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O LUTO SIMBÓLICO A PARTIR DE UMA GRAVIDEZ PLANEJADA DE JOVENS PRIMIGESTAS DE UMA INSTITUIÇÃO LINENSE THE SYMBOLIC LOSS FROM PLANNED PREGNANCY OF YOUNG PREGNANT FOR THE FIRST TIME OF A LINENSE INSTITUTION Gian Lucan Sution – Graduando em Psicologia pelo UniSALESAINO [email protected] Melissa Iwami de Souza – Graduanda em Psicologia pelo UniSALESAINO – [email protected] Victoria dos Santos Ferrazoni – Graduanda em Psicologia pelo UniSALESAINO – [email protected] Prof. Me. Rodrigo Feliciano Caputo – Mestre em Psicologia Social pelo Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no IP-USP – [email protected] RESUMO Este artigo visa investigar sobre o luto simbólico e suas interveniências a partir de uma gravidez planejada na vida de jovens primigestas. Participaram da pesquisa quatro primigestas, entre 18 e 29 anos, que frequentam uma instituição linense. Tal pesquisa parte da hipótese de que as transformações biopsicossociais desencadeiam um luto simbólico, podendo o planejamento da gravidez facilitar esse processo de elaboração. Utilizou-se o método de pesquisa qualitativo a partir de uma pesquisa exploratória, cuja coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas, sendo utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin para tratamento de dados e classificação em três categorias principais: pensando bem... quero ser mãe; somos tão jovens; quem ama cuida. Para análise utilizou-se a teoria psicanalítica, na qual foram encontradas questões relacionadas ao holding, vínculo materno e expressão da maternidade. A investigação demonstrou que o luto simbólico desencadeado na primeira gravidez levanta questões acerca de responsabilidade, mudanças futuras e construção da maternagem. Palavras-chave: Maternagem. Gravidez. Luto Simbólico. Psicanálise. 1

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O LUTO SIMBÓLICO A PARTIR DE UMA GRAVIDEZ PLANEJADA DE JOVENS PRIMIGESTAS DE UMA INSTITUIÇÃO LINENSE

THE SYMBOLIC LOSS FROM PLANNED PREGNANCY OF YOUNG PREGNANT FOR THE FIRST TIME OF A LINENSE INSTITUTION

Gian Lucan Sution – Graduando em Psicologia pelo UniSALESAINO – [email protected]

Melissa Iwami de Souza – Graduanda em Psicologia pelo UniSALESAINO – [email protected]

Victoria dos Santos Ferrazoni – Graduanda em Psicologia pelo UniSALESAINO – [email protected]

Prof. Me. Rodrigo Feliciano Caputo – Mestre em Psicologia Social pelo Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no IP-USP –

[email protected]

RESUMO

Este artigo visa investigar sobre o luto simbólico e suas interveniências a partir de uma gravidez planejada na vida de jovens primigestas. Participaram da pesquisa quatro primigestas, entre 18 e 29 anos, que frequentam uma instituição linense. Tal pesquisa parte da hipótese de que as transformações biopsicossociais desencadeiam um luto simbólico, podendo o planejamento da gravidez facilitar esse processo de elaboração. Utilizou-se o método de pesquisa qualitativo a partir de uma pesquisa exploratória, cuja coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas, sendo utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin para tratamento de dados e classificação em três categorias principais: pensando bem... quero ser mãe; somos tão jovens; quem ama cuida. Para análise utilizou-se a teoria psicanalítica, na qual foram encontradas questões relacionadas ao holding, vínculo materno e expressão da maternidade. A investigação demonstrou que o luto simbólico desencadeado na primeira gravidez levanta questões acerca de responsabilidade, mudanças futuras e construção da maternagem.

Palavras-chave: Maternagem. Gravidez. Luto Simbólico. Psicanálise.

ABSTRACTThis article aims to investigate about symbolic loss and its interventions since

planned pregnancy in the life of a young pregnant by first time. Participated in research four pregnant, between 18 and 29 years old, that attend an Linense institution. Such research is based on the hypothesis that biopsychosocial transformations take a symbolic loss, can pregnancy planning to ease this elaboration process. The qualitative research method was used based on exploratory research, that the data collection was done since semi-structured interviews, being used Bardin’s Content Analysis for data processing and classification in three main categories: thinking well… I want to be mother; we are so young; who loves, care. The analysis was done using the psychoanalytic theory, in which questions about holding, maternal bond and expression of maternity. Starting this investigation was demonstrated that symbolic loss unleasled in first pregnancy raises questions about responsability, future changes and mothering building

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Keywords: Mothering. Pregnancy. Symbolic loss. Psychoanalysis.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho buscou analisar e compreender as implicações do luto

simbólico em jovens primigestas a partir de uma gravidez planejada, a partir disso

possibilitando maior compreensão acerca dos processos subjetivos vivenciados por

essas jovens.

