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infoGeo 3 Trimestre de 2014 Número 2 3 / 2014 FEIRAS & EVENTOS ENTREVISTAS EMPRESAS TECNOLOGIA GESTÃO Número 2 Entrevista Dr. José Silva Pereira Diretor de Minas e Pedreiras da DGEG Arquitetura Hotel Marmoris Obra com DNA de Pedra Feiras 2013-2014 O melhor de Portugal

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Fusão das revistas "Rochas & Equipamentos" e "A Pedra". É a revista líder em Portugal e Países Lusófonos sobre os recursos minerais e rochas ornamentais com uma acumular de 40 anos de publicação ininterrupta. Informa e promove, os materiais, desde a sua extração, à sua transformação e aplicação. As pessoas e as empresas que trabalham num dos mais importantes setores da humanidade.

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WHAT WE ARE TODAY. TOMORROW, WE WANT MORE.

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3 / 2014FEIRAS & EVENTOS

ENTREVISTAS

EMPRESAS

TECNOLOGIA

GESTÃO

Número 2

Entrevista

Dr. José Silva Pereira Diretor de Minas e Pedreiras da DGEG

Arquitetura

Hotel MarmorisObra com DNA de Pedra

Feiras

2013-2014O melhor de Portugal

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ficha técnica

2 infoGEO

EDITOR:NUNO HENRIQUES C.I.P. Nº 2414

DIRETOR:MIGUEL GOULÃO

DIRETOR FINANCEIRO:DANIEL REBELO

DIRETORA ADMINISTRATIVA:M. JOSÉ SOROMANHO

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO:CARLA GOMES

DESIGN E PRODUÇÃO:Kombucha Designs, S.L.

IMPRESSÃO:António Coelho Dias, S.A.Rua Marquesa Alorna, 12A2620-271 Ramada

PRODUÇÃO:COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, Lda.

TIRAGEM:5000 Ex.

PERIOCIDADE:TrimestralCOLABORADORES A. Casal MouraOctávio Rabaçal MartinsVisa ConsultorasFrontWavesIntrum JutitiaMoore StephensSevalorGostratégia

CORRESPONDENTES:Brian Robert Gurteen - Alemanha Cid Chiodi Filho - BrasilManuel Santos Guedes - PortugalPaulo Flório Giafarov - BrasilSérgio Pimenta - Bélgica

REVISTA DE RECURSOS MINERAIS E INDÚSTRIA EXTRATIVA PUBLICAÇÃO TRIMESTRALNº 2 3º TRIMESTRE 2013

PROPRIEDADECOMEDIL - Comunicação e Edição, Lda.NIPC - Nº 502 102 152 EDITORES:COMEDIL - Comunicação e Edição, Lda.Empresa Jornalística Registada no Instituto de Comunicação Social nº 223679 ASSIMAGRA - Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins. www.assimagra.pt

ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE:Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A1170 - 119 LISBOA - PORTUGALTelef.: + 351 21 812 37 53 | Fax: + 351 21 814 19 00E-mail: [email protected]

A revista infoGEOE e a sua direção editorial poderão não concordar necessariamente com todas as opiniões expressas pelos autores dos artigos publicados ou por afirmações expressas em entrevistas, como não se responsabiliza por possíveis erros, omissões e inexatidões que possam eventualmente existir.

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL:Empresas Extractoras e Transformadoras do Sector da Pedra Natural, Fabricantes e Representantes de Máquinas e Equipamen-tos, Abrasivos, Ferramentas Diamantadas, Acessórios, Arquitetos, Construtores, Designers, Engenheiros, Geólogos, Empresas de Construção e Serviços, Entidades Oficiais, Entidades Bancárias, Universidades, Institutos e Feiras Sectoriais.

DEP. LEGAL Nº 357031/13

INFOGEO É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:

Isenta do Registo da ERC ao abrigo do Decreto Regula-mentar 8/99 de 9/6 Artigo 12 n.º 1-A

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entrevista42 Dr. Silva Pereira

eventos34 Xiamen 1336 Stone 1338 Izmir 1340 Vitoria 1341 Revestir 13 30 Plan&Arte Industria Extrativa

editorial04 Nuno Esteves Henriques

arquitetura16 Hotel Marmóris & Spa

tecnologia26 SB80L o novo engnho de serrar mármores da AJF28 Mocamar e GPA Teste em moto Serra Fantini

16

42

50

26

28sumário

documentos48 3 Razões para se internacionalizar50 Estudo e avaliação dos depósitos de rochas ornamentais portuguesa54 Perguntas & Respostas

54

infoGEO 3

case-study52 Gestilamas

notícias08 Notícias do setor

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Após um complicado ano sem publicações, voltamos a mais uma

edição da infoGEO.

Reatamos a última publicação e obrigatoriamente teremos de percorrer alguns dos acontecimentos passados, todavia, faremos de maneira sucinta. Mas, se é nosso dever manter compromissos antigos, também é nossa vontade continuar a publicar conteúdos exclusivos.

A boa aplicação da Pedra Natural é uma das melhores formas de marketing e talvez a melhor maneira de alcançarmos um consumidor que hoje, é cada vez mais inundado de produtos concorrentes. Sejam estes: construtores, designers, arquitetos ou consumidores finais.

Por isso não podíamos deixar passar um dos melhores exemplos de aplicação de pedra natural, em Portugal e no mundo.Tanto pela beleza arquitetónica como o seu uso estrutural que francamente tanto me apaixona. O Hotel Marmóris é um grande projeto da familia Alves e uma exultação à rocha ornamental portuguesa e mais concretamente, aos mármores alentejanos.

Num país de pobreza profissional e a atravessar uma grave crise. Lamento profundamente as dificuldades que muitos de nós atravessam. Mas o exacerbado consumismo e materialismo que o comum e o incomum vivenciava no passado, deu espaço a novas preocupações, como a sustentabilidade, ecologia, qualidade e durabilidade que tentamos agora incorporar nos variados campos das nossas vidas. Todo um conjunto de características que a pedra natural nos fornece no capitulo da construção.

Entrevistamos o Dr. Silva Pereira, Diretor de Serviços de Minas e Pedreiras da DGEG. Atualmente, um dos responsáveis pela linha orientadora da tutela sobre o nosso setor de atividade.Numa altura em que os recursos geológicos são sem sombra de dúvida, os recursos estratégicos. Os papeis da DGEG, EDM e da Assimagra, deverão de ser orientadores e dínamizadores junto do governo atual, mas também do seguinte.

O seu uso de forma sustentável poderá ajudar verticalmente a que Portugal consiga a sua independência financeira.A mudança de paradigma económico

caros leitores,

editorial

que Portugal vive após a falência do Lehman Brothers - o Big Bang da crise - permitiu de certa maneira uma elevação da qualidade to tecido empresarial. O mesmo não aconteceu no tecido politico.

Com tantas variáveis em jogo e também um jogo de possibilidades. Não é certamente, um negócio para todos. Mas, para os intrépidos que apostam neste negócio, a burocracia poderá tornar Portugal um local semasiado dispendioso para se investir.Uma politíca de bloqueio, no acesso aos recursos geologicos em prol de interesses próprios, é uma traição ao país e ás gerações futuras.

Como nota de pesar ficam as condolências de toda a equipa da infoGEO para a familia e colaboradores do Sr. Francisco Galrão Jorge que faleceu no passado dia 29 de agosto, vitima de doença prolongada.

Nuno Esteves Henriques

Uma politíca de bloqueio no acesso aos recursos geologicos em prol de interesses próprios, é uma

traição ao país e ás gerações futuras.

infoGEO 4

Nuno Esteves HenriquesEditor

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notícias

Através de quinze obras contemporaneas em territótio nacional onde a Pedra Natural

portuguesa foi o material capital, este livro valoriza o que de melhor se tem feito a nível arquitetonico e simultaneamente promove os materais através de imagens de fotografos consagrados e magnificas fichas técnicas.

Além da imagem, a obra tem a chancela técnica Cevalor que contou com a colaboração do Dr. António Casal Moura, Arqt. António Pliz, Dr.ª Marta Peres, Eng. Nelson Cristo, Eng.ª Paula Rebola e Dr.ª Tânia Peças .

Para mais informações contactar o Cevalor.

