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Edição nº8 • Setembro 2014 CNL, ESCOLA DE CAMPEÕES EM LUANDA, EM ANGOLA NO MUNDO DE REVISTA DE CLUBE DEDICADOS À SAÚDE AO DESPORTO E À COMUNIDADE

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Edição nº8 • Setembro 2014

CNL, ESCOLA DE CAMPEÕES

EM LUANDA, EM ANGOLA NO MUNDO

DE REVISTADE CLUBE

DEDICADOS À SAÚDE AO DESPORTO E À COMUNIDADE

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3 NOTA EDITORIAL Por António Madaleno

6 ORIGEM DA CANOAGEM

ACTUALIZAÇÃO DE DADOS SOBRE AS ÁREAS PROTEGIDAS E SENSÍVEIS À PESCA

14 CENTO E TRINTA E UM ANOS DE NAVAL

18 O GATO SELVAGEM

20 CANOAGEM NO CNL:15 ANOS DE HISTÓRIA

22 VICTORIOSO EM 2014Manuel Lelo

29 INFORMAÇÃO LEGAL E REGULAMENTAR

184

22

1430

7

30 O NAVAL PELA PROTECÇÃO AMBIENTAL

4 HISTÓRIAS DOS DESPORTOS NÁUTICOS EM ANGOLA

O MAIOR BARCO À VELA PEDAGÓGICO

7 ENTREVISTARui Sancho

33 EVOLUÇÃO NA ARTE E CIÊNCIA DE NAVEGAR NOS ÚLTIMOS 25/30 ANOS

32 MODALIDADES

36 CARTOON FEITOPOR MANECAS RIBEIRO Caricatura do Wolfram Brock

37 20 ANOS DE BOLETIM NAVAL

24 CAMPEONATO DE REMOE CANOAGEM

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Editor ChefeAntónio [email protected] Coordenação de ediçã[email protected]

Gabinete gráficoID [email protected]

Coordenação grá[email protected]

Distribuiçã[email protected]@id-angola.com

Pré-impressã[email protected]@cnl.co.ao

Clube Naval de LuandaRua Murtalla Mohamed | Ilha do Cabo - Luanda | Caixa Postal 1829 Angola918 718 177http://www.cnl.co.ao

ID ANGOLAEstrada da Samba, Antigo Controlo Luanda, Angola(+244) 945 617 386 http://www.id-angola.com

Nº de registo: MCS-96/B/95

NOTA EDITORIAL

Não é demais vangloriarmo-nos quando sentimos justo e merecido

o orgulho de termos alcançado parte do pretendido na edição

do nº 7 de O NAVAL. Cumprido o calendário pretendido (Maio),

veio vestidinho de roupagem nova, brilhante em couché colorido.

Procurou-se a aproximação possível da mais ambiciosa pretensão de

nos aproximarmos à publicação de uma REVISTA.

Reparo foi feito à nossa Capa, relativamente ao novo penteado

dado, ou seja, as letras garrafais O NAVAL: pretendemos o primeiro

A em forma de vela e a corrente encostada à parte superior do

nome como uma matriz identificativa, cujo cunho nos habituamos e

consensualmente aceitamos manter.

Nunca é demais continuarmos a dirigir o nosso apelo aos Sócios,

o valioso contributo para preenchermos as nossas páginas com

conteúdos diversificados e úteis aos objectivos pretendidos neste

Órgão dos Sócios e para os Sócios. Do mesmo modo, o agradecimento

dos textos enviados para publicação, particularmente e de justiça

ao Comandante “BB” Baptista Borges pelas suas variadas crónicas.

Também um apelo ao Comandante Borges de Sousa para nos

deleitar com um escrito como o da homenagem feita ao IDALÉCIO.

António Madaleno

EDIÇÃO Nº8

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Edição nº8 • Setembro 2014

CNL, ESCOLA DE CAMPEÕES

EM LUANDA, EM ANGOLA NO MUNDO

DE REVISTADE CLUBE

DEDICADOS À SAÚDE AO DESPORTO E À COMUNIDADE

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A história dos Desportos Náuticos em Luanda, segundo os registos mais antigos, terá iniciado antes de 29 de Outubro de 1863, uma vez que nesta data realizou-se “…mais um festival náutico na Baía, em prosseguimento dos festivais já levados a efeito….”.O livro “A Velha Loanda – nos festejos, nas solenidades, no ensino” de José de Almeida Santos, lançado em 1972, menciona a primeira Regata como tendo sido realizada no dia 24 de Janeiro de 1863.

HISTÓRIAS DOS DESPORTOS NÁUTICOS EM ANGOLA

SEGUNDO JOSÉ DE ALMEIDA SANTOS...

ESTA FOI A PRIMEIRA REGATA COMO TENDO SIDO REALIZADA NO DIA 24 DE JANEIRO DE 1863

CADERNO I | CURIOSIDADES

Com 117 m de comprimento, 15 m de largura e quatro mastros, a embarcação russa foi construídaem 1921, sendo um exemplo dos veleiros utilizadosno século XIX. No livro dos recordes – o GuinnessBook – o Sedov (como é chamado) é apontado como o maior navio-escola à vela do mundo, por possuir 4.150 metros quadrados de área total. Quando foi construído, o veleiro tinha a bandeiraalemã até ser transformado num navio de treinos, sob bandeira russa. O seu nome é uma homenagem ao explorador Georgy Sedov, dos primeiros a chegar ao Pólo Norte. O Sedov foi a primeira embarcação do tipo a ter um motor instalado.

O MAIOR BARCO À VELA PEDAGÓGICO

NO LIVRO DOS RECORDES - O GUINNESS BOOK

SEDOV É APONTADO COMO O MAIOR NAVIO ESCOLA À VELA DO MUNDO

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Cerca de de seis mil anos atrás a canoa já era usada como meio de transporte pelos povos entre rios e lagos. Datam do século XVI os primeiros registos das actuais concepções de canoa e caiaques. Historiadores afirmam que neste período as canoas eram feitas de madeira e peles, leves e rápidas, próprias para enfrentar as correntes dos rios canadianos como meio de transporte que servia por todo o Norte da América. Enquanto os ameríndios utilizavam a canoa como meio de transporte, o caiaque era usado pelos esquimós para pesca e transporte entre dois pontos da costa.Estes caiaques eram construídos com madeiras e pele de foca e eram vedados com a gordura do próprio animal.

ORIGEM DA CANOAGEM

Em Junho do corrente ano o ambientalista Vladimir Russo adiantou que um estudo estará brevemente em execução para a actualização de dados sobre as áreasprotegidas e sensíveis à pesca. Esta medida enquadra-se no Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Angola, a ser acompanhado por técnicos de distintos ministérios.Vladimir Russo frisou que grande parte das acções lesivasaos ecossistemas aquáticos e espécies que neles habitamresultam da pesca e do recurso a artefactos e técnicasnão permitidas. A esse respeito, adiantou que a Poluição Marinha resultante do despejo no mar de resíduos sólidos e materiais poluentes (como óleos e lubrificantes) e a aceleração da erosão costeira, como resultado de processos de dragagem, constituem igualmente acções humanas lesivas aos ecossistemas marinhos.

