IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
-
Upload
jeferson-pereira -
Category
Documents
-
view
224 -
download
5
description
Transcript of IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
28/10/12 História do Presbiterianismo
1/6www.ipb.org.br/portal/historia/74-historiadopresbiterianismo?tmpl=component&print=1&lay out=def a…
TweetTweet 2 Share
História do Presbiterianismo
As origens históricas mais remotas do presbiterianismo remontam aos primórdios da Reforma
Protestante do século XVI. Como é bem sabido, a Reforma teve início com o questionamento do
catolicismo medieval feito pelo monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) a partir de 1517. Em
pouco tempo, os seguidores desse movimento passaram a ser conhecidos como “luteranos” e a
igreja que resultou do mesmo foi denominada Igreja Luterana.
Poucos anos após o início da dissidência luterana na Alemanha, surgiu na região de língua alemã da
vizinha Suíça, mais precisamente na cidade de Zurique, um segundo movimento de reforma
protestante, freqüentemente denominado “Segunda Reforma.” Esse movimento teve como líder
inicial o sacerdote Ulrico Zuínglio (1484-1531) e, pretendendo reformar a igreja de maneira mais
profunda que o movimento de Lutero, passou a ser conhecido como movimento reformado, e seus
seguidores como “reformados.” Assim sendo, as igrejas derivadas do movimento auto-
denominaram-se igrejas reformadas.
Apesar do seu aparente radicalismo, Lutero e seus seguidores romperam com a igreja majoritária
somente nos pontos em que viam conflitos irreconciliáveis com as Escrituras. Especialmente na área
crucial do culto, os luteranos julgavam que era legítimo manter tudo aquilo que não fosse
explicitamente proibido pela Bíblia. Já os reformados partiam de um princípio diferente, entendendo
que só deviam abraçar aquilo que fosse claramente preconizado pelas Escrituras. Foi isso que os
levou a uma ruptura mais profunda com o catolicismo.
I. João Calvino
Após a morte de Zuínglio em 1531, o movimento reformado passou a ter um novo líder, que
revelou-se muito mais articulado e influente que o anterior: João Calvino (1509-1564). Calvino
nasceu em Noyon, no nordeste da França, e ainda adolescente foi estudar teologia e humanidades
em Paris. Depois de um breve período em Orléans e Bourges, quando dedicou-se ao estudo do
direito, retornou a Paris para dar continuidade aos estudos humanísticos que tanto o fascinavam. Em
1532, publicou o seu primeiro livro, um comentário do tratado de Sêneca De Clementia.
O humanismo que empolgou os primeiros líderes das igrejas reformadas, Zuínglio e Calvino, foi o
extraordinário movimento intelectual que marcou a transição entre a Idade Média e o período
moderno. Uma das características marcantes desse movimento foi o seu profundo interesse pela
antigüidade clássica, o período áureo da civilização greco-romana. Entre as obras clássicas que
atraíam a atenção de muitos estava a Bíblia, particularmente o Novo Testamento. Isso levou ao
surgimento de uma categoria específica de humanistas bíblicos devotados ao estudo das Escrituras
em seus originais gregos e hebraicos. O maior desses humanistas cristãos foi o célebre Erasmo de
Roterdã (c.1466-1536), cuja edição crítica do Novo Testamento baseada em textos gregos foi
avidamente estudada e utilizada pelos reformadores suíços.
Em 1533, Calvino teve uma experiência de conversão à fé evangélica. Forçado a fugir de Paris por
causa das suas novas convicções, dirigiu-se para a cidade de Angoulême. Pouco depois, começou a
escrever a sua obra magna, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas, publicada em Basiléia em
1536. Nesse mesmo ano, de maneira totalmente inesperada, Calvino viu-se convocado a auxiliar a
implantação da fé reformada na cidade de Genebra, na Suíça francesa. Após um interregno de três
anos em Estrasburgo (1538-1541), o reformador retornou a Genebra e ali permaneceu até o final da
sua vida.
Graças a sua vasta e competente produção teológica, sua habilidade como organizador e seus
contatos pessoais com inúmeros indivíduos e comunidades em toda a Europa, Calvino exerceu uma
poderosa influência e contribuiu para a disseminação do movimento reformado em muitos países. Em
1559, ele fundou a Academia de Genebra, que colaborou decisivamente para a formação de toda
uma nova geração de líderes reformados. Dada a importância desse reformador, um novo termo
surgiu para designar os reformados: “calvinistas.”
Nas Institutas, comentários bíblicos, sermões, tratados e outros escritos que produziu, Calvino
articulou um sistema completo de teologia cristã que ficou conhecido como calvinismo. Esse sistema
incluía normas específicas, retiradas das Escrituras, acerca da doutrina, do culto e da forma de
governo das comunidades reformadas. Na base do sistema estava a ênfase no conceito da absoluta
soberania de Deus como criador, preservador e redentor do mundo. A estrutura eclesiástica
preconizava o governo das comunidades por presbíteros e a associação das igrejas em presbitérios
regionais e em sínodos nacionais.
II. Europa Continental
Logo após o início da carreira de Calvino, o movimento reformado começou a difundir-se em muitas
regiões da Europa, notadamente na França, no vale do Reno (Alemanha e Países Baixos), na leste
europeu e nas Ilhas Britânicas. Vários fatores contribuíram para essa difusão. Em primeiro lugar, a
ampla divulgação das idéias de Calvino através da imprensa e de outros meios; em segundo lugar, o
intenso deslocamento de refugiados que procuravam escapar da repressão religiosa em seus países;
finalmente, o papel irradiador desempenhado por Genebra e outras cidades reformadas. Muitos
homens e mulheres iam a Genebra, eram treinados nos preceitos da fé reformada e retornavam aos
seus países imbuídos das novas idéias.
Como era de se esperar, Calvino nutria grande interesse pela propagação da fé evangélica no seu
próprio país, a França. Ali, apesar de intensas perseguições, o movimento reformado experimentou
notável crescimento na década de 1550. Em 1559, reuniu-se o primeiro sínodo da Igreja Reformada
de França, representando cerca de duas mil comunidades locais. Pela primeira vez, o
presbiterianismo era organizado em âmbito nacional. Esse sínodo aprovou uma importante
declaração da fé reformada, a Confissão Galicana.
Muitos dos reformados franceses, conhecidos como huguenotes, eram artesãos, comerciantes e
nobres, e estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste do país. Seus conflitos políticos
com o partido católico liderado pela família Guise-Larraine levaram a um longo período de guerras
religiosas (1562-1598). O episódio mais sangrento foi o massacre do Dia de São Bartolomeu (24-
08-1572), em que milhares de huguenotes foram mortos à traição em Paris e no interior da França,
entre eles o famoso almirante Gaspard de Coligny. A paz só foi restaurada em 1598, quando o rei
Henrique IV, um ex-huguenote, promulgou o Edito de Nantes, concedendo liberdade religiosa aos
reformados. Esse edito foi revogado por Luís XIV em 1685, fazendo com que cerca de 300 mil
huguenotes abandonassem a França.
28/10/12 História do Presbiterianismo
3/6www.ipb.org.br/portal/historia/74-historiadopresbiterianismo?tmpl=component&print=1&lay out=def a…
Em virtude da proximidade geográfica, o movimento reformado desde cedo também penetrou no sul
da Alemanha. O movimento cresceu com a chegada de milhares de refugiados vindos de outras
regiões, como a França e os Países Baixos. Estrasburgo foi um importante centro reformado entre
1521 e 1549, tendo como líder o reformador Martin Butzer. Como já foi apontado, Calvino ali
residiu durante três anos (1538-1541). Em Heidelberg, o príncipe Frederico III criou uma grande
universidade que tornou-se o centro do pensamento reformado na Alemanha. Nessa cidade foi
escrito em 1563 o Catecismo de Heidelberg. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) resultou no
reconhecimento definitivo das igrejas reformadas alemãs, que receberam o influxo de sessenta mil
refugiados huguenotes após a revogação do Edito de Nantes.
Nos Países Baixos, a fé reformada surgiu inicialmente em Antuérpia, em 1555. Em dez anos,
formaram-se mais de trezentas igrejas, em parte devido à chegada de imigrantes huguenotes que
fugiam das guerras religiosas em seu país. Essas igrejas adotaram como sua declaração de fé a
Confissão Belga, escrita por Guido de Brès em 1561. O calvinismo foi implantado na Holanda no
contexto da guerra da independência contra a Espanha, iniciada em 1566 sob a liderança de
Guilherme de Orange. Como resultado do conflito, os Países Baixos dividiram-se em três nações:
Bélgica e Luxemburgo (católicos) e Holanda (reformada). O primeiro sínodo nacional das igrejas
reformadas holandesas reuniu-se em 1571 na cidade de Emden, na Alemanha, e adotou um sistema
presbiterial de governo baseado no modelo francês. Eventualmente, a igreja reformada tornou-se
oficial, embora nem toda a população tenha aderido ao movimento. No início do século XVII, uma
disputa teológica resultou no Sínodo de Dort (1618-1619), que rejeitou as idéias de Tiago Armínio
acerca da predestinação e afirmou os chamados “cinco pontos do calvinismo” (depravação total,
eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos).
