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Folha de rosto

SHARON JAYNES

DE BEM COM VOCÊ

ACREDITE EM DEUS E NÃO NAS MENTIRASQUE VOCÊ CONTA A SI MESMA

Traduzido por MARIA EMÍLIA DE OLIVEIRA

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CréditosCopyright © 2009 por Sharon JaynesPublicado originalmente por Harvest House Publishers, Eu-gene, Oregon, EUA.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da NovaVersão Internacional (NVI), da Sociedade Bíblica Inter-nacional, salvo indicação específica. Eventuais destaquesnos textos bíblicos e citações em geral referem-se a grifos daautora.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610,de 19/02/1998.

É expressamente proibida a reprodução total ou parcialdeste livro, por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fo-tográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, porescrito, da editora.

Diagramação: Luciana Di IorioPreparação Luciana ChagasRevisão: Josemar de Souza PintoFonte: Adobe Caslon ProProdução para ebook: Fábrica de PixelCapa: Felipe Marques

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

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Jaynes, Sharon

De bem com você [livro eletrônico] : acredite em Deus enão nas mentiras que você conta a si mesma / SharonJaynes ; traduzido por Maria Emilia de Oliveira. — SãoPaulo : Mundo Cristão, 2012.1,5 Mb ; ePUB

Título original: I’m Not Good Enough.Bibliografia.ISBN 978-85-7325-808-0

1. Autoestima - Aspectos religiosos - Cristianismo 2. Auto-percepção - Aspectos religiosos - Cristianismo 3. Mulheres- Aspectos religiosos - Cristianismo 4. Mulheres cristãs- Vida religiosa I. Título.

12-07059 CDD-248.843

Índice para catálogo sistemático:1. Mulheres : Guias de vida cristã 248.843Categoria: Autoajuda

Publicado no Brasil com todos os direitos reservados por:Editora Mundo CristãoRua Antônio Carlos Tacconi, 79, São Paulo, sp, Brasil, CEP04810-020

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Telefone: (11) 2127-4147www.mundocristao.com.br

1ª edição eletrônica: agosto de 2012

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Dedicatória

A duas das pessoas de que mais gosto no mundo:MarySoutherland e Gwen Smith. Trabalhar com

vocês no ministério tem sido uma de minhasmaiores alegrias.

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Agradecimentos

Agradecimentos

Muitas pessoas admiráveis colaboraramcomigo para tornar este projeto possível. Umagradecimento especial à família HarvestHouse: a Bob Hawkins Jr., que continua alevar adiante o sonho de seu pai, a saber, al-cançar o mundo para Cristo por meio da pa-lavra escrita; a LaRae Weikert por suafantástica capacidade de fazer qualquerpessoa sentir-se como se fosse sua melhoramiga; a Terry Glaspey, extraordinário ou-vinte, incentivador e amigo; a Barb Sherrill,Katie Lane, Rob Teigen, John Constance,Christianne Debysingh, Jeana Newman,

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Dave Bartlett e Dave Sheets, que, com suacriatividade, levam a mensagem de esper-ança e cura a um mundo angustiado; e aShane White, perto de quem até o mais ativodos mortais parece movimentar-se emcâmera lenta. Também sou grata a meu edit-or, Rod Morris, pela atenção aos detalhes epor seus profundos conhecimentosteológicos.

Sou especialmente grata a duas amigas eparceiras enviadas por Deus e que me in-centivaram quando senti que não era digna osuficiente: Gwen Smith e Mary Southerland.Também sou eternamente grata à minhaequipe de oração — Van Walton, ChristieLegg, Barbara Givens, Kathy Mendietta,Gayle Montgomery, Linda Butler, BonnieSchulte, Cynthia Price, Naomi Gingerich eLinda Eppley — e aos muitos amigos e amig-as que compartilharam suas histórias,permitindo-nos expor as mentiras nas quaisacreditamos e a verdade que nos liberta.

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Este livro não teria surgido sem meu “ed-itor particular”, meu amado marido, Steve.Obrigada por acreditar em mim epresentear-me com o amor e a coragem deque necessitei para levar o trabalho adiante.

Acima de tudo, sou grata a meu Pai celes-tial, que me ama; ao Espírito Santo, que mecapacita; e a meu Salvador, Jesus Cristo, queme libertou.

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1. A casa dos espelhos

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A casa dos espelhos

Não tenho alegria maior do que ouvir quemeus filhos estão andando na verdade.

3João 4

Carla estava diante do espelho do banheirodando os últimos retoques na maquiagemantes de partir apressada para a quermesseda cidade, em companhia de suas amigas.Uma camada de brilho nos lábios mais umaajeitada nos cabelos com a escova, e Carla es-taria pronta para sair.

Ao ouvir o som da buzina do carro dasamigas parando na frente de casa, ela pegoua blusa de lã e gritou para a mãe na cozinha.

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— Tchau, mãe. Vou chegar por volta das23 horas.

— Tome cuidado! — a mãe gritou.Carla, Kátia, Clarice e Margarete andaram

de barraca em barraca atendendo aos con-vites dos que tentavam atrair compradorespara suas mercadorias. Viram garotossubmetendo-se a situações constrangedorasna tentativa de acertar, com tiros de rifle, ra-posas de metal que corriam diante de umpano preto, arremessar bolas de basquetedentro de aros que pareciam estranhamentepequenos e dar pancadas com um martelogigante para provar quem era o mais forte daturma. As garotas tentavam lançar flechaspara estourar balões de gás, atirar círculossobre garrafas e arremessar bolas em cestosde palha inclinados. Depois de comeralgodão-doce cor-de-rosa, as garotas an-daram a esmo para assistir a algumas exib-ições de menor importância.

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“Venham, venham todos!”, alguém gritou.“Entrem e vejam sua imagem como nuncaantes. Esta é a casa dos espelhos. Com cer-teza vocês vão rir e se divertir. Entrem”.

“Vamos, mocinha”, disse o homem de peleescura, cabelos pretos engordurados e sor-riso largo, acenando para Carla. Assustada,ela quis dar meia-volta e correr.

“Vamos entrar aqui”, Kátia disse. “Vai serdivertido.”

Carla misturou-se à grande aglomeração efoi atraída pela primeira sala de espelhos. Aimagem refletia silhuetas alongadas, e as ga-rotas riram de suas figuras altas e magras.Na sala seguinte, riram mais ainda ao verbraços e pernas roliços, corpo atarracado ebochechas rechonchudas. Fizeram váriasposes e tiveram uma ideia de como seriam sefossem anãs.

Depois, as garotas dirigiram-se à terceirasala, mas Carla ficou para trás. Permaneceuem silêncio, olhando para a imagem diante

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dela como se estivesse hipnotizada. Palavrascomeçaram a surgir à sua frente, às vezesmais nítidas, às vezes mais desbotadas, comestilos de letras variados. Inútil. Mal-amada.Feia. Idiota. Indesejada. Imperdoável. Suja.Infeliz. Fracassada. Indigna.

Seria um truque? Os outros estariamvendo o que ela via? Como alguém sabia detudo aquilo? Lágrimas começaram a descer-lhe pelo rosto enquanto as lembranças pis-cavam diante dela.

“Venha, Carla!”, Margarete gritou dosaguão. “Vamos nos divertir nos carrinhosbate-bate”.

Carla respirou fundo, forçou um sorrisoestático e enxugou os olhos. Ninguém notoua marca do rímel escorrendo em suas facesnem os olhos inchados. Como sempre... Nin-guém sabia de nada.

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A CASA DOS ESPELHOS

Eu estava na sexta série quando me aven-turei a entrar pela primeira vez na casa dosespelhos, na quermesse de minha cidadenatal. Assim como Carla, meu grupo de ami-gas risonhas passou de uma barraca a outra,deixando-se convencer de pagar um bomdinheiro para participar de pequenos jogos eganhar prêmios tolos. Passamos horas en-tregando nosso dinheiro a criaturas sus-peitas, na esperança de ganhar uma serpentefeita de algodão com bolinhas roxas, um ursode brinquedo tamanho gigante com coresmescladas, um par de dados confeccionadosem feltro para pendurar no espelho retrovis-or do carro. Particularmente, gostei mais de“pescar” patinhos. Fui uma verdadeiravencedora.

Vimos as luzes da cidadezinha do alto daroda-gigante, percorremos a escuridão dacasa dos horrores em companhia de nossogaroto preferido e despencamos a toda

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velocidade na montanha-russa, de braçosabertos. Mas, dentre todas as atrações daquermesse, a casa dos espelhos foi a quemais me chamou a atenção.

Da mesma forma que Carla e suas amigas,andamos pelos corredores em forma delabirinto, rindo de nossas imagens distorci-das. Olhei para todas as minhas versões noespelho, tentando decidir de qual maisgostava. Mas, no fundo, em um lugar dentrode mim mesma que eu não imaginava existir,parte de mim estava, na verdade, em buscade outra imagem minha. Eu não gostava daversão que conhecia.

Mas isso se devia ao fato de eu não terideia de quem realmente era.

Hoje sei que muitas mulheres crescemcom uma imagem distorcida de quem real-mente são. Elas olham no espelho das realiz-ações e veem as palavras a desejar. Olhamno espelho dos valores e veem a palavra in-útil. Olham no espelho do sucesso e veem a

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palavra fracasso. Olham no espelho da capa-cidade e veem as palavras inferior, insegura,incompetente.

Moram na casa dos espelhos acreditandonas interpretações distorcidas acerca dequem são... e tudo isso é mentira.

ESPELHOS QUEBRADOS

Como isso acontece? De onde vêm essasmentiras? Por que é mais fácil acreditar nasmentiras sobre quem somos do que acreditarna verdade? Qual é a verdade? Analisaremostodas essas perguntas e muitas outras nestetempo em que passaremos juntas. Mas voulhe contar uma coisa: tudo começou noÉden.

Após o sexto dia da criação, ao olhar paratudo o que havia feito, Deus disse: “Ficoubom”. Houve, porém, um acontecimento ter-rível. O inimigo entrou furtivamente nomundo perfeito de Deus e enganou commentiras o casal feito à imagem divina. E,

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embora o plano redentor de Deus tenha res-taurado o que a serpente destruiu, o inimigocontinua a contar-nos mentiras até hoje. Elediz que somos inúteis, fracas e fracassadas,que não somos dignas, inteligentes ou com-petentes para ter sucesso na vida.

E isso não é verdade.Quando criou o mundo e encheu os

oceanos de criaturas marinhas e os céus decriaturas com asas, quando iluminou a noitecom estrelas e colocou o sol para brilhar dur-ante o dia e a lua para clarear a escuridão,Deus realizou sua obra por meio de palavras.“E disse Deus...”, e tudo passou a existir (Gn1.3-26). Deus falou, e o que não existia pas-sou a existir.

Mediante a palavra do Senhorforam feitos os céus,e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca.

Salmos 33.6

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E o que mais nos fascina é que, quandocriou o homem à sua imagem, Deus lhe deu opoder da linguagem. Ele não dotou macacos,zebras ou elefantes com a capacidade da fala.Deu palavras somente ao homem. Nossas pa-lavras também têm potencial criativo. ABíblia diz que “a língua tem poder sobre avida e sobre a morte” (Pv 18.21). Nossaspalavras tornam-se o espelho no qual as out-ras pessoas se veem. Exercem influênciasobre nossos filhos, marido, amigos e tam-bém sobre o mundo. Mas algumas das palav-ras mais poderosas que falamos são aquelasque ninguém ouve... as palavras que falamosa nós mesmas.

Por meio das palavras podemos transmitirvida ou morte a nós próprias. Pensamoscerca de 130 palavras por minuto, e nossaboca (a boca das mulheres) fala cerca de 25mil palavras por dia. É um número muitogrande. Dessas palavras, há uma quantidadeconsiderável que dirigimos a nós mesmas ou

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pensamos a nosso respeito. A maioria dessaconversa íntima é inofensiva, como “O quevou fazer para o jantar?” ou “Onde deixei aescova de cabelo?” Algumas, no entanto, sãomuito destrutivas.

Dizer, por exemplo, “Sou cretina”, “Souidiota” ou “Nunca serei digna de conseguiralguma coisa” pode criar um padrão recor-rente de pensamentos destrutivos que, com otempo, paralisam a pessoa levando-a à in-atividade. Repetidas com frequência, palav-ras negativas sobre nós ficam marcadas emnossa mente e, ao longo do tempo, passam aser a nossa realidade. Se você repetir umaideia falsa ou mentira por muitas vezes,começará a acreditar nela. Palavras como“Ninguém me ama”, “Não tenho nenhumaamiga” ou “Sou muito feia” passam a ser suarealidade... embora sejam uma realidadefalsa. É possível que isso a aprisione na casados espelhos, deixando-a parada diante deum reflexo distorcido de quem realmente é.

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As mentiras destrutivas e negativas do in-imigo são como uma boneca de piche.Quanto mais você brincar com ela, quantomais a abraçar, mais difícil será desgrudar-sedela. Cada vez que falamos uma mentirasobre nós mesmas, mais presas ficamos aela. “Porque, como imagina em sua alma, as-sim [o homem] é” (Pv 23.7, RA).

O ESPELHO DE DEUS

Quando olhamos no espelho de Deus, em suamaravilhosa carta de amor a nós, à qualdamos o nome de Bíblia, descobrimos a ver-dade. Deus a ama de verdade (cf. Cl 3.12).Você tem uma nuvem inteira de testemunhasaplaudindo-a (cf. Hb 12.1). Você é a obra-prima de Deus... uma linda obra de arte (cf.Ef 2.10). Você é digna porque Cristo habitaem você (cf. Jo 14.20). Você é uma filhaamada e santa de Deus, uma filha escolhidapor ele. Essa é a verdade. Vamos sair da casa

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dos espelhos e começar a nos ver como Deusnos vê.

João escreveu em uma de suas cartas:“Não tenho alegria maior do que ouvir quemeus filhos estão andando na verdade” (3Jo4). Creio que a maior alegria de Deus é saberque seus filhos estão andando na verdade.Quando andamos na verdade, as mentirastornam-se visíveis. Podemos reconhecer amentira, rejeitá-la e substituí-la pela ver-dade. Então, e somente então, seremos tudoo que Deus planejou que fôssemos oufizéssemos. Teremos a vida plena que eleplanejou para nós antes de existirmos.

Creio que Deus tem planos excelentespara todas nós — ele prometeu isto em suaPalavra.

“Olho nenhum viu,ouvido nenhum ouviu,mente nenhuma imaginouo que Deus preparou

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para aqueles que o amam.”1Coríntios 2.9

Muitas de nós, porém, não temos vidaplena porque não sabemos quem somos.Acreditamos nas mentiras de que somosmal-amadas, indignas e não merecemos per-dão. Há muito tempo estamos olhando nosespelhos distorcidos. Deus deseja que ol-hemos no único espelho verdadeiro, o qualnos dirá exatamente quem somos, o quetemos e qual é nossa posição como filhas deDeus — esse espelho é a Palavra divina.

É hora de começar a acreditar na verdade.É hora de ouvir Deus dizer: “Você é minhafilha, e eu a amo; eu me agrado de você”.

Você está pronta para sair da casa dos es-pelhos de uma vez por todas? Está prontapara começar a ver a si mesma como Deus avê? Está pronta para começar a desfrutar avida plena que Deus planejou para vocêdesde o início dos tempos?

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Vamos dar as mãos e começar a jornadade andar juntas na verdade.

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Parte 1. A batalha pela mente

PARTE 1

A batalha pela mente

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2. Entenda a verdadeira identidade do inimigo

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Entenda a verdadeira identidadedo inimigo

“O ladrão vem apenas para roubar, matar edestruir; eu vim para que tenham vida, e atenham plenamente.”

João 10.10

Mary Beth estava em pé diante do espelho dobanheiro, escovando seus cabelos compridosaté os ombros e olhando para o reflexo di-ante dela. Lembrou-se, como se fosse ontem,dos tempos em que era uma menina alegre efeliz saltando de uma barra a outra no play-ground da escola. Ah, que saudades dos diasem que sua maior preocupação era saber que

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cor de elástico usaria para prender o rabo decavalo.

“Mamãe, veja isto”, as lembranças eco-aram diante dela.

Festas de aniversário com um númerocada vez maior de velinhas, bailes comflashes piscando de todos os lados, vestidospara matinês dançantes ao lado de um belorapaz, apresentações de animação de torcidacom vários admiradores, grupo de jovens daigreja com Bíblias abertas e pais despedindo-se com lágrimas nos olhos ao deixá-la no alo-jamento da faculdade. De repente, Bob sur-giu em sua vida.

“Bob”, ela sussurrou com os olhos cheiosde lágrimas.

Bob e Mary Beth se conheceram em umgrupo de ministério universitário quando elacursava o penúltimo ano da faculdade. Bobera tudo o que a moça esperava encontrarem um marido: bonito, ambicioso, espirituale, acima de tudo, atencioso. Os pais de

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ambos sorriram radiantes ao ver o casal at-ravessar o corredor de tapete vermelho daigreja após prometer amor eterno.

Quinze anos depois, Mary Beth e Bob tin-ham uma casa hipotecada, três filhos, umcão, agendas lotadas e um casamento semamor. Ocuparam-se tanto em cuidar da vidaque se esqueceram de cuidar do amor.

Foi então que Jim apareceu. Ela lembrou-se do dia em que entrou apressada no super-mercado para comprar pão.

— Mary Beth! É você?— Jim! Prazer em vê-lo — ela disse

quando se encontraram no corredor e se ab-raçaram como amigos. — Por onde tem an-dado? Quando voltou à cidade?

— Trabalhei na Europa nos últimos dezanos — Jim respondeu — mas agora estou devolta por uns tempos. Puxa, como você estálinda! Ninguém lhe disse que você deveriaaparentar mais idade com o passar dotempo? Eu adoraria estar tão bem assim.

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Você teria um tempinho para tomar uma xí-cara de café comigo?

O coração de Mary Beth bateu maisrápido. Há quanto tempo não ouvia alguémdizer que ela estava linda? Não se lembrava.

— Não, é melhor não. Preciso voltar paracasa.

— Talvez na próxima vez — Jim disse. —Estou surpreso com sua ótima aparência.

— Ora, não diga isso — Mary Beth retru-cou. — Você sempre foi galanteador. A gentese vê qualquer dia desses.

Nos meses seguintes, Mary Beth e Jimencontraram-se casualmente várias vezes.Ela passou a usar batom e a arrumar os ca-belos antes de sair de casa, pensando na pos-sibilidade de encontrá-lo. Sua mentecomeçou a divagar, conjeturando como seriajantar à luz de velas na companhia de Jim.Imaginou-o estendendo a mão para segurara dela, ou afastando uma mecha de cabelo deseu rosto.

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No fundo de seu coração, Mary Beth sabiaque essas divagações não eram saudáveis.Precisava pôr fim a elas; por isso planejouuma surpresa especial para Bob, na esper-ança de que uma noite romântica abafasseou substituísse seus devaneios por Jim.

Ela se lembrou daquela data. As criançasforam passar a noite na casa de uma vizinha,o jantar foi preparado com perfeição, e, dasala à luz de velas, exalava uma fragrância delavanda. Mary Beth preparou-se durante to-do o dia para aquele jantar. O vestido justo ecurto foi intencional, sem falar das roupasíntimas. O cabelo foi arrumado do jeito queele gostava, e o corpo estava perfumado emacio, à espera de ser tocado.

— Alô — Mary Beth disse ao atender otelefone.

— Oi, querida. Ouça, vou me atrasar estanoite. Talvez nem vá para casa. Tenho umareunião de emergência com a diretoria, epelo jeito só vai terminar amanhã cedo. Ouvi

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dizer que a exportação para a China estáperigando. Não temos nada planejado paraesta noite, certo?

— Não — ela limitou-se a dizer.— Está bem, eu a vejo depois.“Não posso acreditar que Bob tenha feito

isso. Ele só pensa no trabalho. Não possomais viver assim. Isso não é um casamento.Não passa de um trabalho compartilhado. Eutentei. Não deu certo. Não acredito que Deusqueira que eu viva dessa maneira. Sei que eletem planos melhores para mim.”

Mary Beth pegou sua agenda e procurou ocartão de visitas com um número rabiscadono verso.

— Alô — Jim disse ao atender o telefone.— Oi, Jim. É Mary Beth. Aceita tomar

uma xícara de café comigo antes de dormir?Houve muitas outras xícaras de café e en-

contros planejados após aquela noite. Trêsmeses depois, Mary Beth e Jim consumarama aventura amorosa.

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A tentação transformou-se em con-denação. O fruto proibido apodreceu a almade Mary Beth, e ela queria morrer.

Ao olhar para o frasco de soníferos que omédico prescrevera, ela pensou que seriamuito fácil terminar com tudo aquilo...Naquele exato momento.

O ESTRATAGEMA DO INIMIGO

Eu gostaria de dizer que essa história queacabei de mencionar faz parte da série Des-perate housewives, mas não faz. Trata-se deuma história comum que ouço repetidasvezes. Os nomes mudam, mas o enredo é omesmo. E isso me deixa furiosa, não com asmulheres que abrem o coração para mim,mas com o inimigo que mente para elas.Com o inimigo que sussurra que Deus as estáenganando — que elas seriam felizes se agis-sem de outra forma ou se as coisas fossemdiferentes.

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E isso não é novidade. É a velha históriainiciada no jardim do Éden, com o mesmoantagonista convencendo a primeira mulhera cair em seu calabouço de ruína. Mas estoume antecipando. Vamos começar do começo.

Cinco dias após o início da criação, o Cri-ador do Universo olhou para tudo o quehavia feito e não ficou completamente satis-feito. Sim, quando o sol se pôs nos cincoprimeiros dias do calendário do Reino deDeus, ele disse: “Ficou bom”. Mas faltava al-guma coisa. Algo mais. Alguém mais.

O palco foi montado para o ato 6. A cor-tina se levantou. Tudo precisava estar per-feito para o grand finale de Deus. Os anjosreuniram-se ao ouvir Deus anunciar a últimacena do grande drama intitulado “Noprincípio”.

Deus começou com um aviso: “Façamos ohomem à nossa imagem”. Esse ser será difer-ente dos demais. Com corpo, alma e espírito,o homem terá um relacionamento pessoal e

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íntimo com o Criador. Será um pouco menorque os anjos e dominará todos os animais,aves e peixes. O homem será amigo de Deus.

Deus ajoelhou-se no chão, pegou um pun-hado de terra, Misturou-o com saliva ecomeçou a formar a criação mais esplêndidajá concebida até hoje. Com as pontas dos de-dos, Deus modelou as partes internas dohomem: vasos capilares, terminações nervo-sas, células cerebrais, folículos capilares,cílios, papilas gustativas. Com muito cuidadoe determinação, o Artista criou uma obra-prima divina.

E, enquanto a forma sem vida estava deit-ada diante da plateia celestial, Deus colocoua boca em suas narinas e soprou vida emseus pulmões. O coração do homemcomeçou a bater, os pulmões começaram aexpandir-se, e os olhos começaram a tremu-lar e abrir-se. E a cortina começou a descersobre o palco; era o sexto dia da criação.

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“Espere!”, o Criador disse. “Minha obraainda não chegou ao fim. Não é bom que ohomem esteja só. Vou criar uma auxiliadoraapropriada para ele. Uma companheira iguala ele, mas, ao mesmo tempo, muitodiferente”.

E assim Deus — o Nós, o três em um —começou a modelar o grand finale... amulher.

Entendeu agora? Você é capaz de sentir aeuforia dos anjos voando baixo sobre a cena?O ser humano foi diferenciado das outrascriações, desde o início dos tempos. Ohomem e a mulher foram criados com umafinalidade específica, como seres feitos à im-agem de Deus para dominar a terra.

Porém, havia entre os espectadores al-guém com má intenção. Sim, ele figuravaentre os seres angelicais criados por Deus.Aliás, era um dos mais bonitos. Mas não es-tava feliz com a criação de Deus. Algumtempo antes, esse ser angelical mostrou-se

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insatisfeito com a posição que ocupava nahierarquia celestial. Queria elevar-se acimade Deus. Embora houvesse sido criado paralevar a luz, ele rebelou-se e foi expulso docéu, passando a ser conhecido como Príncipedas Trevas.

E agora havia os seres humanos... Criadosà imagem de Deus. O inimigo não estavanada satisfeito. Tão logo Adão e Eva se le-vantaram no palco, o Príncipe das Trevascomeçou a planejar a morte deles. Já que elecaiu, queria levar consigo o maior númerodesses seres criados à imagem de Deus, e omais rápido possível.

Adão e Eva viviam em um mundo per-feito. Tinham tudo de que necessitavam. Tin-ham comunhão perfeita com Deus e entre si.“Viviam nus, e não sentiam vergonha.” A ún-ica restrição imposta era que não comessemda árvore do conhecimento do bem e do mal,localizada no meio do jardim. Deus advertiu

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a Adão: “No dia em que dela comer, certa-mente você morrerá”.

Enquanto o casal se aquecia sob a luz doamor divino, o Príncipe das Trevas entrousorrateiramente no jardim com seu plano deroubar, matar e destruir os seres criados àimagem de Deus. E como ele fez isso? Usou aarma mais poderosa de todas: a mentira.

AS MENTIRAS DO INIMIGO

“Ora, a serpente...” O grande enganadorvestiu-se de serpente e aproximou-se de Evacom um plano para destruir a obra mais val-orizada de Deus. O grande enganador nãoveio com espada ou arma na mão, nem comuma faca para atacar. Veio simplesmenteempunhando mentiras.

A serpente sabia que Adão e Eva nãoaceitariam uma mentira tão evidente a re-speito de Deus; por isso, entrou sorrateira-mente no jardim empunhando uma verdadedesvirtuada. Começou a investida

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provocando dúvida em Eva. “Foi isto mesmoque Deus disse: ‘Não comam de nenhumfruto das árvores do jardim’?” (Gn 3.1).

Satanás sabia exatamente o que Deus dis-sera. Estava simplesmente tentando confun-dir Eva. Talvez estivesse avaliando até queponto ela conhecia a verdade. E descobriu,pois Eva respondeu: “Podemos comer dofruto das árvores do jardim, mas Deus disse:‘Não comam do fruto da árvore que está nomeio do jardim, nem toquem nele; do con-trário vocês morrerão’”(v. 3).

Bingo! Ela não conhecia totalmente a ver-dade. Deus não mencionou que não deveri-am tocar no fruto. Isso pode parecer umaboa ideia, mas não foi o que Deus disse.

Naquele momento Satanás não tentou se-quer disfarçar o embuste. Contou umamentira deslavada. “Certamente não morrer-ão!” (v. 4). E concluiu dizendo a Eva que elapoderia ser igual a Deus. “Deus sabe que, nodia em que dele comerem, seus olhos se

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abrirão, e vocês, como Deus, serão conhece-dores do bem e do mal” (v. 5). Em outras pa-lavras: “Deus não sabe o que está falando.Ele não está informando vocês corretamente.Vocês não precisam dele. Podem ser seuspróprios deuses”.

Eva desprezou a verdade e acreditou namentira. Acreditou que poderia ser igual aDeus, controlar a própria vida. “Quando amulher viu que a árvore parecia agradável aopaladar, era atraente aos olhos e, além disso,desejável para dela se obter discernimento,tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seumarido, que comeu também” (v. 6).

E, assim que Eva cravou os dentes nofruto proibido, ele se alojou em sua alma efermentou, transformando-se em vergonha econdenação. O marido de Eva também sen-tiu a podridão repugnante do pecadoinstalar-se em sua alma. De repente, a ver-gonha e o medo entraram no mundo, e Adão

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e Eva esconderam-se de Deus como criançasbirrentas.

Toda tentação tem o objetivo de induzir-nos a viver independentes de Deus. Satanásnão é muito criativo, mas é muito eficiente. Edesde aquela época ele mente para nós. Porquê? Porque funciona.

Cada mentira dele brota da ideia de que afelicidade está ao alcance de todos. Satanásquer que você acredite que Deus estáomitindo informações. “Você pode ser igual aDeus. Pode ser seu próprio deus.” Em vez deinstruir-nos a ser agradecidas pelo quetemos, ele aponta para o que não possuímos.Pense nisso. Eva tinha à disposição todas asárvores do jardim, menos uma. Todas asárvores. Que banquete generoso! Mas, emvez de ser agradecida, ela aceitou a mentirade que a única coisa que não podia ter eraaquela que a faria feliz. “Eu seria feliz se...”Isso lhe parece familiar? Deveria. Satanás

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usa conosco as mesmas táticas que usou comEva.

Eva preferiu acreditar na mentira do in-imigo a acreditar na verdade de Deus. O pla-no do inimigo funcionou. Mas havia um fatoque a serpente desconhecia: o maravilhosoplano de Deus, de perdão e graça, estavaprestes a ser exposto. Satanás não venceu abatalha no Éden pela alma do homem. JesusCristo venceu a guerra na cruz do Calvário.Quando disse: “Está consumado!” e deu o úl-timo suspiro, Jesus abriu caminho para quea humanidade inteira reconquistasse tudo oque Adão e Eva haviam perdido.

A CONSEQUÊNCIA DO PECADO

Depois que comeram da árvore do conheci-mento do bem e do mal, Adão e Eva perce-beram que estavam nus e sentiram vergonha.Por isso, esconderam-se.

Durante a brisa do dia, Deus chegou parapassear com seus amigos, mas não os

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encontrou. Claro que ele sabia onde estavam.Ele sempre sabe. Mas decidiu chamar ohomem: “Onde está você?”.

Adão e Eva apareceram detrás dasárvores, vestidos com folhas de figueira ecom o rosto abatido. Admitiram o quehaviam feito... quer dizer, mais ou menos.Adão pôs a culpa na desobediência de Eva,Eva pôs a culpa nas ações de Satanás, eSatanás... bem, imagino que ele tenha ridode orelha a orelha.

Deus amaldiçoou a serpente e predisseque enviaria alguém para ferir-lhe a cabeça.Eva foi amaldiçoada com dores de parto e odesejo de controlar o marido. Adão foiamaldiçoado com trabalho pesado na terra epouco resultado. No entanto, o castigo maisdoloroso de todos foi a separação em relaçãoa Deus e a morte espiritual.

Deus expulsou Adão e Eva do jardim doÉden, cuja entrada passou a ser guardadapor querubins e por uma espada flamejante,

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para impedir a entrada do casal. Chegoquase a ouvir Eva dizer, enquanto saía dojardim em direção ao caminho do fracasso eda derrota: “Como isso aconteceu? O que eufiz? Como pude ser tão tola?”. Diga-me a ver-dade: você não pensou a mesma coisa depoisde ter aceitado as mentiras do inimigo e su-cumbido às sugestões dele?

Há não muito tempo ela possuía tudo! Erao começo de todas as coisas. O holofote do“no princípio” brilhou sobre Eva e desapare-ceu rapidamente: a primeira mulher, aprimeira esposa, a primeira a acreditar nasmentiras do inimigo. Ah, sim, ela foi aprimeira mulher em muita coisa, mas não foia última.

O PLANO DO SALVADOR

Felizmente, Deus fez questão de registrar,em detalhes, como tudo aconteceu, para queaprendamos com os erros de Eva e estejamospreparadas quando o inimigo também nos

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atacar. Satanás continua a contar mentiras arespeito do fruto proibido, e seu objetivo é omesmo desde o início dos tempos — roubar,matar e destruir (cf. Jo 10.10). Da mesmaforma que o comandante de um exércitoestuda as táticas do adversário, temos o pla-no de batalha do inimigo, fornecido por Deuspara que examinemos minuciosamente. DeGênesis a Apocalipse, a Bíblia nos revela oque o inimigo faz e como faz. Dessa forma, eassim não ignoramos as intenções de nossooponente (cf. 2Co 2.11).

E esta é a boa notícia: a batalha já foi ven-cida. Jesus veio “para destruir as obras doDiabo” (1Jo 3.8), e as destruiu. Cabe a nósconhecer a verdade, acreditar na verdade eandar na verdade acerca do que Jesus fez pornós na cruz.

Enquanto andava pelo deserto do Arizona,um homem deparou com uma cascavel. Elepegou uma enxada no fundo de seu baú ematou o animal, decepando-lhe a cabeça.

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Para sua grande surpresa, a cascavel decapit-ada continuou a vibrar a cauda, emitindo osom característico de seu guizo, ameaçandodar-lhe o bote. “O pior de tudo”, o homemcontou, “foi que, apesar de eu ter decepado acabeça dela e saber que estava morta, contin-uei a recuar de medo”.[1]

A cabeça de Satanás foi decepada. Ele per-deu a batalha, mas continua a vibrar a caudapara desviar nossa atenção da realidade desua derrota. E, apesar de ter sido derrotado,seu objetivo é fazer-nos acreditar que eleainda está no controle.

Em resumo, esta é a verdade que precis-amos entender: Deus criou o homem à suaimagem. Satanás enganou o homem comuma mentira, dizendo que o ser humano po-deria ser igual a Deus. O homem trocou averdade pela mentira e, apesar de seu corpoviver por um período de tempo e a alma viverpor toda a eternidade, seu espírito morreutotalmente no exato momento da

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desobediência. Todas as pessoas nascidasapós aquele acontecimento vieram ao mundocom corpo e alma vivos, mas com um es-pírito morto (cf. Rm 5.12; Ef 2.1; 1Co15.21-22). Mas, assim que Eva mordeu ofruto proibido, a sombra da cruz apareceu nohorizonte. O Antigo Testamento inteiroaponta para aquele momento decisivo noalto do Calvário, quando Jesus quebrou ascorrentes do inferno que nos prendiam elibertou-nos do castigo do pecado.

No instante em que aceitamos JesusCristo como nosso Salvador e permitimosque ele seja o Senhor de nossa vida, nósnascemos de novo — tornamo-nos nova cri-ação (cf. 2Co 5.17). Nessa ocasião, além dereceber a promessa do céu por toda a etern-idade, recebemos uma nova identidade.

Quando entendemos quem somos emCristo, onde estamos em Cristo e o quetemos em Cristo, andamos em vitória nastempestades da vida, em plenitude nos dias

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áridos e em liberdade nos confins daterra.[2]

No entanto, minha amiga, Satanás nãopara de tentá-la depois que você se tornacristã. Ele sabe quem você é, o que tem e queposição ocupa como filha de Deus. Sabe quevocê é uma filha escolhida, aceita, adotada,preparada, preciosa, justificada, reconcili-ada, redimida, reta, livre da condenação,santa, selada e totalmente perdoada. A mis-são dele é impedi-la de andar na verdadeacerca de quem você é, e ele continua a usaras mesmas táticas que usou com Eva. Porisso, é muito importante entender o queaconteceu no Éden. Precisamos reconheceras táticas de Satanás para enfrentar a batalhaque ele trava visando à nossa mente.

Paulo exorta-nos: “Vistam toda a ar-madura de Deus, para poderem ficar firmescontra as ciladas do Diabo” (Ef 6.11), mas oscristãos costumam agir como “guerreiros deolhos vendados. Sem saber quem é o nosso

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inimigo, lutamos uns com os outros”.[3]Vamos, então, conhecer quem esse inimigorealmente é.

O INIMIGO REVELADO

Quem Satanás é realmente? Seu nome signi-fica “adversário, aquele que resiste”. Ele éum ser criado. Da mesma forma que criou ohomem, Deus também criou Satanás. Ah,mas Deus não criou o ser maligno que con-hecemos hoje. Criou um anjo chamado Lúci-fer, nome que significa “estrela da manhã”.No entanto, Lúcifer, tal qual o homem, tam-bém tinha livre-arbítrio. Um dia, ele decidiurebelar-se contra Deus e foi expulso do céucom um terço dos anjos. Não conhecemos osdetalhes exatos da expulsão de Satanás docéu, mas dois profetas, Ezequiel e Isaías,fazem alusão a isso (cf. Ez 28.12-17; Is14.12-15).

De uma coisa sabemos com certeza. Jesusdisse: “Eu vi Satanás caindo do céu como

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relâmpago” (Lc 10.18). Jesus estava lá. Pre-cisamos lembrar sempre que, embora Jesustenha vindo à terra em forma de homem emdeterminada época da História, ele era antesdo início da História. “No princípio eraaquele que é a Palavra. Ele estava com Deus,e era Deus. Ele estava com Deus no princí-pio” (Jo 1.1-2). Jesus era. Jesus é. Jesussempre será.

Quando foi expulso do céu, Satanás quislevar mais de um terço dos anjos com elepara a condenação final, que ocorrerá nos úl-timos dias. E ele quer levar com ele o maiornúmero possível de almas.

O inimigo é conhecido por muitos nomes:príncipe dos demônios (Lc 11.15), o deusdesta era (2Co 4.4), príncipe do poder do ar(Ef 2.2), acusador (Ap 12.10), pai da mentira(Jo 8.44), enganador (Gn 3.13), antiga ser-pente e grande dragão (Ap 12.9). Cada umdesses nomes revela algo sobre sua naturezae suas táticas.

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“A Bíblia descreve-o opondo-se à obra deDeus (Zc 3.1), deturpando a Palavra de Deus(Mt 4.6), atrapalhando o servo de Deus (1Ts2.18), obscurecendo o evangelho (2Co 4.4),enganando o justo (1Tm 3.7) e confinando omundo em seu poder (1Jo 5.)”.[4] Satanásnão pode habitar no cristão ver-dadeiro porque o cristão verdadeiro é seladoe habitado pelo Espírito Santo. No entanto,Satanás pode ridicularizar, tentar e perturb-ar o cristão incutindo ideias e pensamentosem sua mente. Ele nos faz acreditar nospensamentos dele como se fossem nossos, afim de nos levar a agir em desobediência aDeus. Mas ele não pode nos obrigar a fazernada. A escolha é sempre nossa. Ele simples-mente sugere.

O MUNDO

Meu irmão tinha cerca de 4 anos quando de-cidiu pegar uma caixa de fósforos e um pun-hado de velas tipo estrelinha para ver como

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funcionavam. Alguém lhe contara que as es-trelinhas brilhavam mais na escuridão, porisso ele escolheu o lugar mais escuro da casada vovó... o guarda-roupa.

Depois de entrar sorrateiramente naquelemóvel escuro, meu irmão se agachou nomeio dos vestidos e casacos e acendeu oprimeiro fósforo. Imediatamente as velascomeçaram a lançar faíscas em todas asdireções. Em questão de segundos, Stewartnotou que não havia apenas estrelinhas bril-hando. As roupas da vovó estavam emchamas. (Tenho a satisfação de dizer queStewart não sofreu nenhum dano, a não ser asurra que levou da vovó.)

Amigas, não precisamos entrar no guarda-roupa para encontrar escuridão ou trevas.Elas estão à nossa espera no momento emque saímos de casa, ligamos o aparelho deTV ou assistimos ao noticiário da noite. Omundo está cheio de trevas em todos oslugares. Satanás não é o nosso único inimigo.

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A Bíblia diz que nossa luta é contra o mundo,contra a carne e contra as forças do mal.

Qual o significado exato de mundo? NaBíblia há várias definições. Às vezes mundorefere-se a todas as pessoas do Universo:“Porque Deus tanto amou o mundo que deuo seu Filho Unigênito” (Jo 3.16). Em algunscasos mundo refere-se ao planeta Terra. Emoutros, refere-se aos valores e tradições secu-lares. É a esse mundo que Paulo se referequando diz: “Não se amoldem ao padrãodeste mundo” (Rm 12.2). Jesus disse que omundo o odiava e que não nos deveríamossurpreender se também nos odiasse (cf. Jo15.18-19). Os dois textos referem-se aosvalores do mundo, ou seja, a maneiras depensar.

A Bíblia também nos diz que “o mundo to-do está sob o poder do Maligno” (1Jo 5.19).Alguém diria que estamos discutindo detal-hes sem importância. Mas, quando pensam-os no poder do inimigo e na força dos

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sistemas mundanos, vemos que são a mesmacoisa. Neste momento, os sistemasmundanos estão sendo fortemente influen-ciados pelo Maligno.

Há, porém, uma esperança. Jesus disse:“Tenham ânimo! Eu venci o mundo” (Jo16.33). Enquanto vivermos neste mundo,sentiremos sua força. Mas Deus nos garanteque temos as armas necessárias para vencero mundo (cf. 1Jo 5.4-5). Temos o poder doEspírito Santo, que habita em nós, e fé noVitorioso, que opera por nosso intermédio.

A CARNE

Há outro inimigo nessa batalha pela mente:a carne. Recebemos mensagens a nosso re-speito desde que nascemos; algumas ver-dadeiras, outras falsas. Passamos a vidafazendo tudo o que, a nosso ver, é necessáriopara nos sentir protegidas, seguras e import-antes. No período entre o dia em quenascemos fisicamente e o dia em que

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nascemos espiritualmente (o novo nasci-mento), adquirimos certos hábitos, tanto namaneira de agir como no modo de pensar.Nossa natureza carnal é responsável peloconflito entre nossa submissão a Deus parareceber tudo aquilo de que necessitamos enossa maneira peculiar de usar a força e osmeios de que dispomos.

Conforme ocorre com a palavra mundo, apalavra carne tem vários significados naBíblia. Um deles refere-se ao nosso corpofísico, isto é, carne e ossos. A Bíblia diz:“Aquele que é a Palavra tornou-se carne eviveu entre nós” (Jo 1.14). Jesus veio aomundo em um corpo físico: carne e sangue.

Há, porém, outro significado da palavracarne. Refere-se a nossos pensamentos eações pecaminosos que se desenvolvem aolongo do tempo. É o nosso mecanismo paraconseguir o que desejamos, sem a ajuda deDeus. Assim que nos tornamos cristãs, odesejo de fazer tudo à nossa maneira e com

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nossas forças, sem pedir a ajuda divina, nãodesaparece instantaneamente. Ninguémaperta a tecla “delete” para apagar nossa an-tiga programação. Daquele momento em di-ante há uma luta entre a carne, com seu dis-positivo defeituoso de pensamentos e açõesegoístas, e o espírito, cujo desejo é agradar aDeus.

Quando aceitamos Jesus Cristo no cor-ação, nascemos de novo e temos um novo es-pírito dentro de nós. Somos salvas do castigodo pecado. No entanto, enquanto vivermosneste corpo terreno, teremos de lutar contrao poder do pecado. Os antigos desejoscarnais guerreiam contra os novos desejosespirituais. Além de lutar contra o mundoexterno, lutamos contra a carne em nosso in-terior — mente, vontade e emoções.

Eu e minha família moramos à beira deum lago; somos abençoados e, ao mesmotempo, importunados com a presença devárias espécies de aves. De vez em quando,

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somos surpreendidos com a presença degansos canadenses que não pedem permis-são para invadir nosso espaço e precisamvoltar para o Norte, de onde vieram. Curi-osamente, alguns desses visitantes confusosparam na metade do caminho e decidem queos estacionamentos dos shopping centerssão lugares excelentes para dar início a umafamília. O casal de gansos faz o ninho sobuma árvore, onde a mamãe gansa bota os ov-os. A mamãe gansa cumpre sua tarefa dechocar os ovos, e o papai ganso cumpre suatarefa de proteger a família. Ele grasna elança sujeira nos clientes do shopping queestão ali apenas para fazer compras, investecontra crianças curiosas e age como se fossedono do lugar.

Um dia, vi um ganso caminhar, com seuandar gingado, em direção a uma minivan ecomeçar a atacar furiosamente uma dascalotas. O ganso confundiu-se ao ver opróprio reflexo na calota e não tinha ideia de

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que estava lutando com sua própria imagem,chegando quase a quebrar o bico.

Ora, minha amiga, precisamos aprender asubstituir as mentiras pela verdade e de-sprezar a “verdade” do inimigo; mas às vezesprecisamos entender também que estamoslutando contra nossas más escolhas efraquezas. Satanás, claro, observa isso e tiravantagem desses equívocos. É assim quequalquer adversário consegue ser vitorioso.Temos, porém, de assumir a responsabilid-ade por nossas escolhas carnais e admitirnossos pecados, confessar os erros e nos ar-repender — dar meia-volta e seguir nadireção oposta.

O mundo, a carne e o Maligno estão inter-ligados a tal ponto que é difícil separá-los.Satanás é o condutor principal do trem dasmentiras, e o está dirigindo rumo a um pre-cipício. Mas lembre-se: ele não pode obrigá-la a nada. Sempre temos escolha. Deus

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sempre providencia um escape (cf. 1Co10.13).

A VITÓRIA

Não devemos jamais procurar encrencas.Não precisamos procurar motivos para lutarcom o inimigo. Ao derrotar Satanás na cruzdo Calvário, Jesus não o confrontou aberta-mente; apenas cumpriu o destino para o qualhavia sido chamado. Da mesma forma,derrotamos o inimigo todas as vezes quetrocamos uma mentira pela verdade deDeus, sufocamos nossos desejos para obed-ecer aos mandamentos dele e andamos na féem vez de correr de medo.

“A maior de todas as batalhas vencidas atéhoje foi a aparente morte do vitorioso, semproferir uma só palavra de reprovação a seuadversário! O príncipe deste mundo foi jul-gado, e os principados e potestades não fo-ram desarmados por uma guerra de confron-tos, mas pela rendição de Jesus na cruz”.[5]

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A Bíblia descreve Satanás como um leãorugindo à procura de alguém para devorar. Oleão ruge para atemorizar a presa. Mas nãoprecisamos ter medo. Esse leão, emborapossa rugir, não tem dentes, e nunca ouvifalar de um animal que tenha matado suapresa apenas com as gengivas.

A finalidade deste capítulo é expor a ver-dadeira identidade do inimigo. Contudo,nunca devemos nos concentrar nele. Nossaatenção deve ser dirigida ao SalvadorVitorioso, o Filho unigênito de Deus, quederrotou o inimigo na cruz. Jesus Cristo re-ina soberanamente, e os anjos ministradoresnos cercam por todos os lados (cf. Hb 1.14).“Aquele que está em vocês é maior do queaquele que está no mundo” (1Jo 4.4).

Volte os olhos para Jesus,Olhe para seu rosto maravilhoso,E tudo o que há na terra ficará obscurecidoDiante da luz de sua glória e graça.

Helen H. Lemmel

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Agora conhecemos a verdadeira iden-tidade do inimigo. E, o que é mais import-ante, conhecemos o Salvador que o derrotou.

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3. Reconheça as mentiras

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Reconheça as mentiras

“E conhecerão a verdade, e a verdade oslibertará.”

João 8.32

Certa ocasião, recebi a seguinte carta:

Querida Sharon,Encontrei seu e-mail em seu site. Estava

procurando informações sobre o que a Bíbliadiz a respeito de aventuras amorosas. De re-pente, deparei com sua página na internet.Estou com a intenção de destruir minha vida.A vida com meu marido nunca foi boa — eudiria medíocre, na melhor das hipóteses.Estou me esforçando muito para melhorarminha aparência a fim de que outros homens

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me notem e me desejem. Temos quatro fil-hos, e sou totalmente infeliz. Meu marido es-tá prestando serviço militar em um campo detreinamento de recrutas. Estou feliz por eleter ido embora.

Estou disposta a ter uma aventuraamorosa com qualquer um, só para fugir docasamento. Não quero olhar para trás e acharque poderia ter sido feliz com outra pessoa.Tenho a sensação de estar presa na ar-madilha de um casamento sem amor. Queroo divórcio.

Você é capaz de ver o inimigo esfregandoas mãos de ansiedade? Aposto que ele es-tremeceu quando ela clicou o botão “Enviar”na tela do computador para me enviar essamensagem. “Ah, não”, ele deve ter dito. “Issovai estragar tudo”. Ele sabia que eu aajudaria a reconhecer a mentira.