ACTUALIZAÇÃO DE DADOS SOBRE AS ÁREAS PROTEGIDAS E SENSÍVEIS À PESCA

HISTORIADORES AFIRMAM QUE NESTE PERÍODO

AS CANOAS ERAM FEITAS DE MADEIRA E PELES, LEVES E RÁPIDAS

ESTA MEDIDA ENQUADRA-SE NO PLANO DE ORDENAMENTO

DA ORLA COSTEIRA DE ANGOLA A SER ACOMPANHADO POR TÉCNICOS DE DISTINTOS MINISTÉRIOS

CADERNO I | CURIOSIDADES

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“No CNL sempre pratiquei Vela”, disse Rui Sancho. Foi no “Rajada” - o Snipe do velejador Dilermano Palhais (sócio número 1 do Naval)

- que o então menino de 5 anos começou a aprender as técnicas da modalidade. À época, não existia a classe Optimist. Entre os meses de Outubro e Novembro de 1969, aos 14 anos de idade, acompanhou de muito perto a realização do campeonato do Mundo de Snipes, a competição que “originou a aquisição da Classe Vaurien para o nosso país”, mencionou Sancho, que foi dos primeiros desportistas a usar este tipo de embarcação, tornando-se o primeiro campeão provincial de Angola (ainda colónia de Portugal) e também o angolano pioneiro num desafio mundial, já em 1972 e em França (Brest). Nesta fase precedente à Indepen-dência de Angola, João Roquete, presidente vigente do CNL, convida Sancho para ser parte da tripulação “Banga Nonô”, nome de um cruzeiro à vela de que era Comandante, e propriedade de Dom Domingos de Sousa Coutinho.

Invencível no RemoO atleta praticou Remo durante seis anos, já excedendo o período ideal de prática da modalidade que é de cinco anos. Decidiu-se por esta modalidade porque já fazia Vela: “já tinha mão de leme e tornei-me um bom timoneiro”, sublinhou. Sendo jovem e rabugento, a sua mãe chegou a receber queixas pelo facto de o seu filho ser resmungão com os mais velhos, principalmente

quando participava em provas de Remo realizadas, na altura, na Marginal de Luanda.“Fui invencível no Remo, nunca perdi nenhuma regata”, disse o sócio que mencionou Luís Filipe Ledesma como seu companheiro para Shell 2 (de dois lugares), Mário Fontes (actual presidente do CNL) e Pedro Chabert como colegas para Shell de quatro.A pior classificação foi o segundo lugar em Skiff

contra o Diamantino Leitão. Posição que serviu para pontuar para o “team” do Naval e “sagrarmo-nos Campeões Provinciais por equipas”.Ainda assim, Rui Sancho garante que o seu desporto do coração é aVela: “está nas minhas veias”, frisou.Em 1985, os velejadores angolanospassam a interessar-se pela Vela deCruzeiro. Foi então o CNL que começou a “animar” por ter mais embarcações de Cruzeiro (permite viver a bordo e fazer regatas longas como Luanda/ Lobito ou Luanda/Soyo).Para estas distâncias mais longas,o CNL sentiu necessidade de buscar velejadores de Vaurien para

equipar as embarcações que iam por exemplo, da capital até ao Soyo.Aquela época revelou-se como “os anos de ouro da Vela de Cruzeiro emAngola”, disse o entrevistado.

“Eram 1200 milhas de provas por ano em embarcações de contraplacado, compradas, acaba-das ou restauradas todas depois da Independência de Angola”, sublinhou Rui Sancho.A reactivação da Vela de Cruzeiro trouxe muitos apoios de entidades como a Sonangol, Hermínio

ENTREVISTA A RUI SANCHOO SÓCIO NÚMERO TRÊS DO CLUBE NAVAL DE LUANDA, RUI SANCHO, CONCEDEU UMA ENTREVISTA AO NOSSO BOLETIM

EM QUE SE FALOU SOBRE A SUA HISTÓRIA COM O CNL, O INÍCIO DA CANOAGEM EM ANGOLA, A ORGANIZAÇÃO

DO CAMPEONATO DO MUNDO DE VAURIEN DE 1990 NO NOSSO PAÍS, A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DOS SÓCIOS

DO CLUBE E SOBRE OS PROBLEMAS DE INTERESSE FINANCEIRO QUE SURGIRAM DO PROJECTO DE

CONSTRUÇÃO DE UM HOTEL DE CINCO ESTRELAS QUE NUNCA FOI A FRENTE.

No CNL sempre pratiquei vela

CADERNO II | ENTREVISTA

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Escórcio e de Tita Correia da Silva (grandes promotores da Vela no CNL e também sócios do clube).No primeiro Campeonato do Mundo de Vauriens em que Angola participou depois da Independência (Viana do Castelo - 1988), Rui Sancho apresenta-se como team leader sob proposta de Tita Correia da Silva. A partir desta altura desenvolve-se grande afinidade entre a Escola de Vela, a classe monótipo Vaurien e a classe de Cruzeiro à Vela, marcando um grande desenvolvimento da modalidade.A participação no Campeonato do Mundo de 1988, que foi a primeira experiência internacional, não correu bem. Os “representantes” não conheciam o “Vaurien”. Rui Sancho, por exemplo, ainda praticava em embarcações de plástico. Nos anos seguintes duas classificações foram conseguidas (vice-campeões juniores, em 1990 e em 1991) depois de um trabalho de actualização das técnicas e do material de Vaurien em madeira, iniciando assim a sua apoteose em Angola.

Canoagem em AngolaSurgiu o grande objectivo de realizar o Campeonato do Mundo de Vaurien em Angola, em 1999. “Se nos anos anteriores tínhamos conseguido a classificação de Vice-campeões juniores em países estrangeiros, significava que o futuro estava garantido na classe Vaurien”, disse Rui Sancho.Em 1992 Tita Correia da Silva consegue um acordocom a Associação Internacional da Classe para a realização do Campeonato do Mundo de Vaurien emLuanda, inicialmente previsto para 1998. Depois, RuiSancho renovou o pedido junto da organização para1999. Isto em 1995 e em Portugal. A possibilidade da realização do campeonato estava vigente, entretanto o nosso entrevistado mencionou que surgiram “problemas baseados em interesses financeiros particulares e desvio de verbas” que impediram a concretização do grande objectivo.Rui Sancho ficou muito desiludido com a FederaçãoAngolana de Vela, afastou-se da organização e, “de raiva”, lançou a Canoagem em Angola. Com mais 12 amigos que se juntaram à iniciativa, lançou 17 novas embarcações da Classe Olímpica Laser em Angola. Nesse mesmo ano, em 1995, Rui classifica-se em segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Laser, para no ano seguinte obter o 4º lugar no Campeonato do Mundo de Simons Town, África do Sul, na mesma Classe. Usou os seus meios, fez o seu próprio investimento para o início da prática da Canoagem pelo CNL.

Rui Sancho fez uma análise que englobava o preço dos caiaques (entre 700 e 800 dólares), a facilidade em aprender a modalidade e a segurança durante a prática, o que apontou como motivos para a escolha da modalidade.A Canoagem foi lançada no âmbito da Comissão Instaladora da Federação de Remo e Canoagem que veio mais tarde a originar a Federação Angolana de Desportos Náuticos, sob proposta do Ministério da Juventude e Desportos, de que foi o primeiro Presidente.Em 2001, três anos após o lançamento da Canoagem, construiu 62 novas embarcações em território nacional.Rui Sancho conseguiu sucesso na modalidade trazendo para a Canoagem o professor Francisco Freire (grande instrutor de Natação) bem como a vinda sucessiva de oito professores internacio-nais para a formação de treinadores. Uma boa programação pesou, em conformidade, positiva-mente. Esta fase de preparação foi patrocinada pela Lotus e pela Federação Internacional de Canoagem (FIC), vice-presidida pelo brasileiro João Tomasini Schwertner, “grande amigo da Canoagem angolana”.O fundador da Canoagem recordou que “Angola conseguiu um sucesso muito grande a nível de África na prática da modalidade” (cerca de 80 medalhas) efrisou as duas participações nos Jogos Olímpicos (Pequim 2008 e Londres 2012). Rui Sancho disse esperar que “não se percam os 16 anos de trabalho árduo e o estatuto de respeito internacional conseguido, o que pode, susceptivelmente, acontecer com o aparecimento e fortalecimento de outros clubes”.

