Entendendo as Caracteristicas Da Economia No Capitalismo

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Entendendo as características da Economia no capitalismo A Economia Capitalista- Ernest Mendel a partir do texto em espanhol disponível em: http://www.ernestmandel.org

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  • Entendendo as caractersticas da Economia no capitalismo

    A Economia Capitalista-

    Ernest Mendel

    a partir do texto em espanhol disponvel em: http://www.ernestmandel.org

  • As particularidades da economia capitalista

    A produo exclusivamente uma produode mercadorias; est destinada a servendida no mercado. Sem a venda efetiva dasmercadorias produzidas, as empresascapitalistas e a classe burguesa em seuconjunto no podem apropriar da mais-valiaproduzida pelo trabalhador e contida no valordar mercadorias produzidas.

  • As particularidades da economia capitalista

    A produo efetua-se em condies de propriedade privadados meios de produo. Esta propriedade no apenas umacategoria jurdica, mas tambm uma categoria econmica.Isto significa que o poder de dispor das foras produtivas(meios de produo e foras de trabalho) no pertence acoletividade, mas est dividida entre diferentes empresas,controladas por distintos grupos capitalistas (proprietriosindividuais, familiares, sociedades annimas ou gruposfinanceiros). As decises sobre investimentos, quecondicionam em grande medida a conjuntura econmica, sotomadas tambm de modo separado, sobre a base dointeresse privado e independentemente de cada unidade ougrupo capitalista.

  • As particularidades da economia capitalista

    A produo realizada para um mercadoannimo. governada pelos imperativos daconcorrncia. Desde o momento em que acompetio no est limitada pelo costume(como nas comunidades primitivas) nem pelaregulamentao (como nas corporaes da idademdia) cada capital particular (cada proprietrio,cada forma, cada grupo capitalista ) se esfora emaumentar seus lucros no negcio, em dominar amaior parte possvel do mercado, sem levar emconta as decises anlogas de outras firmas queoperam na mesma atividade.

  • As particularidades da economia capitalista

    O objetivo da produo capitalista maximizar o lucro.

    Mas para conseguir este lucro, deve conseguir vender suasmercadorias. Isto significa que deve poder oferec-las aomercado a um preo mais baixo que o do concorrente. Parafazer isto, deve poder baixar os custos da produo. O meiomais eficaz para conseguir isto aumentando a base deproduo, produzir mais com o auxlio de mquinas maissofisticadas. Mas para tal necessrio cada vez maiscapital. Assim, sob o efeito chicote gerado pelaconcorrncia, o capitalismo se v obrigado a buscarsempre o maior lucro para poder desenvolver ao mximosua produtividade.

  • As particularidades da economia capitalista

    A produo capitalista aparece visando nosomente o lucro, mas a acumulao decapital. Assim, a lgica do capitalismo implicaque a maior parte da mais-valia sejaacumulada produtivamente (transformadaem capital suplementar, sob forma demquinas, matria prima suplementar e mode obra suplementar) e no consumidaimprodutivamente (consumo privado daburguesia e de seus servidores).

  • Mais-Valia

    Quanto mais os capitalistas buscam ampliar a mais-valia, se vem obrigados a reduzir a parte atribuda ao salrios.

  • Mais-valia

    Os meios essenciais que os capitalistas usam para acrescentar a sua parte, ou seja, a mais-valia, so:

    Prolongar a jornada de trabalho (do sculo XVI at meados do sculo XIX no Ocidente; em numerosos pases semi-coloniais e coloniais at nossos dias), a reduo dos salrios reais, reduo do salrio mnimo. o que Marx chamou de acrscimo da mais-valia absoluta.

  • Mais-valia

    O aumento da intensidade e da produtividade do trabalho na esfera dos bens de consumo (que prevalece no ocidente a partir da segunda metade do sculo XIX). De fato, se por conseqncia de um aumento da produtividade do trabalho na indstrias de bens de consumo e na agricultura, o operrio industrial reproduz o valor de um conjunto determinado destes bens de consumo em 3 horas de trabalho em lugar dever trabalhar 5 horas para produzir o mesmo valor, ento o produto que ele fornece ao patro pode passar do produto de 3 horas ao de 5 horas de trabalho, mantendo-se fixa a jornada de trabalho de oito horas. isto que Marx denomina de crescimento da mais-valia relativa.

  • Concorrncia

    A concorrncia entre os capitalistas termina assim em um nivelamento entre as taxas de lucro.

    Apenas as firmas de produtividade muito avanada, ou numa situao de monoplio, obtm lucros estraordinrios, quer dizer, lucros acima da mdia. Mas, em geral, a concorrncia capitalista no permite que os lucros estraordinrios ou os monoplios sobrevivam por tempo ilimitado.

  • Salrio

    Uma das caractersticas do capitalismo que transforma a fora de trabalho humano em mercadoria. O valor da mercadoria-fora de trabalho determinado pelos seus custos de reproduo (o valor de todas as mercadorias cujo consumo necessrio para a reconstituio da fora de trabalho).

  • Salrio

    O salrio o preo de mercado da fora detrabalho. Como todos os preos do mercado,flutua volta do valor da mercadoria emcausa. As flutuaes do salrio soparticularmente determinadas pelasflutuaes do exrcito de reserva industrial,ou seja o desemprego.

  • Exrcito de reserva - desempregados

    1) Quando num pas capitalista h desemprego permanente (quando indstrialmente subdesenvolvido), os salrios correm o risco de estar, de modo constante, quer abaixo quer ao nvel do valor da fora de trabalho. Este valor pode chegar a estar prximo do mnimo vital fisiolgico.

