Cateterismo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE UNINORTE LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES ® REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO: CATETERISMO VESICAL MANAUS 2014

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Cateterismo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE

LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES ®

REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO:

CATETERISMO VESICAL

MANAUS

2014

CRISTIELE DA SILVA ALVES

DAVID WESLEY LIMA RAMOS

DEIZIANE DOS REIS VALLES

DIVA CHRISTINE DOS SANTOS PAIVA

DOUGLAS FURTADO DE OLIVEIRA

EDILZA FONSECA GOES

ELEN DE OLIVEIRA VIEIRA BANDEIRA

ELISON GARCIA CORREA

ELIETE MEDEIROS DA SILVA

ERIVAN CORDOVIL RAMOS

REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO:

CATETERISMO VESICAL

MANAUS

2014

Trabalho solicitado para obtenção de

nota parcial solicitado pela

especialista Jordana Gonzaga na

turma ENN04S1.

1. Introdução

O cateterismo vesical consiste na inserção de um cateter estéril através do

meato uretral até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Esse procedimento

requer assepsia, cuidado e atenção dos profissionais. Problemas como obstrução na

via, pacientes saídos do pós-operatório ou durante cirurgias, recolhimento de urina

são algumas das circunstâncias em que o cateterismo é necessário. E também para

o alívio do paciente que não pode e/ou tem algum impedimento para que seu

sistema urinário não funcione perfeitamente.

2. Fisiologia e Anatomia do Sistema Urinário Masculino

O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropédicos, incumbidos de

produzir a urina e armazená-la temporariamente até o momento de ser expelido.

Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores, que produzem a urina; e

órgãos excretores, que são encarregados de processar a drenagem da urina para

fora do corpo. Os órgãos que compõem o sistema urinário, conforme a Figura 1, são

os rins, que fabricam a urina; os ureteres ou ductos, que transportam a urina para a

bexiga e a uretra, que é o canal pelo qual a urina é expelida. Além dos rins as

estruturas restantes do sistema urinário funcionam como um encanamento

constituindo as vias urinárias. Essas estruturas não modificam a urina ao longo do

caminho.

Figura 1. Sistema urinário masculino. Fonte: NETTER, 2000.

2.1 Rim

Os rins são órgãos pares, em forma de grãos de feijão, localizados logo acima

da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Sua coloração é

vermelho – parda. Os rins estão situados em cada lado da coluna vertebral, por

diante da região superior da parede posterior do abdome, estendendo-se entre a 11ª

costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar. São descritos como órgãos

retroperiotoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade

abdominal. Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de

gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim possui tem cerca de 11,25 cm de

comprimento, 5 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 de espessura. O

esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito que o direito. O peso do rim do

homem adulto varia entre 125g a 170g. O rim direito normalmente situa-se

ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do

fígado.

Na margem medial côncava de cada rim encontra-se uma fenda vertical – o

HILO RENAL – onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio

renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve

renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim. O seio renal, que é

ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sangüíneos e linfáticos e uma

variável quantidade de gordura. Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas

extremidades.

Figura 2. Estrutura do rim. Fonte NETTER, 2000.

2.1.1 Anatomia dos rins

Em um corte frontal através do rim, são reveladas duas regiões distintas: uma

área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma área marron-

avermelhada profunda, denominada medula renal. A medula consiste em 8-18

estruturas cuneiformes, as pirâmides renais. A base (extremidade mais larga) de

cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamada

papila renal, aponta para o hilo do rim. As partes do córtex renal que se estendem

entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais.

Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte

funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos

rins – cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas NÉFRONS. A urina,

formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao

longo das papilas renais das pirâmides.

Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior.

Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices maiores. O cálice renal menor

recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice

renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada

pelve renal e depois para fora, pelo ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se

expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal.

Figura 3. Corte transversal do rim. Fonte: NETTER, 2000.

2.2.1 Funções dos rins

Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes

do sistema atuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de

armazenamento. Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins

contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras. As

funções dos rins incluem:

Regulação da composição iônica do sangue;

Manutenção da osmolaridade do sangue;

Regulação do volume sangüíneo;

Regulação da pressão arterial;

Regulação do pH do sangue;

Liberação de hormônios;

Regulação do nível de glicose no sangue;

Excreção de resíduos e substâncias estranhas.

