Characterization of aquatic insects fauna and environmental...

11
97 REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 11 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Caracterização da fauna de insetos aquáticos e diagnóstico ambiental do Córrego dos Aflitos (Alfenas, MG) Cristiane Lopes Lionello 1 , Maria José dos Santos-Wisniewski 2 e Paulo Augusto Zaitune Pamplin 3 RESUMO Alterações antrópicas podem resultar na perda da diversidade biológica e, consequentemente, na alteração da estrutura das comunidades biológicas. Em ecossistemas aquáticos lóticos, a entomofauna aquática, em geral, é um dos componentes que melhor reflete o grau de integridade ambiental. Com base nesta premissa o presente estudo teve por objetivo caracterizar a fauna de insetos aquáticos e diagnosticar ambientalmente o Córrego dos Aflitos, situado no município de Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego, com diferentes graus de impactos. As coletas foram realizadas nos períodos chuvoso (fevereiro/2010) e seco (julho/2010). Para a coleta dos organismos utilizou-se uma rede D com malha de 250μm, além da análise da fauna local foram feitas análises físicas, químicas da água e do sedimento. O córrego do Aflitos é um corpo d’água de baixa ordem (3ª ordem) com águas levemente ácida (pH variando entre 4,60 e 6,62). O ponto C1 foi caracterizado como mesotrófico, enquanto os pontos C2 e C3 foram caracterizados como eutróficos. Os resultados apontaram maior riqueza e diversidade no ponto C1; os pontos C2 e C3 apresentaram valores mais baixos de riqueza e diversidade, além da elevada participação de larvas do díptero Chironomus, gênero reconhecidamente tolerante à poluição orgânica. Os índices BMWP e ASPT sugerem que todo o córrego apresenta uma condição insatisfatória em relação à integridade ecológica. Palavras-chave: bioavaliação, qualidade da água, entomofauna, córrego, diversidade, índice BMWP. Characterization of aquatic insects fauna and environmental diagnosis of Córrego dos Aflitos (Alfenas, MG). ABSTRACT Anthropogenic changes may result in loss of biological diversity and hence the change in biological community structure. In lotic ecosystems, the aquatic insect fauna in general is one of the components that best reflects the degree of environmental integrity. Based on this premise the present study aimed to characterize the fauna of aquatic insects and environmentally diagnose of Córrego dos Aflitos, located in Alfenas, Minas Gerais. We analyzed three sections of the stream, which different degree of impacts. Samples were collected during the rainy (February/2010) and dry (July/2010) periods. To collect the bodies used a D-net sampler with a mesh of 250μm, besides the analysis of faunal analysis was performed on the physical, chemical of water and sediment. The Aflitos stream is a low order waterbody (3rd order) with water slightly acidic (pH ranging between 4.60 and 6.62). The sampling point C1 was characterized as mesotrophic, while the points C2 and C3 were characterized as eutrophic. Results showed higher richness and diversity in section C1, C2 and C3 points showed lower values of richness and diversity, beyond the high participation of larvae of the dipteran Chironomus, genus known tolerant to organic pollution. BMWP and ASPT indexes suggest that the entire stream has an unsatisfactory condition with respect to ecological integrity. Keywords: bioassessment, water quality, insect, stream, diversity, BMWP index.

Transcript of Characterization of aquatic insects fauna and environmental...

Page 1: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

97

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228

Volume 11 - Número 1 - 1º Semestre 2011

Caracterização da fauna de insetos aquáticos e diagnóstico ambiental do Córrego dos Aflitos (Alfenas, MG)

Cristiane Lopes Lionello1, Maria José dos Santos-Wisniewski2 e Paulo Augusto Zaitune Pamplin3

RESUMO Alterações antrópicas podem resultar na perda da diversidade biológica e, consequentemente, na alteração da estrutura das comunidades biológicas. Em ecossistemas aquáticos lóticos, a entomofauna aquática, em geral, é um dos componentes que melhor reflete o grau de integridade ambiental. Com base nesta premissa o presente estudo teve por objetivo caracterizar a fauna de insetos aquáticos e diagnosticar ambientalmente o Córrego dos Aflitos, situado no município de Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego, com diferentes graus de impactos. As coletas foram realizadas nos períodos chuvoso (fevereiro/2010) e seco (julho/2010). Para a coleta dos organismos utilizou-se uma rede D com malha de 250µm, além da análise da fauna local foram feitas análises físicas, químicas da água e do sedimento. O córrego do Aflitos é um corpo d’água de baixa ordem (3ª ordem) com águas levemente ácida (pH variando entre 4,60 e 6,62). O ponto C1 foi caracterizado como mesotrófico, enquanto os pontos C2 e C3 foram caracterizados como eutróficos. Os resultados apontaram maior riqueza e diversidade no ponto C1; os pontos C2 e C3 apresentaram valores mais baixos de riqueza e diversidade, além da elevada participação de larvas do díptero Chironomus, gênero reconhecidamente tolerante à poluição orgânica. Os índices BMWP e ASPT sugerem que todo o córrego apresenta uma condição insatisfatória em relação à integridade ecológica. Palavras-chave: bioavaliação, qualidade da água, entomofauna, córrego, diversidade, índice BMWP.

Characterization of aquatic insects fauna and environmental diagnosis of Córrego dos Aflitos (Alfenas, MG).

