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As transformações recentes do sistema internacional e a transição economia baixo carbono Eduardo Viola Professor Titular Instituto de Relações Internacionais Universidade de Brasília

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As transformações recentes do sistema

internacional e a transição economia baixo carbono

Eduardo Viola Professor Titular Instituto de Relações Internacionais Universidade de Brasília

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SOCIEDADE DO CONHECIMENTO GLOBALIZADA COM HEGEMONIA DAS DEMOCRACIAS DE

MERCADO. CONVERGENCIA FUNDAMENTALMENTE ECONOMICA,

MAS TAMBEM POLITICA E CULTURAL. INTENSIFICAÇAO CRESCENTE DA GLOBALIZAÇAO EM TODAS AS DIMENSOES: ECONOMICA (COMERCIAL, FINANCEIRA E PRODUTIVA), POLÍTICA, MILITAR, SOCIO-CULTURAL E AMBIENTAL.

REDE DEMOCRACIAS DE MERCADO NO CENTRO DO SISTEMA: NAFTA, UNIAO EUROPEIA, JAPÃO/CORÉIA DO SUL/ AUSTRALIA, INDIA, BRASIL/CHILE, AFRICA DO SUL E TURQUIA/ISRAEL. SISTEMA DE ALIANÇAS MILITARES COM CENTRO AMERICANO: OTAN, PACTOS EUA/JAPAO, COREIA DO SUL/AUSTRALIA/ISRAEL.

CHINA CONVERGENCIA CRESCENTE. RUSSIA CONVERGENCIA E REVERSAO.

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Aquecimento global: extrema dissonância entre discurso e comportamento dos atores

Discursos favoráveis à redução das emissões. Comportamento inercial aumento das emissões. Emissões crescem 3% ao ano no período 2002-2007. todos crescem emissões. 28 bilhões toneladas em 2007.Tamanho de emissões, ritmo crescimento, emissões per cápita, emissões por unidade de PIB. China (22%, 8%), EUA (20%, 0,5%); União Européia (15%, 0,3%); Índia (8%, 10%); Rússia (6%, 5%); Indonésia (5%, 10%); Brasil (4%, 3%, redução forte 2005-2007); Japão (3%, 0,2%)

Tipos de mudança climática: incremental (já em curso), perigosa (aumento da temperatura media acima de 2 graus), catastrófica (desequilibrio exponencial com parada da corrente do golfo).

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Transição para uma economia de baixo carbono:

Cunhas econômicas e tecnológicas Parte importante do stock capital fixo em 2050 não foi construído ainda. Relatório Stern 2006.

1- Aumento acelerado da eficiência energética em residências, escritórios, processos produtivos, planejamento urbano.2- Aumento da proporção de energias não-fósseis renováveis -- hidroelétrica, eólica, solar e bio-combustíveis.3- Aumento da proporção de energia nuclear.4- Fim do desmatamento.Reflorestamento e Florestamento 5- Tecnologias agrícolas eficientes.6- Uso eficiente agua.7- Carros híbridos: elétrico e etanol.8- Aviões com materiais leves e eficiência energética9- Captura e estocagem de carbono fóssil.10- Célula de hidrogênio.11- Investimento internacional em pesquisas novas tecnologias

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Incentivos para negociar e dificuldades da negociação

1- Todos os países estão ameaçados pelo aquecimento global e suas elites agora estão percebendo mesmo que em graus variados. Os países tem percepções diferentes sobre a combinação apropriada de mitigação e adaptação segundo percepção de vulnerabilidade e responsabilidade pela ação coletiva.

2- O impacto será maior quanto menor a renda per capita e a intensidade tecnológica da sociedade.

3- O custo de mitigar é menor que o custo do impacto do aquecimento. O custo de mitigar é mais alto em economias mais ricas e mais intensivas em carbono; e mais baixo em economias mais pobres e menos intensivas em carbono.

4- Custo/beneficio distribuído de modo desigual entre as gerações.

5- No caso de mudança climática catastrófica o impacto é devastador para todos independente de renda e tecnologia.

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Custo econômico comparativo de redução de emissões

Custo diferencial redução de emissões :

1-Brasil, custo muito baixo.Reduzir 2/3 do desmatamento custaria mínima proporção PIB em fiscalização, repressão e pagamento serviços.

