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Determinantes sociais e comportamentais do consumo de álcool Paula Cristina Sousa Serôdio Dias Universidade do Porto PORTO, 2008

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Determinantes sociais e comportamentais do consumo

de álcool

Paula Cristina Sousa Serôdio Dias

Universidade do Porto

PORTO, 2008

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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Determinantes sociais e comportamentais do consumo

de álcool

Dissertação de candidatura ao grau de Mestre em Saúde Pública.

Trabalho realizado no Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de

Medicina da Universidade do Porto sob a orientação da Professora Doutora

Carla Lopes.

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Agradecimentos

À Prof. Carla Lopes agradeço, profundamente, todo o empenhamento, energia e

disponibilidade que dedicou a esta dissertação e por todos os ensinamentos que

tornaram possível a elaboração deste trabalho.

À Zélia, Ana Brandão, Evelina e ao Jorge Topa por tantas horas de apoio, amizade e

solidariedade e por toda a contribuição na realização deste trabalho.

Às minhas colegas de mestrado Andrea, Liliana, Maria José, e Sofia por todo o

envolvimento e amizade.

À Andreia Oliveira do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina

da Universidade do Porto por todo o apoio prestado.

À minha família, especialmente aos meus pais, por toda a paciência e ajuda nos

momentos mais difíceis.

Aos meus filhos, Mafalda e João Miguel pelo muito tempo que lhes roubei para que

este projecto se tornasse viável.

Ao Centro Regional de Alcoologia do Norte pelas condições proporcionadas para a

viabilização deste trabalho.

Ao João, por todo o amor e por ter sempre acreditado em mim.

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Índice

Resumo

4

Abstract

10

Introdução

15

Objectivos

21

Participantes e Métodos

22

Principais Resultados

29

Discussão

34

Conclusões

40

Referências bibliográficas

42

Artigo 1: Alcohol consumption in an urban population of Portuguese adults

49

Artigo 2: Social and behavioural determinants of alcohol consumption

70

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RESUMO

Introdução: O álcool é actualmente um dos factores de risco com maior

impacto na ocorrência de doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com os

estilos de vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 9,2% da carga

global de doença é atribuível ao álcool, sendo de 14% no sexo masculino e de 3,3%

no sexo feminino, somente excedida pelo tabaco e pela hipertensão arterial.

A cultura mediterrânica tem servido de exemplo das “wet culture” por

apresentar como principais características a ampla acessibilidade e disponibilidade

das bebidas alcoólicas, perfeitamente integradas nas actividades quotidianas, e que

contribuem para que Portugal seja, entre os países membros da União Europeia, um

dos maiores consumidores de álcool per capita.

Na Europa, tem-se verificado uma tendência para a homogeneização dos

padrões de consumo de álcool. No entanto, à semelhança de outros países do Sul da

Europa, como a França, Itália e Grécia, em Portugal, o vinho continua a ser,

particularmente nos homens, o tipo de bebida alcoólica preferencialmente consumida.

A maior parte dos estudos comparativos do consumo de bebidas alcoólicas são

feitos com base nas análises das vendas declaradas de bebidas alcoólicas. Contudo,

este tipo de informação não permite efectuar uma análise detalhada do consumo em

sub-grupos definidos, por exemplo, por sexo, idade e escolaridade. Para esse fim, são

necessários dados ao nível individual provenientes de questionários aplicados a

amostras representativas da população.

Apesar de ser extensivamente estudada, a relação entre o estatuto

socioeconómico, os factores comportamentais e o consumo de álcool não deixa de ser

controversa. Alguns estudos mostram que os grupos sociais desfavorecidos e menos

escolarizados têm frequentemente um risco superior de consumirem bebidas

alcoólicas, comparativamente com os grupos de estatuto social superior. No entanto,

outros estudos têm evidenciado uma relação positiva entre consumo de álcool e

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estatuto socioeconómico. Outros aspectos como o tipo e a frequência de consumo de

bebidas alcoólicas de acordo com o estatuto socioeconómico são importantes de

analisar dado que variam entre as populações.

Em muitos estudos tem sido encontrada uma associação positiva entre

consumo de tabaco, inactividade física e o consumo de álcool. Também tem sido

explorada, em vários estudos, a relação entre consumo de álcool e a dieta alimentar,

mas os resultados encontrados permanecem controversos.

Apesar do reconhecimento da influência dos factores sociais e

comportamentais nos padrões de consumo de bebidas alcoólicas, a investigação no

âmbito dos problemas relacionados com o álcool tem sido direccionada sobretudo

para as consequências do consumo de álcool e não tanto para os seus determinantes.

Uma informação individual pormenorizada relativamente à quantidade,

frequência e ao tipo de bebida alcoólica mais consumida, à caracterização dos

consumidores e dos factores socioeconómicos e comportamentais relacionados com o

consumo de álcool é necessária para a implementação de acções e de programas de

prevenção que pretendam reduzir os factores de risco.

Objectivo: O objectivo deste estudo foi avaliar o consumo de álcool e os seus

determinantes sociais e comportamentais numa amostra representativa da população

adulta do Porto.

Participantes e Métodos: A amostra foi seleccionada no âmbito do estudo de

base populacional denominando de EPIPorto, desenvolvido no Serviço de Higiene e

Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Foram avaliados 2488 indivíduos de nacionalidade Portuguesa, residentes no

Porto, com idades compreendidas entre os 18 e os 92 anos, seleccionados através da

aleatorização de dígitos telefónicos e cuja proporção de participação foi de 70%. Dos

2488 participantes foram excluídos 74 para a presente análise: 56 indivíduos que

apresentaram pontuação inferior a 24 num teste rápido de avaliação de capacidades

cognitivas (Mini Mental State Examination), e 18 indivíduos que apresentaram

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ausência informação em variáveis chave. A amostra final ficou assim constituída por

2414 indivíduos (1489 mulheres e 925 homens).

Os dados foram obtidos através de um questionário estruturado com

informação de natureza demográfica e social (idade, escolaridade, actividade

profissional e outros), história pessoal e familiar de doença, e características

comportamentais (actividade física, hábitos tabágicos, e hábitos alimentares).

A informação relativa ao consumo de álcool e ao tipo de bebidas alcoólicas

consumidas (vinho, cerveja e bebidas brancas/espirituosas), no ano anterior à

realização da entrevista, foi obtida através de um questionário semi-quantitativo de

frequência alimentar validado. Foram classificados como não bebedores, os que

nunca consumiram bebidas alcoólicas ou que o faziam menos de uma vez por mês.

Foi realizada também uma avaliação do consumo de bebidas alcoólicas ao

longo da vida (tempo de exposição, tipo, frequência e quantidade de bebidas

alcoólicas consumidas) através de um questionário aplicado por entrevistadores

treinados. Foram classificados como bebedores os que consumiam pelo menos um

copo de bebida alcoólica por semana e como ex-bebedores os que tinham deixado de

beber, há pelo menos 6 meses.

Com base nos limites estabelecidos pela American Heart Association foram

ainda definidos como consumidores moderados, os indivíduos que ingeriam até 15

g/dia de álcool no caso das mulheres, e até 30 g/dia no caso dos homens, e como

consumidores excessivos os que ingeriam quantidades superiores.

A comparação de proporções foi realizada usando o teste de Qui-quadrado, e a

comparação das variáveis quantitativas contínuas foi realizada através do teste

Kruskal-Wallis. Para estimar a magnitude da associação entre as variáveis sociais e

comportamentais e o consumo de álcool, foram calculados odds ratios (OR) e os

respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%) através de regressão logística não

condicional e de regressão logística multinomial. O modelo final, separadamente por

sexos, incluiu como variáveis independentes a idade (18-39, 40-59 e 60 ou mais

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anos), a escolaridade ( ≤ 4, 5-11, ≥ 12 anos), os hábitos tabágicos (não fumadores,

fumadores e ex-fumadores), o exercício físico (pratica regularmente, não pratica) e o

consumo de fruta e vegetais (≥ 5 porções por dia, < 5 porções por dia).

Resultados: A prevalência de consumidores de bebidas alcoólicas foi de

81,9% (93,9% nos homens e 74,0% nas mulheres). A prevalência de bebedores

regulares foi superior nos homens (80,0% vs. 44,6%), no grupo etário dos 40 aos 59

anos (50,3 % nas mulheres e 85,7% nos homens) e nos menos escolarizados (50,0%

nas mulheres e 85,9% nos homens). A prevalência de ex-bebedores foi de 8,5% nas

mulheres e de 6,1% nos homens.

A média diária de consumo de álcool na população total foi de 6,8 g/dia nas

mulheres e de 32,2 g/dia nos homens. O vinho foi a bebida com um maior contributo

para o total de álcool ingerido (6,3 g/dia nas mulheres e 24,8 g/dia nos homens).

Contudo, nos homens da classe etária dos 18-39 anos, o consumo de cerveja, em

quantidade média diária, foi superior ao consumo de vinho (156,7 vs. 99,1 g de

bebida/dia). Considerando apenas os bebedores, a média de consumo de álcool ao

longo da vida (13,2 g nas mulheres e 45,7 g nos homens) foi superior à média de

consumo no ano anterior (12,7 g nas mulheres e 37,7 g nos homens).

A frequência de consumo de bebidas alcoólicas no ano anterior à data da

entrevista foi superior no grupo etário dos 40-59 anos comparando com os indivíduos

mais novos (OR=1,33; IC95%: 0,99-1,80 nas mulheres; OR=1,99; IC95%: 1,18-3,34

nos homens). Independentemente dos outros factores, os indivíduos mais

escolarizados (≥12 anos) apresentaram uma menor probabilidade de consumo,

particularmente as mulheres (OR=0,62; IC95%: 0,46-0,83). Em ambos os sexos, o

consumo de álcool associou-se positivamente com o tabaco (OR=1,89; IC95%:1,39-

2,57 nas mulheres e OR=1,60; IC95%:1,01-2,54 nos homens) e negativamente com o

consumo de fruta e vegetais (OR=0,80; IC95%:0,65-0,99 nas mulheres; OR=0,64;

IC95%:0,43-0,94 nos homens).

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Em ambos os sexos, observou-se uma prevalência de consumidores de vinho

superior no grupo etário dos 40-59 anos (53,4% nas mulheres e 85,7% nos homens) e

nos indivíduos com níveis de escolaridade mais baixos (53,5% nas mulheres e 84,8%

nos homens). Após ajuste, o consumo de vinho associou-se positivamente e de forma

significativa com a idade e inversamente com o nível de escolaridade, nas mulheres, e

com o estatuto profissional, nos homens. Por outro lado, o consumo de cerveja e

bebidas destiladas associou-se positivamente com o nível de escolaridade,

particularmente nos homens (OR=1,65; IC95%:1,16-2,35).

Em ambos os sexos, foi encontrada uma associação positiva entre o consumo

de qualquer tipo de bebida alcoólica e o consumo de tabaco. Nas mulheres, foi

encontrada uma associação positiva entre o consumo de cerveja e bebidas destiladas

e a prática regular de exercício físico (OR=1,59; IC95%:1,18-2,13).

Os bebedores excessivos, comparativamente com os não-bebedores, eram

significativamente mais velhos (≥60 vs. 18-39 anos: OR=3,18; IC95%:1,82-5,55 nas

mulheres; OR=2,81; IC95%:1,60-4,92 nos homens), apresentavam um nível de

escolaridade inferior (≥12 vs. ≤4 anos: OR=0,46; IC95%:0,30-0,71 nas mulheres;

OR=0,43; IC95%:0,24-0,76 nos homens) e eram mais frequentemente fumadores

(OR=1,51; IC95%:0,93-2,46 nas mulheres; OR=2,08; IC95%:1,23-3,52 nos homens).

Os bebedores excessivos apresentaram ainda uma menor probabilidade de

consumirem cinco ou mais porções de fruta e vegetais por dia (OR=0,68; IC95%:0,50-

0,93 nas mulheres; OR=0,56; IC95%:0,34-0,79 nos homens).

Conclusões: A prevalência de bebedores com um consumo de álcool superior

a 30 g/dia foi particularmente elevada nos homens (46,9%). Os indivíduos mais velhos

eram mais frequentemente bebedores regulares. O vinho foi a bebida com maior

contributo para o total de álcool consumido, embora nos homens mais novos a cerveja

seja a bebida, em quantidade média diária, mais consumida.

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Os determinantes encontrados para o consumo de bebidas alcoólicas foram a

idade, o baixo nível de escolaridade, o consumo de tabaco e o baixo consumo de fruta

e vegetais.

Intervenções específicas no âmbito da saúde pública devem levar em linha de

conta o efeito dos determinantes sociais e comportamentais no consumo de álcool, de

forma a reduzir a sua prevalência na população Portuguesa.

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ABSTRACT

Introduction: Alcohol consumption is one of the most important health

determinants. According to the World Health Organization, alcohol is responsible for

9.2 % of the global burden of disease (3.3% in women and 14.0% in men), being a

major contributor to preventable morbidity and mortality worldwide, only exceeded by

tobacco and high blood pressure.

Mediterranean culture has been used as an example of “wet cultures”

concerning alcohol consumption. One of the main characteristics of this culture is its

high alcoholic beverages’ availability and a high level of integration of drinking in

everyday life, which places Portugal into one of the countries with higher alcohol

consumption per capita, within the European Union.

In Europe, it has been found evidence of homogenisation in type beverage

preferences but, as in other Southern European countries, such as France, Italy, and

Greece, in Portugal, wine is still the main alcoholic beverage.

Most comparative studies are based on analyses of alcoholic beverages sales,

but this kind of data does not allow detailed analyses of alcohol consumption according

to, for example, sex, age, and education. So, individual-level data, based on

representative surveys, are needed for a better description of alcohol consumption

patterns.

The relation between social-economical status (SES), behavioural factors and

alcohol consumption has been extensively evaluated. However, the findings have been

controversial. Some studies have shown that individuals with low social-economical

status are often at higher risk of being alcohol drinkers compared to individuals with

higher social-economical status. On the other hand, studies also suggested that

alcohol consumption is positively associated with social-economical status. Moreover,

the information about the type of alcoholic beverage frequently consumed, according to

SES, is scarce.

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There are many studies exploring the relation between smoking and physical

inactivity that show the latter’s positive association with alcohol consumption, but

concerning the association between dietary habits and alcohol consumption few

studies are available and the results still controversial.

A better understanding of the social and behavioural determinants of alcohol

consumption enhances the chance of developing effective programmes to prevent

alcohol misuse.

Despite the awareness of the influence of social and behavioural factors on

alcohol consumption patterns, research in the alcohol related problems area has not

adequately focused its attention on determinants of alcohol consumption. Since this

relation is not evident, and since alcohol consumption estimates based on alcohol sale

official statistics do not convey information on alcohol consumption patterns and its

social determinants, more detailed individual information about the most consumed

type of alcoholic drink, consumer characterisation, and socio-economic and

behavioural factors linked to alcohol consumption is necessary in order to implement

prevention actions and programmes intended to reduce risk factors.

Objective: The purpose of this study was to report the alcohol consumption of

an urban sample of Portuguese adults and to evaluate its social and behavioural

determinants.

Participants and Methods: Study participants were selected, by random digit

dialling, within the non-institutionalized adult population of Porto - the EpiPorto study,

conducted in the Hygiene and Epidemiology Department of Porto Medical School,

during 1999-2003. The study evaluated 2488 individuals, with Portuguese nationality,

aged ≥18 years and residents in Porto. A participation of 70% was achieved.

Out of 2488 participants, 74 had to be excluded: 56 because they scored less

than 24 in the Mini Mental State Examination, which evaluates the cognitive impairment

among persons aged over 64 years and 18 individuals because presented missing

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data on key variables. The final sample included 2414 subjects (925 men and 1489

women).

Data were obtained, by trained interviewers, using a structured standard

questionnaire comprising data on social-demographic, personal and family medical

history, and behavioural characteristics.

Data concerning alcohol consumption and the type of alcoholic beverage (wine,

beer, and spirits) consumed were assessed using a questionnaire reporting the lifetime

alcohol consumption (exposure time, type of alcoholic beverage, frequency, and

amount) and also by a validated semi-quantitative food frequency questionnaire,

concerning the previous 12 months.

Non-drinkers were defined as those individuals who had never consumed

alcohol or who had consumed it less than once per month. Drinkers were defined as

those who consumed al least one glass of any alcoholic drink per month. According to

the American Heart Association, moderate drinkers were defined as those who drank

equal or less than 15g/day of alcohol for women, and equal or less than 30g/day for

men, and high-intake drinkers as those who drunk higher amounts.

Proportions were compared using the Chi-squared test. To estimate the

magnitude of the association between alcohol consumption and social and behavioural

characteristics, odds ratios (OR) and the respective 95% confidence intervals (95%CI)

were computed using unconditional logistic regression and logistic multinomial

regression. The final multivariate model included age (18-39, 40-59, and 60 and more

years), education levels (≤4, 5-11, ≥12 years), smoking status (non-smokers, smokers,

and ex-smokers), regular physical exercise (yes, no) and the fruit and vegetables

intake (≥ 5 portions/day, < 5 portions/day).

