Cateterismo
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES ®
REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO:
CATETERISMO VESICAL
MANAUS
2014
CRISTIELE DA SILVA ALVES
DAVID WESLEY LIMA RAMOS
DEIZIANE DOS REIS VALLES
DIVA CHRISTINE DOS SANTOS PAIVA
DOUGLAS FURTADO DE OLIVEIRA
EDILZA FONSECA GOES
ELEN DE OLIVEIRA VIEIRA BANDEIRA
ELISON GARCIA CORREA
ELIETE MEDEIROS DA SILVA
ERIVAN CORDOVIL RAMOS
REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO:
CATETERISMO VESICAL
MANAUS
2014
Trabalho solicitado para obtenção de
nota parcial solicitado pela
especialista Jordana Gonzaga na
turma ENN04S1.
1. Introdução
O cateterismo vesical consiste na inserção de um cateter estéril através do
meato uretral até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Esse procedimento
requer assepsia, cuidado e atenção dos profissionais. Problemas como obstrução na
via, pacientes saídos do pós-operatório ou durante cirurgias, recolhimento de urina
são algumas das circunstâncias em que o cateterismo é necessário. E também para
o alívio do paciente que não pode e/ou tem algum impedimento para que seu
sistema urinário não funcione perfeitamente.
2. Fisiologia e Anatomia do Sistema Urinário Masculino
O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropédicos, incumbidos de
produzir a urina e armazená-la temporariamente até o momento de ser expelido.
Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores, que produzem a urina; e
órgãos excretores, que são encarregados de processar a drenagem da urina para
fora do corpo. Os órgãos que compõem o sistema urinário, conforme a Figura 1, são
os rins, que fabricam a urina; os ureteres ou ductos, que transportam a urina para a
bexiga e a uretra, que é o canal pelo qual a urina é expelida. Além dos rins as
estruturas restantes do sistema urinário funcionam como um encanamento
constituindo as vias urinárias. Essas estruturas não modificam a urina ao longo do
caminho.
Figura 1. Sistema urinário masculino. Fonte: NETTER, 2000.
2.1 Rim
Os rins são órgãos pares, em forma de grãos de feijão, localizados logo acima
da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Sua coloração é
vermelho – parda. Os rins estão situados em cada lado da coluna vertebral, por
diante da região superior da parede posterior do abdome, estendendo-se entre a 11ª
costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar. São descritos como órgãos
retroperiotoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade
abdominal. Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de
gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim possui tem cerca de 11,25 cm de
comprimento, 5 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 de espessura. O
esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito que o direito. O peso do rim do
homem adulto varia entre 125g a 170g. O rim direito normalmente situa-se
ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do
fígado.
Na margem medial côncava de cada rim encontra-se uma fenda vertical – o
HILO RENAL – onde a artéria renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio
renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve
renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim. O seio renal, que é
ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sangüíneos e linfáticos e uma
variável quantidade de gordura. Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas
extremidades.
Figura 2. Estrutura do rim. Fonte NETTER, 2000.
2.1.1 Anatomia dos rins
Em um corte frontal através do rim, são reveladas duas regiões distintas: uma
área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma área marron-
avermelhada profunda, denominada medula renal. A medula consiste em 8-18
estruturas cuneiformes, as pirâmides renais. A base (extremidade mais larga) de
cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamada
papila renal, aponta para o hilo do rim. As partes do córtex renal que se estendem
entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais.
Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte
funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos
rins – cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas NÉFRONS. A urina,
formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao
longo das papilas renais das pirâmides.
Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior.
Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices maiores. O cálice renal menor
recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice
renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada
pelve renal e depois para fora, pelo ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se
expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal.
Figura 3. Corte transversal do rim. Fonte: NETTER, 2000.
2.2.1 Funções dos rins
Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes
do sistema atuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de
armazenamento. Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins
contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras. As
funções dos rins incluem:
Regulação da composição iônica do sangue;
Manutenção da osmolaridade do sangue;
Regulação do volume sangüíneo;
Regulação da pressão arterial;
Regulação do pH do sangue;
Liberação de hormônios;
Regulação do nível de glicose no sangue;
Excreção de resíduos e substâncias estranhas.
