Cuarteto Casals - Calouste Gulbenkian Foundation · encontram-se em forma ABA...

12
Cuarteto Casals Maratona Mozart cuarteto casals © molina visuals 22 JANEIRO 2017

Transcript of Cuarteto Casals - Calouste Gulbenkian Foundation · encontram-se em forma ABA...

Cuarteto CasalsMaratona Mozart

cuar

teto

cas

als ©

mol

ina

visu

als

22 JANEIRO 2017

mecenas principalgulbenkian música

mecenascoro gulbenkian

mecenasciclo piano

mecenasconcertos de domingo

mecenasestágios gulbenkian para orquestra

Sociedade de Advogados, SP RL

mecenasmúsica de câmara

gulbenkian.pt/musica

22 DE JANEIRODOMINGO16:00 — Grande Auditório

Maratona Mozart

Cuarteto Casals Vera Martínez Violino

Abel Tomàs Violino

Jonathan Brown Viola

Arnau Tomàs Violoncelo

03

Wolfgang Amadeus MozartQuarteto para Cordas n.º 14, em Sol maior, K. 387, “Primavera”

Allegro vivace assaiMenuetto: AllegrettoAndante cantabileMolto allegro

Quarteto para Cordas n.º 15, em Ré menor K. 421

AllegroAndanteMenuetto: AllegrettoAllegretto ma non troppo

intervalo

Duração total prevista: c. 1h 50 min.Intervalo de 20 min.

Quarteto para Cordas n.º 16, em Mi bemol maior, K. 428

Allegro non troppoAndante con motoMenuetto [Allegretto ]Allegro vivace

04

22 DE JANEIROSEXTA20.00h — Grande Auditório

Maratona Mozart

Duração total prevista: c. 2hIntervalo de 20 min.

Cuarteto Casals Vera Martínez Violino

Abel Tomàs Violino

Jonathan Brown Viola

Arnau Tomàs Violoncelo

Wolfgang Amadeus MozartQuarteto para Cordas n.º 17, em Si bemol maior, K. 458, “A caça”

Allegro vivace assaiMenuetto [Moderato ]AdagioAllegro assai

Quarteto para Cordas n.º 18, em Lá maior, K. 464

AllegroMenuettoAndanteAllegro

intervalo

Quarteto para Cordas n.º 19, em Dó maior, K. 465, “Das dissonâncias”

Adagio – AllegroAndante cantabileMenuetto [Allegretto ]Allegro

05

O quarteto para cordas é um género emblemático do Classicismo e encarna a mudança musical operada na segunda metade do século XVIII.A simplificação das texturas barrocas em busca de uma suposta naturalidade, o desenvolvimento de novos géneros e formas, a emergência de novos contextos de apresentação (como o salão e as salas de concerto) e a valorização da música instrumental são tendências marcantes do período. A criação e a sedimentação de práticas musicais domésticas, aliadas à expansão do mercado editorial, transformaram a vida dos compositores, que complementaram o modelo de patronato com a escrita para um mercado crescente. É neste contexto que se desenvolvea atividade de Wolfgang Amadeus Mozart.A década de 1780 assistiu a importantes desenvolvimentos na escrita para quarteto.Em 1782, as duas tipologias do género encontravam-se em ampla difusão pela Europa e eram cultivadas por compositores como Viotti, J. Haydn e Mozart. O quatuor brillant centrava-se no virtuosismo do primeiro violino e foi muito cultivado em Itália e em França. O quatuor concertant caracteriza-se pela maior preocupação com o equilíbrio dos intervenientes, dada a

autonomização dos instrumentos mais gravesda realização do baixo contínuo.Os seis quartetos apresentados nestes dois recitais foram compostos entre 1782 e 1785, quando Mozart se encontrava em Viena após a sua saída do serviço do Príncipe-Arcebispo de Salzburgo, e estilisticamente oscilam entre as duas tipologias. Em alguns andamentos Mozart atribui primazia ao primeiro violino, noutros valoriza a técnica contrapontística e uma maior igualdade entre os músicos. Assim, misturou elementos heterogéneos reminiscentes do Barroco com a vocalidade, periodicidade e elegância do estilo galante. Os seis quartetos foram dedicados a Joseph Haydn e editados em 1785 como opus 10. A dedicatória e a proximidade entre os dois compositores (conheceram-se em Viena no início da década de 1780) reforça a tese de uma relação com os Quartetos op. 33 de Haydn, publicados em 1782. Nessa altura, os quartetos eram normalmente escritos em quatro andamentos. Começam com um Allegro em forma sonata, que pode ser precedido por uma introdução lenta. No Allegro dois grupos temáticos contrastantes são expostos, desenvolvidos e reexpostos.