Para Maldonado, Dickstein e Nahoum (2000), a gravidez é considerada um

momento na vida de uma mulher carregado de significados a níveis físicos,

psíquicos e sociais, sendo conceituada como um momento de crise em que há a

necessidade de reestruturação.

As várias fases do desenvolvimento humano são consideradas perdas

simbólicas onde desencadeiam o luto simbólico. Sendo o luto conceituado como a

reação consciente à perda de algo ou alguém, um processo de reorganização diante

da uma perda, o luto simbólico carrega os mesmos preceitos, porém conceituado

como a experiência de perdas e morte em vida, onde se perde algo conhecido

diante do desenvolvimento humano futuro. São consideradas perdas simbólicas tudo

o que provoca necessidade de readequação necessária diante de um novo cenário.

(KOVÁCS, 1992).

Ao engravidar pela primeira vez torna-se necessário a jovem mãe abandonar

papéis anteriores e assumir uma nova posição, sendo esse desenvolvimento futuro

representação de perdas, morte e sacrifício das formas anteriores, sendo necessário

realizar o luto do corpo antigo, da identidade de filha, de esposa, deparando-se com

a angústia diante do desconhecido.

Tendo como objetivo buscar a compreensão acerca do luto simbólico a partir

de uma gravidez planejada, partindo da hipótese de que as transformações

biopsicossociais desencadeiam o luto simbólico, podendo o planejamento de a

gravidez ser facilitador nesse processo de elaboração.

1 MATERNIDADE, MATERNAGEM E JUVENTUDE

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Diante da maternidade a mulher passa a ser olhada e também se vê de forma

diferenciada, cujos papéis de filha, esposa ou profissional cedem ou ocupam um

lugar junto a uma nova configuração, sendo esta, o papel de mãe. Tal estágio inclui

uma gama de sentimentos, emoções e caracteriza-se como uma fase de mudanças

que podem ser vivenciadas de modo positivo ou negativo. (MALDONADO,

DICKSTEN & NAHOUM, 2000).

Socialmente a mãe carrega junto a si idealizações maternas, sendo as

questões atreladas à figura materna reveladores de como é visto a função da mãe

em nossa sociedade, sendo algo pouco explorado e levado em conta. Leva-se em

conta que a mãe deve “dar conta” do filho e as questões conseguintes a gestação,

porém pouco se fala sobre as angústias, tristezas, medos, ansiedades que uma

nova mãe pode vir a ter e necessitar lidar ao longo desse processo de “dar conta” de

uma criança. As mães são soterradas no que socialmente se espera dela e assim

busca exercer essa função da melhor maneira possível, sem olhar para si mesmo e

compreender as mudanças e como lidar com elas, pouco falando sobre si mesma e

sobre seus sentimentos. (MALDONADO, DICKSTEIN, & NAHOUM, 2000).

A primeira gravidez no cenário da juventude carrega de maneira intensificada

diversas questões com a qual a nova mãe necessita lidar, seja pela passagem para

um novo papel e olhar social, ou a necessidade de lidar com o desenvolvimento de

um filho, além das adaptações sociais necessárias, a jovem primigesta experiência

tais questões junto a sua consolidação na vida adulta. Concomitante a tais

mudanças, a jovem primigesta enfrenta questões relacionadas a transformações

físicas e psíquicas.