A MESMA HISTÓRIA DE SEMPRE

Se você pensar nas palavras dessa carta, veráque não são diferentes das mentiras nas

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quais Eva acreditou enquanto estava noÉden. “Deus está omitindo informações... Euseria feliz se... Vou passar a controlar estasituação... Danem-se as consequências. Qu-alquer coisa será melhor que isso”.

Quando ouço histórias de mulheres sub-jugadas pelo desânimo e desespero, sinto umaperto no coração. Não foi isso que Deustinha em mente quando enviou seu Filho, Je-sus Cristo, ao mundo para morrer na cruz doCalvário, sair daquele túmulo escuro e deixaro alto do monte para subir ao céu. Não foiisso que Deus planejou para sua noivaquando deu a ela o dom e o poder do EspíritoSanto. Não. Jesus disse: “Eu vim para quetenham vida, e a tenham plenamente” (Jo10.10). O que aconteceu, então, para impediro fluxo de vida plena no coração de homens emulheres? Por que nossa vida não é vitori-osa? Onde está a água viva? Creio que o fluxofoi interrompido porque estamos acredit-ando nas mentiras, não na verdade.

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Robert McGee, autor de Search for Signi-ficance [A busca pela relevância], escreveu:

Um dos maiores passos que podemos darpara glorificar a Cristo e andar em paz ealegria com nosso Pai celestial é reconhecer afalácia que nos tem aprisionado. As mentirasde Satanás distorcem nossa visão verdadeira,deformam nossos pensamentos e produzememoções dolorosas. Se não conseguirmosidentificar essas mentiras, é bem provávelque continuaremos a ser derrotados porelas.[1]

O texto de João 10.10 revela não só a in-tenção de Jesus para que tenhamos vidaplena, mas também a intenção do inimigo deimpedi-la: “O ladrão vem apenas pararoubar, matar e destruir; eu vim para quetenham vida, e a tenham plenamente”. Jáconhecemos a verdadeira identidade do in-imigo, e ele está fazendo o possível para im-pedir que os cristãos tenham vida em plenit-ude. Seu objetivo maior é destruir-nos

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completamente, e seu modus operandi sebaseia em mentiras.

A Bíblia diz: “... pois não ignoramos assuas [de Satanás] intenções” (2Co 2.11).“Vistam toda a armadura de Deus, parapoderem ficar firmes contra as ciladas do Di-abo” (Ef 6.11). As intenções e ciladas do Ma-ligno incluem o plano gradual e progressivode uma mentira atrás da outra. Ele começadevagar e vai abrindo caminho para heresiascada vez mais destrutivas e desastrosas. Paraimpedir essa progressão, precisamos seguir asugestão de Barney Fife no programa TheAndy Griffith Show: “Mate-a no nascedouro.Reconheça a mentira no momento em queela entrar em sua mente”.

E a única maneira de reconhecer amentira é conhecendo a verdade. Precisamosconhecer a verdade para que, quando surgiralgo que tente imitá-la, percebamos imedi-atamente que ali falta autenticidade.

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Quando uma pessoa está treinando paraser caixa de banco, ela aprende a identificarnotas falsas. No entanto, os instrutores nãoensinam a identificar o dinheiro falso. Aocontrário, ensinam a identificar o dinheiroverdadeiro. Eles analisam as marcas e ascores e usam o tato para que, quando apare-cer uma nota falsa, o caixa saiba identificá-la. D. L. Moody disse certa vez: “A melhormaneira de provar que uma vareta está tortanão é discutindo a respeito dela nemgastando tempo em denunciá-la, mascolocando-a ao lado de uma vareta reta”.[2]

PENSAMENTO MALCHEIROSO

Martha também estava frustrada com seucasamento. Sonhara casar-se com um ca-valeiro vestido em uma armadura brilhante,o qual despejaria pétalas de flores em seutravesseiro, sentiria atração por sua beleza e,de tempos em tempos, lhe juraria amor eter-no. Sonhara ter três filhos amorosos,

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obedientes e bem-comportados, para vesti-los com roupas bonitas e vê-los desfilar nocorredor da igreja aos domingos. Teria umacasa sempre em ordem, um jardim bemcuidado, dois banheiros e um lavabo, e dec-oração perfeita. Ela seria uma dona de casafeliz que limparia alegremente o chão dalinda cozinha, trajando calça cáquimanequim 38, blusa chique folgada e cabeloscortados por um excelente profissional. Po-dia até visualizar o sr. Ideal piscando paraela no canto da sala, dando-lhe totalaprovação.

A vida, porém, não foi como Martha es-perava. O cavaleiro chegou, mas sua ar-madura começou a perder o brilho logo apóso “sim”. Ele deixava meias sujas no chão,tinha paixão pelo controle remoto da TV emal notava o esforço dela para manter a casalimpa e organizada.

“Com certeza esta vida não é a que eu es-perava”, ela pensou. “Estou cansada, e

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ninguém me valoriza. Romantismo, é issoque eu quero. Este homem não sabe o que éromantismo, mesmo que esteja a um palmodo nariz dele. Por que devo cuidar de minhaaparência? Ele não se preocupa com a dele.Veja aquela barriga. E ele ainda tem coragemde dizer que estou engordando? Ele aindanão viu nada. Cometi um erro enorme.Quero encontrar alguém que me ame e mevalorize. Será que estou pedindo muito? E ascrianças? Nunca fazem o que peço. Sãodesobedientes, falam alto e fazem bagunça.Não me lembro da última vez que vi o chãolimpo, e não gosto nada de limpá-lo. Apropósito, onde é que foi parar o sr. Ideal?”

O inimigo entrou sorrateiramente, semque Martha percebesse. As expectativasfrustradas tornaram-se solo fértil para odesenvolvimento das mentiras. Ele plantouas sementes do descontentamento, uma de-cepção por vez. Em vez de pensar em mel-horar o casamento, Martha começou a

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pensar em livrar-se dele. Em vez de curtir osfilhos, ela detestava a energia deles. Em vezde ser grata por ter um lar e uma famíliapara cuidar, ela reclamava da sujeira.

“Martha precisa entregar a vida a Jesus”,você diria. Ela a entregou. É cristã e, porisso, além das decepções com a vida, carregaum sentimento de culpa. “Sou uma péssimacristã”, ela pensa. “Se fosse uma boa cristã,seria feliz. O que há de errado comigo?”

A marca registrada do inimigo está im-pressa na mente dessa mulher. Ele a con-duziu pela estrada do pensamento malcheir-oso. Embora Martha imagine que essespensamentos sejam seus, é o inimigo quemfaz as sugestões. Ela simplesmente as aceitae apropria-se delas, transformando-as emsua versão da realidade — em sua versão daverdade. Mas essa não é a verdade de Deus.Quando conhecemos a verdade, as mentirasdestacam-se como um elefante de duas tone-ladas no meio de um rebanho de ovelhas.

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O MEDIDOR DA VERDADE

Em Filipenses 4.8-9 Paulo dá-nos um detect-or de mentiras eficiente para filtrar nossospensamentos.

Finalmente, irmãos, tudo o que for ver-dadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que forcorreto, tudo o que for puro, tudo o quefor amável, tudo o que for de boa fama, sehouver algo de excelente ou digno de louvor,pensem nessas coisas. Ponham em práticatudo o que vocês aprenderam, receberam,ouviram e viram em mim. E o Deus da pazestará com vocês.

Há muito que pensar a respeito dessas pa-lavras. Mas a boa notícia é que não estamos àderiva. Deus concedeu-nos o poder doEspírito Santo para capacitar-nos a fazertudo o que ele pede que façamos.

Paulo não apresenta apenas a lista dos re-quisitos; ele também apresenta os meiospara implementá-la. Tudo o que vocês

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aprenderam, receberam, ouviram e viram emmim ponham em prática!

Exige prática. Pratiquem, pratiquem,pratiquem!

E veja o resultado: “E o Deus da paz estarácom vocês”.

Neste livro, vamos nos concentrar apenasno primeiro mandamento: “tudo o que forverdadeiro”. Se algum pensamento começarpor “e se”, não será verdadeiro, porque setrata de uma preocupação com algo que nãoaconteceu. Não é a realidade. E se algumpensamento começar por “se ao menos”, nãoserá verdadeiro, porque lamenta algo queaconteceu — e não podemos fazer nadaquanto a isso. “Tão logo determinamos o queé verdadeiro e real”, escreve Elizabeth Ge-orge, “podemos agir de acordo com fatosconcretos e exatos, não de acordo comnossas sensações e fantasias”.[3] As emoçõessão poderosas. Mas, se quisermos andar emvitória e sobrepujar nossas sensações

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vacilantes, precisamos, antes de tudo, recon-hecer as mentiras e substituí-las pelaverdade.

Aqui está outra dica: se você não tem cer-teza se o pensamento procede de Deus ou doinimigo, acrescente “em nome de Jesus” nofinal da frase. Por exemplo: “Eu detestoaquela mulher, em nome de Jesus” ou “Nãoposso mais fazer isso, em nome de Jesus”.Hum. Alguma coisa não se encaixa, certo?

PRESTE ATENÇÃO

O despertador de meu marido toca às 5h30todos os dias úteis da semana. Ele sai dacama, barbeia-se, escova os dentes, veste-see coloca o molho de chaves no bolso. Limpa agarganta, assoa o nariz e... faz outros ruídostambém. Quando ele abre e fecha a porta deacesso à garagem, o alarme instalado noquarto emite três bipes, bem alto. Issoacontece todos os dias, e não ouço nada.Estou dormindo. Meu corpo está tão

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acostumado a essa rotina que não ouço nen-hum ruído.

Às vezes, acostumamo-nos tanto àsmentiras que não percebemos o ruído. Oalarme emite bipes, mas não damos atençãoao sinal de alerta. Nossos sentidos estãoamortecidos.

Periodicamente, Davi conversava consigomesmo. Em um dos salmos, ele escreveu:“Acorde, minha alma!” (Sl 57.8). A palavrahebraica traduzida por “acorde” também po-deria ser traduzida por “Preste atenção! Abraos olhos!”.

Acostumamo-nos tanto às mentiras quenão notamos a presença delas. Portanto, étempo de acordar. Preste atenção! Estejaalerta! Vigie! Não se deixe levar pelasmentiras sussurradas por Satanás sobrequem você é, o que tem e onde está. “Acorde,minha alma!”. Para vencer a guerra, precis-amos acordar para a batalha e ficar imunesàs mentiras.

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PREPARE-SE PARA DECOLAR

“Lá vamos nós de novo”, pensei enquanto acomissária de voo começava a dar suas in-struções rotineiras. Peguei o último exem-plar da revista de bordo enfiada no bolso doassento diante de mim e comecei a folheá-la.O homem à minha direita continuou a ler asmanchetes do jornal do dia. A mulher à es-querda estava prestando muita atençãoporque aquela era sua primeira viagem deavião.

Olhei ao redor e notei que poucas pessoasestavam atentas às instruções de salva-vidasda comissária de voo. De repente, eu me deiconta. Os viajantes frequentes prestavampouca atenção, não por grosseria, masporque já tinham ouvido. O som da voz dacomissária de voo misturava-se ao som dosmotores do avião, portanto decidimos nãoprestar atenção.

Creia, porém, que, se o piloto anunciasseno meio do voo que a aeronave estava

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prestes a sofrer um acidente, todos os pas-sageiros “acostumados a voar”, inclusive eu,revisaríamos os cartões com instruções desegurança antes que alguém dissesse: “Aper-tem os cintos”.

Amiga, logo mais entraremos em um as-sunto familiar a algumas pessoas. Vou revis-ar instruções de segurança que você já deveter ouvido. Mas, antes, quero que você leiaessas verdades na Bíblia, como se estivessecorrendo o risco de sofrer um acidente aéreo.Não sabemos quando a vida entrará em zonade turbulência. De nada adiantará procurarpelo colete salva-vidas e tentar alcançar amáscara de oxigênio durante a queda. Deve-mos estar preparadas para que, quando astempestades sobrevierem, quando osmotores falharem, quando a aeronave estiversem combustível, possamos aterrissar comsegurança.

Ao ligar o detector de mentiras em suamente, olhe objetivamente para qualquer

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pensamento e atitude que não estejam deacordo com os ensinamentos de Cristo.Quando reconhecemos e expomos a mentira,desarmamos seu poder destrutivo em nossavida. Nosso poder depende de nossa crençana verdade, e oro para que Deus lhe abra osolhos para o poder acessível a cada uma denós (cf. Ef 1.18-19).

Aperte o cinto. Vamos nos preparar paradecolar.

• Entenda a verdadeira identidadedo inimigo.

• Reconheça a mentira.

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4. Rejeite as mentiras

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Rejeite as mentiras

Pois, embora vivamos como homens, nãolutamos segundo os padrões humanos. Asarmas com as quais lutamos não são hu-manas; ao contrário, são poderosas emDeus para destruir fortalezas.

2Coríntios 10.3-4

Em 16 de julho de 1999, John F. KennedyJr., sua esposa, Carolyn Bessette-Kennedy, esua cunhada, Lauren Bessette, morreram naságuas do oceano Atlântico. John, pilotandoum avião monomotor, estava a poucos quilô-metros do destino quando algo terrívelaconteceu.

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O avião partiu de Nova Jersey à noite comdestino a Massachusetts, onde haveria umareunião de família. Enquanto atravessavauma faixa de pouco menos de cinquentaquilômetros sobre o mar para, em seguida,dar início aos procedimentos de pouso, oavião começou a fazer uma série de mano-bras erradas. A queda da aeronave variouentre aproximadamente 120 e 240 metrospor minuto, a cerca de 11 quilômetros dapraia. O avião fez uma série de guinadas,descidas e subidas. A queda final excedeu a1.400 metros por minuto, e o avião mergul-hou de bico no oceano. As águas engoliram aaeronave e os três passageiros a bordo.[1]

Outros pilotos que fizeram rotas semel-hantes na noite do acidente relataram que,em razão da neblina, não conseguiramenxergar o horizonte enquanto sobrevoavama água. Não se podia enxergar nada.

Um piloto explicou que John provavel-mente sofreu a síndrome do “buraco negro”.

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Os pilotos de aviões de motores menospossantes usam o horizonte como ponto dereferência. John, contudo, não foi capaz deenxergar o horizonte, e seus olhos não envi-aram ao cérebro nenhuma mensagem sobrea altura em que ele se encontrava. Nessasituação, se o avião rodar ou embicar ligeira-mente, o sensor interno do corpo faz o pilotoacreditar que está voando reto e na horizont-al. Se, por algum motivo, o piloto fizer outramanobra, a decisão que já era ruim se torn-ará pior.

John não estava pilotando com auxílio deinstrumentos; o voo era visual. Significa queele não havia sido treinado para usar cor-retamente o painel de instrumentos e apren-dera a voar usando apenas a visão. No mo-mento em que deixou de enxergar o hori-zonte, John desorientou-se, e sua mente per-deu o sentido de perspectiva e direção. Elesofreu aquilo que chamamos comumente devertigem, e a sequência do voo mostrou

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todas as evidências de “agitação mental econfusão angustiante”. Os instrumentos deJohn avisaram-lhe que as asas estavam in-clinadas (voando de lado), mas ele sentiu queestava voando em linha reta. Apesar de tertodos os instrumentos a bordo para umaaterrissagem segura, ele não soube usá-los.

Um piloto explicou a vertigem e a desori-entação de John desta maneira: “Este é oponto crucial da questão: as emoções do pi-loto abafaram o relato dos instrumentos devoo acerca da ligeira inclinação e do mer-gulho em alta velocidade e gritaram: ‘Essanão! Não pode ser. Estou voando em linhareta e na horizontal. Sei disso!’”.[2]

Um piloto experiente em voos por instru-mento sabe que não pode confiar na própriaintuição e tem capacidade para readquirir ocontrole do avião apenas por meio dosequipamentos. Os instrutores dão a essa ca-pacidade o nome de “recuperação de atitudesincomuns”. “A verdadeira capacidade para

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voar por instrumentos depende inteiramentede saber ler os instrumentos, não de seus in-stintos. A recuperação de ‘atitudes incomuns’consiste em uma convicção essencial: vocênão pode confiar em seus instintos como pa-lavra final sobre o que o avião está fazendo.Sua mente é seu patrão. Os instrumentos sãosua janela da realidade, e você precisa deses-peradamente entender os dados que elestransmitem”.[3]

Amiga, espero que você esteja me acom-panhando. Não estou falando de pilotaraviões; estou falando das manobras ao longoda vida. John tinha tudo de que necessitavapara fazer um pouso seguro: o painel de in-strumentos diante dele. Mas não sabia usá-los. Ele preferiu confiar em seus instintos aconfiar nos fatos. Seus instintos mentiram, eele e as duas passageiras morreram.

Temos a oportunidade de aprender a voarcom visibilidade limitada através das tem-pestades da vida. Somos capazes de

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atravessar com segurança a turbulência ines-perada e os problemas de relacionamento.Deus entregou-nos as ferramentas para quenão percamos o rumo nem mergulhemos decauda ou de bico na água. A Palavra de Deusé a Verdade que nos guia através do densonevoeiro quando não conseguimos avistar ohorizonte. A Palavra divina é o painel de con-trole. Se, no entanto, confiarmos nospróprios instintos, não saberemos se es-tamos voando baixo ou alto.

O ESCUDO DA FÉ

Estamos no meio de uma batalha espiritualpor nossa mente. E, apesar de pensarmosque a fonte dos problemas de nossa vida sãoas pessoas ou circunstâncias difíceis, Pauloexorta-nos a deixar de lado o óbvio e a olharpara a raiz do problema. “Pois nossa luta nãoé contra seres humanos”, ele diz, “mas contraos poderes e autoridades, contra os domin-adores deste mundo de trevas, contra as

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forças espirituais do mal nas regiões celesti-ais” (Ef 6.12). Enquanto pensamos que nossoadversário é um mero ser mortal, o inimigoestá rindo à toa. Mas já conhecemos a ver-dadeira identidade do inimigo. Certo?

A batalha espiritual é descrita como“luta”. Significa literalmente “luta romana”ou combate “corpo a corpo”.[4] Em outraspartes do Novo Testamento, Paulo refere-seà batalha espiritual que enfrentamos no dia adia. Ele disse a Timóteo: “Combata o bomcombate da fé” (1Tm 6.12). E disse acerca desi próprio: “Combati o bom combate, ter-minei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4.7).Paulo incentiva Timóteo a suportar as di-ficuldades “como bom soldado de Cristo Je-sus” (2Tm 2.3).

Sim, Jesus venceu a batalha contra opecado e a morte quando morreu na cruz eressuscitou. Satanás foi derrotado. No ent-anto, enquanto vivermos neste mundo e napresença do pecado, continuaremos a lutar

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contra o poder do pecado e contra as mentir-as que nos aprisionam.

Não há nada a temer nessa guerra. Deusconcedeu-nos armadura suficiente para com-bater as ciladas do inimigo. Temos o poderdo Espírito Santo operando em nós, o poderdo sangue de Jesus derramado sobre nós e opoder da Palavra de Deus sob nossos pés.Verifiquemos, então, a armadura que Paulonos instrui a usar na batalha pela verdade:

Por isso, vistam toda a armadura de Deus,para que possam resistir no dia mau e per-manecer inabaláveis, depois de terem feitotudo. Assim, mantenham-se firmes,cingindo-se com o cinto da verdade, vestindoa couraça da justiça e tendo os pés calçadoscom a prontidão do evangelho da paz. Alémdisso, usem o escudo da fé, com o qual vocêspoderão apagar todas as setas inflamadas doMaligno. Usem o capacete da salvação e a es-pada do Espírito, que é a palavra de Deus.

Efésios 6.13-17

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Apesar de Paulo ter dito que devemos ve-stir toda a armadura de Deus, foi o escudoda fé que me chamou a atenção no texto. Ocinto, a couraça da justiça e os calçados nospés desgastavam-se continuamente nabatalha, mas o capacete, a espada e o escudodesgastavam-se somente quando a lutacomeçava. Quando fala do escudo, Paulo estádescrevendo uma grande proteção corporalromana coberta de couro, que podia ser mer-gulhada na água e usada para apagar setasinflamadas.[5] Enquanto Satanás disparasuas mentiras inflamadas, usamos o escudoda fé (que, conforme sabemos, é a verdade)para obstruir a entrada das mentiras eapagar as chamas.

E precisamos obstruí-las imediatamente.Por exemplo, Satanás sussurra estepensamento dentro de mim: “Sou uma idi-ota”. Tão logo o pensamento bate à porta deminha mente, posso tomar uma destas atit-udes: acreditar na mentira ou rejeitá-la,

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dizendo: “Não é verdade. É uma mentira doinimigo. Cometi um erro, mas tenho a mentede Cristo”.

Não podemos agir de maneira diferenteda que acreditamos. Por isso, é muito im-portante rejeitar a mentira imediatamente.

Há certos jingles na TV que enfurecemmeu marido. Tão logo a primeira cena docomercial aparece, ele aperta o botão “mute”.E, embora eu zombe dele dizendo que temfobia de comerciais, sabe o que acontececomigo? Aquela musiquinha maçante fica naminha cabeça pelo resto da noite. Ele faz ocerto: tira o som, esquece, não permite queentre em sua cabeça.

O ladrão vem para roubar, matar e destru-ir, e ele põe um pensamento por vez emnossa cabeça. Esses pensamentos não sãoseus, e só se tornarão seus quando você per-mitir que atravessem a porta de sua mente.Assim que você aceitar a mentira e começar adizê-la a si mesma, ela começará a produzir

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efeitos maléficos. Deus disse a Caim: “Saibaque o pecado o ameaça à porta; ele desejaconquistá-lo, mas não deve dominá-lo” (Gn4.7).

Adoro a oração de Davi em Salmos119.29-30: “Desvia-me dos caminhos en-ganosos [...] decidi seguir as tuas orde-nanças”. Talvez “desvia-me dos caminhosenganosos” seja uma oração maravilhosapara iniciarmos o dia, e “decidi seguir as tuasordenanças” seja uma forma perfeita de ter-minar o dia.

A NATUREZA DA FÉ

E o que é fé? Hebreus 11.1 oferece-nos umadefinição maravilhosa: “Ora, a fé é a certezadaquilo que esperamos e a prova das coisasque não vemos”. Outra tradução apresentauma explicação mais detalhada: “Ora, fé é agarantia (a confirmação, a documentação)das coisas que [nós] esperamos, a prova dascoisas que [nós] não vemos e a convicção

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dessa realidade [fé entendida como fato realque não é revelado aos sentidos]” (AMP,tradução livre). É essa confiança em Deusque capacita os cristãos a enfrentar tudoaquilo que o futuro lhes reserva. Eles sabemque podem confiar em Deus. Usar o escudoda fé é usar aquilo que você sabe que é ver-dadeiro porque está na Palavra de Deus.

Fé é simplesmente isto: crer em Deus. Éagir sabendo que Deus diz a verdade. “Abrãocreu no Senhor, e isso lhe foi creditado comojustiça” (Gn 15.6). Ele acreditou nas promes-sas de Deus sem levar em conta o que asemoções lhe diziam. Estou certa de que, àmedida que os anos passaram e Abraão foienvelhecendo, Satanás tentou fazê-lo duvid-ar da promessa de Deus de que ele seria o paide muitas nações. No entanto, Abraão usou oescudo da fé, apagou as setas da dúvida econtinuou a crer.

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A FIRMEZA DA FÉ

Observe as admoestações que Paulo nos fazem Efésios 6 acerca da firmeza da fé: “Porisso, vistam toda a armadura de Deus, paraque possam resistir no dia mau e permane-cer inabaláveis, depois de terem feito tudo.Assim, mantenham-se firmes...”. Ninguémpode fazer isso por nós. Temos de estar apoi-adas nos dois pés, resistir ao inimigo ebasear-nos na Palavra da Verdade.

Por ter nascido na Carolina do Norte, ad-oro os antigos programas de TV em preto ebranco de Andy Griffith.[6] Em um episódio,o vizinho valentão está apoquentando Opie.O tal loiro recém-chegado à comunidadezomba e ri de Opie até fazê-lo sentir-se comose fosse um completo perdedor diante doscolegas com quem gostava de estar. Depoisde descobrir o que está perturbando seufilho, Andy, o pai sábio, lhe dá uma aulasobre como enfrentar valentões. No diaseguinte, quando o valentão ameaça Opie, o

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rapaz sardento e franzino encara seuoponente e recusa-se a sucumbir diante desuas ameaças.

— Você quer briga? — o valentão provoca.Opie não diz nada; apenas prepara-se

para o ataque.Olhe, se você conseguir pegar esta pedra

que coloquei no meu ombro, eu vou....Opie pega a pedra no ombro do valentão

antes que ele tenha tempo de terminar asentença.

— Ah, muito bem. Então entre neste cír-culo — o valentão continua a falar enquantotraça um círculo no chão ao redor de simesmo.

Opie entra no círculo.De repente, o valentão começa a ficar

nervoso.— Você tem sorte, porque hoje eu não es-

tou a fim de brigar — ele diz, afastando-se.Opie não precisou dar o primeiro soco. Só

precisou ficar firme no lugar, e o inimigo

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afastou-se. Os valentões não gostam quandoalguém os enfrenta. Jamais gostaram. Ja-mais gostarão.

O Senhor disse estas palavras por inter-médio do profeta Isaías: “Se vocês não ficar-em firmes na fé, com certeza não resistirão!”(Is 7.9). Conforme diz o hino Firmeza, doCantor cristão: “A minha fé e o meu amorestão firmados no Senhor, estão firmados noSenhor”.

“Ora, é Deus que faz que nós e vocês per-maneçamos firmes em Cristo”, Paulo escre-veu. “Ele nos ungiu, nos selou como sua pro-priedade e pôs o seu Espírito em nossos cor-ações como garantia do que está por vir”(1Co 1.21-22). E Davi disse:

Ele me tirou de um poço de destruição,de um atoleiro de lama;pôs os meus pés sobre uma rochae firmou-me num local seguro.

Salmos 40.2

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Talvez você esteja fugindo do inimigo hámuito tempo. Ele late, mas não morde. É umleão covarde e sem dentes. Siga em frente.Permaneça firme.

O PODER DA FÉ

Assim como escreveu à igreja em Éfeso a re-speito da guerra espiritual que enfrentamosno dia a dia, Paulo também escreveu à igrejaem Corinto:

Pois, embora vivamos como homens, nãolutamos segundo os padrões humanos. Asarmas com as quais lutamos não são human-as; ao contrário, são poderosas em Deus paradestruir fortalezas. Destruímos argumentos etoda pretensão que se levanta contra o con-hecimento de Deus, e levamos cativo todopensamento, para torná-lo obediente aCristo.

2Coríntios 10.3-5

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Qual o significado exato de fortaleza?Fortaleza é um modo constante de pensarque forma uma muralha ao redor da mente,mantendo-a prisioneira de pensamentosfalsos. É formada tijolo por tijolo por meiode ideias falsas e repetitivas, ou de uma sóvez, mediante um evento traumático, comoestupro, violência ou abuso sexual.

No Antigo Testamento, fortaleza era umafortificação usada para o povo proteger-se doinimigo. Davi abrigou-se nas fortalezas dodeserto quando precisou esconder-se do reiSaul, que estava tentando matá-lo (cf. 1Sm22.4; 23.14). Essas fortalezas eram, em geral,cavernas na encosta de uma montanha ououtro tipo de esconderijo difícil de seratacado. No Antigo Testamento, Deus é cha-mado de nossa fortaleza: “Sim, tu és a minharocha e a minha fortaleza” (Sl 31.3).

Os autores do Novo Testamento usaram amesma metáfora de fortaleza para descrevera torre espiritual de escravidão, não de

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proteção, em que nos colocamos quandodesenvolvemos pensamentos e ideias con-stantes que nos aprisionam. Beth Mooredescreve a fortaleza desta maneira: “Qu-alquer coisa a que nos agarramos e que, nofinal, nos aprisiona”. É alguma coisa que selevanta contra o conhecimento de Deus. Afortaleza não nos protege; protege o inimigoque está manipulando nossos pensamentos esugerindo nossas ações.

A única maneira de expor o inimigo ederrotá-lo é destruindo a fortaleza, o redutoonde ele se esconde. Um hábito nocivo passaa ser a habitação do adversário, a fortalezaque ele encontra em nossa vida. Tão logo vo-cê reconhecer uma mentira em sua mente —talvez algo que tenha dominado sua imagin-ação e provocado pensamentos nocivos,como inveja, preocupação, medo ou raiva —,rejeite-a e substitua-a pela verdade. Todas asvezes que rejeitar uma mentira, você der-rubará um tijolo a mais da fortaleza do

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inimigo, e, em breve, ficará evidente quãomentiroso e enganador ele é.

Não quero dar a impressão de que se tratade um processo fácil. Algumas de nós nossentimos tão confortáveis com nossasfortalezas que não percebemos sequer queelas existem. Foi o que aconteceu comigo.Durante muitos anos eu me considerei salva,mas vivia aprisionada. Arrastava a correnteda inferioridade, da insegurança e incom-petência por todos os lugares aonde ia, e meacostumei a andar mancando. Não notavanada. Habituei-me à minha fraqueza e serviauma xícara de chá a Satanás todas as vezesem que me escondia atrás do muro que eleme ajudara a construir. Mas, louvado sejaDeus, Jesus abriu-me os olhos para a ver-dade e tirou-me da masmorra que passara aser minha cela de prisão. Minha santa eufor-ia me impedia de ver o que Deus havia feito.

Vamos voltar ao assunto da dificuldadeem destruir fortalezas. É simples, mas não é

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fácil. Paulo usou palavras como lutar, resi-stir e destruir. A boa notícia é que não somosdemolidoras solitárias. O Espírito Santo nosdá o poder, Jesus nos dá a luz, e Deus super-visiona o projeto como um todo. Nóssimplesmente concordamos em participar,por meio da obediência.

Quando falamos de fortalezas, não es-tamos falando de ideias fortuitas ou pecadosocasionais. Fortaleza é um constante modode pensar ou um pecado habitual. Ela é con-struída com os tijolos dos pensamentos esedimentada pela argamassa das emoções.As fortalezas passam a ser nossa percepçãoda realidade.

Em meu caso, a substituição das mentirasdestrutivas pela verdade de Deus arruinou afortaleza da incompetência que levava a umciclo negativo de desânimo, desespero ederrota. Quando rejeitamos a mentira, der-rubamos aquelas fortalezas e, com o passar

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do tempo, até mesmo as ruínas sãoremovidas.

Além de destruir as fortalezas, deitamosfora os argumentos e toda pretensão que selevanta contra o conhecimento de Deus.“Pensamentos, ideias, especulações, ex-plicações, filosofias e falsas religiões sãocastelos ideológicos nos quais as pessoasformam uma barricada para entrincheirar-sede Deus e do evangelho”, diz John MacAr-thur.[7] Paulo lutou bravamente contra osfalsos profetas ou contra quem se atrevesse aincluir qualquer coisa na mensagem pura doevangelho ou dela excluir algo.

Da mesma forma que o cãozinho deDorothy, Totó, desmascarou o grande magoem O mágico de Oz, quando entendemos averdadeira identidade do inimigo, recon-hecemos a mentira e fechamos a cortina pararejeitá-la, encontramos um velho impostorfracassado, que recorre a artifícios

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enganadores — manobras, sinos e apitos —para manter seus súditos tremendo de medo.

Gosto muito da cena em que Dorothy olhapara o “grande mágico” e diz: “Você nãopassa de um velho”. Ele foi desmascaradopor uma garota camponesa e seu cãozinho.

A Bíblia na versão New American Stand-ard diz que estamos “destruindo especu-lações e toda arrogância que se levanta con-tra o conhecimento de Deus” [traduçãolivre]. Essas palavras parecem ameaçadorase grandiosas: especulações... arrogância.Especulação poderia ser algo tão simplescomo cair na armadilha da preocupaçãoquanto ao futuro. “E se meu marido perder oemprego? E se meu filho ficar doente e mor-rer? E se eu contrair câncer? E se meus filhosnão seguirem Cristo quando adultos? E semeu marido me abandonar? E se, e se, ese...”

A preocupação não passa de especulaçãoquanto ao futuro e nos rouba a alegria no

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presente. Ocorre sempre que pensamos noque não é verdadeiro. Esses pensamentosprecisam ser levados cativos à obediência aCristo. Rejeite as mentiras. Use o escudo dafé. Permaneça firme na verdade.

IDEIAS INCHADAS

Ada havia ido ao consultório dentário demeu marido para fazer uma obturação rot-ineira, por isso ele ficou surpreso quando elalhe telefonou naquela mesma noite dizendoestar com o rosto inchado e uma dor terrível.

— Dr. Jaynes — ela queixou-se — quasenão consigo manter a cabeça ereta. Estoucom o rosto inchado, não posso abrir a boca,e a dor está muito forte.

— Lamento muito que você esteja pas-sando por este problema, Ada — Steve disse.— Não posso imaginar qual seja a causa. Voureceitar-lhe um analgésico e quero que vá ameu consultório amanhã no primeirohorário.

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No dia seguinte, enquanto eu trabalhavacomo assistente de Steve, fiquei surpresa aover a aparência de Ada quando ela entrou noconsultório. Seus olhos estavam meio fecha-dos, ela mal conseguia andar, e o lado direitodo rosto parecia bem inchado. Ada sentou-selentamente na cadeira, como se cada movi-mento lhe custasse grande esforço. Ela tevegrande dificuldade de abrir a boca para queSteve pudesse ver qual era o problema. Fin-almente conseguiu abrir um pouco a boca.Steve levantou o lábio de Ada com muitocuidado e deu um largo sorriso. Ele pegouum instrumento e retirou um rolo de algodãopreso entre a bochecha e o dente.

Os olhos de Ada arregalaram-se, e ela en-direitou o corpo na cadeira:

— O que você fez? — perguntou, semdemonstrar nenhum indício de dor. Ela es-tava milagrosamente curada.

Steve riu e levantou o pequeno pedaço dealgodão:

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— Aqui está o motivo de tanta “dor”.A reação de Ada foi de terrível

constrangimento.Steve e eu relembramos a cena do dia an-

terior. Antes de fazer a obturação, ele colo-cou um pequeno rolo de algodão entre abochecha e o dente de Ada para manter olocal seco. Eu havia trabalhado com elenaquele dia e me esqueci de retirar o algodãodepois que o dente foi obturado. Quando oefeito da anestesia terminou, Ada passou amão no rosto e sentiu que estava inchado. Nodecorrer da noite, sua imaginação começou acorrer solta até deixá-la naquela situação ter-rível, em que mal conseguia se movimentar.A própria Ada gerou aquela dor. Nossa pa-ciente não olhou o interior de sua boca nen-huma vez sequer. Se tivesse feito isso, teriavisto o pequeno rolo branco de algodão.[8]

Este é o poder de nossa imaginação e dospensamentos falsos. Convencemo-nos aacreditar em uma mentira a ponto de

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permitir que ela exerça influência em nossasações, emoções e até mesmo em nossa saúde.Mas, após um exame minucioso, recon-hecemos a mentira e permanecemos firmesna verdade.

Finalmente, Paulo escreve que “levamoscativo todo pensamento, para torná-lo obedi-ente a Cristo”. Da mesma forma que o poli-cial persegue e prende um criminoso fugit-ivo, podemos prender esses pensamentos es-quivos e encarcerá-los para sempre. Sim,Satanás tentará pagar fiança e libertá-los.Mas temos poder e autoridade para trancá-los e jogar a chave fora.

REJEITANDO A MENTIRA

Rosa permaneceu na fila por quase uma horaà espera de que todos saíssem. Ela era umabela mulher latina e havia assistido à minhapalestra na Cidade do México. Com a ajudade uma intérprete, Rosa abriu o coração paramim. Casou-se com 20 e poucos anos e tinha

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dois filhos pequenos. O marido não gostouquando ela descobriu que estava grávida doterceiro filho. “Você não pode ter outro be-bê”, ele disse. “Se não fizer um aborto, vouabandoná-la.”

Rosa ficou arrasada. Da mesma forma queo marido, ela não queria aquele bebê. Com ocasamento prestes a desmoronar e as fin-anças em condições precárias, ela estava ex-austa tentando dar conta de dois filhospequenos. No entanto, suas convicções reli-giosas lhe diziam que o aborto era pecado. Omedo de viver sem o apoio do marido levouRosa a uma clínica de abortos. Porém, antesdo início do procedimento, ela mudou deideia e saiu correndo do edifício.

“Não fiz o aborto”, Rosa disse com lágrim-as nos olhos, “mas tive a intenção. Minhafilha tem hoje 21 anos e é a alegria de minhavida. Ela me trata melhor que meus outrosfilhos. Mas carrego essa culpa comigo

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durante todos esses anos. Como pude pensarem abortá-la? Que tipo de pessoa eu sou?”.

Rosa irrompeu em soluços enquanto eu ea intérprete tentávamos consolá-la. Elapedira perdão a Deus e acreditava sincera-mente que ele a perdoara. Mas não con-seguia perdoar a si mesma. Ao longo de vintee um anos, Satanás sussurrou uma mentirano coração dela: “Esta é a filha que você nãoqueria. Esta é a criança que você quasematou. Que tipo de pessoa você é?”.

Rosa acreditou na mentira, mas, naqueledia de julho de 2007, ela usou o escudo da fée apagou as setas inflamadas.

— Rosa, você crê que Deus a perdoou?— Creio.— Rosa, você crê que a obra que Jesus fez

na cruz por você foi suficiente para redimirseus pecados?

— Creio.— Você crê em 1João 1.9, que diz que, se

você confessar seus pecados, Deus é fiel e

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justo para perdoar todos os seus pecados epurificá-la de toda injustiça?

— Creio.— Irmã, você está perdoada. O inimigo es-

tá mentindo para você e sussurrando palav-ras de vergonha e condenação. Ele é o acus-ador, mas você já teve o coração carimbadopor Deus com a palavra “inocente”. Jesusveio para libertá-la. Não aceite mais asalgemas de culpa e condenação que Satanáscolocou em seus punhos.

Rosa decidiu rejeitar a mentira. Usou oescudo da fé naquele dia... e no outro... e nooutro... e no outro. C. S. Lewis escreveu: “Te-mos de começar a confiar em Deus todos osdias como se nada ainda houvesse sidofeito”.[9] Rosa descobriu que, para ser livre,é preciso conhecer a verdade.

A PAZ DA VERDADE

Iniciamos este capítulo dentro de um avião, eagora vou levá-la a outra viagem — não

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através do céu, mas no perigoso rio Amazo-nas, cheio de serpentes.

Steve e eu sentamo-nos ansiosamente emnossos lugares. Eu me perguntei se seriacapaz de suportar a aventura, principal-mente por conhecer minha tendência a in-disposição durante viagens. Mas decidimosir em frente.

O guia afivelou todos os passageiros den-tro de pequenos barcos e deu as últimas in-struções. Evidentemente, havia coletes salva-vidas, mas de que adiantariam naquela cor-renteza que ameaçava sugar-nos para de-baixo da superfície?

A tripulação subiu a bordo e deu início àviagem pelo misterioso Amazonas. As águascalmas que corriam sinuosamentecomeçaram a transformar-se em uma cor-renteza violenta, formando muralhas de es-puma. Mergulhando na água e voando peloar, o barco conseguiu atravessar a primeiraetapa da corredeira. Meu corpo relaxou,

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agradecido por termos conseguido fazer atravessia. Várias vezes durante a viagem acalmaria transformou-se em caos, e os pas-sageiros precisaram equilibrar-se para queos barcos não afundassem. Nessas ocasiões,fechei os olhos e esperei que a turbulênciapassasse.

Quando, finalmente, chegamos ao fim daviagem, peguei o saco de pipocas e saí docinema.

Não, eu não estava no rio Amazonas, am-arrada em um pequeno barco. Estava sen-tada confortavelmente na cadeira macia deuma sala Imax de cinema, assistindo a umdocumentário sobre o rio Amazonas. Na telade mais de 600 metros quadrados, as im-agens imensas punham o espectador nocentro da ação, e o som envolvente dava ailusão de que participávamos da aventura.Não era real.

Sim, senti um pouco de náusea durante ascenas movimentadas da descida do rio,

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exibidas naquela tela gigante, mas não corrinenhum perigo. Embora os produtores e en-genheiros tivessem tentado fazer o melhorpara criar uma experiência realista, eu sabiaque não era verdade. Era um filme. Eu sairiadali ilesa.

Essa é a paz de andar (ou, neste caso, sen-tar) na verdade.

• Entenda a verdadeira identidadedo inimigo.

• Reconheça a mentira.• Rejeite a mentira.

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5. Substitua as mentiras pela verdade

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Substitua as mentiras pelaverdade

Finalmente, irmãos, tudo o que for ver-dadeiro, [...] pensem nessas coisas.

Filipenses 4.8

Lena sofreu violência emocional e verbal desua mãe por quinze anos. Todos os dias,ouvia que era idiota, inútil, fracassada. Amãe dizia que ela era feia, gorda e indigna.“Nenhum homem vai querer você”, ela cos-tumava dizer.

Lena cresceu com medo das mulheres eodiando a si mesma. “Por que não posso serdiferente?”, ela se perguntava. Acreditava na

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opinião da mãe e sentia-se derrotada. Lenaprocurava chamar a atenção de qualquerforma e, ao chegar aos 23 anos, já havia feitotrês abortos. A culpa e a vergonha aument-aram a sensação de inutilidade.

Porém, quando Lena estava com 24 anos,um fato surpreendente lhe aconteceu. Elaaceitou Jesus como seu Senhor e Salvador etornou-se nova criação. Sabia que Deus aperdoara completamente no momento emque pedira perdão. No entanto, Satanás con-tinuou a lembrá-la dos terríveis erros do pas-sado. “Como fui capaz de matar meus filhos?O que minhas amigas pensariam se conhe-cessem a verdade? Ninguém pode saber demeu passado. Algumas coisas são simples-mente imperdoáveis aos olhos humanos.”

Lena conheceu um maravilhoso homemcristão e casou-se com ele. Começaram umavida ministerial quando ele passou a pastore-ar uma igreja em uma pequena comunidade.Deus abençoou-os com três filhos

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encantadores, mas a vergonha do passadopersistia.

“Eu me sentia indigna do amor de meumarido”, ela disse. “Imaginava não estar à al-tura de ser sua esposa. Nunca lhe disse nadasobre meu passado. Era um segredo pesadoque eu carregava.”

Lena compareceu a um retiro para mul-heres e comprou um de meus livros, Cica-trizes — encontrando paz e propósito nasfendas do seu passado. Pela primeira vez, elacomeçou a curar as feridas que a mãe infli-gira a seu coração de menina. Entendeu queera Satanás quem continuava a atormentá-lacom aquelas mentiras, fazendo-a sentir queeram verdades. De repente, ela tomou umaatitude que deixou o inimigo furioso. Per-doou a mãe. Embora a mãe já estivessemorta, Lena perdoou-a como se ela estivessepresente naquele dia.

Lena imaginou Jesus apagando todos osseus erros, principalmente aqueles que a

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mãe escrevera maldosamente no quadro-negro de sua mente. “Está tudo acabado”, eladisse. “Estou livre.”

Havia, porém, mais uma etapa a ser ven-cida para a libertação de Lena. Ela não seriatotalmente livre enquanto mantivesse o pas-sado em segredo.

Orei o dia inteiro e a noite inteira para tercoragem de falar dos três abortos ao meumarido. Ninguém, a não ser eu, sabiadaqueles abortos. Precisava contar o segredoao meu esposo, para que Satanás não maisusasse aquelas histórias contra mim.

Finalmente contei a verdade ao meu mar-ido. Mas ele não reagiu da maneira que euimaginara. Abraçou-me e chorou. “Não possoacreditar que você tenha guardado esse se-gredo por tanto tempo”, ele disse. A reaçãodele me deixou atônita.

Não sinto mais vergonha. Sou pura.Não sou mais feia. Sou bonita.Não sou mais mal-amada. Sou muito

amada.

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Lena reconheceu as mentiras, rejeitou-ase as substituiu pela verdade. Agora, ela andana fé como filha de Deus, escolhida e muitoamada por ele.

APRENDENDO COM O MELHOR EXEMPLO

No capítulo 2 vimos como Eva perdeu abatalha travada com o inimigo no Éden.Agora vamos ver como Jesus venceu abatalha com o mesmo inimigo no deserto.Tudo começou com o batismo de Jesus.

“Arrependam-se e sejam batizados!”, oprofeta gritou ao grupo reunido à beira dorio Jordão. O povo de toda a Jerusalém e daJudeia viera para ouvir aquele homem cha-mado João pregar a respeito do perdão e doarrependimento de pecados. Todos queriamsaber se ele era o Messias, mas Joãoassegurou-lhes que não era. “Eu os batizocom água. Mas virá alguém mais poderosodo que eu, tanto que não sou digno nem de

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desamarrar as correias das suas sandálias”(Lc 3.16).

Um dia, ao ver Jesus sair do meio da mul-tidão, João abriu os braços e proclamou:“Vejam! É o Cordeiro de Deus que tira opecado do mundo!”.

Jesus apresentou-se para ser batizado.Quando Cristo emergiu da água, o céu se ab-riu, e Deus falou: “Tu és o meu Filho amado;em ti me agrado” (Lc 3.22).

Foi um dia marcante no calendário doreino, a data em que o ponto alto do incrívelplano redentor de Deus foi posto em ação. Eonde Jesus estava em sua primeira missão?No deserto, frente a frente com seu ad-versário — o inimigo que veio para destruir.

Jesus ficou sem comer e sem beber dur-ante quarenta dias e quarenta noites e foitentado pelo Maligno no deserto (Mt 4.1-11).

— Se és o Filho de Deus, manda que estaspedras se transformem em pães — Satanásdisse.

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Jesus pegou a espada do Espírito, a Palav-ra de Deus, e cravou-a na mentira deSatanás:

— Está escrito: “Nem só de pão viverá ohomem, mas de toda palavra que procede daboca de Deus”.

Outra vez o inimigo o tentou, levando-o àparte mais alta do templo:

— Se és o Filho de Deus, joga-te daquipara baixo. Pois está escrito: “Ele dará or-dens a seus anjos a seu respeito, para oguardarem; com as mãos eles o segurarão,para que você não tropece em algumapedra”.

De novo, Jesus revidou com a verdade:— Dito está: “Não ponha à prova o Sen-

hor, o seu Deus”.Insistente, o Diabo levou Jesus a um lugar

alto e mostrou-lhe todos os reinos domundo:

— Eu te darei toda a autoridade sobre elese todo o seu esplendor, porque me foram

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dados e posso dá-los a quem eu quiser.Então, se me adorares, tudo será teu.

Mais uma vez Jesus empunhou a espada ebradou:

— Retire-se, Satanás! Pois está escrito:“Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele presteculto”.

Derrotado, Satanás encolheu-se e saiufurtivamente... para aguardar uma ocasiãooportuna (cf. Lc 4.13). Sim, ele deixou Jesusem paz naquele dia, mas declarou: “Vou vol-tar”. E voltou.

Jesus venceu a batalha no deserto porquepermaneceu firme na verdade.

Ah, querida, que tolice pensar que nojardim de nossa vida estará livre de prob-lemas. Não são as circunstâncias que de-terminam uma vida de alegria e vitória. Je-sus foi vitorioso no deserto. Eva foiderrotada no conforto e na tranquilidade doÉden.

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ENTOANDO UM NOVO CÂNTICO

As mentiras tornam-se repetitivas em suamente, como uma canção que você não con-segue esquecer. E a melhor maneira de tiraressa música da cabeça é substituindo-a poroutra. O rei Davi escreveu: “[O Senhor] pôsum novo cântico na minha boca” (Sl 40.3).