Quanto à Europa oriental, na década de 1540, graças a contatos com cidades suíças, surgiram
igrejas reformadas na Polônia e na Boêmia (Checoslováquia), e mais tarde também na Hungria. Na
Boêmia, o movimento reformado associou-se aos Irmãos Boêmios, os sucessores do antigo
movimento liderado pelo pré-reformador João Hus, morto em 1415. Na Polônia e na Lituânia, as
igrejas calvinistas experimentaram grande crescimento, mas eventualmente foram suprimidas pela
Contra-Reforma. A fé reformada foi introduzida na Hungria em 1549, através de contatos com
Zurique, mas as igrejas sofreram perseguições de 1677 a 1781. A igreja reformada húngara viria a
ser uma das maiores do mundo.
III. Ilhas Britânicas
Especialmente importante para a fé reformada foi a sua introdução nas Ilhas Britânicas. Nessa região
é que surgiu o outro nome histórico associado ao movimento: “presbiterianismo.” Esse nome tinha ao
mesmo tempo conotações teológicas e políticas. Os reis ingleses e escoceses eram firmes partidários
do episcopalismo, ou seja, de uma igreja governada por bispos. Como esses bispos eram nomeados
pela coroa, esse sistema favorecia o controle da igreja pelo estado. Assim sendo, a insistência dos
reformados da Escócia e Inglaterra em uma igreja governada por presbíteros, eleitos pelas
congregações e reunidos em concílios, era uma reivindicação de independência da igreja em relação
ao poder público. Tal foi a origem histórica do termo “presbiteriano” ou “igreja presbiteriana.”
O protestantismo reformado foi levado para a Escócia por George Wishart, que estudara na Suíça e
foi morto na fogueira em 1546. As primeiras igrejas reformadas surgiram no final da década seguinte.
Os eventos se precipitaram com o retorno do líder John Knox (c. 1514-1572), que passou alguns
28/10/12 História do Presbiterianismo
www.ipb.org.br/portal/historia/74-historiadopresbiterianismo?tmpl=component&print=1&lay out=def a…
anos em Genebra como refugiado, estudou aos pés de Calvino e retornou ao seu país em 1559. No
ano seguinte, o Parlamento aboliu o catolicismo e adotou a fé reformada (Confissão Escocesa). Em
dezembro de 1560, reuniu-se a primeira assembléia geral da Igreja Presbiteriana escocesa, que
elaborou o Livro de Disciplina. Todavia, o Parlamento não aceitou esse primeiro Livro de Disciplina
– que prescrevia a forma presbiteriana de governo –, mas manteve o episcopado como instrumento
de controle estatal da igreja.
Ironicamente, entre 1561 e 1567 a Escócia formalmente presbiteriana foi governada por uma rainha
católica, Maria Stuart. Após a morte de Knox, Andrew Melville (1545-1622), outro ex-exilado em
Genebra, tornou-se o principal defensor do sistema presbiteriano e de uma igreja autônoma do
estado. Os próximos quatro reis, especialmente Carlos II (1660-85), procuraram impor o
anglicanismo e perseguiram os presbiterianos. Estes fizeram um pacto nacional para defender a sua
fé e ficaram conhecidos como “covenanters” (pactuantes). Somente em 1689 o presbiterianismo foi
estabelecido definitivamente, embora algumas modificações feitas pelo Parlamento, como a Lei do
Patrocínio Leigo (1717), tenham produzido várias divisões na igreja.
Na Inglaterra, surgiram fortes influências reformadas desde o reinado de Eduardo VI (1547-1553).
Martin Butzer, o reformador de Estrasburgo, passou seus últimos anos naquele país. Calvino
correspondeu-se com o rei Eduardo, com Somerset, o lorde protetor, e com Thomas Cranmer, o
arcebispo de Cantuária. O Livro de Oração Comum e os Trinta e Nove Artigos revelam clara
influência reformada. Durante o reinado intolerante de Maria Tudor (1553-1558), alcunhada “a
sanguinária”, muitos protestantes ingleses refugiaram-se em Zurique e Genebra. Porém, a rainha
Elizabete I (1558-1603) não apreciava os aspectos populares da forma presbiteriana de governo,
preferindo uma estrutura episcopal que deixava o controle último da igreja nas mãos das autoridades
civis.
No reinado de Elizabete surgiram os puritanos, alguns dos quais sustentavam princípios
presbiterianos. Em outras palavras, os puritanos eram todos calvinistas, mas nem todos aceitavam a
forma de governo presbiteriana. O nome “puritanos” resultou da insistência desses reformados em
que a Igreja da Inglaterra fosse pura, ou seja, seguisse os moldes bíblicos em sua doutrina, culto e
governo. Por causa de sua firme oposição ao episcopalismo e a sua luta pela reforma da igreja
estatal inglesa, os puritanos foram objeto de forte repressão por parte de Elizabete. Seus sucessores,
Tiago I (1603-1625) e Carlos I (1625-1649), que governaram simultaneamente a Inglaterra e a
Escócia, continuaram a opor-se aos puritanos.
No reinado de Carlos ocorreu um evento marcante na história do presbiterianismo. Esse rei tentou
impor o episcopalismo na Igreja da Escócia e acabou envolvido em uma guerra contra os seus
próprios súditos. Vendo-se em dificuldades, precisou convocar a eleição de um parlamento na
Inglaterra, eleição essa que resultou em uma maioria parlamentar puritana. Dissolvido o parlamento,
foi feita nova eleição, que tornou a maioria puritana ainda mais expressiva. A conseqüência foi a
guerra civil, que terminaria com a execução do rei. Esse parlamento puritano convocou a célebre
Assembléia de Westminster (1643-1648), que produziu os “padrões presbiterianos” de culto,
governo e doutrina. Quando esses documentos foram aprovados pelo parlamento, a Igreja da
Inglaterra deixou de ser episcopal e tornou-se presbiteriana. Porém, depois que Carlos II tornou-se
rei em 1660, houve a restauração do episcopado e seguiram-se vários anos de repressão contra os
presbiterianos. Com o tempo, os padrões de Westminster tornaram-se os principais documentos
28/10/12 História do Presbiterianismo
5/6www.ipb.org.br/portal/historia/74-historiadopresbiterianismo?tmpl=component&print=1&lay out=def a…
teológicos adotados pelas igrejas reformadas em todo o mundo.
A tradição reformada teve início na Irlanda com a Colônia de Ulster, a partir de 1606. No esforço
de “domesticar” os irlandeses, o governo inglês implantou comunidades inglesas e escocesas nas
regiões devastadas pela guerra ao norte da ilha. Aos imigrantes escoceses, que levaram consigo o
seu presbiterianismo, uniram-se puritanos ingleses e huguenotes franceses. Houve uma rígida
separação étnica entre os novos moradores e os irlandeses católicos do sul, e grande violência
destes contra os presbiterianos. Graças aos capelães de um exército pacificador, um presbitério foi
fundado no Ulster em 1642 e em 1660 eles já eram cinco. Os colonos alcançaram prosperidade na
nova terra, mas também se viram sujeitos a restrições políticas, econômicas e religiosas impostas
pelo governo inglês, além de calamidades naturais como estiagens prolongadas. Com isso, a partir
de 1715, os “escoceses-irlandeses” começaram a sua grande migração para os Estados Unidos. Até
1775, pelo menos 250 mil iriam cruzar o Atlântico.
IV. Estados Unidos
O calvinismo chegou à América do Norte com os puritanos ingleses que se radicaram em
Massachusetts no início do século XVII. O primeiro grupo fixou-se em Plymouth em 1620 e o
segundo fundou as cidades de Salem e Boston em 1630. Nas décadas seguintes, mais de 20 mil
puritanos cruzaram o Atlântico em busca de liberdade religiosa e novas oportunidades. Todavia,
esses calvinistas optaram pelo forma de governo congregacional, não pelo sistema presbiteriano.
Muitos calvinistas que aceitavam a forma de governo presbiteriana vieram do continente europeu.
Dentre os primeiros estavam os holandeses que fundaram Nova Amsterdã (depois Nova York) em
1623. Os huguenotes franceses também foram em grande número para a América do Norte, fugindo
da perseguição religiosa em sua pátria. Um numeroso contingente de reformados alemães igualmente
emigrou para os Estados Unidos entre 1700 e 1770. Esses imigrantes formaram as suas próprias
denominações e mais tarde muitos deles ingressaram na Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.