Tonar-se relevante no cenário exposto um olhar para a função materna e sua

importância diante do desenvolvimento infantil. Autores como Winnicott (1982, 1993)

e Bion (1962 apud SÁ, 2009) trazem questões que interligam o estado emocional da

mãe com o fato de poder suprir e acolher as demandas do bebê. Desta maneira, a

mãe ao buscar compreender os seus sentimentos, o próprio humor e emoções, além

de toda a transformação que vivencia, pode vir a ter a capacidade de manter-se

calma e receptiva assim transmitindo ao bebê um estado emocional e possibilidade

de continente diante de suas necessidades. Tal estado de capacidade de continente

se constrói durante a gravidez, onde a mãe começa a construir a sua maternagem,

antes mesmo do nascimento do bebê fornece um ambiente psicológico e emocional

facilitador, compreendo que ela, a mãe, é o primeiro mundo do bebê. Sendo assim,

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pode-se afirmar que a mãe que não consegue manter-se em um estado de calma e

receptividade compreendendo as necessidades do bebê, pode vir a não vivenciar de

forma satisfatória a criação de vínculo com seu bebê.

2 O LUTO SIMBÓLICO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRIMEIRA GRAVIDEZ

Freud (1969) conceitua o luto como uma reação consciente à perda de algo

ou alguém, sendo um processo natural que se instala antes da elaboração da perda,

sendo algo possível de ser superado após certo período. Sendo um processo de

reorganização diante de uma perda real ou simbólica, onde o objeto pelo qual se é

direcionado a libido não existe mais, sendo então retirada essa energia, a fim de que

possa ser reinvestida em outro objeto.

Para Kovács (1992) durante a vida a morte possui diversas representações,

podendo ser vista como limite, dor, perda de funções, das carnes, do afeto, pode ser

representada por solidão, tristeza, pobreza, a morte sempre é vista como algo que

causa repulsa e terror. Deste modo, o luto simbólico segue os mesmos preceitos do

luto, porém, representa então os sentimentos na mesma veracidade que da perda

real, consistindo-se do espaço notável na vida do indivíduo que ocupava o que lhe

foi perdido. Delimita-se assim a vivencia de uma perda simbólica onde não ocorre a

morte concreta, mas sim perdas simbólicas, caracterizando assim o sentimento

diante dessas perdas como um luto simbólico.

O desenvolvimento futuro representa perda, morte e sacrifício de formas

anteriores. São as perdas e mortes simbólicas, bem como consideradas como

"pequenas mortes", por exemplo, as fases do desenvolvimento, da infância para a

adolescência, vida adulta e velhice. São também vividas como "pequenas mortes"

mudanças de casa, de emprego, de cidade. O matrimônio e o nascimento do filho

também são "mortes simbólicas", onde uma pessoa perde algo "conhecido", como o

papel de solteiro e o de filho, e vive o "desconhecido" de ser cônjuge ou pai. São

situações que podem despertar angústia, medo, solidão, e neste ponto, trazem

alguma analogia com a morte. Carregam em si elementos de separação, sofrimento,

dor, tristeza e certa desestruturação do ego. Um tempo de elaboração se faz

necessário. (KOVÁCS, 1992).

A reação à perda, bem como o tempo de elaboração dependerá de vivências

e ligação emocional em relação ao que foi perdido e também da história e evolução

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psíquica do indivíduo, sendo então, este um período de adaptação e reorganização

que demandará tempo e energia.

Como uma fase do desenvolvimento natural e socialmente esperada na vida

de uma mulher, a maternidade e o ato de engravidar também faz parte de um

período transformador, não se pode negar que a nova mãe abrirá mão de papéis e

funções em sua vida a fim de dedicar-se ao novo integrante de seu mundo: seu filho,

além de vivenciar mudanças físicas e psíquicas. (MALDONADO, 2000).

Uma vez que o desenvolvimento futuro representa perda, morte e sacrifício

das formas anteriores, como cita Kovács (1992) são necessários realizar o luto do

corpo antigo, da identidade de filha, de esposa, perdendo algo conhecido

deparando-se com a angústia diante do novo. Torna-se necessário, quando mãe,

deixar os padrões antigos e assumir o novo, desconhecido e incerto período da vida.

Faz parte do processo de luto simbólico reorganizar-se e resignificar a vida diante

dessas perdas e mortes simbólicas, passando assim a viver com esses novos

significados, como tal organização pode se dar de forma mais satisfatória ou não,

atribuindo subjetividades individuais a esse processo.

Uma jovem que se descobre grávida e experiência as mudanças de forma

satisfatória, pode vir a vivenciar facilmente esse novo período em sua vida

compreendendo que tal mudança faz parte de seu desenvolvimento. Tal elaboração

e adaptação competem em uma compreensão mais satisfatória das tantas

mudanças que irão lhe ocorrer, podendo vir a ser um movimento positivo na criação

de vínculo com a criança e na adaptação as inúmeras mudanças, visto que

emocionalmente poderá a mãe experimentar uma forte estrutura psíquica.