3. Glândulas supra-renais
As glândulas supra-renais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-
mediais dos rins e o diafragma. Cada glândula supra-renal, envolvida por uma
cápsula fibrosa e um coxim de gordura, possui duas partes: o córtex e a medula
supra-renal, ambas produzindo diferentes hormônios. O córtex secreta hormônios
essenciais à vida, enquanto que os hormônios medulares não são essenciais para a
vida. A medula da supra-renal pode ser removida, sem causar efeitos que
comprometem a vida. A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina
(adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os esteróides.
4. Ureter
São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Órgãos pouco
calibrosos, os ureteres têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de
comprimento. Pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada no interior
do rim. Descendo obliquamente para baixo e medialmente, o ureter percorre por
diante da parede posterior do abdome, penetrando em seguida na cavidade pélvica,
abrindo-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária. Em virtude
desse seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdominal e pélvica. Os
ureteres são capazes de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo. A
urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo.
Figura 4. Ureter. Fonte: NETTER, 2000.
5. Bexiga
A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o
armazenamento da urina. Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao
peritônio e posteriormente à sínfise púbica: quando cheia, ela se eleva para a
cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico que, nos homens situa-se
diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do
útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área
triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada
trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos
de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante
clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área.
A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter
interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente
ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, está o esfíncter externo,
que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. A
capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800ml; é menor nas mulheres
porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.
Figura 5. Bexiga masculina. Fonte: NETTER, 2000.
6. Ureter
A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo
revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de
muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra.
A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até
o orifício uretral externa na extremidade do pênis. Apresenta dupla curvatura no
estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três porções: a prostática, a
membranácea e a esponjosa, cujas estruturas e relações são essencialmente
diferentes. Na uretra masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um
ducto ejaculatório.
Figura 6. Ureter masculino. Fonte: NETTER, 2000.
7. Cateterismo vesical de demora
Segundo Lenz (2006) o cateterismo vesical constitui um procedimento
amplamente empregado e de grande valor para o tratamento e diagnóstico de vários
processos patológicos. Ainda segundo o autor, a introdução de instrumentos nas
vias urinárias remonta às mais antigas civilizações, datando a primeira ocorrência
desse tipo de procedimento na civilização egípcia (3000 a 1440 a. C.).
Sonda vesical de demora é usada quando é necessário que o paciente
permaneça com ela longos períodos na bexiga, para controlar o volume urinário,
possibilitar a eliminação da urina em pacientes imobilizados, inconscientes ou com
obstrução, em pós-operatório de cirurgias urológicas.
O cateterismo vesical de demora, praticado pelo cateter de Foley, tem como
principais indicações, as seguintes (Lenz, 2006):
Drenagem vesical por obstrução crônica;
Disfunção vesical (bexiga neurogênica);
Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas;
Medida de diurese em pacientes graves;
Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes
incontinentes de urina e comatosos.
Segundo Souza et al (2011) a cateterização vesical no ambiente de serviço
de saúde ( hospitalar e UBS) deve seguir a técnica asséptica. No domicílio pode-se
empregar o Método de Lápides ou de técnica limpa. Essa técnica consiste em
consiste em passar um cateter vesical sem utilizar-se de recursos como antisséptico
tópico (PVPI), máscara ou luvas. E os cateteres (sondas) podem ser reutilizados por
várias vezes sem prejuízo para o usuário.
Assistência de enfermagem a clientes com problemas urinários
Composição do sistema urinário
Rins – responsáveis pela eliminação de escórias do metabolismo
corporal e controle dos líquidos corporais;
Ureteres – transportam urina dos rins para ser armazenado na bexiga.
Bexiga – responsável por armazenar urina vinda dos rins pelos
ureteres.
Uretra – responsável por carregar a urina da bexiga até seu ponto de
saída do corpo – o meato uretral.
Observações
1. A micção está normalmente sob controle após os três anos de idade.
2. Este controle é exercido pelo 2 ° esfíncter muscular externo, localizado mais ou
menos no meio da uretra (em homens, logo que a uretra penetra na glande do
pênis).
