BIOLOGICAL CONTROL OF HORSE HELMINTHOSES BY USING ...
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BIOLOGICAL CONTROL OF HORSE HELMINTHOSES BY USING
NEMATOPHAGOUS FUNGI
Adolfo Paz Silva, DVM, PhD, DipEVPC, Senior Lecturer of Epidemiology, Zoonoses and Public
Health, and Parasitic Diseases. Animal Pathology Department, Faculty of Veterinary, University of
Santiago de Compostela (SPAIN).
Horses can become infected by parasites belonging to protozoa, trematodes, cestodes, nematodes
and ectoparasites. Helminths are the most frequently found, and strongyles, ascarids, trichuris,
habronema and oxyuris are the main nematodes reported.
It seems commonly accepted that control of parasite infections should be supported in diagnosis,
therapy and prevention. It has no sense and it cannot be understood to try to control unidentified
agents, which could result in the administration of wrong therapy, and in the development of
unsatisfactory preventive measures.
Diagnosis of nematode infections is very important not only for the identification of the pathogen,
but also to establish the need of deworming, the appropriate moment to do it, and finally to evaluate
the effect of the administered therapy. As occurs with other infections caused by parasites,
diagnosis involves the observation of clinical signs as well as the use of different laboratorial tests.
Unfortunately, demonstration of clinical signs depends not only in the occurrence of parasite
infections, but also in the aptitude or management of the horses, especially their feeding, housing…
Therapy is the second stilt in the control of parasitic infection, and nowadays, this looks the sole
action frequently applied, probably due to an elevated number of dewormers is available. Different
percentages of success have been reported against strongyles and ascarids. The only accepted
parameter for assessing the efficacy is the fecal egg count reduction, which is estimated by means
of the coprological flotation test. The disadvantages of this probe have been previously mentioned.
More recently several investigations proposed the estimation of the egg of reappearance period, and
the reduction of the positive horses.
Prevention is the third stilt in control of parasitic infections. When talking about parasites
developing an external phase in the environment, it is required to take care of these stages, which
remain protected from the therapy. With the aim to prevent horse infection by nematodes, two
measures are frequently advised, to avoid the access to risky areas, and to reduce the presence of
infective stages in the soil. For reaching both, horses should be maintained under a non-grazing
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regime, avoiding thus the ingestion not only of L3 nematodes, but also ingestion of Parascaris
eggs, and more parasites as Gasterophilus, oribatids containing Anoplocephala cysticercoids or
trematode metacercariae.
By lessening the parasites surviving in the environment, the risk of infection in horses is also
decreased. With this objective, some agricultural practices can be carried out, as rotational grazing,
ploughing or alternating grazing species. These practices are not frequently performed when
rearing horses. Ploughing could be interesting for improving exposure of parasites to the sunlight.
In most cases, rotation is conducted according to the presence of forage. Alternating grazing
species are applied on ruminants (cattle and sheep), but it is not often among horses.
Biological Control of some equine helminthoses
At this point, application of biological methods for reducing the possibilities of parasites to survive
in the environment appears very interesting, practical and useful. Among the different mechanisms
which could be developed, some filamentous fungi have an extraordinary potential, based on their
activity against larvae or eggs.
Larvicidal or predatory fungi have been widely tested on ruminants, and their application in horses
is recent in part. Duddingtonia flagrans and Monacrosporium thaumassium are 2 species with
demonstrated efficacy against the larval stages of strongyle nematodes. Previous works pointed that
Duddingtonia can adapt its development to the nematodes. As a consequence, when second and
third stage larvae try to leave the stools, they are captured in the traps the fungus created
previously.
The antagonistic effect of some fungi on the viability of egg parasites is less known, and there is a
limited number of investigations. Here in Brazil the suitability of Pochonia chlamydosporia against
the eggs of Parascaris or Strongyloides westeri in different culture media has been shown. Other
fungi which develop ovicidal activity are Trichoderma, Mucor, Verticillium or Paecilomyces.
There are several points needing to be improved for the application of biological control measures
against horse parasites, as production of large numbers of spores, a proper way for their spreading,
and the regulatory requirements.
"Um novo olhar sobre Bacillus thuringiensis: o que a biologia molecular nos mostra"
Bacillus thuringiensis é um dos microrganismos mais utilizados no controle biológico
de insetos. Todos os anos grandes quantidades dessa bactéria são liberadas no ambiente
com intuito de controlar pestes agrícolas e insetos vetores.
Recentemente, a aplicação de técnicas de biologia molecular demonstrou a estreita
ligação entre as espécies B. thuringiensis, B. cereus, B. anthracis, B. mycoides e B.
weihenstephanensis, a ponto de se sugerir que todas essas espécies sejam agrupadas em
uma ou, que pelo menos, sejam consideradas sub-espécies de B. cereus. A similaridade
entre B. cereus e B. thuringiensis não se restringe apenas ao background genético,
também vem sendo demonstrada a presença de diversos fatores de virulência que foram
inicialmente descritos em B. cereus, tais como toxinas, enzimas e hemolisinas, em B.
thuringiensis. Além disso, já foram descritos casos de intoxicações e toxinfecções
alimentares causados por B. thuringiensis. Isso levanta a questão: o quão seguro é a
utilização de B. thuringiensis como bioinseticida?
Avanços na compreensão do modo de ação toxinas Bt - Alejandra Bravo
Bacillus thuringiensis produz proteínas inseticidas que são ativas
contra diferentes ordens de insetos. Em particular, a família das toxinas com três
dominios-Cry (3d-Cry) tem importantes aplicações em controle de pragas de insetos
como produtos em spray ou em plantas transgênicas conhecidas como plantas-Bt.
Diferentes toxinas Cry têm sido expressas em plantas e são comercializadas em todo o
mundo. Plantas-Bt são resistentes ao ataque de alguns insetos-praga e deram origem a
uma importante redução no uso de inseticidas químicos. Existem pelo menos três modelos
diferentes para explicar o modo de ação destas proteínas. Dois deles são baseados na
atividade de formação de poros da toxina e propõe que as larvas são mortas por choque
osmótico das suas células do intestino médio. Diferenças nesses modelos estão
relacionadas com os processos de interações do receptor e a inserção na membrana.
O terceiro modelo propõe que as células do intestino médio são mortas através de um
mecanismo de transdução de sinal que é acionado após a ligação de toxinas Cry 3d-
caderina receptor. O inseto pode desenvolver resistência a estas diferentes toxinas e as
colônias resistentes foram isoladas em todo o mundo. A resistência à 3d-Cry pode ser
devido a diferentes mecanismos. Nesta palestra vamos analisar os três modelos propostos
para o mecanismo de ação das toxinas 3d-Cry e os diferentes mecanismos de resistência
a estas toxinas que foram documentados até agora em várias espécies de insetos.
ÁCAROS PREDADORES COMO AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO
Ana Cristina C. Cavalcante
Doutora em Entomologia (ESALQ/USP), Endereço atual: Instituto Federal Goiano- Câmpus Urutaí,
Rodovia Geraldo Silva Nascimento Km 2,5, CEP 75790-000 – Urutaí, GO. E-mail:
Ácaros pertencentes à família Phytoseiidae vem sendo utilizados com sucesso em
condições de campo e casa de vegetação em programas de controle biológico em várias
regiões do mundo. Em diversos países, espécies de fitoseídeos são utilizadas como
agentes de controle biológico. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, os
fitoseídeos Amblyseius swirskii Athias-Henriot, Amblydromalus limonicus (Garman &
McGregor) e Euseius gallicus Kreiter & Tixier têm sido utilizados para o controle das
moscas-brancas Bemisia tabaci (Gennadius) e Trialeurodes vaporariorum (Westwood).
Hoje, mais de 2.700 espécies pertencentes à família Phytoseiidae são conhecidas, sendo
a fauna brasileira bastante diversa, com cerca de 200 espécies relatadas no país.
Contudo, no Brasil, apesar desta diversidade, somente três espécies pertencentes à esta
família são comercializadas [Neoseiulus californicus (McGregor), Neoseiulus barkeri
Hughes e Phytoseiulus macropilis (Banks)], sendo que para o controle da B. tabaci, não
há nenhuma espécie utilizada. Deve-se ressaltar B. tabaci como uma das principais
pragas agrícolas em inúmeras culturas sendo o seu controle um desafio. No país, o
principal método de controle utilizado é o químico, contudo diversos casos de
resistência têm sido relatados para os diferentes grupos químicos de inseticidas, não
funcionando este método a contento. A utilização de agentes de controle biológico,
como ácaros predadores Phytoseiidae, seria uma alternativa para controle da B. tabaci
no Brasil, visto o sucesso já alcançado com a utilização destes predadores para o
controle deste inseto em outros países. A introdução de espécies exóticas ou a utilização
de espécies já encontradas no país associadas a outros métodos poderiam viabilizar a
implementação de programas de manejo integrado desta praga. Antes da importação de
espécies exóticas deve-se realizar estudos prévios para a avaliação do potencial do
predador como agente de controle biológico, além de estudos sobre o risco oferecido
pela sua introdução. Neste contexto, populações de A. swirskii foram introduzidas no
país (permissão de importação 492/2012 e 331/2013 do MAPA) para realização de
estudos laboratoriais visando o controle da B. tabaci biótipo B, além disso, também
foram realizados estudos preliminares de análise de risco. Paralelamente a este estudo,
populações brasileiras dos fitoseídeos A. limonicus, Amblyseius herbicolus (Chant),
Amblyseius largoensis (Muma), Amblyseius tamatavensis (Blommers) e Neoseiulus
tunus (De Leon) também foram avaliadas quanto ao seu potencial para o controle de B.
tabaci. Em relação ao desempenho de A. swirskii, os estudos confirmaram o potencial
desta como agente de controle da população brasileira de B. tabaci. Quanto a análise de
risco, A. swirskii foi capaz de predar larvas de Euseius concordis (Chant), fitoseídeo
comumente encontrado no Brasil, independentemente da presença de pólen. Desse
modo, mais estudos de interação intraguilda para avaliar o efeito de A. swirskii sobre E.
concordis e outras espécies comumente relatadas no país são necessários. Em relação as
populações brasileiras de fitoseídeos, melhores resultados quanto a capacidade de
predação e oviposição foram observados para A. herbicolus, A. tamatavensis e N. tunus,
indicando o potencial destas espécies como agentes de controle de B. tabaci. Além
disso, avaliou-se o potencial biótico de A. tamatavensis quando alimentado com ovos de
B. tabaci e seu desempenho no controle desta praga em plantas de pimentão (Capsicum
annuum L.). A taxa intrínseca de aumento populacional foi comparável à obtida para A.
swriskii alimentando-se da mesma presa. Por outro lado, a liberação deste predador
resultou em reduções de 60 a 80% nas densidades da praga, sugerindo que A.
tamatavensis como um agente promissor para o controle de B. tabaci. Ainda em relação
ao A. tamatavensis é importante ressaltar os trabalhos envolvendo a criação a massal
deste predador para fins comerciais. Estudos preliminares demonstraram excelentes
resultados para esta espécie quando utilizado Aleuroglyphus ovatus (Troupeau)
(Astigmatina: Acaridae) como presa. Outras espécies do grupo Astigmatina, ao qual A.
ovatus pertence, já vem sendo utilizados comercialmente para a criação massal de
ácaros predadores. A utilização desses ácaros como presa em criações usualmente
requer menores gastos para a produção do predador. Fato que colabora para a
viabilidade de uma produção massal destes predadores para fins comerciais. Conclui-se
que existe um grande potencial de se controlar B. tabaci no Brasil com o uso de
espécies de fitoseídeos, seja com a importação de um agente de controle biológico,
como A. swirskii, ou com uma espécie já presente no país, como A. tamatavensis. O
sucesso alcançado com a utilização de fitoseídeos para o controle de moscas-brancas em
outros países sugere que a utilização destes predadores no Brasil possa viabilizar o
controle desta praga.
Palavras-chave: Phytoseiidae, inimigos naturais, Bemisia tabaci
Situação atual dos registros de produtos biológicos para a agricultura –
Ana Lívia Brito
RESUMO
Principais diferenças entre as formas de registro para produtos biológicos
na Agricultura; Resultados e estatísticas referentes às avaliações realizadas
pelos órgãos reguladores nos últimos anos; Regulação de fitossanitários
com uso aprovado para Agricultura Orgânica e os impactos desse novo
procedimento de registro no cenário de atuação de produtos biológicos.
Seleção de isolados de fungos entomopatogênicos e compatibilidade a
agrotóxicos – MsC Ana Paula F. Pinto – IB/UNESP Botucatu-SP
Em 2004 foi relatada a presença do Huanglongbing, também conhecido como
“greening”, nos pomares cítricos do estado de São Paulo. No Brasil, esta
doença é causada pelas bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e
Candidatus Liberibacter americanus, que são transmitidas pelo psílideo-dos-
citros Diaphorina citri. A principal forma de controlar a doença é através do
controle do inseto-vetor, que atualmente é realizada com o uso de produtos
químicos. A mortalidade de adultos do psilídeo, por fungos entomopatogênicos,
tem sido observada em campo e alguns estudos estão sendo desenvolvidos,
mas pouco se sabe sobre o efeito desses patógenos no controle do inseto-
vetor. Dessa forma, estudos são realizados para determinar a patogenicidade
do isolado Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea sobre adultos e ninfas de D.
citri em condições de laboratório, bem como a sua compatibilidade com
produtos fitossanitários utilizados na citricultura. Foi observado mortalidade que
variaram entre 42,3 e 96,8% para ninfas e 81,8% e 87% para adultos (B.
bassiana). Em condições de laboratório, todos os produtos afetaram o
desenvolvimento do fungo e a maioria foi classificada como moderadamente
tóxico. Para o fungo I. fumosorosea foi observado mortalidade que variaram
entre 5,25% e 25,5% para ninfas.
Palavras-chave: Huanglongbing, greening, controle microbiano, fungos
entomopatogênicos, psilídeo-dos-citros.
Gargalos e oportunidades para levar um produto ao campo
Ari Gitz
São listados exemplos de procedimentos necessários para abertura e regularização de
estabelecimentos produtores de agrotóxicos e afins, além dos passos para registro de
produtos biológicos, que também devem seguir a burocracia do Decreto 4.074/2002,
passando por autorizações de pesquisa até a comercialização. No entanto estes gargalos são
desafios para a conquista de oportunidades em um mercado emergente, com crescimento
anual estimado em 15% e perspectivas de crescimento contínuo, vindo a substituir os
pesticidas químicos em muitos casos.
The evolution and ecology of virulence in insect pathogens. Ben Raymond,
Imperial College London, Silwood Park campus, Ascot, Berks, SL5 7PY, UK. Correspondence: [email protected]
Bacillus thuringiensis invests a great deal of resources in producing diverse virulence factors during vegetative growth and at sporulation. However, for many decades B. thuringiensis had an uncertain reputation as a pathogen: the adaptive basis of investing in Cry toxins was questioned and it was suggested that B. thuringiensis might be a soil bacterium or a plant symbiont. Recent experiments have shown that reproduction of Bt is dependent on the death of its host. Moreover, presence of larval hosts can increase the population size of Bt in its soil reservoir in the field, from where Bt is able to colonize plant tissues.
In general, evolutionary biology can help explain the link between investment in virulence and pathogen fitness. For Bt, and other insect parasites, ideas that address cooperation between microbes have been particularly useful in explaining why pathogens can invest so much effort in Cry toxins and vegetative virulence factors. I will discuss the evidence for these ideas in Bacillus thuringiensis and show how they can be applied to maintain or approve the virulence of performance of diverse biocontrol agents.
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Uso de novas tecnologias para monitoramento de pragas e utilização do controle biológico José Maurício Simões Bento1
1Universidade de São Paulo – USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ Lab. Ecologia Química e Comportamento de Insetos 13418-900 Piracicaba-SP Brasil E-mail: [email protected] Embora o controle biológico de insetos seja reconhecido como um método eficiente no controle de pragas, ainda não há um consenso sobre o melhor momento para a liberação dos inimigos naturais. Diferentemente do controle químico, por exemplo, que utiliza o nível de controle para disparar as aplicações de agroquímicos, a liberação de inimigos naturais no controle biológico ainda é realizada de forma empírica. Contudo, diferentes estratégias e novas tecnologias empregadas para o monitoramento e reconhecimento do ataque de pragas nas mais diversas culturas, poderiam ser úteis para esta tomada de decisão. Armadilhas contendo feromônio sexual ou de agregação, técnicas de sensoriamento remoto, e mais recentemente, a utilização de sensores que detectam a presença de voláteis de plantas atacadas, podem fornecer as informações necessárias para este aprimoramento do controle biológico. A necessidade de ajustes destas tecnologias levando-se em consideração dados biológicos da praga como a duração das fases de vida, a fenologia da planta associada ao ataque e as condições climáticas no período, são parâmetros que devem ser considerados e serão aqui discutidos.
Controle biológico de carrapatos utilizando nematoides entomopatogênicos:
pesquisas desenvolvidas no Brasil.
Caio Márcio de Oliveira Monteiro
Pós-doutorando da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG. Docente do programa de Pós-
graduação em Ciências Biológicas, Comportamento e Biologia Animal, UFJF.
Os carrapatos são artrópodes pertencentes à ordem Ixodida, dentro da subclasse Acari. No mundo
estão descritas, aproximadamente, 870 espécies de carrapatos e muitas apresentam grande
importância econômica e em saúde pública devido ao fato de parasitarem humanos e animais
domésticos, somado a capacidade de transmissão de agente patogênicos para esses hospedeiros.
O uso de carrapaticidas ainda é o método predominante no controle de carrapatos, entretanto,
erros cometidos principalmente na escolha do carrapaticida e na época e forma de aplicação, tem
resultado na ineficácia dos tratamentos, seleção de indivíduos resistentes, riscos de contaminação
de alimentos e ambiente e intoxicação de animais e humanos. Assim, torna-se necessário o
desenvolvimento de novas tecnologias para o controle desses ectoparasitos, reduzindo a
dependência pelo uso de carrapaticidas organossintéticos. Nesse contexto, a utilização de
nematoides entomopatogênicos (NEPs) representa promissora alternativa a ser empregada em
programas de manejo integrado de algumas espécies de carrapatos. Esses nematoides são
produzidos comercialmente em diferentes países de todos os continentes do mundo, sendo
utilizados com sucesso no manejo de diversas espécies de insetos praga em diferentes culturas. Os NEPS atuam como veículos de bactérias que são patogênicas quando introduzidas na
hemocele dos hospedeiros, onde provocam rápida septicemia, levando-os a morte.
Algumas características são favoráveis para sua utilização no controle biológico, como:
serem seguros para vertebrados e para maioria de invertebrado, terem baixo custo de
produção; possibilidade de armazenamento; facilidade de aplicação no campo; habilidade
de buscar o hospedeiro e compatibilidade com pesticidas. Com relação a carrapatos, até
o momento, sabe-se que 14 espécies de ixodídeos e três de argasídeos são susceptíveis a
infecção por NEPs, sendo as fêmeas ingurgitadas o estágio mais sensível. No Brasil, a
maior parte dos estudos com NEPs para o controle de carrapatos foi direcionada
investigações sobre Rhipicephalus microplus, o carrapato dos bovinos. Esse ixodídeos é
um dos principais entraves para pecuária bovina, causando prejuízos anuais de 3.24 bilhões de
dólares para economia do país. A maioria dos carrapaticidas disponíveis no mercado para o
controle do carrapato dos bovinos apresentam baixa eficácia devido ao fenômeno de resistência.
Assim, a Embrapa Gado de Leite vem desenvolvendo uma linha de pesquisa que teve
início na primeira década do século XXI, com intuito, investigar o potencial de NEPs para
o controle de R. microplus. Até o momento, algumas respostas foram obtidas como: quais
espécies de NEPs são mais virulentas; tempo necessário para penetração dos NEPs no
carrapato; variação de susceptibilidade de diferentes populações de carrapatos e de
fêmeas com diferentes graus de ingurgitamento, compatibilidade com produtos químicos,
óleos essenciais e outros agentes biológicos, além da seletividade, modos de aplicação e
tempo de armazenamento. Algumas investigações também foram conduzidas sobre o
patogenicidade de NEPs para Dermacentor nitens e Amblyomma sculptum. Os resultados
obtidos até o momento são promissores, entretanto, muitos desafios ainda precisam ser
vencidos para que os NEPs sejam utilizados efetivamente no manejo integrado de
carrapatos.
Gargalos no uso de Agentes de Controle Biológico no Brasil, realidade e perspectivas –
Carlos Marcelo Soares – IMAmt.