(KOVÁCS, 1992).

3 METODOLOGIA

Abordar este tema passou a ser de interesse científico, diante da

possibilidade de melhor compreender as transformações ocorridas durante a

primeira gestação de uma jovem. No que concerne o luto simbólico, o interesse foi

de investigar como o processo de elaboração desse luto é experienciado a partir de

um planejamento da gravidez, pois, apesar do romantismo da sociedade que ainda

circulam o assunto da maternidade, esta contém perdas simbólicas que podem ser

vividas de modo menos ou mais facilitadoras. Para tanto cabe à psicologia a tarefa

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de lidar com as questões subjetivas e do desenvolvimento humano no sentido de

encontrar ferramentas para compreensão desse fenômeno.

O eixo principal e o objetivo geral que norteou a motivação do estudo foram

levantar aspectos psicossociais presentes no processo de gestação de jovens que

serão mães pela primeira vez, a partir de uma gravidez planejada no que concerne a

compreensão de um luto simbólico e às suas percepções sobre as implicações

nesse período de sua vida, bem como suas expectativas.

Portanto, com base no objetivo e nos dados coletados, a pesquisa buscou

atender a seguinte problemática: “O luto simbólico vivenciado por primigestas de

uma instituição linense tende a ser mais elaborado em gravidez planejada do que na

não planejada?”, partindo da hipótese de que as transformações biopsicossociais

desencadeiam um luto simbólico, podendo o planejamento de a gravidez facilitar

esse processo de elaboração.

Utilizou-se uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, o que permitiu o

maior aprofundamento diante de um fenômeno carregado de valores, crenças e

significados. (MINAYO 2001; GODOY, 1995).

Como instituição parceira, foi estabelecido a “Associação Beneficente Santa

Madre Paulina”, situada na cidade de Lins-SP, onde realizou- se a coleta de dados a

partir da autorização da instituição, realizando contato inicial para a exposição dos

objetivos delineados nessa pesquisa aos seus dirigentes, bem como a psicóloga da

instituição.

O público alvo foram 04 jovens mulheres primigestas com idade

estabelecida entre 18 a 29 anos, onde se levou em consideração o interesse

voluntário e cooperação em participar da pesquisa, e dessa forma foram

esclarecidas sobre os procedimentos a serem realizados através da leitura da carta

de informação ao participante da pesquisa, bem como a assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Para a coleta de dados foi elaborado um roteiro de entrevista

semiestruturada cuja aplicação foi realizada individualmente, este visou responder

aos objetivos propostos por esta pesquisa, no qual as questões formuladas

permitiram aos entrevistados expor a respeito da vivência da gravidez em

primigestas, sobretudo nas questões que são de interesse desta pesquisa.

Por se tratar de uma entrevista semiestruturada foi feito registro em áudio,

das falas das participantes, em uma sala reservada na própria instituição levando

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em conta os princípios éticos. Tal roteiro facilitou que o entrevistado tivesse uma

maior flexibilidade necessária para se expressar a respeito do tema e o recurso de

áudio assegura uma fidelidade ao conteúdo impedindo que haja lacunas e omissões

de dados.

A partir então da coleta de dados, os dados coletados foram tratados a partir

da transcrição e categorizados através do método de análise de conteúdo proposto

por Bardin (1977). Após o tratamento dos dados coletados, se realizou a análise e

interpretação desses dados à luz dos fundamentos psicanalíticos e conhecimentos

afins. Tal referencial contém um arcabouço teórico que possui conceitos que

auxiliam na compreensão e aprofundamento do objeto de estudo desta pesquisa

proporcionando aprofundado e vasto relativo às interações humanas, sobretudo

acerca das interações mãe/bebê e suas interveniências e implicações de tal relação

no desenvolvimento humano.

A interpretação e análise dos dados se deram com contribuições de autores

como Freud, Melanie Klein, Winnicott, Bion e outros autores que tratam da temática

dentro de uma perspectiva psicanalítica.

