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You are free: to copy, distribute and transmit the work; to adapt the work. You must attribute the work in the manner specified by the author or licensor Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 9, n. 2, p. 014-026, jul/ago. 2012. FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP, MT, BRASIL. Léia Pedrosa de Souza Dilkin 1 ; Marliton Rocha Barreto 2 RESUMO A dengue é uma infecção reemergente que vem preocupando as autoridades em todo mundo em razão das dificuldades enfrentadas para o controle das epidemias produzidas pelo vírus da doença, bem como devido a sua ampla distribuição e ao grande potencial para casos graves e letais. Desta forma, este trabalho procurou pautar os possíveis fatores que contribuem direta ou indiretamente para a ocorrência do vetor Aedes aegypti no município de Sinop, MT de 2004 a 2008. Foram analisados os dados quanto aos casos notificados, com suspeita da doença e casos confirmados de dengue e os dados sobre Índice de Infestação predial, além dos dados referentes aos índices pluviométricos. As elevadas incidências de infecções por dengue indicam como é reduzido o impacto apresentado pelos programas de combate ao A. aegypti, resultando em sequentes surtos da doença. O aumento da ocorrência acompanha padrões sazonais de incidência coincidentes com o verão, devido à maior ocorrência de chuvas e aumento de temperatura nesta estação. Os resultados mostram a existência de associação entre números de casos de dengue e fatores abióticos, identificando o intervalo em que os índices pluviométricos contribuíram para a geração de novos casos da doença. Palavras-chave: Dengue; Controle de vetores; Mato Grosso. ABIOTIC FACTORS ASSOCIATED TO Aedes aegypti IN SINOP, MT, BRAZIL ABSTRACT Dengue is a reemerging infection that has been causing the concern of authorities across the globe due to the difficulties to control the epidemics by the disease virus, as well as its broad distribution and the strong potential for serious and lethal cases. Therefore, the goal of this study was to list the possible factors that are directly or indirectly associated with the occurrence of the Aedes aegypti vector in the city of Sinop, Mato Grosso, from 2004 to 2008. Data were analyzed regarding the notified suspicious and confirmed cases of disease and the data regarding house infestation and rainfall rates. The high dengue infection rates indicate the poor impact of programs against A. aegypti, which have resulted in outbreaks. The growing occurrence rate follows seasonal patterns of incidence in the Summer, due to the greater rainfall and higher temperatures of the season. Results show there is an association between the number of dengue cases and abiotic factors, revealing the interval in which rainfall rates contributed for the emergence of new cases. Keywords: Dengue; Vector control; Mato Grosso. Trabalho recebido em 21/12//2011 e aceito para publicação em 29/07//2012. 1 Escola Técnica Estadual de Educação Profissional de Sinop SECITEC/MT. Av. Sibipirunas, s/n. Jd. Jacarandás. 78.550-029. Sinop, MT. 2 Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais ICNHS. Campus Universitário de Sinop UFMT. Av. Alexandre Ferronato, 1200. 78.557-267. Sinop, MT. Tel./Fax: 66 3531-1663. Correspondência para: Barreto, M. R. e-mail: [email protected]

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 2 p 014-026 jul ago 2012

FATORES ABIOacuteTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP MT BRASIL

Leacuteia Pedrosa de Souza Dilkin1 Marliton Rocha Barreto

2

RESUMO

A dengue eacute uma infecccedilatildeo reemergente que vem preocupando as autoridades em todo mundo em razatildeo das

dificuldades enfrentadas para o controle das epidemias produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem como devido a sua

ampla distribuiccedilatildeo e ao grande potencial para casos graves e letais Desta forma este trabalho procurou pautar os

possiacuteveis fatores que contribuem direta ou indiretamente para a ocorrecircncia do vetor Aedes aegypti no municiacutepio de

Sinop MT de 2004 a 2008 Foram analisados os dados quanto aos casos notificados com suspeita da doenccedila e

casos confirmados de dengue e os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo predial aleacutem dos dados referentes aos iacutendices

pluviomeacutetricos As elevadas incidecircncias de infecccedilotildees por dengue indicam como eacute reduzido o impacto apresentado

pelos programas de combate ao A aegypti resultando em sequentes surtos da doenccedila O aumento da ocorrecircncia

acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia coincidentes com o veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas e

aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo Os resultados mostram a existecircncia de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos

de dengue e fatores abioacuteticos identificando o intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos contribuiacuteram para a

geraccedilatildeo de novos casos da doenccedila

Palavras-chave Dengue Controle de vetores Mato Grosso

ABIOTIC FACTORS ASSOCIATED TO Aedes aegypti IN SINOP MT BRAZIL

ABSTRACT

Dengue is a reemerging infection that has been causing the concern of authorities across the globe due

to the difficulties to control the epidemics by the disease virus as well as its broad distribution and the strong

potential for serious and lethal cases Therefore the goal of this study was to list the possible factors that are

directly or indirectly associated with the occurrence of the Aedes aegypti vector in the city of Sinop Mato Grosso

from 2004 to 2008 Data were analyzed regarding the notified suspicious and confirmed cases of disease and the

data regarding house infestation and rainfall rates The high dengue infection rates indicate the poor impact of

programs against A aegypti which have resulted in outbreaks The growing occurrence rate follows seasonal

patterns of incidence in the Summer due to the greater rainfall and higher temperatures of the season Results

show there is an association between the number of dengue cases and abiotic factors revealing the interval in

which rainfall rates contributed for the emergence of new cases

Keywords Dengue Vector control Mato Grosso

Trabalho recebido em 21122011 e aceito para publicaccedilatildeo em 29072012

1 Escola Teacutecnica Estadual de Educaccedilatildeo Profissional de Sinop SECITECMT Av Sibipirunas sn Jd Jacarandaacutes 78550-029

Sinop MT 2 Instituto de Ciecircncias Naturais Humanas e Sociais ndash ICNHS Campus Universitaacuterio de Sinop ndash UFMT Av Alexandre

Ferronato 1200 78557-267 Sinop MT TelFax 66 3531-1663 Correspondecircncia para Barreto M R e-mail

