ESTACIONALIDADE NA ATIVIDADE SEVUAL E QUALIJADE DO … · sexual independente das estações do...

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L Boletim de resqulsa jiniiro, 1887 Nbwo 8 - ISSN 8101-6(K18 L ESTACIONALIDADE NA ATIVIDADE SEVUAL E QUALIJADE DO S€MEN NOS OVINOS DESLANADOS DAS RAÇAS SANTA INÊS E . 8 SOMALIS BRASILEIRA

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Boletim de resqulsa jiniiro, 1887

N b w o 8 - ISSN 8101-6(K18 L

ESTACIONALIDADE NA ATIVIDADE

SEVUAL E QUALIJADE DO

S€MEN NOS OVINOS DESLANADOS DAS RAÇAS

SANTA INÊS E . 8 SOMALIS BRASILEIRA

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente: JosB Sarney Ministro da Agricultura: Iris Rezende Machado

Empresa Brasilsira de Pesquisa Agropecuhria - EMBRAPA

Presidente: Ormuz Freitas Rivaldo Diretores: AI i Aidersi Saa b

Derly Chaves Machado da Silva Francisco Ferrer Rezerra

Centro Nacional de Pesquisa de Caprinos - CNPC

Chefe: Francisco de Assis V. Arruda Chefe Adjunto Tdcnico: Elisio A. Pereira de Figueiredo Chfe Adjunto Administrativa: Valter Vieira Gomes

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BOLETIM DE PESQUISA No 8 ISSN 01 07 -6008

Janeiro, 1987

ESTACIQNALIDAQE NA ATIVIDADE SEXUAL E QUALIDADE DO SÊMEN NOS OVINOS DESLANADOS DAS RAÇAS

SANTA INÉS E SOMALIS BRASILEIRA

A. Emídio Dias Feliciano Silva José Ferreira Nunes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agmpecwiiria - EMBRAPA Vinculada ao Ministkrio da Agricultura Centro Nacional de Pesquisa de Caprinos - CNPC Sobral, CE

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@ EMBRAPA - 1987

Exemplares desta publicação podem ser solicitados ao:

CNPC Estrada Sobral-Groairas, km 4 Caixa Postal D-10 62.100 Sobral, CE Telefone: (085) 6 1 1 .I 077 Telex: 89-2543

Comitê de Pu blica~ões: José Ubiraci Alves - Presidente Elsio Antonio Pereira de Figueiredo Janete Santa Rosa JosB Wellington dos Santos Eliana Candeira Valois

Tiragem: 5 . W exemplares

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Silva, Antonio Ernidfo Dias Feliciano

Estacionalidade na atividade sexual e qualidade do s h e n nos ovinos deslanados das raças Santa Inês c Sornalis brasileira por A. Ernidio Dias Felfciano Silva e José Ferreira Nunes. SobraI, EMBRAPA-CNPC, 1987.

14p. (EMBRAPA-ÇPITPC. Boletim de pesquisa, 8) I. Ovino deslanado-Raça Santa Inês-Reprdu~âo. 2. Ovinos deslana-

dos-Raça Sornalis brasileira-Reprodução. 1. Empresa Brasileira de Pes-

i

quisa Agtopcuária. Centro Nacional de Pesquisa de Caprinos, SobraI, CE. 11. Nunes, JosCt Ferreira, cofab. 111. Titulo, IV. SCrie.

