BERNOULLI RESOLVE Filosofia_volume 1.pdf

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2V Filosofia Volume 1 Bernoulli Resolve

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FilosofiaVolume 1

Bernoulli Resolve

Sum

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fiaMódulo A

01 3 O pensamento filosófico

02 4 O nascimento da Filosofia

03 5 Sócrates e os sofistas

04 6 Platão e Aristóteles

05 7 Helenismo

06 8 Filosofia cristã: a relação entre fé e razão

07 9 A Patrística e Santo Agostinho

08 10 A Escolástica e São Tomás

3Editora Bernoulli

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MÓDULO – A 01O pensamento filosóficoExercícios de Fixação

Questão 01 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante tenha clareza da dimensão natural e cultural do ser humano, a qual é produto tanto de sua herança biológica (espécie humana) quanto da cultura pela qual ele se torna humano à medida que aprende a ser pessoa. Por ter uma dimensão cultural, o ser humano vive em um mundo aberto de possibilidades de escolhas, diferentemente da condição dos demais animais, os quais são determinados e não podem, portanto, escolher suas ações.

Questão 02 Comentário: A ideia central a ser trabalhada nessa questão é a de que o ser humano, sendo um ser racional e cultural, não está preso aos seus instintos, à sua natureza, apesar de também possuir esse aspecto. É importante ter em mente que o ser humano é um ser de possibilidades, que pode superar as determinações naturais. É muito proveitoso que o professor explore a diferença entre os seres humanos e os demais animais que, por estarem presos à sua natureza, vivem em um mundo fechado, sem possibilidades de escolhas. Deve-se atentar também à forma como o estudante explica os conceitos de liberdade e determinismo e a sua capacidade de diferenciação de conceitos.

Questão 03 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante compreenda que uma mesma palavra pode ter mais de um sentido. Compreendendo a concepção de Filosofia como oposta à ideia de discurso religioso ou de senso comum, o estudante deve notar que, ao contrário do discurso religioso, a Filosofia se apoia na força do argumento. É muito válido que o estudante tenha contato com textos religiosos em que a autoridade prevaleça sobre a argumentação, de modo a perceber essa característica no texto e a contrapô-lo a outros textos de caráter filosófico e científico. Vale ressaltar ao estudante que a Ciência também pode assumir tal autoridade quando se apoia em argumentos de autoridade.

Questão 04 Comentário: O objetivo dessa questão é notar se o estudante compreendeu a ideia de liberdade de Espinosa. Para Espinosa, as pessoas acreditam serem livres por terem consciência de suas ações, mas elas são, na verdade, resultado de determinismos, condicionantes internos e externos, que as pessoas ignoram. Porém, a mente humana pode tentar influenciar as afecções humanas a fim de mudar o direcionamento delas. Assim, a pessoa que não procura ter um conhecimento sobre suas afecções e, com isso, ver onde deve operar uma mudança de direcionamento, não pode ser livre. Na parte de argumentação, deve-se atentar ao fato de que não basta que o estudante adote uma posição, mas sim que ele a sustente por meio de argumentos bem fundamentados.

Contra: O ser humano, tal como todos os outros seres, é advindo da natureza, que funciona de forma acertada, determinando a consciência das pessoas. Até o modo de pensar humano é resultado de um conjunto de atividades biológicas, não podendo sair dos campos de operação mental. Além do mais, a personalidade do indivíduo, seus valores, sua maneira de ser e de pensar são tão somente a interiorização daquilo que o mundo lhe dita através da cultura. Portanto, ser livre é ilusão.

A favor: A vida do ser humano ultrapassa os determinantes sociais, culturais, biológicos e internos. O ser humano pode superar os limites ditados pelos determinantes por meio de sua razão e pode encontrar outras alternativas para sua própria vida e para a sociedade como um todo. Apesar de tudo o que nos influencia, somos capazes de superar tais determinações e de nos construir, segundo nossa liberdade e autonomia de escolha, por meio do cálculo racional e da mudança de nossas afecções.

Exercícios Propostos

Questão 01Comentário: O foco dessa questão é trabalhar a dimensão humana em suas duas características. O professor deve trabalhar o conceito de que o ser humano, em relação aos outros seres da natureza, é frágil devido à sua constituição física e, por outro lado, que sua capacidade pensar o torna “melhor” ou mais digno, como menciona Pascal.

Questão 02 Comentário: O objetivo dessa questão é trabalhar a interpretação de um trecho teórico, relacionando-o aos conceitos estudados de natureza (comum aos seres humanos e demais animais e relacionada aos instintos) e cultura (característica restrita ao ser humano, devido à sua capacidade de ter consciência de suas ações), sabendo diferenciar tais conceitos.

Questão 04 Comentário: Para Marx, apenas o ser humano pode trabalhar, pois tem a capacidade de tomar consciência de suas ações, podendo refletir antes de agir, criar projetos, imaginar e colocar em prática aquilo que ele imagina. Os demais animais, por outro lado, agem sem tomar consciência daquilo que fazem, seguindo apenas seus instintos ditados por sua natureza. Pensando nisso, os conceitos principais a serem trabalhados nessa questão são o de liberdade e o de racionalidade. O ser humano trabalha modificando a natureza, pois é racional e livre, podendo projetar antes o que será feito posteriormente. Ao contrário, os demais animais, no caso a aranha, realiza uma tarefa aparentemente perfeita, porque realizar aquela ação de uma determinada forma está em sua natureza.

Questão 05 Comentário: A ideia central da questão se refere à atitude filosófica de busca do conhecimento, característica fundamental da Filosofia. O estudante deve compreender que a essência do filosofar é exatamente a busca pela crítica, a investigação, o questionamento, o que não se verifica nos deuses, que já têm o conhecimento e por isso não o buscam, nem nos ignorantes, que acreditam ter o conhecimento e, por isso, também não o buscam.

