ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE FINANÇAS … · ... o campo de finanças comportamentais vem surgindo...
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ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS NO BRASIL DE 2007 A 2017
BIBLIOMETRIC STUDY ON BEHAVIORAL FINANCE IN BRAZIL FROM 2007 TO 2017
PAULO VITOR JORDÃO DA GAMA SILVA Mestre em Finanças pela PUC-RIO
Professor na UFRRJ e doutorando em finanças pela PUC-RIO E-mail: [email protected]
JORDANA BRANDALISE SANTOS Bacharel em Economia pela UFRRJ
Graduanda em Administração de Empresas pela UFRRJ E-mail: [email protected]
GABRIELLE PORTES PEREIRA Graduanda em Administração de Empresas pela UFRRJ
E-mail: [email protected]
RESUMO:
Neste estudo, foi realizada uma pesquisa bibliométrica na área de finanças comportamentais em nível nacional entre
2007 a 2017 com 61 revistas e 132 artigos sobre a temática. Foi constatado que no Brasil há um crescimento médio de
20% a.a. de publicações de artigos em periódicos nacionais, com a principal temática voltada para replicação de estudos
de Kahneman e Tversky e um público de pesquisa concentrado em estudantes universitários. Foi possível notar que o
aumento das publicações não acompanhou a qualidade (com publicações em revistas de alto nível acadêmico) e que as
instituições públicas detêm a maior parcela das publicações.
Palavras-chave: Bibliometria; Brasil; Finanças Comportamentais.
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1. INTRODUÇÃO
Estudos na área de finanças comportamentais ganharam espaço principalmente no meio internacional, com
uma literatura vasta a respeito de tomada de decisão e risco, momentum, análise de excesso de confiança
(overconfidence), efeitos emocionais e até mesmo a ideia de neurofinanças (abordando questões cognitivas do
comportamento do indivíduo).
No Brasil, o campo de finanças comportamentais vem surgindo embrionariamente com o intuito de entender o
que direciona o comportamento dos investidores, de maneira a auxiliar estudos macroeconômicos, agências de ratings,
companhias de corretagem, bancos e demais empresas ou órgãos que estejam de alguma forma ligada diretamente ao
mercado financeiro ou que tenham contato direto com investimentos do investidor individual e até mesmo consumo.
A questão do comportamento do agente econômico quanto à sua tomada de decisão, tornou-se um tema
recorrente nas discussões científicas e trabalhos teóricos. Finanças Comportamentais é uma área de estudo que emergiu
com a Teoria do Prospecto, identificando-se como uma teoria alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (HAUBERT,
LIMA E HERLING, 2012).
As pesquisas e colaborações de Kahneman e Tversky para a teoria das finanças foram tão importantes que lhes
renderam o Prêmio Nobel de Economia em 2002. Até os dias atuais eles continuam representando a base para análises
do comportamento de investidores em todo o mundo. Em função disso, este tema passou a alcançar muitos estudiosos
com o objetivo de entender um pouco mais a teoria, aplicar na prática e até mesmo acrescentar novos aspectos.
Para Ávila et al., (2016), as linhas de pesquisas que objetivam entender os aspectos comportamentais em
finanças, ganharam um caráter consistente e eficiente, pois passaram a levar em consideração os princípios psicológicos
que explicam a interferência de fatores diversos nas decisões individuais e consequentes alocações de recursos
financeiros que afetam a economia como um todo (ÁVILA et al., 2016).
Tendo em vista a importância do tema de finanças comportamentais, este estudo buscou realizar uma análise
bibliométrica no meio acadêmico brasileiro com o intuito de identificar o crescimento da publicação do referido tema,
os principais temas, o público alvo mais recorrente, os principais autores, citações de trabalhos, instituições nacionais de
ensino superior com maior interesse pelo tema e relações entre as publicações de finanças comportamentais e as revistas
nacionais. O estudo aborda o período de 2007 a 2017 com base na plataforma SUCUPIRA (Qualis - CAPES).
Este trabalho está estruturado da seguinte maneira: a seção 2, revê a literatura com foco na importância da
temática de finanças comportamentais como mudança de paradigma, bem como abordar a importância em se realizar
estudos bibliométricos nesta área; a seção 3 descreve a metodologia empregada em nosso estudo e os dados utilizados; a
seção 4 apresenta os resultados encontrados; e a seção 5 conclui o estudo.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Finanças comportamentais como uma mudança de paradigma
Como observa Milanez (2003), a teoria dos mercados eficientes possui três alicerces principais em relação ao
comportamento: a racionalidade do investidor, maximização da utilidade esperada e aptidão em processar, de maneira
ótima, todas as informações disponíveis. Porém, se realmente comportamentos erráticos não influenciassem os
mercados ou decisões, não existiriam bolhas, crises, sobre ou subprecificação de ativos, comportamentos conjuntos de
investidores e demais fenômenos observados em finanças comportamentais.
Questionamentos como estes passaram a ganhar força e essa contraposição aos postulados tradicionais, fez
surgir o campo das Finanças Comportamentais. Os estudos de autores como, Kahneman e Tversky (1979), mostraram
que os indivíduos não costumam seguir esse tipo de abordagem ao realizar suas decisões, mas agem de acordo com as
características inerentes à natureza humana, influenciando suas escolhas.