3. Um adulto elimina cerca de 1000 a 1500 mL urina/dia.
4. Diversas estruturas cerebrais influenciam a função vesical, inclusive o córtex
cerebral, tálamo, hipotálamo e tronco cerebral. Juntos, suprimem a contração do
músculo detrusor da bexiga, até que uma pessoa deseje urinar. Quando a micção
acontece, a resposta é uma contração da bexiga e o relaxamento coordenado dos
músculos do assoalho pélvico.
Na urina deve ser observado:
1. Cor
2. Odor
3. Volume
4. Frequência
5. Outros (dificuldades, dor, componentes).
Fatores que afetam a eliminação urinária
1. Ingestão líquida
2. Perda de líquidos
3. Idade
4. Gravidez
5. Fatores situacionais
6. Dieta
7. Fatores emocionais
8. Dor
Condições anormais da urina
1. Infecção
2. Distúrbio do sistema circulatório
3. Obstruções
4. Distúrbios hormonais
5. Traumatismos generalizados
6. Distúrbios musculares
7. Fatores neurológicos
Substâncias estranhas na urina
1. Hematúria
2. Albumina
3. Proteinúria
4. Glicosúria
5. Piúria
Exames para detecção de problemas no sistema urinário
1 – Exame de urina – teste que estuda se a urina contém substâncias normais
como proteína ou sinais de infecção. Esse teste é constituído por urinar em um
frasco especial e deixar a amostra para ser analisada.
2 – Exames de sangue – para se avaliar quantidade de ureia e de creatinina,
substâncias que são eliminadas exclusivamente pelo rim cuja taxa sanguínea reflete
o funcionamento renal.
3 – Exame urodinâmico - avalia o armazenamento de urina na bexiga e o fluxo de
urina que si da bexiga através da uretra. O médico pode solicitar um estudo
urodinâmico se o cliente estiver apresentando sintomas que sugerem problemas
com os músculos ou nervos do sistema urinário baixo e pélvis (ureteres, bexiga,
uretra e esfíncteres). Testes urodinâmicos medem a contração dos músculos da
bexiga à medida que esta se enche e se esvazia. O exame é realizado através da
inserção de um pequeno tubo chamado cateter pela sua uretra até sua bexiga. Ele é
utilizado para encher a bexiga e para medição da pressão no seu interior durante o
exame. Um outro tubo geralmente é introduzido no reto para medir a pressão
quando você tosse ou faz esforço, pois isso pode interferir com os registros do
cateter da bexiga.
4 – Exames radiológicos – utilizam contraste radiológico para que as radiografias
possam mostrar o aparelho urinário e detectar quaisquer anormalidades na forma e
na função dos rins e da bexiga. Estes testes duram aproximadamente uma hora
Intervenções específicas de Enfermagem
1. Proporcionar e orientar repouso.
2. Oferecer ou administrar a dieta.
3. Estimular a ingesta hídrica se a condição clínica permitir.
4. Proporcionar conforto.
5. Orientar ou fazer a higiene, mantendo-o limpo e seco.
6. Orientar o uso ou colocar dispositivo para incontinência urinária.
7. Proceder ao cateterismo vesical sob prescrição médica: para alívio, de demora
e/ou com irrigação vesical.
8. Fazer o registro da evolução do cliente
Segundo Zorze et al. (2010) Quando a urina não pode ser eliminada
naturalmente, deve ser drenada artificialmente através de sondas ou cateteres que
podem ser introduzidos diretamente na bexiga, ureter ou pelve renal. A sondagem
vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada
através da uretra ou por via suprapúbica, com a finalidade da remoção da urina.
A sondagem pode ser de alívio ou de demora, quando há retirada da sonda
após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade de
permanência da sonda por mais tempo. Nestas sondagens de demora, a bexiga não
se enche nem se contrai para seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um pouco
de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo detrusor;
portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o treinamento com o
fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente deve ser realizado para a
prevenção da retenção urinária. Todo cateterismo deve ser feito com rigor absoluto
de assepsia.
Excepcionalmente é feito para:
1. Aliviar distensão vesical pela retenção de urina (Cateterismo de alívio ou
sondagem de alívio).