Results: The overall lifetime prevalence of alcohol drinking was 81.9% (74.0%

in women and 93.9% in men, p<0.001). The prevalence of regular drinkers was higher

among men (80.0% vs. 44.6%), in the 40-59 years group (50.3% in women and 85.7%

in men) and within subjects with less than 5 years of education (50.0% in women and

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85.9% in men). The prevalence of ex-drinkers was of 8.5% in women and 6.1% in

men.

The mean of alcohol consumption in the overall sample was 6.8 g/day in

women and 32.2 g/day in men. Wine was the beverage with higher contribution to the

total amount of alcohol consumed (6.3 g/day in women and 24.8 g/day in men).

However, in men aged 18-39, beer consumption, in daily quantity, was higher than

wine consumption (mean=156.7 vs. 99.1 g/day). Considering only the alcohol drinkers,

the mean lifetime alcohol consumption (13.2 g in women and 45.7 g in men) was

higher than the mean alcohol consumption during the previous year (12.7 g in women

and 37.7 g in men).

Current alcohol drinking was positively associated with age (40-59 vs. 18-39

years: OR=1.33; 95%CI: 0.99-1.80 in women; OR=1.99; 95%CI: 1.18-3.34 in men) and

smoking (OR=1.89;95%CI:1.39-2.57 in women and OR=1.60;95%CI:1.01-2.54 in men).

Independently from other factors, more educated individuals presented a lower

probability of current drinking, particularly in women (≥12 vs. ≤4 years: OR=0.62;

95%CI: 0.46-0.83). Also, the daily consumption of five or more portions of fruit and

vegetables was negatively associated with alcohol drinking in both sexes

(OR=0.80;95%CI:0.65-0.99 in women; OR=0.64; 95%CI:0.43-0.94 in men).

After adjustments, wine consumption was positively associated with age in both

sexes (40-59 vs. 18-39 years: OR=1.75;95%CI:1.29-2.36 in women and

OR=3.45;95%CI:2.21-5.39 in men). Only among women was found that wine

consumption was positively associated with smoking (smokers vs. non-smokers:

OR=1.51;95%CI:1.12-2.04) and inversely associated with the educational level (≥12 vs.

≤years: OR=0.60;95%CI:0.45-0.81).

Spirits and beer consumption was negatively associated with age in both sexes

(≥60 vs. 18-39 years: OR=0.23;95%CI:0.14-0.38 in women and OR=0.45;95%CI:0.28-

0.71 in men), but positively associated with education, although only in men (5-11 vs

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≤4 years: OR=1.65; IC95%:1.16-2.35). For both men and women, beer and spirits

consumption was positively associated with smoking.

For both sexes, the consumption of any type of alcoholic drink was positively

associated with smoking (smokers vs. non-smokers: OR=2.47; 95%CI: 1.76-3.47 in

women and OR=1.69; 95%CI: 1.18-2.42 in men). Among women, also regular physical

exercise was positively associated with beer and spirits consumption (OR=1.59;

95%CI: 1.18-2.13).

High-intake drinkers, compared to non-drinkers, were significantly older (≥ 60

vs. 18-39 years: OR=3.18; 95%CI:1.82-5.55 in women; OR=2.81; 95%CI:1.60-4.92 in

men) had lower education (≥12 vs. ≤4 years: OR=0.46; 95%CI:0.30-0.71 in women;

OR=0.43; 95%CI:0.24-0.76 in men) and were more frequently smokers (OR=1.51;

95%CI:0.93-2.46 in women; OR=2.08; 95%CI:1.23-3.52 in men).

High-intake drinkers presented also a lower probability of consuming 5 or more

portions/day of fruit and vegetables (OR=0.68; 95%CI: 0.50-0,93 in women;

OR=0.56;95%CI:0.34-0.79 in men).

Conclusions: The prevalence of high-intake drinkers, was particularly high

among men (46.9% with an alcohol mean intake>30 g/day). Older individuals were

more frequently regular alcoholic drinkers. Wine accounted for most of the alcohol

consumed. Nevertheless, among younger men, beer was the preferred alcoholic

beverage.

Age, low education, smoking and low fruit and vegetable intake were the

determinants found for current drinking among this population.

These data indicate that social-economical and behavioural factors are

important variables to be considered to explain patterns of alcohol consumption.

Targeted public health interventions hold much promise, in order to decrease the

prevalence of alcohol consumption among the Portuguese population.

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INTRODUÇÃO

O consumo de álcool é actualmente um dos factores de risco com maior

impacto nas doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com os estilos de vida

(1). Os problemas relacionados com o consumo de álcool, que no âmbito da saúde se

traduzem em pelo menos 60 tipos diferentes de patologias (2), são a terceira maior

causa de morte prematura e de doença na Europa a seguir ao tabaco e à hipertensão

arterial (2,3,4,5) e têm um peso considerável na carga global da doença. De acordo

com estimativas de 2002 da Organização Mundial de Saúde, na região europeia, o

álcool foi responsável por 6,1% de todas as mortes, 12,3% de todos os anos de vida

perdidos (YLL) e 10,7% de todos os anos de vida perdidos ajustados à incapacidade

(DALYs) (6), afectando sobretudo os homens e jovens dos 15 aos 29 anos (7,8). De

acordo com a Organização Mundial de Saúde, a Região Europeia tem o consumo

anual de álcool per capita mais elevado do mundo (3,9), ultrapassando o nível de risco

de mortalidade mais baixo que tem sido estabelecido em dois litros de álcool per

capita por ano (6). Por isso, têm sido estabelecidas políticas governamentais tanto a

nível nacional como internacional, que definem limites para um consumo de baixo

risco até três unidades de álcool para o homem (24g/dia de álcool), e duas unidades

para a mulher (16g/dia de álcool) (10-13). Mesmo com um consumo inferior aos limites

recomendados, podem ocorrer riscos substanciais de todas as causas de mortalidade,

particularmente, na população jovem (8,9), por ser considerado um grupo em que as

consequências do consumo de bebidas alcoólicas são particularmente nefastas dado

que só a partir dos 16 anos de idade é que o indivíduo está preparado para

metabolizar o álcool.

Apesar de ser sobejamente conhecida a extensa lista de consequências

negativas na saúde e bem-estar dos indivíduos, a relação que mantemos com o álcool

parece ser bastante complexa. Além de factor de risco de morbilidade e mortalidade, o

álcool é também um veículo simbólico que permite identificar o sistema cultural de

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uma sociedade. A opção entre consumir álcool ou não e a quantidade que se consome

raramente é uma questão de gosto pessoal. A sociedade portuguesa facilita a

introdução de bebidas alcoólicas nos hábitos alimentares e sociais dos seus membros,

criando uma mentalidade permissiva ao álcool. Portugal é um dos países onde o

consumo de álcool per capita é dos mais elevados (14) e, assim como outros países

europeus do mediterrâneo, é um país de longa tradição vitivinícola. O consumo de

vinho está fortemente incorporado nos seus rituais e tradições fazendo inclusivamente

parte da chamada “dieta mediterrânica”. Esta dieta é caracterizada por elevada

ingestão de vegetais, legumes, frutas e cereais, moderada a elevada ingestão de

peixe; baixa ingestão de gorduras saturadas mas elevada ingestão de gorduras

insaturadas, particularmente o azeite; baixa a moderada ingestão de queijo e iogurtes;

baixa ingestão de carne e um consumo moderado de álcool, sobretudo de vinho (15).

O estilo de consumo mediterrânico caracteriza-se sobretudo por um consumo

diário de álcool, consumo de vinho às refeições e baixa tolerância à embriaguês

pública (16). Apesar da tendência de homogeneização dos padrões de consumo de

bebidas alcoólicas por toda a Europa (17), a distinção entre os países da Europa do

Norte e a Europa do Sul ainda se aplica. O vinho continua a ser nos países

mediterrâneos, a bebida que mais contribui para o total de álcool ingerido enquanto

que nos países do Norte da Europa é a cerveja (18).

Esta distinção entre as diferentes culturas de consumo, nomeadamente a

cultura do vinho, da cerveja e das bebidas destiladas é feita sobretudo com base nos

padrões de consumo masculinos (19). Em Portugal e Espanha os homens consomem

bebidas alcoólicas mais frequentemente do que os homens dos outros países do Sul

da Europa (20). À semelhança de outros países do Sul da Europa, à excepção da

Espanha em que a cerveja é actualmente a bebida alcoólica mais frequentemente

consumida (21), em Portugal, o tipo de bebida consumida com mais frequência é o

vinho (22).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

17

Na Região europeia da Organização Mundial de Saúde a população adulta

bebe em média 12.1litros de álcool, per capita, por ano. A Organização Mundial de

Saúde estimou, em Portugal, em 2003, um consumo de 9,38 litros de álcool, per

capita, tendo em consideração toda a população portuguesa e de 11,1 litros na

população com idade superior a 15 anos. O vinho contribui para o total de álcool

ingerido com 5,04 litros de álcool, ou seja, 54%, seguido da cerveja com 2,94 litros e

das bebidas destiladas com 1,40 litros (23). Em 2002, Portugal, juntamente com a

Espanha e a Itália, apresentaram a prevalência de consumo (50,9%) e o número de

bebidas consumidas numa ocasião nas quatro semanas anteriores à realização do

questionário, mais baixa (1,96), mas por outro lado, apresentaram o valor mais alto

relativamente ao número de dias em que o álcool foi ingerido, com uma média de 22,8

dias. Os países em que a prevalência de consumo de bebidas alcoólicas era mais

baixa apresentavam frequências de consumo mais elevadas (23).

Através do Inquérito Nacional de Saúde, realizado em 1999, estimou-se um

consumo de álcool per capita, em Portugal, de 47,3 g para os homens e de 17,1g para

as mulheres (24). Questionou-se a população, entre outras dimensões, sobre a

quantidade, o tipo e a frequência do consumo de bebidas alcoólicas na semana

anterior à realização da entrevista e confirmou-se, claramente, a associação entre as

variáveis género e idade e padrões de consumo. Por exemplo, nos participantes

masculinos com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos, o consumo de

cerveja é mais elevado do que nos outros grupos etários em que a bebida preferencial

é o vinho (25).

Apesar da tendência de decréscimo no consumo total de álcool e de um ligeiro

decréscimo na prevalência de consumidores (25), que se tem verificado actualmente,

Portugal não deixa de ter uma cultura permissiva com uma prevalência elevada de

consumidores. Os dados do World Drink Trends, fonte mais usada recentemente no

âmbito da Alcoologia (26), reflectem esse decréscimo, em Portugal, entre 1960 e

2003, de aproximadamente 14 litros de álcool per capita para cerca de 9,6 litros, por

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

18

ano. Também a informação disponibilizada quer pela Balança Alimentar Portuguesa

(BAP), da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, que nos

fornece dados sobre as disponibilidades alimentares e nutricionais dos portugueses,

quer pelo Inquérito aos Orçamentos Familiares (IOF), reflectem essa tendência de

decréscimo (27). À excepção das bebidas destiladas, e apesar da discrepância nas

médias diárias de consumo per capita, ambas as fontes revelam uma diminuição,

entre 1990 e 2000, nas médias de consumo diário de álcool e de cada tipo de bebida.

De acordo com a BAP, a capitação média diária de bebidas alcoólicas diminuiu, nesse

período, de 371 g para 338 g enquanto que segundo o IOF a diminuição foi de 190 g

para 125 g. Exceptuando o caso do vinho, a BAP apresenta valores mais elevados,

comparativamente aos apresentados pelo IOF, provavelmente, devido ao facto da

produção doméstica de vinho não estar incluída naquela.

A importância, no âmbito da saúde pública, de se determinar o consumo médio

de álcool numa população reside também no facto de ele se relacionar com a

prevalência de consumidores excessivos e de problemas ligados ao álcool nessa

população. Num estudo realizado no Reino Unido, confirmou-se que a prevalência de

consumidores excessivos está associada à média de consumo de álcool,

corroborando a teoria de que um aumento no consumo médio de uma população leva

a um aumento da prevalência de consumidores excessivos (28), particularmente no

sexo masculino. Tem sido demonstrado em todas as sociedades estudadas, que os

homens têm mais probabilidade de serem bebedores e de beberem em maior

quantidade do que as mulheres (29, 30).

Mais controversa é a associação entre estatuto socioeconómico, factores

comportamentais e consumo de álcool. Alguns estudos sugerem que os indivíduos de

estatuto mais baixo têm maior risco de serem bebedores do que os de estatuto

superior (1). Os resultados de alguns estudos realizados evidenciam uma associação

entre o consumo de álcool e estatuto social baixo, baixo nível de escolaridade e baixa

qualidade de vida, mostrando que os grupos sociais de estatuto socioeconómico mais

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

19

baixo têm frequentemente um risco superior de consumirem bebidas alcoólicas (31-

33). No entanto, um estudo realizado com mulheres de nove países europeus,

mostrou que as mulheres com níveis superiores de escolaridade tinham maior risco de

serem consumidoras ocasionais, do que as mulheres com níveis mais baixos de

escolaridade (34). Contudo, a embriaguês, pelo menos nos homens, e a mortalidade e

morbilidade relacionadas com o consumo de álcool eram superiores nos estratos

sociais mais baixos (35,36).

Estudos realizados na Rússia evidenciaram que a mortalidade relacionada com

consumo de álcool era superior entre os homens com níveis de escolaridade mais

baixos (37). No entanto, os resultados obtidos num estudo realizado nos Estados

Unidos, mostraram que os bebedores moderados eram mais comuns nos estratos

sociais superiores comparativamente com os inferiores, enquanto que os não-

bebedores eram mais comuns e o consumo excessivo ligeiramente mais comum nos

estratos mais baixos (35). Em França, o consumo de álcool, de vinho e de cerveja

estava negativamente associado ao estrato social e nível educacional enquanto que

na Irlanda do Norte o consumo de vinho estava positivamente associado (38). No

Brasil, também foi encontrada uma associação positiva entre consumo de álcool e

estatuto socioeconómico (39). Em Portugal, num estudo realizado com base no

Inquérito Nacional de Saúde depois de ajustado para a idade, índice de massa

corporal, hábitos tabágicos, actividade física e rendimento/escolaridade foi encontrada

uma associação significativamente negativa entre consumo de álcool, particularmente

vinho e bebidas destiladas, e nível de escolaridade (40), enquanto que outro estudo

encontrou níveis superiores de consumo de álcool nos indivíduos com um nível de

escolaridade entre os 6 e os 12 anos, comparativamente com os outros níveis de

escolaridade (25).

Além do consumo de álcool, os maiores determinantes comportamentais de

saúde são o tabaco, os erros alimentares, a obesidade, o consumo de drogas ilícitas e

a inactividade física (5), determinantes sobre os quais urge intervir e cuja necessidade

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

20

que levou à implementação, em Portugal, de um Programa Nacional de Intervenção

Integrada sobre Determinantes de Saúde Relacionados com os Estilos de Vida (10).

Vários estudos têm mostrado uma associação entre tabaco, inactividade física

e alimentação inadequada e consumo de álcool.

Alguns estudos têm mostrado uma associação positiva entre o tabaco e o

consumo de álcool (38,41-47) e outros sugerem que a inactividade física pode estar

associada ao consumo de álcool (38) e ao consumo de álcool e tabaco (48,49).

Num estudo realizado recentemente no Reino Unido encontrou-se uma

associação positiva entre actividade desportiva e consumo excessivo de álcool e

tabaco (50).

Dois estudos realizados, um na população dinamarquesa e outro na população

francesa, sobre a relação entre dieta alimentar e consumo de álcool, encontraram uma

associação positiva entre consumo de vinho e dieta saudável (51, 52) enquanto que

outro estudo realizado com mulheres francesas sugere que os consumidores de

bebidas alcoólicas têm dietas alimentares menos saudáveis (53).

Num país em que o consumo diário de álcool, per capita, é elevado (14), uma

melhor compreensão dos determinantes sociais e comportamentais do consumo de

álcool promove a possibilidade da construção de programas efectivos no âmbito da

prevenção do consumo excessivo de álcool. Por isso, as estratégias de prevenção dos

problemas ligados ao álcool devem centrar-se nos consumidores em geral e não só na

população que consome álcool excessivamente e para que se possam desenvolver

essas estratégias de redução do consumo de bebidas alcoólicas, torna-se importante

estudar a prevalência e os determinantes dos comportamentos de risco na população.

O conhecimento dos determinantes sociais e comportamentais do consumo de

álcool permite-nos alterar comportamentos de consumo de bebidas alcoólicas e

implementar programas de prevenção, educação e promoção de estilos de vida

saudáveis.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

21

Objectivo

Este estudo pretende avaliar o consumo de álcool e seus determinantes sociais

e comportamentais numa amostra representativa da população adulta do Porto.

Este objectivo geral foi trabalhado em 2 objectivos específicos que resultaram

na elaboração de dois artigos. O 1º artigo teve como objectivo descrever o consumo

de bebidas alcoólicas por sexo, idade e educação numa amostra representativa da

população adulta do Porto e o 2º artigo teve como objectivo avaliar os determinantes

sociais e comportamentais do consumo de álcool na mesma população.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

22

PARTICIPANTES E MÉTODOS

Participantes

Para responder aos objectivos propostos utilizaram-se informações recolhidas

no âmbito do estudo base populacional denominando de EpiPorto, desenvolvido no

Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do

Porto.