Dentre as muitas contribuições de Kahneman e Tversky (1979), enquadra-se o pressuposto de que as decisões
muitas das vezes são realizadas por meio do uso de heurísticas. Portanto, Fianças Comportamentais adotam as seguintes
premissas:
“...que tomadores de decisão não se comportam de forma estritamente racional, realizando
julgamentos e promovendo escolhas sob a influência de aspectos emocionais, utilizando-se
de atalhos mentais ou regras simplificadoras, denominadas heurísticas, que podem levar a
erros ou desvios sistemáticos, tratados como vieses cognitivos” (YOSHINAGA e
RAMALHO, 2014).
De acordo com Sbicca (2014), o método utilizado pelos teóricos defensores dos aspectos comportamentais,
envolveu uma série de observações sobre as características recorrentes nos processos decisórios, avaliação e
precificação de ativos financeiros.
Nesse contexto, os indivíduos seriam mais propensos a evitar riscos em situações que envolvem ganhos certos
e mais propensos a riscos em situações que envolvem perdas certas, contrário à noção de sempre evitar o risco, dado o
mesmo nível de ganho (NARDY e FAMÁ, 2013). Esses paradigmas levantados por Kahneman e Tversky têm a ver
com o que eles vão chamar de efeito certeza, efeito reflexão e efeito isolamento, chegando à conclusão de que na vida
diária as pessoas se interessam mais pelas perdas que pelos ganhos quando assumem riscos, assim como na mesa de
jogo, que "as pessoas são muito mais sensíveis a estímulos negativos que positivos” (SENNETT, 2005).
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Em vista disso, os postulados modernos evidenciam uma maior flexibilidade a respeito das escolhas que
acabam por se ajustar às evidências. Reafirmam suas críticas às teorias convencionais, mostrando que o novo modelo
seguidamente rompe com as suposições implícitas do axioma da invariância, consideradas aspectos essenciais da visão
tradicional da racionalidade (CUSINATO, 2003).
Diferente do que afirma o modelo comportamental, os pressupostos microeconômicos neoclássicos de finanças
defendem a racionalidade dos agentes econômicos, além de anunciar a premissa de que as decisões são baseadas em
critérios totalmente claros com o objetivo de maximizar a utilidade relacionada ao risco (OLIVEIRA e KRAUTER,
2015). Dessa maneira, a Teoria da Utilidade Esperada (TUE) admite um modelo perfeito, onde os mercados são
considerados eficientes e a racionalidade é ilimitada no que diz respeito as escolhas dos indivíduos.
Dentro dessa perspectiva de mercado, assume-se que os indivíduos atuantes são capazes de atualizar
corretamente suas crenças após receberem novas informações, isto é, todas as informações são efetivamente
processadas pelos agentes decisórios, promovendo, sobretudo, a maximização dos resultados esperados referentes a
utilidade daquele indivíduo (YOSHINAGA et al., 2008).
No entanto, novas correntes de estudos surgiram no cenário acadêmico com a finalidade de refutar certos
princípios do modelo tradicional de finanças, identificando aspectos importantes nas tomadas de decisões. Essas novas
correntes analisam o comportamento humano frente à economia, observando-se que a maioria das pessoas não se
comporta de acordo com modelos, como se fossem simples variáveis de uma equação (SILVA e SERPA, 2012).
Cusinato (2003) apresenta a percepção de alguns dos principais teóricos que se posicionam contrários à TUE.
Segundo o autor, as críticas ao “utilitrômetro” dessa teoria, giram em torno da dúvida quanto à medição da utilidade,
isto é, se a utilidade realmente pode ser medida. Outra questão relatada pelo autor é a de que os indivíduos não têm a
capacidade de, dado qualquer situação, saber qual o caminho ou opção que poderá trazer maior prazer ou felicidade.
2.2. Estudos relacionados às finanças comportamentais no Mundo e no Brasil
Quanto ao início da abordagem do tema mundo a fora, teorias e hipóteses passaram a ser descritas, dentre
outras observações, com a intenção de analisar vieses comportamentais em relação as tomadas de decisões. Em
compensação, no decorrer dos anos o campo experimentou uma maior especialização, enquanto abordagem
comportamental, tornando-se mais amplamente utilizada para abordar diferentes questões. Além disso, tornou-se muito
mais diversificada em termos de métodos e fontes de dados.
Dos estudos iniciais na área da psicologia, financeira e de finanças comportamentais, podem-se citar alguns
trabalhos considerados inovadores no que se refere ao perfil do investidor, como os de: Simon (1955) com modelos de
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escolhas racionais; Muth (1961) abordando expectativas racionais na teoria de apreçamento; Samuelson (1963) com seu
estudo sobre risco e incerteza; Weintraub (1963) analisando a dinâmica dos preços especulativos; Fama e Marshall
(1966) analisando estratégias de troca no mercado de ações; Niederhoffer (1966) estudando o efeito da psicologia do
investidor na relação de movimentação dos preços das ações; Tversky e Kahneman (1974) com sua análise de decisões
sobre incertezas abordando questões relativas a heurística e enviesamentos; Lease, Lewellen e Schlarbaum (1974)
analisando o investidor individual no que tange suas atitudes e atributos; Miller (1977) estudando risco, incerteza e as
divergências de opiniões dos investidores; e finalmente Tversky e Kahneman (1979) com a introdução da teoria do
prospecto.
