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Revista da Liga de Clínica Médica - UNICID / Volume 03 - Dezembro - 2013 1 CLÍNICA MÉDICA Volume 3 - Dezembro 2013 2 EDITORIAL - Você Dorme Bem? - Dra. Stella Marcia Tavares 3 Complex Sleep Apnea Syndrome (Resumo por: Tamyris Darwiche Chaaban) 6 Manegement of Obstructive Sleep Apnea in Adults: A Clinical Practice Guide From The American College of Physicians - Amir Qaseem, MD, PhD, MHA; Jon-Erik C. Holty, MD, MS; Douglas K. Owens, MD, MS; Paul Dallas, MD; Melissa Starkey, PhD; Paul Shekelle, MD, PhD, and Clinical Guidelines Committee of the American College of Physicians (Resumo por: Layla Bomfim Faleiros) APNEIA 8 Does This Patient Have Obstrictive Sleep Apnea? The Rational Clinical Examination Systematic. Mayers KA, Mrkobrada M, Simel DL (Resumo por: Beatriz Borusiewicz Tavares) DICAS DE SEMIOLOGIA Disponível on line: h"p://www.unicid.edu.br/graduacao/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1915 REVISTA DA LIGA DE CLÍNICA MÉDICA LIGA DE CLÍNICA MÉDICA UNICID APNEIA TRABALHOS ACADÊMICOS 11 A Carta Para o Cuidado de Gestão da Qualidade dos Doentes Crônicos 12 Vigilância em Saúde: Rastreamento de Tracoma em um Grupo de Adolescentes 13 Políticas Públicas Resultado de Pequenas Ações, Sim É Possível 14 Hímem imperfurado em adolescente de 13 anos 15 Busca Activa de Pacientes Con Sintomas Respiratorios Para Detección Precoz y el Control de la Tuberculosis 16 Estudo Epidemiológico de Obesidade em Creches e Escolas Acompanhadas pela Unidade Básica de Saúde Jardim Rosa de França no Município de Guarulhos 17 Avaliação do Impacto Sobre a Vida Social, Bem Estar Físico e Emocional dos Cuidadores de Indivíduos Acamados na Comunidade Palmira - Guarulhos Editor Médico Prof. Dr. Egidio L. Dórea egidiodr@gmail.com Doutor em Nefrologia pela FMUSP Professor Coordenador da disciplina de Habilidades Médicas da UNICID Coordenação Editorial Manuela Holanda Rodrigues manuela.holanda@globo.com Aluna do quarto ano do curso de Medicina da UNICID Stéfano Franco Minohara stefano.minohara@gmail.com Aluno do terceiro ano do curso de Medicina da UNICID ENTREVISTA 9 Prof. Dr. Serafim Vincenzo Cricenti

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Revista da Liga de Clínica Médica - UNICID / Volume 03 - Dezembro - 2013 1

CLÍNICA MÉDICAVolume 3 - Dezembro 2013

2 EDITORIAL - Você Dorme Bem? - Dra. Stella Marcia Tavares3 Complex Sleep Apnea Syndrome (Resumo por: Tamyris Darwiche Chaaban)6 Manegement of Obstructive Sleep Apnea in Adults: A Clinical Practice Guide From The American College of Physicians - Amir Qaseem, MD, PhD, MHA; Jon-Erik C. Holty, MD, MS; Douglas K. Owens, MD, MS; Paul Dallas, MD; Melissa Starkey, PhD; Paul Shekelle, MD, PhD, and Clinical Guidelines Committee of the American College of Physicians (Resumo por: Layla Bomfim Faleiros)

APNEIA

8 Does This Patient Have Obstrictive Sleep Apnea? The Rational Clinical Examination Systematic. Mayers KA, Mrkobrada M, Simel DL (Resumo por: Beatriz Borusiewicz Tavares)

DICAS DE SEMIOLOGIA

Disponível on line: h"p://www.unicid.edu.br/graduacao/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1915

REVISTA DA LIGA DE CLÍNICA MÉDICA

LIGA DE CLÍNICA MÉDICA UNICID

APNEI A

TRABALHOS ACADÊMICOS11 A Carta Para o Cuidado de Gestão da Qualidade dos Doentes Crônicos12 Vigilância em Saúde: Rastreamento de Tracoma em um Grupo de Adolescentes13 Políticas Públicas Resultado de Pequenas Ações, Sim É Possível14 Hímem imperfurado em adolescente de 13 anos15 Busca Activa de Pacientes Con Sintomas Respiratorios Para Detección Precoz y el Control de la Tuberculosis16 Estudo Epidemiológico de Obesidade em Creches e Escolas Acompanhadas pela Unidade Básica de Saúde Jardim Rosa de França no Município de Guarulhos17 Avaliação do Impacto Sobre a Vida Social, Bem Estar Físico e Emocional dos Cuidadores de Indivíduos Acamados na Comunidade Palmira - Guarulhos

Editor MédicoProf. Dr. Egidio L. Dó[email protected] em Nefrologia pela FMUSPProfessor Coordenador da disciplina de Habilidades Médicas da UNICID

Coordenação EditorialManuela Holanda [email protected] do quarto ano do curso de Medicina da

UNICID

Stéfano Franco [email protected] do terceiro ano do curso de Medicina da

UNICID

ENTREVISTA9 Prof. Dr. Serafim Vincenzo Cricenti

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uando eu era estudante de medicina, há muitos

anos atrás, o que sabíamos sobre o sono era o que

acontecia depois de uma prova: todos exaustos por

ficarmos estudando a noite inteira! Acho que isso

ainda é atual - estudar a noite na véspera das provas ,

mas com a evolução do conhecimento científico e da

tecnologia, foi possível “conhecer” o sono de uma

maneira aprofundada. Os transtornos do sono foram

sendo classificados e cada vez mais se sabe a

importância de dormir bem. Receber o convite para

escrever o editorial da Revista da Liga da Clínica

Médica da Unicid em um número sobre apneia do

sono é muito gratificante, pois mostra como a

relevância deste tema é cada vez mais difundida.

A síndrome da apneia do sono já é conhecida como

um verdadeiro problema de saúde pública, com alta

morbidade cárdio-vascular; assim, é essencial que os

médicos saibam como avaliar, diagnosticar e tratar ou

então encaminhar para outras áreas que possam

adotar a terapia adequada. Espero que os três artigos

desta edição possam ajudá-los na compreensão

desta doença e os estimulem a colocar o sono em

sua anamnese, incluindo uma pergunta fundamental:

“Você dorme bem?”.

Dra. Stella Marcia TavaresMédica responsável pelo Laboratório do Sono do Instituto de

Psiquiatria do HC-FMUSP e do Hospital Israelita Albert Einstein

Q

Editorial Dra. Stella Marcia Tavares

“Você dorme bem?”

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Introdução

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), e sua forma mais comum a Apneia Obstrutiva do Sono (OSA), é reconhecida atualmente como um grande problema de saúde pública mundial. Em alguns indivíduos a forma Central da Apneia do Sono (CSA) manifesta-se após o tratamento com pressão positiva contínua (CPAP) ou após a traqueostomia. Esta situação foi recentemente denominada de síndrome complexa da apneia do sono (CompSAS). Entretanto, existem dúvidas na literatura se essa doença é uma entidade isolada ou configura-se como um grupo de entidades com etiologia diversas e em muitas das suas formas, auto-limitadas e de bom prognóstico. Nesta revisão serão abordados: a definição, possíveis mecanismos patogenéticos, características clínicas e formas de tratamento serão discutidos.

Definição

A definição de CompSAS é diversificada na literatura. Inicialmente, a apneia do sono, manifesta-se como um componente obstrutivo, mas a apresentação frequente dos componentes centrais ou o predomínio do padrão de respiração de Cheyne–Stokes após a remoção da obstrução das vias aéreas superiores, tem sido definida como CompSAS. Usando esta definição, dizemos que os pacientes têm CompSAS quando a polissonografia diagnóstica mostra que eles têm OSA , mas durante o tratamento subsequente, que elimina eventos que definem OSA , o índice residual de apneia central (CAI) é de cinco ou mais eventos por hora ou a presença do padrão de respiração de Cheyne- Stokes de maneira proeminente e perturbadora.

