Disease kills 15% of recently contacted tribe in past ... · De nada valem, portanto, os belos...

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English Español Deutsch Français Italiano Nederlands Home Tribes & campaigns News & media Act now Donate Shop About us News & media E-mail newsletter Media centre Press releases by e-mail News archive News by tribe News by country Media kits Publications Disease kills 15% of recently contacted tribe in past decade 5 January Marubo woman & children, Javari Valley, Brazil © Fiona Watson/Survival 15% of the recently contacted Korubo Indians in Brazil have died since the year 2000, as a result of inadequate health care. The alert has been raised by the Brazilian NGO the Center for Indigenous Work (Centro de Trabalho Indigenista- CTI ). The Korubo are one of the tribes living in the Javari Valley indigenous territory in the western Brazilian Amazon, where outbreaks of disease, particularly Hepatitis B and D, are devastating the indigenous population. The majority of Korubo are uncontacted. In 1996 the Brazilian authorities contacted a small group of Korubo which had split off from the main group and was living near an area invaded by outsiders. As a relatively recently contacted tribe, they are very vulnerable to outside diseases. CTI has revealed that 8% of all the Indians of the Javari Valley have died in the last decade, as a result of health problems and suicide: an average of one death every 12 days. Jorge Marubo of the Marubo tribe in the Javari Valley said, ‘Brazilian Indians continue to be massacred by diseases … and this must stop’. Youths and babies are most seriously affected, and there is a desperately high infant mortality rate: almost half of the deaths in the past decade were amongst babies less than one year old. The report says that the Indians of the Javari Valley were infected with hepatitis in the 1970s after

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    Disease kills 15% of recently contacted tribe in past decade 5 January

    Marubo woman & children, Javari Valley, Brazil Fiona Watson/Survival

    15% of the recently contacted Korubo Indians in Brazil have died since the year 2000, as a result of inadequate health care.

    The alert has been raised by the Brazilian NGO the Center for Indigenous Work (Centro de Trabalho Indigenista- CTI).

    The Korubo are one of the tribes living in the Javari Valley indigenous territory in the western Brazilian Amazon, where outbreaks of disease, particularly Hepatitis B and D, are devastating the indigenous population.

    The majority of Korubo are uncontacted. In 1996 the Brazilian authorities contacted a small group of Korubo which had split off from the main group and was living near an area invaded by outsiders. As a relatively recently contacted tribe, they are very vulnerable to outside diseases.

    CTI has revealed that 8% of all the Indians of the Javari Valley have died in the last decade, as a result of health problems and suicide: an average of one death every 12 days.

    Jorge Marubo of the Marubo tribe in the Javari Valley said, Brazilian Indians continue to be massacred by diseases and this must stop.

    Youths and babies are most seriously affected, and there is a desperately high infant mortality rate: almost half of the deaths in the past decade were amongst babies less than one year old.

    The report says that the Indians of the Javari Valley were infected with hepatitis in the 1970s after

    http://www.survivalinternational.org/#http://www.survivalinternational.org/uncontactedtribes/makingcontacthttp://www.survivalinternational.org/uncontactedtribes/makingcontacthttp://www.trabalhoindigenista.org.br/http://www.trabalhoindigenista.org.br/http://www.survivalinternational.org/news/publicationshttp://www.survivalinternational.org/news/kitshttp://www.survivalinternational.org/news/countrieshttp://www.survivalinternational.org/news/tribeshttp://www.survivalinternational.org/news/archivehttp://www.survivalinternational.org/news/byemailhttp://www.survivalinternational.org/news/mediacentrehttp://www.survivalinternational.org/news/enewshttp://www.survivalinternational.org/newshttp://www.survivalinternational.org/infohttp://shop.survivalinternational.org/https://www.survivalinternational.org/donatehttp://www.survivalinternational.org/actnowhttp://www.survivalinternational.org/newshttp://www.survivalinternational.org/newshttp://www.survivalinternational.org/newshttp://www.survivalinternational.org/tribeshttp://www.survivalinternational.org/tribeshttp://www.survivalinternational.org/tribeshttp://www.survivalinternational.org/http://www.survivalinternational.nl/http://www.survival.it/http://www.survivalfrance.org/http://www.survivalinternational.de/http://www.survival.es/http://assets.survivalinternational.org/pictures/1163/BRAZ-MARU-FW-012-cms_screen.jpg

  • first contact was made between the tribes and non-Indians.

    It warns that despite having been aware of the alarming health situation for at least 15 years, the Brazilian government has not acted to provide adequate health services to the Indians.

    The Javari Valley is the second largest indigenous territory in Brazil. It is home to nearly 4,000 Indians, including the Kanamari, Kulina, Marubo, Matss, Matis, Korubo and Tsohom Djap tribes.

    Several uncontacted tribes are known to live in the remote region near the Peruvian border. The uncontacted Indians are most vulnerable as they have little or no resistance to outside diseases.