Muitos presbiterianos escoceses foram diretamente da Escócia para os Estados Unidos nos
primeiros tempos da colonização. Todavia, foram os escoceses-irlandeses os principais responsáveis
pela introdução do presbiterianismo naquele país. Durante o século XVIII, pelo menos 300 mil
cruzaram o Atlântico. Eles se radicaram principalmente em Nova Jersey, Pensilvânia, Maryland,
Virgínia e nas Carolinas. No oeste da Pensilvânia, eles fundaram Pittsburgh, por muito tempo a
cidade mais presbiteriana dos Estados Unidos. O Rev. Ashbel Green Simonton, o introdutor do
presbiterianismo no Brasil, era descendente desses escoceses-irlandeses da Pensilvânia.
No século XVII as comunidades presbiterianas dos Estados Unidos viviam dispersas. Foi só no
início do século seguinte que elas começaram a unir-se em concílios. Nesse esforço, destacou-se o
Rev. Francis Makemie (1658-1708), considerado o “pai do presbiterianismo americano.” Ordenado
na Irlanda do Norte em 1683, ele foi logo em seguida para a América do Norte. Makemie fundou
diversas igrejas em Maryland e viajou extensamente encorajando os presbiterianos. Como a Igreja
Anglicana era a igreja oficial de várias colônias, ele sofreu muitas perseguições. Chegou mesmo a ser
preso em Nova York em 1706.
Sob a liderança de Makemie, foi organizado em 1706 o Presbitério de Filadélfia. Em 1717,
organizou-se o Sínodo de Filadélfia, composto de quatro presbitérios. Ao todo, a denominação tinha
apenas dezenove pastores, quarenta igrejas e cerca de três mil membros. Em 1729, foi aprovado o
28/10/12 História do Presbiterianismo
6/6www.ipb.org.br/portal/historia/74-historiadopresbiterianismo?tmpl=component&print=1&lay out=def a…
“Ato de Adoção,” que aceitou a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster como padrões
doutrinários do Sínodo. De 1741 a 1758, os presbiterianos dividiram-se em dois grupos por causa
de diferenças acerca do avivamento e da educação teológica: Ala Velha (Sínodo de Filadélfia) e Ala
Nova (Sínodo de Nova York).
Nesse período de divisão, vários evangelistas notáveis como Samuel Davies, Alexander Craighead e
Hugh McAden trabalharam com grande êxito no sul do país, especialmente na Virgínia e nas
Carolinas. Durante a Revolução Americana, os presbiterianos tiveram uma atuação destacada. O
Rev. John Witherspoon (1723-1794), um escocês que foi presidente da Universidade de Princeton
por vinte e cinco anos, foi o único pastor que assinou a Declaração de Independência dos Estados
Unidos, em 1776. Muitos presbiterianos lutaram na guerra da independência.
Em 1788, o Sínodo de Nova York e Filadélfia dividiu-se em quatro (Nova York e Nova Jersey,
Filadélfia, Virgínia e Carolinas). No dia 21 de maio de 1789, reuniu-se pela primeira vez a
“Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América.” Naquela época, a
Igreja Presbiteriana era a denominação mais influente do país. Em 1800, contava com 180 pastores,
450 igrejas e cerca de 20 mil membros.
Em 1801, presbiterianos e congregacionais iniciaram um trabalho cooperativo conhecido como
“Plano de União.” O objetivo era evangelizar com mais eficiência a população que estava indo para
o oeste, a chamada “fronteira.” Foi esse o período do avivamento conhecido como Segundo Grande
Despertamento. O resultado foi um avanço fenomenal. Em 1837, a Igreja Presbiteriana já contava
com 2140 pastores, quase 3000 igrejas e 220 mil membros. O Seminário de Princeton foi fundado
em 1812. Entre seus grandes professores estiveram Archibald Alexander, Charles Hodge, A.A.
Hodge e Benjamin B. Warfield.
Devido a uma controvérsia sobre os requisitos para a ordenação de ministros, surgiu em 1810 a
Igreja Presbiteriana de Cumberland, no Tennessee. Uma divisão mais séria ocorreu entre os grupos
conhecidos como Velha Escola e Nova Escola, aquele sendo mais apegado aos padrões de
Westminster do que este. Em 1837, a Velha Escola obteve a maioria na Assembléia Geral, cancelou
o Plano de União de 1801 e excluiu quatro sínodos inteiros, dividindo ao meio a denominação. No
mesmo ano, foi criada a Junta de Missões Estrangeiras, sediada em Nova York, que 22 anos mais
tarde enviaria o seu primeiro missionário ao Brasil.
Finalmente, em 1857 e 1861 ocorreram novas divisões, desta vez ocasionadas pelo problema da
escravidão. As igrejas Nova Escola e Velha Escola do sul, favoráveis à escravidão, separaram-se
das do norte. Eventualmente, foram criadas duas grandes denominações presbiterianas, a Igreja do
Norte (PCUSA) e a Igreja do Sul (PCUS). Os missionários pioneiros dessas duas igrejas chegaram
ao Brasil respectivamente em 1859 (Ashbel G. Simonton) e 1869 (Edward Lane e George N.
Morton).
por Rev. Alderi Souza de Matos
28/10/12 Esboço Histórico
www.ipb.org.br/portal/historia/78-esboco-historico?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
TweetTweet 0 Share
Esboço Histórico
Atualmente existem no Brasil várias denominações de origem reformada ou calvinista. Entre elas
incluem-se a Igreja Presbiteriana Independente, a Igreja Presbiteriana Conservadora e algumas
igrejas criadas por imigrantes vindos da Europa continental, tais como suíços, holandeses e húngaros.
No entanto, a maior e mais antiga denominação reformada do país é a Igreja Presbiteriana do Brasil.
Ao mesmo tempo, convém lembrar que, já nos primeiros séculos da história do Brasil, houve a
presença de calvinistas em nosso país.
I. Primórdios do Movimento Reformado no Brasil
1. A França Antártica
Os primeiros calvinistas chegaram ao Brasil ainda no começo da nossa história. No final de 1555,
um grupo de franceses liderados por Nicolas Durand de Villegagnon instalou-se em uma das ilhas da
Baía da Guanabara. Um ano e meio mais tarde, chegou à "França Antártica" um grupo de colonos e
pastores reformados enviados pelo próprio João Calvino, em resposta a um pedido de Villegagnon.
No dia 10 de março de 1557 esses evangélicos realizaram o primeiro culto protestante do Brasil, e
possivelmente do Novo Mundo. Eventualmente, surgiram desavenças teológicas entre Villegagnon e
os calvinistas. Cinco deles foram presos e forçados a escrever uma declaração de suas convicções.
O resultado foi a bela "Confissão de Fé da Guanabara." Com base nessa declaração, três dos
calvinistas foram executados e outro foi poupado por ser o único alfaiate da colônia. O quinto autor
da confissão de fé, Jacques le Baleur, conseguiu fugir, mas foi preso e mais tarde enforcado. Entre
os que conseguiram retornar para a França estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde tornou-
se pastor e escreveu a célebre obra Viagem à Terra do Brasil (1578).
2. O Brasil Holandês
A próxima tentativa de introdução do calvinismo no Brasil ocorreu em meados do século XVII por
meio dos holandeses. No contexto da guerra contra a Espanha, a Companhia das Índias Ocidentais
ocupou o nordeste brasileiro por vinte e quatro anos (1630-1654). O mais famoso governante do
Brasil holandês foi o Conde João Maurício de Nassau-Siegen, que aqui esteve por apenas sete anos
(1637-1644). Embora os residentes católicos e judeus tenham gozado de tolerância religiosa, a
igreja oficial da colônia era a Igreja Reformada da Holanda, que realizou uma grande obra pastoral e
missionária. Ao longo dos anos foram criadas 22 igrejas e congregações, dois presbitérios
(Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Além da
assistência aos colonos europeus, a igreja reformada fez um notável trabalho missionário com os
indígenas. Ao lado da pregação e ensino, houve a preparação de um catecismo na língua nativa.
Outros projetos incluíam a tradução das Escrituras e a ordenação de pastores indígenas, o que não
chegou a efetivar-se. Com a expulsão dos holandeses, as igrejas nativas vieram a extinguir-se e por
um século e meio desapareceram os vestígios do calvinismo no Brasil.
3. O Protestantismo de Imigração
28/10/12 Esboço Histórico
2/2www.ipb.org.br/portal/historia/78-esboco-historico?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
O protestantismo em geral e o presbiterianismo em particular puderam estabelecer-se definitivamente
no Brasil somente após a chegada da família real, em 1808. Em 1810, Portugal e Inglaterra firmaram
um Tratado de Comércio e Navegação, cujo artigo XII, pela primeira vez em nossa história,
concedeu liberdade religiosa aos imigrantes protestantes. Logo, muitos deles começaram a chegar de
diversas regiões da Europa, entre eles reformados franceses, suíços e alemães. Em 1827, por
iniciativa do cônsul da Prússia, foi fundada no Rio de Janeiro a Comunidade Protestante Alemã-
Francesa, que congregava luteranos e calvinistas.