ABSTRACT Anthropogenic changes may result in loss of biological diversity and hence the change in biological community structure. In lotic ecosystems, the aquatic insect fauna in general is one of the components that best reflects the degree of environmental integrity. Based on this premise the present study aimed to characterize the fauna of aquatic insects and environmentally diagnose of Córrego dos Aflitos, located in Alfenas, Minas Gerais. We analyzed three sections of the stream, which different degree of impacts. Samples were collected during the rainy (February/2010) and dry (July/2010) periods. To collect the bodies used a D-net sampler with a mesh of 250μm, besides the analysis of faunal analysis was performed on the physical, chemical of water and sediment. The Aflitos stream is a low order waterbody (3rd order) with water slightly acidic (pH ranging between 4.60 and 6.62). The sampling point C1 was characterized as mesotrophic, while the points C2 and C3 were characterized as eutrophic. Results showed higher richness and diversity in section C1, C2 and C3 points showed lower values of richness and diversity, beyond the high participation of larvae of the dipteran Chironomus, genus known tolerant to organic pollution. BMWP and ASPT indexes suggest that the entire stream has an unsatisfactory condition with respect to ecological integrity. Keywords: bioassessment, water quality, insect, stream, diversity, BMWP index.

Page 2: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

98

1 INTRODUÇÃO

Os ecossistemas de águas continentais constituem um valioso recurso natural. Entretanto, as atividades antrópicas têm acarretado a rápida deterioração (Wrege, 2000) e o rompimento da integridade ecológica desses ecossistemas.

Entre os efeitos da quebra desta integridade, podemos citar alterações na estrutura das comunidades aquáticas (p. ex., extinções locais de espécies e mudança na composição e alteração de dominância entre as espécies presentes) e, consequentemente, no seu funcionamento. De acordo com Giller & O’Donovan (2002), as comunidades biológicas desempenham importantes funções como ciclagem de materiais e transferência de energia, entre outros.

O uso de diferentes comunidades aquáticas juntamente com variáveis físicas e químicas da água como indicadores da qualidade da água têm aumentado em várias regiões do mundo nos últimos anos (Callisto et al., 2005). Tanto a abordagem dos aspectos bióticos como dos aspectos abióticos apresentam vantagens e desvantagens, sendo maior vantagem da primeira abordagem reside no fato de que o uso de invertebrados bentônicos possibilita detectar alterações na qualidade da água no momento da coleta, bem como mudanças que aconteceram em períodos anteriores (Rosenberg & Resh, 1996; Schowoerbel, 1999).

A fauna de invertebrados bentônicos compreende uma ampla variedade de organismos, com representantes de quase todos os filos que habitam pelo menos parte de sua vida no fundo dos ecossistemas aquáticos. Dentre estes organismos, os insetos tem se destacado tanto na riqueza como na abundância de espécies.

Nas últimas décadas, vários estudos têm sido publicados, utilizando a comunidade de invertebrados bentônicos, com ênfase em insetos aquáticos, na avaliação e no monitoramento da qualidade da água (Callisto, 2000; Goulart & Callisto, 2003). De acordo com Rosenberg & Resh (1993), a preferência na utilização da fauna bentônica está em algumas características, como por exemplo, (1) ciclo de

vida longo quando comparados com outros organismos (p. ex., fitoplâncton e zooplâncton), permitindo respostas temporais; (2) os organismos são relativamente grandes e sésseis ou de pouca mobilidade; (3) são de fácil amostragem, com técnicas padronizadas e equipamentos de baixo custo; (4) possuem alta diversidade biológica; (5) a identificação taxonômica é relativamente simples; (6) alguns são sensíveis à poluentes e respondem a contaminação ambiental; entre outros.

O presente estudo teve objetivo caracterizar espacial e temporalmente a fauna de insetos aquáticos e avaliar a qualidade da água do córrego dos Aflitos (Alfenas, MG), um córrego de baixa ordem. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo

O Córrego dos Aflitos é um córrego de 3ª ordem, localizado no município de Alfenas (21°25’44”S e 45°56’49”W), Sul de Minas Gerais. Este córrego possui aproximadamente 13 km de extensão e deságua no córrego da Ferradura e este na represa de Furnas.

O clima predominante na região é do tipo subtropical moderado úmido, com temperaturas médias oscilando entre 13,4°C e 17,5°C (mês mais frio) e de 21,3°C e 24°C (mês mais quente) (Resende & Santana, 1988). De acordo com Mello et al. (2003), a precipitação total anual é de aproximadamente 1.500 mm, sendo que entre os meses de julho a setembro ocorre um déficit hídrico na região. Pontos de Amostragem

Ao longo do córrego dos Aflitos foram estabelecidos três pontos de amostragem, conforme indicado na figura 1. O ponto C1 (21°27’40’’S e 45°56’34’’W) está localizado dentro do parque zoológico da cidade e próximo da nascente do córrego, apresentando mata ciliar fechada e preservada. Neste trecho, o córrego possui largura média de 1 metro e profundidade máxima de 30 cm. O ponto C2 (21°23’38’’S e 45°56’60’’W) está situado na parte média do córrego, cuja largura é de aproximadamente 2 metros e a profundidade variável entre 0,2 e 0,7 cm. O ponto C3 (21°21’42’’S e 45°56’12’’W)

Page 3: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

99

foi localizado próximo a região de deságue no córrego da Ferradura. Neste trecho a largura varia entre 2 e 3 metros e a profundidade oscila de 1 a 1,50 metros. Tanto no ponto C2 quanto no ponto C3 não existe mata ciliar, sendo na

maioria destes trechos as margens tomadas por capim. No ponto C2 até o desenvolvimento do estudo existia descarga de efluente doméstico e o mesmo ficava próximo ao lixão municipal. Já o ponto C3 tem no seu entorno criação de gado.