Na última década, tem se verificado um aumento crescente no uso de Agentes de
Controle Biológico no Brasil, calcado, principalmente, na demanda da população por
alimentos livres de agrotóxicos e na necessidade dos produtores de conduzir de maneira
mais sustentável suas lavouras. Neste contexto, empreendedores vislumbraram uma
oportunidade e passaram a produzir e fornecer ferramentas de controle biológico. Não
obstante, algumas ações devem ser empreendidas, tanto no ambiente de “fora da
porteira”, quanto no de “dentro da porteira”. Fora da porteira existe a necessidade de
uma maior organização das bioindústrias fortalecendo e ampliando iniciativas, como a
protagonizada pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico
(ABCBio), que tem por objetivo organizar e representar o setor. Outro ponto que deve
ser observado é a profissionalização dessas empresas, migrando do ambiente de
empreendedor/artesanal para o profissional/industrial. Na esfera regulatória preconizada
pelo Estado, mudanças na legislação tornando-a mais amigável aos produtos biológicos
e treinamento dos técnicos envolvidos nos processos de registro e fiscalização,
capacitando-os a responder de forma mais rápidas às demandas proporcionadas pelos já
conhecidos e os novos agentes de controle biológico. Precisam ser ainda aperfeiçoadas
questões como logística e distribuição, bem como a qualidade e formulações dos
produtos biológicos ofertados. Da porteira para dentro, assistência técnica assume papel
preponderante na mudança da tradição no uso de inseticidas químicos, no correto uso
das tecnologias biológicas e na gestão das expectativas do produtor agrícola que tende a
acreditar que a adoção de uma ferramenta de controle biológico é a salvação da lavoura.
A realização em conjunto das ações supracitadas em ambos ambientes, certamente
criarão um campo fértil para os agentes de controle biológico virem a participar de
forma bem mais robusta como táticas se redução populacional no âmbito do Manejo
integrado de Pragas
Summary for oral presentation at 14th SICONBIOL, Teresopolis, Rio de Janerio, June 14th – June 18th, 2015 Interaction of Bacillus thuringiensis Cry1Ab toxin with Mucus-rich structures from Insects and mammals Diego Segond1,2, Agnès Rejasse1, Christophe Buisson1, Shuyuan Guo1,3, Karine Adel-Patient2, 4 , Hervé Bernard2,4, Didier Lereclus1, Christina Nielsen-LeRoux1 1 INRA UMR1319-Micalis, team GME, 78352 Jouy en Josas France. 2INRA, UR496 Unité d'Immuno-Allergie Alimentaire, F-78352 Jouy-en-Josas, France 3School of Life Science, Beijing Institute of Technology, 100081, Beijing, China 4CEA, IBiTecS, Service de Pharmacologie et d’Immunoanalyse, F-91191 Gif-sur-Yvette, France
Address for correspondence: [email protected] Bacillus thuringiensis (Bt) larvicidal Cry toxins are currently known for their strong host specificity; which is mainly due the presence of specific toxin binding sites on the surface of midgut cells in susceptible insect larvae. This interaction induces midgut cell damage and results in larval death of insects having ingested the toxin; an issue used in Bt spray-products (Bio-larvicide) and in GMO transgenic plants expressing Cry toxins. Meanwhile, Cry toxins can also bind to compounds in the peritrophic matrix (the mucus and chitin rich web covering the digestif tube) (*Rees et al. 2009;**Valaitis and Podgwaite 2013). In the larval stage of the insect Galleria mellonella (greater wax moth) fed with purified Cry1Ab or Cry1Ca toxin alone, we observed structural modifications of the peritrophic matrix (PM) but no evidence for the biochemical explanation for this modification is found so far. Knowing that “mucus” is along with chitin the main components of PM and that mucus is commonly found in several organisms, we aim to investigate the capacity of Cry1Ab to bind to several mucus rich structures. Indeed, our hypothesis is that the heavily glycosylated proteins (peritrophins in insects and mucins in vertebrates) and proteoglycans shared by both vertebrate and invertebrate mucus may interact with the these Cry toxins; therefore also opening the questions related to the “specificity” and impact of such toxins expressed in GMO crops when consumed by mammals. Using commercial pork gastric mucins, mice intestinal mucus, vertebrate cell-culture mucus and PM and peritrophins from G. mellonella,we deeply analyzed Cry1Ab-mucus interactions. The presentation will deal with results from far western blot studies, ELISA binding experiments, inhibition tests with sugars, lectins or anti-Cry1Ab monoclonal antibodies. Results from target molecule identification by MassSpec analysis and toxicity test with insect and cellular models will be shown.*J Invertebr Pathol. 2009 Mar;100(3):139-46 ; **J Invertebr Pathol. 2013 Jan;112(1):1-8.
Situación actual y perspectivas del control biológico de insectos en la Argentina.
Claudia López Lastra, Juan José García y Victoria Micieli
CEPAVE -Centro de estudios parasitológicos y de vectores (CONICET -Consejo Nacional
de Investigaciones Científicas - Universidad Nacional de La Plata UNLP), boulevard 120
s/n entre 61 y 62. [email protected]
Los estudios sistematizados de control biológico de insectos en la Argentina se iniciaron en
la década del 60 conducidos por el Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria-INTA.
Las instituciones pioneras y que concentran la mayoría de los proyectos de control
biológico de insectos plaga en la Argentina son el Instituto de Microbiología y Zoología
Aplicada, IMIZA-INTA, Castelar, el CEPAVE y el PROIMI (Universidad Nacional de
Tucumán – CONICET) la Fundación para el Estudio de Especies Invasivas (Hurlingham,
provincia de Buenos Aires), la Estación Experimental Agroindustrial Obispo Colombres
entre otras, en las cuales realizan investigaciones básicas y aplicadas sobre patógenos,
parásitos, parasitoides y depredadores de los insectos plagas agrícolas y sanitarias más
importantes de la Argentina. También en otras instituciones universitarias y
gubernamentales se desarrollan proyectos en la temática del control biológico. Sustentando
este crecimiento y promoviendo la formación profesional en el tema, se dictan en la
Argentina a nivel universitario cursos de grado y posgrado en Control biológico y Patología
de Insectos. Acompañando este crecimiento académico y científico, se ha registrado en la
última década un incremento en las empresas fabricantes de insecticidas biológicos, en la
solicitud de registro de productos biológicos y en la utilización de estos para el control de
insectos vectores y en cultivos orgánicos. Los bioinsecticidas con base en bacterias
patógenas son los más utilizados, con 19 productos registrados con base en Bacillus
thuringiensis. Estos productos se usan para control de lepidópteros plagas agrícolas como
Rachiplusia nu, Anticarsia gemmatalis, Colias lesbias, Plutella xylostella (Btk) y para el
control de culícidos y simúlidos de importancia sanitaria (Bti). Otro bioinsecticida de
origen argentino, desarrollado y registrado por IMIZA, es el Carpovirus plus con base en el
virus de la granulosis de Carpocapsa pomonella. Se han realizado exitosas aplicaciones de
este virus a campo sobre C. pomonella en manzanos en las provincias de Rio Negro y
Mendoza, así como también en plantaciones de nogales en La Rioja y Catamarca. Varios
productos biológicos con base en hongos entomopatógenos, principalmente cepas nativas
de Beauveria bassiana y Metarhizium anisopliae se encuentran en diversas etapas de
evaluación y/o registro. Las evaluaciones a campo de microsporidios en ortópteros y
nemátodos sobre plagas de frutales han sido conducidas esporádicamente en varias
provincias argentinas. Aunque se observa un crecimiento del control biológico en la
Argentina solo 24 activos están registrados en el Registro Nacional de Terapéutica Vegetal
como bio-fitosanitarios, 0.55% del total de productos fitosanitarios registrados, 19
corresponden a bacterias entomopatógenas y fitopatógenas, 3 a virus entomopatógenos y 2
a extractos botánicos.
Perspectivas na regulação de produtos de origem
biológica
Daniela Macêdo Jorge – ANVISA
Considerando o aumento da demanda por produtos de origem biológica, seja para
utilização na agricultura convencional, seja na agricultura orgânica, faz-se
necessário alguns avanços técnicos e regulatórios para a expansão da utilização
desses produtos. Dentre os pontos técnicos a serem superados estão a elaboração
de protocolos adequados para a avaliação da estabilidade de produtos biológicos e
a melhoria da comunicação sobre o uso e aplicação desses produtos. Do ponto de
vista regulatório há uma lacuna existente para produtos de origem vegetal, o
indicativo de uma revisão da normativa de produtos microbiológicos, e a
implementação de formas de registro mais diferenciadas para estes produtos. Além
disso, seria interessante aprofundarmos o diálogo entre os setores de
desenvolvimento de pesquisa e o setor regulatório.
O controle microbiano no Brasil: passado, presente e futuro
Daniel R. Sosa-Gómez - Embrapa Soja, Cx.P. 231, Londrina, CEP 86001-970, PR,
Brasil. E-mail: [email protected]
Agentes de controle biológico são alternativas importantes nos programas de manejo
integrado de pragas. Desde a década de 1980, produtos à base de Metarhizium anisopliae
s. l. são muito utilizados. Da mesma maneira o vírus da lagarta-da-soja, Anticarsia
gemmatalis, teve um aumento em sua utilização desde 1985 até início de 2003, quando
surtos da lagarta-falsa-medideira, Chrysodeixis includens, tornaram-se mais frequentes
ocasionando um aumento do uso de inseticidas químicos, uma vez que o AgMNPV
controle somente a lagarta-da-soja. Atualmente, populações de Helicoverpa armigera
que alcançam os níveis de ação nas regiões produtoras são controladas mediante a
aplicação de vírus de poliedrose nuclear e formulações de Bacillus thuringiensis. Estes
agentes são alternativas interessantes para retardar a evolução de populações resistentes
a amidas, fosforados, carbamatos, piretroides e plantas transgênicas. Entretanto, algumas
pragas de importância agrícola, até o presente, não contam com agentes microbianos
eficientes para seu controle, como no caso de C. includens. Entre os programas e/ou
produtos de controle microbiano aplicados no Brasil, atuais e com sucesso, constam o
controle de cigarrinhas com M. anisopliae e as aplicações de vírus no controle das lagartas
Condylorrhiza vestigialis e H. armigera. Atualmente, o controle de A. gemmatalis está
restrito a uma área menor de 100.000 ha, devido a prevalência de C. includens.
Provavelmente, entre os patógenos de insetos modificados geneticamente no Brasil, que
apresentam maior potencial de utilização são: o vírus AgMNPV, no qual o gen egt foi
removido (denominado vAgEGT D-lacZ) para aumentar sua virulência e o vírus
denominado vAgp2100Cf.chiA/v-cath, também derivado do AgMNPV, em que foram
inseridos genes de catepsina e quitinase que realçam sua virulência. As transformações
de fungos entomopatogênicos têm sido focadas na redução da sensibilidade a fungicidas
e aumento de sua virulência. Avanços obtidos por engenharia genética de micro-
organismos entomopatogênicos, não têm sido acompanhados pela aplicação prática
desses agentes. Isto é devido, principalmente, pela dificuldade de registro e reticência
para sua liberação. Portanto, perspectivas futuras de seu uso dependem de estudos de
biossegurança, impacto ambiental e efetivação do registro.
Novas formulações para fungos entomopatogênicos
Dinalva A. Mochi1,2; Antonio C. Monteiro1
1Departamento de Produção Vegetal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Jaboticabal, SP, Brasil. 2Email: [email protected]
Há anos foi iniciado um trabalho de pesquisa com objetivo de investigar o uso de
fungos entomopatogênicos para o controle da mosca-dos-chifres Haematobia irritans.
Estudos realizados em laboratório mostraram a patogenicidade de alguns fungos para as
várias fases do ciclo de vida da mosca, com destaque para Metarhizium anisopliae.
Experimentos de campo mostraram que é possível fazer o controle de adultos da mosca por
meio da pulverização de M. anisopliae em bovinos, e das formas imaturas nas massas fecais
por meio da ingestão do fungo. Após resultados satisfatórios em campo, surgiu a necessidade
de formular M. anisopliae para aumentar a eficiência do fungo e facilitar a aplicação. A partir
de então iniciou-se uma serie de pesquisas que culminaram na elaboração de três formulações
de M. anisopliae: óleo emulsionável, pó molhável e peletes de alginato. Para selecionar
produtos a serem usados nas formulações foi realizado o teste de compatibilidade em
diferentes concentrações, dependendo de cada produto. Nesse teste foi avaliada a germinação
dos conídios, o crescimento radial e a esporulação do fungo em meio de cultura contendo o
produto. Com base nestes parâmetros foi feita a classificação toxicológica de cada agente
sendo ele classificado em tóxico, moderadamente tóxico ou compatível com M. anisopliae. O
teste de dispersão foi usado para selecionar tensoativos e óleos a serem usados nas
formulações. Testes de fotoproteção foram realizados expondo conídios do fungo a luz de um
simulador solar na presença de fotoprotetores hidrossolúveis e lipossolúveis. Após todos os
testes realizados foi possível selecionar os agentes apropriados, em suas respectivas
concentrações, para compor cada uma das formulações. Foram selecionados adjuvantes de
diferentes funções: agente molhante, dispersante, aderente, espalhante, emulsificante,
antiumectante, solubilizante, protetor, fotoprotetor hidrossolúvel, fotoprotetor lipossolúvel,
tensoativo e conservante. As formulações foram preparadas e estocadas em temperatura
ambiente com variação de temperatura de 22 a 30oC durante um ano. Ao longo deste período
cinco experimentos de campo foram realizados para o controle de adultos da mosca com
pulverização das formulações em óleo emulsionável e pó molhável sobre os bovinos e para o
controle de larvas nas massas fecais pela ingestão de peletes de alginato contendo o fungo.
Testes de viabilidade das formulações foram realizados antes durante e após cada
experimento. Após seis meses de armazenamento a formulação em óleo foi a que manteve os
conídios do fungo viáveis (88%) por mais tempo quando comparado a formulação em pó
(80%) e em peletes. Após este período houve diminuição acentuada na viabilidade das
formulações. A formulação em peletes causou redução média de 34,46% na emergência de
adultos. A formulação em óleo emulsionável promoveu o controle de adultos da mosca no 2o,
3o e 4
o experimentos, enquanto a formulação pó molhável diminuiu a presença de adultos de
H. irritans nos bovinos apenas no 4º experimento.
Palavras-chave: formulação; óleo emulsionável; pó molável; pelete de alginato.
Apoio: PNPD-CAPES.
INPI - Pedido de Patente de Invenção no BR 10 2014 004519-8.
The implications of increased UV-B radiation on microbial
control of insects
Donald W. Roberts
Department of Biology, Utah State University, Logan, Utah, USA.
Although not universally accepted in the popular press, there is a very large body of scientific
and anecdotal evidence that supports the concept that atmospheric changes on earth have
occurred in recent years, and that their negative effects are increasing over time. In addition
to precise documentations by scientific teams, global warming is evidenced by obvious
diminution of polar and high-altitude ice; and by somewhat erratic but significant rises in
ocean and land surface temperatures. Concurrently, and of great importance to our meeting
on the effects of stress on fungi; UV-B irradiance is still high. Biological significance of UV
levels depends on wavelength, with the biologically more active shorter wavelengths (i.e.,
UV-B) being most important. Reduction of CFC release worldwide has stabilized ozone layer
depletion, which is beneficial because the ozone layer filters out most UV-B emitted by the
sun. Nevertheless, warming of earth and ocean surfaces from CO2, methane, etc., is expected
to increase another greenhouse gas, viz., water vapor. This will reduce stratosphere
temperature, and thereby allow further ozone-layer depletion since this reaction, with its
associated increase in UV-B irradiation of the earth (including fungi), is enhanced at low
temperatures. The causes of fungal growth inhibition following UV-B exposure are myriad,
and include DNA and cellular enzyme damage. Several speakers at this meeting will discuss
this in detail. Naturally occurring epizootics of entomopathogenic fungi can be very
devastating to insect populations; but, in many cases, mortalities are insufficient to afford
plant protection. Brazil is the world leader in biological control of insects using
entomopathogenic fungi. Ultraviolet radiation and the heat from the sun are the two main
factors that reduce fungal viability in the field. Most species of entomopathogenic fungi are
very susceptible to UV-B irradiation e.g., M. robertsii, M. anisopliae, Beauveria bassiana,
Verticillium lecanii, Aphanocladium album, and Isaria fumosorosea. An exception is M.
acridum, a species found in the deserts areas of Africa, Australia, and Mexico, which is
somewhat tolerant to UV-B, and exceptionally tolerant to heat. There are a number of
research areas that need to be explored before the promising potential entomopathogenic
fungi for microbial control is realized. Among these are studies on the effect of environment
on (a) viability, (b) disease induction, and (c) discovery of formulation additives that preserve
viability and enhance virulence in the field. It is clear that significant levels of UV-B
irradiation will be present on Earth for at least the next several decades and will impair insect
biological control with entomopathogenic fungi. Therefore, for effective field use in the
future, there is a serious need for studies on how to protect insect fungi from UV exposure by
a) increasing their UV-B tolerance or b) physically protecting the fungi from exposure. Three
approaches in the Roberts’ lab, in recent years, to address and/or obviate difficulties with
UV-B have been to, a) seek new wild type isolates from nature in the hope of finding new
fungi with high tolerance to UV-B; b) test adjuvants to prepare formulations to protect
conidia from UV-B in the field; and c) investigate the potential of using insect pathogenic
fungi in their recently discovered role as endophytes, since the plant tissue will afford
considerable UV-B protection.
Key-words: Metarhizium anisopliae, Beauveria bassiana, abiotic factors, fungal
formulations, endophytes.
Mycelial growth of some insect-pathogenic fungi under visible light induce
increased tolerance of conidia to different types of stress conditions
Drauzio E. N. Rangel
Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, São José
dos Campos, SP 12244-000, Brazil.
The effect of visible-light exposure during mycelial growth was investigated on the
conidial tolerance of ten insect-pathogenic fungi to: UV radiation (A), osmotic stress
caused by potassium chloride (B), and genotoxic stress caused by 4-nitroquinoline1-
oxide (C). Conidia of ten species were produced: 1) on potato dextrose agar medium
(PDA) in the dark (control), 2) on PDA under continuous visible light, and 3) under
nutritional stress (= Czapek medium without sucrose - MM) in the dark. Conidia of
Metarhizium robertsii (ARSEF 2575) and Isaria fumosorosea (ARSEF 3889) produced
under visible light had higher tolerance to (A). Five species [Beauveria bassiana
(ARSEF 252), M. brunneum (ARSEF 1187), M. robertsii (ARSEF 2575),
Tolypocladium cylindrosporum (ARSEF 3392), and Aschersonia aleyrodis (ARSEF
10276)] were more tolerant to (B). Three species [M. brunneum (ARSEF 1187), M.
anisopliae (ARSEF 5749), and A. aleyrodis (ARSEF 10276)] become more tolerant to
(C). The mycelial growth under MM significantly induced increased conidial tolerance
to all three stress conditions for the species B. bassiana (ARSEF 252), and T. inflatum
(ARSEF 4877). MM induced higher tolerance of M brunneum (ARSEF 1187), M.
robertsii (ARSEF 2575), and M. anisopliae (ARSEF 5749) to (A) and (B), but not to
(C). T. cylindrosporum (ARSEF 3392) grown on MM was more tolerant to (A) only.
The only species that did not respond either to light or nutritional stress were
Lecanicillium aphanocladii (ARSEF 6433) and Simplicillium lanosoniveum (ARSEF
6651). Visible light is, therefore, an important factor that induces stress tolerance in
some insect-pathogenic fungi.
We are thankful to the National Council for Scientific and Technological Development
(CNPq) of Brazil for grant support PQ1D 308436/2014-8, to São Paulo Research
Foundation (FAPESP) #2010/06374-1 and #2013/50518-6.
Composition of Cotesia flavipes and Beauveria bassiana for the integrated control of Diatraea saccharalis
Éder A. Giglioti3,4, Elaine Cristina V. Bovi1,2, Geovane César. B. Vicente2, Carlos Zanon Suardi2,
Rosângela M. Romualdo2, Inajara Santos Lima2, Maria L. de Oliveira2, Francine Carla M. Rodrigues2, Simone R. Bovi2 & Mariza L. Duran2
1 Programa de Pós-Graduação em Microbiologia – Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” Campus de São José do Rio Preto. 2. Bioenergia do Brasil S/A, Vicinal Paschoal Milton Lentini km 18. Lucélia-SP.
3Smartbio Tecnologia e Desenvolvimento Tecnológico Ltda, Rua Ademar de Barros 120, Edificio Sakai, Complemento 2 – Adamantina-SP.
