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Historia Antiga

Reforma Protestante e contra reforma

Indice

Introduo....................................................................................... 03Termo Reforma e protestante ........................................................ 04Termo Protestante ......................................................................... 04O Conhecimento e os Precursores ou Pr Reformados ................ 05Os precursores ou Pr Reformadores ............................................07Reforma Protestante ...................................................................... 08Lutero o Estopim da Reforma .........................................................10A Reforma calvinista ou Calvinismo ............................................ .. 12Reforma anglicana ou Anglicanismo ........................................ ..... 13A Contra Reforma ou Reforma Catlica .................................... ... 14Ordens dos Jesutas ............................................................... ..... 14Concilio do Trento ................................................................ ........ 15A Inquisio ........................................................................ ......... 15Concluso .......................................................................... ...........16Referencias Bibliografica....................................................... ....... 17

INTRODUO: A Histria nos conta que os seguidores do cristianismo nem sempre formaram um grupo coeso e harmnico. O sculo XI se viu com a separao entre Igreja catlica do Ocidente (com sede em Roma) e a Igreja catlica do Oriente (com sede em Constantinopla). Esta ltima ficou sendo conhecida como Igreja Ortodoxa e a primeira como Igreja Catlica Romana. No sculo XVI, na Europa Ocidental, ocorreu outro rompimento da cristandade, e este episdio ficou sendo conhecido como Reforma Protestante. Durante a Idade Mdia1, os povos europeus cristos reconheciam a Igreja Catlica2 como a nica autoridade espiritual existente, no havendo salvao da alma fora dela. A Igreja vinha concentrando, ao longo dos anos, um imenso poder, no apenas espiritual, mas tambm material e poltico. Seus altos mandatrios, o papa, os cardeais e os bispos, estavam mais preocupados em exercer esse poder, em aumentar seus domnios e sua influncia, do que em oferecer conforto espiritual s populaes. Estas se viam, sem nenhuma assistncia por parte do clero, ocupado em servir nobreza nas capelas senhoriais. Os imperadores, tentando sempre obter mais poder poltico e econmico, viviam em permanente conflito com os papas. A Igreja mantinha o controle de imensas extenses de terra e de outros bens. Isso era o motivo para os prncipes tentarem retirar este controle. No final da Idade Mdia, esse quadro foi agravando a angstia, provocada por diversos acontecimentos catastrficos, como guerras, a peste e a fome. Uma situao que levara toda a esperana do povo, como nunca havia acontecido. Na Europa do sculo XVI, era generalizada a necessidade de se encontrar algum apoio firme num mundo que parecia estar se desfazendo, que muitos afirmavam estar perto do fim. Essa situao foi acalmada com a venda de indulgncias promovida pela igreja. No entanto, essa era uma atitude um tanto quanto vergonhosa. A Igreja, alm de vender indulgncias, comercializava tambm qualquer objeto que tivesse um suposto valor religioso, 1 Perodo histrico que, segundo o ponto de vista europeu, abrange do sculo V da era crist at a queda de Constantinopla, capital do Imprio Romano do Oriente, em 1453. 2 Instituio religiosa de intensa presena social, poltica e cultural. essas atitudes levaram a Igreja Catlica se tornar cada vez mais desacreditada. Entretanto, como uma soluo interna surge os msticos. Segundo Cairns os msticos tentaram tornar pessoal a religio. Todavia os precursores e/ou pr-reformadores bblicos e nacionalistas, como Wycliffe , Huss , Savanarola e Gansdorf dedicaram-se em tentar fazer com que a Igreja voltasse ao ideal representado pelo Novo Testamento Surgem ento nesse contexto, nesta situao catica, num Imprio Alemo descentralizado, dominado por muitos prncipes e com grande parte de seu territrio pertencente Igreja, um movimento de carter religioso, cultural e poltico conhecido como Reforma. Martinho Lutero, membro da Igreja Catlica de Roma, inconformado com o vil comrcio das coisas espirituais e angustiado com a salvao da sua prpria alma, acende o estopim de um conflito dividindo a unidade crist que prevalecera por toda a Idade Mdia.

OS TERMOS REFORMA E PROTESTANTE Para termos um conhecimento claro, coeso e elementar do que realmente foi a Reforma Protestante do sculo XVI, ser preciso entender os vocbulos reforma e protestante. O TERMO REFORMA O sentido que s vezes so dados ao termo Reforma so parcialmente condicionados pela viso do historiador. O historiador catlico entende a reforma como uma revolta de protestantes contra a Igreja universal. J os historiadores protestantes compreendem a reforma como uma busca aos padres do Novo Testamento. Do ponto de vista do historiador secular, a interpretao da reforma, recai apenas como um movimento revolucionrio. 3 4 Telogo alemo (1483-1546). Iniciador da Reforma e fundador da Igreja Luterana. Igreja Catlica do Ocidente, sediada na cidade de Roma. Segundo Cairns ao considerar a Reforma a partir de uma perspectiva da poltica ou de uma administrao eclesistica, ela pode ser tida como uma revolta contra a autoridade da igreja romana e o papa. Mesmo que possamos admitir que a reforma tivesse um carter revolucionrio, no se afirma categoricamente que a verdadeira igreja restringisse apenas a Roma. Portanto, no fcil definir o termo Reforma se for considerado apenas como um movimento religioso. Nos dias hodiernos a palavra tem referncia a qualquer mudana. O termo tem um sentido de melhoria. Como a Igreja se corrompeu durante o sculo XI, perdendo seus valores, os reformadores tinham uma misso, mas no de melhoria, e, sim de levar novamente a Igreja a pureza original do Cristianismo. Desta forma, reforma era o retorno a forma original, dantes praticada pela Igreja Primitiva, ou seja, uma tentativa de poder recriar a religio nos fundamentos doutrinrios originais do Cristianismo, podendo, portanto, transformar o clero, os adeptos e a relao entre ambos.