Festival Náutico da Baia de LuandaEm paralelo, Rui Sancho também foi promotor dos primeiros Festivais Náuticos da Baía de Luanda que se realizam no dia de aniversário da cidade e, por coincidência, também do sócio do clube. A sua

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Rev Clube Naval 210x297.indd 1 7/7/14 12:46 PM

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empresa, Lotus, foi a patrocinadora inicial e única dos eventos.A primeira edição do Festival Náutico aconteceu quando o CNL tinha 110 anos de existência. Sancho responsabilizou-se pela realização de 10 eventos, a contar da data de criação, sempre com o patrocínio e a colaboração com o programa da Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), “Bom dia, Bom dia”.Rui Sancho fez parte do programa desde 1992, primeiro como anunciante, depois como produtor e realizador, um percurso que o transformou num “viciado de rádio”, uma ligação afectiva ao programa que ainda hoje mantém. No programa “Bom dia, Bom dia”, emitido a partir dos Festivais Náuticos, a equipa de produção criou a tradição de apresentar novidades a cada ano. Pára-quedismo, a 1ª Travessia da Baía de Luanda após a Independência, a chegada dos Ultra-leves, do Remo “in door”, lançamento da Classe Laser (Vela), da Canoagem em Angola, embarcações Telecomandadas e Aeromodelismo, provas de Motas de Água e Jet-ski (motonáutica), Triatlo Moderno (Natação, Ciclismo Atletismo), demonstrações de Ski Aquático, Remo Olímpico, de Mergulho em apneia e autónomo, Pesca Desportiva Infantil e acompanhamento de provas de Pesca de Alto Mar (corrico) foram alguns dos lançamentos feitos nos programas do “Festival Náutico da Baía de Luanda” sempre narrados pelo “Bom dia, Bom dia”, de que resultou uma visibilidade dos Desportos Náuticos nunca antes conseguida.

Muitos sonhos por concretizar“Quando era miúdo e vim para o clube tinha algunssonhos que ainda não consegui alcançar. Mas estou a trabalhar para que outros o façam por mim”, contou o sócio do CNL. Grande exemplo, são as duas idas às Olimpíadas na Canoagem. Para concretizar um antigo sonho, Rui Sancho propôs ao seu Clube e ao Clube Náutico da Ilha de Luanda (CNIL) o lançamento da Classe 420 e da Classe Olímpica 470 na Vela em Angola, o que foi aceite.O terceiro sonho mencionado (e concretizado) refere-se à possibilidade de crianças poderem praticar desporto com o material necessário sem ter de pagar por tal (situação atípica em todo o mundo), sendo que a Vela, por exemplo, é consi-derada “desporto de elite”. “Podemos declarar que os Desportos Náuticos em Angola estão de certo modo massificados. Apenas falta levar esta filosofia a outros portos de Angola como Cabinda, Benguela, Namibe e Kwanza Sul”. Por outro lado, o sócio do clube opõe-

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se veemente a que os atletas sejam remunerados. “Hoje em dia, contra a minha vontade e opinião, existe quem pague aos seus atletas de desportos náuticos, infelizmente. Que se lhes concedam bolsas de estudo, estou plenamente de acordo”, rematou.“Durante muitos anos quisemos formar bons velejadores e com a compra de 12 embarcações como investimento na modalidade, nunca mais o Clube Naval perdeu um campeonato no país em Optimist”, disse Rui Sancho admitindo que desde pequeno almejou praticar nesta classe. Contudo, como não pôde, por ainda não haver, concretizou-o para as crianças do clube.O maior dos sonhos de Rui Sancho era ter uma medalha de ouro Olímpica, que “há-de chegar ao nosso país de barco”, disse.

CNL: Estatutos, problemas económicos e interessesNos primeiros anos deste século Rui Sancho destaca o seu trabalho como vice-presidente do CNL. Aspirava construir um hotel de cinco estrelas, sendo que o financiamento e a empresa construtora já estavam garantidos. Falava-se em mais de 60 milhões de dólares de investimento. O hotel seria construído para base de assistência às actividades desportivas. Contudo, a Vela, o Remo e a Canoagem, enquanto modalidades sem assistência de público, revelam-se difíceis de rentabilizar e, por isso, de serem sustentadas. Com a apresentação do projecto, o CNL teve uma das Assembleias Gerais mais assistidas da sua história centenária “porque se cheirou a dinheiro” e, a partir daí, “começou a desgraça do CNL”, disse Sancho.“O elefante branco não vai para o chão, não se fazem as obras e há uma série de interesses e intenções como a discussão dos nossos estatutos que se arrastaram por quase seis anos e, mesmo assim, muita gente não está de acordo”, contou Rui Sancho.

“Toda a participação de sócios do CNL está desvirtuada, evitam-se discussões porque quem não concorda com alguma decisão é considerado da oposição”, confessou Rui Sancho.“Assumo tudo o que disse e só não o digo durante as Assembleias porque não me dão oportunidade de o fazer, preferi deixar de ir às Assembleias Gerais” reforçou.“É inadmissível que nós não sejamos campeões num Campeonato Africano de Optimist (na África do Sul) porque se chegou tarde a uma competição por atraso na emissão de passaportes, ou dos vistos, perdendo 3 provas, quando o clube nunca teve tantos funcionários”, lamentou Sancho acrescentando ser “uma pena que a organização tenha melhorado, mas em termos práticos, assim não acontece”. Tal situação repetiu-se na deslocação para a Tunísia e pela 3ª vez consecutiva na jornada ao Campeonato do Mundo da Juventude de Vela em Tavira-Portugal, só no último ano.“Considero muito mau que trabalhadores do clube tenham desperdiçado o esforço dos atletas e treinadores por tão pouco”, rematou.Enquanto vice-presidente da direcção do CNL, Rui Sancho apoiou e ajudou a promover a pesca em alto-mar ao lado de Ernesto Costa Ferraz, participando na organização do Campeonato Nacional de Pesca Desportiva.“A chave do nosso sucesso na organização do campeonato foi o cumprimento de datas e horários, o que ainda persiste”, disse o ex-vice-presidente que sublinhou a importância do cumprimento religioso de horários.“Tenho orgulho de ter ajudado a organizar a Pesca Desportiva”, frisou Rui Sancho para quem “a pesca desportiva no CNL dilui-se também com esta situação de interesses relacionada à construçãodo hotel”. Defendeu, porém, que muitos pescadores teriam eventualmente interesses financeiros.

Relação com o desporto Durante seis anos Rui Sancho praticou Pesca Desportiva. Nas suas conquistas estão o segundo lugar duas vezes, uma vez o terceiro, o oitavo e décimo no Troféu “Proquímica”, agora convertido em Campeonato Nacional.“Neste momento estou de férias”, disse o comandante Sancho sobre a sua relação com o desporto.A organização dos Festivais Náuticos, a realização do programa “Bom dia, Bom dia”, a Vice-presidência do CNL, a Presidência da Federação de Desportos

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Náuticos (FADEN) são das actividades que muito exigiam de si: “quando dei por mim, poucos ou ninguém mais fazia nada, quase tudo era responsabilidade minha”.Aos poucos afastou-se das actividades e deu oportunidade a outros para “fazerem melhor”.Fora do clube e ainda no desporto, foi campeão nacional de andebol pela LAC-Liga dos Antigos Casapianos e jogou Basquetebol pelo Futebol Clube Vila Clotilde.