COMENTÁRIO E RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

4Coleção Estudo

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Questão 07 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante tenha clareza do que é o verdadeiro filósofo, representado por Sócrates e por sua frase “Só sei que nada sei”, que representa o reconhecimento da ignorância para a busca do conhecimento. Se o sujeito não acredita não saber, ele não busca o conhecimento. Dessa forma, o reconhecimento da ignorância é o princípio da atitude de busca pelo conhecimento.

Seção EnemQuestão 01 – Letra C Eixo cognitivo: ICompetência de área: 1Habilidade: 2

Comentário: A alternativa correta (C) traz a ideia de que o conhecimento filosófico se caracteriza pela falta, ou seja, que o filósofo é aquele que reconhece sua ignorância e que por isso busca a verdade. A alternativa A é incorreta, porque a Filosofia não trata de um saber técnico. A alternativa B é incorreta, pois o conhecimento filosófico não está ligado à prática e ao senso comum, não dependendo desses aspectos, mas sim de uma postura crítica. A alternativa D é incorreta, pois a Filosofia não tem origem divina, mas sim humana. A alternativa E é incorreta, porque o conhecimento da Filosofia não visa à posse do saber, sendo que tal atitude contraria a própria essência crítica filosófica.

MÓDULO – A 02O nascimento da Filosofia

Exercícios de FixaçãoQuestão 01 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que os estudantes trabalhem o processo histórico que deu origem à Filosofia como modo de pensar e caminho de investigação racional em busca de respostas sobre o mundo. Dizer que a Filosofia é filha da pólis significa dizer que foi o contexto histórico da Grécia dos séculos VI e VII a.C. que deu origem a esse tipo de pensamento, o qual aparece como resposta do ser humano diante da nova realidade que impôs a necessidade de explicações diferentes da dos mitos para a origem e funcionamento do cosmos.

Questão 02 Comentário: O conceito a ser trabalhado nessa questão se refere à diferença entre conhecimento de base racional da Filosofia (logos) e o conhecimento de base imaginária do mito. O estudante deve ser capaz de identificar que o logos se baseia na argumentação e que seu contrário é a contradição ou o sofisma. O mito se baseia na imaginação, tal como a arte, que não tem compromisso com a verdade racional, mas é representante dos sentimentos e afetos das pessoas que os criam.

Questão 03 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que os estudantes compreendam a diferença entre as características do conhecimento mítico, principalmente do mito grego, e a Filosofia. O foco principal é compreender como o mito se baseia na fantasia, na autoridade, na ficção, valendo-se da força de quem diz e da tradição. Já a Filosofia caracteriza-se pela força do argumento, da racionalidade, do pensamento sistemático em busca de respostas para o mundo pelo próprio pensamento humano, sem apelar aos deuses, como ocorre nos mitos.

Questão 04Comentário: O objetivo dessa questão é notar se o estudante compreendeu o modo como os relatos míticos eram recebidos dentro do contexto da Grécia Antiga. É importante explicar que o conhecimento mítico foge à lógica racional do mundo humano, científico e filosófico. Na Grécia Antiga, as revelações possuíam uma natureza sobrenatural e eram transmitidas às pessoas por videntes ou poetas rapsodos, que recebiam essas mensagens diretamente dos deuses. Tais revelações explicavam todo o Universo conhecido e a própria natureza, de forma que as pessoas não inspiradas se apaziguavam diante do desconhecido e se contentavam com as verdades míticas.

Exercícios Propostos

Questão 02Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante entenda o contexto do surgimento da Filosofia, atentando ao fato de que as navegações marítimas e o consequente encontro com pessoas de outras culturas levou os indivíduos a colocarem em questão o conhecimento obtido por meio das narrativas míticas. Essa mudança de posicionamento levou o ser humano a procurar uma nova forma de explicação da realidade baseada no logos e na razão.

Questão 03 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante perceba a importância dos mitos para a cultura grega como forma de explicar o mundo, o ser humano e todas as transformações. O estudante deve compreender que o mito, apesar de sua origem imaginária, foi fundamental para a constituição do pensamento dos gregos e ainda hoje é fundamental para confortar e apaziguar o ser humano diante do desconhecido, pois, muitas vezes, a Ciência é insuficiente para explicar os fatos da realidade.

Questão 04Comentário: A ideia central dessa questão é trabalhar a função do mito e sua importância para a vida humana. Constituído de razão, sentimentos e imaginação, o ser humano não consegue tranquilizar-se somente pela razão, sendo o mito uma explicação sem provas para a realidade. Nesse sentido, tal como os outros tipos de conhecimento, o mito goza de dignidade, uma vez que ele é uma forma diferente de explicar as coisas, não podendo ser classificado como falso ou pior do que a Ciência e a Filosofia pois a sua justificação encontra-se na autoridade daquele que o enuncia.

Questão 06 Comentário: O objetivo dessa questão é trabalhar o nascimento da Filosofia como tentativa de explicar o real a partir da razão e não mais da imaginação. O estudante deve perceber que houve uma transformação na mentalidade e na vida das pessoas da Grécia Antiga, transformação que fez com que elas buscassem uma nova forma de explicar aquilo que antes era explicado pela mitologia. É exatamente essa transformação que representa a “guinada de atitude” a que se refere o texto.