Cevalor publica obra para promover a Pedra Natural portuguesa junto dos arquitetos

Pedra Natural Portuguesa na Arquitetura

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StonePT

A evolução da promoção da pedra portuguesa não podia deixar de contar

com a criação de uma Marca.

Porque de pedra se trata, a marca a criar deveria ser sólida, contando com os elementos de força e de confiança que a boa rocha transmite.

No entanto, à ideia de solidez juntou-se a dinâmica, a energia e a inteligência. Assim se caracteriza o conceito StonePT, a marca da pedra portuguesa.

Este projeto foi desenvolvido através da parceria estabelecida entre a Assimagra, Frontewave e Cevalor, no âmbito do Projeto-Âncora 1 do Cluster da Pedra Natural.

Numa altura em que o sector da pedra natural é visivelmente ameaçado não apenas pela crise económica nacional e internacional mas enfrenta também a concorrência de novos agentes, como o asiático, afiguram-se essenciais iniciativas que catapultem a imagem e a credibilidade da pedra portuguesa pelo mundo fora.

Assim, e desde a sua criação, o StonePT tem estado em alguns dos mais reputados eventos internacionais como a Marmomacc (Itália), a Xiamen Stone Fair (China), a Coverings (EUA) ou a Expo Revestir (Brasil).

Sempre com imagem apelativa e muita comunicação associada, a marca da pedra portuguesa prima pela destaque, pela criação de atenções e pela promoção da pedra e das empresas portuguesas.

O passo de promoção que faltava

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notícias

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A cidade do Porto foi palco de um importante workshop dedicado à preparação de

feiras internacionais e também ao conhecimento do mercado alemão.Com vista à preparação da presença portuguesa nas feiras que se aproximam, a AICEP e a Assimagra foram parceiras na realização deste workshop, bem como o BPI, tendo cada uma destas instituições designado um responsável pelos módulos.A formação contou com temas de particular interesse no campo da internacionalização, como os Projetos Interstone, os procedimentos de preparação de feiras, a apresentação do mercado alemão e o detalhamento de produtos financeiros relevantes na exportação.

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Workshop Mercado Alemão

Empresários do Norte do país aderem a mais um evento Assimagra.

Maquete da Shihlien Chemical Industrial Jiangsu Co.

Siza Vieira estreia-se na ChinaNo passado dia 30 de Agosto, foi inaugurado o edifício de escritórios

Shihlien Chemical Industrial Jiangsu. Projetado por Siza Vieira em colaboração com Carlos Castanheira, é o primeiro projeto de

Siza em solo chinês, depois de ter já projetado no Japão e Coreia.

Com 11.000 m2, o edifício de cimento braco prefaz uma curva de 300 metros em cima de um lago artificial. E se a imaginação nos leva rapidamente para um dragão sobre a água, invocando a cultura local. O traço da construção, é sem dúvida, Siza. Conectando inclusive, em certos aspetos originais, com o que o arquiteto fez na Expo em 1998. Mais um grande projeto deste arquiteto com 81 anos e um orgulho de mais uma bela obra portuguesa além fronteiras.

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Amigos e colegas homenageiam carreira de sucesso

AntónioMouraz Miranda

notícias

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Após uma longa e vasta atividade como docente universitário, engenheiro e

investigador, o Professor António Mouraz Miranda aposentou-se com a homenagem da Secção de Minas e Georrecursos.

A homenagem foi feita através de um jantar no dia 28 de Março de 2014, na Ordem dos Engenheiros, que reuniu entre colegas e amigos do professor, várias figuras do nosso setor, tanto a nível industrial, como académico.

Também nós, congratulamos o Professor A. Mouraz Miranda pela sua notória carreira e

agradecemos todo contributo no apoio editorial que se mantém desde a primeira publicação à 28 anos atrás.

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infoGEO infoGEO 14 15

Regras para o IVA

Regime de contabilidade de caixanotícias

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Informa a Conselho de Ministros que o novo regime permitirá que as empresas cujo volume de negócios não ultrapasse os € 500.000, apenas paguem o IVA ao Estado quando o receberem efetivamente

dos seus devedores e não quando se verifica a emissão de factura, como acontece atualmente.

Em todo o caso, os sujeitos passivos permanecem obrigados a liquidar o IVA devido no último período de cada ano civil, independentemente do respectivo recebimento.A adesão ao regime é facultativa e poderá ser exercida até ao dia 30 de setembro de 2013, desde que cumpridos cumulativamente os seguintes requisitos:

• atividade iniciada há mais de 1 ano; • volume de negócios anual até 500.000 €; •situação tributária regularizada.

A opção por este regime obriga à permanência por um período mínimo de dois anos, bem como ao levantamento do sigilo bancário.

A InfoGeo dará oportuna nota sobre a entrada em vigor desta legislação.

* com a colaboração do gabinete de contabilidade Magnifisco

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Marmòris Hotel & SPAUma Obra com DNA de Pedra

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Portugal e Vila Viçosa ganharam recentemente um hino ao mármore alentejano feito unidade hoteleira. Com os seus 45 quartos e suítes, piscinas interiores

e exteriores, terraço e Spa, o Marmòris Hotel & SPA apresenta-se como “único no Mundo e verdadeiro museu dedicado ao mármore”, sendo propriedade de uma família que há várias gerações trabalha nesse sector.

Com projeto do arquiteto João Paulo e decorado pelo também arquiteto Miguel Câncio Martins este espaço é símbolo de oferece um ambiente de enorme bem-estar e serenidade. Um local aprazível em que o bem receber é nota dominante.

No lugar de um antigo lagar, ganhou corpo um espaço magnificamente decorado, que honra a pedra nacional e

a arte portuguesa de a trabalhar. Não só a pedra natural é usada como elemento de revestimento, mas também como elemento estruturante.

O Alentejo Marmòris Hotel & Spa é um hotel de cinco estrelas que ocupa o edifício do antigo lagar da Cooperativa de Olivicultores. Revestido em 90% com mármore alentejano. E se tal não bastasse, O Spa encontra-se no interior de uma antiga pedreira.

A InfoGeo falou com António Manuel Alves (AA) e com o arquiteto João Paulo (JP), respectivamente proprietário e autor do projeto.

É com orgulho que António Manuel refere a grande ligação entre o Marmòris Hotel & SPA e o Hotel Ritz, em Lisboa.

Arquiteto João Paulo Ferrão

Por: Paulo ColaçoRepórter: Nuno Esteves Henriques

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‘‘Não só a pedra natural é usada como elemento de revestimento, mas

também como elemento estruturante.’’

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infoGEO 18 “São 26 toneladas que estiveram guardadas durante 10 anos e agora serviram para embelezar o hotel.”

P>Em que pontos podemos ligar o hotel Marmòris ao Hotel Ritz

em Lisboa?

AA<Este Hotel assemelha-se muito ao Hotel Ritz em

Lisboa. O Ritz foi construído numa altura em que não se podia importar nem pedra nem tecnologia ao exterior.

O Estado Novo não permitia, por exemplo, o uso da atual tecnologia diamantada, o que prejudicou muito o nosso sector da pedra. É que nós ainda trabalhávamos com tecnologia a areia. Assim, este hotel e o Ritz são os únicos hotéis que configuram verdadeiras homenagens ao mármore. Temos outros grandes hotéis que usam o mármore mas apenas como ligeiros apontamentos.

O Ritz, pela mão de Pardal Monteiro, tem muito mármore e lioz da zona da Serra da Arrábida. Tem Encarnadão, Azulino, Verde Viana, Verde Escoural, Lioz das Lameiras, Amarelos dos Negrais. E tem pedra que talvez eu nem saiba o nome. Tem coisas raríssimas.

E creio que mais de metade das pedreiras de onde veio esse mármore não estejam a funcionar.

O Ritz é uma verdadeira escola de mármore português.

É nessa linha, mas de mármores alentejanos, que segue o Marmòris Hotel & SPA. Uma exaltação deslumbrante e até faustosa a esta rocha ornamental portuguesa.

P>A variedade de tons faz pressupor um rol diversificado

de pedreiras, mas parece que não é assim, certo?

AA<É verdade! Veio tudo da mesma pedreira, a pedreira

D’El Rei, mas tem esta variação de tonalidades. Dos mármores brancos até rosas mais carregados, inclusivamente verde ou linhas vermelhas, é tudo da mesma pedreira.

