOAAv. Antnio Augusto de Aguiar, 3d 1069-030 LisboaTel. 21 313 26 00 fax 21 313 26 90E-mail [email protected]

    Delegaes distritais:VORA, fARO, PORTALEgRE, SANTARM

    rEgio CeNtro

    NO dIA 20 dE MARO TEVE LugAR NO AudITRIO dA SEdE dA REgIO CENTRO, em Coimbra, a ses-so de lanamento do livro Projectar e Construir a Nao Engenheiros, cincia e territrio em Portu-gal no sculo xIx, da autoria da Arqt. Marta Macedo e com apresentao pelo Professor Walter Rossa.

    O livro sugere que as prticas cientficas e tecnol-gicas inscritas no territrio do sculo xIx so essen-ciais para a experincia de modernidade e constituem um elemento histrico fundamental para a compre-enso do Portugal contemporneo. Partilhando uma cultura de preciso imposta pelos nmeros, a par de

    valores da tica militar, os engenheiros constituem os personagens principais da narrativa.

    duRANTE OS MESES dE MARO E ABRIL decorreram, na Sede da Regio Sul, trs edies do Curso de Preparao para o Exame IELTS, realizadas em parce-ria com o British Council, sempre com lotao esgotada.O IELTS International English Language Testing System um exame reconhe-cido internacionalmente por universidades e entidades empregadoras, que se

    destina a avaliar a competncia lingustica de candidatos que se propem estu-dar ou exercer uma atividade profissional onde o Ingls a principal lngua de comunicao.Dada a elevada procura por esta ao de formao, o Conselho Diretivo da Re-gio Sul ir organizar novas edies da mesma ainda durante este ano.

    MEMbrOS DA rEgIO Sul PrEPArAM-SE PArA O IEltS

    PrOjEctAr E cONStruIr A NAO ENgENhEIrOS, CinCia e territrio em PortUgal no sCUlo XiX

    fOI CELEBRAdA, A 20 dE MARO LTIMO, a escritura de aquisio do novo edifcio sede para a Delegao Distrital de Castelo Branco, situado na Rua Prior Vasconcelos n. 10, em Castelo Branco. O montante de aquisio foi de 100 mil euros, comparticipado em partes iguais pelo Conselho Diretivo Nacional e pela Regio Centro.

    Castelo BranCo Com nova sedeNO MBITO dO CICLO dE SESSES CONVERSAS dO fINAL dO MS, pro-movido pela Delegao Distrital de Aveiro, realizou-se no dia 28 de fevereiro a Sesso Passivhaus para Portugal, sendo oradores os Engenheiros Romeu Vicente e Fernanda Rodrigues, do Departamento de Engenharia Civil da univer-sidade de Aveiro/Passivhaus Zero-Energy Plataforma Portuguesa.No dia 4 de abril teve lugar uma Sesso dedicada ao Pensamento LEAN, dina-mizada pelo Eng. Ricardo Mascarenhas.

    Conversas do final do ms em aveiro

    NO DiA 12 DE MARO REALizOu-sE NO AudITRIO dA SEdE dA REgIO CENTRO, em Coimbra, a Assembleia Regional ordinria para, de acordo com o estabelecido nas alneas b) e c) do Artigo 30. do Estatuto da Ordem, apre-

    ciar e deliberar sobre o Relatrio e Contas de 2012 do Conselho Diretivo da Regio Centro e o Parecer do Conselho Fiscal, bem como sobre o Oramento anual pro-posto para 2013. Os documentos em apreo foram aprovados por unanimidade pela Assembleia. Em 2012 registaram-se 157 realizaes e/ou participaes. Por iniciativa da Regio promoveram-se 65 atividades bastante diversificadas. Por ao do Conselho Diretivo Nacional e das outras Regies interveio-se e colaborou-se em 56 eventos e em colaborao com entidades externas Ordem regista-se a participao em 36 atividades. No que respeita ao nmero de Membros assistiu--se a um crescimento de 4,5% no nmero total de Efetivos inscritos na Regio (257 novos Membros Efetivos). Relativamente s contas de 2012 apurou-se um resultado operacional, antes de depreciaes, gastos de financiamento e impostos (EBITDA) de 96.142,45 euros e um resultado lquido de 66.672,87 euros.