Foram avaliados 2488 indivíduos de nacionalidade portuguesa residentes no

Porto, com idades entre os 18 e os 92 anos, seleccionados através da aleatorização

de dígitos telefónicos ao acaso. Assim que a habitação era identificada, procedia-se ao

recenseamento dos seus habitantes permanentes sendo seleccionado entre eles um

adulto, por aleatorização simples, sendo convidado a dirigir-se ao Serviço de Higiene e

Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto onde era aplicado

o questionário. Não houve substituição dos seleccionados que se recusaram a

participar. A proporção de participação foi de 70% (54).

Dos 2488 participantes foram excluídos 74 indivíduos para a presente análise:

56 indivíduos que apresentaram pontuação inferior a 24 num teste rápido de avaliação

das capacidades cognitivas (Mini Mental State Examination) (55), e 18 que

apresentaram ausência de informação nas variáveis chave. A amostra final ficou assim

constituída por 2414 indivíduos (1489 mulheres e 925 homens).

As principais características dos participantes são descritas na tabela seguinte.

A maior parte dos participantes pertence ao grupo etário dos 40 aos 59 anos

(47,1% das mulheres e 43,0% dos homens). A proporção de participantes com baixos

níveis de escolaridade (≤4 anos), é superior nas mulheres (41,8% vs. 31,4%),

comparativamente com os homens. No entanto, a proporção de profissionais não-

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

23

manuais (50,8% vs. 66,1%), a proporção de bebedores regulares (44,6% vs. 80,8%),

assim como a proporção de fumadores (17,7% vs. 35,0%) é superior nos homens. Os

homens têm também uma proporção superior de indivíduos que praticam exercício

físico regular (31,0% vs. 41,2%). Contudo, a proporção de indivíduos que consome 5

ou mais porções de fruta e vegetais é superior nas mulheres (50,8% vs. 44,9%).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

24

Características dos participantes

Mulheres (n=1489)

Homens (n=925)

n (%) Idade (anos) 18-39 302 (20,3) 181 (19,6) 40-59 702 (47,1) 398 (43,0) ≥ 60 485 (32,6) 346 (37,4) Escolaridade (anos) ≤4 622 (41,8) 290 (31,4) 5-11 391 (26,3) 326 (35,2) ≥ 12 476 (32,0) 309 (33,4) Profissão Profissões não-manuais 756 (50,8) 611 (66,1) Profissões manuais 509 (34,2) 284 (30,7) Sem profissão* 224 (15,0) 30 (3,2) Função Actual Profissões não-manuais 518 (34,8) 403 (43,6) Profissões manuais 229 (15,4) 147 (15,9) Reformado 407 (27,3) 309 (33,4) Sem profissão† 335 (22,5) 66 (7,1) Álcool‡ Não-bebedor 387(26,0) 50 (5,4) Bebedor regular 664 (44,6) 747 (80,8) Bebedor occasional 311 (20,9) 72 (7,8) Ex-bebedor 127(8,5) 56 (6,1) Tabaco Não-fumador 1070 (71,9) 264 (28,5) Fumador 264 (17,7) 323 (35,0) Ex- fumador 155 (10,4) 338 (36,5) Exercício físico§ Não pratica 1027 (69,0) 544 (58,8) Pratica 462 (31,0) 381 (41,2) Fruta e Vegetais <5 porções/dia 733 (49,2) 510 (55,1) ≥5 porções/dia 756 (50,8) 415 (44,9) * Domésticas e estudantes † Domésticas, estudantes e desempregados

‡ Consumo de álcool ao longo da vida

§ Exercício físico regular

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

25

Métodos

A informação foi recolhida por inquiridores treinados através de um

questionário estruturado dividido em 3 secções e diziam respeito a informação de

natureza demográfica e social (idade, anos de escolaridade, actividade profissional e

outros) história médica pessoal e familiar, e características comportamentais

(actividade física, hábitos tabágicos e consumo de bebidas alcoólicas e hábitos

alimentares)

A avaliação do estatuto socioeconómico foi baseada, numa adaptação da

classificação usada no UK’s Registrar General (56), que subdivide as profissões em

cinco grupos: I – Profissões superiores; II – Profissões intermédias; IIIa – Profissões

especializadas não-manuais; IIIb – Profissões especializadas manuais; IV – Profissões

semi-qualificadas; V – Profissões sem qualificação. Os reformados foram incluídos na

Categoria VI, e as domésticas e desempregados foram incluídos na Categoria VII.

A partir desta classificação agruparam-se as categorias I, II, e IIIa numa só

categoria sob a denominação de profissões não-manuais; as categorias IIIb, IV, e V

foram agrupadas sob a denominação de profissões manuais, e sob uma terceira

categoria agruparam-se os estudantes e as domésticas. Em relação à função

profissional desempenhada à data da entrevista usou-se a mesma classificação para

as duas primeiras categorias. Foi criada uma terceira categoria para agrupar os

reformados, e numa quarta categoria agruparam-se os estudantes, desempregados e

as domésticas.

Usou-se também o número completo de anos de escolaridade como indicador

indirecto de estatuto socioeconómico.

Para avaliar o exercício físico foi questionada a regularidade com que o

praticavam agrupando-se os participantes em 2 categorias: os que praticavam

exercício físico regularmente e os que não praticavam.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

26

Os hábitos tabágicos foram auto-declarados e recolheu-se a informação sobre

a frequência e o número de cigarros consumidos. Os fumadores incluíam os

fumadores regulares (pelo menos 1 vez por dia) e os fumadores ocasionais (fuma

menos de 1 vez por dia) à data da entrevista. Foram considerados não-fumadores os

participantes que nunca fumaram. Os participantes que tinham deixado de fumar há

pelo menos 6 meses foram considerados ex-fumadores.

Entrevistadores treinados recolheram a informação sobre o consumo de álcool

e o tipo de bebidas alcoólicas consumidas (vinho, cerveja e bebidas

brancas/espirituosas) através de um questionário semi-quantitativo de frequência

alimentar validado relativo ao ano anterior à realização da entrevista (57). Este

questionário permitiu calcular a frequência média (entre “nunca ou menos de 1 vez por

mês” até “6 ou mais vezes por dia”) e a porção média (menor, igual ou superior a 1

copo de 125 ml no caso do vinho, 1 garrafa ou 1 lata de 330 ml para a cerveja e 1

cálice de 40 ml para as bebidas destiladas) do consumo de vinho, cerveja e bebidas

destiladas. As bebidas licorosas quando consumidas com uma frequência de pelo

menos uma vez por semana eram também registadas considerando uma porção

média de 40 ml.

A quantidade (g) de álcool consumida por dia foi calculada através de um

algoritmo assumindo-se por cada 100 g de bebida alcoólica as seguintes quantidades

de álcool: cerveja – 3,7 g, cerveja sem álcool – 0,5 g, vinho – 9,2 g, bebidas destiladas

– 40,0 g e bebidas licorosas - 19,7 g de álcool.

No cálculo do consumo ao longo da vida (considerando o maior período de

exposição) foi ainda especificado o tipo de vinho assumindo-se por cada 100 g de

bebida 8,4 g de álcool para o vinho verde branco, 8,0 g para o vinho verde tinto, 9,6 g

para o vinho maduro branco, 9,2 g para o vinho maduro tinto e 8,0 g para o vinho

Americano. Na impossibilidade de o indivíduo caracterizar o tipo de vinho mais

frequentemente consumido foi considerado um valor médio de 8,8 g de álcool/100 g.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

27

Relativamente ao consumo no último ano foram definidos como não-bebedores

os indivíduos que nunca consumiram álcool ou que consumiam menos de uma vez por

mês e como bebedores os indivíduos que consumiam qualquer quantidade de álcool

com uma frequência igual ou superior a uma vez por mês.

Para avaliar o consumo de álcool ao longo da vida (tempo de exposição, tipo,

frequência, e quantidade de bebidas alcoólicas consumidas por ocasião) foi usado

também um questionário estruturado aplicado por inquiridores treinados.

Aos bebedores foi-lhes perguntada a frequência de consumo, o tipo de bebida

(vinho, cerveja e bebidas destiladas) e a quantidade consumida por ocasião de

consumo. Os hábitos de consumo foram auto-declarados e toda informação relativa à

ingestão de álcool ao longo da vida e no ano anterior à realização da entrevista foi

avaliada em número de bebidas alcoólicas ingeridas por dia.

A avaliação da quantidade consumida era feita com o auxílio de um manual

fotográfico com quarto tipos de copos para o vinho, três tipos para a cerveja e cinco

tipos para as bebidas destiladas. Os copos de vinho variavam entre as 120 g e as 220

g. Os copos da cerveja entre 330 g e 240 g e os copos das bebidas destiladas e

licorosas entre as 120 g e as 20 g. A conversão da quantidade de cada tipo de bebida

alcoólica em quantidade de álcool foi realizada utilizando os mesmos algoritmos

previamente descritos.

O consumo de álcool ao longo da vida foi classificado em quatro categorias:

não-bebedores (os que nunca ingeriram álcool), bebedores regulares (os que ingeriam

pelo menos uma bebida alcoólica por semana), bebedores ocasionais (os que

ingeriam menos de uma bebida alcoólica por semana), e ex-bebedores (os que tinham

deixado de beber há pelo menos 6 meses).

Com base nos limites estabelecidos pela American Heart Association (58)

foram considerados como consumidores moderados, os indivíduos que ingeriam até

15 g/dia de álcool no caso das mulheres, e até 30 g/dia no caso dos homens, e como

consumidores excessivos os que ingeriam quantidades superiores.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

28

Através do questionário de frequência alimentar foi ainda possível estimar o

número médio de porções de fruta e vegetais consumidas. Da lista de 86 itens de

alimentos ou grupo de alimentos, 16 correspondiam a informação sobre o consumo de

hortaliças e legumes, 12 sobre o consumo de fruta fresca, incluindo os sumos de fruta

natural e um item sobre o consumo de sopa de legumes. O número médio de porções

de fruta e vegetais, considerando também a sopa de legumes como uma porção

média, foi posteriormente categorizado em menos de 5 porções por dia e 5 ou mais

porções por dia, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de

Saúde.

O estudo foi aprovado pela Comissão de ética do Hospital de S. João e todos

os participantes forneceram consentimento informado por escrito.

Análise estatística

A comparação de proporções foi realizada usando o teste de Qui-quadrado e a

comparação de variáveis quantitativas contínuas foi efectuada pelo recurso ao teste de

Kruskal-Wallis.

Para estimar a magnitude da associação entre o consumo de álcool e as

variáveis sociais e comportamentais, foram calculados os Odds Ratios (OR) e os

respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%) através da regressão logística não

condicional e da regressão logística multinomial. O modelo final, separadamente por

sexo, incluiu como variáveis independentes a idade (18-39, 40-59, e 60 ou mais anos),

a escolaridade (≤ 4, 5-11, ≥ 12 anos), os hábitos tabágicos (não fumadores, fumadores

e ex-fumadores), o exercício físico (pratica regularmente, não pratica) e o consumo de

fruta e vegetais (< 5 porções por dia, ≥ 5 porções por dia).

Todas as análises foram realizadas através do SPSS Versão 14.0.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

29

PRINCIPAIS RESULTADOS

Descrevem-se aqui em resumo os principais resultados apresentados em

detalhe nas tabelas dos artigos inseridos em anexo.

Artigo 1

Nesta amostra, a prevalência de consumidores de bebidas alcoólicas foi de

81,9% (93,9% nos homens e 74,0% nas mulheres, p<0,001). A prevalência de

bebedores regulares (pelo menos uma bebida alcoólica por semana) foi também

superior nos homens (80,0% vs. 44,6%), e diferiu significativamente de acordo com a

idade e a escolaridade tanto nas mulheres como nos homens. A prevalência foi mais

elevada no grupo etário dos 40 aos 59 anos (50,3 % nas mulheres e 85,7% nos

homens) e mais baixa nos indivíduos com idades entre os 18 e 39 anos (32,5 % nas

mulheres e 70,2% nos homens). Em ambos os sexos, os indivíduos menos

escolarizados apresentaram prevalências mais elevadas de consumo regular de

bebidas alcoólicas (50,0% nas mulheres e 85,9% nos homens) e mais baixas nos

indivíduos com 12 ou mais anos de escolaridade (38,2 % nas mulheres e 74,4% nos

homens). A prevalência de ex-bebedores foi de 8,5% nas mulheres e de 6,1% nos

homens (Tabela 1).

Na tabela 2 são apresentadas as prevalências de consumo de bebidas

alcoólicas no ano anterior à realização da entrevista. O consumo de vinho foi referido

por 60,2% da amostra e o consumo de cerveja e bebidas destiladas por 36,1%. Em

ambos os sexos, a bebida alcoólica consumida mais frequentemente foi o vinho (48,4

% nas mulheres e 79,1% nos homens) sendo o consumo conjunto de cerveja e de

bebidas destiladas de 19,0% nas mulheres e de 63,7% nos homens. A prevalência de

consumo destas bebidas variou significativamente de acordo com os grupos de idade

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

30

e escolaridade considerados. A prevalência do consumo de vinho mostrou o mesmo

padrão anteriormente descrito para o consumo total, sendo mais elevado no grupo

etário dos 40 aos 59 anos e nos indivíduos menos escolarizados. Contudo, nas

mulheres, a prevalência de consumo de cerveja e bebidas destiladas foi, pelo

contrário, superior nos mais novos (31,5%, 21,9%, 7,0%) e nos mais escolarizados

(12,2%, 22,0%, 25,4%).

A tabela 3 descreve a quantidade média (em grama/dia) de cada um dos tipos

de bebida consumida. A média diária de consumo de vinho, cerveja e bebidas

destiladas foi de 67,8, 8,0 e 0,5 nas mulheres e de 267,5, 104,8, e 9,1 nos homens,

respectivamente. A média de consumo destas bebidas (em grama/dia), considerando

apenas os indivíduos bebedores (dados não apresentados) foi de 140,0, 57,3 e 5,8

nas mulheres e de 338,0, 205,8, e 22,6 nos homens, respectivamente.

Tal como se verificou, anteriormente, na análise das prevalências, a quantidade

média das diferentes bebidas diferiu significativamente por idade e escolaridade, com

a excepção do consumo de bebidas destiladas por escolaridade, nas mulheres, que se

mostrou semelhante.

Em ambos os sexos, o consumo de vinho foi superior no grupo etário dos 40-

59 anos e nos menos escolarizados. A média diária de consumo de cerveja foi

superior no grupo etário dos 18-39 anos comparado com os mais velhos (≥ 60 anos)

(11,3 g vs. 2,1 g, nas mulheres e 156,7 g vs. 49,0 g, nos homens) e, nas mulheres,

nos mais escolarizados (≥12 vs. ≤4) (11,3 g vs. 4,9 g). Nas mulheres, a média diária

de consumo de bebidas destiladas foi superior nos mais novos (0,7 g) e nos mais

escolarizados (0,6 g) e nos homens foi superior no grupo etário dos 40-59 anos (13,0

g) e nos menos escolarizados (11,4 g) (Tabela 3).

A média de consumo de álcool na população total foi de 6,8 g/dia nas

mulheres e de 32,2 g/dia nos homens. O vinho foi a bebida com um maior contributo

para o total de álcool ingerido (6,3 g/dia nas mulheres e 24,8 g/dia nos homens). Nos

homens do grupo etário dos 18-39 anos, apesar do consumo de cerveja, em

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

31

quantidade média diária, ter sido superior ao do vinho (156,7 g vs. 99,1 g de

bebida/dia), como descrito na tabela anterior, o contributo de álcool proveniente do

vinho foi superior à quantidade de álcool proveniente da cerveja. (Tabela 4).

Considerando apenas os bebedores, a média de consumo de álcool ao longo

da vida (13,2 g nas mulheres e 45,7 g nos homens) foi superior à média de consumo

no ano anterior (12,7 g nas mulheres e 37,7 g nos homens). (Tabela 5).

Em todos os grupos etários e em todos os níveis de escolaridade, o vinho foi a

bebida com maior contributo para o total de álcool ingerido. Independentemente do

período de tempo (ao longo da vida e no ano anterior à realização da entrevista), em

ambos os sexos, os indivíduos mais velhos e os menos escolarizados foram os

apresentaram valores mais elevados de ingestão de álcool proveniente do vinho.

Já no que se refere ao consumo de cerveja e bebidas destiladas observaram-

se diferenças de acordo com a idade e o nível de escolaridade dependendo do

período de tempo referido.

Relativamente ao consumo álcool proveniente da cerveja, no ano anterior à

realização da entrevista, os indivíduos mais novos apresentaram valores médios de

ingestão de álcool mais elevados comparativamente com os mais velhos (18-39 vs.

≥60 anos: 2,1 g vs. 1,5 g nas mulheres e 10,1 g vs. 5,3 g nos homens). Da mesma

forma, as mulheres com níveis de escolaridade mais altos apresentaram valores mais

elevados de consumo de álcool proveniente da cerveja (≤4 anos vs. ≥12: 1,8 g vs. 2,5

g, p=0,001). Por outro lado, no que diz respeito ao consumo realizado ao longo da

vida, as mulheres com idades entre os 40 e os 59 anos, os homens mais novos e os

indivíduos de ambos os sexos com níveis de escolaridade mais baixos apresentaram

valores mais elevados de ingestão de álcool proveniente da cerveja.

