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[Neurobranding: Manual de como vender através da emoção], por [Sandra Regina da Luz Inácio] 1 NEUROBRANDING: MANUAL DE COMO VENDER ATRAVÉS DA EMOÇÃO. Autora: Sandra Regina da Luz Inácio

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NEUROBRANDING: MANUAL

DE COMO VENDER ATRAVÉS

DA EMOÇÃO.

Autora: Sandra Regina da Luz Inácio

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©2012 by Sandra Regina da Luz Inácio.

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parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor

(Lei nº 5.988/73) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

CAPA E COMPOSIÇÃO: ANITA LEITE

FICHA CATALOGRÁFICA

Inácio, Sandra Regina da Luz

Neurobranding: Manual de como vender através da

emoção, 2012. Bibliografia

1. Administração de Empresas 2. Marketing digital 3. E-commerce 4. Neurociência

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AGRADECIMENTOS

A todos aqueles que me disseram NÃO na vida. Porque me impulsionaram a

conseguir tudo que desejei.

A todos que me criticaram, pois, foi com as criticas que me tornei um ser humano

melhor.

A todos aqueles que não acreditaram, porque me ensinaram a acreditar em mim.

Não faça das tuas verdades as verdades para o outro... você poderá estar

interferindo em seu crescimento espiritual. Cada um busca a verdade quando assim

necessitar e quando estiver preparado para recebê-la (a autora).

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DEDICATÓRIA

Esta obra é dedicada a todos aqueles que foram, são e ainda serão meus alunos.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO II – O QUE A NEUROCIÊNCIA EXPLICA? 11

2.1 - Um breve histórico sobe a neurociência 11

2.2 – Algumas descobertas mais atuais 15

2.3 – Onde a neurociência pretende chegar? 17

2.4 - Pontos de discussão 19

RESUMO DO CAPÍTULO 21

CAPÍTULO III – NEUROPERCEPÇÃO 23

3.1 – Neuroimagem 23

3.1.1 – Como o cérebro processa as cores das imagens 24

3.1.2 - Imagens 3D (terceira dimensão) 26

3.1.3 - Ilusões para o cérebro 27

3.2 – Ilusões ópticas, sistemas sensoriais e cognitivos 29

3.3 - Características dos sistemas sensoriais 30

3.3.1 - Sistemas cognitivos 31

3.3.2 - Outros sentidos humanos 32

3.3.3 - Espaço geográfico 34

3.4 – Neuropsicologia 35

3.4.1 - O que faz um neuropsicólogo? 35

3.4.2 - Qual a diferença entre um Neuropsicólogo e um Neurologista? 36

RESUMO DO CAPÍTULO 37

CAPÍTULO IV – O MILAGRE DAS NOTAS MUSICAIS 39

4.1 – Neuroaudição 39’

4.1.1 - O efeito Mozart 42

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4.1.2 - O efeito da overdose musical 43

4.3 – Como tirar amplo proveito da música? 44

4.3 - A musicoterapia 48

4.4 - Efeitos de algumas músicas no cérebro e atitudes 49

RESUMO DO CAPÍTULO 53

CAPÍTULO V – S-COMMERCE (COMÉRCIO SOCIAL) 55

5.1 – A influência da mídia no comportamento e decisão do cliente 55

5.2 - A fácil criação de comunidades virtuais 56

5.3 - Categorias de negócios pela internet 56

5.4 – Compras coletivas 59

5.4.1 - As etapas para divulgação de compras coletivas 60

5.4.2 – A compra por impulso 61

5.4.3 – Perfil do consumidor de compras coletivas 61

RESUMO DO CAPÍTULO 62

CAPÍTULO VI – NEUROMARKETING 65

6.1 - Quais os objetivos do neuromarketing? 66

6.2 - O primeiro grande caso de neuromarketing no mundo 66

6.2.1 - A vitória da Coca-cola 67

6.3 – Alguns casos de sucesso 69

6.4 - Como fazer os pães-duros comprar 69

6.5 - A saga do hipermercado 70

RESUMO DO CAPÍTULO 77

CAPÍTULO VII – NEUROBRANDING 78

7.1 – Como funciona o sistema de recompensa em nosso cérebro 79’

7.2 – Técnicas usadas no neurobranding 82

7.3 – Exemplos práticos de neurobranding 84

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7.4 - Para facilitar sua tarefa, eis algumas dicas: 87

