CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE BALÍSTICA

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    CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE BALSTICA

    http://www.apaginadomonteiro.net/balistica.htm

    Balstica a cincia que estuda o movimento dos projcteis, especialmente das armasde fogo, seu comportamento no interior destas e tambm no seu exterior, como atrajectria, impacto, marcas, exploso, etc., utilizando-se de tcnicas prprias e

    conhecimentos de fsica e qumica, alm de servir a outras cincias. ( in WIKIPDIA).

    Sendo esta a definio de Balstica, ento estamos em presena de uma Cincia que estuda osmovimentos dos projecteis que utilizamos nas nossas armas de fogo, seja para desporto seja

    para Caa. Os conhecimentos bsicos destes conceitos parecem ser importantes para que todo ocaador compreenda como os seus projecteis se deslocam e qual o efeito que tero sobre os

    animais a caar.

    Para isso esta Cincia divide-se em quatro grandes reas: a Balstica Interna, que estuda osfenmenos que ocorrem dentro do cano de uma arma de fogo durante o seu disparo; mais

    especificamente estuda as variaes de presso dentro do cano, as aceleraes sofridas pelosprojcteis, a vibrao do cano, entre outras coisas. A Balstica Intermdia que estuda os

    fenmenos que acontecem os projcteis desde o momento em que saem do cano da arma at omomento em que deixam de estar influenciados pelos gases remanescentes boca da arma.

    Ainda a Balstica Externa que estuda as foras que actuam sobre os projcteis e correspondentes

    movimentos destes durante a sua travessia da atmosfera, desde que ficaram livres dasinfluncias dos gases do propulente, at aos presumveis impactos com os seus alvos. E

    finalmente a Balstica Terminal ou de Efeitos que estuda a interaco entre os vrios tipos deprojcteis e os seus alvos.

    Tratando-se da apresentao de apenas alguns conceitos bsicos desta Cincia, vamos referirapenas os fenmenos relativos Balstica Externa, por ser esta aquela que mais condiciona oeficaz resultado dos nossos tiros uma vez que, no que se refere s restantes reas, sempre

    possvel alterar e melhorar os resultados desejados.

    Mas antes de entrarmos no assunto em pormenor convm dar uma ideia das possibilidadesde alcance dos nossos projecteis e bem assim do perigo que representa a realizao de tiros decarabina, sem que por detrs do nosso alvo, haja uma estrutura ou inclinao de terreno

    designado por "pra balas". Atente-se na imagem seguinte.

    http://www.apaginadomonteiro.net/balistica.htmhttp://www.apaginadomonteiro.net/balistica.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Proj%C3%A9tilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_fogohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_fogohttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_fogohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arma_de_fogohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Proj%C3%A9tilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Movimentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAnciahttp://www.apaginadomonteiro.net/balistica.htm
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    Em coluna encontramos a referncia aos calibres mais usuais, desde o pequeno .22 LR at aopesado e enorme .458 W.Mg, passando pelos conhecidos 30.06, .300 W.MG e .375

    Holland&Holland Mg. Os alcances mencionados para cada calibre referem-se ao alcance letal eno ao ponto de queda do projctil, no cho.

    O minsculo . 22 LR apresenta-nos um incrvel alcance de cerca de 1 800 metros, enquanto ocampeo da longa distncia o nosso conhecido .300 Winchester Magnum com um alcance letal

    de 5 mil e 400 metros. Parece incrvel, no ?

    por este motivo que se recomenda o maior cuidado narealizao de tiros rasantes (que no se devem fazer em terreno

    plano ou para o topo dos cabeos).

    Passemos ento anlise do que acontece ao nosso projctil, a partir do momento em queapertamos o gatilho.

    Num primeiro momento o nosso projctil (bala) percorre (para ns quase instantaneamente)o espao do cano da nossa arma, o qual sendo estriado (provido se linhas de salincias mais oumenos largas) lhe incute um determinado movimento de rotao, cuja finalidade principal a

    de estabilizar o "vo" da bala.