Nos EUA , os Centros Medicare and Medicaid Services in the Durable Medical Equipment Regional Carrier Region D Supplier Manual (CMS Pub 100-03, Medicare National Coverage Determinations Manual, Chapter 1, Section 280.1) afirmam: " Síndrome Complexa de Apneia do Sono (CompSA) é uma forma de apneia central especificamente identificada pela persistência ou aparecimento de apneia ou hipopneia após a exposição ao CPAP ou um dispositivo quando eventos obstrutivos desapareceram”.

A definição de CompSAS pode, ser ampliada para incluir pacientes tratados com outros métodos que não o CRAP, como: aparelhos dentários ou procedimentos cirúrgicos.

Mecanismos

Os quimiorreceptores desempenham um papel fundamental na modulação ventilação. Na maioria dos casos, o principal determinante é PaCO2 . A PaCO2 é mantida em 40 mmHg durante a vigília. Durante o sono a sensibilidade química ao

CO2 e O2 caem e variam de acordo com os seus estágios. Uma PaCO2 média de 45mmHg ocorre durante o sono estável. Determinantes comportamentais e respostas neurocompensatórias inibem a apneia durante a vigília, mas não durante o sono. E no sono, todos os indivíduos estão suceptíveis à apneia quando a PaCO2 cai abaixo do limiar de apneia, geralmente de 2 - 6 mmHg abaixo do nível eucapnoico de PaCO2 do sono. Quimiorreceptores altamente sensíveis podem colocar o indivíduo em risco para os padrões de respiração instáveis, porque esses indivíduos podem responder mais intensamente a pequenas mudanças nos estímulos químicos. Os indivíduos com grande sensibilidade dos quimiorreceptores vão hiperventilar, reduzindo PaCO2 abaixo do nível eupneico e levando a hipopneia e potencial apneia. Isto pode ser explicado como um ganho de alça. Na verdade, um alto ganho de alça pode ser o mecanismo essencial para todos os padrões de alteração da respiração central durante o sono, incluindo CompSAS. "Ganho de alça" é um termo da engenharia que é uma medida da estabilidade ou instabilidade do sistema de controle ventilatório. Ganho de alça é matematicamente definida como a proporção de uma resposta de correção a um distúrbio. Se as respostas de correção são maiores do que a perturbação, então pequenas perturbações podem levar a oscilações autossustentáveis. Aqueles com alto ganho de alça são propensos à instabilidade. Atualmente, os mecanismos exatos da CompSAS não são bem compreendidos . Existe a hipótese de que deve haver dupla causalidade que inclui vulnerabilidade anatômica e fisiológica para a OSA mais uma instabilidade no controle da respiração central, levando a uma disfunção dos quimiorreceptores. Em alguns casos de CompSAS , podemos ver um padrão respiratório crescendo - decrescendo típico indicativo de um estado de grande ganho de alça.

Alterações na excreção de CO2 podem ocorrer com o alívio da obstrução da via aérea superior. Com a aplicação de CPAP há uma diminuição da resistência por parte do sistema respiratório. A eficiência na liberação de CO2 é melhorada e, portanto, pode resultar hipocapnia. Se a PaCO2 resultante cai abaixo do limiar de apneia de CO2 o esforço respiratório deixa de existir. Ao longo de vários dias ou semanas, o limiar de apneia do CO2 pode ou não melhorar, resultando na resolução da apneia central ou não, respectivamente. Vários outros fatores têm sido propostos para o surgimento de apneia central, após o início da terapia com CPAP. Uma razão pode ser a ativação de receptores de estiramento do pulmão, o que pode inibir o sistema respiratório central. Início do CPAP pode piorar a qualidade do sono, e as transições do sono para vigília podem contribuir para apneia central associadas a um estado de instabilidade.

Complex Sleep Apnea SyndromeJuan Wang; Yan Wang; Jing Feng; Bao-yuan Chen; Jie Cao(Patient Preference and Adherence 2013:7 633-641)(Resumo por: Tamyris Darwiche Chaaban)

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A intolerância ao CPAP decorrente de uma elevada resistência nasal pode estar relacionada com despertares frequentes, o que poderia contribuir para o aumento de CSA.

Os Fatores De Risco, Prevalência E Características Clínicas

Fatores de risco comuns para CSA incluem insuficiência c a r d í a c a s i s t ó l i c a , f i b r i l a ç ã o a t r i a l , d o e n ç a s cerebrovasculares e uso de drogas opióides, que também podem ser fatores de risco associados com CompSAS. Bitter et al realizaram um estudo de coorte de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e CompSAS . De 192 pacientes com ICC e OSA de moderada a grave sob por titulação CPAP , 34 ( 18%) desenvolveram CompSAS.

A prevalência de CompSAS varia de 1-20%. Essa variação decorre dos diferentes critérios diagnósticos usados nos diversos estudos, bem como do número de indivíduos es tudados . Os pac i en tes com CompSAS têm características clínicas similares aos com OSA e podem apresentar padrões respiratórios semelhantes aos com CSA, configurando um perfil clínico intermediário entre essas duas entidades.

A maioria dos estudos sugerem que os pacientes CompSAS são de meia-idade, e não há nenhuma diferença significativa entre CompSAS e OSA. CompSAS ocorre mais em homens. Em um estudo retrospectivo em pacientes japoneses, a prevalência de CompSAS entre homens e mulheres com OSA foi de 5,3% e 1,1%, respectivamente. Morgenthaler et al. Observaram que 81% dos pacientes com CompSAS eram homens.

Os pacientes com CompSAS são frequentemente obesos. E não houve diferença entre o IMC desses com os de pacientes com OSA. Pacientes com CompSAS apresentam menores níveis de sonolência diurna medida pela escala de Epworth do que os portadores de OSA. Kuzniar et al relataram que os pacientes com CompSAS tiveram hipersonolência diurna leve, com uma pontuação de Sonolência de Epworth de 10 (intervalo interquartil, 9 a 13).

A maioria dos relatos demonstra que é difícil distinguir entre CompSAS e OSA utilizando apenas polissonografia (PSG), porque os pacientes com CompSAS são geralmente semelhantes àquelas com OSA até que a CPAP seja aplicada. Mas podem haver características especiais na polissonografia, como maior índice de apneia central e maior ocorrência desses episódios na fase não-REM do sono. E durante a polissonografia, como maior índice de apneia central e maior ocorrência desses episódios na fase não-REM do sono. E durante a titulação inicial do CPAP há uma melhora mais significativa dos índices de apneia nos pacientes com OSA do que nos com CompSAS.

Na CompSAS a maioria dos eventos de apneia central são transitórios e podem desaparecer com o uso continuado do

CPAP. Alguns podem ter CSA persistentes, ditos não respondedores. Esses podem apresentar maior sonolência inicial, menor IMC, maior histórico de uso de opioides e OSA mais severa do que os respondedores.

Tratamento

Talvez a preocupação mais importante para os pacientes com CompSAS é se existe uma abordagem de tratamento preferencial . A coexistência de obstrução e desregulação venti latória que caracteriza CompSAS sugere a necessidade de corrigir esses dois mecanismos para o sucesso do tratamento. Objetivos do tratamento da CompSAS são normalização do índice de apneia e hipopneia (IAH) e a arquitetura do sono , a fim de reduzir possíveis complicações e melhorar a qualidade de vida.

O CPAP é a primeira linha de tratamento Além do CPAP várias opções terapêuticas têm sido estudadas, incluindo servo-ventilação adaptável (ASV), BIPAP (pressão positiva bifásica), oxigênio suplementar , CO2 ou medicação.

