Elementos de Acústica 2015

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Introdução ao estudo da acústica

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    ELEMENTOS DE ACSTICA ARQUITETNICA - 04261

    Prof. Cludio Rodrigues OlintoEscola de Engenharia - FURG

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    Disciplina: Elementos de Acstica Arquitetnica 04261

    Carga horria semanal: 2Carga horria total: 30 horasOferecimento: segundo semestre

    Sistema de Avaliao: IIPr-requisito: Fenmenos de Transportes

    Ementa:Conceitos fundamentais sobre o som e a audio. Propagao do som. Medio do som.Materiais absorventes e isolantes. Acstica arquitetnica: isolamento e condicionamentoacstico. Uso das normas ABNT. Projetos acsticos.

    Bibliografia:Acstica Arquitetnica e Condicionamento de Ar, Prides SilvaAcstica aplicada ao controle do rudo, Sylvio R. Bistafa

    Elementos de Acstica Arquitetnica, Conrado Silva De MarcoRudoFundamentos e Controle, Samir N. Y. GergesAuditorium acoustics and architectural design, Michael Barron

    NBR 10152 - 1987 - Nveis de Rudo para Conforto AcsticoNBR 12179 - 1992 - Tratamento Acstico em Recintos FechadosNBR 101512000/2003AcsticaAvaliao do rudo em reas habitadas, visando oconforto da comunidade Procedimento

    NBR 155751 a 6Edificaes Habitacionais - Desempenho

    Contedos programticos:

    I - ELEMENTOS DE ACSTICA

    1.1 Ondas Sonoras1.2 Condies para a existncia de uma sensao sonora1.3 Velocidade de propagao do som1.4 Qualidades fisiolgicas do som1.5 Rudo1.6 Energia de uma onda sonora1.7 Intensidade, potncia e presso1.8 Nvel de intensidade e nvel de presso sonora1.9 Aspectos Psico-fisiolgicos do som1.10 Eco1.11 Medidor de nvel de intensidade sonora (decibelmetro)1.12 Combinao de fontes sonoras1.13 Exerccios resolvidos

    II. ACSTICA ARQUITETNICA

    2.1 Finalidades do tratamento acstico de ambientes:2.2 Propagao do som2.3 Lei da Reflexo

    2.4 Difrao2.5 Materiais absorventes e isolantes2.6 Isolamento Acstico

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    2.6.1 ndice de reduo acstica2.6.2 Problemas tpicos de isolamento2.6.3 ndice de reduo acstica para superfcies compostasExerccios:2.7 Condicionamento Acstico

    2.7.1 Recintos Anecicos2.7.2 Recintos Reverberantes2.7.3 Audibilidade2.7.4 Tempo de Reverberao2.7.5 Acstica Geomtrica2.7.6 Clculo do Tempo de Reverberao2.7.7 Roteiro para o desenvolvimento do tratamento acstico conforme NBR 12179

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    I - ELEMENTOS DE ACSTICA

    1.1 Ondas Sonoras

    O som a sensao auditiva produzida por uma variao da presso atmosfrica a partir de uma vibrao

    mecnica, que se propaga em forma de ondas, atravs de um meio elstico. Portanto, para que haja propagao de

    som, necessrio que haja um meio, um canal de transmisso. O mais comum dos meios de propagao o Ar. No

    vcuo no existe som. O som tambm pode se propagar em meios slidos como a estrutura dos edifcios, a terra e

    meios lquidos (Simes, 2011-PROCEL). Assim, o som uma perturbao do meio que se propaga nos meios

    materiais e capaz de ser detectada pelo ouvido humano.

    A perturbao gerada por um corpo que vibra, transmitindo suas vibraes ao meio que o rodeia. As

    molculas deste sofrem, alternadamente, compresses e rarefaes, acompanhando o movimento do corpo.

    Esta variao de presso logo comunicada s molculas vizinhas do meio, criando ondas longitudinais, de

    compresso e rarefao que partem do corpo.

    As molculas do meio no se deslocam. Elas oscilam em torno de suas posies de equilbrio. O que se

    propaga o movimento oscilatrio, conforme Fig.1.

    Figura 1- Movimento Oscilatrio

    Neste movimento podem-se distinguir vrios elementos:

    - Cada molcula repete seu movimento oscilatrio de forma cclica, demorando um tempo determinado, chamado

    perodo(T), para completar cada ciclo.