Durante várias décadas, o calvinismo ficou restrito às comunidades imigrantes, sem atingir os
brasileiros. Os poucos pastores reformados ou presbiterianos que por aqui passaram limitaram suas
atividades religiosas aos estrangeiros. Tal foi o caso do Rev. James Cooley Fletcher, um pastor
presbiteriano norte-americano que teve uma longa e frutífera ligação com o Brasil a partir de 1851.
Ele deu assistência religiosa a marinheiros e imigrantes europeus, procurou aproximar o Brasil e os
Estados Unidos nas áreas diplomática, comercial e cultural, e escreveu o livro O Brasil e os
Brasileiros, publicado em 1857. Por meio de seus contatos com políticos e intelectuais brasileiros,
Fletcher contribuiu indiretamente para a introdução do protestantismo no Brasil. Foi por sua
sugestão que o missionário congregacional inglês Robert Reid Kalley veio para o Brasil em 1855.
Finalmente, o presbiterianismo foi implantado entre os brasileiros pelo Rev. Ashbel Green Simonton,
que aqui chegou em 1859.
28/10/12 Introdução
1/1www.ipb.org.br/portal/igreja-ref ormada/97-introducao-?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&p…
TweetTweet 5 Share11
Introdução
Basicamente, quando falamos de Fé Reformada, referimo-nos à verdadeira religião cristã, como foi
recuperada durante a Reforma Protestante dos séculos 16 e 17. Esse texto tratará de alguns
assuntos referentes à fé Reformada, que a Igreja Presbiteriana do Brasil crê, mas você não
encontrará a abordagem daqueles pontos cardeais da religião cristã que as Igrejas Reformadas
compartilham com as demais, a saber, a Trindade, a expiação, a justificação pela fé, o nascimento
virginal e a ressurreição corpórea de Jesus, seus milagres e a inspiração das Escrituras Sagradas.
A Fé Reformada adota todas as doutrinas apostólicas estabelecidas na Bíblia e formuladas em
credos pelos grandes concílios ecumênicos da Igreja Primitiva. Ela é um relacionamento com Deus,
através da mediação de Jesus Cristo, baseado no Evangelho revelado por Ele e pelas Escrituras
Sagradas.
O conteúdo desse trabalho é seletivo e não abrange toda a fé cristã; não se pretende nem objetiva
oferecer um resumo exaustivo da fé Reformada, antes aborda os princípios reformados, a
Teocentricidade, a eleição, o sacrifício de Cristo e a Graça Irresistível de Jesus por nós, pecadores.
TweetTweet 0 Share
Rev. Ashbel Green Simonton
Ashbel Green Simonton (1833-1867), o fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil, nasceu em West
Hanover, no sul da Pensilvânia, e passou a infância na fazenda da família, denominada Antigua. Eram
seus pais o médico e político William Simonton e D. Martha Davis Snodgrass (1791-1862), filha de
um pastor presbiteriano. Ashbel era o mais novo de nove irmãos. Os irmãos homens (William, John,
James, Thomas e Ashbel) costumavam denominar-se os "quinque fratres" (cinco irmãos). Um deles,
James Snodgrass Simonton, quatro anos mais velho que Ashbel, viveu por três anos no Brasil e foi
professor na cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro. Uma das quatro irmãs, Elizabeth Wiggins
Simonton (1822-1879), conhecida como Lille, veio a casar-se com o Rev. Alexander Latimer
Blackford, vindo com ele para o Brasil.
Em 1846, a família mudou-se para Harrisburg, a capital do estado, onde Ashbel concluiu os estudos
secundários. Após formar-se no Colégio de Nova Jersey (a futura Universidade de Princeton), em
1852, o jovem passou cerca de um ano e meio no Mississipi, trabalhando como professor. Voltando
para o seu estado, teve profunda experiência religiosa durante um avivamento em 1855 e ingressou
no Seminário de Princeton, fundado em 1812. No primeiro semestre de estudos, ouviu na capela do
seminário um sermão do Dr. Charles Hodge, um dos seus professores, que despertou o seu
interesse pela obra missionária no exterior. Concluídos os estudos, foi ordenado em 1859 e chegou
ao Brasil no dia 12 de agosto do mesmo ano.
Pouco depois de organizar a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro (12/01/1862), o jovem
missionário seguiu em viagem de férias para os Estados Unidos, vindo a casar-se com Helen
Murdoch, em Baltimore. Regressaram ao Brasil em julho de 1863. No final de junho do ano
seguinte, Helen faleceu nove dias após o nascimento da sua filhinha, que recebeu o seu nome. Helen
Murdoch Simonton, a filha única do Rev. Simonton, nunca se casou e faleceu aos 88 anos no dia 7
de janeiro de 1952. Com o passar dos anos, Simonton criou o jornal Imprensa Evangélica (1864),
organizou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e fundou o Seminário Primitivo (1867), este último
localizado em um edifício de vários pavimentos junto ao Campo de Santana.
No final de 1867, sentindo-se adoentado, o missionário pioneiro seguiu para São Paulo, onde sua
irmã e seu cunhado criavam a pequena Helen. Seu estado de saúde agravou-se e ele veio a falecer
no dia 9 de dezembro, acometido de "febre biliosa", conforme consta do seu registro de
sepultamento. Seu túmulo foi um dos primeiros do ainda recente Cemitério dos Protestantes, no
bairro da Consolação. Anos depois, foram sepultados perto dele os ossos do ex-sacerdote Rev.
José Manoel da Conceição (1822-1873), o primeiro pastor evangélico brasileiro. Simonton e
Conceição, um americano e um brasileiro, foram os personagens mais notáveis dos primórdios do
presbiterianismo no Brasil.
28/10/12 O que é IPB
1/3www.ipb.org.br/portal/historia/75-oqueeipb?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
TweetTweet 1 Share
O que é IPB
A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas que têm em comum uma história, uma
forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida comunitária.
Historicamente, a IPB pertence à família das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido
no Brasil em 1859, como fruto do trabalho missionário da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.
Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suíça e escocesa, no século 16,
lideradas por personagens como Ulrico Zuínglio, João Calvino e João Knox. O nome “igreja
presbiteriana” vem da maneira como a igreja é administrada, ou seja, através de “presbíteros” eleitos
democraticamente pelas comunidades locais. Essas comunidades são governadas por um “conselho”
de presbíteros e estes oficiais também integram os concílios superiores da igreja, que são os
presbitérios, os sínodos e o Supremo Concílio. Os presbíteros são de dois tipos: regentes (que
governam) e docentes (que ensinam); estes últimos são os pastores. Atualmente, a Igreja
Presbiteriana do Brasil tem aproximadamente 3.840 igrejas locais, 228 presbitérios, 55 sínodos,
2.660 pastores, 370.500 membros comungantes e 133.000 membros não-comungantes (menores),
estando presente em todos os estados da federação.
Quanto à sua teologia, as igrejas presbiterianas são herdeiras do pensamento do reformador João
Calvino (1509-1564) e das notáveis formulações confessionais (confissões de fé e catecismos)
elaboradas pelos reformados nos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos
elaborados pela Assembléia de Westminster, reunida em Londres na década de 1640. A Confissão
de Fé de Westminster, bem como os seus Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente
pela IPB como os seus símbolos de fé ou padrões doutrinários. Outras igrejas presbiterianas adotam
documentos adicionais, como a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. O conjunto de
convicções presbiterianas, conforme expostas no pensamento de Calvino, de outros teólogos e dos
citados documentos confessionais, é denominado teologia calvinista ou teologia reformada. Entre as
suas ênfases estão a soberania de Deus, a eleição divina, a centralidade da Palavra e dos
sacramentos, o conceito do pacto, a validade permanente da lei moral e a associação entre a
piedade e o cultivo intelectual.
No seu culto, as igrejas presbiterianas procuram obedecer ao chamado princípio regulador. Isso
significa que o culto deve ater-se às normas contidas na Escritura, não sendo aceitas as práticas
proibidas ou não sancionadas explicitamente pela mesma. O culto presbiteriano caracteriza-se por
sua ênfase teocêntrica (a centralidade do Deus triúno), simplicidade, reverência, hinódia com
conteúdo bíblico e pregação expositiva. Na prática, nem todas as igrejas locais da IPB seguem
criteriosamente essas normas, embora as mesmas tenham caracterizado historicamente o culto
reformado. Os problemas causados pelo afastamento desses padrões têm levado muitas igrejas a
reconsiderarem as suas práticas litúrgicas e resgatarem a sua herança nessa área fundamental.
Quando se diz que o culto reformado é solene e respeitoso, não se implica com isso que deva ser
rígido e sem vida. O verdadeiro culto a Deus é também fervoroso e alegre.