CPAP

São dispositivos que produzem pressão constante e que não muda durante o ciclo respiratório. É o tratamento não invasivo de primeira linha para a SAOS, e pode quase completamente suprimir problemas respiratór ios obstrutivos. Pacientes com CompSAS podem ter uma má experiência inicial com CPAP e, portanto, podem ser não aderente com a terapia .

Pesquisadores sugerem que a maioria dos eventos CSA podem desaparecer após o uso contínuo de CPAP. Ainda não está claro se a proporção de pacientes com CompSAS pode melhorar ao longo do tempo com o tratamento de CPAP continuado. Porém a maioria dos estudos sugerem uma melhora completa com o uso contínuo do CPAP. Entretanto não há como identificar inicialmente quais serão os não-respoondedores e o tempo requerido para a adaptação do paciente com CompSAS ao CPAP.

Adição de oxigênio ao CPAP pode resultar em melhor controle do CSA em pacientes com CompSAS, provavelmente através da redução da capacidade através da redução do estímulo respiratório da hipóxia. No entanto, poucos dados existem a respeito de terapia de combinação com CPAP e oxigênio. Ainda está em estudo a combinação de CPAP com dióxido de carbono para corrigir o padrão de CSA. O aumento do espaço morto fisiológico tem sido considerado para o controle de distúrbios respiratórios do sono, embora não tenha sido utilizado na terapia de pressão positiva.

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Pressão positiva bifásica- BIPAP

Ainda há dúvidas sobre a utilidade do BIPAP na CompSAS. Um estudo retrospectivo avaliou 95 de 719 pacientes que usaram um dispositivo BIPAP para a apneia central por período de dois anos. Oitenta dos 95 pacientes tratados com BIPAP também foram tratados com CPAP. Com o uso do BIPAP houve mais apneia central do que com CPAP. Outra pesquisa incluiu 39 pacientes com CompSAS e constatou que não houve diferença em qualquer um dos índices polissonográficos em CPAP e BIPAP. Assim, são necessários estudos mais sistemáticos sobre a utilização do BIPAP.

ASV

ASV é uma nova forma de unidade de pressão positiva que monitora continuamente o padrão respiratório do paciente em detalhes. O médico define a pressão expiratória final, e o dispositivo determina a magnitude e o tempo de suporte ventilatório durante a inspiração. Sempre que são detectados reduções significativas ou pausas na respiração, o ASV intervém apenas com apoio suficiente para manter a respiração do paciente. Além disso, quando a respiração do paciente é estável, ASV oferece a pressão suficiente para ajudar a manter a via aérea desobstruída. O benefício do ASV foi mostrado em pacientes com insuficiência cardíaca e CSA em estudos de curto e longo prazo.

Acredita-se agora que os dispositivos ASV podem resolver rapidamente o distúrbio com o potencial de aumentar a adesão inicial ao tratamento. Contudo, a disponibilidade destes dispositivos pode ser limitada devido ao seu elevado custo.

Medicação

A acetazolamida é um tratamento eficaz para a CSA associada à insuficiência cardíaca, a elevadas altitudes; ao uso crônico de opióides, e as formas idiopáticas. A administração de acetazolamida em humanos mostrou inibir a resposta ventilatória dos quimiorreceptores periféricos, porém melhorou a quimiossensibilidade central para o CO2. Terapêutica opióide parece ter alterado o limiar de apneia CO2 em pacientes com CompSAS.

Conclusão

Na maioria dos casos de CompSAS, eventos CSA durante a titulação inicial CPAP são transitórios e desaparecem após o uso contínuo de CPAP. Como os pacientes com CompSAS podem não ter uma resposta inicial adequadas estes podem não aderirem e nem darem continuidade a terapêutica. As opções de tratamento como ASV pode resolver rapidamente o distúrbio e aliviar os sintomas desta doença ocasionando aumento na adesão à terapêutica precoce. Porém, o que limita o uso do ASV é seu alto custo. Muitas das questões sobre CompSAS estão por serem respondidas como: mecanismos de ação, prevalência e respostas terapêuticas. Logo, estudos adicionais são necessários.

Esta revista tem uma publicação bimestral. A próxima edição - Fevereiro de 2014 - será sobre Insuficiência Cardíaca

Você também pode participar da revista, envie-nos um e-mail

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Controle da Apneia Obstrutiva do Sono em adultos: a diretriz da prática clínica do American College of Physicians

A apneia obstrutiva do sono (SAOS) é um distúrbio comum que afeta pessoas de todas as faixas etárias, especialmente as pessoas de meia-idade e idosos. Evidências mostram que as taxas de SAOS estão aumentando, e, provavelmente, por causa de crescentes taxas de obesidade. O objetivo do tratamento da SAOS é aliviar a obstrução das vias áreas durante o sono. O tratamento de primeira linha envolve dispositivos Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), que libera uma corrente de ar comprimido para a via aérea, mantendo-a, aberta. No entanto, muitos pacientes não toleram CPAP, sendo assim, não seguem as instruções pelas mais diversas razões, como desconforto, irritação da pele, ruído e claustrofobia. Na tentativa de melhorar a aderência, muitas modificações tecnológicas têm sido feitas para o gerador de fluxo (principalmente na alteração de pressão de ar), embora a utilidade dos dispositivos modificados seja desconhecida.

Como a adesão pode ser problemática nesses pacientes, a orientação dos mesmos é fundamental. Dispositivos de avanço mandibular ou dentários (MADS) que são usados quando o paciente está dormindo têm sido usados para tratar SAOS. Estratégias alternativas incluem intervenções cirúrgicas para remover o tecido obstrutivo, terapia posicional, tratamento farmacológico e intervenções de perda de peso nos pacientes obesos.

CPAP para o tratamento da SAOS

De acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono o diagnóstico da SAOS é definido como o índice de apneia/hipopneia (IAH), que é o número de apneia e hipopneia por hora de sono; se for maior que 5 por hora e sintomas de sonolência diurna excessiva estiver presente ou maiores ou iguais a 15 por hora com ou sem sintomas. A severidade da SAOS pode ser classificada em leve (IAH de 5 a 15 por hora), moderada (AHI entre 15-30 por hora) e severa (IAH maior que 30). Há evidências que o CPAP melhora medidas de sono em comparação com o grupo controle.

Vinte e dois estudos realizados em pacientes com SAOS leve a severa evidenciaram melhores escores de ESS (“Epworth sleepiness scale”: um questionário auto-administrado em que os pacientes avaliam suas chances de dormir em diversas situações), reduziu índice de despertar e elevou a saturação mínima de oxigênio em comparação ao grupo controle.

Em relação a funções cognitivas e psicológicas, padrões hemodinâmicos, eventos cardiovasculares e controles metabólicos os estudos randomizados controlados ainda não são conclusivos. Entretanto estudos observacionais realizados em populações com SAOS demonstraram redução de mortalidade geral e cardiovascular em usuários de CPAP. Os estudos que compararam a efetividade do CPAP de uso nasal com oral ainda são inconclusivos. E em relação ao auto CPAP e CPAP fixo, com ou sem umidificação, não houve diferenças significativas quanto a adesão e efetividade do tratamento.

MADS

Estudos randomizados e controlados em pacientes com SAOS moderada a severa mostraram que o uso de MAD melhorou os sinais e sintomas da apneia do sono, incluindo a pontuação IAH, pontuação do índice de despertar e saturação mínima de oxigênio. Nenhum benefício de sobrevida claro ou reduções de doenças cardiovasculares foram associados com MADS.

Dez estudos compararam a eficácia do CPAP com MADS em pacientes com escores IAH médio entre 18 e 40 eventos por hora. O acompanhamento desses estudos variou entre 1 a 10 meses. Evidências de moderada qualidade mostraram que o CPAP é superior ao MADS para melhorar as medidas de sono, incluindo IAH e escores do índice de excitação e saturação mínima de oxigênio.

