INDEPENDÊNCIA DOS EUA€¦ · Antecedentes Guerras inglesas no século XVIII: Guerra Franco-Índia...
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INDEPENDÊNCIA DOS EUA
Prof. Victor Creti Bruzadelli
Antecedentes
Características das Treze colônias:
Estreita faixa de terra na costa leste;
Grande diversidade política, social e econômica entre as colônias;
Certa autonomia das colônias inglesas (self-government);
Profundo moralidade religiosa;
Difusão das ideias iluministas:
Alfabetização dos puritanos;
Circulação de livros e falta de instituições restritivas.
“A Nova Inglaterra[Colônias do Norte], o sistemade autogoverno da Igrejaencontra seu correspondentenas administrações locais. Apreponderância dosproprietários territoriais, dosartesãos e a ascensão de umproletariado consistente –excluindo os escravos do sul –fizeram com que aporcentagem de cidadãosativos se tornasse muitoelevada e forçasse a suaparticipação nas instituições”
(BELLOR, Max. A revolução Americana)
Antecedentes
Guerras inglesas no século XVIII:
Guerra Franco-Índia (1754):
◼ Disputa entre colonos ingleses contra colonos franceses e índios, pelos Montes Apalache;
◼ Vitória Inglesa;
Guerra dos 7 anos (1756-1763):
◼ Conflito entre a França e Inglaterra;
◼ Motivado pela busca do controle comercial e marítimo das colônias da América do Norte e territórios da África e Ásia;
◼ Vitória inglesa;
Inglaterra financeiramente abalada;
Solução: cobrança de impostos sobre os colonos.
Antecedentes
Divisão do mundo durante a Guerra dos Sete Anos
Conflitos entre colônia e metrópole
Leis inglesas:
Lei do Açúcar (1764): Impostos adicionais à colônia (melaço, vinho, seda e café) e monopólio comercial do melaço com as Antilhas Inglesas;
Lei do Selo (1765): taxação sobre a circulação de documentos e impressos na colônia através de um selo comprado junto ao governo;
Lei do Chá (1773): aumento na taxação do comércio do chá e monopólio à Cia. Das Índias Orientais (empresa inglesa).
“A partir dos anos 1760,foram impostas várias taxações. Foramcriados a Lei do Açúcar, a Lei do Seloe os impostos sobre chá, papel, tintas,chumbo e vidro. A Lei do Selodeterminava que todos os jornais edocumentos legais e até mesmo cartasde baralho deveriam pagar um tributoe receber um selo estampado pelogoverno para comprovar orecolhimento da taxação. O principalefeito dessas medidas foi a indignaçãodos grandes comerciantes e de toda apopulação, que se viu prejudicada coma iniciativa despótica. Assim,aconteceram vários conflitos, dandomostras da reação às taxaçõesimpostas”
(CABRINI & CATELLI & MONTELLATO, História Temática)
Conflitos entre colônia e metrópole
Festa do Chá de Boston
(1773):
150 colonos disfarçado
de índios Mohawk;
Invasão de navios
britânicos no porto de
Boston;
Carga de chá britânico
lançado ao mar.
A destruição do chá no porto de Boston, de
Nathaniel Currier (1846)
Conflitos entre colônia e metrópole
Leis Intoleráveis (1774):
Reação do Parlamento inglês
reforçando o domínio sobre a
Colônia;
Medidas:
◼ Fechamento do porto de Boston,
até a indenização pelo chá;
◼ Ocupação militar da colônia de
Massachusetts;
◼ Proibição de manifestações
contra a metrópole.
“A reação do Parlamentoinglês foi forte. Foram decretadasvárias leis que os americanospassaram a chamar de “leisintoleráveis”. A mais conhecidadelas interditava o porto deBoston até que fosse pago oprejuízo causado pelos colonos. Acolônia de Massachusetts foitransformada em colônia real, oque emprestava grandes poderesa seu governador. O direito dereuniões foi restringido. AInglaterra demonstrava que nãotoleraria oposições às suas leis”
(KARNAL, Leandro. História dos EUA)
Processo de independência
Primeiro Congresso Continental da Filadélfia (1774):
Congresso com o intuito de representar os interesses dos colonos;
Assinatura de uma petição ao rei e ao parlamento protestando contra as medidas da metrópole;
Diminuição das divergências entre as colônias;
Reação inglesa:
◼ Aumento do efetivo militar nas colônias;
◼ Ataque aos depósitos de armas dos colonos;
◼ Início dos conflitos entre colonos e metrópole (1775).