Finalmente, a vida das igrejas presbiterianas brasileiras não se restringe ao culto, por importante que
seja. Essas igrejas também valorizam a educação cristã dos seus adeptos através da Escola
28/10/12 O que é IPB
2/3www.ipb.org.br/portal/historia/75-oqueeipb?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
Dominical e outros meios; congregam os seus membros em diferentes agremiações internas para
comunhão e trabalho; têm a consciência de possuir uma missão dada por Deus, a ser cumprida
através da evangelização e do testemunho cristão. Muitas igrejas locais se dedicam a outras
atividades em favor da comunidade mais ampla, como a manutenção de escolas, creches, orfanatos,
ambulatórios e outras iniciativas de promoção humana. Cada igreja possui um grupo de oficiais, os
diáconos, cuja função primordial é o exercício da misericórdia cristã. O presbiterianismo tem uma
visão abrangente da vida, entendendo que o evangelho de Cristo tem implicações para todas as
áreas da sociedade e da cultura.
DE ONDE VIEMOS?
O presbiterianismo ou movimento reformado nasceu da Reforma Protestante do século 16. Tendo o
protestantismo começado na Alemanha, sob a liderança de Martinho Lutero, pouco depois surgiu
uma segunda manifestação do mesmo no Cantão de Zurique, na Suíça, sob a direção de outro ex-
sacerdote, Ulrico Zuínglio (1484-1531). Para distinguir-se da reforma alemã, esse novo movimento
ficou conhecido como a Segunda Reforma ou Reforma Suíça. O entendimento de que a reforma
suíça foi mais profunda em sua ruptura com a igreja medieval e em seu retorno às Escrituras fez com
que recebesse o nome de movimento reformado e seus simpatizantes ficassem conhecidos
simplesmente como “reformados”.
Ao morrer, em 1531, Zuínglio teve um hábil sucessor na pessoa de João Henrique Bullinger (1504-
1575). Todavia, poucos anos depois surgiu um líder que se destacou de todos os outros por sua
inteligência, dotes literários, capacidade de organização e profundidade teológica. Esse líder foi o
francês João Calvino (1509-1564), que concentrou os seus esforços na cidade suíça de Genebra,
onde residiu durante 25 anos. Através da sua obra magna, a Instituição da Religião Cristã ou
Institutas, comentários bíblicos, tratados e outros escritos, Calvino traçou os contornos básicos do
presbiterianismo, tanto em termos teológicos quanto organizacionais, à luz das Escrituras Sagradas.
Graças aos seus escritos, viagens, correspondência e liderança eficaz, Calvino exerceu enorme
influência em toda a Europa e contribuiu para a difusão do movimento reformado em muitas de suas
regiões. Dentro de poucos anos, a fé reformada fincou sólidas raízes no sul da Alemanha
(Estrasburgo, Heidelberg), na França, nos Países Baixos (as futuras Holanda e Bélgica) e no leste
europeu, onde surgiram comunidades reformadas em países como a Polônia, a Lituânia, a
Checoslováquia e especialmente a Hungria. Em algumas dessas nações, a reação violenta da
Contra-Reforma limitou ou sufocou o novo movimento, como foram, respectivamente, os casos da
França e da Polônia. As igrejas calvinistas nacionais da Europa continental ficaram conhecidas como
igrejas reformadas (por exemplo, Igreja Reformada da França).
Outra região da Europa em que a fé reformada teve ampla aceitação foram as Ilhas Britânicas,
particularmente a Escócia, cujo parlamento adotou o presbiterianismo como religião oficial em 1560.
Para tanto foi decisiva a atuação do reformador João Knox (1514-1572), que foi discípulo de
Calvino em Genebra. Foi nessa região que surgiu a designação “igreja presbiteriana”. Na Inglaterra e
na Escócia dos séculos 16 e 17, o presbiterianismo representou uma posição ao mesmo tempo
teológica e política. Com esse termo, as igrejas reformadas declaravam que não queriam uma igreja
governada por bispos nomeados pelos reis (episcopalismo), e sim por presbíteros eleitos pelas
comunidades. Foi na Inglaterra que, em meio a uma guerra civil, o parlamento convocou a
Assembléia de Westminster (1643-1649), que elaborou os documentos confessionais mais
amplamente aceitos pelos presbiterianos ao redor do mundo.
Nos séculos 17 e 18, milhares de calvinistas emigraram para as colônias inglesas da América do
Norte. Muitos deles abraçavam a teologia de Calvino, mas não a forma de governo eclesiástico
presbiterial proposta por ele. Foi esse o caso dos puritanos ingleses que se estabeleceram na Nova
Inglaterra. Ao mesmo tempo, as colônias norte-americanas também receberam muitas famílias
presbiterianas emigradas da Escócia e do norte da Irlanda. Foram essas pessoas que eventualmente
criaram a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, cujo primeiro concílio, o Presbitério de Filadélfia,
foi organizado em 1706 sob a liderança do Rev. Francis Makemie, considerado o “pai do
presbiterianismo norte-americano”. O primeiro Sínodo foi organizado em 1717 e a Assembléia Geral
em 1789. Em 1859, a Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos
enviou ao Rio de Janeiro o Rev. Ashbel Green Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Implantação da IPB (1859-1869)
1/1www.ipb.org.br/portal/historia/90-implantacao-da-ipb-1859-1869?tmpl=component&print=1&lay out=…
TweetTweet 1 Share
Implantação da IPB (1859-1869)
O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev.
Ashbel Green Simonton (1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton
estudou no Colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado.
Influenciado por um reavivamento em 1855, fez a sua profissão de fé e, pouco depois, ingressou no
Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu professor, o famoso teólogo Charles Hodge,
levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante
a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de
sua preferência. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de
Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.
Em abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português. Em janeiro de 1862, recebeu
os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período
em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico
evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e
organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos
34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).
Os principais colaboradores de Simonton naquele período foram seu cunhado Alexander L.
Blackford, que em 1865 organizou as Igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que
trabalhou entre os imigrantes alemães em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi missionário
na Bahia; e George W. Chamberlain, grande evangelista e operoso pastor da Igreja de São Paulo.
Os quatro únicos estudantes do "seminário primitivo" foram eficientes pastores: Antonio Bandeira
Trajano, Miguel Gonçalves Torres, Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa e Antonio Pedro de
Cerqueira Leite.
Outras poucas igrejas organizadas no primeiro decênio foram as de Lorena, Borda da Mata (Pouso
Alegre) e Sorocaba. O homem que mais contribuiu para a criação dessas e outras igrejas foi o
notável Rev. José Manoel da Conceição (1822-1873), um ex-sacerdote católico romano, que se
tornou o primeiro brasileiro a ser ordenado ministro do evangelho (1865). Conceição visitou
incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e sul de
Minas, pregando o evangelho da graça.
28/10/12 Consolidação da IPB (1869-1888)
1/1
TweetTweet 0 Share
Consolidação da IPB (1869-1888)
Simonton e seus companheiros eram todos da Igreja Presbiteriana do norte dos Estados Unidos
(PCUSA). Em 1869 chegaram os primeiros missionários da igreja do sul (PCUS): George Nash
Morton e Edward Lane. Eles fixaram-se em Campinas, região onde residiam muitas famílias norte-
americanas que vieram para o Brasil após a Guerra Civil em seu país (1861-1865). Em 1870,
Morton e Lane fundaram a igreja de Campinas e, em 1873, o famoso, porém efêmero, Colégio
Internacional. Os missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de Minas, o
Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. O pioneiro em várias dessas regiões foi o incansável Rev. John
Boyle, falecido em 1892.
Os obreiros da PCUS foram também os pioneiros presbiterianos no nordeste e norte do Brasil (de
Alagoas até a Amazônia). Os principais foram John Rockwell Smith, fundador da igreja do Recife
(1878); DeLacey Wardlaw, pioneiro em Fortaleza; e o Dr. George W. Butler, o "médico amado" de
Pernambuco. O mais conhecido dentre os primeiros pastores brasileiros do nordeste foi o Rev.
Belmiro de Araújo César, patriarca de uma grande família presbiteriana.
Enquanto isso, os missionários da Igreja do norte dos Estados Unidos, auxiliados por novos colegas,
davam continuidade ao seu trabalho. Seus principais campos eram Bahia e Sergipe, onde atuou,
além de Schneider e Blackford, o Rev. John Benjamin Kolb; Rio de Janeiro, que inaugurou seu
templo em 1874, e Nova Friburgo, onde trabalhou o Rev. John M. Kyle; Paraná, cujos pioneiros
foram Robert Lenington e George A. Landes; e especialmente São Paulo. Na capital paulista, o
casal Chamberlain fundou em 1870 a Escola Americana, que mais tarde veio a ser o Mackenzie
College, dirigido pelo educador Horace Manley Lane. No interior da província, destacou-se o Rev.