7.5 - Marcas que são resposta emocional 89

7.6 - Uma história interessante de sucesso 91

7.7 – Algumas dicas para a aplicação do neurobranding para indução da compra

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RESUMO DO CAPÍTULO 95

CAPÍTULO VIII – NEUROECONOMIA 97

8.1 - O Dinheiro Motiva? 98

8.2 – O dinheiro e seus efeitos 100

8.3 - Compras on-line movem a neuroeconomia 104

RESUMO DO CAPÍTULO 110

CAPÍTULO IX – NEUROÉTICA 111

9.1 - A batalha pela sua mente: trabalhando com mensagens subliminares 112

9.1.1 - Efeitos no subconsciente 113

9.1.2 - As impressões 113

9.1.3 - O Domínio da Mente Alheia 114

9.1.4 - Mensagens subliminares na mídia 114

9.1.5 - As Campanhas Publicitárias 115

9.1.6 - Equivalente, paradoxal e ultraparadoxal 116

9.1.7 - Técnica da Voz Ritmada e Conversão 118

9.1.8 - Seis Técnicas de Conversão 118

9.1.9 - Processo de Decognição 121

9.1.10 - Técnicas de Persuasão 124

9.1.11 - Programação Subliminar 127

9.1.12 - Abuso das Massas 128

9.1.13 - Vibrato 129

9.1.14 – Elf 129

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9.1.15 - O Neurofone 130

9.1.16 - Principais causas da cegueira organizacional: 131

9.1.17 - A Doença do Saber 132

9.1.18 - O papel do cérebro humano 133

RESUMO DO CAPÍTULO 138

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 140

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 144

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1. INTRODUÇÃO

Hoje não adianta a empresa ter um excelente produto ou serviço se não conseguir

atingir seu público-alvo. Estará fadada ao fracasso, não tendo chances no mercado

agressivo que aplica sem medir conseqüências ou ética o neuromarketing e

neurobranding.

É um tema polêmico, onde os EUA fazem pesquisas diversas com ressonância

magnética e outros aparelhos para medir o que ocorre no cérebro do consumidor e

do vendedor na hora da compra.

Embora, sejam evidentes as estatísticas de que 85% de nossas compras são

puramente induzidas, ainda não se conseguiu provas o suficiente para processar

empresas e agências de propaganda e publicidade.

O neuromarketing e o neurobranding estão ai e em minha opinião é um caminho

sem volta, devido à geração de milhões de empregos, crescimento de países, etc. É

um fator que gera a neuroeconomia, isso todos nós sabemos que é fator primordial

para o crescimento de qualquer nação.

Mesmo que seja provado totalmente, mesmo assim, acredito que haja restrições dos

governos, pois, é a neuroecomia hoje que geri a demanda, vendas crescimento, etc.

A Neuroética tenta por todos os meios “barrar” estes procedimentos que a seu ver

são antiéticos, mas por outro lado, gera-se emprego, empresas nascem, crescem,

consumidores desejam consumir.

“Todos” de um modo geral estão felizes!

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Como combater tanta felicidade assim?

É uma pergunta difícil de responder, mais difícil ainda de se analisar olhando-se

pelo caminho ético e pelo caminho crescimento econômico.

Este livro aborda técnicas, ferramentas e segredos do neuromarketing e do

neurobranding, uma ciência perigosa, mas necessária na sociedade de hoje “a

sociedade do consumismo sem barreiras”.

Comparo-a uma droga que todos já estão viciados e que será muito difícil

voltarmos a sermos meros não consumidores.

A felicidade é o que o ser humano busca sua vida inteira, seja em um

relacionamento, em uma propriedade imóvel, seja em um produto, serviço, o que

desejamos é sermos felizes, temos “recompensas” o tempo inteiro... e quanto mais

recompensas temos, mais queremos.

Nos dias atuais, ninguém consegue ser feliz se não tiver a última tecnologia, ter a

informação antes de todos, ter o poder de “possuir” aquilo que seu ego desejar,

mesmo que a felicidade seja momentânea... não importa, o importante é sermos

felizes através do consumo sem barreiras, sem questionamentos e sem análises

prévias.

Muitas vidas já foram “arrasadas” e muitas ainda o serão... porque somos humanos

e precisamos ser felizes e o consumo nos proporciona felicidade, mesmo que

imediata e não duradoura, mas queremos ser felizes neste instante, neste segundo,

como se fosse o ultimo.