2- Estados Unidos, Canadá, Austrália e México. Boa margem para aumento eficiência energética e de-carbonização matriz. Custo baixo.

3- Japão, União Européia e Coréia do Sul. Já são mais decarbonizados e mais eficientes energeticamente. Custo médio.

4- China, Índia, África do Sul, Rússia e Indonésia. São muito intensivos energia fóssil. Custo alto.

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Cenários alternativos Aquecimento global transformando-se no

principal desafio do sistema internacional, combinando economia, energia, segurança e ambiente.

Estabilidade do clima tem sido um fundamento do desenvolvimento da civilização desde ultima era glacial.

Tendências e vetores extremadamente complexos e contraditórios.

Esforço heurístico de mapear cenários alternativos futuros: Hobbesiano, Quioto aprofundado, Grande Acordo.

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1- Cenário HobbesianoO nível de cooperação no sistema internacional se mantém baixo como ate agora.

Compromissos um pouco acima dos atuais dos paises desenvolvidos, incluindo os EUA e Austrália. Compromissos difusos dos emergentes.

Existe apenas uma débil liderança européia e japonesa.

Emissões e concentração de gases estufa na atmosfera continuam crescendo em ritmo muito alto.

Quando se agravem os fenômenos climáticos extremos será muito difícil e provavelmente tarde para mudar o rumo da civilização. Alta probabilidade de mudança climática perigosa e risco de mudança catastrófica.

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2- Cenário Quioto aprofundado

Se negocia com sucesso um acordo mais abrangente no âmbito da ONU.

Compromissos maiores que os atuais dos paises desenvolvidos, incluído EUA.

Compromissos muito limitados dos países emergentes.

Emissões globais declinam seu crescimento em meados da próxima década, mas a perspectiva de estabilização é remota.

Quando se agrave a situação será difícil mudar de rumo e será mais provável a mudança climática perigosa.

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3- Cenário Grande AcordoGrandes emissores negociam transição economia baixo carbono. Lócus institucional G8+5. Liderança EUA-EU-Japao-Brasil. Utilização máxima de instrumentos de mercado e minimização de comando e controle centralizados. Caps and Trade e Imposto combinados. Mudança gradual de impostos sobre renda e trabalho para carbono. EUA, China, UE e Índia tem capacidade de veto. Compromissos precisos e diferenciados: mais ricos mais fortes e acelerados. Proposta Stern. Claros mecanismos de “compliance”.Negociação é referendada na ONU, resto dos paises adere seguindo os princípios acordados entre grandes.Emissões globais se estabilizam em fim da próxima década e começam a se reduzir posteriormente. Diminui muito risco mudança climática perigosa.

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Brasil: posição muito singularParticipa com 2,5% do PIB global, 2,8% da população global e 4% das emissões globais de carbono.

85% da eletricidade origem hidroelétrica;50% das emissões de carbono causados pelo desmatamento da Amazônia e do Cerrado. 80% do desmatamento é ilegal. Estados Amazônia 11% pop, 6% PIB, 50% das emissões. Transporte excessivamente rodoviário; infra-estrutura pobre. Combustível líquidos leves (etanol) e potencialidades do biodiesel. Potencial hidroelétrico, bio-combustivel, eolico, solar, nuclear. Custo reduzir emissões muito baixo, porque concentrado em redução desmatamento Amazônia e cerrado. Drástico aumento eficiência conversão.

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Necessidade mudança posição brasileira

Posição brasileira Quioto: Afirmação direito a desmatar. Impotência para diminuir o desmatamento. Evitar florestas no regime.Negação vulnerabilidade.

Mudança parcial e silenciosa de posição.

Reforço do estado de direito na Amazônia, fortalecendo órgãos federais, estaduais e municipais de monitoramento, fiscalização e repressão do desmatamento. Bolsa floresta, Amazonas.

Aumento da eficiência na conversão de parte da floresta para hidroeletricidade, agricultura e madeira.

Interesse vital do pais em mitigar o aquecimento global e atingir segurança climática. Compromisso assumido no âmbito global tende a criar ciclo virtuoso de apoio internacional às forças domésticas contra desmatamento.