Processo de independência
Segundo Congresso Continental da Filadélfia (1775):
Participação dos mais importantes líderes da colônia (Founding Fathers):
◼ Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, Samuel Adams, entre outros;
Publicação do Commom Sense (1776):
◼ Escrito por Thomas Paine;
◼ Panfleto em defesa da independência;
◼ Escrito em linguagem acessível, teve rápida difusão;
◼ Influência das ideias iluministas, com destaque para John Locke.
“A Inglaterra é, apesarde tudo, a pátria mãe, dizemalguns. Sendo assim, maisvergonhosa resulta sua conduta,porque nem sequer os animaisdevoram suas crias nem fazem osselvagens guerras a suas famílias;de modo que este fato volta-seainda mais para a condenação daInglaterra [...]. Com efeito, estenovo continente foi asilo dosamantes perseguidos da liberdadecivil e religiosa de qualquer parteda Europa [...] a mesma tiraniaque obrigou aos primeirosimigrantes a deixar o país, segueperseguindo a seus descendentes”
(PAINE, Thomas. Commom Sense)
Processo de independência
Segundo Congresso Continental
da Filadélfia (1775):
Formação do Exército Continental,
chefiado por Washington;
Declaração de Independência
(1776):
◼ Assinado em 04/06/1776;
◼ Documento escrito por Thomas
Jefferson;
◼ Formação legal dos EUA.
“Foi organizado oExército Continental, uma forçaregular a cargo de Washington.Porém, a Guerra deindependência é também frutoda luta das milícias, grupos maisou menos autônomos de colonosque faziam atos de sabotagemcontra o Exército inglês. Nessaépoca, desenvolve-se uma noçãomuito importante para osEstados Unidos: os minutemen,homens que deveriam estarprontos para defender-se aqualquer minuto dos ataques daInglaterra, sendo os verdadeiros‘cidadãos em armas’”
(KARNAL, Leandro. História dos EUA)
Processo de independência
“Nós temos essas verdades comoevidentes por si mesmas: que todos oshomens nascem iguais; que o seu Criadoros dotou de certos direitos inalienáveis,entre os quais a Vida, a Liberdade e aprocura da Felicidade; que para garantiresses direitos, os homens instituem entreeles Governos, cujo justo poder emana doconsentimento dos governados; que, se umgoverno, seja qual for a sua forma, chegaa não reconhecer esses fins, o povo tem odireito de modificá-lo ou de aboli-lo e deinstituir um novo governo, que fundarásobre tais princípios e de que eleorganizará os poderes segundo as formasque lhe parecem mais próprias paragarantir a sua Segurança e a suaFelicidade”
(Declaração de Independência dos EUA –1776)
O momento de assinatura da Constituição dos
Estados Unidos da América, de Howard
Chandler Christy
A guerra de independência
Conflito entre:
Patriotas (colonos) e os Casacas
vermelhas (reinóis);
Dificuldade em fazer a guerra:
Medo de uma revolução popular:
founding fathers;
Apego a autonomia local:
federalismo;
Apoio militar de franceses,
espanhóis e holandeses.
“A entrada da França e da
Espanha mudou os rumos da guerra. O
conflito havia se deslocado para o sul.
Em 19 de outubro de 1781, as tropas
de colonos e seus aliados obtêm a
vitória decisiva em Yorktown na
Virgínia. Dois anos após a vitória de
Washington, em 1783, pelo tratado
de Paris, a França recebia o Senegal na
África e algumas ilhas das Antilhas; a
Espanha recebia a ilha de Minorca no
Mediterrâneo e territórios da Flórida.
Pela primeira vez na história, um país
da Europa reconhecia a independência
de uma colônia”
(KARNAL, Leandro. História dos EUA)
A guerra de independência
Principais batalhas:
Batalha de Saratoga (1777):
◼ Momento de virada na guerra a favor dos EUA;
◼ Exército liderado pelo gal. Horatio Gates;
Batalha de Yorktown (1781):
◼ Grande participação francesa;
◼ Definitiva vitória dos estadunidenses, devido a habilidade militar de Washington;
Paz de Paris (1783):
Reconhecimento da independência, pela Inglaterra;
Formação oficial dos EUA, primeira colônia a se tornar independente.