O TERMO PROTESTANTE O vocbulo s vezes trs uma confuso. A interpretao popular de que se trata de um movimento de protesto contra a Igreja Catlica na Alemanha. Todavia, a interpretao possa em parte est certa, na realidade a palavra em si, no se d diretamente por um protesto contra o catolicismo. A palavra surgiu em conseqncia da segunda Dieta de Speyer (Spira), em 1529, que votou pelo fim tolerncia ao movimento luterano na Alemanha. Seis prncipes alemes e quatorze cidades protestaram em defesa da liberdade de conscincia e dos direitos das minorias religiosas. Neste caso o termo protestante vem deste protesto A Dieta de Speyer (Spira) fora uma assemblia dos prncipes e lderes germnicos. Nessa assemblia ficou decidido que todo o Imprio Germnico deveria adotar como religio o catolicismo romano. Diante disso, em 20 de Abril, os que discordavam da dieta, escreveram uma Carta de Protesto, pela qual ficaram conhecidos como protestantes. No exatamente por discordarem do catolicismo (ainda que discordando), mas por discordarem de que todo o Imprio deveria se sujeitar a tal religio. Protestante na realidade no uma expresso de ataque, mas de defesa. O CONHECIMENTO E OS PRECURSORES OU PR-REFORMADORES Os precursores e/ou pr-reformadores estavam situados dentro de uma cosmo viso ainda medievalista. O mundo medieval vivia uma profunda inquietao e transio. Uma fase de bastante efervescncia de idias, fatos histricos, movimentos sociais, polticos, religiosos e econmicos ir constituir o pano de fundo da transformao que a modernidade fixou no modo de vida. Segundo Gonzalez (1986, p. 11) houve pelo menos mais cinco fatores que foram de grande importncia (alm dos j citados acima) para a transio de um perodo feudal para o moderno: a instabilidade poltica, o fim das cruzadas, o crescimento populacional, o declnio da agricultura e a peste negra (bubnica). Toda esta crise foi combustvel para a emergncia de movimentos reformadores. Uma questo que facilitou o surgimento de surtos oposicionistas ou reformadores foi a descentralizao do poder da Igreja. A descentralizao da Igreja devida ao cativeiro babilnico. Tillich (2007, p. 146) discorre que a primeira srie de problemas que se pode discutir, so as trs principais atitudes teolgicas: escolasticismo, misticismo e biblicismo. A escolstica fora determinante no perodo de toda Idade Mdia, pois tratava da explicao metodolgica da doutrina crist. O pensamento revolucionrio dos pr-reformadores advm do conhecimento teolgico escolstico. no perodo da Escolstica que se percebeu o princpio da ruptura da unidade teolgica medieval. De acordo com Siepierski, a teologia, neoplatnica e continusta, cedeu espao para o neoplatonismo e aristotelismo devido contribuio bizantina. Com relao ao conhecimento crescente da filosofia neoplatnica e aristotlica tornaram-se acessvel pelo 6 A peste foi descrita na introduo do Decamero, de Giovanni Boccaccio (1313-1375), onde serviu de pretexto para um grupo de dez florentinos, isolados no campo, se distrair contando histrias que criticavam os costumes e as instituies da poca. A epidemia gerou, tambm, a lenda do flautista mgico que, com o encantamento de sua msica, salvou a cidade de Hamelin dos ratos portadores do bacilo transmissor. O cativeiro babilnico foi a existncia de um Papa na cidade de Avignon, sendo o primeiro sinal mais claro e desgastante da poltica ideolgica da Igreja Medieval. Porm, mais tarde, houve o Grande Cisma, com a coexistncia de dois Papas, um em Roma e o outro em Avignon. 8 Escolstica ou escolasticismo vem de scholasticus, termo de origem latina, cujo significado que pertence escola, que instrudo. Etimologicamente o termo se refere escola. Na verdade foi um mtodo empregado nas universidades entre os sculos X e XVI, no qual consistia no pensamento crtico Isso contribuiu significativamente para o desenvolvimento doutrinrio da escolstica. A problemtica do pensamento filosfico-teolgico medieval pairava entre o conhecimento e a f. At onde a f detinha a razo? Outra questo tambm importante era a distino entre o universal e o particular. O aristotelismo e neoplatonismo da escolstica se fez distinguindo nominalismo de realismo. String ,destaca que estes dois ponto de vista esto de certa forma, num primeiro momento, bruscamente contrapostos. Para ele: Uma das direes, aquela que, perante o particular, concede ao universal a elevada realidade, chamada de realismo. Para a outra somente as coisas isoladas so reais; os conceitos gerais no existem para ela na realidade, mas somente no nosso intelecto, eles so apenas nomes, por isso essa linha chamada de nominalismo (idem, grifo nosso). A diferenciao que h entre nominalismo e realismo possuem uma importncia bastante considervel para o entendimento da teologia medieval. De acordo com McGrath a diferena entre essas duas correntes de pensamento, pode ser descrita da seguinte forma: Considere duas pedras brancas. O realismo afirma que h um conceito universal de brancura que essas duas pedras incorporam. Essa duas pedras brancas, em particular, possuem a caracterstica universal da brancura. Embora as pedras brancas existam no tempo e no espao, o conceito universal de brancura existe em plano metafsico distinto. O nominalismo, por outro lado, afirma que o conceito