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CAPÍTULO II – O QUE A NEUROCIÊNCIA EXPLICA?

O intrigante e fantástico universo do cérebro humano: seus desejos, suas decisões,

seu intimo de cada ser humano de forma diferenciada.

Nesta era não somente os cientistas, mas também empresas de todos os portes, em

todos os nichos de mercado, todos querem descobrir como utilizar de forma ética

ou não esta fantástica máquina que produz sonhos, realidades e que pode ser muito

fácil de ser manipulada.

2.1 - Um breve histórico sobe a neurociência

Nossos ancestrais há pelo menos quatro mil anos A.C, já faziam cirurgias em

nossos cérebros, isso tinha o nome de trepanação. Consistia em perfurar um

buraco no cérebro à mão, com a espessura mais ou menos entre 2,5 a 3,5 cm de

diâmetro, com o ser humano vivo, sem nenhum tipo de anestesia ou assepsia. Esta

cirurgia durava em torno de 30 a 60 minutos. Só não sabemos o percentual de

êxitos em relação ao de fracassos.

No antigo Egito o cérebro era considerado a sede da alma e um grande “banco de

dados” de memórias. O restante do corpo era preservado para o pósvida. Sendo o

cérebro removido e descartado.

Para eles, o coração era a sede da consciência e pensamentos, esta idéia permaneceu

até o filósofo Hipócrates, aonde se chegou à conclusão que o cérebro era o órgão

responsável pela sensação, isso foi em IV a.C.

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Hipócrates, considerado então o pai da medicina (460-379 A.C), chegou à

conclusão que o cérebro também era a sede da inteligência. Sendo ele que fizera a

seguinte citação:

O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então, de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos loucos e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas essas coisas provêem do cérebro quando este não está sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.” (Hipocrates, Da Doença Sacra, IV A.C)

No entanto, o filósofo Aristóteles (384 – 322 A.C) acreditava que o coração seria o

centro da inteligência, sendo um radiador que esfriava o sangue quando muito

aquecido pelo coração. Para ele o comportamento não se explicava pelo cérebro.

Galeno (130 – 200 A.C), que era médico como Hipócrates, e talvez por este motivo

acreditasse nas teorias de Hipócrates.

Como era o médico de gladiadores, obteve experiências dos danos na espinha ou

no cérebro. Através destas experiências, Galeno sugeriu que o cérebro fosse o local

onde ficavam as sensações e que o cerebelo deveria comandar os músculos. Tal

dedução não estava muito longe da verdade.

Por meio da abertura do cérebro, Galeno descobriu que ele possuía cavidades

(ventrículos), prevalecendo a teoria de que nosso corpo funcionava de acordo com

a movimentação dos fluídos vitais, ou humores. E que as sensações eram iniciadas

pelos movimentos dos ventrículos, por meio dos nervos, que acreditava serem

tubos como são as veias.

Entre 1596 e 1650, o matemático e filósofo francês René Descartes, acreditava e

defendia a teoria de que era inconcebível que somente através do cérebro pudesse

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se explicar o comportamento humano em sua totalidade. Ele acreditava que o

homem possuía o intelecto e alma era dada por Deus, ao contrário dos animais que

para ele não possuíam intelecto e nem alma.

Acreditava também que a mente era espiritual que recebia comandos através da

comunicação com o cérebro através da glândula pineal.

Antes da criação do microscópio, isso já no século XVIII, acreditava-se que o

tecido neural do cérebro tinha uma função glandular, isto é, que os nervos

conduziam os fluidos produzidos pelo cérebro e medula espinhal para o restante do

corpo.

No final do século XIX, o médico italiano Camillo Golgi e o histologista espanhol

Santiago Ramón y Cajal conseguiram descrever com detalhes as estruturas das

células neurais.

Após muitos anos, os estudos de Charles Darwin sobre a evolução formaram o

alicerce para a observação da ação e do comportamento humano. Originando assim

a psicologia experimental, o estudo do comportamento humano controlados.