çI)D 636.08926

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RESUMO ................... .. .. ... ................................ 5 ABSTRACT .......................................................... 5 INTRODUÇAO ....................................................... 6 MATERIAL E M ~ O D O S .............................................. 6 RESULTADOS ....................................................... 7 DISCUSSÃO ......................................................... 17

....................................................... CONCLUS~ES 13 RECOMENDAÇ~ES .................................................. 13 REFZRENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................ ... ...... i 3

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ESTACIONALIDADE NA ATIVIDADE SEXUAL E QUALIDADE DO SÉMEN NOS OVINOS DESLANADOÇ DAS RAÇAS

SANTA INES E SOMALIS BRASILEIRA'

A. Ernidio Dias Feliciano silva2 JosB Ferreira f unes^

RESUMO - Em dez ovinos deslanados das raças Santa InEs e Sornalia brasilei- ra, sendo cinco de cada, foi coletado o ejaculado espermhtico, atravhs da vagi- na artificial, durante um ano, O objetivo foi avaliar a atividade sexual do macho ovino, nas condições do Nordeste brasileiro, no período seco (agosto a dezembro de 1983) e chuvoso (janeiro a maio de 1984) e as diferenças entre raças. Na avaliaçAo do esperma houve uma diferença (P < 0,001) entre raças, a Santa Ini3s mostrando maior volume e concentração do que a Somalis brasi- leira. Não se observaram diferenças quanto h porcentagem de espermatoz 6i- des vivos e motilidade progressiva. Na época seca, o volume e a concentração foram menores que na época chuvosa (P < 0,001). Porbm a porcentagem de espermatozbides vivos e a motilidade não apresentaram diferenças quanto As épocas. A patologia espermiitica não foi diferente quanta As raças e épocas, mostrando níveis relativamente altos para alcançar uma boa taxa de fertili- dade. As raças Santa In6s e Somalis brasileira se mostraram perfeitamente adaptadas As condições climhticas e nutricionais do Nordeste brasileiro, quan- to A sua atividade sexual.

SEASONAL OF SEXUAL ACTIVIW AND SEMEN QUALITY SN HAIR SHEEP OF SANTA INES

AND BRAZILIAN SOMALIS BREEDS

ABSTRACT - Spermatic ejaculation of ten hair sheeps of Santa Ings and Brazilian Sornalis breeds, five for each breed, was colleeted, during 1 year, through the artificial vagina, This experiment was carried out to evaluate the

' Trabalho publicado na R. Eras. Reprod, Anim., Belo Slorizonte, 8/4):297-14, 1984. Med. - Vet., M .Sc., EMBRAPA/Centro Naciona! de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC), Caixa Postal 154, CEP 79100 Campo Grande, MS.

' Med. - Vet., M.Sc., pesquisador da EMBRAPA B disposi~ão da Universidade Estadual do Cearár, Av. dos ExpedicionBrios, s/n. Campus de Itaperi, CEP 60000 Fortaleza, C € .

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sexual activity of rams in the brazilian Northeast conditions, and differences among breeds between the dry season (August-December, 1983) and the rainy season (Jmuary-May, 1984). The Santa Ines breed showed statistically significant difference (P < 0,001). The percentage and pmgressive rnotility of spematic cells did not vary between breeds. The concentration of spematuzoa and ejaculation volume were lower in the dry season (P < 0,001$, therefore, the percentage and motility of spermatozoa did not uary between the seasons. Spermatic pathology was not different concerning breeds and seasons, showlng level~, relatively high enough to reach good rates of fertility. The breds Santa Inês and Brazilian SomaEis pxoved to be completely adapted to the climatic and nutriltional conditions of the brazilian North-east region, by the view-point of their sexual activities.

Na preocupaçiio de incrementar os índices reprodutivos do rebanho ovino, a maior parte dos estudos referem-se as fêmeas, ignorando-se a partici- pação do macho.

A Bmea doa ovinos des'lanados, criada na regiao serni-&rida do Nordeste, manifesta estro e owla o ano tado (Silva et al. prelo), mostrando atividade sexual independente das estações do ano. Do macho deslanado, criado nas rnesmaa condições, pouco se conhece quanto à sua atividade sexual e capaci- dade de fertilização. Colas & Brice (1976), Gxeyling & Grobbelaar (1983) e Laubser et al. (1983), mostraram que a produção espermhtica sofre os efeitos da estacionalidade, e Shelton (1960) acredita serem estes efeitos maiores nos machos que nas f&meas.