universal de brancura desnecessrio e, em vez disso, argumenta que devemos nos concentrar em particulares. Ou seja, essas duas pedras brancas existem e no h qualquer necessidade de apelar para algum conceito universal de brancura Vejamos, portanto, mais um exemplo: Pense em Scrates. Ele ser humano e, portanto, um exemplo de humanidade. Pense tambm em Plato e Aristteles. Da mesma forma, so seres humanos e exemplos de humanidade O realismo alega que a idia de abstrata de humanidade possui uma existncia prpria. Ela o conceito universal; os indivduos como Scrates, Plato e Aristteles so exemplos particulares desse conceito universal. Portanto, a caracterstica comum da humanidade, que une esse trs indivduos, possui existncia autnoma e real .O maior expoente da escolstica neste perodo foi So Toms de Aquino (1224/5 1274) sua teoria reafirmava que a f e a razo, nos so apenas distintas, todavia, forma um todo necessrio para se conhecer a Deus. Aquino tomava partido do realismo moderado e afirmava no ser possvel uma correlao plena entre as ideias e a realidade. Surge Duns Escoto (1265 1308), fazendo uma releitura de Toms de Aquino, e no qual influenciou todo o perodo dos pr-reformadores, afirmando ser Deus o objeto da teologia; e a filosofia consistia apenas em ontologia pura e simplesmente. Por isso o conhecimento de Deus mediante a filosofia s pode ser limitado e o ser humano no pode ter nenhum conhecimento das substncias imateriais, como Deus e os anjos. Deus a forma pura, e as demais coisas so materiais. A misso do conhecimento conhecer a singularidade, pois esta o que realmente existe. O conhecimento comea com a experimentao. Os Pr-reformadores estavam tomados pelos pensamentos da escolstica, pela nova cosmo viso teolgica disseminada por Toms de Aquino, gestada e concebida a partir de um duplo foco: da revelao e da reflexo autnoma, sob a tica da f crist e do pensamento de Aristteles. Assim, os pr-reformadores seguiram, em grande parte, as tendncias teolgicas do seu tempo. OS PRECURSORES OU PR-REFORMADORES. A tenso que houve entre nominalismo, realismo tomista e o misticismo, fundamental para poder compreender o surgimento e pensamento dos precursores da reforma. Quem so eles afinal? So pensadores cristos de transio. Pois as necessidades de mudanas profundas na Igreja vinham sendo anunciada, porque a igreja estava em situao de desprestgio. Eles surgiram quando o cenrio social, poltico, econmico e religioso tinham contribudo para manifestaes de insatisfao com a Igreja da poca e, muitas vezes, com o apoio do estado, para divulgar suas posies teolgicas, com conseqncias diretas na vida eclesial e social. Nesta tica, o que aconteceu GOMIDE, F. M. Exemplos do Jugo de Aristteles na filosofia e na cincia, foi ento unio da piedade com a prtica, acasionando o exerccio da crtica, filha da liberdade. 3.1.1 John Wycliff John Wycliff (1324/328-1384) nasceu em Hipswell, Yorshire, Inglaterra. Estudou na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Foi o apoiador dos movimentos camponeses do sculo XVI na Inglaterra. Ele propunha o retorno a uma Igreja pura, pobre e defensora de uma economia coletiva. Foi contra a existncia de propriedades da Igreja. Suas crticas marcaram seus discpulos, sobretudo porque ela era contra a venda de indulgncias. Wycliff defendia tambm, a idia de que o rei deveria ser considerado pecador, porque no propusera reformas nas quais protegessem as comunidades rurais contra os interesses externos, propiciados pelo capitalismo nascente e a urbanizao. Wycliff cria que a Bblia a nica lei da Igreja; e que o conjunto dos eleitos cuja cabea Cristo . Ele tambm no admitia a doutrina da substanciao. Lutou de vrias formas para dar ao povo a Bblia em ingls. John Huss John Huss (1369/73-1415) foi adepto dos pensamentos de Wycliff. Nasceu Husinecz, na Bomia. Recebeu o grau de bacharel em Teologia na Universidade de Praga em 1394 e em 1396 o de Artes. Ordenado sacerdote em 1401, continuou a lecionar na Universidade de Praga. Em 1402 torna-se reitor desta Universidade. Neste mesmo ano como pregador da capela de Belm, conquista muitos seguidores atravs de seus sermes. As prelees de Huss contaram com a simpatia do arcebispo Zbynek (1403 1411), porm, suas crticas a organizao clerical, transformaram a simpatia em oposio. No ano de 1409, no final do Conclio de Pisa, o arcebispo Zbynek apoiou o papa Alexandre V (1409 1410), a quem se queixou das propagaes das idias de Wycliff na Bomia WALKER, 1963, Venda pblica de documentos e relquias que garantiam aos seus possuidores o perdo dos pecados cometidos. Esse meio era utilizado pela Igreja para obter lucro. John Huss fez protesto, porm, acabou sendo excomungado pelo arcebispo Zbynek em 1410. A excomunho do precursor da reforma causou um tumulto geral. Huss tornou-se heri nacional, recebendo apoio do rei Venceslau. Ele lanou seus ataques contra o governa da Igreja, o ensino e os dogmas, denunciando as prticas no espirituais do clero. Para ele os altos dignitrios da Igreja no passavam de prncipes, verdadeiros detentores terrestres. Jernimo Savonarola viveu no sculo XV, mas esteve frente de seu tempo. Nasceu em 1452, em Ferrara GONZALEZ, 1986, p, 157. Recebeu educao rgida pelo av. Savonarola ouviu um sermo, em 1474, em Faenza, que o impactou tremendamente, mudando definitivamente a direo de sua histria. Em seguida, entrou para o convento de So Domingo, onde recebeu sua formao religiosa. Sua erudio bblica era incomparvel no seu tempo, assim como sua tremenda capacidade oratria. De sua extraordinria capacidade intelectual, foi mandado a Florena, porm, seus sermes no agradaram tanto os florentinos. Foi, ento, para Bologna, obtendo a funo de mestre de estudos. Wycliff e Huss foram estigmatizados de hereges por terem colocado a Bblia como o primeiro padro de autoridade. Savonarola, por outro lado, interessava-se na reforma da Igreja em Florena. Savonarola procurou reformar o Estado e a Igreja na cidade, todavia, sua prdica contra a vida desregrada do papa provocou sua morte por enforcamento. 