3. Glândulas supra-renais

As glândulas supra-renais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-

mediais dos rins e o diafragma. Cada glândula supra-renal, envolvida por uma

cápsula fibrosa e um coxim de gordura, possui duas partes: o córtex e a medula

supra-renal, ambas produzindo diferentes hormônios. O córtex secreta hormônios

essenciais à vida, enquanto que os hormônios medulares não são essenciais para a

vida. A medula da supra-renal pode ser removida, sem causar efeitos que

comprometem a vida. A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina

(adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os esteróides.

4. Ureter

São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Órgãos pouco

calibrosos, os ureteres têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de

comprimento. Pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada no interior

do rim. Descendo obliquamente para baixo e medialmente, o ureter percorre por

diante da parede posterior do abdome, penetrando em seguida na cavidade pélvica,

abrindo-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária. Em virtude

desse seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdominal e pélvica. Os

ureteres são capazes de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo. A

urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo.

Figura 4. Ureter. Fonte: NETTER, 2000.

5. Bexiga

A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o

armazenamento da urina. Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao

peritônio e posteriormente à sínfise púbica: quando cheia, ela se eleva para a

cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico que, nos homens situa-se

diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do

útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área

triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada

trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos

de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante

clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área.

A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter

interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente

ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, está o esfíncter externo,

que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. A

capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800ml; é menor nas mulheres

porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.

Figura 5. Bexiga masculina. Fonte: NETTER, 2000.

6. Ureter

A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo

revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de

muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra.

A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até

o orifício uretral externa na extremidade do pênis. Apresenta dupla curvatura no

estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três porções: a prostática, a

membranácea e a esponjosa, cujas estruturas e relações são essencialmente

diferentes. Na uretra masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um

ducto ejaculatório.

Figura 6. Ureter masculino. Fonte: NETTER, 2000.

7. Cateterismo vesical de demora

Segundo Lenz (2006) o cateterismo vesical constitui um procedimento

amplamente empregado e de grande valor para o tratamento e diagnóstico de vários

processos patológicos. Ainda segundo o autor, a introdução de instrumentos nas

vias urinárias remonta às mais antigas civilizações, datando a primeira ocorrência

desse tipo de procedimento na civilização egípcia (3000 a 1440 a. C.).

Sonda vesical de demora é usada quando é necessário que o paciente

permaneça com ela longos períodos na bexiga, para controlar o volume urinário,

possibilitar a eliminação da urina em pacientes imobilizados, inconscientes ou com

obstrução, em pós-operatório de cirurgias urológicas.

O cateterismo vesical de demora, praticado pelo cateter de Foley, tem como

principais indicações, as seguintes (Lenz, 2006):

Drenagem vesical por obstrução crônica;

Disfunção vesical (bexiga neurogênica);

Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas;

Medida de diurese em pacientes graves;

Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes

incontinentes de urina e comatosos.

Segundo Souza et al (2011) a cateterização vesical no ambiente de serviço

de saúde ( hospitalar e UBS) deve seguir a técnica asséptica. No domicílio pode-se

empregar o Método de Lápides ou de técnica limpa. Essa técnica consiste em

consiste em passar um cateter vesical sem utilizar-se de recursos como antisséptico

tópico (PVPI), máscara ou luvas. E os cateteres (sondas) podem ser reutilizados por

várias vezes sem prejuízo para o usuário.

Assistência de enfermagem a clientes com problemas urinários

Composição do sistema urinário

Rins – responsáveis pela eliminação de escórias do metabolismo

corporal e controle dos líquidos corporais;

Ureteres – transportam urina dos rins para ser armazenado na bexiga.

Bexiga – responsável por armazenar urina vinda dos rins pelos

ureteres.

Uretra – responsável por carregar a urina da bexiga até seu ponto de

saída do corpo – o meato uretral.

Observações

1. A micção está normalmente sob controle após os três anos de idade.

2. Este controle é exercido pelo 2 ° esfíncter muscular externo, localizado mais ou

menos no meio da uretra (em homens, logo que a uretra penetra na glande do

pênis).