4Faculdades Adamantinenses Integradas, Rua Nove de Julho 730, Adamantina, SP. RESUMO Diatraea saccharalis is one of the major pests of sugarcane, maize, sorghum and rice, causing annual extensive losses in agriculture. Farms frequently have their yield reduced more than 35% due to the borer-rot complex (Diatraea saccharalis-Colletrotrichum falcatum-Fusarium subglutinans) attack. In spite of the use of Cotesia flavipes be one of the largest biological control program of the world, its efficiency in the highly favorable sugarcane fields is not enough to reduce the infestation index below the economic damage threshold. Although experiments have demonstrated the efficacy of the use of Beauveria bassiana for the control of the BRC, the fungus is not being adopted by the farmers, based on bad experiences of sub-dosages and wrong spray technology. In order to increase the efficiency and reduction of costs of the use of entomopathogenic fungi, the present paper describes the development a new technology for the biological control of Diatraea saccharalis using a composition of C. flavipes and B. bassiana. After the selection of the aggressive, high spore producer and compatible isolate of B. bassiana, it was determined i) appropriate inoculation methods to adhere B. bassiana on the C. flavipes bodies; ii) the dosage range of B. bassiana spores and ideal C. flavipes age for inoculation; iii) the survival and flight capacity of the C. flavipes after inoculation; and iv) parasitism efficiency of the composition for the D. saccharalis control under forced (manual) and natural (cage) ovoposition of third instar caterpillar. The ideal dosage varied from 6 x 10-6 x 10- to 3,5 x 10-5 mg of pure spores of B. bassiana per individual C. flavipes. Double-sided tape, dusting and gelatin capsule were the three most appropriated inoculation methods being the later less aggressive against the C. flavipes. Survival and flight capacity of the C. flavipes were not significantly affected by B. bassiana when inoculated by the gelatin capsule. In forced parasitism conditions, the composition was 100% effective to control the D. sacchalaris, in Petri plates. When submitted to natural parasitism in 2.5 X 2.5 X 2.5 meters cages of TNT, the composition were at least 50% more effective for the control of D. saccharalis than the C. flavipes alone. Also, the dead of the caterpillars by the fungus is to much faster, i.e, six days against 30 days of those observed in the treatments with only C. flavipes. The dissemination and/or vectorization of B. bassiana by C. flavipes is analogous to a spray of 10 kg of rice with spores of the fungus and thus to much more cheap and easy to release. The Cotesia flavipes population acts as a dissemination and/or vectorization agent of the population of the fungus population of Beaveria bassiana. In this manner, the fungus is directed carried to its target pest, completely avoiding any problem due to contamination and death of non-target beneficial insects frequently observed in derive of aerial sprays of entomopathogenic fungi. The technology developed here represents a disruptive innovation and is protected by the patent entitled “Compositon of parasitoid insects and entomopathogenic fungy, dissemination and/or vectorization of entomopathogenic fungy, use of the composition and method for thee biological control of agricultural pests” submitted with the process BR 10 2014 0 25604 0. Palavras-chave: Composição, Beauveria sp., Cotesia flavipes, Diatraea saccharalis. * Apoio FINEP Subvenção Econômica da Bioenergia do Brasil S/A * Apoio CNPq/RHAE da Smartbio Desenvolvimento Tecnológico Tema do trabalho: Controle Biológico na Agricultura ou Tecnologias Aplicadas ao Controle Biológico
Control biológico en Uruguay: presente y futuro.
Enrique Castiglioni
Universidad de la República Oriental del Uruguay (UDELAR)
En Uruguay, el interés en el control biológico se ha renovado con la creciente
preocupación por la contaminación ambiental y el desarrollo de resistencia a
insecticidas. La búsqueda de superación de dificultades comerciales inherentes a su
pequeño tamaño, en el marco de la integración del Mercosur, ha fomentado el desarrollo
productivo bajo el lema de “Uruguay Natural”, apoyado por un avance en las
normativas, lo cual resulta propicio al desarrollo de métodos de manejo sostenibles en el
tiempo. La caracterización de especies y la producción de avispitas del género
Trichrogramma se desarrollan desde hace décadas en la Facultad de Agronomía. En los
80s, el MGAP inició investigaciones tendientes al desarrollo de virus entomopatógenos
para lepidópteros plagas de varios cultivos de importancia económica. INIA y UdelaR
realizaron aislamientos de hongos en el campo, tendientes al control de lepidópteros
plagas de leguminosas. Si bien muchos de estos programas llegaron, con relativo éxito,
a pruebas de campo, el escalado y la adopción de estos métodos a nivel comercial han
sido, hasta el día de hoy, extremadamente limitados. Para montes de pinos, la Facultad
de Agronomía, con apoyo de especialistas de Brasil, condujo un exitoso control de la
avispa Sirex noctilio con el nemátodo Beddingia siridicicola. Los daños ocasionados
por pentatómidos en un área creciente de siembra de soja y la baja disponibilidad de
fitosanitarios para su control, motivaron un programa de cría de parasitoides de huevos
de Piezodorus guildinii. En la producción forestal se ha iniciado un programa de CB
para nuevas plagas y los sistemas de producción intensivos e integrados han
incorporado productos biológicos a base de virus, para el control de polillas y la
importación de parasitoides, en frutales de hoja caduca y citrus, respectivamente. Se
está impulsando el ordenamiento de los conocimientos y el apoyo científico y comercial
para el desarrollo de microorganismos para uso agrícola. Se han realizado cuatro
seminarios/talleres de Agentes Microbianos de CB que han actualizado las
investigaciones nacionales en diferentes aspectos y grupos de plagas, integrando la
participación de especialistas del exterior. La asociación de intereses públicos (INIA) y
privados, con la formación de recursos humanos en diferentes universidades, se ha
materializado en el registro reciente del primer insecticida biológico producido en
Uruguay, con el hongo Lecanicillium lecanii, para el control de mosca blanca en
invernaderos. Extensiones pequeñas y con ambiente controlado, las producciones de
alto valor y las producciones integradas, orgánicas y/o certificadas, parecen ser los
ámbitos más propicios para el empleo comercial del control biológico en el corto plazo.
Interferência de fatores abióticos e da formulação de fungos no controle
microbiano de ixodídeos
Éverton Kort Kamp Fernandes*
* Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de
Goiás, Goiânia, Brasil. E-mail: [email protected]
Diversas espécies e linhagens de fungos entomopatogênicos têm mostrado
elevada virulência contra carrapatos; no entanto, a sensibilidade desses
microrganismos a fatores abióticos naturais, especialmente elevadas
temperaturas e radiação solar ultravioleta, é uma condição que pode limitar
consideravelmente sua atuação como agente microbiano em programas de
controle biológico de carrapatos. Estudos in vitro têm revelado que a exposição
de fungos entomopatogênicos a elevadas temperaturas, 40ºC ou 45ºC, por
exemplo, pode reduzir o desenvolvimento de colônias, inviabilizar conídios ou
causar sérios atrasos a sua germinação dependendo do tempo de exposição.
Estudos in vivo conduzidos recentemente revelam que os danos causados pelo
calor a conídios de Metarhizium anisopliae aderidos à cutícula de carrapato
podem ser ainda mais intensos, considerando que a cutícula é uma importante
barreira à infecção fúngica. Esses estudos têm revelado importante atraso na
germinação de conídios aderidos à cutícula de Rhipicephalus sanguineus e
também atraso na formação de apressórios nos conídios em germinação sobre
a cutícula desses carrapatos tratados com suspensões conidiais expostas
previamente ao calor. Por outro lado, a formulação de conídios tem-se mostrado
condição indispensável à aplicação de fungos com finalidade de controlar
populações de artrópodes, uma vez que entre os benefícios da formulação pode-
se aumentar a eficácia do produto sobretudo devido ao aumento do número de
conídios aderidos a superfície do artrópode alvo. A eficácia de diferentes
formulações conidiais tem sido testada em carrapatos com resultados bastante
promissores. Conídios de M. anisopliae formulados em óleo ou emulsão óleo-
água têm revelado maior percentual de controle de R. microplus e R. sanguineus
em condições controladas. Estudos também têm mostrado que óleos podem
proteger conídios contra a ação do calor, da dessecação, da radiação
ultravioleta. Conídios de M. anisopliae expostos ao calor germinaram mais rápido
sobre a cutícula de R. sanguineus quando formulados em óleo em comparação
a conídios suspensos em solução aquosa de Tween 80, 0,01%. Também
conídios formulados em óleo ou emulsão óleo-água promoveram maior
percentual de controle de R. microplus e R. sanguineus quando estes foram
mantidos em condição estressante de temperatura, 32ºC ou 40ºC, após
tratamento fúngico. Neste sentido, apesar da notável sensibilidade de fungos
entomopatogênicos a estresses abióticos naturais, a formulação parece ser um
importante caminho para viabilização desses microrganismos como agentes de
controle de ixodídeos e outros artópodes. Apoio: CAPES, CNPq, FAPEG
Caracterização de fungos entomopatogênicos quanto a tolerância a estresses abióticos Éverton Kort Kamp Fernandes*
* Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, Brasil. E-mail: [email protected]
Fungos entomopatogênicos são, em geral, sensíveis ao calor e a radiação ultravioleta
(UV). Todavia, estes são, provavelmente, os fatores abióticos ambientais que mais
afetam a viabilidade de fungos entomopatogênicos, podendo limitar sua utilização
como agentes de biocontrole de artrópodes. Uma grande variabilidade inter- e
intraespecífica, no entanto, é relatada quanto a sensibilidade ao calor e a radiação
UV. Essa variabilidade possivelmente reflete adaptações naturais de isolados a suas
diferentes condições ambientais. Neste sentido, estudos detectaram correlação da
tolerância a baixa e elevada temperatura com algumas espécies de Metarhizium, e
reportaram que testes de atividade ao frio e termotolerância podem ser úteis em uma
pré-distinção de Metarhizium frigidum e M. acridum das demais espécies de
Metarhizium. Além disso, a seleção de linhagens fúngicas com notável tolerância
natural ao calor e a radiação UV é considerado um importante passo para
identificação de promissores agentes de controle biológico. Contudo, variação da
tolerância em um mesmo isolado fúngico pode ser detectada quando há exposição a
diferentes condições de cultivo, por exemplo. Produção de propágulos fúngicos em
meios de cultivo in vitro com diferentes nutrientes, ou em artrópode infectado, e cultivo
com ou sem exposição a luz visível, são apenas algumas situações que podem
influenciar a tolerância de um mesmo isolado fúngico ao calor e a radiação UV. Sendo
assim, dados de tolerância entre isolados devem ser analisados cuidadosamente
atentando-se para possíveis variações de respota aos métodos utilizados. De
qualquer forma, é importante ressaltar que a seleção de isolados promissores ao
controle biológico deve considerar aqueles com notável tolerância natural à condições
abióticas ambientais, e não apenas aqueles com notável virulência ao artrópode alvo.
A ação de um agente promissor de controle biológico poderá ainda ser aprimorada
em função de uma adequada formulação do agente.
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEG
Avanços nas técnicas de multiplicação de eulofídeos para o controle
biológico de pragas
Fabricio Fagundes Pereira
Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da
Biodiversidade; Programa de Pós-graduação em Agronomia. Universidade
Federal da Grande Dourados (UFGD), 79804-070 Dourados, MS, Brasil. Email:
Tetrastichus howardi, Palmistichus elaeisis e Trichospilus diatraeae
(Hymenoptera: Eulophidae) vem sendo estudados visando à sua utilização
em programas de controle biológico de lepidópteros-praga. Nesta palestra
serão apresentados os principais resultados obtidos pelo Grupo de pesquisa:
Controle Biológico de Insetos da Universidade Federal da Grande Dourados
(UFGD), que tem como principais parceiros, pesquisadores da Embrapa
Agropecuária Oeste (CPAO), da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e da
Universidade Federal do Ceará (UFC). Os seguintes tópicos serão
destacados com resultados publicados em revistas científicas renomadas
como: indicação de hospedeiros naturais e alternativos para criação dos
eulofídeos em escala comercial; densidade de fêmeas mais adequada por
recipiente de criação, período de parasitismo ideal em função da densidade
de fêmeas parasitoides por hospedeiro, idade apropriada das fêmeas
parasitoides e das pupas hospedeiras; condições ideais de temperatura,
e de umidade relativa do ar no laboratório e no campo; períodos de
armazenamento dos hospedeiros natural e alternativo e de parasitoides
adultos em baixa temperatura para posteriores liberações no campo;
qualidade dos parasitoides em função do número de gerações em
laboratório, custo de produção; interações intra e inter-específica entre
estes eulofídeos e Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae). Outro
grande destaque será o registro inédito das formas de exploração hospedeira
por fêmeas de T. howardi, além de sua interação biológica dentro do
hospedeiro com outras espécies de parasitoides.
Palavras-chave: controle biológico, endoparasitoide, hospedeiros natural e
alternativo.
Apoio: (CNPq), (CAPES) e (FUNDECT).
Uso de baculovírus e Bacillus thuringiensis no Controle Biológico de Pragas
Fernando Hercos Valicente – Embrapa Milho e Sorgo, 35701-970, Sete Lagoas, MG.
Espera-se que a população mundial atinja quase 10 bilhões em 2050 e, a produção de alimentos deve ser crescente para atender a esta demanda. Em países tropicais como o Brasil, onde se plantam até três cultivos por ano em determinadas regiões, a intensidade do ataque de pragas é um dos principais problemas da agricultura e tem causado enormes prejuízos econômicos. O controle biológico de pragas é uma parte importante do Manejo Integrado de Pragas, que pode ser realizado através do uso de patógenos como Baculovirus e B. thuringiensis (Bt), os quais levam à mortalidade dos insetos praga.
A Embrapa Milho e Sorgo possui um banco de Bt com mais de 4600 isolados e um banco de Baculovirus para diversos insetos pragas, de diversas culturas. A caracterização molecular dos isolados de Bt tem tido como alvo o controle de insetos pragas das ordens Lepidopteras (lagartas), Hemiptera/Heteroptera (percevejos), Coleopteros (besouros), Hymenoptera (formigas) e Nematóides. Os isolados de Baculovirus têm sido usados para controle de pragas da ordem Lepidpoptera. As principais lagartas desfolhadoras alvo destes produtos são: lagarta do cartucho Spodoptera frugiperda, falsa medideira Crysodeixis sp. Outras lagartas incluem a Heliothis virescens e Helicoverpa armigera.
Vários acordos de parceria foram firmados com empresa para a produção desses biopesticidas em largas escala.
A nova era genômica e transcriptômica aplicada ao estudo de vírus de insetos
Fernando L. Melo1
1Departamento de Biologia Celular, Instituto de Biologia, Universidade de Brasilia, Campus
Universitário Darcy Ribeiro, Brasília, Brasil.
Os vírus são as entidades biológicas mais abundantes da biosfera (aproximadamente 1031
partículas), conhecidos e estudados há mais de 100 anos, no entanto, apenas 2618 espécies
foram oficialmente reconhecidas pelo International Committee on Taxonomy of Viruses
(ICTV). Obviamente este número não representa a diversidade global de espécies virais, e
está enviesado para os vírus de importância médica e/ou de grande impacto econômico.
Entretanto, as tecnologias de sequenciamento em larga escala associadas à diferentes
protocolos de enriquecimento viral, tais como como enriquecimento de VLP (virus like
particle) por centrifugação ou filtração, amplificação por circulo rolante (RCA, rolling circle
amplification), extração de RNAs de fita dupla, extração e sequenciamento de pequenos
RNAs de interferência (siRNA), têm sido utilizadas para identificação e monitoramento de
vírus em diferentes tipos de insetos. Além disso estas técnicas estão sendo aplicadas ao estudo
da interação do patógeno/hospedeiro, e tem permitido elucidar diferentes aspectos desta
relação. Neste contexto, três aplicações das novas tecnologias de sequenciamento serão
discutidas: (i) a descoberta de novos vírus, (ii) estudo da diversidade genética intra-
populacional e (iii) analise da expressão de genes do hospedeiros.
Palavras-chave: diversidade, virus, RNA-seq
Apoio: CNPq e FAP-DF
Seletividade de produtos químicos – estratégia para sucesso
de programas de Controle Biológico
Geraldo Andrade Carvalho1
1Professor do Departamento de Entomologia da Universidade Federal de
Lavras (UFLA), CP 3037, 37200-000, Lavras, MG, Brasil.
Em função do uso de cultivares mais produtivas e com diferentes graus de resistência a artrópodes-praga e doenças, e também pelo melhor preparo do solo, adubação equilibrada e uso intenso de produtos fitossanitários, o Brasil vem aumentando a sua produção agrícola. Mesmo apresentando esse panorama, diversos fatores têm contribuído para desacelerar o aumento da produção agrícola, destacando-se a presença de pragas e doenças, que provocam injúrias às plantas e frutos, obrigando o produtor a realizar aplicações sucessivas de produtos fitossanitários. Entretanto, o número elevado de aplicações desses produtos e a falta de conhecimento prévio de seus impactos na agricultura, podem acarretar em aumento no custo de produção, além de consequências negativas ao ambiente. Neste contexto, como possíveis efeitos dos produtos químicos, pode-se citar a redução populacional ou mesmo até a eliminação de organismos benéficos presentes em agroecossistemas, resultando em desequilíbrios biológicos, gerando o aparecimento de pragas secundárias, ressurgência e seleção de populações de pragas resistentes aos compostos. Em função dos efeitos negativos dos produtos químicos ao homem e ao ambiente, foi desenvolvido o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o qual prevê contínua incorporação de novas tecnologias visando à redução do uso de produtos químicos nas lavouras. Dentro desse conceito, o principal objetivo é maximizar os efeitos de produtos fitossanitários sobre as pragas, com o mínimo impacto sobre os organismos benéficos, principalmente em virtude da grande presença e importância desses últimos nas lavouras. Serão abordados diversos aspectos relacionados à seletividade de compostos químicos, com ênfase em conceitos e descrições de alguns trabalhos visando aumentar a eficiência de programas de controle biológico de pragas.
Palavras-chave: Ecotoxicologia; inimigos naturais; preservação. Apoio: CNPq e FAPEMIG.
Efeitos moleculares e fisiológicos da radiação UV em conídios de fungos
entomopatogênicos
Gilberto Úbida Leite Braga
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP, Brasil
Conídios são estruturas especializadas, produzidas no final do ciclo de vida assexual de
diversos fungos filamentosos de interesse. Eles são responsáveis pela dispersão e
persistência ambiental desses fungos. Nas espécies patogênicas, os conídios também
estão envolvidos no reconhecimento e na infecção do hospedeiro. A produção,
sobrevivência, dispersão, germinação, patogenicidade e virulência dos conídios podem
ser muito influenciadas pela exposição à radiação solar, embora os efeitos sejam
diversos e, geralmente, dependentes da espécie. A radiação UV engloba os
comprimentos de onda mais deletérios e mutagênicos do espectro solar que atingem a
superfície da Terra. A exposição direta à radiação por poucas horas solar é suficiente
para matar os conídios da maioria das espécies. Os conídios são mortos tanto pela
radiação UV-A como pela radiação UV-B. Além de matar os conídios, limitando o
tamanho e a dispersão das populações, exposições a doses subletais de radiação UV
também podem reduzir a velocidade de germinação e, consequentemente, a virulência
dos conídios. O foco principal dessa apresentação será oferecer uma visão geral dos
efeitos fisiológicos e moleculares da radiação UV nos conídios e dos principais sistemas
envolvidos na proteção e no reparo dos danos induzidos pela radiação UV ambiental.
Os esforços que têm sido feitos para obter linhagens de fungos de interesse mais
tolerantes à radiação UV também serão apresentados e discutidos.
Seletividade de produtos fitossanitários a eulofídeos e tricogramatídeos em cana-de-açúcar
Harley Nonato de Oliveira, Daniele Fabiana Glaeser, Thiago Alexandre Mota
Laboratório de Controle Biológico, Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil, CEP 79804-970. Caixa Postal 449. E-mail: [email protected]
A broca-da-cana-de-açúcar, Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae) é uma das principais pragas da cana, sendo a fase larval a que causa prejuízos. As lagartas de primeiro instar alimentam-se inicialmente das folhas do cartucho, raspando-as, e migrando posteriormente em direção ao colmo. As lagartas penetram no colmo na região dos nós, próximo às gemas e abrem galerias ascendentes na região do palmito, com orifícios verticais e transversais. Esse comportamento dificulta seu manejo, pois o inseto-praga fica protegido contra as pulverizações de inseticidas. Sendo assim, o controle biológico se apresenta como uma ferramenta importante, sendo atualmente realizado através do parasitoide larval Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae) e do parasitoide de ovos Trichogramma galloi (Hymenoptera: Trichogrammatidae). No entanto, na busca de outros agentes que possam contribuir para o controle de D. saccharalis, estudos têm sido realizados pela Embrapa Agropecuária Oeste e pela Universidade Federal da Grande Dourados, com os parasitoides da família Eulophidae que tem apresentado grande potencial no controle dessa praga. No manejo da cana-de-açúcar, uma série de produtos químicos é utilizada, tais como os inseticidas, herbicidas e os reguladores de crescimento de plantas. Entretanto, estudos demonstram que os diferentes produtos utilizados no manejo de culturas agrícolas podem afetar os inimigos naturais tanto na fase adulta, quanto na imatura, reduzindo a eficiência do controle biológico. Serão apresentados os resultados obtidos referentes aos trabalhos desenvolvidos em laboratório, semi-campo e campo com os seguintes parasitoides: T. galloi, C. flavipes e os eulofídeos Tetrastichus howardi e Trichospilus diatraeae. Palavras-chave: seletividade, parasitoides, manejo, sucroenergético. Apoio: CNPq, CAPES, FUNDECT e EMBRAPA.