Figura 1 - Mapa do córrego dos Aflitos com a indicação dos pontos de amostragem e a localização do município de Alfenas (MG). Adaptado de: Silva, 2007

Procedimento Experimental As coletas foram realizadas em duas

épocas distintas: período chuvoso (fevereiro/2010) e período seco (julho/2010). Os invertebrados bentônicos foram amostrados utilizando-se de uma rede “tipo D” (250µm de abertura de malha) pelo método de varredura

explorando diferentes habitats existentes no trecho, conforme recomendado por Fontoura (1985). Em cada ponto foram feitas 3 tomadas de amostra de 1 minuto, totalizando 3 minutos por ponto de amostragem. O material coletado em cada ponto foi fixado em formol 10%. Em laboratório, os organismos foram separados das

Page 4: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

100

folhas e de outros materiais indesejáveis presentes nas amostras em bandejas de polietileno sobre fonte luminosa e, preservados em álcool 70%. A identificação dos organismos foi feita até menor nível taxonômico possível (geralmente, família e gênero) em microscópio estereoscópico e microscópio óptico, com auxílio de manuais de identificação Mccafferty, 1983; Merritt & Cummins, 1984; Trivinho-Strixino & Strixino, 1995; Nieser & Melo, 1997). Corbi & Trivinho-Strixino (2006) e Marshall et al. (2006) demonstraram que a utilização do nível de família para macroinvertebrados aquáticos é suficiente para avaliar impactos antrópicos.

Além dos invertebrados bentônicos foi feita uma caracterização ambiental do córrego dos Aflitos, baseando-se na determinação de variáveis físicas e químicas da água e do sedimento.

A temperatura, o pH, a condutividade elétrica e a concentração de oxigênio dissolvido foram medidos in situ, utilizando-se de um aparelho multiparâmetro marca Horiba® modelo U/W 20. Em amostras de água foram determinadas as concentrações de determinação das concentrações de nitrogênio e fósforo totais (Valderrama, 1981), fosfato total e inorgânico dissolvidos (Golterman et al., 1978), nitrato e nitrito (Mackereth et al., 1978), amônia (Koroleff, 1976) e matérias orgânica e inorgânica (Teixeira et al., 1965). Para o sedimento, foram feitas as determinações do teor de matéria orgânica (digestão por peróxido: Buckman & Brady, 1979) e das frações granulométricas (método da pipetagem: Suguio, 1973). Análise dos Dados

As características numéricas da fauna de invertebrados bentônicos foram feitas através da contagem total dos indivíduos coletados e do cálculo dos índices de heterogeneidade (Shannon-Weaver), de equitabilidade (Pielou) e de dominância (Simpson), de acordo com Krebs (1988).

A avaliação da qualidade da água foi avaliada através dos índices de estado trófico de Carlson modificado (Toledo Jr. et al., 1985) para dados não-biológicos (fósforo total e fosfato total dissolvido) e os índices biológicos BMWP (Biomonitoring Working Party System)

e ASPT (Average Score per Taxa) (Thorne & Williams, 1997; Alba-Tercedor et al., 2002; Cota et al., 2002).

A similaridade entre as comunidades de invertebrados bentônicos nos três pontos e os dois períodos de amostragem no córrego dos Aflitos foi feito através do índice de Bray-Curtis pelo método de agrupamento com média aritmética não ponderada (UPGMA). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela 1 possui os resultados das principais características limnológicas observada no córrego dos Aflitos em 2010. Durante este estudo, as águas deste córrego foram levemente ácidas, variando entre 4,60 e 6,62. De acordo com Esteves (1998) a maioria dos ecossistemas aquáticos continentais apresenta pH variando entre 6 e 8. Porém estudos de Berner & Berner (1987) relatam que o aumento de íons em rios tem relação direta com a solubilização de rochas metamórficas, fontes naturais e entradas antropogênicas o que confere valores menores de pH.

Com relação à condutividade elétrica, os menores valores foram registrados no período chuvoso (11,67 ± 4,93) em comparação ao período seco (16,01 ± 7,06). Vários fatores abióticos, como os climatológicos, hidrológicos, químicos (geologia local, solubilidade de minerais), além de impactos humanos (p. ex., uso de fertilizantes, alterações da vegetação e outros) influenciam mais no valor desta variável do que os fatores biológicos (Predosa & Rezende, 1999).

A concentração de oxigênio dissolvido variou entre 3,23 mg.L-1 e 4,50 mg.L-1 no período chuvoso e entre 6,34 mg.L-1 e 7,78 mg.L-1 no período seco. Da mesma forma, Takahashi et al. (2008), registaram maiores concentrações de oxigênio dissolvido no período seco em represas paranaenses. De acordo com Rocha (1999) a maior solubilidade de oxigênio na época da seca pode estar associada às baixas temperaturas do período.

Com relação aos nutrientes (compostos nitrogenados e fosfatados) presentes na água do córrego dos Aflitos, as maiores concentrações foram registradas nos pontos 3 e 2 e valores bem menores foram encontrados no ponto C1. Este fato se deve a estes pontos receberem

Page 5: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

101

diretamente carga de nutrientes provenientes de esgoto doméstico e também por estarem numa área de criação de gado. Estudos de Köngi et al. (2008) na bacia hidrográfica do Rio Tigre (RS) encontraram altas concentrações de nutrientes em alguns pontos de amostragens devido ao lançamento de resíduos advindos de atividades humanas. Segundo Esteves (1988) as altas concentrações de nutrientes caracterizam ambientes com graus elevados de trofia.