    Download CTIs report (in Portuguese, 1.3 MB pdf file).

    http://assets.survivalinternational.org/documents/530/CTIdocumento_saude_javari_final.pdfhttp://www.survivalinternational.org/tribes/uncontacted-brazil

  • Combate ao Racismo Ambiental

    GT Combate ao Racismo Ambiental

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    O espetculo desenvolvimentista e a tragdia da mortalidade infantil indgenaPor racismoambiental, 05/01/2011 11:24Iara Tatiana Bonin*

    Amanhece. Entre os diversos sons daquela manh destaca-se um choro que atravessa a aldeia guarani de Itapu. Mais uma criana nasce anunciando a vida em seu contnuo recomeo. Para alguns povos indgenas o nascimento antecipa o futuro e mostra que as divindades ainda acreditam que a existncia humana vale pena. Acolher as crianas, permitir que sejam felizes e que desejem permanecer entre os vivos uma preocupao que, mais do que algo mtico ou ritual, se concretiza em prticas cotidianas de afeto e de ateno. Estes novos seres, que assumem a forma humana e se inserem no mundo, asseguram a continuidade e a vida na terra. Por isso mesmo as crianas so bem acolhidas e sua socializao uma responsabilidade coletiva, da qual toma parte os pais, os avs, os lderes religiosos, enfim, uma comunidade educativa.

    Na cultura ocidental contempornea um nascimento pode adquirir diversos significados, e em geral tambm simboliza a esperana no futuro. Tanto assim que, quando se projeta um mundo melhor, mais justo, mais humano, afirma-se que este o legado a se deixar aos filhos. Acolher as crianas,

    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  • proteg-las e torn-las partcipes de um conjunto de conquistas sociais so esforos empreendidos por qualquer cultura que no vislumbra para si o extermnio. No caso brasileiro, muitas leis, tratados,estatutos e normas foram criados para regular as relaes sociais e para assegurar s crianas um amplo conjunto de direitos.

    Mas apesar do aparato legal voltado proteo e ao bem estar infantil, verificamos que as estruturas econmicas e polticas no funcionam para garantir a vida emsua concretude, e sim para resguardar a existncia de um modelo cuja marca mais significativa a concentrao de bens e de capitais. A situao vivida pelos povos indgenas ainda mais grave. Logo ao nascer as crianas se deparam com circunstncias que dificultam ou inviabilizam o prprio existir terras invadidas e depredadas,confinamento, inadequadas condies de assistncia e de proteo sade, proliferao de doenas, desnutrio, fome, e toda espcie de violncias decorrentes das relaes de intolerncia e de desrespeito aos seus estilos de vida.

    De nada valem, portanto, os belos discursos sobre a necessidade de proteo s crianas e as proposies em tramitao no Congresso Nacional, tal como o Projetode Lei 1057/2007 (que prope o combate a prticas indgenas consideradas nocivas, em especial o infanticdio) se efetivamente no se assegurarem as condies para que elas possam crescer e viver com dignidade. Vale ressaltar que a falta de terras apropriadas e de condies adequadas de vida no so tidas como prticas nocivas a serem extirpadas de nosso atual modelo econmico e poltico. O referido projeto pode ser visto como um instrumento de criminalizao das comunidades indgenase um paliativo para evitar que se enfrente o real problema: a incapacidade poltica do governo em demarcar as terras indgenas, a falta de aes governamentais eficazes,que possam garantir s crianas indgenas o direito proteo, sade, educao, aos recursos sociais e ambientais.

    Olhando para trs, depois do longo perodo em que o pas foi governado pelo presidente Lula, importante indagar sobre as formas como se tem cuidado e protegido as crianas de hoje, uma vez que se pretende alcanar um lugar de destaque no futuro. O que mais se escutou, nos meses finais do governo Lula, foram discursos celebrativos, relacionados a certos avanos estruturais e econmicos. No entanto, para alm da euforia que se estabeleceu em torno de supostas conquistas, fundamental nos darmos conta de um quadro desolador que afeta muito particularmente as crianas, em diferentes povos indgenas. Desta situao pouco se tem notcias, porque tais informaesso mantidas apenas nos bastidores de um espetculo (o do suposto crescimento) que nos apresentado com uma bela moldura desenvolvimentista.

    Vale do Javari/AMA terra indgena Vale do Javari foi homologada em 2001 e possui 8,5 milhes de hectares. Nela vivem os povos Marubo, Korubo, Mayoruna, Matis, Kulina, Kanamari, almde outros em situao de isolamento e risco que, de acordo com dados da FUNAI, so cerca de 20 diferentes etnias.

    Apesar das insistentes denncias e reivindicaes feitas h quase uma dcada pelo Conselho Indgena do Vale do Javari - CIJAVA, no h uma ao efetiva do poder pblico para conter as doenas que afetam diretamente a vida destas populaes. A distncia geogrfica soma-se ao descaso, m gesto de recursos pblicos e aos desvios de verbas, conforme denuncia o Centro de Trabalho Indigenista em um relatrio divulgado em dezembro de 2010.

    A omisso do poder pblico, em especial no que tange ao atendimento de sade, tem como consequncia a morte de centenas de pessoas. Dados relativos aos ltimos 11anos indicam a ocorrncia de mais de 325 bitos resultantes de desassistncia 210 bitos de crianas menores de 10 anos. Mais grave ainda, quase metade dessas crianas eram da etnia Kanamari e pertenciam a uma mesma comunidade. A mortalidade infantil no Vale do Javari superior a 100 mortes para cada mil nascidos vivos, ndice cinco vezes maior que a mdia nacional, que no chega a 23.

    O Distrito Sanitrio Especial Indgena (DSEI) do Vale do Javari atende uma populao de cerca de quatro mil ndios. E um dado avassalador registrado pelo CTI, quetambm se relaciona aos altos ndices de mortalidade infantil, o decrscimo da populao desta rea indgena, que est em torno

  • de 8%. H povos que sofrem muito mais fortemente os efeitos desta situao: proporcionalmente ao seu tamanho populacional, os Kanamary do Vale do Javari perderam 16% de sua populao. Junto comos Korubo, um grupo de contato recente que perdeu 15% da sua populao no perodo, so os povos mais afetados pela grave situao de sade na regio. Os Mayorunae Matis perderam cada 8% de sua populao total, e os Marubo e Kulina, 7 (dados divulgados pelo CTI em dezembro de 2010).