    - A f requnci acom que estes ciclos se sucedem na unidade de tempo ser, ento, o inverso do perodo:

    Tf

    1 (1)

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    A frequncia medida em ciclos por segundo (c/s) ou Hertz (Hz). O movimento de cada molcula pode-se

    descrever graficamente, colocando em abscissas o tempo e em ordenadas a presso resultante do deslocamento em

    relao a sua posio de equilbrio (Fig.2).

    O valor mximo atingido pela presso no perodo se chama amplitude.A amplitude representa a distncia

    mxima entre o extremo da presso positiva (ou negativa) e o valor mdio da presso em repouso.

    Figura 2. Ondas sonoras de diferentes frequncias.

    Se imaginarmos a fonte sonora como pontual e o meio de propagao como homogneo, as ondas emitidas

    sero esferas que se dilatam a velocidade do som. Observando essas ondas a uma distncia suficientemente afastada

    da fonte, podemos assumir, para pequenas reas, que as ondas so planas.

    Chamaremos fr ente de ondaao conjunto de pontos onde, num determinado instante, h a mesma fase de

    rarefao ou compresso do meio (Fig.3).

    Raio sonoro uma linha terica perpendicular s frentes de onda.

    Figura 3. Frentes de onda e raios sonoros: (a) plana, (b) cilndrica, (c) esfrica.

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    Comprimento de onda () a distncia entre duas frentes de onda consecutivas, ou seja, a distncia

    percorrida pela onda no perodo. Como:

    t

    xv ento c

    T

    e c f (m/s) (2)

    onde c a velocidade do som.

    As frequncias do som que interessam na arquitetura esto contidas num mbito entre 20 e 20.000 Hz,

    aproximadamente, pois estes valores variam de pessoa a pessoa (Fig.4).

    As frequncias inferiores a 20 Hz e superiores a 20.000 Hz so, respectivamente, to graves ou to agudas,

    que o ouvido humano no mais as percebe como som. As primeiras so chamadas de infrasons e as segundas,

    ultrasons.

    Se considerarmos a velocidade de propagao do som no ar atmosfrico de 345 m/s, os valores limites

    correspondentes para os comprimentos de onda sero 17,25 m e 0,0172 m.

    Figura 4. Sons audveis

    O espectro outra forma de indicar o mesmo movimento oscilatrio, mostrando a amplitude em funo da

    frequncia (Fig.5).

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    (a) (b)

    Figura 5. (a) espectro de sons simples; (b) espectro de um som real.

    1.2 Condies para a existncia de uma sensao sonora

    a) Fonte material capaz de vibrar

    b) Meio transmissor meio elstico para permitir a transmisso

    c) Receptor aparelho auditivo capaz de decodificar a vibrao. no receptor que, de

    acordo com a frequncia e do nvel de intensidade, a vibrao interpretada com

    um som.

    1.3 Velocidade de propagao do som

    a) Para slidos e lquidos:

    cEv

    (3)

    onde:

    Ev= mdulo de elasticidade volumtrica do meio

    = massa especfica do meio

    b) Para meios gasosos (supondo como gs ideal):

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    TRkc (4)

    onde:

    k= coeficiente politrpico do gs ( Cp/Cv) (para o ar k = 1,4)

    R= constante particular dos gs (R = R*/M, onde R*= 8314 J/kmol.K e M a massa molecular do gs)

    T= temperatura absoluta (K)

    c) Para o ar (equao emprica aproximada):

    c = 331 + 0,6 T (5)

    onde T a temperatura em C.

    Algumas veloci dades de propagao do som em dif erentes meios:

    Ar c = 343 m/s

    Agua c = 1471 m/s

    Ferro c = 3170 m/s

    Ao c = 5000 m/s

    Granito c = 6000 m/s

    Cortia c = 500 m/s

    Alumnio c = 5200 m/s

    Vidro c = 3500 m/s

    Borracha c = 100 m/s

    Madeira c= 1000 a 4000 m/s

    1.4 Qualidades fisiolgicas do som

    1.4.1 A intensidade a caracterstica que o som apresenta de ser forte ou fraco e depende da amplitude da vibrao

    que o provocou. Varia tambm conforme a distncia entre a fonte e o ouvinte. Ao tocar um instrumento musical,

    quando se quer produzir um som mais intenso, impulsiona-se com maior energia a fonte de origem. Num violo, por

    exemplo, separando-se mais uma corda da posio de repouso e, em seguida, liberando-a, obtm-se um som mais

    intenso.