Deste modo, os dados coletados foram analisados a fim de proporcionar

maior compreensão acerca da vivencia do luto simbólico em jovens primigestas a

partir de uma gravidez planejada, buscando desvelar o tema do luto simbólico neste

contexto e proporcionando clareza acerca das experiências, emoções e elaborações

psíquicas e suas implicações neste período da vida de uma jovem.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir do tratamento dos dados através da Análise de Conteúdo de Bardin

(1977), após a realização de um recorte e classificação, levantou-se três categorias

(pensando bem...quero ser mãe; somos tão jovens; quem ama cuida) e

subcategorias subsequentes.

4.1 PENSANDO BEM... QUERO SER MÃE

Os relatos das depoentes evidenciam que o planejamento da gravidez

configura-se como um momento de tentativas em que existe a presença de alguns

tópicos relevantes relacionados ao ato de planejar, sendo esses tópicos a

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determinação de etapas, os diálogos em que o casal conversa a respeito da possível

gravidez, e também o desejo, este aparecendo de forma subjetiva sob o peso do

almejo do casal em ter um filho. Tal processo pode ser vivenciado como algo

representativo para a mulher ou para o casal, no sentido de realização de desejos

relacionados a ideais maternos.

Também se encontrou a representação do desejo de seguir mandamentos

familiares, sociais ou religiosos, que nos remete aos ideais maternos em que

socialmente um filho equivale a um padrão ideal de família ou perpetuação de uma

herança, assim como se refere Maldonado (2000). A pílula anticoncepcional aparece

dentro da etapa do planejamento como um item importante, sendo que o uso deste

adquire um controle ou não da gravidez.

Embora o planejamento da gravidez esteja presente na fala de todas as mães

entrevistadas, as mulheres podem vivenciar o não planejamento como um dilema,

que é carregado de dúvidas e conflitos, trazendo à tona medo e desejo. Ao mesmo

tempo em que algumas pessoas vivenciam o querer, o não planejamento aparece

velado. Este também pode ser visto de forma ruim, o que se deduz que não se fala

claramente sobre o não planejar, colocando assim o planejamento, mesmo que

pouco e de forma não muito clara, como coadjuvante considerado importante. No

que concerne ao não planejamento de uma gravidez, o estudo demonstra que neste

momento pairam sentimentos de ambivalência.

4.2 SOMOS TÃO JOVENS

O período da gravidez carrega muitas modificações e a partir delas vem à

tona uma vivência de perdas. Tais vivências durante a gravidez inserem-se como

um processo em que muitos prazeres ou projetos de vida são renunciados. Estar

grávida muitas vezes representa lidar com desconfortos, dores, alteração de humor

e sentimentos, alterações no sono e apetite, enjoos, dentre outras inúmeras

transformações que permeiam esse período. Logo, a partir da análise das falas das

depoentes, elencou-se 03 subcategorias relevantes ao tema, sendo elas: espelho,

espelho meu; aflorando sentimentos; menina mulher.

4.2.1 Espelho, espelho meu

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A nova mãe carrega uma certeza de que mudanças no corpo ocorrerão e tais

transformações podem ser de ordens físicas. As perdas simbólicas ocorrem a partir

das alterações no corpo que surgem logo no começo da gravidez. Percebeu-se que

as entrevistadas apresentam incômodos relativos às dores e mudanças corporais,

porém, compreendem tal momento e que essas mudanças físicas fazem parte do

processo de gravidez, buscando assim formas de enfrentamento para o processo.

Supõe-se que essa compreensão às mudanças físicas como algo necessário para

gerar um bebê, pode vir a revelar um processo de elaboração do corpo perdido mais

facilitado considerando o planejamento da gravidez, em que vivenciaram a perda,

porém conseguindo canalizar a energia, transformando parte dos investimentos

egóicos com o próprio corpo em um investimento objetal, deslocando a um “outro”

desejado, no caso o bebê. O luto do corpo antigo torna-se necessário, mesmo cada

mãe vivenciando tais transformações e mudanças de forma particular, o

desenvolvimento futuro representa perda, morte e sacrifício do que se tem agora.

(KÓVACS, 1992). Todavia, observa-se que o nível de dificuldade frente ao processo

de mudanças corporais, apresenta-se como um movimento de elaboração e

aceitação que se dá de forma distinta a cada mãe.