    Doenas como hepatite, pneumonia, infeces respiratrias, meningite, tuberculose so responsveis pela maioria das mortes. Alm disso, malria uma enfermidade recorrente na regio, quase sempre contrada diversas vezes pela pessoa, o que desencadeia problemas orgnicos crnicos. H ocasies em que quase toda uma aldeia contaminada, dificultando a busca de alimentos, o plantio, a caa e outras atividades produtivas. Este cenrio de escassez alimentar, adoecimentos e perda das condies do bem viver responde pela prtica de mais de 19 suicdios neste perodo, 15 deles cometidos por jovens Kanamari.

    foroso reconhecer que a situao vivida pelos povos indgenas nesta regio resultado do descaso do governo brasileiro e da falta de planejamento de aes de longo prazo. O quadro de doenas e de epidemias vem sendo sistematicamente denunciado, inclusive em meios de comunicao internacionais. E, nestas circunstnciasto dramticas, a omisso bem poderia ser entendida como crime de genocdio, uma vez que, mesmo contando com destinao oramentria especfica (e no plenamenteexecutada em 2010) o governo brasileiro no assegurou o provimento da ateno necessria sade destes povos.

    Campinpolis/MTA terra indgena Parabubure, do povo Xavante, localizada a 562 km de Cuiab, apresenta tambm uma taxa de mortalidade infantil alarmante. Segundo noticiou o stioNotcias NX, das 200 crianas nascidas no ano de 2010, 60 morreram em decorrncia de doenas respiratrias, parasitrias e infecciosas, o que corresponde a 40% dototal de nascimentos do perodo. Esta terra indgena est registrada desde 1987, mas a comunidade Xavante sofre com a falta de assistncia adequada em sade, j tendo casos de mortes por desassistncia denunciados pelo Cimi no Relatrio de Violncia contra os Povos Indgenas de 2009.

    As mais de 100 comunidades situadas na regio do Mdio Araguaia reclamam a falta de veculos, de medicamentos e de equipes tcnicas para atender as mais de sete mil pessoas que vivem ali. A situao precria, no h mdicos, enfermeiros e nem meios de transporte para levar os doentes cidade, conforme reportagem publicada no Dirio de Cuiab/MT, em 15/10/2010.

    Tal como ocorre na terra indgena Vale do Javari, os ndices de mortalidade infantil na aldeia Xavante de Campinpolis chegam a quase 100 bitos para cada 1.000crianas que nascem. Em outubro deste ano lideranas indgenas acamparam na sede da Funasa, protestando contra a falta de uma poltica adequada de ateno sade indgena. Apesar das diferentes formas de mobilizao e de luta dos povos indgenas, no dia a dia o que eles encontram o abandono e a omisso.

    Mato Grosso do SulO estado de Mato Grosso do Sul, que abriga uma populao estimada em 40 mil Guarani-Kaiow, recordista em violncias contra os povos indgenas, e concentrou a maioria dos assassinatos de indgenas no pas em 2009: das 60 ocorrncias registradas no Relatrio de Violncias Contra Povos Indgenas, organizado pelo Conselho Indigenista Missionrio, 33 foram praticados neste estado da federao. Ali, as comunidades indgenas so obrigadas a viver em beira de estradas, so expulsas de seus acampamentos e sofrem todo tipo de abusos. Alm disso, registraram-se 19 casos de suicdio no mesmo ano naquele estado, e este ndice 10 vezes superior mdia nacional.

    A dura realidade vivida pelos Guarani-Kaiow em Mato Grosso do Sul est diretamente relacionada com a situao de confinamento em terras insuficientes e sem condies ambientais adequadas. Na reserva de Dourados, por exemplo, eles esto submetidos a circunstncias desumanas e indignas,

  • que se revertem em doenas, em suicdios e em um alto ndice de mortalidade infantil. Para se ter uma idia da dramtica situao, basta uma leitura das manchetes dos jornais da regio: Indgena de 18anos encontra morta em aldeia de Dourados; Identificada indgena assassinada a pedradas; Adolescente indgena assassinado a faca em Amambai; Indgena de14 anos comete suicdio em Sete Quedas ; Indgena morto com golpes de faca em Dourados; ndio morre com machadada no rosto aps confuso em aldeia; Me de 82 anos e filha so mortas a golpes de faco.

    Como possvel construir uma vida digna e adequada para as crianas Guarani-Kaiow, em condies to absurdas e desumanas? A violncia cotidiana, o confinamento,as condies precrias de vida aniquilam as formas tradicionais de acolhimento e de integrao das crianas ao mundo social indgena. No bastasse tudo isso, de acordo com os dados do Distrito Sanitrio de Mato Grosso do Sul a mortalidade infantil nas reas indgenas de 41 mortes de crianas menores de cinco anos para cada 1000 nascidas vivas.

    Jordo/ACUma pesquisa realizada pela Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo demonstrou que a desnutrio infantil no municpio de Jordo, no Acre, atinge nveis muito superiores ao que se registra no restante do Brasil, e se aproxima dos estimados para a frica subsaariana. A diferena que, no caso da cidade acreana, no se trata de falta de recursos naturais ou alimentares na regio, e sim das pssimas condies de vida e da desigualdade no acesso aos bens e recursos.