5Editora Bernoulli

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Questão 08Comentário: O objetivo da questão é analisar a capacidade de o estudante diferenciar tipos de conhecimento, dentre os quais, o mítico e o científico. O conhecimento mítico está descrito, por exemplo, com a frase “Para os gregos, era Selene, filha de Hyprion, irmã de Hélios, amante de Endymion e Pan, e percorria o céu numa carruagem de prata.” Tal conhecimento está marcado pelo uso de elementos sobrenaturais para explicar fatos da realidade empírica, como a Lua. O conhecimento científico, por outro lado, aparece em “Para a ciência moderna, a Lua é um satélite que descreve uma órbita elíptica em torno da Terra, cuja distância mínima do nosso planeta é cerca de 360 mil quilômetros, e que tem raio de 1 736 quilômetros.” Esse tipo de conhecimento fundamenta-se na observação e experimentação da realidade empírica para, a partir disso, chegar a uma teoria. É importante ressaltar, como o filósofo faz no trecho da questão “tenho mais simpatia pela explicação dos gregos, mas devo reconhecer que a teoria moderna permite prever os eclipses da Lua e até desembarcar na Lua”, que não se deve considerar um tipo de conhecimento melhor que o outro, sendo que eles são distintas formas de compreender a realidade e cada um serve a um determinado objetivo.

Seção Enem

Questão 01 – Letra B

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 1

Habilidade: 1

Comentário: O estudante deve compreender o conceito de determinismo como oposto ao conceito de liberdade. Na questão, a frase de Agostinho representa a ausência da participação humana nas decisões de sua própria vida, de modo que quem rege sua existência é Deus, não havendo liberdade. Na alternativa A, pode-se verificar a liberdade do ser humano, que quer satisfazer às suas necessidades, havendo, portanto, a participação de sua vontade. Na alternativa C, a ideia de medo não se refere a nada de determinado, mas verifica-se uma atitude do indivíduo diante de uma situação. Na alternativa D, a pessoa tem a atitude de se opor a qualquer questionamento, indicando sua liberdade de ser o que quiser. A alternativa E diz que o ser humano, em seu orgulho, criou a Deus, o que não se encaixa na ideia de determinismo, pois o ato de criação pressupõe liberdade.

Questão 02 – Letra D

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 1

Habilidade: 1

Comentário: Tanto Anaxímenes quanto Basílio buscavam explicar a origem de todas as coisas por meio de um princípio ordenador. Anaxímenes considerava que a arché do cosmos era o ar, sendo que esse elemento compõe tudo o que existe no universo. Basílio, por outro lado, defendia que a causa de tudo o que existe é Deus, criticando os filósofos pré-socráticos, os quais defendiam ser a arché um ou alguns elementos da natureza.

MÓDULO – A 03

Sócrates e os sofistasExercícios de Fixação

Questão 01 Comentário: Nessa questão, o estudante deve compreender as transformações históricas pelas quais a Grécia passou e suas consequências para a mudança do pensamento das pessoas, o que levou ao surgimento da Filosofia. Os valores aristocráticos foram dando lugar aos valores democráticos, o que fez surgir uma nova educação, não mais baseada na linhagem de sangue e em suas preocupações, mas baseada, à medida que o povo participava do poder, na discussão entre pessoas consideradas iguais.

Questão 02 Comentário: Nessa questão, é fundamental que o estudante possa compreender o papel dos sofistas para a formação e consolidação da democracia grega. Enquanto professores de retórica, eles ensinavam às pessoas a arte do discurso, fonte primeira e central para a democracia ateniense.

Questão 03 Comentário: Nessa questão, o estudante deverá trabalhar uma das ideias mais importantes do pensamento socrático e, consequentemente, da filosofia antiga: a investigação filosófica, que busca o conhecimento verdadeiro. O método de análise conceitual socrático se baseia na busca da essência, do conceito das coisas, o que caracteriza a busca pela verdade na Antiguidade e a própria função da Filosofia.

Questão 04Comentário: O objetivo dessa questão é avaliar a capacidade de compreensão dos conceitos de ironia, aporia ou maiêutica no contexto da filosofia socrática. Assim, o estudante deve ser capaz de identificar, no trecho da questão, elementos que caracterizem um desses conceitos, explicando-o.

Exercícios Propostos

Questão 01 Comentário: O conceito central trabalhado por essa questão é o de relativismo dos sofistas, que não acreditavam que as ideias eram absolutas e, por isso, pregavam que cada pessoa poderia ter as suas, podendo defendê-las por meio do discurso. Tal pensamento se baseia no princípio do Homo mensura (o ser humano como medida de todas as coisas). É fundamental que o estudante perceba que tal princípio não significava uma deslealdade dos sofistas, mas tão somente sua crença de que não existe verdade absoluta e que a única instância de decisão é o discurso convincente.

Questão 02

Comentário: Os conceitos a serem trabalhados na questão são os de conhecimento e educação segundo Sócrates. O estudante deve compreender que, para o filósofo, o conhecimento é único e deve ser alcançado por todos por meio da dialética, que traz consigo a necessidade do reconhecimento da ignorância como princípio do saber.

6Coleção Estudo

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Questão 04

Comentário: O objetivo dessa questão é trabalhar a interpretação de um trecho filosófico com a composição de um texto explicativo. Para tanto, o estudante deve notar que o conceito dessa questão é o de relativismo dos sofistas. Por acreditarem que não existe verdade absoluta, os sofistas se baseavam na ideia de que cada pessoa podia ter suas próprias ideias ou verdades, uma vez que o ser humano é a medida de todas as coisas.

Questão 07 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante compreenda que o fato de os sofistas ensinarem a retórica como caminho de decisão não significa que eles simplesmente ensinavam a enganar, mas sim que não acreditavam que existia uma só verdade e que por isso a única instância decisória seria ao discurso bem elaborado e convincente. A ideia principal dessa questão é a compreensão de que a ideia de mentirosos e enganadores, tradicionalmente atribuida aos sofistas, já foi superada e seu papel é hoje reconhecido como fundamental na história da Filosofia.

Questão 10 Comentário: Nessa questão, o estudante deve compreender e explicar a concepção ética socrática. Para isso, ele pode explicar os principais conceitos socráticos de ironia, maiêutica ou aporia. Feito isso, ele deve avaliar se essa perspectiva socrática poderia ser aplicada à sociedade atual, defendendo, por meio de argumentos bem fundamentados, sua posição.

