Classificação das Micoses

43
Classificação das Micoses Micoses Superficiais: Acometem as camadas superficiais da pele e dos pelos Micoses Cutâneas ou Dermatofitoses: Acometem a epiderme mais profunda e invadem pelos e unhas Micoses Subcutâneas: Acometem a derme, tecido subcutâneo, músculos e fascias Micoses Sistêmicas: Acometem órgãos e sistemas internos Micoses Oportunistas: Acometem indivíduos debilitados

Transcript of Classificação das Micoses

Classificação das Micoses

Micoses Superficiais: Acometem as camadas superficiais da pele e dos pelos

Micoses Cutâneas ou Dermatofitoses: Acometem a epiderme mais profunda e invadem pelos e unhas

Micoses Subcutâneas: Acometem a derme, tecido subcutâneo, músculos e fascias

Micoses Sistêmicas: Acometem órgãos e sistemas internos

Micoses Oportunistas: Acometem indivíduos debilitados

MICOSES CUTÂNEAS Tineas ou Dermatofitoses

Agentes: Dermatófitos são fungos que têm afinidade pela queratina da pele, unhas e cabelos.

Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton

Habitat: Geofílicos (solo), Zoofílicos (animais) e Antropofílicos (homem)

Distribuição geográfica: Variação de espécies por região.

Mais freqüente em áreas tropicais: verão e outono

Hospedeiro: Indivíduos expostos a alta carga de fungos e com abrasão da pele (pele úmida e quente)

MICOSES CUTÂNEAS Tineas ou Dermatofitoses

Classificação

Por nicho ecológico: Geofílicos (solo) Zoofílicos (animais) Antropofílicos (homem)

Por topografia das lesões: Tinea pedis Tinea corporis Tinea cruris Tinea capitis Tinea ungueum

Tineas ou Dermatofitoses

Patogenicidade: fatores de virulência

1) Atividade de queratinases, elastases, sulfatases e lipases são importantes na implantação da micose.

2) Alguns lipídeos do fungo são capazes de estimuar resposta alérgica enquanto mananas da parede celular têm efeito imuno-inibitório.

Patogenicidade: fatores de virulência Queratina = proteína insolúvel proteases queratinolíticas Invasão peptídeos alergênicos (IgE)

Queratinócitos: barreira física contra microrganismos mediador de resposta imune (TGF, TNF-, IL-1, IL-6, IL-8) Fator quimiotático para neutrófilos e linfócitos Inflamação

Tineas ou Dermatofitoses

Tinea Capitis Prevalência: maior em crianças (epidemias escolares)

Clínica: Couro cabeludo eritematoso e descamante (A) Queda dos cabelos com tonsura (B e C) Queda e destruição do folículo piloso (D) Processo inflamtório associado (Kerion Celsi)

Etiologia: Microspórica (lesões grandes, delimitadas, poucas)

Tricofítica (lesões pequenas, difusas, numerosas)

Tinea capitis tonsurante

Lesão em couro cabeludo Quebra dos cabelos Alopecia temporária

A

Tinea capitis tonsurante

C D

Tinea favosa: Alopecia definitiva Trichophyton schoenleinii

Kerion Celsi

Alopecia definitiva

Tinea barbae: Trichophyton verrucosum

Tinea ungueum: Onicomicose

Prevalência: maior em mulheres (idade adulta)

Clínica: perda do brilho e da cor normal hiperceratose subungueal, início pela borda livre não acomete a matriz ungueal

Etiologia: Trichophyton sp Epidermophyton floccosum

Tinea ungueum

Perda do brilho e cor Hiperceratose Borda livre

Tinea ungueum

Compromotimento subungueal mas não de matriz

Evolução crônica

Paciente HIV+

Predisposição profissional

Tinea pedis

Prevalência: jovens; associação com o tipo de calçado (temperatura e umidade)

Clínica: Forma interdigital – eritema e descamação com maceração, podendo fissurar. Muito pruriginosa. Forma vésico-bolhosa – caráter agudo, com vesículas e bolhas nos cavos plantares. Pruriginosa. Forma escamosa crônica – hiperceratose plantar e descamação crônica. Não pruriginosa.