2. Evitar a constante umidade em cliente com incontinência.
3. Obter uma amostra estéril de urina par exame e pesquisa.
Observações
1. Antes de fazer sondagem em clientes com retenção urinária, deve-se procurar
todos os meios para estimulá-lo a urinar, por exemplo:
- abrir uma torneira perto do cliente;
- fazer lavagem externa com água aquecida;
- colocar o cliente sobre uma comadre com água quente;
- colocar bolsa de água quente na região hipogástrica;
- colocar as mãos do cliente em água aquecida.
2. Para clientes com incontinência urinária, em vez de cateterizar, é preferível usar
absorventes e calças plásticas especiais para adultos.
3. Para os homens, existe um dispositivo não invasivo, de tudo de borracha, que é
um tipo de condom adaptado externamente ao pênis, o qual é ligado a uma
extensão e este ao coletor de urina pra melhor controle do débito urinário.
PROCEDIMENTO: CATETERISMO VESICAL
Procedimento conforme as autoras López & Cruz, 2002.
Equipe multiprofissional: enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.
1. Propósito do procedimento
1.1. O que é
Método de eliminação de urina por meio de sonda.
1.2. Para que serve
Para conseguir a eliminação da urina, para colher urina de forma estéril.
1.3. Indicações de procedimento
Em pacientes com incontinência urinária, com impossibilidade de eliminação
autônoma, quando é necessário colher urina estéril, em alguns tipos de intervenção
cirúrgica.
2. Material necessário
2.1. Instrumentos, medicações e materiais
Instrumentos: pinça de Kocher.
Medicação: vaselina esterilizada ou lubrificante urológico, solução anti-
séptica, soro fisiológico ou água destilada.
Materiais: cuba-rim, luvas esterilizadas, sabão líquido, luvas descartáveis,
água morna, gaze esterilizada, suporte de coletor de urina preferencialmente de
circuito fechado, sonda (Foley ou Owens), comadre e seringa.
2.2. Instalações, espaço físico
No quarto do paciente.
2.3. Proteção especial
Utilização de sonda com calibre adequado.
Verificação do estado do balão da sonda (testando sem contaminar a sonda).
Manter o coletor abaixo do nível da bexiga.
Fixar sonda com esparadrapo na face interna da coxa.
Manter a assepsia durante todo o procedimento.
3. Procedimento
3.1. Requisitos prévios
Prescrição médica.
Necessidade de eliminação.
Necessidade de obter urina estéril.
3.2. Protocolo de ação
a) Informar o paciente.
b) Lavar as mãos e colocar luvas descartáveis.
c) Montar pinça de Kocher com gaze.
d) Derramar água e sabão líquido sobre o aparelho genital do paciente.
e) Lavar de cima para baixo, com técnica de arrasto, lavando
minunciosamente o prepúcio e a glande.
f) Secar com gaze.
g) Calçar luvas esterilizadas.
h) Aplicar uma soluço anti-séptica.
i) Lubrificar a sonda com vaselina esterilizada ou lubrificante urológico.
j) Introduzir a sonda no meato urinário. Nos homens coloca-se o pênis em
posição vertical e, uma vez introduzida a sonda 7-8 cm, coloca-se o pênis em
posição horizontal e introduz-se lentamente a sonda, mais alguns centímetros, até
verificar a saída da urina. Recobre-se a glande com o prepúcio.
k) Encher o balão da sonda com soro fisiológico ou água destilada.
l) Colocar o coletor, conectando-o à sonda, mantendo-o abaixo do nível da
bexiga para evitar o refluxo.
m) Fixar a sonda com esparadrapo na face interna da coxa.
n) Recolher o material.
o) Lavar as mãos.
p) Registrar na folha de anotações de enfermagem.
Figura 8. Procedimento. Fonte: Enfermagem com amor, 2014.
3.3. Cuidado com o material
Todo material deverá ser esterilizado e, durante a execução do procedimento,
deve-se manter o máximo de rigor com as medidas de higiene, limpeza e
esterilização.