Seção Enem

Questão 01 – Letra BEixo cognitivo: I

Competência de área: 1

Habilidade: 4

Comentário: A alternativa correta nos remete à ideia socrática de que existe uma mesma verdade para todos e que esta deve ser encontrada por todas as pessoas. A alternativa A é incorreta, porque diz que a verdade é decidida pelas pessoas, o que é radicalmente contrário ao pensamento socrático. A alternativa C é incorreta, porque diz que a verdade é decidida pelo melhor discurso. A alternativa D é incorreta, porque afirma que somente o parto das ideias é decisório para se chegar à verdade. A alternativa E é incorreta, porque afirma que as verdades são retiradas das leis, sendo que o pensamento socrático caminha inversamente, uma vez que as leis é que deveriam refletir as verdades.

MÓDULO – A 04

Platão e Aristóteles

Exercícios de Fixação

Questão 01Comentário: Nessa questão, o estudante deve perceber a diferença das naturezas da esfera sensível e da esfera inteligível para Platão. A realidade inteligível é eterna e imutável e origem da esfera sensível, feita de cópias e, por isso, imperfeita. Assim, temos uma relação de dependência entre esses dois conceitos, uma vez que tudo o que existe no sensível não passa de cópia do inteligível.

Questão 02 Comentário: Os termos em questão se referem diretamente às formas inteligíveis, conceitos platônicos que designam a origem de tudo o que existe e, por isso, fonte do conhecimento verdadeiro. O estudante deve ter clareza de que, para Platão, conhecer verdadeiramente é conhecer a verdade em si por meio da razão e não as sombras por meio da experiência, que são os seres da realidade sensível.

Questão 03

Comentário: Essa questão se refere à crítica aristotélica ao dualismo platônico da divisão entre sensível e inteligível. O estudante deve compreender que Aristóteles critica a ideia de que existe um mundo superior e eterno se mostra intangível, uma vez que não se pode comprovar a ligação entre sensível e inteligível e onde essas duas realidades se encontram. O estudante deve compreender que o caminho aristotélico para encontrar a verdade ou essência dos seres é o próprio ser, o qual deve ser observado na realidade, por meio da experimentação sensível (uso dos cinco sentidos).

Questão 04Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante compreenda as diferenças entre o conhecimento que descreve a natureza ou a sua essência (ciência teorética) do conhecimento que é obtivo por meio de uma avaliação do sujeito (ciência prática). No conhecimento da ciência prática, têm papel significativo, para a sua produção, a subjetividade e a racionalidade avaliadora. Por outro lado, no conhecimento da ciência teorética, são importantes papel a razão e as experiências, de modo a representar objetivamente o que as coisas são.

Exercícios PropostosQuestão 01

Comentário: A ideia fundamental dessa questão é a de que o ser humano tem em si, naturalmente, a capacidade de encontrar a verdade. O estudante deve compreender que, para Platão, o que diferencia os seres humanos é a direção em que eles olham, sendo que a educação não consiste em ensinar nada a ninguém, mas simplesmente em redirecionar o olhar da pessoa para que ela veja o que deve ser visto, ou seja, a verdade do inteligível.

Questão 06

Comentário: O conceito trabalhado nessa questão é o de animal político. O estudante deve compreender que, para Aristóteles, o ser humano nasceu para viver em sociedade, e a própria sociedade existe devido à natureza humana, não sendo, portanto, artificial.

Questão 07

Comentário: Essa questão trata da ética aristotélica. O estudante deve compreender a ética aristotélica como caminho de construção da felicidade do ser humano (o bem), o qual somente se torna feliz sendo um bom cidadão, vivendo em sociedade. Sendo a felicidade o fim último do ser humano, não há justificativa para a pergunta sobre por que o ser humano quer ser feliz, uma vez que a felicidade é a própria realização da causa final humana efetivando-se nas ações do indivíduo.

7Editora Bernoulli

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Questão 08 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante trabalhe a explicação e a contraposição de conceitos. Os conceitos a serem trabalhados são:

Experiência – experimentação dos seres particulares sem, no entanto, alcançar uma ideia geral. É a simples verificação de acontecimentos ou fatos de maneira individual a partir da observação da realidade.

Arte – conhecimento mais abrangente e geral do que o obtido pela experiência. A arte leva à generalização daquilo que anteriormente foi experimentado em um conhecimento conceitual.

Questão 09 Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante compreenda a alegoria da caverna como uma referência clara à epistemologia platônica, na qual o filósofo faz uso de imagens metafóricas para se referir àquilo que, em sua teoria, são conceitos relacionados à possibilidade de obtenção do conhecimento.

Seção Enem

Questão 01 – Letra E Eixo cognitivo: III

Competência de área: 1

Habilidade: 5

Comentário: Essa questão trabalha a epistemologia platônica, que diz que o caminho para a verdade é a razão, o que está expresso na alternativa E. A alternativa A está incorreta, porque afirma que o conhecimento nasce das experiências. A alternativa B está incorreta, porque subordina o conhecimento às experiências sensíveis. A alternativa C está incorreta, pois afirma que os objetos em si são a fonte do conhecimento. A alternativa D está incorreta, porque afirma que o ser humano pensa naquilo que experimentou, o que não corresponde à filosofia platônica.

Questão 02 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 1

Habilidade: 1

Comentário: De acordo com o trecho, deve-se privilegiar a razão em relação à sensação para o processo de obtenção do conhecimento. Na teoria das ideias de Platão, o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido por meio de um exercício racional e não por meio da sensação. Platão não privilegia os sentidos no processo de obtenção do conhecimento como afirma a alternativa B, pelo contrário, o filósofo rejeita os conhecimentos obtidos pelos sentidos, considerando-os cópia da verdade, a qual só pode ser alcançada por um exercício racional. Segundo o trecho, tanto para Platão quanto para Parmênides, a esfera racional é mais importante que a esfera material para a obtenção do conhecimento, o que invalida as alternativas C e E. Além disso, de acordo com o trecho, para Parmênides, “era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível”. Assim, o ato de fazer uma relação entre essas duas esferas (racional e sensível) opõe-se à ideia de que se deve estabelecer um abismo entre elas, o que invalida a alternativa A.