Intervenções para emagrecer

Três estudos controlados compararam várias intervenções de perda de peso para pacientes com escores IAH médias entre 9 e 37 eventos por hora. Estes estudos geralmente se aplicaram aos pacientes com IMC maior que 30 kg/m². O acompanhamento variou entre 2,3 a 12 meses. Os pacientes no grupo intervenção perderam 10,7-18,7 kg em comparação com os pacientes do grupo controle, que perderam 0,6 e 2,4 quilogramas. As pontuações IAH foram estatisticamente reduzidas variação de (-4 a -23 eventos / h ) nos grupos que receberam a intervenção de perda de peso em todos os três estudos.

Outras modalidades de tratamento

Estudos realizados não demonstraram benefícios do tratamento medicamentoso (mirtazapina, fluticasona, paroxetina, acetazolamida e pantoprazol); cirúrgico (uvulopalatofaringoplastia; uvulopalatoplastia a laser, ab lação com rad io f requenc ia , tons i lec tomia , adenoidectomia) em relação a grupos controle ou comparados com CPAP ou MAD.

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Management of Obstructive Sleep Apnea in Adults: A Clinical Practice Guideline From The American College of PhysiciansAmir Qaseem, MD, PhD, MHA; Jon-Erik C. Holty, MD, MS; Douglas K. Owens, MD, MS; Paul Dallas, MD; Melissa Starkey, PhD; Paul Shekelle, MD, PhD, and Clinical Guidelines Committee of the American College of Physicians;(Ann Intern Med. 2013;159(7):471-483)(Resumo por: Layla Bomfim Faleiros)

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Adesão ao CPAP

Cinco estudos avaliaram a adesão ao CPAP em pacientes com contagens de IAH entre 44 e 50 eventos por hora. Quatro estudos encontraram uma associação significativa entre elevadas pontuações IAH e aderência CPAP. Um estudo constatou que a idade mais jovem foi associada com maior aderência CPAP, embora dois outros estudos não encontrassem o mesmo resultado. Um estudo descobriu que a maior média basal de saturação de oxigênio e maior sonolência foram associadas com a adesão. De uma forma geral, evidências de qualidade moderada apontam para uma associação entre severidade e presença de sintomas com maior adesão ao CPAP. Associações de menor qualidade de evidência foram demonstradas com: idade mais jovem, presença de roncos e maior IMC.

A adesão ao tratamento MAD

Um estudo de coorte retrospectivo de baixa qualidade avaliou preditores para adesão ao tratamento MAD, mas não encontrou nenhuma associação significativa com a adesão. Não havia dados sobre intervenções para melhorar a adesão ao tratamento MAD.

Medidas para melhorar intervenção

Nove estudos avaliaram o efeito de um apoio e orientação extras sobre a adesão do paciente para uso de CPAP fixo ou auto-CPAP. O seguimento variou de 3 semanas a 1 ano. Sete estudos compararam protocolos de apoio, tais como telefonemas e programas de literatura, com os cuidados habituais, medindo adesão como horas de uso, por noite. Três estudos constataram que o apoio intensivo do paciente aumentou significativamente o uso de dispositivo de CPAP por uma média de 1,1 a 2,7 horas adicionais por noite. Em contrapartida, quatro outros estudos não encontraram diferenças significativas.

Intervenções comportamentais

Um estudo demonstrou que os pacientes que receberam terapia cognitiva comportamental foram 6,9 vezes mais propensos a aderir ao CPAP, usando-o durante mais horas por noite em comparação com o cuidado usual.

Efeitos adversos

Os efeitos mais graves foram relatados para intervenções cirúrgicas, principalmente para a cirurgia bariátrica ou oronasofaringianas. Afrouxamento dos dentes, danos da coroa dentária e dor da articulação temporomandibular foram os efeitos adversos mais comumente reportados com MADS, no entanto, conseqüências em longo prazo não foram relatadas. Em geral 5 a 15% dos pacientes em uso de CPAP relatam efeitos adversos significativos. Esses efeitos são transitórios e desaparecem com a modificação ou término da terapia.

Conclusões

O tratamento da SAOS baseia-se na presença de sintomas, severidade da doença e educação do paciente quanto aos fatores de risco e eventos associados. Há recomendações fortes que todos os pacientes com sobrepeso e obesos diagnosticados com SAOS devem ser encorajados a perder peso. A obesidade é um fator de risco para SAOS e evidências mostraram que as intervenções de perda de peso intensivo podem ajudar a reduzir a pontuação IAH e melhorar os sintomas da SAOS. Além disso, a perda de peso também traz muitos outros benefícios à saúde.

A segunda recomendação é o tratamento de pressão positiva contínua nas vias aéreas como terapia inicial para pacientes diagnosticados com SAOS. Em pacientes com sonolência diurna excessiva que foram diagnosticados com SAOS, CPAP é a terapia mais extensivamente estudada.

E, por fim, recomendam-se dispositivos de avanço mandibular como uma terapia alternativa para o tratamento de pressão positiva contínua nas vias para os pacientes diagnosticados com SAOS que preferem dispositivos de avanço mandibular ou para aqueles com efeitos adversos associados ao tratamento com CPAP.

Envie seu trabalho científico para a próxima edição da Revista de Clínica

Médica - UNICID

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A síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAOS) é caracterizada pela sonolência durante o dia e cessação (apneia) ou redução do fluxo de ar (hipopneia) durante a respiração à noite. A SAOS está associada significativamente a maior mortalidade e morbidade, mas uma vez identificada é possível ser tratada efetivamente com a perda de peso, pressão contínua positiva nas vias aéreas (CPAP) noturna e alguns procedimentos cirúrgicos. O tratamento com CPAP para SAOS melhora o controle para hipertensão, qualidade de vida e reduz a depressão e acidentes automobilísticos.

Para estabelecer o diagnóstico de apneia obstrutiva do sono, é necessário evidências de apneia, hipopneia ou ambos e cessação de fluxo aéreo apesar de a parede torácica mostrar esforço respiratório durante a polissonografia (Quadro 1)

Sintomas

Fadiga é um dos sintomas mais comuns relatados pelos pacientes a seus médicos de cuidados primários, e deve ser diferenciado de sonolência (Quadro 2).

Medidas Antropométricas

Obesidade está associada à SAOS e pode ser mensurada através do índice de massa corpórea (IMC). A circunferência do pescoço medida na altura da borda superior da cartilagem cricóidea pode indicar excesso de tecido adiposo na parte superior do corpo. Esta medição é realizada com o paciente em posição vertical.

Estrutura Crânio-facial

Médicos generalistas podem medir o espaço cricomental e o ângulo e distância tireomental. Como os pescoços ficam mais volumosos devido adiposidade aumentada, o espaço cricomental e a distância tireomental ficam encurtados (o espaço cricomental normal deve ser    ≥1.5 cm). (Figura 1A).Em relação aos pacientes sem apneia do sono, pacientes com SAOS tem um ângulo tireomental mais obtuso. Problemas na oclusão da arcada estão associados com retrognatia, a qual é definida como o aumento superior de 0.5 cm em retroposição, medindo do contorno inferior do queixo (o “gnatio”) até o ponto mais profundo do osso nasal superior (o “nasio”) (Figura 1B). Overjet é definido pelo aumento de 3 mm da distância ântero-posterior entre o incisivo superior e inferior. (Figura 1B)

Inspeção da Orofaringe

A inspeção da orofaringe determina se o aumento do tecido mole diminui o volume de fluxo de ar. O aumento das tonsilas palatinas, língua e úvula juntamente com a classificação de Mallampati estão associados com AOS. A classificação de Mallampati é avaliada com a protusão da lingua, ou de uma forma modificada com a língua estando no assoalho da boca. Tanto a classificação de Mallampati como o aumento tonsilar estão classificadas em 4 categorias, indicando com o aumento da classe, maior diminuição de volume do fluxo de ar nas vias aéreas.

Does This Patient Have Obstructive Sleep Apnea?The Rational Clinical Examination Systematic. Mayers KA, Mrkobrada M, Simel DL. JAMA. 2013;310(7):731-741(Resumo por: Beatriz Borusiewicz Tavares)

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Revista da Liga de Clínica Médica - UNICID / Volume 03 - Dezembro - 2013 9

Por que o senhor escolheu medicina?