    Esta pesquisa, realizada pelo enfermeiro Thiago Santos de Arajo, considerou um total de 478 crianas de at cinco anos de idade da zona urbana e rural. Aps fazer as medies de peso e altura, ficou constatado que 35,8% delas apresentaram dficit de crescimento, principal indicador da desnutrio. O valor encontrado alarmante,principalmente quando comparado com a mdia do Brasil, de 7% e da regio norte, de 14,8%. como se tivssemos uma realidade africana em plena floresta amaznica,mostrando que a riqueza natural l encontrada no consegue superar as condies sociais que influenciam na determinao desse problema, pondera o autor do estudo.Crianas indgenas apresentaram os maiores ndices de desnutrio, quase 60%.

    As escolhas do governo brasileiro e seus efeitosOs casos aqui registrados, em diferentes pontos do pas, mostram alguns efeitos das escolhas feitas pelo governo brasileiro, sob o comando do presidente Lula. Privilegiando interesses econmicos e polticos especficos, o governo colabora para tornar hostis as relaes estabelecidas com setores sociais desfavorecidos, em especial as populaes indgenas. A demarcao das terras, dever do Estado, no se tornou prioridade e muitos dos procedimentos demarcatrios se encontram paralisados. Poucas foram as terras regularizadas nos dois mandatos do presidente Lula: ele homologou apenas 88 terras, sendo que muitas delas tiveram os procedimentos iniciados em governos anteriores.

    Assim, enquanto o Brasil segue uma rota supostamente segura em direo ao crescimento e estabilidade, conforme alardeiam os discursos miditicos e as estatstica sgovernamentais, amplia-se o fosso que separa aqueles considerados dignos de viver neste novo Brasil e os que esto fadados ao abandono e excluso. Os povos indgenas, essas gentes consideradas residuais e desnecessrias nos discursos desenvolvimentistas, so desrespeitadas de muitas formas e tem sido condenadas a viver no olho do furaco, atormentadas por interminveis conflitos, vtimas do descaso do poder pblico e, no raramente, so ainda culpabilizadas pelas agresses das quais so vtimas.

    As escolhas principais do presidente Lula, em quase uma dcada de governo, estiveram centradas num projeto que se concretizou particularmente no Plano de Aceleraodo Crescimento, o PAC. No por acaso os bancos e as empreiteiras obtiveram maior lucratividade neste longo perodo. Nos ltimos anos, alm dos tradicionais conflitos envolvendo a posse e demarcao das terras indgenas, estabeleceram-se ainda outros, decorrentes das grandes obras de infra-estrutura, ou de interesses

  • econmicos regionais e locais que hoje encontram amparo nos discursos de progresso a qualquer custo. E o que move a desenfreada marcha desenvolvimentista , obviamente, o interesse econmico de grandes empresas, muitas delas visceralmente ligadas a partidos polticos expressivos no cenrio nacional, atravs de investimentos em campanhas eleitorais.

    No embalo de uma onda de crescimento mundial, o Brasil soube aproveitar as oportunidades e projetar-se como um pas vivel, afirmam muitos analistas polticos. No se pode dizer o mesmo, porm, dos investimentos em polticas sociais. Infelizmente, a marca deste governo neste campo o assistencialismo, que minimiza os impacto simediatos da desigualdade, mas no configura e nem viabiliza a redistribuio efetiva dos bens ou maior equidade no acesso aos recursos culturais disponveis.

    E h um alto preo a pagar pela projeo do desenvolvimento econmico que, na prtica, fortalece apenas os grandes capitalistas sem o devido cuidado com o mbito social. A desregulamentao de certos setores, a fragilizao das leis ambientais, o desmonte da legislao trabalhista, o desrespeito aos preceitos constitucionais, a morosidade nos processos de demarcao das terras indgenas parecem ser estratgias deliberadas, assumidas pelo governo, com consequncias para a vida de centenas de pessoas, e que, portanto, no podem ser vistas como meros efeitos colaterais.

    Ao que parece, trata-se de uma escolha e no propriamente de escassez de recursos para assegurar a vida dos povos indgenas. Vale ressaltar que em 2010 o governo liquidou apenas 64,24% do oramento indigenista e, particularmente nas rubricas relativas segurana alimentar e nutricional e proteo e recuperao da Sade Indgena, foram utilizados apenas 51,36% e 63,69% dos recursos autorizados, respectivamente.

    Sejam quais forem as metas econmicas traadas para o pas, a morte de tantas crianas, pertencentes a povos to massacrados historicamente, no pode ser considerada aceitvel. E, sob nenhuma circunstncia, a negligncia com os direitos desses cidados do presente e do futuro pode encontrar amparo em uma sociedade que define a si mesma como democrtica.

    Tal como o nascimento, na cultura ocidental contempornea, a morte tambm pode adquirir diversos significados mas a morte que decorre da omisso do Estado no pode, de modo algum, ser esquecida. No h como calar a voz diante do extermnio lento e gradativo dos povos indgenas.

    Porto Alegre (RS), janeiro de 2011.

    * Doutora em Educao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Racismo Ambiental | povos indgenas, sade e meio ambiente, territrio, violncia

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  • MORRE MAIS UM TRABALHADOR RURAL EM REA DE CONFLITO Governo Dilma: as esperanas para a Comisso da Verdade. Entrevista especial com Jair

    Krischke Caso Battisti: Eis por que estamos com Lula

    1. Ateno especial:Apie a luta das Reservas Extrativistas da Prainha do Canto Verde, Cear, e de Canavieiras, Bahia. Leia a respeito neste blog, e envie seu nome/entidade, cidade e estado para [email protected].