Caracterização Molecular de baculovírus encontrado em larvas Culex
quinquefasciatus (Diptera: Culicidae)
Helio Benites Gil1,3,, Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho1,2,4, Carlos José
Pereira da Cunha de Araújo Coutinho3 e Luiz Mário Ramos Janini1
1Departamento de Medicina, Disciplina de Infectologia e 2 Laboratório de
Hepatologia Molecular Aplicada (LHeMA), Departamento de Medicina,
Disciplina de Gastroenterologia UNIFESP, 3Superintendência de Controle de
Endemias, 4Instituto Butantan
As investigações de filogenia e classificação de baculovírus tem se
baseado em um conjunto em torno de 30 genes homólogos que foram
identificados nos genomas de todos os vírus desse grupo já sequenciados,
recebendo o nome de “core genes”. Através da análise conjunta desses genes
se tem reconstruído topologias que organizam o grande grupo dos baculovírus
em quatro clados principais: Alphabaculovirus (NPVs de lepidópteros),
Betabaculovirus (GVs de lepidópteros), Gammabaculovirus (NPVs de
himenópteros) e Deltabaculovirus (NPVs de dípteros). Uma espécie de
Deltabaculovirus foi encontrada em larvas Culex quinquefasciatus no estado de
São Paulo. Essa espécie foi caracterizada, inicialmente, através da análise dos
genes lef-8 e pif-2. O objetivo do presente trabalho foi realizar a caracterização
molecular dessa espécie de baculovirus através da análise concatenada e
individual de cinco “core genes” (polimerase, helicase, vlf-1, odv-e27 e lef-8).
Seis topologias foram reconstruídas (uma para cada gene, individualmente, e
uma para um concatâmero dos genes), e em todas elas as amostras referentes
ao presente trabalho se relacionaram com CuniNPV, única espécie descrita no
gênero Deltabaculovirus, o que, contudo, não foi suficiente para resolver sua
classificação de espécie. O principal fator limitante para a caracterização das
amostras analisadas foi a carência de sequências referentes ao gênero
Deltabaculovirus, que impossibilita a análise de espécie. Contudo foi possível
observar padrões que indicam que os genes escolhidos à análise são capazes
de gerar topologias bastante informativas a respeito da filogenia do grande
grupo dos baculovirus, inclusive resolvendo clados de forma semelhante a
análises de concatâmeros de 25 ou mais “core genes”.
Palavras chave: baculovírus, deltabaculovirus, Culex quinquefasciatus.
Apoio Financeiro: FAPESP 2012/23947-0 e CAPES
"Entomopathogenic fungi against ticks: Two decades of fundamental and applied
research".
Itamar Glazer, Rot, A., Ment, D., Gindin, G. and Samish, M.
Department of Entomology and Nematology, Agricultural Research Organization,
The Volcani Center, P.O. Box 6, Bet Dagan 50250, Israel
In the past two decades our lab focused on the use of the fungus Metarhizium brunneum
(Hypocreales: Clavicipitaceae) (formerly called M. anisopliae) for biological control agent
of ticks. Laboratory assays against various hosts (ticks and insect) have revealed that while
some hosts are highly susceptible to the fungus, other hosts are resistant to infection. Our
studies indicated that cuticular compounds from susceptible and resistant hosts may
differentially influence fungus development. We also described the development of a GFP-
expressing M. anisopliae strain on ticks (Acari: Ixodidae); susceptible host Rhipicephalus
annulatus, and the resistant host Hyalomma excavatum. Conidia were observed germinating
on all hosts examined. However, the fungus was observed penetrating host cuticles only on
susceptible hosts and never on resistant hosts.
Field trail reports demonstrate large variation in its success, often with no clear
explanation. We evaluated the environmental factors affecting the efficacy of M.
brunneum against R. annulatus. During summer 93% of the tick females, exposed to
fungus contaminated ground, died within 1 week, whereas during winter only 30%
were killed within 6 weeks nevertheless the hatchability of their eggs was only 6.1%
during summer and 0.0% during winter. Covering the ground with grass, leaves or
gravels improved the performance of the fungus. Besides killing female ticks the
fungi had substantial effect on tick fecundity. Fungus infection reduced the proportion
of female ticks that laid full size egg masses by up to 91% and reduced eggs
hatchability by up to 100%.
The implication of the laboratory and field studies on future use of entomopathogenic
fungus will be discussed.
14° Simpósio de Controle Biológico – Siconbiol
Palestrante: Isabele da Costa Angelo
Resumo da palestra “Resposta de carrapatos aos fungos entomopatogênicos”
Os carrapatos são parasitos hematófagos e transmitem uma ampla variedade de agentes
patogênicos tais como vírus, bactérias e protozoários, causando sérios danos aos seus hospedeiros
vertebrados, incluindo humanos. O conhecimento a cerca de sua imunidade inata é de fundamental
importância para a descoberta de novos alvos que possam ser utilizados para o controle eficaz de
carrapatos. No entanto, tal conhecimento ainda é limitado quando comparado com as informações já
obtidas sobre a resposta imune de insetos. O mecanismo de defesa de invertebrados compreende uma
ampla variedade de barreiras físicas, químicas, fisiológicas e comportamentais que dificultam o
acesso do patógeno ao interior do artrópode. Quando o patógeno consegue transpor as barreiras
iniciais e atingir o corpo dos invertebrados, o sistema imune inato inicia uma série de reações, que
podem ser classificadas em resposta celular e humoral. A resposta celular é mediada por hemócitos e
compreende mecanismos como fagocitose, nodulação e encapsulamento, enquanto a resposta
humoral compreende a síntese e produção de peptídeos antimicrobianos, espécies reativas de
oxigênio, coagulação e melanização. As pesquisas realizadas nas últimas décadas mostram que os
carrapatos conseguem se defender contra infecções microbianas produzindo peptídeos
antimicrobianos, como por exemplo, defensinas, lisozimas e microplusinas, secretadas para a luz do
intestino, hemolinfa ou saliva. Além disso, outros mecanismos de defesa são utilizados, como por
exemplo, a fagocitose de microrganismos realizada por hemócitos (plasmatócitos, granulócitos I e II),
associada à resposta humoral tais como produção de espécies reativas de oxigênio ou moléculas tipo
complemento. No entanto, a maioria dos estudos sobre a imunidade inata de carrapatos é realizada
após desafio com bactérias, sendo limitados os estudos relacionados com fungos entomopatogênicos.
A ocorrência de uma reação de hipersensibilidade na cutícula do carrapato bem como a presença de
compostos antifúngicos foram incriminadas como possíveis fatores que contribuem para a resistência
de algumas espécies de carrapatos à infecção pelo fungo entomopatogênico Metarhizium s.p. Tais
fatores incidiram nas fases iniciais do desenvolvimento do fungo sobre a cutícula do carrapato,
inibindo o crescimento das hifas e diminuindo a viabilidade do fungo, conseqüentemente
influenciando na redução de sua virulência. Estudos realizados por nosso grupo de pesquisa
(Controle Microbiano de Artrópodes de Importância Médico Veterinária, UFRRJ, liderado pela
professora Vânia Bittencourt) demonstraram alterações no perfil protéico e lipídico de fêmeas
ingurgitadas de carrapatos Rhipicephalus microplus após a infecção por fungos Metarhizium
anisopliae s.l. e Beauveria bassiana s.l. Tais alterações foram observadas tanto na resposta celular
quanto na humoral. De um modo geral, foram observadas variações na quantidade de proteína total
de ambas as frações da hemolinfa (hemolinfa livre de células e hemócitos), na quantidade de
hemócitos totais circulantes, bem como alterações na quantidade de lipídeos armazenados no corpo
gorduroso. Atividade antimicrobiana anti-B. bassiana foi detectada na hemolinfa de R. microplus 48
horas após a infecção por B. bassiana s.l., demonstrando que o carrapato ativou seu sistema imune
possivelmente através da produção de peptídeo antimicrobiano. No entanto, a natureza química dessa
substância ainda não foi identificada. Logo, novos estudos são necessários para determinar os
mecanismos utilizados na resposta imune de carrapatos após a infecção por fungos
entomopatogênicos. O recente lançamento do genoma do carrapato Ixodes scapularis e a viabilidade
da técnica de RNA de interferência (RNAi) em carrapatos prometem progresso iminente e
considerável nas pesquisas em imunidade inata de carrapato.
Utilização de Tamarixia radiata (Hymenoptera: Eulophidae) para controle
de Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae)
Jaci M. Vieira1,2; Alexandre J. F. Diniz1; Gustavo R. Alves1; José R.P.
Parra1
1Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Avenida Pádua
Dias, 11, Piracicaba, SP, Brasil.CEP 13418-900. 2 Email: [email protected]
Nos últimos anos, o controle do psilídeo D. citri Kuwayama, 1908, vem sendo
intensificado, visto que este inseto é considerado atualmente a praga mais
importante da citricultura mundial, devido à sua capacidade de transmitir
bactérias causadoras do Huanglongbing ou HLB. Como não existem ainda,
medidas curativas para a doença, seu manejo se baseia no plantio de mudas
sadias, erradicação das plantas doentes e, principalmente, no controle do
inseto vetor. O controle biológico com a utilização do parasitoide T. radiata
(Waterston, 1922) mostrou-se promisssor em diversas partes do mundo; por
este motivo, pensou-se em importar o parasitoide para o Brasil; no entanto, em
um levantamento feito em 2006 verificou-se que ele já estava presente. Desde
então, diversos trabalhos foram desenvolvidos Departamento de Entomologia e
Acarologia da ESALQ/USP com este parasitoide, dentre eles, a
desenvolvimento de uma metodologia para produção do parasitoide em larga
escala. A partir disso, foi então instalada uma criação piloto na ESALQ com
produção média de 100.000 parasitoides/mês de modo a se iniciarem
liberações em diversas regiões do estado de São Paulo. Diante dos resultados
em campo, a utilização de T. radiata vem se tornando um componente
adicional no manejo desta doença e hoje o controle biológico deve ser tratado
dentro de uma nova abordagem, uma vez que, pomares abandonados,
pomares domésticos e áreas de murta (Murraya paniculata, principal
hospedeiro do psilídeo), constituem os principais focos de psilídeos infectivos.
Estas áreas correspondem a cerca de 12.000 ha e vêm recebendo liberações
de T. radiata com parasitismos variáveis, chegando a ser superior a 90%.
Devido aos bons resultados obtidos do parasitismo, outras biofábricas foram
instaladas pela iniciativa privada em outras regiões do Estado de São Paulo.
Com a produção do parasitoide nestas novas biofábricas, espera-se que o
controle biológico, como um componente do manejo do vetor do HLB, passa a
ser uma prática rotineira na citricultura paulista.
Palavras chave: Psilídeo; HLB; biofábricas; parasitoide.
Controle Biológico das verminoses de caprinos e ovinos por fungos nematófagos
Jackson Victor de Araújo
Departamento de Veterinária – Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-000,
Viçosa – MG- E–mail: [email protected] – Pesquisador do CNPq
Dentre os fatores que interferem no desenvolvimento pleno da atividade pecuária, as
helmintoses gastrintestinais ocupam lugar de destaque. Os prejuízos estão
relacionados ao retardo na produção, custos com tratamentos profilático e curativo e
em casos extremos, a morte dos animais. Enquanto nos países desenvolvidos os gastos
devidos aos custos com controle são significativos, nos países em desenvolvimento as
doenças parasitárias causam prejuízos pela diminuição na produção e na restrição à
criação de animais com reduzida susceptibilidade às parasitoses, porém com baixas
performances produtivas. A falta destas informações pode levar a utilização
inadequada de tratamentos anti-helmínticos, relacionadas ao rápido desenvolvimento
de resistência e traduzidas em aumentos de casos clínicos e perdas produtivas. Os
problemas relacionados à resistência e ecotoxicidade enfatizam a necessidade de
serem implementados programas integrados de controle parasitário, que assegurem
saúde e segurança dos organismos vivos, por meio de tratamentos estratégicos
baseados na epidemiologia, eliminação de vermifugações desnecessárias, utilização de
pastoreio alternado e higienização de pastagens. Até o presente momento, poucas
tentativas para o desenvolvimento de formulações comerciais específicas para o
controle de parasitos de ovinos e caprinos utilizando estes fungos, obtiveram
resultados promissores. Em muitos trabalhos estes fungos têm sido produzidos em
substratos sólidos como grãos de cereais e o substrato colonizado fornecido aos
animais. No Brasil, foram desenvolvidas formulações de Fungos Predadores
(Arthrobotrys sp., Duddingtonia sp., Monacrosporium sp.) de nematóides para serem
usados no controle das verminoses de animais domésticos na Universidade Federal de
Viçosa e com conta com a parceria da Biocamp Laboratórios Ltda. Estas formulações
têm demonstrado bons resultados em condições laboratoriais e a campo controlando
as verminoses de ovinos e caprinos em torno de 80 a 90%. A formulação é fornecida
por via oral e atuaria nos ovos e larvas dos vermes presentes no meio ambiente.
FUNGOS ENTOMOPATOOGÊNICOS NO MANEJO DE PRAGAS
DA CANA-DE-AÇÚCAR.
José Eduardo M. Almeida1
Instituto Biológico – APTA/SAA-SP – Lab. de Controle Biológico – C.P. 70 – CEP 13001-970, E-
mail: [email protected]
A cultura da cana-de-açúcar pode ser considerada como a que mais absorve ou
que possibilita o uso de controle biológico, principalmente com entomopatógenos.
Das pragas da cana, a cigarrinha-da-raiz, Mahanarva fimbiolata e a broca-da-cana,
Diatraea saccharalis são as mais importantes. Para essas duas pragas, o controle
biológico com fungo Beauveria bassiana pode ser aplicado para o controle de
lagartas da broca na infestação inicial. A cigarrinha-da-raiz faz o controle com
Metarhizium anisopliae aplicado na época de chuvas na dosagem média de 5x1012
conídios/ha. Esse programa já atinge uma área de 700 mil hactrares em todo o
Brasil, sendo considerado um dos maiores programas de controle biológico com
fungos do mundo, alavancando uma importante indústria de bioinseticidas a base
de fungos entomopatogênicos. Para as pragas de solo como Sphenophorus levis
também é importante o uso de iscas com os fungos B. bassiana e M. anisopliae.
Existem pesquisas com o uso de iscas a base de papelão e o fungo B. bassiana
para o controle de cupins da cana, principalmente a espécie Heterotermes tenuis,
associados com subdoses de inseticidas neocotinóides que causam desordem na
trofalaxia e limpeza dos cupins. Porém, ainda faltam pesquisas a respeito da
aplicação de iscas e o conhecimento mais aprofundado do tamanho das colônias
de cupins na cana, para que possa determinar a quantidade e a frequência de iscas.
Também são necessárias pesquisas com a broca-gigante da cana, Telchin licus
licus que está presente hoje no centro-sul do Brasil, formigas cortadeiras da cana
como Atta capiguara e A. bisphaerica e outras pragas de solo.
1
Uso de novas tecnologias para monitoramento de pragas e utilização do controle biológico José Maurício Simões Bento1
1Universidade de São Paulo – USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ Lab. Ecologia Química e Comportamento de Insetos 13418-900 Piracicaba-SP Brasil E-mail: [email protected] Embora o controle biológico de insetos seja reconhecido como um método eficiente no controle de pragas, ainda não há um consenso sobre o melhor momento para a liberação dos inimigos naturais. Diferentemente do controle químico, por exemplo, que utiliza o nível de controle para disparar as aplicações de agroquímicos, a liberação de inimigos naturais no controle biológico ainda é realizada de forma empírica. Contudo, diferentes estratégias e novas tecnologias empregadas para o monitoramento e reconhecimento do ataque de pragas nas mais diversas culturas, poderiam ser úteis para esta tomada de decisão. Armadilhas contendo feromônio sexual ou de agregação, técnicas de sensoriamento remoto, e mais recentemente, a utilização de sensores que detectam a presença de voláteis de plantas atacadas, podem fornecer as informações necessárias para este aprimoramento do controle biológico. A necessidade de ajustes destas tecnologias levando-se em consideração dados biológicos da praga como a duração das fases de vida, a fenologia da planta associada ao ataque e as condições climáticas no período, são parâmetros que devem ser considerados e serão aqui discutidos.
Novas tecnologias para incremento e fortalecimento do Controle Biológico de pragas no Brasil
José R. P. Parra
Departamento de Entomologia e Acarologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP. Avenida Pádua Dias, 11, CP 9, 13418-900, Piracicaba, SP, Brasil. [email protected]
O Controle Biológico (CB) vem aumentando no Brasil nos últimos anos e ganhou um grande impulso após o registro de Helicoverpa armigera, em 2013, no país. Temos excelentes programas de CB envolvendo insetos para controlar insetos, especialmente em cana-de-açúcar e soja, e ótimos exemplos com microrganismos como fungos, bactérias, vírus, com tratamento de milhões de hectares para controlar diferentes pragas. Entretanto, para o aumento de sua utilização temos que criar um Controle Biológico adequado à nossa realidade, que é de agroquímicos, “mudando a cabeça” do agricultor. O CB requer mais tecnologia do que o Controle Químico e deve-se pensar, por exemplo, em modelos mais avançados de liberação de inimigos naturais e de monitoramento de pragas. Assim, o primeiro passo é divulgar o CB e transferir a tecnologia gerada ao agricultor. Somos líderes em Agricultura Tropical e devemos, paralelamente, desenvolver um CB para a região tropical e não copiar modelos de climas temperados que não se aplicam às nossas grandes áreas plantadas, especialmente no Brasil Central. Nessa palestra serão discutidos métodos de amostragem, qualidade e disponibilidade de inimigos naturais, legislação, logística de armazenamento e transporte, bem como seletividade de produtos químicos e novas tecnologias de liberação. Tudo isto com ênfase em parasitoides e predadores, levando em consideração a nossa dinâmica agricultura com milhões de hectares em diferentes condições edáficas e climáticas e com grandes áreas de plantas transgênicas. Ao lado destas discussões é muito importante que todos pensem no CB não como uma medida isolada, mas dentro de um contexto de MIP, para que possamos avançar nos próximos anos em direção a uma Agricultura Sustentável no Brasil.
Palavras-chave: controle biológico aplicado, parasitoides, predadores, patógenos.
Criação Massal de Inimigos Naturais
José R. P. Parra
Departamento de Entomologia e Acarologia. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Avenida Pádua Dias, 11, CEP 13418-900-Piracicaba, SP, Brasil. e-mail: [email protected]
O Controle Biológico Aplicado ou Aumentativo é hoje uma realidade no Brasil.
Para a implementação desse tipo de Controle, como parte do Manejo Integrado
de Pragas, a Criação Massal de Inimigos Naturais é essencial, especialmente
numa agricultura tropical, como a brasileira, com extensas áreas cultivadas.
Entretanto, para se chegar a uma criação massal, é fundamental que se tenha
passado por uma criação pequena de pesquisa (às vezes por uma
intermediária) para se chegar a uma criação em larga escala. Assim, a
pesquisa básica é fundamental com estudos de fatores bióticos e abióticos que
afetem os insetos a serem criados. Estudos de tabela de vida são
fundamentais, bem como os de exigências térmicas para previsão da
produção. Em linhas gerais, os grandes problemas de uma criação massal são
custos, sanidade, mas especialmente controle de qualidade e armazenamento
dos insetos nos períodos em que eles não estiverem sendo liberados. No
Brasil, a mão-de-obra é barata, e como em criações massais de 70 a 80% é
representado pela mão-de-obra, contrata-se um grande número de
funcionários. Portanto, devemos pensar na mecanização das criações e,
sobretudo na qualidade dos insetos produzidos. Asiim, o grande problema para
avançarmos em criações massais de inimigos naturais é a falta de gente
treinada no assunto, nos diversos aspectos mencionados. Somente assim,
caminharemos como líderes em Controle Biológico no mundo, condição que
está atrelada à mudança de cultura do nosso agricultor, que hoje ainda tem
uma “cultura de agroquímicos”.
Control microbiano de Insectos vectores de enfermedades humanas.
Juan J. García, López Lastra, Claudia C. y Micieli, María V.