3.1.4 Wessel Gansdorf Wessel Gansdorf nasceu em Groningen por volta do ano 1419. Ele pode ser considerado um precursor da Reforma ou mesmo pr-reformador Foi professor em Erfurt. Segundo Durant . Gansdorf pregava a predestinao e a eleio pela graa divina, rejeitava as indulgncias, os sacramentos e as oraes aos santos, duvidava da confisso, da absolvio e do purgatrio. Fazia da Bblia a nica regra de f, e fazia da f a nica fonte da salvao. Durant enfatiza ainda que Wessel chegou a declarar: Desprezo o papa, a Igreja e os conclios, e venero somente a Cristo; foi condenado pela Inquisio, retratou-se e morreu na priso em 1481. A REFORMA PROTESTANTE Qual era realmente a situao da Igreja na Alemanha na juventude de Lutero? Moralmente, a Igreja estava em decadncia? Estava mais preocupada com as questes polticas e econmicas do que com as questes religiosas? A Reforma Protestante representou a grande transformao religiosa da poca moderna. Porm, teve suas consequncias nas reas da economia, social, cultural e poltica. Pois, o desenvolvimento comercial e urbano criou uma nova realidade econmica. Muito dos dogmas da Igreja, que condenavam, por exemplo, a usura, os juros e o lucro, criavam obstculos ao desenvolvimento das novas atividades, voltadas principalmente para o capital. A crise do feudalismo tambm foi fator importante para a reforma. Geraram grandes tenses e conflitos sociais, como as revoltas camponesas contra a opresso da nobreza. Esses conflitos e tenses, portanto, acabaram por envolver a igreja, porque ela era a guardi, a responsvel, por justificar e controlar ideologicamente as principais camadas sociais. Na rea poltica as monarquias tinham grande interesse em reduzir o poder da igreja. Isso porque uma convulso religiosa daria a elas (monarquias) oportunidade de confiscar os bens eclesisticos. Desta forma, as mudanas sociais, econmicas e polticas criaram o ambiente ideal para a Reforma, entretanto, no se pode dar a esse movimento explicaes puramente materiais ou econmicas. O que se evidenciava era o descompasso entre as necessidades espirituais dos fiis e a atuao da hierarquia do clero. O sujeito que vivia no sculo XVI era, sobretudo um crente em Deus, submisso aos dogmas difundidos pela Igreja. Vale lembrar que, com o surgimento da imprensa, as Bblias foram se multiplicando, pois, a circulao e propagao de idias 12 Com a inveno da imprensa por Gutenber, as mquinas impressoras contriburam para divulgar textos que, at ento, ficavam restritos a um reduzido nmero de pessoas ampliaram a conscincia religiosa dos fiis, suas exigncias em relao ao clero e seu poder de crtica. O Renascimento tambm favoreceu ao pensamento da Reforma. Pois, humanista como o ingls Erasmo de Roterd (1466-1536), passaram a condenar a ignorncia e a imoralidade do clero e a pompa do culto; em oposio, pregavam uma religio mais simples, mais de acordo com os preceitos e esprito do Evangelho. Roterd com uma crtica satrica da sociedade de sua poca ataca as deformaes da Igreja Catlica e do clero. Outro humanista que atacou tambm a igreja e o clero foi seu amigo, Thomas Morus (1478-1535). Morus na sua obra Utopia (lugar que no existe) projetou a existncia de um Estado ideal, organizado de forma comunitria, e imaginou uma sociedade em que os homens viveriam em harmonia, livres dos males da guerra e da intolerncia religiosa. Essa sociedade ideal era uma forma de oposio aos abusos que estavam ocorrendo na Inglaterra. Os humanistas compreenderam o rumo que os reformadores estavam tomando e, nalguns casos, apoiaram os reformadores, todavia, seu principal desejo, contudo, era ganhar a emancipao de toda espcie de limitaes intelectuais e polticas. Neste perodo de tanta efervescncia a Igreja Catlica Romana, instituio religiosa que deveria atender as necessidades espirituais dos povos europeus, no final da Idade Mdia estava por demais ocupadas em ampliar seu poder econmico e poltico e pouco voltadas para as necessidades dos fiis. Embora de existisse dentro da Igreja tentativas de alterar esse estado de catico, buscando reformar os costumes, combater a corrupo e retomar as preocupaes com o mundo espiritual, o alcance de qualquer transformao at o incio do sculo XV foi muito limitado. No se conseguiu muito progresso, a situao continuava inerte. A falta de sensibilidade com que a Igreja encarou esse momento delicado revelou-se no comrcio realizado com relquias e indulgncias. Calculava-se quantos anos de perdo das penas do Purgatrio