WolfgangAmadeus Mozart

Salzburgo, 27 de janeiro de 1756Viena, 5 de dezembro de 1791

quar

teto

k. 3

87. l

eipz

ig, b

. & h

., 18

82 ©

dr

06

Segue-se um andamento lento, que tende a ser mais estático e focado na melodia. Os minuetos encontram-se em forma ABA (minueto-trio-minueto), sendo que Mozart incluiu alguns aspetos que lhes introduziram variedade dentro da fixidez associada à periodicidade da dança. Em alguns quartetos a ordem dos andamentos internos é alterada. Tal como em outros géneros instrumentais, o final tende a ser cinético e virtuosístico, encontrando-se em forma sonata ou rondó-sonata. No caso de Mozart, são também os andamentos em que este experimenta os fugati, sintetizando o estilo contrapontístico da primeira metade do século com a sensibilidade galante e operática do Classicismo. Ao longo do programa destes dois recitais entendemos que os primeiros quartetos que Mozart compôs em Viena refletem a heterogeneidade estilística da época, conciliando elementos do contraponto com as novas necessidades expressivas associadas à forma sonata e ao estilo galante, uma mistura que caracteriza o Classicismo tardio vienense.

Quarteto para Cordas n.º 14, em Sol maior, K. 387, “Primavera”

composição: 1782duração: c. 28 min.

O primeiro andamento do Quarteto K. 387 caracteriza-se pelo estilo galante evocativo da cultura de corte, recorrendo com parcimónia ao contraponto no desenvolvimento. A elegância e o lirismo fundem-se com momentos mais dramáticos, num desenrolar harmonicamente surpreendente. O cromatismo, a variação melódica e as mudanças de acentuação encontram-se presentes no seu Menuetto,onde o Trio apresenta uma estrutura pergunta-resposta. A vocalidade operática entra em cena no Andante cantabile, uma ária na qual o primeiro violino ocupa o lugar solista, encarnado a tensão dramática do momento. O final apresenta dois grupos temáticos de caráter lúdico nos quais

as vozes entram sucessivamente, atingindoo clímax com o adensamento da texturano stretto final. Enquanto o materialtemático é estruturalmente contrapontístico,as pontes e cadências remetem para a monodia acompanhada da ópera cómica.

Quarteto para Cordas n.º 15,em Ré menor K. 421

composição: 1783duração: c. 28 min.

O pathos e o dramatismo pontificam no Allegro moderato do Quarteto K. 421, que emprega passagens que fundem o contraponto imitativo com a vocalidade operática. O segundo andamento consiste numa sucessão de episódios bucólicos e pastoris, dando lugar a um Menuetto de caráter robusto e afirmativo, baseado na repetição de notas em ritmos pontuados.A leveza do Trio, em modo menor, contrastacom a atmosfera do Menuetto. O ambiente de dança cortês do primeiro andamento é retomado no Allegretto ma non troppo, em forma de temacom variações.

Quarteto para Cordas n.º 16,em Mi bemol maior, K. 428

composição: 1783duração: c. 26 min.

O material temático que recorre ao cromatismo e a intervalos pouco usuais são características basilares do primeiro andamento do Quarteto K. 428. O Andante con moto contrapõe a verticalidade estática, conduzida pela melodia principal à imitação, com recurso progressivo ao cromatismo. A rusticidade do ambiente campestre é estilizada no Menuetto, através de uma textura de musette, cedendo lugar a um rondó-sonata frenético com mudanças abruptas de caráter e de velocidade.

Quarteto para Cordas n.º 17, em Si bemol maior, K. 458, “A caça”

composição: 1784duração: c. 26 min.

Os toques de caça, imitando as trompas, introduzem e dão o nome ao Quarteto K. 458, num Allegro vivace assai de caráter rústico e campestre. O estilo galante encontra-se patente no Menuetto, centrando-se na leveza e na periodicidade das frases, com recurso ao baixo de Alberti. O Adagio é um cantabile de cariz contemplativo, cuja expressividade é acentuada pelas tensões e distensões da harmonia. O final é um rondó-sonata baseado na interação de uma atmosfera lúdica com passagens líricas, brincando com as expectativas do ouvinte.

Quarteto para Cordas n.º 18,em Lá maior, K. 464

composição: 1785duração: c. 32 min.