    assemBleia regionalaProva relatrio e Contas

    A REgIO CENTRO PROMOVEu uMA VIAgEM de Grupo para Membros da Ordem e acompanhantes aos Emirados rabes unidos e Om. A iniciativa decorreu entre 16 e 25 de maro e permitiu a observao, atravs de fortifica-es militares, de marcas da presena portuguesa na regio do Golfo Prsico nos sculos xVI e xVII.

    viagem aos emiradosraBes Unidos e om

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  • 20 INGENIUM maro / aBril 2013

    // rEgiEs

    rEgio sul

    A dELEgAO dISTRITAL dE VORA promoveu, no dia 23 de janeiro, uma Ses-so de Informao sobre o Projeto de Investimento da Embraer naquela localidade. As fbricas e seus projetos e expectativas constituram o tema central, que inte-

    ressou todos os presentes. Mais de 20 pessoas encheram a sala para ouvir o Eng. Benedito Celso, Diretor Industrial da Embraer Estruturas em Compsitos, falar deste importante empreendimento para Portugal e, em particular, para a regio.A sesso prolongou-se at perto das 20h00, com uma audincia bastante par-ticipativa. No final foi servido um Porto de Honra.

    vora disCUte ProJeto da emBraer

    COM O INTuITO dE PROMOVER, JuNTO dOS SEuS MEMBROS E dEMAIS TCNICOS, o conhecimento e o contacto com Empreendimentos Ambientais Notveis, o Colgio Regional de Engenharia do Ambiente realizou, no dia 6 de fevereiro, uma Visita Tcnica ETAR e ao Projeto Biogs da Fbrica da PepsiCo, no Carregado, onde participaram cerca de 40 engenheiros.Os participantes tiveram ainda oportunidade de visitar a Fbrica do Carregado, onde se produzem diversos produtos alimentares. Foi obtido conhecimento sobre a filosofia Resultados com Responsabilidade, seguida pela empresa PepsiCo, reconhecida atravs da atribuio de diversos prmios na rea da Sustentabilidade Ambiental.

    engenheiros visitam etar e ProJeto Biogs da matUtano

    O COLgIO REgIONAL dE ENgENhARIA gEOgRfICA organizou, no dia 27 de fevereiro, um Seminrio dedicado Diretiva INSPIRE Infrastructure for Spatial Information in Europe, que decorreu no Auditrio da Sede Regional, em Lisboa. Estiveram presentes mais de 110 participantes, entre estudantes e profissionais da rea, revelando grande interesse na temtica abordada.O Seminrio pretendeu dar a conhecer aos Membros da Ordem dos Engenheiros (OE), bem como a outros interessados, os aspetos relacionados com a imple-mentao desta Diretiva, com enfoque nas questes tcnicas e a sua prtica em Portugal.Os intervenientes no Seminrio puderam dar a viso de diferentes organismos nacionais, desde municpios, aqui representados pela Cmara Municipal de Coim-bra que trouxe discusso a perspetiva e expectativas do poder local relativa-mente Diretiva INSPIRE, ao Instituto Geogrfico do Exrcito, Instituto Hidrogr-fico, Instituto Portugus do Mar e da Atmosfera e Laboratrio Nacional de Enge-nharia Civil, que partilharam com a audincia as suas experincias de implemen-tao da Diretiva. Com o objetivo de alargar de forma abrangente o tema, tam-bm o Departamento de Engenharia Geogrfica, Geofsica e Energia da Faculdade de Cincias da universidade de Lisboa, trouxe ao debate a relao Diretiva INS-PIRE e Ensino da Engenharia Geogrfica.Dominique Laurent, do IGN France, exps a perspetiva internacional atravs de duas apresentaes de fundo, cujos temas foram respetivamente Technical Im-plementation of INSPIRE: some feedback from experiences e Cadastral Parcels in INSPIRE.Destacam-se tambm, pela inovao e interesse que motivaram na assistncia, as apresentaes de trs jovens engenheiros/estudantes de Engenharia: Ins