Durante a década de 1980 houve uma maior consolidação de estudos deste gênero. Tversky e Kahneman
(1981) abordou tipos de decisão e a psicologia da escolha; Reinganum (1982) analisou o efeito do tamanho das
empresas; Hsieh e Kulatilaka (1982) estudou as expectativas racionais e o prêmio de risco no mercado londrino de
metais; Loomes e Sugden (1982) com a introdução da teoria do arrependimento; Schultz (1985) abordou o efeito
Janeiro; De Bondt e Thaler (1985) sobre efeitos exagerados (overreact effect) por parte dos indivíduos ao receberem
notícias sobre novos eventos no mercado; Black (1986) abordou a questão de que um grande número de pequenos
eventos espalhados pelo mundo podem impactar mais o mercado do que menores eventos de maior tamanho; Campbell
(1986) estudou processos cognitivos de decisão; Tversky e Kahneman (1986) com sua abordagem sobre escolhas
racionais e dos efeitos de formulação (framing effects); Akerlof e Yellen (1987) analisando em modelos racionais os
comportamentos irracionais; e finalmente Fama e French (1988) analisando janelas de retornos em portfólios em função
da autocorrelação com o mercado, demonstrando em alguns pontos a ineficiência de mercado e o comportamento do
investidor racional.
Finanças comportamentais alcançou vários marcos significativos no final dos anos 90 e início dos anos 2000, e
por conta disso passaram a identificar nesse período novas abordagens a respeito do tema. Dentre os novos conteúdos,
destacam-se Shleifer e Vishny (1997) que introduziram a ideia de limites à arbitragem nos mercados financeiros. Shiller
(2003), um autor fundamental na disseminação de ideias de finanças comportamentais para um público mais amplo,
sugere ao leitor interessado nessa área, a começar suas análises tendo como referência, Shefrin (2000) e Shleifer (2000),
os quais tiveram a habilidade de mostrar em seus estudos os avanços e as implicações das variações de comportamentos
que implicam em mercados mais flexíveis.
Seguindo a vertente de análise de personalidade, tomada de risco e avaliação de investimentos, Barber e Odean
(2000), Grinblatt e Keloharju (2000, 2001a e 2001b), Ersoy-Bozcuk e Lasfer (2001) e Toshino e Suto (2004),
documentaram como o indivíduo realiza trocas no mercado, correlacionando uma análise comportamental com análises
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abordando um entendimento profundo da distribuição de investimentos, da dinâmica de compra e venda e com relação a
performance geral do portfólio escolhido pelo investidor.
Griffin (2006), que centrou sua pesquisa na perda de valor de mercado após a queda da ENRON Corporate,
mostrou que desastres ou eventos que causam flutuações significativas e agudas na economia podem levar a
anormalidades comportamentais (Apud ÁVILA et al., 2016). Cheng (2007) procurou compreender como o excesso de
confiança afeta o desempenho comercial, destacando a importância das interações entre os mesmos. Kramer e Weber
(2011) analisaram o efeito do clima nas tomadas de decisões e descobriram que as pessoas têm mais resistência ao risco
durante os períodos de outono e inverno.
Powers e Jack (2013), articulam a respeito dos avanços na dissonância cognitiva no que se refere ao sentimento
de arrependimento. Yechiam e Hochman (2013) e Ert e Erev (2015), tratam da questão aversão ao risco. A motivação
de Moritz et al., (2014), foi analisar como as diferenças individuais afetam o desempenho na previsão de séries
temporais de julgamento, concluindo que os tomadores de decisões, os quais têm capacidade de equilibrar o seu
julgamento intuitivo com a ajuda da deliberação cognitiva, medida pelo teste de reflexão cognitiva, tendem a ter erros
de previsão mais baixos.
Da mesma forma, Frydman e Camerer (2016), relatam que estudos emergentes estão mostrando que as
experiências pessoais, sistematicamente mudam a decisão financeira em grande escala. Experiências traumáticas, como
a exposição a violentas guerras civis ou desastres naturais, mudam o comportamento dos agentes nos anos seguintes, às
vezes aumentando a aversão ao risco. Liu et al., (2016), os quais examinaram estados emocionais de participantes em
decisões de negociação e mensagens instantâneas de 30 traders profissionais durante um período contínuo de 2 anos,
concluíram que o fraco desempenho financeiro é o resultado de muita ou pouca emoção. Em contraposição, traders que
expressam níveis moderados de estados emocionais fizeram negócios relativamente lucrativos.
Dessa maneira, a ação de tentar entender a mente dos agentes econômicos, bem como todas as decisões que
envolvem os processos, propiciam um certo nível de vantagem competitiva em um mercado que requer cada vez mais
conhecimento e informação. No Brasil, por outro lado, essa é uma questão que passou a caminhar a pouco tempo,
podendo-se dizer que é uma literatura em crescimento acerca do tema.