Dessa pedreira é também costume sair mármore branco com tons azulados. Temos mármores mais rosados e

outros mais brancos, conhecidos por pata de gato ou perdiz.

P>E que dizer do grande bloco à entrada do hotel que serve de

fonte?

AA<Esse bloco foi encontrado quando estávamos a

explorar a pedreira D’El Rei que normalmente está a mais de 90 metros de profundidade.

Quando estávamos a mais de 45 metros de profundidade e vimos um enorme buraco, estávamos a trabalhar e como habitualmente fizemos um buraco ao alto e outro por baixo para passar o fio diamantado e serrar. Entretanto, quando se furou encontrou-se um buraco de mais ou menos 4x4m com estalactites a toda a volta.

De forma alguma quisemos destruir uma coisa que tinha milhares de anos e que era tão bonita. Decidi guardar para um dia mais tarde.

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infoGEO 19“Este hotel e o Ritz são os únicos hotéis que configuram verdadeiras homenagens ao mármore.”

Das confissões do projetista, o arquiteto João Paulo fica a noção de um percurso feito de emoções, aprendizagens e muita partilha de ideias.

JP<Este projeto já começou a ser desenhado em 2003. Foi difícil arrancar, teve fases em que foi mais

complicado chegar a consensos ou a conclusões.

P>É notório neste hotel um certo pendor eclético de estilos, quer explicar?

JP<Quanto ao pendor eclético da obra deve-se também ao facto do cliente, a família Alves, ter tido a ideia de

contratar o arquiteto Martins para fazer a decoração.E eu gostei, claro!

P>Estamos perante um projeto muito especifico. Que tipo de problemas e contratempos encontrou?

JP<Por exemplo, a climatização e a qualidade do ar exigiram muito mais equipamento do que estava

previsto inicialmente. Este projeto tem um peso grande em equipamento que não tinha na fase inicial e portanto aparentemente às vezes parece que cresceu muito. Mas no essencial o peso é o mesmo.

Da minha parte, o que eu tentei fazer foi manter o edifício central exatamente como era e depois o resto era muito mais simples. A ideia inicial foi evoluindo porque uma pessoas entusiasma-se à medida que vai trabalhando e as obras evoluem e superam o projeto original.

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‘‘De forma alguma quisemos destruir uma coisa que tinha milhares de anos.’’

Hoje temos talvez um pouco mais de mármores aqui neste edifício mais simples.

Quando olho para o que está feito, lembro-me que foi um trabalho a quatro mãos e penso que resultou bem no conjunto.

P>A construção deste hotel está dentro de um algum traço ou estilo tipico?

JP<Não é propriamente o que eu chamaria de uma obra de autor da arquitetura portuguesa mas

naquilo que é uma intervenção escorreita, não-pretensiosa, acho que funciona bem. Há inclusive coisas que discutimos, que eu não faria assim mas que até vejo com agrado.

Está aqui uma obra consensual e isso agrada-me.

Agrada-me no sentido em que precisou de muito trabalho, muito planeamento, muita mudança, constituindo-se num desafio empolgante.

Nesse aspecto, sinto-me bem com a obra realizada. Também houve um exercício que tive de fazer, pela primeira vez na vida, que foi deixar os donos da obra terem uma intervenção mais forte.

Todos nós vamos descobrindo coisas diferentes à medida que vamos crescendo e envelhecendo. Percebi que isso estava um bocado na natureza deles e eu preciso de ter isso em atenção.

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‘‘De forma alguma quisemos destruir uma coisa que tinha milhares de anos.’’

P>Como foi o relacionamento com a família Alves durante a obra?

JP<Gosto da maneira como a Dr.ª Mariana e o António Manuel estão no mundo, o seu sucesso e a maneira

como interagem com os seus trabalhadores e com a própria sociedade. Mesmo não tendo eles experiência em projetos do género, quando olho para a obra feita não sinto que tenha sido agredido em nada.

Se me perguntar se aceitei tudo, provavelmente não, mas o que conta é o todo e não uma pequena etapa. Foi uma boa equipa e fiz parte dela. De maneira nenhuma quero ter os louros disto.

Toda a parte da intervenção dos mármores, o António Manuel fez muita força porque sabia o que queria. Eu se calhar iria por um caminho diferente, mas não é a minha área. Como os ingleses dizem “it´s not my cup of tea”.

P>Que outras interações podem ser destacadas na obra?

JP<Há outra intervenção importante: a da Cristina Castelo Branco, que tem um currículo muito bom

quer na área de projeto quer no da arquitetura paisagística, e que fez uma intervenção inspirada. Também aí aprendi a ceder, com ótimo resultado.

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Aproveitamento da antiga Pedreira

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P>Pode dizer-se que o know-how do senhor António Manuel acaba por imprimir uma abertura de espírito

nessas cedências, ou não?

JP<Creio que exagerei ao chamar cedências, pois são mais adesões. O António Manuel tem características

de aventureiro no sentido de ser empreendedor, tem uma inteligência muito especial e talvez isso esteja associado ao seu sucesso na vida. Isso é importante e é importante saber valorizar isso.

P>Voltando à Cristina Castelo Branco, como nasceu aquela simbólica e muito bem conseguida parede

que lembra uma pedreira?

AA<A Cristina Castelo Branco veio cá a Vila Viçosa e eu levei-a às pedreiras. Visitámos diversas

pedreiras, algumas já paradas, e numa pedreira perto de Cabanas vimos sítios onde antigamente se trabalhavam os mármores.

Batia-se o mármore com martelos e cunhas para ficar com aquele aspecto furado. Como aqui nas fundações do hotel encontramos mármore, a ideia que nasceu foi dar ao pátio o ar de que isto era uma pedreira antiga. É por isso que na parte superior e na piscina temos mármore trabalhado à antiga.

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E aproveitamos as limpezas de blocos de mármore, que normalmente deitamos fora. Ele pode ser rosa, castanho, ocre, entre outros.

Esta cor castanha é dada pelas fissuras de milhares de anos da formação do mármore que passaram pela água com terra e deram-lhe esta crosta de diversos ocres como os que encontramos aqui.

P>A fechar esta nossa conversa, que conselhos daria a jovens arquitetos para o desenvolvimento das suas

capacidades?

JP<Uma coisa menos positiva no meu percurso foi ter trabalhado sempre sozinho, nunca com outros

arquitetos. Essa é, para mim, das coisas fundamentais para um arquiteto. Uma delas é viajar e a outra é trabalhar em equipa. Viajar abre-nos os horizontes, faz-nos ver as coisas, os edifícios nas cidades, palpar e sentir – essas coisas são muito importantes. E trabalhar em equipa faz-nos desenvolver capacidades, porque duas ideias juntas não dão quatro: dão um mundo de ideias!

Outra recomendação que eu faria: por exemplo, um arquiteto nunca se deve vender. Não quero citar nomes mas dou exemplo de um colega de curso que eu admiro e respeito muito.

Desde o princípio tinha as qualidades necessárias para ser um arquiteto de grande dimensão mas disse logo que queria ser sempre independente e “comer o pão que o diabo amassou”. Ele tinha trabalho mas não vivia de forma desafogada. Não

sei como está hoje, porque não tenho convivido muito com ele, mas a verdade é que ele nunca se vendia. Fazia obras de boa qualidade mas sempre seguindo o seu caminho. Ao contrário de outros que fazem trabalho que preferiam não ter feito. Conheci esse meu colega com pouco trabalho e até sem trabalho, mas sempre intransigente: acho que isso é de louvar.

NOTA: Dizem os guias turísticos que o Palácio Real da Vila Viçosa fica a apenas 2 minutos

a pé deste hotel, que Évora dista a 62 km e que o Aeroporto de Lisboa está a 184 km. Por seu turno, a mais importante cidade espanhola da região, Badajoz, fica a 50 minutos de automóvel.Para férias em família, pernoitar de passagem ou apenas ver o resultado desta admirável obra, é obrigatória uma deslocação ao Marmoris Hotel & SPA.

‘‘Como aqui nas fundações do hotel encontramos mármore, a ideia que

nasceu foi dar ao pátio o ar de que isto era uma

pedreira antiga.’’

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6.ª Geração de Engenho dá cartas na região centro.