Tabela 1 - Características limnológicas do córrego dos Aflitos, Alfenas, MG, nos períodos chuvoso e seco de 2010. Os valores entre parênteses referem-se à média e ao desvio-padrão.

Período Chuvoso Período Seco Variáveis da Água

Temperatura (°C) 27,60 – 31,70 (29,24 ± 2,17)

16,92 – 25,63 (21,63 ± 4,40)

pH 4,60 – 5,50

(5,06 ± 0,45) 5,20 – 6,62

(5,67 ± 0,82)

Condutividade elétrica (µS.cm-1) 6,00 – 15,00

(11,67 ± 4,93) 7,90 – 20,78

(16,01 ± 7,06)

Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 3,23 – 4,50

(3,80 ± 0,64) 6,34 – 7,78

(7,15 ± 0,74)

Nitrito (µg.L-1) 1,61 – 3,99

(2,38 ± 1,19) 1,61 – 6,09

(4,52 ± 2,53)

Nitrato (µg.L-1) 8,90 – 17,88

(13,31 ± 4,49) 9,85 – 15,52

(11,89 ± 3,15)

Amônio (µg.L-1) 27,53 – 273,95

(160,98 ± 124,48) 45,41 – 692,17

(437,97 ± 344,87)

Nitrogênio total (µg.L-1) 1058,36 – 173,19 (756,78 ± 505,50)

110,57 – 1074,67 (750,47 ± 544,19)

Fosfato total dissolvido (µg.L-1) 11,26 – 147,55 (70,14 ± 70,01)

11,87 – 175,67 (116,89 ± 91,17)

Fosfato Inorgânico (µg.L-1) 5,63 – 95,34

(43,25 ± 46,57) 8,56 – 161,02

(104,63 ± 83,62)

Fosfato Orgânico (µg.L-1) 5,63 – 52,21

(26,88 ± 23,55) 3,31 – 18,83

(12,26 ± 8,03)

Fósforo Total (µg.L-1) 34,67 – 362,53

(205,61 ± 164,38) 24,55 – 520,32

(292,17 ± 246,64)

Matéria Orgânica (mg/L) 0,003 – 0,015 (0,01 ± 0,001)

0,002 – 0,023 (0,01 ± 0,01)

Matéria Inorgânica (mg/L) 0,004 – 0,031 (0,02 ± 0,01)

0,003 – 0,025 (0,01 ± 0,01)

Variáveis do Sedimento

Matéria Orgânica (%) 2,49 – 30,96

(12,59 ± 15,93) 2,83 – 12,21 (7,53 ± 4,69)

Areia Grossa (%) 2,65 – 30,71

(12,96 ± 15,44) 0,00 – 22,29

(8,63 ± 11,97)

Areia Média (%) 24,41 – 59,58

(45,84 ± 18,81) 1,94 – 52,72

(28,07 ± 25,42)

Areia Fina (%) 6,03 – 22,50

(12,13 ± 9,03) 6,47 – 12,27 (9,94 ± 3,06)

Silte (%) 3,24 – 10,62 (7,33 ± 3,75)

2,54 – 21,55 (12,01 ± 9,50)

Argila (%) 6,49 – 39,81

(21,75 ± 16,84) 10,18 – 70,04

(41,35 ± 30,01) O sedimento do córrego dos Aflitos

apresentou, em geral, um baixo teor de matéria orgânica, menos de 15% (tabela 1), exceto no período seco para os pontos C1 (7,55%) e C3 (12,21%) e no período chuvoso no ponto C2 (30,96%) devido a aporte de folhas (ponto C1) e descarga de esgoto (pontos C2 e C3). A fração granulométrica predominante foi areia média nos pontos C1 e C3 (período seco) e no ponto C2 (período seco) e argila nos pontos C1 (período seco) e C3 (ambos os períodos).

Baseado nos valores calculados para o índice de estado trófico (IET), o córrego dos

Aflitos foi classificado como sendo mesotrófico para o ponto C1 (ambos os períodos) e eutrófico para os pontos C2 e C3 (ambos os períodos), conforme apresentado na figura 2.

A entomofauna aquática do córrego dos Aflitos foi representada por 7 ordens (Tabela 2). As ordens Diptera e Coleoptera estiveram presentes nos três pontos de amostragem. A ordem Hemiptera foi registrada nos pontos C1 e C2, enquanto que Odonata e Trichoptera estiveram apenas presentes no ponto C1 e, Colembola e Lepidoptera, no ponto C2. Além dos insetos aquáticos, foram coletados Gastropoda (ponto C1 – 2,8% do total), Hirudinea (pontos C1 – 8,4%, C2 – 1,4% e C3 – 0,3%) e Oligochaeta (pontos C2 – 47% e C3 – 94%), mas estes não foram considerados neste estudo.

C1 C2 C305

101520253035404550556065707580859095

100

Eu

tróf

ico

Mes

otró

fico

Olig

otró

fico

Índi

ce d

e E

stad

o T

rófi

co

Ponto de Amostragem

Período chuvoso Período seco

Olig

otró

fico

Figura 2 - Valores do índice de estado trófico calculado para o córrego dos Aflitos (Alfenas, MG), em 2010

No total foram identificados 11382 espécimes de insetos pertencentes a 13 famílias. A família Chironomidae representa quase 75% de toda entomofauna bentônica coletada no Córrego dos Aflitos enquanto que os outros táxons tiveram baixa representatividade. Callisto et al. (2001) encontrou 27 famílias de insetos no estudo de rios em parques municipais de Belo Horizonte. Os gêneros mais abundantes foram Chironomus com aproximadamente 62% dos organismos analisados e Coelotanypus com 12% da entomofauna aquática do córrego. A dominância de Chironomus também foi encontrada no estudo do rio Uberaba, Minas Gerais (Barbosa, 2003).