A vivência do luto pelas modificações de ordem física ocorre de forma

silenciosa, e sua elaboração pode ou não se dar de forma positiva. Reúne-se no

processo de luto uma energia psíquica referente ao objeto perdido, causando uma

sobrecarga psíquica libidinal que aos poucos é elaborada, e assim, pode ser

reinvestida. Portando, embora seja um processo penoso, esse desprazer é aceito

como algo natural, e quando acaba, o ego fica outra vez livre e desinibido. (FREUD,

1969). Diante do contexto exposto na categoria anterior, a qual supõe um não

planejamento no discurso de uma das depoentes tais receios e angústias podem

dificultar a elaboração desse luto diante de tais perdas, cujo a gestante traz consigo

um prolongamento psíquico à existência do objeto perdido, o que exige um tempo e

energia maior.

4.2.2 Aflorando sentimentos

Durante o período de gestação e após o nascimento muitos sentimentos

novos podem vir a fazer parte da vida da nova mãe, estes aparecem junto às

mudanças físicas e mostram-se bastante relevantes no contexto estudado. As mães

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depoentes elencaram alguns desses sentimentos que vivenciaram e ainda

vivenciam durante o período de gravidez, sendo eles de irritação carência,

sentimentalismo, emoção, se caracterizando como choronas, ou se magoando com

maior facilidade. Tais pontos nos remetem ao processo de constituição de uma

preocupação materna primária (WINNICOTT, 1993). Tal estado tem o seu início

ainda na gestação em que é conceituada como uma sensibilidade exacerbada,

acentuando-se ao final da gestação e após o parto. Neste estado a mãe desloca

todos os seus sentidos e interesses para o bebê, tornando-se sensível às

necessidades básicas de seu filho antes mesmo de seu nascimento. O autor cita

que somente a mãe estando nesse estado pode vir a corresponder às necessidades

do bebê.

De acordo com Winnicott (1993) sintomas físicos e psíquicos podem vir a ter

consequências futuras ao bebê, sendo assim o estado de preocupação materna

primária dá inicio a uma adaptação materna em termos de ambiente, levando em

conta que antes mesmo do nascimento a mãe busca adaptar-se ao bebê,

promovendo assim um ambiente facilitador para o seu desenvolvimento. Partindo de

tal fundamento, a preocupação materna primária se dá como facilitador diante do

luto simbólico desencadeado pela gravidez, visto que nem sempre a mãe adentrará

em tal estado. A forma como as depoentes expressam muito pouco sobre

sentimentos pode vir de encontro à idealização social da figura materna que nos

remete a reflexão de Maldonado (2010), cujo tantos significados e sentidos da

função materna não é algo tão discutido. Atribui-se a mãe somente função de "dar

conta" do filho e antes disso, “dar conta” do período da gestação, em que

socialmente cabe à mãe vivenciar a gravidez da melhor maneira possível sem levar

em conta seus obstáculos, sacrifícios e esforços.

4.2.3 Menina mulher

As perdas vivenciadas na gravidez inserem-se como um processo cujos

muitos prazeres e projetos de vida são interrompidos, adiados ou renunciados.

Diante de perspectivas futuras, ao serem questionadas sobre como imaginam tal

futuro, as mães participantes não deixaram de lado a construção de algo para o

filho, ou seja, seus planos futuros, a conciliação da vida, do tempo e dos afazeres

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levará em conta agora o filho em sua vida, logo, a reorganização se mostrou

presente.

Quando um indivíduo formula sua ideia de futuro, dificilmente o faz de modo

despersonificado, ou seja, essa perspectiva acompanha uma imagem formada por

significados e ideais expressos pelas jovens a partir de suas vivências, seus valores

sociais, condições econômicas e relações pessoais. Os estados psíquicos e papéis

sociais modificam-se durante tal processo, a exemplo, perde-se o papel de filha ou

esposa, internaliza-se o papel de mãe.

O movimento de aceitação das novas situações e papéis pode ser descrito

pela elaboração de um luto simbólico onde a mãe se dá conta de perdas e mortes

simbólicas e enfrenta o desafio de reorganizar sua vida e projetos de futuro, em

torno da sua nova realidade e responsabilidade. Na vida de uma jovem primigesta

torna-se ainda mais presente questões como: futuro, vida conjugal, conciliações de

tempo entre estudo e emprego. O conceito de trabalho na perspectiva dessas jovens

se apresenta como uma possibilidade de oferecer melhores condições aos seus

filhos.