Relativamente ao consumo de bebidas destiladas tanto o consumo realizado

no ano anterior à realização da entrevista como o consumo ao longo da vida foi mais

elevado nos indivíduos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 40 e

os 50 anos. Os resultados também variaram de acordo com os níveis de escolaridade.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

32

Artigo 2

A prevalência de consumidores de bebidas alcoólicas, no ano anterior à

realização da entrevista, foi de 65,6% (53,3% nas mulheres e 85,5% nos homens).

Comparado com os não-bebedores, as mulheres bebedoras tinham mais

frequentemente idades entre os 40 e os 59 anos (57,4% vs. 42,6%), eram mais

frequentemente trabalhadoras manuais (57,8% vs. 42,2%), tinham um consumo

inferior a 5 porções/dia de fruta e vegetais (56,3% vs. 53,7%) e eram mais

frequentemente fumadoras (62,1% vs. 37,9%). Nos homens, a prevalência de

bebedores, comparado com os não-bebedores, foi mais elevada no grupo etário dos

40 aos 59 anos (89,2% vs. 10,8%), nos ex-fumadores (88,2% vs.11,8%) e nos

indivíduos que não praticavam exercício físico regular (88,0% vs. 12,0%). (Tabela 1).

Independentemente de outros factores, as mulheres mais escolarizadas apresentaram

menor probabilidade de serem consumidoras (≥12 vs. ≤4 anos: OR=0,62;IC95%:0,46-

0,83). Em ambos os sexos, o consumo de bebidas alcoólicas associou-se

positivamente com a idade (40-59 vs. 18-39 anos: OR=1,33;IC95%:0,99-1,80 nas

mulheres; OR=1,99;IC95%:1,18-3,34 nos homens) e com o tabaco (fumadores vs.

não-fumadores: OR=1,89;IC95%:1,39-2,57 nas mulheres e OR =1,60;IC95%:1,01-2,54

nos homens), e negativamente com o consumo de 5 ou mais porções/dia de fruta e

vegetais (OR=0,80;IC95%:0,65-0,99 nas mulheres e OR=0,64;IC95%:0,43-094 nos

homens) (Tabela 2).

Comparado com os não-consumidores, em ambos os sexos, observou-

se uma prevalência de consumidores de vinho superior no grupo etário dos 40-59

anos (53,4% nas mulheres e 85,7% nos homens), nos indivíduos com níveis de

escolaridade inferior ou igual a 4 anos (53,5% nas mulheres e 84,8% nos homens) e

nos trabalhadores manuais (55,4% nas mulheres e 82,0% nos homens (Tabela 3). Nas

mulheres, a proporção de consumidoras de cerveja e bebidas destiladas foi superior

nas mais novas (31,5%), nas que tinham níveis de escolaridade mais elevados

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

33

(25,4%) e nas trabalhadoras não-manuais (22,6%). Nos homens, foi encontrada uma

prevalência mais elevada de consumidores de cerveja e bebidas destiladas nos

indivíduos com idades entre os 40 e os 59 anos (73,6%), com níveis de escolaridade

entre os 5 e os 11 anos (69,9%), nos fumadores (71,8%) e nos indivíduos que

consumiam menos de 5 porções/dia de fruta e vegetais (67,8%).

Após ajuste, o consumo de vinho associou-se positivamente com idade e

inversamente com o nível de escolaridade, nas mulheres, e com o estatuto

profissional, nos homens. Os indivíduos do grupo etário dos 40-59 apresentaram um

risco superior de consumirem vinho (OR=1,75; IC95%:1,29-2,36 nas mulheres;

OR=3,45; IC95%:2,21-5,39 nos homens). Por outro lado, o consumo de cerveja e

bebidas destiladas associou-se positivamente com o nível de escolaridade, nos

homens com escolaridade de 5-11 anos (OR=1,65; IC95%:1,16-2,35).

Em ambos os sexos, foi encontrada uma associação positiva entre o consumo

de qualquer tipo de bebida alcoólica e o consumo de tabaco.

Nas mulheres, foi encontrada uma associação positiva significativa entre o

consumo de cerveja e bebidas destiladas e a prática regular de exercício físico

(OR=1,59; IC95%:1,18-2,13) (Tabela 4).

Foi encontrada uma prevalência superior de bebedores excessivos no sexo

masculino (40,1% vs. 15,6%), comparativamente com o sexo feminino (Tabela 5).

Os bebedores excessivos, comparativamente com os não-bebedores, eram

significativamente mais velhos (≥60 vs. 18-39 anos: OR=3,18; IC95%:1,82-5,55 nas

mulheres; OR=2,81; IC95%:1,60-4,92 nos homens), apresentavam um nível de

escolaridade inferior (≥12 vs. ≤4 anos: OR=0,46; IC95%:0,30-0,71 nas mulheres;

OR=0,43; IC95%:0,24-0,76 nos homens) e eram mais frequentemente fumadores

(OR=1,51; IC95%:0,93-2,46 nas mulheres; OR=2,08; IC95%:1,23-3,52 nos homens).

Os bebedores excessivos apresentavam ainda uma menor probabilidade de

consumirem cinco ou mais porções de fruta e vegetais por dia (OR=0,68; IC95%:0,50-

0,93 nas mulheres; OR=0,56; IC95%:0,34-0,79 nos homens) (Tabela 6).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

34

DISCUSSÃO

Na população adulta do Porto a prevalência de consumo de bebidas alcoólicas

ao longo da vida foi de aproximadamente 82% (93,9% nos homens e 74,0% nas

mulheres), e a prevalência de consumo referente ao ano anterior à realização da

entrevista foi de 65,6% (85,5% nos homens e 53,3% nas mulheres). A prevalência de

consumidores de bebidas alcoólicas encontrada nesta população foi superior à

encontrada no Inquérito Nacional de Saúde realizado em 1999 (64,0% nos homens e

26,1% nas mulheres). A média diária de consumo de álcool nas mulheres bebedoras

foi de 12,7 g/dia de álcool, encontrando-se dentro dos limites recomendados pela

Direcção-Geral de Saúde (até 16 g/dia de álcool para as mulheres e 24 g/dia álcool

para os homens) mas, nos homens foi de 37,7 g ultrapassando o consumo

considerado de baixo risco. A média diária de consumo de álcool (nos bebedores) foi

inferior à encontrada no Inquérito Nacional de Saúde (17,1 g nas mulheres e 47,3 g

nos homens) (25).

O consumo de álcool, em frequência e quantidade, mais elevado nos

indivíduos do sexo masculino é coerente com o descrito também para outras

populações (19, 29, 31, 34). As prevalências de bebedores variam, por exemplo, entre

os 91,0 % nos homens e 86,0% nas mulheres no Reino Unido, os 70,7 % nos homens

e 61.8% nas mulheres nos Estados Unidos da América, e os 73,1 % nos homens e

51.3% nas mulheres em Espanha (3).

Em Portugal, o vinho continua a ser a bebida de eleição, particularmente, dos

consumidores masculinos, mais velhos e com níveis de escolaridade mais baixos. As

mudanças na sociedade portuguesa foram grandes mas alguns traços culturais ainda

se mantém. Num país tradicionalmente produtor e consumidor de vinho é provável que

este continue a fazer parte integrante do padrão alimentar dos portugueses.

Contudo, parece confirmar-se a tendência da adopção de novos tipos de

bebida por parte dos mais jovens. No grupo etário dos 18 aos 39 anos encontrou-se,

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

35

no sexo feminino, uma prevalência mais elevada de consumidoras de cerveja e no

sexo masculino, um consumo de cerveja, em quantidade média diária, superior ao do

vinho, este último à semelhança do que foi encontrado no Inquérito Nacional de Saúde

realizado em 1999, nos homens com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos

de idade (25).

As diferenças encontradas nos padrões de consumo de bebidas alcoólicas

podem estar relacionadas com as grandes transformações sociais e culturais

operadas na sociedade portuguesa nas últimas décadas. No período do Estado Novo

apelava-se sobretudo ao consumo de vinho. Este fazia parte do padrão alimentar dos

portugueses sendo por isso consumido de uma forma regular. A evolução da

economia e o aumento do poder de compra, foram responsáveis pelas importantes

alterações nos estilos de vida e pelo desenvolvimento da sociedade de consumo de

massas. Estas alterações parecem relacionar-se com o facto dos indivíduos mais

jovens e os mais educados registarem um padrão de consumo mais ocasional e

consumirem preferencialmente cerveja e bebidas destiladas, comparativamente com

os indivíduos mais velhos e os menos escolarizados que consomem preferencialmente

vinho e apresentam um padrão de consumo mais regular.

Contudo, o vinho continua a ser a bebida com maior contributo para a ingestão

média de álcool mesmo nos grupos mais jovens. Os novos padrões de consumo de

álcool poderiam apontar para um fenómeno de substituição do vinho pela cerveja mas

dado que o vinho não perdeu a sua importância relativa, este facto pode indiciar a

existência de um padrão de adição.

A maioria dos consumidores pertence ao grupo dos bebedores moderados

(37,6% nas mulheres e 45,4% nos homens). Em conformidade com os resultados de

outros estudos (22,32) a prevalência de bebedores excessivos foi superior, no sexo

masculino, nos que têm baixos níveis de escolaridade e nos trabalhadores manuais.

É sobejamente conhecido que o consumo de álcool é influenciado pelas

características socioculturais de uma determinada sociedade. É provável que o maior

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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risco para o consumo de álcool no sexo masculino seja o resultado de uma

combinação de factores sociais, psicológicos e biológicos. Em Portugal, o consumo de

álcool é largamente percebido como estando consistente com as noções de

masculinidade, e assim, os homens que se conformam às normas culturais têm mais

probabilidade de consumir frequentemente.

Neste estudo a prevalência de consumidores, em ambos os sexos, foi

significativamente superior nos grupos com um nível de escolaridade mais baixo e

estatuto profissional menos qualificado. Estes resultados são consistentes com os

resultados encontrados em alguns estudos em que os indivíduos com escolaridade

mais baixa são menos saudáveis, fumam mais e consomem álcool mais

excessivamente do que os indivíduos com escolaridade mais elevada (1,30-33,40),

mas contrastam com outros estudos onde se encontraram níveis superiores de

consumo de álcool nos indivíduos com um nível de escolaridade mais elevada (25,39).

Assim como o consumo total de álcool, a preferência pelo tipo de bebida

também variou de acordo com o estatuto socioeconómico (29). Os resultados

mostraram uma prevalência de consumidores de vinho superior nos indivíduos com

níveis de escolaridade mais baixos e uma prevalência de consumidores de cerveja e

bebidas destiladas superior nos indivíduos com níveis de escolaridade mais elevados.

Nesta amostra, especialmente as mulheres, evidenciou-se uma prevalência superior

de consumidoras de cerveja e de bebidas destiladas entre os que exercem profissões

não manuais, enquanto que a prevalência de consumo de vinho é mais elevada entre

os trabalhadores manuais. É provável que as desigualdades socioeconómicas

existentes entre os indivíduos de uma sociedade produzam diferenças nos modos e

tipos de bebidas consumidas.

Em ambos os sexos, o tabaco esteve positivamente associado com o consumo

de vinho, cerveja e bebidas destiladas, o que vai de encontro aos resultados

encontrados em outros estudos realizados tanto nos Estados Unidos da América como

ao nível dos países europeus (38, 41-47).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

37

O consumo de cinco ou mais porções de fruta e vegetais, especialmente nos

bebedores excessivos, esteve negativamente associado ao consumo de álcool. Estes

resultados vão de encontro aos resultados encontrados em outros estudos. Num

estudo realizado na população portuguesa encontrou-se uma associação negativa

entre o consumo de álcool e o consumo de fruta, vegetais, leite e peixe (40) e num

estudo realizado com mulheres francesas mostrou-se que as bebedoras tinham

hábitos alimentares menos saudáveis que as não-bebedoras (53). No entanto,

contrastam com outros estudos em que se encontrou uma associação positiva entre o

consumo de vinho e o consumo de fruta e vegetais (52, 60).

Nas mulheres, foi encontrada uma associação positiva significativa entre a

prática regular de exercício físico e o consumo de cerveja e bebidas destiladas o que

contrasta com os resultados de um estudo onde se encontrou uma associação positiva

entre consumo de álcool e inactividade física (38).

Os estudos transversais apresentam algumas limitações, no que diz respeito às

inferências causais, uma vez que a informação relativamente à exposição e ao

resultado são recolhidos no mesmo momento. No caso específico deste estudo a

relação entre o consumo de álcool e alguns dos factores avaliados pode ter sido

afectada por esse viés. Contudo, em particular para as variáveis de carácter

demográfico e social, esta possibilidade de causalidade inversa parece não existir.

Outra das dificuldades inerentes a este estudo, particularmente, quando se

pretendeu realizar análises comparativas com outros países, diz respeito à diversidade

de definições de unidade de bebida padrão. De facto, existe grande variabilidade

internacional sobre o que é uma “bebida padrão”, a qual é necessária para quantificar

o consumo. Esta variabilidade deve-se às diferenças das medidas típicas de cada

país. Por exemplo: uma bebida padrão no Reino Unido equivale a 8 g de álcool; nos

EUA: 14 g; na Austrália ou Nova Zelândia: 10 g; no Japão: 19,75 g; em Portugal: 13 g

(61).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

38

A quantidade de álcool contida numa bebida padrão é determinada através de

um factor de conversão do álcool que permite converter qualquer volume de álcool em

grama. A cada mililitro de álcool, correspondem 0,79 grama de álcool puro. Por

exemplo: Uma lata de cerveja (330 ml) a 5% (graduação) x 0,79 (factor de conversão)

= 13 gramas de álcool; um copo de vinho (140 ml) a 12% (graduação) x 0,79 = 13,3

gramas de álcool; uma bebida branca (shot) (40 ml) a 40% (graduação) x 0,79 = 12,6

grama de álcool (62). Esta discrepância não permitiu a comparação com outros

estudos em que a categorização dos bebedores de bebidas alcoólicas foi feita com

base nas bebidas padrão.

A disparidade dos resultados encontrados entre os vários estudos podia ser

explicada pelo facto dos não respondentes apresentarem uma proporção de consumo

de álcool superior ou inferior aos que responderam ao questionário (viés de selecção),

ou pelo facto das características dos não respondentes divergirem substancialmente

das características dos participantes no estudo, mas relativamente ao último caso tal

não aconteceu (54).

A duração do período para o qual os participantes tiveram que descrever o seu

consumo, nomeadamente no que diz respeito ao consumo de álcool no maior período

de exposição, pode ter induzindo a um viés de memória. Um período mais curto teria

permitido informação mais fiável e consequentemente as estimativas de consumo

poderiam ter sido mais elevadas mas, por outro lado, não teria permitido ter acesso a

episódios de consumo excepcionais. Além disso, não teria permitido comparar com

outros estudos que usam os períodos de exposição ao longo da vida e nos 12 meses

anteriores à realização da entrevista.

Os hábitos de consumo auto-declarados tendem a subestimar as quantidades

consumidas, particularmente na população dependente de álcool, apesar de serem

considerados por alguns autores como sendo geralmente credíveis (63). A utilização

do questionário genérico sobre variáveis comportamentais conjuntamente com o

questionário de frequência alimentar permitiu obviar essa dificuldade. A maior parte

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

39

dos estudos de validação têm mostrado que os coeficientes de correlação para a

ingestão de álcool são superiores aos encontrados para outros itens alimentares. No

estudo de reprodutibilidade do questionário de frequência alimentar usado neste

estudo encontrou-se um coeficiente de correlação de 0,77 para a ingestão de álcool

(57), tendo os indivíduos respondido ao questionário num segundo momento um ano

após a primeira entrevista.

O questionário de frequência alimentar não permitiu descriminar se as

quantidades consumidas se concentravam numa só ocasião ou se eram distribuídas

ao longo do dia, informação que teria sido útil para avaliar as ocasiões de “binge

drinking”.

Outra das limitações diz respeito às definições de consumo excessivo.

Categorizar os bebedores moderados e excessivos com base na quantidade média de

álcool em grama consumido por dia, leva a que se juntem bebedores com padrões de

consumo muito diferentes, por exemplo, “binge drinkers” com outro tipo de

consumidores (64).

Uma das importantes fontes de viés no que diz respeito ao relatar do consumo

de álcool relaciona-se com os copos usados para servir as bebidas alcoólicas o que foi

colmatado através da descriminação do tipo de copo usado pelos participantes nas

ocasiões de consumo, através da ilustração do tamanho do copo em que usualmente

se servem cada uma das bebidas alcoólicas.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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Conclusões

Nesta população de adultos portugueses a prevalência ao longo da vida, foi de

81,9%, e no ano anterior à realização da entrevista foi de 65,6%.

A média diária de consumo de álcool assim como de consumo de vinho foi

superior entre os mais velhos, os menos escolarizados e os trabalhadores manuais.

O vinho foi a bebida preferencial da generalidade dos indivíduos, embora nos

homens mais novos a cerveja seja a bebida, em quantidade média diária, mais

consumida. No entanto, o vinho foi a bebida com maior contributo para o total de

álcool consumido mesmo na população mais jovem.

Em ambos os sexos, encontrou-se uma prevalência superior de consumidores

de vinho nos trabalhadores manuais, e uma tendência inversa, especialmente nas

mulheres, no que diz respeito ao consumo de cerveja e bebidas destiladas.

