Infrator - release do curta metragem

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Infrator www.CINEASTA81.com.br PRESS BOOK - CURTA-METRAGEM

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Release do curta - metragem "Infrator", dirigido por Gustavo Serrate e Rodrigo Huagha. Mais informações em www.cineasta81.com.br

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Infrator

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PRESS BOOK - CURTA-METRAGEM

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Apresentação do filme

Infrator

Curta-metragem brasiliense escrito e filmado por Gustavo Serrate e Rodrigo Luiz Martins

Fevereiro - 2013

CINEASTA 81

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“Um homem tenta apreciar uma noite de liberdade em uma cidade insólita”

“A man tries to appreciate a night of freedom in a desolate city”

Infrator é um curta-metragem de 20 minutos filmado nas madrugadas de Brasília. A produção, totalmente independente, contou com a ajuda de um grupo de pessoas

talentosas que fazem parte da cena artística da capital.

Um homem acaba de sair da penitenciária. Ele carrega apenas um documento que o concede liberdade provisória durante o feriado de páscoa. O dia de liberdade dos prisioneiros, conhecido em Brasília como

Seção 1INFRATOR

22min 27segPreto e Branco/Black and WhiteAno/Year: 2013Língua/Language: Português/PortugueseSubtitles: EnglishPaís/Country: Brasil/BrazilCity: Brasília - DFFormato/Format: Digital - HDV 1920x1080Contato/Contact:Gustavo Serrate [email protected] Luiz [email protected]

Release

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Saidão da papuda* é um dia em que os prisioneiros podem voltar para casa como um prêmio por boa conduta, mas devem permanecer dentro de suas residências durante a noite, e voltar a penitenciária dentro de um número estipulado de dias para terminar de cumprir suas penas. A medida é uma solução paliativa para a lotação extrema dos presídios e para tentar abrandar o excesso de violência.

Este homem não quer se envolver em nenhuma intriga, ele quer apenas sentir a velha sensação de uma boa noite de liberdade. Sensação que o lembra da infância, das brincadeiras com a irmã, das cortinas de casa balançando, da época em que ainda existia alguma pureza em sua vida.

O maior medo desse homem, o fantasma que o persegue, é o medo de se perder de uma vez por todas e cair no vazio. No buraco negro da violência, de uma existência sem sentido, sem ninguém que o queira.

Este é o protagonista de nosso filme, um Infrator condenado, que deseja apenas ficar em paz, usufruindo da silenciosa solidão urbana nas ruas inóspitas de Brasília durante a madrugada.

*papuda: Complexo Penitenciário da Papuda está situado a 25 km do Palácio do Planalto, em Brasíliaasas

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Direção e roteiro Gustavo Serrate e Rodrigo Luiz Martins

ArgumentoGustavo Serrate

Diálogos Rodrigo Huagha

Assistente de direção Alan Smithee

Fotografia Latege Romro Jr.

Assistente de CâmeraJorge Romeu

MontagemGustavo Anikulapo

Design de somGustavo Anikulapo

ProduçãoRoger VieiraRicardo AbrilZaira Reple

Produção de locação Zaira Reple

Figurinista e Storyboard Zaira Reple

Rodrigo Huagha

Cenografia Brigitte Helena

Captação de som Roger VieiraRicardo Abril

Diretor de coreografia ( Luta )Alberto Vale Forjaz

Concepção Coreografia ( Dança ) Livia Bennet

ElencoJosuel Junior Virna SmithLívia BennetAglaia SouzaRoger Vieira

Carol Barreiro Alberto Forjaz

Nobu KahiConde PaladinoMateus AraújoRicardo Abril

RepórterJanary Damacena

FoleyGuilherme LazzarettiLuiz Felipe Siqueira

Mateus AraújoRoger Vieira

Arte final – ilustraçõesMariana CampeloFranklin CampeloZakuro Aoyama

AnimaçãoJulia Gandrud – Crow Flight

Concepção de figurinoMariana Campelo

PesquisaMariana Campelo

Trilha sonoraCircus Marcus – “Busqueda Exploratoria”

Hiiragi Fukuda – “The Story Of Snowman For Children’s”Reinbert de Leeuw – interpretação da música “Gnossienne n1”,

de Erik SatieJuliano Guerra – “Transeunte”

Hiiragi Fukuda – “Open Field Blues”