Para a realidade acadêmica brasileira alguns esforços iniciais nesse sentido se destacaram no final da década de
1990 e início dos anos 2000, como o trabalho de Costa Jr. (1994), que evidenciou a existência de reações exageradas
dos agentes econômicos em relação aos seus desempenhos no mercado de ações nacional, em especial àqueles ligados a
ações de tendências de alta em detrimento daquelas que tem baixo desempenho. Nessa linha, Mescolin, Braga e Costa
Jr. (1997), Mellone Jr. (1999), Costa Jr e Neves (2000), Braga e Leal (2002), contribuíram, cada um com sua
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especificidade, para o levantamento de evidências empíricas a respeito da existência de variáveis que produzem efeitos
e incidem nos retornos das ações brasileiras.
Também podem ser citados outros trabalhos, como: Kimura (2003), o qual identificou as reações dos mercados
potencialmente influenciados pela psicologia do investidor brasileiro; Ferreira e Yu (2003), analisando o
comportamento real dos agentes em previsões e julgamentos de natureza financeira, principalmente no que tange ao
excesso de confiança de profissionais de finanças; Oliveira e Carrete (2005), verificando a previsibilidade do retorno de
mercado no Brasil; Famá et al. (2008) procurando averiguar a forma pela qual o comportamento agregado dos
investidores impacta o mercado de capitais brasileiro, identificando quais anomalias afetam o mercado do país; Aguiar,
Sales e Sousa (2008) analisaram a ocorrência de fenômenos de sobre-reação e sub-reação no mercado de ações; entre
outros.
Outros autores também se dedicaram a analisar os efeitos previstos por Kahneman e Tversky (1979). A maior
parte deles buscaram compreender as decisões de indivíduos no mercado financeiro, os quais as diversas alternativas de
escolha fazem com que os agentes ajam contra o princípio da invariância e experimentem mudanças dentro de seus
limites de percepções de risco, lucro e perda, como apontam Haubert, Lima e Herling (2012). Nesse contexto, estão
presentes estudiosos como, Silva e Serpa (2012), Ribeiro (2012), Magalhães (2013), Santana e Trovati (2014),
Mendonça Flores et al. (2017).
Seguindo essa mesma linha de pensamento, podem-se destacar os estudos mais recentes de: Yoshinaga e
Ramalho (2014), que obteram resultados relativos à efetiva inconsistência das escolhas das pessoas segundo os
fundamentos da Teoria da Utilidade Esperada, o que indica que as decisões dos agentes não são tomadas de forma
estritamente racional; Aguiar et al. (2016), que se propuseram a analisar a influência de excesso de confiança e
otimismo dos gestores que levaram ao endividamento de empresas; Girão et al. (2017), também analisaram o efeito
confiança nas decisões de investimento, mas destacaram a presença de variáveis como gênero, idade, tempo de
experiência e a formação do investidor; já Santos et al. (2018) analisaram o papel da alfabetização financeira no
momento em que os indivíduos resolvem tomar empréstimos de fontes informais, mensurando os efeitos dessa ação
sobre a propensão a tomar empréstimos na informalidade.
2.3. Utilização da Pesquisa Bibliométrica
O estudo e pesquisa bibliométrica se faz presente e relevante na maior parte das pesquisas científicas, por meio
dela é possível construir indicadores sobre os campos de crescimento de informações científicas, tecnologias,
conhecimento, publicações e inovações. Sua definição propõe o estudo dos aspectos quantitativos da produção,
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disseminação e uso da informação registrada, ou seja, requer a utilização de métodos de cálculo, contabilização e
verificação (AULETE, 2012).
Com o desenvolvimento de um conjunto de avanços relacionados às leis bibliométricas, esta tipologia de
estudo ganhou imensa popularidade no meio acadêmico, o que foi acompanhada de maiores buscas por embasamentos
teóricos na conceituação e metodologias das pesquisas (PIMENTA et al., 2017). Sendo assim, a principal finalidade das
bases é reunir informações de autores, revistas, países, organizações e outros, colaborando para a gestão e estratificação
das mesmas, facilitando aos pesquisadores a utilização dos dados que lhe interessam em futuros estudos sobre as
produções em diferentes áreas.
A bibliometria pode ser utilizada para medição, monitoramento, investigação, estudos, pesquisas e análises,
não se limitando a apenas uma área de conhecimento e interesse. Maricato (2010) apresenta uma premissa básica dos
estudos bibliométricos: nunca podem ser comparadas áreas diferentes da ciência sem que sejam consideradas suas
particularidades e dinâmicas. Uma das possibilidades para a aplicação da bibliometria é o estudo das relações entre a
ciência e tecnologia que, ainda segundo Maricato (2010), é inegável que os periódicos científicos reúnam as melhores
condições, técnicas e normalmente, de conteúdo do que outros meios de comunicação como a internet, apesar da sua
evolução e da criação do repositório e bases de dados.
Devido ao contínuo crescimento de informações, a bibliometria facilita a identificação do estado das pesquisas
científico-tecnológicas contando com diversos insumos que fornecem dados para a estratificação de indicadores da
memória intelectual existente (DE ANDRADE, 2012).