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    1.4.2 A altura, embora freqentemente seja confundida com a intensidade, um fenmeno diferente. Trata-se da

    caracterstica que o som apresenta de ser grave ou agudo e depende da frequncia do movimento vibratrio.

    Conforme aumenta o nmero de vibraes por unidade de tempo, o som torna-se mais agudo.

    1.4.3 O timbre a qualidade que permite distinguir a natureza da fonte emissora. Os sons musicais no so simples,mas compostos de um som fundamental acompanhado de sons secundrios (o ouvido percebe a soma de todos). O

    som fundamental o mais grave e determina a altura dos secundrios, que so chamados harmnicos. O timbre

    depende dos harmnicos e suas intensidades. A reunio do som fundamental mais os harmnicos chama- se som

    complexo. Dois sons complexos podem possuir o mesmo som fundamental e os mesmos harmnicos, mas ter

    timbres diferentes, em virtude de as intensidades dos harmnicos no serem iguais.

    Figura 6. Timbre de diferentes instrumentos musicais

    1.5 Rudo

    Tm-se tentado muitas definies para o rudo, desde as puramente fsicas, s da teoria da comunicao.

    Cada uma serve para o seu prprio mbito de trabalho. Aqui, chamaremos de rudo a todo o som que no seja

    desejado pelo receptor. Em Arquitetura, o rudo ser importante na medida em que afeta as pessoas que trabalham,ou vivem em edifcios. O rudo pode afetar de vrias formas:

    - pode ser to forte que cause dano imediato ao ouvido;

    - pode ser forte para causar dano permanente ao ouvido, se a pessoa est exposta a ele por muito tempo;

    - pode ser suficientemente forte para interferir na audio de msica, ou de um texto lido;

    - pode ser perturbador, simplesmente.

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    1.6 Energia de uma onda sonora

    Uma onda como aquela da Fig. 2, compe-se de duas formas distintas de energia. Uma relacionada com a

    energia necessria para mudar a presso a partir da presso atmosfrica, dada pela integral ao longo da onda (p dV);

    a outra a energia cintica devido ao movimento do ar, dada pela integral de(u2

    /2)(dV).

    Assim, a energia de uma onda de rea A, dada por:

    Energia da onda = dVu

    dVp2

    2

    (6)

    Onde a rea da onda dada em relao ao volume:

    .AV (7)

    Considerando que, por definio:

    d

    dpc

    2 (8)

    Para uma massa constante: oVoV (9)

    Ento: oV

    dV

    o

    d

    (10)

    Substituindo a Eq. (10) na Eq. (7) e posteriormente a Eq. (8), e integrando de 0 a , considerando que

    pequeno, resulta:

    fc

    ApondadaEnergia o

    2

    2

    (11)

    Assim, a energia de uma onda proporcional ao quadrado da amplitude de presso (po).

    1.7 Intensidade, potncia e presso

    A Eq. (11) fundamental no estabelecimento da relao entre a potncia e a presso sonora atravs da

    intensidade. Essa relao importante uma vez que uma fonte sonora se caracteriza pela potncia que ela gera, a

    qual no pode ser medida. A fonte sonora provoca, no entanto, ondas sonoras de presso no ar circunvizinho cuja

    intensidade passvel de medio. Alm disso, a capacidade de percepo do ouvido humano diretamente

    relacionada ao nvel de presso sonora.

    A intensidade (I) definida como sendo a taxa qual a energia sonora passa por um ponto por unidade de

    rea. Em um campo sonoro, a intensidade o nmero de Joules por segundo que atravessam uma rea de um metroquadrado, tendo, portanto, unidades de W/m2. Um modo de calcular a intensidade seria multiplicar a energia pela

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    taxa qual as ondas passam por um ponto (ou dividir pelo perodo), dividindo o resultado pela rea. Uma vez que a

    taxa de passagem das ondas a frequncia, resulta:

    c

    p

    A

    fcApfI oo

    2

    2/ 22

    (12)

    A presso eficaz uma medida da presso da onda sonora. O uso de uma presso eficaz se justifica porque

    o som apresenta uma flutuao na presso sonora. A presso sonora sempre medida em valores eficazes, pois esta

    se relaciona diretamente com a energia da onda transportada. A presso eficaz usada na forma de prms(root mean

    square, ou raiz quadrada do valor mdio quadrado) e obtida por:

    dttpT

    p

    T

    rms 0

    2 )(1

    (13a)

    Ou, em sistemas onde no se conhece a funop(t)e se dispe de uma srie de dados medidos:

    N

    p

    p

    N

    irms

    1

    2

    (13b)

    Para uma onda de presso senoidal aprms igual a po/2, ou 0,707po.