CEPAVE - Centro de estudios parasitológicos y de vectores (CONICET Consejo Nacional
de Investigaciones Científicas - Universidad Nacional de La Plata, UNLP), boulevard 120
s/n entre 61 y 62, La Plata, Argentina. [email protected]
La mayoría de los países de América padecen enfermedades transmitidas por insectos
vectores, entre otras, tripanosomiasis americana, malaria, dengue, chikungunya, encefalitis,
fiebre amarilla y otras arbovirosis. El control químico constituye la alternativa inmediata a
la que recurren las autoridades sanitarias en situaciones de brotes epidémicos. Los métodos
biológicos, aunque relegados, constituyen una alternativa eficiente, racional y segura para
el ambiente para el control de vectores en el mediano y largo plazo y consideramos que
deberían ser incorporados en los programas federales o estatales de control de vectores. La
irrupción en el mercado de productos con base en esporas y toxinas de Bacillus
thuringiensis var israelensis (Bti) a comienzos de la década de 1980, constituyó el
acontecimiento más relevante hasta la fecha para el control microbiano de culícidos y
simúlidos y provocó un fuerte impulso en el estudio y utilización de enemigos naturales
para el control de vectores. Desde hace 35 años estamos investigando en el CEPAVE los
enemigos naturales de insectos vectores, principalmente, en blatodeos, culícidos, múscidos,
triatominos y simúlidos, con el objetivo de hallar especies con potencialidades para ser
utilizados como agentes de control biológico. Durante esta amplia prospección de enemigos
naturales, hemos identificado numerosas especies de patógenos (virus, bacterias, hongos,
protozoos), parásitos (nemátodos), simbiontes (Wolbachia) y depredadores (insectos,
copépodos, turbelarios, peces). La mayoría han sido evaluados en el laboratorio y varios
producidos masivamente en medios artificiales. Uno de estos, Leptolegnia chapmanii
(Straminipila: Peronosporomycetes), fue evaluado a campo en ensayos controlados a
pequeña escala en poblaciones naturales de Ae. aegypti. Este organismo acuático se
reproduce asexual y sexualmente, es específico para culícidos, tolera condiciones
ambientales desfavorables y se reproduce fácilmente en medios artificiales sencillos y
económicos. Se discutirán las ventajas y limitaciones de L. chapmanii como agente de
control biológico de culícidos vectores.
Uso de nematoides entomopatogênicos no controle de pragas de importância econômica na América do Sul.
Juan Pablo Molina-Acevedo1*; Viviane Araujo Dalbon2.
1 Entomólogo Ph.D. Coordenador Labex invertido Corpoica e Embrapa, em Embrapa sede Brasilia. CECAT sala35, Brasília, DF - Brasil CEP 70770-901;
2 Bióloga e Mestranda
Universidad de Córdoba, SUE-Caribe-Colombia..
*Autor para correspondência: [email protected].; [email protected]
Na América do Sul, os trabalhos com nematoides entomopatogênicos (NEPs) dos gêneros Steinernema e Heterorhabditis, em pragas de interesse agrícola, tem sido objeto de estudo desde a década dos noventas como biocontroladores. Atualmente 9 países da América do sul, tem realizado pesquisas com NEPs em um grande número de pragas de importância econômica, o que demonstra o interesse e os avances realizados nos últimos anos, entre os quais se destacam pesquisas em países como Colômbia, Bras i l , A rgent ina , Venezuela, Suriname, Equador, Peru, Bolívia e Chile. Na Colômbia, os trabalhos desenvolvidos visam a produção de nematoides, controle de pragas e identificação de espécies. Quanto a produção massiva in vivo foi reportada a maior produção de NEPs com o hospedeiro com Bombyx mori com 395.880 JI com S. carpocapsae All strain visando a multiplicação massiva para o controle de pragas como a broca do café (Hypothenemus hampei) (Molina e Lopez (2001). Posteriores trabalhos foram realizados para o controle da broca, com NEPs como H. bacteriophora e S. feltiae, os quais possuem a capacidade de se deslocar no solo, identificar os voláteis emitidos pela broca dentro do fruto e penetrar o fruto de café infestado com larvas e adultos da Broca do café (Molina e Lopez, 2002.; Molina e Lopez, 2009). Portanto, estes estudos demonstraram a utilização dos nematoides no controle de H. hampei em frutos caídos no solo, estudos que possibilitaram a aplicação exitosa de nematoides em campo, para o controle da broca do café. López et al (2008), realizaram isolamento de NEPs na região central Andina da Colômbia, onde 92% corresponderam a NEPs do gênero Steinernema e 7,2% ao gênero Heterorhabditis, onde por caracterização morfológica e molecular foi reportada a primeira espécie para Colômbia, S. colombiense. Outras pragas de importância econômica foram controladas com NEPs na Colombia como Tecia solanivora em batata e outras, com o nematoide nativo S. feltiae cepa Villapinzon (Saenz, 1999.; Saenz, 2003). Também foram desenvolvidos estudos promissórios com NEPs para o controle de Cyrtomenus bergi em mandioca e cebola (Caicedo e Bellotti, 1996). Finalmente em 2013, foram realizadas pesquisas evidenciando o deslocamento e virulência de NEPs nativos, em diferentes estádios da cigarrinha das pastagens Aenolamia reducta no solo (Araujo e Molina, 2015. Artigo em publicação). No Brasil, as primeiras amostragens para encontrar NEPs nativos foram realizadas no estado de São Paulo, sendo encontrados isolamentos de Steinernema e Heterorhabditis , onde foi identif icada a espécie S. felt iae (Fowler e García, 1988). Outros trabalhos de isolamento foram realizados por Molina et al (2005), onde registraram para a região de Lavras/MG, 6.8% de isolados
denominados Heterorhabditis JPM1, JPM2, JPM3, JPM3.1, JPM4 e JPM4.1, l inhagens pertences a espécie Heterorhabditis amazonensis strain JPM (Andalo et al, 2013). Da mesma forma Andaló et al (2006), isolaram, descreveram e caracterizaram morfologicamente e molecularmente uma nova espécie para Brasil, H. amazonenses. Quanto a formulação Brasil tem realizado importantes avances na produção in vitro de NEPs. O Instituto Biológico de campinas em parceria com a empresa BioControle Ltda, vem estudando a produção de nematoides nativos em meio solido e liquido (Leite et al. 2006). Trabalhos de interação de NEPs e fungos entomopatogenicos, como H. amazonensis JPM4 e Metarhizium anisopliae LPP45, foi comprovado o efeito aditivo do uso nematoides/fungo para o controle de larvas da broca da cana, Diatraea saccharalis , aumentando a eficácia dos patógenos e a mortalidade na praga (Molina et al, 2007). Outro fato a destacar, foi a determinação do efeito na mortalidade e inibição da eclosão de ovos, causada pelos NEPs sobre nematoides de plantas, como a espécie Meloidogyne mayaguensis, o qual representaria o controle potencial e alternativo (Molina et al., 2008). Na Argentina, o isolamento de NEPs concentrou-se na década dos noventas, na região da Pampa com espécies como S. felt iae, S. carpocapsae, S. scapterisci, H. bacteriophora e H. argentinensis Stock (Stock, 1992, 1993, 1995). Em Perú, foi isolada uma linhagem de Heterorhabditis adaptada ao frio, isolada do bicudo da batata dos andes, apresentando potencialidade para o controle desta praga (Parsa 2009). No Equador, Hernández et al (2008) realizaram um levantamento de NEPs em regiões produto ras de batata e avaliaram a patogenicidade, quatro isolamentos do género Heterorhabditis e sete de Steinernema , os quais apresentaram uma virulência superior ao 90% em larvas de Premnotrypes vorax . Desta forma, o uso de NEPs com o isolamento de novas espéc ies adaptadas a diferentes regiões, o melhoramento dos sistemas de produção in vitro e in vivo, forneceram NEPs biocontroladores de provada eficiência, que serão um componente importante em programas de manejo integrado de pragas. Palavras clave: Nematoides entomopatogenicos, América do Sul, Controle Biológico, Pragas Agrícolas. Referências bibliográficas Andalo, V.; Molina, A. J. P.; Moino Jr, A.; Siquieroli, A. C. S. ; Sousa, L. A. Populações de Heterorhabditis amazonensis (Rhabditida: Heterorhabditidae) da região de Lavras - MG. In: 13º Siconbiol, 2013, Bonito - MS. Anais do 13º Siconbiol. Bonito - MS,2013.
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Controle Biológico das verminoses de Suínos por fungos nematófagos.
Juliana Milani Araujo
A carne suína é uma das principais fontes de proteína animal consumida no mundo, no
qual os países europeus, norte-americanos e a China, são os maiores consumidores. O
Brasil se encontra como o sexto maior consumidor de carne suína. O setor suinícola
apresenta grande relevância no desenvolvimento econômico nacional, uma vez que o
Brasil se destaca como o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo.
No entanto, o Brasil tem enfrentado nos últimos anos barreiras para exportação da
carne, principalmente relacionadas a questões sanitárias e ao bem-estar animal. Visando
a preocupação com o bem estar do animal e do ambiente, a criação de suínos ao ar livre
e a utilização de camas sobrepostas em baias coletivas de animais submetidos ao
sistema de confinamento, tem se tornado mais frequente nos últimos 20 anos. As
parasitoses gastrintestinais continuam sendo um sério agravante para a produção de
animais no Brasil. Na criação de suínos, este problema se torna mais relevantes quando
a criação é feita pelo sistema de manejo extensivo, contribuindo para uma maior
exposição dos animais aos agentes parasitários. Entre essas parasitoses, destacam-se as
nematodioses, cujos danos à saúde estão relacionados aos agentes etiológicos e
susceptibilidade do hospedeiro. Entre os mais prevalentes, destacam-se os gêneros
Ascaris, Oesophagostomum, Strongyloides, Trichuris e Metastrongylus. De maneira
geral, a suinocultura vem passando, no Brasil e no mundo, por grandes mudanças e tem
sido alvo de preocupação, principalmente no que se refere às questões ambientais,
devido à geração de grandes quantidades de resíduos que são, muitas vezes, lançados
em corpos hídricos, poluindo águas superficiais e subterrâneas, e também relacionadas
ao bem-estar dos animais. Assim, o desafio consiste na adoção de técnicas alternativas
que viabilizem a sustentabilidade da produção. A atenção tem sido voltada para o
controle da utilização de medicamentos antimicrobianos e antiparasitárias, uma vez que
o uso indiscriminado de tais drogas tem favorecido a seleção de microrganismos e
parasitos resistentes, além do alto custo e da toxicidade das mesmas para o animal e o
homem. Diante disso, existe a necessidade de serem implantados, juntamente com o
controle químico, programas estratégicos alternativos e sustentáveis, visando assegurar
a saúde dos organismos vivos e do ambiente. Considerando que parte do ciclo de vida
desses nematóides se passa no ambiente, medidas alternativas que possam auxiliar no
controle das formas infectantes destes nematóides são constante objeto de estudo de
pesquisadores em todo o mundo, dentre essas, merece destaque o controle biológico
realizado por fungos. Os fungos nematófagos, também conhecidos como helmintófagos,
são organismos saprófitas, mundialmente estudados pela sua capacidade de predar
formas infectantes (ovos e larvas) de helmintos. Sua atividade predatória é direcionada
às formas infectante presentes no ambiente, por meio de armadilhas ao longo das hifas.
Esses fungos se comportam como antagonistas naturais, promovendo a captura e
destruição das formas infectantes, e de acordo com seu alvo. Estes podem ser
classificados como predadores, endoparasitas e oportunistas. No grupo dos predadores
os gêneros Arthrobotrys, Duddingtonia e Monacrosporium se destacam pelo controle de
larvas de nematóides no ambiente. Estes produzem estruturas em forma de anéis
constritores e não constritores, hifas, botões e redes tridimensionais adesivas ao longo
do micélio. Após o aprisionamento pela armadilha, ocorre a penetração das hifas na
cutícula do nematóide, seguido de crescimento das hifas no interior do nematóide e
digestão dos conteúdos internos. Já no grupo dos fungos oportunistas vem se destacando
o fungo Pochonia chlamydosporia e têm ação nos ovos de helmintos. A ação deste
fungo é baseada na formação de um apressório que se desenvolve por uma hifa não
diferenciada. Este fungo coloniza a superfície dos ovos e penetram no interior destes por
meio de ação enzimática e mecânica. Um requisito essencial para que qualquer isolado
fúngico nematófago seja possivelmente explorado como um controlador biológico de
parasitas gastrintestinais, é que ele possua a habilidade de suportar a passagem pelo
trato gastrintestinal dos animais após administração oral e uma vez presente nas fezes
seja capaz de germinar, colonizar o bolo fecal e capturar as larvas de parasitas recém
eclodidas dos ovos antes que elas migrem para a pastagem. Até o momento, estratégias
de controle de parasitos, dentro da produção de suínos, têm sido baseadas unicamente
na utilização rotineira de drogas anti-helmínticas, no entanto, trabalhos realizados em
laboratório e a campo vêm demonstrando a habilidade de alguns fungos helmintófagos
em controlar parasitos que acometem suínos. Entre eles destaca-se, o fungo Pochonia
clamydosporia, onde a ação ovicida dos isolados VC4 e VC1, crescido em meio ágar-
água 2%, foi demonstrada após 21 dias de interação in vitro com ovos de A. suum. Em
outro trabalho, o mesmo fungo foi oferecido aos suínos por via oral e, mesmo após
passagem pelo trato gastrointestinal desses animais, germinaram em amostras fecais e
foram capazes de destruir ovos do parasita, após 30 dias de interação. Em outra
pesquisa, as espécies, Duddingtonia flagrans, Monacrosporium thaumasium e
Arthrobotrys robusta, também foram testadas contra larvas infectantes de
Oesophagostomum spp. em teste in vitro, e foi constado a habilidade destes isolados em
predar larvas. Além disso, uma pesquisa com D. flagrans após passagem pelo trato
gastrintestinal de suínos, comprovou sua capacidade de predar larvas sem comprometer
sua ação. Assim, os microorganismos selecionados para atuarem como controladores
biológicos devem possuir especificidade de ação, alta capacidade reprodutiva e suportar
condições ambientais no local onde o controle é realizado. A aplicação do fungo como
controlador biológico de nematóides vem ajudar no controle químico e deveria ser
administrado não somente quando há um prognóstico de uma grande infestação da
pastagem por ovos e larvas de helmintos, mas também, quando há condições melhores
para o crescimento do fungo no meio ambiente, prevenindo dessa maneira o parasitismo
clínico e perdas na produtividade, além de fornecer um número suficiente de larvas a
permitir que esses animais desenvolvam uma imunidade adquirida naturalmente.
AVANÇOS NOS ESTUDOS COM EULOFÍDEOS PARA O CONTROLE
BIOLÓGICO DE Helicoverpa armigera
Juliana Simonato, Harley Nonato de Oliveira
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), 79804-070 Dourados, MS, Brasil. Laboratório de Controle Biológico da Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 449, 79804-970 Dourados, MS, Brasil. E-mail: [email protected]
Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae), recentemente identificada no Brasil, vem causando prejuízos em várias regiões agrícolas do país e em diferentes culturas. Entre as estratégias de controle dessa praga, o uso de parasitoides tem-se mostrado uma alternativa promissora. O parasitoide Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae) é uma espécie asiática, sendo registrado na Austrália, China, Paquistão e África do Sul. Testes para avaliar o parasitismo de T. howardi em diferentes hospedeiros constataram uma preferência por Chilo partellus (Swinhoe, 1885) (Pyralidae) e H. armigera. No Brasil, os primeiros registros de T. howardi foram parasitando Diatraea saccharalis Fabricius (Lepidoptera: Crambidae) em cana-de-açúcar e em milho. Inicialmente esta espécie foi relatada como um parasitoide pupal, no entanto, estudos demonstraram sua capacidade em parasitar a fase larval, o que foi verificado em D. saccharalis. Devido a essa capacidade em parasitar e se desenvolver tanto em lagartas quanto em pupas de algumas espécies de lepidópteros-praga, T. howardi surge como uma possível alternativa para o controle de H. armigera. Foram realizados estudos com o objetivo de avaliar a capacidade da espécie T. howardi de parasitar e se desenvolver em pupas e lagartas de H. armigera. Primeiramente, experimentos foram conduzidos em laboratório visando avaliar o parasitismo em pupas de H. armigera. Os resultados evidenciaram que o parasitoide T. howardi mostrou viabilidade em parasitar pupas de H. armigera, com porcentagens de parasitismo e emergência de 100%. Diante disso, foram realizados experimentos em condições de campo para avaliar o potencial de parasitismo em pupas de H. armigera. Avaliou-se também a capacidade de parasitismo de T. howardi na fase larval deste Lepidoptera, em laboratório. Os resultados dos experimentos serão apresentados e subsidiarão discussões que visam tornar viável o uso da espécie T. howardi no controle de H. armigera nos sistemas de produção.
Palavras chave: Controle biológico, Parasitoide, Inseto-praga.
Apoio: Embrapa, Fundação MS, Fundect, Capes
Microbial Control of Mosquitoes and Black Flies and its Role in Integrated Vector and
Disease Control
IP Consulting International, Yakima, WA 98908 USA, Email: [email protected]
Mosquitoes are the most medically important insects and are responsible for the transmission of
dozens of causal agents of tropical disease including malaria, dengue, Japanese B encephalitis,
several more arboviruses, and filariasis causing nematodes. Malaria alone is responsible for the
deaths of hundreds of thousands of people, mostly children, throughout the tropics each year. In
more temperate regions mosquitoes can be extreme pests of humans and other animals and are
responsible for transmission of several arboviruses and canine filariasis. In several areas black
flies are highly significant pests, vectors of bovine filariasis, and avian Leucocytozoon species.
Microbial control agents (MCAs) have played significant roles in the control of mosquitoes
larvae in several countries. The most commonly used as larvicides are Bacillus thuringiensis
subsp. israelensis (Bti) and Lysinibacillus sphaericus. Other species that are being developed for
control of larvae include the mermithid nematodes, Romanomermis culicivorax and R. iyengari,
the Oomycete, Lagenidium giganteum, and for adult mosquitoes, the fungus Metarhizium
anisopliae. Although black flies have a variety of pathogens and parasites, only Bti is used as an
MCA.
MCAs in general have a variety of attributes: they provide effective control; are safe to humans
and other animals; and are environmentally benign. Their lack of effect on predators of
mosquitoes, use of insecticide impregnated bed nets, source reduction, biorational “soft”
chemicals (methoprene, spinosad) and judicious use of insecticides for control of adult
mosquitoes provide other components of IVC. Large scale application of Bti for black fly control
in Western Africa in the Onchocerciasis Control Program (OCP) and in other countries
(including Brasil) worldwide has been responsible for significant reductions of black fly
populations. In the OCP Bti helped to resolve a problem of resistance to the principal
conventional larvicide, temephos, originally used in the program.
In many cases MCAs are not stand alone remedies for control of pest and vector mosquitoes and
black flies. Successful implementation of MCAs will rely on an IVC strategy, involving careful
monitoring of pests, the most appropriate and efficacious abatement methods and the
participation of affected communities in implementation of these methods.
Keywords: Bacillus thuringiensis subsp. israelensis, Lysinibacillus sphaericus, Metarhizium
anisopliae, Romanomermis iyengari, integrated vector control, malaria, dengue, onchocerciasis
New formulations of entomopathogenicviruses
Laura Fernanda Villamizar PhD., Colombian Corporation for Agricultural Research- Corpoica,
Km 14 vía Mosquera (Bogotá-Colombia) lvillamizarorpoica.org.co
Entomopathogenic viruses are able to causes diseases in insects and need to be eaten to cause infection but may also spread from insect to insect during mating or egg laying.
Principal reasons for using entompathogenic viruses as biological control agents are their specificity and safety. However, viral stability is affected for several factors as light, temperature, pressure, pH, salinity, inorganic ions andenzymes.
In this sense, to develop a high-quality biopesticide is necessary to stabilize viruses used as active ingredients and for that, it is necessaryto follow a systematic and organized sequence of phases such as: strains isolation and characterization, massive production, active ingredient definition and characterization andformulation design and development.
Formulation is the stage directed to establish the correct combination of active ingredient with adjuvants, in order to obtain a safe, reliable and effective product.The most frequently used formulations (delivery systems) are: emulsifiable concentrates (EC), emulsions (E), wettable powders (WP), dry powders (DP), water dispersible granules (WG) andsuspension concentrates (SC).
Entomopathogenic viruses have been formulated by using several of these delivery systems. For example, a cotton oil emulsion of Spodoptera exigua nucleopolyhedrovirus (SeNPV) (Shapiro et al. 2012); an emulsifiable concentrate of Phthorimaea operculella granulovirus (PhoGV) (Quiroga et al. 2011); granular phagostimulant nucleopolyhedrovirus formulations for controlling Spodoptera frugiperda (Castillejoset al. 2002) and a wettable powder of the nucleopolyhedrovirus of Anticarsia gemmatalis (Mendugoet al. 1997).
However, last trends for entomopathogenic viruses’ formulation have been focused on microencapsulation by using different materials, as lignin, starch, sodium alginate, gelatin, polyvinyl alcohol, cellulose, sugar derivatives and synthetic polymers. These materials can provide a functional coating to the viral particle, screening the UV-light and isolating the virus from humidity, chemical compounds, microorganisms and temperature.
Microencapsulation can be carried out by physical methods as fluidized bed, spray drying and centrifugal extrusion;by chemical methods as interfacial polymerization and ionic gelation and by physicochemical methods as liposome entrapment, solvent evaporation, rapid expansion of supercritical fluids and coacervation. Some examples of microencapsulated formulations are presented in table 1.