3. Um adulto elimina cerca de 1000 a 1500 mL urina/dia.

4. Diversas estruturas cerebrais influenciam a função vesical, inclusive o córtex

cerebral, tálamo, hipotálamo e tronco cerebral. Juntos, suprimem a contração do

músculo detrusor da bexiga, até que uma pessoa deseje urinar. Quando a micção

acontece, a resposta é uma contração da bexiga e o relaxamento coordenado dos

músculos do assoalho pélvico.

Na urina deve ser observado:

1. Cor

2. Odor

3. Volume

4. Frequência

5. Outros (dificuldades, dor, componentes).

Fatores que afetam a eliminação urinária

1. Ingestão líquida

2. Perda de líquidos

3. Idade

4. Gravidez

5. Fatores situacionais

6. Dieta

7. Fatores emocionais

8. Dor

Condições anormais da urina

1. Infecção

2. Distúrbio do sistema circulatório

3. Obstruções

4. Distúrbios hormonais

5. Traumatismos generalizados

6. Distúrbios musculares

7. Fatores neurológicos

Substâncias estranhas na urina

1. Hematúria

2. Albumina

3. Proteinúria

4. Glicosúria

5. Piúria

Exames para detecção de problemas no sistema urinário

1 – Exame de urina – teste que estuda se a urina contém substâncias normais

como proteína ou sinais de infecção. Esse teste é constituído por urinar em um

frasco especial e deixar a amostra para ser analisada.

2 – Exames de sangue – para se avaliar quantidade de ureia e de creatinina,

substâncias que são eliminadas exclusivamente pelo rim cuja taxa sanguínea reflete

o funcionamento renal.

3 – Exame urodinâmico - avalia o armazenamento de urina na bexiga e o fluxo de

urina que si da bexiga através da uretra. O médico pode solicitar um estudo

urodinâmico se o cliente estiver apresentando sintomas que sugerem problemas

com os músculos ou nervos do sistema urinário baixo e pélvis (ureteres, bexiga,

uretra e esfíncteres). Testes urodinâmicos medem a contração dos músculos da

bexiga à medida que esta se enche e se esvazia. O exame é realizado através da

inserção de um pequeno tubo chamado cateter pela sua uretra até sua bexiga. Ele é

utilizado para encher a bexiga e para medição da pressão no seu interior durante o

exame. Um outro tubo geralmente é introduzido no reto para medir a pressão

quando você tosse ou faz esforço, pois isso pode interferir com os registros do

cateter da bexiga.

4 – Exames radiológicos – utilizam contraste radiológico para que as radiografias

possam mostrar o aparelho urinário e detectar quaisquer anormalidades na forma e

na função dos rins e da bexiga. Estes testes duram aproximadamente uma hora

Intervenções específicas de Enfermagem

1. Proporcionar e orientar repouso.

2. Oferecer ou administrar a dieta.

3. Estimular a ingesta hídrica se a condição clínica permitir.

4. Proporcionar conforto.

5. Orientar ou fazer a higiene, mantendo-o limpo e seco.

6. Orientar o uso ou colocar dispositivo para incontinência urinária.

7. Proceder ao cateterismo vesical sob prescrição médica: para alívio, de demora

e/ou com irrigação vesical.

8. Fazer o registro da evolução do cliente

Segundo Zorze et al. (2010) Quando a urina não pode ser eliminada

naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que

podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem

vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada

através da uretra ou por via suprapúbica, com a finalidade da remoção da urina.

A sondagem pode ser de alívio ou de demora, quando há retirada da sonda

após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de

permanência da sonda por mais tempo. Nestas sondagens de demora, a bexiga não

se enche nem se contrai para seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um pouco

de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrusor;

portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com o

fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente deve ser realizado para a

prevenção da retenção urinária. Todo cateterismo deve ser feito com rigor absoluto

de assepsia.

Excepcionalmente é feito para:

1. Aliviar distensão vesical pela retenção de urina (Cateterismo de alívio ou

sondagem de alívio).