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    Trajecto da bala dentro do cano

    Quando sai do cano, o nosso projctil fica completamente influenciado por um conjunto deforas, que facilmente nos passam despercebidas (por acontecerem a velocidades incrivelmente

    elevadas e por no serem observveis a olho nu). So elas, numa primeira e permanenteinstncia a Fora da Gravidade, fora esta que todos conhecemos como sendo aquela que atratodos os objectos livres para o centro da Terra. Um exemplo elementar desta fora o facto que

    provoca a queda de qualquer objecto quando livre.

    Outra a Fora Gravitacional, devida rotao da bala a alta velocidade e que lhe provocaum movimento de oscilao e um outro movimento de translao em torno de um eixo

    imaginrio. A ttulo de exemplo elementar e grosseiro podemos referir as irregularidade detrajecto que uma bola de futebol evidencia, quando chutada com efeito e observada em cmara

    lenta.

    A B

    C

    Os movimentos de uma bala durante o seu voo: A - Rotao ; B - Oscilao ; C - Translao

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    E finalmente a terceira e ltima fora de influncia a atrito com o prprio ar atmosfrico,que mais no provoca nossa bala do que a progressiva perda de velocidade e (conjuntamente

    com a influncia de todas as outras foras j mencionadas) a perda de preciso.

    Imagem de computador mostrando como uma bala em deslocao "corta" o ar.

    Todas estas foras de influncia so invisveis e mesmo utilizando imagens de cmara lentaso praticamente imperceptveis devido enormssima velocidade a que acontecem. Basta

    pensarmos num projctil de calibre mdio que, no seu voo, facilmente alcana velocidade dasordem dos 800 metros por segundo...

    por isso que a construo de um projctil de carabina objecto de grandes estudos e deimensos testes de fbrica, at se conseguirem os resultados pretendidos, que no caso presente

    so a mxima estabilidade de projctil durante o seu voo, uma trajectria de voo o maisrectilnea possvel, a garantia de que o projctil ir impactar no alvo com a sua ponta dianteira,

    e um aerodinamismo quase perfeito. Ou seja a possibilidade da nossa bala contrariar o maispossvel as foras a que est sujeita durante a sua trajectria.

    tambm por isso que a forma de nosso projctil se reveste da maior importncia, bem comoos diferentes materiais que o compem e bem assim o seu peso. E, neste momento entramos

    com um novo conceito que o de COEFICIENTE BALSTICO.

    O coeficiente balstico (CB) definido como a "facilidade" com que o projctil "corta o ar", eobtm-se atravs de uma frmula matemtica que conjuga vrios dados tais como o seu peso, a

    velocidade e o factor fixo relativo sua forma aerodinmica (previamente determinado esteltimo), representado por um nmero decimal. Para quem tem possibilidade de o fazer pode

    igualmente ser determinado pela comparao entre o tempo de voo, numa determinada

    distncia de um projctil padro, e a diferena (demora) obtida no projctil de teste, na mesmadistncia e mesma velocidade. Mais sinteticamente definiremos o CB como a relao existenteentre o calibre, o peso e o perfil de uma bala.

    Ora no sendo este um processo de clculo fcil para o mais comum dos mortais - porrequerer clculos matemticos complexos - ser prefervel utilizar um programa informtico

    para este efeito (no qual se introduzem os valores necessrios e conhecidos sobre o projctil) ouento consultar os valores predeterminados pelo fabricante e constantes da embalagem da

    nossa munio.

    Por sua vez, e face a muitas experincias efectuadas, considera-se que uma bala tem um bomCB quando o valor obtido for da ordem dos 0,4. Por outro lado quanto maior for este valor

    melhor a forma como "voa" e mais precisa a sua trajectria a largas distncias, por sofrer menosinfluncia das foras referenciadas. Torna-se igualmente evidente que se alterarmos um nico

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    parmetro neste clculo (mantendo inalterados os restantes) o valor do CB altera-seinexoravelmente.