    Soares, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, com o tema Estudo do enquadramento e aplicao da Diretiva INSPIRE infraestrutura rodoviria, e que lhe valeu o prmio CEN/TC 287 Geographic information: AWARD for Excel-lence in INSPIRE 2012, atribudo, pelo JRC, CEN/TC 287 e patrocinado pela em-presa Sparx System, aos trabalhos acadmicos desenvolvidos no mbito da Di-retiva INSPIRE e entregue na conferncia INSPIRE em Julho de 2012 em Istam-bul; e Ins Falco e Fbio Lopes, da Faculdade de Cincias da universidade de Lisboa, que apresentaram o trabalho de investigao que desenvolveram, du-rante 2012, sobre a Diretiva INPIRE, no mbito de uma bolsa de estgio patro-cinada pela OE, sob orientao do Membro Conselheiro Eng. Joo Agria Torres, intitulados, respetivamente, Estudo de especificaes de dados e implementa-o em torno dos temas Ocupao do Solo e uso do solo e Anlise de especi-ficaes e estratgias de implementao em diferentes tipos de informao geo--espacial.O evento contou com o patrocnio da Intergraph e da ESRI Portugal, os quais mar-caram tambm presena no painel de oradores, transmitindo aos presentes a perspetiva empresarial da implementao da Diretiva INSPIRE.

    diretiva insPire em anlise na oe

    A dELEgAO dISTRITAL dE SANTARM ORgANIzOu, no dia 6 de maro, uma Noite Temtica dedicada Produo de Azeite, que decorreu no Auditrio da Delegao. Estiveram presentes cerca de 40 participantes, revelando grande interesse no tema abordado.Os intervenientes falaram do azeite Quinta do Juncal, proveniente da regio a norte de Santarm, denominada Bairro, e que caracterizada por ter solos argilo-cal-crios e um clima tipicamente mediterrnico com temperaturas amenas.

    A PrODuO DE AzEItE EM SANtArM

    PROMOVIdAS PELA REgIO SuL, ambas as sesses do Seminrio Gesto de Tempo e Produtividade foram lideradas por Gonalo Gil Mata, Executive Coach e Partner da Mind4Time. Temtica muito em voga hoje em dia, dado o ritmo e exigncias do atual mercado de trabalho, Gonalo Gil Mata comeou por explicar alguns conceitos-base relativos Gesto de Tempo e de Tarefas. De seguida, os participantes tiveram a oportunidade de comprovar algumas

    destas ideias atravs da realizao de exerccios prticos e, por fim, houve ainda a partilha de alguns truques teis e eficazes, passveis de serem prati-cados no dia-a-dia.De acordo com a avaliao feita pelos participantes, o tema reveste-se de ele-vada pertinncia e utilidade prtica. No fim do Seminrio, foi reforado o inte-resse em aprofundar a temtica num curso mais avanado.

    gesto de temPo e ProdUtividade Com elevado sUCesso

  • maro / aBril 2013 INGENIUM 21

    teoria dos sisteMas e ProbLeMas coMPLexosJoo Miranda LeMos, Professor catedrtico do instituto superior

    tcnico, universidade tcnica de Lisboa, investigador do inEsc-id

    desaFios engenharia de sisteMas eMPresariaisda subjetividade dos sisteMas s novas estruturas organizacionaisJoo Lvaro CarvaLho, Professor catedrtico, departamento

    de sistemas de informao e centro algoritmi, Escola de Engenharia, universidade do Minho