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1 INTRODUCcedilAtildeO

O arboviacuterus do gecircnero Flavivirus

pertencente agrave famiacutelia Flaviviridae eacute o

responsaacutevel pela disseminaccedilatildeo da dengue

especialmente nos paiacuteses tropicais onde as

condiccedilotildees do meio ambiente aliadas agraves

caracteriacutesticas urbanas favorecem o

desenvolvimento e a proliferaccedilatildeo do

mosquito transmissor (TAUIL 2001

MIYAZAKI et al 2009) Aedes

(Stegomyia) aegypti (Linnaeus) eacute o

mosquito vetor do agente etioloacutegico

causador da febre dengue nos troacutepicos

(DEGALLIER et al 2010) A dengue eacute

uma infecccedilatildeo reemergente que vem

preocupando as autoridades em todo

mundo em razatildeo das dificuldades

enfrentadas para o controle das epidemias

produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem

como devido a sua ampla distribuiccedilatildeo e ao

grande potencial para casos graves e letais

(MARCcedilAL JUNIOR amp SANTOS 2004

BARRETO amp TEIXEIRA 2008)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

estima que a cada ano sejam infectadas 50

milhotildees de pessoas (World Health

Organization 2010) CONSOLI amp

OLIVEIRA (1998) relataram que nas aacutereas

endecircmicas a doenccedila eacute praticamente

inevitaacutevel e que por enquanto a uacutenica

maneira de prevenir a sua ocorrecircncia eacute pelo

controle da proliferaccedilatildeo do A aegypti

Segundo esses mesmos autores satildeo fatores

macrodeterminantes e microdeterminantes

para proliferaccedilatildeo desta doenccedila a alta

densidade populacional e habitacional e a

urbanizaccedilatildeo natildeo planejada que propiciam

tanto a raacutepida circulaccedilatildeo do viacuterus como as

condiccedilotildees necessaacuterias agrave sua reproduccedilatildeo

A produccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de

materiais descartaacuteveis e a coleta

inadequada do lixo produzem um cenaacuterio

de facilidades para a reproduccedilatildeo do vetor

acrescidos de outros recipientes materiais

natildeo removiacuteveis que acumulam aacutegua no

interior e exterior agraves residecircncias Acrescem

a este a temperatura a precipitaccedilatildeo a

umidade e a altitude que influenciam na

distribuiccedilatildeo do vetor (HALSTEAD 1992

CONSOLI amp OLIVEIRA 1998)

Em Mato Grosso os primeiros

registros de dengue foram em 1991 e

atribui-se a ele a circulaccedilatildeo do sorotipo

DEN 1 no estado Desde entatildeo a doenccedila

passou a ocorrer de forma endecircmica

intercalando-se com a manifestaccedilatildeo de

epidemia em especial nos anos de 1995

1996 1998 2002 e 2003 Eacute relevante

apontar o crescimento dos casos de Febre

Hemorraacutegica da Dengue e de Siacutendrome do

Choque de Dengue cujos primeiros casos

ocorreram a partir de 1995 (PIGNATTI

1996)

Accedilotildees de combate a dengue tecircm

sido emergentes na nossa sociedade e

propostas e sugestotildees para medidas

alternativas satildeo cada vez maiores

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crescendo assim a necessidade da

realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento

epidemioloacutegico da dengue Desta forma o

objetivo deste trabalho foi pautar os

possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem

direta ou indiretamente para a ocorrecircncia

do vetor no municiacutepio de Sinop MT

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi realizado no

municiacutepio de Sinop localizado no norte do

estado do Mato Grosso agraves margens da

rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com

uma populaccedilatildeo estimada em 113099

habitantes e uma extensatildeo territorial de

3942 Kmsup2 (IBGE 2010)

Para o desenvolvimento dessa

pesquisa foram realizados levantamentos

bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede

do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os

Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de

Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o

de Febre Amarela e Dengue (FAD e

SISFAD) Foram analisados os dados

quanto aos casos notificados com suspeita

da doenccedila e casos confirmados de dengue e

os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo

predial Os dados referentes aos iacutendices

pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria

de Agricultura e na Empresa Mato-

grossense de Pesquisa Assistecircncia e

Extensatildeo Rural (EMPAER)

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No periacuteodo 2004 a 2008 foram

notificados mais de 2700 casos de dengue

no municiacutepio sendo 77 destes

confirmados segundo o Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta

mesma fonte a maioria dos casos eacute

autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas

proximidades de suas residecircncias Em

2004 foram confirmados 62 casos o menor

registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007

se deu a maior incidecircncia totalizando

1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)

O Plano Estadual de Contingecircncia

de Dengue no biecircnio 2005-2006

apresentado pela Secretaria do Estado de

Sauacutede destaca que o estado de Mato

Grosso enfrentou somente no ano 2005

8757 registros de casos notificados no

somente no periacuteodo de janeiro a outubro

significando um aumento de 163 em

relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior

(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos

maiores registros no estado com 19288

casos No entanto esses iacutendices tiveram

queda de 589 comparada ao mecircs de

janeiro do ano seguinte 2008 Merece

destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato

Grosso do crescimento ascendente das

notificaccedilotildees nos meses de abril maio e

junho deste ano quando comparado com

anos anteriores

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A avaliaccedilatildeo mensal dos

levantamentos sobre as notificaccedilotildees de

ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a

2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees

sazonais de incidecircncia coincidente com o

veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas

e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo

pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos

primeiros semestres dos periacuteodos avaliados

e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros

no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados

(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte

ERSSINANSINAN NET 2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii

Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899

Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503

Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073

Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152

Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285

Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969

Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235

Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149

Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220

Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622

Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916

Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582

Total notificado 138 289 444 1705 217

Total confirmado 62 137 350 1537 65

As confirmaccedilotildees feitas sobre

aumento de visitas em imoacuteveis por parte do

trabalho realizado pelos agentes de sauacutede

permitiram inferir que apesar das visitas e

do aumento na frequumlecircncia das mesmas o

problema com focos nos domiciacutelios ainda

pode estar longe de ser sanado Este fator

pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia

de informaccedilotildees e a falta de um controle

maior por parte da populaccedilatildeo

O aumento da ocorrecircncia

acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia

coincidentes com o veratildeo devido agrave maior

ocorrecircncia de chuvas e aumento de

temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero

de casos notificados foi registrado de

janeiro a maio (Tabela 1)

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aproximadamente os mesmos meses onde

ocorreram os maiores regimes de chuvas

(Tabela 3)

Os levantamentos e

acompanhamentos nos imoacuteveis

residenciais e comerciais atraveacutes de

inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de

sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma

meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros

crescentes a cada ano mas tem se revelado

insuficientes devido ao aumento dos

registros de notificaccedilotildees registradas no

intervalo dos anos estudados (Tabela 1)

Analisando a distribuiccedilatildeo dos

iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas

imaturas do vetor nos imoacuteveis foi

observado que no ano de 2004 a 2008

(Tabela 3) verifica-se que revelam uma

densidade maior nos trecircs primeiros e

uacuteltimos meses do ano correspondentes ao

periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo

com o aumento da incidecircncia da doenccedila

somente no primeiro trimestre dos anos

analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do

mosquito tecircm atingido porcentagens

superiores (acima de 1) aos tolerados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA

2007)

De acordo com o Programa

Nacional de Controle da Dengue do ano de

2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que

o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido

abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de

transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os

seguintes paracircmetros para os iacutendices de

infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio

entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4

risco de surto TEIXEIRA et al (1999)

ressaltaram a importacircncia de se estabelecer

metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial

que devem estar zero ou proacuteximas a zero

pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees

favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute

portanto a necessidade de uma vigilacircncia

entomoloacutegica permanente e um

acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo

por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas

equipes municipais a fim de detectar

precocemente mudanccedilas na densidade e

distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma

estratificada para adoccedilatildeo de medidas de

controle imediatas e focadas (SESMT

2008)