O conceito de grupos funcionais de alimentação foi desenvolvido por Cummins &

Page 6: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

102

Klug (1979) com intuito de ampliar o conhecimento do metabolismo de sistemas lóticos. Os grupos funcionais dos invertebrados bentônicos podem ser divididos em coletores, rapadores, fragmentadores e predadores os quais

constituem uma boa ferramenta na avaliação da disponibilidade de recurso alimentar ao longo dos sistemas (Mihuc, 1997; Callisto & Esteves, 1998).

Tabela 2 - Insetos aquáticos coletados nos três pontos de amostragem no córrego dos Aflitos (Alfenas, MG), em fevereiro/2010 (período chuvoso) e julho/2010 (período seco).

Grupo Funcional

Período Chuvoso Período Seco

C1 C2 C3 C1 C2 C3

INSECTA Hemiptera Notonectidae Notonecta Predador 1 - - - - - Buenoa Predador 3 - - - - - Corixidae Centerocorisa Raspadores 5 - - - - - Heterocorixa sp 1 Raspadores 3 - - - - - Heterocorixa sp 2 Raspadores 5 - - - - - Heterocorixa sp 3 Raspadores 1 - - - - - Sigara Raspadores 5 - - - - - imaturos 2 - - - - - Belostomatidae Belostoma plebejum Predador 2 - - - - - N. pulcha Predador - - - - 5 - imaturos 1 1 - - - - Diptera Ceratopogonidae Predador 23 - - 127 - - Chironomidae Ablabesmyia Coletor-catador - - - 4 - - Chironomus Coletor-catador - 4915 3010 - 1754 76 Coelotanypus Coletor-catador 568 - - 801 - - Tanytarsini Coletor-catador 1 - - - - - Ephydridae - - - 6 1 - Psychodidae Coletor-catador - - 4 - 1 6 Tabanidae Predador - - - 5 - - Trichoptera Hydroptilidae Raspadores - - - 1 - - Polycentropodidae Coletor-filtrador - - - 2 - -

Odonata - Anisoptera Libellulidae Orthemis Predador 17 - - - - - Anatya Predador - - - 16 - - Coleoptera Hydrophilidae Berosus Predador - 3 1 1 - - Collembola Isotomidae Coletor-catador - 1 - - 2 -

Lepidoptera Pyralidae sp1 Fragmentador - 1 -   - - - Pyralidae sp2 Fragmentador - - -   - 1 -

TOTAL 637 4921 3015 963 1764 82

Page 7: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

103

No córrego dos Aflitos, os coletores-

catadores foram predominantes representando cerca de 86% no ponto C1 e quase a totalidade nos pontos C2 e C3 (aproximadamente 99,8%), conforme apresentado na Figura 3. Ainda no ponto C1, os predadores representaram 12% dos organismos. O ponto C1 constituiu predominantemente de organismos com hábitos alimentares mais especializados, presentes em cursos de cabeceira, como organismos rapadores, filtradores e fragmentadores, os quais foram extremamente raros.

No ponto C1 está situado dentro do Parque Municipal Manoel Pedro Rodrigues onde se observa a região ripária consideravelmente preservada. Esta região propicia um habitat mais heterogêneo devido à entrada de material alóctone, com isso, existe uma maior quantidade de nichos, possibilitando, assim, uma maior diversidade de organismos no ponto C1 do que nos demais pontos analisados. Segundo Silva (2007) organismos especialistas são mais sensíveis aos efeitos da poluição do que indivíduos generalistas (p. ex., coletores) presentes, predominantemente, nos pontos C2 e C3 no córrego dos Aflitos.

Na tabela 3 são apresentados os valores de algumas medidas métricas de biodiversidade e de qualidade da água. Em ambos os períodos a riqueza diminui ao longo do córrego dos Aflitos (C1 > C2 > C3). Para os índices de Simpson e Shannon-Wiener, indicando que o ponto C1 possui maior diversidade de espécies que os demais, e o ponto C2 é mais diverso que o ponto C3. De acordo com Monteiro et al. (2008) a diversidade de macroinvertebrados bentônicos está diretamente relacionada com a diversidade de plantas na mata ripária. Conforme mencionado anteriormente, o ponto C1 ainda apresenta cobertura vegetal, enquanto que os pontos C2 e C3, as margens estão tomadas apenas por gramínea (p. ex., capim-gordura).

O índice de Shannon-Wiener foi mais elevado no ponto C3 da segunda coleta quando comprado com a primeira coleta, visto que foram encontradas apenas 2 táxons de insetos aquáticos e o número de indivíduos totais identificados não foi alto. O índice de Simpson demonstrou que nos pontos C2 e C3 existe um táxon dominante (Chironomus) sobre as demais enquanto que no ponto C1 (Coelotanypus) essa

dominância é menor (C1 < C2 < C3). Em ambientes aquáticos representantes de Chironomidae, é quase sempre dominante, devido à tolerância a escassez de oxigênio e sua grande capacidade competitiva (Di Giovanni et al., 1996).