MÓDULO – A 05Helenismo

Exercícios de FixaçãoQuestão 01 Comentário: O texto do estudante deve abranger o contexto histórico do início do helenismo, fazendo referência às invasões macedônicas, o que alargou os horizontes do indivíduo grego, de modo que ele poderia se perceber de maneira não mais restrita à sua cidade. Isso não significa que tal fato fosse positivo, uma vez que a segurança trazida pela pólis foi perdida.

Questão 02

Comentário: O estudante deve compreender o conceito de cosmopolitismo, sendo que o indivíduo grego, após se ver sem a segurança de sua pólis, passa a ser um cidadão do mundo. Não há mais um lugar com o qual ele se identifique. Tal ideia tornou possível a propagação da cultura grega, uma vez que não se pensava mais localmente, mas globalmente.

Questão 03

Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante possa compreender que, sem a segurança da pólis e sem a liberdade política, causa da felicidade na cidade, o ser humano precisava de um novo caminho para ser feliz, encontrando-o nas escolas filosóficas, nas quais o objeto de estudo principal passou a ser a Ética.

Questão 04

Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante interprete o trecho filosófico analisando o conceito de Filosofia presente nele. Em sua explicação, o estudante deve relacionar a ideia de Filosofia à de felicidade, estando ambas intimamente ligadas, uma vez que, para Epicuro, a Filosofia é o caminho que leva à felicidade. A Filosofia, como instrumento de discussão política e investigação acerca da verdade, assume, para Epicuro, o papel de remédio contra os males da alma e do corpo, caminho terapêutico para a felicidade. Nesse sentido, somente a reflexão filosófica levaria a pessoa a bem escolher, ou seja, a escolher com prudência os bens superiores, que trariam como consequência a vida feliz, livrando-a do medo da morte e dos deuses, e o prazer, único caminho para a felicidade, afastando-a da dor do corpo e da alma.

Exercícios Propostos

Questão 01

Comentário: O estudante deve perceber os traços que caracterizam o ceticismo como expressos na citação da questão. Ao colocar em xeque as diferentes percepções das pessoas sobre os mesmo objetos, o texto demonstra a diversidade de conhecimentos possíveis, de maneira que não há como defender, como diz o ceticismo, uma só verdade sobre as coisas. Essa é uma característica do ceticismo: contrapor afirmações opostas sobre a realidade e, diante da plausibilidade de ambas, não escolher nenhuma delas, suspendendo o juízo sobre a questão colocada.

8Coleção Estudo

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Questão 04

Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante aplique ao texto literário seus conhecimentos filosóficos, mais especificamente, sobre o ceticismo. Ao afirmar que “envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total”, o texto traz a ideia mais importante do ceticismo, a negação da possibilidade do conhecimento verdadeiro sobre o mundo como princípio dessa corrente filosófica.

Questão 05

Comentário: O estudante deve, antes de se posicionar, compreender o princípio da ética epicurista de felicidade ligada ao prazer. É necessário que ele compreenda que a ideia de prazer se refere à satisfação daquilo que é natural e necessário, e não à escolha do prazer como satisfação imoderada dos desejos. É interessante que o estudante se refira ao conceito de phronesis (prudência), necessário para escolher um prazer e negar outro de acordo com as consequências que essa escolha pode trazer para a pessoa. Assim, não é prudente escolher um prazer se ele leva, posteriormente, a um sofrimento maior. Desse modo, ele poderá se posicionar em relação a essa questão de modo a apresentar sua opinião fundamentada em argumentos filosóficos, que não são simples “achismos” sem sistematização, mas que se estruturam em uma argumentação consistente e coerente.

Questão 06

Comentário: O objetivo da questão é fazer o estudante se perguntar sobre a possibilidade de encontrar um conhecimento verdadeiro sobre a realidade. Em uma leitura completa da questão, o estudante deve perceber que o autor se refere, no título da obra, ao ceticismo. Seguindo a via da corrente cética para responder à pergunta, é possível afirmar que não há conhecimento verdadeiro e certo sobre nada, uma vez que as coisas se transformam continuamente. O estudante pode, também, adotar posições de outras correntes filosóficas, desde que sustente suas posições com argumentos bem fundamentados.

Questão 08 Comentário: Nessa questão, o estudante deve explicar, partindo do trecho, a ética da corrente filosófica cínica, segundo a qual o indivíduo deve viver de acordo com a natureza. O estudante deve compreender que, para o cinismo, o modelo de vida igual ao do cão é a afirmação de uma vida simples e desapegada dos bens e valores artificiais criadas pelas pessoas, os quais acabam por afastá-lo de sua natureza original.

Seção EnemQuestão 01 – Letra D

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 1

Habilidade: 5

Comentário: A alternativa correta traz o conceito de suspensão dos juízos, de modo que o estudante deve compreender que a atitude do ser humano, para o ceticismo ou pirronismo, é, após contrapor afirmações antagônicas e plausíveis sobre um mesmo assunto, nada afirmar, pois não é possível alcançar a verdade. A alternativa A é incorreta, porque

afirma que o ser humano pode emitir juízos. A alternativa B é incorreta, porque afirma que as coisas são apreendidas pelos sentidos que as veem como são. A alternativa C é incorreta, porque afirma que o sujeito pode se opor a algo, o que não seria suspensão dos juízos. A alternativa E é incorreta, porque afirma que é possível conhecer por meio dos sentidos.