Conforme vimos, há uma batalha con-tínua pela conquista de nossa mente, e é aíque a luta se torna mais acirrada. Já enten-demos a verdadeira identidade do inimigo,reconhecemos as mentiras e as rejeitamos.Agora, é tempo de pegar a espada, a Palavrade Deus, para abater o inimigo. Jesus nãoganhou a batalha tentando ser mais espertoque o adversário. Jesus ganhou a guerra em-punhando a verdade diante de seu oponente.Se deu certo para Jesus, dará certo para nós.

Uma das principais mensagens do evan-gelho de João é a verdade. É uma das palav-ras mais repetidas por Jesus e a registradamais vezes no evangelho de João: 41 vezes,

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de acordo com a NVI. Estes são algunsexemplos:

“Mas quem pratica a verdade vem para a luz,para que se veja claramente que as suasobras são realizadas por intermédio deDeus”.

João 3.21

Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a ver-dade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não serpor mim”.

João 14.6

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é averdade”.

João 17.17

Jesus iniciou grande parte de suas de-clarações com: “Eu lhes digo a verdade”. Porquê? A meu ver, Jesus estava tentando atrairnossa atenção, destacar seu argumento edizer-nos que ele é digno de confiança. Eledeseja que, além de crer nele, acreditemosem suas palavras.

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DESCOBRINDO A VERDADE

João inicia seu evangelho desta maneira:“No princípio era aquele que é a Palavra. Eleestava com Deus, e era Deus. Ele estava comDeus no princípio” (1.1-2). O vocábulo gregopara Palavra é logos e refere-se à total mani-festação de Deus revelada ao homem. É arevelação direta de Deus ao ser humano.

Há outro vocábulo grego traduzido por“palavra”, rhema. Logos é a Palavra de Deuscompleta enquanto rhema é uma passagemespecífica da Bíblia, despertada por Deus emnosso espírito. À medida que armazenamos ologos de Deus no coração, o Senhor abre-nosos olhos para compreendermos uma rhemapessoal. Isso pode ocorrer quando estamoslendo a Bíblia ou quando o Espírito Santonos traz à mente um versículo que jáhavíamos lido em outra ocasião.

Se houver duas pessoas lendo a mesmapassagem da Bíblia, uma delas poderá sentirque as palavras se referem a uma situação

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específica por ela enfrentada naquele mo-mento, enquanto outra continuará a leiturasem ter essa experiência. Isso ocorre fre-quentemente quando meu marido e eu lemosa Bíblia ou ouvimos um sermão juntos. Em-polgada, eu digo bem alto: “Você ouviu isso?”ou “Viu aquilo?”. Steve olha para mim e re-sponde calmamente: “Claro, querida”. Nessemomento sei que acabei de vivenciar umarhema de Deus exclusiva para mim. Em out-ras ocasiões, Steve pega um marcador detexto e, com um brilho nos olhos, destaca apassagem dirigida a ele. Deus age de modomuito pessoal e íntimo com cada um de seusfilhos e tem revelações específicas para todosos que se dedicam a estudar a Palavra dele.

Vamos voltar à carta de Paulo à igreja emÉfeso e nos concentrar na armadura deDeus, no capítulo 6. Já analisamos o escudoda fé e aprendemos a resistir às mentiras doinimigo e rejeitá-las. Agora, vamos pegar a

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espada do Espírito para afugentar de vez oadversário.

Paulo escreve: “Usem o capacete da sal-vação e a espada do Espírito, que é a palavrade Deus” (v. 17). Você sabe que vocábulogrego é usado para “palavra”? Rhema, umvocábulo específico que o Espírito Santo nostraz à lembrança. Mas lembre-se: para que oEspírito Santo traga uma rhema à nossamente, o logos precisa estar gravado nobanco de dados de nossa memória.

Você poderá ler a Bíblia (logos) e, mesmoassim, não sentir o poder de Deus em suavida. Jesus desafiou os líderes religiosos:“Vocês estudam cuidadosamente as Escritur-as, porque pensam que nelas vocês têm avida eterna. E são as Escrituras quetestemunham a meu respeito; contudo, vocêsnão querem vir a mim para terem vida” (Jo5.39-40). O Espírito Santo, que habita nocoração do cristão, faz a luz do conhecimento

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de Cristo brilhar nas palavras escritas etransforma-as em palavras rhema de Deus.

REPROGRAMANDO A MENTE

Deus criou o homem em três partes: corpo,alma e espírito. O corpo material é a parteque vemos e que abriga os cinco sentidos. Eledura pouco tempo e será transformado naressurreição. O espírito é o homem interior,que se comunica com Deus e vive eterna-mente. Essa é a parte que “nasce de novo”quando aceitamos Cristo.

A terceira parte do homem, a alma, formanossa personalidade. É também composta detrês partes: mente, vontade e emoções. Rece-bemos as informações na mente, agimos sobinfluência dessas informações com a vontadee reagimos com a emoção. O cérebro fazparte do corpo e é diferente da mente. Amente usa o cérebro da mesma forma queusamos o computador: para registrar,armazenar e buscar informações.

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Terminada a aula de anatomia espiritual,vejamos como isso se aplica à questão dedominar as mentiras que as mulheres con-tam a si mesmas.

Desde o dia em que nascemos fisicamenteaté o dia em que nascemos de novo espiritu-almente, desenvolvemos hábitos epensamentos que nos fazem desvincular deDeus as necessidades de proteção, segurançae importância que ele próprio nos deu. Essespensamentos são armazenados em nossamente, no disco rígido, e passam a ser o sis-tema operacional do qual as ações e emoçõesdependem para orientar-se. Os dados usadospelo computador procedem das mensagensque recebemos e são influenciados pelomodo como os interpretamos.

Quando nos tornamos nova criação emCristo, ninguém aperta a tecla “delete” paraapagar os antigos hábitos de pensar; ao con-trário, precisamos da ajuda de Deus para re-programar o computador, a mente. Paulo

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ensina: “Não se amoldem ao padrão destemundo, mas transformem-se pela renovaçãoda sua mente” (Rm 12.2). À medida quecomeçamos a reconhecer as mentiras,rejeitá-las e substituí-las pela verdade,temos a mente renovada para pensar demaneira bíblica e de acordo com a verdade.

Em meu quintal há um bebedouro preso àparede. Quase sempre ele fica cheio de folhase detritos. Como não posso retirá-lo daparede para jogar a sujeira no lixo, tive de in-ventar outra maneira de limpá-lo. Colocouma mangueira no bebedouro e encho-o comágua limpa até transbordar. Enquanto a águalimpa enche o recipiente, a sujeira é jogadafora. A água limpa provoca a saída da águasuja até que o líquido no interior dobebedouro volte a tornar-se cristalino.

É o que acontece quando enchemos amente com a verdade. Ela desloca e substituias mentiras.

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Quando começamos a substituir asmentiras pela verdade, a água pura da Palav-ra de Deus começa a deslocar a sujeira e alama em nossa mente. Eu gostaria de ter umaspirador capaz de sugar todos os velhoshábitos de pensar, para que fossem retiradoscom rapidez e facilidade. Mas, quase sempre,Deus usa a verdade para substituir a mentiraem vez de simplesmente remover a mentira edeixar um espaço vazio.

A professora de doutrinas bíblicas BethMoore compara a renovação da mente com asubstituição de um papel de parede. Acabeide retirar o papel de parede do quarto dehóspedes de minha casa. Foi uma tarefa difí-cil e demorada. Fiz alguns cortes no papelcom o auxílio de um instrumento afiado eumedeci a parede com um líquido apropri-ado para tentar arrancar o revestimento anti-go. Fiquei entusiasmada todas as vezes queconsegui arrancar um pedaço grande, mas,na maioria das vezes, tive de puxar

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pedacinho por pedacinho com o auxílio dasunhas e de uma espátula, até retirar tudo.

Eu gostaria de lhe dizer que a tarefa derevestir a parede de sua mente com papelnovo é fácil, mas não é. Claro, às vezes vocêconsegue arrancar um pedaço grande deuma só vez. Há ocasiões em que uma grandevitória mental e espiritual retira um pedaçogrande daquele antigo modo de pensar. Mas,na maioria das vezes, é um processo tediosoque exige paciência, determinação e força es-piritual. Porém, o resultado é uma pazincrível.

O psiquiatra Paul Meier dirigiu um estudosobre o efeito da meditação em seminaristase concluiu:

A meditação diária sobre a Bíblia, com ded-icação pessoal, é a maneira mais eficaz de ob-ter alegria, paz e maturidade emocional. [...]Em média, são necessários cerca de três anosde meditação diária sobre a Bíblia paracausar mudança suficiente no modo depensar e no comportamento de uma pessoa

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para produzir saúde mental e felicidade es-tatisticamente superiores.[1]

VENDO-SE COMO DEUS A VÊ

Se você tem acreditado nas mentiras sobrequem você é, poderá demorar algum tempopara começar a se ver como Deus a vê. Àsvezes hesitamos em aceitar a verdade sobrequem somos como filha de Deus: santa,escolhida, redimida e muito amada.Achamos mais fácil acreditar nas mentirasporque as ouvimos durante a vida inteira.

Lembro-me de uma ocasião no verão de1969, em que eu estava sentada ao lado deminha avó, uma mulher criada na zona rural,enquanto víamos Neil Armstrong andar naLua. “Isso não passa de um monte de babo-seiras”, ela disse com desdém. “Aquelehomem não está na Lua. Está andando numestúdio de televisão. Nunca vou acreditarque seja verdade. Como essa gente pode sertão idiota a ponto de acreditar nisso?”

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Bem, era verdade. A Apollo 11 pousou naLua, e o sr. Armstrong deu um passeio porlá. Além do mais, isso foi apenas o começo devárias pegadas humanas que, nos anosseguintes, deixaram suas marcas na super-fície lunar empoeirada.

A verdade, porém, era irreal para vovó.Ela nunca acreditou naquilo. Algumas pess-oas pensam que sua posição perante Cristotambém é irreal e sentem dificuldade emacreditar. Mas elas estão perdendo umagrande bênção.

Os pensamentos que você tem a seu re-speito se transformam na maneira como vo-cê se vê, sejam eles verdadeiros ou falsos.Com o passar do tempo, você acreditará noque diz a si mesma. Se disser palavras negat-ivas e distorcidas a seu respeito, agirá demaneira negativa e destrutiva. Se substituiras mentiras pela verdade sobre quem vocêrealmente é, começará a andar, a falar e aviver como filha de Deus.

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Suas convicções exercem influência emseu comportamento. Você não pode agir demodo diferente daquilo em que acredita. Épor isso que estamos começando pelo topo,pela mente, de onde os pensamentos seoriginam.

E quanto a você? O que acha? Não estoufalando mais da Lua; estou falando do Filho.Você acredita na verdade sobre quem real-mente é, o que tem e que posição ocupacomo filha de Deus? Vai começar a rejeitaras mentiras e a acreditar na verdade? Vaicomeçar a se ver como Deus a vê? Ah, es-pero que as respostas a essas perguntas se-jam “sim” da mesma forma que foram paraSuzanne, como veremos adiante.

TROQUE “EU NÃO CONSIGO” POR “EU CONSIGO”

Suzanne sofreu de grave depressão e an-siedade durante meses. Em total desespero,ela internou-se em um hospital para trata-mento. Os remédios pareciam confundir

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seus pensamentos, e ela começou a ter di-ficuldade de concentração. Era-lhe difícil atémesmo lembrar-se da medicação que deveriatomar, e ela chorava horas seguidas. “Nãoconsigo fazer nada direito”, reclamava. “Nãoconsigo nem lembrar o nome do remédioque devo tomar.”

A irmã dela enviou-lhe um e-mail comuma meditação que eu escrevera sobre comosubstituir as mentiras pela verdade. Suzannesabia que não era capaz de concentrar-separa ler a meditação inteira, por issoimprimiu-a para ler um pouco por vez.Assim que começou a ler, não conseguiuparar. Fiz uma sugestão simples naquelameditação: “Quando você disser: ‘Não con-sigo fazer nada direito’, pare imediatamentee pergunte se esse pensamento procede deDeus”.

Suzanne sabia que Deus estava prestes adizer-lhe algo significativo. Em razão da in-ternação no hospital psiquiátrico no mês

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anterior e das novas drogas que estava to-mando, Suzanne tinha dificuldade em fazeralguma coisa corretamente. Ela continuou aler...

“Se você não tiver certeza de que opensamento é verdade ou mentira, faça esteteste bem simples. Acrescente ‘em nome deJesus’ ao pensamento. Por exemplo: ‘Nãoconsigo fazer nada direito, em nome de Je-sus’. Hummm. Não parece apropriado,certo? Que tal: ‘Sou um fracasso, em nomede Jesus’? Também não parece apropriado.Mas, quando reconhecer que está dizendouma mentira a si mesma, pare e substitua-apela verdade.”

Suzanne decidiu tentar. Reconheceu queestava acreditando nas mentiras do inimigoem vez de crer na verdade de Deus. A sug-estão funcionou para Suzanne. Ela continuoua repetir a frase: “Não consigo fazer nadadireito, em nome de Jesus” e, finalmente, en-tendeu que esse pensamento não procedia de

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Deus. Ao constatar isso, sentiu que a escur-idão começava a desaparecer e decidiudedicar-se a uma tarefa bem simples.

“Vou emendar dois pedaços de tecido namáquina de costura”, ela pensou. Quandoterminou, descobriu que havia deixado umaparte sem costurar. Mas, em vez de repetir afrase “Não consigo fazer nada direito”, ela riude si mesma. Riu pela primeira vez em sem-anas. Em seguida, disse: “Vou tentar de novoporque sou capaz de costurar direito, emnome de Jesus”. E ela conseguiu.

O autor de Provérbios declara: “Porque,como imagina em sua alma, assim [ohomem] é” (Pv 23.7, RA). Suzanne começoua ver-se como Deus a via, e isso mudou amaneira como ela se enxergava.

Há um fato gratificante nessa história.Suzanne achava que Deus a tivesse abandon-ado, mas, quando recebeu o e-mail da irmãem seu momento de maior necessidade, elaentendeu que Deus continuava a amá-la e

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não a abandonara. Ele esteve semprepresente, incentivando a irmã de Suzanne aenviar-lhe a mensagem que ela precisavaouvir.

Ame a Deus e confie nele!

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Parte 2. As mentiras que as mulheres contam a si mesmas

PARTE 2

As mentiras que as mul-heres contam a si mesmas

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6. Não sou digna o suficiente

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Não sou digna o suficiente

MENTIRA: Não sou digna o suficiente.VERDADE: Sou digna o suficiente porqueCristo habita em mim e o Espírito Santo mecapacita (cf. Jo 14.20; At 1.8).

Anabel Gillham amava a Deus, mas tinha di-ficuldade de aceitar que ele a amava. Elaconhecia, claro, os versículos bíblicos que fa-lavam do amor incondicional de Deus porela. Mas, pelo fato de saber quem era, Anabelduvidava que Deus, que conhecia seuspensamentos mais íntimos, fosse capaz deperdoá-la.

A raiz do problema estava na maneirapela qual ela via Deus e como, em sua

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opinião, ele a via. Anabel sabia quem Deusera. Lera em Êxodo 34.6-7: “E [o Senhor]passou diante de Moisés, proclamando:‘Senhor, Senhor, Deus compassivo e miseri-cordioso, paciente, cheio de amor e de fidel-idade, que mantém o seu amor a milhares eperdoa a maldade, a rebelião e o pecado’”.Ela, porém, acreditava que precisava con-quistar aquele amor. Acreditava que precis-ava ser digna de merecê-lo. Deus usou, en-tão, uma pessoa muito especial para ajudarAnabel a entender a profundeza de seu amorpor ela — seu segundo filho, Mason DavidGillham, uma criança com grave retarda-mento mental. Vamos deixar que Anabelconte sua história.

Mace conseguia cantar uma canção commuito entusiasmo, só uma: “Jesus me ama”.Jogava a cabeça para trás e sustentava oprimeiro “sim” do coro até onde podia; de-pois ficava tão feliz que quase caía da cadeira.Ainda ouço seu riso quando penso naqueles

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dias que parecem tão distantes e longínquos.Essa lembrança me emociona muito.

Nunca duvidei, nem por um instante, queJesus amava aquele garotinho acometido degrave retardamento mental. Eu não me im-portava se ele nunca pudesse sentar-se comas outras crianças no fundo da igreja ou se,em uma noite especial, decidisse atravessar ocorredor do templo, segurar a mão do pastore convidar Jesus para entrar em seu coração.Era inteiramente irrelevante o fato de ele nãoser capaz de citar um único versículo daBíblia, de nunca poder frequentar o colégioou de nunca poder ser pai. Eu sabia que Je-sus amava Mason.

O que eu não conseguia entender, o quenão conseguia aceitar, era que Jesus pudesseamar Anabel, a mãe de Mason. Veja, euacreditava que, se quisesse que alguém meamasse e aceitasse, teria de fazer algumacoisa por aquela pessoa. Meu critério a re-speito de receber amor baseava-se em ações,por isso eu queria sempre “agir” de modoperfeito. Na verdade, não permitia que nin-guém me visse quando não estava agindoperfeitamente. Nunca tive amigas íntimas

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porque estava convencida de que, se alguémme conhecesse realmente, não gostaria demim.

Transportei essa ideia para meu relacio-namento com Deus, e, quando comecei aestudar a Bíblia, descobri, horrorizada, queele conhecia todos os meus pensamentos e,mais ainda, tudo o que eu dizia ou fazia (cf. Sl139.1-4). Eu estava descoberta e exposta di-ante dos olhos daquele a quem hei de prestarcontas (cf. Hb 4.13). O que aquilo significavapara mim? Significava que ele me conheciarealmente, que me via quando eu não estavaagindo certo. Com base no que eu entendiaser minha responsabilidade, isto é, agir per-feitamente para ser aceita, cheguei à firmeconclusão de que ele não poderia me amar,que jamais poderia gostar do que via.

Mace não podia fazer nada para con-quistar nosso amor, nem o amor de outraspessoas; mas, ah, como nós o amávamos! Suacondição piorou a tal ponto — e tão rapida-mente — que tivemos de interná-lo paratratamento na escola estadual de Enid paracrianças com deficiência mental, quando eleainda era muito pequeno. Percorríamos, com

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certa regularidade, quase duzentos quilômet-ros de carro para vê-lo, mas, naquele fim desemana específico, ele estava em casa parauma visita. Chegou na quinta-feira à noite eestávamos no sábado. Logo depois de arru-mar a cozinha do almoço, eu teria de juntaras coisas dele e levá-lo de volta à sua casa. Jáhavia feito isso muitas vezes — e nunca erafácil —, mas naquele dia Deus tinha emmente algo que mudaria minha vida parasempre.

Enquanto eu lavava a louça, Mason con-tinuou sentado em sua cadeira observando-me, ou pelo menos olhando para mim. Foientão que tudo começou. Minhas emoçõesestavam confusas, senti o estômago revirar, eaqueles pensamentos de instantes atrás vol-taram a me atormentar: “Vou começar a jun-tar os brinquedos e as roupas de Mason elevá-lo novamente. Não consigo fazer isto.Simplesmente não consigo”. Parei de lavar alouça e ajoelhei-me em frente a Mace. Colo-quei suas mãozinhas sujas entre as minhas etentei desesperadamente alcançar a mentedele.

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Eu disse: “Mason, eu amo você. Amo você.Se ao menos você pudesse entender como euo amo”.

Ele limitou-se a olhar para mim. Não eracapaz de entender, de compreender.Levantei-me e voltei a lavar a louça, mas porpouco tempo. Aquela sensação de opressão,quase de pânico, tomou conta de mim.Enxuguei as mãos e, mais uma vez, ajoelhei-me diante de meu precioso filhinho.

“Meu querido Mason, se ao menos vocêpudesse me dizer: ‘Amo você, mamãe’. Eupreciso disso, Mace”.

Nada.Levantei-me e voltei para a cozinha. Mais

louça. Lava daqui, enxágua dali, mais lágrim-as — e pensamentos, diferentes dos anteri-ores, começaram a filtrar-se em minha con-sciência. Creio que Deus me falou naqueledia, e estas foram suas palavras: “Anabel, vo-cê não olha para seu filho e vira o rosto eno-jada só porque ele está sentado ali babando;não sacode a cabeça com repugnância sóporque ele derrubou comida na roupa ouporque está usando uma fralda malcheirosaquando deveria ser capaz de cuidar de si

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mesmo. Anabel, você não rejeita Mason sóporque todos os planos que fez para ele fo-ram destruídos. Não o rejeita só porque elenão faz nada para lhe agradar. Você o ama,Anabel, porque ele é seu. Mason não rejeitadeliberadamente o seu amor, mas você re-jeita deliberadamente o meu. Eu a amo, Ana-bel, não porque você é bonita ou atraentenem porque faz tudo certo, não porque agepara me agradar, mas eu a amo porque vocêé minha”.[1]

Ao ouvir a história de Anabel, mudei meumodo de pensar a respeito do amor de Deuspor mim. Vivi durante anos como se pre-cisasse ser “digna o suficiente” para seramada por Deus. Entendia que salvação eraum dom da graça — um presente imerecidode Deus —, mas, em um ponto qualquer davida, comecei a acreditar na mentira de quetinha de fazer tudo certo para conservaraquele presente. Temia que, se não fossedigna o bastante, ele o tiraria de mim. Masaquilo era uma mentira.

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Sou digna o suficiente porque Jesus viveem mim e porque o Espírito Santo trabalhapor meu intermédio. E você, amiga, tambémé.

NÃO SOU DIGNA O SUFICIENTE

Não sou ______ o suficiente. Você poderápreencher o espaço com atributos como ha-bilidosa, talentosa, espiritual ou qualqueroutro (e muitos serão discutidos nas páginasdeste livro). Mas a origem de cada uma des-sas mentiras está enraizada em “Não soudigna o suficiente”. Essa é uma das armas fa-voritas do inimigo, e ele a usa para manter osfilhos de Deus presos a sentimentos de in-ferioridade, insegurança e incompetência. Averdade é esta: o inimigo quer que vocêacredite que “não é”. Mas você é. É sufi-cientemente digna, foi equipada e recebeupoder para fazer tudo o que Deus planejoupara você.

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Parece que a mensagem:“Não sou digna osuficiente para conquistar o céu por mimmesma” foi transformada em: “Não soudigna o suficiente. E ponto final”. Depois decriar o homem e a mulher, Deus disse:“Ficou bom”. Somos tão preciosas aos olhosde Deus que ele enviou seu Filho unigênitopara restaurar nossas peças quebradas.

Sinceramente, eu poderia ser a garota-propaganda da mentira que nos convence deque não somos dignas o bastante. Sesensação de incompetência fizesse parte dosJogos Olímpicos, eu seria uma celebridade,com fotografias espalhadas por todos oslugares. Esse foi o pensamento que marcouminha vida até o dia em que entendi quemeu era em Cristo. A professora de doutrinasbíblicas Beth Moore disse:

Na calada da noite, quando as insegurançasrastejam sobre nosso corpo como pulgas, to-dos nós temos acessos terríveis de insegur-ança e pânico de ser insignificantes. Nossa

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natureza humana cai deploravelmente natentação de pegar a fita métrica e nos com-parar com pessoas que parecem ser mais dot-adas e ungidas por Deus.[2]

Há muitas mulheres vivendo em derrotasilenciosa, comparando-se com outras que,da mesma forma, vivem em derrota secreta.“Não sou boa mãe. Não sou boa esposa. Nãosou boa cristã. Não sou boa testemunha. Nãosou boa dona de casa. Não sou boa cozin-heira. Não sou boa...”

Uma a uma, as pétalas caem da linda florque Deus criou. Essa flor somos nós. Igual auma chuva de papel picado, nossos pedacin-hos de confiança espalham-se nas ruas en-quanto o desfile segue em frente.

Lamentavelmente, perdi muitos anos pre-ciosos presa nas mentiras do inimigo antesde estender as mãos acorrentadas a Deus edizer: “Estou pronta para que me liberte”.

Pense nisto: Jacó era mentiroso, Moisésera gago, Gideão era covarde, Davi era

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adúltero, Raabe era prostituta, Ester era ór-fã, a jumenta de Balaão era... uma jumenta.Ainda assim, Deus usou cada um deles parapromover seu reino.

Deus não nos chama porque temos donsou talentos. Ele nos usa porque somos obedi-entes a ele e dependentes dele. Deus nãochama os capacitados; ele qualifica os quesão chamados.

A verdade é esta: se você nasceu de novoem Cristo, quando Deus olha para você, elevê Jesus. E, amiga, Jesus é digno osuficiente.

DIGNA O SUFICIENTE

Muito bem. Talvez você acredite que sejadigna o suficiente para Deus. Talvez acrediteque Deus, quando olha para você, vê Jesus.Mas e daí? Você acredita que é digna o sufi-ciente para servi-lo na terra? Acredita que,pelo fato de Jesus viver em você, é digna osuficiente para cumprir o chamado que Deus

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lhe fez? Acredita que tem potencial? Ah,querida irmã, isso é muito importante.(Estou orando para que as lágrimas derra-madas no teclado de meu computador nãoprovoquem um curto-circuito.) Precisamosentender que quando estamos em Cristo...somos dignas o suficiente para cumprir ochamado dele. Há muitos irmãos e irmãs emCristo aprisionados na mentira de que nãosão dignos o bastante para ser tudo aquiloque Deus planejou para eles. Eu sei... fuiuma dessas pessoas.

Tão logo comecei a sair do casulo de in-ferioridade, insegurança e incompetência,decorrente de muitos anos em que acrediteinas mentiras, Deus começou a dar-me umvislumbre dos planos que tinha para mim.Igual a uma marmota que volta a se encolherem sua toca para mais seis semanas de in-verno, gritei: “Não sou digna o suficiente.Encontre outra pessoa”. Foi quando Deus

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começou a mostrar-me um grupo de mul-heres que sentiam o mesmo que eu.

Moisés foi um dos grandes líderes dahistória. Depois de ser criado na casa dofaraó como filho adotivo, ele chegou aos 40anos de idade certo de que estava prontopara livrar a nação israelita da escravidão.Seu plano fracassou terrivelmente. Depoisque Moisés matou um capataz egípcio, ofaraó quis a vida de Moisés em troca. Aquelehomem que um dia foi poderoso em palavrase ações fugiu do palácio e escondeu-se naterra de Midiã.

Nos quarenta anos seguintes, Moiséstomou conta de ovelhas sujas e malcheirosas.Sua insegurança chegou a tal ponto que elepassou a ter dificuldade de falar e preferia acompanhia das ovelhas à de pessoas. Foinessa época, quando Moisés atingiu o pontomais baixo na vida, que Deus decidiu que eleestava pronto para liderar. Deus apareceu-lhe em uma sarça em chamas e chamou-o

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para conduzir a nação israelita para fora doEgito.

— Moisés! Moisés! — Deus chamou ao verMoisés aproximando-se da sarça ardente.

— Estou aqui — Moisés respondeu.No entanto, o “estou aqui” não significou

“estou aqui para cumprir o chamado quetens para mim”. Moisés argumentouveementemente contra o plano divino deusá-lo para conduzir a nação israelita à liber-dade: “Estás chamando a pessoa errada. Nãosei falar sem gaguejar. Por que não chamasmeu irmão Arão?”.

Moisés disse quatro vezes: “E se tal coisaacontecer?”.

E todas as vezes Deus respondeu: “Eu es-tarei com você”.

Essa é a resposta que Deus nos dá hoje.Veja, quando Moisés pensou que estavapronto, aos 40 anos de idade, não estava.Quando pensou que não estava pronto aos80 anos, estava. Quando estamos prontas

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para fazer o impossível para Deus? Quandoele nos chama e quando sabemos que nãopodemos fazer nada sozinhas, mas apenasmediante o poder dele operando em nós.Somos suficientemente dignas quando opoder de Deus trabalha dentro de nós. Tãologo acreditou que Deus o conduziria, Moisésadquiriu confiança para começar a agir.

Gideão foi outro guerreiro poderoso quequestionou o chamado divino. Quando Deusfalou com Gideão para atribuir-lhe a missãode ser o novo líder do exército israelita,Gideão estava malhando trigo em um tanquede prensar uvas. Ora, amiga, não é comummalhar trigo em um tanque desses. Malha-seo trigo atirando-o para o ar em um campoaberto e deixando que o vento leve a palhaembora. Então, o que ele estava fazendo emum tanque de prensar uvas? Gideão estavacom tanto medo de seus inimigos que seescondeu. Mesmo assim, quando lhe apare-ceu, o anjo do Senhor dirigiu-se a ele desta

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maneira: “O Senhor está com você, poderosoguerreiro” (Jz 6.12). Posso ver Gideão ol-hando ao redor e perguntando: “Você estáfalando comigo?”.

Sim, Deus falou em “poderoso guerreiro”porque conhecia o potencial de Gideão casoele confiasse na ação do poder de Deus pormeio dele.

Agora vamos falar de um dos líderes maispoderosos de todos os tempos, o rei Davi.Quando foi ungir o novo rei de Israel, o pro-feta Samuel pediu para ver todos os filhos deJessé. Um a um, os rapazes fortes e robustosdesfilaram diante de Samuel para serem in-specionados, mas Deus rejeitou todos,apesar de Samuel ter achado que Eliabetinha porte de rei. O Senhor, porém, disse aSamuel: “Não considere sua aparência nemsua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vêcomo o homem: o homem vê a aparência,mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16.7).

Confuso, Samuel perguntou a Jessé:

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— São só estes? Não há outro filho?— Bom, tenho mais um filho — Jessé re-

spondeu. — Davi está no campo cuidando dorebanho.

Davi era o caçula, e nunca passara pelacabeça de Jessé que ele poderia ser rei.

Quando, porém, o menino foi trazido,Deus manifestou sua aprovação.

E quanto às mulheres na Bíblia? Se vocêfosse Deus e quisesse relacionar apenascinco mulheres na linhagem de Jesus, quemescolheria? Talvez eu escolhesse a sra. Noé, asra. Moisés ou a encantadora sra. Abraão.Mas Deus tinha uma ideia diferente. Nocapítulo 1 de Mateus, além de Maria, ele rela-cionou: Tamar, que teve um encontro inces-tuoso com o sogro; Raabe, uma prostituta;Ruth, uma estrangeira vinda de uma terraamaldiçoada; e Bate-Seba, que teve umaaventura amorosa com o rei Davi. Não são asmulheres que provavelmente escolheríamos,mas ao olharmos para o exemplo

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maravilhoso de 1Coríntios 1.26-31, em quelemos que Deus escolheu as pessoas fracas edesprezadas porque é delas que ele receberáa maior glória. Para Deus, elas eram dignas osuficiente.

A OBRA EXTRAORDINÁRIA DE DEUS

REALIZADA POR MEIO DE PESSOAS COMUNS

Deus gosta de realizar obras extraordináriaspor meio de pessoas comuns que trarãoglória ao nome dele. É por intermédio de ho-mens e mulheres que sabem que não podemconfiar nas próprias forças — mas são in-crivelmente poderosos na força de Deus —que os gigantes deste mundo são derrotados.

No momento em que damos os primeirospassos de obediência, é muito importantelembrar que é Deus quem produzirá os res-ultados. Adoro este relato sobre um dospregadores mais famosos do século 19,Charles Spurgeon:

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Na Inglaterra do século 19, Charles Spurgeonfoi sem sombra de dúvida o maior pregadorna capital da nação mais poderosa na terra.Multidões imensas, inclusive de ricos e po-derosos, vinham ao cavernoso TabernáculoMetropolitano de Londres para ouvi-lopregar o evangelho.

Spurgeon aspirava a padrões mais eleva-dos, sempre temendo que seu melhor nãofosse suficientemente bom. Um dia, seuspiores temores concretizaram-se, quandopregou um sermão horrível. Sentiu-se tãotraumatizado pelo trabalho deficiente quecorreu pra casa e caiu de joelhos. “Ó Senhor,sou tão medíocre, e tu és tão poderoso!”, eleorou. “Apenas tu poderias fazer alguma coisade um sermão tão horrível. Por favor, usa-o eabençoa-o.”

Você e eu aconselharíamos Spurgeon a es-quecer o fracasso e prosseguir, mas ele con-tinuou orando a semana inteira, pedindo aDeus que usasse o horrível sermão. Enquantoisso, dedicou-se a melhorar no domingoseguinte. Assim o fez. Na conclusão dessesermão, a audiência de milhares de pessoasquase o carregou sobre os ombros.

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Mas Spurgeon não se deixava enganar.Decidiu manter um registro cuidadoso dosresultados dos dois sermões. Dentro de al-guns meses o resultado estava claro. O ser-mão “horrível” havia levado 41 pessoas aCristo; sua obra-prima não deu nenhum res-ultado conhecido.[3]

Quando pensou que era bom o suficiente,baseando-se nas próprias forças, Spurgeonnão era. Quando pensou que não era bom osuficiente, Deus era. Deus “é capaz de fazerinfinitamente mais do que tudo o que pedi-mos ou pensamos” (Ef 3.20). Como é mara-vilhoso saber que ele gosta de fazer tudo issopor nosso intermédio.

CONFIANÇA INABALÁVEL

“Não sou digna o suficiente” é uma mentirainsidiosa que o inimigo sussurra em nossosouvidos. É mentira. Não é verdade.

A verdade é esta: se você aceitou Jesuscomo o Senhor de sua vida, tem o poder doEspírito Santo habitando em você e

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trabalhando por seu intermédio. Jesus disse:“Mas receberão o poder quando o EspíritoSanto descer sobre vocês” (At 1.8). E vocêtem o incomparável poder de Deus àdisposição.

A fim de que vocês conheçam [...] a incom-parável grandeza do seu amor para conosco,os que cremos, conforme a atuação da suapoderosa força. Esse poder ele exerceu emCristo, ressuscitando-o dos mortos efazendo-o assentar-se à sua direita, nas re-giões celestiais.

Efésios 1.18-20

O mesmo poder que ressuscitou Jesusdentre os mortos está trabalhando dentro denós? Sim. O mesmo poder.

Jesus declarou: “Digo-lhes a verdade:[Você não adora quando ele diz isto?] Aqueleque crê em mim fará também as obras quetenho realizado. Fará coisas ainda maioresdo que estas, porque eu estou indo para oPai” (Jo 14.12). Qual a relação entre ir para o

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Pai e o poder que recebemos? Eis a ex-plicação: assim que Jesus foi para o Pai, oEspírito Santo veio habitar nos cristãos. “Sevocês me amam, obedecerão aos meus man-damentos. E eu pedirei ao Pai, e ele lhes daráoutro Conselheiro para estar com vocês parasempre, o Espírito da verdade” (Jo 14.15-17).

A sobrevivente do holocausto Corrie tenBoom passou os últimos anos de sua vidafalando a homens e mulheres do mundo in-teiro a respeito do Deus que a sustentou dur-ante a prisão e a libertou dos campos de con-centração nazistas. Durante uma de suas ap-resentações, ela ergueu uma luva brancafeminina.

“O que esta luva branca é capaz de fazer?”,ela perguntou. “A luva não pode fazer nada.Ah, mas, se minha mão estiver dentro, elapoderá fazer muitas coisas [...] cozinhar, to-car piano, escrever. Bem, vocês dirão que nãoé a luva, mas a mão dentro da luva que fazisso. Sim, é verdade. Eu lhes digo que nãosomos nada além de luvas. A mão dentro da

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luva é o Espírito Santo de Deus. Será que aluva fará alguma coisa se estiver bem pertoda mão? Não. A luva precisa ter a mão dentrodela para realizar o trabalho. É exatamenteisso que ocorre conosco. Precisamos ter oEspírito Santo dentro de nós para realizar aobra que Deus nos preparou”.[4]

Vou dizer uma coisa meio perigosa, emque eu mesma tenho dificuldade de acredit-ar. Quando afirmamos “Não sou digna o sufi-ciente”, é como se disséssemos que Jesus nãoé suficientemente digno ou que o EspíritoSanto não é digno o bastante. Jesus está emnós (cf. Jo 14.20). O Espírito Santo está emnós (cf. Jo 14.17). E eles não são dignos?Claro que são.

Está na hora de você se ver como Deus avê. Chega de andar em casas de espelhoscom imagens distorcidas. É assim que Deus avê:

• Você é filha de Deus (Jo 1.12).

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• Foi completamente justificada(Rm 5.1).

• Está livre da condenação (Rm 8.1).• Tem a mente de Cristo (1Co 2.16).• Tornou-se justiça de Deus (2Co

5:21).• Foi abençoada com bênçãos espir-

ituais (Ef 1.3).• É justa e santa (Ef 4.24).• Foi redimida e perdoada de todos

os seus pecados (Cl 1.14).• É o lugar onde Cristo habita; ele

vive em você (Cl 1.27).• É plena em Cristo (Cl 2.10).• É escolhida de Deus, santa e

amada (Cl 3.12).• Recebeu espírito de poder, de

amor e de equilíbrio (2Tm 1.7).• É participante da natureza divina

(2Pe 1.4).

E isso, minha amiga, é apenas o começo.Fale esses versículos em voz alta. Fale à sua

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alma. Acredite na verdade acerca de quemvocê é. Você é mais que digna graças àqueleque vive em você e trabalha por seuintermédio.

Paulo disse que não tinha “confiança al-guma na carne” (Fp 3.3). Em outras palav-ras, ele não achava que os talentos ou habil-idades de que dispunha o tornavam sufi-cientemente digno. Sua confiança baseava-seem quem ele era, no que possuía e no lugarque ocupava como filho de Deus. Alguémdisse certa vez: “O homem embrulhado em simesmo não passa de um pacote muitopequeno”. Mas o homem (ou a mulher) em-brulhado em Deus propicia uma visão etanto.

Não estou defendendo a autoconfiança,mas a confiança em Deus — confiança emquem você é graças ao que Jesus fez por vocêe ao que o Espírito Santo pode fazer por seuintermédio. Jesus disse: “Eu sou a videira,vocês são os ramos. Se alguém permanecer

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em mim e eu nele, esse dará muito fruto;pois sem mim vocês não podem fazer coisaalguma” (Jo 15.5). Se estiver ligada à videira,você poderá cumprir inteiramente o cha-mado de Deus (cf. Fp 4.13).

Paulo sabia do que era capaz de realizarsozinho: nada. Sim, ele era atarefado. Todosnós podemos sê-lo. Mas produzir “frutos quepermaneçam” é outra história. Era assim queele via suas fraquezas pessoais:

Por causa da grandiosidade daquelas rev-elações, para que eu não ficasse orgulhoso,recebi o dom de um obstáculo, que memantém em contato permanente com minhaslimitações. O anjo de Satanás fez o melhorque pôde para me derrubar, mas o que con-seguiu foi me pôr de joelhos. Sem chance queeu ande de nariz empinado e orgulhoso! Noprincípio, eu não pensava nele como umdom, e pedi a Deus que o removesse. Repeti opedido três vezes; então, ele me disse:“Minha graça é o bastante; é tudo de que

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você precisa. Minha força brota da suafraqueza”.

Assim que ouvi isso, achei melhor meresignar. Desisti de ficar pensando na limit-ação e comecei a apreciar o dom. Foi umaoportunidade para que a força de Cristo tra-balhasse na minha fraqueza. Agora enfrentocom alegria essas limitações, com tudo queme torna pequeno — abusos, acidentes,oposição, problemas. Simplesmente, permitoque Cristo assuma o controle! E, quanto maisfraco me apresento, mais forte me torno.

2Coríntios 12.7-10, MSG

Uma pessoa confiante é alguém que andana fé. Andamos na fé porque somos santas,escolhidas, redimidas, filhas amadas de Deus— que nos capacitou mediante o EspíritoSanto —, equipadas por nosso Criador e en-volvidas por Jesus Cristo.

A DANÇA DO DEFICIENTE FÍSICO

Em um verão, meu marido e eu demos umafugida à bela ilha das Bermudas onde a água

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cristalina exibe um azul sem igual e o ar temo aroma de hibiscos em florescência. Foramdias de longas caminhadas por praias deareia branca, ondas batendo em quebra-mares de pedra calcária e descobertas decavernas longínquas esculpidas pelo mar. Ànoite, um milhão de rãzinhas verdes faziamserenata só para nós dois.

Uma dia, Steve e eu jantamos em um res-taurante cinco estrelas lotado de homens emulheres em traje a rigor. O salão de re-feições em semicírculo tinha paredes devidro com vista para o oceano Atlântico,fazendo que o vermelho-alaranjado do pôrdo sol formasse nosso pano de fundo.

Em um dos cantos do salão, uma bandacomposta por quatro homens enchia o ambi-ente com músicas das décadas de 1940 e1950. Steve e eu havíamos aprendido algu-mas danças de salão, por isso ele disse: —Levante-se, Sharon. Vamos dar um giro na

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pista de dança para ver se ainda sabemosdançar o foxtrote.

— De jeito nenhum — repliquei. — Nin-guém está dançando. Não quero ser a únicana pista e atrair todos os olhares para mim.Quando outros casais começarem a dançar,eu vou.

Finalmente outro casal dirigiu-se à pistade dança. Ambos pareciam dançarinosprofissionais, movimentando-se no mesmoritmo, sem jamais perder o compasso. Aquilonão me deixou nem um pouco animada; sóserviu para fortalecer minha determinaçãode que aquele não era um lugar para eu pôros pés.

O casal número um passou a dividir apista de dança com o casal número dois, cu-jos passos não eram tão perfeitos.

— Está bem, agora vamos — eu disse. —Mas quero ficar no fundo, longe da vista dosoutros.

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Assim, dirigimo-nos ao nosso cantinho napista de dança e tentamos lembrar o 1-2-3-4do foxtrote. Enquanto dançávamos, notei umquarto casal aproximando-se da pista. Am-bos chegaram com confiança — sem nen-huma hesitação ou timidez. Mas havia umaparticularidade naquele casal. O homem es-tava em uma cadeira de rodas.

Ele aparentava meia-idade, era ligeira-mente calvo e tinha a barba bem aparada.Usava luva branca na mão esquerda, talvezpara cobrir uma doença de pele. Ambosusavam traje a rigor, mas o que exibiam demais bonito era o sorriso radiante. O amorde um pelo outro iluminou o salão.

Quando a banda começou a tocar umamúsica animada, a mulher segurou a mãodireita de seu amado e dançou com ele. Elenão se levantou da cadeira de rodas, masaquilo não parecia ser problema. Dançaramjuntos e separados como excelentes dançari-nos. Ele a segurou pela mão e a fez girar

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enquanto ela dobrava o corpo para adaptar-se à altura da cadeira de rodas. Encantadoracomo uma fada, ela dançou ao redor da ca-deira, ouvindo o riso dele transformar-se noquinto instrumento da banda. Apesar de nãopoder movimentar os pés no apoio de metal,ele balançava os ombros no ritmo perfeito, eseus olhos dançavam com os dela.

Meu coração comoveu-se a tal ponto quetive de esconder o rosto no ombro de Stevepara ninguém ver as lágrimas correndo-mepelo rosto. Notei que todos os guardanaposde linho estavam sendo usados para enxugarolhos cheios de lágrimas. Até a banda se co-moveu diante daquela cena de amor edevoção.

Logo depois, a música animada deu lugara uma melodia romântica. A mulher puxouuma cadeira para perto do marido, e os doisse abraçaram ao ritmo da música. De rostocolado, eles movimentavam o corpo ao somda música romântica tocada ao piano. A

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certa altura, ambos fecharam os olhos e,imaginei, lembraram-se dos tempos em quea cadeira de rodas não lhes tolhia osmovimentos.

Depois de observar aquela incrível mani-festação de amor e coragem, percebi queminhas inibições de não querer que os outrosvissem meus passos imperfeitos desapare-ceram. O Senhor falou ao meu coração demaneira poderosa:

Sharon, quem levou esse pessoal às lágrimas?Foi o casal número um com seus passos per-feitos? Ou o último casal, que não deu passosperfeitos porque não podia? Não, minhafilha, foi a manifestação de amor, não de per-feição, que comoveu esse pessoal. Se você meobedecer, farei por você o mesmo que aquelamulher fez pelo marido.

Eu estava orando havia vários mesessobre um chamado de Deus para ser coap-resentadora de um programa de rádio e vice-presidente de um ministério internacional

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para mulheres. Já tinha argumentado comDeus, dizendo-lhe que não estava à altura —que não era digna o suficiente para servir.Assegurei-lhe que ele cometera um erro aome escolher. Mas, da mesma forma que re-bateu todos os argumentos de Moisés, Deusrefutou os meus. Ele disse: “Eu estarei comvocê”.

Meus passos nunca serão perfeitos, sejana pista de dança e, mais importante ainda,seja na vida. O Senhor, porém, não esperaque sejam perfeitos. Ele só espera que euouça a voz dele, seja obediente, dê o primeiropasso de fé e deixe o resto por sua conta. Ohomem na cadeira de rodas não podia movi-mentar os pés, mas a esposa fez os movimen-tos para ele. E eu preciso lembrar que o Sen-hor fará isso por mim.

Também preciso lembrar que o mundonão necessita desesperadamente de passosperfeitos, não se impressiona com pessoasperfeitas que moram em casas perfeitas e

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têm filhos perfeitos. O mundo se impres-siona com o amor sincero, inspirado porDeus. É isso que comove a multidão.

Naquela noite, nas lindas praias das Ber-mudas, o Senhor enviou um deficiente físicopara me ensinar a dançar. Não tenho de mepreocupar se sou digna o suficiente. Simples-mente preciso acompanhar os passos deDeus ou, melhor, dançar no ritmo dele, e elefará o resto por mim.

E o fará também por você.

Reconheça a mentira: Não sou digna osuficiente.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

“Naquele dia compreenderão que estou emmeu Pai, vocês em mim, e eu em vocês”.

João 14.20

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Mas vocês foram lavados, foram santifica-dos, foram justificados no nome do SenhorJesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.

1Coríntios 6.11

Porque somos criação de Deus realizada emCristo Jesus para fazermos boas obras, asquais Deus preparou antes para nós aspraticarmos.

Efésios 2.10

Seu divino poder nos deu tudo de que neces-sitamos para a vida e para a piedade, pormeio do pleno conhecimento daquele quenos chamou para a sua própria glória e vir-tude. Dessa maneira, ele nos deu as suasgrandiosas e preciosas promessas, para quepor elas vocês se tornassem participantes danatureza divina e fugissem da corrupção quehá no mundo, causada pela cobiça.

2Pedro 1.3-4

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7. Não tenho valor

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Não tenho valor

MENTIRA: Não tenho valor.VERDADE: Sou o tesouro pessoal de Deus(cf. Dt 14.2).

Aline sentia-se inaceitável, desprezada e in-digna do amor de Deus. Ela gostaria muitode saber o que Deus pensava realmente a seurespeito — o que via quando olhava para ela.

“Senhor, peço-te que fales comigo e digascomo me vês”, ela orou. “Sinto que não tenhonenhum valor”.

Alguns dias depois de Aline ter clamado aDeus, ele lembrou-a de um dia especial ao arlivre, na escola. Foi como se Deus tivesseapertado o botão “play” na tela de sua

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memória. Aline tinha 10 anos e estavaaguardando o sinal para iniciar a corrida de100 metros rasos no playground da escolacristã onde estudava. Todos os outros alunosusavam uniforme azul-marinho, mas elausava uma saia-calça de listras cor de lar-anja, verde e amarela, e blusa combinando.

O apito soou, e Aline correu o mais rápidoque pôde, deixando as outras garotas paratrás, até cruzar a linha de chegada.

A alguns metros de distância, o irmãomais velho de Aline e seus amigos assistiramao evento da janela do segundo andar docolégio.

— Você viu sua irmãzinha vencer a cor-rida? — um dos garotos perguntou.