    Uma relao alternativa para a Equao (12) pode ser obtida usando o valor eficaz da presso para uma

    onda pura senoidal como aproximao:

    c

    pI rms

    2

    (14)

    Entretanto, uma fonte sonora localizada em um dado recinto emite uma potncia acstica, em Watts, mas

    no se pode dizer que a uma dada distncia da fonte ocorre uma potncia, mas sim, uma dada intensidade. Assim, se

    uma fonte de potncia W, irradia uniformemente em todas as direes, a intensidade a uma d istncia r da fonte,

    para radiao direta da fonte, sem reflexes, dada pela potncia dividida pela rea superficial de uma esfera de raio

    r, isto :

    24 r

    WI

    (15)

    A Equao (14) relaciona a intensidade sonora com amplitude da flutuao de presso, ao passo que a

    Equao (15) relaciona a intensidade com a potncia para radiao direta de uma fonte sem direes preferenciais. A

    importncia dessas relaes deve-se a capacidade dos instrumentos de medir a prms2, que proporcional

    intensidade. A converso de uma medida de intensidade para potncia exige ainda o conhecimento das

    caractersticas acsticas do recinto.

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    Algumas potnci as sonoras mximas:

    voz feminina = 0,002 W

    voz masculina = 0,004 W

    piano = 0,27 W

    tambor (surdo) = 25 W

    orquestra = 70 W

    automvel a 70 km/h = 100 W

    avio a jato = 10000 W

    1.8 Nvel de intensidade e nvel de presso sonora

    A faixa de intensidades sonoras, s quais o ouvido responde, muito ampla. Por exemplo, para uma

    frequncia de 1000 Hz, o limiar da audibilidade (ou seja, o som mais fraco que uma pessoa mdia pode ouvir) em

    torno de 10-12 watt/m2. Para essa frequncia, o outro limite extremo, para o qual o ouvido comea a doer ,

    aproximadamente, 1 Watt/m2, ou seja 1012vezes aquela.

    Sendo a faixa to ampla, resultaria muito difcil trabalhar com tais unidades. por isso que foi definida uma

    nova unidade: o nvel de intensidade sonora.

    O nvel de intensidade sonora,NI, definido como:

    refI

    INI log10 (16)

    onde NI= nvel de intensidade, dB

    Iref = intensidade de referncia = 10-12Watts/m2= 1 pW/m2(limite inferior da audibilidade)

    Para o termo log (I/ Iref) adota-se a unidade Bel, que multiplicado por 10 equivale unidade decibel (dB),

    mais conveniente na prtica. Convm observar, que o dB (decibel), no uma unidade de medida, mas somente uma

    maneira de exprimir uma relao na forma de nvel. Valores positivos indicam aumento ou ampliao (em relao

    referncia) enquanto que valores negativos indicam uma reduo ou atenuao. Outra vantagem do uso de um nvelem base logartmica est associada ao fato que o sistema auditivo do homem s capaz de detectar variaes de

    intensidade sonora superiores a 1 dB.

    O nvel de intensidade no usado normalmente, mas ser til no desenvolvimento das relaes entre o

    nvel de potncia e nvel de presso sonora. Os dispositivos usados para medir intensidade sonora, normalmente

    medem as variaes de presso no meio, assim, mais til o uso do nvel de presso sonora, definido como:

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    refrefref p

    p

    p

    p

    c

    p

    c

    p

    NPS log20log10

    2

    2log10

    2

    2

    2

    2

    [dB] (17)

    onde NPS= nvel de presso sonora

    p = presso sonora, N/m2

    pref = presso sonora de referncia (limiar da audio) = 2 . 10-5N/m2

    O valor de 20 Pa para referncia foi escolhido em razo de representar o limite de audio. Assim, uma

    pessoa de boa capacidade auditiva pode detectar sons at 0 dB.