However, in spite of the advantages that microencapsulation provides, the majority of the products based on entomopathogenic viruses available on the world market are formulated in a very simple way such as concentrated suspensions, powders or granulates. These simple delivery systems are preferred although the fact that in many cases, a cold chain is required for the storage and distribution of the products.This could suggest that microencapsulation
technology has low economic and technical feasibility, either for the materials or equipment costs or the amount of labor required for the process, which can increase the production costs generating a sale price that is not competitive with respect to other insecticides available on the market.
Table 1.Microencapsulated entomopathogenic virus
Virus Coatimg material Method Microencapsulation goal
Referencia
AnagraphafalciferaNPV Corn flour, lignin, sucrose
Spray-drying Tamezet al.2002
AnagraphafalciferaNPV Corn flour, lignin Spray-drying Behleet al. 2003
AnagraphafalciferaNPV Corn flour, lignin Spray-drying UV protection Behleet al. 2006
Cydiapomonella GV Lignin Spray-drying Arthurs et al. 2006
SpodopterafrugiperdaNPV Methacrylic acid Emulsion – Solvent evaporation
UV protection Shelf life
Villamizar et al. 2010
CydiapomonellaGV Palm oil Supercritic fluids UV protection Phagostimulats
Pemselet al. 2010
SpodopterafrugiperdaNPV Lignin Spray-drying UV protection Behle y Pohman, 2012
SpodopterafrugiperdaNPV Lignin, Methacrylic acid
Spray-drying UV protection Camacho et al. 2015
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Nova estratégia para determinação do conteúdo total de genes cry por
sequenciamento massivo e ferramentas de bioinformática
Laurival Antonio Vilas Boas, Gislayne Trindade Vilas Boas, Ivan Rodrigo Wolf,
Carlos Roberto Maximiano da Silva e Ana Paula Ricieto
Universidade Estadual de Londrina – Departamento de Biologia Geral –
Laboratório de Genética e Taxonomia Bacteriana, Laboratório de Bioinformática.
Bacillus thuringiensis é uma bactéria produtora de inclusão cristalina, formada
por proteínas Cry, que juntamente a fatores de virulência agem contra insetos de
diferentes Ordens, incluindo pragas agrícolas e vetores de doenças. Esta
bactéria é utilizada como bioinseticida há mais de 30 anos, sendo que desde
1996 tem se produzido plantas transgênicas expressando proteínas Cry, as
quais são codificadas pelos genes cry. Um mesmo isolado pode conter um único
ou diferentes destes genes sendo que são conhecidos hoje cerca de 790 genes
diferentes. Uma das estratégias mais utilizadas para verificação do conteúdo de
genes cry é a amplificação por PCR. Esta técnica é sempre seguida de
clonagem, sequenciamento e comparação com bancos de dados, demandando
tempo e com baixa precisão. As novas tecnologias de sequenciamento, podem
ser aplicadas para uma melhora significativa na identificação e caracterização
dos genes cry sendo que o sequenciamento massivo, associado à utilização de
ferramentas de bioinformática permitem a analise com rapidez e precisão de
grande volume de dados. O sequenciamento massivo tem sido aplicado em
alguns estudos para busca de genes cry e esta apresentação mostra a aplicação
de um método na identificação total de genes cry por sequenciamento genômico
total usando a cepa BR145 como modelo. A cepa teve seu genoma sequenciado
em aparelho Ion Torrent, sendo que os contigs foram gerados pelo programa
MIRA v3.1b2. O programa HMMER foi usado para construir um banco de
modelos com base nos dados de Neil Crickmore (www.btnomenclature.com)
para busca de genes nos contigs. Em seguida os candidatos foram usados para
mapeamento por comparação de sequência e confirmação. Para verificar a
eficiência de busca baseada no modelo, foi utilizado um genoma da cepa HD1,
previamente montado e anotado, sendo que a estratégia foi capaz de localizar
todos os genes da linhagem. Com base nos genes cry sugeridos pelos
resultados dos modelos foram efetuados mapeamentos para obter os consensos
dos genes a partir do reads totais. A estratégia permitiu identificar os diferentes
tipos de genes cry da cepa BR 145, além do gene vip, mesmo em um genoma
com uma montagem de baixa cobertura, e sem a necessidade de clonagem
dentro de uma estratégia rápida e amigável. A sequência do trabalho será
desenvolver uma ferramenta aberta de fácil utilização via web.
Bacillus thuringiensis e B. subtilis: especificidade aos fitófagos e fitopatógenos.
Lidia Mariana Fiuza*; Diouneia Lisiane Berlitz
*; Neiva Knaak
*.
Resumo
Bacillus thuringiensis sintetiza proteínas Cry como ingredientes ativos, ambientalmente
seguros, e amplamente aplicados no controle biológico de pragas e vetores. Estas toxinas têm
sido mundialmente utilizadas na agricultura como biopesticidas ou na engenharia genética,
especialmente de plantas cultivadas. Atualmente, as pesquisas sobre o mecanismo de ação
das toxinas aumentaram o conhecimento da interação das proteínas Cry com os sítios
receptores e seus efeitos nas espécies-alvo, sendo os lepidópteros o modelo mais investigado.
Por outro lado, as diferentes culturas agrícolas são alvos de fitopatógenos que causam
prejuízos no setor agroindustrial, como os fitonematoides que estão atingindo níveis
populacionais elevados, principalmente Meloidogyne spp. Nesse contexto, as cepas de B.
thuringiensis (Bt) e B. subtilis (Bs): MTox 1886-2 (Bt); MTox 3146-3 (Bt); MTox 3434-2 (Bt);
MTox 2974-11 (Bt); MTox 1556-5 (Bs) e os padrões de B. subtilis CCGB LFB 117; CCGB LFB
757 (cedidas pelo Dr. Leon Rabinovitc-IOC/FIOCRUZ) foram avaliadas quanto ao potencial
biopesticida contra as espécies, M. incognita e M. javanica. Os bioensaios, com a cepa MTox
2974-11 e J2 de M. incognita revelam a CL50 de 2.108 céls./mL (Ls: 1.10
9 céls/mL e Li:1.10
6
céls/mL), na caracterização molecular e filogenética, da referida cepa foi identificado o gene
cry1D-like. Nos dados dos ensaios em casa de vegetação, com B. subtilis e J2 de M. javanica,
observou-se a redução de 90% dos fitonematoides por sistema radicular. O número de galhas
não diferiu estatisticamente, porém obteve-se diferença significativa no fator de reprodução dos
nematoides entre os tratamentos e o controle. Nesse sentido infere-se que B. subtilis atua
sobre a fecundidade e a fertilidade dos nematoides-alvo, pois essa bactéria produz diferentes
antibióticos, além de endotoxinas que interferem no ciclo reprodutivo dos nematoides, atuando
também na orientação das larvas em direção à planta hospedeira. No caso dos fungos
fitopatogênicos: Pyricularia grisea, Rhizoctonia solani, Fusarium oxysporum e F. solani foram
avaliadas as cepas e proteínas Cry1Ab e Cry1Ac sintetizadas por Bt thuringiensis e Bt kurstaki,
respectivamente, sobre o crescimento dos fitopatógenos. Os resultados mostram que os fungos
R. solani, P. grisea, F. oxysporum e F. solani tiveram seu crescimento micelial reduzido aos 7 e
14 dias após a incubação na presença de ambas as cepas bacterianas, onde houve diferença
significativa entre os tratamentos com B. thuringiensis e o controle. Nos dados correspondentes
às proteínas Cry não houve formação de halo de inibição de crescimento nas concentrações
avaliadas. Quanto à germinação dos conídios não houve diferença significativa entre os
tratamentos e o controle. Os resultados obtidos nesses estudos revelam o potencial e
especificidade das novas cepas de B. thuringiensis e B. subtilis no controle biológico de pragas
de importância agrícola. *Grupo de Pesquisa de Microbiologia e Toxicologia em Agroecossistemas, PPG em Biologia, UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil.
Qual o papel atual dos larvicidas microbianos em programas contra Culex, Aedes e Anopheles?
Lêda N. Regis
Depto de Entomologia, Fiocruz-PE. Av Prof. Morais Rego s/n 50670-420, Recife-PE [email protected]
A descoberta de bactérias entomopatógenas com atividade mosquitocida (larvicida), há 4 décadas, abriu novas perspectivas para o controle de mosquitos vetores. A rápida passagem da descoberta ao uso operacional do Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) e do Lysinobacillus sphaericus (Lsp) em programas de controle de vetores, em 1983 e 1989 respectivamente, foi uma conseqüência de características importantes dos novos larvicidas bacterianos: alta eficiência larvicida, segurança para a fauna não-alvo, possibilidade de produção industrial e, com a evolução das formulações, bom tempo de prateleira. Por outro lado, a dispersão e estabelecimento de populações de mosquitos em novos territórios, ampliando as fronteiras de ocupação, e a re-emergência de alguns vírus têm promovido, nas últimas décadas, aumento preocupante da exposição de pessoas a doenças veiculadas por mosquitos, apesar dos muitos recursos e esforços investidos na tentativa de controle dos vetores. Estima-se que atualmente cerca de metade da humanidade vive em áreas de risco de infecção por agentes transmitidos por estes insetos. Neste cenário, qual o papel dos larvicidas bacterianos em programas para controle dos culicídeos de maior importância em Saúde Pública? Com base em características específicas da biologia, do comportamento e da ecologia destes insetos, a aplicabilidade e a relevância do uso de larvicidas bacterianos são muito diferentes, quando se trata de espécie-alvo dos gêneros Culex, Anopheles ou Aedes.
“Controle biológico de pragas de solo na cana-de-açúcar”
Eng. Agrônomo-MSc Luiz Carlos de Almeida, Entomol Consultoria Eng. Agrônomo-MSc Luís Gustavo de Almeida, Entomol Consultoria
No Brasil, a cana-de-açúcar ocupa cerca de 9,0 milhões de hectares, sendo a terceira cultura em área cultivada. Esses números evidenciam a importância do setor sucroalcooleiro para a economia do país e conduz a refletir sobre o impacto da presença e disseminação de pragas de elevado potencial destrutivo na produção da cana-de-açúcar.
As pragas que ocorrem nas lavouras canavieiras apresentam importância em função dos danos que causam aos colmos, folhas, sistema radicular e base de colmos, desde a implantação até a reforma, ocorrendo, em geral, maior infestação nos canaviais com maior número de cortes. Os danos ocasionados interferem na produção agrícola e na qualidade da matéria prima a ser industrializada, reduzindo açúcar e álcool obtidos no processo.
Dentre estas pragas a broca gigante da cana-de-açúcar, Telchin licus licus (Lepidoptera; Castiniidae), anteriormente conhecida como Castnia licus, é conhecida no Brasil (Regiões Norte e Nordeste), desde 1.927, e recentemente foi encontrada em diversos talhões de cana, no município de Limeira-SP.
O método de controle utilizado por produtores, na região Nordeste, consiste na retirada dos rizomas infestados e catação dos estágios imaturos presentes e se utilizado em larga escala pode contribuir para a redução da população da praga.
Existem restrições quanto ao emprego de controle químico, principalmente em função das larvas e pupas permanecerem abrigadas nos internódios basais, abaixo do nível do solo, não sendo atingidas pelos inseticidas. É importante mencionar que no Brasil, pouco se conhece sobre os inimigos naturais eficientes na redução das populações deTelchin licus, em quaisquer dos estágios de seu desenvolvimento. Recentemente foram encontradas em Limeira -SP larvas de T.licus licus parasitadas por duas espécies de moscas da família Sarchophagidae, sendo Sarcodexia lambens e Helicobia morionella.
O fungo Beauveria bassiana pode ser aplicado em áreas de foco com infestação de broca gigante, a partir do mês de novembro quando a população da praga predominante são larvas e que estão preparando a câmara pupal, que apresenta muita umidade e a possibilidade de contato com o ambiente externo e a galeria na cana. No controle biológico de pragas em condições de campo, os cuidados com o fungo são os fatores mais importantes para garantir o sucesso, uma vez que o fungo Beauveria é um ser vivo e necessita de cuidados especiais para sua utilização.
O gênero Sphenophorus é citado como praga de gramíneas e poáceas de importância econômica em diversos países do continente americano. Das inúmeras espécies registradas na América do Sul, 14 ocorrem no Brasil, dentre as quais Sphenophorus levis, praga de grande expressão econômica para a cultura da cana-de-açúcar (Vaurie, 1978; Vanin, 1988). Os danos à cana-de-açúcar são causados pelas larvas que, para se alimentarem, escavam galerias nos internódios basais dos colmos deixando-os cheios de serragem fina. As plantas atacadas apresentam amarelecimento e secamento de folhas, das mais velhas para as mais novas, e posterior morte de perfilhos, facilmente destacados da touceira.
Sphenophorus levis, conhecido como bicudo da cana, é uma das mais importantes pragas da cana-de-açúcar e as larvas destroem a parte subterrânea da touceira (rizoma), matando os perfilhos ou a touceira inteira, causando prejuízos de, em média, 20 a 23 toneladas de cana por hectare por ano nas áreas infestadas, além de significativa redução da longevidade do canavial.
O corte de soqueira com aplicação de inseticida, a partir de outubro e novembro nas canas do final de ano, tem por objetivo controlar e reduzir a população de adultos de S.levis. Para as socas mais desenvolvidas com massa foliar que permita a aplicação tratorizada, poderá ser feita a aplicação do fungo entomopatogênico, Beauveria bassiana.
Migdolus fryanus é um besouro da família Vesperidae cuja fase larval causa danos ao sistema radicular da cana-de-açúcar, que passa a exibir sintomas de seca, iniciando com o secamento das folhas mais velhas, evoluindo para todas as folhas, morte da gema apical e até murcha dos colmos. O conhecimento restrito sobre a biologia e ecologia da praga dificulta a adoção de métodos alternativos de controle. Sabe-se que apenas a larva causa danos e que a duração desta fase é de, no mínimo dois anos, sendo encontrados indivíduos
até a profundidade de cinco metros no solo. Todo o ciclo biológico é subterrâneo, sendo possível coletar adultos na superfície do solo apenas por ocasião das “revoadas”, quando só os machos, que apresentam asas funcionais, voam nas áreas infestadas até localizarem as fêmeas que, por não possuírem asas funcionais, permanecem abrigadas no solo ou expostas na superfície. O controle é realizado mediante a aplicação de inseticidas e com a destruição das soqueiras no período mais seco do ano, quando as larvas estão na camada superficial do solo.
Os cupins causam severos danos à cultura da cana-de-açúcar desde o plantio, quando ocorre a destruição das gemas e das reservas dos toletes semente; no desenvolvimento do canavial, quando se verifica a redução do sistema radicular, dano às bases de colmos e de perfilhos. Outras espécies de pragas como escarabeídeos, elaterídeos, crisomelídeos, curculionídeos, percevejo-castanho e pérola-da-terra, são incluídas no grupo das pragas de solo.
O controle atualmente recomendado baseia-se na identificação das áreas, com levantamentos realizados nos talhões direcionados para a reforma, em duas trincheiras por hectare, imediatamente após o ultimo corte e com este método de levantamento de pragas de solo é possível reduzir o controle químico em 80%, reduzindo custos, desperdícios e riscos aos operadores e ao ambiente.
DESAFIOS PARA VER A PESQUISA AVANÇAR EM DIREÇÃO AO CAMPO. Marcelo Poletti. PROMIP - Manejo Integrado de Pragas, Engenheiro Coelho/SP. www.promip.agr.br, [email protected]
Reconhecidamente o Brasil destaca-se pelo número de publicações científicas relacionadas à busca por ferramentas eficientes para o Manejo Integrado de Pragas. Com relação ao controle biológico, inúmeros estudos relacionados à prospecção de agentes benéficos com potencial para o uso prático, biologia de inimigos naturais sobre dietas artificiais e o desenvolvimento de criações em pequena escala, dentre outros, têm sido reportados frequentemente. O crescente interesse de empresas em transformar o conhecimento gerado em inovação, tem chamado a atenção de diversos agricultores para a aplicação de insumos biológicos contendo predadores, parasitóides e entomopatógenos. No entanto, o caminho percorrido entre à pesquisa científica até o desenvolvimento tecnológico e posteriormente a comercialização é bastante extenso e envolve a participação direta e ativa de diversos agentes. Durante esse percurso os principais desafios estão ligados a seleção de inimigos naturais para alvos específicos, o desenvolvimento de processos para produção industrial, o acondicionamento dos agentes biológicos em embalagens adequadas para o transporte e o desenvolvimento de métodos práticos para distribuição e aplicação em campo. Após vencer todas as etapas que envolvem as fases de pesquisa e desenvolvimento, necessariamente o produto deve ser submetido à análise e aprovação pelos órgãos competentes, antes da sua efetiva comercialização. Nos últimos anos o processo de avaliação para o registro de produtos biológicos tem evoluído, porém ainda são necessárias melhorias principalmente para reduzir o período entre o pleito e a emissão dos certificados de registros. A agilidade nesse processo contribuirá para o crescimento do setor e a consolidação do controle biológico, viabilizando seu acesso ao agricultor.
Palavras-chave: controle biológico; inimigos naturais; manejo integrado de pragas.
UTILIZAÇÃO DE AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO E PLANT AS Bt NO MANEJO DE Helicoverpa armigera NO OESTE DA BAHIA
Marco Antonio Tamai 1; Celito Eduardo Breda 2 1Universidade do Estado da Bahia, Rodovia BR 242, s/n Loteamento Flamengo, Barreiras, Bahia, 47.802-470. Email: [email protected]. 2Círculo Verde Assessoria Agronômica e Pesquisa, Rua Glauber Rocha, Quadra 12, Lote 1, Luís Eduardo Magalhães, BA, 47.850-000. O cerrado do Oeste da Bahia é o principal pólo produtor de grãos e fibras do nordeste, com área cultivada de 2,2 milhões de hectares na safra 2013/14, em sistemas de sequeiro e irrigado. Ataques de Helicoverpa armigera (Lep.: Noctuidae) as culturas da soja, algodão, milho, feijão (Phaseolus e Vigna), sorgo, milheto, principalmente, tiveram início em fevereiro/2012, levando o setor produtivo regional e Governo do Estado a criar o Programa Fitossanitário da Bahia cujas ações se baseiam em cinco pilares: 1) Controle cultural: vazio sanitário, com calendários de plantio bem definidos e destruição de restos culturais; 2) Controle biológico: preservação de inimigos naturais, e uso aplicado de baculovírus, Bacillus thuringiensis, Trichogramma e fungos entomopatogênicos; 3) Controle químico: uso racional de inseticidas visando reduzir o risco de resistência e preservação de inimigos naturais; 3) OGMs: adoção de refúgio estruturado como medida de manejo da resistência de insetos-praga às tecnologia Bt; 4) Pesquisa e difusão e 5) Comunicação. O Programa Fitossanitário da Bahia participou das ações que levaram ao registro emergencial no país de diversos inseticidas químicos e biológicos para controle H. armigera, tais como B. thuringiensis e Baculovírus (HzSNPV e HaSNPV). As formulações de B. thuringiensis foram redescobertas pelos produtores no auge das infestações de H. armigera na região (safras 2011/12 e 2012/13), tendo se mostrado muito eficientes no manejo desta espécie e também de Chrysodeixis includens (Lep.: Noctuidae) nas culturas da soja, feijão e algodão, contudo, a rápida expansão das áreas cultivadas com variedades Bt de soja e algodão vem limitando seu mercado nestas culturas. O uso de baculovírus para controle de H. armigera teve início em agosto/2013, em lavouras de feijão irrigado, mostrando-se muito eficientes, o que possibilitou um aumento acentuado em seu uso nas culturas de soja e algodão a partir da safra 2013/14. Devido a seu modo de ação, não possui restrição de uso nas áreas de refúgio estruturado das culturas Bt. As primeiras liberações experimentais de Trichogramma pretiosum acompanhadas pelo Programa ocorreram em agosto/2013, em feijão irrigado, e seu uso vem apresentando crescimento em lavouras de soja e feijão. Campanhas de divulgação e treinamento conduzidas pelo Programa Fitossanitário junto aos produtores têm dedicado especial atenção às medidas de preservação de inimigos naturais (predadores, parasitóides e entomopatógenos) nas lavouras, como a elaboração e divulgação de tabelas de seletividade. Com relação às plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos, ou plantas Bt, o Programa defende que a área de refúgio estruturado ideal para a preservação das tecnologias Bt para o Oeste da Bahia é de 50% para a soja, e de 20% para milho e algodão. Palavras-chave: Programa Fitossanitário; Bacillus thuringiensis; baculovírus.
1
Title: PAT – Transgenic Aedes Project in Brazil.