    Logstica e suPPLy chain ManageMento PaPeL da engenharia de sisteMasaLCibades PauLo Guedes, Engenheiro Mecnico, Vice-presidente

    da direo do inEgi instituto de Engenharia Mecnica e gesto industrial, Professor auxiliar do departamento de Engenharia e gesto industrial da faculdade de Engenharia da universidade do Porto, Presidente da aPLOg associao Portuguesa de Logstica

    entre a gua e a biodiversidadea oPortunidade de abordagens sistMicas Para a deFinio de caMinhos de sustentabiLidadeantnio Guerreiro de brito, Engenheiro do ambiente, Professor

    auxiliar, Escola de Engenharia, universidade do MinhoMaria teresa Ferreira, Biloga, Professora associada, instituto

    superior de agronomia, universidade tcnica de Lisboa

    MobiLidade urbanauM direito seM LiMites?Fernando nunes da siLva, Professor catedrtico do instituto superior

    tcnico, universidade tcnica de Lisboa, Vereador da Mobilidade na cmara Municipal de Lisboa

    gesto de Projetos e sisteMas da sadeJos antunes Ferreira, Engenheiro civil, Professor associado

    do instituto superior tcnico, universidade tcnica de Lisboa

    aPLicaes da investigao oPeracionaL no doMniodas inFraestruturas de saneaMento bsicoJoo de Quinhones Levy, Engenheiro civil sanitarista, Msc, Phd

    sisteMas de bioengenhariaeuGnio CaMPos Ferreira, Professor catedrtico do departamento

    de Engenharia Biolgica da universidade do Minho, responsvel pelo grupo de investigao em Engenharia de sistemas e Bioprocessos e pelo Programa doutoral em sistemas de Bioengenharia, Presidente do conselho nacional do colgio de Engenharia Qumica e Biolgica da Ordem dos Engenheiros (2010-2013)

    sisteMas sustentveis de energiaanbaL traa de aLMeida, Pedro s. Moura, instituto de sistemas

    e robtica, departamento de Engenharia Eletrotcnica, faculdade de cincias e tecnologia da univ. de coimbra

    entrevista

    a engenharia Portuguesa deve contribuir Para o estabeLeciMento de uMa nova estratgia de desenvoLviMento

    Lus vaLadares tavaresProfessor catedrtico de investigao Operacional

    e Engenharia de sistemas do instituto superior tcnico, universidade tcnica de Lisboa

    estudo de caso

    OtimizaO de turnOs de PessOal O casOdo Metro de LondresJoo Pavo Martins, administrador da siscOg sistemas cognitivos sa,

    Professor catedrtico do instituto superior tcnico

    construo do KaMsar container terMinaLJoo Peters, Engenheiro responsvel pela frente martima na obra

    de construo do terminal de contentores de Kamsar

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    engenhar

    ia

    de sisteM

    as

  • TEMA DE CAPA

    A TeoriA dos sisTemAsA Wikipdia define a Teoria dos Sistemas como o estudo interdisciplinar dos sistemas em geral, com o objetivo de elucidar os prin-cpios que podem ser aplicados a todos os tipos de sistemas. Dito a frio, isto um pouco como tentar aprender chins com um dicionrio chins-chins. Mas, de facto, a ideia central est l. A Teoria dos Sistemas tenta perceber a essncia da relao entre objetos atravs da identificao dos seus traos comuns.O que h de semelhante entre o bloqueio neuromuscular de um paciente sujeito a anestesia e uma vlvula que controla o caudal de vapor numa turbina? As duas situaes so descritas por um modelo de Wiener, uma abstrao matemtica que tem a mesma estrutura em ambos os casos. Perceber isto significa que podemos tirar partido dos m-todos de um dos campos de aplicao para o outro, ou at, em certos casos e muito mais interessante, misturar os dois campos de aplicao.