SB80L Mais um Sucesso A. J. Figueiredo

tecnologia

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A empresa de equipamentos, António Jacinto Figueiredo, Lda. (AJF) congratula-se por mais uma instalação do modelo SB80L, agora na região centro de Portugal.O equipamento “Engenho de Serrar Mármore SB80L”, é um dos principais

equipamentos fabricado pela marca, que além do sucesso na exportação de equipa-mentos, conseguiu consolidar-se como uma das principais escolhas, dos industriais portugueses.

Esta linha alia a base de construção, às inovações tecnológicas, numa perspectiva de qualidade intrínseca dos produtos. Todo um trabalho para manter este equipamento como a escolha de muitos industriais no que se refere a engenhos de serrar mármore.

Perguntamos à AJF, que características definem este equipamento.

AJFè “O SB80L é um equipamento muito rápido e preciso, possuidor de elevada robustez que permite trabalhar com velocidades elevadas de forma

segura e com total ausência de vibrações.Fiável, a aposta na qualidade dos componentes e o design cuidado dos produtos são garante de um reduzido índice de avarias, evitando-se assim onerosos custos de reparação e igualmente penosas e dispendiosas paragens na produção.Com grande durabilidade, projectado para manter intactas as suas características ao longo de toda a vida útil, as máquinas AJF associam o bom desempenho e longevidade a baixos custos de manutenção.”

É notório que a AJF, apostou no incremento das funcionalidades dos equipamentos, que aliada à conhecida robustez e durabilidade, conotadas com a marca. O SB80L, vem para responder a um mercado onde, a qualidade do corte e os custos de produção das chapas transformadas definem a capacidade produtiva e sustentabilidade das empresas transformadoras.

Para mais informação, pode contatar a empresa pelo QR code:

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SB80L Mais um Sucesso A. J. Figueiredo

Engenho SB80L/43, instalado e personalizado, em empresa Portuguesa.

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Mocamar e GPANa atividade extrativa e

industrial existem várias simbioses que permitem a

evolução do negócio. E talvez a mais importante destas, é a relação entre a empresa mineira e o fabricante de equipamentos, que como o leitor sabe, deve ser muito mais do que uma relação fornecedor-cliente. Para se conseguir boas cotas de produção.

Aproveitamos a experiência da Mocamar e da GPA para sabermos mais do sistema de corte Fantini. Fomos ao terreno ver à máquina em funcionamento e falamos com Miguel Antunes, gerente da empresa Mocamar.O empresário é já a segunda geração, da empresa e demonstra uma preocupação ambiental. Através do uso de tecnologia deseja que a otimização dos seus métodos de trabalho aumentem a produção e que a mesmo tempo, promovam uma menor pegada ecológica

A empresa Mocamar, é uma das principais empresas extractoras e transformadoras de calcários em Portugal e usa atualmente uma moto serra Fantini numa das suas

pedreiras.Em relação ao equipamento observado, falamos de um sistema móvel, de corte vertical através de uma serra. É mono posto, pelo que está acoplado a um trator e funciona sem água. Este sistema é patenteado e comercializado em Portugal pela GPA, Lda.

Com capacidade para se deslocar a qualquer local da pedreira os sistema de corte Fantini permite cortes

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tecnologia

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“É uma máquina hidráulica que não precisa de ligação

elétrica nem de água.”

Miguel Antunes, gerente da Mocamar. Empresa extratora e transformadora de calcários

verticais até 3,4 metros dependendo do tipo de pedra.Com um ângulo de rotação de 90º e uma capacidade de corte até 3 metros de altura, este equipamento pesa apenas 2.500 Kg.

P>Mguel, este é um equipamento novo para vós. O que me pode

dizer da sua eficácia no terren?

R<Posso dizer que paramos duas máquinas perfuradoras e três

máquinas de fio que estavam a fazer o mesmo trabalho que esta máquina.

P>E que volume de trabalho estamos a falar?

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R<Atualmente a moto serra “limpa” até de 12 a 15 blocos

por dia. Em termos de corte, podemos colocar entre os 25 a 30 cortes diários.

P>E a nível de manutenção?

R<É simples. Estamos a falar de uma máquina hidráulica que

não precisa de ligação elétrica nem de água. A manutenção resume-se à mudança de óleo, filtros e massa.

P>Que outras mais valias tem este equipamento para si?

P>Noto que também para si também existe uma

preocupação ecológica em relação à produção.

R<Sim. Além da redução do consumo de combustíveis, a

redução de desperdício de água é um fator importante.

P>Perspetiva uma nova aquisição?

R<No futuro penso que sim. Dependendo da dimensão que

pedreira ganhar.

P>Relativamente à pedreira espera aumentar a produção?

R<De momento temos um plano de alargamento, apesar de

ainda não termos atingido a cota de alargamento.Mas dentro daquilo que temos licenciado e projetado, estamos a cumprir os objetivos. Ao mesmo tempo temos vindo a recuperar a área já explorada. Como pode observar, temos atualmente uma área recuperada e quando atingirmos, penso que os três hectares, iremos devolver esta área ao parque.

R<Uma grande vantagem para nós para além da

produtividade, é o fato que os blocos ficam à esquadria. Podemos fazer uma boa limpeza do bloco, pois conseguimos ver se o corte está no sitio certo. Separado do desperdício o bloco pode ser transportado por uma pá carregadora, em vez de usar uma giratória que tem consumos de gasóleo altíssimos.Logo quando os blocos chegam à fábrica podem ir diretos para o engenho. Enquanto no passado tínhamos que passar os blocos no mono fio para dar alguns cortes.

Serra usada no sistema de corte Fantini

O corte pode ser feito em qualquer local

Pedreira de Moca Creme

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Projetos da Assimagra Merecem Destaque no Seminário Plan&Arte Industria Extrativa

eventos

infoGEO 30

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No âmbito do ciclo de Conferências “Vários caminhos, quatro futuros”, o Seminário Plan&Arte Industria Extrativa, em Porto de Mós, organizado pela ASSIMAGRA e pelo Município de Porto de Mós, que contou com o alto patrocínio da Presidência da Republica. Temas como o futuro do setor das rochas ornamentais, o projeto de internacionalização para 2014 e a marca da Pedra Portuguesa StonePT, estiveram em debate na parte da manhã, que permitiram reunir cerca de uma centena de participantes. Coube a Miguel Goulão, vice-

presidente executivo da Assimagra, apresentar as exportações de rochas ornamentais que atingiram, em 2012, os 324,1 milhões de euros, mais 5% do que no ano transacto. Destacam-se como principais destinos, entre os 116 mercados para onde o setor exporta, a França, que vale 62,7 milhões, a

China com 56,8 milhões, a Espanha (29,4 milhões) e a Alemanha (18,4 milhões). Mas para muitos outros países as exportações têm registado crescimentos de dois dígitos que confirmam a importância do setor do ponto de vista económico. A marca StonePT é entendida como uma mais-valia neste contexto, possibilitando a quem compra pedra portuguesa, a garantia de um produto certificado e o controlo da qualidade e da origem dos produtos em pedra portuguesa. Pedro Amaral, Professor do Instituto Superior Técnico, destacou as grandes vantagens do uso da Marca StonePT

para as empresas comunicarem tecnicamente com os seus clientes e com prescritores nacionais e internacionais, bem como os passos para a implementação dos requisitos técnicos StonePT.Para 2014 prevê-se a maior participação Portuguesa, desde

sempre, nas principais feiras mundiais do setor, em particular das rochas ornamentais. Alavancadas no projeto de internacionalização da ASSIMAGRA, que já é uma constante das atividades desta Associação, firmemente apostada no aumento das exportações do setor, as empresas têm aqui a oportunidade de estarem presentes nos principais palcos mundiais relacionados com a atividade extrativa e transformadora dos recursos minerais. Daniel Rebelo, responsável pela área de internacionalização da Assimagra, reforçou a importância deste projeto

para as empresas e destacou as ações que serão levadas a cabo até 2015. A sessão da tarde foi dedicada a um outro projeto emblemático para o setor das rochas ornamentais que foi reconhecido como projeto âncora do Cluster da Pedra Natural.

“Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiro compreende mais de 300 pedreiras”

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O projeto “Sustentabilidade da indústria Extrativa no Maciço Calcário Estremenho”, apresentado por Célia Marques, responsável pelas áreas do ambiente e território da ASSIMAGRA, constitui um dos grandes desafios do setor ao incrementar a gestão eficiente de recursos naturais e a melhoria do desempenho económico e ambiental do Cluster da Pedra Natural. Este projeto reporta-se ao Maciço Calcário Estremenho,

região do país onde se desenvolve uma importante atividade extrativa de rochas ornamentais, com uma forte componente económica ao nível da exportação. Esta região está em grande parte abrangida pelo Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, que encerra um vasto património natural mas também compreende cerca de 300 pedreiras, a maioria delas dedicada à produção de calcários ornamentais. Este projeto pretende colmatar as dificuldades sentidas na exploração de massas minerais, fruto do esgotamento das áreas licenciadas, aliada à inexistência de áreas alternativas consignadas em

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instrumentos de gestão do território com uma tipologia de uso compatível com este tipo de atividade, obstáculos que se traduzem no estrangulamento a curto prazo da exploração deste recurso mineral, com pesadas implicações a nível económico, uma vez que afetará a respetiva fileira industrial. É com estes pressupostos que o projeto que esteve em discussão pretende mudar o paradigma da extração

nesta região do país, em particular nos núcleos extrativos mais importantes deste parque natural, ao integrar o conhecimento nos diversos domínios da geodiversidade e biodiversidade com a definição de estratégias de ordenamento e planeamento da indústria extrativa, compatibilizando a mesma com a recuperação de áreas degradadas e a conservação do património natural existente.O projeto em causa encontra-se sustentado numa parceria entre a ASSIMAGRA, como entidade líder e representante do tecido empresarial, e o ICNF, IP instituto que assume a gestão territorial deste Parque

Natural, consolidada pela integração de uma rede de outros parceiros de reconhecido valor no setor, LNEG, CEVALOR, VISA CONSULTORES e BIODESIGN. São igualmente parceiros os Municípios de Alcobaça, Porto de Mós, Rio Maior e Santarém, com quem a ASSIMAGRA subscreveu contratos de planeamento para a elaboração de 8 Planos Municipais de Ordenamento do Território.Durante o período da tarde, os

representantes das equipas projetistas apresentaram alguns dos resultados conseguidos até ao momento, designadamente os estudos geológicos desenvolvidos na região, bem como as propostas e metodologias adotadas para os trabalhos de planeamento e projetos integrados dos núcleos do Codaçal e Pé da Pedreira. Estes últimos irão determinar as áreas e as regras de exploração e de requalificação dentro de cada um dos cinco núcleos abrangidos pelo projeto (Codaçal, Pé da Pedreira, Portela das Salgueiras, Moleanos e Cabeça Veada), num total de 1711 hectares.

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Xiamen 2013

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Stone - Feira Internacional da Pedra Stone - Feira Internacional da PedrainfoGEO 36

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Stone - Feira Internacional da PedrainfoGEO 37

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Marble 2013

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Marble 2013

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Vitoria Stone Fair 2013

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Revestir 2013

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Portugal é detentor um valioso património geológico e mineral.Património esse que tem vindo a ser foco de atenção internacional e nacional. Sendo a DGEG a ligação da tutela com o mundo empresarial, quisemos saber

como o estado vai gerir os nossos recursos geológicos e minerais.

Com a publicação da Estratégia Nacional para os Recursos Geológicos Recursos Minerais

(ENRG-RM), o estado português parece querer encontrar caminho para a reestruturação de um setor

que apesar de não ser mediático é fundamental para a sociedade e para o país. Em acréscimo será também fundamental para crescimento económico do país. José Carlos Silva Pereira está na DGEG desde

2008, após 4 anos no Instituto de Conservação da Natureza. É hoje o diretor de serviços de minas e pedreiras, e fala-nos o que vale o nosso setor de uma perspetiva estatal.

Recursos Geológicos e sua importância nacional

José Carlos da Silva PereiraDiretor de Serviços de Minas e Pedreiras

entrevista “Não devemos encarar o setor como um mero recurso. Mas sim, como todo um património que deve ser gerido.”

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P>Qual a importância do setor extrativo para Portugal no

presente e no futuro?

R<A importância do setor extrativo resulta do fato de

ser uma fonte de matérias primas para a nossa indústria e exportação é bastante alta. Ser avaliarmos em termos de percentagem de produto interno bruto, é ínfima, não tendo ainda chegado ao 1% diretamente. Indiretamente, ganhamos uma

projeção muito maior, com a indústria dos cimentos, a indústria do vidro, e da cerâmica, ou seja, a importância deste setor resulta do facto de ser uma fonte de abastecimento em termos de matérias primas, quer a nível nacional como internacional. Apesar da percentagem direta no PIB, tem um peso significativo em termos de exportações nomeadamente os recursos metálicos e rochas orçamentais.

P>Temos um valor atual para a percentagem do PIB?

R<Neste momento devemos es-tar entre os 0.6, 0.7 reporta-

do aos últimos dados estatísticos de 2011. Esperamos a breve e a médio prazo que, com a projeção que estes recursos têm vindo a ter, pelo menos venhamos a duplicar no âmbito do produto interno bruto. E isso é que temos objetivado com a nova estra-tégia que temos vindo a desenvolver.

P>São estes recursos essenciais para a estratégia nacional?

R< O carácter estratégico, que o valor das matérias primas

assumem cada vez mais no contexto global. É o valor das matérias e não, a quantidade. O que está em causa é que há matérias primas que se estão a revelar cada vez mais estratégicas. Nomeadamente os recursos metálicos, possibilitando a exportação enquanto fonte de abastecimento da Europa. Pois podemos englobar o valor estratégico destas matérias no plano europeu. Não pode haver exportação destes recursos para outras partes do globo, sem contemplar o risco de não termos o mínimo de autossuficiência.

P>Destes recursos que estamos a falar quais são os mais

importantes?

R< Sem dúvidas, que em termos estratégicos, são os recursos

metálicos.

P> Mas pode-se falar não tanto num setor económico mas

estratégico?

R< É, mas para nós o que interessa sublinhar é que a

nossa meta é duplicar esse valor do produto interno bruto com esta nova estratégia que temos vindo a desenvolver. Porque não há um carácter estratégico que não seja o peso do produto interno.

P>Dos projetos que estão sendo desenvolvidos na indústria

mineira, há alguns que mereçam destaque?

R<Temos agora muitos que merecem destaque. Um

passo significativo em termos do regime atual e vigente dos recursos geológicos foi possibilitar a existência de algumas explorações experimentais que esperamos a breve prazo, possam resultar em exploração definitivas, no espaço de 3 a 4 anos. Neste cenário teremos uma maior perspetiva de desenvolvimento do setor .

P>Quer sublinhar algum?

R<Não, não sublinho nenhum em concreto.

Todas as explorações de metálicos, que estão se encontram em exploração experimental atualmente, são projetos importantes.

P>Acha que a aprovação da Estratégia Nacional para

os Recursos Geológicos Recursos Minerais (ENRG-RM) foi fundamental para estes projetos?

R<Qualquer setor de atividade deve atuar com base numa

linha ou horizonte. E a estratégia

“Qualquer setor de atividade deve atuar

com base numa linha ou horizonte.”

“Não devemos encarar o setor como um mero recurso. Mas sim, como todo um património que deve ser gerido.”

“O fundamental é encontrarmos, a melhor forma

dos exploradores terem mais aceso à matéria prima.”

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entrevista

infoGEO 44

referida, com as suas virtudes e defeitos, tem uma linha condutora que nos irá permitir a médio prazo atingir vários objetivos que ficaram desde logo demarcados. É uma linha orientadora que nos parece fundamental em qualquer setor de atividade.

P>Considera que DGEG teve um papel fundamental no desenvolvimento

desta estratégia?

R< Considero que a DGEG, tem tido um papel ativo e de participação

com os vários parceiros económicos nesta matéria, fundamentalmente, sem dúvida.

P>Relativamente à rocha ornamental, é viável que esta possa vir a ter um

plano setorial?

R<Eu não diria que pode vir a ter um plano setorial, eu diria é que o setor

das rochas ornamentais, tal como o setor argilas brancas, ou o das ardósias, deveram ter no âmbito da atual legislação um tra-tamento especial. Isto no sentido de que os exploradores, possam vir a ter aceso à matéria prima.