Coroa: Construção Civil e AquiculturaNo outro lado da moeda da vida de Rui Sancho estava a construção civil e obras públicas.Desde 1991, junto da sua família montou a empresa Lotus. Rui Sancho frisou que todo o sucesso que teve na sua jornada pelo desporto se deve também ao seu êxito empresarial.Actualmente Rui desenvolve um projecto de aquicultura em Benguela, na Baía Farta, para onde pensa levar a Vela, o Remo e a Canoagem.A escolha de Benguela como local apropriado para o projecto de aquicultura deve-se à sua corrente fria, benéfica ao processo.Ainda paralela à sua vida desportiva reside a sua participação na Rádio. Em 1993, começa a sua história com a rádio LAC que englobou os Festivais Náuticos e a “Campanha de Luanda para o Huambo com Amor” (filantropia), por exemplo.

Vida Náutica em AngolaA falta de infraestruturas como marinas foi o primeiro aspecto apontado por Rui Sancho sobre a pouca actividade náutica relativa ao desporto ao longo da costa de Angola. “Falta-nos também carolice”, frisou.

“Benguela tem dos melhores planos do mundo em água salgada para a prática de Remo e de Canoagem localizado entre as portas do mar e o Lobito Sports Clube -Ferrovia”, disse.Aquela área de Angola mostrou-se outrora uma potência na prática do Remo, pelo que “é uma pena que não tenham ficado pessoas no Lobito que gostassem de desportos náuticos como acontece em Luanda”, disse Sancho sobre o desenvolvimento dos desportos náuticos.

Responsabilidade Ambiental“Não há ninguém em Angola que sinta maior responsabilidade pelo ambiente marinho que os sócios do CNL”, disse Sancho que, por outro lado, sublinhou o facto de o CNL “ser absolutamente impotente”.Entretanto, o sócio do CNL falou sobre situações vizinhas prejudiciais ao ambiente.“Quando temos à frente de nós 3 barcos chineses a afundarem-se nos baixios da Baía, depois de termos advertido publicamente que no máximo em 6 meses vão ao fundo, mesmo nas nossas barbas, a única coisa que o CNL pode fazer é denunciar, como faço agora”, disse Sancho.“Esta impotência nós sentimos quando vamos a um concurso de pesca ou a uma regata de Cruzeiro à Vela e vemos 20 ou 30 barcos a arrastar em paralelo dentro da batimétrica dos 100 metros e não temos a quem denunciar”, apontou a falta de ferramentas para ajudar a impedir tais situações tendo em vista a melhoria das condições ambientais.O Ambiente deve ser vivido no quotidiano e nãoapenas em datas comemorativas”, rematou.

Rui Sancho e José Junça em Casa de Jean Jacques

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CENTO E TRINTA E UM ANOS DE NAVAL

O CLUBE NAVAL DE LUANDA COMEMOROU, EM CASA,

OS SEUS 131 ANOS COM UM EVENTO ORGANIZADO PELA EMPRESA

JAMEK NA NOITE DO DIA 23 DE MAIO

O que habitualmente é o parque de estacionamento do CNL transformou-se num grande salão de festas.

A fundação do CNL regista-se no dia 23 de Maio de 1883. O seu objectivo é a promoção da prática dos desportos náuticos e de toda actividade ligada ao

mar. O CNL conta, actualmente, com cerca de 300 sócios, sendo um centro de convivência entre amantes do mar e actividades conexas, desenvolvimento de actividades desportivas (vela, canoagem, pesca desportiva, ginástica e natação), proporcionando aos seus sócios e amigos um agradável local de convívio tendo em conta a sua localização privilegiada e um vasto conjunto de serviços.Este Clube é o segundo mais antigo de África, sendo que o primeiro é o Royal Natal Yacht Club, fundado em Maio de 1858.

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O segundo jantar de aniversário seguiu os passos do primeiro. O CNL comemorou em casa os seus 131 anos com um evento organizado pela empresa Jamek na noite do dia 23 de Maio.A partir das 19H00, 400 pessoas tiveram acesso a um buffet, assistiram ao espectáculo do grupo de humoristas Tuneza e tiveram como grande atracção da noite a cantora Yola Semedo.O director do CNL, Bruno Martins, disse que os humoristas foram escolhidos para dinamizar o ambiente. A intenção de chamar a cantora Yola Semedo já vem desde a comemoração do ano passado, “chamámo-la por ser quem é, canta muito bem”, justificou.Bruno considerou o show da cantora como o ponto mais alto do jantar. Segundo o director, o público esteve bem animado durante a apresentação de Yola Semedo e a pista de dança manteve-se cheia durante a sua actuação: “ela conseguiu cativar todas as pessoas”, reforçou.Num breve discurso o presidente do CNL, Mário

Fontes, proferiu os seus agradecimentos ao público presente e a todos os benfeitores que contribuíram para a realização do jantar.Outro acontecimento especial na noite de aniversário do clube foi a entrega oficial do “Gato Selvagem”, um barco de madeira construído entre finais dos anos 60 e início dos anos 70 com grande história (conferir caderno de Histórias e Estórias desta edição) oferecido pelo sócio do CNL, Fernando Leão Machado, ao seu clube do coração. Todas as pessoas que adquiriram os ingressos para o jantar concorreram a três prémios oferecidos pelos patrocinadores Angolauto (uma viatura Suzuki Celerio), Air France (um bilhete de passagem para França) e Sony (um quite de electrónicos). O sorteio manteve o público expectante. Duzentas pessoas concorreram aos prémios.O clube fez um grande trabalho de marketing para vender todos os 200 bilhetes disponíveis. O jantar não teve fins lucrativos, sendo que o valor de trinta mil Kwanzas cobrado por cada ingresso

CADERNO III | ANIVERSÁRIO DO CLUBE

A entrega Oficial do Gato Selvagem

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foi estipulado com a intenção de cobrir parte das despesas de um evento.Bruno Martins mencionou o espectáculo de música, o espaço para a festa e o serviço de comida como aspectos melhorados na comemoração deste ano. O habitual parque de estacionamento do CNL transformou-se num grande salão de festas. A decoração foi toda criada de raiz para aquela noite, o azul esteve em destaque em grandes tapetes que colocaram a pista de dança no centro.Com a Baía de Luanda como fundo do tema, os 131 anos do CNL foram albergados sob tendas como se de um brinde tratasse.

Os patrocinadores do jantar de aniversário do Clube Naval de Luanda foram Transmad, Vais e Cais, IGC, Clínica Sagrada Esperança, Print Lab, Jamek, ID Angola, Air France, Angolauto e NCR.

Vice-Presidente José Carlos Madaleno, Comodora Fernanda Veloso, Presidente Mário Fontes

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Nesta edição levamos até si a “trajectória” do barco que agora faz parte do património do nosso clube.Antes de assistir à tertúlia do mês de Junho do CNL, Fernando afastou-se do ligeiro barulho que havia no restaurante Vais e Cais, onde se encontrava, para contar a história da relíquia que ofereceu ao seu clube.“O barco foi construído na Ilha de Luanda entre os finais dos anos 60 e início dos anos 70”, recordou o sócio. O barco foi construído para um dos seus amigos que ainda o chegou a usar durante a fase de afinação. Infelizmente, o proprietário do barco faleceu naquela altura vítima de uma doença ainda desconhecida, contraída mesmo na Ilha de Luanda. Fernando Leão Machado comprou a embarca-ção à viúva, no princípio dos anos 70. O novo proprietário transportou o barco para o CNL, onde ficou por alguns anos.A partir do clube, Fernando Navegou algumas vezes com o seu barco. “Naquela época, não haviam grandes regatas à vela em Luanda”, lembrou-se.Em 1977, o navegador partiu para Portugal e levou o barco consigo. Por lá ficaram mais ou menos 10 anos. Lisboa foi a primeira cidade portuguesa a receber o Gato Selvagem, depois o Algarve antes das suas grandes viagens para o Gibraltar e pelo Mediterrâneo (por 3 vezes). “Andei muitas vezes com este barco e foi um grande prazer”, confessou Fernando Machado.O regresso a Angola foi reservado para 1991, altura em que o barco já apresentava alguns problemas apesar de ainda estar próprio para navegação. O seu convés tinha sofrido uma intervenção não muito feliz e começara a apodrecer. Então Fernando mandou a embarcação para Luanda com a intenção de a oferecer ao CNL. Isto por ser