A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis

inspecionados mostrou-se positiva para a

presenccedila de larvas do vetor confirmando

os depoacutesitos de A aegypti sempre com

nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis

inspecionados Observa-se que em 2006 a

quantidade de depoacutesitos encontrados

atingiu uma maacutexima superior a todos os

periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos

positivos para presenccedila de formas imaturas

do vetor (Figura 1)

Conforme inspeccedilotildees feitas nos

imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela

1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de

chuvas os dados demonstram que no

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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

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15

1 INTRODUCcedilAtildeO

O arboviacuterus do gecircnero Flavivirus

pertencente agrave famiacutelia Flaviviridae eacute o

responsaacutevel pela disseminaccedilatildeo da dengue

especialmente nos paiacuteses tropicais onde as

condiccedilotildees do meio ambiente aliadas agraves

caracteriacutesticas urbanas favorecem o

desenvolvimento e a proliferaccedilatildeo do

mosquito transmissor (TAUIL 2001

MIYAZAKI et al 2009) Aedes

(Stegomyia) aegypti (Linnaeus) eacute o

mosquito vetor do agente etioloacutegico

causador da febre dengue nos troacutepicos

(DEGALLIER et al 2010) A dengue eacute

uma infecccedilatildeo reemergente que vem

preocupando as autoridades em todo

mundo em razatildeo das dificuldades

enfrentadas para o controle das epidemias

produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem

como devido a sua ampla distribuiccedilatildeo e ao

grande potencial para casos graves e letais

(MARCcedilAL JUNIOR amp SANTOS 2004

BARRETO amp TEIXEIRA 2008)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

estima que a cada ano sejam infectadas 50

milhotildees de pessoas (World Health

Organization 2010) CONSOLI amp

OLIVEIRA (1998) relataram que nas aacutereas

endecircmicas a doenccedila eacute praticamente

inevitaacutevel e que por enquanto a uacutenica

maneira de prevenir a sua ocorrecircncia eacute pelo

controle da proliferaccedilatildeo do A aegypti

Segundo esses mesmos autores satildeo fatores

macrodeterminantes e microdeterminantes

para proliferaccedilatildeo desta doenccedila a alta

densidade populacional e habitacional e a

urbanizaccedilatildeo natildeo planejada que propiciam

tanto a raacutepida circulaccedilatildeo do viacuterus como as

condiccedilotildees necessaacuterias agrave sua reproduccedilatildeo

A produccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de

materiais descartaacuteveis e a coleta

inadequada do lixo produzem um cenaacuterio

de facilidades para a reproduccedilatildeo do vetor

acrescidos de outros recipientes materiais

natildeo removiacuteveis que acumulam aacutegua no

interior e exterior agraves residecircncias Acrescem

a este a temperatura a precipitaccedilatildeo a

umidade e a altitude que influenciam na

distribuiccedilatildeo do vetor (HALSTEAD 1992

CONSOLI amp OLIVEIRA 1998)

Em Mato Grosso os primeiros

registros de dengue foram em 1991 e

atribui-se a ele a circulaccedilatildeo do sorotipo

DEN 1 no estado Desde entatildeo a doenccedila

passou a ocorrer de forma endecircmica

intercalando-se com a manifestaccedilatildeo de

epidemia em especial nos anos de 1995

1996 1998 2002 e 2003 Eacute relevante

apontar o crescimento dos casos de Febre

Hemorraacutegica da Dengue e de Siacutendrome do

Choque de Dengue cujos primeiros casos

ocorreram a partir de 1995 (PIGNATTI

1996)

Accedilotildees de combate a dengue tecircm

sido emergentes na nossa sociedade e

propostas e sugestotildees para medidas

alternativas satildeo cada vez maiores

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

16

crescendo assim a necessidade da

realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento

epidemioloacutegico da dengue Desta forma o

objetivo deste trabalho foi pautar os

possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem

direta ou indiretamente para a ocorrecircncia

do vetor no municiacutepio de Sinop MT

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi realizado no

municiacutepio de Sinop localizado no norte do

estado do Mato Grosso agraves margens da

rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com

uma populaccedilatildeo estimada em 113099

habitantes e uma extensatildeo territorial de

3942 Kmsup2 (IBGE 2010)

Para o desenvolvimento dessa

pesquisa foram realizados levantamentos

bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede

do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os

Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de

Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o

de Febre Amarela e Dengue (FAD e

SISFAD) Foram analisados os dados

quanto aos casos notificados com suspeita

da doenccedila e casos confirmados de dengue e

os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo

predial Os dados referentes aos iacutendices

pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria

de Agricultura e na Empresa Mato-

grossense de Pesquisa Assistecircncia e

Extensatildeo Rural (EMPAER)

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No periacuteodo 2004 a 2008 foram

notificados mais de 2700 casos de dengue

no municiacutepio sendo 77 destes

confirmados segundo o Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta

mesma fonte a maioria dos casos eacute

autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas

proximidades de suas residecircncias Em

2004 foram confirmados 62 casos o menor

registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007

se deu a maior incidecircncia totalizando

1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)

O Plano Estadual de Contingecircncia

de Dengue no biecircnio 2005-2006

apresentado pela Secretaria do Estado de

Sauacutede destaca que o estado de Mato

Grosso enfrentou somente no ano 2005

8757 registros de casos notificados no

somente no periacuteodo de janeiro a outubro

significando um aumento de 163 em

relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior

(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos

maiores registros no estado com 19288

casos No entanto esses iacutendices tiveram

queda de 589 comparada ao mecircs de

janeiro do ano seguinte 2008 Merece

destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato

Grosso do crescimento ascendente das

notificaccedilotildees nos meses de abril maio e

junho deste ano quando comparado com

anos anteriores

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17

A avaliaccedilatildeo mensal dos

levantamentos sobre as notificaccedilotildees de

ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a

2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees

sazonais de incidecircncia coincidente com o

veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas

e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo

pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos

primeiros semestres dos periacuteodos avaliados

e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros

no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados

(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte

ERSSINANSINAN NET 2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii

Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899

Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503

Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073

Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152

Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285

Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969

Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235

Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149

Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220

Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622

Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916

Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582

Total notificado 138 289 444 1705 217

Total confirmado 62 137 350 1537 65

As confirmaccedilotildees feitas sobre

aumento de visitas em imoacuteveis por parte do

trabalho realizado pelos agentes de sauacutede

permitiram inferir que apesar das visitas e

do aumento na frequumlecircncia das mesmas o

problema com focos nos domiciacutelios ainda

pode estar longe de ser sanado Este fator

pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia

de informaccedilotildees e a falta de um controle

maior por parte da populaccedilatildeo

O aumento da ocorrecircncia

acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia

coincidentes com o veratildeo devido agrave maior

ocorrecircncia de chuvas e aumento de

temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero

de casos notificados foi registrado de

janeiro a maio (Tabela 1)

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aproximadamente os mesmos meses onde

ocorreram os maiores regimes de chuvas

(Tabela 3)