— Claro que vi — o irmão respondeu. —Era impossível não ver aquelas listras.

“Mais tarde, quando contou a história ameus pais”, Aline lembrou-se, “meu irmãopareceu ter muito orgulho de mim. Ele disse:‘Vocês precisavam ter visto. Havia uma longa

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fila de uniformes azuis e, de repente, umrelâmpago colorido passou por todos eles.Foi espetacular!’”.

Aline perguntou a Deus o que ele estavatentando lhe dizer ao trazer aquelas lem-branças à sua memória.

“É assim que eu a vejo”, ele pareciacomentar. “Você se destaca do resto. Nãoprecisa igualar-se a todos os outros e ser oque eles querem que você seja. Estou orgul-hoso de você, da mesma forma que seuirmão naquele dia. Não tenha medo de serdiferente. Eu a criei como uma pessoa única.Eu a amo como você é. Você é a vencedoranúmero um. É meu tesouro pessoal”.

VALORIZADA E ADORADA

Outra mentira comum na qual as mulheresacreditam é que elas não têm valor. Acredit-amos nas coisas humilhantes que ouvi-mos na infância: palavras de pais negli-gentes, de amigos e amigas insensatos, de

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professores grosseiros e colegasimprudentes.

Esse, porém, não é um problema novo.Nos tempos bíblicos, os fariseus oravam to-dos os dias: “Deus, eu te agradeço porquenão sou gentio nem mulher”.

Como Deus se sente a respeito disso?Deus exalta as mulheres.

Conforme vimos, em Gênesis, Deus criouo homem e a mulher à imagem dele. E noNovo Testamento vemos várias mulheres in-teragindo com Jesus e exercendo funções degrande valor em seu ministério.

A conversa mais longa que Jesus teve comalguém foi — você adivinhou — com umamulher. Jesus desviou-se do caminho paraconversar com uma samaritana quando elatirava água do poço. Aquela mulher havia secasado e divorciado cinco vezes, e o homemcom quem vivia não era seu marido. Elasentia-se desvalorizada, mas Jesus não

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pensou assim quando se dirigiu a ela. Eledesviou-se do caminho para libertá-la.

Naquela época, era socialmente in-aceitável um homem conversar com umamulher em público. Mas Jesus entabulouuma conversa e chegou a pedir que lhe desseágua para beber. A mulher conhecia todasaquelas restrições. “Como o senhor, sendojudeu, pede a mim, uma samaritana, águapara beber?” (Jo 4.9). Jesus, porém, continu-ou a dirigir-se a ela com amor e compaixão.Não queria água para si mesmo; queria darágua para matar de maneira permanente asede da alma daquela mulher.

Jesus colocou-se no nível dela. Olhou-anos olhos, falou diretamente ao coração delae ofereceu-lhe a dádiva mais incrível e inima-ginável. Foi a primeira vez que Jesus revelousua verdadeira identidade a alguém (v. 26).Ela aceitou a graça maravilhosa de Deus ecorreu à cidade para contar a novidade.

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Quero dar-lhe outro exemplo. Ah, comogosto desta história! O fato ocorreu em umpovoado judaico chamado Betânia, ondemoravam os bons amigos de Jesus: Lázaro,Maria e Marta. Jesus e seus discípulospararam ali para visitá-los e foram convida-dos a comer com eles. Havia um burburinhona casa e um clima de grande hospitalidade.Mas, em meio às batidas de potes e panelas,ao ruído da trituração de cevada e centeio eda moagem de trigo e ervas, Maria dirigiu-seà sala lotada de homens. Sentou-se no meiodo “clube do Bolinha”, pegou uma caneta euma folha de papel (ou teria feito isso se ostivesse) e começou a anotar cada palavra deJesus. Maria tornou-se uma discípula, umaaluna do Mestre.

Para você e para mim, esse fato não teriachamado atenção. Mas naquela época foimuito significativo. Inédito. As mulhereseram relegadas à cozinha, ao quarto e ao cô-modo das crianças. Não conviviam com

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homens e, certamente, não se sentavam nasala para receber ensinamentos. O fato nãopassou despercebido a Marta. Ela ficoufuriosa.

Marta, porém, estava ocupada com muitoserviço. E, aproximando-se dele, perguntou:“Senhor, não te importas que minha irmãtenha me deixado sozinha com o serviço?Dize-lhe que me ajude!” Respondeu o Sen-hor: “Marta! Marta! Você está preocupada einquieta com muitas coisas; todavia apenasuma é necessária. Maria escolheu a boaparte, e esta não lhe será tirada”.

Lucas 10.40-42

Jesus não disse a Maria que saísse da sala.Recebeu-a como discípula, como alguém aquem ele deveria ensinar.

Outra vez, após a ressurreição de Jesus, aprimeira pessoa a quem ele apareceu nojardim foi uma mulher: Maria Madalena (cf.Jo 20.1-18).

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A névoa da madrugada pairava no jardim,em torno do sepulcro onde o corpo de Jesushavia sido enterrado três dias antes. MariaMadalena estava à beira do túmulo, chor-ando a morte de seu amado Jesus. De re-pente, quando ela piscou para enxergar mel-hor, viu uma cena inimaginável. A imensapedra fora removida da entrada do sepulcrode Jesus.

“Como isso pode ter acontecido?”, Mariapensou. “Quem teria levado o corpo deJesus?”

Ela correu para contar aos discípulos oque vira. Pedro e João correram ao sepulcrovazio e viram apenas as roupas com as quaisJesus fora enterrado. Espantados, os homensvoltaram para contar o que tinham visto.Mas Maria não arredou pé dali, chorandopor aquele que ela amava.

Ao olhar dentro do sepulcro, ela viu doisanjos. Estes lhe perguntaram:

— Mulher, por que você está chorando?

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— Levaram embora o meu Senhor —Maria respondeu entre lágrimas — e não seionde o puseram.

Ao ouvir um ruído nos arbustos atrás desi, Maria virou a cabeça e viu a figura de umhomem, como se estivesse sonhando.

— Mulher, por que está chorando? — ohomem perguntou.

Maria imaginou que ele fosse o jardineiro:— Se o senhor o levou embora, diga-me

onde o colocou, e eu o levarei.Jesus disse, então, uma só palavra:— Maria!Ao ouvir o próprio nome, ela reconheceu

Jesus.Não sei por que Jesus não se revelou a

Pedro e João quando chegaram ao sepulcro.Não sei por que ele não se fez conhecer aosdiscípulos desanimados. Mas fico muito co-movida ao saber que ele apareceu a essamulher no jardim antes de aparecer aomundo. Ele a honrou ao aparecer a ela.

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Confiou-lhe sua mensagem. Valorizou-acomo a uma amiga preciosa.

Querida, Jesus está chamando seu nome.Ele se faz conhecido a você. Revela-se a você.Está chamando seu nome. Você é valorizadae adorada.

TOCADA E CURADA

Existe outra mulher que acreditava não ternenhum valor (cf. Mc 5.25-34). Fazia dozeanos que ela sofria de uma hemorragia queninguém podia curar. Quanto mais dinheirogastava no tratamento, mais sua condição pi-orava. O dinheiro havia ido embora, e o cor-ação dela estava exaurido. Naquela época, asmulheres eram consideradas “impuras” dur-ante a menstruação. E aquela mulher estava“impura” havia doze anos. Intocável. In-aceitável. Sem valor.

Ela, porém, ouvira falar de Jesus. “Elecura enfermos. Ressuscita mortos. Devolve a

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visão aos cegos. Talvez ele possa me curar”,pensou esperançosa.

Você é capaz de vê-la? Ela estava com acabeça coberta, olhando para baixo, esper-ando que ninguém a reconhecesse enquantoatravessava a multidão.

“Se ao menos eu pudesse tocar em seumanto. Sei que não devo fazer isso empúblico, mas não tenho mais a quem recor-rer. Lá está ele! Estou vendo!”

Imaginando que pudesse ser curada“secretamente”, a mulher atravessou a mul-tidão e tocou na ponta do manto de Jesus.Imediatamente a hemorragia cessou.

No entanto, o que aconteceu em seguidafoi mais milagroso que sua cura física. Jesusinterrompeu a caminhada com seus seguid-ores para reconhecer aquela que se consid-erava sem valor aos olhos do mundo.

Tão logo sentiu que dele havia saídopoder, Jesus olhou ao redor e perguntou:“Quem tocou em mim?”.

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Os discípulos estranharam a pergunta.Havia centenas de pessoas aglomeradas aoredor de Jesus. Como ele podia perguntar:“Quem tocou em mim?”. Jesus, porém,sempre conhece as intenções do nosso cor-ação e soube diferenciar o toque de fé dotoque dos seguidores.

A mulher poderia ter saído de fininho de-pois de ter sido curada, mas Jesus estava in-teressado em restaurá-la por completo, nãosó fisicamente. Tremendo de medo, elaprostrou-se aos pés de Jesus.

— Fui eu — disse chorando. — Sei que souindigna de limpar a poeira de teus pés, massofro de uma hemorragia há doze anos. Tueras minha única esperança. Perdoa-me,Senhor.

— Filha, a sua fé a curou! Vá em paz efique livre do seu sofrimento (Mc 5.34).

Sim, Jesus estava a caminho de uma mis-são muito importante na casa de um dos di-rigentes da sinagoga. A filha de Jairo estava

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agonizando, e Jesus ia fazer uma visita im-portante àquela casa. Apesar disso, aquelafilha de Abraão também era importante paraele. Jesus interrompeu sua caminhada, olhouao redor e curou-a física, emocional e espir-itualmente. Ela foi merecedora. Você tam-bém é.

AMASSADA E PISOTEADA

O orador entrou no palco e pegou uma notade 100 dólares.

“Quem quer esta nota de 100 dólares?”,perguntou.

Mãos ergueram-se por toda a sala.Em seguida, ele amassou a nota, jogou-a

no chão e pisou nela. Segurando o dinheirosujo e completamente amassado, ele pergun-tou: “E agora, quem quer esta nota?”.

As mesmas mãos foram erguidas.“É por isso que Deus continua a querer

vocês”, ele disse. “Talvez vocês estejamamassados e pisoteados. Talvez estejam

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rasgados ou dilacerados. Talvez estejamcurvados ou em frangalhos. Mas isso não di-minui seu valor perante Deus, da mesmaforma que o valor desta nota não diminuiuapesar do que fiz com ela. Vocês continuam aser valiosos e preciosos para o Deus que osescolheu, os redimiu e os ama como filhos.”

Como um pai tem compaixão de seus filhos,assim o Senhortem compaixão dos que o temem;pois ele sabe do que somos formados;lembra-se de que somos pó.

Salmos 103.13-14

Deus entende que somos criaturas irre-mediavelmente imperfeitas; mesmo assim,ele nos considera valiosas, por mais amassa-das e pisoteadas que estejamos.

VASOS DE BARRO

Paulo escreveu aos cristãos em Corinto:“Mas temos esse tesouro em vasos de barro,para mostrar que este poder que a tudo

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excede provém de Deus, e não de nós” (2Co4.7). Talvez você e eu não sejamos atraentespor fora — somos vasos de barro comuns —,mas dentro de nós escondem-se tesourosmaravilhosos. Dentro desses velhos jarrostrincados encontra-se o maior de todos osbens: Jesus Cristo. E é isso o que nos tornapessoas de valor.

No livro Mulherzinhas, de Louisa May Al-cott , a sra. March diz às suas três filhas,Meg, Jo e Amy:

Eu só me preocupo com o que vocês pensamde si mesmas. Se acharem que seu valor estáem ser figuras meramente decorativas, receioque um dia começarão a acreditar que nãopassam disso. O tempo corrói toda beleza.Mas ele não pode tirar as obras maravilhosasda mente de vocês — bom humor, bondade ecoragem moral. É isso que prezo muito emvocês.

[Tradução livre]

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Nossa cultura atribui um valor vil àaparência das mulheres. Ornamentos exteri-ores não passam disso, ornamentos. MasDeus nos vê como simples jarros de barroque contêm tesouros valiosos, e é isso quenos torna belas aos seus olhos.

PORCOS VALIOSOS

Uma tribo africana assistiu, em sua próprialíngua, ao filme Jesus, produzido pela Cruz-ada Estudantil e Profissional para Cristo.Para levar a obra adiante, o ministério A FéVem pelo Ouvir entregou à tribo uma Bíbliaem áudio e um playback digital.[1] Umgrupo reuniu-se para ouvir a história em queJesus cura um endemoninhado, registradaem Lucas 8.26-29.

[Jesus e os discípulos] navegaram para a re-gião dos gerasenos, que fica do outro lado dolago, frente à Galileia. Quando Jesus pisouem terra, foi ao encontro dele um endemon-inhado daquela cidade. Fazia muito tempo

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que aquele homem não usava roupas, nemvivia em casa alguma, mas nos sepulcros.Quando viu Jesus, gritou, prostrou-se aosseus pés e disse em alta voz: “Que querescomigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?Rogo-te que não me atormentes!” Pois Jesushavia ordenado que o espírito imundo saíssedaquele homem. Muitas vezes ele tinha seapoderado dele. Mesmo com os pés e as mãosacorrentados e entregue aos cuidados deguardas, quebrava as correntes, e era levadopelo demônio a lugares solitários.

Jesus ordenou aos demônios que saíssemdo homem e enviou-os a uma manada deporcos que estava nas proximidades dali. Osporcos atiraram-se em um precipício, caíramem um lago e se afogaram.

A comunidade tribal ficou perplexa aoouvir a história. Todos conheciam o valor deum porco e sabiam muito bem quanto valiauma manada inteira. Por que Jesus fezaquilo? Por que permitiu que o meio desustento deles fosse destruído?

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Surgiram muitas perguntas entre os ou-vintes. Então, o sábio chefe decidiu falar:“Talvez Jesus esteja nos mostrando que umaalma humana vale mais que a renda de umatribo inteira”.

Calei-me diante de sua resposta. A pas-sagem foi um mistério para mim durantemuitos anos, mas Deus revelou a verdade aum líder de tribo africano que ouviu ahistória pela primeira vez. Aquele homementendeu quanto somos valiosos para Deus.

A VIDA SEM BRAÇOS E PERNAS

A câmera focalizou o rosto bonito do rapazquando ele sorriu para a plateia e disse.“Meu nome é Nick Vujicic e sou australiano.Esta manhã, quero dar meu testemunho dagraça, força e do consolo que Deus tem meconcedido ao longo desta minha deficiênciafísica. Quero dizer que vocês podem tervitória, paz e alegria na vida, mesmo quesuas circunstâncias não façam sentido ou

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que seu mundo tenha virado de cabeça parabaixo.”

A câmera afastou-se e mostrou um rapazsem braços e sem pernas, sentado diante deuma plateia atônita. A seguir, assistimos avários clipes nos quais ele se barbeava, to-mava um copo d’água, subia a escada e mer-gulhava de cabeça em uma piscina.

Nascido sem pernas e braços, Nick temum dos mais poderosos atributos humanos:a voz. Ele já fez mais de 1.600 palestras emdoze países. “Não importa quem você seja,não importa o que esteja atravessando, Deussabe de tudo”, disse o rapaz. “Ele está comvocê. Vai ajudá-lo a vencer.”

Vi Nick dirigir-se ao dr. Robert Schullerdurante um culto na Crystal Cathedral, naCalifórnia. Nick é um rapaz dinâmico de 24anos. Contou a história de seus primeirosanos de vida sem os braços e as pernas. Nãohá explicação científica para Nick ter nascidoassim, mas ele foi feito de modo especial e

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admirável. Sabe que Deus tem um planopara sua vida.

Do lado esquerdo, Nick tem um pé minús-culo com dois dedos na ponta. Ele o chamade “coxinha de galinha” porque é assim quese parece. Com aquele pé minúsculo e os doisdedos, Nick consegue digitar 43 palavras porsegundo no teclado do computador. Égraduado em ciências contábeis e planeja-mento financeiro, consegue andar e nadar, eleva multidões a se ajoelharem depois deouvir suas palavras maravilhosas sobre agraça de Deus.

“Meu objetivo na vida é sair pelo mundo edizer: ‘Se eu posso confiar em Deus apesardas minhas circunstâncias, você tambémpode confiar nele apesar das suas circun-stâncias’. Sabemos que a graça de Deus é su-ficiente, e, se ele não responde às suas or-ações, saiba que ele está ao seu lado. Esta é amensagem dele: ‘Não tenha medo, porque euestou com você’”.

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Nick lembrou aos espectadores que nãodevemos comparar sofrimentos. As tribu-lações não dizem respeito ao que podemosou não fazer. Dizem respeito ao que nos tor-namos mediante o poder de Jesus Cristo, se-jam quais forem as circunstâncias.

Nem sempre Nick foi tão positivo.Quando tinha 8 anos, quis suicidar-se e pu-lou da mesa da cozinha para quebrar opescoço. Seu pai era pastor, e Nick cresceufrequentando a igreja e a escola dominical.Leu no salmo 139 que ele foi feito de modoespecial e admirável. Leu em Jeremias 29.11que Deus tinha um futuro e uma esperançapara sua vida. “Que futuro eu posso ter?”, elese perguntava.

Nick achou que nunca se casaria, nuncaseguraria a mão de sua esposa, não dançariano dia de seu casamento nem seria capaz deabraçar os filhos quando chorassem. “Essascoisas eram importantes para mim”, ele con-tou. “Ninguém tinha coragem de me dizer

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que tudo daria certo em minha vida. Emesmo que dissessem, eu não acreditaria.”

Só quando chegou à adolescência foi queNick orou a Deus pedindo que lhe dessebraços e pernas. “A Bíblia dizia: ‘Peçam, elhes será dado’. Eu tinha fé, e estava muitozangado com Deus. Não entendia. Imaginavaque não era digno o suficiente. Talvez fosseesse o motivo de não receber resposta dele.Eu sabia que braços e pernas não eram im-portantes para Deus, o criador do Universo,por isso orava para que minhas circunstân-cias mudassem, nas nada aconteceu.”

Deus não deu braços nem pernas a Nick,mas deu-lhe uma mensagem maravilhosa deesperança e propósito. Nick mostra aomundo que a maior alegria que podemossentir é a alegria de conhecer Cristo. Em al-guns países, Nick teria sido morto após onascimento. Teria sido abandonado emrazão de suas limitações físicas. Mas Nicktem valor. Ele é um agente global de

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transformações e um dos homens poderososde Deus na missão de proclamar a estemundo sofrido a esperança e a cura propor-cionadas por Jesus Cristo. Nick tem um valorextraordinário, é precioso demais, e não sepode calcular o preço do que ele faz.

Nick diz algo que é exatamente o quequero que saiba: “Se o mundo disser que vo-cê não é digno o suficiente, é mentira. Peçauma segunda opinião”.

Peça uma segunda opinião. Peça a opiniãode Deus. Ele acha que Nick é uma pessoa ex-traordinária. Acha que você é uma pessoa ex-traordinária. Nick, sem braços nem pernas,pensou que não fosse digno de receber umaresposta de Deus para completá-lofisicamente. Sentia-se desvalorizado. Mas,ah!, Deus tinha um plano maior. Está usandoNick para completar espiritualmente milhõesde pessoas ao redor do mundo. Isso é in-crível. Nick é digno o bastante. Nick é

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suficiente. Nick é incrivelmente valioso paraDeus.[2]

O TOQUE DA MÃO DO MESTRE

Myra foi uma mulher assolada por umagrave artrite. Suas pernas ficaram entrevadasem uma cadeira de rodas, mas sua alma es-tava livre para sempre. Com um lápis emcada mão deformada pela doença, ela usavaas borrachas nas pontas para datilografar aspalavras na máquina de escrever. A alegriade seus esforços para datilografar as palavrassuperava a dor de criá-las.

Um dia, quando um amigo estava saindoda casa de Myra, ela bateu a mão de leve nobraço da cadeira de rodas e disse: “Graças aDeus por isto!”. Antes de ter de usar a ca-deira de rodas, o talento de Myra estavaescondido como um tesouro na areia. Mas,depois que a artrite lhe limitou os movimen-tos, o talento desabrochou. E Deus usou um

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de seus mais preciosos poemas para mostrarnosso extraordinário valor.

O toque da mão do Mestre

Batido e riscado estava, e o leiloeiroNão deu muito valor ao violino;Achou que não valia muito a pena,Mas mesmo assim o segurou sorrindo.

“Quanto me dão por ele?”, gritou.“Quem começa a oferta? Vamos ver:Um dólar, um dólar, quem dá mais?Dois dólares, quem dá três?

“Três dólares. Dou-lhe uma, dou-lhe duas...”Mas do meio da multidãoUm senhor de cabelos grisalhosVeio e pegou no arco então.

Tirou o pó do velho violino,As cordas soltas apertouE tocou uma doce melodiaQue a todo mundo cativou.

A música parou, e o leiloeiro,

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Agora falando de mansinho,Disse: “Quanto dão pelo velho violino?”E o segurou com muito carinho.

“Mil dólares, quem dá mais?Dois, dois mil! E três, quem dá?Três mil! Dou-lhe uma... dou-lhe duas...Vendido!”, disse ele pra fechar.

“Mas leiloeiro, o que mudou o valor?Foi algo que disseste?”Mas bem clara é a resposta:Foi o toque do Mestre.

Muita gente triste e perdida,Surrada pelo pecado, em desatino,É menosprezada no leilão da vida,Como o velho violino.

Mas, quando vem o Mestre,A multidão não consegue suporQue uma vida possa mudar tantoCom um toque da mão do Senhor.

Ó Mestre! Estou desafinado.Toca-me, Senhor, com a tua mão

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Transforma-me, dá-me uma melodiaPara cantar a ti com o coração.

Myra Brooks Welch

Reconheça a mentira: Não tenho valor.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

“Observem as aves do céu: não semeiamnem colhem nem armazenam em celeiros;contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têmvocês muito mais valor do que elas?”

Mateus 6.26

Vocês não sabem que são santuário de Deuse que o Espírito de Deus habita em vocês?

1Coríntios 3.16

Bendito seja o Deus e Pai de nosso SenhorJesus Cristo, que nos abençoou com todas asbênçãos espirituais nas regiões celestiais emCristo. Porque Deus nos escolheu neleantes da criação do mundo, para sermos san-tos e irrepreensíveis em sua presença. Emamor nos predestinou para sermos adotados

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como filhos, por meio de Jesus Cristo, con-forme o bom propósito da sua vontade.

Efésios 1.3-5

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8. Sou um fracasso

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Sou um fracasso

MENTIRA: Sou um fracasso.VERDADE: Tudo posso naquele que mefortalece (Fp 4.13).

No penúltimo ano do colégio, Júlia parti-cipou de uma equipe de debate para ap-resentar sua argumentação em favor da vida.Fez pesquisas e exibiu fotografias incríveisdo desenvolvimento da criança no útero damãe. Venceu o debate e recebeu a nota maisalta possível. Seis meses depois, fez oprimeiro aborto.

O simples fato de conhecer a verdade nãogarante que caminharemos na verdade. Júliaconhecia a verdade em termos racionais, mas

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não tinha coragem de aplicá-la à sua vida.“Eu não podia falar mais daquilo em quesupostamente acreditava”, Júlia lamentou.“Eu era um completo fracasso.” Ela fez out-ros dois abortos enquanto cursava a fac-uldade e, com o passar do tempo, decidiuabandonar os estudos. Grávida pela quartavez, ela fez as malas e voltou para a casa dospais. Eles imaginaram que fosse a primeiragravidez da filha.

Daquela vez, Júlia sabia que teria o bebê,e assim foi.

Pedro, o apóstolo, e Júlia percorreramcaminhos semelhantes. Júlia negou aos fil-hos o direito de viver, e Pedro negou a autor-idade de seu Salvador.

Na última ceia que celebrou com os dis-cípulos antes de enfrentar a cruz, Jesusavisou-os que em breve partiria.

— Senhor, para onde vais? — Pedroperguntou.

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— Para onde vou vocês não podem seguir-me agora, mas me seguirão mais tarde — Je-sus respondeu.

— Senhor, por que não posso seguir-teagora? Darei a minha vida por ti! Ainda quetodos te abandonem, eu nunca te abandon-arei! (Jo 13.37; Mt 26.33) — disse Pedro.

— Você dará a vida por mim? Asseguro-lhe que, antes que o galo cante, você me neg-ará três vezes! (Jo 13.38) — Jesus entãoredarguiu.

Pedro, porém, declarou:— Mesmo que seja preciso que eu morra

contigo, nunca te negarei! (Mt 26.35).Imagino que Jesus tenha olhado para

Pedro com olhos de quem conhecia tudo ecom o coração partido. “Claro que sim, meucompanheiro”, ele deve ter pensado. “Vocêmorrerá comigo, mas não hoje.”

Pedro estava muito seguro de si, mas,antes do nascer do sol, ele fez o oposto

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daquilo que suas palavras exageradamenteconfiantes proclamaram.

— Você não é um dos discípulos dele? —uma criada perguntou-lhe, no pátio da casado sumo sacerdote.

— Não sou — Pedro disse.— Você não é um dos discípulos dele? —

alguém perguntou enquanto Pedro es-quentava as mãos perto da fogueira.

— Não sou — respondeu Pedro.— Você não é aquele que vi com Jesus no

monte das Oliveiras? Não foi você que dece-pou a orelha de um parente meu? — outrapessoa o desafiou.

— Não sou! — Pedro falou pela terceiravez.

No exato momento da terceira negação, ogalo cantou. Enquanto o horizonte começavaa clarear para anunciar o novo dia, o coraçãode Pedro sofria por seu pecado. O discípulochorou amargamente por sua covardia.Aquele pescador arrogante, impetuoso e

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efusivo se acovardou diante do olhar acusad-or de uma simples criada.

Meu receio é que tenhamos esquecidoessa história na prateleira de alguma estante.Nós, os cristãos, temos a tendência de pôr asregras do beisebol acima da Palavra de Deusquando se trata do fracasso de nossos irmãose irmãs — três rebatidas erradas e você estáfora do jogo. Mas o Árbitro do Universo temregras diferentes. Ele veste o manto demisericórdia e graça e convida-nos a voltarao jogo.

DE VOLTA AO JOGO

Três dias depois de Jesus ter dado o últimosuspiro neste mundo, as mulheres que foramvisitar o sepulcro informaram os discípulosacerca do túmulo vazio. Segundo o relato deMarcos, um anjo ordenou às mulheres quedissessem aos discípulos e a Pedro que Jesusestava vivo (cf. Mc 16.7). Eu gostaria de saberpor que o anjo destacou o nome de Pedro.

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Será que Deus sabia que Pedro precisava deuma dose extra de graça e convicção porcausa de seu erro?

Você é capaz de imaginar as batidas acel-eradas do coração de Pedro enquanto elecorria ao sepulcro vazio? Em que estariapensando ao levantar poeira atrás de si?Estaria com vergonha de encarar Jesus se eleestivesse vivo? Seria grato por outra chance?Jesus haveria de querer vê-lo?

Pedro encontrou-se com Jesus após a res-surreição. Não sabemos quantas vezes est-iveram juntos ou sobre o que conversaram.Mas Deus nos permite testemunhar comoJesus abraçou e restaurou aquela “pedra”quebrada.

Depois de Jesus ter aparecido aos discípu-los e a muitas outras pessoas, parece que avida voltou ao normal. Pedro e João vol-taram a fazer aquilo a que estavam acos-tumados: pescar. Certa manhã, assim que osol surgiu no horizonte, eles viram que suas

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redes continuavam vazias. Um homem grit-ou da praia:

— Amigos, não pescaram nenhum peixe?— Não — responderam.— Lancem a rede do outro lado do barco e

encontrarão peixes.Quando as redes começaram a encher-se

de peixes, João lembrou-se de um eventosemelhante ocorrido três anos antes e en-tendeu que a voz na praia era de Jesus.

Pedro atirou-se na água e nadou até apraia enquanto os outros puxavam a pescamaravilhosa. Depois de comerem, Jesuschamou Pedro de lado e perguntou-lhe:

“Simão, filho de João, você me ama mais doque estes?”Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que teamo”.Disse Jesus: “Cuide dos meus cordeiros”.Novamente Jesus disse: “Simão, filho deJoão, você me ama?”Ele respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que teamo”.

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Disse Jesus: “Pastoreie as minhas ovelhas”.Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filhode João, você me ama?”Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter per-guntado pela terceira vez “Você me ama?” elhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas esabes que te amo”.Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas”.

João 21.15-17

Os sentimentos de Júlia foram muitosemelhantes aos de Pedro. “Neguei Jesus to-das as vezes que atravessei a porta daquelaclínica de abortos”, ela disse. “Mas ele mechamou de lado e perguntou: ‘Júlia, você meama?’. E respondi como Pedro: ‘Sim, Senhor,tu sabes que te amo’. Eu achava que haviaido longe demais e que não poderia receber operdão de Deus, mas ele mostrou-meque não há lugar distante demais para rece-bermos sua graça salvadora. Meu pecado nãoé maior que a graça de Deus.”

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INTERPRETAÇÃO ERRADA DO FRACASSO

É fácil pensar que um erro na vida tenha opoder de rotular nossa identidade como seela mesma fosse um fracasso. É nisso que oinimigo quer que acreditemos. Se ele pudernos fazer sentir como se fôssemos um fracas-so, será o vencedor.

Brennan Manning escreveu em seu livroAbba’s Child:

Era comum eu não me sentir seguro comigomesmo, a não ser que tivesse um desem-penho sem nenhuma falha. Meu desejo de serperfeito transcendeu meu desejo por Deus.[...] Minha percepção embotada do fracasso eminha incompetência pessoal provocaramperda da autoestima, desencadeando episódi-os de depressão e grande ansiedade.[1]

O fracasso faz parte da vida, e quantomais cedo aceitarmos que somos criaturasimperfeitas dependentes do Cristo perfeito,mais cedo nos libertaremos do jugo da

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perfeição. Não sou um fracasso; sou umafilha de Deus que às vezes fracassa.

O que é fracasso senão um padrão decomparação feito por homens para medirnossas realizações? Deus está muito mais in-teressado no processo do que no produto. Se,por obediência a Deus, eu tiver que perderum ótimo negócio, por exemplo, continuareia ser um sucesso aos olhos divinos.

FRACASSOS FAMOSOS

Talvez você não esteja presa a um fracassode natureza espiritual. Provavelmente a ideiade que você é um fracasso tenha se originadono fracasso de um casamento, de umemprego ou de tarefas simples. Reflita nisto:

• Após o primeiro teste de FredAstaire para o cinema, em 1933, odiretor fez estas anotações: “Nãosabe interpretar. Insignificante.Dança razoavelmente”.

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• Louisa May Alcott, autora de Mul-herzinhas, foi aconselhada a en-contrar trabalho como empregadadoméstica ou costureira.

• O professor de violino de Beeth-oven disse certa vez que o alunoera uma “negação comocompositor”.

• Walt Disney foi demitido por umeditor de jornal por falta de ideias.

• O professor de Thomas Edisondisse que ele era idiota demaispara aprender qualquer coisa.

• Albert Einstein só conseguiu falardepois dos 4 anos de idade e sóaprendeu a ler aos 7 anos. Seusprofessores o descreveram comoretardado mental.

• Isaac Newton teve péssimo rendi-mento na escola primária.

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• Henry Ford fracassou e foi à falên-cia cinco vezes antes de ser umhomem bem-sucedido.

• Babe Ruth [há quem diga que elefoi o melhor jogador de beisebolde todos os tempos] foi recordistade home-runs (714 vezes), mastambém foi recordista destrikeouts (1.330).

• Winston Churchill foi reprovadona sexta série.

• O primeiro livro infantil do dr.Seuss [Theodor Seuss Geisel], Andto Think that I Saw It on Mul-berry Street [E pensar que eu o vina rua Mulberry], foi rejeitado por27 editoras. A 28ª, VanguardPress, vendeu 6 milhões de exem-plares do livro.

• Em 1902, o editor de poesias darevista Atlantic Monthly devolveuos textos de um poeta de 28 anos

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de idade com o seguinte bilhete:“Nossa revista não tem espaçopara seus versos de linguagemforçada”. O poeta era RobertFrost.

• Em 1889, Rudyard Kipling rece-beu a seguinte carta do jornal TheSan Francisco Examiner, rejeit-ando seu trabalho: “Lamentomuito, sr. Kipling, mas o senhornão sabe usar o idioma inglês”.

• Um jogador de basquete desper-diçou 9 mil arremessos em suacarreira. Perdeu mais de trezentosjogos. Foi designado 21 vezes parafazer o arremesso que daria avitória ao jogo e errou em todaselas. Seu nome é Michael Jordan.Ele disse: “Errei muitas vezes navida. E foi por isso que obtivesucesso”.

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Essas pessoas se recusaram a acreditarque o fato de terem cometido erros as torn-ara um fracasso. Precisamos rejeitar amentira do inimigo, que tenta nos chutarquando estamos no chão; precisamos dizer averdade a nós mesmas. O fracasso pode ser otrampolim para o sucesso.

Agora me recordo da história de umhomem que fracassou nos negócios em 1831;foi eleito para a legislatura e perdeu oemprego em 1832; foi eleito para a legis-latura em 1834, mas teve um colapsonervoso em 1836; foi derrotado na disputapela cadeira de presidente do Congressonorte-americano em 1838; foi derrotadoquando se candidatou a membro do colégioeleitoral em 1840; foi derrotado quando secandidatou para ocupar uma vaga no Con-gresso em 1843; foi eleito para ocupar umavaga no Congresso em 1846, mas acabouderrotado em 1848; foi derrotado por menosde cem votos para o Senado em 1850; foi

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derrotado quando se candidatou a vice-pres-idente em 1856, e para o Senado em 1858.Mas, em 1860, Abraham Lincoln foi eleitopresidente dos Estados Unidos. Depois deperder a corrida para o Senado, Lincolndisse: “O caminho era exaustivo e escorrega-dio. Meus pés escorregavam sob mim, umempurrando o outro para fora do caminho,mas me recuperei e disse a mim mesmo: ‘Foium escorregão, não uma queda’”.[2]

Certa vez um garotinho estava treinandobeisebol sozinho no quintal. Atirou a bolapara o ar, girou o corpo, mas não conseguiuagarrar a bola antes que ela caísse. Tentourepetidas vezes; porém, nada de conseguirpegar a bola de volta. Finalmente, ele se irrit-ou e disse: “Cara, um dia vou ser lançador”.

Que excelente perspectiva!

A SÍNDROME DO “NÃO CONSIGO”

Por volta dos 4 anos de idade, meu filho so-freu a síndrome do “não consigo”. Se não

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obtivesse sucesso imediato em uma tarefa,sua tendência era atirar as mãozinhasrechonchudas para o alto e dizer: “Nãoconsigo!”.

Quando chegou o dia de treinar a andarde bicicleta, ele foi atacado por uma gravecrise do tal “não consigo”. Steven tentou, porvárias horas, equilibrar-se nas duas rodas,mas caiu diversas vezes no chão.

— Não consigo — ele esbravejou.— Você ainda não consegue — eu disse. —

Mas vai conseguir. E quando aprender a an-dar de bicicleta, vai ser a coisa mais diver-tida de sua infância.

Steven fitou-me nos olhos, colocou asmãozinhas redondas no quadril e disse comvoz pausada:

— Isto não é divertido e nunca vai serdivertido.

Ah, como me vejo naquele olhar! Muitasvezes, quando Deus está tentando ensinar-me uma lição de vida ou uma nova

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disciplina, eu perco o equilíbrio e quero desi-stir. Ele tira as rodinhas de segurança da bi-cicleta e coloca-me na estrada da maturid-ade, e às vezes eu levo um tombo. “Não con-sigo!”, eu grito. “Isto não é divertido e nuncavai ser divertido.”

Deus, porém, continua a ajudar-me, se-gurando na parte traseira da bicicleta até euaprender a me equilibrar e seguir em frente.Vejo-me atravessando a pista da vitória en-quanto Deus sorri com alegria e satisfação.

Alguns dias depois de declarar-sederrotado, Steven saiu pela porta da rua,sentou-se em sua pequena bicicleta vermelhae pedalou pelo jardim sem perder oequilíbrio uma só vez. E quer saber? Pedalara bicicleta foi mesmo a coisa mais divertidaque ele fez na infância.

UM GAROTO QUE DISSE “DEUS CONSEGUE”

Quando Deus falou a Moisés no meio dasarça ardente e chamou-o para ser o líder

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dos israelitas e tirá-los da escravidão noEgito, Moisés foi acometido de um casograve de “não consigo”.

“Por favor, escolha outra pessoa”, eledisse.

No entanto, quando Deus chamou o ga-roto Davi para matar um gigante, o garotodisse: “Deus consegue fazer isso por meio demim”. Esse jovem pastor de ovelhas setornou conhecido durante o reinado de Saul.Os israelitas estavam em guerra com umpovo poderoso, os filisteus. As duas facçõesguerreiras acamparam-se em lados opostosnas encostas das colinas, separadas por umvale. Os filisteus tinham uma arma secretachamada Golias. O homem tinha 2,90 met-ros de altura, usava um capacete de bronze evestia uma couraça de escamas de bronzeque pesava 60 quilos.

Durante quarenta dias, de manhã e àtarde, o gigante de 2,90 metros aproximou-se da linha da batalha, gritando com os

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israelitas, insultando-os e desafiando-os aencontrar alguém capaz de enfrentá-lo emum duelo. O povo escolhido de Deus ficouapavorado e encolheu-se de medo.

Um dia, o pai de Davi ordenou-lhe quelevasse comida a três de seus irmãos que es-tavam no acampamento do exército israelita.Quase posso vê-lo saltando de pedra empedra, alheio aos problemas do mundo. Aoouvir os gritos de guerra, ele deixou a comidano acampamento, correu até a linha debatalha e presenciou toda aquela comoção.Assim que Davi se aproximou, Goliasavançou e gritou suas habituais palavras de-safiadoras. Os soldados deram meia-volta ecorreram, mas Davi não saiu do lugar. Emmeio a uma nuvem de poeira, ele perguntou:“Quem é esse filisteu incircunciso para de-safiar os exércitos do Deus vivo?” (1Sm17.26).

Confiante, o jovem pastor de ovelhas de-clarou: “Ninguém deve ficar com o coração

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abatido por causa desse filisteu; teu servo iráe lutará com ele [...] O Senhor que me livroudas garras do leão e das garras do urso melivrará das mãos desse filisteu” (v. 32,37).

Ah, eu adoro essa passagem. Adoromesmo! Davi recusou-se a usar a armadurapesada e incômoda oferecida por Saul epegou cinco pedras lisas em um riacho nasproximidades dali. Endireitou o corpo o maisque pôde para aparentar mais altura, firmou-se em suas pernas magras de adolescente egritou ao inimigo de porte gigantesco:

Você vem contra mim com espada, com lançae com dardos, mas eu vou contra você emnome do Senhor dos Exércitos, o Deus dosexércitos de Israel, a quem você desafiou.Hoje mesmo o Senhor o entregará nas min-has mãos, eu o matarei e cortarei a suacabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres doexército filisteu às aves do céu e aos animaisselvagens, e toda a terra saberá que há Deusem Israel. Todos os que estão aqui saberãoque não é por espada ou por lança que o

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Senhor concede vitória; pois a batalha é doSenhor, e ele entregará todos vocês emnossas mãos.

1Samuel 17.45-47

Assim que o filisteu começou a se aproxi-mar, Davi investiu contra o inimigo, colocouuma pedra lisa na atiradeira e mirou o alvo.A pedra atingiu Golias na testa, fazendo-ocair com o rosto no chão. Você é capaz deimaginar a surpresa dos israelitas, o sustodos filisteus e o sorriso dos anjos quandoDavi pôs os pés sobre a armadura no peitodo gigante?

Tenho vontade de gritar: “É isso aí! In-centive o time da casa!”.

Há um ponto que eu gostaria de analisarcom você. Moisés foi um homem que se aco-vardou quando Deus o chamou para serlíder. Davi foi um rapaz que pegou o touropelos chifres — ou melhor, o gigante pelacabeça — quando enfrentou o inimigo de

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Deus. O que fez a diferença? Moisés olhoupara suas aptidões e disse: “Não consigo.Não tenho capacidade para isso”. Davi olhoupara o Deus dos exércitos e disse: “Deus con-segue. Ele tem capacidade para isso”.

Seja qual for o problema que você estejaenfrentando hoje — sejam quais forem os gi-gantes em seu caminho —, se Deus lhe der avisão, também lhe dará os meios para ven-cer. Ele não chama necessariamente osequipados, mas sempre equipa os que sãochamados. Você tem capacidade. Deusconcedeu-lhe o poder do Espírito Santo. Essemesmo poder transformou Pedro, um cov-arde que negou conhecer Jesus, em um lídercorajoso que falou com confiança e entusi-asmo após a ascensão de Cristo.

Satanás deseja que acreditemos que nãotemos capacidade. A verdade de Deus é quetemos tudo de que necessitamos. O poder doEspírito Santo nos foi concedido, habita emnós e trabalha por nosso intermédio. Mas há

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um elemento essencial: o poder é concedidoaos que creem (cf. Ef 1.18-20).

Satanás me diz: “Você não consegue”.Deus me diz: “Eu já consegui”.O único obstáculo que nos impede de

cumprir o chamado de Deus e de ser tudo oque ele planejou para nós é a falta de fé. Issoocorreu com os israelitas a caminho deCanaã e ocorre com você e comigo a caminhode nossa terra prometida. Jesus disse: “Tudoé possível àquele que crê” (Mc 9.23).

Se Deus a chamou para realizar determin-ada obra, ele a ajudará a concluí-la. Creianesta verdade: “Tudo posso naquele que mefortalece” (Fp 4.13).

O ENTERRO DO “NÃO CONSIGO”

Chick Moorman estava visitando várias salasde aula quando chegou à classe da quartasérie na qual estava Donna. Parecia uma salade aula típica do ensino fundamental, mashavia algo diferente no dia em que ele entrou

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ali pela primeira vez. Havia uma sensação deeuforia no ar. Vamos deixar que Chick conteo que viu naquele dia.

Donna era uma professora veterana de umacidadezinha de Michigan, e faltavam apenasdois anos para sua aposentadoria. Trabal-hava também como voluntária em um pro-jeto de âmbito nacional que eu organizara ecom o qual colaborara. O treinamentoconcentrava-se em ideias artísticas de lin-guagem, capazes de incentivar os alunos a sesentirem bem consigo mesmos e a assumir aresponsabilidade sobre sua vida. O trabalhode Donna era assistir às sessões de treina-mento e implementar os conceitos apresenta-dos. Meu trabalho era visitar as salas de aulae encorajar a implementação dos conceitos.

Sentei-me em um lugar vazio no fundo dasala e fiquei observando. Todos os alunos es-tavam trabalhando em uma tarefa,preenchendo uma folha de caderno compensamentos e ideias. Uma aluna de 10 anos,mais próxima a mim, estava enchendo umafolha de “Não consigo”.

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“Não consigo chutar a bola de futebol adi-ante da segunda base.”

“Não consigo fazer divisões longas commais de três números.”

“Não consigo convencer Debbie a gostarde mim.”

A página já estava pela metade, e a men-ina não mostrava sinais de parar. Trabalhavacom determinação e persistência.

Caminhei entre as fileiras de bancos, ol-hando de relance as folhas de papel dos alun-os. Todos estavam escrevendo o que não con-seguiam fazer.

“Não consigo fazer dez flexões.”“Não consigo fazer a bola ultrapassar o

muro à esquerda do campo.”“Não consigo comer um biscoito só.”A esta altura, a atividade despertou minha

curiosidade, então decidi verificar com a pro-fessora o que estava acontecendo. Ao meaproximar, notei que ela também estava ocu-pada, escrevendo. Achei melhor nãointerrompê-la.

“Não consigo trazer a mãe de John parauma reunião com os professores.”

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“Não consigo convencer minha filha aabastecer o carro.”

“Não consigo convencer Alan a usar palav-ras em vez de socos.”

Frustrado em meus esforços para saberpor que os alunos e a professoraconcentravam-se em frases negativas em vezde escrever frases positivas com “Eu con-sigo”, voltei ao meu lugar e continuei a obser-var. Os alunos escreveram por mais dezminutos. A maioria encheu a página. Algunsiniciaram outra.

“Terminem a página e não comecemoutra”, foram as instruções de Donna aoanunciar o fim da atividade. Os alunos foraminstruídos a dobrar as folhas de papel aomeio e levá-las à mesa da professora, paradepositar as frases “Não consigo” em umacaixa de sapatos vazia.

Depois que todos os papéis foram coloca-dos na caixa, Donna colocou o dela. Tampoua caixa, colocou-a embaixo do braço e saiupela porta de acesso ao corredor. Os alunosseguiram a professora. Eu segui os alunos.

Na metade do corredor, o grupo parou.Donna entrou na sala do administrador,

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remexeu daqui, remexeu dali e apareceu comuma pá. Segurando a pá em uma das mãos ea caixa de sapatos na outra, Donna conduziuos alunos ao canto mais afastado do play-ground. Ali, começaram a cavar...

A escavação levou mais de dez minutosporque a maioria dos alunos da quarta sériequis participar. Quando o buraco atingiuquase um metro de profundidade, a escav-ação terminou. A caixa dos “Não consigo” foidepositada no fundo do buraco e rapida-mente coberta com terra.

Trinta e uma crianças de 10 e 11 anos per-maneceram em pé, em torno da sepulturarecém-cavada. Cada uma havia deixado umapágina cheia de “Não consigo” na caixa desapatos, um metro abaixo da superfície. Aprofessora também.

Nesse ponto, Donna anunciou: “Meninose meninas, por favor, deem as mãos uns aosoutros e curvem a cabeça”. Os alunos obede-ceram e formaram um círculo ao redor dasepultura. Curvaram a cabeça e aguardaram.Donna proferiu a “homenagem póstuma”.

“Amigos, estamos hoje aqui reunidos parahomenagear a memória do ‘Não consigo’.

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Enquanto esteve conosco aqui na terra, eletocou a vida de todos nós, mais de uns que deoutros. Seu nome, infelizmente, tem sidomencionado em instituições públicas —escolas, prefeituras, assembleias legislativase, sim, até mesmo na Casa Branca.

“Providenciamos um local para o des-canso final do ‘Não consigo’ e uma lápidecom seu epitáfio. Ele será substituído porseus irmãos e irmãs ‘Eu consigo’, ‘Eu vou’ e‘Eu vou imediatamente’. Eles não são tãoconhecidos como seu famoso parente e, cer-tamente, ainda não são tão fortes e poder-osos. Talvez um dia, com a ajuda de vocês,eles possam deixar uma marca muito maiorno mundo.

“Que o ‘Não consigo’ descanse em paz eque todos nós aqui presentes possamos reto-mar nossas atividades e seguir avante em suaausência. Amém”.

Enquanto ouvia a homenagem, entendique aqueles alunos jamais esqueceriam alição. A atividade foi simbólica: uma metá-fora da vida. Foi uma experiência direta queficaria gravada para sempre no consciente eno inconsciente de cada um.

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Escrever frases com “Não consigo”,enterrá-las e ouvir a homenagem póstuma foium grande esforço da parte da professora. Eela ainda não terminara. Ao concluir a hom-enagem, ordenou aos alunos que dessemmeia-volta, conduziu-os novamente à sala deaula e promoveu uma festa.

Comemoraram a morte do “Não consigo”com biscoitos, pipoca e suco de fruta. Comoparte da comemoração, Donna recortou umagrande lápide de papelão e escreveu as palav-ras “Não consigo” na parte superior, “Des-canse em paz” no centro, e a data embaixo.

A lápide de papel ficou dependurada nasala de aula de Donna até o fim do ano. Nasraras ocasiões em que um aluno esquecia edizia “Não consigo”, Donna apontava para o“Descanse em paz” escrito na lápide. O aluno,então, lembrava que o “Não consigo” estavamorto e reformulava a frase.