Name: Margareth L. Capurro
Universidade de São Paulo, SP 05508-000, BR
New strategies for mosquito control are under development; and the genetic manipulation is
one choice to the fight against the mosquito. The Sterile Insect Technique (SIT), which
involves sterilization, mass rearing and release of a great number of sterile male insects on a
target area, was the base for RIDL (Release of Insect carrying a Dominant Lethal gene)
technology development, once it also comprises mass rearing and release of male mosquitoes,
but this time it transfers a lethal gene to their offspring. The OX513A line of Aedes aegypti
was evaluated and compared to the wild-type population under open field conditions. Many
parameters were evaluated under lab and field conditions such as compatibility,
competitiveness, longevity and other biological aspects. For field experiments it was used
ovitraps for monitoring and adult collection. We demonstrated compatibility among wild-
type population and OX513A line with presence of fluorescent larvae, a male dispersal up to
200m, recapture along 3.2 days (longevity) and a competitiveness of 0.031. Similar
parameters were found in other studies or for similar SIT programs with different species.
The 21 million males released in two treated areas were able to suppress Ae. aegypti
population in around 70-80% during the study period. The suppression phase started when
50% of the larvae were transgenic, and population dropdown when it reached 70-80%
fluorescent larvae. However when releases stopped, the number of eggs/trap and also the
ovitrap index increased 1.2 to 4.6 times respectively. No transgenic larvae were found after 6
months after release interruption.
Biography:
Margareth L. Capurro completed her PhD in 1997 at Universidade de Sao Paulo (USP),
Brazil and postdoctoral studies from University of California, Irvine. She is an Associate
Professor at USP and also the leader of Transgenic Aedes Project in Brazil, been responsible
for the biggest Mosquito Facility in the world. The Facility received 20 countries
representatives to be trained in mosquito mass rearing. She has published more than 50
papers in reputed journals.
ESTUDIOS DE CONTROL BIOLÓGICO DE INSECTOS PLAGAS EN PARAGUAY
Prof. Ing. Agr. M. Sc. María B. Ramírez de López
RESUMEN
El estudio del Control Biológico en Paraguay se realiza actualmente en los Centros de
Investigación del Instituto Paraguayo de Tecnología Agraria (IPTA) y la Facultad de
Ciencias Agrarias (FCA) de la Universidad Nacional de Asunción, ambas instituciones se
destacan por aportar conocimientos a través de investigaciones realizados por técnicos,
Docentes investigadores y estudiantes (tesis de grado y postgrado). En el año 1992
investigadores de la Agencia de Cooperación Internacional del Japón (JICA) y el IPTA han
colectado insectos parasitoides de todas las zonas productoras de tomate, siendo en esa época
la plaga primaria Tuta absoluta, se han encontrado ejemplares de la familia Chalcididae,
Braconidae, Ichneumonidae y Trichogrammatidae. El estudio de Trichogramma se inició en
el año 1994 en el IPTA y la FCA, con la construcción de un laboratorio en IPTA (Caacupé)
para cría de Trichogranmma con el objetivo de distribuir a los productores, sin embargo dicho
trabajo no prosperó por la poca demanda, en el mismo año se inició el estudio de
microorganismos patógenos Baculovirus anticarsia, con mucha demanda en la zona
productora de soja. En el año 2005 se realizaron estudios de parasitoides y predadores en
yerba mate (Ilex paraguariensis) en una reserva ecológica privada de Itabó, Canindeyú,
donde se registró 43% de controladores biológicos en relación a insectos plagas. Actualmente
se continúa estudiando la ocurrencia de parasitoides y predadores en fincas de productores
de hortalizas, además se está realizando el estudio de parasitismo de Spodoptera frugiperda
en cultivo de maíz, de diferentes localidades. En el año 2008, en la FCA en condiciones de
laboratorio se evaluó la patogenicidad de Beauveria bassiana, en diferentes concentraciones
sobre huevos de T. absoluta, actualmente en el IPTA se está investigando tres cepas nativas
de Beauveria sp. para el control de hormigas cortadoras. A partir del 2010, en la FCA se
enfatizó la investigación de Cotesia flavipes, aportando bastante informaciones con los
estudios realizados sobre biología, efecto de parasitismo sobre larvas de diferentes especies,
eficacia a través de liberaciones y ganancias económicas. A partir del año 2011 hasta la
actualidad, una empresa privada productora de azúcar orgánica está investigando e
implementando el uso de C. flavipes, debido a los serios daños que ocasionan la broca del
tallo (Diatraea saccharalis) al cultivo de caña de azúcar, para el efecto se construyó un
laboratorio para la cría de C. flavipes para el control de la broca, con una capacidad para
liberar en 9.000 has de caña de azúcar. De acuerdo a estudios realizados liberando el
controlador biológico, en menos de un año se ha logrado bajar la presencia de la plaga en un
10%, lo que se busca actualmente es mantener entre 3 a 4% de presencia, donde el nivel de
daño no sea tan perjudicial. El objetivo de la empresa es realizar todos los estudios posibles
sobre el control biológico, y posteriormente apoyar a los productores en el control de la broca
del tallo.
Seletividade do Lysinibacillus sphaericus para mosquitos: uma análise molecular de Culex quinquefasciatus versus Aedes aegypti Maria Helena N. L. Silva-Filha; Lígia M. Ferreira; Nathaly Alexandre Nascimento; Tatiany P. Romão; Antônio Mauro Rezende; Osvaldo P. de-Melo-Neto Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães–FIOCRUZ, Av. Moraes Rêgo s/n, campus da UFPE, Cidade Universitária, Recife-PE 50740-465, Recife, PE, Brasil. Email: [email protected] O Lysinibacillus sphaericus (Lsp) é um entomopatógeno que produz toxinas inseticidas, dentre elas a toxina Binária (Bin) que possui alta atividade para algumas espécies de larvas de mosquitos. O Lsp vem sendo usado com sucesso em programas, sobretudo, para controle de Culex quinquefasciatus que é a espécie mais suscetível à toxina Bin, enquanto que Aedes aegypti é considerada refratária. A ação da toxina Bin em Cq deve-se a sua ligação específica e com alta afinidade aos receptores no epitélio das larvas que são
as -glicosidases Cqm1. Larvas de Aedes aegypti também expressam uma proteína ortóloga à Cqm1 denominada Aam1, porém, são refratários à toxina. O objetivo deste estudo foi analisar estas moléculas para determinar a base molecular da ação diferencial da toxina Bin para estas espécies de importância médica. A análise comparativa das proteínas Cqm1 e Aam1 mostram que elas
compartilham uma alta identidade (74%) e são expressas como -glicosidades ligadas ao epitélio intestinal das larvas em quantidade comparável. Cqm1 liga-se à toxina Bin, no entanto a Aam1 não tem esta capacidade, o que explica a refratoriedade de larvas de A. aegypti ao Lsp. Uma diferença marcante encontrada entre estas proteínas foi a glicosilação, porém, dados deste estudo mostraram que esta característica não influencia a capacidade de ligação à toxina Bin. Uma análise de docking molecular entre Cqm1 e a toxina Bin mostrou que duas regiões, localizadas em alças de acordo com a estrutura predita da Cqm1, podem estar envolvidas na ligação. Avaliações in vitro de funcionalidade de proteínas Cqm1 mutantes mostraram que a região N-terminal (S129-A312) é necessária para a ligação com a toxina Bin e compreende um grupo de resíduos, não são conservados na Aam1, que são críticos para esta interação (155PATGGG160). Os resultados apontam que este motivo divergente é determinante para o diferente status de suscetibilidade destas espécies à toxina Bin. Os achados deste estudo ampliam o conhecimento sobre o modo de ação do Lsp e podem subsidiar estratégias para a construção de toxinas modificadas com atividade para larvas refratárias. Palavras chave: toxina Bin, modo de ação, Cqm1, Aam1, alfa-glicosidases. Apoio: CNPq processo 472491/2012-1.
1
MELHORANDO A COMUNICAÇÃO ENTRE A BANCADA E O USUÁRIO, PASSANDO PELA MESA DO REGULADOR
CASTRO, Maria Luiza M.¹
¹ CESIS CONSULTORIA LTDA [email protected]
O Registro de um Produto é a forma legal de sua comercialização no país, seja por
intermédio de formulação/fabricação dos seus componentes e/ou de importação dos
mesmos. O objetivo do registro, entre outras coisas, é garantir a segurança da
população e do meio ambiente, além de garantir padrões de qualidade e eficiência
dos mesmos.
A Lei aplicada aos produtos utilizados no controle biológico de pragas agrícolas é a
mesma aplicada aos agrotóxicos convencionais. Sendo assim, o interessado deverá
atender as exigências dos órgãos federais responsáveis, em conjunto, pela análise e
aprovação dos pleitos submetidos a essa legislação. Muito antes do início da
montagem dos pleitos a serem submetidos aos órgãos regulamentadores, é
necessário observar e atender pré-requisitos legais que envolvem ajustes técnicos e
administrativos dentro da Empresa interessada no Registro de produtos. A
organização do dossiê de registro é outro aspecto relevante a se considerar já que a
celeridade da análise depende também da correta disposição dos dados e
informações exigidos. Durante a análise realizada pelo governo, é imprescindível o
monitoramento da tramitação processual através do imediato atendimento aos
questionamentos específicos encaminhados a Empresa, além da participação em
todas as reuniões formais agendadas periodicamente pelos órgãos
regulamentadores.
São 3 (três) os órgãos federais regulamentadores competentes pela analise e
registro dos produtos abrangidos pela Lei de Agrotóxicos e Afins. A ANVISA e a
responsável pela analise toxicológica dos dados aportados no pleito de registro. O
IBAMA, e o responsável pela analise ambiental e o MAPA, realiza a analise dos
dados de eficiência e praticabilidade apresentados quando da submissão do pleito
de registro dos produtos. Após a manifestação final dos órgãos federais, antes da
comercialização propriamente dita, é necessário ainda atender a legislação
especifica de cada um dos estados brasileiros no que se refere ao cadastramento
dos produtos.
Com certeza, as etapas de Registro dos produtos antes de sua comercialização são
ainda grandes gargalos a serem vencidos, entretanto, etapas previas a montagem
dos processos submetidos aos órgãos regulamentadores também necessitam de
maior esclarecimento, tornando mais clara à trajetória a ser seguida. Um maior
esclarecimento por parte do governo dos requisitos técnicos exigidos em legislação
para a montagem dos processos de registro contribuiria para a melhoria da
2
qualidade da comunicação desde o início da pesquisa culminando na manifestação
favorável para o Registro do produto.
Nos órgãos federais responsáveis pelo registro de produtos, além da publicidade e
divulgação dos seus atos, segundo os preceitos constitucionais, a comunicação se
caracteriza, notadamente pela necessária interlocução com os cidadãos, e pelo
permanente diálogo com a sociedade, não apenas com o usuário dos produtos, mas
também com o setor responsável pelo desenvolvimento dos mesmos. Entretanto, tal
comunicação ainda se faz carente de aperfeiçoamento.
É incontextável a importância da comunicação, tendo em vista que a transparência,
o diálogo e o debate são essenciais para nortear o bom desempenho das atividades
visando entender as demandas dos órgãos federais frente aos requisitos
necessários à submissão do registro de produtos no Brasil. No contexto do Registro
de Produtos Agrotóxicos e afins, onde se enquadram os produtos utilizados para o
controle biológico no Brasil, a comunicação com o MAPA, ANVISA e IBAMA, vem se
renovando nestes últimos anos, em termos de dimensões, formas e frentes de
atuação, com novos instrumentos ou suportes do mundo digital como e-mail,
internet, blogs, chats, redes sociais de conversação, entre tantos outros meios e
instrumentos. Todos esses novos suportes devem ser utilizados, mas não podem
substituir a interação e o contato pessoal para o esclarecimento e o debate de
assuntos imprescindíveis ao bom desempenho das atividades visando atender as
demandas da legislação.
Métodos de controle para atenuar a resistência a insetos a toxinas Bt- Mario
Soberon
As toxinas inseticidas (toxinas Cry) da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) usados em
sprays e plantas transgênicas têm proporcionado grandes benefícios para o controle de
pragas, incluindo diminuição dependência em amplas inseticidas químicos. No entanto,
o uso extensivo de toxinas Bt, resultou na seleção de insetos com resistência importante
para essas toxinas, reduzindo ou eliminando estes benefícios. Nesta palestra vamos
analisar os diferentes esforços que têm sido utilizados para lutar contra a resistência de
pragas a toxinas Bt nativas. Vamos descrever a estratégia refúgio, estratégia
de empilhamento de genes pirâmidados, o silenciamento do gene específico
pela estratégia RNAi, e desenvolvimento de toxinas geneticamente modificados, tais
como Cry1AbMod e Cry1AcMod. Geramos estas toxinas modificadas por modificação
dos genes que codificam toxinas nativas Cry1Ab e Cry1Ac, de forma que não possuem
os nucleotidos que codificam para uma porção da extremidade amino-terminal da
proteína, incluindo a hélice α-1 e parte da hélice α-2. Consistente com o modelo de ligação
sequencial para o modo de ação das toxinas Cry, as toxinas Cry1AMod podem
formar oligômeros sem ligação a caderina. Nossos resultados mostraram que toxinas
modificadas foram mais potentes do que as toxinas nativas correspondentes em diferentes
espécies de lepidópteros resistentes a toxinas Cry nativas, incluindo estirpes selecionadas
pelo campo como Plutella xylostella, Trichoplusia ni e Spodoptera frugiperda. A
potência de toxinas modificadas em relação às toxinas nativas nestas cepas resistentes
não depende do mecanismo de resistência. Contra cepas sensíveis, as toxinas modificadas
foram menos eficazes do que suas contrapartes nativas em quase todos os casos. Estas
proteínas podem representar uma estratégia inovadora para o controle de pragas de insetos
resistentes a toxinas Cry.
Relevância da tecnologia de baculovírus: de seu uso como
inseticida biológico a sua aplicação na indústria farmacêutica
Marlinda Lobo de Souza
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Parque Estação Biológica, Brasília, DF, Brasil, 70770-917. Email: [email protected]
Baculovírus, um grupo de vírus patogênico a insetos, tem sido utilizado com sucesso no controle de pragas agrícolas e florestais. Mais de seiscentos baculovírus têm sido isolados de lepidópteros. O uso sem critério técnico de inseticidas químicos causa diminuição de inimigos naturais que controlam a população de insetos no campo, o que leva ao desequilíbrio ecológico. Os baculovírus são compatíveis com estratégias de manejo integrado de pragas, e seu uso permite a redução dos riscos associados a produtos químicos.
No Brasil, estudos para o desenvolvimento de biopesticidas ocorreram desde a década de oitenta para os baculovírus Anticarsia gemmatalis multiple nucleopolyhedrovirus (AgMNPV), Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyhedrovirus e Erinnyis ello Granulovirus (EeGV). O baculovírus anticarsia, desenvolvido pela Embrapa-Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária para o controle da lagarta da soja, foi utilizado a nível nacional e teve sua tecnologia de produção transferida para diferentes empresas. Esse programa chegou a ser aplicado em dois milhões de hectares de soja na safra 2002/2003 e atingiu o status de maior programa de controle biológico com vírus do mundo.
Estudos realizados pela Embrapa levaram ao desenvolvimento do baculovírus spodoptera para o controle da lagarta do milho. Recentemente, uma nova tecnologia para produção deste vírus foi feita em parceria com a Vitae Rural Biotecnologia (Uberada, MG). Neste produto (CartuchoVIT) é utilizado o isolado de SfMNPV NR6. Devido a uma mutação do gene da quitinase do vírus, este isolado natural tem a vantagem de não apresentar o rompimento do tegumento do inseto. Outro biopesticida, baculovírus erinnyis, foi desenvolvido para o controle do mandarová da mandioca, Erinnyis ello, pela EPAGRI-Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. O vírus é atualmente aplicado na forma de macerado em alguns estados como Bahia, Santa Catarina e Paraná. Recentemente, um biopesticida para o controle da lagarta do Álamo, a base do Condylorrhiza vestigialis Multiple Nucleopolyhedrovirus (CoveMNPV), produzido por Bosquiroli & Santos Ltda (Cascavel, PR), foi aprovado para uso comercial com o nome Baculovirus Álamo.
A produção em escala comercial de baculovírus tem sido feita pela multiplicação do vírus no inseto hospedeiro. No entanto, existem dificuldades para escalonamento da produção tais como problemas na criação do inseto, canibalismo, lise intensa de cutícula do inseto após infecção (levando a perda de poliedros na dieta), contaminação com outros microrganismos, etc. Estas restrições na produção massal in vivo têm gerado a busca por outras tecnologias.
Uma dessas alternativas é a produção de baculovírus em cultura de células de insetos. Entretanto, a perda da estabilidade genética devido à passagem serial do vírus em cultivos celulares, levando ao acumulo de mutantes e a perda da virulência, é um grande obstáculo na produção in vitro. Fatores como seleção de linhagens celulares e de isolados virais, estudos referentes à estabilidade genética do vírus e a otimização do processo são elementos-chave para tornar este processo viável.
As propriedades peculiares de baculovírus, associadas aos avanços recentes em biologia celular e molecular, aumentaram o escopo de sua aplicação na área biomédica, tanto básica como aplicada. O uso de baculovírus como sistema de expressão eucariótico (BEVs), para a produção de proteínas recombinantes funcionais e/ou imunogênicas, tem sido cada vez mais empregado na indústria farmacêutica. Nas ultimas décadas, além do aprimoramento de vários vetores de expressão a partir do Autographa californica Multiple Nucleopolyhedrovirus (AcMNPV), houve o estabelecimento de linhagens celulares de inseto altamente produtivas, tais como as linhagens Sf9 e High FiveTM, permitindo a produção de proteínas recombinantes de alta qualidade.
O uso cultura de células de inseto e plataformas BEVs tem gerado novas ferramentas para o desenvolvimento de vacinas, seleção de drogas e terapia gênica. As diferentes tecnologias empregadas para a produção de vacinas em sistemas com base em baculovírus incluem: (i) Vacinas de Subunidades, as quais usam frações purificadas do patógeno para estimularem o sistema imunológico (ex. vírus influenza – FluBlok). Essas vacinas apresentam vantagens adicionais em termos de segurança em relação a outras vacinas atenuadas; (ii) Virus like particles (VLPs) com base em BEVs. As partículas VLPs imitam o vírus real, mas não são infectivas, devido à perda de parte do genoma viral, e são, portanto, seguras para o uso humano e (iii) Vacina com base na atividade celular (ex. câncer de próstata – Provenge). Algumas destas vacinas já foram aprovadas para uso humano, como no caso câncer cervical (Cervarix TM) e câncer de próstata (Provenge). Outras encontram-se em fase de testes clínicos como as vacinas para hepatite B e C (Chimigen), para vírus influenza (Flublok), para Diabetes mellitus Tipo1 (Dyamid) e para vírus HIV (VaxSyn). A tecnologia baculovírus-célula tem contribuído cada vez mais para aplicações na medicina humana e veterinária. Avanços recentes no campo da biotecnologia têm sido alcançados, como estratégias para exposição de proteínas na superfície de partículas virais (tecnologia baculodisplay) e o uso de vetores de baculovírus em terapia gênica utilizando células de mamíferos. Palavras-chave: Baculovirus, biopesticida, cultura de células, Biotecnologia
Control of triatomines with entomopathogenic fungi combined with an aggregation
cue.
Nicolás Pedrini
Instituto de Investigaciones Bioquímicas de La Plata (CCT La Plata CONICET-UNLP),
La Plata, Argentina.
Current Chagas disease vector control strategies, based on chemical insecticide
spraying, are growingly threatened by the emergence of pyrethroid-resistant Triatoma
infestans populations in the Gran Chaco region of South America. As an alternative
tool, the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana is effective both against
pyrethroid-susceptible and pyrethroid-resistant T. infestans, in laboratory as well as field
assays. B. bassiana has the ability to breach the triatomine cuticle; once into the
hemolymph, the fungus secretes toxic or immunosuppressive compounds that facilitate
the invasion process.
T. infestans cuticle lipids play a major role as contact aggregation pheromones. The
effect of insect exuviae as an aggregation signal in the performance of infective boxes
containing B. bassiana spores to kill indoor bugs will be here discussed. A stage-
specific matrix model of T. infestans was developed to describe the fungal infection
effects on insect population dynamics, and to analyze the performance of the
biopesticide device in vector biological control.
The pheromone-containing infective box is a promising new tool against indoor
populations of this Chagas disease vector, with the number of boxes per house being the
main driver of the reduction of the total domestic bug population. This ecologically safe
approach is the first proven alternative to chemical insecticides in the control of T.
infestans. The advantageous reduction in vector population by delayed-action fungal
biopesticides in a contained environment is supported by mathematical modeling.
Utilização de Tamarixia radiata (Hymenoptera: Eulophidae) para controle
de Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae)
Jaci M. Vieira1,2; Alexandre J. F. Diniz1; Gustavo R. Alves1; José R.P.