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    Na ltima dcada, um indgena morreu a cada 12 dias no Vale do Javari - 22/12/2010

    Local: So Paulo - SP Fonte: Amazonia.org.br Link: http://www.amazonia.org.br

    Segundo denncia do Centro de Trabalho Indigenista, descaso com sade resultou na morte de 8% da populao indgena do Vale do Javari nos ltimos 11 anos; situao mais critica dos Kanamary, que perderam 16% da sua populao totalAldrey RiechelO Centro de Trabalho Indigenista (CTI) divulgou ontem (21) mais um relatrio que tenta sensibilizar as autoridades e a populao para as mortes que ocorrem na Terra Indgena do Vale do Javari, no Amazonas, causadas pelo descaso do poder pblico. Nos ltimos 11 anos - de 2000 a 2010 - foram registrados pelo menos 325 bitos, o equivalente a 8% da populao total da terra indgena, por problemas de sade e suicdio. A mdia de uma morte a cada 12 dias.

    A situao afeta principalmente crianas e jovens, principalmente pela ocorrncia de epidemias de hepatite B e D. Os casos mais graves so dos ndios Kanamary, do rio Itacoa, que possuem altas taxas de mortalidade infantil, filria e suicdios, e dos Mayoruna, com altas taxas de portadores crnicos de hepatite B.

    Praticamente a metade de todos esses 325 bitos (46%) foi de crianas com menos de 1 ano de idade. 152 bebs morreram nesse perodo, seguido pelo bito de 58 crianas de 1 a 10 anos (18 % do total) e de 41 jovens com 11 a 25 anos (13 % do total). 70% das mortes causadas por hepatite so de jovens de menos de 25 anos de idade. Alm disso, em 2008 houve duas mortes de criana causada por meningite.

    Cerca de 40% das mortes registradas nesse perodo foram de pessoas do povo Kanamary. Proporcionalmente ao seu tamanho populacional, os Kanamary do Vale do Javari perderam 16% da sua populao total. Junto com os Korubo, um grupo de contato recente que perdeu 15 % da sua populao no perodo, so os povos mais afetados pela situao de sade na regio.

    Problema antigoUm relatrio do Ministrio Pblico Federal (MPF) de outubro de 2008 mostra que o governo j tinha conhecimento do problema h muito tempo. "H pelo menos quinze anos, tcnicos do Ministrio da Sade comprovaram a alta prevalncia de hepatites virais na populao indgena do Vale do Javari, observando-se antes mesmo disso a ocorrncia de bitos atribudos a esta causa naquela rea".

    Ainda segundo o relatrio, "os povos indgenas do Vale do Javari foram inicialmente infectados por hepatites virais, ao que se saibam, durante a dcada de 1970, alguns apenas trs anos aps o contato intertnico com a sociedade nacional". Mesmo assim nenhuma providncia foi tomada para evitar a cadeia de contgio na regio.

    http://www.amazonia.org.br/site_info/sobreosite.cfmhttp://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=41&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=39&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=45&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=43&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=46&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=44&siteid=2http://www.amazonia.org.br/guia/index.cfm?cat_id=38&siteid=2http://www.amazonia.org.br/agenda/http://www.amazonia.org.br/quemquem/http://www.amazonia.org.br/media/http://www.amazonia.org.br/blogs/http://www.amazonia.org.br/opiniao/artigos.cfmhttp://www.amazonia.org.br/noticias/http://www.amazonia.org.br/http://www.amazonia.org.br/newsletterhttp://www.amazonia.org.br/englishhttp://www.amazonia.org.br/http://www.amazonia.org.br/

  • Foram realizadas diversas reunies para tentar conter o avano das mortes na terra indgena, mas segundo o relatrio, "as aes de sade no Vale do Javari sempre estiveram ligadas a um forte esquema de corrupo". O documento realiza um levantamento de todas as reunies, articulaes de movimentos sociais e governo e denncias que j houveram para tentar chamar a ateno para o problema do Javari.

    "Apesar de possuir taxas de mortalidade infantil similar aos paises mais pobres da frica, o Vale do Javari, diferentemente da frica, possui muitos recursos financeiros para cuidar da sade de sua populao, mas esses recursos no esto sendo utilizados onde deveriam", explica o CTI.

    A concluso do estudo o alto ndice de morte dos povos indgenas do Vale do Javari resultado de descaso do governo brasileiro. "A grave situao de sade no Vale do Javari no decorrente da ausncia de recursos, decorrente da ausncia de uma equipe de gestores de sade competentes para lidar com uma rea de oito milhes de hectares, com extrema dificuldade de logstica e da presso e intervenincia dos interesses polticos locais e regionais".

    Vale do JavariLocalizada no sudoeste da Amaznia brasileira, no estado do Amazonas, na fronteira com o Peru, a TI Vale do Javari faz parte de um corredor contnuo de mais de 24 milhes de hectares de reas protegidas.

    A Terra Indgena possui 8,5 milhes de hectares, e a segunda maior terra indgena do Brasil. Homologada em 2001, vivem nela cerca de 4 mil indgenas dos povos Marubo, Mayoruna, Matis, Kulina e Korubo, da famlia lingstica Pano; e os Kanamary, da famlia Katukina. Alm dessa populao de ndios contatados, existem pelo menos 27 registros de grupos indgenas isolados, sendo junto com o Acre a maior concentrao de ndios isolados do mundo.