MÓDULO – A 06

Filosofia cristã: a relação entre fé e razão

Exercícios de Fixação

Questão 01 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante compreenda a origem do pensamento medieval, que é o de utilizar argumentos racionais para defender a fé. Se a fé não precisa ser justificada, o contexto histórico do início da Patrística exige que a crença seja pelo menos explicada, para que convença e se posicione também por meio da racionalidade em seus argumentos.

Questão 02 Comentário: O estudante deve compreender com clareza que a fé, no contexto medieval, trata de verdades inquestionáveis, ocupando lugar central na busca pela explicação do ser humano e do mundo. Desse modo, a razão ou a Filosofia passam a ser instrumentos de explicação das verdades da fé, perdendo sua função primordial de questionamento e crítica. Assim, para que a Filosofia fosse utilizada como instrumento para justificação da fé, os textos filosóficos utilizados eram cuidadosamente selecionados.

Questão 03 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante possa compreender as influências da filosofia helenística, principalmente a estoica, para o cristianismo. As ideias de austeridade, de desapego, de autocontrole, de disciplina, tão caras ao cristianismo, são heranças do estoicismo, que está na base da formação da moral cristã.

Questão 04

Comentário: Tertuliano, pensador cristão do início do cristianismo, deixa claro em seu texto seu posicionamento sobre a superioridade da religião, da fé, à razão, à Filosofia. Sendo um pensador do período dos Padres Apologistas, ele defende que não deve haver qualquer relação entre fé e razão, uma vez que o caminho da Filosofia é o da dúvida, da investigação, e tal posicionamento não deve afetar a fé, uma vez que as verdades da fé e da revelação não podem ser colocadas em dúvida, pois foram instituídas por Deus. Ao dizer que não há mais curiosidade ou investigação depois de Cristo e do Evangelho, o que Tertuliano defende é que não há mais espaço para busca de verdades ou explicações, pois tudo o que deveria ser conhecido já fora revelado às pessoas, censurando então o uso da Filosofia como instrumento de entendimento da própria fé.

9Editora Bernoulli

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Exercícios Propostos

Questão 04

Comentário: O estudante deverá perceber que o desenvolvimento da filosofia medieval se deveu ao contexto histórico do início do cristianismo. Com sua institucionalização, foi necessária a explicação da fé através da razão, de modo que as pessoas pudessem compreender os princípios que guiavam o novo modo de viver e pensar.

Questão 05 Comentário: A ideia principal tratada nessa questão é a de que a fé é mais importante e superior à razão e à Filosofia de acordo com a visão dos Padres Apologistas. Apesar de haver pontos convergentes entre o cristianismo e a Filosofia, não há como afirmar que ambos têm a mesma dignidade e verdade.

Questão 06

Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante perceba a interação e mesmo a dependência da filosofia medieval em relação à filosofia clássica, principalmente em relação à filosofia cristã de Santo Agostinho e a de Platão, o chamado platonismo cristão. Os conceitos de corpo e alma, retirados de Platão, estão claramente expressos no dualismo agostiniano, quando diz sobre a superioridade do corpo em relação à alma.

Questão 07Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante compreenda as características fundamentais da filosofia medieval que traz em sua essência a relação, ora próxima, ora distante, entre fé e razão. O estudante deve compreender a necessidade, durante a Idade Média, de explicar a fé cristã por meio da razão, construindo argumentos filosóficos para as doutrinas cristãs, de modo que elas não estivessem apenas baseadas na autoridade da religião católica.

Questão 08

Comentário: Essa questão deve levar o estudante à compreensão de que religião e Filosofia não são campos de conhecimento que se opõem ou se excluem. O estudante deverá perceber que o conhecimento da fé deve, em alguma medida, estar vinculado à Filosofia, na medida em que as verdades da fé não podem prescindir do entendimento, uma vez que o ser humano tenta compreender também racionalmente alguns princípios da fé. Mas há de se deixar claro que a existência da fé não depende da razão.

Questão 09

O estudante deve perceber que, quando se fala em filosofia medieval, estamos falando não de verdades construídas pelo ser humano, mas de verdades reveladas por Deus, sendo, portanto, irrefutáveis, cabendo às pessoas acreditarem nelas de forma dogmática. Assim, ao se referir à filosofia medieval, é importante notar que esta se refere a verdades reveladas e não construídas pelo ser humano. Na busca de compreender tais verdades, e visando defender o cristianismo dos hereges, as autoridades da Igreja, principalmente Santo Agostinho, lançaram mão da Filosofia dos gregos antigos, para, por meio dela, explicar o cristianismo. Com isso, houve uma aproximação entre fé e razão. Contudo, o estudante deve estar atendo ao fato de que o objetivo do uso da razão é justificar a verdade revelada, e nunca negá-la.

Seção Enem

Questão 01 – Letra A

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 2

Comentário: A alternativa correta se refere a uma demarcação de tempo tendo como base os dados apresentados na questão. As navegações europeias em busca do Novo Mundo, começando no séc. XV, tiveram início, portanto, às 15 horas. A alternativa B está incorreta, porque a Modernidade teve início no séc. XV, às 15 horas. A alternativa C está incorreta, porque o cristianismo começa a ser propagado na Europa já no século II e III. A alternativa D está incorreta, porque a peregrinações de Paulo tiveram início já no séc. I. A alternativa E está incorreta, porque as universidades, que representam o fim do monopólio da educação dos mosteiros, tiveram início no séc. XI, e não no fim da Idade Media.

MÓDULO – A 07A Patrística e Santo AgostinhoExercícios de FixaçãoQuestão 01 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante tenha clareza de que fé e razão, durante a Idade Média, se aproximaram, sendo que a fé, como verdade revelada, é superior à razão. Dessa maneira, o estudante terá a ideia de que, durante todo esse período, a verdade era determinada pela autoridade da Igreja Católica, e a Filosofia era utilizada somente como instrumento de explicação dessas verdades, não tendo autonomia de investigar, questionar ou criticar, caracterísrticas que caracterizam a sua essência.