era possvel se obter com a posse de determinada pea de vesturio de um santo ou com o valor da doao feita para o tesouro da Igreja. A venda e a cobrana das indulgncias, no Imprio Alemo, serviam para amortizar os emprstimos feitos pelo papa junto aos bancos. O prprio bispo de Brandem burgo realizava a cobrana. O conflito entre a igreja e aqueles que necessitavam de sua assistncia aumentava, pois somente para os que podiam pagar o preo exigido pela Igreja era garantida a salvao da alma. Isso causava uma grande revolta nos que no podiam pagar e, salvar a alma. Adicionava-se a isso, tambm, o comportamento escandaloso do clero, que vivia em total desacordo com os ensinamentos cristos que pregava. Todas as manifestaes contra a Igreja eram perseguidas e punidas severamente. Esses manifestantes e desistentes eram na maioria das vezes chamados de hereges e por isso punido com a morte na fogueira. Apesar disso, as heresias fizeram-se presentes durante toda a Idade Mdia, combatendo os dogmas e ritos da Igreja, minando o poder desta. Havia uma clara e evidente necessidade de se promover uma reforma na Igreja e na sociedade, em suas mais variadas reas. McGrath destaca o seguinte: A Igreja ocidental parecia estar exaurida pelas demandas da Idade Mdia, que tinha visto o poder poltico da Igreja e, especialmente, do papado, alcanar nveis jamais conhecidos anteriormente. As engrenagens administrativa, legal, financeira e diplomtica da Igreja estavam bem lubrificadas e trabalhando com eficincia. Certamente, verdade que os papas da Renascena exerceram sua autoridade durante um perodo de decadncia moral, de conspirao financeira e de poder poltico tremendamente malsucedido, que severamente desafiava a credibilidade da Igreja como guia moral e espiritual. Ainda assim, como instituio, a Igreja na Europa ocidental dava claros sinais de solidez e permanncia. Entretanto, havia os sinais de exausto, de decadncia . Sem dvida alguma que uma das mais graves crises, no perodo que antecedeu a Reforma, foi de cunho eminentemente religioso. Pairava, no corao do povo, uma total insegurana quanto salvao. A f, ensinada pela Igreja, no estava suprindo tal carncia. Na verdade, era como se a Igreja houvesse perdido seu senso de direo. Sua prtica no era mais to verossmil quanto seu discurso. Portanto, a Reforma Protestante carregava em si o embrio das grandes transformaes, no apenas religiosas, mas culturais, sociais, polticas e econmicas. A Reforma Protestante foi fortemente apoiada pelos prncipes alemes, que desejavam romper, com o Imperador Carlos V, e a Igreja Catlica. LUTERO: O ESTOPIM DA REFORMA: Martinho Lutero (1483- 1546) nasceu em Eisleben, cidade que fica a lesta da Alemanha. Filho de Hans e Margaretha Luder. Em 1505 ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt. Em 1505 o Papa Jlio II (1503-1513) confiou a Bramante, uma grande empresa, a construo de uma nova Igreja de So Pedro em Roma (KLEIN, 2007, p. 191). Klein (idem) afirma que na Idade Mdia surge o costume de promover obras de interesse comum por meio de concesso de indulgncias. Dentro dessa tradio,13 Jlio II, 1507, e seu sucessor Leo X (1513-1521), em 1514, promulgaram uma indulgncia plenria a toda a cristandade. O papa Leo X autorizou a concesso de indulgncias queles que doassem dinheiro para reformar a Baslica de So Pedro, em Roma. Em Wittenberg, a venda desses papis passou a ser feita pelo dominicano John Tetzel. No ano de 1510, Lutero viajou a Roma, sede da Igreja catlica. Ficou encantado com tanta beleza que a cidade proporcionava. Mas a tristeza e a decepo abateram sua alma. Regressou a Alemanha profundamente decepcionado devido ao ambiente de corrupo e avareza do clero. Entre 1511 e 1513, Lutero aprofundou-se nos estudos religiosos e madureceu novas idias teolgicas. Durante os anos de 1512 a 1517, suas idias religiosas foram-se afastando das doutrinas oficiais da Igreja. Segundo Durant (s/d, p. 289), Lutero, principiava falar em nossa teologia, em oposio a que era ensinada em Erfurt. Ele atribuiu a corrupo do mundo ao clero. Foi numa leitura da Bblia, precisamente na Epstola de So Paulo direcionada aos romanos no captulo 1 e versculo 17, que encontrou a frase que lhe pareceu de importncia fundamental e que mudaria sua vida e de toda Europa: O justo viver (salvar) por f. Ao interpretar esta mensagem, pode concluir que o homem, corrompido em razo do pecado original, s poderia salvar-se pela f em Deus. Para Lutero era a f e no as obras, que seria o nico instrumento de salvao, graas misericrdia divina. No ano de 1517, o monge alemo Martinho Lutero, passou a defender a f como elemento principal para a salvao do indivduo. Foi, portanto, ao 13 O costume da venda de indulgncias. Lutero afixou as 95 teses na porta principal da igreja do castelo de Wittenberg, Com as 95 teses estavam lanado s bases do que viria a ser uma nova prtica crist. Vejamos algumas das teses de Lutero: Por isto, esto em erro os pregadores de indulgncias que dizem ficar um homem livre de todas as penas mediante as indulgncias do Papa. Os que afirmam que uma alma voa diretamente para fora (do purgatrio) quando uma moeda soa na caixa das coletas, esto pregando uma inveno de homens. Deve-se ensinar aos cristos que um homem que v um irmo em necessidade