As guerras da independência
A rendição de lorde Cornwallis, John Trumbull (1819-1820)
Constituição dos EUA
Elaborada em 1787, na Convenção
Constitucional da Filadélfia;
Influenciada pelos princípios
iluministas;
República presidencialista;
Federalismo:
Ex-colônias como estados;
Autonomia para pedir empréstimos no
exterior, organizar forças militares e
criar leis.
“Durante váriosmeses, a Convenção daFiladélfia discutiu o texto danova Constituição. JamesMadison foi um dos maisdestacados redatores dessetexto. Desde que foisubmetido ao Congresso, emsetembro de 1787, até maiode 1790, quando ratificadopelo mesmo Congresso,transcorreram quase trêsanos, demonstrando adificuldade de consenso emtorno de algumas questões”
(KARNAL, Leandro. História dos EUA)
Constituição dos EUA
Divisão tripartite do poder:
Executivo: presidente;
Legislativo: Congresso bicameral (Representantes e Senadores);
Judiciário Suprema corte
Cidadania limitada:
Voto censitário e indireto (Colégio eleitoral e delegados);
Exclusão do negro (inclusive livres), indígenas e mulheres;
Permanência da escravidão.
“A independência e a
construção do novo regime
republicano foi um projeto
levado adiante pelas elites das
colônias. Escravos, mulheres e
pobres não são os líderes desse
movimento. A independência
norteamericana (EUA) é um
fenômeno branco,
predominantemente masculino
e latifundiário ou comerciante”
(KARNAL, Leandro. Estados Unidos:
da colônia à independência)
Constituição dos EUA
Vídeo Entenda como funciona o sistema eleitoral americano do canal da TV Brasil
(2016)
Constituição dos EUA
“Nós, o povo dos Estados Unidos, comvistas a formar uma união mais perfeita,ordenamos e estabelecemos a presenteConstituição para os Estados Unidos daAmérica. Artigo I Secção I – Todos os podereslegislativos concedidos pela presente lei serãoconfinados a um Congresso dos EstadosUnidos, que se comporá de um Senado e dumaCâmara dos Representantes. Artigo II Secção I– O poder executivo é conferido a umPresidente dos Estados Unidos da América.Ficará em funções durante um período dequatro anos, e será eleito Artigo III Secção I –O poder judicial dos Estados Unidos seráconfiado a um Tribunal e aos tribunaisinferiores que o Congresso julgue necessáriocriar e estabelecer”
(Constituição dos EUA)
(FGV)
“Consideramos (...) que todos os homens são criados iguais,que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, queentre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Quepara garantir esses direitos são instituídos entre os homensgovernos que derivam os seus justos poderes do consentimento dosgovernados; que toda vez que uma forma qualquer de governoameace destruir esses fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ouaboli-la e instituir um novo governo, assentando a sua fundaçãosobre tais princípios e organizando-lhe os poderes da forma quepareça mais provável de proporcionar segurança e felicidade.”
A Declaração de Independência dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004, p. 53.
Sobre a Declaração de Independência dos Estados Unidos, écorreto afirmar que:
Aplicação
a) Defendia o princípio da igualdade de direitos dos seres humanos, mas condenava o
direito à rebelião como uma afronta à ordem social.
b) O radicalismo da sua formulação, com respeito ao direito de rebelião dos escravos,
provocou forte reação dos proprietários de escravos em toda a América.
c) Sua formulação foi baseada no ideário liberal-iluminista e acabou influenciando outros
movimentos políticos na América e na Europa.
d) Influenciada pelos tratadistas espanhóis, a declaração defendia a origem do poder
divino e condenava a desobediência dos subordinados.
e) A declaração sustentava que os governos poderiam cercear a liberdade dos indivíduos
em nome da segurança e da felicidade coletivas.
a) Defendia o princípio da igualdade de direitos dos seres humanos, mas condenava o
direito à rebelião como uma afronta à ordem social.
b) O radicalismo da sua formulação, com respeito ao direito de rebelião dos escravos,
provocou forte reação dos proprietários de escravos em toda a América.
c) Sua formulação foi baseada no ideário liberal-iluminista e acabou influenciando outros
movimentos políticos na América e na Europa.
d) Influenciada pelos tratadistas espanhóis, a declaração defendia a origem do poder
divino e condenava a desobediência dos subordinados.
e) A declaração sustentava que os governos poderiam cercear a liberdade dos indivíduos
em nome da segurança e da felicidade coletivas.