Os levantamentos e

acompanhamentos nos imoacuteveis

residenciais e comerciais atraveacutes de

inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de

sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma

meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros

crescentes a cada ano mas tem se revelado

insuficientes devido ao aumento dos

registros de notificaccedilotildees registradas no

intervalo dos anos estudados (Tabela 1)

Analisando a distribuiccedilatildeo dos

iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas

imaturas do vetor nos imoacuteveis foi

observado que no ano de 2004 a 2008

(Tabela 3) verifica-se que revelam uma

densidade maior nos trecircs primeiros e

uacuteltimos meses do ano correspondentes ao

periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo

com o aumento da incidecircncia da doenccedila

somente no primeiro trimestre dos anos

analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do

mosquito tecircm atingido porcentagens

superiores (acima de 1) aos tolerados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA

2007)

De acordo com o Programa

Nacional de Controle da Dengue do ano de

2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que

o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido

abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de

transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os

seguintes paracircmetros para os iacutendices de

infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio

entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4

risco de surto TEIXEIRA et al (1999)

ressaltaram a importacircncia de se estabelecer

metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial

que devem estar zero ou proacuteximas a zero

pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees

favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute

portanto a necessidade de uma vigilacircncia

entomoloacutegica permanente e um

acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo

por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas

equipes municipais a fim de detectar

precocemente mudanccedilas na densidade e

distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma

estratificada para adoccedilatildeo de medidas de

controle imediatas e focadas (SESMT

2008)

A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis

inspecionados mostrou-se positiva para a

presenccedila de larvas do vetor confirmando

os depoacutesitos de A aegypti sempre com

nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis

inspecionados Observa-se que em 2006 a

quantidade de depoacutesitos encontrados

atingiu uma maacutexima superior a todos os

periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos

positivos para presenccedila de formas imaturas

do vetor (Figura 1)

Conforme inspeccedilotildees feitas nos

imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela

1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de

chuvas os dados demonstram que no

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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

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Dengue no Brasil situaccedilatildeo

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16

crescendo assim a necessidade da

realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento

epidemioloacutegico da dengue Desta forma o

objetivo deste trabalho foi pautar os

possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem

direta ou indiretamente para a ocorrecircncia

do vetor no municiacutepio de Sinop MT

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

O trabalho foi realizado no

municiacutepio de Sinop localizado no norte do

estado do Mato Grosso agraves margens da

rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com

uma populaccedilatildeo estimada em 113099

habitantes e uma extensatildeo territorial de

3942 Kmsup2 (IBGE 2010)

Para o desenvolvimento dessa

pesquisa foram realizados levantamentos

bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede

do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os

Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de

Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o

de Febre Amarela e Dengue (FAD e

SISFAD) Foram analisados os dados

quanto aos casos notificados com suspeita

da doenccedila e casos confirmados de dengue e

os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo

predial Os dados referentes aos iacutendices

pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria

de Agricultura e na Empresa Mato-

grossense de Pesquisa Assistecircncia e

Extensatildeo Rural (EMPAER)

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No periacuteodo 2004 a 2008 foram

notificados mais de 2700 casos de dengue

no municiacutepio sendo 77 destes

confirmados segundo o Escritoacuterio

Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta

mesma fonte a maioria dos casos eacute

autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas

proximidades de suas residecircncias Em

2004 foram confirmados 62 casos o menor

registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007

se deu a maior incidecircncia totalizando

1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)

O Plano Estadual de Contingecircncia

de Dengue no biecircnio 2005-2006

apresentado pela Secretaria do Estado de

Sauacutede destaca que o estado de Mato

Grosso enfrentou somente no ano 2005

8757 registros de casos notificados no

somente no periacuteodo de janeiro a outubro

significando um aumento de 163 em

relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior

(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos

maiores registros no estado com 19288

casos No entanto esses iacutendices tiveram

queda de 589 comparada ao mecircs de

janeiro do ano seguinte 2008 Merece

destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato

Grosso do crescimento ascendente das

notificaccedilotildees nos meses de abril maio e

junho deste ano quando comparado com

anos anteriores

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A avaliaccedilatildeo mensal dos

levantamentos sobre as notificaccedilotildees de

ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a

2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees

sazonais de incidecircncia coincidente com o

veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas

e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo

pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos

primeiros semestres dos periacuteodos avaliados

e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros

no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados

(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte

ERSSINANSINAN NET 2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii

Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899

Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503

Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073

Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152

Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285

Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969

Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235

Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149

Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220

Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622

Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916

Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582

Total notificado 138 289 444 1705 217

Total confirmado 62 137 350 1537 65

As confirmaccedilotildees feitas sobre

aumento de visitas em imoacuteveis por parte do

trabalho realizado pelos agentes de sauacutede

permitiram inferir que apesar das visitas e

do aumento na frequumlecircncia das mesmas o

problema com focos nos domiciacutelios ainda

pode estar longe de ser sanado Este fator

pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia

de informaccedilotildees e a falta de um controle

maior por parte da populaccedilatildeo

O aumento da ocorrecircncia

acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia

coincidentes com o veratildeo devido agrave maior

ocorrecircncia de chuvas e aumento de

temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero

de casos notificados foi registrado de

janeiro a maio (Tabela 1)

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aproximadamente os mesmos meses onde

ocorreram os maiores regimes de chuvas

(Tabela 3)

Os levantamentos e

acompanhamentos nos imoacuteveis

residenciais e comerciais atraveacutes de

inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de

sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma

meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros

crescentes a cada ano mas tem se revelado

insuficientes devido ao aumento dos

registros de notificaccedilotildees registradas no

intervalo dos anos estudados (Tabela 1)

Analisando a distribuiccedilatildeo dos

iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas

imaturas do vetor nos imoacuteveis foi

observado que no ano de 2004 a 2008

(Tabela 3) verifica-se que revelam uma

densidade maior nos trecircs primeiros e

uacuteltimos meses do ano correspondentes ao

periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo

com o aumento da incidecircncia da doenccedila

somente no primeiro trimestre dos anos

analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do

mosquito tecircm atingido porcentagens

superiores (acima de 1) aos tolerados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA

2007)

De acordo com o Programa

Nacional de Controle da Dengue do ano de

2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que

o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido

abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de

transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os

seguintes paracircmetros para os iacutendices de

infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio

entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4

risco de surto TEIXEIRA et al (1999)

ressaltaram a importacircncia de se estabelecer

metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial

que devem estar zero ou proacuteximas a zero

pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees

favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute

portanto a necessidade de uma vigilacircncia

entomoloacutegica permanente e um

acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo

por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas

equipes municipais a fim de detectar

precocemente mudanccedilas na densidade e

distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma

estratificada para adoccedilatildeo de medidas de

controle imediatas e focadas (SESMT

2008)

A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis

inspecionados mostrou-se positiva para a

presenccedila de larvas do vetor confirmando

os depoacutesitos de A aegypti sempre com

nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis

inspecionados Observa-se que em 2006 a

quantidade de depoacutesitos encontrados

atingiu uma maacutexima superior a todos os

periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos

positivos para presenccedila de formas imaturas

do vetor (Figura 1)