e passa a seu lado para dar o seu dinheiro na compra dos padres, merece no a indulgncia do Papa, mas a indignao de Deus Esses perguntam: Por que o Papa no esvazia o purgatrio por um santssimo ato de amor e das grandes necessidades das almas; isto no seria a mais justa das causas visto que ele resgata um nmero infinito de almas por causa do srdido dinheiro dado para a 15 edificao de uma baslica que uma causa bem trivial? A partir da, iniciava-se uma longa discusso entre Lutero e as autoridades catlicas, na qual terminou com a decretao de sua excomunho,16 em 1520. Em contra partida, Lutero para demonstrar seu desprezo em relao Igreja catlica, queimou em praa pblica a bula papal Exsurge domine, que o condenava. A nobreza e a alta burguesia deu apoio a Lutero que divulgou suas ideias doutrinrias pelo norte da Europa. Entre os principais pontos da doutrina luterana, firmados na Confisso de Augsburgo (1530), estavam em destaque: somente a f em Deus salva as pessoas, a Bblia a nica fonte realmente confivel para a f, o batismo e a eucaristia so os dois nicos sacramentos, o culto aos santos e a infalibilidade do papa no tm fundamento e qualquer membro da Igreja pode se casar. Estavam assim firmados os dogmas que iriam dar origem ao que se conhece hoje como Luteranismo. Vale ressaltar que um dos pontos bsicos das ideias do luteranismo a livre interpretao das Escrituras (Bblia), o que possibilitou o surgimento de 14 Os historiadores discutem se a s famosas 95 teses de Lutero foram afixadas na porta da igreja de Wittenberg ou se teriam sido enviadas ao arcebispo Alberto, da Mongncia. Lutero e a Reforma: 480 anos depois das 95 teses, uma avaliao dos seus aspectos teolgicos, filosficos, polticos, sociais e econmicos ;Novas tendncias religiosas, na qual se consubstanciaram em novas religies, como o calvinismo e o anglicanismo. A REFORMA CALVINISTA OU CALVINISMO. A Reforma na Frana teve como figura central e importantssima, o humanista francs Jean Cauvin ou Joo Calvino (1509-1564), convertido ao protestantismo, comeou a publicar estudos sistemticos sobre a nova religio. Calvino foi um asceta que dedicou sua vida Reforma, procedendo, muitas vezes, de maneira restrita. Joo Calvino: Vida - Joo Calvino nasceu, em 10 de julho de 1509, em Noyon, Seus pais chamavam-se Gerard Cauvin e Jeanne de La Franc. Os pais de Calvino, era um casal distinto e ilustre e bem relacionado, religiosa, social e politicamente. Seu pai, Gerard era secretrio do bispo. Reservou uma renda de um benefcio eclesistico para a educao de Calvino .Segundo McGrath a educao de Calvino se deu na Universidade de Paris, aonde o pensamento escolstico tinha grande influncia, depois se transferiu para Universidade de Orleans, mas humanistas. Klein destaca o seguinte a cerca de Calvino: Em 1533, teve que abandonar Paris devido s perseguies por defender a f evanglica reformada. Passou por Estrasburgo, mas fixou em Basilia, at 1536. Neste mesmo ano, passando por Genebra, o reformador Guillaume Farel (1489-1565) pressionou-o, sob ameaa de maldio, a permanecer na cidade para colaborar na Reforma. Em 1538, Calvino foi, portanto, expulso de Genebra, por causa de divergncias com as autoridades municipais. Segundo o autor supracitado, Farel precisava de algum mais capacitado para propagar as ideias reformadas. Nessa viagem que Calvino fez a Genebra, se encontrou com Farel, onde lhe foi solicitado ajuda, Calvino recusou, pois sua vida estava ligada a vida de estudioso e escritor de teologia Sua me morreu quando ele era jovem ainda . O pai de Calvino secretariava o bispo Charles de Hangest (1501-1525), mas tambm exercia a funo de procurador-fiscal do condado do bispo. Farel ento lhe disse que se ele no ficasse Deus o amaldioaria. Calvino com bastante temor acabou ficando. Joo Calvino e Guillaume Farel trabalharam juntos at serem exilados em 1538. 4.2.2 Joo Calvino: Teologia Joo Calvino era um exmio erudito. Escreveu vrios comentrios da Bblia, todavia, a Christiane Religionis Institutio19 As Instituio da Religio Crist foi sua obra magna, na qual ele defendia que os seres humanos estavam predestinados ao cu ou ao inferno, isto , alguns indivduos eram escolhidos os eleitos por Deus para herdarem a salvao, enquanto outras seriam condenadas a perdio eterna. Theodoro Beza, primeiro bigrafo de Joo Calvino, diz que ele nasceu para escrever, pois, escreveu doente, em meio s lutas, no leito, at altas horas da noite, mesmo estando muito doente . A Bblia para Calvino o ponto de partida de sua estrutura teolgica. O Antigo Testamento e o Novo Testamento na viso teologal de Calvino falam do mesmo Deus, isto porque, no possvel estabelecer uma diferena essencial entre as partes da Bblia. Sem a Bblia o ser humano tem uma idia falsa de Deus. S sabemos alguma coisa sobre Deus, aquilo que Ele quis nos revelar atravs das Escrituras. O sinal da graa para Calvino a f, e, pela mesma obtemos a salvao. O aspecto teolgico do calvinismo est em santificar o trabalho, a poupana, a usura e o lucro, ao transform-los em sinal da graa de Deus. O crente calvinista no s tinha convico de que Deus estava ao seu lado, trabalhando por ele contra os inimigos, como tambm de que realizava os desgnios de Deus. REFORMA ANGLICANA OU ANGLICANISMO. A reforma na