A questão de fundo que se coloca, neste tipo de matérias primas, é que sendo de domínio privado muitas das vezes é difícil aceder ao recurso. E portanto a nova legislação deverá ponderar em que medida a domi-nialidade pública não deve abranger este tipo de matérias primas. O que está a ser equacionado no âmbito da nova legislação. Logo as rochas or-namentais não devem ser objeto de um plano setorial, com um contexto próprio no país, nomeadamente da

gestão territorial. As rochas orna-mentais representam uma mais va-lia económica para o país, que não deve ser descorada, e como tal, deve-mos encontrar as melhores formas para que os exploradores tenham a aceso a este recurso.

P>E faz sentido a criação de uma reserva geológica em

Portugal?

R< Não faz sentido haver uma reserva geológica. O que faz

sentido é que cada vez que os valores geológicos tenham importância económica devem ser constituídos enquanto servidão de direito administrativo. Do mesmo modo se comportarem outro tipo de valores, que não estritamente económico, tal como o valor de cariz cientifico por exemplo, deveram ser objeto de classificação. Enquanto valor que em si insere, não há aqui a constituição de uma reserva, o que há é a gestão de um recurso natural. Temos de gerir os recursos existentes, quer na perspetiva de conhecimento, de proteção, de exploração. Nestes 3 anos temos de gerir os recursos

“Atinge uma ordem de grandeza, que

se dissermos valer 2 PIB’s estamos a dizer um valor

correto.”

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infoGEO 45

geológicos e território geológico por essa perspetiva.

P>Olhando para países como a China, EU, Canada e Brasil,

Que têm tentado assegurar domínio das matérias primas especialmente nos continentes africanos e sul americanos, poderá Portugal ter também uma estratégia para competir nestes mercados?

R< Temos algumas vantagens comparativas com outros

países neste domínio. Em termos de língua, temos uma abrangência bastante ampla quer no continente africano como sul americano. Temos em termos de conhecimento da área dos recursos geológicos, uma formação académica e de caráter profissional, que não é negligenciável e portanto, com alguma vantagem competitiva em relação a outros países. Temos também algumas empresas que já tem apetência e estrutura capaz de se internacionalizarem. Em função destes 3 vetores, diria que Portugal tem alguma capacidade de se internacionalizar no domínio dos recursos geológicos.

P>Existe um sentimento de que as licenças de exploração são

apenas dadas a grandes grupos, que depois da sua aquisição, não dão seguimento à exploração?

R<Não de todo. O que acontece é que uma ação de prospecção

e pesquisa nomeadamente de minerais metálicos, comporta um risco e um investimento elevado. Falamos de um investimento na ordem de milhões de euros para 3, 4 ou 5 anos, cuja a probabilidade de sucesso é de um digito. Pelo que não está ao alcance de todos.Em termos comparativos, entre esta década e a anterior, por causa

da procura deste tipo de matérias primas estes pedidos de pesquisa aumentaram. A maior parte destas pesquisas são áreas que não vão relevar recursos para serem explorados.Em abstrato é uma situação que se verifica. Se quiser dar-me um caso em concreto, terei todo gosto de analisar.

P>Que novidades podem os nossos leitores esperar?

R<Podemos esperar que o quadro legislativo em que

nos movemos seja alterado a curto prazo para tentar simplificar o licenciamento das ações e dar o salto

qualitativo.Não vemos as minas e as pedreiras como uma mera atividade económica e desejamos gerir os nossos recursos geológicos nessa perspetiva de recurso nacional complementado com uma gestão de conservação e conhecimento.

Temos um património geológico muito rico, tanto económico como noutros valores, pelo que temos de saber compatibilizar a gestão destes recursos. E há ainda que contar com todo o espaço marítimo que eventualmente pode se uma fonte de riqueza para o pais. É necessário não esquecer que o alargamento da plataforma continental de Portugal

“A DGEG, tem tido um papel ativo e de participação com os vários

parceiros.”

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entrevista

“Concretamente sobre o setor da

rocha ornamental, não me parece que

o plano setorial seja o caminho.”

vai tornar o pais de uma dimensão significativa e que eventualmente o subsolo marinho e o solo marinho podem ser fontes significativas em termos de recursos geológicos incluindo hidrocarbonetos. Temos, face ao avanço dos tecnologias, um espaço que deve ser considerado, na estrategia dos recursos naturais e na estrategia das próprias empresas. Virá a revelar-se uma fonte de abastecimento de matérias primas fundamental. Pelo que, também temos de apostar em termos de investigação.

P> Falou em hidrocarbonetos. Isso significa que existe

petróleo em Portugal ?

R< Significa que Portugal é um pais onde há fortes

probabilidades para a existência de hidrocarbonetos, a parte que temos estudada, com sondagens efetuadas, ainda é muito escassa. Comparando com o Brasil, a percentagem que eles tiveram de sucesso antes de obterem fosse o que fosse, era minima, de

um digito, estas só subiram depois de terem descoberto o poço 1 e 2. Ainda não tentamos mas há fortes probabilidades. Neste caso concreto está a decorrer no Algarve uma pesquisa porque perguntamo nos porque se há gás em Espanha não haverá em Portugal? Por isso, sim, existem fortes probabilidades.

P>E qual o valor destes recursos para Portugal?

R< Se calcularmos os valor que os recursos geológicos

poderiam traduzir em termos de produto interno bruto, esse valor é incomensurável. Atinge uma ordem de grandeza, que se dissermos valer 2 PIB’s estamos a dizer um valor correto. Para podermos usufruir deste potencial económico por explorar, temos de saber explorar estes recursos.

As novidades no fundo são a simplificação do procedimento administrativo e também a alteração da legislação no sentido de encarar

o setor, não como um mero recurso mas, todo um património que deve ser gerido. A importância da estratégia nacional para o desenvolvimento é a linha orientadora, que tem as suas ações chave. Sublinho que qualquer setor de atividade deve ter para o seu desenvolvimento.

Como já foi falado, temos de ter em conta os 3 vetores já referidos, em termos de conhecimento, de proteção e valorização dos recursos e ser o agente dinamizador destes 3 vetores essenciais.

Concretamente sobre o setor da rocha ornamental, não me parece que o plano setorial seja o caminho.O fundamental é encontrarmos, a melhor forma dos exploradores terem mais aceso a esta matéria prima, sendo esta uma matéria muito nobre e que também já representa uma parte significativa do valor da nossa produção, talvez ocupe um quinto da produção mineral, sendo que, uma parte significativa é para exportação.

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documentos

infoGEO

Uma das maiores vantagens de explorar uma presença digital é a oportunidade de comunicar para uma audiência global, livre das

restrições e custos que uma presença fisica envolve. Contudo, da minha experiência diária acho que ainda existe alguma falta de visao desta oportunidade para alcançar mercados internacionais.

Pergunto-lhe: quando foi a ultima vez que verificou quantos dos visitantes ao seu site vêm doutros países? E que países? Exacto. Já fiz esta pergunta a uma série de clientes e as várias razões que me foram entretanto passadas levaram-me a escrever este texto, com este titulo. Vamos a elas:

1è Tenho de estar concentrado no meu Mercado e nos meus clients, porque são os que estão mais próximos de mim.

Note que um processo de internacionalização não é um processo de migração – não estamos a pedir para abandonar um Mercado, apenas para considerar outros. E às vezes o seu produto pode ser valorizado noutros locais que não o seu país e simplesmente não vemos isso porque estamos demasiado centrados no seu país. Não acredita?

48

Luis [email protected]

Por exemplo, este é o mapa mundi que apanhámos na escola:

3 Razões para se internacionalizar hoje!

E este é o mapa-mundi que os profissionais australianos consultam:

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49infoGEO

Percebe o que quero dizer? Não limite o

seu negócio ao seu centro do

Mundo.

2è O meu negócio é local, logo não preciso duma presence internacional na Internet.

Sem dúvida que ninguém toma um café ou uma refeição online. Mas negócios como a construção, arquitetura, venda de materiais, instalações em geral e quase todos os serviços profissionais

podem beneficiar directamente de serem encontrados por públicos internacionais – pois podem vender produtos e serviços directos na NET.

Mesmo se falarmos de restaurantes, quando pesquiso por restaurantes no Porto, a página de pesquisa do Google fica totalmente ocupada pela informação de Google Maps.