    dos modelos Ao ConTroloUma das ferramentas, central na Teoria dos Sistemas, e que os engenheiros usam para lidar com a complexidade, so os modelos. Uma boa parte da complexidade provm do facto de a realidade com que lidamos incluir muitos detalhes que, de facto, no so im-portantes para o objetivo de projeto. Os mo-delos permitem abstrair os detalhes irrele-vantes, e relacionar as variveis que devem ser tidas em conta.Um modelo pois uma representao sim-plificada das relaes de dependncia entre as variveis de um dado sistema. Os mo-delos podem ser muito variados. O Eng. Edgar Cardoso, grande projetista portugus de pontes, construa modelos escala que lhe serviam para ensaiar as opes de pro-jeto. Este o exemplo de um modelo ana-lgico: um sistema simplificado que, no essencial, se comporta como outro que queremos estudar. Uma alternativa (que dispensa a bela oficina de mecnica que o

    Prof. Edgar Cardoso possua) construir o modelo escrevendo as equaes mate-mticas que representam as relaes que queremos estudar. Resolvendo numerica-mente estas equaes simulamos o sis-tema e podemos avaliar, sem riscos, o que aconteceria se....Em muitos sistemas, a interao com o mundo exterior feita atravs de trs tipos de variveis: as variveis que podemos ma-nipular, as variveis que podemos medir com sensores (sadas), e as variveis de perturbao. Um sistema de controlo e de-ciso (com alguma simplificao) um algoritmo que permite calcular o valor das variveis manipuladas para que as variveis medidas estejam em valores de referncia desejados, mau grado as perturbaes. Muitos de ns conhecemos exemplos tc-nicos de sistemas de controlo, por exemplo para manter constante uma temperatura ou um caudal, ou, com a necessidade de mais sofisticao, para garantir que um rob execute determinado movimento. As mesmas tcnicas podem no entanto ser usadas em contextos algo inesperados, por exemplo em anestesia (Figura 1). A estrutura bsica a mesma: sensores, atuadores e um pro-cessador que corre algoritmos projetados com base em modelos. A dificuldade o

    maior grau de incerteza e variabilidade, que tornam o problema mais complexo.

    O simples facto de se dispor de uma rede de sensores e um modelo pode dar origem a resultados muito interessantes. Nos l-timos anos a EPAL desenvolveu o sistema WONE (Water Optimization for Network Efficiency), um sistema de monitorizao e deciso que permitiu reduzir as perdas de gua de cerca de 25% a 8,2%, o que traduz uma enorme poupana de gua e energia, para alm de uma significativa reduo da pegada ambiental.

    AdApTAoPodemos lidar com a incerteza essencial-mente de dois modos: ou aprendendo a viver com ela (fazendo um projeto que robusto, ou seja, que quando as premissas subja-centes ao modelo falham tem uma quebra de desempenho, mas continua a funcionar); ou aprendendo com o funcionamento do processo que vamos observando para me-lhorar continuamente o algoritmo de deciso e controlo, ao que chamamos adaptao.A Figura 2 mostra um exemplo de regulao da temperatura do vapor sobreaquecido numa caldeira de mdia dimenso, que ilustra o que a adaptao e o seu impacto

    22 INGENIUM MARO / ABRIL 2013

    Teoria dos sisTemas e Problemas ComPlexosJoo Miranda leMos

    Professor Catedrtico do instituto Superior Tcnico, Universidade Tcnica de lisboa | investigador do ineSC-iD

    figura 1 A anestesia como um sistema de Engenharia (cooperao com a fCuP)

  • EngEnhAriA DE SiSTEMAS

    econmico. Na parte inicial do ensaio usa--se um controlador tradicional. Quando se liga o mecanismo de adaptao, o algoritmo de controlo aprende com os dados de tem-peratura e posio da vlvula que vai ob-servando, adaptando os seus parmetros, e consegue melhorar muito o seu desem-penho em termos de reduzir as flutuaes da temperatura em torno do objetivo. Esta reduo permite aumentar o valor mdio da temperatura sem risco para o sistema, e melhorar a eficincia energtica, o que se traduz num ganho monetrio.