Escolhi a medicina por ter afinidade com ciências

biológicas, por gostar de um relacionamento humano e

pessoal, e visando fazer algo importante que pudesse

ajudar as pessoas. É apenas dentro do curso que você

conhece aquilo que você escolheu, em termos de um

sentimento interno, saber o que fazer pelo outro, e

saber o que fazer por si mesmo.

Onde fez a faculdade?

Cursei medicina na Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo. Entrei na faculdade em

1966 e me formei em 1971. A partir do 5º ano eu já

estava no departamento de morfologia da Santa Casa

o qual englobava, na época, as matérias de histologia,

anatomia e embriologia. Depois de formado fiz o

eletivo em cadeiras básicas e fui contratado pela

faculdade como professor. Logo depois que me formei,

iniciei a pós-graduação em anatomia na FMUSP. Em

1990 passei no concurso público na FMUSP, mas não

assumi o cargo. Pouco tempo depois prestei outro

concurso público, dessa vez na Escola Paulista de

Medicina onde assumi a coordenação topográfica da

turma de medicina, onde fiquei de 1991 até me

aposentar.

E as boas lembrança da faculdade?

Tenho muitas boas lembranças dos meus de amigos,

dos bares e festas. Joguei basquete, futebol, vôlei e

corrida. Participei 5 anos do intermed e depois da

graduação fui para os jogos como técnico do time de

basquete. Tive excelentes professores que depois se

tornaram colegas de profissão. Esses colegas sempre

me ajudaram a subir na carreira profissional. Isso me

ajudou a ter uma grande bagagem. Procurei me

espelhar no que cada um de meus colegas tinha de

melhor .

Quais dúvidas o senhor teve na hora de decidir sobre a especialização?

É difícil falar que não se tem dúvidas, pois dúvidas

todos nós temos, isso faz parte do ser humano. Todos

nós temos dúvidas. Quem não tem dúvida, eu duvido

um pouco… Eu sentia mais afinidade pelas cadeiras

básicas, mas tinha dúvidas entre ortopedia e

obstétrica/ginecologia. Quando me formei a anatomia

tinha uma formação bem diferente da que existe hoje

em dia. Havia muita dissecação de cadáveres e os que

faziam eram geralmente médicos.

Entrevista Prof. Dr. Serafim Vincenzo Cricenti(Anglo Angelin Filho; Bharbara Soares de Andrade Batista; Fernanda Ribeiro Maia)

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Por que o senhor decidiu se tornar professor de anatomia?

Sempre gostei de estudar o corpo humano como um

todo, e através da anatomia humana pude descobrir a

vocação para lidar com o ser humano. Procurei

dissecar o corpo humano e explorar cada detalhe.

Embora minha especialidade seja anatomia, o estudo

era interligado com histologia e embriologia, o que

acabou despertando meu interesse por essas outras

m a t é r i a s . A l é m d i s s o , s e m p r e g o s t e i d o

relacionamento com os alunos.

Quais os desafios de ser um professor do curso de medicina?

Ser professor de um curso de medicina não é fácil,

porque sua cabeça vai lidar com cem mentes

diferentes de uma só vez. A gente aprende muito com

os estudantes, pois apesar de você estudar tanto, você

acaba se questionando em relação a maneira com que

eles fazem a pergunta. Porque isto você não leu em

nenhum livro. Assim você aprende a dar as respostas

que o livro não dá.

Para ser um professor deve-se ter um talento inato,

muita paciência e acima de tudo ter o prazer de

ensinar e aprender com os alunos.

Do que o senhor mais gosta da carreira de professor?

Do relacionamento humano entre o professor e aluno.

Saber que você ajudou, que foi útil de alguma forma,

que me preparei para isto e saber reconhecer os erros.

É preciso ter paciência e humildade.

Qual conselho o senhor pode dar aos alunos de medicina?

Aos alunos que estão se formando, acho que o mais

importante é saber ouvir o paciente, procure não ter

pressa para atender o paciente. Toquem nos

pacientes. O toque é importante. Cumprimentem,

conversem isso é muito importante para ganhar a

confiança.

Entrevista Prof. Dr. Serafim Vincenzo Cricenti

“Toquem nos pacientes. O toque é importante”

(Prof. Dr. Serafim V. Cricenti)

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A CARTA PARA O CUIDADO DE GESTÃO DA QUALIDADE DOS DOENTES CRÔNICOS

Autores principais: Davi Lopes Catanio de Oliveira, Mariana Marques Calsavara e Ornella MinelliCo-autores do trabalho: Giovana Todeschini Locatelli, Maraísa Melo Leite e Uaira Daniel dos Reis Santos.

INTRODUÇÃO:

O Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Resolução n.º 1.63/02, define o prontuário é um documento único, baseado em uma quantidade de informações feitas pelos fatos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele dado, que lhe dá a possibilidade de comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar e da continuidade da assistência prestada ao paciente, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”. Já a expressão prontuário médico é amplamente usada, o que lhe dá legitimidade. Entretanto é ambígua e, por isso é um objeto de críticas, sobretudo de outras áreas profissionais atinentes à assistência ao doente, pois a definição nos dicionários leva-nos a interpretar que prontuário é do médico ou usado só por médicos, desencorajando profissionais não-médicos de fazer suas observações, desfavorecendo o enfermo e a equipe assistencial.

OBJETIVOS:

Avaliar a qualidade das informações escritas nos prontuários médicos, para o seguimento de pacientes que necessita de um tratamento continuado., sem acúmulo de informações desnecessárias, permitindo dessa forma a otimização do trabalho dos profissionais da saúde no atendimento ao paciente.

METODOLOGIA:

O SISCOLO é um sistema de alimentação contínua de dados para todos os locais onde a mulher é atendida, então os gráficos são escolhidos para avaliar a qualidade dos registros médicos. Foram nesse caso, utilizados o relatório dos casos que não foram acompanhados para verificar a resolução dos casos.

RESULTADOS:

Foram levantados 80 registros, dos quais 94% não se encaixam nos critérios para o diagnóstico de uma lesão sugestiva de neoplasia cervical, que são definidas pelo INCA. Destes, 40% tinham informações sobre o desfecho do caso. As dificuldades em analisar os gráficos incluem a falta de sequencia cronológica das notas em folhas de evolução, registros excessivos que

dificultam a decisão de tratamento médico, a inconsistência entre os resultados do teste e notas nestes registros.

CONCLUSÃO:

O monitoramento de pacientes com teste anormal é primordial para uma ação efetiva na prevenção do câncer do colo do útero e para a organização das informações no prontuário médico permite um melhor tratamento da equipe multidisciplinar da ESF ao paciente. Como medidas já adotadas temos a entrega dos resultados de exames complementares aos pacientes, cabendo ao profissional da saúde a anotação completa dos resultados, sem necessariamente inchar o prontuário de dados. Outra medida adotada é o aumento de tempo disponível para cada consulta médica, de 20 para 30 minutos, permitindo um preenchimento mais completo, permitindo dessa forma o melhor acompanhamento para evitar qualquer perda de seguimentos.