João Fernandes Dagama, português da Ilha da Madeira. No Rio Grande do Sul, trabalhou por
algum tempo o Rev. Emanuel Vanorden, um judeu holandês.
Entre os novos pastores "nacionais" desse período estavam Eduardo Carlos Pereira, José Zacarias
de Miranda, Manuel Antônio de Menezes, Delfino dos Anjos Teixeira, João Ribeiro de Carvalho
Braga e Caetano Nogueira Júnior. As duas igrejas norte-americanas também enviaram ao Brasil
algumas notáveis missionárias educadoras como Mary Parker Dascomb, Elmira Kuhl, Nannie
Henderson e Charlotte Kemper.
28/10/12 Dissensão da IPB (1888-1903)
www.ipb.org.br/portal/historia/92-dissensao-da-ipb-1888-1903?tmpl=component&print=1&lay out=d…
TweetTweet 0 Share
Dissensão da IPB (1888-1903)
Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, que se tornou
assim autônoma, desligando-se das igrejas-mães norte-americanas. O Sínodo compunha-se de três
presbitérios (Rio de Janeiro, Campinas-Oeste de Minas e Pernambuco) e tinha vinte missionários,
doze pastores nacionais e cerca de sessenta igrejas. O primeiro moderador foi o veterano Rev.
Blackford. O Sínodo criou o Seminário Presbiteriano, elegeu seus dois primeiros professores e
dividiu o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas em dois: São Paulo e Minas.
Nesse período, a denominação expandiu-se grandemente, com muitos novos missionários, pastores
brasileiros e igrejas locais. O seminário começou a funcionar em Nova Friburgo, no final de 1892, e
no início de 1895 transferiu-se para São Paulo, tendo à frente o Rev. John Rockwell Smith. O
Mackenzie College ou Colégio Protestante foi criado em 1891, sendo seu primeiro presidente o Dr.
Horace Manley Lane. Por causa da febre amarela, o Colégio Internacional foi transferido de
Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon, numa homenagem ao seu
grande líder, o Rev. Samuel R. Gammon (1865-1928).
A primeira escola evangélica do nordeste foi o Colégio Americano de Natal (1895), fundado por
Katherine H. Porter, esposa do Rev. William C. Porter. Na mesma época, a cidade de Garanhuns
começou a tornar-se um grande centro da obra presbiteriana. Além do trabalho evangelístico, foram
lançadas as bases de duas importantes instituições educacionais: o Colégio Quinze de Novembro e o
Seminário do Norte, hoje sediado em Recife. No final desse período, além de estar presente em
todos os estados do nordeste, a Igreja Presbiteriana chegou ao Pará e ao Amazonas.
No sul, foi iniciada a obra presbiteriana em Santa Catarina (São Francisco do Sul e Florianópolis). A
igreja também iniciou a sua marcha vitoriosa no leste de Minas. O primeiro obreiro a residir em Alto
Jequitibá foi o Rev. Matatias Gomes dos Santos (1901). As igrejas de São Paulo e do Rio de
Janeiro passaram a ser pastoreadas por dois grandes líderes, respectivamente Eduardo Carlos
Pereira (1888) e Álvaro Emídio G. dos Reis (1897).
Infelizmente, os progressos desse período foram em parte ofuscados por uma grave crise que se
abateu sobre a vida da igreja. Inicialmente, surgiu uma diferença de prioridades entre o Sínodo e a
Junta de Missões de Nova York. O Sínodo queria apoio para a obra evangelística e para instalar o
Seminário, ao passo que a Junta preferia dar ênfase à obra educacional, principalmente por meio do
Mackenzie College. Paralelamente, surgiram desentendimentos entre o pastor da Igreja Presbiteriana
de São Paulo, Rev. Eduardo Carlos Pereira, e os líderes do Mackenzie, Horace M. Lane e William
A. Waddell.
Com o passar do tempo, o Rev. Eduardo C. Pereira passou a tornar-se mais radical em suas
posições, perdendo o apoio até mesmo de muitos dos seus colegas brasileiros. Como uma
alternativa ao jornal do Rev. Eduardo, O Estandarte, o Rev. Álvaro Reis criou O Puritano em 1899.
Em 1900 foi organizada a Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, que resultou da fusão de duas
igrejas formadas por pessoas que haviam saído da igreja do Rev. Eduardo. Na mesma época, um
28/10/12 Dissensão da IPB (1888-1903)
2/2www.ipb.org.br/portal/historia/92-dissensao-da-ipb-1888-1903?tmpl=component&print=1&lay out=d…
novo problema veio complicar ainda mais a situação: o debate acerca da maçonaria.
Em março de 1902, Eduardo C. Pereira e seus partidários começaram a divulgar a sua Plataforma,
com cinco tópicos sobre as questões missionária, educativa e maçônica. Após pouco mais de um
ano de debates acalorados, a crise chegou ao seu lamentável desfecho, em 31 de julho de 1903,
durante a reunião do Sínodo. Após serem derrotados em suas propostas, Eduardo Carlos Pereira e
seus colegas desligaram-se do Sínodo e formaram a Igreja Presbiteriana Independente.
28/10/12 Reconstituição da IPB (1903-1917)
1/2www.ipb.org.br/portal/historia/93-reconstituicao-da-ipb-1903-1917?tmpl=component&print=1&lay o…
TweetTweet 0 Share
Reconstituição da IPB (1903-1917)
No início de agosto de 1903, os independentes organizaram o seu presbitério, com quinze
presbíteros e sete pastores (Eduardo C. Pereira, Caetano Nogueira Jr., Bento Ferraz, Ernesto Luiz
de Oliveira, Otoniel Mota, Alfredo Borges Teixeira e Vicente Themudo Lessa). Seguiu-se um triste
período de divisões de comunidades, luta pela posse de propriedades, litígios judiciais. Uma pastoral
do Presbitério Independente chegou a vedar aos sinodais a Ceia do Senhor. O período mais
conflitivo estendeu-se até 1906. Nessa época, o Sínodo contava com 77 igrejas e cerca de 6500
membros; em 1907, os independentes tinham 56 igrejas e 4200 comungantes.
O prédio do seminário, no bairro Higienópolis, foi ocupado sem solenidade em setembro de 1899.
Os principais professores eram os Revs. John R. Smith e Erasmo Braga (este a partir de 1901); o
membro mais destacado da diretoria era o Rev. Álvaro Reis. Em fevereiro de 1907, o seminário foi
transferido para Campinas, ocupando a antiga propriedade do Colégio Internacional. A primeira
turma de Campinas só se formou em 1912. Entre os formandos estavam Tancredo Costa,
Herculano de Gouvêa Jr., Miguel Rizzo Jr. e Paschoal Luiz Pitta. Mais tarde viriam Guilherme Kerr,
Jorge T. Goulart, Galdino Moreira e José Carlos Nogueira.
A obra presbiteriana crescia em muitos lugares. A primeira cidade atingida no leste de Minas foi Alto
Jequitibá (Manhuaçu) e, no Espírito Santo, São José do Calçado. Os primeiros pastores daqueles
campos foram Matatias Gomes dos Santos, Aníbal Nora, Constâncio Omero Omegna e Samuel
Barbosa. No Vale do Ribeira, o dinâmico evangelista Willes Roberto Banks continuava em
atividade. A família Vassão daria grandes contribuições à igreja.
Em 1907, o Sínodo dividiu-se em dois (Norte e Sul) e em 1910 foi organizada a Assembléia Geral
da Igreja Presbiteriana do Brasil. O moderador do último sínodo e instalador da Assembléia Geral
foi o veterano Modesto Carvalhosa, ordenado 40 anos antes. A Assembléia Geral foi instalada na
Igreja do Rio de Janeiro e o Rev. Álvaro Reis foi eleito seu primeiro moderador. Os conciliares
visitaram a Ilha de Villegagnon para lembrar os mártires calvinistas e comemorar o quarto centenário
do nascimento de Calvino. Na época, a Igreja Presbiteriana do Brasil tinha 10 mil membros
comungantes, outro tanto de menores e cerca de 150 igrejas em sete presbitérios. As demais
denominações tinham os seguintes números metodistas: 6 mil membros; independentes: 5 mil;
batistas: 5 mil; e episcopais: cerca de mil. Em 1911, a IPB enviou a Portugal seu primeiro
missionário, Rev. João da Mota Sobrinho, que lá permaneceu até 1922.
Os missionários americanos continuavam em plena atividade. Devido a divergências quanto ao lugar
da educação na obra missionária, a Missão Sul da PCUS dividiu-se em duas: Missão Leste (Lavras)
e Missão Oeste (Campinas). O Rev. William Waddell fundou uma influente escola em Ponte Nova,
Bahia. Pierce, um filho de Chamberlain, trabalhou na Bahia de 1899 a 1909. A obra presbiteriana no
Mato Grosso começou nesse período: os pioneiros foram os missionários Franklin Graham (1913) e
Filipe Landes (1915).