Eu não era aluno de Donna. Ela era minhaaluna. Mesmo assim, naquele dia aprendiuma lição duradoura com ela.

Agora, anos depois, sempre que ouço afrase “Não consigo”, vejo imagens daqueleenterro feito pelos alunos da quarta série.

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Como os alunos, eu também lembro que o“Não consigo” está morto.[3]

Talvez você, da mesma forma que os alun-os de Donna, necessite realizar um enterrosemelhante. Faça uma lista de todos os “Nãoconsigo” e enterre-a. Escreva um necrológioe coloque-o em lugar de destaque para quepossa vê-lo com frequência. “Não consigo?”Que bobagem! “Tudo posso naquele que mefortalece.”

Reconheça a mentira: Sou um fracasso.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Tudo posso naquele que me fortalece.Filipenses 4.13

Mas temos esse tesouro em vasos de barro,para mostrar que este poder que a tudo ex-cede provém de Deus, e não de nós.

2Coríntios 4.7

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Seu divino poder nos deu tudo de que neces-sitamos para a vida e para a piedade, pormeio do pleno conhecimento daquele quenos chamou para a sua própria glória evirtude.

2Pedro 1.3

Àquele que é capaz de fazer infinitamentemais do que tudo o que pedimos ou pensam-os, de acordo com o seu poder que atua emnós, a ele seja a glória na igreja e em CristoJesus, por todas as gerações, para todo osempre! Amém!

Efésios 3.20-21

Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e osseus planos serão bem-sucedidos.

Provérbios 16.3

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9. Não consigo perdoar a mim mesma

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Não consigo perdoar a mimmesma

MENTIRA: Não consigo me perdoar.VERDADE: Portanto, já não há condenaçãopara os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).

Querida Sharon,Acabo de ler um de seus devocionais sobre

graça e perdão. Você mencionou uma mulherque fez três abortos e se recusava a perdoar asi mesma. Aquilo me tocou profundamenteporque, veja, fiz um aborto onze anos atrás. Éa primeira vez que escrevo isto. Afastei-medo caminho de Deus e fiquei zangada com elepor causa de uma situação extremamentedolorosa em minha vida. Eu havia oradomuito a respeito de algo que eu queria e

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culpei Deus pelos resultados obtidos. Foi umperíodo sombrio em minha vida. Afastei-mede Deus e vivi de maneira desregrada.Naquele período, engravidei e fiz um aborto.Ninguém ficou sabendo... ninguém.

Eu gostaria de voltar no tempo e mudar ascoisas. Daria minha vida para trazer aquelacriança de volta, mas não posso. Tenho pe-dido a Deus que me perdoe e sei que a Palav-ra de Deus diz que ele é “fiel e justo para per-doar os meus pecados” e “não se lembrarámais deles”. Ainda assim, não consigo meperdoar.

Ao contrário da mulher em seu devocion-al, eu era cristã quando fiz o aborto. Na épo-ca, estava muito longe de Cristo, mas sabiaque estava cometendo um erro. Acho que épor isso que tenho tanta dificuldade emaceitar o perdão dele. Dei ouvidos à voz doinimigo em vez de dar ouvidos à voz de Deus.O Espírito Santo continuou a tentar falarcomigo, mas não quis ouvi-lo. É por isso quetenho dificuldade em me perdoar. Penso queseja mais fácil aceitar o perdão de Cristo nomomento em que passamos a conhecê-lo,mas estou lutando porque já era cristã.

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Como posso me perdoar?

Kimberly não está sozinha na luta paraperdoar a si mesma, e essa luta tem as im-pressões digitais de Satanás por toda parte.O inimigo sabe que ela foi perdoada no mo-mento em que pediu perdão a Deus. Satanásnão pode fazer nada a esse respeito, maspode impedi-la de sentir-se perdoada. En-quanto ela continuar a sentir-se condenada,a mentira de Satanás a impedirá de andar naliberdade que Deus concede mediante suagraça.

A CONFISSÃO PURIFICADORA

O que eu disse a Kimberly? Mencionei o reiDavi, um homem que amava a Deus de todoo coração. Foi ungido futuro rei de Israelquando era menino, matou o gigante filisteuGolias com uma atiradeira e uma pedraquando era adolescente, e foi o único queconseguiu levar a arca da aliança de volta aseu lugar, em Jerusalém. Mas, cerca de dez

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anos depois de ter assumido a posição de rei,quando os soldados haviam partido para aguerra, Davi resolveu não acompanhar seushomens ao campo de batalha. Era primavera,e ele permaneceu no palácio, onde nãodeveria estar e sem fazer o que deveria.

Uma tarde, Davi decidiu apreciar o arfresco e foi passear no terraço do palácio.Enquanto olhava ao redor, viu a linda esposade seu vizinho tomando banho. Em vez dedar meia-volta, Davi fixou o olhar na visãosedutora e quis para si o que viu. Indagou arespeito da mulher e descobriu que era Bate-Seba, mulher de Urias, um dos soldados en-viados ao campo de batalha. Davi mandoubuscá-la, e, naquela noite de paixão, a mulh-er engravidou. O rei ordenou que Urias vol-tasse para casa para um período de des-canso, na esperança de que o soldadodormisse com a esposa e acreditasse que ofilho era legítimo.

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No entanto, o leal Urias não pensou damesma maneira. Ele disse:

“A arca e os homens de Israel e de Judá re-pousam em tendas; o meu senhor Joabe e osseus soldados estão acampados ao ar livre.Como poderia eu ir para casa para comer, be-ber e deitar-me com minha mulher? Juro porteu nome e por tua vida que não farei umacoisa dessas!”.

2Samuel 11.11

A lealdade de Urias frustrou o es-tratagema de Davi, que, então, ordenou aocomandante do exército que pusesse o mar-ido de Bate-Seba na linha de frente e se afas-tasse, deixando o soldado exposto edesprotegido. Pode-se dizer que a morte deUrias ocorrera como se o coração do guer-reiro tivesse sido fincado pela espada dopróprio Davi.

Lembro-me da primeira vez em que ouviessa história. Meu coração se comoveu aopensar que uma pessoa tão próxima de Deus

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foi capaz de cometer um erro tão deplorável.Comecei, então, a entender que isso poderiater acontecido com qualquer pessoa... inclus-ive comigo.

Davi não se arrependeu. Manteve opecado oculto como um câncer a corroer-lhea alma. Ele escreveu:

As minhas culpas me afogam;são como um fardo pesado e insuportável.Minhas feridas cheiram mal e supurampor causa da minha insensatez.

Salmos 38.4-5

Só tempos depois, quando o profeta Natão interpelou, foi que Davi confessou sincera-mente seu pecado, arrependeu-se e voltou-separa Deus. E o que Deus fez? Perdoou ao rei.

Davi ficou preso nas garras da culpa, semsaber se seria libertado. Mas a misericórdiachegou trazendo a chave do perdão e escan-carou a porta da prisão. Davi teve de dar os

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passos necessários para sair da prisão e en-trar no reino da graça.

Não importa o que fizemos, Deus nãoquer que permaneçamos presas na ar-madilha da culpa. “Foi para a liberdade queCristo nos libertou” (Gl 5.1). Jesus veio aomundo não apenas para que tivéssemos vidaeterna após a morte física, mas também paraque tivéssemos vida abundante a partir denosso nascimento espiritual.

Não quero de forma alguma diminuir agravidade do pecado. Nem quero diminuir averdade da graça. Nossa natureza pe-caminosa antes de aceitarmos Cristo é o ele-mento que nos separa de Deus. Mas, quandorecorremos a Deus e confessamos nossospecados, a Bíblia promete que “ele é fiel ejusto para perdoar os nossos pecados e nospurificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).

E a Bíblia prossegue: “Se afirmarmos quenão temos cometido pecado, fazemos deDeus um mentiroso, e a sua palavra não está

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em nós” (v. 10). Não conheço ninguém capazde afirmar sinceramente que não cometeupecado. Por outro lado, todos os dias con-heço pessoas que acreditam que não foramperdoadas. Vamos, portanto, analisar essesversículos por alguns instantes.

Confessar é concordar com Deus que pe-camos. É inútil pensar que podemos guardaros pecados dentro de nós. Deus conhece cadamovimento nosso, cada pensamento e cadapalavra que proferimos. O pecado não con-fessado obstrui o canal por onde o poder deDeus flui. A confissão e o arrependimento re-movem o bloqueio e abrem o canal para queo Espírito volte a fluir livremente.

Podemos concordar com Deus que pe-camos — confessar o pecado — e, mesmo as-sim, continuar nas trevas; isso acontecequando recusamos a aceitar e crer que fomosperdoados. Beth Moore diz:

Concordar com Deus que fomos perdoados étão importante quanto concordar com Deus

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que pecamos. Se Satanás não conseguir nostentar a esconder nosso pecado e recusar aconfessá-lo, ele nos tentará a não aceitar operdão e a purificação. Se persistirmos nessesentimento negativo, pensaremos de formadestrutiva e, com o tempo, agiremos sob suainfluência. Não permita que Satanás seja ovencedor![1]

Dizer “Eu não me sinto perdoada” é per-mitir que os sentimentos sobrepujem a ver-dade. A verdade é sempre verdade, queracreditemos quer não. Mas, quando acredit-amos na verdade, nos libertamos. É daí que opoder se origina — de acreditarmos em Deus.

O que Deus exige? “Se confessarmos osnossos pecados, [Deus] é fiel e justo paraperdoar os nossos pecados e nos purificar detoda injustiça.” Por que exigir mais de nós doque o nosso próprio Criador?

O ARREPENDIMENTO VERDADEIRO

Muitas pessoas não se sentem perdoadasporque não compreendem o significado do

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arrependimento verdadeiro. Arrependi-mento significa afastar-se do pecado evoltar-se para Deus. É a mudança de mental-idade que nos leva a mudar de direção.

Quando os líderes religiosos levaram a Je-sus a mulher surpreendida em adultério, elenão a condenou. Perdoou-lhe o pecado.Porém, antes que ela fosse embora, Jesusdisse: “Agora vá e abandone sua vida depecado” (Jo 8.11). Esse é o segredo do arre-pendimento verdadeiro. É mais que lament-ar ter sido surpreendida em pecado. É umarrependimento profundo e sincero de haverdesobedecido a Deus. É a mudança de men-talidade que muda a pessoa por inteiro.

José, um rapaz bem-apessoado e de beloporte físico, trabalhava na casa de Potifar. Amulher de Potifar sentiu-se atraída poraquele novo escravo e tentou seduzi-lo emvárias ocasiões. “Vamos, deite-se comigo!”,ela dizia com voz sedutora.

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José, porém, disse: “Como poderia eu, en-tão, cometer algo tão perverso e pecar contraDeus?” (Gn 39.9).

Ah, quem dera enxergássemos nossopecado sob essa luz — não apenas nos pre-ocuparmos em ser surpreendidas em pecado,mas termos o coração quebrantado só empensar que decepcionamos Deus.

Davi acreditava em Deus quando pecou.Mas Deus perdoou-lhe o pecado e abençoouseu reino. Pedro era um discípulo quandonegou três vezes que conhecia Jesus. MasJesus perdoou-lhe o pecado e ampliou seuministério. Não encontramos nenhum exem-plo de Deus virando as costas a alguém queesteja verdadeiramente arrependido.

Muitas pessoas acreditam que o arre-pendimento, a confissão e o pedido de per-dão são atitudes simples demais diantedo erro cometido. Acham que precisam fazerpenitência ou pagar pelo pecado antes de re-ceber perdão. Mas não há nada que

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possamos fazer para apagar nosso erro. Nen-huma penitência será suficiente, por maiorque seja. Nada poderá lavar a mancha dopecado, a não ser o sangue de Jesus. Não po-demos fazer isso. Jesus já o fez por nós.

A SOMBRA DA VERGONHA

As duas maiores armas de Satanás contra asmulheres de hoje são a vergonha e a con-denação. Apesar de sabermos que Deus nosperdoou, muitas de nós nos vestimos de tra-pos sujos todas as manhãs. Veja o que estasmulheres disseram:

Entre os 20 e os 30 anos de idade fiz trêsabortos. Tive enorme dificuldade em me per-doar. Em meu estudo bíblico, estávamosfalando de pureza sexual. Umas poucas mul-heres se abriram e contaram que fizeramaborto. Eu não podia dizer que havia feitotrês. Continuo tendo enorme dificuldade emme perdoar. No íntimo, sei que estou per-doada, mas Satanás controla minha mentenesse aspecto, e continuo a sentir vergonha.

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Hoje sou casada e tenho três filhos. Minhafilhinha sofre de convulsão desde os 5 mesesde idade, e às vezes me pergunto se isso nãoseria um castigo de Deus. Mas, enquanto es-crevo isto, Deus me lembra de que foi o prob-lema de minha filha que me levou a voltar-me para ele e dedicar minha vida à causa deCristo. Minha filha é a razão do meu cresci-mento espiritual. Não é um castigo, certo? Éuma bênção.

• • •

Tive um caso amoroso pouco tempo atrás.Pedi perdão a Deus muitas vezes. Satanás,porém, continua a me lembrar daquilo. Seique Deus e meu marido me perdoaram. Mastenho atravessado períodos de autodestru-ição. Preciso aprender a livrar-me disso deuma vez por todas.

Se estamos sentindo condenação, ela nãoprocede de Deus. Satanás é quem condena. OEspírito Santo nos declara culpadas. Comosaber a diferença? Satanás nos acusa para

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que nos sintamos condenadas. O EspíritoSanto nos declara culpadas a fim de nos levarao arrependimento (cf. 2Co 7.9-10). Assimque nos arrependemos e pedimos perdão,somos purificadas e ponto final. Se os senti-mentos de condenação persistirem é porquedemos ouvidos à acusação do inimigo,demos ouvidos à mentira.

Temos de admitir que a culpa é um mo-tivador poderoso. Pais, professores, amigos,crianças, maridos e esposas se utilizam dela.Eu, porém, me recuso a usar a culpa comomotivador porque ela é a linguagem do in-imigo. E eu quero ficar o mais longe possíveldo idioma do inimigo. Quando sentir odesejo de usar palavras cheias de culpa, nãoas profira. Rejeite-as.

O sentimento de não ser capaz de se per-doar é carregado de emoções negativas: raivade si mesma e autoacusações. Satanás tentanos manter em um estado mórbido de aver-são por nós mesmas; isso faz parte de seus

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deveres como “acusador dos irmãos”. A acus-ação se apresenta em forma de “você mereceo que está sofrendo”. “Fez a cama, agoradeite-se nela.” E pior: “Fez a cama, agora nãosaia dela”.

Satanás sabe que o mais leve sussurro deculpa é facilmente recebido por um coraçãofrágil e espoliado pela vida. Não permita queo inimigo a convença de permanecer naprisão da culpa e da vergonha. A sentença jáfoi proferida. Você está livre.

A LIBERDADE DO PERDÃO

Esta é a promessa: “Se confessarmos os nos-sos pecados, ele é fiel e justo para perdoar osnossos pecados e nos purificar de toda in-justiça” (1Jo 1.9). Eu sei que isso já foi ditoaqui, mas merece ser repetido.

Deus sabe que muitas de nós continuamosa nos sentir condenadas. João escreveu:“Assim saberemos que somos da verdade, etranquilizaremos o nosso coração diante dele

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quando o nosso coração nos condenar.Porque Deus é maior do que o nosso coraçãoe sabe todas as coisas” (1Jo 3.19-20).Nosso coração poderá nos condenar, mas aexplicação mais simples é esta: não éverdade.

Nossa autocondenação não pode impediro perdão de Deus, mas pode ser um ob-stáculo que não nos permita andar em liber-dade. E quem segura o megafone da con-denação? O inimigo. Ele não pode fazer nadapara impedi-la de receber o perdão de Deus,mas pode fazer muitas coisas para convencê-la de que não o recebeu. Só nos livramos dospecados do passado quando aceitamos o per-dão de Deus e acreditamos de todo o coraçãoque fomos totalmente redimidas, completa-mente restauradas e eternamente salvas. Aficha está limpa, os registros foram destruí-dos e a sentença foi proferida.

Romanos 5.1 afirma que fomos justifica-das pela fé. O verbo está no passado. Quando

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bradou na cruz: “Está consumado!”, Jesusquis dizer que sua obra de redenção estavacompleta. Satanás mente para nós dizendoque precisamos fazer mais para ser perdoa-das. Para que tanto trabalho para receberalgo que já temos e nos transformar em al-guém que já somos?

Algumas pessoas se dedicam a trabalhosintermináveis para conquistar o perdão.Mas, querida amiga, o esforço nunca será su-ficiente. Há uma só maneira de nos “sentir-mos” perdoadas: aceitar a obra que Jesusrealizou na cruz. Satanás perdeu a batalhapor minha alma quando eu tinha 14 anos. Elesabe que estou perdoada e livre, e seu únicorecurso é tentar fazer que eu não me sintaperdoada, mas presa ao antigo modo deviver.

Imagine uma casa novinha em folha, comtijolos lindamente assentados, um belo tel-hado e janelas amplas e brilhantes. Imagineum jardim bem cuidado, uma porta de

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entrada acolhedora e flores brotando sob ar-bustos cuidadosamente aparados. Conseguiuvisualizar a cena? Agora, imagine esta placacolocada na frente da casa: “Entrada proi-bida. Condenada. Mantenha distância”. Seriauma estupidez ou não? Claro que sim.

Deus tem a escritura definitiva da minhavida e da sua. A verdade é que somos cri-aturas novinhas em folha, não estruturascondenadas a desmoronar. Derrube a placa.Ela não faz sentido em um coração linda-mente desenhado pelo Construtor-Mestre.

AS MEIA-VOLTAS DE DEUS

Recebi a seguinte carta de uma leitora cha-mada Carolina:

Querida Sharon,No ano passado, vi seu livro em uma liv-

raria cristã. O título, Cicatrizes — Encon-trando paz e propósito nas feridas do seupassado, emocionou-me tanto que cheguei àslágrimas. Disse a mim mesma: “Minhas cica-trizes não são bonitas para Deus”.[2] Fui

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para casa, mas não consegui esquecer aqueletítulo. No dia seguinte, voltei à livraria ecomprei o livro.

Tenho 61 anos. Quando estava com 16, fizum aborto. Carrego essas cicatrizes a vidainteira. Tornei-me cristã e pedi perdão aDeus. Sei que ele me perdoou, mas não con-segui me perdoar. Continuei a sentir ver-gonha e grande tristeza. Nunca falei doaborto a ninguém. Era doloroso demais.Quando levei seu livro para casa, entrei emmeu quarto, tranquei a porta e pedi a Deusque me ajudasse a ler todas as páginas. En-quanto lia, senti a cura de Deus.

Encontrei a resposta na história de José.Você mencionou que José teve dois filhos. Oprimogênito recebeu o nome de Manassés,que significa “Deus me fez esquecer todo omeu sofrimento e toda a casa de meu pai”. Osegundo recebeu o nome de Efraim, que sig-nifica “Deus me fez prosperar na terra ondetenho sofrido”. Você disse: “O mesmo se ap-lica a você e a mim. Deus não deseja que es-queçamos o sofrimento do passado. Ele querque prosperemos na terra de nosso sofri-mento! Use o sofrimento para o bem. Ajude

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outras pessoas. Plante as sementes da esper-ança”.[3]

Enterrei essas lembranças a vida inteira etentei esquecê-las. Não consegui. O sofri-mento não desapareceu. Ao ler os significa-dos dos nomes dos filhos de José, entendique Deus não quer que eu esqueça o sofri-mento do passado, mas que prospere na terraonde tenho sofrido e permita que ele use omeu sofrimento para o bem.

Comecei a escrever em meu diário tudo oque estava aprendendo sobre cura e perdão.A represa em meu coração foi aberta, e as pa-lavras começaram a fluir nas páginas. Dissetudo o que queria dizer àquela criança e creioque ela ouviu cada palavra. Quanto mais es-crevia, mais alegria sentia. Sabia que Deusestava me ajudando a expressar o sofrimentopela primeira vez. Houve muitas lágrimas,mas muita alegria também. Pedi a Deus queme ajudasse a prosperar por meio daquelaexperiência e disse-lhe que estava disposta ausar meu sofrimento para um bom propósito.

Satanás estava usando a mentira da faltade perdão para manietar Carolina, mas,

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assim que essa mulher aceitou a verdade dagraça de Deus, os obstáculos foram re-movidos e ela sentiu a liberdade que estevepresente o tempo todo.

O QUE ESTAMOS FAZENDO AQUI?

Dizem que 75% das pessoas com problemasmentais seriam curadas se pelo menosfossem convencidas de que estão perdoa-das.[4] O inimigo diz que precisamos saldaruma dívida que jamais conseguiremos pagar.A verdade diz que Deus, por meio de JesusCristo, já quitou todo o débito.

Imagine que você esteja escondida noarmário totalmente escuro da vergonha. Aoagachar-se, você dá de encontro com alguémagachado ao seu lado. Você pega a lanternano bolso e, ao acendê-la, vê que a outra pess-oa no armário é Jesus! Quando você iluminao rosto de Cristo, ele pergunta: “Amiga, oque está fazendo aqui?”.

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Acredite na realidade do perdão de Deus,aceite a verdade da redenção e saia do escon-derijo de uma vez por todas. Você foi per-doada e está livre.

Reconheça a mentira: Não consigo meperdoarRejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiele justo para perdoar os nossos pecados e nospurificar de toda injustiça.

1João 1.9

Portanto, agora já não há condenação paraos que estão em Cristo Jesus, porque pormeio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vidame libertou da lei do pecado e da morte.

Romanos 8.1-2

Deus tornou pecado por nós aquele que nãotinha pecado, para que nele nos tornássemosjustiça de Deus.

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2Coríntios 5.21251/469

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10. Não consigo perdoar quem me ofendeu

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Não consigo perdoar quemme ofendeu

MENTIRA: Não consigo perdoar quem meofendeu.VERDADE: Eu perdoo quem me ofendeuporque Cristo me perdoou (cf. Ef 4.32).

Corrie ten Boom passou muitos anos em umcampo de concentração alemão onde todosos dias sofria humilhação, degradação e viol-ência sexual por parte dos soldados nazistas.Ainda se lembrava das pilhas de óculos, dasmontanhas de sapatos e do mau cheiro con-stante de excrementos humanos. Lembrava-se das pulgas, da fome e do odor de carnequeimada vindo dos incineradores. Sofria ao

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lembrar-se de sua amada irmã, Betsie, mor-rendo em seus braços.

No fim da Segunda Guerra Mundial, Cor-rie saiu do campo de concentração e entrouna seara do ministério. Viajou ao redor domundo falando da graça e do perdão de Deuspor meio de Jesus Cristo. “Deus atira nossospecados nas profundezas do mar”, ela dizia.“E coloca ali uma placa com estes dizeres: ‘Éproibido pescar’.”

Em uma manhã de domingo, depois defalar em Munique, ela viu um homem atar-racado e careca, trajando sobretudo cinza,aproximar-se da tribuna.

Assim que avistou o homem, ela visu-alizou a farda que ele costumava usar... emRavensbrück. Imediatamente lhe veio àmemória o símbolo com a caveira e os ossoscruzados na viseira dele, as pilhas patéticasde roupas e sapatos no meio de uma salaenorme e fria, e a vergonha de ter andar nuana frente daquele homem. Ele foi um dos

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guardas mais cruéis, e agora ela estava frentea frente com ele. O sangue de Corrie pareceugelar em suas veias.

O homem estendeu a mão. “Belamensagem, Fraulein”, ele disse. “Como ébom saber que, conforme a senhora afirmou,todos os nossos pecados estão no fundo domar”.

Ela hesitou e remexeu a bolsa para não terde apertar a mão dele.

O homem contou que havia sido guardaem Ravensbrück, mas se convertera ao cristi-anismo. Sabia que Deus o perdoara, masqueria também receber o perdão de Corrie.

E continuei em pé ali — eu, que tive os peca-dos perdoados infinitas vezes — incapaz deperdoar. Betsie morrera naquele lugar — seráque, com aquele simples pedido de perdão,ele poderia apagar sua morte lenta e terrível?

Talvez ele tenha ficado ali alguns segun-dos — com a mão estendida —, mas paramim pareceram horas enquanto eu me deba-tia com a coisa mais difícil que tive de fazer,

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porque eu tinha de fazer — sabia disso. Amensagem de que Deus perdoa tem uma con-dição prévia: devemos perdoar aqueles quenos ofenderam. “Se vocês não perdoarem oshomens por suas ofensas”, Jesus diz, “o Paicelestial não lhes perdoará as ofensas”.

Eu sabia que aquele não era apenas ummandamento de Deus, mas uma experiênciadiária... E continuei ali com um frio terrívelno coração. Mas perdão não é uma emoção —eu também sabia disso. Perdão é um ato devontade, e a vontade pode funcionar seja qualfor a temperatura do coração. “Jesus, ajuda-me!”, orei silenciosamente. “Posso levantar amão. Posso ir até esse ponto. Tu me darás osentimento”.

E, de forma desajeitada e mecânica, aper-tei a mão daquele que estendeu a sua paramim. E, ao fazer isso, uma coisa incrívelaconteceu. A corrente começou em meu om-bro, correu por meu braço e chegou às nossasmãos unidas. E, então, o calor daquela curapareceu inundar todo o meu ser, levando-meàs lágrimas.

“Eu o perdoo, irmão!”, eu disse, chorando.“De todo o coração.”[1]

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Corrie libertou o homem, mas, acima detudo, libertou a si mesma.

CONCEDENDO GRAÇA

No capítulo anterior, vimos como Deus nosperdoa completamente mediante sua graça.Agora vamos olhar o perdão de frente e per-guntar: podemos conceder essa mesma graçaaos outros?

Perdoar é uma escolha. É a decisão de en-tregar o bisturi a Deus e permitir que ele re-tire o tumor da ofensa de dentro do coração.O beneficiário é aquele cujo tumor malignofoi retirado. A pessoa perdoada raramentetoma conhecimento da cura e, às vezes, nemse importa com isso.

Ninguém merece ser perdoado. Eu nãomereço. Você não merece. Até mesmo o maisarrependido coração não merece serperdoado. Lembre-se: de acordo com suadefinição, graça é um dom que não mere-cemos — é um “favor imerecido de Deus”.

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Não merecemos perdão e não podemos obtê-lo. Portanto, quando perdoamos, estamosimitando divinamente o Pai. “Sejam [...]rápidos em perdoar uma ofensa. Perdoemtão rápida e completamente quanto o Senhoros perdoou” (Cl 3.13, MSG).

Perdoar quem nos ofendeu ou violentoutalvez seja um dos aspectos mais difíceis dacura, mas, sem perdão, creio que nunca sere-mos livres. O inimigo conhece o potencialdestrutivo da falta de perdão. É por isso queele diz que não podemos perdoar. Que nãodevemos perdoar. Que, se perdoarmos, es-taremos libertando o ofensor.

Isso, porém, é mentira. Podemos perdoar.Devemos perdoar. Se perdoarmos, estare-mos nos libertando.

Diane Marr, em seu livro The ReluctantTraveler [O viajante relutante], apresentauma ótima explicação:

A falta de perdão pode ser comparada a umparasita; alimenta-se da ira e da mágoa de

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seu hospedeiro e encontra seu maior nutri-ente no sofrimento humano. Prospera nociclo de cenas repetidas, angústia relembradae justificação requentada para agarrar-sefirme aos rancores. Essencialmente, a faltade perdão aumenta nosso desejo devingança.[2]

Quem está acionando a tecla para rebo-binar a fita na tela de sua mente? Creio queseja o inimigo. Ele deseja manter-nos presasàs feridas do passado. Mas, amiga, quandodecidimos perdoar, Deus transforma a dorem propósito, a ferida em esperança e a an-gústia em ministério. Não é de admirar que oinimigo comece a tremer diante da ideia dever uma alma ferida perdoando quem lhecausou sofrimento.

CORTANDO AS AMARRAS

Qual o significado exato de perdão? A palav-ra grega para perdão é aphiemi. Um dos sig-nificados da palavra é “libertar do poder

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exercido por alguém, mandar embora, sol-tar”.[3] E, conforme Beth Moore diz:

O propósito do perdão bíblico é cortar as am-arras de alguém. A ideia por trás da palavragrega para falta de perdão é que a pessoanão perdoada fica amarrada com uma cordaàs costas de quem não a perdoou. Que ironia!A falta de perdão é o meio pelo qual nosprendemos à pessoa que mais odiamos. Port-anto, o significado grego de perdão poderiaser mais bem demonstrado como a prática decortar a corda da pessoa presa às nossas cost-as.[4]

Paulo escreveu aos filipenses: “... umacoisa faço: esquecendo-me das coisas queficaram para trás e avançando para as queestão adiante, prossigo pra o alvo, a fim deganhar o prêmio do chamado celestial deDeus em Cristo Jesus” (Fp 3.13-14). O quePaulo precisava deixar para trás? O que ouquem Paulo precisava perdoar? Veremos a

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seguir. Ele relatou as crueldades em 2Corín-tios 11.23-27:

[...] trabalhei muito mais, fui encarceradomais vezes, fui açoitado mais severamente eexposto à morte repetidas vezes. Cinco vezesrecebi dos judeus trinta e nove açoites. Trêsvezes fui golpeado com varas, uma vezapedrejado, três vezes sofri naufrágio, passeiuma noite e um dia exposto à fúria do mar.Estive continuamente viajando de uma partea outra, enfrentei perigos nos rios, perigos deassaltantes, perigos dos meus compatriotas,perigos dos gentios; perigos na cidade, peri-gos no deserto, perigos no mar, e perigos dosfalsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitasvezes fiquei sem dormir, passei fome e sede,e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frioe nudez.

Penso que acabamos de descobrir um dossegredos do sucesso do ministério de Paulo.O apóstolo não alimentou a amargura. Nãose apegou à falta de perdão. Deixou o pas-sado para trás continuamente e seguiu

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adiante. Perdoou de maneira rápida ecompleta.

É muito difícil perdoar quando a pessoaque nos ofendeu parece levar a vida como senada houvesse acontecido. “Você nãoenxerga a destruição?”, gritamos. “Não en-tende que acabou com a minha vida?” Mas,com ouvidos surdos e olhos cegos, ela con-tinua a viver como sempre — comendo,bebendo, trabalhando, divertindo-se e indo àigreja — sem se dar conta do sofrimento eangústia que nos infligiu.

Sim, devemos perdoar o ato e perdoar odesconhecimento da pessoa. Enquanto agon-izava na cruz, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes,pois não sabem o que estão fazendo” (Lc23.34). Ore como Jesus orou: “Pai, perdoa__________ porque ele não tem ideia dequanto me ofendeu”; “Pai, perdoa__________ porque ela não sabe que ouçosuas palavras até hoje”.

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MOSTRANDO FORÇA

Quando guardamos rancor contra alguém,ficamos presas a esse sentimento negativo.Amarramos emocionalmente às nossas cost-as a pessoa que decidimos não perdoar e acarregamos por onde andamos. Nem semprepodemos controlar a primeira ofensa, maspodemos decidir se vamos ou não permitirque ela controle ou influencie negativamentenossa vida.

Perdão não é sinal de fraqueza. É sinal deforça. Beth Moore sofreu abuso sexual na in-fância e fala com frequência da decisão deperdoar:

Minha descoberta veio quando eu percebique nada tinha mais poder divino que o per-dão e, consequentemente, nada era mais po-deroso que o perdão. Você nunca usará suavontade — a força da sua vontade — tãodrasticamente do que quando você concordarcom Deus e começar a perdoar. Perdão nãotem a ver com sentimento. É querer. Não ex-iste nada mais forte. Perdão foi a força que

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manteve Cristo, a sua própria submissão,pregado na cruz. Ele mesmo poderia ter searrancado de lá em um segundo. Ele poderiater chamado todos os anjos do paraíso, bem-dispostos e armados. Se ele tivesse dado a or-dem, o mar poderia ter engolido a terra deuma só vez.

Perdão não é passividade; é poder. É a ha-bilidade de encarar a pressão dos portõeschacoalhantes do inferno. Pegue esse poder euse-o. É um direito seu como filha de Deus.Com o poder de Jesus, você o deseja, e depoiso sente. Comece hoje. Confirme isto amanhã.E continue confirmando pela fé como a vont-ade de Deus para você em Jesus Cristo, atéque o faça naturalmente.[5]

“Ele não merece ser perdoado”, ouço vocêdizer. Eu também não mereço. Nem você. Sea pessoa merece ou não ser perdoada, isso éoutro problema. O perdão está completa-mente desvinculado disso. Perdoar não éconcordar com o que a pessoa fez ou deixoude fazer. É simplesmente dizer que a estamostirando de nosso anzol e colocando-a no

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anzol de Deus. Que a estamos tirando denossas costas e entregando o fardo a Deus.Que não mais permitiremos que ela nostorne cativas de uma ofensa cometida contranós.

Enquanto não perdoamos, ficamos presasna armadilha de Satanás. Essa é a isca prin-cipal com a qual ele atrai sua presa. Pauloescreveu: “Livrem-se de toda amargura, in-dignação e ira, gritaria e calúnia, bem comode toda maldade” (Ef 4.31). Por quê? “A fimde que Satanás não tivesse vantagem sobrenós; pois não ignoramos as suas intenções”(2Co 2.11).

Não há nada que nos torne mais amargasdo que um espírito rancoroso. E nada dis-solverá mais rápido a amargura do que a de-cisão de perdoar e esquecer a ofensa ou de-cepção. Não podemos ser amargas e viverbem ao mesmo tempo.

Perdoar não é

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• dizer que aquilo que a pessoa feznão estava errado;

• absolver a pessoa da responsabil-idade de suas ações;

• negar que houve um erro;• fingir que a violência não

aconteceu.

Perdoar é

• esquecer a necessidade devingança;

• libertar a pessoa das amarras;• recusar-se a permitir que a amar-

gura e o ódio controlem sua vida;• deixar o passado para trás e não

permitir que ele controle suasações e emoções.

SEIS PASSOS PARA O PERDÃO

Perdoar é uma tarefa difícil. É o mesmo queescavar a terra para procurar ouro ou encon-trar um tesouro perdido. Mas, no final, a joia

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preciosa compensará todo o esforço. Vamosanalisar juntas os seis passos para o perdão;eles poderão ajudá-la ao longo do processo.

1. Pegue uma folha de papel e escreva onome da pessoa que a ofendeu.

2. Escreva o motivo da ofensa (estupro,agressão verbal, abuso sexual, desprezo,traição, abandono, rejeição).

3. Descreva como se sente a respeitodaquela pessoa. Seja sincera. Deus sabe oque se passa em seu coração.

4. Tome a decisão de perdoar. Perdão nãoé um sentimento, mas uma decisão es-pontânea. Deus nunca nos ordena a fazeralgo sem nos dar força para lhe obedecer. Eledisse que devemos perdoar e nos dará forçapara fazê-lo, mas o processo só começaráquando você tomar a decisão de perdoar.

5. Entregue a lista a Deus e confesse suadificuldade em perdoar. “Senhor, eu me ap-resento diante de ti hoje para libertar-me dadificuldade de perdoar. Perdoo ________

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por ________ . Neste momento, tomo a de-cisão de esquecer a ofensa e não guardar má-goa dessa pessoa. Eu a coloco em tuas mãos.Oro para que cures minhas feridas emocion-ais e me capacites a ajudar outras pessoascom a mesma consolação que recebo de ti.Eu corto as amarras de ________ . Amém”

6. Destrua a lista de tal forma que essemomento fique gravado para sempre em suamemória. Algumas pessoas a queimam nofogo. Outras a pregam em uma cruz demadeira. Há ainda aquelas que escrevem onome da pessoa que estão perdoando,colocam o papel em um balão de gás e osoltam em direção ao céu. Seja qual for suaescolha, entregue o nome da pessoa aDeus.[6]

A LIBERTAÇÃO DE BETH

Quando tinha 10 anos de idade, Beth foi es-tuprada por James, um garoto vizinho dela.O coraçãozinho de Beth ficou tão machucado

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e maltratado que ela transferiu seu ódio paratodos os homens e olhava para eles com des-dém. Parecia que o rosto daquele garoto es-tava em cada homem que ela via, e nenhumdeles era confiável. Beth tinha medo de serestuprada novamente, e esse terror a impe-dia de relacionar-se com homens.

Em um retiro para mulheres, onde faleisobre a liberdade obtida por meio do perdão,Beth decidiu cortar as amarras de James.Estava disposta a isso? Não. Simplesmentetomou a decisão de que não mais permitiriaque o estupro a controlasse, e o perdão era aúnica maneira de conseguir isso. Ele mereciaser perdoado? Não, mas ela merecia serlibertada. Não tinha nada a ver com ele etinha tudo a ver com ela. Por isso, Beth en-tregou o estuprador a Deus — tirou-o de seuanzol e colocou-o no anzol de Deus. Passou asentir-se melhor, mas o verdadeiro testeainda estava por vir.

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Vários meses depois, Beth e sua mãe de-cidiram organizar um bazar em casa. A mãeconvidou sua vizinha para colaborar e re-partir as mercadorias. A casa vizinha era dospais de James, e eles não sabiam nada a re-speito do estupro. Tratava-se de um segredomuito bem guardado por Beth. Enquanto es-tavam separando e colocando preços nasmercadorias, James ligou.

— Oi, mãe — ele disse. — Fui a sua casa evocê não estava lá, por isso achei por bemligar para os Smith (nome fictício).

— Ah, sim, estamos preparando o bazarpara amanhã — ela disse. — Venha até aqui.

Por um segundo, Beth ficou sem saber oque faria. Sentiu borbulhar dentro dela umímpeto de correr para longe dali. “Pela graçade Deus, não vou permitir que isso continuea me controlar”, ela orou silenciosamente.“Estou curada e fui libertada, e esse homemsó vai poder tirar isso de mim se eupermitir.”

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Quando James entrou na sala, Beth sorriue disse: “Oi, James. Como vai?”.

James estava usando uma camiseta com aestampa obscena de uma garota executandoa dança do poste. Recusou-se a fitar Beth nosolhos. Ela se perguntou se ele estaria enver-gonhado. Agora era ele quem estava presonas garras de suas ações. Beth contou:

Antes de me converter ao cristianismo, euteria passado um sermão nele sobre os direit-os da mulher e usado muitas palavras chulas.Depois, teria entrado em casa e chorado. Ter-ia causado muito sofrimento a mim mesmaporque era a única maneira que eu conheciade lidar com o sofrimento e a vergonha do es-tupro. Depois de me converter ao cristian-ismo, provavelmente teria conseguidomanter a boca fechada e orado em vez decausar sofrimento a mim mesma, mas porcerto teria chorado dias a fio. Mas, daquelavez, não cheguei sequer a me sentir ofendida.Fui capaz de sentir compaixão por ele. Ele es-tava perdido da mesma forma que eu antesde aceitar Cristo, e tenho certeza de que eu,

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assim como ele, deixei uma fila de pessoasmagoadas em meu caminho.

Foi naquele exato momento, em pé nomeio daquela mistura desordenada de mer-cadorias, que entendi que Deus havia arru-mado a desordem de meu coração. Estavatotalmente curada. Deus me libertou porcompleto do medo e da ansiedade de ser es-tuprada novamente. Hoje, enfrento o pas-sado com coragem e valentia em vez de aba-far os sentimentos e fingir que não existem.Estou certa de que aquele que começou a boaobra em mim é fiel e justo para completá-la!

Alguém disse certa vez: “Somos semel-hantes a animais selvagens quandomatamos. Somos semelhantes a homensquando julgamos. Somos semelhantes aDeus quando perdoamos”.

Reconheça a mentira: Não consigo per-doar quem me ofendeu.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

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Então Pedro aproximou-se de Jesus e per-guntou: “Senhor, quantas vezes deverei per-doar a meu irmão quando ele pecar

contra mim? Até sete vezes?” Jesus re-spondeu: “Eu lhe digo: Não até sete, mas atésetenta vezes sete”.

Mateus 18.21-22

Suportem-se uns aos outros e perdoem asqueixas que tiverem uns contra os outros.Perdoem como o Senhor lhes perdoou.

Colossenses 3.13

Sejam bondosos e compassivos uns para comos outros, perdoando-se mutuamente, assimcomo Deus os perdoou em Cristo.

Efésios 4.32

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11. Eu seria feliz se...

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Eu seria feliz se...

MENTIRA: Eu seria feliz se...VERDADE: Minha alegria vem do Senhor(cf. Sl 126.3).

Quer carregá-la? — Karen perguntou.Não consegui ver o bebê de que ela falava.

A mãe o havia agasalhado de tal modo que acriança parecia prestes a enfrentar umanevasca, embora a sala estivesse aquecidapelo calor de cinquenta mulheres e uma mesacheia de panelas e caçarolas de barro. Nãoconsegui ver o bebê, mas sabia que, escon-dida naquelas roupas rosas de lã, a pequen-ina Makenna Purdue aguardava. Pelo menoscinco mulheres já a haviam carregado, eagora era a minha vez.

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Eu estava com 41 anos e não tinha filhos.Nunca colocara a mão no ventre para sentir oêxtase de uma vida desenvolvendo-se dentrodele. Nunca tivera o privilégio de levar umclone meu em miniatura a uma reunião deestudo bíblico, nem de presentear minhasamigas com a presença de um bebê para serolhado e acariciado. Portanto, a perguntapermaneceu: eu queria carregar o bebê deoutra mulher?[1]

Enquanto lia as palavras de minha amiga,Shannon Woodward, compreendi exata-mente os sentimentos dela. Ainda me lembrodo dia em que a palavra infértil foi escrita emmeu prontuário médico. Um vazio que eununca sentira ressoou em meu coração oco.“O que fiz de errado? Por que Deus está mecastigando? Não sou digna de criar outro serhumano?” Orei, arrependida de meuspensamentos, jejuei e supliquei a inter-venção de Deus. Mudei hábitos alimentares,submeti-me a duas cirurgias para descobrir acausa da infertilidade, injetei e ingeri

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hormônios e programei relações íntimas commeu marido (que estavam longe de ser ínti-mas). Eu estava determinada a vencer odiagnóstico.

No entanto, nada aconteceu, e entendi oque significa não poder carregar um bebênos braços e sentir saudades de alguém quenunca conheci. Nossa casa dos sonhos, decinco dormitórios, passou a ser um lembretediário de camas que não seriam ocupadas, debrinquedos que não seriam espalhados pelochão e de crianças que eu não agasalhariacom cobertas à noite.

Steve e eu temos um filho maravilhoso.Steven Hugh Jaynes Jr. nasceu em umamanhã gelada de fevereiro, e nunca imagineisentir tanto amor por uma criatura tãopequena, embrulhada em um pacotinho.Deus, porém, fechou meu útero para a pos-sibilidade de dar-lhe irmãos ou irmãs. Stevenfoi concebido sem nenhum problema, porisso ficamos surpresos e decepcionados ao

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saber que ele seria nosso único filho. Mas, aolongo de anos dolorosos de infertilidade,Deus tinha um plano, um propósito e umapromessa. Ele começou a mostrar-me exata-mente aquilo de que eu necessitava para serfeliz: ele próprio.

A MENTIRA NO ÉDEN

A mentira “Eu seria feliz se...” não é nen-huma novidade, certo? É a mesma mentiraque a serpente sussurrou no ouvido de Eva.“Você seria feliz se comesse o fruto proi-bido.” Hoje, a serpente sussurra as mesmasmentiras podres.

• Eu seria feliz se tivesse um filho.• Eu seria feliz se tivesse dois filhos.• Eu seria feliz se tivesse um

marido.• Eu seria feliz se meu marido me

tratasse melhor.• Eu seria feliz se tivesse um marido

diferente.

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• Eu seria feliz se tivesse maisdinheiro.

• Eu seria feliz se tivesse umemprego melhor.

• Eu seria feliz se...

Eu poderia encher o resto deste livro com“Eu seria feliz se...”. Mas a verdade é esta: afelicidade absoluta só é encontrada em JesusCristo. Não temos condições de analisar to-das as mentiras travestidas de “Eu seria felizse...”, mas vamos examinar algumas.

EU SERIA FELIZ SE TIVESSE FILHOS

Na Bíblia, Sara estava tão perturbada pornão ter um filho que convenceu seu marido,Abrão, a gerar uma criança com sua serva.Sara ficou feliz quando carregou a criançanos braços? Não, ela ficou com tanto ciúmede Hagar que chegou a exigir que o maridoexpulsasse a serva e a criança de casa.

Houve também o caso de Isabel, mulherde Zacarias. Isabel tinha idade avançada e

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nunca havia gerado um filho. Tenho certezade que houve dias na vida de Isabel em queseu coração sofreu muito ao ouvir o choro deum bebê na vizinhança. Posso vê-laenxugando algumas lágrimas ao passar pormães acompanhadas de uma fileira de cri-anças. Mas parece que Isabel vivia bem comseu marido, o sacerdote. Um dia, Deusabençoou-a com um filho na velhice, mas,aparentemente, ela vivia satisfeita antesdisso.

Penso em Ester, uma linda judia órfã quese casou com um rei gentio. Não sabemos seEster teve filhos, mas maravilhamo-nos di-ante de sua coragem ao salvar toda a naçãohebreia da extinção. Ester tinha umpropósito? Sim, tinha.

Penso em Ana, a viúva que passou a maiorparte da vida adulta orando e jejuando notemplo, à espera da chegada do Messias pro-metido. Ela foi uma das poucas pessoas aquem Deus revelou a verdadeira identidade

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de Jesus por ocasião de seu nascimento. Anafoi uma mulher realizada? Sim, foi.

Na Bíblia, há muitas mulheres maravilho-sas e tementes a Deus que conheceram o sig-nificado da infertilidade: Sara, Isabel, Ana eRaquel, dentre outras. Lucas relata que Isa-bel e seu marido eram “justos aos olhos deDeus, obedecendo de modo irrepreensível atodos os mandamentos e preceitos do Sen-hor. Mas eles não tinham filhos, porque Isa-bel era estéril; e ambos eram de idadeavançada” (Lc 1.6-7). A infertilidade não eracastigo de Deus; era um plano dele.

Sim, Deus formou o corpo da mulher eseu coração para gerar e nutrir filhos. Mas,quando ele decide que uma mulher não deveter filhos, não significa que ela não será real-izada nem terá um propósito maravilhoso navida. O inimigo, contudo, ri das coisas quenão temos, visando a abafar o meigo sus-surro de Deus, que nos faz lembrar daquiloque temos.

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Um dia, enquanto estudava o Cântico dosCânticos, emocionei-me ao ler o versículo 1do capítulo 2. Li o texto como se Jesus fosseo noivo e eu sua noiva amada (e eu sei quesou). A noiva dizia: “Sou uma flor de Sarom”.

Deus fez-me parar.— Qual é o seu nome? — ele pareceu

perguntar-me.— Meu nome é Sharon[2] — respondi.— Veja o que ele significa — ele me

instigou.Ao consultar a palavra Sharon no di-

cionário bíblico, descobri que significava“vale fértil”. Deus começou, então, a revelarseu plano para mim. Embora a palavra “in-fértil” constasse de meu prontuário médico,ele me fez ver que meu nome era Sharon,“vale fértil”. Apesar de meu sonho de ter acasa repleta de crianças com o sangue dosJaynes correndo nas veias não ter se concret-izado da maneira que eu esperava, Deusrealizou meu desejo, dando-me um sem-

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número de filhos espirituais ao redor domundo.

[O Senhor] dá um lar à estéril,E dela faz uma feliz mãe de filhos.Aleluia!