    Leia o relatrio do CTI sobre a situao da sade do Vale do Javari

    http://www.amazonia.org.br/arquivos/374372.doc

  • Globo.comPrimeira PginaAmaznia no OrkutNotciasVdeos

    11/12/10 - 13h49 - Atualizado em 11/12/10 - 14h24

    ndios de tribo isolada so visitados pela Funai no AmazonasFundao estima que 10 mil ndios ainda vivam escondidos nas matas.Linguista tenta conversar com indgenas isolados de civilizao.

    Do G1, com informaes do Jornal Hoje

    Agentes da Fundao Nacional do ndio (Funai) visitaram os quase desconhecidos Korubos, um grupo indgena que foi contatado pela primeira vez recentemente. Atualmente, o Brasil ainda tem cerca de 10 mil ndios que vivem isolados, longe de qualquer contato com o resto do mundo, segundo estimativa da Funai.

    Veja o site do Jornal Hoje

    Com a ajuda de um barco, o linguista Sanderson Soares, da Funai, tentou conversar com cinco korubos que vivem escondidos na mata, afastados da civilizao.

    A Funai acredita que, dos mais de 10 mil ndios que ainda vivem escondidos nas florestas brasileiras, alguns grupos estejam quase extintos. Dos Akunt'su, de Rondnia, por exemplo, sobraram apenas cinco pessoas. Mas o Vale do Rio Javari, na fronteira do Amazonas com o Peru, ainda preserva quatro grandes grupos isolados.

    Nessa regio est a maior concentrao de povos isolados do Brasil, inclusive confirmados. Pode ser a maior concentrao do mundo, diz Elias Bigio, responsvel pela Coordenao Geral de ndios Isolados e de Recente Contato da Funai.

    Em uma floresta protegida nessa regio, quase do tamanho de dois estados do Rio de Janeiro, moram mais de 8 mil ndios. Metade deles vive completamente afastada da civilizao.

    KorubosDe acordo com a Funai, os primeiros contatos com os Korubos terminaram em morte. Em 1996, depois de uma das brigas, uma parte dos Korubos fugiu da aldeia e foi morar na beira do Rio Itacoa.

    Dessa nova tribo, a Fundao conseguiu se aproximar e chegou a montar uma base no local.

    http://video.globo.com/Videos/0,,GOD0-5633-tema-3447,00.htmlhttp://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,AMO0-16052-16052,00.htmlhttp://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL728890-16052,00.htmlhttp://www.globoamazonia.com/http://www.globo.com/http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1626736-16052,00-BRASIL+TEM+MAIS+DE+GRUPOS+INDIGENAS+ISOLADOS+APONTA+FUNAI.htmlhttp://g1.globo.com/jornal-hoje/

  • Do ltimo contato, a tribo cresceu, est cheia de crianas. A vida no mudou muito. Os homens ainda usam bordunas para se defender, zarabatanas e arcos para caar. S falam idioma Korubo. Quem comanda a aldeia a temida May. E a prpria cacique quem corta cabelo na tribo.

    Naquela conversa beira do rio, o linguista Sanderson contou aos cinco ndios que os parentes que fugiram da tribo h 14 anos estavam bem. Os isolados disseram que se lembravam de May, mas achavam que ela estava morta.

    O objetivo principal [dessa conversa] era preveni-los do risco que eles correm, porque eles aparecem todo vero nas margens dos rios e podem ser contaminados por doenas, diz o linguista.

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    Per saca a la luz imgenes de un pueblo indgena no contactado 30 noviembre 2010

    Un grupo de indgenas nanti de Per. Survival

    El Departamento de Asuntos Indgenas de Per, Indepa, ha emitido un vdeo de miembros no contactados del pueblo indgena nanti, que vive en la remota Amazonia peruana.

    Las imgenes se tomaron el ao pasado durante una expedicin de Indepa a la Reserva Nanti Kugapakori Nahua, en el sureste de Per.

    An no est claro si se estableci contacto con los indgenas, que son extremadamente vulnerables a las enfermedades que traen los forneos.

    Los medios han especulado con que los nanti son un pueblo indgena desconocido, nmada o perdido. En realidad, se tiene buen conocimiento sobre ellos y viven en una reserva que ha sido delimitada para su proteccin.

    Los nanti son un pueblo indgena cazador que tambin cultiva huertos alrededor de sus comunidades. Son unas 500 personas aproximadamente. Ms o menos la mitad de ellas mantienen contactos regulares con forneos, mientras que otras han decidido mantenerse en aislamiento voluntario.

    La legislacin peruana no impide a las empresas petroleras trabajar en zonas habitadas por pueblos indgenas no contactados y, a pesar de los esfuerzos del Gobierno, las madereras ilegales siguen saqueando el territorio de los indgenas aislados.

    Survival ha escrito a Indepa para que ofrezcan aclaraciones sobre las circunstancias que llevaron al contacto con los nanti, y ha preguntado sobre las medidas de precaucin que se tomaron para prevenir el contagio de enfermedades.

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  • Comunicacin intercultural para un mundo ms humano y diverso

    Amazona: IIRSA y los pueblos indgenas aislados y vulnerables

    - El Puente Billinghurst y la Interocenica: punto de no retorno para el genocidio y la devastacin de la AmazonaPor Pablo Cingolani*

    Desarrollo y Amazona ya no son ms que un oxmoron. A medida que avanzan las polticas desarrollistas y neo extractivistas de los gobiernos de la regin, avanza la destruccin de la naturaleza y el etnocidio genocida de los pueblos originarios que la habitan.