Em 1917, foi aprovado o Modus Operandi, um acordo entre a igreja brasileira e as missões norte-
28/10/12 Reconstituição da IPB (1903-1917)
2/2www.ipb.org.br/portal/historia/93-reconstituicao-da-ipb-1903-1917?tmpl=component&print=1&lay o…
americanas, pelo qual os missionários desligaram-se dos concílios da IPB, separando-se os campos
nacionais (presbitérios) dos campos das missões. Em 1924, a Assembléia Geral reuniu-se pela
primeira sem qualquer missionário como delegado de presbitério.
28/10/12 Cooperação da IPB (1917-1932)
1/1www.ipb.org.br/portal/historia/94-cooperacao-da-ipb-1917-1932?tmpl=component&print=1&lay out=…
TweetTweet 0 Share
Cooperação da IPB (1917-1932)
O maior líder presbiteriano desse período foi o Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932),
professor do Seminário e secretário da Assembléia Geral. Em 1916, participou com dois colegas do
Congresso de Ação Cristã na América Latina, no Panamá. Poucos anos depois, tornou-se o
dinâmico secretário da Comissão Brasileira de Cooperação, entidade que liderou um grande esforço
cooperativo entre as igrejas evangélicas do Brasil na década de 1920. As principais áreas de
cooperação foram literatura, educação cristã e educação teológica. Foi fundado no Rio de Janeiro o
Seminário Unido, que existiu até 1932.
Outros esforços cooperativos desse período foram: (1) Instituto José Manoel da Conceição,
fundado pelo Rev. William A. Waddell na cidade de Jandira, na Grande São Paulo (1928);
objetivava preparar os jovens que depois seguiriam para o seminário. (2) Associação Evangélica de
Catequese dos Índios (1928), depois Missão Evangélica Caiuá: idealizada pelo Rev. Albert S.
Maxwell e instalada em Dourados, Mato Grosso, num esforço cooperativo das igrejas presbiteriana,
independente, metodista e episcopal.
O Seminário de Campinas correu o risco de ser extinto por causa do Seminário Unido, mas
finalmente superou a crise. Em 1921, o Seminário do Norte foi transferido para o Recife. As
principais instituições educacionais das missões eram o Colégio Agnes Erskine, em Recife; Colégio
15 de Novembro (Garanhuns); Escola de Ponte Nova (Bahia); Colégio 2 de Julho (Salvador);
Instituto Gammon (Lavras); Instituto Cristão (Castro) e principalmente o Mackenzie College. Os
principais periódicos presbiterianos eram O Puritano e o Norte Evangélico.
Em 1924, a Assembléia Geral encerrou o trabalho missionário em Lisboa. No mesmo ano, Erasmo
Braga e alguns amigos fundaram a Sociedade Missionária Brasileira de Evangelização em Portugal,
que enviou àquele país o Rev. Paschoal Luiz Pitta e sua esposa Odete. O casal ali esteve por quinze
anos (1925-1940), regressando ao Brasil devido à constante falta de recursos.
Em 1921, morreu o Rev. Antonio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a primeira geração de
obreiros presbiterianos no Brasil, os da década de 1860. Outros obreiros falecidos nesse período
foram: Eduardo Carlos Pereira (1923), Álvaro Reis (1925), Carlota Kemper (1927), Samuel
Gammon (1928) e Erasmo Braga (1932). Além do seu trabalho na área religiosa, vários dos
pioneiros presbiterianos deram valiosa contribuição de ordem intelectual e literária. Alguns autores e
os livros que os celebrizaram são os seguintes: Modesto Carvalhosa (Escrituração Mercantil),
Antonio Trajano (Álgebra Elementar), Eduardo C. Pereira (Gramática Expositiva), Otoniel Motta (O
Meu Idioma) e Erasmo Braga (Série Braga).
28/10/12 Organização da IPB (1932 - 1952 )
1/1www.ipb.org.br/portal/historia/95-organizacao-da-ipb-1932-1952-?tmpl=component&print=1&lay out…
TweetTweet 0 Share
Organização da IPB (1932 - 1952 )
Nas décadas de 1930 a 1950, a IPB continuou a crescer e a aperfeiçoar a sua estrutura, criando
entidades voltadas para o trabalho feminino, mocidade, missões nacionais e estrangeiras, literatura e
ação social. O período terminou com a comemoração do centenário do presbiterianismo no Brasil.
Nessa época, a igreja era constituída dos seguintes sínodos: (1) Setentrional: estendia-se de Alagoas
até a Amazônia, estando o maior número de igrejas no Estado de Pernambuco; (2) Bahia-Sergipe:
criado em 1950, quando o Presbitério Bahia-Sergipe, antigo campo da Missão Central, dividiu-se
nos presbitérios de Salvador, Campo Formoso e Itabuna; (3) Minas-Espírito Santo: surgiu em 1946,
abrangendo o leste de Minas e o Espírito Santo, a região de maior crescimento da igreja; (4)
Central: formado em 1928, incluía o Estado do Rio de Janeiro, bem como o sul e o oeste de Minas
Gerais; (5) Meridional: sínodo histórico (1910-47), abrangia São Paulo, Paraná e Santa Catarina;
(6) Oeste do Brasil: foi formado em 1947, abrangendo todo o norte e oeste de São Paulo. No final
da década de 50, foram entregues pelas missões os Presbitérios do Triângulo Mineiro, Goiás e
Cuiabá.
Nesse período, as missões norte-americanas continuaram o seu trabalho: (1) PCUS: (a) Missão
Norte: atuou no nordeste, onde o principal obreiro foi o Rev. William Calvin Porter (†1939); o
campo mais importante era o de Garanhuns, onde estavam o Colégio 15 de Novembro e o jornal
Norte Evangélico; (b) Missão Leste: atuou no oeste de Minas e depois em Dourados, Mato Grosso,
cuja igreja foi organizada em 1951. (c) Missão Oeste: concentrou-se mais no Triângulo Mineiro,
onde o casal Edward e Mary Lane fundou em 1933 o Instituto Bíblico de Patrocínio. (2) PCUSA:
(a) Missão Central: seus principais campos eram Ponte Nova/Itacira, a bacia do Rio São Francisco,
o sul da Bahia e o norte de Minas.; (b) Missão Sul: atuou no Paraná e Santa Catariana, fundindo-se
com a Missão Central por volta de 1937. O Rev. Filipe Landes foi grande evangelista no Mato
Grosso (norte e sul). Em Rio Verde, Goiás, atuou o Rev. Dr. Donald Gordon, que fundou um
importante hospital.
Trabalho feminino: as primeiras sociedades de senhoras surgiram em 1884-85 e as primeiras
federações, na década de 1920. Os primeiros secretários gerais do trabalho feminino foram o Rev.
Jorge T. Goulart e as sras. Genoveva Marchant, Blanche Lício, Cecília Siqueira e Nady Werner. O
primeiro congresso nacional reuniu-se na I. P. Riachuelo, no Rio de Janeiro, em 1941; o segundo
congresso realizou-se também no Rio em 1954. A SAF em Revista foi criada em 1954.
28/10/12 Denominações Presbiterianas no Brasil
1/2www.ipb.org.br/portal/historia/76-denominacoes?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
TweetTweet 1 Share4
Denominações Presbiterianas no Brasil
A Igreja Presbiteriana do Brasil é a mais antiga denominação reformada do país, tendo sido fundada
pelo missionário Ashbel Green Simonton (1833-1867), que aqui chegou em 1859. Mais tarde, ao
longo do século 20, surgiram outras igrejas congêneres que também se consideram herdeiras da
tradição calvinista. São as seguintes, por ordem cronológica de organização: Igreja Presbiteriana
Independente do Brasil (1903), com sede em São Paulo; Igreja Presbiteriana Conservadora (1940),
com sede em São Paulo; Igreja Presbiteriana Fundamentalista (1956), com sede em Recife; Igreja
Presbiteriana Renovada do Brasil (1975), com sede em Arapongas, Paraná, e Igreja Presbiteriana
Unida do Brasil (1978), com sede no Rio de Janeiro.
1. Igreja Presbiteriana Independente
Surgiu em 1903 como uma denominação totalmente nacional, sem vinculação com igrejas
estrangeiras. Resultou do projeto nacionalista do Rev. Eduardo Carlos Pereira (1856-1923), que
entrou em conflito com o Sínodo da IPB em torno das questões missionária, educacional e
maçônica. Em 1907, a IPI tinha 56 igrejas e 4.200 membros comungantes. Fundou um seminário em
São Paulo. Em 1908 foi instalado o seu Sínodo, inicialmente com três presbitérios; em 1957 foi
criado o Supremo Concílio, com três sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas locais e 105 pastores. O
Estandarte, fundado em 1893, é até hoje o jornal oficial. Após o Congresso do Panamá (1916), a
IPI aproximou-se da IPB e das outras igrejas evangélicas. A partir de 1930, surgiu um movimento
de intelectuais (entre eles o Rev. Eduardo Pereira de Magalhães, neto de Eduardo C. Pereira) que
pretendia reformar a liturgia, certos costumes eclesiásticos e até mesmo a Confissão de Fé. A
questão eclodiu no Sínodo de 1938. Um grupo organizou a Liga Conservadora, liderada pelo Rev.