Há uma correleiçiio entre baixa qualidade do s6men e baixos índices de fertilidade* portanto não sendo somente a fêmea a responsBve1 pela baixa fer- tilidade que ocasionalmente possa ser constatada no rebanho (Corteel1981).

A qualidade do esperma é avaliada pela motilidade dos espematozóides e pela porcentagem de &lulas esperm8ticas vivas (Coumt 1976). A inter-rela- @o, dentro das variações estacionais, de fotoperiodismo, temperatura, nu- trição, horm6nios e atividade hipofishria provocam alterações na atividade sexual do macho e em consequência, na qualidade do s h e n (Braden et al. 1974, Jenninge 1976, Lincoln et al. 1977, Colas 1981, Dufour et al. 1984, Laubser et al. 1983).

A identificação da atividade sexual do macho ovino deslanado, mane- jado n a pastagem nativa, permite estabelecer criterios para melhor utilizar o reprodutor e incrementar a produtividade.

MATERIAL E METODOS

Dez ovinos deslanados, das raças Santa Inês e Somalis brasileira, sendo cinco de cada raça, numa faixa etfwia de 24 a 48 meses de idade, foram subrne- tido8 a colheita de ejaculado esperm8tico.

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A colheita do ejaculado foi realizada atravk de vagina artificial, uma vez por semana, na estaçgo seca, agosto a dezembro de 1983, e na chuvosa, janeiro a maio de 1984. Os ovinos foram mantidos numa pastagem nativa raleada, numa lotação de 1:2 het e, recebendo "ad libituni", uma mistura de farinha de osso autoclavada e cloreto de só&o na proporção de 1:l.

A avaliaeo qumtiqualitativa do esperma realizada no periodo sem e chuvoso, teve a halidade de comparar em função das épocas,a atividade sexual das raças estudadas. Os parametros para avaliação do esperma foram volume, concentração e número de espermabzdiides por ejaculado. Ainda foi estimada a motilidade progressiva e porcentagem de espennatozóides vivos, a cada 5,30,60,90 e 120 minutos de incubação a uma temperatura de 3TDC, utilizando microscópio com placa de aquecimento3.

A motilidade pvgressiva individual (notas de O a 5) e a porcentagem de espermatozóides móveis (Colas 1981) que foram determinadas no esperma diluido em leite deseremado e glicosado7 serviram de parametros para o teste de termo-resisancia do dmen,

A patologia eapermhtica foi realizada através do esfregaço do esperma diluido em leite glicosadopara cada um dos repdutoreis, uma vez por semana, A coloração utilizada foi composta de eosina (I%), nigrosina (3%) e citrato trisb dico (3%) (Ortavant et al. 1953). A leitura de cada esfregaço, 150 &lulas por Ihina, foi realizada no rnicrosc6pio de contraste de fase4 a u m aumento de 200 vezes e a classificação das anomalias encontradas obedecendo os critérios de Colas (1980 e 1981).

RESULTADOS

As Tabelas 1 e 2 expõem a einAlise de varihcia e médias das parâmetros estudados sob os efeitos de épocas seca (agosto a dezembro) e chuvosa (janeiro a abril de 1984) e raças (Santa In&s e Somalis bradeira).

Houve uma variação altamente significante (P < 0,001) da concentração com as raças e Bpocas do ano. A produgão espermhtica (volume) variou menos com as bpocas (P = 0,0898) e mais (P < 0,001) com as raças. Os ovinos da raça Santa In&s mostraram um maior volume (1,64 ml), concentração (5.14 x 109 spz/mI) e número de espermatozdides (5,87 x 109 spz) em relação A rwa Somalis brasileira.

N a época seca, o volume foi levemente menor (0,76 ml) do Jue na época chuvosa. A concentraç30 do esperma, na época seca, foi maior (5,11 x 10' spz/ml) do que na bpoca chuvosa, apresentando com isso um comportamento de valorelq inverso ao volume.