Nesta população o consumo de bebidas alcoólicas associou-se com a idade, o

baixo nível de escolaridade, o tabaco e o baixo consumo de fruta e vegetais.

Os bebedores actuais apresentavam níveis de escolaridade mais baixos, eram

mais frequentemente trabalhadores manuais e fumadores, quando comparados com

os não-bebedores.

Os indivíduos mais velhos e os grupos sociais mais desfavorecidos, avaliados

pelo nível de escolaridade e pelo estatuto profissional, apresentaram um risco superior

de serem bebedores, independentemente da idade dos indivíduos e dos factores

comportamentais. Igualmente os indivíduos, de ambos os sexos, fumadores

consumiam mais álcool e maior quantidade de qualquer tipo de bebida alcoólica.

Foi encontrada uma prevalência superior de bebedores excessivos no sexo

masculino, comparativamente com o sexo feminino (40,1% vs. 15,6%). Em ambos os

sexos, a prevalência de bebedores excessivos era significativamente superior no

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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grupo etário dos 40 aos 59 anos, nos indivíduos com níveis de escolaridade mais

baixos, nos trabalhadores manuais e nos ex-fumadores.

As mulheres mais fisicamente activas consumiam mais cerveja.

Os indivíduos com um baixo consumo de fruta e vegetais (menos de 5 porções

por dia) eram mais frequentemente bebedores e também bebedores excessivos.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

49

ALCOHOL CONSUMPTION IN AN URBAN POPULATION OF

PORTUGUESE ADULTS

Paula Dias1, Andreia Oliveira1,2,3, Carla Lopes1,2,3

1 Department of Hygiene and Epidemiology, University of Porto Medical School,

Portugal

2 Cardiovascular Research & Development Unit, University of Porto Medical School,

Portugal

3 Public Health Institute, Porto University, Portugal

FUNDING: Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Portugal

(POCTI/ESP/42361/2001, POCTI/SAU-ESP/61160/2004).

CORRESPONDENCE

Carla Lopes

Department of Hygiene and Epidemiology, University of Porto Medical School

Alameda Prof. Hernâni Monteiro

4200-319 Porto, Portugal

Phone: +351 225513652; Fax: +351 225513653

E-mail: [email protected]

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

50

Abstract

Objective: This study reports the alcohol consumption of the adult population of Porto,

Portugal, by different types of alcoholic beverages and taking into account differences

by sex, age and education.

Participants and Methods: Participants were selected, by random digit dialling, within

the non-institutionalized adult population of Porto - the EPIPorto Study (70% of

participation). For the present analysis were included the individuals with normal

cognitive function and with information on alcohol consumption: 2414 subjects (925

men and 1489 women), aged between 18 and 92 years. Data were obtained, by

trained interviewers, using standard structured questionnaires. Data on alcohol and

type of alcoholic beverage consumption (wine, beer, and spirits) were assessed using

a questionnaire reporting the lifetime consumption (exposure time, type of alcoholic

beverage, frequency, and amount) and also by a validated semi-quantitative food

frequency questionnaire, concerning the previous 12 months. The Chi-squared test

was used for the comparison of proportions and the Kruskal-wallis Test for mean

comparison. All analyses were stratified by sex.

Results: The overall lifetime prevalence of alcohol drinking was 81.9% (74.0% in

women and 93.9% in men, p<0.001). The prevalence of regular drinkers (consumption

of an alcoholic beverage at least once a week) was higher in men (80.0% vs. 44.6% in

women), and it was significantly different, for both sexes, according to age and

education.

For both sexes, a higher prevalence of wine drinkers was found among subjects

with 40-59 years (53.4% in women and 85.7% in men), and a decreasing prevalence of

wine drinkers by increasing educational level was also observed (≤4; 5-11; ≥12 years:

53.5%, 47.6%, 42.4% in women vs. 84.8%, 80.4%, 72.5% in men), but only among

women, the opposite trend was found concerning beer and spirits consumption (12.2%,

22.0%, 25.4%).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

51

The mean of alcohol consumption in the overall sample was 6.8 g/day in

women and 32.2 g/day in men. Wine was the beverage with higher contribution to the

total amount of alcohol consumed (6.3 g/day in women and 24.8 g/day in men).

However, in men aged 18-39, beer consumption was higher than wine (mean=156.7

vs. 99.1 g/day).

Considering only the alcohol drinkers, the mean lifetime alcohol consumption

was 13.2 g/day in women and 45.7 g/day in men and the mean alcohol consumption

during the previous year (12.7 g/day in women and 37.7 g/day in men).

Conclusions: The overall lifetime prevalence of alcohol drinking in this Portuguese

urban adult population was 81.9%. The proportion of alcohol drinkers was higher in

men, in the 40-59 years group and in less educated subjects. Wine is still the most

commonly consumed alcohol beverage, and accounted for most of the alcohol

consumed, regardless of sex, age, education and reported lifetime period.

Nevertheless, younger individuals consumed more beer than their older counterparts.

KEY-WORDS: alcohol consumption; alcoholic beverages; drinking pattern

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

52

INTRODUCTION

High levels of alcohol consumption and hazardous drinking patterns cause a

substantial impact on overall mortality and morbidity (1), which underlines its

importance as a worldwide major public health concern.

From a public health perspective, overall alcohol consumption is an important

determinant of alcohol-related harm, but drinking patterns have been described as

being more important than the consumption level per se (2). Despite of this, the

emphasis across studies has been on risk factors for mortality rather than on the

patterns of alcohol consumption (3). It is of interest to evaluate the drinking socio-

cultural aspects, since they have important implications for public health policy and

education (4).

According to the World Health Organization, the European region has the

highest alcohol consumption in the world. Consumption levels for almost all the

countries in this region surpass the lowest mortality risk level for populations, which has

been established at two litres of pure alcohol per person per year (5). The World Drink

Trends (WDT) (6) has become, in recent years, the standard data source for alcohol

researchers (7), in which are described the drinking changes over time of different

types of alcoholic beverages, across a wide range of countries, including Portugal. An

overview of the most recent data shows that, among the European countries, the

highest levels of alcohol consumption per person aged 15 years and older, during

2003, were in countries, such as Luxembourg (12.6 litres), Hungary (11.4 litres), Czech

Republic (11.0 litres), and the Republic of Ireland (10.8 litres). In Spain, the recorded

per capita consumption in 2003 was 10.0 litres and in Portugal it was 9.6 litres (8),

standing in that way among the countries with the highest consumption levels.

Portugal is traditionally a wine drinking country, but according to the WDT (6), in

Portugal during 2003, beer was the preferred beverage with 58.7 litres per capita

consumed, followed by wine with 42.0 litres, and spirits with 1.4 litres. It is possible to

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

53

observe a continuing decline in alcohol consumption, especially from wine. Since 1960,

the average consumption of alcohol, expressed as litres of alcohol from beer, wine, and

spirits, has decreased from 12.2 litres to 9.6 litres per person per year. According the

same source, changes in beverages preferences can also be noted. While the

consumption of beer is increasing, wine consumption is decreasing and spirits

consumption is rather stable. A large part of this decline is attributable to the reduction

in wine consumption, which has changed from 108.6 litres per person in 1965 to 42

litres per person in 2003.

However, these national estimates are frequently based on production, sales,

and taxation data do not represent correctly the consumption of alcoholic beverages

because they do not take into account issues such as smuggling, tourism, duty-free

purchases, and home produced alcohol.

According to the Portuguese National Health Survey, accomplished in 1998/99

and based on reported individual alcohol intake, wine is still the most commonly

consumed alcohol beverage and it is seen as a normal part of the daily diet, generally

consumed during meals. The mean alcohol consumption among drinkers was 17.1

g/day for women and 47.3 g/day for men, and the alcoholic beverage most frequently

consumed was wine (9).

Portugal has also other alternative estimates on alcohol consumption, namely

the Portuguese Food Balance Sheet, which report the amount of alcohol or alcoholic

beverage available for consumption in a specific period, and the household budget

survey, which estimates the individual consumption considering what is purchased for

home consumption. Besides the observed discrepancies between them, and with the

exception of spirits, they show a decreasing tendency in the mean per capita

consumption of alcoholic beverages between 1990 and 2000. According to data from

food balance sheets the mean per capita alcohol availability decreased between 1990

and 2000 from 371g to 338g, and the household budget survey also shows a

decreasing tendency from 190g to 125g (10).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

54

Published statistics of alcohol consumption do not usually include measures of

drinking patterns such as abstinence rates, proportion of high-intake consumers,

differences in alcohol consumption among specific population groups within a country

(11). In the context of health planning is important to have data on drinking behaviour

to describe the volume of alcohol consumed as well the type of alcoholic beverages

according characteristics in an individual level, from population based samples.

This study reports the current and lifetime alcohol consumption of the adult

population of Porto, Portugal, by different types of alcoholic beverages according to

sex, age and education.

SUBJECTS AND METHODS

Study participants were selected, by random digit dialling, within the non-

institutionalized adult population of Porto, as part of the EpiPorto study, conducted at

the Department of Hygiene and Epidemiology, University of Porto Medical School,

during 1999-2003. The study evaluated 2488 individuals, with Portuguese nationality,

aged ≥18 years, residents in Porto. Refusals were not substituted and the participation

proportion was estimated in 70% (12).

Out of 2488 participants, 74 were excluded: 56 because they scored less than

24 in the Mini Mental State Examination, which evaluates the cognitive impairment

among persons aged over 64 years old (13) and 18 individuals because presented

missing data on key variables. The final sample in the present analysis included 2414

subjects (925 men and 1489 women).

The study was approved by an ethic committee and all participants gave an

informed written consent.

Data were obtained, by trained interviewers, using a structured standard

questionnaire comprising data on social-demographic, personal and family medical

history, and behavioural characteristics. Data concerning alcohol and type of alcoholic

beverage (wine, beer, and spirits) consumption were assessed using a questionnaire

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

55

reporting the lifetime alcohol consumption (exposure time, type of alcoholic beverage,

frequency, and amount) and also by a validated semi-quantitative food frequency

questionnaire, concerning the previous 12 months (14).

Drinkers were defined as those who consumed at least one glass of any

alcoholic drink per month and then stratified into regular drinkers as those who reported

daily drinking and occasional drinkers as those who reported drinking less than one

alcoholic drink per week. Regular drinkers were asked to report the frequency of

consumption, type of beverages (wine, beer, and spirits), and the whole amount

consumed per occasion. Ex-drinkers were defined as those who had stopped to

drinking at least six months prior to the interview.

The reporting of the quantities of beverages consumed was helped by a

photographic album, in which were included photos of four types of wine glasses

(quantities varying between 120g and 220g), three types of beer glasses (quantities

varying between 240g and 330g), and five types of spirits glasses (quantities varying

between 20g and 120g).

The individual amount of lifetime alcohol consumption (in g/day) was calculated

with an algorithm that assumed for beer - 3.7 g of alcohol per 100 g , non alcoholic

beer - 0.5, white greenish-coloured wine - 8.4, red greenish-coloured wine - 8.0, white

dry wine - 9.6, red wine - 9.2, the American wine – 8.0, and the greenish-coloured and

dry wine - 8.8. The spirits were assumed to contain a mean value of 40 g and liquor a

value of 19.7 g of alcohol/100 g. When people referred who changed habits along life

the largest period of exposure was considered to quantify consumed amount.

Current alcohol consumption was calculated by multiplying the mean frequency

of consumption (ranging from “never or less than once a month” to “6 or more per day”)

and the average portion consumed (lower, equal or higher than a glass of 125 ml of

wine, 1 bottle or a can of 330 ml of beer and 1 cup of 40 ml of spirits). If the frequency

of consuming liquor beverages had been at least once a week, they were also

registered assuming a mean portion of 40 ml. Information on alcohol intake was

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

56

calculated using an algorithm that assumed beer to contain 3.7g of alcohol, wine

containing 9.6g, spirits a mean value of 40.0g and liquor a mean value of 19.7 g of

alcohol.

Proportions were compared by the Chi-squared test and Kruskal-wallis test was

used for comparison of continuous variables, separately by sex.

All analyses were performed with the statistical package SPSS - version 14.0.

RESULTS

The overall lifetime prevalence of alcohol drinking was 81.9% (74.0% in women

and 93.9% in men, p<0.001).

Table 1 shows the lifetime prevalence of alcohol consumption according to sex,

age and education. The prevalence of regular drinkers (consumption of an alcoholic

beverage at least once a week) was higher among men (80.0% vs. 44.6%), and it was

significantly different, for both sexes, according to the age and education.

The prevalence was higher in 40-59 years group (50.3% in women and 85.7%

in men) and lower in 18-39 years group (32.5% in women and 70.2% in men). In both

sexes, less educated subjects presented higher prevalence of regular alcohol

consumption (50.0% in women and 85.9% in men) and lower in higher educated

subjects (38.2% in women and 74.4% in men). The prevalence of ex-drinkers was

8.5% in women and 6.1% in men.

According to the year before interview estimates (Table 2), wine consumption

was reported by 60.2% of the sample and beer and spirits consumption by 36.1%. In

both sexes, wine was the alcoholic drink more frequently consumed (48.4% in women

and 79.1% in men) and for beer and spirits consumption it was found a prevalence of

19.0% in women and 63.7% in men. The prevalence was significantly different

according to age and education. The prevalence of wine consumption showed a similar

pattern described for the total alcohol consumption, higher among the age group of 40-

59 years and in less educated subjects. However, among women, beer and spirits

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

57

consumption was higher among youngest (31.5%) compared with older individuals,(40-

59 years: 21.9% and ≥60: 7.0%) and higher in educated subjects (≤4 years: 12.2%, 5-

11 years: 22.0%, ≥12: 25.4%).

Table 3 shows the consumption (g/day) of each of alcoholic drink consumed in

the year before interview. The mean consumption of wine, beer, and spirits was 67.8,

8.0 and 0.5 in women and 267.5, 104.8, and 9.1 in men, respectively. Considering only

the drinkers (data not presented), the mean consumption (g/day), was 140.0, 57.3 and

5.8 in women and 338.0, 205.8, and 22.6 in men, respectively.

As it was observed in the analysis of prevalence, mean alcohol consumption

was significantly different according to age and education, with exception of spirits

consumption in women.

In both sexes, wine consumption was higher in the 40-59 years group and in

less educated subjects. Mean consumption of beer was higher in the 18-39 years

group compared with older subjects (≥ 60 years) (11.3 g vs. 2.1 g, in women and 156.7

g vs. 49.0 g, in men) and, among women, in more educated (≥12 vs. ≤4) (11.3 g vs. 4.9

g). In women, mean spirits consumption was higher among the youngest (0.7 g) and

more educated subjects (0.6 g) and in men was higher among the 40-59 years group

(13.0 g) and less educated subjects (11.4 g) (Table 3).

Table 4 presents the mean consumption of total alcohol and the different

alcohol sources, for the overall sample (drinkers and non-drinkers), according to sex,

age and education. The mean alcohol consumption was 6.8 g/day in women and 32.2

g/day in men. Wine was the beverage with higher contribution to the total amount of

alcohol consumed, both in women and in men (6.3 g/day and 24.8 g/day, respectively).

In both sexes, mean alcohol consumption was higher among the 40-59 years

group compared with younger subjects (18-39 years) (8.1 vs. 3.0 g/day, in women and

38.9 vs. 17.9 g/day, in men) and in less educated subjects (≤4 vs. ≥12 years: 8.4 vs.

4.5 g/day, in women and 42.7 vs. 21.0 g/day, in men). Similar distribution, according to

age and education was found for mean alcohol consumption from wine. The mean

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

58

alcohol from beer was higher in younger subjects, in both men and women, and in

more educated women.

Considering only drinkers (Table 5), the mean lifetime alcohol consumption

was 13.2 g/day in women and 45.7 g/day in men and the mean alcohol consumption

during the previous year was 12.7 g/day in women and 37.7 g/day in men.

For all age and education groups, wine accounted for most of the alcohol

consumed. High amounts of alcohol from wine were found among older and less

educated subjects of both sexes, regardless of the period of time they are reporting.

Regarding the consumption of beer and spirits, differences according to age

and education have been observed. For beer, according to the estimates for the last

year, the youngest presented higher mean values of alcohol intake (18-39 vs. ≥60

years: 2.1 g vs. 1.5 g in women and 10.1 g vs. 5.3 g in men). Also, more educated

females showed higher mean values of alcohol from beer (≤4 years vs. ≥12: 1.8 g vs.

2.5 g, p=0.001). On the other hand, by the lifetime consumption estimates, higher

quantities of alcohol from beer were found among women in the 40-59 years group,

younger men, and among less educated subjects. In both sexes, and for both periods

of time, spirits contributed to a higher mean quantity of alcohol among 40-59 years

group.

DISCUSSION

In the present study, the lifetime drinking prevalence was higher in men than

women, which is in consistence with the literature (15) and specifically results from a

study conducted in 29 countries, showed that men’s drinking was more prevalent and

heavier than women’s drinking (16). The prevalence of alcohol consumption in women

in the present study is about 53%, higher than in most UE countries (17) and in the

Portuguese National Health Survey 1999 (9). Lifetime abstinence rates in the present

study were 26.0% in women and 5.4% in men.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

59

The information on alcohol consumption in Portugal, based on sales (6),

estimated in 2003, higher consumption of beer than wine, but in the present analysis,

for all age and education level groups, wine accounted for most of the alcohol

consumed.