Salmos 113.9

A maior fonte de felicidade e alegria não éter filhos. É estar exatamente no centro davontade de Deus.

EU SERIA FELIZ SE FOSSE CASADA (OU SE

FOSSE CASADA COM UM HOMEM DIFERENTE)

Ouso dizer que mais da metade dos e-mailsque recebo pedindo oração se refere a prob-lemas acerca do casamento. As solteirasdesejam ser casadas, as casadas desejam sersolteiras, e algumas gostariam de trocar omarido por outro. O casamento não é o ele-mento essencial para a felicidade.

Dick e Jane saem da igreja de braços da-dos, sob uma chuva de arroz. Com latas

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presas na parte traseira do carro fazendo umenorme barulho pelas ruas, eles partem aopôr do sol. Mas, no dia seguinte, o sol nasceoutra vez. Dick não está preparado paramudanças de humor, ganho de peso, re-feições congeladas e compras exageradas.Seus sonhos de sexo apaixonado são sub-stituídos por uma sessão obrigatória trêsvezes por mês, na melhor das hipóteses. “Elame enganou”, ele conclui. “Não era isso queeu tinha em mente.”

Jane surpreende-se com meias sujas nochão, horas infindáveis de programas esport-ivos na TV, torneira pingando que não é con-sertada e falta de romantismo. “Ele só pensaem sexo”, ela reclama no íntimo. “Épreguiçoso e irresponsável. Ele me enganou.Não era isso que eu tinha em mente.”

As expectativas frustradas são o início dadesilusão em qualquer casamento. Sempreque esperamos que alguém nos faça felizes,caminhamos para a decepção. Sempre

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choverá naquele piquenique. Sempre so-freremos decepções. Nem mesmo um bommarido é capaz de substituir Deus. Ninguémserá nossa maior fonte de felicidade, a nãoser Deus.

Hollywood diz que seremos felizes quandoencontrarmos a pessoa certa. Descobri, noentanto, que o casamento é bem-sucedidoquando nós nos tornamos a pessoa certa.“Orei durante anos para que Deus mudassemeu marido”, Denise contou-me. “Nossocasamento ia de mal a pior, e acabamos nosseparando e pensando em divórcio. Comecei,então, a dedicar-me à leitura sobre o signific-ado de ser uma esposa piedosa. Aos olhos domundo, eu cumpria bem o meu papel. Aosolhos de Deus, estava destinada ao insu-cesso. Comecei a orar, desta vez de todo ocoração. Deus respondeu ao pedido demudar meu marido... ele me mudou.”

Posso estar enganada, mas ainda não en-contrei nenhum versículo que diga que o

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maior objetivo de Deus para nossa vida sejaa felicidade. O maior objetivo de Deus paranós é que sejamos conformes à imagem deCristo. Muitas vezes ele usa o casamentocomo meio de promover essa mudança. Ocasamento é o estúdio artístico no qual asobras-primas são criadas. Se sairmos portaafora quando as pinceladas de tinta preta davida deixarem suas marcas na tela, nãoteremos a oportunidade de ver os tons mara-vilhosos de vermelho, amarelo e verde bril-hando sobre o fundo escuro das experiênciasda vida.

Na Bíblia, Deus descreve o casamento deum homem com uma mulher como um ex-emplo visível da união espiritual entre Jesuse a Igreja (todos os cristãos). Os cristãos sãochamados “noiva de Cristo” (cf. Ap 19.7). Oscasamentos são exemplos andantes, falantese terrenos do relacionamento celestial entreo Filho de Deus e aqueles que creem em seunome. Deus instrui os homens: “Maridos,

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ame cada um a sua mulher, assim comoCristo amou a igreja e entregou-se por ela”(Ef 5.25).

O inimigo quer destruir esse exemplovivo, claro. E por que não haveria de querer?Jesus disse: “O ladrão [Satanás] vem apenaspara roubar, matar e destruir” (Jo 10.10). Eledeseja destruir a instituição ordenada eplanejada por Deus. O inimigo começou comAdão e Eva no jardim do Éden e continua apôr em prática suas táticas destrutivas:tentação, controle, teimosia e orgulho.Satanás continua a anunciar um ataque àsfamílias, e começa pelo ponto mais alto — omarido e a mulher.

Deixamos, muitas vezes, de enxergar overdadeiro inimigo nos problemas de nossocasamento. Conforme vimos, Paulo escreveuà igreja em Éfeso: “Pois a nossa luta não écontra seres humanos, mas contra ospoderes e autoridades, contra os domin-adores deste mundo de trevas, contra as

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forças espirituais do mal nas regiões celesti-ais” (Ef 6.12). Quando tenho um conflito commeu marido, preciso parar, respirar fundo epensar: “Quem é o inimigo verdadeiro nestecaso?”. Há uma batalha espiritual em anda-mento à nossa volta, e não conseguimosenxergá-la. Não precisamos ter medo dabatalha, mas devemos estar alertas quanto àstáticas do inimigo.

Eu gostaria que você pensasse nesta es-tatística: de acordo com uma análise da Na-tional Survey of Families and Households[Pesquisa nacional de famílias e lares], 86%das pessoas infelizes no casamento, mas quenão abandonaram o barco, descobriram,cinco anos depois, que o casamento estavamais feliz. Perto de 60% dos que classifi-caram o casamento como infeliz no fim dadécada de 1980 e, mesmo assim, continuar-am casados, disseram que o mesmocasamento era “muito feliz” ou “relativa-mente feliz” quando foram entrevistadas

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novamente cinco anos depois.[3] Em com-paração, o índice dos que se divorciaram,casaram novamente e tornaram a se divor-ciar foi de 60%.[4]

Portanto, começar de novo talvez seja aresposta para um casamento problemático...desde que o recomeço seja com o mesmohomem.

A maior fonte de felicidade e alegria não éestar casada. É estar exatamente no centroda vontade de Deus.

EU SERIA FELIZ SE TIVESSE MAIS DINHEIRO

Meu marido adora golfe, e, quando um ven-dedor o escolheu para ser seu convidado dehonra em um dos campos mais famosos deCharlotte, Steve não pensou duas vezes. En-quanto seguiam no carrinho de golfe emdireção ao sexto montículo de areia de ondese joga a bola, Steve escolheu um caminhocujos dois lados eram guarnecidos comazaleias cor-de-rosa e roxas em plena

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florescência. Mansões de 6 milhões dedólares cercavam a área verde, com piscinas,jardins bem cuidados e carros de 50 mildólares estacionados em frente à garagem. Ovendedor começou, então, a contar váriashistórias que se passavam no interiordaquelas paredes.

“Está vendo aquela primeira casa? O casalse separou. A mulher teve duas aventurasamorosas, e o marido a abandonou. E aquelasegunda casa ali? A mulher pegou o maridoduas vezes com uma prostituta. Querdivorciar-se dele, mas recentemente herdou10 milhões de dólares do pai e não quer queo marido ponha a mão no dinheiro. Ela estátentando encontrar um meio de livrar-se docasamento e ficar com a grana. Há tambémaquela terceira casa com o jardim mal-tratado. O casal divorciou-se, e a casa está àvenda há sete meses.” (Sim, o rapaz estavafofocando. Esse não é um problema exclus-ivo de meninas.)

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Steve se impressionou com as vidas des-pedaçadas ao seu redor. Mais tarde, ele mecontou:

— Aquelas pessoas conseguiram tudo oque imaginavam para encontrar a felicidade,mas são infelizes.

— Você acha que elas queriam mais? —perguntei.

— Acho que não. Penso que queriam al-guma coisa diferente, mas não sabem sequero significado de diferente.

David Myers, em seu livro The AmericanParadox: Spiritual Hunger in an Age ofPlenty [O paradoxo norte-americano: fomeespiritual em uma era de fartura], observaque, desde 1960, o índice de divórcios du-plicou, o índice de suicídio entre os adoles-centes triplicou, o índice de crimes violentosquadruplicou, e a população prisional quin-tuplicou. Houve aumento dos índices de de-pressão, ansiedade e outros problemas desaúde mental.[5] Como país, somos três

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vezes mais ricos que em 1950; porém, nãosomos mais felizes. Concordamos com o an-tigo ditado: “O dinheiro não compra felicid-ade”, mas aceitamos a mentira de que elecompra.

Eric Weiner descreve o relacionamentoentre o dinheiro e a felicidade:

Pesquisa recente sobre felicidade, ou bem-es-tar subjetivo, revela que o dinheiro comprarealmente a felicidade. Até certo ponto. Esseponto, porém, é surpreendentemente baixo:cerca de 15 mil dólares por ano. Depois disso,o elo entre o crescimento econômico e afelicidade evapora-se. Os americanos estão,em média, três vezes mais ricos que meioséculo atrás, porém não estão mais felizes. Omesmo se aplica ao Japão e a muitos outrospaíses industrializados. Siga esta linha de ra-ciocínio de Richard Layard, professor daLondon School of Economics: “Eles ficarammais ricos, trabalham menos, têm feriadosprolongados, viajam mais, vivem mais e sãomais saudáveis. Não são, porém, mais fel-izes”.[6]

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Um dos homens mais ricos na Bíblia, o reiSalomão, concluiu que o acúmulo deriquezas não produz contentamento. “Tenhovisto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo éinútil; é correr atrás do vento!” (Ec 1.14). Abusca da felicidade também não produz con-tentamento. “Os olhos nunca se saciam dever, nem os ouvidos de ouvir” (Ec 1. 8).Aqueles que buscam felicidade no acúmulode bens materiais nunca terão o suficiente.“Lembre-se do seu Criador”, ele conclui(12.1). Este é o segredo. O relacionamentopessoal com o Criador é a única fonte ver-dadeira de alegria. Tudo o mais não passa deglacê sobre o bolo.

O dinheiro permite adquirir uma porçãode coisas, mas não compra a felicidade. Amaior fonte de alegria e contentamento não éa posse de bens e riquezas materiais. É estarexatamente no centro da vontade de Deus.

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A BUSCA DA FELICIDADE

Do que precisamos, então, para ser felizes?Um homem? Uma casa? Filhos? Segurançafinanceira? Um corpo mais esbelto? Umrosto sem rugas? Um carro novo? Umemprego gratificante? Filhos adultos bem-sucedidos? Pais carinhosos? Amigos encora-jadores? Um bom dinheiro na poupança?Boa saúde?

Basta dar uma olhada nas últimas ediçõesde revistas de variedades para saber que al-gumas pessoas mais infelizes do planeta são,aparentemente, as mais bem-sucedidas.Aparentam ter tudo, mas, na realidade, nãotêm absolutamente nada.

Amiga, só encontraremos a verdadeira fe-licidade no dia em que a única palavra capazde preencher aquele vazio for o nome de Je-sus. Não se engane. Essa é a verdade.

Alguém perguntou a um homem muitorico quanto seria necessário para ele ser feliz.

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“Apenas um pouquinho mais”, elerespondeu.

Mas o pouquinho mais não satisfaz aalma. A alegria só chega quando conhecemosCristo. Nascemos com um vazio em nossavida, e esse vazio tem o formato de Deus.Marido, filho, carro, família — nada, abso-lutamente nada, será capaz de preencheresse vazio. Haverá sempre um espaço emvolta da coisa ou pessoa que tentamos colo-car nesse vácuo.

Não encontramos a felicidade investindono mercado de ações, mas investindo empessoas. Não a encontramos gastando din-heiro, mas gastando tempo com a família eos amigos. Não a encontramos no ato de re-ceber, mas no ato de doar. A Declaração deIndependência norte-americana menciona odireito de buscar a felicidade, mas não dizcomo torná-la possível.

Tentamos encontrar o caminho da felicid-ade da mesma forma que consultamos um

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mapa amassado no porta-luvas do carro. Se-guramos as páginas esfareladas, unidas porfita adesiva, e corremos o dedo pela estrada,à procura de atalhos. Jesus disse: “Eu sou ocaminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Ele éa estrada para a santidade, a rodovia para ajustiça e a trilha para a paz.

Todos os anos, perto de 40 milhões deamericanos mudam para outro lugar. Algu-mas mudanças se relacionam a trabalho,saúde ou relacionamentos. Mas, acima detudo, as pessoas mudam por achar que serãofelizes em um lugar diferente.

A verdade é esta: enquanto vivermosneste mundo, nunca estaremos completa-mente contentes. Não fomos feitos para estemundo. Fomos feitos para o céu. C. S. Lewisdisse: “Se descubro em mim um desejo quenenhuma experiência neste mundo pode sat-isfazer, a explicação mais provável é que fuifeito para outro mundo”.[7]

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Fomos feitos para o céu. O mundo é tem-porário e transitório... não passa de um sus-piro. Estamos com saudades, de certa forma,de um lugar onde nunca estivemos.

Deus, porém, nos oferece vislumbres dolar. Todas as vezes que passamos momentosem sua presença, experimentamos um vis-lumbre do lar celestial, sentimos o gosto davida eterna e temos uma ideia do significadode paz duradoura. Puxa! Mal posso esperar!

NÃO HÁ OUTRO RIACHO

Em A cadeira de prata, o quarto livro dasérie As Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis in-troduz uma nova personagem à terra de Nár-nia. Jill se vê transportada para lá como seestivesse em um sonho. A primeira criaturaque encontra é Aslam, o leão, a figura deCristo em toda a série. Aslam aparece por ummomento e depois volta lentamente para afloresta. Jill está com muito medo de ficarfrente a frente com o leão, mas a sede cada

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vez maior a obriga a procurar água. Coit-adinha! Ela descobre um riacho, mas precisapassar por Aslam para chegar até lá.

— Não está com sede? — perguntou o Leão.— Estou morrendo de sede.— Então, beba.— Será que eu posso... você podia... podia

arredar um pouquinho para lá enquanto eumato a sede?

A resposta do Leão não passou de um ol-har e um rosnado baixo. Era (Jill se deu con-ta disso ao defrontar o corpanzil) como pedira uma montanha que saísse do seu caminho.O delicioso murmúrio do riacho era deenlouquecer.

— Você promete não fazer... nadacomigo... se eu for?

— Não prometo nada — respondeu o Leão.A sede era tão cruel que Jill deu um passo

sem perceber.— Você come meninas? — perguntou ela.— Já devorei meninos e meninas, homens

e mulheres, reis e imperadores, cidades ereinos — respondeu o Leão, sem orgulho,

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sem remorso, sem raiva, com a maiornaturalidade.

— Perdi a coragem— suspirou Jill.— Então vai morrer de sede.— Oh, que coisa mais horrível — disse Jill

dando um passo à frente. — Acho que vou verse encontro outro riacho.

— Não há outro — disse o Leão.

Amiga, não há outro riacho que sacienossa sede. Nem pessoas, nem lugares, nembens materiais satisfarão nosso anseio. So-mente Jesus... Ele é a água viva, o pão davida, o amante de nossa alma.

Reconheça a mentira: Eu seria feliz se...Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Não estou dizendo isso porque esteja neces-sitado, pois aprendi a adaptar-me a toda equalquer circunstância. Sei o que é passarnecessidade e sei o que é ter fartura.Aprendi o segredo de viver contente em toda

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e qualquer situação, seja bem alimentado,seja com fome, tendo muito, ou passandonecessidade. Tudo posso naquele que mefortalece.

Filipenses 4.11-13

Sempre tenho o Senhor diante de mim.Com ele à minha direita, não serei abalado.Por isso o meu coração se alegrae no íntimo exulto;mesmo o meu corpo repousará tranquilo.

Salmos 16.8-9

O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.Salmos 23.1

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12. Não consigo me controlar

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Não consigo me controlar

MENTIRA: Não consigo me controlar.VERDADE: Sou mais que vencedora pormeio de Cristo Jesus, meu Senhor (cf. Rm8.37).

Certa primavera, o sr. e a sra. Coelho de-cidiram constituir família sob o gazebo noquintal de nossa casa, mas a ideia nãoagradou a ninguém da família Jaynes.Ginger, nossa cadela golden retriever, queriaexpulsá-los de lá. Peguei-a várias vezes es-cavando a terra ao redor do gazebo, tentandofazer o possível para afugentá-los.

“Não, Ginger”, eu disse. “Saia daí!”

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Após uma viagem de fim de semana, tive-mos uma grande surpresa ao entrar com ocarro no caminho de acesso à garagem. Osarredores do lindo gazebo estavam devasta-dos. Ginger havia arrancado todos os arbus-tos, as flores e as folhas de pinheiro, de modoque os suportes da cobertura, que antes per-maneciam ocultos, estavam totalmenteexpostos.

“Ginger, você é uma garota muito má”, eudisse. “Veja só o que você fez!”

Ela pôs o rabo entre as pernas e escondeu-se, envergonhada, na garagem. Não sei seentendeu o que havia feito, mas entendeuque não estávamos felizes.

Steve passou horas replantando os arbus-tos e as flores, sob a vigilância constante doscoelhinhos que espreitavam aquele ser hu-mano consertando o entorno da casa deles.Um coelhinho corajoso aventurou-se a sairdo esconderijo. Em uma fração de segundo,Ginger abocanhou o coelhinho ingênuo.

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— Steve, Ginger pegou um coelhinho! —eu disse.

Steve segurou Ginger pela coleira e tirou,com muito cuidado, o coelhinho de sua boca.

— Acho que ela quebrou uma perna dobichinho — Steve comentou.

— Estou furiosa com Ginger — eu disse. —Não sei se quero ter uma cadela capaz demachucar um coelhinho.

— Sharon, você não pode ficar furiosa comuma cadela por ela agir justamente comouma cadela.

Steve estava certo. Eu não podia ficar furi-osa com uma cadela por ela agir como tal. Éisso que cães e cadelas fazem — principal-mente os da raça retriever. Infelizmente,muitos cristãos agem da mesma forma. “Nãoconsigo me controlar”, dizem. “É assim queeu sou.” Mas, amiga, se você aceitou JesusCristo como seu Salvador, tem o poder doEspírito Santo habitando em você. É certoque você não consegue se controlar com as

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próprias forças, mas o Espírito Santo é maisdo que capaz de ajudá-la se você recorrer aele.

UMA NOVA CRIAÇÃO

A verdade é esta: você é nova criação emCristo (cf. 2Co 5.17). Antes de aceitar Cristono coração, não conseguimos ter domíniosobre nós mesmas. Sim, claro, podemos to-mar decisões positivas e optar por agir cor-retamente. Mas o poder de vencer o pecadonão está presente. O apóstolo Paulo disse:

A mentalidade da carne é morte, mas a men-talidade do Espírito é vida e paz; a mentalid-ade da carne é inimiga de Deus porque não sesubmete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo.Quem é dominado pela carne não podeagradar a Deus. Entretanto, vocês não estãosob o domínio da carne, mas do Espírito, sede fato o Espírito de Deus habita em vocês. E,se alguém não tem o Espírito de Cristo, nãopertence a Cristo.

Romanos 8.6-9

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Quando se refere à “mentalidade dacarne”, Paulo está falando da mente de umapessoa que não é nova criação em Cristo.Assim que aceitamos Cristo no coração,deixamos de dizer: “Não consigo me contro-lar. É assim que eu sou”. Passamos a dizer:“É assim que eu era. Agora tenho o poder doEspírito Santo habitando em mim. Possofazer todas as coisas por intermédio deCristo, que me fortalece. Não sou mais es-crava do pecado. Não preciso pecar. Agoratenho uma escolha”.

Em pé diante do espelho, Jennifer viuuma mulher obesa olhando para ela. Apenasdois anos antes ela perdera 55 quilos, dosquais recuperara 36. “Não vou conseguirperder todo este peso”, ela pensou. “Sei o quedevo fazer, mas não consigo. Vou ser sempregorda. É melhor aceitar e não tentar mais.Afinal, qual é o problema de ser gorda? Nãoconsigo me controlar.”

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Rachel amava Teodoro, ela o amava muitomesmo. Apesar de ambos serem cristãos,eles se viram olhando para o teto do quartodela após uma noite de paixão que terminouem uma manhã de arrependimento.“Tentamos nos manter puros, mas nosamamos muito. É natural sentir toda aquelaexcitação diante do homem que amamos.Assim que começamos a nos beijar, não con-seguimos parar. Sei que é errado. Eu mesinto mal todas as vezes que fazemos sexo.Não consigo me controlar.”

Martha ouviu seu filho de 6 anos chor-ando no quarto ao lado. Ela também estavachorando. Suas palavras cheias de ira, grita-das a plenos pulmões momentos antes, ultra-passaram as paredes da casa. “Oh, Deus”,Martha orou, “por que não consigo controlara raiva? Por que não consigo controlar as pa-lavras que saem de minha boca? Estoudestruindo minha família com estas palav-ras. Tento dominar a língua, mas o veneno

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parece sair de um jeito ou de outro. O que háde errado comigo? Não consigo mecontrolar”.

Paulo enfrentou o mesmo dilema e regis-trou sua luta na carta que escreveu à igrejaem Roma:

Neste caso, não sou mais eu quem o faz, maso pecado que habita em mim. Sei que nadade bom habita em mim, isto é, em minhacarne. Porque tenho o desejo de fazer o que ébom, mas não consigo realizá-lo. Pois o quefaço não é o bem que desejo, mas o mal quenão quero fazer, esse eu continuo fazendo.Ora, se faço o que não quero, já não sou euquem o faz, mas o pecado que habita emmim. Assim, encontro esta lei que atua emmim: Quando quero fazer o bem, o mal estájunto a mim. No íntimo do meu ser tenhoprazer na Lei de Deus; mas vejo outra lei atu-ando nos membros do meu corpo, guer-reando contra a lei da minha mente,tornando-me prisioneiro da lei do pecadoque atua em meus membros. Miserável

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homem que eu sou! Quem me libertará docorpo sujeito a esta morte?

Romanos 7.17-24

Você percebe a luta de Paulo quando elegrita: “Miserável homem que sou! Quem melibertará do corpo sujeito a esta morte?” (v.24)? Você já esteve em situação semelhante,quando a distância entre o querer e o fazerparece ser quilométrica? Paulo fez a per-gunta: “Não há ninguém que possa meajudar?” (v. 24, MSG). Ele pergunta e re-sponde com empolgação: “Graças a Deus porJesus Cristo, nosso Senhor!” (v. 25).

“Não consigo me controlar” é umamentira. Por meio de Jesus Cristo, o Ungido,temos o poder de resistir à tentação e al-cançar a transformação.

DIZENDO A VERDADE A NÓS MESMAS

Vamos voltar às três amigas que acabamosde conhecer e rever suas lutas. Qual é a ver-dade da situação delas e como podem mudar

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as mensagens que estão transmitindo a simesmas?

Jennifer: “É tolice pensar que não consigoperder peso. Claro que consigo. Posso pararde comprar salgadinhos e biscoitos. Possopedir saladas em restaurantes fast-food emvez de comer hambúrgueres e batatas fritas;também posso voltar a caminhar todos os di-as. Sou capaz de fazer isso. Já fiz antes. Meucorpo é o santuário de Deus, e preciso cuidarmais dele. Posso todas as coisas em Cristo,que me fortalece”.

Rachel: “É ridículo pensar que não con-sigo controlar minha paixão com Teodoro.Não fomos parar na cama de repente. Houveoutras situações antes disso. Os beijos, ostoques, a caminhada da sala de TV até oquarto. Podemos parar com isso. Deus,eu me arrependo agora desse pecado emminha vida. Dedico meu corpo a ti e oro paraque me dês força para resistir à tentação.Vou guardar meu coração e parar de me

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colocar em situações que me levem a pecar.Posso todas as coisas em Cristo, que mefortalece”.

Martha: “É tolice pensar que não consigomudar a maneira de falar com minhafamília. Vou iniciar cada dia dedicando min-has palavras a Deus. Vou pôr uma sentinelaem minha boca. Ó Senhor, guarda a porta demeus lábios. Que as palavras de minha bocae a meditação do meu coração sejam agradá-veis a ti. Posso todas as coisas em Cristo, queme fortalece”.

Quando dizemos a nós mesmas que nãoconseguimos nos controlar — que é assimque somos —, nós nos vemos como vítimas.Enquanto nos virmos como vítimas, en-quanto formos controladas por alguém oupor alguma coisa, nunca mudaremos. Mas,quando nos vemos como pessoas com capa-cidade para escolher, podemos pedir a Deusque nos dê poder e firmeza para resistir àtentação.

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Satanás sabe que, se conseguir nos con-vencer de que somos incapazes de nos con-trolar, permaneceremos escravas da mentira.A verdade é esta: posso tomar a decisão denão acreditar nas palavras de Satanás e, pelopoder do Espírito Santo que habita em mim,posso agir de forma diferente. Liberdade deescolha. Possibilidade de optar. Deus assum-iu um grande risco quando concedeu livre-arbítrio ao homem. A autonomia para de-cidir pode ser uma bênção ou uma maldição:depende da forma como a usamos.

Sempre haverá uma escolha. O mundo en-sina que não temos nenhum controle sobremuitos comportamentos pecaminosos. “Eunasci assim.” Nasceu assim? Sim, nascemoscom tendência a pecar, mas não nascemosgeneticamente dispostas a ter uma vida depecado, sem nenhum controle sobre o quefazemos. Quando tentado, o cristão tem aescolha de reagir de acordo com a carne oude acordo com o Espírito (o poder de Deus

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operando em nós). Uma escolha está emconflito com a outra (cf. Gl 5.17).

A persistência em determinado pecadocria uma fortaleza em sua vida — uma formanegativa de pensar, construída tijolo por ti-jolo e por pensamentos repetitivos, que sedesenvolve ao longo do tempo ou se originade um evento traumático do passado. Vocêpassa a viver em uma prisão e pensa: “Nãoconsigo me controlar”, mas certamente podeinvocar o poder de Deus para demolir asparedes da masmorra. Temos poder divinopara destruir fortalezas (cf. 2Co 10.4).

Lembro-me do tempo em que eu me con-siderava incompetente. Sempre achava quenão era suficientemente capaz. Ninguémtinha ideia de que eu vivia presa em umafortaleza, porque a voz interior que me im-pulsionava dizia “vou me esforçar mais”.Ninguém via que, por onde ia, eu arrastavauma bola presa a uma corrente. Arrastei cor-rentes por seis anos na equipe de líderes de

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torcida, no período de estágio para obter oreconhecimento da National Honor Soci-ety[1] e em uma das melhores universidadesde nosso estado.

Antes de aceitar Cristo no coração, eu erauma incrédula insegura. Depois que aceiteiCristo, passei a ser uma cristã insegura. Ah,claro, li o versículo que dizia que eu era novacriação em Cristo, mas não tinha ideia doque isso significava. Pelo que sabia, eu agoratinha passe livre para “sair do inferno”, masachava que não estava à altura de causarnenhum impacto duradouro enquantovivesse neste mundo. “Vou me esforçarmais” passou a ser meu mantra espiritual.

Veja, eu estava tentando “me controlar”em vez de confiar no poder do Espírito Santopara trabalhar em mim e por meu intermé-dio. Não tenho poder em mim mesma parame controlar. Mas, por meio do EspíritoSanto, posso todas as coisas em Cristo, queme fortalece.

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Quando reconhecermos as mentiras queforam programadas em nossa mente,quando rejeitarmos essas mentiras e as sub-stituirmos pela verdade, começaremos adestruir a fortaleza do “Não consigo me con-trolar”. A bandeira da incompetência será ar-riada do castelo de nosso coração e sub-stituída pela bandeira da confiança.

ACEITANDO A PROMESSA, O PROPÓSITO E O

PODER DO ESPÍRITO SANTO

Se você tivesse de partir para a guerra esoubesse que seria colocada na linha defrente, com poucas chances de voltar paracasa e para seus familiares, o que lhes diria?Pense nas últimas instruções que daria aseus filhos, na declaração de amor sussur-rada no ouvido de seu marido e nas palavrasde carinho que diria aos amigos.

Jesus encontrava-se nessa situação na úl-tima ceia com os discípulos no cenáculo. Je-sus lhes dera, o tempo todo, indicações de

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como sua vida terrena terminaria e dopropósito de ele ter vivido tão pouco temponeste mundo. Mas eles não entenderam.Acreditavam que seu rei seria sempre ador-ado, como ocorreu quando ele entrou na cid-ade montado em um jumentinho e foisaudado com ramos de palmeira e louvores.

Durante a última ceia com os discípulos,Jesus deve ter recapitulado mentalmentetudo o que precisava dizer aos seus amigosantes de seguir para a cruz. Esses momentosmaravilhosos estão registrados em João13-17. As palavras desse texto estão entre asmais preciosas da Bíblia, e não me canso delê-las. Gostaria que você lesse esses capítulose se colocasse naquela sala com Jesus,porque você, querida, também é discípuladele, e as palavras que ele disse aos Doze seaplicam igualmente à sua vida.

Vamos analisar em particular uma palavrade consolo e instrução a respeito de um

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presente de despedida que Jesus deixou aseus amigos próximos. Ele disse:

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“Digo-lhes a verdade: Aquele que crê emmim fará também as obras que tenho realiz-ado. Fará coisas ainda maiores do que estas,porque eu estou indo para o Pai. E eu farei oque vocês pedirem em meu nome, para que oPai seja glorificado no Filho. O que vocês pe-direm em meu nome, eu farei. Se vocês meamam, obedecerão aos meus mandamentos.E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Con-selheiro para estar com vocês para sempre, oEspírito da verdade. O mundo não poderecebê-lo, porque não o vê nem o conhece.Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vo-cês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos;voltarei para vocês. Dentro de pouco tempo omundo não me verá mais; vocês, porém, meverão. Porque eu vivo, vocês também viverão.Naquele dia compreenderão que estou emmeu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.Quem tem os meus mandamentos e lhes obe-dece, esse é o que me ama. Aquele que meama será amado por meu Pai, e eu também oamarei e me revelarei a ele”.

João 14.12-21

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Você percebeu que o Espírito Santo já es-tava com eles, mas daquele momento em di-ante estaria neles? Que diferença isso faz navida de alguém? Que diferença tem feito emsua vida?

Jesus deu-lhes a promessa do EspíritoSanto e, depois, contou qual era o propósitodo Consolador.

“Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vo-cês que eu vou. Se eu não for, o Conselheironão virá para vocês; mas se eu for, eu o envi-arei. [...] Tenho ainda muito que lhes dizer,mas vocês não o podem suportar agora. Masquando o Espírito da verdade vier, ele osguiará a toda a verdade. Não falará de simesmo; falará apenas o que ouvir, e lhesanunciará o que está por vir. Ele me glorifi-cará, porque receberá do que é meu e o torn-ará conhecido a vocês. Tudo o que pertenceao Pai é meu. Por isso eu disse que o Espíritoreceberá do que é meu e o tornará conhecidoa vocês.”

João 16.7,12-15

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Mais uma vez, depois de sua morte e res-surreição, Jesus deu as instruções finais aosdiscípulos antes de assentar-se à direita deDeus no paraíso... e essas instruções diziamrespeito ao Espírito Santo. Jesus deixaracom os discípulos a promessa e o propósito,e agora estava lhes dizendo que deveriamaguardar o poder.

“Não saiam de Jerusalém, mas esperem pelapromessa de meu Pai, da qual lhes falei. PoisJoão batizou com água, mas dentro de pou-cos dias vocês serão batizados com o EspíritoSanto. [...] Mas receberão poder quando oEspírito Santo descer sobre vocês, e serãominhas testemunhas em Jerusalém, em todaa Judeia e Samaria, e até os confins da terra.”

Atos 1.4-5,8

Alguns dias depois, o Espírito Santo des-ceu sobre os discípulos e transformou umgrupo de covardes e confusos em poderosospregadores que tinham o dom de profetizar.Eles ordenaram a um aleijado que andasse,

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expulsaram demônios, pregaram a muitagente, enfrentaram multidões iradas e riramdiante da morte.

Eles mudaram o mundo.Desde aquele evento glorioso do Pente-

coste, quando o Espírito Santo desceu sobreos cristãos no culto de adoração, um novodia brilhou para a igreja. O Espírito Santopassou a habitar em cada pessoa que aceitouJesus como Senhor e Salvador (cf. Rm 8.9).O Espírito do Deus vivo concedeu-nos omesmo poder que ressuscitou Jesus dentreos mortos.

E por que não exercitamos esse poder?Porque não cremos.

Em alguns países, é comum ouvirmosfalar de curas milagrosas, sinais e maravil-has, até mesmo de ressurreição. Ninguémdisse a essa gente que tais coisas deixaramde acontecer. Louvado seja Deus por isso!Esses povos acreditam no poder do EspíritoSanto em sua vida e aguardam a ação de

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Deus quando invocam seu nome. Ah, quemdera deixássemos de lado nossa mente re-quintada e intelectualizada e nos aprox-imássemos de Deus como crianças queacreditam nas palavras e promessas dele!

Quando aceitamos Cristo no coração, re-cebemos o Espírito Santo como garantia denossa herança celestial (cf. Ef 1.14), comoselo em nosso coração (cf. Ef 1.13) e comohabitante permanente em nós (cf. Jo 14.16).Temos a escolha de cooperar com ele e andarem vitória, ou desprezá-lo e sofrer derrotas.

“Não consigo me controlar?” Que tolice!,como diria minha avó camponesa. Deusconcedeu-nos poder para fazer tudo o queele planejou para nós — e isso inclui viver emobediência. Esta é a mentira do inimigo:“Não consigo me controlar”. Esta é a verdadede Deus: “Tudo posso naquele que me forta-lece” (Fp 4.13).

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Reconheça a mentira: Não consigo mecontrolar.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Vocês foram libertados do pecado etornaram-se escravos da justiça [...] porquepor meio de Cristo Jesus a lei do Espírito devida me libertou da lei do pecado e da morte.

Romanos 6.18; 8.2

Não sobreveio a vocês tentação que não fossecomum aos homens. E Deus é fiel; ele nãopermitirá que vocês sejam tentados além doque podem suportar. Mas, quando foremtentados, ele mesmo lhes providenciará umescape, para que o possam suportar.

1Coríntios 10.13

Seu divino poder nos deu tudo de que neces-sitamos para a vida e para a piedade, pormeio do pleno conhecimento daquele quenos chamou para a sua própria glória e vir-tude. Dessa maneira, ele nos deu as suas

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grandiosas e preciosas promessas, para quepor elas vocês se tornassem participantes danatureza divina e fugissem da corrupção quehá no mundo, causada pela cobiça.

2Pedro 1.3-4

Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.Tiago 4.7

Mas, em todas estas coisas somos mais quevencedores, por meio daquele que nos amou.

Romanos 8.37

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13. Não há esperança em minha vida

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Não há esperança em minha vida

MENTIRA: Não há esperança em minhavida.VERDADE: O meu Deus é capaz de fazer in-finitamente mais do que tudo o que peço oupenso (cf. Ef 3.20).

Horatio Spafford nasceu em 20 de outubrode 1828, em North Troy, Nova York. Foi umadvogado bem-sucedido em Chicago, dedic-ado às Escrituras e ao seu relacionamentocom Jesus Cristo. Em 1871, pouco depois deSpafford ter investido grande parte de seudinheiro em imóveis, um incêndio deenormes proporções devastou a cidade,aniquilando seus bens e economias. Pouco

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antes do incêndio, ele chorou a morte doúnico filho homem.

Dois anos após o incêndio, Spaffordplanejou viajar de férias à Europa com afamília. Queria proporcionar uns dias dedescanso à esposa e às filhas e, ao mesmotempo, assistir às campanhas evangelísticasde D. L. Moody na Grã-Bretanha. Mas, pou-co antes de o navio zarpar, Spafford foi cha-mado para resolver um assunto de negócios.Embarcou a mulher e as quatro filhas no S.S. Ville du Havre e despediu-se de cada umacom um beijo, prometendo ir ao encontrodelas dali a alguns dias. Mas, em 22 denovembro, o navio que transportava afamília de Spafford colidiu com uma embar-cação inglesa e afundou no Atlântico. Emquestão de doze minutos, 226 pessoas mor-reram afogadas, dentre elas as quatro filhasde Spafford.

Depois que os sobreviventes foram trans-portados em segurança para terra firme no

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País de Gales, a mulher de Spafford enviouum telegrama ao marido com duas simplespalavras: “Salva sozinha”. Spafford partiu deChicago imediatamente para buscar a mulh-er e trazê-la de volta para casa. Ao passarperto do local onde as filhas deram os últi-mos suspiros, em meio a um terrível sofri-mento, ele escreveu as palavras de um demeus hinos favoritos.

Sou feliz

Se paz a mais doce me deres gozar,Se dor a mais forte sofrer,Oh, seja o que for, tu me fazes saberQue feliz com Jesus sempre sou!

Sou feliz com Jesus,Sou feliz com Jesus, meu Senhor!

Embora me assalte o cruel Satanás,E ataque com vis tentações;Oh! Certo eu estou, apesar de aflições,Que feliz eu serei com Jesus!

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Meu triste pecado, por meu SalvadorFoi pago de um modo cabal!Valeu-me o Senhor, oh, mercê sem igual!Sou feliz, graças dou a Jesus!

A vinda eu anseio do meu SalvadorEm breve me virá levarAo céu, aonde vou para sempre morarCom remidos na luz do Senhor.

AS TEMPESTADES DA VIDA

Deus diz que teremos dificuldades na vida.Jesus declarou: “Neste mundo vocês terãoaflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci omundo” (Jo 16.33).

Como lidar com as dificuldades? O quedevemos fazer? Eu sei o que o inimigo querque façamos. Ele quer que desistamos...abandonemos o barco. Durante tempos di-fíceis, ele nos diz que a situação é ir-remediável: a doença é incurável; a perda, ir-recuperável; a decisão, irrevogável; a destru-ição, irreparável; a perda, irrecuperável; a

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tristeza, inconsolável; e as circunstâncias, ir-reversíveis. Tudo mentira.

Em toda a Bíblia vemos Deus transform-ando situações aparentemente irremediáveisem vitórias miraculosas. Ele deu ao profeta avisão de um amontoado de ossos secos trans-formados em um exército poderoso (cf. Ez37). Ora, se Deus é capaz de fazer isso, certa-mente é capaz de transformar nossa vidadespedaçada.

Quando estava grávida de meu primeirofilho, senti muitas náuseas. A sensação era ade estar dentro de um barco balançando deum lado para o outro, açoitado por ondasimensas, sem nenhuma possibilidade dechegar a terra firme. No entanto, eu sabiaque em nove meses as náuseas cessariam eeu carregaria nos braços um lindo bebê peloqual tanto havia orado. O tempo todo eu diz-ia a mim mesma: “Esta leve e momentâneaaflição compensará o resultado final!”.

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Comecei a entender que a maioria dasbênçãos maravilhosas da vida começa comuma situação de grande sofrimento. Muitossonhos nascem de provações e lutas. Ah,quem dera tivéssemos essa atitude diante decada dificuldade na vida. E há uma boa notí-cia: isso é possível.

“PASSADAS ESTAS COISAS...”Uma de minhas expressões favoritas naBíblia é: “Passadas estas coisas” (Jo 7.1, RA).Sim, tirei a frase do contexto, mas ela temsido verdadeira em minha vida. A vida muda.O inimigo usa uma nota baixa na faculdade,uma situação financeira desesperadora ouuma crise no casamento para mentir paranós, dizendo que será sempre assim, quenunca mudará e que a esperança acabou. ABíblia, porém, diz que há tempo para tudo navida.

Para tudo há uma ocasião certa;há um tempo certo para cada propósito

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debaixo do céu.Eclesiastes 3.1

A vida é cheia de lutas que certamentepassam. Mas às vezes desistimos cedodemais.

Deus fez-me lembrar de minha pressa emdesistir demais depois que assisti a um jogoda NCAA (sigla em inglês para AssociaçãoAtlética Universitária Nacional) com minhafamília. Tratava-se de um torneio chamado“March Madness” [Loucura de março],muito apreciado pela família Jaynes.

Era uma sexta-feira à noite, e minhafamília e eu estávamos vendo o time de bas-quete do Tar Heels, da Universidade daCarolina do Norte em Chapel Hill, jogar como time da Carolina do Sul. Nós três nos form-amos pela Universidade da Carolinado Norte, e estávamos torcendo pelo TarHeels, mas a situação não parecia nada boapara o time da casa. Na metade do segundo

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tempo, estávamos dezesseis pontos atrás dotime adversário.

— Vamos perder — concordamos.— Não vale a pena ficar acordado — Steve

disse. — É tarde. Estou cansado. Não querover nosso time levar uma surra. Eles nuncavão recuperar os dezesseis pontos e parecemcansados também.

Desligamos a TV e desejamos boa noiteuns aos outros. Imagine nossa surpresa nosábado de manhã quando abrimos o jornal elemos a manchete: “A grande virada do TarHeels!”. Eles ganharam o jogo por 74 a 64... enós não vimos.

Quase fui capaz de ouvir Deus caçoandode mim atrás da porta. “Percebeu? Você de-sistiu cedo demais... de novo”.

Às vezes, quando estamos no meio da lutae sentimos que vamos perder, desistimos dojogo e vamos dormir. Mas as aparências en-ganam. O jogo não terminou. Deus continuaa agir, e, se desistirmos, perderemos a

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alegria da vitória. Não sei quanto a você, maseu não quero ouvir da boca de terceiros quehouve uma vitória milagrosa, nem quero per-der um segundo sequer de cada lance.

DEUS MUDA NOSSAS CIRCUNSTÂNCIAS

A Bíblia conta a história de uma viúva queestava em situação desesperadora. Faltava-lhe comida, ela desistira de viver e não tinhaesperança de que sua vida mudaria. Mas, nomomento em que ela estava prestes a fazer aderradeira refeição, Deus interveio.

Elias, um profeta, morava perto do riachode Querite, a leste do Jordão. O povo de Is-rael se rebelara contra Deus, que, por isso,enviou uma seca para chamar a atenção dele.No entanto, Deus protegeu Elias, ordenando-lhe que fosse morar perto do riacho, e envioucorvos para lhe levarem pão e carne à noite.A situação não era tão má. Pense nosrestaurantes fast-food.

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Isso, porém, foi temporário. Pouco tempodepois o riacho secou. Por que Deus provid-enciou água do riacho e depois o fez secar?Porque ele tinha um plano grandioso deabençoar outra pessoa. Deus enviou Elias aSarepta, onde “ordenou a uma viúva” quefornecesse comida a Elias. Porém, ao ler otexto bíblico, temos a impressão de que Deusavisou Elias, mas se esqueceu de avisar amulher.

Quando Elias chegou à casa da viúva, elaestava ajuntando gravetos para preparar aúltima refeição. Depois de dar uma olhadana despensa, ela viu que tinha farinha e óleosuficientes apenas para fazer o último pão.Aos olhos da mulher, aquela situação terríveljamais mudaria. Estava tudo acabado. Era ofim.

A mulher, entretanto, não sabia queaquilo era apenas o começo. Vamos acom-panhar Elias enquanto ele se aproximadaquela mulher desesperada.

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E ele foi [para Sarepta]. Quando chegou àporta da cidade, encontrou uma viúva que es-tava colhendo gravetos. Ele a chamou e per-guntou: “Pode me trazer um pouco d’águanuma jarra para eu beber?” Enquanto ela iabuscar água, ele gritou: “Por favor, tragatambém um pedaço de pão”. Mas ela re-spondeu: “Juro pelo nome do Senhor, o teuDeus, que não tenho nenhum pedaço de pão;só um punhado de farinha num jarro e umpouco de azeite numa botija. Estou colhendouns dois gravetos para levar para casa e pre-parar uma refeição para mim e para o meufilho, para que a comamos e depois mor-ramos”. Elias, porém, lhe disse: “Não tenhamedo. Vá para casa e faça o que disse. Masprimeiro faça um pequeno bolo com o quevocê tem e traga para mim, e depois faça algopara você e para o seu filho. Pois assim diz oSenhor, o Deus de Israel: ‘A farinha navasilha não se acabará e o azeite na botija nãose secará até o dia em que o Senhor fizerchover sobre a terra’”. Ela foi e fez conformeElias lhe dissera. E aconteceu que a comidadurou muito tempo, para Elias e para a mul-her e sua família. Pois a farinha na vasilha

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não se acabou e o azeite na botija não sesecou, conforme a palavra do Senhor pro-ferida por Elias.

1Reis 17.10-16

Quando pensamos que não há esperançana vida, Deus intervém. Não permita que oinimigo a convença de que a vida não podeser diferente do que é no momento de suamaior necessidade. Simplesmente não é ver-dade. Deus é um Deus de milagres. Emboranunca mude, ele certamente pode mudarnossas circunstâncias, conforme atesta estacarta que me foi enviada:

Prezada Sharon,Doze anos atrás, minha casa foi completa-

mente destruída por um incêndio e perdemostudo. Dez meses depois, meu marido morreu,aos 40 anos de idade. Eu estava com 37. Tín-hamos dois filhos adolescentes. Senti queminha vida havia chegado ao fim, mas, oitoanos depois, casei novamente. Depois disso,a vida só piorou. Meu novo marido e meu en-teado discutiam o tempo todo. Lembro-me

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do dia em que me sentei no chão do banheirodo local onde eu trabalhava, chorando eacreditando que a única saída seria dormir enunca mais acordar. Eu tinha o plano per-feito, e quase funcionou.

Nossa família voltara a frequentar a igreja.Eu havia frequentado no passado, masafastara-me de Deus. Havia uma mulher naigreja que foi avisada por Deus e interveioquando tentei o suicídio. Deus estendeu amão para mim e salvou-me a vida. Vi, commuita clareza, que ele ajeitou a situação paraimpedir-me de levar meu plano adiante.

Entreguei a vida a Jesus e comecei a orarpara que Deus me mudasse. Isso ocorreu trêsanos atrás, e posso dizer com toda a sincerid-ade que minha vida é maravilhosa. Meu mar-ido aceitou Cristo no coração e será batizadodaqui a alguns dias. Deus tirou-me do fundodo poço, e eu o louvo por tudo o que ele fezpor mim.

Li a carta e murmurei uma oração delouvor. Fiquei muito grata a Deus por ele terimpedido Gilda de atentar contra a própria

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vida. Este é o objetivo principal de Satanás,você sabe. “O ladrão [inimigo] vem apenaspara roubar, matar e destruir” (Jo 10.10). Osuicídio não passa de uma solução perman-ente para um problema temporário. Semprehá esperança.

DEUS MUDA NOSSO MODO DE VER A VIDA

Eu sabia que aqueles nove meses de náuseasmatutinas terminariam com o choro agudodo bebê, uma preciosa trouxinha em meusbraços. Sabia que haveria um fim. Mas equando não sabemos qual será o desfecho? Equando não vemos luz no fim do túnel? É aíque precisamos confiar em Deus.

Às vezes, Deus não muda de uma só vez anossa situação difícil. Quase sempre o planodivino é revelado aos poucos. Uma autora es-creveu estas palavras a respeito da cura:

A cura, conforme aprendi, é um trabalhooculto. É o toque de Deus nos lugares sensí-veis e expostos de nossa alma. É algo que

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você não sente imediatamente, algo que nãoconsegue enxergar. Não é necessário marcaraquele dia no calendário. Você simplesmenteolha para as semanas e os meses que se pas-saram e percebe que não sofre mais damaneira que costumava sofrer.[1]

Uma das palavras usadas para designarDeus no Antigo Testamento indica “aqueleque vem para resgatar”. Sim, Deus poderesgatar-nos de nossas circunstâncias, e elefaz isso muitas vezes. Mas ele também poderesgatar-nos em nossas circunstâncias. Pauloe Silas encontravam-se em situação muitodifícil. Estavam atrás das grades por teremproclamado as boas-novas da ressurreição deJesus e libertado uma moça possuída de umespírito maligno. A moça deixou de predizero futuro, e o patrão dela ficou furioso por terperdido sua fonte de renda. Paulo e Silas fo-ram presos, açoitados e trancados no cár-cere, com os pés presos a troncos.