No teste de termo-resisancia a porcentagem de espermatozbides vivos e motilidade progressiva individual não apresenkmm diferença entre as raças.

3 Microscópio com placa de aquecimento. marca Zeiss, mod. Standavd 14. 4 Microscópio de contraste de fase. marca American Optical.

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TABELA 1. Anblise de varianoia (Quadrados mínlmos} doiefeitosdai raçaai(Santa I d s e Somalis brasileira) sBpoca (seca e chuvosa) na produç8oquanti-qualitativa do tisuarma,

- - -. -

Teste de termoresistbncia I*- arL IIV

Volume Conceintra~Bo Mot. massa1 Fonte de veriaç80 G.L. ejeculada % da vivos Motilidade progrtrssiva individual

(mil S P ~ (X lo"/ml) (X 10") (O - 5)

5rnin@RCSIN) 120min ãmin 120 min

Spocas 1 6.23s 66,9 I'** 17.38ns 3,85ns 95,lBns 1 12,68ns 0,OBns 0,3 8ns Racas 1 28.44""" 53,04'** 81 6.82*** 2,76ns 819.24ns 612.20ns 0,57ns 0,OOns Anim. dentro de raças 9 0,63*** 2,67' 17,49** 1,94* 486.53' 546,23**+ 1 ,I a+** 0,86** Cpoca x Raças 1 0,001 ns 4,30q 6,43ns 1.551-1s 0 . 7 7 ~ ~ O,OOns 0,ISns 0,OOnç

03 Epoca x An irnais (raca) 9 0,OBns 3.1 5"" 5.56* 2.55*** 222.2 1 1 50.70ns 0.58" 0.31 ns Erro (a) 0.18 1.20 2.36 0,74 103.98 113.16 0,24 0.36

(180) ( 1791 (1 79) (1 78) (179) (1 78) (1 79) (1 78)

ns = n8o significativo (P > 0,05); p = significativo (P = 0.0898); q = significativo (P = 0,0612);

= significativo {P = 0.05); ** = altamente significativo (P C 0,Ol): ... = altamente significativo (P < 0,OQI);

(a) =graus de liberdade do erro est8o entre pardntesis em cada coluna de Ouadreôos Mhimos. SignificAncia das rnddias est8o representadas pelas letras que acompanham os valores. Çomparaç80 das mddias foi feita dentro de cada efeito princfpl.

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TABEU.3. Mkedewhdii(braWdwMhhoa)d-efsitondm raça {Santa I d a a Somatis brasleira) s dpmas (=a e chu- -#i) mbre s patologia espennllticm.

Fonte de variacElo G.L. SS MS

R a ~ a s I 589,988 589.98ns Animais dentro de mcas 8 7375,866 92 I ,98** E pocas 1 1116,188 1116.18ns Raças x f!poeas 1 845,270 845,27ns cpocas x Animais (raças) 8 3954,371 494.29*** Erra 203 1 7634,6 14 86,87

ns = W B o significativo (P > 6,fO); *" = Altamente significativa (P < 0,005); +*'= Altamente significativo (P < 0,0001).

TABEU4. MHm das rnamalfw arpemisti (E.P.) na saca a chuvos~ des -8 Santa ln3s e Somalis 'brsiileira.

Fonte de variaçdo Classificeclo Patologia esperm8tica (94) .

r 1 6-45 m a s Sania I nh 1 4,70 (2.1 33a

Sornalis 1 820 (3350b 6-s Seca T9,50 (293)b

Ch ulfosa 1 3,50 ( 1.22)b Rwas x tpocas Santa Indi x Seca 1 5.00 (2.55)~

Santa InBs x Chuvosa 1 4,40 (2.1 31c Sornalis x Seca 24.40 (5,28)c Somalis x Chuvosa a 2.70 (1 ,i 9 ) ~

Nota: MBdie foi mcunwrtida em porcentagem, p d m a erra padr8o esid repre- sentado em valores transformados. O erro pedr0o representa o erro usado para testar e significAneie destes efeitos na an8lise de variBncie. Compa- ração das médias foi feita dentro das raças e dpacas e interag86 (raças x x @mas).