Referências Bibliográficas:

Conselho Regional de Medicina do DF. Prontuário médico do paciente – guia prático de uso. Atualizada em: 9 mar. 2013. Acesso em: 9 mar. 2013. Disponível em: <http://www.crmdf.org.br/sistemas/biblioteca/files/7.pdf>INCA. SISCOLO. Atualizada em: 9 mar. 2013. Acesso em: 9 mar. 2013. Disponível em: <h t t p : / /www2 . i nca .gov.b r /wps /wcm/connec t /cancercoloutero/site/home/siscolo>

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE: RASTREAMENTO DE TRACOMA EM UM GRUPO DE ADOLESCENTES

César Augusto Furbino Marcondes de Moura

INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA

Tracoma é uma afecção inflamatória crônica da conjuntiva e da córnea, uma ceratoconjuntivite crônica recidivante que em decorrência de infecções repetidas pode levar a cicatrizes na conjuntiva palpebral. Em casos mais graves evoluem para sequelas, provocando lesões corneanas importantes, podendo levar a cegueira. É considerada a principal causa de cegueira evitável do mundo. É responsável pela conjuntivite de inclusão, pelo linfogranuloma venéreo e por outros quadros de doenças sexualmente transmissíveis. Sua fonte de infecção são as clamidianas onde são limitadas às superfícies de mucosas de humanos. Indivíduos até 10 anos de idade com infecção ativa são considerados o maior reservatório de transmissão de doença em uma comunidade. Crianças com Tracoma também podem portar o C. trachomatis nos tratos respiratório e gastrointestinal. O diagnóstico clínico baseia-se na verificação da presença ou ausência de cinco sinais-chave: inflamação tracomatosa folicular (TF), inflamação tracomatosa intensa (TI), cicatrização conjutival tracomatosa (TS), triquíase tracomatosa (TT), opacificação corneana (CO). Neste contexto, procurou-se realizar uma busca ativa para rastrear e monitorar vulnerabilidades e riscos à saúde, analisar o perfil clínico-epidemiológico e identificar infecções ativas do Tracoma, em um grupo de adolescentes.

OBJETIVOS

Realizar rastreamento de Tracoma em um grupo de adolescentes matriculados no ensino fundamental II e médio da EE Vila Any, no município de Guarulhos para analisar o perfil clínico-epidemiológico, identificar infecções ativas do Tracoma e propor intervenções.

MATERIAL E MÉTODO

Pesquisa exploratória e quantitativa. Participaram dessa amostra 578 adolescentes de um total de 884 alunos matriculados, 7 não assinaram o TCLE. Para este estudo, inicialmente foi realizada qualificação profissional para a equipe de saúde da família das áreas 4,6,7,91 da UBS Jd Jacy e os estudantes de medicina, para realizar o exame ocular utilizando-se lupa binocular de 2,5 vezes de aumento e iluminação adequada com foco luminoso, pelas Dra. Heloisa Borges, médica generalista da UBS Jardim Jacy, e

pela funcionária Maria Ângela Maurício do Centro de Vigilância Epidemiológica – Prof. Alexandre Vranjac. A análise estatística dos dados coletados foi feita pelo programa Excel 2010 da Microsoft.

RESULTADO/DISCUSSÃO

Neste estudo encontramos 4 adolescentes com infecção ativa. A transmissão só ocorre nesta fase (formas inflamatórias) da doença. Deste modo, a estratégia de saúde da família tem um papel importante na detecção precoce desta doença, com ações de prevenção por meio da Educação em Saúde, já que a principal forma de transmissão é o contato de olho a olho, ou através de objetos contaminados (toalhas, lenços, lençóis e/ou fronhas). Alguns insetos como a mosca doméstica (Musca domestica) e ou a lambe-olhos (Hippelates sp.) podem atuar como vetores mecânicos, encontrados na eliminação inadequada de dejetos, associadas às más condições sanitárias e de higiene propiciam a disseminação da doença.

CONCLUSÃO

A prevenção e promoção à saúde por meio de rastreamentos e monitoramento dos indicadores de saúde contribuem para que se possam realizar ações i n t e r s e t o r i a i s p a r a o e n f r e t a m e n t o d a s vulnerabilidades e riscos, que possam comprometer o desenvolvimento da visão e o processo de aprendizagem, importantes para o desenvolvimento pleno da cidadania.

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POLÍTICAS PÚBLICAS RESULTADO DE PEQUENAS AÇÕES, SIM É POSSÍVEL. Chudo, M.L.**; Batista, B.S.A.*; Maia, F.R.*; Gasparotti, C.H.*; Borges, E.F.N.*; Claveau, G.*

** Professora orientadora da Universidade Cidade de São Paulo * Alunos de graduação em medicina da Universidade Cidade de São Paulo

Email: [email protected]

Os adolescentes são a chave de qualquer processo de transformação social, já que formam o grupo mais numeroso do país e, portanto, aquilo que pensam e dizem tem relevância não só para eles mais para a sociedade. Pressupõe então que o adolescente bem assistido hoje pode ser o adulto sadio de amanhã. Tal situação reforça a atuação do profissional de saúde quanto à prevenção de riscos e à promoção de saúde do adolescente.

Na Unidade Básica de Saúde Jd. Rosa de França, foi constatado que os adolescentes não frequentavam as consultas de rotina e prevenção. Algumas adolescentes, por volta dos 14 anos, frequentavam a unidade apenas para realizar testes de gravidez ou para iniciar o pré-natal. A partir desta realidade foi proposta uma ação que fosse ao encontro destes jovens para levar informação e educação em saúde.

A implementação dessas ações pelos profissionais de saúde não é simples, uma vez que os adolescentes não freqüentam as unidades de saúde rotineiramente. Desse modo, é importante que a UBS busque integrar as práticas de saúde com a escola. Considerando os problemas enfrentados na saúde do adolescente, esse projeto visa a implementação de meios que possibilitam a melhor inclusão do adolescente na saúde.

GOMES, C. M.; HORTA, N. C. Promoção de saúde do adolescente em âmbito escolar. Rev. APS. v.13, n.4, p.486-499, out. /dez. 2010. AMARANTE A.G.M.; SOARES, C.B. Adolescência no SUS: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. v. 17, n. 3, p. 154-159, 2007,

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). [Acesso em 20 out de 2011]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm.

Objetivo Geral Implantação de um programa de saúde do adolescente nas escolas publicas do município de Guarulhos.

Objetivos específicos 1. Sensibilizar os professores em relação à saúde do adolescente. 2. Sensibilizar os próprios adolescentes em relação a sua saúde. 3. Elaborar uma ficha de dados básicos de identificação e queixas principais dos alunos. 4. Orientar os adolescentes sobre violência, bullying e maus tratos. 5. Orientar os adolescentes sobre sexualidade e saúde reprodutiva.

A ação foi desenvolvida na cidade de Guarulhos no estado de São Paulo, com alunos carentes de 7 a 16 anos, os quais moram em uma comunidade instalada num bolsão de pobreza desta cidade. Foram desenvolvidas atividades informativas sobre educação sexual e prevenção à saúde. Foram realizados antropometria, aferição da pressão arterial e os alunos responderam questionário de identificação pessoal e questões sobre o estado geral de saúde.

Durante a atividade informativa foi sugerido aos alunos que escrevessem em papéis qualquer tipo de dúvida que tivessem em relação à saúde e que depositassem em uma caixinha.

Os resultados qualitativos resultantes da antropometria foi o observado o esperado: parte dos jovens estão com sobrepeso ou obesidade, e alguns apresentaram quadro de pressão arterial acima da faixa de normalidade. Muitos fazem tratamento psicológico, não frequentam a unidade básica de saúde, não se alimentam adequadamente e não praticam atividade física.

O que mais nos chamou atenção foram as dúvidas dos adolescentes referentes ao uso de métodos contraceptivos, doenças como HPV, gravidez precoce, aborto e até desabafos, como por exemplo: “ do que adianta vocês virem falar de saúde se nós adolescentes desta cidade nem estamos aí com a vida”.

A partir desta análise foi efetuada uma reunião com a equipe multidisciplinar para implantar ações que possam intervir com a situação biopsicossocial desta comunidade. Em paralelo, aconteceu na cidade Guarulhos o projeto “Saúde Participativa”, onde os membros da Unidade Básica de Saúde e representantes da Universidade solicitaram à prefeitura do Município a implantação de uma Casa do Adolescente.

Com todas as ações realizadas, ainda esperamos a realização de novas políticas públicas e constatamos que novas necessidades são os nossos novos desafios. Uma pequena ação que poderá transformar a realidade de muitos que dela necessitam.