Parra1
1Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Avenida Pádua
Dias, 11, Piracicaba, SP, Brasil.CEP 13418-900. 2 Email: [email protected]
Nos últimos anos, o controle do psilídeo D. citri Kuwayama, 1908, vem sendo
intensificado, visto que este inseto é considerado atualmente a praga mais
importante da citricultura mundial, devido à sua capacidade de transmitir
bactérias causadoras do Huanglongbing ou HLB. Como não existem ainda,
medidas curativas para a doença, seu manejo se baseia no plantio de mudas
sadias, erradicação das plantas doentes e, principalmente, no controle do
inseto vetor. O controle biológico com a utilização do parasitoide T. radiata
(Waterston, 1922) mostrou-se promisssor em diversas partes do mundo; por
este motivo, pensou-se em importar o parasitoide para o Brasil; no entanto, em
um levantamento feito em 2006 verificou-se que ele já estava presente. Desde
então, diversos trabalhos foram desenvolvidos Departamento de Entomologia e
Acarologia da ESALQ/USP com este parasitoide, dentre eles, a
desenvolvimento de uma metodologia para produção do parasitoide em larga
escala. A partir disso, foi então instalada uma criação piloto na ESALQ com
produção média de 100.000 parasitoides/mês de modo a se iniciarem
liberações em diversas regiões do estado de São Paulo. Diante dos resultados
em campo, a utilização de T. radiata vem se tornando um componente
adicional no manejo desta doença e hoje o controle biológico deve ser tratado
dentro de uma nova abordagem, uma vez que, pomares abandonados,
pomares domésticos e áreas de murta (Murraya paniculata, principal
hospedeiro do psilídeo), constituem os principais focos de psilídeos infectivos.
Estas áreas correspondem a cerca de 12.000 ha e vêm recebendo liberações
de T. radiata com parasitismos variáveis, chegando a ser superior a 90%.
Devido aos bons resultados obtidos do parasitismo, outras biofábricas foram
instaladas pela iniciativa privada em outras regiões do Estado de São Paulo.
Com a produção do parasitoide nestas novas biofábricas, espera-se que o
controle biológico, como um componente do manejo do vetor do HLB, passa a
ser uma prática rotineira na citricultura paulista.
Palavras chave: Psilídeo; HLB; biofábricas; parasitoide.
Estratégias para aumentar a persistência de bioinseticidas à base de Bt em campo
Ricardo Antonio Polanczyk
Professor Adjunto 1. Departamento de Fitossanidade, FCAV/UNESP [email protected]
Um dos fatores mais importantes que limitam a utilização de bioinseticidas à base da
bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis (Bt) no controle de pragas agrícolas é a sua
reduzida persistência em campo, em comparação com os agrotóxicos convencionais, o que
implica na necessidade de um número maior de aplicações com consequente aumento de
custo para o agricultor. A radiação ultravioleta é um dos principais fatores que reduz a
persistência de Bt bioinseticidas e, conseqüentemente, sua eficiência em campo. Esta radiação
atua diretamente nos ácidos nucléicos, alterando-os ou mesmo inativando-os e, no caso
específico de Bt, os aminoácidos (cisteína, tirosina, e triptofano) dos cristais protéicos que
contem as toxinas Cry são afetados, inativando as toxinas. A inativação dos esporos tem
menos efeito sobre a virulência do Bt, que em outros patógenos, pois as toxinas, os principais
fatores de virulência de Bt, estão contidas nos cristais. Nesta palestra será descrito um método
para quantificar esta persistência em campo bem como tecnologias que visem melhorar a
formulação de Bt em termos de persistência em campo, como por exemplo, a encapsulação
do Bt.
Palavras chave: entomopatógeno, Insecta, virulência.
Lei 7735/14 – PL da Biodiversidade. Os avanços alcançados pela comunidade científica O Brasil foi um dos países pioneiros no mundo na implementação de legislação de acesso ao patrimônio genético, ao conhecimento tradicional associado e à repartição de benefícios, alinhado à Convenção sobre Diversidade Biológica. Após quase 15 anos de amadurecimento do marco legal e, a partir de críticas e de demandas da sociedade por uma legislação com regras claras, simples e diretas, com abordagens menos burocráticas, capazes de estabelecer um ambiente de tranquilidade e segurança jurídica para facilitar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico usando a biodiversidade brasileira, o Plenário da Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei 7.735/14 na noite do dia 27/04. Tendo por objetivo modernizar a legislação, destravar a pesquisa e, consequentemente, incentivar a P&D a partir da biodiversidade nativa, o Projeto de Lei contém normas que conferem maior agilidade à pesquisa, protegendo e facilitando o acesso à Biodiversidade Brasileira para a inovação em saúde. Dentre os principais avanços observados pode ser destacada a desburocratização dos procedimentos de autorização prévia para um simples cadastro, com a repartição dos benefícios ocorrendo somente quando da comercialização dos produtos. De acordo com o Projeto, haverá isenção de 100% do pagamento de multas por irregularidades relacionadas às regras anteriores para a pesquisa, desde que vinculada ao cumprimento de um termo de compromisso. No caso de desenvolvimento tecnológico, a isenção poderá ser de até 90% das multas, com o saldo remanescente podendo ser revertido na distribuição gratuita de produtos em programas de interesse social. Após a sanção legal feita este mês pela Presidência da República, a Lei passa por um momento de regulação importante onde a comunidade científica deve se articular para promover o melhor movimento para que a CTI Brasileira se desenvolva preservando a agregação de valores da Biodiversidade e em benefícios da sociedade e das comunidades tradicionais.
Resistencia de Spodoptera frugiperda a plantas Bt no Brasil – Rose Monnerat
O Brasil possui a segunda maior área do mundo cultivada com sementes geneticamente
modificadas, e desde 2005 cultiva plantas transgênicas resistentes a insetos. Uma das
principais regiões produtoras de grãos e fibras do país onde se cultivam transgênicos é a
região do Cerrado, que representa quase 25% do território.Recentemente os produtores
de milho e de algodão da região do Cerrado relataram que nos locais onde o milho e
algodão Bt está sendo cultivado, a eficácia de controle está diminuindo obrigando-os a
utilizar produtos químicos para reduzir os danos causados por S. frugiperda. Nesta
palestra vamos apresentar resultados de estudos da causa da sobrevivência de S.
frugiperda em cultivo de milho e algodão Bt. Nossos dados alertam sobre a geração de
uma resistência em campo para a toxina Cry1Fa na lagarta do cartucho do milho (S.
frugiperda), na região do Cerrado Brasileiro. A resistência a Cry1Fa apresenta co-
resistencia a toxinas Cry1Ab e Cry1Ac utilizadas em plantas transgênicas. Esta grave
advertência pretende estimular a aplicação de medidas que permitam uma correta
aplicação da tecnologia Bt.
Liberação de eulofídeos em agroecossistemas para o controle biológico
de pragas
Samir Oliveira Kassab
Programa de Pós-graduação em Agronomia. Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), 79804-070 Dourados, MS, Brasil. Email:
Lepidópteros-praga podem causar prejuízos expressivos em monoculturas e o
controle, desses insetos, com produtos químicos causa desequilíbrios nas
populações de inimigos naturais e impactos negativos ao meio ambiente. Isso
tem motivado a busca por outros métodos de controle, visando reduzir a
densidade populacional dessas pragas, como a utilização de parasitoides.
Tetrastichus howardi, Palmistichus elaeisis e Trichospilus diatraeae
(Hymenoptera: Eulophidae) parasitam e se desenvolvem em várias espécies
de lepidópteros-praga e isto os caracteriza como importantes agentes de
controle biológico. Nessa palestra serão apresentados os principais resultados
referentes à liberação de parasitoides eulofídeos visando controlar pragas
agrícolas. É importante ressaltar, que boa parte desses estudos foram
desenvolvidos pelo Laboratório de Entomologia/Controle Biológico (LECOBIOL)
da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que tem como
parceiros, pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste (CPAO), da
Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal do Ceará
(UFC). Os seguintes tópicos serão abordados nessa apresentação: 1)
Densidade de fêmeas parasitoides eulofídeos por hospedeiro para as
condições de campo, 2) custo de produção de parasitoides eulofídeos; 3)
Capacidade de busca e parasitismo de eulofídeos em pupas de lepidópteros-
praga; 4) Técnicas de liberação de parasitoides eulofídeos em
agroecossistemas; 5) Associação de T. howardi e Cotesia flavipes
(Hymenoptera: Braconidae) para o controle de Diatraea saccharalis
(Lepidoptera: Crambidae) em cana-de-açúcar.
Palavras-chave: broca da cana-de-açúcar, capacidade de busca, controle
biológico, endoparasitoides.
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq.
UTILIZAÇÃO DE PROTEÔMICA E METABOLÔMICA NA BIOPROSPECÇÃO DE BIOMOLÉCULAS: UMA ALTERNATIVA BIOTECNOLÓGICA NO
CONTROLE DE PRAGAS AGRÍCOLAS
Simoni C. Dias 1, Tiago Gonçalves da Costa1,2, Vera Lucia Perussi Polez2, Thales Lima Rocha2
1-Centro de Análises Proteômicas e Bioquímicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília, Brasília, Brasil.
2-Laboratório de Prospecção de Compostos Bioativos, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia –Brasília Brasil
O Brasil detém uma das maiores biodiversidades do planeta e representa uma
relevante fonte de produtos naturais à base de plantas. Ao longo dos anos um
grande número de espécies de plantas tem sido relatado por conterem uma
variedade de compostos incluido peptídeos com ações fungicida, bactericida,
insecticida e nematotóxica (nematicida e/ou nematostática). Peptídeos são
moléculas com menos de 10 kDa de massa que fisiologicamente atuam como
importantes componentes da primeira linha de defesa de um organismo, são
ativados e estimulados a serem produzidos pelos sistemas de sinalização do
hospedeiro nas fases iniciais do ataque. Sua ampla distribuição em animais,
plantas e microrganismos sugerem que esses compostos têm desempenhado
uma função fundamental na evolução bem sucedida de organismos multicelulares
complexos. Uma ampla gama de atividades foi descrita para as diferentes
classes, as quais vão desde ação antagonista contra bacteriana, fungos, vírus,
helmintos, protozoários, insetos e, inclusive, células cancerosas sendo, portanto,
uma ferramenta de altíssimo interesse para indústrias farmacêuticas e empresas
biotecnológicas. Há pelo menos uma década, o Centro de Análises Proteômicas e
Bioquímicas da Universidade Católica de Brasília, vêm trabalhando no isolamento
e prospecção de peptídeos com a possibilidade da utilização biotecnológica
destas moléculas através do uso utilizando estratégias proteômicas e
metabolômicas. Utilizando folhas, estruturas florais, frutos e semente de diversas
plantas do Cerrado, varias classes de peptídeos com atividade inseticida foram
isoladas. Dentre eles, a parigidina br1, isolada de Palicourea rígida (Rubiaceae),
conhecida como bate caixa. Este peptídeo se destacou, por pertencer a uma
classe de peptídeos cuja presença ainda não era descrita no continente
americano e por apresentar atividade inseticida superior às descritas para esta
classe de peptídeos. Ainda utilizando plantas do cerrado foi isolada uma proteína
antitríptica, denominada Cb2SA, isolada a partir de sementes de Caryocar
brasiliense, conhecida como pequi. Esta proteína pertence a classe das
albuminas 2S e mostrou atividade de 100% contra tripsina bovina de Spodoptera
frugiperda Os estudos de metabolômica estão sendo realizados em colaboração
com o Laboratório de Prospecção de Compostos Bioativos da Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia. Neste estudo, foi realizado um levantamento de
plantas da família Solanaceae para isolamento de moléculas com atividade
nematotóxica (nematicida e/ou nematostática). Os extratos aquosos de algumas
espécies de plantas desta família demonstraram potencial biotecnológico no
controle a Meloidogyne incognita, um fitonematoide associado a formação de
galhas nas raízes de diversas plantas de interesse econômico. Estes extratos
apresentaram atividade nematicida de 95% quando utilizado em concentrações a
partir de 100 µg.mL-1. A descoberta de novos compostos naturais no controle de
pragas agrícolas configura alternativa importante aos pesticidas utilizados
atualmente, que podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Palavra chave: bioprospecção; planta, controle de pragas, biomoléculas ,.
Apoio: FAPDF; CNPq; CAPES; UCB e EMBRAPA
Controle Biológico de Doenças de Plantas A despeito do arsenal tecnológico utilizado na agricultura moderna, as doenças seguem causando grandes perdas econômicas em diversas culturas. A supressão de patógenos com fungicidas químicos é difícil, particularmente quando se trata de patógenos de solo, além do que tais produtos são prejudiciais à saúde, acarretam redução da flora microbiana benéfica do solo e, em última análise, oneram os custos de produção. Acresce-se a isso o risco real de desenvolvimento de resistência pelos patógenos a esses produtos. No enfrentamento de tais problemas, são buscadas estratégias de controle biológico para a proteção das plantas contra o ataque de fitopatógenos.
Entre os micro-organismos com potencial de biocontrole de doenças de plantas encontram-se bactérias, fungos filamentos, leveduras e actinomicetos. Os mecanismos de ação desses micro-organismos são diversos e incluem: antibiose, competição, hiperparasitismo, promoção de crescimento e indução de resistência em plantas. Como exemplos de uso de bactérias no controle biológico citam-se, entre outras: Agrobacterium radiobacter (strain K84), para o controle da galha-da-coroa, causada por Agrobacterium tumefaciens; Bacillus subtilis, para o controle de podridão dos cachos/inflorescências (Botrytis cinerea), bacterioses, monilioses e nematóides formadores de galhas em diversas culturas; Pseudomonas fluorescens, para o controle do mal-do-pé do trigo, causado por Gaeumannomyces graminis var. tritici, tombamento de plântulas causado por Pythium spp. e Rhizoctonia solani. Estas duas últimas, junto com Azospirillus e Rhizobium, formam um grupo de bactérias conhecidas também como rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (RPCPs). Quanto aos fungos, os mais estudados em nível mundial são: Trichoderma spp. para o controle de várias doenças em culturas diversas; Peniophora gigantea, para o controle de podridão das raízes em árvores de pinos, no hemisfério norte; Coniothyrium minitans, para o controle do mofo branco. As leveduras têm dado sua contribuição com o controle especialmente de doenças de pós-colheita, por exemplo, da antracnose do pimentão por Rhodotorula glutinis,
entre outras. Os actinomicetos, por sua vez, constituem um filo de bactérias à parte (filamentosas) e, entre estas, as do gênero Streptomyces merecem atenção especial, pois habitam vastamente os solos e são exímias produtoras de antibióticos, além de serem altamente competidoras no ambiente. Assim, exercem controle sobre outras populações microbianas inclusive de fitopatógenos.
O gênero Trichoderma, constituído de fungos anamorfos, estão entre os mais estudados e disponibilizados comercialmente como biofungicidas e também como biofertilizantes. No Brasil, a mais utilizada tem sido a espécie T. harzianum, porém, há várias outras sendo comercializadas, como T. asperellum, T. hamatum, T. stromaticum, T. viride e T. virens.
O produto biológico pode ser aplicado em tratamento de sementes, no substrato para produção de mudas, em sulcos de plantio e agregado à matéria orgânica a ser incorporada ao solo, ou ainda, mediante pulverizações. Na pós-colheita, o tratamento de frutos com leveduras é considerado uma estratégia interessante, pois estas atuam por competição e colonização de ferimentos,
não envolvendo a produção de antibióticos, o que constituiria fonte de contaminação química.
Entretanto, muitos dos agentes de biocontrole de doenças de plantas têm apresentado resultados inconsistentes em condições de campo. Esse problema aponta para a necessidade de estudos ecológicos desses micro-organismos em condições naturais e do entendimento dos mecanismos de ação envolvidos, para que se possam buscar e selecionar agentes eficientes e sustentáveis. Também são necessárias formulações adequadas a cada tipo de organismo e às condições edafoclimáticas específicas, possibilitando maior estabilidade, inclusive durante o armazenamento, e melhor eficácia no campo. Observa-se também a ausência de metodologias para a avaliação da qualidade dos formulados e dos processos para a integração dos agentes de biocontrole de doenças nos sistemas de produção.
Autores: Sueli Corrêa Marques de Mello1 e João Batista Tavares da Silva2
Filiação: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
1Doutora em Fitopatologia 2Doutor em Microbiologia
Micro-himenópteros parasitoides de Bemisia tabaci no Brasil
Valmir A. Costa
Instituto Biológico, Rodovia Heitor Penteado, km 3, 13092-543, Campinas – SP ([email protected]).
São conhecidas mais de 500 espécies de parasitoides de Aleyrodidae (Hemiptera), distribuídas em 23 gêneros e oito famílias, todas da Ordem Hymenoptera. Destas, no mínimo 115 parasitam Bemisia tabaci (Genn.). As principais pertencem aos gêneros Encarsia Förster e Eretmocerus Haldemann (Aphelinidae), com ao menos 54 e 20 espécies registradas, respectivamente. Embora a lista de parasitoides possa parecer extensa, poucas espécies foram estudadas ou propositalmente utilizadas para controle biológico de B. tabaci. Dentre os problemas enfrentados estão dificuldades relacionadas à taxonomia e à falta de estudos biológicos e ecológicos sobre esses inimigos naturais. Existem muitas espécies novas e mesmo as descritas podem ser difíceis de identificar. Nos últimos anos, rápidas mudanças têm ocorrido na taxonomia e classificação de Encarsia, devido aos estudos moleculares e morfológicos. É de consenso que o conhecimento da verdadeira diversidade desse gênero está apenas começando. Espécies de Encarsia parasitam principalmente Aleyrodidae e Diaspididae. Na maioria das espécies ocorre o autoparasitismo, onde as fêmeas são endoparasitoides primários e os machos são endoparasitoides secundários em imaturos conspecíficos ou não. Encarsia é um importante grupo de agentes de controle biológico de diversos aleirodídeos; no entanto, seu uso contra B. tabaci parece não ser eficiente. Espécies de Eretmocerus são ecto-endoparasitoides primários de aleirodídeos. Apesar de Encarsia spp. serem importantes no controle biológico de diversos aleirodídeos, não há consenso geral de que promovem um bom controle de B. tabaci. Eretmocerus spp. têm sido preferidas para controlar essa praga, e isso se deve a uma série de fatores, como maiores taxas reprodutivas e rapidez na localizaçao de hospedeiros. Além disso, combinações de espécies de parasitoides têm levado a melhores resultados do que o uso de uma só espécie; várias alternativas são possíveis, como por exemplo uma de Encarsia e uma de Eretmocerus, ou conjuntos de diversas de espécies dando bom controle em diferentes situações. No Brasil, sabe-se da ocorrência de 17 espécies de Encarsia e uma de Eretmocerus em B. tabaci, mas são poucos os levantamentos efetuados até agora. Além disso, não existe no país nenhuma pesquisa visando ao controle biológico de B. tabaci com parasitoides no campo, embora ao menos uma espécie (Encarsia hispida De Santis) tenha sido levada daqui ao exterior com esse objetivo. Palavras-chave: Mosca-branca, Aphelinidae, Encarsia, Eretmocerus Apoio: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitoides da Região Sudeste Brasileira (INCT - Hympar Sudeste).
Titulo de sua mesa-redonda é: Controle microbiano de artrópodes vetores de agentes infecciosos e parasitários para humanos. Titulo da palestra Fungos endosimbiontes e sua aplicabilidade no controle biológico de Insecta (Diptera) na Amazônia Yamile Benaion Alencar1
1Profa. Dra. Entomologia, ECOBIOS LTDA, CDTECH, UFAM, Av. Rodrigo Otavio, 6200, Campus Senador Arthur Virgilio Filho, Manaus, AM, CEP 69077-000, E-mail [email protected], [email protected].
Observando o crescente aumento de resistência dos artrópodes aos inseticidas
de mercado, o contexto sobre biocontroladores a partir de fungos entomopatogênicos
e seus metabólitos estão atingindo níveis de eficácia em outros seguimentos
associados a pragas agrícolas de origem artrópode. Essa condição favorável em que
os fungos entomopatogênicos estão ocupando atualmente motiva os estudos e
pesquisas biotecnológicas em novas técnicas para controle biológico a partir de fontes
inovadoras de microorganismos. As larvas de Simuliidae, Chironomidae e Culicidae,
demonstraram ser uma fonte para o isolamento de fungos endosimbiontes em
ambientes aquáticos da Amazônia. Isso é devido às características das larvas de filtrar
diversos materiais particulados em suspensão na água de ambientes onde estas
colonizam, ingerindo na sua maioria microalgas e partículas menores até mesmo os
fungos e bactérias. Os Culicidae são vetores principalmente de bactérias, vírus,
protozoários e helmintos. Por causa de sua importância médica e econômica, estes
têm sido intensivamente estudados sobre os aspectos: ecológicos, taxonômicos,
bioquímicos, citogenéticos e controle. A presente pesquisa contribui para a seleção de
linhagens produtoras de compostos com atividade inseticida e potencial biocontrolador
para insetos vetores, principalmente do gênero Aedes aegypti, fornecendo subsídios
para o desenvolvimento da área Entomológica Aplicada na região Amazônica.