parte da sua história, sendo que foi arquitectado num estaleiro muito próximo do clube e por um dos seus sócios da época.“Foram construídos 2 barcos semelhantes, um de mastro único e outro com dois, de plano sul-africano, modelo Durban 29 (número referente aos pés). O Gato Selvagem ficou aqui e perdi o rastro do outro”, disse Fernando.Entretanto e antes de oferecer a embarcação ao CNL, Fernando resolveu fazer uma reparação completa ao barco. “O restauro demorou tempo demais”, a embarcação

ainda ficou muito tempo parada e a estragar-se, até à altura em que o sócio encontrou um carpinteiro bastante habilidoso que em quatro anos reconstruiu o Gato Selvagem.O barco é muito antigo e não se compara em termos de habitabilidade aos modernos, mas é um barco interessante, disse Fernando.O nome da embarcação foi dada pelo seu primeiro dono e Fernando decidiu mantê-lo. “É selvagem por ter alguma rebeldia”.

A sua popa permite apanhar grandes ondas na parte traseira sem causar dificuldades ao navegador, mencionou o sócio como aspecto especial sobre o Gato Selvagem. Para a altura em que foi arquitectado, o Gato Selvagem era um barco a frente do seu tempo, fora o facto de em Luanda não haver muitos barcos à vela, principalmente feitos localmente e em madeira.O Gato Selvagem é um barco muito sólido e pesado, “não é ideal para grandes corridas”.

O GATO SELVAGEMNO JANTAR DE ANIVERSÁRIO DO CNL

O SÓCIO FERNANDO LEÃO MACHADO FEZ A ENTREGA OFICIAL DA SUA OFERTA AO NAVAL, O GATO SELVAGEM

CADERNO IV | GATO SELVAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 2014 19

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O NAVAL ∙ Setembro 201420

O REMO FEMININO ESTÁ A CRESCER EM TODO O MUNDO, JÁ SE APRESENTANDO

COMO 40% DA GLOBALIDADE DE GÉNERO.

O CNL SEMPRE APOSTOU NA IGUALDADE DE GÉNEROS E ESTA APOSTA FAZ-SE NOTAR TRANSVERSALMENTE

EM TODAS AS MODALIDADES. O EMPENHO FEMININO É NOTÓRIO E UM FORTE PONTO

DE UNIÃO DENTRO DAS EQUIPAS

O NAVAL ∙ Setembro 2014 21

Em alusão ao seu 116º aniversário (em 1999), o CNL começou a sua história com esta modalidade com a pretensão de “constituir uma escola de virtudes, um pólo de formação

náutica e desportiva”, segundo o artigo de Maio daquele ano do Semanário Angolense.Com o início da modalidade no nosso clube surgiu todo um aparato complementar. Sublinha-se a criação de uma Comissão Nacional Pró-Federação Angolana de Canoagem e Remo que tinha como finalidade o desenvolvimento e a massificação das respectivas modalidades. Os seus integrantes eram sócios, antigos praticantes e representantes do Lobito Sports Clube Ferrovia e da Juventude Ecológica de Angola. A Comissão foi reconhecida pelo Ministério da Juventude e Desporto e pelo Comité Olímpico Angolano.Naquela altura, a grande carência era de formadores. O Vice--presidente da Comissão, Rui Sancho, referiu que o ensino da modalidade seria responsabilidade daqueles que fundaram e dinamizar a modalidade no clube, os seus sócios. O primeiro e preponderante requisito para praticar a modalidade era saber nadar, forma de evitar empecilhos durante o processo de aprendizagem.Naquele começo, a área de regatas tinha 9 pistas de 200, 500 e 1 000 metros e o CNL teve de fazer alterações ao longo da Baía de Luanda, como o nivelamento da superfície, a fim de obter condições propícias para a prática do desporto e também para o 38º Campeonato do Mundo de Vaurein, realizado em Dezembro de 1999.No final dos anos 90 o material usado e oriundo do estrangeiro não era nada acessível, sendo que um Kayak (K-1) custava 1 000 dólares.As embarcações tinham o mínimo de 12 quilos, 5.20 metros de comprimento e 51 centímetros de largura, para apenas um atleta. No máximo, as canoas podiam albergar quatro desportistas e comportavam 30 quilos em 11 metros de comprimento.

CANOAGEM NO CNL : 15 ANOS DE HISTÓRI A

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS / REMO E CANOAGEM

Fonte: Arquivo O Naval /Semanário Angolense Maio de l999

O NAVAL ∙ Setembro 201422

Manuel Lelo, atleta e bolseiro do CNL na modalidade Vela, aos 26 anos de idade conquistou o 3º lugar no Campeonato Ibérico de Vela em Espanha e o 1º lugar

nos Campeonatos Nacional e Provincial de Luanda em Angola na categoria Laser Standard. Tudo no mês de Maio.Foi 3º classificado à geral no Torneio Ibérico de Laser Standard (Canido / Espanha), ganhou várias regatas e andou sempre na luta pelo primeiro lugar, onde estava no penúltimo dia de prova.O terceiro lugar do Campeonato Ibérico foi conquistado com muitas dificuldades. A primeira que Manuel aponta é o uso de material mais especializado próprio do tipo de competição. A chegada a Angola deste equipamento moderno é muito recente e o atleta tem maior prática com o material académico. As diferentes condições climáticas também se fizeram obstáculo para o velejador. A última grande dificuldade apontada por Lelo foi o nível de competitividade próprio de provas internacionais. Entretanto, o desportista frisou

que um dos motivos para que tal se constitua um obstáculo para atletas angolanos é o facto de, no nosso país, o nível de competitividade ser muito baixo.“Os atletas internacionais estão em competições constantemente, o que aumenta a carga de exigência no seu desempenho durante as provas”, rematou.O Campeonato Ibérico resumiu-se em seis provas durante dois dias. No primeiro dia Manuel conquistou o primeiro lugar em duas regatas. “Foi algo que me motivou ainda mais, sempre pensei ser muito difícil chegar ao patamar dos competidores internacionais”, disse. Apesar da grande motivação, o atleta referiu-se ao segundo dia da competição como “o grande desastre”, isto por ter ficado nas quarta, sexta e sétima posições nas três provas, o que lhe garantiu o terceiro lugar na classificação geral.Manuel diz estar feliz por conquistar um prémio internacional mas insatisfeito por saber que poderia fazer mais sublinhando que “no desporto, as coisas não correm sempre da forma que queremos”, afirmou.“No próximo Campeonato Ibérico, se conseguirmos

VICTORIOSO EM 2014Manuel Lelo

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 2014 23

marcar presença, o título que me escapou desta vez já não há-de escapar”, disse Manuel. A experiência de ir a uma competição internacional é louvável aos olhos de Lelo, isto por ajudar no fortalecimento do desempenho de atletas angolanos face ao desporto.

Pela conquista, o velejador agradece a Deus, à sua família que foi o primeiro “núcleo” a apoiar a sua prática desportiva e ao Clube Naval de Luanda (que considera a sua segunda família) que o acompanha desde 1998, altura do seu ingresso ao CNL, com 10 anos de idade.

O atleta e a sua equipa estão agora em fase de preparaçãopara disputar o Campeonato do Mundo a decorrer na cidadeespanhola de Santander durante o mês de Setembro. O seudesempenho nesta competição pode render-lhe um presença nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o grande objectivode Manuel para este ano.O desportista está consciente de que não será fácil, “estaremos no meio de campeões olímpicos e mundiais”, disse afirmoando também que pretende trabalhar muito pelo seu objectivo.