2. Evitar a constante umidade em cliente com incontinência.

3. Obter uma amostra estéril de urina par exame e pesquisa.

Observações

1. Antes de fazer sondagem em clientes com retenção urinária, deve-se procurar

todos os meios para estimulá-lo a urinar, por exemplo:

- abrir uma torneira perto do cliente;

- fazer lavagem externa com água aquecida;

- colocar o cliente sobre uma comadre com água quente;

- colocar bolsa de água quente na região hipogástrica;

- colocar as mãos do cliente em água aquecida.

2. Para clientes com incontinência urinária, em vez de cateterizar, é preferível usar

absorventes e calças plásticas especiais para adultos.

3. Para os homens, existe um dispositivo não invasivo, de tudo de borracha, que é

um tipo de condom adaptado externamente ao pênis, o qual é ligado a uma

extensão e este ao coletor de urina pra melhor controle do débito urinário.

PROCEDIMENTO: CATETERISMO VESICAL

Procedimento conforme as autoras López & Cruz, 2002.

Equipe multiprofissional: enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.

1. Propósito do procedimento

1.1. O que é

Método de eliminação de urina por meio de sonda.

1.2. Para que serve

Para conseguir a eliminação da urina, para colher urina de forma estéril.

1.3. Indicações de procedimento

Em pacientes com incontinência urinária, com impossibilidade de eliminação

autônoma, quando é necessário colher urina estéril, em alguns tipos de intervenção

cirúrgica.

2. Material necessário

2.1. Instrumentos, medicações e materiais

Instrumentos: pinça de Kocher.

Medicação: vaselina esterilizada ou lubrificante urológico, solução anti-

séptica, soro fisiológico ou água destilada.

Materiais: cuba-rim, luvas esterilizadas, sabão líquido, luvas descartáveis,

água morna, gaze esterilizada, suporte de coletor de urina preferencialmente de

circuito fechado, sonda (Foley ou Owens), comadre e seringa.

2.2. Instalações, espaço físico

No quarto do paciente.

2.3. Proteção especial

Utilização de sonda com calibre adequado.

Verificação do estado do balão da sonda (testando sem contaminar a sonda).

Manter o coletor abaixo do nível da bexiga.

Fixar sonda com esparadrapo na face interna da coxa.

Manter a assepsia durante todo o procedimento.

3. Procedimento

3.1. Requisitos prévios

Prescrição médica.

Necessidade de eliminação.

Necessidade de obter urina estéril.

3.2. Protocolo de ação

a) Informar o paciente.

b) Lavar as mãos e colocar luvas descartáveis.

c) Montar pinça de Kocher com gaze.

d) Derramar água e sabão líquido sobre o aparelho genital do paciente.

e) Lavar de cima para baixo, com técnica de arrasto, lavando

minunciosamente o prepúcio e a glande.

f) Secar com gaze.

g) Calçar luvas esterilizadas.

h) Aplicar uma soluço anti-séptica.

i) Lubrificar a sonda com vaselina esterilizada ou lubrificante urológico.

j) Introduzir a sonda no meato urinário. Nos homens coloca-se o pênis em

posição vertical e, uma vez introduzida a sonda 7-8 cm, coloca-se o pênis em

posição horizontal e introduz-se lentamente a sonda, mais alguns centímetros, até

verificar a saída da urina. Recobre-se a glande com o prepúcio.

k) Encher o balão da sonda com soro fisiológico ou água destilada.

l) Colocar o coletor, conectando-o à sonda, mantendo-o abaixo do nível da

bexiga para evitar o refluxo.

m) Fixar a sonda com esparadrapo na face interna da coxa.

n) Recolher o material.

o) Lavar as mãos.

p) Registrar na folha de anotações de enfermagem.

Figura 8. Procedimento. Fonte: Enfermagem com amor, 2014.

3.3. Cuidado com o material

Todo material deverá ser esterilizado e, durante a execução do procedimento,

deve-se manter o máximo de rigor com as medidas de higiene, limpeza e

esterilização.

3.4 Riscos

a) Relacionados com o procedimento: inflamação do aparelho genital, devido

ao próprio procedimento ou pela possível dificuldade na introdução da sonda. Nos

homens, pode-se provocar um falso trajeto ao forçar em caso de obstáculo.

b) Relacionados com o paciente: infecções produzidas pela manipulação da

sonda e da conexão ao coletor pelo próprio paciente.

c) Relacionados com a proteção e segurança do profissional de saúde: em

pacientes que devem manter a sonda por um período prolongado, podem aparecer

infecções urinárias por não cumprir a mudança a norma de mudança de sonda. Nos

homens, úlceras de pressão provocadas pela mesma sonda por não se fazer a sua

rotação.