Pierre Flourens, na década de década de 1820, na França, tentou isolar as

diferentes partes do sistema nervoso para explicar o comportamento, utilizando a

técnica de remoção em animais dos centros funcionais. Ao qual chegou a seguinte

conclusão:

“Todas as percepções, todas as volições ocupam o mesmo local nesses órgãos cerebrais; as faculdades de perceber, de conceber, de querer, constituem, simplesmente, uma faculdade que é, em essência, uma só.” (Flourens) (hipótese do campo agregado)

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A hipótese do campo agregado prevaleceu até a metade do século XIX, quando o

neurologista britânico J. Hughlings Jackson demonstrou através de seus estudos

sobre epilepsia focal, doença esta caracterizada por convulsões, provou que os

processos sensoriais e motores distintos ficavam localizados em diferentes áreas do

córtex cerebral.

Pierre Paul Broca em 1861 estudou e deixou por escrito o caso do paciente

Leborgue; que entendia o que se dizia a ele, mas era incapaz de falar. O paciente

não tinha problema motor que o impedisse de falar, pois, falava palavras isoladas e

cantava uma melodia sem apresentar dificuldade alguma. Só não conseguia frases

completas e nem expressar seus pensamentos por escrito.

Após a morte de Leborque, o exame de seu cérebro revelou uma lesão na região

posterior do lobo frontal. Através deste fato, Broca estudou oito pacientes com

quadros semelhantes e eram todos portadores de lesões nessa região. Essa

descoberta formulou um dos mais importantes princípios do funcionamento

cerebral: “Nós falamos com o hemisfério esquerdo!”.

Carl Wernicke publicou em 1876 “O Complexo Sintomático da Afasia” (o paciente

pode falar, mas não compreende a fala, nem mesmo o que ele próprio dizia).

Wernicke formulou um modelo para a organização da linguagem, esse modelo, a

percepção inicial, auditiva ou visual, as palavras faladas ou escritas seriam

transformadas em representação neural com um código partilhado pela fala e pela

escrita.

Na década de 1930, Edgar Adrian, na Inglaterra, e Wade Marshall e Philip Bard,

nos Estados Unidos, descobriram que a estimulação do tato produz atividade

elétrica em regiões determinadas do córtex cerebral. Pouco depois, Jerzy Rose e

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Clinton Woolsey e outros, depois deles, reexaminaram o conceito da arquitetura do

nosso cérebro.

Estudos recentes concluíram que o aprendizado e outras funções mentais não

possuem localização especifica no cérebro. De acordo com essa visão, a massa

cerebral, e não seus componentes neurais, são cruciais ao funcionamento do

cérebro.

Um exemplo interessante é que em alguns pacientes epiléticos, as fibras que

conectam os dois hemisférios são seccionadas para o tratamento de crises

epiléticas graves, podendo ser uma cirurgia, cada hemisfério desenvolve um

conhecimento independente do eu. Por exemplo, cada hemisfério responde a

estímulos táteis aplicados à mão oposta mas não a estímulos aplicados à mão do

mesmo lado. Isso é, quando objetos iguais são colocados nas duas mãos, o objeto

da mão esquerda não pode ser comparado com o objeto da mão direita, porque

esse objeto só pode ser identificado pelo hemisfério esquerdo, que não mais se

comunica com o hemisfério direito.

Muitos anos se passaram para se descobrir que o ser humano é dotado de várias

inteligências (inteligências múltiplas), que não é somente o cérebro que reage, mas

também o inconsciente do indivíduo que como um todo faz ser quem realmente ele

é.

2.2 – Algumas descobertas mais atuais

Conforme o neurocientista Jonah Lehrer (2007), a capacidade da dopamina

produzida pelo cérebro é capaz de prever eventos emocionais a todo instante. Ele

descobriu em um estudo feito em Stanford Psych, chefiado pela pesquisadora

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Carol Dweck, que colocou em teste dois grupos: um grupo de controle que era

denominado "serem inteligentes" e o outro grupo “seres esforçados”, com

nenhuma outra diferença. Foi dado aos dois grupos testes progressivamente mais

difícil. Dweck descobriu que o grupo dos "inteligentes" teve um resultado ruim,

quando eles acreditavam que seria o melhor resultado, devido a algumas virtudes

inatas que este grupo possuía.

Na realidade o que houve foi que o grupo dos “mais esforçados” produzia mais

dopamina na hora de executar os testes, fazendo com que estes fossem melhores

que o primeiro grupo. O cérebro destes estava em um estado constante de

recompensa, devido a competição. O desafio os motivava e produzia cada vez mais

dopamina.