Questão 02 Comentário: O objetivo dessa questão é trabalhar uma das principais ideias que permeiam toda a filosofia medieval, a de que os filósofos cristãos se preocuparam em defender a verdade cristã. Desse modo, a Filosofia foi utilizada como uma ferramenta de explicação da fé para que ela fosse defendida contra todo e qualquer argumento contrário.

Questão 03Comentário: Essa questão trata das influências da filosofia de Platão na filosofia Patrística, principalmente na de Agostinho, de modo que os conceitos utilizados por Agostinho muitas vezes têm origem na filosofia platônica, constituindo, assim, uma clara influência da filosofia grega na formação da reflexão filosófica do mundo cristão ocidental.

Questão 04Comentário: Para responder a essa questão, o estudante deve ter em mente a concepção agostiniana de ser humano pensado a partir de uma perspectiva dualista, fundamentada nas influências que Santo Agostinho trouxe do Maniqueísmo. Segundo essa perspectiva, o ser humano tem uma esfera corpórea, relacionada a um aspecto negativo, em oposição à esfera imaterial da alma, a qual se aproximaria mais da perfeição divina. Assim, a pessoa que se preocupa apenas em satisfazer as necessidades da carne, esquecendo-se de trabalhar aspectos da alma, se aproximaria mais do diabo do que de Deus. Além disso, para o filósofo, apenas a vontade de ser bom não basta, sendo necessária a graça ou iluminação divina.

10Coleção Estudo

FILO

SOFI

A

Exercícios Propostos

Questão 01Comentário: Nessa questão o estudante deve compreender que o conhecimento, segundo a epistemologia agostiniana, baseada em Platão, já está presente no interior do ser humano e constitui ideias que por si são autônomas e perfeitas. Tal conhecimento só é possível de ser acessado por um caminho de interioridade auxiliado pela revelação divina.

Questão 03 Comentário: O primeiro passo para compreender essa questão é definir o conceito de liberdade que aparece na citação. Tal conceito se refere à autonomia, à ausência de submissão a tudo e a todos, ser dono de si, dispondo da possibilidade de se definir da maneira que quiser. A seguir, deve-se perceber que essa autonomia contrasta com a filosofia agostiniana, para a qual o conceito de liberdade refere-se à submissão à vontade divina.

Questão 05 Comentário: O conceito trabalhado nessa questão é o de submissão da razão à fé cristã. O estudante deve ter clareza de que, na Idade Média, quando se fala em verdade, o termo refere-se à verdade revelada por Deus e nada mais. Nesse sentido, o papel da Filosofia é explicar essa verdade, quando for possível, e não encontrar qualquer outra por si mesma.

Questão 07 Comentário: O conceito trabalhado nessa questão é o de ser humano segundo Agostinho. O filósofo tem uma concepção maniqueísta de ser humano, que é dividido em corpo e alma, sendo esta boa e o corpo mau, fonte do pecado. O estudante deve compreender que, na Idade Média, essa dicotomia corpo e alma é fundamental para a compreensão das ideias de pecado e de graça como possibilidades de realização da vida humana.

Questão 08Comentário: O estudante deve compreender nessa questão o conceito de tempo para Agostinho. Segundo o filósofo, o conceito de tempo está além do movimento dos astros, uma vez que os astros se movimentam e são medidos com o tempo. Desse modo, tal medida não depende desse movimento, mas ultrapassa o movimento, sendo exterior a ele.

Questão 09Comentário: No trecho, Agostinho faz referência a uma espécie de voz interior que “preside a própria mente”. Tal voz interior refere-se à graça divina, alcançada apenas por algumas pessoas escolhidas por Deus. Assim, o estudante deve compreender que, para o filósofo, o conhecimento não vem do exterior para o interior, mas de dentro para fora, estando a Verdade divina no interior do indivíduo.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 1

Comentário: A alternativa correta se refere à luz natural, como o próprio Deus que está dentro do ser humano e que o leva ao conhecimento por sua graça. A alternativa A está incorreta, porque vai contra a concepção antropológica de Agostinho, segundo a qual o ser humano não pode alcançar nenhuma verdade por meio de seu próprio intelecto

sem a ajuda de Deus. A alternativa B está incorreta, pela mesma razão da alternativa A. A alternativa D está incorreta, porque foge do tema da questão e ainda afirma a autonomia humana em relação a Deus. A alternativa E está incorreta, porque retoma a independência do ser humano em relação a Deus para encontrar a verdade, o que não está de acordo com a antropologia agostiniana.

MÓDULO – A 08

A Escolástica e São Tomás

de Aquino

Exercícios de Fixação

Questão 01 Comentário: A ideia central a ser trabalhada nessa questão é a localização histórica da Renascença Carolíngia e a sua importância para o desenvolvimento do ensino formal. O estudante deve compreender o momento histórico da fundação das escolas Palatinas, ainda durante a Idade Média, e sua importância para o desenvolvimento do ensino. É interessante que o professor discuta com seus alunos a ideia do senso comum segundo a qual nada foi produzido de relevante durante a Idade Média, mostrando que as escolas foram fundadas nessa época e ainda precederam às universidades, criadas também durante a Idade Média.

Questão 02 Comentário: A ideia fundamental a ser tratada nessa questão é a de que, tal como na Patrística, o problema filosófico da escolástica gira em torno da relação entre fé e razão. É muito importante que o estudante compreenda que a filosofia medieval gira em torno dessa relação e da superioridade da fé sobre a razão humana.