Inglaterra ou como surgiu o anglicanismo ou a Igreja Anglicana em poucas pginas pode-nos forar a cometer alguns erros. Escrita a partir dos dogmas do Credo Apostlico. A pobreza deixou de ser uma recomendao divina, e a riqueza passou a ser considerada uma das formas de o fiel sentir-se um dos eleitos (escolhidos). Considerando-se que o assunto envolve muitos detalhes histricos bem minuciosos. Acontece que estamos apenas fazendo um resumo dos aspectos que envolvem a reforma. Por isso no iremos aprofundar o assunto. Na Inglaterra, o processo de Reforma teve aspectos bastante diferentes do que nas demais regies da Europa Ocidental. Segundo Cairns os ensinos de John Wycliff, que fora organizados pelos lolardos , jamais haviam sido aniquilados, seus ensinos tinham circulado nos lares das pessoas mais humildes da Inglaterra atravs de um movimento secreto durante o sculo XV . Davam muita nfase autoridade da Bblia e a uma necessidade de uma comunho pessoal com Cristo ressurgiram com a realizao da reforma poltica, durante as primeiras dcadas do sculo XVI. A reforma na Inglaterra esteve a cargo do ento rei Henrique VIII .Segundo o autor supracitado, os motivos do rei eram de cunho totalmente poltico e no teolgico. Este soberano ingls recebera do Papa Leo X o ttulo de Defensor da F, por fazer aliana com o clero no combate aos seguidores de Lutero e Calvino. Todavia, uma srie de questes o levou a romper com a Igreja Catlica e fundar uma nova Igreja de cunho especificamente nacional: a Igreja Anglicana. Mas, quais foram ento os motivos que levaram a isso? Um dos principais motivos para a ruptura entre o rei e o clero catlico era o poder poltico. Embora, a Igreja catlica tinha o domnio do comrcio de relquias sagradas e proprietria de grandes extenses de terras, os nobres ingleses, precisavam apoiar o rei, a fim de enfraquecer o poder das autoridades da Igreja. Ao que concerne a sua vida pessoal emocional (matrimnio) o rei Henrique VIII tentou anular seu casamento em 1526, para contrair novo Termo pejorativo que seus inimigos aplicavam para eles, e que se deriva de uma palavra holandesa que quer dizer murmuradores. Reinou de 1509 a 1547 . Ele se valeu de uma passagem bblica no livro de Levtico alegando grau de parentesco com Catarina, sendo ela casada com seu irmo, ele a consideraria sua irm, e, assim, configuraria um incesto na famlia. O papa por sua vez intimidou o rei, excomungando-o. O rei no cedeu presso papal e em 1534 decretou o Ato de Supremacia, lei pela qual Henrique VIII se tornava o nico chefe supremo da Igreja da Inglaterra No fundo, o casamento era somente um libi que fora utilizado pelo rei Henrique VIII, pois o rompimento com Roma no trouxe modificaes na doutrina e nem na forma de utilizao dos cultos. Os bens que a Igreja tinha, agora era propriedade do Estado. Ocorreram houve na Inglaterra com a morte de Henrique VIII, diversas lutas religiosas. No perodo em que reinou Eduardo VI tentaram implantar o calvinismo. No governo de Maria Tudor, filha de Catarina de Arago, por sua vez, procurou-se restabelecer o comando religioso catlico. Foi ento no reinado da rainha Elizabeth I (1558-1603), o Anglicanismo firmou-se como religio dominante e oficial na Inglaterra h uma passagem da Bblia (Lv 20: 21) que proibia tal casamento, Se um homem tomar a mulher de seu irmo, imundcia .... ficaro sem filhos. Em outro texto dispunha o contrrio (Dt 25:5) Se irmos morarem juntos, e um deles morrer sem filhos, ento a mulher do que morreu no se casar com outro estranho, fora da famlia; seu cunhado a tomar e a receber por mulher .... Uma dama da corte. A rainha Elizabeth I era filha de Ana Bolena com Henrique VIII. A CONTRA REFORMA OU A REFORMA CATLICA. Com o aparecimento das igrejas protestantes no sculo XVI houve reao imediata da Santa S, que somente a partir de ento comeou a tomar medidas mais efetivas para reafirmar os princpios fundamentais da moral catlica. Essa reao ficou conhecida como contra-reformas ou reforma catlica. Segundo Cairns a Espanha tornou-se ento, a nao lder na obra da Contra-reformas, isso, porque nacionalismo e religio tinham se associado para unificar e consolidar o Estado espanhol e expulsar os mouros mulumanos e os judeus. Cairns ainda destaca que com o casamento de Isabel de Castela com Fernando de Arago em 1469, ambos fervorosamente religiosos, a Espanha se mantm unida e leal a Roma . A Espanha tem um papel importantssimo na questo da reao catlica diante do avano do protestantismo. Ela foi organizadora da Inquisio em 1480 e se firmando como rgo de extermnio dos hereges, sob a liderana de Toms de Torquemada. A reao catlica ou contra-reformas foi impulsionada pela Ordem dos jesutas, pelo Conclio de Trento e pela a Inquisio. A ORDEM DOS JESUTAS Entre as primeiras medidas em conter o protestantismo estava a criao da Companhia de Jesus Ordem dos jesutas em 1534, fundada pelo espanhol Santo Incio de Loyola (1491-1556). afirma que a Companhia de Jesus tinha como viso a promoo da mentalidade crist, a propagao da f por pregao, exerccios espirituais, catequese crist e obras de caridade, ressalta que os objetivos principais estavam na educao, o combate a heresia e as misses estrangeiras, porm, o autor no destaca que a pregao teve papel fundamental, pois