    A seguir apresentam-se alguns modelos de projecteis de marca Norma, em calibre 30.06, etodos do mesmo peso (180grs) a fim de, conhecendo os respectivos coeficientes balsticos, nosapercebermos quais revelam melhores condies de voo, logo quais podero ser mais precisos.

    PROJCTILMODELO CALIBRE

    PESODEBALA

    COEFICIENTEBALSTICO

    ALASKA 30.06 180GRS. 0,257

    NOSLER

    PARTITION

    30.06 180

    GRS.

    0,474

    PLASTICPOINT 30.06

    180GRS. 0,366

    ORIX 30.06 180GRS. 0,288

    NOSLERACCUBOND 30.06

    180GRS. 0,507

    Se repararmos atentamente nos valores apresentados, facilmente nos apercebemos quedentro do mesmo calibre e igual peso de bala, os coeficientes balsticos podem apresentar

    diferenas abismais, pelo que devemos ter o mximo cuidado na escolha dos projecteis face sdistncias mximas de tiro que pretendemos. Igualmente fcil perceber que para tiros de largadistncia se recomendam as "pontas" com maior CF e que se por outro lado pretendemos maior

    poder de parada a curtas e mdias distncias ento devemos utilizar projcteis com pior(menor) CB.

    Finalmente e compreendendo agora um pouco melhor como se comportam os nossos

    projecteis, conclumos, seguramente, que pouco podemos intervir, ou seja corrigir, a influnciadas foras naturais. Sendo que a maior parte do trabalho de "compensao" j foi feito nolaboratrio de testes do fabricante da nossa munio, ento a nica compensao que nos

    destinada apenas a de corrigir o efeito da fora da gravidade.

    E esta feita (deve ser feita) pelo prprio atirador, atravs da prvia determinao do ngulode convergncia entre a linha de mira e a linha de tiro, ou de voo, da nossa bala. Mas... no nos

    assustemos quando se fala em determinar o ngulo de convergncia, pois este processo j foidescrito em anterior referncia - A Regulao das Miras Telescpicas, na pgina das Armas de

    Fogo.

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    Comparao entre linha de mira e linha de tiro: A - ptica paralela linha de tiro : impacto baixo a curta distncia. B -ngulo de convergncia correcto: impacto no local correcto.

    por todos estes motivos, que a regulao de miras pticas, a utilizar em tiros de largadistncia e de grande preciso, toma agora a sua maior importncia.

    Sobre a Balstica Terminal ou de Efeitos, penso ser desnecessrio proceder a extensasdescries sobre o tema uma vez que a maioria dos fabricantes de munies apresentam nosseus catlogos (impressos e on-line) as deformaes observadas em cada tipo de projctil,segundo a sua forma, dureza, peso e velocidade. No entanto e para encerrarmos este tema

    disponibilizam-se a seguir dois "links" para sites interessantes. O primeiro proveniente de uma"armeria" do pas vizinho, mostra-nos as caractersticas tcnicas de alguns projecteis mais

    conhecidos, enquanto o segundo nos encaminha para um site da Amrica do Norte que nosfacilita o clculo (aproximado, pois despreza o comprimento do cano e o passo das estrias) dastrajectrias de QUALQUER projctil, bem como a definio, metro a metro, da sua velocidade,

    energia e queda na trajectria.

    http://armeriaelhorcajo.com/serviciosSubmenu.asp?subseccion=4

    Trajectory calculations

    http://armeriaelhorcajo.com/serviciosSubmenu.asp?subseccion=4http://armeriaelhorcajo.com/serviciosSubmenu.asp?subseccion=4http://www.robsoft.nu/ballistik_en/ballistik.asp?MainID=3&Show=2http://www.robsoft.nu/ballistik_en/ballistik.asp?MainID=3&Show=2http://www.apaginadomonteiro.net/As_Armas_de_Fogo.htmhttp://www.apaginadomonteiro.net/As_Armas_de_Fogo.htmhttp://www.robsoft.nu/ballistik_en/ballistik.asp?MainID=3&Show=2http://armeriaelhorcajo.com/serviciosSubmenu.asp?subseccion=4