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TAiBEiA5. Porcentagem mhdia E.P.) de anomalias esperrnlticas em ovinos deslanados das raças Santa In&s e somalis nas Bpocas wca (agosto-dezembro 1983) e chuvosa (janeiro-maio 1984).

Raça epoca do ano CA CSF GÇP GCD AF Total

Seca 2.42 4.45 0.5 3 9.53 9.57 24.9 Santa InBç (1 , I 90)a (0.590)a (0.1 94)a !0.222)a (1,557)a

Chuvosa 0.77 6.59 0,094 O. 04 7,42 14.9 Seca 1.59 8,66 1 ,O4 0.50 8,35 20.14

Sornalis {0,265)b (1.984)~ (0.457)c (0.1 81 10,126)b Chuvosa 0.76 4,082 0.1 3 0.1 t 9.52 15.34

(0.1 4 2 ) ~ (0.786)d (0,053)c (0,051 )d ( t ,420)b

Valores acompanhados de ktms diferentes dentro de mesmo efeito principal e de classifi- c ~ ã a , d o significativos em nlwl de P < 0.05 pelo teste "t".

C4 = C a m anormal; CSF = C a m a sem flagelo: GCP Gota citoplasmhtica prminwll: GCD= Gota ciiaplasmhiica di-1: AF =Anomalia de flagelo.

A porcentagem de espermatozóides vivoa e motilidade progressiva indi- vidual, incubados a uma temperatura de 37"C, não mostraram diferença de comportamento tanto aos 5 como aos 120 minutos.

A m6dia das patologias esperm Aticas encontradas (Tabelas 3 e 4) niio apresentou diferença significativa entre as raças e épocas. A maior porcen- tagem de anomalias espem6ticas encontradas foi de cabeça sem flagelo e anomalias de flagelo, independente de raça e de época (Tabela 5).

Na regiao semi-árida do Nordeste os efeitos climatológicos bem carac &sticos como seca e chuva, que afetam a disponibiIidade de alimentos, tem- peratura e atividade hipofishia, influem na atividade sexual do macho ovino deslanado.

Apesar de Kaushish & Sahni (1976) observarem n8o haver associação entre nultriçiio e produção espem&tica, as achados mostraram a coincidente melhora de disponibilidade de alimentos com o aumento de volume. O volume do ejaculado, cuja variação é uma conseqüência do aumento ou diminuição qe fluidos das glfindulas anexas e epididirno (Corteel1981) est8 sob a influgn- cia direta da época do ano, aumentando na época chuvosa, época de muita dis- ponibilidade alimentar. A concentração de espematoz6ides no ejaculado doa ovinos estudados em ambas as raças, foi maior na época seca. Este par8metro é inversamente proporcional ao volume. Os resultadoa comprovam as dados de Simplicio et al. (1982) e Dufour et al. (1984).

AIkm do nivel nutriciona1 que levaria a um aumento ou na0 da produção quanti-qualitativa do esperma (volume e concentraçiio), outros fatores como o desenvalvimento testicular (Dufour et al. 19841, o fotoperiodismo (Ortavant 1958), a temperatura ambiente (Colas 1981) e o nlvel homona'l (Laubser et al.

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1983 e Dufour et al. 1984) poderiam influenciar a produç$is do eaperma. A motilidade do eapematozbide, segundo Dufour et al. (1984) sofre in-

fluencias estacionaia, o que n8o pode ser observado negte experimento e eoin- cidindo com os dadoa de Colas (1980). Em sendo a motilidade, um importante fator na taxa de fertilidade (Hafez et d. 1955), pode se dizer que o ovino desla- nado, nas condiçries da regifio semi-&rida, apresenta-ae adaptado e possuindo um alto potencial de fertilidade.