    O NPS e NI so aproximadamente iguais para a propagao do som no ar em condies normais. Se aequao da intensidade, Eq. (14), for substituda na equao de definio do nvel de intensidade sonora, Eq. (16),

    resulta:

    12

    2

    10

    /log10

    cpNI rms

    Adotando-se para o ar = 1,18 kg/m3e c = 344 m/s, resulta, comparando com a Eq. (17)

    NPS

    pNI rms

    25

    2

    1002,2log10 (18)

    Alm do NPS e NI, tem-se a terceira grandeza acstica importante, o nvel de potncia sonora, NWS,

    definida como:

    Wo

    WNWS log10 [dB] (19)

    onde NWS= nvel de potncia sonora, dB

    W = potncia emitida pela fonte, W

    Wo = nvel de referncia, W (1 pW = 10-12W)

    A Figura 7 mostra as equivalncias entre o nvel de presso sonora NPS (dB), a presso sonora (N/m 2) e a

    intensidade sonora I (W/m2).

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    Figura 7. Equivalncias entre nvel de presso sonora NPS (dB), presso sonora (N/m2) e intensidade

    sonora I (W/m2).

    1.9 Aspectos Psico-fisiolgicos do som

    Para transformar as ondas sonoras que atingem o ouvido carregando as informaes que devem ser

    transmitidas ao crebro, o sistema auditivo transforma as variaes de presso que chegam ao ouvido em variaes

    de voltagem eltrica, que os nervos transportam ao crebro (Figura 8).

    Entretanto, a percepo da intensidade do som, que feita atravs de fibras nervosas, no ocorre de forma

    homognea em toda gama de frequncia audvel. A membrana basilar (Figura 9), onde clulas transformam a

    vibrao em impulsos eletro-qumicos para serem transmitidos ao crebro atravs do nervo auditivo, percebe a

    intensidade da onda sonora de forma diferente para cada frequncia de onda.

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    Figura 8. Sistema auditivo humano

    Figura 9. Percepo de Alturas no Ouvido

    Por esse motivo devemos corrigir o grfico do espectro fsico, a partir dos resultados da experincia que

    definem uma srie de linhas de igual sensibilidade em funo das diferentes frequncia de vibrao. Essas curvas

    definem uma nova escala de nveis sonoros: o nvel subjetivo de sonoridade, cuja unidade, ofon, foi definida para

    cada curva, coincidindo com o nvel objetivo na frequncia de 1000Hz (Fig. 10).

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    Figura 10. Curvas Isofnicas

    Como a resposta do ouvido humano no a mesma em todas as frequncias, podemos generalizar no

    grfico a seguir (Fig. 11) como os limiares de audio e de dor variam dentro do espectro acstico para as pessoas de

    audio mdia.

    Figura 11. Limites de sensibilidade auditiva em funo de frequncia

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    1.10 Eco

    O eco acontece quando recebemos sucessivamente um som com sua repetio mais ou menos fiel um

    instante depois, percebidos separadamente. necessrio que a membrana basilar descanse, um mnimo de 50 msdepois de vibrar com o primeiro som, para vibrar e transmitir a nova mensagem. O processo complexo e

    compreende relaes de tempo com relaes de intensidade entre o som original e o eco, mas, de forma geral,

    dizemos que poder existir eco se a diferena entre a chegada do som original ao ouvido e o primeiro som refletido

    for maior do que 50 ms.

    1.11 Medidor de nvel de intensidade sonora (decibelmetro)

    A Figura 12 representa a relao entre as medidas fsicas e as fisiolgicas do som. Para definir a

    perturbao causada por um rudo determinado, ser necessrio ento medi-lo em vrias frequncias e corrigir a

    curva resultante, conforme as curvas fisiolgicas. Os especialistas em Acstica tm inventado uma srie de unidades

    e formas de clculo para corrigir os valores de leitura fsica. Neste texto vamos nos reduzir a estudar uma das formas

    de aproximao do problema.

    O mtodo baseia-se em inserir filtros corretores no interior do prprio aparelho de medida do som

    (decibelmetro), de forma a obter valores nicos para rudos complexos, em vez de uma srie de valores dependendo

    das frequncias.Os filtros, que so circuitos eletrnicos de sensibilidade varivel com a frequncia, funcionam como

    atenuadores, usando curvas pr-fixadas. As curvas A, B e C foram criadas para reproduzir a resposta do ouvido

    humano perante os sons de aproximadamente 40, 70 e 100 fones, respectivamente.

    Hoje, entretanto, somente a curva A largamente usada, uma vez que os circuitos B e C no fornecem boa

    correlao em testes subjetivos. Os nveis mostrados na Fig. 10 so nveis relativos, isto , para um NPS de 70 dB

    em 1.000 Hz, o ouvido humano recebe integralmente 70 dB(A), entretanto, se este nvel est a 50 Hz, o ouvido

    humano percebe um NPS50= 70 + Resposta relativaNPS50= 70 -30 = 40 dB.