Differences in the amount and beverage type were also found according to age

and education. Among men, the prevalence of wine and beer consumers was higher

among those aged between 40 and 59 years old, but among women a higher

prevalence of beer consumers between 18 and 39 years old was found. These findings

are consistent with the results from the Portuguese National Health Survey 1999,

where the amount of alcohol consumed derived almost exclusively from wine (31.2

g/day ± 0.3 in men and 14.1 g/day ± 0.2 in women). In the same study, for the

participants less than 50 years of age, beer was the most frequently consumed

alcoholic beverage (9), what is in agreement with the findings of the present study. In

men aged 18-39 years, beer consumption, in daily quantity, was higher than wine

(mean=156.7 vs. 99.1 g/day).

Alcohol consumption was higher among women aged 60 or more years (14.5

g/day) and among men in the 40-59 years group (43.6 g/day). The prevalence of high-

intake drinkers, taking into consideration the cut-points of Portuguese Ministry of Health

(more than 16g/day of alcohol for women and more than 24 g/day of alcohol for men)

(21) was 29.4% in women and 60.5% in men.

A decreasing prevalence of wine consumers and an increasing prevalence of

beer consumers by increasing educational level were found. These results are not

consistent with the findings from a study conducted in Denmark (22) and with the

results from an analysis of the Portuguese National Health Survey (9), in which was

found significantly higher wine consumption among participants with 6-12 years of

education, compared with the other participants, but they are in agreement with the

results from other analysis using the same Portuguese national data (23) and with

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

60

other studies that described an inverse association between alcohol consumption and

education level (24-26).

Surveys on drinking behaviour, despite of the tendency to underreport volume

of consumption, provide valuable complement to population-level data, since they allow

the description of drinking patterns, namely the lifetime and current drinking status, the

volume of alcohol consumed as well as the prevalence of high risk individuals.

Compared to data based on production and trade, such as in WDT, assessing

individual alcohol consumption usually show overall consumption figures which are

much lower, quite often around 40% to 60% of supply-based estimates (17).

The validity of self-reported alcohol consumption can be questioned, especially,

for heavier drinkers. However, in Portugal, alcohol drinking is not seen as an

undesirable behaviour, so, the risk of underestimation is reduced. Also the semi-

quantitative food frequency questionnaire had a reproducibility and validity similar to

other populations. The correlation coefficient for reproducibility and validity of alcohol

intake, considering a period of one year interval, was of 0.77 and 0.70, respectively,

after adjusting for energy intake (14), which supports a good agreement in reporting

alcohol consumption in this population.

Some other issues, regarding the methods, deserve discussion. The length of

the time period for which the participants were asked to describe their drinking, namely

for lifetime alcohol consumption, may have resulted in recall bias. However, short

periods of time may not assess exceptional drinking occasions.

An important source of bias in self-reported consumption of alcohol is the

glasses used to serve alcoholic drinks. Standard drinks are not the same for all

countries. One advantage was the precision obtained by illustrating the serve size.

Since glasses are not standard pictures, actual glasses of different sizes were used to

help participants to estimate usual drink size.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

61

CONCLUSIONS

The overall lifetime prevalence of alcohol drinking was 81.9%, higher in

men (93.9%) than in women (74.0%). As in the most EU member countries,

considering current drinkers, men were responsible for about 70% of overall alcohol

consumption. Regular alcohol drinkers were more frequently men, middle-age and less

educated subjects. Wine accounted for most of the alcohol consumed, regardless of

sex, age, education and reported lifetime period. Nevertheless, younger individuals

consumed more beer than their older counterparts. In both gender, the higher educated

people consumed less wine and more beer.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

65

Table 1. Participants alcoholic habits’ (lifetime consumption) according to age and education,

by sex.

Women Men Non-

Drinkers Regular Drinkers

Occasional Drinkers

Ex-Drinkers

Non-Drinkers

Regular Drinkers

Occasional Drinkers

Ex-Drinkers

n (%)

387 (26.0) 664 (44.6) 311 (20.9) 127 (8.5) 50 (5.4) 747 (80.0) 72 (7.8) 56 (6.1)

Age (years) 18-39 126 (41.7) 98 (32.5) 76 (25.2) 2 (0.7) 23 (12.7) 127 (70.2) 28 (15.5) 3 (1.7) 40-59 148 (21.1) 353 (50.3) 147 (20.9) 54 (7.7) 20 (5.0) 341 (85.7) 21 (5.3) 16 (4.0) ≥ 60 113 (23.3) 213 (43.9) 88 (18.1) 71 (14.6) 7 (2.0) 279 (80.6) 23 (6.6) 37 (10.7)

p < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 Education (years) ≤4 117 (18.8) 311 (50.0) 105 (16.9) 89 (14.3) 7 (2.4) 249 (85.9) 8 (2.8) 26 (9.0) 5-11 102 (26.1) 171(43.7) 92 (23.5) 26 (6.6) 15 (4.6) 268 (82.2) 27 (8.3) 16 (4.9) ≥ 12 168 (35.3) 182 (38.2) 114 (23.9) 12 (2.5) 28 (9.1) 230 (74.4) 37 (12.0) 14 (4.5)

p < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

66

Table 2. Prevalence of alcoholic beverage type consumed (in last year), according to age and education,

by sex.

Wine Beer+Spirits

Women Men Women Men Non-

Drinkers Drinkers Non-

Drinkers Drinkers Non-

Drinkers Drinkers Non-

Drinkers Drinkers

n (%) 768 (51.6) 721 (48.4) 193 (20.9) 732 (79.1) 1206 (81.0) 283 (19.0) 336 (36.3) 589 (63.7) Age (years) 18-39 188 (62.3) 114 (37.7) 72 (39.8) 109 (60.2) 207 (68.5) 95 (31.5) 54 (29.8) 127 (70.2) 40-59 327 (46.6) 375 (53.4) 57 (14.3) 341 (85.7) 548 (78.1) 154 (21.9) 105 (26.4) 293 (73.6) ≥60 253 (52.2) 232 (47.8) 64 (18.5) 282 (81.5) 451 (93.0) 34 (7.0) 177 (51.2) 169 (48.8)

p < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 Education (years) ≤4 289 (46.5) 333 (53.5) 44 (15.2) 246 (84.8) 546 (87.8) 76 (12.2) 132 (45.5) 158 (54.5) 5-11 205 (52.4) 186 (47.6) 64 (19.6) 262 (80.4) 305 (78.0) 86 (22.0) 98 (30.1) 228 (69.9) ≥12 274 (57.6) 202 (42.4) 85 (27.5) 224 (72.5) 355 (74.6) 121 (25.4) 106 (34.3) 203 (65.7)

p 0.001 0.001 < 0.001 < 0.001

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

67

Table 3. Daily quantities of different types of alcoholic beverages consumed (in last year), according to

age and education, by sex.

Women Men

Wine (g/day) Beer (g/day) Spirits (g/day) Wine (g/day) Beer (g/day) Spirits (g/day)

Mean (sd) 67.8 (123.5) 8.0 (34.5) 0.5 (2.6) 267.5 (280.7) 104.8 (250.7) 9.1 (15.4)

Age (years) 18-39 25.2 (63.5) 11.3 (42.2) 0.7 (2.8) 99.1 (179.4) 156.7 (360.8) 7.4 (19.9) 40-59 80.9 (134.8) 10.4 (39.1) 0.6 (3.1) 312.1 (286.8) 129.5 (257.8) 13.0 (30.7) ≥60 75.2 (128.8) 2.1 (16.7) 0.1 (1.0) 304.0 (284.8) 49.0 (136.3) 5.4 (13.6)

P < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 < 0.001 Education (years) ≤4 88.1 (139.3) 4.9 (25.0) 0.3 (2.3) 371.0 (305.0) 102.4 (229.5) 11.4 (28.4) 5-11 66.7 (118.3) 8.6 (27.9) 0.5 (3.0) 266.2 (265.8) 139.6 (325.5) 9.8 (25.6) ≥12 42.0 (98.3) 11.3 (47.3) 0.6 (2.4) 171.5 (234.5) 70.0 (157.1) 6.1 (15.1)

P < 0.001 0.008 0.096 < 0.001 0.002 0.018

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68

Table 4. Daily quantities of total alcohol consumptiona and from different beverage types, according to age and education, by sex.

Women Men

Total Alcohol (g/day)

Alcohol from Wine (g/day)

Alcohol from Beer (g/day)

Alcohol from Spirits (g/day)

Total Alcohol (g/day)

Alcohol from Wine (g/day)

Alcohol from Beer (g/day)

Alcohol from Spirits (g/day)

Mean (sd) 6.8 (11.8) 6.3 (11.4) 0.3 (1.3) 0.2 (1.0) 32.2 (33.0) 24.8 (26.0) 3.9 (9.3) 3.6 (9.4)

Age (years 18-39 3.0 (6.4) 2.3 (5.8) 0.4 (1.5) 0.2 (1.1) 17.9 (27.0) 9.1 (16.6) 7.4 (14.7) 2.9 (7.8) 40-59 8.1 (13.0) 7.4 (12.4) 0.3 (1.4) 0.2 (1.2) 38.9 (35.8) 28.9 (26.5) 5.4 (9.9) 5.1 (12.0) ≥60 7.1 (12.0) 6.9 (11.9) 0.0 (0.6) 0.0 (0.4) 32.2 (30.2) 28.1 (26.3) 2.1 (5.4) 2.1 (5.3)

p <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 Education (years) ≤4 8.4 (13.3) 8.1 (12.9) 0.1 (0.9) 0.1 (0.9) 42.7 (36.3) 34.3 (28.2) 4.3 (8.9) 4.4 (11.1) 5-11 6.7 (11.3) 6.1 (10.9) 0.3 (1.0) 0.2 (1.1) 33.7 (33.4) 24.6 (24.6) 6.0 (12.8) 3.8 (10.0) ≥12 4.5 (9.5) 3.8 (9.1) 0.4 (1.7) 0.2 (0.9) 21.0 (24.9) 15.8 (21.7) 3.1 (6.3) 2.4 (5.9)

p <0.001 <0.001 0.008 0.096 <0.001 <0.001 0.003 0.018

a Estimates of last year alcohol drinking, obtained by studying the overall population (drinkers and non-drinkers).

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

69

Table 5. Daily quantities of total alcohol consumption, in two lifetime periods, (in drinkers only) and from different beverage types, according to age and education, by sex.

Last year consumption Women Men

Total Alcohol

(g/day)

Alcohol from Wine

(g/day)

Alcohol from Beer

(g/day)

Alcohol from Spirits (g/day)

Total Alcohol

(g/day)

Alcohol from Wine (g/day)

Alcohol from Beer (g/day)

Alcohol from Spirits (g/day)

Mean (sd) 12.7 (13.7) 13.0 (13.5) 2.1 (2.8) 2.3 (2.7) 37.7 (32.7) 31.3 (25.5) 7.6 (11.9) 8.9 (13.0)

Age (years) 18-39 6.2 (7.9) 4.7 (7.7) 2.1 (3.0) 1.8 (2.2) 22.8 (28.6) 11.7 (17.9) 10.1 (16.4) 6.4 (10.7) 40-59 14.1 (14.6) 13.0 (14.1) 2.3 (2.8) 2.8 (3.2) 43.6 (35.1) 32.4 (26.0) 7.7 (11.1) 10.9 (15.7) ≥60 14.5 (13.7) 14.2 (13.7) 1.5 (2.3) 2.0 (1.7) 37.9 (29.2) 33.3 (25.5) 5.3 (7.5) 7.2 (7.8)

P <0.001 <0.001 0.428 <0.001 <0.001 <0.001 0.003 <0.001 Education (years)

≤4 15.1 (14.7) 14.6 (14.3) 1.8 (2.4) 3.3 (3.6) 48.7 (34.7) 39.2 (26.8) 9.0 (11.2) 12.9 (15.9) 5-11 12.8 (13.0) 11.7 (12.8) 1.9 (1.8) 2.7 (3.2) 39.2 (32.9) 28.7 (24.3) 8.9 (14.7) 8.6 (13.6) ≥12 9.2 (11.9) 7.8(11.7) 2.5 (3.6) 1.7 (2.0) 25.2 (25.4) 19.2 (22.5) 5.0 (7.3) 5.9 (8.2)

P <0.001 <0.001 0.001 <0.001 <0.001 <0.001 0.002 0.153

Lifetime consumption

Women Men Total Alcohol

(g/day)

Wine (Alcohol) (g/day)

Beer (Alcohol) (g/day)

Spirits (Alcohol) (g/day)

Total Alcohol

(g/day)

Wine (Alcohol) (g/day)

Beer (Alcohol) (g/day)

Spirits (Alcohol) (g/day)

13.2 (15.2) 13.1 (13.8) 2.5 (5.9) 2.8 (4.2) 45.7 (49.9) 33.4 (27.9) 10.1 (18.3) 14.0 (37.3) Age (years) 18-39 5.9 (7.5) 5.8 (7.8) 1.5 (1.5) 2.6 (4.8) 23.4 (35.8) 13.1 (16.5) 10.5 (20.3) 9.9 (24.7) 40-59 13.8 (14.9) 13.1 (11.9) 2.8 (7.1) 3.0 (3.5) 50.3 (52.7) 34.3 (29.1) 10.2 (18.3) 15.2 (38.9) ≥60 15.2 (16.8) 15.1 (16.6) 2.3 (3.3) 2.5 (5.0) 48.5 (49.1) 37.4 (26.7) 9.6 (17.2) 14.1 (39.7)

P <0.001 <0.001 0.423 0.871 <0.001 <0.001 0.921 0.602 Education (years)

≤4 16.1 (17.7) 15.4 (15.7) 3.2 (8.9) 3.6 (4.7) 58.8 (49.9) 44.0 (31.7) 13.7 (21.3) 13.5 (27.2) 5-11 11.5 (10.9) 11.6 (10.0) 1.7 (2.5) 2.9 (4.2) 46.6 (54.1) 31.5 (25.1) 10.7 (19.2) 16.8 (43.3) ≥12 9.7 (12.5) 9.5 (11.6) 2.5 (4.2) 2.1 (3.7) 29.9 (39.3) 22.3 (20.2) 5.9 (12.5) 11.1 (38.9)

P <0.001 <0.001 0.302 0.201 <0.001 <0.001 <0.001 0.421

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

70

SOCIAL AND BEHAVIOURAL DETERMINANTS OF ALCOHOL

CONSUMPTION

Paula Dias1, Andreia Oliveira1,2,3, Carla Lopes1,2,3

1 Department of Hygiene and Epidemiology, University of Porto Medical School, Portugal

2 Cardiovascular Research & Development Unit, University of Porto Medical School,

Portugal

3 Public Health Institute, Porto University, Portugal

FUNDING: Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Portugal

(POCTI/ESP/42361/2001, POCTI/SAU-ESP/61160/2004).

CORRESPONDENCE

Carla Lopes

Department of Hygiene and Epidemiology, University of Porto Medical School

Alameda Prof. Hernâni Monteiro

4200-319 Porto, Portugal

Phone: +351 225513652; Fax: +351 225513653

E-mail: [email protected]

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

71

ABSTRACT

Objective: To evaluate social and behavioural determinants of alcohol consumption in an

urban sample of Portuguese adults.

Methods: Participants were randomly selected within the non-institutionalized adult

population of Porto (n=2414 subjects, 925 men and 1489 women). Data was collected

using a questionnaire on social-demographic and behavioural characteristics. Alcohol

consumption and the type of alcoholic beverage were assessed using a validated semi-

quantitative food frequency questionnaire concerning the previous year. Odds ratios (OR)

and 95% confidence intervals (95%CI) were computed using logistic regression.

Results: The prevalence of current alcohol drinkers was 65.6% (53.3% in women and

85.5% in men). After adjustment, current alcohol drinking was positively associated with

age and smoking, and negatively with education, in women (≥12 vs. ≤4 years:

OR=0.62;95%CI:0.46-0.83) and with fruit and vegetables intake ≥5 portions/day

(OR=0.80;95%CI:0.65-0.99 in women; OR=0.64;95%CI:0.43-0.94 in men). Similar results

were found for high-intake drinkers.

Less educated men reported a higher consumption of wine, but lower of beer and

spirits. Among women, regular physical exercise was positively associated with beer and

spirits consumption (OR=1.59;95%CI:1.18-2.13).

Conclusion: Current and high-intake alcohol drinkers were more frequently men, older

and less educated subjects, blue collar workers, smokers and low consumers of fruit and

vegetables, compared with non-drinkers.

KEY-WORDS: alcohol consumption; alcoholic beverages; social determinants;

behavioural determinants

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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INTRODUCTION

Alcohol consumption is an important determinant of health and social well-being

(1, 2). The increased concern with alcohol-related problems within the European Union

and all over the world highlights the importance of determining as accurately as possible

the determinants of drinking patterns (3, 4).