A bibliometria, como área de estudo da ciência da informação, tem um papel relevante na análise da produção
científica de um país, uma vez que seus indicadores retratam o grau de desenvolvimento de uma área do conhecimento
de um campo científico ou de saber (ARAÚJO e ALVARENGA, 2011). A pesquisa bibliométrica demonstra o avanço e
situação atual de um país em várias áreas, ela pode ser utilizada para controle de políticas e investimentos no âmbito do
desenvolvimento científico e tecnológico e P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).
A pesquisa bibliométrica reúne muitas vantagens e uma delas é possibilitar uma base de dados, que servirá de
apoio para diversos periódicos científicos, estudos e análises posteriores. Dessa forma, entende-se como vantagem a
padronização de procedimentos para facilitar a mensuração dos dados, de modo a revelar informações sobre a produção
científica realizada até o momento, agregando também, conhecimento para novas publicações, que almejam conhecer os
assuntos ainda não explorados (MACHADO et al., 2011).
2.3.1. Principais Técnicas
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Na atualidade utilizam-se técnicas bibliométricas para avaliar as atividades científicas. O reconhecimento de
que a atividade científica pode ser recuperada sustenta a base teórica para a aplicação de métodos que visam à
construção de indicadores de produção e de desempenho científico (DA SILVA et al., 2011).
É através das técnicas bibliométricas que os estudos de diferentes áreas de interesse, países e pesquisadores são
transformados em indicadores quantitativos que auxiliam no desenvolvimento do trabalho científico. Os indicadores
gerados são uma forma de administrar as informações advindas das produções dos mais diversos autores e lugares ao
longo dos anos, além de também poder indicar o número de citações de determinados estudos, especificando qual o
autor é mais influente na área pesquisada.
Alguns dos principais indicadores formulados a partir dos estudos selecionados são o Fator Impacto, Índice de
Imediatez e H-index (ou Índice H como também é conhecido). A análise quantitativa completa dos periódicos e
produções científicas demonstra a evolução das mesmas em seu campo e é conduzida e realizada por meio desses
indicadores para depois serem formuladas as bases de dados que ficarão disponíveis para verificação em bancos online.
O Fator Impacto de acordo com Costa et al., (2012):
“Trata-se de um indicador de avaliação do impacto de revistas, que determina a frequência
com que um artigo é citado. Foi criado por Eugene Garfield em 1955 para classificar e
avaliar as revistas incluídas na Science Citation Index, do Institute for Scientific
Information (ISI). Na prática, o Fator Impacto contabiliza as citações efetuadas, num dado
ano, a documentos publicados nos 2 anos anteriores” (COSTA et al., 2012).
Ruiz et al., (2009) explicam que o Índice de Imediatez:
“Também conhecido como Índice de Imediaticidade ou de Fator de Impacto Imediato,
refere-se à frequência com que os artigos de uma revista são citados pelas outras revistas no
mesmo ano de sua publicação. Este índice é o primeiro a ser disponibilizado pelo ISI e é
publicado logo no primeiro ano de indexação de uma revista em sua base de dados” (RUIZ
et al., 2009).
Além das técnicas bibliométricas existem também ferramentas bibliométricas, que representam os
agrupamentos de informações e dados relevantes sobre os campos e áreas passíveis de interesse e preocupação do
estudo e conhecimento científico. É possível encontrar diversas bases de dados que disponibilizam informações focadas
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em estudos bibliométricos. Tem se destacado nos últimos anos a base de dados latino-americana Scientific Eletronic
Library Online (SciELO) que abriga artigos científicos de mais de 10 países.
Até recentemente, a Web of Science (WoS) foi a principal ferramenta utilizada para a realização de análise de
citações. Esta situação já não se verifica uma vez se existem atualmente outras ferramentas que também fornecem dados
com base nas citações, como a Scopus e o Google Scholar Metrics (COSTA et al., 2012).
2.3.1. Pesquisas bibliométricas sobre finanças comportamentais no Brasil
Mesmo sendo um assunto emergente para o circuito de produção acadêmica brasileira, alguns esforços que
propõem a investigação sobre Finanças Comportamentais, tem-se levantado com a finalidade de verificar a evolução
das publicações nesse sentido no país. Como é o caso do estudo de Vieira e Pereira (2009), que mapearam a produção
bibliográfica acerca do tema entre os anos de 2001 e 2007 no Brasil.
Vieira e Pereira (2009) abordam publicações feitas dentro da Sociedade Brasileira de Finanças (SBFIN),
Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), Revista de
Administração de Empresas (RAE), RAE eletrônica, Revista de Administração (READ) e Revista de Administração da
Universidade de São Paulo (RAUSP). Concluíram que a produção científica está concentrada no SBFIN e no
ENANPAD, com 70% das publicações, provando que o crescimento da publicação em eventos não foi acompanhado
pelas revistas, geralmente associadas a um maior rigor metodológico, o que sugere uma necessidade de melhoria da
qualidade da publicação na área.