Conforme inspeccedilotildees feitas nos

imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela

1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de

chuvas os dados demonstram que no

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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

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17

A avaliaccedilatildeo mensal dos

levantamentos sobre as notificaccedilotildees de

ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a

2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees

sazonais de incidecircncia coincidente com o

veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas

e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo

pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos

primeiros semestres dos periacuteodos avaliados

e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros

no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados

(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte

ERSSINANSINAN NET 2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii

Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899

Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503

Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073

Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152

Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285

Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969

Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235

Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149

Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220

Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622

Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916

Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582

Total notificado 138 289 444 1705 217

Total confirmado 62 137 350 1537 65

As confirmaccedilotildees feitas sobre

aumento de visitas em imoacuteveis por parte do

trabalho realizado pelos agentes de sauacutede

permitiram inferir que apesar das visitas e

do aumento na frequumlecircncia das mesmas o

problema com focos nos domiciacutelios ainda

pode estar longe de ser sanado Este fator

pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia

de informaccedilotildees e a falta de um controle

maior por parte da populaccedilatildeo

O aumento da ocorrecircncia

acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia

coincidentes com o veratildeo devido agrave maior

ocorrecircncia de chuvas e aumento de

temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero

de casos notificados foi registrado de

janeiro a maio (Tabela 1)

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18

aproximadamente os mesmos meses onde

ocorreram os maiores regimes de chuvas

(Tabela 3)

Os levantamentos e

acompanhamentos nos imoacuteveis

residenciais e comerciais atraveacutes de

inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de

sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma

meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros

crescentes a cada ano mas tem se revelado

insuficientes devido ao aumento dos

registros de notificaccedilotildees registradas no

intervalo dos anos estudados (Tabela 1)

Analisando a distribuiccedilatildeo dos

iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas

imaturas do vetor nos imoacuteveis foi

observado que no ano de 2004 a 2008

(Tabela 3) verifica-se que revelam uma

densidade maior nos trecircs primeiros e

uacuteltimos meses do ano correspondentes ao

periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo

com o aumento da incidecircncia da doenccedila

somente no primeiro trimestre dos anos

analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do

mosquito tecircm atingido porcentagens

superiores (acima de 1) aos tolerados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA

2007)

De acordo com o Programa

Nacional de Controle da Dengue do ano de

2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que

o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido

abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de

transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os

seguintes paracircmetros para os iacutendices de

infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio

entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4

risco de surto TEIXEIRA et al (1999)

ressaltaram a importacircncia de se estabelecer

metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial

que devem estar zero ou proacuteximas a zero

pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees

favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute

portanto a necessidade de uma vigilacircncia

entomoloacutegica permanente e um

acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo

por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas

equipes municipais a fim de detectar

precocemente mudanccedilas na densidade e

distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma

estratificada para adoccedilatildeo de medidas de

controle imediatas e focadas (SESMT

2008)

A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis

inspecionados mostrou-se positiva para a

presenccedila de larvas do vetor confirmando

os depoacutesitos de A aegypti sempre com

nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis

inspecionados Observa-se que em 2006 a

quantidade de depoacutesitos encontrados

atingiu uma maacutexima superior a todos os

periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos

positivos para presenccedila de formas imaturas

do vetor (Figura 1)

Conforme inspeccedilotildees feitas nos

imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela

1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de

chuvas os dados demonstram que no

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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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20

ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

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21

O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

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18

aproximadamente os mesmos meses onde

ocorreram os maiores regimes de chuvas

(Tabela 3)

Os levantamentos e

acompanhamentos nos imoacuteveis

residenciais e comerciais atraveacutes de

inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de

sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma

meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros

crescentes a cada ano mas tem se revelado

insuficientes devido ao aumento dos

registros de notificaccedilotildees registradas no

intervalo dos anos estudados (Tabela 1)

Analisando a distribuiccedilatildeo dos

iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas

imaturas do vetor nos imoacuteveis foi

observado que no ano de 2004 a 2008

(Tabela 3) verifica-se que revelam uma

densidade maior nos trecircs primeiros e

uacuteltimos meses do ano correspondentes ao

periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo

com o aumento da incidecircncia da doenccedila

somente no primeiro trimestre dos anos

analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do

mosquito tecircm atingido porcentagens

superiores (acima de 1) aos tolerados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA

2007)

De acordo com o Programa

Nacional de Controle da Dengue do ano de

2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que

o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido

abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de

transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os

seguintes paracircmetros para os iacutendices de

infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio

entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4

risco de surto TEIXEIRA et al (1999)

ressaltaram a importacircncia de se estabelecer

metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial

que devem estar zero ou proacuteximas a zero

pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees

favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute

portanto a necessidade de uma vigilacircncia

entomoloacutegica permanente e um

acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo

por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas

equipes municipais a fim de detectar

precocemente mudanccedilas na densidade e

distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma

estratificada para adoccedilatildeo de medidas de

controle imediatas e focadas (SESMT

2008)

A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis

inspecionados mostrou-se positiva para a

presenccedila de larvas do vetor confirmando

os depoacutesitos de A aegypti sempre com

nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis

inspecionados Observa-se que em 2006 a

quantidade de depoacutesitos encontrados

atingiu uma maacutexima superior a todos os

periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos

positivos para presenccedila de formas imaturas

do vetor (Figura 1)

Conforme inspeccedilotildees feitas nos

imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela

1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de

chuvas os dados demonstram que no

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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

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21

O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

22

escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

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Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

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PIGNATTI MG JUacuteNIOR

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124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

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KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

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dengue relacionada as condiccedilotildees

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

19

municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia

de depoacutesitos de A aegypti se concentraram

entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo

de chuva dos anos levantados Segundo

RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou

periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel

dos criadouros do vetor aumentando as

condiccedilotildees ambientais apropriadas para o

desenvolvimento de adultos

Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com

presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD

2008)

A Tabela 2 apresenta os tipos de

criadouros com maiores percentuais

peridomiciliares analisados durante a

pesquisa demonstrando uma

predominacircncia de criadouros em lixos

recipientes plaacutesticos latas e entulhos com

destaque para o ano de 2005 que

apresentou iacutendice de 6255

(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)

seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do

solo como vasos e recipientes semelhantes

com um percentual de 2477 em 2006

Conforme observado na Tabela 2

sobre os tipos de depoacutesitos predominantes

para a presenccedila de A aegypti totalizou-se

uma meacutedia em primeiro lugar para os

lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos

foram responsaacuteveis por 56 em segundo

depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como

vasos e semelhantes com 167 e em

terceiro destaca-se pneus e outros materiais

rodantes com 1218 dos depoacutesitos

Observa-se como sugere VIEIRA amp

LIMA (2006) a falta de consciecircncia

ambiental pois com um destino adequado

do lixo um acondicionamento correto de

latas recipientes plaacutesticos latas ou

garrafas viradas de boca para baixo furos

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

20

ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

21

O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

22

escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

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25

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FERREIRA BJ SOUZA MFM

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MAGALHAtildeES MAFM

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dengue em estudos locais Niteroacutei