Foi um dos primeiros testes realizados onde se provou que não importa se o

indivíduo é mais inteligente, o que o faz concentrar-se mais e até ganhar com mais

facilidade é o nível de dopamina que é produzida em seu cérebro (recompensa). Na

realidade é fazer com que seu cérebro dê importância aquilo que deseja aprender.

Faça uma repetição intensa e seu cérebro dirá "ISSO NÃO PARECE

IMPORTANTE, MAS ELE FICA OLHANDO PARA A MESMA COISA

REPETIDAMENTE, ENTÃO EU IMAGINO QUE DEVE SER, ENTÃO

FAREI”.

Outro experimento feito e chamado “Marshmallow Test” conduzido pelo

psicólogo americano Walter Mischel da Universidade de Colúmbia nos anos 60,

mostra-nos a seguinte história:

Era 1960 e a criançada aguardava a chegada da Professora à sala de aula. Quando

esta entrou na sala, os alunos viram que ela trazia um pacote enorme cheio de

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marshmallows. Um dos alunos que só tinha quatro anos de idade, não se conteve e

quase caiu da carteira. Antes de distribuir os marshmallows, a Professora disse que

teria que sair, mas deu instruções que voltaria em 20 minutos, quem não “atacasse”

o marshmallow até a sua volta ganharia outro como recompensa. Quem não

resistisse à tentação da gula, nada ganharia a mais, sendo este o caso de seu aluno

de quatro anos de idade.

Os pesquisadores concluíram que as crianças capazes de aguardar a volta da

professora para ganhar o segundo marshmallow apresentaram, naquele momento e

ao longo da infância e adolescência, maiores habilidades sociais, menor freqüência

de transtornos mentais e mais de 200 pontos acima nos testes de aptidão escolar

(SAT –Subject Test Scores), em relação às que não conseguiram esperar pela

recompensa. (pesquisa retirada da fonte

http://www.aprendercrianca.com.br/informacao/noticias-do-cerebro/noel-e-o-

marshmallow.

Hoje, devido a pais despreparados e sem tempo para educar, a mídia de uma forma

geral, computadores e videogames, estão pronta a receita de filhos incapazes de

adiar recompensas e cérebros que somente “trabalham por recompensas quase que

o tempo inteiro”. Enfim, o prazer tem que ser imediato,nunca adiado. Consumir,

mesmo que não seja preciso; comer, mesmo que não seja saudável, etc. vivemos na

era do “prazer imediato”, muitas vezes custe o que custar.

Ensinar as crianças e adolescentes que é fundamental adiar recompensas para a

saúde mental, para o desafio de merecer e principalmente para que se dê mais valor

aquilo que está se possuindo.

2.3 – Onde a neurociência pretende chegar?

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Conforme Gerhard Roth (2011):

“o ato consciente de vontade de nenhum modo pode ser o causador do movimento, porque este movimento já está previamente fixado por processos neuronais”.

Os avanços da neurociência e neurotecnologia (utilização da tecnologia para

medição dos experimentos da neurociência) levantam questões éticas e jurídicas.

Em primeiro lugar, quem deve ter acesso às estas informações (que são tão

particulares a cada ser humano), em segundo até quanto é permitido que outros

influenciem nossas decisões, tanto de compra, como de aquisição de atitudes e

determinadas escolhas em nossas vidas. È um caminho sem volta, onde hoje o ser

humano consome produtos/serviços, amanhã quer o poder, não importando

quantas mentes ele tenha que manipular para isso. Queira ou não, já é a nossa

realidade.

O verdadeiro objetivo dos neurocientistas deveria ser o rastreamento de doenças

graves através do cérebro, para conseguirem curas mais eficazes e rápidas. Mas,

infelizmente há neurocientistas de todos os tipos, aqueles que “venderiam”

informações valiosas para empresas e quem pudesse pagar por elas, com a

finalidade de “obter lucro”.

Para tudo na vida há um preço e sempre a dualidade. Aos que lutam por encontrar

cura para doenças, outros que fazem tudo por dinheiro. O ser humano é

manipulável e todos sabem disso. Basta um fazer e outros o seguirão. Sabemos que

nosso cérebro trabalha por padrões de repetição, por isso é tão mais fácil repetir

que criar novas ideais ou resultados. Sem falarmos do fator genético, que em uma

sociedade consumista, onde todos querem criar “vencedores”, jamais perdedores e

o fato de você não possuir é um fator de fracasso e preconceito para muitos.