Como pode observar, na pesquisa em russo, temos imensas referências do Trip Advisor russo! Existe um potencial imenso para ser explorado e não são necessários orçamentos de grande envergadura para o fazer. O que me leva à terceira resposta de hoje:

3è Expandir o negócio para outros paises, é caro.

É verdade que, caso não optem pelo pacote INTER GEO anunciado nesta revista, expandir o negócio internacionalmente tem custos directos e indiretos, tais como: o registo de dominio, a localização e

tradução dos textos e ilustrações, a adptação do discurso nas redes sociais. Tudo isto implica investimento. Mas, comece por realizer uma experiência e à medida que os resultados vão aparecendo, vá aumentando o seu compromisso com estes mercados.

Vai ver que o seu retorno, não sendo imediato, será visivel em pouco tempo.

Pesquisa em Português Mas se fizermos com a mesma pesquisa em russo:

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documentos

infoGEO

O estudo da fraturação do Maciço Calcário Estremenho (MCE) por intermédio de

interpretação de fotografia aérea, de imagem de satélite (Google Earth TM) e de levantamento sistemático de fraturas em afloramentos permitiu verificar que as fraturas correspondem maioritariamente a diaclases e que muitas delas foram reativadas em cisalhamento.

Estão organizadas em 5 famílias dire-cionais principais (NNE-SSW, WSW-E-NE, WNW-ESE, NW-SE e NNW-SSE) e uma secundária (NE-SW). Cobrindo todo o espetro azimutal, a sua distinção em famílias direcionais foi possível por-que se distribuem de modo diferencia-do por diferentes domínios tectonos-

50

Estudo e avaliação dos depósitos de rochas ornamentais portuguesas, com particular destaque para os calcários do Maciço Calcário Estremenho.

tratigráficos do MCE que, por sua vez, coincidem aproximadamente com as suas unidades morfoestruturais.

A esses domínios está associado um padrão de diaclasamento específico. Cada uma das famílias direcionais contém mais do que uma família sistemática de diaclases que se distinguem pela idade da sua instalação. Portanto, a uma mesma direção de diaclasamento correspondem diferentes episódios de deformação. Tendo em conta os resultados obtidos a partir do reconhecimento de fases de rifting para o setor central da Bacia Lusitaniana a oeste do MCE, através da interpretação de perfis de reflexão sísmica multicanal, e os

A tese defendida pelo Dr. Jorge Carvalho, geólogo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, com o título “Tectónica e caraterização da fraturação do Maciço Calcário Estremenho, Bacia Lusitaniana - Contributo para a prospeção de rochas ornamentais e ordenamento da atividade extrativa”, mereceu aprovação com Distinção e Louvor. Sendo uma investigação que se revela crucial para a compreensão da evolução geológica daquela região e para a aplicação dos conhecimentos com vista à valorização dos calcários ornamentais.

resultados de um reconhecimento das principais estruturas tectónicas do MCE, bem como o conhecimento existente acerca da evolução geológica do MCE, elaborou-se uma proposta de integração das principais famílias de diaclases no contexto tectónico evolutivo. Com base num reconhecimento dos locais onde está instalada a indústria extrativa de blocos para calcários ornamentais, em particular

dos condicionalismos geológicos que presidem a essa atividade, procedeu-se ao reconhecimento das unidades litostratigráficas do MCE, em função dos critérios que condicionam a sua aptidão para esse tipo de indústria, nomeadamente a homogeneidade textural e cromática, a disposição estrutural, a espessura dos estratos e a volumetria disponível. Da conjugação dos dados assim obtidos com os respeitantes aos padrões de diaclasamento, definiram-se áreas potenciais para a exploração de calcários ornamentais no MCE.

A tese e seus anexos podem ser obtidos através da página de internet da Assimagra.

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Gestilamas case-study de boas práticas ambientais

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Case-Study

A indústria da rocha ornamental (extração e transformação) é uma das mais antigas

atividades económicas nacionais, constituindo uma mais-valia dos territórios onde ocorrem por serem portadores de uma importância económica significativa graças ao valor intrínseco dos seus produtos e à natureza distintiva das suas aplicações.

Esta Indústria (designadamente do subsector ornamental) é responsável por uma fracção inerte muito significativa do total de resíduos produzidos em Portugal, correspondente no seu essencial a massa mineral rejeitada durante a extração e a lamas ou lodos provenientes sobretudo da transformação.

Estes materiais são geralmente acumulados em escombreiras ou aterros, podem atingir dimensões consideráveis em altura e em extensão constituindo um dos mais graves problemas económicos e ambientais desta atividade.

A deposição das lamas pela indústria do sector da pedra natural nos concelhos de Sintra e Mafra foi conhecida nacionalmente como sendo das mais gravosas,

resultante dos inúmeros aterros clandestinos de lamas, volumosos e anarquicamente dispersos pela região, fruto da existência de cerca de 350 empresas pulverizadas por toda a região, com uma produção anual de lamas estimada em cerca de 300.000 toneladas.

Neste âmbito, surgiu a Gestilamas, uma associação sem fins lucrativos que foi constituída em 2000 por empresas licenciadas que, na região de Pero Pinheiro, se dedicam à indústria transformadora de rochas ornamentais. A procura de uma alternativa viável na região para a deposição controlada dos resíduos produzidos, apenas foi materializável em Julho de 2006 com o aterro da Terrugem, após árduos anos de avanços e retrocessos no processo de seleção de lugares com características ideais para servir os propósitos pretendidos.

O aterro da Gestilamas, na Terrugem, concelho de Sintra, é considerado um

projeto de Interesse Municipal, tendo sido licenciado junto da Câmara Municipal de Sintra e do Ministério da Economia, para um volume autorizado de 369 827 m3 e uma vida útil prevista de aproximadamente 10 anos.

Este aterro da Gestilamas, no qual são depositados os resíduos inertes gerados pela indústria das rochas ornamentais mereceu rasgados elogios no geral e o apoio das mais variadas entidades gestoras do território à data do seu licenciamento por vir dar resposta a um problema ambiental e sectorial.

A Gestilamas tem vindo, desde então, a afirmar-se com um serviço de extrema importância para o sector das Rochas Ornamentais na região de Sintra.

Próximos case-studies de boas práticas ambientais: Gestin e EDC Mármores.

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infoGEO infoGEO 54 55

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As normas Europeias referentes a blocos e a chapas (placas em bruto) são, res-

pectivamente, a NP EN 1467 e a NP EN 1468, nas quais são estabelecidas as característi-cas geométricas e físico-mecânicas essen-ciais desses produtos. Todavia, não aludem a qualquer classificação prática da respecti-va qualidade e, consequentemente, não for-necem indicações sobre o maior ou menor valor comercial dos blocos ou das chapas em função de atributos referentes à regularida-de do seu aspecto visual e à sua geometria.

Todavia, para além do que consta nas NP EN referidas, deve referir-se que existem classi-ficações comerciais não homologadas, mas que julgo perfeitamente aceitáveis e me pa-rece permitirem dar resposta à sua questão.

Vejamos cada um dos casos em particular:

A – Blocos em bruto

A NP EN 1467 distingue entre blocos em bruto aparelhados e blocos irregulares, estabelecendo requisitos relativos à forma dos primeiros, cujas seis faces devem ser aproximadamente planas, ortogonais e pa-ralelas duas a duas e materializarem a for-

ma de um paralelepípedo retângulo, embora sejam permitidos desvios pontuais da forma paralelepipédica. Entretanto, tendo em conta as dimensões brutas dos blocos e a eventual presença

de defeitos (geométricos e variações de cor, venado e textura, presença de “pés de galinha”, “gravatas” ou linhas, fios, etc.) que possam ter maior ou menor repercussão no rendimento da serragem primária, tais blocos podem ser classificados comercialmente em três classes, a saber:

”Existem classificações comerciais não

homologadas, mas que julgo perfeitamente

aceitáveis”

54 infoGEO

António Casal MouraGeológoColaboração: Laboratório do INETI e Cevalor

documentos

perguntas & respostasSou comprador habitual de blocos e de chapa para transformação.

Mesmo sabendo-se que o valor de compra é variável consoante o tipo de pedra, queria perguntar-lhe se existem algumas especificações referentes à qualidade comercial dos blocos e

das chapas que eu deva tomar em consideração quando realizo uma transação. Muito agradeço o favor de uma resposta.