Questão 03 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o estudante compreenda a mudança de perspectiva filosófica representada pela filosofia tomista em relação à de Agostinho, principalmente em sua concepção antropológica. Se para Agostinho o ser humano não pode alcançar qualquer verdade por sua própria conta, para Tomás de Aquino é necessário um esforço racional para isso, embora tais verdades e princípios racionais não possam estar em desacordo com as verdades da fé. O professor deve deixar clara a diferença entre Agostinho e Tomás de Aquino, sem, no entanto, se esquecer de reafirmar o compromisso de ambas filosofias com o cristianismo.

Questão 04Comentário: Para responder a essa questão, o estudante deve estar atento à defesa, por Tomás de Aquino, da existência da relação de causa e efeito. Assim, para que alguma coisa exista, ela teve que ser gerada por algo, assim como esse algo que a gerou, e assim sucessivamente. Contudo, para não cair num ciclo infinito, buscando a causa de um efeito que tem uma causa e um efeito e etc., o filósofo defende haver uma causa primordial, que seria Deus, gerador de todas as coisas existentes. Deus, por sua vez, teria existido sempre, não sendo, por isso, criado por nada.

11Editora Bernoulli

FILO

SOFI

A

Questão 05Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante

compreenda que, segundo Tomás de Aquino, Deus, sendo

perfeito, não pode mudar. Desse modo, o conceito de ato puro,

que remete a Aristóteles, encerra em si a perfeição divina.

Exercícios Propostos

Questão 05 Comentário: Para responder a essa questão, o estudante

deve ter compreendido as ideias aristotélicas de ato e potência

para relacioná-las à filosofia de Tomás de Aquino, notando

como a filosofia da Grécia Antiga influenciou na filosofia cristã

medieval. Tomás de Aquino busca compreender racionalmente

as coisas da natureza sem, contudo, abrir mão da sua fé

cristã. Para isso, ele relaciona Deus à ideia de pura potência,

concentrando em si todas as coisas. As coisas particulares,

são, desse modo, manifestações em ato de uma parte daquilo

que está concentrado em Deus.

Questão 06 Comentário: O estudante deverá ter conhecimento profundo

das provas da existência de Deus construídas por Tomás de

Aquino para perceber que, aceitando seu princípio, elas se

tornam quase irrefutáveis. Vale aqui uma discussão sobre

a concordância ou não desses argumentos como prova da

existência de Deus. O professor pode, inclusive, separar os

estudantes em grupos e desenvolver uma discussão sobre

o assunto.

Questão 07 Comentário: O texto deixa clara a intenção da filosofia

tomista, reafirmando seu compromisso com a religião. Ao

explicar que Tomás de Aquino não é um Galileu, o estudante

deve compreender que a filosofia tomista não revolucionou

nada nem tampuco negou as verdades da religião, mas

somente apresentou um nova maneira de explicar a fé

baseando-se na perspectiva filosófica de Aristóteles.

Questão 08 Comentário: O objetivo dessa questão é fazer com que o

estudante compreenda a novidade do pensamento tomista

em relação ao pensamento anterior, principalmente o de

Agostinho, acerca do ser humano e da verdade. O professor

pode fazer no quadro uma comparação entre os dois,

deixando clara a mudança no tocante à valorização do ser

humano de Tomás de Aquino em relação ao de Agostinho.

O ponto central de diferenciação entre esses dois filósofos

encontra-se no fato de que, enquanto Santo Agostinho

acreditava ser possível conhecer somente pela iluminação

divina, São Tomás de Aquino defendia a capacidade humana

para encontrar as verdades sobre o mundo, ainda que ambos

mantivessem seu compromisso com a religião e com a fé.

Questão 09 Comentário: O objetivo dessa questão é trabalhar a

interpretação do trecho filosófico aliada à relação com os

conhecimentos adquiridos sobre a filosofia de São Tomás

de Aquino. Ao afirmar que "Com efeito, este ser que é

Deus é de tal condição, que nada se lhe pode adicionar",

São Tomás de Aquino se refere à ideia de que Deus é ato

puro, porque reúne em si todas as coisas existentes. Por

isso é impossível lhe adicionar algo mais. Essa ideia de

ato puro se refere às ideias provenientes da filosofia de

Aristóteles de ato e potência. A ideia de potência se refere

à possibilidade: tudo aquilo que determinada coisa pode

ser (em potência), mas ainda não o é (em ato). A ideia

de ato, por outro lado, se refere à realização da potência;

a potência em exercício.

Questão 11Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante

compreenda as influências do pensamento de Aristóteles na

formação do pensamento de Tomás de Aquino. Essa influência

pode ser notada devido ao papel fundamental da utilização

dos sentidos como caminho de obtenção do conhecimento na

filosofia tomista, assim como defende, também, Aristóteles.

Questão 12Comentário: O objetivo dessa questão é que o estudante

compreenda que, enquanto em Platão e em Agostinho,

as preocupações filosóficas voltavam-se apenas para uma

realidade metafísica na qual se buscava a verdade, em

Tomás de Aquino, inspirado na filosofia aristotélica, nota-se a

importância da utilização dos sentidos para o conhecimento do

mundo terreno, buscando em seu conhecimento as verdades

dos seres por meio da observação empírica.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 1

Comentário: A alternativa C está correta, porque o ser

humano, mesmo pecador, pode compreender as verdades

racionalmente, sendo este um dos pilares da inovação tomista

na filosofia medieval. A alternativa A está incorreta, porque

o ser humano não se contenta com a simples passividade,

mas tem papel atuante, segundo a filosofia tomista, na

busca da verdade. A alternativa B está incorreta, porque

contradiz o princípio da participação da razão humana no

conhecimento. A alternativa D está incorreta, porque torna

o ser humano totalmente independente de Deus, inclusive

para encontrar verdades da fé. A alternativa E está incorreta,

porque o conhecimento da Ciência nunca pode estar acima

do conhecimento dado por Deus.

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