    La encrucijada es ms acuciante que nunca: o se detiene la penetracin capitalista o desparecern los pueblos indgenas y los bosques. O se detiene la Iniciativa para la Integracin de la Infraestructura Sudamericana que alientan de manera decidida el estado brasileo y los dems gobiernos de la

    regin, los bancos multilaterales y las trasnacionales, o la selva y los indios sern imgenes y recuerdos del museo del horror de la violenta conquista de la ltima frontera interna continental para abrirla al saqueo de sus recursos naturales, el cambio irreversible de su ecosistema y la extincin fsica de sus culturas.

    Brasil se ha convertido en una de las diez mayores economas del mundo y la suya representa ms de la mitad de la actividad econmica sudamericana. El PIB brasileo corresponde al 55 % del PIB de Amrica del Sur. El nuevo monstruo del capitalismo se ha fijado una meta que coloca a la Amazona en el centro del escenario mundial, convirtindola en el ms importante espacio geoestratgico de este an flamante siglo XXI: abrir la Amazona a la explotacin masiva de sus recursos naturales, completando su dominio territorial y su inexorable marcha hacia el oeste.

    El prerrequisito complementario para su cumplimiento era romper el escollo geogrfico que las grandes selvas y los grandes ros representaron histricamente como freno a la penetracin del transporte, las mquinas, los mercados y las grandes corporaciones. De all que la apertura del territorio amaznico y su vinculacin fsica con los puertos de exportacin de los dos ocanos ms importantes de la Tierra, el Atlntico y el Pacfico, y a travs de ellos con el resto del mundo globalizado, es el objetivo principal de la llamada Iniciativa para la Integracin de la Infraestructura Sudamericana, ms conocida por su sigla IIRSA, que se puso en marcha en agosto del ao 2000 en Brasilia. Tan slo diez aos y algunos meses despus, la IIRSA est a punto de lograrlo.

    http://www.servindi.org/actualidad/35776http://www.servindi.org/actualidad/35776

  • Cuando se terminen las obras de construccin del puente Billinghurst sobre el ro Madre de Dios, que unir la ciudad de Puerto Maldonado con el casero de El Triunfo, ambos en el Departamento de Madre de Dios, en el extremo sudoriental de la Repblica del Per, y con ello se culmine la construccin del llamado Corredor Vial Interocenico Sur Per-Brasil, la historia sudamericana cambiar para siempre.

    Ante todo, se habr logrado cumplir el anhelo imperial de dos siglos de unir los dos ocanos por el corazn del continente que sigue siendo el que atesora los ms vastos recursos de agua, energa, biodiversidad y tierras del planeta (1). Luego, se concretar lo acordado en secreto cuarenta aos atrs entre el entonces presidente norteamericano Richard Nixon y el entonces dictador militar brasileo Emilio Garrastaz Mdici, de construir una carretera interocenica (2). Finalmente, el ms vasto plan de recolonizacin capitalista de Sudamrica, de asalto a sus recursos naturales al servicio de las trasnacionales y el empresariado podr exhibir una anhelada y primera gran victoria sobre la geografa, la naturaleza y los pueblos, inaugurando por primera vez en la historia una carretera de ms de 5000 kilmetros con puentes que aguantan hasta 60 toneladas de peso y que permitirn el flujo permanente de inversiones y mercancas de un ocano a otro, y la consecuente apertura irreversible del espacio amaznico al mercado mundial.

    La inauguracin del puente Billinghurst y de la biocenica est prevista entre enero y abril de 2011, antes de que se lleven a cabo las elecciones presidenciales en Per, pautadas para el 10 de abril y donde Alan Garca, el gran impulsor de las obras del IIRSA en su pas, se despide de su segunda gestin. Seguramente al acto de inauguracin concurrirn la recin electa presidenta del Brasil, Dilma Rousseff, y el actual presidente de Bolivia, Evo Morales, que acaba de firmar con Garca una acta para la construccin de un tramo carretero de 80 kilmetros que vincule de manera directa a Bolivia con la interocenica, que por cientos de kilmetros corre casi paralela a la frontera boliviana. El tramo Nareuda-Extrema-San Lorenzo, acordado por los presidentes, es tambin parte de los planes del IIRSA (3).

    Qu pasar despus que se inaugure el puente colgante ms largo del Per, de 722 metros de

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  • longitud? Es importante tratar de poner esta obra en contexto histrico para entender la magnitud de los trgicos impactos que acarrear.

    Hasta ahora, la navegacin de los ros era la forma ms efectiva de penetracin a la selva. Cuando se produjo el fenmeno del auge de la extraccin del caucho entre los aos 1870 y 1914, la primera incorporacin forzosa de la Amazona continental al mercado mundial, los ros se convirtieron en la va de ingreso de miles y miles de personas ajenas a la selva que ocasionaron un genocidio entre los pueblos indgenas que hasta hoy sigue siendo ocultado y silenciado.

    Las actuales fronteras entre Brasil, Per y Bolivia en los territorios atravesados ahora por la interocenica y su zona de influencia nacen de esta invasin violenta que esclaviz a pueblos enteros para obligarlos a trabajar en la recoleccin del caucho y que condujo a la desaparicin fsica de muchos de ellos. Algunos se refugiaron monte adentro, en las cabeceras de los ros donde estos ya no eran navegables, y as pudieron evitar el exterminio. Son los que actualmente conocemos como pueblos indgenas aislados o pueblos indgenas aislados voluntariamente.