C1 C2 C305

101520253035404550556065707580859095

100

Coletor-catador Coletor-filtrador Fragmentador Predador Raspadores

Adu

nd

ânci

a R

elat

iva

(%)

Ponto de Amostragem

Figura 3 - Abundância relativa dos diferentes grupos funcionais de insetos aquáticos coletados no córrego dos Aflitos (Alfenas, MG) em 2010.

O índice BMWP pode adquirir os seguintes valores: >80-85, 60-80, 40-60, 20-40 e <20 o que indica, respectivamente, excelente, boa, satisfatória, ruim e muito ruim a qualidade da água (Junqueira & Campos, 1998). Na tabela 3 os valores dos índices de BMWP nos pontos C2 e C3 em ambos os períodos (chuva e seca) foram < 20 o que segundo Junqueira et al. (2000) indica uma condição muito ruim da qualidade da água. Enquanto que no ponto C1 os valores foram entre 20-40, sendo assim, a qualidade da água no local foi considerada ruim. Já os valores dos índices ASPT obtidos nos pontos C1, C2 (chuvoso) e C3 (chuvoso) estiveram entre 3.61 - 4.2 o que classifica o ambiente como pobre, enquanto que, nos pontos C2 (seco) e C3 (seco) o valor de ASPT foi menor que 3.66, sendo assim, o ambiente foi considerado como muito pobre (Tabela 3). Segundo Clarke et al. (2002) baixos valores de ASPT estão geralmente ligados a ambientes de baixa qualidade.

A figura 4 apresenta o dendrograma da análise de agrupamento das estações amostrais baseada na entomofauna aquática. Nesta análise o coeficiente de correlação cofenético foi de 0,

Page 8: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

104

99, sendo considerado bastante aceitável (Valentin, 2000). Foi possível verificar que o ponto C1 para ambos os períodos de amostragem ficou completamente separado dos pontos C2 e C3. A similaridade do ponto C1 entre os períodos foi de 0,74. Isso pode ser um reflexo das condições ambientais diferenciadas existentes no ponto C1 que confere uma composição distinta da entomofauna para este local. Os pontos C2 e C3 no período chuvoso também apresentaram uma forte similaridade entre si, 0,76. Por fim, o ponto C3 no período chuvoso foi o que apresentou menor similaridade (0,05) neste agrupamento.

Tabela 3 - Índices métricos calculados a partir da entomofauna aquática no córrego dos Aflitos (Alfenas, MG) em 2010.

Período Chuvoso Período Seco

C1 C2 C3 C1 C2 C3

Riqueza de taxon 14 5 3 9 6 2

Índice de Simpson 0,797 0,998 0,997 0,710 0,989 0,864

Índice de Shannon-Weaver 0,808 0,016 0,019 0,862 0,062 0,378

Índice BMWP 23 16 9 37 15 4

Índice ASTP 3,8 4,0 3,0 4,6 3,0 2,0 Sendo assim, a análise separou os dados

em dois grandes grupos. O primeiro grupo corresponde aos locais (pontos C2 e C3) mais impactados pelo homem, os quais, a ausência de mata ciliar e aporte de resíduos domésticos e industriais foram observados. Em relação, ao segundo grupo, o ponto C1 (chuvoso/seco) está localizado dentro do Parque Municipal Manoel Pedro Rodrigues situado no município de Alfenas o qual recebe uma descarga menor de efluentes e a mata ciliar é preservada. De acordo com o índice de Bray-Curtis obteve-se o valor de similaridade 0,759 entre os pontos C2 (chuvoso) e C3 (chuvoso) e entre o ponto C1 nos períodos seco/chuvoso a similaridade foi elevada 0,739.

Figura 4 - Dendrograma da análise de agrupamento das estações amostrais dos insetos aquáticos presentes no córrego dos Aflitos (Alfenas, MG) em 2010.

4 CONCLUSÕES O córrego dos Aflitos, de forma geral,

apresentou uma qualidade insatisfatória, no entanto, o ponto C1 está menos contaminado que os pontos C2 e C3.

O ponto C1 por estar dentro de um parque municipal recebe menor aporte de material orgânico. Nos pontos C2 e C3 pode-se evidenciar que a degradação está estritamente vinculada às atividades antrópicas como: despejo de lixo doméstico, esgoto e atividades agrícolas.

Portanto, são imprescindíveis medidas municipais que evitem a emissão de efluentes, sem o tratamento prévio, no córrego para não afetar a diversidade aquática, não só, dos macroinvertebrados bentônicos, mas de toda a biota, uma vez que os organismos se inter-relacionam, pois qualquer nível trófico perturbado desencadeia respostas para o restante da estrutura trófica.

5 AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer à Profa

Dra. Alaíde Aparecida Fonseca-Gessner (Depto. de Hidrobiologia/UFSCar), ao Prof. Dr. Alan L. Melo (Depto de Parasitologia/UFMG) e ao Prof. Dr. Fábio de Oliveira Roque (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais/UFGD) pelo auxilio na identificação dos organismos coletados. Também gostaríamos de agradecer à Profa Dra. Odete Rocha e aos técnicos José Valdecir de Lucca e Maria Luiza Sobreira por permitirem que as análises das amostras de água e sedimento fossem realizadas no Depto de Ecologia e Biologia Evolutiva/UFSCar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBA-TERCEDOR, J.; JÁIMEZ-CUÉLLAR, P.; ÁLVAREZ, M.; AVILÉS, J.; BONADA, N.; CASAS, J.; MELLADOS, A.; ORTEGA, M.; PARDO, I.; PRAT, N.; RIERADEVALL, M.; ROBLES, S.; SÁINZ-CANTEROL, C.; SÁNCHEZ-ORTEGAL, A.; SUÁREZ, M. T.; VIDAL-ABARCA, M. R.; VIVAS, S.;