3.5 Pontos-chave

Informar o paciente.

Preparação do material.

Lavagem das mãos.

Controlar a máxima esterilidade durante a execução do procedimento.

Fixação correta da sonda.

Observar a colocação do coletor de urina.

Substituir a sonda se houver contaminação do sistema.

Recolhimento do material.

Registro na folha de anotações de enfermagem.

4. Complicações

4.1. Imediatas

Recusa do paciente ao procedimento.

Aparecimento de obstáculos que impeçam a progressão da sonda.

4.2. Tardias

Infecção urinária.

Incontinência urinária por cateterismo prolongado, não controlado por

clampagens intermitentes.

5. Garantia de qualidade

5.1. Recomendações gerais

Evitar trações da sonda.

Evitar infecções.

Evitar desconexões desnecessárias.

Evitar úlceras de pressão por não fazer rotação da sonda.

5.2. Auto-avaliação do procedimento

O paciente tem conhecimento do procedimento?

Sabe das complicações que o procedimento pode ocasionar?

Sabe como agir para evitar infecções?

Sabe o que fazer para evitar uma posterior incontinência?

Ocorreu algum tipo de infecção urinária?

Sabe da necessidade de trocar a sonda, caso haja contaminação do sistema

de drenagem?

Foram seguidas corretamente as normas de assepsia estabelecidas?

Fixou-se corretamente a sonda?

6. Informações ao paciente e os familiares

Evitar manipulações desnecessárias.

Evitar desconexões desnecessárias.

Realizar clampagens intermitentes.

Fazer a rotação da sonda para evitar úlceras de pressão.

Mudar o coletor apenas quando for absolutamente necessário.

7. Educação para a saúde

Lavagem das mãos antes e depois de qualquer manipulação.

Aplicação de anti-sépticos nas extremidades da sonda e da bolsa após

desconexões necessárias.

Manter a bolsa abaixo do nível da bexiga para evitar o refluxo da urina.

Manter fechado o sistema bexiga sonda-bolsa coletora.

Nos homens a sonda deve ser fixada na região suprapúbica.

Após retirar a sonda, observar a eliminação vesical durante 24 horas, para

evitar a ocorrência de retenção urinária.

8. Conclusão

O cateterismo vesical é um procedimento muito utilizado na remoção da urina

a fim de facilitar a vida do paciente que não pode se locomover ou possui alguma

doença que o impeça de exteriorizar a urina normalmente. Algumas ações devem

ser observadas pelo profissional de saúde para que o procedimento ocorra com o

máximo de higiene e que não acarrete consequências para o paciente, como

infecções e problemas devido ao mau posicionamento e colocação da sonda.

9. Referências Bibliográficas

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

ABNT NBR 14724, Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –

Apresentação. 3 ed. Rio de Janeiro, 2011.

LENZ, L.L. Cateterismo vesical: cuidados, complicações e medidas preventivas.

Arquivos Catarinenses de Medicina, Vol. 35, N° 01, 2006.

LÓPEZ, Mercedes A.; CRUZ, Maria Jesús R. Guias Práticos de enfermagem em

Hospitalização. Tradução: Maria Teresa Ramalhal Teixeira. McGraw Hill, 2002.

ENFERMAGEM COM AMOR.

Disponível em: < http://amarcuidando.blogspot.com.br/2013/01/sondagem-

vesical.html>. Acesso em: Nov/2014.

SILVA, V. P. Sonda vesical de demora. Disponível em:<

http://aenfermagem.com.br/procedimentos/sonda-vesical-de-demora-masculina/>.

Acesso em: Nov/2014.

SOUZA, E. N. et al. Atendimento Ao Usuário Com Necessidade De Cateterismo

Vesical Intermitente. Prefeitura do Município de Londrina, 2011.

ZORZE, Cleide M. F. S. et al.Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizado de

enfermagem. 6 ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2010.