    CooperAoUma outra fonte de complexidade provm da interao entre mltiplas partes. Cada vez mais se constroem sistemas formados por numerosos subsistemas que interagem atravs de redes complexas. Pela sua di-menso, medida pelo nmero dos subsis-temas interatuantes, no possvel ter um nico controlador que recebe os sinais de todos os sensores e toma centralizadamente as decises para todos os atuadores. Por vezes nem sequer possvel fazer isto de uma maneira hierrquica. Por exemplo, um grande sistema de distribuio de gua (a Figura 3 mostra um canal experimental existente em Portugal e pertencente ao Ncleo de Hidrulica e Controlo de Canais da Universidade de vora, que permite es-tudos experimentais nesta rea) pode atra-vessar diferentes regies administrativas, ou mesmo pases, que podem negociar, mas entre os quais no existe uma relao

    hierrquica. Podem ser dados outros exem-plos em campos to diversificados como as redes de energia, as smart grids ou a co-operao entre bandos de robs mveis.A abordagem a seguir consiste em explorar conceitos como cooperao e tcnicas ma-temticas de otimizao distribuda, para os quais existe um nmero crescente de re-sultados (teoria, algoritmos, exemplos).

    ComplexidAdeFinalmente, a complexidade pode tambm vir da simplicidade. A partir dos anos ses-senta do sculo XX percebeu-se que h sistemas com um nmero muito reduzido de partes interatuantes mas que apresentam comportamentos muito complexos, como por exemplo uma enorme sensibilidade s condies iniciais. Dois sistemas iguais,

    comeando a partir de condies iniciais muito prximas apresentam comporta-mentos muito divergentes. H porm uma regularidade: as variveis que traduzem o comportamento do sistema, embora por trajetos diferentes, dispem-se sobre su-perfcies bem definidas, os chamados atra-tores estranhos. So os mediticos sistemas caticos, populares na literatura de divul-gao cientfica.A compreenso do caos e dos mecanismos que o geram tem uma importncia crescen- te em Engenharia. Por um lado, para poder evitar este tipo de fenmenos quando se projetam sistemas de deciso e controlo. Por outro, certas reas da Engenharia tiram partido do caos, por exemplo para a codifi-cao e encriptao de sequncias de ima-gens de vdeo.

    novos CAminhosClassicamente, o modelo e a sua represen-tao so vistos como coisas diferentes, mas esta diferena tende a esbater-se. Os cyber-physical systems constituem um cam- po emergente que aborda os problemas de sistemas feitos com partes fsicas e par- tes que, de facto, so modelos que se com-portam como sistemas fsicos capazes, atravs de interfaces eletrnicas adequadas, de com eles interagir. Tal como num jogo de espelhos, a simulao matemtica torna--se realidade fsica, e a realidade fsica controlada pela computao. Por detrs de tudo isto esto mtodos matemticos e conhecimentos da Fsica, da Qumica, da Biologia e da Medicina.O aumento da potncia da computao e da comunicao a preos muito baixos, a dis-ponibilidade de algoritmos poderosos de comunicao e controlo sobre redes so foras que guiam cada vez mais a Engenharia dos Sistemas. Esta disponibilidade de tec-nologias adequadas disponveis a preos relativamente baixos, conjugadas com teo-rias cada vez mais abrangentes disponveis numa bibliografia acessvel escala plane-tria, completada entre ns pelos jovens engenheiros formados em universidades portuguesas, com uma qualificao e um potencial criativo sem precedentes. Um de-safio s empresas e aos empreendedores para com eles desenvolverem riqueza em projetos com a dimenso adequada. ING

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    53019.8 20.0 20.2 20.6 20.8 21.020.4

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    Comea a adaptao

    figura 3 O autor do texto durante um ensaiode controlo distribudo no canal experimental

    da universidade de vora

    figura 2 Adaptao na temperatura do vapor sobreaquecido (cooperao com a EdP)