Although several studies had associated alcohol use with low social status, low

education levels and low standard of living, showing that poor and underprivileged groups

are often at higher risk to drink (2, 5-8), the relation between socio-economic status and

alcohol consumption is complex and sometimes controversial. Behavioural factors have

also been also associated with drinking patterns. Cigarette smoking has been the most

described behavioural factor positively associated with alcohol consumption (9-13). Other

studies also suggested that physical inactivity may be associated with alcohol

consumption (14-18), but the results are controversial. A positive association between low

physical activity and alcohol consumption was reported (15, 16), but other studies showed

that physical inactivity decreased with alcohol consumption (17, 18). The relation between

alcohol drinking patterns and dietary habits has been also studied, but the available

information seems to be inconclusive. Some studies pointed out that wine drinkers have

an healthier diet compared to abstainers or those who preferred beer or spirits (19-22). A

recent analysis found that as alcohol frequency increased diet quality improved, but, as

alcohol quantity increased diet quality worsened (23), which is corroborated for another

authors who stated that unhealthy eating habits were positively associated with alcohol

consumption (24-27).

In a country, such as Portugal, where the daily per capita alcohol consumption is

one of the highest in the world, particularly in men (World Drink Trends, 2006, (28) a

better understanding of its determinants enhances the development of effective

programmes to prevent alcohol misuse.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

73

This study aims to evaluate social and behavioural determinants of alcohol

consumption in an urban sample of Portuguese adults.

SUBJECTS AND METHODS

Data were obtained from the baseline evaluation of the EPIPorto Study, conducted

during 1999-2003. Participants were selected, by random digit dialling, within the non-

institutionalized in-habitants of Porto (aged ≥18 years) (n=2488). Refusals were not

substituted and a participation of 70% was achieved (29).

For the present analysis, 74 participants had to be excluded: 56 individuals

because scored less than 24 in the Mini Mental State Examination, which evaluated the

cognitive impairment among participants aged over 64 years (30) and 18 individuals due

to missing data on key variables. The final sample included 2414 subjects (925 men and

1489 women).

Data was collected, by trained interviewers, using a structured standard

questionnaire comprising information on social-demographic, personal and family medical

history, and behavioural characteristics.

Data on alcohol consumption and the type of alcoholic beverage consumed (wine,

beer, and spirits) was assessed using a validated semi-quantitative food frequency

questionnaire, concerning the previous 12 months (31). Each subject was asked about

the mean frequency of consumption (ranging from “never or less than once a month” to “6

or more times a day”) and the average portion consumed (lower, equal or higher than a

glass of 125 ml of wine, 1 bottle or a can of 330 ml of beer and 1 cup of 40 ml of spirits). If

the frequency of consuming liquor beverages had been at least once a week, it was also

registered assuming a mean portion of 40 ml. A photographic album was used to help the

definition of the average portion size. The quantity of alcohol intake (grams (g) /day) was

calculated using the software Food Processor Plus (ESHA Research, Salem-Oregon,

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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1997), using an algorithm that assumed beer to contain 3.7g of alcohol, wine containing

9.6g, spirits a mean value of 40.0g and liquor a mean value of 19.7g of alcohol.

Current drinkers were defined as those who consumed at least one glass of any

alcoholic drink per month. According to the American Heart Association (American Heart

Association, 2000), moderate alcohol intake was defined as an intake ≤ 15g/day for

women and ≤ 30g/day for men, and high-intake as an intake of higher amounts of alcohol

than the previously referred. Moderate versus high-intake was defined in terms of the total

amount of alcohol consumed, separately by sex.

The definition of the socio-economic status (SES) was based on an adaptation of

the classification used in the UK’s Registrar General (32). Categories I, II, and IIIa were

subsequently grouped under the category of non-manual occupations (white collar);

categories IIIb, IV, and V under the manual occupations category (blue collar); and in a

third category were grouped retired, invalid, and unemployed people, as well as house-

wives. The number of completed schooling years was also considered as an indirect

indicator of SES.

Smoking habits were self-reported and participants were classified into never-

smokers (a person who had never smoked in life), current daily smokers (at least one

cigarette a day), current occasional smokers (less than one cigarette a day) and ex-

smokers (quit smoking for least six months ago).

Physical exercise referred to the regular practice of any leisure-time physical

activities, including walking, during the previous year.

The same food frequency questionnaire was used to quantify the frequency of fruit

and vegetables intake, including 14 items related with fruit intake and 16 items related

with vegetables intake. Fruit and vegetables intake (vegetable soup included) was

stratified into less than 5 and 5 or more portions a day.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

75

Ethics

The local ethics committee approved the study protocol. All participants gave

written informed consent to participation, and the study was carried out in accordance

with the Helsinki Declaration II.

Statistical analysis

Proportions were compared using the Chi-square test. Unconditional logistic

regression and multinomial logistic regression were used to estimate the magnitude of the

associations between alcohol consumption and social and behavioural characteristics

(odds ratios (OR) and the respective 95% confidence intervals (95%CI)). The final

multivariate model included as confounders age (18-39, 40-59, and ≥60 years), education

(≤4, 5-11, ≥12 years), smoking status (non-smokers, smokers, and ex-smokers), regular

physical exercise (yes, no), and fruit and vegetables intake (≥ 5, < 5 portions/day).

Since gender seems to be a factor influencing alcohol-related behaviours, all the

analyses were stratified by sex.

Analyses were performed with the statistical package SPSS- version 15.0.

RESULTS

Table 1 shows the prevalence of non-drinkers and current drinkers, during the

previous year, according to socio-economic and behavioural characteristics, by sex. The

overall prevalence of alcohol drinkers was 65.6% (53.3% in women and 85.5% in men,

p<0.001). Compared with non-drinkers, female drinkers were more frequently middle-

aged, had blue-collar occupations, fruit and vegetables intake lower than 5 portions/day

and were more likely smokers. Among men, the prevalence of drinkers, compared with

non-drinkers, was higher in the age group 40-59 years, among blue-collar workers,

smokers and individuals with no regular physical exercise.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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After adjustment for age, smoking, regular exercise and consumption of fruit and

vegetables, a significantly negative association was found, for women, between current

drinking and education (≥12 vs. ≤4 years: OR=0.62; 95%CI:0.46-0.83) (Table 2). In both

sexes, current drinking was positively associated with age (40-59 vs. 18-39 years:

OR=1.33; 95%CI:0.99-1.80 in women; OR=1.99; 95%CI:1.18-3.34 in men) and smoking

(smokers vs. non-smokers: OR=1.89; 95%CI:1.39-2.57 in women and OR=1.60;95%

CI:1.01-2.54 in men), and negatively with the consumption of five or more portions/day of

fruit and vegetables (OR=0.80; 95%CI:0.65-0.99 in women; OR=0.64; 95%CI:0.43-0.94 in

men).

Table 3 presents the prevalence of current drinking according to the type of

alcoholic beverage. In both sexes, the prevalence of wine consumers was higher among

middle-age subjects, in those with lower levels of education and in blue-collar workers.

Among women, the proportion of beer and spirits consumers was higher in younger and

more educated participants and in white-collar workers. In men, a higher prevalence of

beer and spirits consumption was found among middle-aged subjects, in those with 5-11

years of education, in smokers and in consumers of less than 5 portions a day of fruit and

vegetables.

After adjustment, wine consumption was positively associated with age in both

sexes (40-59 vs. 18-39 years: OR=1.75; 95%CI:1.29-2.36 in women and OR=3.45;

95%CI:2.21-5.39 in men) (Table 4). Only among women, wine consumption was

significantly positively associated with smoking (smokers vs. non-smokers: OR=1.51;

95%CI:1.12-2.04) and negatively associated with education (≥12 vs. 4≤years: OR=0.60;

95%CI:0.45-0.81).

Beer and spirits consumption was negatively associated with age in both sexes

(≥60 vs. 18-39 years: OR=0.23; 95%CI:0.14-0.38 in women and OR=0.45; 95%CI:0.28-

0.71 in men), but positively associated with education, but only in men (5-11 vs ≤4 years:

OR=1.65; 95%CI:1.16-2.35) (Table 4). In both sexes, beer and spirits consumption was

positively associated with smoking (smokers vs. non-smokers: OR=2.47; 95%CI:1.76-

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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3.47 in women and OR=1.69; 95%CI:1.18-2.42 in men). Among women, also beer and

spirits consumption was positively associated with regular physical exercise (OR=1.59;

95%CI:1.18-2.13).

Prevalence of abstinence, moderate and high-intake drinking patterns according to

social and behavioural characteristics, by sex, are shown in Table 5. A high prevalence of

high-intake drinkers was found among men, compared to women (40.1% vs. 15.6%). For

both sexes, the prevalence of high-intake drinkers was significantly higher among the age

group 40-59 years, in less educated individuals, in blue-collar workers), in ex-smokers and

among those who consumed less than 5 portions/day of fruit and vegetables.

High-intake drinkers, compared to moderate drinkers, were significantly older (≥40-

59 vs. 18-39 years: OR=3.86; 95%CI:2.24-6.63 in women; OR=5.30; 95%CI:3.01-9.35 in

men), less educated (≥12 vs. ≤4 years: OR=0.46;95%CI:0.30-0.71 in women; OR=0.43;

95%CI:0.24-0.76 in men) and smokers (OR=1.51; 95%CI:0.93-2.46 in women; OR=2.08;

95%CI:1.23-3.52 in men) (Table 6). High-intake drinkers also presented a lower

probability of consuming 5 or more portions/day of fruit and vegetables (OR=0.68;

95%CI:0.50-0,93 in women; OR=0.56; 95%CI:0.34-0.79 in men).

DISCUSSION

Sixty-six percent of this Portuguese population reported to be current alcohol

drinkers (53.3% in women and 85.5% in men). This prevalence is quite higher than the

prevalence found in the National Health Survey of 1999, in which was described that only

44.1% (26.1% in women and 64.0% in men) were alcohol drinkers (33). The different

methodologies used to assess this information could be on the basis of the differences

found, since in the national survey the question on alcohol intake concerned the previous

week, which could lead to an underestimation of the real prevalence, compared with our

questionnaire that covered the previous year.

The prevalence of high-intake drinkers, according to the cut-points of the American

Heart Association (15 g/day for women and 30 g/day for men) was also quite high - 29.4%

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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in women and 46.9% in men. Also considering the cut-points of the Portuguese Health

Ministry (16 g/day for women and 24 g/day for men), we found similar prevalence of

alcohol consumption for women, but even higher for men (29.4% in women and 60.5% in

men), easily explained by a high prevalence of men who had daily alcohol intake around

25-30 gram.

The higher prevalence of alcohol consumption found among men is supported by

several studies from almost every major world regions (34). It is believed that the use and

abuse of alcohol is determined by the cultural and social characteristics of a given

community and it is probable that a higher risk for alcohol use among men could result

from a combination of biological and psychosocial factors. In Portugal, drinking is widely

perceived to be consistent with notions of masculinity, and thus, men who conform to

cultural norms are more likely to consume excessively. Even though, a review of the

literature pointed out that women reported more often problems as a result of alcohol

consumption per drinking session than men (35).

In the present study, alcohol consumption was significantly associated with low

social status, measured both by the education level and the UK’s Registrar General

classification, suggesting that lower socio-economic groups had higher probability of

drinking. This result is consistent with previous findings describing that less educated

people are less healthy, smoke more and consume alcohol more excessively than their

more educated counterparts (5, 7, 10, 14, 36, 37).

The educational level, as a proxy of social status, seems to be also an important

determinant of the alcoholic beverage type choice. Among women, a significantly

negative association was found between educational level and wine consumption, but in

men it was found a positive association with beer and spirits consumption. According to a

previous analysis of the national health survey, more educated Portuguese adults

consumed more frequently beer, whiskey and Porto wine than their less educated

counterparts (33). On the other hand, other analysis from the same national data found

that more educated subjects also consumed less wine and spirits (38). The educational

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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level seems to be also associated with the pattern of drinking. In a study, with the same

population of the present analysis, but using a 7-days food records, the Portuguese

traditional pattern of drinking (mainly with meals) was frequently found among less

educated subjects, while the pattern of drinking at any time of the day was more

characteristic of subjects with a high education level (39).

Regarding the consumption of different types of alcoholic beverages, it is also

interesting to note that younger participants (18-39 years) reported an inverse pattern of

beverage type consumed, compared with the older ones. In both sexes, wine

consumption was positively related to age, whereas beer and spirits consumption was

negatively associated with age, which is in agreement with other studies (35).

Although alcohol consumption in Portugal is quite high (World Drink Trends, 2006)

the majority of consumers in this sample were considered moderate drinkers, according to

the cut points of the American Hearth Association. Nevertheless, in this study it was found

a high prevalence of high-intake drinkers, especially among men (40%). For both sexes,

the prevalence of high-intake drinkers was significantly higher in middle-aged and less

educated subjects, in blue-collar workers and in ever smokers. Similar results were found

in other studies (8, 40).

Alcohol intake was also negatively associated with fruit and vegetables

consumption, particularly in men who drank beer and spirits and in high-intake drinkers of

both sexes. These results are not consistent with the findings on previous studies in which

wine drinkers reported higher vegetables intake (19-22), but are in accordance with others

(23-25, 38). The French cohort study of the European Prospective Investigation into

Cancer and Nutrition has shown that female drinkers had less-healthy dietary habits (25).

Also, an analysis from the Portuguese health survey showed that individuals who

consumed less wine and spirits had high fruit and vegetables intake (38). Another study in

Spain (24) reported that high-intake alcohol drinkers ate significantly less amounts of fruit

and vegetables than moderate drinkers.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

80

In agreement with previous findings (11, 41), a significant positive association was

found between beer and spirits consumption and regular physical exercise, but only in

women. Women, particularly young, consumed more often beer and spirit, probably in a

social drinking context, which could be associated with healthier lifestyles habits, such as

the exercise practice.

There are some issues regarding the methods that warrant discussion. The cross-

sectional nature of this study does not assure the temporality sequence of the relations

between the exposures and alcohol consumption. However, it is unlikely that, for at least

the analysed social factors, alcohol intake could have determined them. A major problem

could be the reliance on self-report to determine frequency and quantities of alcohol use,

particularly among high-intake drinkers. However, since in Portuguese society alcohol is

legally produced and consumed, intentional underreporting seems unlikely, even for high-

intake drinkers. Also, the reproducibility and validity (7-days food records as gold

standard) of the semi-quantitative food frequency questionnaire was tested in this specific

population, considering a one year reference period, and the correlation coefficients for

alcohol intake were 0.77 and 0.70, respectively, showing that individuals, in general

populations, could correctly describe what they drank (31). The present study has also the

advantage of the precision obtained by illustrating the serving size of the alcoholic

beverages.

In conclusion, Portuguese current and high-intake alcohol drinkers were more

frequently men, older and less educated subjects, blue collar workers, smokers and low

consumers of fruit and vegetables, compared to non-drinkers. Age and smoking were

positively associated with wine and spirits consumption, regardless of sex. Less educated

men presented higher consumption of wine, but lower consumption of beer and spirits,

compared with more educated ones. Regular physical exercise was positively associated

with beer and spirits consumption only in women. The findings from this study may be

useful for the development of effective and targeted prevention and treatment programs,

in order to decrease the prevalence of alcohol drinking among the Portuguese population.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

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Table 1. Social and behavioural characteristics of participants, according to their current

alcohol habits, by sex.

Women Men

n (%)

Non-Drinkers

Drinkers

Non-Drinkers

Drinkers

696 (46.7) 793 (53.3) 134 (14.5) 791(85.5) Age (years)

18-39 152 (50.3) 150 (49.7) 38 (21.0) 143 ( 79.0) 40-59 299 (42.6) 403 (57.4) 43 (10.8) 355 (89.2) ≥ 60 245 (50.5) 240 (49.5) 53 (15.3) 293 (84.7)

p 0.010 0.005 Education (years) ≤4 274 (44.1) 348 (55.9) 36 (12.4) 254 (87.6) 5-11 185 (47.3) 206 (52.7) 45 (13.8) 281 (86.2) ≥ 12 237 (49.8) 239 (50.2) 53 (17.2) 256 (82.8)

p 0.162 0.234 Occupation White-collar 358 (47.4) 398 (52.6) 93 (15.2) 518 (84.8) Blue-collar 215 (42.2) 294 (57.8) 36 (12.7) 248 (87.3) Without occupation a 123 (54.9) 101 (45.1) 5 (16.7) 25 (83.3)

p 0.006 0.568 Employment status White-collar 241 (46.5) 277 (53.5) 54 (13.4) 349 (86.6) Blue-collar 88 (38.4) 141 (61.6) 12 (8.2) 135 (91.8) Retired 203 (49.9) 204 (50.1) 55 (17.8) 254 (82.2) Without occupation b 164 (49.0) 171 (51.0) 13 (19.7) 53 (80.3)

p 0.035 0.025 Smoking status Non-smokers 537 (50.2) 533 (49.8) 53 (20.1) 211 (79.9) Smokers 100 (37.9) 164 (62.1) 41 (12.7) 282 (87.3) Ex- smokers 59 (38.1) 96 (61.9) 40 (11.8) 298 (88.2)

p <0.001 0.009 Regular physical exercise No 474 (46.2) 553 (53.8) 61 (12.0) 449 (88.0) Yes 222 (48.1) 240 (51.9) 73 (17.6) 342 (82.4) 0.267 0.010 Fruit and vegetable intake <5 portions/day 320 (43.7) 413 (56.3) 23 (4.5) 487 (95.5) ≥5 portions/day 376 (49.7) 380 (50.3) 27 (6.5) 388 (93.5)

p 0.011 0.117

a Housewives and students. b Housewives, students and unemployed.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

86

Table 2. Crude and adjusted a odds ratio (95% confidence intervals) for current drinking,

according to social and behavioural characteristics, by sex.