  • Exrcito de reserva - desempregados

    Quando o desemprego macio permanentedecresce a longo prazo, designadamente comoresultado da industrializao em profundidade eda emigrao em massa, os salrios podem subir,em perodo de alta conjuntura, acima do valorda fora de trabalho. A luta operria podeprovocar a longo prazo a incorporao neste valordo equivalente de novas mercadorias. O mnimovital socialmente reconhecido pode aumentarem termos reais, ou seja, incluir novasnecessidades.

  • Exrcito de reserva - desempregados

    Na luta para sobreviver face concorrncia,os capitalistas devem substituir a mo-de-obra por mquinas. Esta substituio retiraconstantemente mo-de-obra para fora daproduo. Em contra-partida, nos perodosde alta conjuntura e de sobreaquecimento,quando a acumulao do capital cresce a umrito febril, o exrcito de reserva reabsorvido.

  • As leis de evoluo do capitalismo

    a) A concentrao e a centralizao docapital. - As grandes empresas batem aspequenas, que dispem de menores meios,que no podem aproveitar das vantagens daproduo em grande escala, nem introduzir atcnica mais avanada e dispendiosa. Porisso, a dimenso das empresas de pontacresce sem cessar(concentrao de capital).

  • As leis de evoluo do capitalismo

    b) A proletariazao progressiva dapopulao - A centralizao do capital implicaque a quantidade de pequenos patrestrabalhando por sua prpria conta diminuasem cessar. A frao da populao laboriosaobrigada a vender a fora de trabalho, parapoder subsistir, cresce continuamente.

  • As leis de evoluo do capitalismo

    c) O aumento da composio orgnica do capital O capital de cada capitalista e por conseguinte o capital de todos os capitalistas, pode ser dividido em duas partes. A primeira serve para compra de maquinas, de edifcios e matrias-primas. O seu valor mantm-se constante no decurso da produo; conserva-se simplesmente pela fora de trabalho, que daquela transmite uma parte para a dos produtos que fabrica. Marx denomina-a capital constante. A segunda, serve compra da fora de trabalho, ao pagamento dos salrios. Marx chama-a capital varivel. s ela que produz a mais-valia.

  • As leis de evoluo do capitalismo

    d) A baixa tendencial da taxa mdia delucro - Esta lei decorre logicamente daprecedente. Se a composio orgnica docapital aumenta, o lucro tender a baixar emrelao ao capital total, visto que somente ocapital varivel produz a mais-valia, produz olucro.

  • As leis de evoluo do capitalismo

    e) A socializao objetiva da produo. Pelaprimeira vez, desde a origem do genrohumano, cria-se assim uma infra-estruturaeconmica comum a todos os homens, baseda sua solidariedade no mundo marxista deamanh.

  • As contradies inerentes ao modo de produo capitalista

    Na base destas leis de desenvolvimento doregime capitalista, uma srie de contradiesfundamentais do modo de produo em questopodem ser evidenciadas:

    a) A contradio entre a organizao cada vezmais e mais deliberada, e o no controle cadavez mais pronunciada do conjunto da produocapitalista, resultante da sobrevivncia dapropriedade privada e da produo mercantilgeneralizada.

  • As contradies inerentes ao modo de produo capitalista

    b) A contradio entre a socializao objetiva daproduo e a manuteno da apropriaoprivada dos produtos, do lucro e dos meios deproduo. na altura em que a interdependnciadas empresas, dos ramos, dos pases e doscontinentes se evidencia a mais avanada, que ofato de todo este sistema apenas funcionarsegundo as ordens e os clculos de lucro de umalguns magnatas capitalistas, revela plenamenteo seu carter, a um tempo, economicamenteabsurdo e socialmente desigual.

  • As contradies inerentes ao modo de produo capitalista

    c) A contradio entre a tendncia do regimecapitalista para desenvolver as forasprodutivas de maneira ilimitada e os limitesestreitos que o mesmo deveobrigatoriamente impor ao consumoindividual e social da massa detrabalhadores, visto que o fim da produopermanece sendo o mximo de mais-valia, oque forosamente implica limitao dossalrios.

  • As contradies inerentes ao modo de produo capitalista

    d) A contradio entre um impulso enorme dacincia e da tcnica com o seu potencial deemancipao do homem e a sujeio dessasforas produtivas potenciais aos imperativos devenda de mercadorias e do enriquecimento doscapitalistas, o que periodicamente transformaessas foras produtivas em foras dedestruio (especialmente no caso das criseseconmicas, das guerras, do advento dos regimesde ditadura fascistas sangrenta, mas tambmpelas ameaas que pesam sobre o ambientenatural do homem)

  • As contradies inerentes ao modo de produo capitalista

    e) O desenvolvimento inevitvel da luta declasse entre Capital e o Trabalho, que minaperiodicamente condies normais dereproduo da sociedade burguesa.

  • As crises peridicas de sobre-produo

    A tendncia para as crises peridicas desobre-produo segue uma marcha cclica daproduo, que atravessa sucessivamente asetapas de reanimao econmica, de altaconjuntura, de sobre-aquecimento, de crisee de depresso, todas inerentes a este modode produo e s a ele. a amplitude destasflutuaes pode variar de poca para poca,mas a sua realidade inevitvel no regimecapitalista.

  • As crises peridicas de sobre-produo

    O que caracteriza a crise de sobre-produocapitalista que os rendimentos baixam, odesemprego cresce, a misria (e amide afome) instalam-se, no porque a produofsica baixe, mas, ao contrrio, porqueaumenta de maneira excessiva em relao aopoder de compra disponvel. porque osprodutos so economicamente impossveis devender que a atividade econmica baixa e noporque so fisicamente escassos.