Page 9: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

105

ZAMORA-MUÑOZ, C.Caracterización del estado ecológico de los rios mediterráneos ibéricos mediante el índice IBMWP (antes BMWP’). Limnetica, v.21, n.3-4, p.175-185. 2002. BARBOSA, S. D. Limnologia do rio Uberaba (MG) e a utilização de macroinvertebrados bentonicos como bioindicadores das modificações ambientais. 2003. 180 f. Dissertação (Mestre em Ciências da Engenharia Ambiental) - Universidade de São Paulo EESC/USP, São Carlos, 2003. BERNER, E. K; BERNER, R. A. The Global Water Cycle. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ. 1987. BUCKMAN, H. O.; BRADY, N. C. Natureza e propriedades dos solos. 5. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979. 85p. CALLISTO, M. Macroinvertebrados bentônicos. In: BOZELLI, R. L.; ESTEVES, F. A.; ROLAND, F. (eds.). Lago Batata: impacto e recuperação de um ecossistema amazônico. Rio de Janeiro: IB-UFRJ; SBL, 2000. 139-152p. CALLISTO, M.; ESTEVES, F. A. Categorização funcional dos macroinvertebrados bentônicos em quatro ecossistemas lóticos sob influencia das atividades de uma mineração de bauxita na Amazônia central (Brasil). Oecologia Brasiliensis, v. 5, p. 223 - 234, 1998. CALLISTO, M.; GONÇALVES, J. F. J.; MORENO, P. Navegando o rio das Velhas das Minas aos Gerais. 2. Ed. Estudo sobre a bacia hidrográfica do rio das Velhas, 2005. 560p. CALLISTO, M.; MORETTI, M.; GOULART, M. Macroinvertebrados bentônicos como ferramenta para avaliar a saúde de riachos. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 6, n.1, p. 71-82, 2001. CLARKE, R. T.; FURSE, M. T. GUNN, R. J. M.; WINDER, J. M.; WHIGHT, J. F. Sampling variation in macroinvertebrate data and implications for river quality indices. Freshwater Biology ,v. 47, p. 1735–1751, 2002.

CORBI, J. J.; TRIVINHO-STRIXINO, S. Influence of taxonomic resolution of stream macroinvertebrate communities on the evaluation of different land uses. Acta Limnológica Brasiliensia, v.18, n.4, p. 469-475, 2006. COTA, L.; MORENO, P.; CALLISTO, M. Rapid assessment of river water quality using an adapted BMWP index: a pratical tool to evaluate ecosystem health. Verh. Internat. Verein. Limnol., v. 28, p. 1-4, 2002. CUMMINS, K. W.; KLUG, M. J. Feeding ecology on stream invertebrates. An. Ver. Ecol. Syst. v. 10, p. 147-172, 1979. DI GIOVANNI, M. V.; GORETTI, E.; TAMANTI, V. Macrobenthos in Montedoglio Reservoir, central Italy. Hidrobiologia, v. 321, p.17-18, 1996. ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência/FINEP, 1988. 575p. GILLER, P. S.; O’DONOVAN, G. Biodiversity and ecosystem function: do species matter? Biology and Environment: Proceedings of the Royal Irish Academy, v.102b, n.3, p.129-139, 2002. FONTOURA, A. P. Manual de vigilância da qualidade das águas superficiais. Avaliação biológica da qualidade da água. Porto: Instituto de zoologia. Faculdade de Ciências – Universidade do Porto, 1985. GOLTERMAN, H. L.; CLYMO, R. S.; OHSTAD, M. A. M. Methods for physical and chemical analysis of freshwaters. 2. ed. Oxford: Blackwell Scientific Publications, 1978. 213p. (I.B.P. Handbook, n.8). GOULART, M.; CALLISTO, M.. Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista FAPAM, v. 2, n. 2, p. 153 - 164, 2003. JUNQUEIRA, M. V.; CAMPOS, S. C. M. Adaptation of the “BMWP” method for water quality evaluation to Rio das Velhas watershed

Page 10: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

106

(Minas Gerais, Brazil). Acta Limnologica Brasiliensia, v. 10, n. 2, p. 125-135. 1998 JUNQUEIRA, M. V.; AMARANTE, M. C.; DIAS, C. F. S.; FRANÇA, E. S. Biomonitoramento da qualidade das águas da Bacia do Alto Rio das Velhas (MG/Brazil) através de macroinvertebrados. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 12, n. 1, p. 73-87, 2000. KÖNIGI, R.; SUZIN, C. R. H.; RESTELLO, R. M.; HEPP, L. U. Qualidade das águas de riachos da região norte do Rio Grande do Sul (Brasil) através de variáveis físicas, químicas e biológicas. Pan-American Journal of Aquatic Sciences. v. 3, n. 1, p. 84-93, 2008. KOROLEFF, F. Determination of nutrients. In: GRASSHOFF, K. (Ed.) Methods of seawater analysis. Weinheim: Verlag Chemie, 1976. p.117-18. KREBS, C. J. Ecological metodology. 2 ed. Menlo Park: Benjamin Cummings, 1998. 620p. MACKERETH, F. J. H.; HERON, J.; TAILING, J. F. Water Analysis: some revised methods for limnologists. Kendal: Titus Wilson & Son. Ltd. Freshwater Biol. Assoc. Scientific Publication, n. 36, p. 120, 1978. MARSHALL, J. C.; STEWARD, A. L.; HARCH, B. D. Taxonomic resolution and quantification of freshwater macroinvertebrate samples from an Australian dryland river: the benefits and costs of using species abundance data. Hydrobiologia, v. 572, p. 171-194, 2006. MCCAFFERTY, W. P. Aquatic entomology: series of books in biology. Boston: Jones and Bartlett, 1983. 448 p. MELLO, C. R.; SILVA, A. M.; LIMA, J. M.; FERREIRA, D. F.; OLIVEIRA, M. S. Modelos matemáticos para predição da chuva de projeto para regiões do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.7, n.1, p.121-128, 2003. MERRITT, R. W.; CUMMINS, K. W. An introduction to the aquatic insects of North