Manuel Lelo é o campeão nacional de Vela desportiva na categoria Laser Standard. A disputa pelo título realizou-se na Baía do Mussulo, em Maio deste ano. Antes disso, o atleta consagrou-se vencedor no Campeonato Provincial de Vela de Luanda decorrido na Baía de Luanda, uma semana antes da sua ida a Espanha.Apesar das suas vitórias nacionais, Manuel Lelo não está satisfeito por sentir que durante os últimos quatro anos tem vindo a vencer todos os campeonatos sem perder uma única prova. O desportista sente que não há competitividade que o desafie. Esta problemática também está relacionada à falta de apoios à modalidade, pensa o atleta.No fim da entrevista, Manuel Lelo mencionou como preponderante o facto de o CNL ter uma direcção que aposta seriamente nos desportos náuticos, em particular na Vela. “Acredito que os outros clubes devem seguir o mesmo exemplo, para melhorar cada vez mais a qualidade do desporto no nosso país”.

Próximo passo: Rio 2016

Campeão em casa

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 201424

Pela segunda vez após a independência realizou-se o Campeonato Nacional de Remo e Canoagem.

Luanda acolheu no passado dia 12 de Julho cerca de 100 atletas das duas modalidades, repartidos pelos Clubes de Luanda.Um lindo dia azul, com uma excelente temperatura e com uma Baía de Luanda cheia de espectadores, foram razões mais do que suficientes para deixar satisfeitos atletas, dirigentes e assistentes.O evento foi abrilhantado pela presença de Sua Excelência o Ministro da Juventude e Desportos, Dr. Gonçalves Muandumba, e do Director Nacional para a política desportiva, Dr. António Gomes.TPA, Jornal de Angola e Angop foram alguns dos principais meios de comunicação presentes nesta importante competição. Apesar de as modalidades ainda estarem a dar os primeiros passos, o CNL já conta na sua história

com duas participações de atletas de canoagem nos Jogos Olímpicos (Pequim 2008 e Londres 2012), várias medalhas em Campeonatos Africanos e Pan Africanos e várias medalhas internacionais na sua mais recente reiniciada modalidade, o Remo.A apontar para a participação Olímpica e demons-trando uma vez mais a vontade de apoiar a Nação, criando referências desportivas, o CNL foi vencedor por Clubes no Remo e foi cartaz na maioria das vitórias na Canoagem.Paulo Rocha, que ascendeu à categoria de Sénior, foi o atleta revelação na Canoagem subindo por várias vezes ao pódium, elevando as cores do Naval bem alto.Esta promessa do nosso Clube referiu que a sua vontade de ir mais longe ainda vai dar muitas alegrias aos nossos dirigentes.

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

CAMPEONATO NACIONAL DE REMO E CANOAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 2014 25

REMODepois da sua participação no Campeonato Africano de Remo em Outubro de 2013 na Tunísia, César Candimba veio afirmar o seu estatuto de melhor remador de skiff peso ligeiro, no momento em Angola.O double scull (sobre a qual têm recaído muitas atenções, fruto de ser uma das embarcações de apuramento Continental para os Jogos Olímpicos) mostrou-se como cada vez mais próximo da qualidade que se exige das nossas tripulações.João Silva que já havia comandado o double scull em Tunis, fez parelha, desta vez com o imbatível César Candimba e levaram de vencidos os promissores António Victor e Avelino David, este último ainda júnior.

O Skiff feminino presenteou-nos com uma vitória da segunda classificada do ano passado. Telma Hossi mostrou mais confiança e levou de vencida a sua colega de Clube Inês Mangala.

CANOAGEMA abrir as regatas de Canoagem o CNL apresenta o seu pulmão e o Kinavuidi mostra na linha da meta o que é querer mais do que os adversários. Imediatamente a seguir a vontade de vencer do CNL apresenta o jovem Paulo Rocha a arrasar no C1 500m júnior Masculino. Este C1 anterior é C1 500m júnior masculino. No C1 500m sénior masculino Paulo Rocha venceu o seu treinador César Fidalgo e demonstrou ser uma aposta de futuro.Chegaram as provas de 200m e o Naval a manter a posição garantindo excelentes prestações, apesar do número de atletas reduzido com que se fez presenciar na Canoagem.Paulo Rocha brilhou novamente e arrecadou para o CNL o lugar mais alto do pódium, no C1 200m Masculino.O K1 200m Júnior masculino veio reforçar o poderio dos atletas do CNL que apesar de em menor número mostravam que são a elite do desporto náutico em Angola. Kinavuidi reforçou o que já tinha demonstrado nos 500 m e levanta a taça mais alto.O K1 Sénior 200m Masculinos foi a “cereja no topo do bolo”! César Fidalgo atleta/treinador, vence o seu

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

10

o naval ∙ Maio 2014

adversário Picasso Andrade do CNIL e apresenta-se como mais uma surpresa do dia.Para além destas brilhantes conquistas há que elevar os outros lugares do pódium conquistados pelos atletas do Clube Naval tanto nos escalões de elite como de escolas.Fica a promessa de que para o ano vamos ter mais e melhores condições e meios para a subida ao mais alto posto do desporto nacional.Clube Naval de Luanda: um clube campeão que desenvolve homens de geração em geração! Mais do que campeões, orgulhamo-nos de ser uma Escola de Vida para os Homens que serã o futuro da nossa nação.

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 201428

Prova nº. 15 - 14H25 K2 200M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Evaristo Morais / Goston Miguel 1

Prova nº. 16 - 14H30 K1 ESCOLASPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

3 CNIL -- Arieth Freire 1

Prova nº. 17- 14H35 K2 200M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Picasso Andrade / Josemar Andrade 1

Prova nº. 11 - 14H05 K1 200M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

6 CNL 06 Kinavuidi 1

Prova nº. 12 - 14H05 K1 200M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

2 -- -- César Cadimba 1

Prova nº. 13 - 14H15 C1 200M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

2 -- -- Paulo Rocha 1

Prova nº. 14 - 14H20 K1 200M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

4 CNL -- César Fidalgo 1

Prova nº. 1 - 13H15 2X / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNL César / Silva 1Prova nº. 2 - 13H20 K1 500M / JUN / MASC

Pista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

3 CNL 06 Kinavuidi 1

Prova nº. 3 - 13H25 C1 500M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Eliseu Ventura 1

Prova nº. 4 - 13H30 1x SEN/ FEM &l 1x JUN MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

2 -- -- Inês Mangala 1

Prova nº. 5 - 13H35 K1 500M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Picasso Andrade 1

Prova nº. 6 - 13H40 C1 500M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 -- -- Paulo Rocha 1

Prova nº. 7 - 13H45 K2 500M / SEN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Josemar Andrade / Picasso Andrade 1

Prova nº. 9 - 13H55 K2 500M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

1 CNIL -- Evaristo Morais / Goston Miguel 1

Prova nº. 10 - 14H00 C1 200M / JUN / MASCPista Clube Proa Nome dos atletas Classificação

2 CNL -- Paulo Rocha 1

CADERNO V | SECÇÕES DESPORTIVAS/ REMO E CANOAGEM

O NAVAL ∙ Setembro 2014 29

DECRETO EXECUTIVO CONJUNTO Nº 20/14: Determina que todos os prestadores de serviços

de tecnologias de informação e comunicação e

os seus agentes devem proceder, no prazo de 30

dias a activação e emissão de segundas vias dos

contractos para os seus clientes e no prazo de 180

dias, iniciar a actualização da base de dados. Este

Decreto vem publicado no Diário da República nº

13, Iª Série, de 20 de Janeiro de 2014.