Agentes: Trichophyton rubrum Trichophyton mentagrophytes Epidermophyton floccosum

Tinea pedis interdigital

Tinea pedis vésico-bolhosa

Tinea pedis escamosa crônica

Hiperceratose

Tinea cruris

Prevalência: Maior em jovens do sexo masculino Região quente e úmida

Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Crescimento centrífugo Bordas ativas com vesículas Muito pruriginosas

Etiologia: Trichopyton rubrum Trichophyton mentagrophytes Epidermophyton floccosum Microsporum canis

Tinea cruris x

Eritrasma

Fatores Predisponentes

Umidade

Calor Obesidade

Roupa Higiene

Tinea Corporis Prevalência: associada aos fatores predisponentes umidade, clima, profissão, hospedeiro, exposição

Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Lesões circulares que confluem (aspecto circinado) Crescimento centrífugo com centro livre e bordas ativas (vesículas) Muito pruginosas e contagiosas

Etiologia: Qualquer

dermatófito

Aspecto circinado

Tinea manum

Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Crescimento centrífugo. Freqüência baixa

Mícide

Conceito: manifestação alérgica à distância, provocada por um foco de infecção fúngica bem inflamatório, geralmente por dermatófitos zoofilicos ou geofílicos.

As mícides têm o mesmo aspecto clínico das Tineas, mas são desabitadas. Regridem com o tratamento do foco fúngico. Se localizam preferencialmente nas mãos, mas podem se manifestar em outros sítios do tegumento.

Tinea manum e

Mícide

Tinea manum infectada

Tinea profunda

Forma vegetante que se manifesta em indivíduos com deficit da imunidade celular (transplantados renais, HIV+, diabéticos, lupus eritematoso).

Pode haver comprometimento sistêmico.

Resposta inflamatória exagerada – Kerion Celsi da pele glabra.

Agentes: Trichophyton rubrum Microsporum audouinii

Tinea profunda

Tinea Imbricata

Sinonímia: Tokelau ou Chimberê

Agente: Trichophyton concentricum

Hospedeiro: populações indígenas da América Central, Pacífico e Norte do Brasil. Doença com influência genética

Tratamento das Dermatofitose

Tópico: Lesões localizadas

Sistêmico: Tinea capitis e Tinea ungueum

Tratamento das dermatofitoses

Medidas profiláticas contra as Dermatofitoses

1) Evitar a umidade 2) Evitar calçados plásticos ou fechados 3) Usar roupas de algodão (meias e roupas íntimas) 4) Lavar e ferver roupas que tenham contato com as áreas

afetadas, inclusive pente e escova de cabelo 5) Evitar contato com animais doentes 6) Exame obrigatório em locais públicos (creches, piscinas,

quartéis)

Diagnóstico laboratorial das Dermatofitoses

1) Coleta do material 2) Exame direto KOH 20%

3) Cultura em Sabouraud

Exame micológico direto com KOH 20%

Parasitismo pêlo ectothrix Parasitismo pêlo endothrix

Escamas ou unhas

Exame micológico direto com KOH 20%

Identificação de Dermatófitos

1) Tempo de crescimento ágar-Sabouraud-dextrose com cloranfenicol

2) Características macroscópicas cor, aspecto, textura, bordos

3) Características microscópicas - Elementos vegetativos hifa em espiral, raquete, pectinada - Elementos reprodutivos: esporos (conídios) cor, tamanho, disposição

Características macroscópicas dos dermatófitos

Tempo de crescimento, pigmentação, textura

Microcultivo em lâmina

Características microscópicas dos dermatófitos

T. rubrum

T. entagrophytes

E. floccosum

Principais Dermatófitos

no Brasil

M. canis

MINS, C. et al. Microbiologia médica. 5.ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2014

MURRAY, C. et al. Microbiologia médica. 6.ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2009

TORTORA, G.J. et al. Microbiologia . 10.ed. Artmed, Rio de Janeiro, 2012

VERONESE ,R. ; FOCACCIA, R. Tratado de infectologia . 4.ed. Atheneu, 2010

Referências Bibliográficas