ApoioAlan (Alfa) – Patches

Nilmar PauloIrani MartinsKelly Costty

Tiago EsmeraldoRenata MartinsMarco Aurélio

AgradecimentosEscola Parque 308 sul

Pizzaria Dom Bosco ( 104 Sul ) TV JustiçaTv Senado

Policía Militar do DFCorpo de Bombeiros do DF

Reitoria da Universidade de Brasília

ProdutoraCineasta 81

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O N O V O C U R T A - M E T R A G E M D A P R O D U T O R A AUDIOVISUAL CINEASTA 81 TRAZ UM OLHAR LÍRICO SOBRE UM HOMEM RECÉM-SAÍDO DA PENITENCIÁRIA TENTANDO APROVEITAR UMA NOITE DE LIBERDADE. O FILME ABORDA O TEMA DA LIBERDADE PROVISÓRIA, A V I O L Ê N C I A U R B A N A , A S F A M O S A S G A N G U E S BRASILIENSES, RESPONSÁVEIS POR CRIMES HEDIONDOS NA DÉCADA DE 90, E TAMBÉM O TEMA DA CIDADE I N Ó S P I TA , U M A B R A S Í L I A E S Q U E C I D A , O N D E O S PEDESTRES ESTÃO EM PERIGO CONSTANTE.

Um homem, uma noite, um augúrio

O filme INFRATOR se passa em uma Brasília imaginada, mas não por isso deixa de ser verdadeira. O planalto é um abismo, cheio de grandes vãos inabitados, longas madrugadas, ruas desertas, e os sorrateiros peregrinos da noite buscando diversão ilícita, causando o caos furioso como resposta ao desespero coletivo. É nesta Brasília sombria que se passa o filme Infrator. Uma cidade imaginada, mas ao mesmo tempo baseada em uma Brasília real, que já foi palco de crimes de violência, que já foi

habitada por dezenas de gangues, prisioneiros recém libertos e por um exército de trabalhadores sem transporte de volta para casa, presos as ruas espaçosas e solitárias.

Trilogia da noite em BrasíliaA produtora Cineasta 81 tem a intenção de realizar uma trilogia sobre personagens que perambulam nessa Brasília noturna. Produzimos então o segundo curta dessa trilogia: O Infrator, que segue uma noite de dois personagens rumando em direção ao vazio. A produção de suspense foi finalizada em 2013, com 20 minutos de duração e concorrerá em Festivais de Cinema do Brasil e de outros países.

Infrator tem um olhar sombrio, porém realista, da situação urbana de um personagem sem esperanças. BASTAR foi o primeiro filme da trilogia, filmado em 2008, lançado em 2009, também com 20 minutos de duração. Bastar falava também de um personagem “à deriva”, vivendo nas ruas de Brasília, tendo como único abrigo um carro velho. E na mente um desejo, vingança: queria matar o assassino do irmão. Bastar foi um filme que abria mão do realismo para adentrar em uma suave aura de

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Inóspita capital

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suspense sobrenatural. Bem diferente de Infrator, que trata da sombra negra em um mundo real, ou muito próximo disso.

O ponto em comum entre os filmes da trilogia, além do aspecto sombrio de uma Brasília inóspita, é também o fato de que trata de personagens que estão à deriva, com curtas perspectivas, vivendo na cidade apenas como flaneurs, observadores e

testemunhas de uma vida cruel. São personagens sujeitos às intempéries do destino, expostos às mazelas da cidade, são pessoas perdidas tentando retomar algum controle para suas vidas, por menor que seja. Este é o ponto de ligação entre os personagens do primeiro e segundo filme, da mesma forma, é o que buscaremos no terceiro filme, para 2014.

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Um terceiro aspecto que não pode ser desconsiderado é a cidade como protagonista de todo o filme. Uma Brasília que ninguém vê, como pano de fundo para a ação.

Brasília não fica passiva no filme, a cidade interage com os personagens, torna-se um imbrincado quebra-cabeças. A cidade é uma personagem do filme e tem um papel fundamental na construção da narrativa. Este filme não poderia ser feito em outra cidade.