Os autores também revelaram com as pesquisas e metodologias realizadas que o auge da produção nacional em
Finanças Comportamentais foi no ano de 2006, com 35% dos artigos de um total de 20 que equivaleria a 7 artigos
publicados somente neste ano. E logo em seguida o ano de 2007 com 25% das publicações, equivalente a 5 artigos no
ano. Dentro de suas pesquisas, Vieira e Pereira (2009) ainda ressaltam quais são os autores internacionais mais
referenciados dentro dos artigos, dentre os primeiros mais citados estão Kahneman, D; Thaler, R. H; Tversky, A.
Enquanto que os autores nacionais mais referenciados são Milanez, Daniel Yabe e Kimura, Herbert, com os dados das
referências é nítido em suas pesquisas que os autores internacionais têm maior influência nos trabalhos, pois os autores
brasileiros preferem se basear em trabalhos estrangeiros.
Gubiani e Lavarda (2011) buscaram entender o perfil da produção bibliográfica de Finanças Comportamentais
no Brasil, identificaram, entre outros autores, Kimura (2003), Carmo (2005), Cardoso e Riccio (2005), Souza e Silva
(2007), Rogers et al., (2007), como estudiosos da influência de determinados vieses, como o efeito certeza, reflexão,
isolamento, formulação e ilusão da moeda na tomada de decisão financeira dos agentes econômicos do país. Já Klotzle
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et al., (2012), procuraram contribuir para a literatura de medidas de avaliação sugerindo uma medida baseada na Teoria
do Prospecto, em que a aversão a perda é incorporada na medida de desempenho.
Nardy e Famá (2013) buscaram estudar a produção acadêmica entre 2001 e 2012, definindo a área de
abrangência para publicações da Qualis CAPES em Administração com classificações A1, A2, B1 e B2, e em encontros
da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) e Sociedade Brasileira de Finanças
(SBFIN). Os autores constataram em comparação com os dados do estudo de Vieira e Pereira (2009) que o cenário não
se modificou até 2012, pois a evolução anual de publicação e apresentação de trabalhos até então continuavam
concentradas na Sociedade Brasileira de Finanças (SBFIN), o destaque para publicações em revistas fica para a Revista
Brasileira de Finanças (RBF- Impresso), Revista de Administração de Empresas (RAE- Impresso) e RAE- Eletrônica.
De Andrade e Lucena (2014) abordam os artigos publicados no período de 2010 a 2013 nos Congressos USP
de controladoria e contabilidade, ENANPAD, SEMEAD, ANPCONT e SBFIN. Os autores encontraram 19 artigos
publicados no total dentro destes anos, podendo ser diagnosticado que o congresso SBFIN foi o que mais publicou
durante esse tempo com 31,58% dos artigos, seguido pelo pela AMPCONT com 26,32%. Os mesmos também dão
destaque para uma pesquisa do número médio de autores trabalhando em um único artigo, como demonstram em seus
dados, o número médio de escritores é de 3 pessoas por publicação. É possível notar também que Newton C. A. da
Costa Junior; Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar e Waldemir R. Pratesa foram os autores que mais publicaram
entre 2010 a 2013. O trabalho de De Andrade e Lucena (2014) vem reafirmando um cenário muito comum já notado e
pesquisado pelos outros autores, se tratando de referências bibliográficas há predominância internacional em citações
para as bases de estudos.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa de caráter bibliométrico consistiu em levantar primeiramente por meio da plataforma
SUCUPIRA (Qualis – CAPES) todos os periódicos das áreas de “Administração Pública de Empesas, Ciências
Contábeis e Turismo” e “Economia” segundo a classificação de periódicos do quadriênio 2013 – 2016, abordando
apenas as revistas com nível A2, B1, B2 e B3.
Após consolidar estes dois arquivos e remover duplicatas, realizou-se um trabalho que consistia em remover
periódicos estrangeiros e os que estavam fora da temática de finanças, economia e de publicações generalistas na área
de negócios ao buscar no escopo/foco de cada revista e o objetivo da mesma (da amostra inicial, em Economia haviam
726 revistas e em Administração e Contabilidade 1.931 revistas).
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Após criteriosa análise, restaram 195 revistas nacionais que seguiram as condições estabelecidas
anteriormente. Destas revistas, com o intuito de delimitar a temática de finanças comportamentais, 5 palavras-chave
foram escolhidas para que fossem pesquisadas no campo de busca de cada revista: finanças comportamentais; teoria do
prospecto; teoria da perspectiva; behavioral finance; prospect theory.
Além desses termos, buscou-se verificar se os artigos continham algum termo relacionado aos processos
heurísticos, vieses cognitivos, tomada de decisão e aversão ao risco, os quais estão relacionados ao estudo das finanças
comportamentais. Assim, finalmente foi possível obter 61 revistas nacionais com artigos relacionados à temática de
finanças comportamentais e um total de 132 artigos. Optou-se por analisar apenas os artigos publicados no intervalo de
tempo de 2007 a 2017.