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    Figura 12. Resposta relativa (dB) em funo de frequncia

    1.12 Combinao de fontes sonoras

    Uma vez que o som pode ser resultante de mais de uma fonte, necessrio um mtodo para a determinao

    doNPStotal a partir dosNPSindividuais de cada fonte.

    Considerem-se duas fontes e um receptor, sendo NPS1 e NPS2 os nveis de presso sonora no receptor

    quando as fontes atuam separadamente. Quando as fontes atuam simultaneamente NPS NPS1 + NPS2, logo os

    valores no so aditivos. A intensidade I no receptor, entretanto a soma das contribuies individuais de cadafonte. Esta proposio s verdadeira se os rudos foram aleatrios, no sendo vlida, se as fontes emitirem tons

    puros de uma mesma frequncia. Neste caso as ondas podem reforar-se ou anular-se parcialmente.

    Se fonte sonora que contribui com o maior NI for atribudo o ndice 1 e a relao I = I1 + I2 for

    considerada, sendo o ar o meio de propagao, resulta:

    1210

    21log10log10

    II

    refI

    ININPS (20)

    )1

    21log(1012

    10

    1log1012

    10

    )1

    21(1

    log10I

    III

    II

    NPS

    (21)

    S que: 111210

    1log10 NPSNII

    (22)

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    Da relao NPS NII

    I 10

    0

    log => 100 10

    NPS

    II (23)

    Aplicando para I1e I2, resulta: 1001

    1

    10

    NPS

    II e 10022

    10

    NPS

    II

    Substituindo I1e I2na equao (21), resulta:

    )101log(10 10/)(121 NPSNPSNPSNPS (24)

    Assim, oNPScombinado igual ao maior NPSsomado a uma expresso dependente da diferena NPS1-

    NPS2. A expresso a ser adicionada ao NPS1 apresentada graficamente na Figura 13. O grfico mostra que quando

    duas fontes de igual intensidade so combinadas (NPS1 -NPS2 =0), a intensidade resultante 3 dB maior que as

    intensidades individuais. Se uma fonte apresenta um NPS de 10 dB menor que outra, o NPS resultante da

    combinao ser 0,4 dB maior que o maior NPS.

    Figura 13. Combinao de fontes sonoras

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    1.13 Exerccios resolvidos

    1.1Trs fontes sonoras proporcionam valores de NPS coincidentes em um receptor. Qual o NPS da combinao?

    De acordo com a Fig. 8:

    NPS NPS NPS

    NPS + 3

    (NPS+3) + 1,7

    NPS + 4,7

    1.2 Uma multiplicao da intensidade sonora por 10, corresponde um acrscimo de quantos dB no nvel de

    intensidade sonora?

    NI' =Iref

    I

    Iref

    I 10log10

    'log10

    =Iref

    I

    Iref

    Ilog1010log10log10

    NI'= NI + 10 dB

    1.3Calcular NI para I'= 2I

    NI' =Iref

    I

    Iref

    I 2log10log10

    =Iref

    I

    Iref

    Ilog100103,3log2log10

    NI'= NI + 3 dB

    1.4Calcular NI(I1+ I2), sabendo que NI1= 80 dB e NI2= 70 dB.

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    NI =12

    10

    log10I

    101012

    10

    NI

    I I1 12

    80

    1010 10 0 00010 ,

    I212

    70

    1010 10 0 00001 ,

    I=I1+I2

    NI = 100 00011

    10 80 4112log

    ,, dB

    1.5Propagao do som ao ar livre.

    Tomemos uma fonte que emite um som a uma potncia W, em um ambiente sem obstculo (emisso

    esfrica). Calcular a reduo no nvel de intensidade sonora para uma distncia r2= 2r1.

    As intensidades a uma distncia r1e r2, so respectivamente:

    IW

    r1 124

    e IW

    r2 224

    F

    r1

    r2

    A reduo no nvel de intensidade sonora de um ponto a outro dada por:

    Nred = NI1- NI2

    onde:

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    refI

    INI 1log101 e

    refI

    INI 2log102

    ento:

    refI

    I

    refI

    INred 2log101log10

    2

    1log10/2

    /1log10

    I

    I

    refII

    refIINred

    1

    2

    log2021

    22

    log10

    224

    214

    log10 r

    r

    r

    r

    W

    r

    r

    W

    Nred

    62log201

    12log20 r

    rNred dB