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einstein. 2007; 5(4):392-393

392 Giaccio CMRS, Epstein MG, Calore EE, Moura CAFM, Tavares CN

APRENDENDO POR IMAGEM

O hímen é um remanescente embriológico de tecido mesodérmico, que normalmente é perfurado durante o desenvolvimento embrionário. O hímen imperfurado é uma malformação congênita que ocorre em 0,1% das recém-nascidas(1). A importância do seu diagnóstico se deve ao fato de ser uma anomalia do desenvolvimento sexual sem conotação com intersexo e de fácil resolução cirúrgica.

Pode ser reconhecida ao nascimento, em virtude da presença de hidromucocolpo(2), porém o não diagnóstico de uma imperfuração himenal torna-se evidente na puberdade devido ao desenvolvimento de hematocolpo e hematometria, pelo acúmulo progressivo de sangue menstrual na vagina, útero e tubas uterinas(3).

A forma de apresentação clínica mais freqüente é amenorréia primária em adolescente com caracteres sexuais secundários desenvolvidos e dores cíclicas inespecíficas de baixo ventre, perineal e lombar, com duração de 12 a 15 meses, acompanhada ocasionalmente de retenção urinária e constipação, estas últimas secundárias à pressão do hematocolpo sobre a bexiga e reto, respectivamente. O diagnóstico é confirmado pelo simples exame genital. O hematocolpo se traduz pela protrusão do hímen, enquanto o hematometra pela presença de massa na porção inferior do abdome(1). Relata-se o acúmulo de até 3.000 ml de sangue no trato genital inferior. Uma certa porcentagem dos casos pode evoluir para ruptura uterina, endometriose e aderências pélvicas, que podem resultar em complicações como infertilidade(2,4). A ressonância nuclear magnética é considerada padrão-ouro para o diagnóstico de anomalias dos ductos müllerianos que podem acompanhar este quadro, permitindo também avaliar as estruturas envolvidas e calcular o volume hemático presente(5).

Hímen imperfurado em adolescente de 13 anosImperforate hymen in a 13-year- old adolescent

Claudia Maria Ricardo Serafim Giaccio1, Marina Gabrielle Epstein2, Edenilson Eduardo Calore3, César Augusto Furbino Marcondes de Moura4, Candice Norões Tavares5

1 Mestre em Ciências pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.2 Acadêmica do Curso de Medicina, Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo (SP), Brasil.3 Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP; Chefe do Departamento de Anatomia Patológica do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo (SP), Brasil.4 Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo (SP), Brasil.5 Acadêmica do Curso de Medicina, Universidade Cidade de São Paulo – UNICID , São Paulo (SP), Brasil.

Autor correspondente: Claudia Maria Ricardo Serafim Giaccio – Rua Dona Januária 35 – Jardim Anália Franco – CEP 03336-055 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 6671-7012 – e-mail: [email protected].

Data de submissão: 7/5/2007 – Data de aceite: 5/7/2007

Figura 1. Genitália externa: visualização do hímen imperfurado

Figura 2. Aspecto da genitália externa após correção cirúrgica

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Busca activa de pacientes con síntomas respiratorios para detección precoz y el

control de la Tuberculosis Danielle Tanus Dal Molin*, Gabriela Samaha França*, Guilherme Santoro Bagnatori*, Priscilla Terezinho Alves*, Tayna Ferreira El Kadri*, Thales Guardia de Barros*, Abrão Restom**, Elizabeth Yu Me Yut Gemignani**.

Universidade Cidade de São Paulo – UNICID - SP

INTRODUCCIÓN: La tuberculosis es una enfermedad grave, se transmite y se encuentra entre las principales causas de muerte en el mundo, que afecta principalmente a personas en condiciones de pobreza. La Organización Mundial de la Salud (OMS) ha estabelecido tres objetivos para el control de la enfermedad: detectar el 70% de los casos estimados que son propensos a la infección, curar el 85% de los casos notificados en el sistema de salud, reducir el abandono del tratamiento del 5%. En Brasil, el Ministerio de Salud en 2003 se reconoció la tuberculosis como una enfermedad desatendida y su control se convirtió en una prioridad nacional. En 2006 se lanzó el Plan Mundial para Detener la Tuberculosis, con los siguientes objetivos: la reducción para el año 2015 la prevalencia y las muertes causadas por la tuberculosis en un 50% en comparación con 1990, y eliminar la tuberculosis para el año 2050, limitándolo a un caso por millones. Para ello, no hay necesidad de promover la salud a través de acciones estratégicas que permitan la sensibilización del público a los cambios en el estilo de vida social, ambiental y mediante la movilización social y educación sanitaria.

OBJETIVOS:Busca activa de pacientes con síntomas respiratorios entre la población de la ciudad de Mairiporã para la detección precoz y el control de la tuberculosis, y entregar un folleto de orientación sobre esta enfermedad.

METODOLOGÍA: Enfoque descriptivo con estructura cuantitativa y cualitativa. Cuestionario estructurado por datos personales y los síntomas respiratorios. Se realizó una muestra de esputo para confirmar los síntomaticos. Los datos fueron recolectados durante el mes de octubre de 2011 entre los usuarios del Servicio de Urgencias del Hospital, del Policlínico y del una Unidad Familiar de Salud de Mairiporã. Todos los participantes firmaron un consentimiento informado. El análisis estadístico usando Microsoft Excel.

RESULTADOS: 152 cuestionarios fueron respondidos, 137 se encontraban asíntomaticos y solamente 15 síntomaticos, con resultados negativos. En la mayoría de los casos son asíntomaticos crónicos, las personas apenas buscan atención médica en el momiento de exacerbación de su enfermedad crónica. Ese contexto refuerza la necesidad de repensar la forma de organización de los servicios de salud, para la deteccíon precoz de enfermidades.

CONCLUSÍON: La incorporación de la búsqueda activa de pacientes consíntomas respiratorios en control de la tuberculosis requiere un conjunto de acciones en los tres niveles de atención de la salud con el fin de avanzar en una nueva lógica en el proceso de trabajo con las actividades de movilización social, información, la educación en salud de manera que podamos alcanzar lo objetivo de reducir la prevalencia y muertes causadas por la tuberculosis en el país como un problema de salud pública.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - Proyecto Global de la Tuberculosis Brasil; Deja que el sol en - las contribuciones para

el control de la tuberculosis y la adherencia al tratamiento. - Nogueira J.A, Ruffino Netto A, Monroe A. A. et al activo búsqueda de síntomas

respiratorios en el control de la tuberculosis en la percepción de la Comunidad Saúde.Revista Agente de Enfermería, v.09, n.01, p.106-118 de 2007.

- J. Muñiz N.; paja P. F.; A.A. Monroe et al. La incorporación de la búsqueda activa de sintomáticos respiratorios para el control de la tuberculosis en la práctica de los agentes comunitarios de salud. Ciencia y Salud, 10 (2) :315-321, de 2005

* Terceiro anistas del Curso de Medicina de la Universidad de São Paulo – SP - UNICID Preceptores ** Programa de Integración en Salud Comunitaria do curso de medicina de la Universidad de Cidade de São Paulo – SP - UNICID

PROPUESTA DE ACCIÓN: Para garantizar la continuidad de los debates, los procesos de trabajo están experimentando cambios importantes que los mecanismos de flujos de comunicación a diferentes niveles pueden ser garantizadas y las acciones de salud tienen un impacto en el control de la tuberculosis.

ANÁLISE DE LOS RESULTADOS: Considerando que, en la mayoría de los casos son asintomáticos enfermedades crónicas, las personas no buscan atención médica en el momento de la exacerbación aguda de su enfermedad crónica. El trabajo de rutina en la atención de emergencia de eventos agudos reduce las posibilidades de recibir el usuario profesional, para evaluar su estado de salud real, y llevar a cabo una búsqueda activa de control de la tuberculosis. El trabajo de rutina en la atención de emergencia de eventos agudos reduce las posibilidades de recibir el usuario profesional, para evaluar su estado de salud real, y llevar a cabo una búsqueda activa de control de la tuberculosis. Por lo tanto, este contexto refuerza la necesidad de repensar la forma en los servicios de salud están organizados.