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infoGEO infoGEO 56 57

Sempre que ocorram defeitos, a determinação das dimensões comerciais dos blocos deve ser alvo de acordo entre fornecedor e comprador.É de salientar que algumas variações visualmente observáveis, como, por exemplo, inclusões e venados, são admissíveis desde que se trate de características intrínsecas da pedra natural em questão e não afetem negativamente o desempenho dos produtos que virão a ser fabricados.

B – Chapas

Trata-se do principal produto intermédio do ciclo de transformação das rochas ornamentais, obtido por serragem ou por clivagem dos blocos.

As chapas (ou placas em bruto) caracterizam-se por apresentarem superfície plana (com acabamentos desde o clivado ao simplesmente serrado, amaciado, flamejado ou polido) e topos sem acabamento.

Em alguns tipos de pedra são utilizados

56 infoGEO

documentos

Blocos de 1ªBlocos sem defeitos ou com variações de tonalidade ou de textura que

podem ser causa da redução até um máximo de 10 % no rendimento da serragem em engenhos ou talha-blocos.

Blocos de 2ª Blocos com defeitos diversos que podem ser causa da redução até um máximo de 25 % no rendimento da serragem em engenhos ou talha-blocos.

Blocos de 3ªBlocos irregulares e os que apresentem defeitos diversos que podem

ser causa da redução em mais de 25 % no rendimento da serragem em engenhos ou talha-blocos.

produtos de reconstituição superficial, de preenchimento ou outros para colmatação de orifícios, falhas ou fracturas naturais, devendo essa circunstância ser considerada como fazendo parte do processamento normal. Outras vezes, são coladas telas de reforço no tardoz das chapas.

Como é a partir das chapas que muitos produtos são elaborados, há toda a conveniência em se verificar, nomeadamente antes da transformação, a homogeneidade da qualidade e do padrão ornamental das chapas (e sua variabilidade), presença de microfissuras, etc., para que os produtos resultantes possam reunir as qualidades estéticas e técnicas reclamadas.

No que se refere às características geométricas, a NP EN 1468 limita-se a estabelecer tolerâncias gerais para a espessura nominal das chapas e para a planeza. No entanto, tais requisitos podem ser utilizados do seguinte modo para classificar comercialmente em três classes a qualidade da manufactura das chapas:

“Sempre que ocorram defeitos, a determinação das dimensões comerciais dos blocos deve ser alvo de

acordo entre fornecedor e comprador.”

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Chapa de 1ª Chapa de 2ª Chapa de 3ªTolerâncias para a espessura nominal

ESPESSURANOMINAL

até 15 mm± 0,5 mm

a± 1,0 mm

± 1,5 mm > ± 1,5 mm

mais de 15 mmaté 30 mm, inclusive

± 0,5 mma

± 1,0 mm

± 10 %(± 1,5 mm

a± 3,0 mm)

> ± 10 %

mais de 30 mmaté 80 mm, inclusive

± 1,5 mma

± 2,0 mm

± 2,5 mma

± 3,0 mm> ± 3,0 mm

superior a 80 mm± 2,0 mm

a± 2,5 mm

± 3,0 mma

± 5,0 mm> ± 5,0 mm

PLANEZA (em % relativamente ao comprimento da chapa e nunca devendo ser superior a 3,0 mm) 0,1 %

> 0,1 % e

0,2 %> 0,2 %

Variações flagrantes na textura da pedra, na tonalidade, no padrão do venado (se existente) ou no acaba-mento da su-perfície, presen-ça de trincas, “pés de galinha”, “gravatas”, li-nhas, fios, etc., também têm de ser consi-deradas nesta c lass i f i cação , na medida em que não devem nunca exceder 15 % da super-fície ou condu-zirem a que se perca o padrão típico da pedra.

Em princípio, tais variações devem ser mínimas (até 5 %) nas Chapas de 1ª, até 10 % nas Chapas de 2ª e até 15 % nas Chapas de 3ª.

Em complemento, e ainda de acordo com a NP EN 1468, os sulcos causa-dos pela operação de serragem não

devem ter uma p r o f u n d i d a d e superior a 2 mm.

Se a chapa se destinar a ser polida, a profun-didade dos sul-cos não deve ser superior a 1 mm.

Para chapas de pedra natural clivadas/racha-das, as tolerân-cias para a es-pessura e para a planeza devem ser declaradas

pelo produtor ou ser alvo de acordo entre fornecedor e comprador.

”Em complemento, e ainda de acordo

com a NP EN 1468, os sulcos causados pela operação de

serragem não devem ter uma profundidade

superior a 2 mm”

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documentos

Não me resta dúvida nenhuma de que o necessário é conhecerem-se as causas dos principais defeitos

de serragem ou de factores acidentais no manuseamento, armazenamento, embalagem e transporte que podem penalizar as chapas antes ou durante a transformação e adotarem-se medidas de prevenção para se evitar ou reduzir a sua ocorrência, tal como é sucintamente indicado

no quadro seguinte (modificado de Mattos, Irani C., 2002 – Uso/adequação e aplicação de rochas ornamentais na construção civil - Parte 1. Curso de rochas ornamentais para projetos arquitetônicos e urbanísticos, III Simpósio de Rochas Ornamentais do Nordeste, Recife, Brasil).

Concretamente no que se refere ao manu-seamento, armazenamento, embalagem e

Defeito Causa Medidas de prevençãoSuperfície rugosa com

sulcos Falta de controlo da tensão das lâminas do engenho ou desvios na operação de

serragem.Ajustar a tensão das lâminas para reduzir a

flambagem. Variações até 5 mm na espessura das chapas

“Trincas” Rochas frágeis, blocos fracturados, transporte ou embalagem inadequados.

Para rochas frágeis, usar telas de reforço. Controlar as condições de manuseamento e

de transporte.

“Pés de galinha”

Utilização de explosivos inadequa-dos durante o destaque das massas ou deficiências no tensionamento do fio

diamantado.

Diminuir a potência do explosivo de modo a evitar fraturação radial em torno dos furos e/ou controlar a qualidade e tensionamento do

fio diamantado.

“Mulas”, “gravatas” ou linhas

Variações na composição da rocha. Falta de controlo da qualidade dos blo-

cos na pedreira.

Inspecionar os blocos e/ou as chapas durante a recepção.

Cantos quebrados Transporte ou embalagem inadequados.Controlar as condições de transporte e

proceder a uma seleção das chapas durante a recepção.

Manchas de ferrugem

Oxidação da pedra por restos de gra-nalha ou por contacto com substâncias

contendo ferro.

Limpar cuidadosamente cada chapa. Utilizar produtos específicos para remoção

das manchas.Pedra com minerais contendo ferro

facilmente oxidável. Em princípio, este tipo de pedras deve ser

evitado na transformação.

É do conhecimento geral que as chapas de má qualidade de serragem, manchadas ou fracturadas são um factor negativo importante no rendimento da transformação. Ficar-lhe-ia muito grato se me desse indicações de como se poderão evitar ou

controlar essas deficiências.

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transporte das chapas, as boas práticas in-dicam o seguinte:

- A área de movimentação na fábrica deve ter um pavimento liso, plano e regular para não se registarem sacudidelas ou outros imprevistos;

- Evitar pancadas ou choques das chapas nas bancadas e nos cavaletes ou impactos provocados pelos próprios meios utilizados para as manusear para não lhes causar danos irreversíveis, em particular quando já processadas;

- Impedir o contacto das chapas com substâncias ou produtos susceptíveis de causarem manchas;

- As chapas devem ser armazenadas verticalmente, com duas ou mais tiras de espaçadores e, sobretudo quando polidas

ou amaciadas, protegidas com folha de plástico, poliuretano expandido, plástico polibolha, papel incolor, etc. Quando não for possível a utilização de proteções, deve-se evitar que se acumulem poeiras sobre e entre as faces polidas ou amaciadas das chapas;

- Armazenar as chapas de cores claras em cavaletes de betão ou de ferro galvanizado em áreas cobertas, de modo que não tenham contacto com a água;

- Quando de transporte a longa distância, as chapas devem ser adequadamente embaladas e travadas, sendo que em transporte rodoviário para o travamento se devem utilizar gastalhos de ferro em U tendo na base de contacto com a pedra proteção saliente em madeira para evitar escorregamentos.

Page 62: infoGEO - Informação Geológica | Nº 2

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