ARTIGO Nº 11 DA LEI DA MARINHA MERCANTE

A Administração Marítima Nacional

A Administração Marítima Nacional é apoiada

e integrada pelas Capitanias dos Portos, pela

Autoridade Nacional Competente para a

Protecção de Transporte Marítimo e dos Portos,

pela Autoridade Nacional de Controlo de Tráfego

Marítimo, pela Polícia Marítima e pelo Serviço

Nacional de Fiscalização Pesqueira e Aquicultura.

ALTERADAS REGRAS DE LICENCIAMENTO DAS ACTIVIDADES DE AGENTE DE NAVEGAÇÃO E GESTOR DE NAVIOSOs Decretos Presidenciais n.º 50/14 e 51/14,

ambos de 27 de Fevereiro, aprovaram novas regras

aplicáveis às actividades de agente de navegação

e gestor de navios, respectivamente. O regime

ora aprovado estabelece, designadamente, que a

prestação destes serviços

I) Fica sujeita à supervisão do IMPA;

II) Depende de licenciamento prévio junto do IMPA;

III) Deve cumprir determinados requisitos legais,

técnicos e financeiros.

Com a aprovação do Decreto Presidencial n.º

50/14, apenas sociedades detidas exclusivamente

por cidadãos nacionais podem ser inscritas como

agentes de navegação. Os diplomas citados

entraram em vigor na data da sua publicação.

LEI Nº 2/14 de 10 de Fevereiro de 2014 da

Assembleia da República que referindo os direitos,

liberdades e garantias dos cidadãos vêm regular as

revistas;

Busca e apreensões.

Esta Lei vem publicada no Diário da República nº

27, Iª Série de 10 de Fevereiro de 2014.

(cerca de USD 100,00). Todas as taxas

administrativas deverão ser pagas ao Serviço de

Migração e Estrangeiros por meio de depósito ou

transferência bancária, numa única prestação.

INFORMAÇÃO LEGALE REGULAMENTAR

CADERNO VI | INFORMAÇÃO REGULAMENTAR

O NAVAL ∙ Setembro 201430

No dia 11 de Junho, o Clube Naval de Luanda acolheu mais uma das tertúlias realizadas mensalmente. Desta vez o evento foi à volta

do Projecto Kitabanga levado a cabo pela Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto.Em entrevista ao Boletim do CNL, Miguel Morais, coordenador do projecto, disse que o trabalho de

conservação das tartarugas marinhas baseia-se na obtenção de informação e passagem desta aos órgãos gestores da Biodiversidade em Angola, entre outros aspectos preponderantes. A divulgação da informação foi outro aspecto mencionado pelo ambientalista que frisou o propósito de servir a comunidade na execução desta actividade.

NO DIA 11 DE JUNHO, O CLUBE NAVAL DE LUANDA ACOLHEU MAIS UMA DAS

TERTÚLIAS REALIZADAS MENSALMENTE

O NAVAL PELA PROTECÇÃO AMBIENTAL

CADERNO VII | CADERNO DAS ACTIVIDADES SOCIAIS /TERTÚLIAS

O NAVAL ∙ Setembro 2014 31

Na sua primeira apresentação no nosso clube, Miguel dissertou sobre a história do projecto, o ciclo de vida das tartarugas, o seu período de desova e dados sobre a evolução do projecto que já existe há 10 anos.Miguel sublinhou que é de extrema relevância que cada vez mais pessoas saibam da importância das tartarugas, principalmente sendo pessoas ligadas à vida náutica, que podem usar material que tenha impacto negativo sobre a vida das tartarugas (como as embarcações).O trabalho de divulgação do Projecto Kitabanga engloba também comunidades rurais, Instituições de Ensino e o público em geral. O pico de trabalho do Projecto Kitabanga decorre entre os meses de Setembro e Maio, época que coincide com o período de reprodução das tartarugas, em que acontece uma série de intervenções ao longo das praias. As praias do Kissembo (Zaire), Palmeirinhas e Sangano (Luanda), Longa (Kwanza Sul), Kuio (Benguela) e Manono/Bentiaba (Namibe) são os seis pontos de amostragem do projecto, que representam 2.4% da costa de Angola. Miguel mencionou que seria

mais interessante ter uma patrulha diária (feita de helicóptero) de maior extensão, mas tal dependeria de financiamentos. Entretanto, o ambientalista falou sobre a intenção de se abrir dois novos pontos de amostragem nas províncias de Benguela e do Namibe, passando então a oito áreas monitoradas na costa de Angola.A recruta de voluntários é mais intensa entre os meses de Outubro e Janeiro, altura em que existe maior necessidade de mão-de-obra para patrulha e demarcação de animais.Miguel disse que a maior parte dos voluntários são estudantes entre os 20 e os 25 anos. Para além destes, existem ainda os voluntários não regulares, da sociedade luandense.As crianças também podem trabalhar para a protecção das tartarugas marinhas, importante é que estejam acompanhadas por adultos, frisou o ambientalista, que mencionou ainda que tem sido feito um trabalho nas escolas para a consciencialização dos mais novos.O coordenador louva a iniciativa do CNL em divulgar o Projecto Kitabanga no seu espaço.O projecto conta também com o apoio das empresas BP, Angola Cables e Banco Sol.

CADERNO VII | CADERNO DAS ACTIVIDADES SOCIAIS /TERTÚLIAS

O NAVAL ∙ Setembro 201432

CADERNO VIII | SECÇÕES DESPORTIVAS/ NATAÇÃO E PESCA

MODALIDADES

1

TorneioDataReuni ão

Técni caObserv aç ões

XIIIº Big Bl ue Cup

XVIIº Sailfish C la ssic

XIIº Billfish Challenge

2

TorneioDataReuni ão

Técni caObserv aç ões

3

TorneioDataReuni ão

Técni caObserv aç ões

NATAÇÃOA natação no CNL tem estado paralisada devido à falta de uma piscina disponível para o desenvolvimento da modalidade.Entretanto, no projecto global de infra-estruturas do Clube, realizámos adaptações ao projecto inicial de uma piscina de acordo com as regras da FINA( Federação Internacional de Natação)! Essas alterações permitirão a realização de provas internacionais.

Nestas adaptações,o CNL consultou a Federação Angolana de Natação, que em resposta recomendou dever-se seguir as referidas regras internacionais de Piscinas Olímpicas da FINA, para que possamos alcançar as condições e patamares que desejamos.O CNL deu conhecimento ao Ministério da Juventude e Desportos e Federação sobre as

PESCAA Secção de Pesca Desportiva em 2014 tem tido uma extensa actividade.Desde Janeiro com VII Torneio do Aniversário do CNL, passando pelo 24 Horas de Luanda, até ao mais recente 6º Torneio de Pesca de Lançamento Kissambo agora em Setembro, foram inúmeras as participações e Organizações do CNL.

intenções do nosso projecto geral para que estes possam dar a sua preciosa apreciação e ajuda para a concretização mais breve possível. Logo que tenhamos a piscina faremos um trabalho de raíz que permita ao Clube desenvolver a modalidade para um futuro promissor e oferecer à cidade de Luanda mais e melhores condições para a prática e desenvolvimento da modalidade.

Segundo Informação da Federação Angolana de Pesca Desportiva, as próximas competições até Dezembro de 2015 são:

O NAVAL ∙ Setembro 2014 33

CADERNO IX | NOTAS TÉCNICAS

Pelo Interesse didáctico do tema, não só no que respeita ao histórico da evolução da “ciência de navegar” mas também, como alerta aos amantes das novas tecnologias relativamente aos riscos inerentes ao que se resume a um velho adágio náutico, “quem vai ao mar avia-se em terra” e sendo em terra que é ministrada a arte de navegar decidimo-nos pela publicação em 3 números consecutivos (8, 9 e 10), na nossa revista “O Naval”, da matéria gentilmente fornecida pelo nosso sócio Sr. Comandante da Marinha Mercante Vasco Murta.