America. 2. ed. Dubuque: Kendall, 1984. 722p. MIHUC, T. B. The functional trophic role of lotic primary consumers: generalist versus specialist strategier. Freshwater Biology, v. 37, p. 455 – 462, 1997. MONTEIRO, T. R.; OLIVEIRA, L. G.; GODOY, B. S. Biomonitoramento da qualidade da água utilizando macroinvertebrados bentônicos: Adaptação do índice biótico BMWP à bacia do Rio Meia Ponte – GO. Oecologia Brasiliensis, v. 12, n.3, p.553-563, 2008. NIESER, N; MELO, A. L. Os heterópteors aquáticos de Minas Gerais. Guia introdutório com chave de identificação para as espécies de Gerromorpha e Nepomorpha. Belo Horizonte, Editora UFMG, 1997. 180p. PEDROSA, P.; REZENDE, C. E. As muitas faces de uma lagoa. Ciência Hoje, v. 6, n. 153, p. 40-47, 1999. RESENDE, M.; CURI, N.; SANTANA, D. P. Pedologia e fertilidade do solo: interações e aplicações. Brasilia, DF: Ministério da Educação; Lavras: ESAL; Piracicaba In POTAFOS, 1988. 81p. ROCHA, S. M. Macroinvertebrados bentônicos como indicadores de poluição na represa do Guarapiranga - SP. 1999. 98 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. ROSENBERG, D. M.; RESH, V. H. Freshwater biomonitoring and benthic macroinvertebrates. Chapman & Hall, Londos. 1993. 486p. ROSENBERG, D. M.; RESH, V. H. Use of aquatic insects in biomonitoring. In: MERRITT, R. W.; CUMMINS, K. W. (Eds.), An introduction to the Aquatic Insects of North America. Kendall/Hunt, Dubuque, IA, USA, p. 87–96, 1996. SCHOWOERBEL, J. Einführung in die Limnologie. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart, Germany. 1999. 465p.

Page 11: Characterization of aquatic insects fauna and environmental ...joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/...Alfenas, Minas Gerais. Foram analisados três trechos do córrego,

107

SILVA, D. C. Levantamento da ictiofauna da microbacia do Córrego Pedra Branca, 2007. 84f. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, 2007. SILVA, N. C. T. Macroinvertebrados bentônicos em áreas com diferentes graus de preservação ambiental na Bacia do Ribeirão Mestre d´Almas, DF. 2007. 154 f. Dissertação (Mestre em Ecologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2007. SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. São Paulo : Edgard Blücher, 1973. 317p. TAKAHASHI, M. A.; HIGUTI, J.; BAGATINI, Y. M.; ZVIEJKOVSKI, I. P.; VELHO, L. F. M. Composition and biomass of larval chironomid (Insecta, Diptera) as potential indicator of trophic conditions in southern Brazil reservoirs. Acta Limnol. Bras., v. 20, n. 1, p. 5-13, 2008. TEIXEIRA, C.; TUNDISI, J. G.; KUTNER, M. B. Plankton studies in a mangrove IV: size fraction of the phytoplankton. Boletim do Instituto Oceanográfico, v. 26, p. 39-42, 1965. Thorne, R. S. J. & Williams, W. P. The response of benthic macroinvertebrates to pollution in developing countries: a multimetric system of bioassessment. Freshwater Biology, v. 37, p. 671-686, 1997. TRIVINHO-STRIXINO, S.; STRIXINO, G. Larvas de chironomidae (Diptera) do Estado de São Paulo: guia de identificação e diagnóstico dos gêneros. São Carlos: PPG-ERN/UFSCar, 1998. 229p. TOLEDO JR., A. P.; TALARICO, N.; CHINEZ. S.J. AGUDO, E. G. A aplicação de modelos simplificados para a avaliação e processo de eutrofização em lagos e reservatórios tropicais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA, 12, 1983. Camboriú. Anais... Rio de Janeiro: ABES, 1983. p.1-34. VALDERRAMA, J. C. The simultaneous analysis of total nitrogen and phosphorus in natural waters. Mar. Chem., v. 10, p. 109-122,

1981. VALENTIN, J. L. Ecologia numérica. Rio de Janeiro: Interciência. 2000. 117p. WREGE, M. A. Ética da água. InfomANDES, v. 96, p. 12, 2000. 1 - Graduanda do curso de Ciências Biológicas da Univrsidade Federal de Alfenas. Email: [email protected] 2 - Bióloga, Doutora em Ecologia, Professora do Instituto de Ciências da Natureza, Universidade Federal de Alfenas, Campus Sede. Email: [email protected] 3 - Biólogo, Doutor em Ecologia, Professor do Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Campus Poços de Caldas. Email: [email protected]