Bento Ferraz. A elite liberal retirou-se da IPI em 1942 e formou a Igreja Cristã de São Paulo. Ver
http://www.ipib.org
2. Igreja Presbiteriana Conservadora
Foi fundada em 1940 pelos membros da Liga Conservadora da IPI, sob a liderança do Rev. Bento
Ferraz. Em 1957, contava com mais de vinte igrejas, em quatro estados, e tinha um seminário. Seu
órgão oficial é O Presbiteriano Conservador. Filiou-se à Aliança Latino-Americana de Igrejas
Cristãs e à Confederação de Igreja Evangélicas Fundamentalistas do Brasil. Ver
http://www.ipcb.org.br
3. Igreja Presbiteriana Fundamentalista
Israel Gueiros, pastor da 1ª I. P. de Recife ligado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs (Carl
McIntire) liderou uma campanha contra o Seminário do Norte sob a acusação de modernismo.
Gueiros fundou outro seminário e foi deposto pelo Presbitério de Pernambuco em julho de 1956.
Em 21 de setembro foi organizada a IPFB com quatro igrejas locais (inclusive elementos batistas e
congregacionais), que formaram um presbitério com 1800 membros.
4. Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil
Em 1968, como resultado do "movimento de renovação" na IPB, surgiu em Cianorte, Paraná, a
Igreja Cristã Presbiteriana. Em 1972, um segmento separou-se da IPI para formar a Igreja
Presbiteriana Independente Renovada, em Assis, SP. Em 1975, os dois grupos se uniram, criando a
Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil. Ver http://www.iprb.org.br
5. Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Foi fundada por elementos que discordaram da postura conservadora da IPB durante a
administração do Rev. Boanerges Ribeiro (1966-1978). Surgiram dois grupos dissidentes. Em
1974, membros do Presbitério de São Paulo criaram a Aliança de Igrejas Reformadas. Em 1978, foi
criada a Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas (FENIP), em Atibaia. Em 1983, na cidade de
Vitória, a FENIP adotou o nome de Igreja Presbiteriana Unida do Brasil. Essa igreja adota uma
postura teológica liberal e pluralista.
Ver http://www.ipu.org.br
28/10/12 Mocidade da IPB
1/2www.ipb.org.br/portal/historia/96-mocidade-da-ipb?tmpl=component&print=1&lay out=def ault&page=
TweetTweet 0 Share
Mocidade da IPB
Algumas entidades precursoras foram a Associação Cristã de Moços (Myron Clark), o Esforço
Cristão (Clara Hough) e a União Cristã de Estudantes do Brasil (Eduardo P. Magalhães). Benjamim
Moraes Filho foi o primeiro secretário do trabalho da mocidade, em 1938. O primeiro congresso
nacional reuniu-se em Jacarepaguá em 1946, quando foi criada a confederação. Entre os líderes da
época estavam Francisco Alves, Jorge César Mota, Paulo César, Waldo César, Tércio Emerique,
Gutemberg de Campos, Paulo Rizzo e Billy Gammon.
Missões Nacionais: em 1940 foi organizada na I. P. Unida a Junta Mista de Missões Nacionais, com
representantes da IPB e das missões norte-americanas. Entre os primeiros líderes estavam Coriolano
de Assunção, Guilherme Kerr, Filipe Landes, Eduardo Lane, José Carlos Nogueira e Wilson N.
Lício. Até 1958, a Junta ocupou quinze regiões em todo o Brasil, com cerca de 150 locais de
pregação. Em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana da Amazônia.
Missão em Portugal: os primeiros obreiros foram João da Mota Sobrinho (1911-1922) e Paschoal
Luiz Pitta (1925-1940). Em 1944 a IPB assumiu o trabalho e foi criada a Junta de Missões
Estrangeiras, com o apoio das igrejas norte-americanas. Os primeiros missionários foram Natanael
Emerique, Aureliano Lino Pires, Natanael Beuttenmuller e Teófilo Carnier.
Outras organizações: (a) Casa Editora: começou a ser organizada em 1945, no início da Campanha
do Centenário, sob a liderança do Rev. Boanerges Ribeiro. A primeira sede foi instalada em
dependências cedidas pela I. P. Unida, na Rua Helvétia. (b) Orfanatos: em 1910, a Assembléia
Geral planejou um orfanato para Lavras; em 1919, passou a funcionar em Valença, e em 1929 veio
a ocupar uma propriedade da I. P. de Copacabana em Jacarepaguá. O orfanato foi denominado
Instituto Álvaro Reis. (c) Conselho Interpresbiteriano (CIP): foi criado em 1955 para superintender
as relações da IPB com as missões e as juntas missionárias dos Estados Unidos. Tinha mais
autoridade que o modus operandi de 1917.
Outras igrejas: (a) Igreja Presbiteriana Independente: em 1957, foi criado o Supremo Concílio, com
três sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas, 105 pastores e cerca de 30 mil membros comungantes; O
Estandarte continuou a ser o jornal oficial. No final dos anos 30 houve um conflito teológico. Em
1942, um grupo de intelectuais liberais (entre os quais o Rev. Eduardo P. Magalhães) retirou-se da
IPI e formou a Igreja Cristã de São Paulo. (b) Igreja Presbiteriana Conservadora: foi fundada em
1940 pelos membros da Liga Conservadora da IPI. Em 1957, contava com mais de vinte igrejas em
quatro estados e tinha um seminário. Seu órgão oficial é O Presbiteriano Conservador. (c) Igreja
Presbiteriana Fundamentalista: foi fundada em 1956 pelo Rev. Israel Gueiros, pastor da 1.ª I. P. de
Recife e ligado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs (do líder fundamentalista norte-americano
Carl McIntire).
Neste período, a IPB participou de vários movimentos cooperativos: Associação Evangélica
Beneficente (fundada por Otoniel Mota em 1928), Associação Cristã de Beneficência Ebenézer
(dirigida pelo Dr. Benjamin Hunnicutt), Missão Evangélica Caiuá, Instituto José Manoel da
Conceição, Confederação Evangélica do Brasil (fundada em 1934), Sociedade Bíblica do Brasil,
Centro Áudio-Visual Evangélico (CAVE, fundado em 1951) e Universidade Mackenzie, que seria
transferida à IPB no início dos anos 60.
Constituição da IPB: em 1924, foram aprovadas pequenas modificações no antigo Livro de Ordem
adotado quando da criação do Sínodo, em 1888. Em 1937, entrou em vigor a nova Constituição da
Igreja (os independentes haviam aprovado a sua três anos antes), sendo criado o Supremo Concílio.
Houve protestos do norte contra alguns pontos: diaconato para ambos os sexos, "confirmação" em
vez de "profissão de fé" e o nome "Igreja Cristã Presbiteriana." Em 1950, foi promulgada um nova
Constituição e no ano seguinte o Código de Disciplina e os Princípios de Liturgia.
Estatística: em 1957, a IPB contava com seis sínodos, 41 presbitérios, 489 igrejas, 883
congregações, 369 ministros, 127 candidatos ao ministério, 89.741 membros comungantes e 71.650
não-comungantes. Os primeiros presidentes do Supremo Concílio foram os Revs. Guilherme Kerr,
José Carlos Nogueira, Natanael Cortez, Benjamim Moraes Filho e José Borges dos Santos Júnior.
A Campanha do Centenário foi lançada em 1946, tendo como objetivos: avivamento espiritual,
expansão numérica, consolidação das instituições da igreja, afirmação da fé reformada e homenagem
aos pioneiros. A Comissão Central do Centenário, organizada em 1948, enfrentou muitas
dificuldades. Após 1950, a campanha ganhou ímpeto. A Comissão Unida do Centenário (IPB, IPI e
Igreja Reformada Húngara) planejou uma grande campanha evangelística com a participação de
Edwyn Orr e William Dunlap, que se estendeu por todo o país em 1952. Outras medidas foram a
criação do Museu Presbiteriano, do Seminário do Centenário e do jornal Brasil Presbiteriano,
resultante da fusão de O Puritano e Norte Evangélico (1958). A 18.ª Assembléia da Aliança
Presbiteriana Mundial reuniu-se em São Paulo de 27 de julho a 6 de agosto de 1959. O lema do
centenário foi: "Um ano de gratidão por um século de bênçãos."