Estética PunkBrasília da época em que as gangues dominavam o plano piloto era perigosa para aquele que resolvesse cruzar o plano piloto a pé. Naquela época a cidade fervilhava de atividade nos submundos da contra-cultura. Metaleiros, Punks, Grunges, Góticos, Skin Heads, Rockabilies e os “filhinhos de papai” faiscavam de diversão e violência. Proliferavam-se as gangues classe média, formadas por lutadores de Jiu Jitsu. Foi nesse período em que houve o boom dessa arte-marcial. O bairrismo tornava-se o código de conduta, marcando rostos desconhecidos, agendando locais para as famosas “porradas” grupais, violentando mulheres no estacionamento da UnB, fazendo arruaça nas passagens subterrâneas.

O movimento Punk tinha uma expressividade contra-cultural muito forte, e entre os jovens eram disseminadas as ideologias do anarquismo em oposição a visão fascista dos Skin Heads. Rivalidades surgia. A vestimenta era símbolo de pensamento. Recortavam desenhos de pano com símbolos espalhados toscamente pelas jaquetas. Eram os patches.

Os Punks, os Skin Heads e até gangues de motoqueiros utilizam essa forma artesanal de classificar um “clã”, recortando símbolos feitos através de serigrafia. Em Infrator nos apropriamos dessa estética para reproduzir os símbolos da gangue, um corvo, nas jaquetas, nas calças, nas bermudas dos personagens da gangue inominada.

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Simbologia do corvoO símbolo da gangue e todas suas referências subliminares é criação de Mariana Campelo e Franklin Campelo.

O corvo, utilizado como patch na vestimenta da gangue está associado historicamente a uma série de expressões de azar, de mau agouro e de morte durante o decorrer da história da humanidade.

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Por sua cor negra, o corvo é associado a idéia de princípio (noite materna, trevas primigênias, terra fecundante); por seu caráter aéreo, associado ao céu, ao poder como criador demiúrgico; às forças espirituais; por seu vôo, mensageiro.

Aves de rapina, corvos não costumam caçar, comem de tudo, mas se alimentam principalmente do que é morto. Não costumam voar para muito longe, não migram planeta a fora, são agressivos e tem medo do homem, a ponto de espantalhos com aspecto humano serem suficientes para mantê-los afastados dos milharais. A Bíblia cita cidades arrasadas pelo desígnio divino como lares de corvos – que se alimentariam das carcaças que ali restavam."

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Posteriormente o artista Zakuro Aoyama trabalhou na

elaboração do cartaz do filme, criando uma releitura sobre símbolo da gangue

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Infrator é assinado por dois diretores, Rodrigo Luiz Martins e Gus tavo Se r ra te . D i re to res com v i sões a r t í s t i cas complementares que já trabalham juntos há alguns anos em diversas produções da cena de cinema independente (de Guerrilha) do Distrito Federal. Habituados à falta de recurso, os diretores buscam na ousadia e na criatividade uma maneira de fazer artesanal.

Brasília é uma cidade de grandes talentos, muitos deles não recebem o devido reconhecimento pois a cidade está fora do eixo Rio-São Paulo, portanto, muita gente qualificada passa sem ser vista.

Nas produções de ficção da Cineasta 81, há sempre a busca por revelar talentos. Costumamos recrutar não-atores e atores de teatro, transpondo a barreira para o cinema.

Josuel Junior

Josuel é um ator formado pela Faculdade Dulcina de Moraes, tendo realizado diversos trabalhos na capital, em outros estados e até fora do país.

Virna Smith

Atriz/diretora formada em cinema e faz o papel de uma mulher voltando do trabalho de madrugada, que se conforta com a chegada do colega, também a deriva, para lhe fazer companhia de madrugada na parada de ônibus.

Virna e Josuel interpretam com muito talento uma amizade fugaz que surge no momento de desespero.

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Equipe

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Josuel Junior

Quando recebi o convite para participar de “Infrator” e soube que minha personagem era um detento que estava num dia de saidão da cadeia, fiquei bastante interessando pela proposta. A pesquisa, que se baseou nas gangues, também me instigou bastante, embora fosse de um núcleo a parte no processo de filmagem. Isso de violência urbana em Brasília me pareceu bem interessante de ser mostrado na tela do cinema. No filme, havia um momento de perseguição pela cidade e uma fuga densa e tensa. Ironicamente, semanas antes eu havia sofrido uma tentativa de assalto, consegui fugir e fui perseguido até sofrer um grave acidente. Durante as gravações, ainda estava bem debilitado e fui testar no momento da “ação” como estava meu corpo e se o seu estado afetaria de maneira negativa a filmagem. Acredito que deu tudo certo e a experiência da vida real (esse laboratório forçado) me ajudou a entender melhor o clima de tensão e suspense que propunham os diretores. Espero que o público de cinema de Brasília assista ao filme e embarque nessa nossa viagem pelas ruas e corredores da capital.