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E o que eles fizeram enquanto estavamacorrentados e sangrando? Começaram acantar e orar. Sim, cantar! De repente, en-quanto os outros prisioneiros ouviam amúsica, Deus decidiu mostrar uma pequenaporção de seu poder. Um violento terremotosacudiu os alicerces da prisão, e as portas seabriram. As correntes de todos se soltaram(cf. At 16).

Quando começamos a louvar a Deus emnossas circunstâncias, as outras pessoas quenos ouvem e veem também são abençoadas.Talvez sua confiança em Deus venha a ser oveículo por meio do qual outras pessoas ser-ão libertadas de suas correntes pessoais.

Deus diz: “Será que meu braço era curtodemais para resgatá-los? Será que me falta aforça para redimi-los?” (Is 50.2). Talvez suascircunstâncias difíceis estejam fundas de-mais para vir à tona, altas demais para ser al-cançadas ou largas demais para que vocêconsiga passar os braços ao redor delas. Mas

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os braços de Deus nunca são curtos demaispara puxá-la, alcançá-la ou abraçá-la esegurá-la firmemente perto dele.

Um de meus filmes favoritos é A felicid-ade não se compra. Ele conta a história deum homem chamado George Bailey. Vocêdeve conhecê-la. George morava em umacidadezinha na qual seu pai dirigia uma in-stituição financeira e emprestava dinheiro.George prometeu a si mesmo que sairiadaquele vilarejo “atrasado” para conhecer omundo. Mas a vida não transcorreu como eleesperava.

Depois que o pai morreu de derramecerebral, os sonhos de George de conhecer omundo e estudar na faculdade foram porágua abaixo. Vários anos depois, Georgetinha uma hipoteca, uma esposa e três filhosadoráveis. Em uma véspera de Natal, seu tioBilly, um homem muito distraído que trabal-hava no banco com ele, perdeu uma grandequantidade de dinheiro. George foi à falência

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e possivelmente seria preso. Sem ver nen-huma saída para aquela situação desesper-adora, ele disse: “Seria melhor eu não ternascido”.

George estava prestes a dar cabo da vidaquando lhe apareceu um anjo chamado Clar-ence. No restante do filme, Clarence leva Ge-orge a fazer um passeio por sua vida, paramostrar-lhe o que teria acontecido se ele nãotivesse nascido. O irmão dele, Harry, teriamorrido afogado quando era criança. Mary, amulher de George, teria ficado solteirona. Ofarmacêutico da cidade teria sido preso porministrar medicação errada a um paciente.Outras tragédias foram evitadas graças àvida de George.

No final do filme, George compreende quesua vida é maravilhosa e corre para casa,agora vendo tudo de modo mais otimista. Ascircunstâncias não mudaram, mas sua novaperspectiva mudou tudo.

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Às vezes Deus muda nossas circunstânciase às vezes ele muda nossa maneira de vê-las.Há sempre esperança na vida porque servi-mos a um Deus maravilhoso que promovemudanças e vitórias miraculosas.

SOU FELIZ COM JESUS

Eu gostaria de dizer que todas as vezes que avida me traz uma surpresa desagradável,começo a cantar “Sou feliz com Jesus”.Gostaria de dizer que, quando meu bebêmorreu, cantarolei essa música. Ou que,quando o teste de gravidez foi negativo pela36ª vez, repeti essas palavras. Gostaria dedizer que, no dia em que meu pai olhou paramim e não conseguiu lembrar meu nome porcausa do mal de Alzheimer, assobiei essehino. Mas não foi o caso. Eu me afligi. Chor-ei. Gritei de desespero.

Mas Deus (você não adora ler a expressão“mas Deus” na Bíblia?) me ensinou a dizer:“Sou feliz com Jesus”. Como? Substituindo

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as mentiras pela verdade. De fato, as situ-ações não mudaram. Não cheguei a ver meubebê, não voltei a engravidar, e meu pai nãofoi curado do mal de Alzheimer. As circun-stâncias não mudaram, mas minha maneirade ver a vida mudou.

Comecei a entender que meu bebê estavacom Jesus. Comecei a entender que Deustinha um plano maior para a minha vida, eesse plano incluía filhos espirituais nomundo inteiro. Comecei a entender que meuPai celestial nunca esqueceu meu nome.

Sou feliz com Jesus!

Reconheça a mentira: Não há esperançaem minha vida.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Descanse somente em Deus, ó minha alma;dele vem a minha esperança. Somente ele é a

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rocha que me salva; ele é a minha torre alta!Não serei abalado!

Salmos 62.5-6

Mas eu sempre terei esperança e te louvareicada vez mais.

Salmos 71.14

Pois os nossos sofrimentos leves e mo-mentâneos estão produzindo para nós umaglória eterna que pesa mais do que todoseles. Assim, fixamos os olhos, não naquiloque se vê, mas no que não se vê, pois o quese vê é transitório, mas o que não se vê éeterno.

2Coríntios 4.17-18

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14. Deus não me ama

14

Deus não me ama

MENTIRA: Deus não me ama.VERDADE: Deus me ama de maneira total,completa e incomensurável (cf. Ef 3.17-19).

Quando eu era menina, meu pai passava amaior parte do dia trabalhando em suaempresa de materiais de construção, observ-ando os locais das edificações ou em com-panhia de seus colegas e ajudantes. Emboraele trabalhasse a poucos quarteirões de casa,seu coração estava a quilômetros de distân-cia, em algum lugar que eu não sabia. Nãoera todos os dias que papai bebia,mas quando o fazia o efeito do álcool eradevastador. Ele carregava consigo uma raiva

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que parecia estar oculta logo abaixo da su-perfície de sua pele rija. E, quando bebia, araiva vinha à tona e escorria como lava in-candescente, atingindo todos ao redor dele.

Muitas vezes, nos tempos de infância, euia me deitar em silêncio, puxava as cobertasaté o queixo, ou cobria a cabeça com elas, eorava para cair logo no sono a fim de nãoouvir meus pais brigando. De vez emquando, eu andava na ponta dos pés parapegar minha caixinha de música cor-de-rosa,dentro da qual havia uma bailarina. Depoisde girar uma chave na parte traseira da caix-inha para dar corda e fazer a música tocar,eu tentava me concentrar no som tilintante ena bailarina dançando com as mãos acima dacabeça.

Eu tinha medo de meu pai. Mesmoquando ele estava sóbrio, eu mantinhadistância.

Ao mesmo tempo, observava como os paisdas outras meninas procediam. Eles as

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colocavam no colo, andavam de mãos dadascom elas no parque ou as beijavam no rostoquando as deixavam de manhã na porta daescola. Em razão disso, um sonho nasceu nofundo de meu coração. Eu sonhava queum dia teria um pai que me amaria — nãopor eu ser bonita ou tirar notas boas naescola, nem mesmo por saber tocar pianocom desenvoltura, mas apenas porque eu lhepertencia.

O SONHO TORNOU-SE REALIDADE

O Antigo Testamento atribui muitos nomes aDeus, mas, no Novo Testamento, Jesus res-salta a função de Deus como nosso Pai. Foi onome a que Jesus se referiu mais vezes quequalquer outro e o nome que ele nos convidaa usar para falar com o criador do Universo.Pare e pense por alguns instantes. O Deus detoda a criação, que sempre foi e sempre será— o Deus onisciente, onipotente e oni-presente — nos convida a chamá-lo de

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Papai! Ele disse: “E lhes serei Pai, e vocêsserão meus filhos e minhas filhas” (2Co6.18).

Para muitas pessoas, a ideia de ter Deuscomo pai não é agradável. Nossa tendência éprojetar em Deus, nosso Pai celestial, anoção que temos de nosso pai terreno. Algu-mas pessoas não conheceram o pai terreno,algumas tiveram um pai abusivo, algumasforam abandonadas pelo pai, algumastiveram um pai carinhoso e outras perderamo pai em razão de doença ou catástrofe. Atémesmo os melhores pais terrenos têm pés debarro e decepcionam os filhos.

Seja qual for a experiência que você teveou tem com seu pai terreno, saiba que seuPai celestial é o pai perfeito que a ama, cuidade todas as suas necessidades, tem interessepor tudo o que você faz, orienta com muitahabilidade, ensina com sabedoria, nunca aabandona, supre generosamente suas ne-cessidades, está sempre disponível e a ama

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como sua filha querida. Ele a ama com amoreterno. Ele é apaixonado por você.

O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS

Lamentavelmente, vivemos em um mundoque nos aceita com base em nossas realiza-ções. Crescemos acreditando nestas ideias:“Se eu tirar boas notas, meus pais me am-arão. Se eu mantiver o quarto sempre em or-dem, minha mãe me aprovará. Se eu tiver su-cesso no time, meus amigos e amigas me ad-mirarão. Se eu for bonita, os rapazesgostarão de mim. Se eu cozinhar bem, con-servar a casa limpa e tiver um bom desem-penho na cama, meu marido me amará. Seeu cumprir os prazos, não cometer erros eentregar o trabalho na data marcada, meuchefe me recompensará. Se eu ligar paraminha mãe três vezes por semana, visitá-lauma vez por semana e passar o Natal e o Diade Ação de Graças em sua casa, ela me apro-vará. Se eu...”.

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A partir do instante que saímos da segur-ança do útero da mãe, entramos em ummundo de aceitação com base em realiza-ções. Crescemos acostumadas a isso. Mas,amiga, Deus não nos ama pelo mérito denosso comportamento. Ele nos ama porquesomos dele.

Adoro estas palavras que Paulo escreveu àigreja em Éfeso:

Porque Deus nos escolheu nele antes da cri-ação do mundo, para sermos santos e ir-repreensíveis em sua presença. Em amor nospredestinou para sermos adotados como fil-hos, por meio de Jesus Cristo, conforme obom propósito da sua vontade, para o louvorda sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuit-amente no Amado. [...] E nos revelou o mis-tério da sua vontade, de acordo com o seubom propósito que ele estabeleceu em Cristo,isto é, de fazer convergir em Cristo todas ascoisas, celestiais ou terrenas, na dispensaçãoda plenitude dos tempos.

Efésios 1.4-6,9-10

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Por que Deus nos ama tanto? Porque elenos quer para si. Por causa de seu bompropósito.

No Antigo Testamento, os israelitas foraminstruídos a seguir todos os regulamentos eregras. Eles imaginavam que, se seguissem alei à risca, seriam aceitos por Deus. O povo,porém, não tinha condições de lembrar todasas leis, muito menos de obedecer a elas.

Para mim, um dos motivos pelos quaisDeus instituiu a antiga aliança foi paramostrar que não temos meios de ir para océu por conta própria. Ninguém é capaz deter uma conduta perfeita. Nossa natureza ecapacidade não conseguem fazer isso. “Todosos nossos atos de justiça são como trapoimundo” (Is 64.6).

Foi por isso que Deus enviou seu Filho,Jesus Cristo, o qual entregou sua vida per-feita e imaculada como sacrifício por nossoserros e pecados. As últimas palavras de Jesusforam: “Está consumado!”. A dívida foi

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totalmente paga, e não precisamos de realiz-ações para ser aceitas. Ele fez, de uma vezpor todas, o que somos incapazes de fazer.Por que Deus fez isso? Por que entregou seuFilho unigênito para nos perdoar, purificar elivrar do pecado? Porque ele me ama muito.Porque ele a ama muito (cf. Jo 3.16).

No entanto, aqui há uma peculiaridade in-teressante. Deus não nos ama porque temosbom comportamento, mas, se o amarmos,teremos bom comportamento. Jesus disseque, se o amarmos, nós lhe obedeceremos(cf. Jo 14.15,23). O desejo de agradar a Deusflui de um coração que o ama.

Deus, porém, nos ama independente-mente de nossas ações. A mente humana temdificuldade de entender esse conceito porqueele não faz parte de nossa natureza. Os cam-inhos de Deus são mais altos que os nossos, eseu amor é incondicional, imutável, in-sondável, incomensurável.

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OS CAMINHOS INFINITAMENTE SÁBIOS DE

DEUS

“Mamãe, mamãe”, Steve gritou, chorando.“Não deixe que elas me machuquem!”

Meu filho tinha 2 anos quando contraiuuma gripe muito forte. Afundou-se com-pletamente sem forças em meu colo, como sefosse uma boneca de trapo. Quando o levei àclínica, o médico logo constatou que Stevenestava desidratado e precisava dar entradano hospital imediatamente.

Meu coração se condoeu quando as enfer-meiras amarraram meu garotinho em umamesa e começaram a introduzir agulhas in-travenosas nos bracinhos dele.

— Mamãe! — ele gritou. — Mande essagente parar! Elas estão me machucando!

— Não, querido — tentei tranquilizá-lo. —Elas vão ajudar você a sentir-se melhor.

Steven chorou. Eu chorei. As enfermeiraschoraram.

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Eu podia imaginar o que se passava namente de Steven: “Por que essa gente estáme machucando? Por que mamãe está per-mitindo? Acho que ela não me ama. Ela nãoestá me protegendo. Se me amasse, não deix-aria que elas fizessem isso. Acho que mamãenão se importa comigo”.

Em pé no canto da sala, vendo meu men-ino chorar, eu me perguntei se, quando at-ravesso situações dolorosas que visam aomeu bem, Deus se sente como eu estava mesentindo naquele momento. Eu grito: “Deus,por que estás permitindo que isto aconteça?Tu não me amas? Não te importas com o queestá acontecendo comigo? Por que não man-das essa gente parar?”.

E Deus pareceu responder-me: “Às vezesvocê é igual a este cordeirinho. Não entendeo propósito para o sofrimento e quasesempre pensa que a abandonei. Mas eununca a abandonarei. Você acha que não aamo, mas o meu amor tem a altura do céu e a

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profundidade do mar. Você acha que não meimporto com o que está acontecendo, masestou planejando seus dias e cuido de cadafio de cabelo seu. Meus caminhos epensamentos são mais altos que os seus.Sim, eu me preocupo com você e com o queestá acontecendo. Estou cuidando de suasaúde e integridade espirituais”.

Mesmo quando não entendo, quando nãoconsigo enxergar o plano de Deus, sei que to-dos os caminhos dele são de amor ebondade. Ele sabe o que é melhor para mim,e ele é sempre bom.

“Por isso não tema, pois estou com você;não tenha medo, pois sou o seu Deus.Eu o fortalecerei e o ajudarei;eu o segurareicom a minha mão direita vitoriosa.”

Isaías 41.10

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OS CAMINHOS INFINITOS DE DEUS SÃO BONS

Dei um pulo para alcançar o balcão e colo-quei meus pezinhos no banquinho giratóriodiante de mim. Eu tinha 5 anos. Papai estavatomando um refrigerante e conversando coma senhora atrás do balcão. Ela trajava umavental de listras brancas e vermelhas.

— Esta é a minha menina — papai dissecom um sorriso. — Parece uma macaquinha.

— Ora, Allan, até que ela é bonitinha.Por um momento, pensei que fosse

bonita.

• • •

Parei no jardim de uma casa em estilo rural,esperando os gritos cessarem para eu entrar.Papai estava bêbado novamente, e mamãegritava a plenos pulmões. Por que ele não viaque eu estava com medo? Por que bebia? Porque mamãe gritava? Por que eles se agre-diam? Depois de viver doze anos no meiodessas explosões vulcânicas, eu achava que já

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estava acostumada. Mas era sempre umasurpresa.

O dia seguinte era acompanhado demuitas promessas. “Nunca mais vou fazeraquilo”, papai dizia. “Sinto muito, Sharon.Nunca mais vou voltar para casa daquelejeito.”

Sempre, porém, havia uma próxima vez.

• • •

Fiquei na ponta dos pés no meio de umgrupo de crianças de mais idade no palco.Acabara de ser admitida na National HonorSociety com várias de minhas amigas. Osflashes pipocavam, os pais orgulhososaplaudiam, e meninos e meninasacenavam para os pais encantados com eles.Mas meus pais não estavam entre aquele ra-diante auditório. Mais tarde papai explicou:“A escola ligou na noite anterior e me falousobre a cerimônia, mas adormeci no sofá e

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acabei esquecendo. Sinto muito, Sharon. Nãovai acontecer de novo”.

Mas aconteceu.

• • •

Tão logo aceitamos o amor maravilhoso deDeus, surgem as perguntas: posso confiarnele? Posso confiar a Deus minhas esper-anças e medos, meus dias e anos? Quandoentendemos a profundidade de seu amor, aresposta é sempre sim. O amor expulsa omedo (cf. 1Jo 4.18).

Quando aceitei totalmente a ideia de queDeus me amava, agarrei-me a essa verdadecomo uma criança à procura de ar para nãomorrer afogada. Identifiquei-me com o Jesusrejeitado e aceitei o dom indescritível que eleme deu. Maravilhei-me diante do amor deDeus. De verdade. Mas, quando chegou ahora de confiar a ele minhas esperanças esonhos, a história foi diferente. Assim que osconflitos surgiram, voltei a ser a adolescente

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procurando, no meio do povo, um pai quenão conseguia encontrar. Eu poderia confiarnesse Pai celestial? Não tinha tanta certezaassim.

Um dia, porém, Deus falou a meu coraçãode maneira comovente. “Não veja o rosto deseu pai em mim”, ele pareceu dizer. “Não souseu pai terreno. Sou seu Pai celestial. Sousempre bom. Sempre digo a verdade. Queroo melhor para você. Pode confiar em mim.”

DEUS É SEMPRE BOM

É fácil confiar em Deus quando tudo vai bemna vida. Mas quando um filho se rebela, aconta bancária está no vermelho ou o res-ultado da biópsia revela um tumor maligno,perguntamos: “Deus é realmente bom?”. Ra-cionalmente, sabemos que Deus é bom, maso coração tem dificuldade em acreditar.Satanás continua a espalhar a mentira deque Deus não é bom e que pretende omitirinformações de nós. Foi isso mesmo que o

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inimigo fez com Eva. “Deus não quer que vo-cê tenha conhecimento. Você não pode confi-ar nele. Certamente não morrerá.”

A vida traz muitas decepções. E é nessashoras de decepção que o inimigo lança as se-mentes da desconfiança em relação a Deus.

Enquanto lutei todos aqueles anos contraa infertilidade, o inimigo não parava de medizer: “Deus não a ama. Se a amasse, daria oque você quer. Daria um filho a você. Vocênão pode confiar nele de todo o coração Nãopode confiar seus sonhos a ele”.

Quando perdemos nosso segundo filhoem um aborto, o inimigo continuou aimportunar-me: “Como Deus foi capaz depermitir que isso acontecesse? Como ele foicapaz de partir seu coração dessa maneira?Por que um Deus de amor permite tantosofrimento?”.

Você já se sentiu assim? Penso que quasetodas nós já ouvimos o inimigo sussurrar es-sas mentiras em nossa mente. Mas a verdade

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é esta: quando Deus diz não em uma situ-ação específica de nossa vida é porque eletem um sim muito maior reservado para nós.

Você é capaz de imaginar como os dis-cípulos se sentiram no momento em que apedra foi colocada na entrada do túmulo deJesus? “Como isto pôde acontecer? Onde es-tá Deus?” Mas, três dias depois, quando Je-sus ressuscitou e apareceu em toda a suaglória aos discípulos, eles receberam a res-posta. Deus tinha um plano maior.

Deus é bom... o tempo todo. Vivemos emum mundo pecaminoso, onde coisas ruinsacontecem. As pessoas adoecem e morrem.Acidentes ceifam vidas. Furacões, tsunamis eterremotos devastam a terra. Pessoas cominstintos malignos matam e destroem. Amorte e a decepção fazem parte da vida.

Deus, porém, continua a ser bom... otempo todo. O salmista escreveu: “Tu ésbom, e o que fazes é bom” (Sl 119.68).

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DEUS SEMPRE DIZ A VERDADE

Uma das principais razões para confiarmosem Deus é que ele sempre diz a verdade. Eleé a verdade.

Davi sofreu muitas tribulações. Foiperseguido durante anos pelo rei Saul, umhomem determinado a matá-lo. Os olhos deDavi eram tristes, e sua alma e corpo es-tavam desgastados pelo sofrimento.

Minha vida é consumida pela angústia,e os meus anos pelo gemido;minha aflição esgota as minhas forças,e os meus ossos se enfraquecem.Por causa de todos os meus adversários,sou motivo de ultraje para os meus vizinhose de medo para os meus amigos;os que me veem na rua fogem de mim.Sou esquecido por elescomo se estivesse morto;tornei-me como um pote quebrado.

Salmos 31.10-12

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Davi estava passando por aflições e,apesar de o profeta Samuel tê-lo ungido reide Israel e sucessor de Saul, o jovem mon-arca vivia como um criminoso fugitivo.

Eu teria pensado: “Rei? Você disse rei?Para mim, essa não é uma vida de rei”.

No entanto, em vez de dar as costas aDeus, Davi virou o rosto para ele.

Mas eu confio em ti, Senhor,e digo: Tu és o meu Deus.

Salmos 31.14

O que levou Davi a confiar em Deus di-ante de tantas lutas? Ele já havia decidido nocoração que Deus sempre diz a verdade — e averdade gera confiança. O rei Davi enfrentoutempos muito difíceis, mas orava sempre.

Nas tuas mãos entrego o meu espírito;resgata-me, Senhor, Deus da verdade.

Salmos 31.5

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Por que é difícil confiar nos outros?Porque sentimos que eles não estão procur-ando atender aos nossos melhores interessesou nem sempre dizem a verdade. “Seja Deusverdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm3.4). “Deus não é homem para que minta”(Nm 23.19). “É impossível que Deus minta”(Hb 6.18).

Não importa o que os outros digam, Deussempre diz a verdade.

DEUS QUER O MELHOR PARA VOCÊ

Em pé na beira do Grand Canyon,maravilhei-me ao ver a grandiosidadedaquela beleza indescritível. Meus olhos malconseguiam assimilar tudo o que viam. Atémesmo uma câmera com lente de grandeabertura angular não seria capaz de captaraquela imensidão. Mas, quando sobrevoei olocal na véspera, consegui avistar tudo, docomeço ao fim, de forma majestosa.

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Mais uma vez lembrei-me de como Deusvê minha vida. Tenho apenas algumas peçasdo quebra-cabeça, mas Deus está de posse datampa da caixa. Não tenho ideia de comoserá, no fim, o grande retrato de minha vida,mas Deus tem o pincel nas mãos e sabe ex-atamente onde aplicar a tinta.

O inimigo diz que nós sabemos o que émelhor para nossa vida, e sinceramenteachamos que também sabemos o que é mel-hor para a vida dos outros. Mas a verdade éesta: não sabemos de nada. Contudo, con-hecemos o que há de melhor para se saber,que pode ser resumido em duas palavras:seguir Jesus. Ele disse: “Eu sou o caminho, averdade e a vida” (Jo 14.6). Quando andamoscom Jesus, ele nos mostra o caminho, umpasso por vez, e não experimentamos pre-ocupação nenhuma.

A preocupação é o oposto da confiança.Uma das definições de preocupação é “crav-ar os dentes na garganta e sacudir ou

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dilacerar como um animal faz com o outro,ou fustigar com mordidas ou abocanhadasrepetidas”.[1]

É exatamente o que Satanás faz com suapresa. Ele fustiga-nos com um “e se” atrás dooutro até o ponto de confundir nossa mente.

Toda preocupação está envolta na mentirade que Deus não é confiável. Se acreditarmossinceramente na verdade de que Deus nosama, que Deus é bom, que Deus sempre diz averdade e que Deus deseja o melhor paranós, deixaremos de nos preocupar. O futuroestá nas mãos de Deus, e os planos divinossão bons.

Pedro escreveu: “Lancem sobre ele toda asua ansiedade, porque ele tem cuidado devocês” (1Pe 5.7). Outra versão diz o seguinte:“Deixem com Ele todas as suas preocupaçõese cuidados, pois Ele está sempre pensandoem vocês e vigiando tudo o que se relacionacom vocês” (BV).

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Temos a tendência de assumir o controlede nossa vida da mesma forma que um pas-sageiro faz quando segura o volante do carro.Acreditamos na mentira de que sabemos oque é melhor para nós e tentamos girar ovolante na direção que escolhemos. Quandoisso acontece, saímos da estrada, pegamoscaminhos errados e quase sempre ficamossem combustível.

Li no para-choque de um carro: “Deus émeu copiloto”. Se esse for o seu caso, passe aocupar o banco do passageiro.

“Olho nenhum viu,ouvido nenhum ouviu,mente nenhuma imaginouo que Deus preparoupara aqueles que o amam.”

1Coríntios 2.9

Deus a ama. Deus é bom. Deus sempre diza verdade. Deus quer o melhor para você. Evocê pode confiar nele. Essa é a verdade.

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Reconheça a mentira: Deus não me ama.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Confio no amor de Deus para todo o sempre.Salmos 52.8

Pois estou convencido de que nem mortenem vida, nem anjos nem demônios, nem opresente nem o futuro, nem quaisquerpoderes, nem altura nem profundidade, nemqualquer outra coisa na criação será capaz denos separar do amor de Deus que está emCristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 8.38-39

Todavia, Deus, que é rico em misericórdia,pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estáva-mos mortos em transgressões — pela graçavocês são salvos.

Efésios 2.4-5

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Nisto consiste o amor: não em que nós ten-hamos amado a Deus, mas em que ele nosamou e enviou seu Filho como propiciaçãopelos nossos pecados.

1João 4.10

Deus é amor.1João 4.16

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15. Deus está me castigando

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Deus está me castigando

MENTIRA: Deus está me castigando.VERDADE: Deus está me purificando comoouro (cf. 1Pe 1.6-7).

Meu filho, Steven, e eu estávamos sentadosno chão do quarto dele jogando cartas.Restavam-nos apenas alguns minutos antesde sairmos para matriculá-lo no curso denatação de verão e queríamos jogar maisuma partida. Aquele verão tinha tudo paraser melhor que todos os outros. Ginger,nossa golden retriever, acabara de dar à luzsete adoráveis cãezinhos, Steven estavacurtindo o sexto verão de sua vida, e, apósquatro anos de sucessivos testes de gravidez

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negativos, Deus nos surpreendera com umpresente precioso. O resultado do últimoteste havia sido positivo.

Todavia, enquanto estava sentada no chãoao lado de Steven naquele lindo dia de verão,senti um líquido quente e viscoso descer pelaperna, e o sol começou a abafar minhas es-peranças e meus sonhos. A ida ao banheiroconfirmou meu maior medo. Na tardedaquele mesmo dia o médico confirmou: “Ocoração não está batendo”.

Aquilo que começou com um verão cheiode vida e alegria se transformou rapidamenteem tempo de grande perda e tristeza. Choreipor aquele filho pelo qual havia orado e sofria dor de ter os braços vazios. Alguém dissecerta vez: “Nunca imaginei que pudesse sen-tir saudades de alguém que não conheci”.Mas, ah, que saudades senti dela! Nuncasoubemos ao certo, mas, no fundo do cor-ação, eu achava que o bebê era menina.

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Após a perda, no silêncio da noite, o in-imigo sussurrava: “Deus não a ama. Se aamasse, não teria permitido que aquiloacontecesse. A culpa é sua. Você não tem fésuficiente. Ele a está castigando. Você não édigna de ter outro filho. Coisas ruinsacontecem a pessoas ruins”.

Quer saber? Comecei a acreditar nele.Aceitei a mentira. “Deus, estás me castig-ando?”, perguntei, chorando. “O que fiz paramerecer isso? Não te importas comigo?”

Estava tão fraca e exausta que não tinhaforças para lutar contra o inimigo. Foi entãoque minhas amigas cerraram fileiras e acred-itaram em Deus por mim. Elas oraram e meamaram até eu readquirir o bom senso. Épara isso que servem as amigas.

Em vez de gritar: “Por que eu?”, comecei aorar com toda a sinceridade: “E agora? O quequeres de mim agora, Senhor?”.

Muitas perguntas ribombavam em minhamente, mas o pensamento de que Deus

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estava me castigando soava mais forte.Trata-se de uma pergunta comum, enraizadana mentira de que Deus não é um Deus deamor. E essa pergunta está impregnada decheiro de fumaça.

Creio que, quando passamos por umaprovação que nos causa feridas profundas,Deus pode usá-la para ensinar-nos liçõespreciosas. Eis alguns desses ensinamentos:passamos a entender com mais profundid-ade quem é Deus, quem somos e em quemcremos verdadeiramente. Nossa fé se desen-volve nas lutas no laboratório da vida.

POR QUE ACONTECEM COISAS RUINS?

Não é fácil explicar por que as tragédiasacontecem. Seria castigo de Deus, trapaça doDiabo ou resultado de vivermos em ummundo decaído e degenerado? Todas asopções são válidas, mas não devemos ser tãorápidas em deduzir que foi por causa de al-guma coisa que fizemos.

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Sim, Deus nos disciplina. A Bíblia diz:“Saibam, pois, em seu coração que, assimcomo um homem disciplina o seu filho, damesma forma o Senhor, o seu Deus, os dis-ciplina” (Dt 8.5). E:

Meu filho,não despreze a disciplina do Senhornem se magoe com a sua repreensão,pois o Senhor disciplina a quem ama,assim como o pai faz ao filhode quem deseja o bem.

Provérbios 3.11-12

Contudo, todas as vezes que lemos a re-speito de Deus disciplinando alguém naBíblia, a pessoa exortada sabe exatamentequem estava impondo o castigo e por quê.

Deus disciplinou Miriã por ela ter critic-ado seu irmão Moisés (cf. Nm 12). Deus dis-ciplinou Saul por ele ter assumido por contaprópria a função de sacerdote (cf. 1Sm 13).Deus fulminou Ananias e Safira quando elesmentiram sobre a quantidade de dinheiro

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que colocaram aos pés dos apóstolos (cf. At5). Em todos os casos, não houve nenhumsinal de arrependimento da parte dos in-fratores e nenhuma indagação sobre omotivo pelo qual estavam sendo castigados.

Lemos também as histórias de Jó e Pedro,as quais mostram que, de vez em quando, asdificuldades se originam de uma ofensiva es-piritual. Deus permitiu a Satanás quepusesse esses dois homens à prova. Ambossaíram da batalha mais fortes, mais santos emais poderosos que nunca. Portanto, àsvezes as situações difíceis se originam deuma ofensiva total do inimigo.

A Bíblia diz que Deus perdoa rapidamentequando nos arrependemos e pedimos per-dão. Ele não mantém um registro de errosnem nos castiga por pecados cometidos nopassado. Deus atira nossos pecados nas pro-fundezas do mar e não volta para pescá-los.Essa é sua forma de agir.

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Em alguns casos, temos de conviver comas consequências de nosso pecado, e issoparece ser uma forma de castigo. Mas precis-amos sempre lembrar que as consequênciasresultam de nossas escolhas. As doençassexualmente transmissíveis e gestações in-desejadas podem ser consequências depromiscuidade sexual. Relacionamentosrompidos são consequência da mentira.

Se você saltar do segundo andar de umedifício e quebrar a perna, não vai dizer quea perna quebrada foi castigo de Deus. Foiconsequência de uma escolha errada.

Não há resposta apropriada para explicarpor que acontecem coisas ruins. Deus está nocontrole de tudo, e seus caminhos são maisaltos que os nossos (cf. Is 55.8-9). EmQuando Deus não faz sentido, o dr. JamesDobson diz: “Tentar analisar sua [de Deus]onipotência é o mesmo que uma amebatentar entender o comportamento hu-mano”.[1] É simplesmente impossível.

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FACE A FACE COM O PAI

Uma amiga minha, Shannon, também ques-tionou se Deus a estava castigando por meioda infertilidade. Ela descreveu as palavras domédico como

uma cantilena constante e obsessiva emminha cabeça, como se fosse uma canção daqual não se pode livrar — uma canção com opoder de levar qualquer um à loucura. A vozdele me perseguia o tempo todo: “você é es-téril”. Eu ouvia isso antes do café da manhã,no fim da tarde, quando a luz do dia de-clinava e desaparecia, e novamente nas horasnegras no meio da noite, quando eu ansiavapor dormir, mas não conseguia fechar os ol-hos.[2]

No decorrer de muitos anos de consultasmédicas, adoções fracassadas e testes negat-ivos de gravidez, Shannon achou que estavasendo castigada por Deus. Quando tinha 19anos, Shannon atravessou as portas de umaclínica de aborto para pôr fim à vida de seu

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bebê em gestação. No entanto, um testeantes do procedimento revelou que ela nãoestava grávida. Mas a culpa pelo que tencion-ara fazer acompanhou-a como uma nuvemnegra. “Será que Deus está me castigando?”,ela se perguntou ao longo dos anos de infer-tilidade. “Talvez eu não seja digna de que eleme abençoe.” Foi ao ouvir a mentira de umcolega de trabalho que ela aceitou a verdade.

Eu queria ser uma professora eficiente, quer-ia que Deus sentisse orgulho de mim. Porisso, além da leitura habitual da Bíblia e deminhas orações planejadas, passei a ler Ro-manos semana após semana. [...] Eu me con-solava com a esperança de que minha di-ligência no estudo bíblico produzisse bonsresultados naquilo que fosse realmenteimportante.

No íntimo, devo ter acreditado que Deusnotaria meu grande talento e me daria umanota adequada. Ele eliminaria a nota F queeu recebera no dia em que entrei naquelaclínica, em cuja porta havia uma tabuletasimbolizando um arco-íris e cujo chão era

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imundo, e a substituiria por um A+. Quandofizesse isso — quando desse um sinal deaprovação e apagasse os dados de minhaficha —, ele me avisaria enviando-me a únicamensagem que possivelmente me convencer-ia: permitiria que eu gerasse um filho.

Cerca de um ano depois de dar início aoestudo de Romanos, comecei a trabalharcomo recepcionista do condomínio ondemorávamos. Eu levava minha Bíblia e umnotebook e me sentava no centro da re-cepção, de onde podia vigiar a piscina ecumprimentar os moradores que chegavam.

Uma noite, deixei minha folha de registrose a Bíblia aberta no livro de Romanos, repletode anotações. Um funcionário da ma-nutenção entrou para tomar uma xícara decafé. Ao ver minha Bíblia, ele perguntou oque eu estava lendo.

— Romanos — respondi.Ele assentiu com a cabeça:— É um bom livro.Conversamos por alguns instantes sobre

as igrejas que cada um de nós frequentava.De repente, ele fez uma afirmação estranha:

— Ah, aprendi uma lição esta semana.

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— O que foi?— Eu me esqueci de dar o dízimo no

domingo passado, e sabe o que aconteceu nasegunda-feira?

Não fui capaz de adivinhar.— O pneu do meu carro furou.Continuei à espera do término da história,

sem conseguir acompanhar a linha de ra-ciocínio dele.

— Você não entendeu? O pneu furado foiuma mensagem: “Se você quiser que eu oabençoe, terá de cumprir sua parte no trato”.Não podemos zombar de Deus. Ele estava meavisando.

— Não, ele não estava — as palavrassaíram galopando de minha boca antes queeu tivesse tempo de laçá-las com uma corda.

— Claro que estava.Naquele momento nós dois já estávamos

mergulhados no assunto. Deixei de lado todaa inibição:

— Você acha que Deus só o abençoaquando você é bom?

— Exatamente. Se você obedecer às re-gras, der a ele o que lhe pertence e agir

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direitinho, receberá coisas boas. Se não fizertudo isso, receberá coisas más.

— Como você pode pensar assim? Quemlhe ensinou essa bobagem?

— Você está chamando a Palavra de Deusde bobagem? “Pode um homem roubar deDeus? [...] Tragam o dízimo todo ao depósitodo templo [...]. Ponham-me à prova”, diz oSenhor dos Exércitos, “e vejam se não vouabrir as comportas dos céus e derramar sobrevocês tantas bênçãos que nem terão ondeguardá-las” (Ml 3.8,10).

— Sim... mas... mas chegar a ponto dedizer que Deus é vingativo, mesquinho e... e...igual a nós...

— Se você quer ser abençoada, precisacumprir sua parte no trato.

Ele pegou a xícara de café, despediu-secom um movimento de cabeça e afastou-se.

Acompanhei-o com o olhar. Como alguémpoderia pensar daquele jeito? Como podemosamar e servir a um Deus tão mesquinho? Eunão conseguia entender. Por certo eu nãoconhecia o Deus daquele homem...

“Ah, não conhece?”

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O pensamento ecoou no assombrososilêncio de minha mente. Por um longo e ter-rível momento, parei e permiti que as rami-ficações daquela pergunta me bombardeas-sem e zombassem de mim.

No entanto, levantei-me de repente, ligueio aspirador de pó e abafei o som do eco.

Não li uma só palavra da Bíblia no diaseguinte. Tive uma boa desculpa: alguns ami-gos e amigas da Califórnia haviam ligado noinício da semana avisando que iam mevisitar.

Depois de pôr a conversa em dia, dese-jamos boa noite uns aos outros. Não dormibem. Um assunto não resolvido me pres-sionava. Às 5 horas da manhã, tendo dor-mido apenas algumas horas, peguei minhaBíblia e dirigi-me silenciosamente ao ban-heiro — o único cômodo onde eu poderia lersem perturbar os outros.

Abri a Bíblia em uma passagem conhecidae sentei-me no chão com as costas contra aparede — no sentido literal e também no fig-urado. Deus havia me encurralado. Aquelefuncionário irritante conseguira trazer parafora todos os pensamentos adormecidos em

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minha mente, colocara-os em cima da mesa eos despertara; e agora eu teria de assumi-loscomo meus.

Eu de fato pensava em Deus daquelamaneira. Achava que poderia torná-lo meudevedor.

“É mais que isto”, ouvi.Entendi que ele queria extrair tudo de

mim. Queria retalhar-me ali mesmo e retirartodos os pensamentos cancerígenos que sedesenvolviam em minha mente.

— É mais que o quê?— Você acha que pode conquistar bênçãos

e pensa que precisa apagar seus erros paraque eu a ame.

Olhei para a Bíblia aberta em meu colo e,de repente, todos os versículos assinaladosem vermelho começaram a saltar da página:“justificado pela fé [...], cujos pecados sãoapagados [...], reconciliados com ele [...], dá-diva [...], feitos justos [...]” (Rm 3.28; 4.7;5.10,15,19).

Meus olhos retrocederam alguns versícu-los e fixaram-se naquele que, finalmente, re-volucionou tudo: “De fato, no devido tempo,

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quando ainda éramos fracos, Cristo morreupelos ímpios” (5.6).

As palavras que li todas as semanas dur-ante um ano adquiriram vida, movimento,abriram os braços para mim, e eu mergulheinelas. E Deus sussurrou uma revelação:“Quando você estava totalmente apaixonadapor seu pecado, foi aí que a escolhi. Quandovocê estava o mais afastada possível de mim,foi aí que eu disse: ‘Ela é minha’”.

Ele havia planejado tudo. Deus conduziu-me àquele banheiro e colocou-me no chão, e,ao olhar ao redor, me dei conta de onde es-tava e lembrei-me daquele banheiro de tem-pos atrás, quando me sentei na mesmaposição e supliquei-lhe que esvaziasse meuútero. Ele estava exatamente lá para sussur-rar o que eu mais necessitava ouvir: “Eu es-tava lá... e chorei com você”.

Eu não estava sendo castigada. Não estavapagando por um erro. Deus não estavazangado comigo.

Apertei a Bíblia de encontro ao peito, er-gui o rosto para o alto e chorei. Deus se ofere-ceu a mim, e eu lhe permiti que tirasse todo oódio que eu guardara em meu íntimo, todo o

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medo que senti dele e todas as dúvidas quetive sobre meu passado e que influenciavammeu futuro.

No silêncio daquele cômodo ouvi apromessa: “Eu serei sua maior recom-pensa”.[3]

A PROMESSA DE AFLIÇÕES

Deus não estava castigando Shannon. Agoraela sabia disso. Não era nada mais nadamenos que o plano dele para ela.

Quando passamos por sofrimento, o in-imigo tenta nos convencer de que estamossendo castigadas por algum pecado quecometemos. Sim, já dissemos que Deus dis-ciplina seus filhos. Não podemos, porém,lançar um cobertor de condenação sobre to-das as nossas provações e lutas. Abraão,Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Davi, osprofetas, os discípulos, Paulo e até Jesus pas-saram por mais aflições na vida do que vocêe eu podemos imaginar. Mesmo assim, elesforam instrumentos escolhidos por Deus

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para proclamar a mensagem de seu reino.Você acha que Satanás sussurrou essas mes-mas mentiras àqueles homens? Tenho abso-luta certeza de que sim.

Jesus disse: “Neste mundo vocês terãoaflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci omundo” (Jo 16.33).

Tiago escreveu: “Meus irmãos, consider-em motivo de grande alegria o fato de pas-sarem por diversas provações, pois vocêssabem que a prova da sua fé produz per-severança (1.2-3).

Pedro escreveu:

Nisso vocês exultam, ainda que agora, porum pouco de tempo, devam ser entristecidospor todo tipo de provação. Assim acontecepara que fique comprovado que a fé que vo-cês têm, muito mais valiosa do que o ouroque perece, mesmo que refinado pelo fogo, égenuína e resultará em louvor, glória e honra,quando Jesus Cristo for revelado.

1Pedro 1.6-7

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Aflições. Provações. Sofrimento. Tudo isso éconsequência de vivermos em um mundo pe-caminoso. Satanás tenta nos dizer que sofre-mos por causa de nossos erros. “Você mere-ceu”, ele diz com zombaria. “Deus a está cas-tigando”, ele sussurra. “Você é uma pessoamá.”

Não passam de mentiras.Sim, Jó questionou Deus no final. E Deus

respondeu a Jó de maneira muito poderosa.Vale a pena ler de novo. A calamidade abso-luta de Jó resultou em um conhecimentomais amplo de quem Deus é e do que ele faz.E ao término de seu sofrimento, Jó disse:

“Meus ouvidos já tinhamouvido a teu respeito,mas agora os meus olhos te viram”.

Jó 42.5

Não é isso que todas nós desejamos — es-tar com Deus de maneira tão real a ponto desentir sua mão em nossa testa, sentir sua

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respiração em nosso pescoço e sentir seusbraços ao redor de nossos ombros trêmulos?Existe tesouro mais precioso a ser escavadodas provações da vida que descobrir mais at-ributos de Deus?

Isso não é castigo, minha amiga. Ébênção.

Reconheça a mentira: Deus está mecastigando.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Ao passar, Jesus viu um cego de nascença.Seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre,quem pecou: este homem ou seus pais, paraque ele nascesse cego?” Disse Jesus: “Nemele nem seus pais pecaram, mas isto aconte-ceu para que a obra de Deus se manifestassena vida dele”.

João 9.1-3.

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Meus irmãos, considerem motivo de grandealegria o fato de passarem por diversasprovações, pois vocês sabem que a prova dasua fé produz perseverança. E a persever-ança deve ter ação completa, a fim de quevocês sejam maduros e íntegros, sem lhesfaltar coisa alguma.

Tiago 1.2-4

Amados, não se surpreendam com o fogoque surge entre vocês para os provar, comose algo estranho lhes estivesse acontecendo.Mas alegrem-se à medida que participamdos sofrimentos de Cristo, para que também,quando a sua glória for revelada, vocês exul-tem com grande alegria.

1Pedro 4.12-13

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16. Não sou digna de ser chamada cristã

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Não sou digna de ser chamadacristã

MENTIRA: Não sou digna de ser chamadacristã.VERDADE: “Pois vocês são salvos pelagraça, por meio da fé, e isto não vem de vo-cês, é dom de Deus; não por obras, para queninguém se glorie” (Ef 2.8-9).

Eu estava na fila dos pêsames após um cultoem memória de um senhor piedoso que fale-cera alguns dias antes. O homem adiante demim abraçou a viúva enlutada e disse baix-inho: “Você o verá novamente”. Meu coraçãose condoeu quando ouvi a resposta dela:

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“Espero que sim. Não sei se fomos dignosdisso”.

Aquele não era lugar para repreensão oucensura, mas meu coração partiu-se ao meio.

A viúva, de 86 anos, frequentou igreja avida inteira. Lia sempre a Bíblia, fazia devoc-ionais diários e participava dos cultos comregularidade. Ainda assim, acreditava emuma mentira. Acreditava que precisava con-quistar seu caminho para o céu... que precis-ava ser “digna de entrar no céu”.

Ah, querida amiga, jamais seremos dignasde conquistar nosso passaporte para o céu.Jamais seremos dignas de “entrar no céu”.Se o fôssemos, Jesus não precisaria ter en-tregado sua vida em nosso lugar. Esse é umdom gratuito.

Há muita gente tentando ganhar aquiloque já tem. E é a mentira da aceitação combase em realizações que acorrenta asmulheres.

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Talvez você esteja acreditando na mentirade que precisa conquistar seu lugar no céuou que pode perder a salvação se não agircorretamente. Devemos expor essa mentira eaprender a caminhar no dom incrível dagraça de Deus.

Entretanto, também pode ser que vocêtenha colocado o capacete da salvação bemfirme no lugar, e ele nunca tenha caído desua linda cabecinha. Se esse for o caso,recoste-se na cadeira e agradeça essa bênçãoa Deus. Depois, alegre-se com suas irmãsque estão prestes a tomar posse do dom maisprecioso de Deus e participe da festa.

O QUE SIGNIFICA SER SALVO?

A palavra salvo tem sido usada de maneiratão indiscriminada na igreja que perdeu seuencanto e mistério. O que significa ser salvo?

Salvação significa “libertação” ou“resgate”. E do que fomos libertados ou res-gatados? Por meio de Jesus Cristo fomos

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resgatados da perdição (cf. Lc 19.10), da irade Deus (cf. Rm 5.9), do salário do pecado(cf. Rm 6.23), do domínio das trevas (cf. Cl1.13), da separação eterna de Deus, e do cas-tigo eterno no inferno (cf. Ap 20.6). Somossalvos do castigo do pecado no momento emque cremos. Estamos sendo salvos dopoder do pecado à medida que continuamosa ser cada vez mais conformes à imagem deCristo. E seremos salvos da presença dopecado quando deixarmos este corpo terrenoe seguirmos para a eternidade com Deus.

A fé salvadora exige o comprometimentode todo o nosso ser: mente, vontade eemoções. Com a mente entendemos a ver-dade do evangelho, com a vontade decidimosnos submeter a Deus e aceitar Jesus comoSenhor de nossa vida, e com as emoções ex-pressamos tristeza por nosso pecado ealegria pela misericórdia e graça de Deus.Ser salvo significa mais que ser libertado daprisão. É mais que um bilhete de ida para o

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céu. A vida eterna começa no momento emque cremos, e Deus deseja que tenhamosvida plena aqui neste mundo (cf. Jo 10.10).Ser salvo é passar da morte espiritual para avida espiritual em um piscar de olhos deDeus. Não somos salvos porque nos com-portamos bem, mas porque cremos.

O QUE SIGNIFICA ESTAR PERDIDO?

Era nossa primeira viagem à Disney, e pre-paramos minha filmadora para gravar lem-branças preciosas. No início da gravação, es-tamos em um centro de boas-vindas, onde ascrianças sobem em vários objetos, rastejampor túneis e pulam de uma barra a outra. Aseguir, meu marido, Steve, corre em direçãoà filmadora, com o rosto cada vez maior atépreencher a tela inteira.

“Onde Steven foi parar?”, ele grita. “Não oencontrei em lugar nenhum!”

Em seguida, a tela fica branca.

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Que maneira de iniciar as férias! Stevenhavia se desgarrado de nós. Entrou em umdaqueles túneis e ainda não aparecera. Claroque ficamos em pânico. Quem deseja perderum filho em plena Disney? Evidentemente,nós o encontramos. Ele não tinha ideia deque estava perdido.