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O fator que mais nos preocupa é o avanço do neurotecnologia e a questão: - Será

que um dia seremos capazes de "melhorar" os seres humanos. O que será das

futuras gerações?

Outro perigo é o consumo das drogas para o cérebro, para que o mesmo se torne

mais inteligente, para que o homem tenha melhor desempenho sexual (Viagras e

afins), drogas para todo tipo de reação que o ser humano queira ter em

determinadas situações. Estamos criando robôs, monstros ou super heróis?

São medicamentos para combater a timidez, esquecimento, sonolência, stress e uma

gama de situações que muitas vezes são provenientes do stress e da cobrança

constante de uma sociedade que “fabrica vencedores”, onde não se é permitido o

fracasso de forma alguma.

2.4 - Pontos de discussão

Moléculas conhecidas como ampaquinas (AMPA) se ligam a células nervosas e

proteínas chamadas receptores, que servem para amplificar a transmissão de sinais

de uma célula nervosa para outra, amplificando o efeito da aprendizagem.

E se o esquecimento, a xenofobia, hiperatividade e uma série de excentricidades

que compõem o caráter de uma pessoa se tornar traços opcionais ao invés das

inevitáveis, as pessoas estarão mais inclinados a discriminar os portadores dessas

características? E onde fica a livre escolha do ser humano, sua liberdade de

expressão, liberdade de ir e vir?

Muitas descobertas da neurociência podem ter profundas implicações legais.

Supomos que a maioria dos tribunais começarem a aceitar uma alegação de

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insanidade como defesa em casos criminais, como isso poderá ser provado

realmente?. Se há uma propensão para a agressão ou violência é isso for mostrado

no cérebro, um advogado pode argumentar que seu cliente não poderia controlar

seus impulsos violentos. Os tribunais teriam que aceitar exames de imagens do

cérebro como prova de defesa, o que mostraria que um indivíduo não é culpado de

um crime que cometeu. Isso é uma situação que nos remete a reflexão sobre

conceitos que devem ser muito bem examinados em vários pontos de vista.

Onde estão as limitações das pesquisas em neurociência? Podemos realmente

contar com a nossa idéia intuitiva em nossa mente? Que impacto pode ter o

domínio e entendimento completo do cérebro em nossas vidas cotidianas?

Figura 1 – Seu cérebro nas mãos de qualquer um?

Quem gostaria de saber que seu cérebro pode estar nas mãos de qualquer pessoa,

menos nas suas?

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RESUMO DO CAPÍTULO

O papel da neurociência é investigar o processo de como o cérebro aprende e

lembra, como reage às recompensas, as punições, ao que vê, sente, as cores, aos

aromas, etc. com a finalidade de estabelecer relações entre o cérebro,

aprendizagem, emoção, reações, consumo, etc.

O cérebro reage constantemente aos estímulos ambientais, levando os neurônios a

fazerem constantes novas sinapses, tornando-o mais intenso, processando mais

informações, tornando-se mais alerta em relação à atenção, memória, linguagem,

leitura, emoção, entre outras, mais investigativo e porque não, mais inteligente.

Aprendizagem, memória e emoções ficam interligadas quando são estimuladas pelo

processo de Aprendizagem e novas descobertas, trazendo estas, novas sensações ao

cérebro.

É percebido que esta fonte não se esgota, ao contrário, se renova, aumenta e

melhora com as novas descobertas feitas pela neurociência.

Sabe-se que não adianta “ser mais inteligente” se não estimular mais o cérebro, pois

são os estímulos que fazem toda a diferença em nossos comportamentos, decisões,

avaliações, julgamentos, etc.

Nosso cérebro ainda responde aos instintos primitivos. Portanto, ainda é necessário

criar pontes entre a neurociência, a prática, a educação, a ciência do

comportamento humano em relação aos estímulos diversos recebidos o tempo

inteiro.

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Somente depois de descobrirmos tudo isso, entenderemos quem realmente somos

e porque reagimos como reagirmos a algumas situações e muitas vezes não

sabemos explicar.

Mas, onde fica a questão ética? Onde fica o livre-arbítrio? Seremos seres

manipulados futuramente?

Estas questões somente o tempo poderá responder.