Women Men

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR* (95% CI)

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR* (95% CI)

Age(years)

18-39 1 1 1 1 40-59 1.36 (1.04-1.79) 1.33 (0.99-1.80) 2.19 (1.36-3.53) 1.99 (1.18-3.34) ≥60 0.99 (0.74-1.32) 0.97 (0.69-1.37) 1.46 (0.92-2.33) 1.35 (0.76-2.41) Education (years) ≤4 1 1 1 1 5-11 0.87 (0.68-1.13) 0.72 (0.55-0.95) 0.88 (0.55-1.41) 0.88 (0.54-1.45) >=12 0.79 (0.62-1.00) 0.62 (0.46-0.83) 0.68 (0.43-1.08) 0.77 (0.45-1.31) Occupation White-collar 1 1 1 1 Blue-collar 1.23 (0.98-1.54) 1.12 (0.82-1.52) 1.23 (0.81-1.87) 1.08 (0.65-1.80) Without occupation b 0.73 (0.54-0.99) 0.77 (0.56-1.07) 0.89 (0.33-2.40) 0.56 (0.55-4.48) Employment status White-collar 1 1 1 1 Blue-collar 1.39 (1.01-1.91) 1.19 (0.82-1.74) 1.74 (0.90-3.35) 1.48 (0.72-3.04) Retired 0.87 (0.67-1.13) 0.88 (0.62-1.27) 0.71 (0.47-1.07) 0.44 (0.23-0.83) Without occupation c 0.90 (0.68-1.19) 0.92 (0.68-1.25) 0.63 (0.32-1.23) 0.81 (0.39-1.65) Smoking Non-smokers 1 1 1 1 Smokers 1.65 (1.25-2.18) 1.89 (1.39-2.57) 1.73 (1.11-2.70) 1.60 (1.01-2.54) Ex- smokers 1.64 (1.16-2.32) 1.87 (1.30-2.68) 1.87 (1.20-2.93) 1.66 (1.04-2.64) Regular physical exercise

No 1 1 1 1 Yes 0.92 (0.74-1.15) 1.06 (0.84-1.34) 0.93 (0.64-1.35) 1.08 (0.73-1.59) Fruit and vegetable intake

<5 portions/day 1 1 1 1 ≥5 portions/day 0.78 (0.63-0.96) 0.80 (0.65-0.99) 0.63 (0.44-0.92) 0.64 (0.43-0.94)

a Odds ratio adjusted for age, education, smoking, exercise and fruit and vegetables intake. b Housewives and students. c Housewives, students and unemployed.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

87

Table 3. Alcoholic beverage type consumption, according to social and behavioural characteristics, by sex. Wine Beer+Spirits Women Men Women Men

n (%) Non-Drinkers

Drinkers

Non-Drinkers

Drinkers

Non-Drinkers

Drinkers

Non-Drinkers

Drinkers

768 (51.6) 721 (48.4) 193 (20.9) 732 (79.1) 1206 (81.0) 283 (19.0) 336 (36.3) 589 (63.7) Age (years)

18-39 188 (62.3) 114 (37.7) 72 (39.8) 109 ( 60.2) 207 (68.5) 95 (31.5) 54 (29.8) 127 (70.2 ) 40-59 327 (46.6) 375 (53.4) 57 (14.3) 341 (85.7) 548 (78.1) 154 (21.9) 105 (26.4) 293 (73.6) ≥60 253 (52.2) 232 (47.8) 64 (18.5) 282 (81.5) 451 (93.0) 34 (7.0) 177 (51.2) 169 (48.8)

p <0.001 <0.001 <0.001 <0.001 Education (years) ≤4 289 (46.5) 333 (53.5) 44 (15.2) 246 (84.8) 546 (87.8) 76 (12.2) 132 (45.5) 158 (54.5) 5-11 205 (52.4) 186 (47.6) 64 (19.6) 262 (80.4) 305 (78.0) 86 (22.0) 98 (30.1) 228 (69.9) ≥12 274 (57.6) 202 (42.4) 85 (27.5) 224 (72.5) 355 (74.6) 121 (25.4) 106 (34.3) 203 (65.7)

p 0.001 0.001 <0.001 <0.001 Profession White-collar 402 (53.2) 354 (46.8) 123 (20.1) 488 (79.9) 585 (77.4) 171 (22.6) 223 (36.5) 388 (63.5) Blue-collar 227 (44.6) 282 (55.4) 51 (18.0) 233 (82.0) 437 (85.9) 72 (14.1) 107 (37.7) 177 (62.3) Without Occupation a 139 (62.1) 85 (37.9) 19 (63.3) 11 (36.7) 184 (82.1) 40 (17.9) 6 (20.0) 24 (80.0)

p <0.001 <0.001 0.001 0.158 Occupation White-collar 277 (53.5) 241 (46.5) 77 (19.1) 326 (80.9) 383 (73.9) 135 (26.1) 116 (28.8) 287 (71.2) Blue-collar 96 (41.9) 133 (58.1) 23 (15.6) 124 (84.4) 182 (79.5) 47 (20.5) 37 (25.2) 110 (74.8) Retired 211 (51.8) 196 (48.2) 66 (21.4) 243 (78.6) 371 (91.2) 36 (8.8) 166 (53.7) 143 (46.3) Without occupation b 184 (54.9) 151 (45.1) 27 (40.9) 39 (59.1) 270 (80.6) 65 (19.4) 17 (25.8) 49 (74.2)

p 0.013 <0.001 <0.001 <0.001 Smoking Non-smokers 570 (53.3) 500 (46.7) 68 (21.1) 255 (78.9) 926 (86.5) 144 (13.5) 118 (44.7) 146 (55.3) Smokers 130 (49.2) 134 (50.8) 71 (26.9) 193 (73.1) 170 (64.4) 94 (35.6) 91 (28.2) 232 (71.8) Ex- smokers 68 (43.9) 87 (56.1) 54 (16.0) 284 (84.0) 110 (71.0) 45 (29.0) 127 (37.6) 211 (62.4)

p 0.065 0.005 <0.001 <0.001 Regular physical exercise

No 522 (50.8) 505 (49.2) 104 (19.9) 440 (80.9) 852 (83.0) 175 (17.0) 194 (35.7) 350 (64.3) Yes 246 (53.2) 216 (46.8) 89 (23.4) 292 (76.6) 354 (76.6) 108 (23.4) 142 (37.3) 239 (62.7) 0.210 0.070 0.003 0.333 Fruit and vegetable intake

<5 portions/day 363 (49.5) 370 (50.5) 101 (19.8) 409 (80.2) 590 (80.5) 143 (19.5) 164 (32.2) 346 (67.8) ≥5 portions/day 405 (53.6) 351 (46.4) 92 (22.2) 323 (77.8) 616 (81.5) 140 (18.5) 172 (41.4) 243 (58.6)

p 0.065 0.006 0.337 0.002

a Housewives and students. b Housewives, students and unemployed.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

88

Table 4. Crude and adjusted a odds ratio (95% confidence intervals) for beverage type consumption, according to social and behavioural

characteristics, by sex.

Wine Beer+Spirits Women Men Women Men

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR (95% CI)

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR (95% CI)

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR (95% CI)

Crude OR (95% CI)

Adjusted OR (95% CI)

Age (years) 18-39 1 1 1 1 1 1 1 1 40-59 1.89 (1.43-2.49) 1.75 (1.29-2.36) 3.95 (2.62-5.94) 3.45 (2.21-5.39) 0.61 (0.45-0.82) 0.72 (0.51-1.01) 1.18 (0.80-1.75) 1.21 (0.79-1.86) ≥60 1.51 (1.12-2.02) 1.36 (0.96-1.92) 2.91 (1.94-4.35) 2.52 (1.52-4.17) 0.16 (0.10-0.25) 0.23 (0.14-0.38) 0.40 (0.27-0.59) 0.45 (0.28-0.71) Education (years) ≤4 1 1 1 1 1 1 1 1 5-11 0.78 (0.61-1.01) 0.71 (0.54-0.93) 0.73 (0.48-1.11) 0.88 (0.56-1.38) 2.02 (1.44-2.84) 1.16 (0.80-1.69) 1.94 (1.39-2.70) 1.65 (1.16-2.35) ≥12 0.64 (0.50-0.81) 0.60 (0.45-0.81) 0.47 (0.31-0.70) 0.71 (0.44-1.15) 2.44 (1.78-3.36) 0.97 (0.66-1.43) 1.60 (1.15-2.22) 1.13 (0.77-1.66) Occupation White-collar 1 1 1 1 1 1 1 1 Blue-collar 1.41 (1.12-1.76) 1.18 (0.87-1.60) 1.15 (0.80-1.65) 0.91(0.51-1.62) 0.56 (0.41-0.76) 0.90 (0.60-1.36) 0.95 (0.71-1.27) 1.18 (0.81-1.72) Without occupation b 0.69 (0.51-0.94) 0.70 (0.50-0.98) 0.14 (0.06-0.31) 0.40 (0.12-1.26) 0.74 (0.50-1.09) 1.00 (0.65-1.53) 2.29 (0.92-5.70) 2.28 (0.86-6.00) Employment status White-collar 1 1 1 1 1 1 1 1 Blue-collar 1.59 (1.16-2.18) 1.25 (0.86-1.81) 1.27 (0.76-2.12) 1.11 (0.53-2.33) 0.73 (0.50-1.06) 1.05 (0.66-1.67) 1.20 (0.78-1.84) 1.23 (0.76-1.99) Retired 1.06 (0.82-1.38) 0.89 (0.62-1.28) 0.87 (0.60-1.25) 0.45 (0.25-0.82) 0.27 (0.18-0.40) 0.77 (0.46-1.29) 0.34 (0.25-0.47) 0.49 (0.31-0.76) Without occupation c 0.94 (0.71-1.24) 0.88 (0.64-1.19) 0.34 (0.19-0.59) 0.79 (0.33-1.89) 0.68 (0.48-0.95) 0.97 (0.69-1.46) 1.16 (0.64-2.10) 1.27 (0.68-2.37) Smoking Non-smokers 1 1 1 1 1 1 1 1 Smokers 1.18 (0.90-1.54) 1.51 (1.12-2.04) 1.38 (0.94-2.02) 1.42 (0.94-2.13) 3.55 (2.62-4.83) 2.47(1.76-3.47) 2.06 (1.46-2.90) 1.69 (1.18-2.42) Ex- smokers 1.46 (1.04-2.05) 1.74 (1.22-2.50) 1.94 (1.30-2.88) 1.46 (0.96-2.23) 2.63 (1.78-3.88) 2.07 (1.37-3.13) 1.34 (0.97-1.86) 1.45 (1.03-2.06) Regular physical exercise

No 1 1 1 1 1 1 1 1 Yes 0.90 (0.72-1.13) 1.04 (0.82-1.31) 0.77 (0.56-1.06) 0.84 (0.60-1.18) 1.48 (1.13-1.94) 1.59 (1.18-2.13) 0.93 (0.71-1.22) 1.06 (0.79-1.42) Fruit and vegetable intake

<5 portions/day 1 1 1 1 1 1 1 1 ≥5 portions/day 0.85 (0.69-1.04) 0.86 (0.69-1.06) 0.86 (0.63-1.19) 0.83 (0.59-1.18) 0.93 (0.72-1.21) 0.92 (0.69-1.21) 0.67 (0.51-0.87) 0.79 (0.59-1.05) a Odds ratio adjusted for age, education, smoking, exercise and fruit and vegetables intake. b Housewives and students. c Housewives, students and unemployed.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

89

Table 5. Prevalence of abstinence, moderate and excessive alcohol drinking patterns

according to social and behavioural characteristics, by sex.

Women Men

n (%)

Non-Drinkers

Moderate Drinkers

High-intake

Drinkers

Non-Drinkers

Moderate Drinkers

High-intake

Drinkers

696 (46.7) 560 (37.6) 233 (15.6) 134 (14.5) 420 (45.4) 371 (40.1) Age (years)

18-39 152 (50.3) 133 (44.0) 17 (5.6) 38 (21.0) 109 (60.2) 34 (18.8) 40-59 299 (42.6) 274 (39.0) 129 (18.4) 43 (10.8) 151 (37.9) 204 (51.3) ≥60 245 (50.0) 153 (31.5) 87 (17.9) 53 (15.3) 160 (46.2) 133 (38.4)

p <0.001 <0.001 Education (years) ≤4 274 (44.1) 221 (35.5) 127 (20.4) 36 (12.4) 113 (39.0) 141 (48.6) 5-11 185 (47.3) 141 (36.1) 65 (16.6) 45 (13.8) 129 (39.6) 152 (46.6) ≥12 237 (49.8) 198 (41.6) 41 (8.6) 53 (17.2) 178 (57.6) 78 (25.2)

p <0.001 <0.001 Occupation White-collar 358 (47.7) 307 (40.6) 91 (12.0) 93 (15.2) 288 (47.1) 230 (37.6) Blue-collar 215 (42.2) 179 (35.2) 115 (22.6) 36 (12.7) 107 (37.7) 141 (49.6) W occupation a 123 (54.9) 74 (33.0) 27 (12.1) 5 (16.7) 25 (83.3) 0 (0.0)

p <0.001 <0.001 Employment status White-collar 241 (46.5) 226 (43.6) 51 (9.8) 54 (13.4) 192 (47.6) 157 (39.0) Blue-collar 88 (38.4) 93 (40.6) 48 (21.0) 12 (8.2) 51 (34.7) 84 (57.1) Retired 203 (49.9) 131 (32.2) 73 (17.9) 55 (17.8) 142 (46.0) 112 (36.2) W occupation b 164 (49.0) 110 (32.8) 61 (18.2) 13 (19.7) 35 (53.0) 18 (27.3)

p <0.001 <0.001 Smoking status Non-smokers 537 (50.2) 358 (33.5) 175 (16.4) 53 (20.0) 127 (48.1) 84 (31.8) Smokers 100 (37.9) 132 (50.0) 32 (12.1) 41 (12.7) 143 (44.3) 139 (43.0) Ex-smokers 59 (38.1) 70 (45.2) 26 (16.8) 40 (11.8) 150 (44.4) 148 (43.8)

p <0.001 0.005 Regular physical exercise

No 474 (46.2) 378 (36.8) 175 (17.0) 77 (14.2) 237 (43.6) 230 (42.3) Yes 222 (48.1) 182 (39.4) 58 (12.6) 57 (15.0) 183 (48.0) 141 (37.0)

p 0.086 0.268 Fruit and vegetable intake

<5 portions/day 320 (43.7) 282 (38.5) 131 (17.9) 61 (12.0) 218 (42.7) 231 (45.3) ≥5 portions/day 376 (49.7) 278 (36.8) 102 (13.5) 73 (17.6) 202 (48.7) 140 (33.7)

p 0.020 0.001 a Housewives and students.

b Housewives, students and unemployed.

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Determinantes Sociais e Comportamentais do Consumo de Álcool

90

Table 6. Adjusted a odds ratio (95% confidence intervals) for drinking status, according to social

and behavioural characteristics, by sex.

Women

Men

Moderate Drinkers

High-intake Drinkers

Moderate Drinkers

High-intake Drinkers

Age (years) 18-39 1 1 1 1 40-59 1.05 (0.79-1.39) 3.86 (2.24-6.63) 1.22 (0.74-2.02) 5.30 (3.01-9.35) ≥60 0.71 (0.52-0.97) 3.18 (1.82-5.55) 1.05 (0.65-1.70) 2.81 (1.60-4.92) Education (years) ≤4 1 1 1 1 5-11 0.86 (0.64-1.15) 0.79 (0.55-1.14) 0.94 (0.55-1.59) 0.95 (0.56-1.59) ≥12 0.88 (0.66-1.19) 0.46 (0.30-0.71) 1.12 (0.64-1.94) 0.43 (0.24-0.76) Employment status White-collar 1 1 1 1 Blue-collar 1.13 (0.68-1.88) 1.36 (0.71-2.62) 1.29 (0.51-3.22) 1.81 (0.72-4.54) Retired 0.80 (0.53-1.22) 1.11 (0.63-1.96) 0.52 (0.26-1.02) 0.38 (0.19-0.75) Without occupation b 0.84 (0.54-1.29) 1.91 (1.09-3.37) 0.41 (0.15-1.12) 0.71 (0.27-1.89) Smoking Non-smokers 1 1 1 1 Smokers 2.00 (1.45-2.77) 1.51 (0.93-2.46) 1.46 (0.89-2.39) 2.08 (1.23-3.52) Ex-smokers 1.88 (1.27-2.77) 1.75 (1.09-3.13) 1.60 (0.97-2.62) 1.90 (1.13-3.19) Regular physical exercise

No 1 1 1 1 Yes 1.15 (0.89-1.47) 0.86 (0.61-1.23) 0.90 (0.60-1.35) 0.93 (0.61-1.42) Fruit and vegetable intake

<5 portions/day 1 1 1 1 ≥5 portions/day 0.86 (0.68-1.09) 0.68 (0.50-0.93) 0.76 (0.50-1.14) 0.56(0.34-0.79)

a Odds ratio adjusted for age, education, smoking, exercise and fruit and vegetables intake. b Housewives, students and unemployed.