Assim como cita Kovács (1992) a perda do conhecido promove angústia

diante de um novo cenário, em que a mãe sabe que será necessária elaboração

para vivenciar um futuro próximo diferente do atual. Sendo a adaptação um período

de elaboração em que sentimentos de angústia, medo, solidão e ansiedade se

fazem presentes. Tal movimento pode vir a ocorrer de forma satisfatória ou não de

acordo com as subjetividades de cada nova mãe. Tendo em vista tais perdas e

adiamento, a nova mãe passa a pensar no futuro junto com um novo olhar, o de

adaptação de vida e conciliação de tempo diante dos cuidados com o filho. A

compreensão de tais mudanças pode vir a auxiliar essa jovem a vivenciar

satisfatoriamente essas diversas transformações compreendendo o movimento de

abandonar padrões antigos, assumindo assim o ainda incerto futuro em sua vida.

4.3 QUEM AMA CUIDA

Compreendeu-se que o processo de gestação suscita um investimento afetivo

para o bebê no qual se demonstra que embora existam perdas, essas se

apresentam como auxiliares num processo amplo de construção de maternagem. Ao

receber um novo integrante na família, consequentemente o lugar e papel de cada

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integrante se modificam em algum nível sendo vivenciados muitos sentimentos a

partir disso. Além dessa modificação de papéis sociais, revivem-se questões infantis

dos pais diante desse momento, em um dos relatos a mãe nos trouxe questões da

própria infância que nos remete a possibilidade do deslocamento de um

investimento libidinal como uma vivência, portanto do próprio narcisismo vivido pela

mulher gestante e pelo pai com seus pais na infância a partir do Complexo de Édipo,

havendo, portanto uma identificação com o bebê cujo se reinveste toda a libido para

esse novo objeto de amor, do qual será depositado o ideal de eu, segundo Freud.

(1969).

O olhar sobre si mesma reflete a própria herança, a acumulação de

experiências de vida e ambientes facilitadores, emergindo assim situações arcaicas.

De acordo com Melanie Klein (1996), as figuras da nossa infância internalizam

figuras prestativas e comportamentos, sendo tais relações parte de nossa mente e

personalidade. De acordo com a autora, seria essa a base para como buscamos

expressar aos outros sentimentos de amor, tolerância e sabedoria, tais como os

sentimentos de ressentimento e frustrações. Imaginar-se diferente contribui para

compreensão de si mesmo e do que quer proporcionar ao outro, no caso das mães,

situações de comparação e diferenciação, que poderão contribuir na construção da

própria forma de ser mãe. Levam-se em conta as referências internas, claras ou

veladas, o que revela a vontade de quebrar um ciclo, ou simplesmente na função

materna proporcionar ao filho seu melhor lado compreendendo que farão o melhor

possível.

Portanto, a vontade de fazer diferente se mostra como revelador de

subjetividades, questões psíquicas e tramas bastante íntimas, podendo vir a serem

tais comparações auxilio na organização interna de suas imagens como mãe,

contribuindo assim para construção do próprio cuidado materno. O pensamento de

como será a maternagem após o nascimento do filho mostrou-se presente, cada

participante mostrou idealizar o momento a partir de ideações de como será o ato do

cuidar e como estará presente na vida do filho. Nessa perspectiva, pode-se pensar

que algumas das mães participantes idealizam o momento do cuidado e a rotina

após o nascimento, imaginando-se de forma diferente, porém junto ao bebê. Nesse

ponto de vista, há a possibilidade de essas mães ainda não se imaginarem na

função materna completa, o que nos faz pensar que ainda estão construindo como

será tal função, e para isso, fazem uso das suas fantasias, com base no ideal de

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mãe que introjetaram. A partir de tais compreensões pode-se relacionar a

idealização do cuidar na construção interna da maternagem, tais imagens

proporcionam consolidação interna à mãe de como vivenciará o cuidar do bebê,

colocando-a diante do lado bom da maternagem, mas também dos seus intercursos

e dificuldades

Winnicott (1982) afirma que embora a técnica materna possa ser ensinada e

até estudada em livros, os cuidados maternos com o próprio bebê são inteiramente

pessoais, uma tarefa que ninguém mais pode realizar tão bem quando a própria

mãe. Assim, a mãe aceita todo o trabalho porque sente que se o bebê precisa

desenvolver-se é preciso que haja uma assistência materna pessoal desde o

começo, temos assim a mãe necessária. Sendo essa a fornecedora de um ambiente

psicológico e emocional para o bebê, apresentando-o para este o mundo, porém

primeiramente compreendendo que ela, a mãe, é o primeiro mundo do filho,

significando tudo para a criança. As mães depoentes ao imaginarem-se na função

materna nos proporciona uma perspectiva de que cada nova mãe pode vir a

construir sua função, construção esta que se inicia antes mesmo da concepção,

quando começa a imaginar-se como mãe e perpetua-se durante toda a gestação.