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Revista da Liga de Clínica Médica - UNICID / Volume 03 - Dezembro - 2013 16

!  INTRODUÇÃO: O Brasil ocupa no ranking da Organização Mundial da Saúde (OMS) a 77ª posição dos países com maiores taxas de obesidade. A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, em que ocorre uma sobreposição de fatores genéticos e ambientais, sendo caracterizada pelo excesso de tecido adiposo associado ao aumento de peso corporal. Resulta do desequilíbrio entre consumo excessivo de alimentos calóricos e atividade física reduzida. O excesso de peso afeta 16,7% dos adolescentes, sendo que 2,3% são obesos. A obesidade esta relacionada com o surgimento de várias morbidades como: hipertensão arterial e diabetes mellitus. Essas doenças tem inicio cada vez mais precoce, agindo de forma �silenciosa�, por isso a promoção e o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis na infância e na adolescência adquirem valor e importância ímpares na promoção da saúde e prevenção do adoecimento na vida adulta.

!  CONCLUSÃO

Concluímos que os resultados obtidos das crianças e adolescentes tem uma grande probabilidade de aumentar. Caso esse padrão permaneça sem intervenções imediatas, essas crianças serão adultos portadores de doenças crônicas não transmissíveis num curto prazo.

* Graduandos da 5ª Etapa do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID ** Preceptora do PISCO do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID

Estudo epidemiológico de obesidade em creches e escolas acompanhadas pela

Unidade Básica de Saúde Jardim Rosa de França do município de Guarulhos.

). ).

!  OBJETIVO Os objetivos deste estudo são levantar e analisar os

dados sobre a obesidade na população escolar que fazem parte do Programa Saúde na Escola.

!  METODOLOGIA Foram avaliados 807 alunos entre 6 meses e 14 anos

nas escolas EPG Margarida da Conceição, EE Juvenal Ramos Barbosa e Prof. José Roberto Friebolin, entre os meses de fevereiro à abril de 2012. Os dados colhidos para avaliação e posterior análise do perfil foram: idade, peso, altura, IMC (índice da massa corporal) e pressão arterial. Os parâmetros seguem o preconizado pelo Caderno de Atenção Básica da Saúde na Escola de 2009.

Hilário, A.C*; Batista, B.S.A.*; Gasparotti, C.H.*; Borges, E.F.N.*; Maia, F.R.*; Claveau, G.*; Dib, R.M.*; Chudo, M.L.**

!  RESULTADOS

Em relação os dados totais obtidos, encontramos uma taxa de 14,8% de sobrepeso, 8,3% de obesos e 2,2% de obesos graves sendo compatíveis com os dados epidemiológicos utilizados para análise da OMS e Ministério da Saúde.

!  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - BRASIL, Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. - RIBEIRO, P.C.P; ARAÚJO, S.D.P. Saúde na Escola. Guia para uma adolesc6encia saudável. - OLIVEIRA, Cecília L. de; FISBERG, Mauro. Obesidade na infância e adolescência: uma verdadeira epidemia. Arq. Bras. Endocrinol Metab, São

Paulo, v. 47, n. 2, Apr. 2003.

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Avaliação do impacto sobre a vida social, bem estar físico e emocional dos cuidadores de

indivíduos acamados na comunidade Palmira – Guarulhos.

Rodrigues, M. *; Oliveira, N.*; Moraes, A.*; Rivera, C.*; Neman, F.**

! INTRODUÇÃO: A" presença" do" cuidador" no" lar" tem" sido" frequente,"

tornando5se" parte" integrante" das" ações" em" saúde"

junto" com" a" equipe" de" saúde" da" família." Com" esse"

foco," surgiu" o" interesse" de" trabalharmos" a" temá@ca"

do" papel" do" cuidador" frente" ao" paciente" acamado."

Entende5se" como" cuidador" a" pessoa" que" presta"

cuidados"ao"paciente"acamado"dentro"do"domicílio."

De"acordo"com"Alvarenga,"Amendola,"Oliveira"(2008),"

os" cuidadores" de" pacientes" acamados" estão" lidando"

com" alto" nível" de" incapacidade" funcional" e," nesses"

casos,"a"sobrecarga"afeta"diretamente"a"qualidade"de"

vida"desses"cuidadores."

""

"! OBJETIVO: Avaliar" o" impacto"na"qualidade"de" vida" do" trabalho"

de"ser"cuidador"de"pessoas"acamadas"da"UBS"Jardim"

Palmira"–"Guarulhos.

! METODOLOGIA: A"população"do"estudo"foram"cuidadores"de"indivíduos"

acamados," cadastrados" no" PSF" da" Unidade" Jardim"

Palmira" –" Guarulhos." Os" dados" foram" coletados"

durante" o" primeiro" semestre" de" 2013," através" da"

Escala" de" Zarit" Burden" Interview" (ZBI)" contendo" lista"

com"22"afirma@vas,"que"avaliam"o"quanto"as"a@vidades"

do"cuidado"têm"impacto"sobre"a"vida"social,"bem"estar"

[sico" e" emocional" do" cuidador." Após" aprovação" do"

Comitê"de"É@ca"da"UNICID,"os"dados"foram"coletados"e"

analisa"dos."

""

ANÁLISE DOS DADOS: Entendendo5se" que" as"perguntas"referem5se"à"qualidade"de"vida"e"o"impacto"

causado" pela" relação" entre" cuidador" e" acamado,"

podemos" concluir" que," pelo" gráfico" 1," existe" uma""

ó@ma"relação"entre"cuidador"e"acamado."

No" gráfico" 2" " entendemos" que," apesar" do" bom"

resultado," não" se" pode" excluir" o" resultado"

desfavorável,"pois"a"soma"destes"deram"mais"de"50%.""

"

"

"

"

"

"

"

"

"

"*"Aluna;"Graduação"Medicina/UNICID5"São"Paulo/Brasil;"

**"Preceptora;"Graduação"Medicina/UNICID5"São"Paulo/Brasil"

"

"

"

CONCLUSÃO: Os" resultados" da" pesquisa" mostraram" que" o" grupo" de"

cuidadores" cadastrados" na" UBS" Palmira" sente5se"

sobrecarregado"por"assumir"a"responsabilidade"de"cuidar"de"um"

acamado." Mas" a" maioria" dos" cuidadores" respondeu"

posi@vamente" ao" ques@onário," mostrando" que" sua" dedicação"

para" com"o"enfermo"não" influencia"de" forma"geral" na" relação"

entre"ambos."Isso"significa"que"apesar"do"impacto"na"vida"social"

e"emocional"dos"cuidadores," "esses"con@nuam"persistentes"no"

tratamento"do"acamado."

"

E-mail: [email protected]

! REFERÊNCIAS: 1."ALVARENGA,"M."R."M.;"AMENDOLA,"F.;"OLIVEIRA,"M."A."C."Qualidade"de"vida"dos"cuidadores"de"pacientes"

dependentes"no"programa"de"Saúde"da"Família."Revista"Texto"e"Contexto,"Florianópolis,"2008"abr5jun;"17"(2):"

266572."

""

2." BRASIL."MINISTÉRIO" DA" SAÚDE." Secretaria" de" Atenção" à" Saúde." Secretaria" de" Gestão" do" Trabalho" e" da"

Educação"na"Saúde."Guia"prá@co"do"cuidador."Brasília,"!

0"

10"

20"

30"

40"

50"

60"

nunca"

raramente"

"algumas"vezes"

frequentemente"sempre"

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"%"de"respostas""

%!de!Respostas:!Nunca " " " ""58"

Raramente " " ""6,7"

Algumas""vezes"" "12,5""

Frequentemente ""7,6"

Sempre" " " "15,2"

"

%!de!Respostas:!Nunca " " " ""42,9"

Raramente " " """9,5"

Algumas""vezes"" """19""

Frequentemente""""""14,3"

Sempre" " """ "14,3"

Gráfico 1: Frequência em % de quanto o cuidador se sente sobrecarregado

Gráfico 2: Frequência das vezes em que os cuidadores sentem-se sobrecarregados