EVOLUÇÃO NA ARTE E CIÊNCIA DE NAVEGAR NOS ÚLTIMOS 25/30 ANOS

(Publicação Nº 1)Comparativo e conhecimentosRecuando duas a três dezenas de anos na história da ciência e arte de navegar, talvez fiquemos surpreendidos com a evolução que, hoje, a tecnologia proporciona, nomeadamente, o rigor na determinação da localização no meio do mar, a rapidez na obtenção da informação de velocidade e direcções, incluindo factores de desvios do caminho, tais como abatimentos por correntes e ventos. Como em tudo, o acesso à informação facilita a utilização de meios técnicos por não profissionais, nas mais diversas áreas, causando a ilusão que se domina o conhecimento. No caso específico dos Desportistas Náuticos, com mais ou menos conhecimentos na ciência de navegar, a utilização dos meios electrónicos de navegação traz grandes vantagens mas também estão agregados riscos que geram alguns constrangimentos.Genericamente as grandes vantagens são a facilidade de utilização, ao alcance de todos, o rigor, a rapidez e a precisão das informações obtidas. Bastará saber ler e interpretar imagens e informações, ler os manuais de utilização dos equipamentos, haver energia a bordo e tudo funcionará.Algumas das desvantagens é saber continuar a viagem, saber dizer onde nos encontramos se ou

quando, por algum motivo, a tecnologia falha.Referimo-nos à navegação em geral, com maior acuidade em Alto Mar, embora na navegação Costeira possamos ser confrontados com coisas tão simples como saber dizer onde nos encontramos se o G.P.S. se desligar.Desde sempre se navegou, os primórdios da navegação (Fenícios, Vikings, Portugueses, etc.), a navegação e orientação no mar era exclusivamente feita com a ajuda dos Astros (Sol, Estrelas e Planetas), cujos instrumentos e fórmulas de cálculos mais recentes, vão abaixo reproduzidos:Constelação de astros de suporte à navegação astronómica.

I - Para localização / determinação do ponto geográfico:Além do saber fazer observações e os cálculos, segue abaixo a relação do equipamento necessário:• Sextante; • Relógio / Cronómetro;• Almanaque Náutico;• Tábuas de Navegação;• Papel; • Lápis / Caneta;• Folha de Plotter;• Carta de navegação.

O NAVAL ∙ Setembro 201434

Cronómetro marítimo

Vantagens:• Ser independente e conhecedor da

ciência de navegar;• Em situações extremas, haver

sempre a possibilidade de determinar uma posição (½ dia).

Desvantagens:• Ser trabalhoso;

• Estar dependente de condições atmosféricas;

• Necessitar de sextante, cronómetro, tábuas, etc.

Nas publicações que devem existir a bordo, entre outras, deve haver um almanaque náutico do ano, Tábuas Náuticas, Cronómetro / Relógio com hora de Greenwich.

SextanteTriângulo Esférico

CADERNO IX | NOTAS TÉCNICAS

O NAVAL ∙ Setembro 2014 35

Carta de navegação digital

Carta de navegação convencional

Páginas duma tábua de Navegação

… Siga Estas Notas Técnicas no Próximo Número Publicação Nº 9 de “O Naval”

Página do Almanaque náutico

CADERNO IX | NOTAS TÉCNICAS

O NAVAL ∙ Setembro 201436

CADERNO X | CARTOON

Assim era o Manecas Ribeiro… Integrado na vida social do CNL, retratando-a com sensibilidade acutilante, discreta e sempre actual… actual porque o CARTOON desta edição, para além de mais uma homenagem do CNL à sua pessoa, é também uma homenagem actual, dele, a um dos grandes impulsionadores deste projecto que já dura a 20 anos, a revista “O NAVAL”, que… e adivinhem há 20 anos quem é que … à época, se pelo menos não a

paginava e imprimia à martelada… eram tantos os afazeres que a embarcação escorada “Naval II” contrariada virou “NAOVAL XIII” e o “Datsun 240z” ficou sem pistons, porcas e ainda, reparem no pormenor… quiçá os textos dos sócios para edição na revista andassem no bolso do macacão…… bons velhos tempos caro amigo Wolfram Brock…?!!!

O NAVAL ∙ Setembro 2014 37

Em Junho de 1994, a Direcção do Clube Naval com a ajuda de um grupo de sócios decidiu lançar em comemoração do 111º aniversário o

primeiro boletim “O Naval”. A ideia nasceu da vontade de divulgar e recordar o companheirismo, amizade entre sócios e os acontecimentos do dia-a-dia na placa, divulgar conhecimentos náuticos e publicar os resultados das modalidades desportivas do clube.Desde esta data foram publicados 8 boletins. Inicialmente a apresentação tinha apenas uma cor, o azul-marinho. O logótipo da capa, com o barco a vela e a âncora pendurada, foi desenhado por Manuel Ribeiro (Manecas) e tem um pormenor que poucas pessoas reconhecem. Um dos elos da corrente está aberto. Fica em aberto o significado, (coisas do Manecas.) A partir da sua sexta edição em 2010 “O Naval” apresentou-se a cores e com um design mais moderno. A última edição (nº7) apresenta-se com uma nova capa que foi muito criticada pela ausência do barco e da âncora.Ao rever os boletins já publicados encontrei uma série de acontecimentos muito engraçados:A história do Idalésio que conseguia pintar a nossa placa de branco (nº4);O peixe-cão que conseguia dobrar a cana para o lado da terra (nº0);O Domingo de Chuva (nº5);Anastácia, o gato do Saraiva Lima (nº4);Um dia de pesca (nº1);

A realidade e ficção, coisas da pesca desportiva (nº2);As Macas, Mambos e Mujimbos do João Canas Fora (nº3);O tema “Conheça o peixe que apanha”, que já tem seis espécies descritas, sendo uma o pássaro Idalésio, que foi a mascote do nosso clube durante algum tempo; Nós e voltas, teorias de hélices, balizagem de navegação e muito mais estão explicados na rúbrica da Marinharia;As fantásticas caricaturas do Manecas; Já agora, peço a todos que tenham caricaturas assinadas por “Ribeiro” ainda não publicadas que, por favor, disponibilizem uma cópia para ser divulgada.Vale a pena ler ou reler, conhecer ou recordar, alguns momentos fantásticos do nosso clube.Todas as edições do “Naval” podem ser lidas no site do CNL e no site Páginas de Angola.(http://www.cnl.co.ao e http://paginasangola.com)Manter vivo e editar este boletim não é fácil e para isto é necessário que os sócios colaborem e mandem artigos engraçados ou de interesse, que não devem ser esquecidos.Foi sempre uma grande luta lançar o número seguinte, mas temos conseguido sobreviver.Se conseguiu ler este artigo, estamos de parabéns, pois já foi lançada a nona edição do Naval (nº8).

VALE A PENA LER OU RELER, CONHECER

OU RECORDAR, ALGUNS MOMENTOS FANTÁSTICOS DO NOSSO CLUBE

20 ANOS DE BOLETIM NAVAL

CADERNO XI | BOLETIM

O NAVAL ∙ Setembro 201438

Boletim Nº0 Boletim Nº1 Boletim Nº2

Boletim Nº3

CADERNO XI | BOLETIM

Boletim Nº4 Boletim Nº5

Boletim Nº6 Boletim Nº7 Boletim Nº8

O NAVAL ∙ Setembro 2014 39

O NAVAL ∙ Setembro 201440

PATROCINADO POR

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