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Os corvos são:Roger Vieira

Carol BarreiroAlberto Forjaz

Nobu KahiConde Paladino Mateus Araújo

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Lívia Bennet A dançarina da cena de abertura

Rodrigo Luiz MartinsDiretor e roteirista

Pela primeira vez percebo um amadurecimento na maneira de produzir e realizar um projeto.

Em Infrator tudo ocorreu como planejado, a produção foi pequena mas eficaz, pois a gravações ocorreram dentro do cronograma e o resultado final ficou melhor do que o esperado, por mérito e comprometimento da nossa equipe e atores. Conseguimos imprimir no projeto uma vontade que sempre tivemos de mostrar Brasília noturna e soturna.

O Serrate e eu Iniciamos em 2008 com o curta “Homicida é!” um modo de contar nossas histórias utilizando Brasília como um personagem vivo, fomos aprimorando nosso olhar   e começamos a ideia da trilogia com o   Bastar, agora temos o Infrator.   As ideias fervilham sobre como podemos terminar essa trilogia sobre cair no vazio...

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Palavras do diretor e roteirista, Gustavo Serrate

Busquei por muito tempo por uma linguagem cinematográfica que fosse condizente com meu modo de pensar cinema. Me irrita muito a tendência atual de uma busca obsessiva pela nitidez, pela imagem publicitária. Alguns associam isso a “qualidade” cinematográfica, mas meu conceito de qualidade é muito diferente.

O movimento punk, antes da sua banalização, foi para mim uma referência em termos de uma forma de expressão crua e honesta. O punk, assim como o Jazz, ou o hip hop, o Rock and Roll ou a embolada permitem um improviso, e não rejeitam a “sujeira”. Muito pelo contrário, a imperfeição técnica muitas vezes é o norte do trabalho. Certa vez assisti uma entrevista em que Kurt Kobain comentava sobre a banda Meat Muppets - a mais importante influência para Nirvana - e falava sobre essa busca deles pela “imperfeição técnica”.

O Rodrigo Huagha é um sujeito de pensamento “sujo”, nesse sentido, de conciliar o conhecimento técnico com uma busca pela imperfeição. Por isso acho que nossas idéias combinam na produção audiovisual. É uma figura rara que vive em Brasília, e que não rejeita a cidade, com quem já filmo há quase dez anos. Formamos uma dupla coerente esteticamente e afinada para produzir filmes com uma linguagem livre, sem maneirismos modernosos. Por isso a longevidade da amizade e da parceria cinematográfica. Filmes de aspecto publicitário são escrotos para nós.

Eu busquei por muitas coisas no cinema. Quando filmei “Homicida é!”, estava tentando descobrir uma linguagem que fosse capaz de alcançar algum acorde no espectro do suspense, o gênero em que o cinema realmente acontece. Depois, em Bastar, ainda falando sobre um personagem “perdido, solitário e socialmente doente”, buscamos o suspense usando como co-protagonista as assustadoras ruas vazias de Brasília. Mas em Bastar ainda não tinha me dado conta da beleza da linguagem suja, do ruído, dos cortes grosseiros, como construção de uma estética coerente com as histórias que estou contando. E por isso, erramos um pouco em Bastar, queríamos mostrar técnica e beleza de planos. A preocupação com a fotografia às vezes pode ser uma inimiga da narrativa. Quantas vezes você não saiu de um filme ruim dizendo “a fotografia até que era bonita”, mas sem mais nada para dizer? Em Infrator acho que acertamos na maneira de conduzir a história. Conseguimos aproximar o prazer literário de escrever cambaleando como um jazz bêbado e desafinado, com o prazer cinematográfico de conseguir transformar este conceito em imagem, em narrativa audiovisual.

Não é refinado, não é limpo, não sei nem se é cinema. Chame do que quiser. Nós gostamos de escrever com a luz.

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Cineasta 81

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