atravs desta, grande parte da Alemanha fora reconquistada para a Igreja de Roma. A ordem controla at hoje as instituies educacionais mais importantes da Igreja Catlica. Alm de atuar na Europa entre os protestantes, os jesutas espalharam se pelo mundo no rastro das Grandes Navegaes, estando presentes tanto na Amrica como no Extremo Oriente. Na Amrica, portanto, dedicaram-se catequese de povos indgenas, podendo assim, impedir a difuso do protestantismo. O CONCLIO DE TRENTO O Conclio de Trento foi outra medida importante da contrarreforma. No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um conclio,28 reunido na cidade de Trento, na pennsula Itlica, que teve seu trmino em 4 de dezembro de 1563. Sua realizao teve trs fases distintas com 25 sesses. nos diz que a primeira fase foi de dezembro de 1545 a fevereiro de 1548; a fase segunda, de setembro de 1551 a setembro de 1552 e a ltima fase de janeiro de 1562 a dezembro de 1563. Ao final dos debates, o Conclio: Reafirmou o poder do papa, manteve os sete sacramentos e a proibio do casamento para clrigos. Props a criao de seminrios para a formao de padres. Organizou o ndex, uma lista de livros que os fiis no poderiam ler, por ser considerada perniciosa a f. Muitas vezes esses livros eram queimados em grandes fogueiras. Reativou o Tribunal do Santo Ofcio (a Inquisio) com o objetivo de vigiar, julgar e punir qualquer pessoa acusada de heresia. Somente a Vulgata, traduo latina da Bblia, era suficiente para qualquer discusso dogmtica, que a tradio tinha uma autoridade paralela das Escrituras .As orientaes do Conclio de Trento guiaram os catlicos de todo o mundo durante quatrocentos anos. A INQUISIOO Tribunal do Santo Ofcio apesar de existir durante a Idade Mdia obteve maior destaque no incio da Idade Moderna. O tribunal combatia protestantes, judeus, mulumanos e hereges em nome da ortodoxia, constitua se tambm uma fonte de renda para o papado e reis da Pennsula Ibrica, os 28 Reunio de autoridades da Igreja presidida ou sancionada pelo papa, para discutir questes relacionadas, ligadas f, doutrina ou aos costumes eclesisticos. Os reis por sua vez utilizavam-se da Inquisio para poder perseguir os inimigos polticos. A Inquisio instaurava-se por uma denncia contra o sujeito que era suspeito de crime contra a f. Quem denunciava, ficava com a metade dos bens do acusado e a Inquisio com a outra metade. Utilizava-se de torturas e do costumes medieval dos francos , o julgamento de Deus . A pena mxima na Inquisio era a morte na fogueira, onde o corpo era queimado para purificar e salvar a alma do condenado. A solenidade dos condenados era realizada Atravs dos Autos da F, nos domingo ou dias santos. Na procisso aqueles que eram condenados a morte, caminhavam de vestes brancas com seu crime escrito nas vestes e carregava a tocha que acenderiam a fogueira. A multido zombava-se e se divertia com o sofrimento alheio. 29 Este julgamento consistia na idia de que Deus protegia o inocente. Se algum fosse queimado, torturado ou andasse sobre brasas e no sentisse dor, era, portanto, considerado inocente, por que Deus o estava protegendo-o .

ConclusoH de se afirmar, e de forma categrica, que o tema central de toda a Reforma Protestante do sculo XVI o da liberdade. Portanto, diante de tal constatao, torna-se imperativo conhecer um pouco sobre a Reforma, como movimento fundamentalmente religioso, porm, com profundas conseqncias sociais, institucionais, polticas, econmicas e culturais. A Reforma Protestante do Sculo XVI nasceu na Alemanha, com o grande reformador Martinho Lutero (1517). Mas, no contexto na Reforma, surgiu o que chamamos de Movimento Reformado, na Sua, num primeiro momento com Ulrich Zwinglio e, mais tarde, com Joo Calvino, em Zurique e Genebra, respectivamente. Poucos movimentos religiosos surgiram e se estabeleceram com tanta rapidez quanto a Reforma Protestante. Em trinta anos estava definida a diviso entre catlicos e protestantes tais como ela existe at hoje. A Reforma provocou uma srie de guerras religiosas, mas tambm acarretou uma liberdade econmica maior para os pases, que se livraram da excessiva centralizao e da dependncia em relao a Roma, possibilitando melhores condies para o desenvolvimento do novo sistema econmico que surgia, o capitalismo. Para a Igreja Catlica, a Reforma Protestante teve o efeito de acelerar e desenvolver a Reforma Catlica, j iniciada anteriormente. Foi somente a comoo causada pelo cisma protestante que obrigou Roma a reconsiderar a sua teologia, a clarificar sua doutrina e a revalorizar o sacerdote e os sacramentos. Lutero, Calvino e todos os reformadores estavam convictos da irremedivel decadncia da Igreja de Roma, no que se enganaram totalmente. Seu ressurgimento constituiu uma surpresa extraordinria. De qualquer modo, as duas Reformas contrrias corresponderam a um mesmo despertar da conscincia crist. Nada na Reforma foi conquistado ou construdo com facilidade. Na verdade, quebrar paradigmas sempre exigiu grandes esforos. Lamentavelmente a Reforma provocou muitas baixas entre catlicos e protestantes. Para no ficar muito extenso a concluso sobre a Reforma, deixamos de falar sobre o reformador Zwinglio e sua trajetria na Sua.

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