A questão de saber lidar com os sentimentos durante a gestação e após o

nascimento nos remete a função de rêverie (Bion, 1962 apud Sá, 2009), este se

caracteriza a como manter-se em um estado de espelho emocional para o bebê, do

qual a mãe consegue cumprir as funções de cuidado, sendo um estado mental em

que mãe mantém a calma e a receptividade. Sendo assim, pode-se afirmar que a

mãe que não consegue manter-se em um estado de rêverie diante das

necessidades do bebê, pode vir a não vivenciar de forma satisfatória a criação de

vínculo com seu bebê.

4.3.1 Uma nova responsabilidade

A palavra “responsabilidade” diante do significado de maternagem apareceu

em diversos momentos nas falas das participantes. A responsabilidade como

sentimento perante o filho aparece nas falas tal como a importância de estar

presente na vida do bebê, porém, como uma forma de exemplificação dos cuidados,

a mãe afirma assim tornar-se responsável por outra pessoa, agora seu filho, que

necessitará de seus cuidados e solicitará sua atenção constante.

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De acordo com Winnicott (1993) a mãe, ao pensar em responsabilidades,

inicia um processo de preocupação e cuidados com o bebê, que junto a

preocupação materna primária possibilita após o nascimento a constituição de

holding satisfatório. Cabe-nos lembrar de que o estado de rêverie junto ao holding

pode vir a não ocorrer de forma satisfatória caso a mãe não consiga lidar com as

próprias emoções.

4.3.2 Vivenciando na pele

A maternagem enquanto construção evidencia-se como algo concebido no

imaginário, em que o filho se apresenta como extensão do ego da mãe sendo,

portanto, um objeto de amor vivenciado pelo processo narcísico e será construído

um vínculo sustentando em um ideal de eu. É importante o suporte e capacidade

que se supõe de provir afetivamente a criança, dado este que se refere a uma

condição favorável para o amadurecimento do bebê.

Constatou-se que o planejamento da gravidez e o desejo que leva uma

mulher a engravidar nem sempre virão acompanhados durante a gravidez de um

relevante significado e representação igual a todas as mães, bem como sua

expressão, sendo a maternidade possuidora de seu próprio tempo, espaço e valor

na vida de cada mãe. Porém, no que concerne a construção de uma maternagem

evidencia-se na a necessidade de lidar com os complexos sentimentos

ambivalentes, assim a seu tempo construindo sua imagem como mãe resultando em

uma possível elaboração satisfatória de todas as perdas a partir desse período, bem

como a construção de uma função materna facilitada.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que as participantes tiveram sentimentos singulares diante

da gravidez, sendo que a representação do planejamento aparece em forma de

diálogo com o companheiro, no desejo em ter um filho ou na construção de um

modelo de família. Considerando o luto simbólico, é possível afirmar que as

participantes da pesquisa tiveram uma elaboração facilitada dessas perdas, não

cabendo fazer comparações com o não planejamento. Elas percebem as alterações,

tanto de ordem física quanto psíquica, e cada uma tem uma forma particular de lidar

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com tais transformações, desde sentimentos de ambivalência até processo de

adaptação de um novo membro da família ao contexto familiar.

É importante ressaltar a importância do estudo sobre luto simbólico, não só na

questão da gravidez, mas nos períodos do desenvolvimento humano em geral, pois

é uma área, até então, pouco explorada.

REFERÊNCIAS

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FREUD, S. Luto e melancolia. In: FREUD, S. Obras Completas. v. 14. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Rev. Adm. Em. vol. 35. b.2. Mar/abr. São Paulo, 1995. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901995000200008. Acesso em 30/08/2017.

KLEIN, M. Amor culpa e reparação e outros trabalhos (1921–1945). Rio de Janeiro: Imago, 1996.

KOVÁCS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do psicólogo, 1992.

MALDONADO, M. T.; DICKSTEIN, J.; NAHOUM, J.C. Nós estamos grávidos. 11 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2000.

MALDONADO, M.T. Psicologia da gravidez. 15 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2000.

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