Ei, esta última frase a fez parar parapensar?

Mesmo enquanto escrevia este livro, Deuslembrou-me rapidamente de que eu tambémestive na mesma situação. Eu não tinha ideiade que estava perdida, mas meu Pai celestialme encontrou.

O que significa estar perdida? Comochegamos a essa situação de estar desori-entada em lugar escuro e vazio? Tudocomeçou no jardim do Éden, quando ohomem decidiu desobedecer a Deus edestruir o relacionamento entre eles. A Bíbliadiz que, no momento em que Eva mordeu ofruto proibido, seu corpo continuou vivo,

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mas seu espírito morreu. A partir de então,todas as pessoas nascem com corpo e almavivos, mas com um espírito morto, separadode Deus, rejeitado. Deus, porém, não nosabandonou à própria sorte. Tão logo Adão eEva desobedeceram a Deus, a sombra dacruz apareceu no horizonte, e o Pai começoua expor seu maravilhoso plano redentor.

Após a desobediência, Adão e Evaesconderam-se de Deus. Ao procurar por elesquando soprava a brisa do dia, o Senhor fez aprimeira pergunta registrada na Bíblia:“Onde está você?”. Essa pergunta percorre asEscrituras como um fio escarlate, de Gênesisa Apocalipse.

Onde está você? Não importa o que vocêfez, não importa até que ponto se afastou doplano divino perfeito para sua vida, Deus es-tá sempre à sua procura. Tudo o que vocêtem de fazer é sair do esconderijo e dizer:“Estou aqui, Senhor”.

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Vemos, de Gênesis a Apocalipse, o planodesenrolar-se diante de nossos olhos. Ro-manos apresenta uma linda descrição dospassos da salvação. Vamos percorrer a es-trada de Romanos para descobrir como pas-sar de rejeitadas a aceitas, como receber odom da vida eterna amanhã e o dom da vidaplena hoje.

O PROBLEMA

“Pois todos pecaram e estão destituídos daglória de Deus” (Rm 3.23).

Ninguém, exceto Jesus Cristo, foi ou édigno de entrar no céu pelos próprios méri-tos. Ninguém pode preparar seu caminhopara o céu. Essa talvez seja uma das maioresdiferenças entre o cristianismo e as outrasreligiões do mundo. O budismo, o hinduísmoe o islamismo ensinam que temos de con-quistar o caminho até Deus. Sabe de umacoisa? Não temos a menor condição de fazerisso.

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Imagine que você esteja na costa leste dosEstados Unidos, contemplando o oceanoAtlântico. Na praia oposta, Deus está sen-tado em seu trono. Para chegar lá, bastacolocar óculos de proteção e pés de pato enadar até a outra margem. Você conseguiria?Não. Da mesma forma, você e eu não temoscondições de chegar ao céu por conta pró-pria. Deus exige perfeição imaculada paraentrarmos em sua presença, e, conforme oautor de Romanos nos lembra, todos nóspecamos.

O CASTIGO

“Pois o salário do pecado é a morte, mas odom gratuito de Deus é a vida eterna emCristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

Desde o início dos tempos, Deus advertiuAdão e Eva de que, se lhe desobedecessem ecomessem do fruto proibido, o castigo seria amorte. Embora Adão e Eva não tenham mor-rido no momento em que pecaram, o

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processo foi iniciado, e o espírito deles mor-reu completamente.

Por meio de um ato de desobediência, odique foi aberto e inundou a criação com opecado. No entanto, assim como um ato dedesobediência abriu caminho para a entradado pecado no mundo, um ato de obediêncialiberou graça. O sacrifício de Jesus Cristotornou a vida eterna acessível a todos os quecreem. Observe que Paulo se refere à vidaeterna como um dom. Salvação não é algoque podemos comprar, não é uma remuner-ação no final de uma longa vida. É um dom,um presente para ser recebido, desembrul-hado e usufruído para sempre.

Paulo escreveu em sua carta à igreja emÉfeso:

Todavia, Deus, que é rico em misericórdia,pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo [...]. Pois vocês são sal-vos pela graça, por meio da fé, e isto não vem

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de vocês, é dom de Deus; não por obras paraque ninguém se glorie.

Efésios 2.4-5,8-9

E como recebemos esse dom incrível?Basta confessar e crer.

A DÁDIVA

“Mas Deus demonstra seu amor por nós:Cristo morreu em nosso favor quando aindaéramos pecadores” (Rm 5.8).

Ao longo de todo o Antigo Testamento, oshomens e as mulheres conscientizaram-se deque não poderiam ter uma vida santa parasatisfazer aos padrões de Deus. Houve umciclo de rebeliões, julgamentos, arrependi-mentos e avivamentos na história de Israel.E nós também não vemos isso em nosso cor-ação? Eu me alegro muito por saber queDeus nos ama apesar de nossas fraquezas efragilidades.

No tempo perfeito do calendário de seureino, Deus olhou para seu Filho e disse: “É

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chegada a hora”. E naquela noite estreladaem Belém, o homem-Deus nasceu de umavirgem chamada Maria, foi embrulhado empanos e colocado em uma manjedoura. Ovel-has malcheirosas, vacas sujas de lama e gal-inhas cacarejando saudaram a chegada doRei dos reis ao mundo, enquanto os anjoscantavam uma sinfonia de louvor ouvida porhomens comuns.

Jesus viveu sem pecado, apesar de ter sidotentado e provado da mesma forma que vocêe eu. Depois, Jesus entregou sua vida comosacrifício e morreu de modo cruel em umacruz romana. Ele foi o último sacrifício exi-gido por Deus, o sacrifício definitivo. Mas,três dias depois, quando a festa de vitória deSatanás estava no auge, o Deus todo-poder-oso ressuscitou Jesus dentre os mortos, apedra foi removida e o Cristo ressurreto saiucompletamente vivo do túmulo.

De fato, no devido tempo, quando aindaéramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios.

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Dificilmente haverá alguém que morra porum justo, embora pelo homem bom talvez al-guém tenha coragem de morrer. Mas Deusdemonstra seu amor por nós: Cristo morreuem nosso favor quando ainda éramospecadores.

Romanos 5.6-8

A PROMESSA

“Se você confessar com a sua boca que Jesusé Senhor e crer em seu coração que Deus oressuscitou dentre os mortos, será salvo. Poiscom o coração se crê para justiça, e com aboca se confessa para salvação. Como diz aEscritura: ‘Todo o que nele confia jamaisserá envergonhado’” (Rm 10.9-11).

Recebemos esta promessa de Deus: seconfessarmos com a boca e cremos no cor-ação que Deus ressuscitou Jesus dentre osmortos, seremos salvos. Não há uma longalista de regras a serem cumpridas. Bastaseguir uma Pessoa.

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Confissão é a manifestação externa da-quilo em que acreditamos internamente. Émais que simplesmente dizer algumas palav-ras em voz alta. Até os demônios sabem queJesus é o Filho de Deus — em muitas pas-sagens bíblicas eles reconheceram isso. Con-fissão “é a convicção profunda e pessoal, semreservas, de que Jesus é o mestre e soberanode nossa vida. Essa frase inclui arrepender-se de pecados, confiar em Jesus para sal-vação e submeter-se a ele como Senhor”.[1]Confessar é estar de acordo com alguém.Quando confessamos Jesus como Senhor, es-tamos concordando com a declaração deDeus sobre a verdadeira identidade deCristo.

À medida que substituímos as mentiraspela verdade, ouvimos um poder espiritualfalando a verdade bem alto. Satanás não éonisciente. Embora sussurre pensamentosem sua mente, ele não é capaz de saber o quese passa nela. Só Deus tem esse poder.

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Portanto, quando você confessa Jesus comoSenhor, está fazendo uma confissão para omundo ouvir e, acima de tudo, está tambémfazendo uma confissão para o domínio dastrevas ouvir.

Confessamos com a boca e cremos com ocoração. E em que acreditamos? Paulo diz:“... e crer em seu coração que Deus o ressus-citou dentre os mortos”. Sem ressurreição,não haveria salvação. Jesus seria igual aoutro fundador de uma grande religião, umguia que andou pela face da terra — e mor-reu. Mas o que torna o cristianismo diferentede todas as outras religiões é que o nossolíder vive. Ele ressuscitou dentre os mortos evive à direita do Pai, orando por você e pormim.

Salvação mediante a fé sempre foi o planode Deus, e ninguém está excluído do convite.Conforme Paulo diz: “Todo o que nele confiajamais será envergonhado” (Rm 10.11).

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A PROCLAMAÇÃO

“Portanto, agora já não há condenação paraos que estão em Cristo Jesus, porque pormeio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vidame libertou da lei do pecado e da morte”(Rm 8.1-2).

Imagine-se estar em pé diante de umtribunal. Você foi condenada por crimesmúltiplos, e a sentença está prestes a ser pro-ferida. Mas, antes que o juiz faça o pronun-ciamento a respeito de sua pena, alguém selevanta no fundo da sala e aproxima-se dele.

— Meritíssimo, sei que esta mulher éculpada de todos os crimes apresentados ho-je diante deste tribunal. Sei que ela merececumprir a sentença sem direito a liberdadecondicional. Mas eu me apresento diante dosenhor hoje, na presença destas testemun-has, e me ofereço para cumprir a pena emlugar dela. Troco minha vida pela vida destamulher, para que ela seja libertada.

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O juiz fita aquele homem cujos olhos es-tão cheios de compaixão e amor e diz:

— Muito bem.Assim que o homem que redimiu sua vida

é conduzido para fora, algemado, o juiz vira-se para você e diz:

— Inocente. Você está livre.Quando aceitamos Cristo no coração, to-

dos os nossos pecados do passado, dopresente e do futuro são perdoados — atira-dos no fundo do mar. Condenação é umtermo legal usado para descrever nossa con-dição perante o juiz em um tribunal dejustiça. Nossa ficha foi apagada, cancelada, e,portanto, não há condenação para os que es-tão em Cristo Jesus. Fomos aceitas por Deuse adotadas como filhas dele.

Assim como você não pode fazer nadapara conquistar a salvação, também nãopode fazer nada para perdê-la. Jesus protegeaqueles que são entregues aos cuidados dele.

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Àquele que é poderoso para impedi-los decair e para apresentá-los diante da sua glóriasem mácula e com grande alegria, ao únicoDeus, nosso Salvador, sejam glória, majest-ade, poder e autoridade, mediante JesusCristo, nosso Senhor, antes de todos os tem-pos, agora e para todo o sempre! Amém.

Judas 24-25

Embora você não possa fazer nada paramudar sua posição como filha de Deus, hámuitas coisas que pode fazer para mudar asituação, isto é, aproximar-se ou afastar-sede Deus. Ao longo da vida, aproximamo-nose afastamo-nos de Deus conforme nossaobediência a ele é maior ou menor.

Nada pode nos separar do amor divino(cf. Rm 8.38-39). Mas a profundidade e a in-timidade de nosso relacionamento com Deusé proporcional ao tempo que passamos comele lendo sua Palavra, orando e ouvindo suavoz mansa e suave.

Digamos que você conheceu o homem deseus sonhos e se casou com ele, mas, logo

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depois do “sim”, você se mudou para oTexas. Ele continua na Carolina do Norte, evocê liga para ele uma vez por semana parapedir algumas coisas de que necessita. Certo,digamos que você só liga para ele aos domin-gos, e, mesmo assim, apenas quando não es-tá muito cansada para pegar o telefone. Queintimidade você espera dessa união? Até queponto conhece seu marido?

Não basta apenas atravessar o corredor daigreja e unir-se ao seu noivo celestial. Parahaver um relacionamento íntimo, é ne-cessário estar sempre perto dele paraconhecê-lo. Caso contrário, começaremos asentir-nos distantes. Estou casada há vinte ecinco anos e continuo a fazer descobertassobre meu marido. Da mesma forma, soucristã há trinta anos e continuo a fazerdescobertas incríveis sobre meu Senhor.

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A ORAÇÃO

“Todo aquele que invocar o nome do Senhorserá salvo” (Rm 10.13).

Se você ainda não aceitou Jesus como seuSalvador e Senhor, que tal fazer isso agora?Se nunca pediu a Jesus que fosse seu Senhore Salvador e gostaria de aceitar esse domprecioso de Deus, podemos fazer isso já.

Vamos orar juntas.“Amado Pai celestial, eu me apresento di-

ante de ti hoje como pecadora carente de umSalvador. Confesso que pequei e cometi mui-tos erros na vida. Creio, no fundo do coração,que Jesus Cristo é teu Filho, que nasceu deuma virgem, teve uma vida perfeita eentregou-se como sacrifício para redimirmeus pecados. Creio que ele ressuscitoudentre os mortos no terceiro dia e vive parasempre contigo. Eu me apresento diante de ticom fé e confiança. Obrigada por teres con-cedido a mim o dom da vida eterna. Emnome de Jesus. Amém.”

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AQUELE QUE ME LEVANTA A CABEÇA

Karen conseguira tudo o que queria. Faziacatorze anos que morava na mesma casa como namorado, três filhos e um cão. Mas seucoração estava partido. Ela estava perdida eachava que jamais seria digna de ser cha-mada cristã. “Nunca me senti à vontade aoentrar em uma igreja”, ela disse. “Além domais, não queria parar de ir a festas e me di-vertir. Dizia palavrões o tempo todo e achavaque jamais conseguiria mudar meu modo deser”.

Um dia, a prima de Karen convidou-apara irem juntas a um pequeno grupo deestudo bíblico. “Não quero ir sozinha”,a prima disse. “Por favor, venha comigo.”

Karen forjou um sorriso no rosto e acom-panhou a prima. Quanto mais aprendia a re-speito de Deus, pior se sentia. Mas as mul-heres do grupo pareciam ter uma alegria queela não tinha. Pela primeira vez Karen sentiuque havia alguma esperança. Viu um brilho

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nos olhos das mulheres e queria tê-lo tam-bém. Deus a estava chamando. Ela mecontou:

Eu não era uma pessoa digna. Não posso se-quer começar a revelar todas as coisas quefiz. E as coisas que teria de mudar? Ah,minha amiga. Havia muitas. Tentei impedir aentrada de Deus em meu coração; porém,quanto mais orava, mais ele se revelava amim.

Finalmente, depois de vários meses di-fíceis, eu o aceitei. Sabia que não poderia sertudo o que Deus queria que eu fosse, mas es-tava desesperada. Abaixei a cabeça (pareciaque eu vivia o tempo todo de cabeça baixa) ecomecei a orar. Senti a paz de Deus envolver-me como nunca havia sentido. E ele me dissecarinhosamente: “Levante a cabeça. Você éminha filha, e eu a amo”.

Abri o coração para Jesus naquele dia. Elesabia como eu era e, mesmo assim, me quer-ia. Minha vida nunca mais foi a mesma.Ainda tenho problemas, mas Deus está

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sempre presente para me ajudar a enfrentá-los.

Aceitei Cristo em março de 2006, meufilho de 7 anos pediu que Jesus entrasse emseu coração no verão de 2007, e casei commeu namorado alguns meses depois. Anteseu não conseguia entrar na igreja; agora nãoconsigo ficar longe dela. Deus é minha cordasalva-vidas, e tudo começou com um pun-hado de mulheres em um pequeno grupo deestudo bíblico que tentavam ajudar umas àsoutras a aprender um pouco mais a respeitode Deus.

Karen pensou que nunca seria digna deser chamada cristã, mas Deus, que lhe er-gueu a cabeça, disse-lhe que Jesus já haviasido digno em lugar dela.

TUDO GIRA EM TORNO DELE

Steve e eu entramos em um trenzinho parafazer um passeio ao topo do monte Pike,perto de Colorado Springs. Trata-se damontanha mais visitada na América do

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Norte — o paraíso dos que gostam de fazerlongas caminhadas para exercitar-se. Mas,como meu único exercício é subir e descer aescada de casa, optamos pelo trem paralevar-nos até lá. Aquela montanha impon-ente se destaca como um majestoso pano defundo em Colorado Springs e nas formaçõesrochosas denominadas Garden of Gods. En-quanto o trem subia os poucos mais de cat-orze quilômetros até o topo, o guia turísticoindicava os vários pontos interessantes e avida animal ao longo do caminho. De re-pente, o trem diminuiu consideravelmente avelocidade, e um coro de ohs e ahs tomouconta de todos os vagões. Em completo silên-cio, vimos um rebanho de carneirosselvagens à nossa direita.

Os carneiros, com suas ancas revestidasde lã branca, formaram um círculo como sefossem espectadores de uma luta de boxe.Dois deles posicionaram-se frente a frentedentro do ringue, analisando um ao outro

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com determinação. As ovelhinhas, com oschifres começando a despontar, pastavam aoredor. Aparentemente, era época de acasala-mento, e os machos estavam disputando aatenção das fêmeas.

Um forte estalo foi ouvido quando os doismachos correram, um ao encontro do outro,e deram uma forte cabeçada. E eles continu-aram a dar cabeçadas com um único objetivoem mente: conquistar o direito de acasalar-se com as fêmeas aparentemente desin-teressadas. (Ah, como as mulheres sabem serrecatadas de vez em quando!)

Após aquele espetáculo deslumbrante dacriação de Deus, todos no trem vibraram dealegria, e a viagem continuou. Então, o guiagritou com entusiasmo: “Pessoal, vamos daruma salva de palmas para todos nós. Nuncavi nada semelhante em minhas viagens aotopo da montanha. Vamos dar uma salva depalmas para todos nós por termos visto estacena maravilhosa hoje”. O vagão inteiro

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irrompeu em gritos e aplausos. Bem, não eraexatamente o vagão inteiro.

Olhei para Steve e disse: “Por que dever-íamos dar uma salva de palmas para nós?Por que essa gente está aplaudindo? Nãotivemos absolutamente nada a ver comaquilo. Deus colocou a cena diante de nóspara que a apreciássemos. Permitiuque tivéssemos um vislumbre de sua criaçãodivina. Tudo o que fizemos foi decidir entrarno trem”.

Ouvi, então, Deus falar ao meu coração:“Acontece o tempo todo”.

Ah, querida amiga, Deus nos concedeu odom maravilhoso da salvação. Não o con-quistamos, nem o merecemos. Se assimfosse, não seria um dom. Salvação não é algopor que devemos nos congratular por ter ob-tido. Simplesmente não depende de nós.Tudo o que fizemos foi decidir entrar no tr-em. Mas louvado seja Deus porque ele pro-meteu que nosso passeio pela vida seria

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repleto de manifestações incríveis de seuesplendor.

Não precisamos conquistar a salvação.Tão somente temos de aceitá-la. E que vidafascinante teremos!

Reconheça a mentira: Não sou digna deser chamada cristã.Rejeite a mentira: Isso não é verdade.Substitua a mentira pela verdade:

Mas quando, da parte de Deus, nosso Sal-vador, se manifestaram a bondade e o amorpelos homens, não por causa de atos dejustiça por nós praticados, mas devido à suamisericórdia, ele nos salvou pelo lavar regen-erador e renovador do Espírito Santo.

Tito 3.4-5

Portanto, ele é capaz de salvar definitiva-mente aqueles que, por meio dele,

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aproximam-se de Deus, pois vive semprepara interceder por eles.

Hebreus 7.25

“Porque Deus tanto amou o mundo que deuo seu Filho Unigênito, para que todo o quenele crer não pereça, mas tenha a vidaeterna”.

João 3.16

[Jesus disse:] “Ninguém as poderá arrancarda mão de meu Pai”.

João 10.29

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Olhares mais atentos

Olhares mais atentos

Carla estava diante do espelho do banheirodando os últimos retoques na maquiagemantes de partir apressada para a quermesseda cidade, em companhia de suas amigas.Fazia dez anos que ela e sua antiga turma seaventuraram a comparecer àquelas festivid-ades itinerantes. Muita coisa aconteceradesde então. Algumas boas. Outras más. Noentanto, em meio a todas as alegrias eprovações da década passada, Carla haviaconhecido Jesus e se aproximado dele. Tro-cara a religião por um relacionamento ín-timo com Deus.

“Sou muito grata”, Carla pensou. “Meusolhos foram abertos para a verdade de quemsou como filha de Deus. Deixei de acreditarnas mentiras do inimigo de que não sou

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digna, que sou desprezível ou que sou umfracasso. Ah, sou muito grata pela verdadede Jesus, que me libertou da escravidão dasmentiras. Chega de sentir vergonha de mimmesma!”

O som da buzina interrompeu ospensamentos de Carla. Ela pegou a blusa delã e gritou para a mãe na cozinha. Despediu-se dos filhos com um beijo e correu para aporta antes que eles começassem a implorarque ela não saísse.

— Tchau, mãe. Vou chegar por volta das23 horas — Carla disse.

— Tome cuidado! — a mãe gritou.Carla, Kátia, Clarice e Margareth andaram

de barraca em barraca atendendo aos con-vites dos que tentavam atrair compradorespara suas mercadorias. Riram ao ver umanova safra de garotos adolescentes dandopancadas com martelos para provar suamasculinidade, disparando rifles e arremess-ando bolas de basquete no cesto. As moças

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quiseram participar de brincadeiras antigas eriram ao colocar os dedos na água para pegarpatinhos. As recordações incluíram a comprade algodão-doce pegajoso, que derretia emcontato com as mãos.

“Venham, venham todos!”, alguém gritou.“Entrem e vejam sua imagem como nuncaviram. Esta é a Casa dos Espelhos. Com cer-teza vocês vão rir e se divertir. Entrem.”

“Vamos, mocinha”, disse o homem de peleescura, cabelos pretos engordurados e sor-riso largo, acenando para Carla. Assustada,ela quis dar meia-volta e correr.

“Vamos entrar aqui”, Kátia disse. “Vai serdivertido”.

Carla misturou-se à grande aglomeração efoi atraída pela primeira sala de espelhos. Aimagem refletia silhuetas alongadas, e asmoças riram de suas figuras altas e magras.Na sala seguinte, riram mais ainda ao verbraços e pernas roliços e perguntaram ondeestavam os espelhos que escondiam as rugas.

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Depois, as garotas dirigiram-se à terceirasala, mas Carla ficou para trás. Permaneceuem silêncio diante da imagem que viu diantedela. Palavras começaram a surgir à suafrente, às vezes mais nítidas, às vezes maisdesbotadas, com estilos de letras variados.Muito amada. Completamente perdoada.Agradável em tudo. Tesouro inestimável.Aceita. Nova criação. Escolhida. Santa.Valiosa. Redimida. Purificada. Livre.

Ela não conseguiu sair do lugar. Mal podiarespirar.

Lágrimas de alegria começaram a descerpelo rosto sorridente de Carla. “Obrigada,Senhor, por abrires meus olhos para a ver-dade. Eu te amo muito.”

Quando ela correu para encontrar-se comas amigas, todas notaram um brilho especialem seu rosto manchado pelas lágrimas... umbrilho que elas sempre notaram.

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Guia prático para substituir as mentiras pela verdade

Guia prático para substituir asmentiras pela verdade

Mentira: Não sou digna o suficiente.Verdade: Graças a Jesus Cristo e sua obra de re-denção, sou muito amada, completamente per-doada, agradável em tudo e totalmente aceita porDeus. O Espírito Santo concede-me poder e meiospara eu fazer tudo o que Deus deseja que eu faça.

Mas vocês foram lavados, foram santificados,foram justificados no nome do Senhor JesusCristo e no Espírito de nosso Deus.

1Coríntios 6.11

Mentira: Não tenho inteligência suficiente.Verdade: Tenho a mente de Cristo.

Nós, porém, temos a mente de Cristo.1Coríntios 2.16

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Mentira: Sou rejeitada.Verdade: Fui escolhida.

Porque Deus nos escolheu nele antes da cri-ação do mundo.

Efésios 1.4

Mentira: Estou condenada.Verdade: Estou perdoada.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiele justo para perdoar os nossos pecados e nospurificar de toda injustiça.

1João 1.9

Mentira: Sou perdedora.Verdade: Sou vencedora.

Mas, em todas estas coisas somos mais quevencedores, por meio daquele que nos amou.

Romanos 8.37

Mentira: Sou insegura.Verdade: Tenho segurança.

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Aquele que teme o Senhor possui umafortaleza segura.

Provérbios 14.26

Mentira: Não tenho capacidade.Verdade: Minha capacidade está em Cristo.

Não que possamos reivindicar qualquer coisacom base em nossos próprios méritos, mas anossa capacidade vem de Deus.

2Coríntios 3.5

Mentira: Sou inferior aos outros. Não souninguém.Verdade: Sou filha do Rei.

Contudo, aos que o receberam, aos quecreram em seu nome, deu-lhes o direito de setornarem filhos de Deus.

João 1.12

Mentira: Sou insignificante. Não sou importantepara ninguém.Verdade: Sou filha de Deus.

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Vejam como é grande o amor que o Pai nosconcedeu: sermos chamados filhos de Deus,o que de fato somos!

1João 3.1

Mentira: Sou incompetente. Não faço nada certo.Verdade: Sou competente e fui capacitada peloEspírito Santo.

Não que possamos reivindicar qualquer coisacom base em nossos próprios méritos, mas anossa capacidade vem de Deus. Ele nos capa-citou para sermos ministros de uma nova ali-ança, não da letra, mas do Espírito.

2Coríntios 3.5-6

Mentira: Sou incompleta. Necessito de _______para completar-me.Verdade: Sou completa em Cristo.

Pois em Cristo habita corporalmente toda aplenitude da divindade, e, por estarem nele,que é o Cabeça de todo poder e autoridade,vocês receberam a plenitude.

Colossenses 2.9-10

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Mentira: Sou inaceitável.Verdade: Sou totalmente aceita por Deus.

Portanto, aceitem-se uns aos outros, damesma forma que Cristo os aceitou, a fim deque vocês glorifiquem a Deus.

Romanos 15.7

Mentira: Estou completamente sozinha.Verdade: Deus e seus anjos celestiais estão semprecomigo.

O anjo do Senhor é sentinela ao redordaqueles que o temem, e os livra.

Salmos 34.7

Mentira: Não faço nada certo.Verdade: Posso fazer todas as coisas em Cristo, queme fortalece.

Tudo posso naquele que me fortalece.Filipenses 4.13

Mentira: Não tenho nenhum valor.Verdade: O Senhor escolheu-me para ser seu te-souro pessoal. Meu valor não se baseia no que os

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outros pensam de mim, mas no que Deus pensa demim. E, para ele, tenho um valor incalculável.

“Pois vocês são povo consagrado ao Senhor, oseu Deus. Dentre todos os povos da face daterra, o Senhor os escolheu para serem o seutesouro pessoal.”

Deuteronômio 14.2

Mentira: Estou totalmente indefesa.Verdade: Deus é a minha força.

“Por isso não tema, pois estou com você; nãotenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o forta-lecerei e o ajudarei; eu o segurarei com aminha mão direita vitoriosa. [...] Pois eu souo Senhor, o seu Deus, que o segura pela mãodireita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei.”

Isaías 41.10,13

Mentira: Jamais vou entender isso.Verdade: Deus me dará sabedoria.

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Quer você se volte para a direita quer para aesquerda, uma voz atrás de você lhe dirá:“Este é o caminho; siga-o”.

Isaías 30.21

Se algum de vocês tem falta de sabedoria,peça-a a Deus, que a todos dá livremente, deboa vontade; e lhe será concedida.

Tiago 1.5

Mentira: Sou uma pessoa má.Verdade: Sou participante da natureza divina.

Dessa maneira, ele nos deu as suas grandio-sas e preciosas promessas, para que por elasvocês se tornassem participantes da naturezadivina e fugissem da corrupção que há nomundo, causada pela cobiça.

2Pedro 1.4

Mentira: Meu pecado é imperdoável.Verdade: Deus perdoou todos os meus pecados.

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Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiele justo para perdoar os nossos pecados e nospurificar de toda injustiça.

1João 1.9

Mentira: Sou uma mercadoria velha.Verdade: Sou nova criação, santuário de Deus.

Portanto, se alguém está em Cristo, é novacriação. As coisas antigas já passaram; eisque surgiram coisas novas!

2Coríntios 5.17

Vocês não sabem que são santuário de Deus eque o Espírito de Deus habita em vocês?

1Coríntios 3.16

Mentira: Estou sem força.Verdade: Recebi força do Espírito Santo.

Oro também para que os olhos do coração devocês sejam iluminados, a fim de que vocêsconheçam [...] a incomparável grandeza doseu poder para conosco, os que cremos, con-forme a atuação da sua poderosa força.

Efésios 1.18-19

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Mentira: Não sou aceita por ninguém.Verdade: Fui adotada na família de Deus.

Em amor nos predestinou para sermos adot-ados como filhos, por meio de Jesus Cristo.

Efésios 1.5

Mentira: Sou fraca.Verdade: Sou forte no Senhor. Seu poder opera emmim.

O Senhor é a fortaleza da minha vida.Salmos 27.1, RA

Mentira: Estou condenada.Verdade: Estou perdoada.

Portanto, agora já não há condenação para osque estão em Cristo Jesus.

Romanos 8.1

Mentira: Estou completamente sozinha.Verdade: Jesus está sempre comigo.

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Deus [...] disse: “Nunca o deixarei, nunca oabandonarei”.

Hebreus 13.5

Então, Jesus aproximou-se deles e disse: [...]“E eu estarei sempre com vocês, até o fim dostempos”.

Mateus 28.18,20

Verdade: Estou desprotegida.Mentira: Deus me protegerá.

O nome do Senhor é uma torre forte; os jus-tos correm para ela e estão seguros.

Provérbios 18.10

Mentira: Não consigo mais suportar isto.Verdade: Sou capaz de suportar.

O que é nascido de Deus vence o mundo; eesta é a vitória que vence o mundo: a nossafé.

1João 5.4

Mentira: Não consigo esquecer o passado.

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Verdade: Deus faz novas todas as coisas. Sou novacriação.

Portanto, se alguém está em Cristo, é novacriação. As coisas antigas já passaram; eisque surgiram coisas novas!

2Coríntios 5.17

Mentira: Não consigo resistir à tentação.Verdade: Por meio do poder do Espírito Santo, soucapaz de resistir à tentação.

Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.Tiago 4.7

Não sobreveio a vocês tentação que não fossecomum aos homens. E Deus é fiel; ele nãopermitirá que vocês sejam tentados além doque podem suportar. Mas, quando for-em tentados, ele mesmo lhes providenciaráum escape, para que o possam suportar.

1Coríntios 10.13

Mentira: Não posso permitir que alguém conheçameu passado.

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Verdade: Há um poder incrível em minha históriapessoal de perdão e libertação. É o inimigo quedeseja manter-me calada.

Eles [...] venceram [Satanás] pelo sangue doCordeiro e pela palavra do testemunho quederam.

Apocalipse 12.11

Mentira: Não consigo abandonar este vício.Verdade: Vou abandonar este hábito pecaminosopor meio do poder de Cristo.

Pois sabemos que o nosso velho homem foicrucificado com ele, para que o corpo dopecado seja destruído, e não mais sejamos es-cravos do pecado; pois quem morreu, foi jus-tificado do pecado.

Romanos 6.6-7

Mentira: Não confio que Deus suprirá minhasnecessidades.Verdade: Confio que Deus suprirá minhasnecessidades.

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O meu Deus suprirá todas as necessidades devocês, de acordo com as suas gloriosasriquezas em Cristo Jesus.

Filipenses 4.19

Mentira: Não acredito que Deus ouve minhasorações.Verdade: Deus sempre ouve minhas orações.

Esta é a confiança que temos ao nos aproxim-armos de Deus: se pedirmos alguma coisa deacordo com a vontade de Deus, ele nosouvirá. E se sabemos que ele nos ouve emtudo o que pedimos, sabemos que temos oque dele pedimos.

1João 5.14-15

Mentira: Não necessito de Deus neste assunto.Posso lidar com isso sozinha.Verdade: Não posso fazer nada importante seCristo não estiver comigo.

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“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se al-guém permanecer em mim e eu nele, essedará muito fruto; pois sem mim vocês nãopodem fazer coisa alguma.”

João 15.5

Mentira: Não possuo os meios necessários para tersucesso na vida.Verdade: Deus concedeu-me tudo de que necessitopara realizar a obra para a qual ele me chamou.

Seu divino poder nos deu tudo de que neces-sitamos para a vida e para a piedade, pormeio do pleno conhecimento daquele quenos chamou para a sua própria glória evirtude.

2Pedro 1.3

Mentira: Não tenho fé suficiente.Verdade: Deus concedeu-me toda a fé de que ne-cessito. Preciso apenas exercitá-la e crer.

Ninguém tenha de si mesmo um conceitomais elevado do que deve ter; mas, ao con-trário, tenha um conceito equilibrado, de

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acordo com a medida da fé que Deus lheconcedeu.

Romanos 12.3

[Jesus] respondeu: “Porque a fé que vocêstêm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocêstiverem fé do tamanho de um grão de mo-starda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daquipara lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível”.

Mateus 17.20

Mentira: Nunca serei capaz de fazer algo import-ante na vida.Verdade: Deus tem planos maravilhosos paraminha vida.

Porque somos criação de Deus realizada emCristo Jesus para fazermos boas obras, asquais Deus preparou antes para nós aspraticarmos.

Efésios 2.10

Mentira: Jamais me recuperarei desta situação ter-rível. A vida nunca mais será a mesma.Verdade: Deus agirá para que tudo corra bem emminha vida.

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Sabemos que Deus age em todas as coisaspara o bem daqueles que o amam, dos queforam chamados de acordo com o seupropósito.

Romanos 8.28

Mentira: Ninguém ora por mim.Verdade: Jesus ora por mim continuamente.

Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que res-suscitou e está à direita de Deus, e tambémintercede por nós.

Romanos 8.34

Mentira: Ninguém sabe o que estou passando.Verdade: Jesus entende o que estou passando.

Pois não temos um sumo sacerdote que nãopossa compadecer-se das nossas fraquezas,mas sim alguém que, como nós, passou portodo tipo de tentação, porém sem pecado.

Hebreus 4.15

Mentira: Ninguém me ama.Verdade: Deus me ama imensamente.

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Vejam como é grande o amor que o Pai nosconcedeu: sermos chamados filhos de Deus,o que de fato somos!

1João 3.1

Mentira: Desta vez Deus não me perdoará.Verdade: Deus me perdoará quando eu confessarmeu pecado, arrepender-me e pedir-lhe perdão.

Graças ao grande amor do Senhor é que nãosomos consumidos, pois as suas misericórdi-as são inesgotáveis. Renovam-se cada man-hã; grande é a sua fidelidade!

Lamentações 3.22-23

Mentira: Deus não é bom.Verdade: Deus é bom o tempo todo.

Tu és bom, e o que fazes é bom.Salmos 119.68

Mentira: O amor de Deus por mim baseia-se emminhas realizações.Verdade: O amor de Deus por mim não se baseiaem minhas realizações, mas na obra consumadapor Jesus Cristo.

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Pois vocês são salvos pela graça, por meio dafé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;não por obras, para que ninguém se glorie.

Efésios 2.8-9

Mentira: Deus esqueceu-se de mim.Verdade: Deus nunca me esquecerá.

“Haverá mãe que possa esquecer seu bebêque ainda mama e não ter compaixão do filhoque gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eunão me esquecerei de você! Veja, eu graveivocê nas palmas das minhas mãos.”

Isaías 49.15-16

Mentira: Deus não se importa comigo.Verdade: Deus sabe quantos fios de cabelo há emminha cabeça e se preocupa com cada aspecto deminha vida.

“Até os cabelos da cabeça de vocês estão to-dos contados. Portanto, não tenham medo;vocês valem mais do que muitos pardais!”

Mateus 10.30-31

Mentira: Tenho motivos para temer.

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Verdade: Deus me protegerá. Não preciso termedo.

Busquei o Senhor, e ele me respondeu;livrou-me de todos os meus temores.

Salmos 34.4

Mentira: Quero obedecer ao Senhor, mas é difícildemais.Verdade: Deus nunca me pedirá algo sem antes medar poder e força para realizá-lo.

“O que hoje lhes estou ordenando não é difí-cil fazer, nem está além do seu alcance.”

Deuteronômio 30.11

Mentira: Eu preciso de _______ para me sentircompleta.Verdade: Sou completa em Cristo.

Pois em Cristo habita corporalmente toda aplenitude da divindade, e, por estarem nele,que é o Cabeça de todo poder e autoridade,vocês receberam a plenitude.

Colossenses 2.9-10

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Mentira: Não há esperança para meu casamento.Verdade: Nada é impossível para Deus. Ele poderestaurar meu casamento.

“Pois nada é impossível para Deus.”Lucas 1.37

Mentira: Não há esperança para minhas finanças.Verdade: Deus tomará conta de minhas finanças seeu buscá-lo em primeiro lugar.

“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reinode Deus e a sua justiça, e todas essas coisaslhes serão acrescentadas.”

Mateus 6.33

Mentira: Eu extrapolei desta vez. Deus deixará deme amar.Verdade: Não há nada que eu possa fazer para queDeus deixe de me amar.

Pois estou convencido de que nem mortenem vida, nem anjos nem demônios, nem opresente nem o futuro, nem quaisquerpoderes, nem altura nem profundidade, nemqualquer outra coisa na criação será capaz de

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nos separar do amor de Deus que está emCristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 8.38-39

Mentira: O corpo é meu. Posso fazer o que eu quis-er com ele.Verdade: Meu corpo é santuário de Deus.

Acaso não sabem que o corpo de vocês é san-tuário do Espírito Santo que habita em vocês,que lhes foi dado por Deus, e que vocês nãosão de si mesmos? Vocês foram compradospor alto preço. Portanto, glorifiquem a Deuscom o seu próprio corpo.

1Coríntios 6.19-20

Mentira: Ele não é cristão, mas vou me casar comele de qualquer maneira. Tenho certeza de que tudodará certo.Verdade: Deus ordenou aos crentes que não se cas-assem com descrentes.

Não se ponham em jugo desigual comdescrentes. Pois o que têm em comum ajustiça e a maldade? Ou que comunhão

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pode ter a luz com as trevas? [...] Que há decomum entre o crente e o descrente?

2Coríntios 6.14-15

Mentira: Eu mereço coisa melhor.Verdade: Eu mereço o inferno. Deus não me devenada. Eu lhe devo tudo.

Nada façam por ambição egoísta ou porvaidade, mas humildemente considerem osoutros superiores a si mesmos. [...] Seja a at-itude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que,embora sendo Deus, não considerou que oser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a serservo, tornando-se semelhante aos homens.

Filipenses 2.3,5-7

Mentira: O Diabo forçou-me a fazer isso.Verdade: O Diabo não pode me forçar a nada.

Aquele que está em vocês é maior do queaquele que está no mundo.

1João 4.4

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Mentira: Eu seria feliz se ao menos pudesse_______.Verdade: Minha alegria vem de conhecer Deus.

Aprendi a viver contente em toda e qualquersituação.

Filipenses 4.11, RA

Mentira: Tenho de pagar os meus pecados.Verdade: Jesus pagou os meus pecados.

“O Filho do homem [...] não veio para serservido, mas para servir e dar a sua vida emresgate por muitos.”

Mateus 20.28

Mentira: A vida é minha. Faço o que quiser comela.Verdade: Agora minha vida pertence a Deus.

Vocês foram comprados por alto preço. Port-anto, glorifiquem a Deus com o seu própriocorpo.

1Coríntios 6.20

Mentira: Não há propósito em minha vida.

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Verdade: Deus tem planos excelentes para minhavida.

Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu,mente nenhuma imaginou o que Deus pre-parou para aqueles que o amam.

1Coríntios 2.9

Mentira: O problema é grande demais. Não podeser resolvido.Verdade: Não há problema difícil demais paraDeus.

Ah! Soberano Senhor, tu fizeste os céus e aterra pelo teu grande poder e por teu braçoestendido. Nada é difícil demais para ti.

Jeremias 32.17

Mentira: Eu devia me preocupar.Verdade: Não preciso me preocupar. Deus está nocontrole.

Não andem ansiosos por coisa alguma, masem tudo, pela oração e súplicas, e com açãode graças, apresentem seus pedidos a Deus. Ea paz de Deus, que excede todo o

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entendimento, guardará o coração e a mentede vocês em Cristo Jesus.

Filipenses 4.6-7

Mentira: Eu me sinto suja.Verdade: Fui lavada, santificada e justificada.

Mas vocês foram lavados, foram santificados,foram justificados no nome do Senhor JesusCristo e no Espírito de nosso Deus.

1Coríntios 6.11

Mentira: Deus não ouve minhas orações.Verdade: Deus ouve todas as minhas orações.

O Senhor está perto de todos os que o in-vocam, de todos os que o invocam com sin-ceridade. Ele realiza os desejos daqueles queo temem; ouve-os gritar por socorro e ossalva.

Salmos 145.18-19

Mentira: Deus nunca poderá usar-me.Verdade: Deus pode e vai usar-me para realizarseus propósitos para minha vida.

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Vocês não me escolheram, mas eu os escolhipara irem e darem fruto, fruto quepermaneça.

João 15.16

Mentira: Se alguém não gosta de mim é porque ex-iste algo de errado comigo.Verdade: Nem todos gostam de mim. Nem todosgostaram de Jesus.

Foi desprezado e rejeitado pelos homens, umhomem de dores e experimentado nosofrimento.

Isaías 53.3

Mentira: Posso me vestir do jeito que eu quiser. Seum homem for tentado, não será problema meu.Verdade: Não devo me vestir de maneira que leveum irmão a ser tentado.

Não se tornem motivo de tropeço.1Coríntios 10.32

Mentira: Não confio que Deus cuidará de mim.Verdade: Confio que Deus cuidará de mim.

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“Portanto eu lhes digo: Não se preocupemcom sua própria vida, quanto ao que comerou beber; nem com seu próprio corpo,quanto ao que vestir. [...] Busquem, pois, emprimeiro lugar o Reino de Deus e a suajustiça, e todas essas coisas lhes serãoacrescentadas.”

Mateus 6.25,33

Mentira: Eu preciso de _______ para ser feliz eestar em segurança.Verdade: Minha felicidade e segurança vêm deconhecer Jesus.

O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.Salmos 23.1

Mentira: Eu era cristã, mas perdi a salvação.Verdade: Eu não fiz nada para conquistar a sal-vação. Fui salva pelo que Jesus fez, não pelo que eufiz. Portanto, não posso perder a salvação por terfeito coisas erradas.

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[Jesus disse:] “Eu lhes dou a vida eterna, eelas jamais perecerão; ninguém as poderá ar-rancar da minha mão”.

João 10.28

Mentira: Eu tenho meus direitos.Verdade: O caminho para a alegria é deixar meusdireitos de lado.

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Je-sus, que, embora sendo Deus, não considerouque o ser igual a Deus era algo a que deviaapegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo,vindo a ser servo, tornando-se semelhanteaos homens.

Filipenses 2.5-7

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[1] Lynda Hunter. Who Am I Really, p. 30.[2] Em meu livro Experience the UltimateMakeover: Discovering God’s TransformingPower, apresento em detalhes tudo o que per-demos no jardim do Éden e o que ganhamos nojardim de Getsêmani. Recomendo a leitura da ex-plicação passo a passo acerca da transformação in-crível que ocorreu em você no momento em quecreu no Senhor.[3] Neil Anderson. Living Free in Christ, p. 124.[4] John MacArthur. The MacArthur Bible Com-mentary, p. 1704.[5] Francis Frangipane. Os três campos de batalha.

Page 455: De bem com você   sharon jaynes - mc

[1] P. 155.[2] William Backus e Marie Chapian. Fale a ver-dade consigo mesmo.[3]Amando a Deus de todo o seu entendimento, p.17.

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[1] Disponível em: <www.airsafe.com/events/celebs/jfk_jr.htm>. Acesso em: 30 de set. de 2011.[2] Eric Nolte. Heart Over Mind: The Death ofJFK, Jr. Disponível em: <www.airlinesafety.com/editorials/JFKJrCrash.htm>. Acesso em: 30 de set.de 2011.[3] Idem.[4] Markus Barth.“Efésios 4-6” em The AnchorBible, v. 34A, p. 763.[5] John MacArthur. The MacArthur Bible Com-mentary, p. 1706.[6] Aqui, a autora refere-se à comédia de situaçãoThe Andy Griffith Show, transmitida entre 1960 e1968 pela rede de TV norte-americana CBS. O pro-grama exibia episódios da vida familiar do xerifeAndy Taylor (representado pelo ator Andy Griffith).Ron Howard atuava no papel de Opie Taylor, filhoúnico do xerife. (N. do T.)[7]The MacArthur Bible Commentary, p. 1643.[8] Sharon Jaynes. Extraordinary Moments withGod, p. 50-51.[9] Albert M. Wells Jr., org., Inspiring Quotations,Contemporary and Classical, p. 209.

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[1] “Spiritual and Mental Health in the Balance”,citado em John E. Woodbridge, ed., RenewingYour Mind in a Secular World, p. 26-28.

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[1]The Confident Woman: Knowing Who You Arein Christ, p. 26-29.[2]The Beloved Disciple, p. 87.[3] Bruce Wilkinson. A oração de Jabez devocion-al, 2002.[4] Joann C. Webster e Karen Davis, eds., A Celeb-ration of Women, p. 167.

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[1] Mais de dois terços da população mundial nãosabem ler nem escrever; portanto, a unidade deplayback permite que os povos das tribos sejamdiscipulados por meio da audição do Novo Testa-mento em sua língua nativa. O aparelho é movido aluz solar e reproduz mil vezes o Novo Testamento.Para saber mais sobre esses dois ministérios mara-vilhosos, visite os sites <www.jesusfilm.org> e<www.faithcomesbyhearing.com>.[2] As citações de Nick foram extraídas do pro-grama de TV The Hour of Power, disponíveis em<http://www.crystalcathedral.org/hour_of_power/videos/nick.php>. Para saber maissobre Nick Vujicic e seu ministério, visite o site<www.lifewithoutlimbs.org>.

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[1] P. 26.[2] Citado em Jack Cranfield e Mark Hansen, eds.,Chicken Soup for the Soul, p. 237.[3]Teaching the Attraction Principle to Children.Disponível em: <www.chickmoorman.com>.Acesso em: 4 de out. de 2011.

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[1]The Beloved Disciple, p. 141.[2] O livro citado tem como título original YourScars are Beautiful to God [Suas cicatrizes sãobonitas para Deus]. No Brasil, publicado sob otítulo Cicatrizes: encontrando paz e propósito nasferidas do seu passado. (São Paulo: Mundo Cristão,2011.)[3] P. 62.[4] Neil Anderson. Living Free in Christ, p. 110.

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[1]Tramp for the Lord, p. 83-86.[2] P. 113.[3] Spiros Zodhiates e outros, eds., The CompleteWord Study Dictionary: New Testament, p. 229.[4]Living Beyond Yourself, p. 120.[5]Saia do buraco, p. 43-44.[6] Sharon Jaynes. Cicatrizes, p. 126-127.

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[1] Shannon Woodward. Inconceivable, p. 9.[2] Sarom, em inglês (N. do T.).[3] Linda J. Waite e Maggie Gallagher. The Case forMarriage, p. 148.[4] Judith Wallerstein, Julia Lewis e SandraBlakeslee. Filhos do divórcio.[5] Idem.[6]The Geography of Bliss, p. 76.[7]Cristianismo puro e simples. São Paulo: MartinsFontes, 2005.

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[1] Sociedade da Honra Nacional, organizaçãonorte-americana que reconhece alunos do ensinomédio que se destacam não apenas nos estudos,mas também no convívio acadêmico. (N. do T.)

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[1] Shannon Woodward. Inconceivable, p. 11.

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[1]Random House Unabridged Dictionary.

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[1] John MacArthur. The MacArthur Bible Com-mentary, p. 1539.

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