A bpoca do ano tampouco influ&nciou o mais importante fator limitante do poder de fecundação (Colas 1980), que 6 a patologia espemAtica. Apesar da nZio diferença entre Iépocas, quanto A porcentagem de anomalias espennft- ticas, na 4poca seca se observou maior taxa de anomalias, decapitaçgo e defei- tos de cabeca. norem. dentro dos limites permitidos para alcançar uma boa taxa de fertilidade, ou seja, niveis de cerca de 50% (Colas 1981),

A temperatura, a luz e suas uiterações, deveriam atuar direta ou indire- hmente na formação e matuiaç& dw espermatazóides ao nivel do epidídimo (Rathore 1968). Porhm, gela.localização gesgrgfica onde se realizou o experi- mento, poderia se excluir a influgncia de luz, restando os efeitos de temperatura, que provocariam na &oca seca, mais anomalias de espermatoz6ides por deca- pitação e mesmo defeitos de cabeça (Rathore 1968) como observado no expe rirnento.

Quanto a influencia das raças, os reprodutores da raça Santa Inês apre- sentaram os parãmetros volume, concentração e nfimero de espermatozbides, superiores aos da raça Somalis brasileira. Esta diferença eritre raças tarnbkm foi encontrada por Colas & Zinszner-Pflirnlin (1975) e Dufour et al. (1984). Estes autores, porém, acreditam que esta diferença racial na atividade sexual, deve-se mais ao didmetro testicular provavelmente diferente e que varia com a época do ano, do que propriamente às raças. O fotoperiodismo isendo um dos fatores que interferem no diametro testicular (Pelletier 197í), deve exercer a ma influencia diferentemente em cada raça (Ortovant 1958). Para justificar ainda mais w maior ou menor produção espermática, Reviera et al. (1980) de mostraram que existem raças que apresentam ntimero significativamente maior dec4lulas Sertoli por ksticulo do que as outras, portanto maior produção horrn~nal.

As diferenças de ponto de vista quantitativo observadas entre as raças Santa InGs e Somalis brasileira nas condiçães de gemi-Arido nbo foram encan- tradas na qualidade do esperma, porcentagem de espermatozóides vivos e de motilidade progressiva individual. Isto demonstra que as raças estudadas, Santa Ines e Somalis brasileira, estão altamente adaptadas As condições cEi- m Aticas e alimentares a que estiío submetidas, n8o havendo influencia destas condiç6es sobre sua atividade sexual, A variação genotipica de raças, umas mais temioaensiveis do que as outras, como descrito por Lindsay (1965) e Colas (1980) nAo ficou demonstrada nos ovinos deslanados Santa InBs e Somalis brasileira, criados no Nordeste.

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A atividadesexual dos ovinos deslanados das raças Santa Ines e Somalis brasileira criados no smi-Arido sofreu influencia estacional, apresentando maior produçso espermhtica na época chuvosa do que na bpoca seca.

A motilidade progressiva, fator de alta correlaçk com o poder de fecun- dação, não foi influenciada pelas épocas seca ou chuvosa, portanto a seu apa- recimento n8o est& ligado a fatores clirnAticos e alimentares.

A porcentagem de anomalias encontradas nas duas raças, maior na raça Somalis brasileira do que na Santa Inês, está dentro dos limites permitidos para se alcançar uma boa taxa de fertilidade.

Tanto a raça Santa In&s quanto a Somalis brasileira se apresentaram como raças extremamefite bem adaptadas A regiao semi-árida, com um grande potencial de poder de fecundação.

A atividade sexual dos machos Santa 1116s e Somalis brasileira, quanto d produção espemhtica, se apresentaram diminuidas durante a época seca, conseqUentemente os animais devem receber um melhor manejo nutricional.

A patologia espermática, sendo altamente correlacionada com o poder fecundante, por apresentar a sua maior porcentagem na época seca, deve cons- tituir fatos de seleção de reprodutores.

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