3.4 Riscos
a) Relacionados com o procedimento: inflamação do aparelho genital, devido
ao próprio procedimento ou pela possível dificuldade na introdução da sonda. Nos
homens, pode-se provocar um falso trajeto ao forçar em caso de obstáculo.
b) Relacionados com o paciente: infecções produzidas pela manipulação da
sonda e da conexão ao coletor pelo próprio paciente.
c) Relacionados com a proteção e segurança do profissional de saúde: em
pacientes que devem manter a sonda por um período prolongado, podem aparecer
infecções urinárias por não cumprir a mudança a norma de mudança de sonda. Nos
homens, úlceras de pressão provocadas pela mesma sonda por não se fazer a sua
rotação.
3.5 Pontos-chave
Informar o paciente.
Preparação do material.
Lavagem das mãos.
Controlar a máxima esterilidade durante a execução do procedimento.
Fixação correta da sonda.
Observar a colocação do coletor de urina.
Substituir a sonda se houver contaminação do sistema.
Recolhimento do material.
Registro na folha de anotações de enfermagem.
4. Complicações
4.1. Imediatas
Recusa do paciente ao procedimento.
Aparecimento de obstáculos que impeçam a progressão da sonda.
4.2. Tardias
Infecção urinária.
Incontinência urinária por cateterismo prolongado, não controlado por
clampagens intermitentes.
5. Garantia de qualidade
5.1. Recomendações gerais
Evitar trações da sonda.
Evitar infecções.
Evitar desconexões desnecessárias.
Evitar úlceras de pressão por não fazer rotação da sonda.
5.2. Auto-avaliação do procedimento
O paciente tem conhecimento do procedimento?
Sabe das complicações que o procedimento pode ocasionar?
Sabe como agir para evitar infecções?
Sabe o que fazer para evitar uma posterior incontinência?
Ocorreu algum tipo de infecção urinária?
Sabe da necessidade de trocar a sonda, caso haja contaminação do sistema
de drenagem?
Foram seguidas corretamente as normas de assepsia estabelecidas?
Fixou-se corretamente a sonda?
6. Informações ao paciente e os familiares
Evitar manipulações desnecessárias.
Evitar desconexões desnecessárias.
Realizar clampagens intermitentes.
Fazer a rotação da sonda para evitar úlceras de pressão.
Mudar o coletor apenas quando for absolutamente necessário.
7. Educação para a saúde
Lavagem das mãos antes e depois de qualquer manipulação.
Aplicação de anti-sépticos nas extremidades da sonda e da bolsa após
desconexões necessárias.
Manter a bolsa abaixo do nível da bexiga para evitar o refluxo da urina.
Manter fechado o sistema bexiga sonda-bolsa coletora.
Nos homens a sonda deve ser fixada na região suprapúbica.
Após retirar a sonda, observar a eliminação vesical durante 24 horas, para
evitar a ocorrência de retenção urinária.
8. Conclusão
O cateterismo vesical é um procedimento muito utilizado na remoção da urina
a fim de facilitar a vida do paciente que não pode se locomover ou possui alguma
doença que o impeça de exteriorizar a urina normalmente. Algumas ações devem
ser observadas pelo profissional de saúde para que o procedimento ocorra com o
máximo de higiene e que não acarrete consequências para o paciente, como
infecções e problemas devido ao mau posicionamento e colocação da sonda.
9. Referências Bibliográficas
NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ABNT NBR 14724, Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –
Apresentação. 3 ed. Rio de Janeiro, 2011.
LENZ, L.L. Cateterismo vesical: cuidados, complicações e medidas preventivas.
Arquivos Catarinenses de Medicina, Vol. 35, N° 01, 2006.
LÓPEZ, Mercedes A.; CRUZ, Maria Jesús R. Guias Práticos de enfermagem em
Hospitalização. Tradução: Maria Teresa Ramalhal Teixeira. McGraw Hill, 2002.
ENFERMAGEM COM AMOR.
Disponível em: < http://amarcuidando.blogspot.com.br/2013/01/sondagem-
vesical.html>. Acesso em: Nov/2014.
SILVA, V. P. Sonda vesical de demora. Disponível em:<
http://aenfermagem.com.br/procedimentos/sonda-vesical-de-demora-masculina/>.
Acesso em: Nov/2014.
SOUZA, E. N. et al. Atendimento Ao Usuário Com Necessidade De Cateterismo
Vesical Intermitente. Prefeitura do Município de Londrina, 2011.
ZORZE, Cleide M. F. S. et al.Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizado de
enfermagem. 6 ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2010.