Como diferencial em relação aos artigos bibliométricos já publicados no Brasil, este estudo busca ampliar
significativamente a amostra dos trabalhos anteriores ao abordar não apenas revistas pontuais da área de finanças, mas
também as revistas de contabilidade e economia. Além disso, todos os periódicos nacionais foram considerados em
nossa amostra, o que possibilita entender o real impacto e crescimento das publicações da temática de finanças
comportamentais no Brasil. Vale ressaltar que os artigos publicados em congressos não foram utilizados neste estudo
por não estarem listados na base SUCUPIRA (Qualis CAPES).
4. RESULTADOS
De maneira geral, foi possível perceber um aumento nas publicações de artigos com temas voltados para a área
de finanças comportamentais. O gráfico 1 demonstra a evolução da quantidade de publicações entre o período de 2007 a
2017. É possível mensurar um crescimento médio de aproximadamente 20% ao ano na quantidade de publicações
durante este período e uma tendência de crescimento.
Gráfico 1: Total de artigos de finanças comportamentais publicados entre 2007 - 2017.
Fonte: Própria.
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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
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Analisando a quantidade de artigos totais publicados que foram selecionados, em relação ao nível de
classificação das revistas, foi possível desenvolver o gráfico 2. Nota-se uma concentração de publicações de artigos de
finanças comportamentais, no período de 2007 a 2017, em periódicos de menor classificação acadêmica (que não geram
tanto impacto). O total de artigos foi de 132, logo, os periódicos do tipo B3 conseguiram uma participação de 59
artigos, seguido de 31 artigos nos B2, 27 artigos em periódicos B1 e apenas 15 em revistas A2.
Gráfico 2: Quantidade total de artigos por classificação de revistas.
Fonte: Própria.
Com o intuito de facilitar a visualização da evolução dos dados que foram consolidados no gráfico 2, optou-
se por desenvolver o gráfico 3 que mostra anualmente a evolução da quantidade de artigos de finanças comportamentais
publicados nos periódicos B3, B2, B1 e A2. É intuitivo notar o aumento na quantidade publicada, porém, é possível
perceber que a qualidade das publicações não aumentaram na medida em que os anos se passaram.
Gráfico 3: Evolução anual da quantidade de artigos por classificação de revistas.
Fonte: Própria.
Com o intuito de reforçar a carência de publicações nacionais de qualidade na área de finanças
comportamentais, a tabela 1 aponta os 10 periódicos mais bem colocados em publicações de finanças comportamentais
no período estudado com sua respectiva classificação segundo a plataforma SUCUPIRA.
14
Tabela 1: Artigos de finanças comportamentais publicados de 2007 – 2017. Revista Extrato Artigos
REVISTA BRASILEIRA DE FINANÇAS B1 8 REVISTA CONTABILIDADE & FINANÇAS (ONLINE) B3 6 REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA A2 6
REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL B3 5 REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DA UFSM B1 5
GV EXECUTIVO B3 4 PENSAR CONTÁBIL B2 4
REGE. REVISTA DE GESTÃO USP B3 4 REVISTA DE FINANÇAS APLICADAS B3 4
REVISTA UNIABEU B3 4 Fonte: Própria.
Apenas na RAC (Revista de Administração Contemporânea), que é um periódico de caráter generalista, que se
percebe a publicação de apenas 6 artigos ao longo do período estudado. Enquanto isso, cerca de 44 artigos estão
publicados em revistas B1, B2 e B3. Desta forma, pode-se conjecturar como um dos motivos da ausência de um
estímulo maior para publicações na área, como a carência de periódicos nacionais especializados em finanças
comportamentais e de alto nível acadêmico.
Já em relação aos temas mais publicados, o gráfico 4 resume os 10 temas mais recorrentes nas publicações
nacionais. O tema mais publicado “Tomada de decisões em ambiente de risco” remete a replicação dos estudos de
Kahneman e Tversky e contempla 29 artigos, seguido por 16 trabalhos de revisão bibliográfica, 12 estudos de vieses
cognitivos e heurísticos, 7 trabalhos que avaliam o comportamento do investidor, 6 estudos de excesso de confiança, 6
de aspectos comportamentais influenciando valores de ativos, 6 estudos envolvendo a personalidade e medidas de risco,
5 trabalhos de tomada de decisão durante compra de ativos ou produtos, 4 de racionalidade de decisões e 3 de
alfabetização financeira como fator de influência na tomada de decisões.
Gráfico 4: Temas mais publicados em periódicos nacionais sobre finanças comportamentais.
Fonte: Própria.
15
Também foi realizado um levantamento do público mais estudado nos artigos nacionais publicados e os
resultados dos 10 mais recorrentes estão sumarizados no gráfico 5. Com ampla utilização, o primeiro grupo é
representado pelos “estudantes universitários” (puramente alunos de graduação) presente em 31 artigos, seguido por 10
estudos no mercado de capitais, 8 do grande público em geral (brasileiros maiores de 18 anos), 8 de estudantes de pós-
graduação (MBA, mestrado e doutorado), 6 de fundos de investimentos (principalmente os de multimercado), 5
envolvendo investidores, 5 com estudantes e profissionais graduados (ou seja, diferente do primeiro grupo, as análises
também continham profissionais formados), 4 estudos envolvendo imóveis e habitações (com o intuito de entender
comportamento no mercado imobiliário), 3 com gerentes de bancos e 2 com gestores de empresas.