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Epidemiologia Satildeo Paulo

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23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

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de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

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combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

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PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

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42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

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124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

26

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Page 7: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

20

ou areias em vasos de plantas eliminam-se

a possibilidade destes se tornarem

criadouros do mosquito

O levantamento dos iacutendices

pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou

que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se

concentraram nos meses entre outubro e

abril com uma maior predominacircncia para

os meses de dezembro e janeiro e o ano

com maior densidade de chuva foi 2005

com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E

AMARAL (2011) observando a

precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo

com os casos de dengue onde a maioria

dos casos foram registrados nos primeiros

5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o

final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo

que ocorre a maioria dos casos

confirmados de dengue Fato esse que pode

ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua

nas residecircncias que se transformam em

criadouros ao mosquito A aegypti

Entretanto o que deve ser considerado

nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais

sim a sazonalidade das chuvas

Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de

2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)

DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008

Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028

Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866

Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989

Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993

Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375

LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546

Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203

Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados

pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a

transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na

sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os

modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da

temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti

(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator

climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

21

O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

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22

escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

2008

BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti

Vigilacircncia Monitoramento e

Resistecircncia de Alternativas de

Controle no Brasil Epidemiol

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302 2007

CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL

Principais Mosquitos de

Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil

2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

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Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

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Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

surveillance and research World

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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

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IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

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Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

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Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

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doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

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bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

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TEIXEIRA MG BARRETO ML

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SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

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Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

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2010

Page 8: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

21

O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou

indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos

baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria

Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices

Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no

periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD

2008)

Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008

IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF

Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198

Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169

Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190

Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085

Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031

Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007

Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006

Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003

Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008

Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050

Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130

Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129

Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084

Segundo TAUIL (2001) as

mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos

intensos fluxos migratoacuterios resultam num

ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem

estrutura apropriada para atender as

necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De

acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a

populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase

triplicou somente no periacuteodo de 1991 a

2007 com um aumento populacional de

67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o

crescimento global da populaccedilatildeo a

urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees

socioambientais como condiccedilotildees

inadequadas de saneamento pouco

tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo

maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

22

escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

2008

BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti

Vigilacircncia Monitoramento e

Resistecircncia de Alternativas de

Controle no Brasil Epidemiol

Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-

302 2007

CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL

Principais Mosquitos de

Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil

2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

SERVAIN JP BOULANGER

Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

Revista de Ciecircncias de Sauacutede

Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

surveillance and research World

Health Stat Q 45 292-298 1992

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em

lthttpwwwibgegovbrcidadesat

topwindowhtm1gt Acesso em 28

de junho de 2008 2008

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em lt

httpwwwcenso2010ibgegovbr

sinopseindexphpuf=51ampdados=1

gt Acesso em dezembro de 2010

2010

LIMA EA FIRMINO JLN FILHO

MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e

casos de dengue nos estados de

Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

Impactos Ambientais

Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

suspeitos de Dengue em um

bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

epidemioloacutegicos Manaus Estado

do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 42(1) 18-22

2009

SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede

de Mato Grosso Plano Estadual

de Contingecircncia de Dengue 2005-

2006 Disponiacutevel em

httpwwwsaudemtgovbrupload

documento61plano-estadual-de-

contingencia-de-dengue-2005-

2006-5B61-190510-SES-

MT5Dpdf Acesso em 16 de

novembro 2008 2008

TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do

dengue Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica 17 99-102 2001

TEIXEIRA MG BARRETO ML

GUERRA Z Epidemiologia e

Medidas de Prevenccedilatildeo de

Dengue Informe Epidemioloacutegico

SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Epidemiologia do Dengue em

Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo

Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de

Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em

Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista

Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash

122 2006

WICHMANN O Risk factors and

clinical features associated with

severe dengue infection in adults

and children during the 2001

epidemic in Chonburi Thailand

Tropical Medicine and International

Health Oxford 9(9) 1022-1029

2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION

Dengue and dengue

haemorrhagic fever Disponiacutevel

em

httpwwwwhointmediacentrefa

ctsheetsfs117enindexhtml

Acesso em 22 de marccedilo de 2010

2010

Page 9: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

22

escolaridade da maior parte da nossa

populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a

disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al

2009 TEIXEIRA et al 2009)

Uma das consequumlecircncias desta

situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em

potencial do principal mosquito vetor O

saneamento baacutesico em especial a coleta de

lixo e o fornecimento de aacutegua eacute

inadequado ao crescimento desordenado

destas grandes cidades (MUCELIN amp

BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)

Associada a esta situaccedilatildeo o sistema

produtivo industrial moderno que produz

grandes quantidades de recipientes

descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e

outros materiais que recebem um destino

inadequado

Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo

residenciais e comerciais revelam uma

distribuiccedilatildeo em todos os meses dos

intervalos analisados mas foram

encontradas densidades elevadas nos

primeiros e uacuteltimos meses do ano dos

periacuteodos estudados Os iacutendices analisados

mensalmente revelam uma densidade

maior em comparaccedilatildeo com os percentuais

anuais como no ano de 2007 que

apresentou uma densidade anual de 093

iacutendice considerado satisfatoacuterio mas

somente no mecircs de janeiro deste mesmo

ano atingiu a maacutexima percentual de 339

iacutendice este considerado risco de surto

(Tabela 3)

Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de

formas imaturas do vetor nos imoacuteveis

demonstrados mostram como esses

indicadores se dissipam quando analisados

como meacutedias anuais Obteve-se um

percentual semelhante para 2004 e 2005

(085) 2006 (103) 2007 (093) e

2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de

infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor

acabam se diluindo ao estabelecer uma

meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e

principalmente dos Estados e suas regiotildees

(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram

percentuais de ateacute 339 somente para o

mecircs de janeiro de 2007 um dos registros

mais elevados em todos os meses

analisados mas em contrapartida a meacutedia

anual para 2007 atingiu um iacutendice de

somente 103

Foram analisadas as frequumlecircncias de

notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde

foi verificado que todas as idades foram

acometidas pela doenccedila demonstrando um

alto risco de adoecimento em todas as

faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos

eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante

ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA

et al (2001) em Salvador na Bahia onde a

predominacircncia foi em indiviacuteduos com

idade acima de 15 anos poreacutem

WICHMANN (2004) nos relata que haacute

registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a

dengue hemorraacutegica acomete

preferencialmente adolescentes menores de

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

2008

BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti

Vigilacircncia Monitoramento e

Resistecircncia de Alternativas de

Controle no Brasil Epidemiol

Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-

302 2007

CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL

Principais Mosquitos de

Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil

2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

SERVAIN JP BOULANGER

Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

Revista de Ciecircncias de Sauacutede

Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

surveillance and research World

Health Stat Q 45 292-298 1992

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em

lthttpwwwibgegovbrcidadesat

topwindowhtm1gt Acesso em 28

de junho de 2008 2008

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em lt

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sinopseindexphpuf=51ampdados=1

gt Acesso em dezembro de 2010

2010

LIMA EA FIRMINO JLN FILHO

MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e

casos de dengue nos estados de

Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

Impactos Ambientais

Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

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26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

suspeitos de Dengue em um

bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

epidemioloacutegicos Manaus Estado

do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 42(1) 18-22

2009

SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede

de Mato Grosso Plano Estadual

de Contingecircncia de Dengue 2005-

2006 Disponiacutevel em

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documento61plano-estadual-de-

contingencia-de-dengue-2005-

2006-5B61-190510-SES-

MT5Dpdf Acesso em 16 de

novembro 2008 2008

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dengue Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica 17 99-102 2001