    Un siglo despus de esta hecatombe tnica, muchos de esos pueblos que eligieron la libertad al aniquilamiento, fueron forzados a travs de misiones religiosas, a salir de su aislamiento y se encuentran en la situacin llamada de contacto inicial con la sociedad nacional hegemnica de sus pases, situacin de extrema vulnerabilidad para la supervivencia de su modo de vida y de su cultura, amenazados por la lenta desaparicin de la misma, tragedia que se conoce como etnocidio.

    La apertura de la interocenica y la inauguracin del puente Billinghurst dejaran en el pasado la historia fluvial de la Amazona: los ros ya no sern la nica manera de penetrar el territorio y menos un escollo para esa penetracin. El primer puente sobre un ro mayor de la Amazona Sur es el smbolo perfecto de esa globalizacin vigente, y de la escala planetaria de las relaciones econmicas, polticas y sociales que ha impuesto en el mundo.

    Hoy, una interconexin como la que provocar el puente, por ms lejanas o abandonadas desde el punto de vista nacional que parezcan las regiones donde ste influir, es posible para ese nuevo orden mundial, basado en el desarrollo de fuerzas productivas a escala global y donde, por eso mismo, las agresiones y las amenazas se han vuelto planetarias. El puente, insistimos, es el smbolo perfecto de la IIRSA que es el otro nombre de la globalizacin en Sudamrica.

    Cuando est disponible para su uso, se calcula que un promedio de 1500 camiones de alto tonelaje pasaran por all por da. Esto no ser sino el impacto ms visible que tendr la interconexin biocenica en la Amazona. Detrs de los camiones, vendrn ms madereros ilegales, ms mineros desesperados por el oro, ms colonizacin desordenada, ms narcotraficantes y lo que es peor: vendrn las empresas nacionales y trasnacionales mineras, petroleras y agroexportadoras de la mano de los gobiernos para explotar hasta el ltimo rincn de la selva, ahora abierta ya no por los ros, sino por los caminos de la IIRSA, como lo prueba este primer corredor interocenico.

    De all que su inauguracin no har otra cosa que acelerar los procesos de genocidio y etnocidio histricos contra los pueblos indgenas, provocando la desaparicin definitiva de los ltimos pueblos indgenas aislados de la selva amaznica al ser invadidas sus tierras como consecuencia de la nueva dinmica de agresin que traer aparejada la carretera; a la vez, las comunidades indgenas y nativas ya establecidas, tambin sufrirn el mismo despojo: se radicalizar la invasin de sus territorios y ellos se vern forzados o a emigrar a las ciudades para protegerse o resistir esta ofensiva terrorfica.

    La situacin actual de las comunidades indgenas se caracteriza por los conflictos permanentes por la defensa de sus territorios, qu pasar cuando las empresas ya no tengan barreras para poder ingresar a donde lo deseen, all donde haya un recurso natural a ser explotado? Como decamos al principio, si no se detiene la penetracin capitalista, los pueblos indgenas desaparecern, desaparecern sus comunidades, sus modos de vida, sus costumbres, sus tradiciones, y una vez desaparecidos los pueblos que defendan la selva porque era esencial para su supervivencia y su cultura-, desaparecer tambin la selva misma, quemada, deforestada y arrasada para la ocupacin

  • definitiva de su espacio para los negocios agrcolas y ganaderos extensivos como ya sucede en los estados brasileros de Acre y de Rondonia- y la construccin de nuevas ciudades.

    Lamentablemente, con el puente Billinghurst, estamos llegando a un punto de no retorno de la trgica historia sudamericana, especialmente de la Amazona. La condena a estos planes de penetracin y de apertura de las selvas, con el vergonzoso costo humano que esto traer aparejado, debera ser unnime. Sin embargo, hay que decirlo: por ms que el impacto, la agresin y la amenaza sean globales, hoy pocos saben, incluso en la propia Amrica del Sur, lo que est pasando en la Amazona Sur, y mucho menos lo que puede pasar. Habra que parar el genocidio y el etnocidio, habra que parar la devastacin, pero estamos lejos de poder hacerlo. El mundo sensible debera pronunciarse y actuar. Y nosotros, desde ac, movilizarnos. Ms que nunca.

    Ro Abajo, Bolivia, 21/11/10Notas:(1) Los Estados Unidos de Norteamrica forzaron a Brasil a declarar en 1866 la libre navegacin por el Amazonas. Per abri sus ros dos aos despus. La libre navegacin no slo propici el comercio, sino la biopiratera, como lo prob Henry Wickham robando 70.000 semillas de caucho en 1876. Con el tiempo, esto hundi a la produccin cauchera amaznica.

    (2) Ver Roberto Ochoa: Nixon y la Interocenica. La Repblica, Lima, 21 de agosto de 2009

    (3) Ver Declaracin de Ilo, firmada el 19 de octubre de 2010, entre Alan Garca Prez y Evo Morales Ayma. All se expresa La decisin de iniciar en el curso del primer semestre del ao 2011las gestiones necesarias para el financiamiento y construccin del asfaltado de los 80 kilmetros de la carretera Nareuda Extrema -San Lorenzo, lo que permitir vincular a los Departamentos de Pando

    y Beni en Bolivia con la Regin de Madre de Dios y el puerto de Ilo en el Ocano Pacfico, constituyndose en un nuevo eje de interconexin con la carretera interocenica del Sur. Ver: http://portal.andina.com.pe/EDPEspeciales/especiales/2010/octubre/DECLARACION_ILO_2010.pdf

    * Pablo Cingolani es historiador, periodista y explorador. Naci en Buenos Aires, Argentina, en 1963. Reside en La Paz, Bolivia, desde 1987.

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