  • A Engenharia de Sistemas, enquanto abordagem ao design e construo de entidades complexas, pode ser classificada simultaneamente de transdis-ciplinar e interdisciplinar. Transdisciplinar porque a sua aplicao transcende os limites das disciplinas cientficas, podendo ser apli-cada a objetos de interesse de natureza diversa: fsica, qumica, biolgica, social. Interdisciplinar porque as suas abordagens, mtodos e tcnicas se baseiam em princ-pios cujas origens podem ser associadas a diferentes reas da Cincia.Neste artigo so focados dois aspetos da Engenharia de Sistemas que so particu-larmente relevantes quando o seu objeto so empresas. As empresas tm uma forte dimenso social: uma parte substancial do trabalho correspondente s atividades do sistema executada por pessoas; a definio dos objetivos e de outras componentes da vertente intencional do sistema tambm executada por pessoas.O primeiro dos aspetos a focar tem a ver com a subjetividade associada identificao da fronteira, da finalidade e de outros ele-mentos da delimitao do sistema. Este aspeto chama a ateno para preocupaes

    e limites a ter em conta na transdisciplina-ridade da Engenharia de Sistemas.O segundo tem a ver com a diversidade de estruturas organizacionais que podem ser adotadas na concretizao dos sistemas. Ao longo das ltimas dcadas novas formas de organizao tm vindo a emergir e a ganhar relevncia. Auto-organizao, redes e servios so exemplos de novas perspe-tivas para a estruturao de sistemas. Estas novas perspetivas vm reforar a natureza interdisciplinar da Engenharia de Sistemas na medida em que envolvem conhecimentos, ainda em desenvolvimento, que podem ser associados a novas reas da Cincia.Os dois aspetos focados neste artigo so particularmente relevantes para as ativi-dades de (re-)engenharia empresarial que envolvem a adoo de tecnologias da infor-mao. Estas intervenes visam no s a

    amplificao de capacidades existentes mas sobretudo a viabilizao de transformaes profundas que implicam a criao de novas capacidades que reforcem a aprendizagem, a inteligncia e a inovao da empresa.

    AbordAgens sofT engenhAriA de sisTemAsAs bases para as abordagens soft Enge-nharia de Sistemas foram lanadas por Checkland com a Soft Systems Methodology SSM ((P. B. Checkland, 1981), (P. Checkland & Holwell, 1998)). A proposta metodolgica de Checkland inclui duas dimenses de ru-tura com a tradio da Engenharia de Sis-temas aplicada a situaes empresariais: (i) o assumir da subjetividade do sistema e (ii) a utilidade da elaborao de um modelo (designado por conceptual) do que o sistema dever ser antes de uma etapa de anlise

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    Joo lvaro CarvalhoProfessor Catedrtico, Departamento de Sistemas de informao e Centro algoritmi, escola de engenharia, Universidade do minho

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    figura 1Conceitos essenciais na modelao sistmica

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    Desafios Engenharia de Sistemas Empresariaisda subjeTividade dos sisTemas

    s Novas esTruTuras orgaNizaCioNais

    TEMA DE CAPA

  • de sistemas que leva elaborao de um modelo sistmico da situao que existe.Lidar com a subjetividade dos sistemas implica um ajuste de linguagem. Na Figura 1A ilustra-se o entendimento mais comum da modelao sistmica: um modelador estuda um objeto de interesse que desig-nado por sistema (a) e elabora um modelo desse sistema (b). A Figura 1B ilustra uma perspetiva que recorre a diferentes conceitos: um modelador estuda um objeto de inte-resse (a), conceptualiza um modelo sist-mico desse objeto (c) o sistema que ento representado (b).A perspetiva apresentada em 1B facilita a explicao da possibilidade, ilustrada em 1C, de que diferentes pessoas (modeladores) possam conceptualizar um mesmo objeto de interesse (a) de forma diferente (vrios (c)) o que levar a que possam existir