TEIXEIRA MG BARRETO ML

GUERRA Z Epidemiologia e

Medidas de Prevenccedilatildeo de

Dengue Informe Epidemioloacutegico

SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Epidemiologia do Dengue em

Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo

Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de

Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em

Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista

Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash

122 2006

WICHMANN O Risk factors and

clinical features associated with

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and children during the 2001

epidemic in Chonburi Thailand

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2004

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Dengue and dengue

haemorrhagic fever Disponiacutevel

em

httpwwwwhointmediacentrefa

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Acesso em 22 de marccedilo de 2010

2010

Page 10: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

23

15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute

relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em

Manaus onde a enfermidade predomina em

menores de 15 anos Mas natildeo se tem um

comportamento uacutenico de ocorrecircncia da

dengue por idade Segundo RIBEIRO et al

(2006) em caso das endemias a

suscetibilidade passa a ser universal

Na distribuiccedilatildeo de casos segundo

sexo constatou-se que aproximadamente

59 dos casos notificados revelaram uma

predominacircncia para o feminino (n = 1744)

e 41 (n = 1224) no masculino Segundo

RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al

(2009) haacute estudos que demonstram maiores

incidecircncias de dengue em mulheres do que

em homens apontando para um discreto

predomiacutenio de mulheres provavelmente

pelos seguintes motivos permanecem mais

tempo em suas residecircncias que os homens

e como a transmissatildeo se faz principalmente

no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila

observada pode justificar-se devido agrave

maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas

procurarem mais os serviccedilos de sauacutede

(Tabela 4)

A falta de consciecircncia ambiental

somados a uma coleta de lixo inadequada e

a falta de um controle de limpeza em

terrenos baldios pode ter agravado este

fato Estes fatores e os resultados obtidos

neste trabalho sugere que os principais

agravantes no aumento de casos de dengue

estaacute relacionado a chuva ao descaso da

populaccedilatildeo e a falta de um plano de

controle por parte do poder puacuteblico

(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)

Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E

SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP

Faixa Etaacuteria (ano) Sexo

Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino

2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70

2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139

2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209

2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703

2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103

A prevenccedilatildeo da dengue tem se

tornado um desafio pois as accedilotildees devem

ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico

ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na

cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo

do seu principal transmissor o A aegypti

Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior

desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo

motivada a resolver e enfrentar

coletivamente as endemias de dengue

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

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conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

2008

BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti

Vigilacircncia Monitoramento e

Resistecircncia de Alternativas de

Controle no Brasil Epidemiol

Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-

302 2007

CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL

Principais Mosquitos de

Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil

2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

SERVAIN JP BOULANGER

Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

Revista de Ciecircncias de Sauacutede

Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

surveillance and research World

Health Stat Q 45 292-298 1992

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em

lthttpwwwibgegovbrcidadesat

topwindowhtm1gt Acesso em 28

de junho de 2008 2008

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em lt

httpwwwcenso2010ibgegovbr

sinopseindexphpuf=51ampdados=1

gt Acesso em dezembro de 2010

2010

LIMA EA FIRMINO JLN FILHO

MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e

casos de dengue nos estados de

Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

Impactos Ambientais

Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

suspeitos de Dengue em um

bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

epidemioloacutegicos Manaus Estado

do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 42(1) 18-22

2009

SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede

de Mato Grosso Plano Estadual

de Contingecircncia de Dengue 2005-

2006 Disponiacutevel em

httpwwwsaudemtgovbrupload

documento61plano-estadual-de-

contingencia-de-dengue-2005-

2006-5B61-190510-SES-

MT5Dpdf Acesso em 16 de

novembro 2008 2008

TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do

dengue Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica 17 99-102 2001

TEIXEIRA MG BARRETO ML

GUERRA Z Epidemiologia e

Medidas de Prevenccedilatildeo de

Dengue Informe Epidemioloacutegico

SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Epidemiologia do Dengue em

Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo

Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de

Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em

Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista

Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash

122 2006

WICHMANN O Risk factors and

clinical features associated with

severe dengue infection in adults

and children during the 2001

epidemic in Chonburi Thailand

Tropical Medicine and International

Health Oxford 9(9) 1022-1029

2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION

Dengue and dengue

haemorrhagic fever Disponiacutevel

em

httpwwwwhointmediacentrefa

ctsheetsfs117enindexhtml

Acesso em 22 de marccedilo de 2010

2010

Page 11: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

24

conscientizando-a a eliminar todos os

possiacuteveis criadouros de dengue

Como natildeo se dispotildee de uma vacina

para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode

contar com medidas de controle e

prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias

accedilotildees em conjunto que envolvam

investimento em saneamento baacutesico a

participaccedilatildeo das comunidades induzindo as

modificaccedilotildees de haacutebitos e

comportamentos a permissatildeo da

populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de

depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares

natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um

reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo

estudos proacuteprios agrave biologia do vetor

PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees

de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus

estatildeo fortemente associadas com a

densidade e dispersatildeo dos vetores

A elevada incidecircncia de infecccedilotildees

por dengue sugere como eacute reduzido o

impacto apresentado pelos programas de

combate ao A aegypti resultando em

sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp

VALLE (2007) ressalta a importacircncia das

coletas de larvas para verificar o impacto

das estrateacutegias baacutesicas de controle da

doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas

do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom

indicador para se medir a abundacircncia do

adulto ineficaz para estimar o risco de

transmissatildeo embora venha sendo usado

4 CONCLUSAtildeO

Os resultados mostram a existecircncia

de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de

dengue e fatores abioacuteticos identificando o

intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos

contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos

casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem

ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e

controle e planejamento principalmente

em municiacutepios com perfis semelhantes

Faz-se necessaacuterio pensar numa

contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva

bem como melhorar o treinamento e a

formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais

5 AGRADECIMENTO

Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e

ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela

disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz

Carlos Dilkin pelo constante apoio

6 REFEREcircNCIAS

BARRETO ML TEIXEIRA MG

Dengue no Brasil situaccedilatildeo

epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees

para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72

2008

BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti

Vigilacircncia Monitoramento e

Resistecircncia de Alternativas de

Controle no Brasil Epidemiol

Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-

302 2007

CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL

Principais Mosquitos de

Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil

2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

SERVAIN JP BOULANGER

Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

Revista de Ciecircncias de Sauacutede

Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

surveillance and research World

Health Stat Q 45 292-298 1992

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em

lthttpwwwibgegovbrcidadesat

topwindowhtm1gt Acesso em 28

de junho de 2008 2008

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

Disponiacutevel em lt

httpwwwcenso2010ibgegovbr

sinopseindexphpuf=51ampdados=1

gt Acesso em dezembro de 2010

2010

LIMA EA FIRMINO JLN FILHO

MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e

casos de dengue nos estados de

Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

Impactos Ambientais

Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

suspeitos de Dengue em um

bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

epidemioloacutegicos Manaus Estado

do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 42(1) 18-22

2009

SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede

de Mato Grosso Plano Estadual

de Contingecircncia de Dengue 2005-

2006 Disponiacutevel em

httpwwwsaudemtgovbrupload

documento61plano-estadual-de-

contingencia-de-dengue-2005-

2006-5B61-190510-SES-

MT5Dpdf Acesso em 16 de

novembro 2008 2008

TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do

dengue Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica 17 99-102 2001

TEIXEIRA MG BARRETO ML

GUERRA Z Epidemiologia e

Medidas de Prevenccedilatildeo de

Dengue Informe Epidemioloacutegico

SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Epidemiologia do Dengue em

Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo

Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de

Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em

Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista

Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash

122 2006

WICHMANN O Risk factors and

clinical features associated with

severe dengue infection in adults

and children during the 2001

epidemic in Chonburi Thailand

Tropical Medicine and International

Health Oxford 9(9) 1022-1029

2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION

Dengue and dengue

haemorrhagic fever Disponiacutevel

em

httpwwwwhointmediacentrefa

ctsheetsfs117enindexhtml

Acesso em 22 de marccedilo de 2010

2010

Page 12: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012

25

DEGALLIER N C FAVIER C

MENKES M LENGAIGNE W

M RAMALHO R SOUZA J

SERVAIN JP BOULANGER

Toward an early warning system

for dengue prevention modeling

climate impact on dengue

transmission Climatic Change

98 581-592 2010

FERREIRA BJ SOUZA MFM

FILHO MAS CARVALHO

AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos

programas de prevenccedilatildeo e

controle da dengue no Brasil

Revista de Ciecircncias de Sauacutede

Coletiva 961-972 2009

FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R

BARCELLLOS C GRACIE R

MAGALHAtildeES MAFM

OLIVEIRA RM

Heterogeneidade espacial da

dengue em estudos locais Niteroacutei

RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43

(6) 1035-1043 2009

FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica

Identificaccedilatildeo Biologia e

Epidemiologia Satildeo Paulo

EDUSP 2002

FUNASA Guia de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica Brasiacutelia

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

Centro Nacional de Epidemiologia

V I pg 203-230 2007

HALSTEAD SB The XX th century

dengue pandemic need for

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Health Stat Q 45 292-298 1992

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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

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topwindowhtm1gt Acesso em 28

de junho de 2008 2008

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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades

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gt Acesso em dezembro de 2010

2010

LIMA EA FIRMINO JLN FILHO

MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e

casos de dengue nos estados de

Alagoas e Paraiacuteba nordeste do

Brasil Campina Grande PB

Revista Brasileira de Meteorologia

23 (3) 264-269 2008

MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A

Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti

(Diptera Culicidae) e incidecircncia

de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia

241-251 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue

Instruccedilotildees para pessoal de

combate ao vetor Manual de

normas teacutecnicas 3 ed Revista da

Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p

2001

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa

Nacional de Controle de Dengue -

PNCD Accedilotildees e Programas

Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede

Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p

2008

MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM

PIGNATTI MG JUacuteNIOR

JHC PIGNATI M

Monitoramento do mosquito

Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

(Diptera Culicidae) por meio de

ovitrampas no Campus da

Universidade Federal de Mato

Grosso Cuiabaacute Estado de Mato

Grosso Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical

42(4) 392-397 2009

MUCELIN CA BELLINI M Lixo e

Impactos Ambientais

Perceptiacuteveis no Ambiente

Urbano Uberlacircndia MG Revista

Sociedade amp Natureza 20 111-

124 2008

OLIVEIRA CL BIER VA MAIER

CR RORATO GM FROST

KF BARBOSA MA

SCHNORRENBERGER SCW

LANDO TT Incidecircncia de

dengue relacionada as condiccedilotildees

Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil

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26

climaacuteticas no municiacutepio de

Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da

Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)

211-216 2007

OLIVEIRA E DA S AMARAL L P

Estudo da relaccedilatildeo dos fatores

climaacuteticos e casos de dengue no

municiacutepio de Assis

Chateaubriand Paranaacute Rev

Engenharia Ambiental - Espiacuterito

Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-

181 2011

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7

n1 Campinas 2004

PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as

praacuteticas sanitaacuterias para o controle

da dengue no Estado de Satildeo Paulo

1985-1995 Campinas 1996

(Dissertaccedilatildeo de Mestrado

UNICAMP FCM DMPS) 1996

RIBEIRO AF MARQUES GRAM

VOLTOLINI JC CONDINO

MLF Associaccedilotildees entre

incidecircncia de dengue e variaacuteveis

climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de

Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676

2006

RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO

TME Perfil cliacutenico-

epidemioloacutegico dos casos

suspeitos de Dengue em um

bairro da zona sul de Teresina

PI Brasil Revista Brasileira de

Enfermagem 61(2) 211-216 2008

ROCHA LA TAUIL PL Dengue em

crianccedilas aspectos cliacutenicos e

epidemioloacutegicos Manaus Estado

do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 42(1) 18-22

2009

SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede

de Mato Grosso Plano Estadual

de Contingecircncia de Dengue 2005-

2006 Disponiacutevel em

httpwwwsaudemtgovbrupload

documento61plano-estadual-de-

contingencia-de-dengue-2005-

2006-5B61-190510-SES-

MT5Dpdf Acesso em 16 de

novembro 2008 2008

TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do

dengue Cadernos de Sauacutede

Puacuteblica 17 99-102 2001

TEIXEIRA MG BARRETO ML

GUERRA Z Epidemiologia e

Medidas de Prevenccedilatildeo de

Dengue Informe Epidemioloacutegico

SUS 8 5-33 1999

TEIXEIRA MG COSTA MCN

BARRETO F BARRETO ML

Dengue twenty-five years since

remergence in Brasil Cadernos de

Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009

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BARRETO F BARRETO ML

Epidemiologia do Dengue em

Salvador ndash Bahia 1995-1999

Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical 34(3) 269-264

2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo

Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de

Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em

Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista

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122 2006

WICHMANN O Risk factors and

clinical features associated with

severe dengue infection in adults

and children during the 2001

epidemic in Chonburi Thailand

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2004

WORLD HEALTH ORGANIZATION

Dengue and dengue

haemorrhagic fever Disponiacutevel

em

httpwwwwhointmediacentrefa

ctsheetsfs117enindexhtml

Acesso em 22 de marccedilo de 2010

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Page 13: FATORES ABIÓTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP ...

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2010