Gráfico 5: Público mais estudado em artigos de finanças comportamentais.
Fonte: Própria.
Ao avaliar a quantidade de publicações por instituições nacionais de ensino superior, com o intuito de
averiguar quais instituições mais publicam sobre a temática de finanças comportamentais (gráfico 6) – onde foram
apontadas as 10 instituições com mais publicações.
Gráfico 6: Instituições por publicações de artigos em finanças comportamentais.
Fonte: Própria.
16
Como é possível perceber no gráfico 6, as instituições públicas dominam o ranking da maior quantidade de
publicações em finanças comportamentais. A PUC e IBMEC, por exemplo, aparecem no ranking das 10 maiores em
função da quantidade de instituições em diferentes estados que foram consolidadas. É importante acrescentar que para
este levantamento, as instituições foram contabilizadas sem repetição em um mesmo artigo.
Os autores nacionais que mais publicam em periódicos brasileiros sobre finanças comportamentais como
autores ou coautores de trabalhos foram apontados no gráfico 7, tendo como base de corte a publicação de pelo menos 4
artigos.
Gráfico 7: Autores nacionais com mais publicações em periódicos brasileiros sobre o tema.
Fonte: Própria.
Vale ressaltar que nem todos os autores nacionais que mais publicam são os que mais aparecem em citações de
trabalhos publicados em periódicos nacionais. A tabela 2 aponta os 10 autores nacionais mais citados nas referências
dos 132 trabalhos analisados.
Tabela 2: Autores nacionais mais citados nas referências dos artigos em revistas brasileiras.
Autores Citações
KIMURA, H. 54
MACEDO JR, J. S 46
SECURATO, J. R. 33
MILANEZ, D. Y 29
SILVA, C. A. T. 29
BASSO, L. F. C. 27
BRUNI, A. L. 25
KRAUTER, E. 25
FAMÁ, R. 24
BARROS, L. A. B. C. 23 Fonte: própria.
17
Com o intuito de complementar a análise de autores mais citados, foi consolidado no gráfico 8, por ordem
decrescente, o total de citações por autores (tanto nacionais como internacionais, do referencial dos 132 artigos).
Gráfico 8: Autores por quantidade de citações.
Fonte: Própria.
É possível observar que 3 autores nacionais ainda aparecem em destaque (KIMURA, H.; MACEDO JR, J. S;
SECURATO, J. R) ao se posicionar comparativamente com grandes nomes tidos como referências internacionais na
área de finanças comportamentais e ganhadores de prêmios Nobel.
4. CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi de se realizar um estudo bibliométrico na área de finanças comportamentais em
nível nacional com todas as revistas brasileiras classificadas na plataforma SUCUPIRA (Qualis – CAPES) no período
de 2007 a 2017. Neste estudo, alguns pontos principais chamavam atenção da investigação: identificar o crescimento da
publicação do referido tema, principais temas, público alvo, principais autores, citações de trabalhos, instituições
nacionais de ensino superior com maior interesse pelo tema de pesquisa e relações entre as publicações de finanças
comportamentais e as revistas nacionais.
Primeiramente em relação ao crescimento das publicações nacionais no período estudado, notou-se uma média
de crescimento de aproximadamente 20% ao ano, ou seja, cada vez mais o tema vem atraindo a atenção dos
pesquisadores para publicação nacional – que teve um salto em seu crescimento em meados de 2014 e aparenta manter
um ritmo ascendente.
Uma relação encontrada referente ao crescimento das publicações nacionais foi que o aumento da quantidade
de artigos publicado não foi acompanhado pelo aumento da qualidade na publicação desses artigos em revistas
18
especializadas de alto nível acadêmico - uma possível explicação seria a ausência de revistas de alto padrão na temática
ou até mesmo a evasão destes estudos para o exterior (em função da maior agilidade de revisão e por busca de
periódicos especializados).
Dos principais temas abordados nos estudos nacionais, o mais atuante é baseado na replicação dos estudos de
Kahneman e Tversky, envolvendo tomada de decisão e risco (que pela própria facilidade de aplicação gera uma gama
de variações e adaptações). Já o público alvo mais utilizado para se realizar os estudos em finanças comportamentais foi
identificado como sendo os estudantes universitários (o que pode ser explicado pela maior facilidade de aplicação de
experimentos ou pesquisas por acadêmicos).
Os autores nacionais com maior quantidade de artigos publicados na área de finanças comportamentais não
apareceram em sua maioria como os mais citados nos trabalhos acadêmicos pesquisados no Brasil, mas alguns
destaques como KIMURA, MACEDO JR e SECURATO apareceram no ranking dos 10 autores mais citados nos
trabalhos analisados. As instituições nacionais de ensino superior com maior quantidade de participação na pesquisa
acadêmica na área de finanças comportamentais são representadas pelas instituições públicas, em especial pela USP
(Universidade de São Paulo).
Como sugestão para futuros estudos, sugere-se a ampliação do cenário nacional para o internacional (norte-
americano e europeu), para que se possa analisar comparativamente e buscar novas relações e confrontar as temáticas
globais com nacionais.
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