O material temático do primeiro andamento do Quarteto K. 464 caracteriza-se pela simplicidade e leveza que se adensa com o recurso ao contraponto e à imitação. A alternância entre

uníssonos e texturas de dança são traços do Menuetto, ao qual se contrapõe um Trio muito contrastante. O Andante encontra-se na forma tema, variações e coda, permitindo destacar individualmente os membros do quarteto.A estrutura pergunta-resposta pontifica na forma sonata do final, onde o contraste entre as secções é enfatizado pelo recurso ao contraponto.

Quarteto para Cordas n.º 19, em Dó maior, K. 465, “Das dissonâncias”

composição: 1785duração: c. 30 min.

No Quarteto K. 465, uma introdução lenta, Adagio, que sobrepõe progressivamente dissonâncias através do recurso ao contraponto, antecede um Allegro que privilegia as células do primeiro grupo temático. Um Andante cantabile dramático encarna o experimentalismo formal de Mozart, que apresenta uma forma sonata sem desenvolvimento num andamento lento. Após um Menuetto que privilegia o esquema de pergunta-resposta, o quarteto entra num Allegro em forma rondó-sonata no qual o refrãoé variado.

notas de rui cabral lopes

07

retr

ato

inac

abad

o de

moz

art,

por

jose

ph l

ange

, 178

2 ©

dr

O Cuarteto Casals foi fundado em 1997 na Escola Rainha Sofía, em Madrid. Depois de ter sido premiado em vários concursos internacionais, incluindo primeiros prémios nos Concursos de Londres (2000) e Hamburgo (2002), afirmou-se como um dos mais importantes quartetos de cordas da atualidade. Convidado regular de prestigiados festivais e ciclos de concertos, tem atuado de forma assídua em palcos como o Wigmore Hall (Londres), o Carnegie Hall (Nova Iorque), o Musikverein de Viena, a Philharmonie de Colónia, a Cité de la Musique (Paris), as Schubertiade Schwarzenberg, o Concertgebouw de Amesterdão, ou a Philharmonie de Berlim. Tem-se apresentado também com regularidade na Fundação Calouste Gulbenkian, a última vez em 2015. O Cuarteto Casals gravou uma importante discografia (Harmonia Mundi) que inclui peças de compositores espanhóis como Arriaga e Toldrá, quartetos de Mozart, J. Haydn, Schubert e Brahms, e ainda obras de Bartók, Kurtág, ou Ligeti. Mais recentemente, gravou o seu primeiro CD dedicado a Beethoven.Depois de receber o prestigioso Borletti-Buitoni Trust, em Londres, o Cuarteto Casals adquiriu um conjunto de arcos que utiliza

na interpretação do repertório de Purcell a Schubert. Desenvolveu assim uma nova e rica dimensão acústica, refinando a sua capacidade para abordar de forma distinta os diversos estilos musicais. Além disso, retirou importantes ensinamentos do seu trabalho com compositores contemporâneos como G. Kurtág, tendo também estreado várias obras de compositores espanhóis. Para a temporada 2017/18, o Cuarteto Casals encomendou seis novas obras que complementarão cada um dos programas do ciclo Beethoven que planeia apresentar na temporada do seu 20.º aniversário.Em reconhecimento da sua posição como primeiro quarteto de cordas espanhol com um perfil verdadeiramente internacional, o Cuarteto Casals foi distinguido em Espanha com o Prémio Nacional da Música, o Prémio Nacional de Cultura da Catalunha e o Prémio Cidade de Barcelona. Os seus músicos tocam regularmente os instrumentos da coleção Stradivarius do Palácio Real de Madrid, onde o quarteto estará em residência em 2018. O Cuarteto Casals foi Quarteto Residente na Hochschule für Musik und Tanz, em Colónia, e na Escola Superior de Música da Catalunha, em Barcelona.

Cuarteto Casals

cuar

teto

cas

als ©

mol

ina

visu

als

08

cuar

teto

cas

als ©

mol

ina

visu

als

BANCODE CONFIANÇA.

O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

25%2º Banco

10%3º Banco

46%

BPI é Marca de Confiança na Banca pelo 3º ano consecutivo.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidadeque o atribuiu.

direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

design gráficoAH–HA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentraçãodos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem200 exemplares

preço2€

Lisboa, Janeiro 2017

BANCODE CONFIANÇA.

O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

25%2º Banco

10%3º Banco

46%

BPI é Marca de Confiança na Banca pelo 3º ano consecutivo.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidadeque o atribuiu.

GULBENKIAN.PT

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN