AVE_903

28
ERMESINDE N.º 903 ANO LIII/LV 31 de março de 2013 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS ! MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE DAMAS I Open Nacional de Damas Clássicas Cidade de Ermesinde Pág, III “A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ Assembleia Municipal de Valongo em Sobrado: reorganização de freguesias em destaque Pág, 3 Encerramento da Mostra de Teatro Amador Pág. 7 MANUEL A. DIAS O novo Papa antecipa a “primavera” Pág. 11 Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET URSULA ZANGGER Ale Ale Ale Ale Alexandr xandr xandr xandr xandre e e e e Teix eix eix eix eixeir eir eir eir eira g a g a g a g a gar ar ar ar arante ante ante ante ante RIO DE ESTADO NTÓNIO COSTA APOIO AO CSE Inauguração do novo Parque Infantil do CSE Entrega de diplomas das Novas Oportunidades CDS CDS CDS CDS CDS so so so so sozinho zinho zinho zinho zinho nas autár nas autár nas autár nas autár nas autárquicas quicas quicas quicas quicas Pág.s 4 a 6 Pág.s 4 a 6 Pág.s 4 a 6 Pág.s 4 a 6 Pág.s 4 a 6 URSULA ZANGGER MANUEL VALDREZ MANUEL VALDREZ

description

Jornal "A Voz de Ermesinde" n.º 903, de 31 de março de 2013

Transcript of AVE_903

Page 1: AVE_903

ERMESINDEN.º 903 • ANO LIII/LV 31 de março de 2013 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected]

A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! M E N S Á R I O

TAXA PAGAPORTUGAL

4440 VALONGO

DESTAQUE

DAMASI Open Nacionalde DamasClássicasCidade deErmesinde

Pág, III

“ A V o z d e E r m e s i n d e ” - p á g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e r m e s i n d e . c o m /

AssembleiaMunicipalde Valongoem Sobrado:reorganizaçãode freguesiasem destaque

Pág, 3

Encerramentoda Mostrade TeatroAmador

Pág. 7

MANUEL A. DIASO novo Papaantecipaa “primavera”

Pág. 11

Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” onl ine no facebook

EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET

URSULA ZANGGER

AleAleAleAleAlexandrxandrxandrxandrxandre e e e e TTTTTeixeixeixeixeixeireireireireira ga ga ga ga garararararanteanteanteanteante

RIO DE ESTADONTÓNIO COSTAAPOIO AO CSE

Inauguração do novoParque Infantil do CSE

Entrega de diplomas dasNovas Oportunidades

CDSCDSCDSCDSCDSsososososozinhozinhozinhozinhozinhonas autárnas autárnas autárnas autárnas autárquicasquicasquicasquicasquicas

Pág.s 4 a 6Pág.s 4 a 6Pág.s 4 a 6Pág.s 4 a 6Pág.s 4 a 6

URSULA ZANGGER

MANUEL VALDREZ

MANUEL VALDREZ

Page 2: AVE_903

2 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Destaque

FERNANDA LAGEDIRETORA

Ruturas

ED

ITO

RIA

L

Romper com a miséria, com a injustiça, com a pobreza,para atingir uma sociedade mais justa onde cada um de nóspossa ser mais feliz, essas ruturas são necessárias.

Ruturas em tecidos acabados de tecer, ruturas nas con-quistas dos povos a nível social e político, essas são muitoperigosas.

Vivemos momentos difíceis. «Estamos à beira de umatragédia social de consequênciasimprevisíveis para a vida dos portu-gueses e para o regime democráti-co». (2)

Dia a dia o país empobrece, a es-perança vai desaparecendo, instala-se o desespero e a perda de confi-ança, já ninguém acredita em nin-guém.

Nenhum órgão de soberania, res-ponsável político, nenhum de nós,pode ignorar o estado de pré-ruturasocial a que o nosso país chegou.

Portugal vive hoje uma situaçãode crise económica e social que seagrava de dia para dia, uma dívidapública a aumentar, 942mil desem-pregados, cortes nos salários, naspensões, na área da segurança so-cial, da educação e da saúde, umacrise generalizada que atinge dife-rentes estratos sociais.

Para fazer frente a esta crise é necessário em primei-ro lugar conhecer a verdade, exigir seriedade para acre-ditar em quem nos governa, pensar nas pessoas e nãoem números, só assim é possível construir cumplicidadee confiança entre governantes e governados.

Abril está aí, esperemos que nos traga sol e algum calorporque até agora a primavera ainda não se fez sentir…

(1) Luís de Camões(2) Citação do PS

vida é feita de mudanças e passagens, umasmais marcantes, outras menos, umas boasoutras más, às vezes são necessárias mes-mo ruturas. Foram ruturas profundas que con-tribuíram para uma cultura mais justa, mais hu-mana mais igualitária a nível dos géneros, das

Araças, das religiões, dos povos.

Na natureza as diferentes es-tações do ano marcam tempose mudanças que afetam a vidaanimal e vegetal e influenciamprofundamente a vida das pes-soas, é o caso da passagem doinverno para a primavera.

A primavera é essa estaçãoda renovação, do renascer, aque associo a Páscoa, a pas-sagem da morte para a vida, daescravidão para a liberdade. Étempo de reflexão, de olharmosà nossa volta e continuar a ca-minhada com mais vontade,escolhendo o caminho que nosparece mais acertado.

Nesta primavera advinham-se mudanças a nível da igrejacatólica. Com a eleição do novoPapa Francisco alguns católi-cos aguardam algumas ruturas.

Em momentos de crise e desânimo é bom pensarque todos os anos há primavera, que é na primaveraque a vida se renova, não podemos fechar os olhos edeixar passar, temos que ver e reconhecer o caminho.

Mas há ruturas e mudanças que nada têm a vercom as do poeta:

«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,Muda-se o ser, muda-se a confiança:Todo o mundo é composto de mudanças,Tomando sempre novas qualidades». (1)

IMAGEM DE AQRQUIVO

Page 3: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 3Destaque

• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

LC

A sessão teve início comas intervenções do público,sendo a primeira do muní-cipe Joaquim Delgado, queabordou a questão da agre-gação de freguesias, a que seseguiu Guilhermino Sousa,sobre a falta de transportepúblico em Sobrado e a i-nexistência de uma verdadei-ra zona industrial, entre ou-tros assuntos.

Seguiu-se-lhes CelestinoNeves, que pegando tambémna questão da agregação defreguesias, denunciou a exis-tência de pessoas naquelasala que estiveram a favor daagregação. Celestino Nevesacusou também a CâmaraMunicipal de Valongo denão ter clamado bem alto asua revolta. E terminou apon-tando que «há comentáriossolidários que de solidarieda-de têm muito pouco».

O presidente da CâmaraMunicipal de Valongo, JoãoPaulo Baltazar, responderia aestas intervenções afiançan-do que todos os presidentesdas juntas de freguesia doconcelho (as cinco) estavamdisponíveis para se constitu-írem como assistentes noprocesso jurídico contra aagregação de freguesias.

O presidente da Mesa daAssembleia Municipal deValongo, Henrique CamposCunha, anunciou a renúnciado mandato municipal deEliseu Lopes. Na sessão já foieste substituído por NunoMonteiro, outro membro daCoordenadora Concelhia doBloco de Esquerda.

Anunciou ainda a pas-sagem a independentes detrês eleitos nas listas doPartido Socialista – Cândi-da Bessa, Raquel Santos e

Ao mesmo tempo, naOrdem de Trabalhos daAssembleia, figurava ainda arenúncia ao mandato de JoséBandeira, eleito nas listas daCoragem de Mudar e atualpresidente da AssociaçãoCoragem de Mudar, que al-gumas fontes dão como pos-sível incluído em futuras lis-tas autárquicas do PS.

Períodode intervençõesantes daOrdem do Dia

No período de interven-ções antes da Ordem do Diainterveio Orlando Rodri-gues, do PS, que praticamen-te repetiu a apresentação deuma anterior moção aprova-da em assembleia contra oencerramento das piscinasde Campo e Sobrado, exigin-do a sua reabertura e fazen-do coincidir o facto com aproposta de agregação dasduas freguesias.

Seguiu-se-lhe Rosa Ma-ria Rocha que destacandoos problemas de Sobrado,sublinhou a importância dasBugiadas e o apoio da au-tarquia à sua promoção,anunciando que o eventoiria ser promovido pe-las instâncias turísti-cas distritais.

Defendeu a decisãocamarária de encerrar aspiscinas, uma decisãoresponsável mas difícilem período eleitoral, erespondeu a “vozes doPS” que andariam aanunciar um iminenteaumento do IMI, o quenão seria verdadeiro.

Estreou-se depoisenquanto deputadomunicipal o bloquistaNuno Monteiro, quequis um ponto da situ-

ação do debate em torno darevisão do PDM e apresen-tou uma moção “Pela demo-cracia participativa”, opon-do-se a uma lei que retiracompetências aos órgãosdeliberativos municipais,passando-as para a órbita deórgãos metropolitanos.

Adriano Ribeiro, daCDU, lembrou aos cidadãosde Sobrado que eles foramvítimas na agregação de fre-guesias, precisamente dasforças políticas em que ti-nham votado, PSD e CDS(Sobrado ajudou a elegereste Governo, com 57% dosvotos a favor das forças po-líticas que o compõem). Tam-bém em relação ao Presiden-te da República, que assinoua lei (aí votado com 70% dosvotos). À sua anotação deque a população de Sobradoirá ser derrotada por aquelesem quem votou, haveria maistarde de protestar Albino Po-ças, que acusou o deputadomunicipal da CDU de quererpassar um atestado de meno-ridade à população de Sobra-do, o que Adriano Ribeiro re-cusou. Este, além de apresen-tar as duas propostas de mo-ção já referidas, apresentouainda uma recomendação

para entregar a devoluta Es-cola da Lomba ao movimen-to associativo.

Interveio de seguida Cân-dida Bessa, que traçou umquadro de Sobrado, salientan-do o seu movimento associa-tivo e o empreendedorismo.

José Manuel Pereira, daCoragem de Mudar, exprimiua sua indignação pela formacomo no “Jornal de Notíci-as”, com imprecisões e de-vaneio, se atinge a Coragemde Mudar, «que serve paratudo», quando não foi ouvi-da nem achada. E lembrouque o compromisso da Co-ragem de Mudar (CM) estáregistado notarialmente.

Por fim apresentou umvoto de congratulação pelofacto de os alunos oriundosda Escola Secundária deErmesinde serem, juntamentecom os da Escola Garcia daHorta, os que têm uma melho-res notas entre os alunos dasuniversidades portuenses,conforme aponta um estudorecentemente divulgado.

Alexandre Teixeira, doCDS, interveio a seguir, deforma muito crítica para coma maioria do Executivocamarário, a quem acusou de,ao invés do muito anuncia-

Decorreu no passado dia 28 de fevereiro a última ses-são da Assembleia Municipal de Valongo, que mais umavez teve realização descentralizada, tendo sido realizadaem Sobrado. Naturalmente os problemas da freguesia e adecisão da Unidade Técnica para a Reorganização Admi-nistrativa do Território (UTRAT) em aprovar a fusão dasfreguesias de Sobrado e Campo estiveram em destaque.

Foram aprovadas algumas moções, entre elas duas daCDU, uma “Em Defesa do Poder Local Democrático” eoutra “Sobre a proposta de alteração da Lei das FinançasLocais”, que foram aprovadas por unanimidade..

A voz a Sobrado!FOTOS URSULA ZANGGER

Sérgio Bessa.

do, nada ter feito para pro-mover o concelho na recen-te Bolsa de Turismo de Lis-boa (BTL), ao contrário demuitos outros municípios.

Afiançou depois que oCDS estava contra qualqueragregação de freguesias,mas que as providênciascautelares e demais iniciati-vas legais não iriam vingar.«Não decidimos por nós, te-mos o que merecemos», co-mentou ainda a propósito dadefesa que então fizera deque o município deveria terapresentado a sua propos-ta própria de agregação emvez de se sujeitar ao queoutros, externamente, deci-dissem.

Esgotada rapidamente aOrdem do Dia sem nada deespecial a assinalar, seguiu-se a continuação do perío-do de intervenções exterio-res às Ordem do Dia.

Alfredo Sousa, do PS,presidente da Junta de Fre-guesia de Campo, interveiopara pedir um conjunto deverbas para entregar a todasas freguesias, no período re-ferente a 2013, e destinadas àlimpeza de bermas e valetas.

José Manuel Ribeiro, doPS, considerou que é de fal-

ta de ação [da Câma-ra] que os sobraden-ses se queixam.

A estas interven-ções respondeu JoãoPaulo Baltazar que,entre outros assun-tos, apontou estar oassunto das piscinascompletamente ultra-passado, até pela pró-pria aprovação do Pla-no e Orçamento.

Sobre o debate apropósito da revisãodo PDM prometeu quelogo que houvesse umdocumento concerta-

do, a Câmara iria promover oseu debate, essa discussãonão estava esquecida.

Responderia ainda aAlexandre Teixeira afirman-do que o município tinhasido promovido na BTL,sobretudo ao nível dasBugiadas e da sua gastro-nomia. Responderia ainda aAlfredo Sousa que as fre-guesias só deveriam recebercontrapartidas pelos traba-lhos efetivamente feitos.

Passou-se finalmente aoperíodo de análise e vota-ção das propostas de mo-ção e recomendações apre-sentadas.

Uma proposta de moçãoapresentada pelo PS, peladefesa das freguesias, seriaaprovada com 15 votos a fa-vor, 6 abstenções (entre BE eCM) e 10 votos contra (PSD).

A proposta de defesa doPoder Local Democrático,apresentada pela CDU, se-ria aprovada com 13 absten-ções (PSD, CDS e UPA) e 18votos a favor.

A proposta contra a al-teração da Lei das FinançasLocais, também apresenta-da pela CDU, seria aprova-da com 12 abstenções (PSDe CDS) e 19 votos a favor.

A proposta de moção pelaDemocracia Participativa Lo-cal, apresentada pelo BE, se-ria aprovada com 15 absten-ções e 16 votos a favor.

A proposta de voto decongratulação da CM seriaaprovada por unanimidade.

Desta vez, a votação namoção contra o encerramen-to das piscinas não teve oacolhimento da assembleiaanterior, tendo vários depu-tados municipais que entãovotaram a seu favor, votadoagora contra, tendo em con-ta a alteração das circuns-tâncias de tal votação.

Page 4: AVE_903

4 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Destaque

Alexandre Teixeira– o CDS está num ciclode consolidação organizativa

LC

“A Voz de Ermesinde”(AVE) - Para a Comissão Po-lítica Concelhia foi relativa-mente fácil ou resultou deuma discussão bastante acesatomar esta decisão de o CDSavançar sozinho para as pró-ximas eleições autárquicas?

Alexandre Teixeira (AT) –A discussão não foi acesa. Des-ta vez, e porque era uma situa-ção crítica e importante, eu to-mei a decisão de convocar umaComissão Política Alargada, quereúne não só com os membrosque pertencem à Comissão Po-lítica, mas engloba um conjuntode pessoas que são referenciaisno CDS e que, por norma, eu oscostumo ouvir, e foi essa a figu-ra que foi usada para esta toma-da de posição.

E a maioria – e digo maioriaporque uma ou duas pessoasterão tido mais alguma reserva –manifestou uma convicção ab-soluta de que não deveríamosrepetir o cenário da coligação dasúltimas autárquicas, em 2009.Nessa altura aconteceu um fac-to à última da hora, que foi umareorganização dos interesses queacabou por decidir que devería-mos ir em coligação. Uma vezmais, tendo sido isso decididoem Comissão Política que, en-tão, decidiu dar a sua anuência.Desta vez as mesmas pessoas,que fizeram então a campanhaautárquica ao lado do PSD, quetiveram desde então contactoscom o PSD, e que, até pela for-ma como temos sido tratados edos interesses do próprio CDS,decidiram embora não de formaunânime, mas de forma solida-mente maioritária, não repetir ostermos da coligação, em qual-quer cenário. Chegou-se a alvi-trar que estamos a procurar é termais algum lugar, mas quero di-

zer aqui claramente que nãoestamos a correr por nenhum lu-gar. Se o PSD nos quisesse ao

seu lado para termos alguma res-ponsabilidade na governação doconcelho nós estávamos dispo-níveis, não lugares mas respon-sabilidade, mas não é isso que oPSD quer, o PSD quer ser o úni-co a governar, com o apoio dosvotos do CDS e não mais do queisso, ou seja, nós queremos aquidizer qualquer coisa também. Eisto tem sido muito visível até

no atual mandato. Houve umasérie de momentos em que até,obrigatoriamente teríamos que

ser ouvidos os partidos, por lei,no respeito do direito da oposi-ção, aquando da apresentaçãodos orçamentos e nem sequer aío CDS foi ouvido. Eu lembro-me de ter sido ouvido apenasduas vezes, uma delas quando oresponsável pela área financei-ra, então o Dr. Arnaldo Soares,teve a amabilidade de nos con-vocar para uma reunião para dis-

cutirmos o orçamento. E lem-bro-me de ter feito precisamen-te essa crítica em AssembleiaMunicipal ao Dr. FernandoMelo.

AVE - Traça, por isso, umbalanço negativo da coligação?

AT – O CDS não pode es-tar confortável quando houvepessoas do PSD eleitas pela lis-ta da coligação PSD-CDS a di-zerem, imediatamente após te-rem sido eleitas, que não queri-am ter o CDS ao seu lado, eesse foi um primeiro sinal dedesconforto. Eu já contei mui-tas vezes a história de, quandoum ano depois de uma lista decoligação PSD-CDS ter feito acelebração da vitória dessa co-ligação, tal celebração ter sidoconduzida apenas pelo PSD,que nem sequer nos convidou!É como se o marido organizas-se em sua casa uma festa de ce-lebração do casamento e nãoconvidasse a própria esposa!

Coisas destas aconteceram.Logo a seguir às eleiçõesautárquicas houve uma elei-ção para as Presidenciais emque nós quisemos colocarnalgumas mesas alguns re-presentantes do CDS queapoiavam o candidato pre-sidencial da altura, e tal não foipossível porque o mandatárioconcelhio do atual Presidenteda República, um elemento doPSD, barrou completamente asindicações de nomes por partedo parceiro de coligação. É difí-cil perceber como se pode cha-mar um casamento a isto, quan-do tivemos o triste episódio deo engenheiro Campos Cunha tersido marinado em praça públi-ca por causa da questão das fre-

Dirigente concelhio desde há alguns anos, Alexan-dre Teixeira da Silva, engenheiro de profissão, é opresidente da Comissão Política do CDS de Valongo etem sido o organizador local do partido, sendo o rostodeste na Assembleia Municipal, onde também temassento – mas nas funções de presidente da Mesa –,Henrique Campos Cunha.

Nas suas declarações ao jornal “A Voz deErmesinde” o jovem dirigente centrista ajusta aqui ascontas com o ainda parceiro de coligação, a quemacusa de desrespeito para com o CDS e de falta deuma estratégia de desenvolvimento para o concelho.

guesias. Foi uma vergonha aqui-lo que aconteceu na AssembleiaMunicipal que se realizou emSobrado! Expor e tentar des-gastar em praça pública alguémque não teve intervenção dire-ta na escolha da reorganizaçãode freguesias. Foi um conjuntode pessoas que decidiram isso– porque nós aqui nos demiti-mos de decidir. À luz daquiloque se sabe – até já é conhecidoe já é público –, o PSD fez al-gumas manobras de bastidorespara que a configuração fosseoutra. Não se pode esperar quese faça uma análise positiva.

AVE – Não vê diferençade comportamentos entre osmandatos do Dr. FernandoMelo e o mandato do Dr.João Paulo Baltazar?

AT – O Dr. Fernando Melotinha os seus quês. O Dr. Fer-nando Melo e o CDS tiveramalgumas divergências no pas-sado, mas eram sempre passí-veis de recuperar. Eu e o Dr.Fernando Melo tivemos umagrande divergência, mas tudoisso foi ultrapassado. Era pos-sível. Neste momento, o rela-cionamento com o atual presi-dente da Câmara é mais difícil.São pessoas diferentes, com

personalidades diferentes. Eramais fácil lidar com o Dr.Fernando Melo do que agoracom o Dr. João Paulo Baltazar.

AVE – Ainda sobre o dese-nho da reorganização de fre-guesias. Queixou-se de que oengenheiro Campos Cunha(e por isso o CDS) foi maltra-tado na Assembleia Munici-pal. Isso também por parte doPSD?

AT – Sobretudo por partedo PSD! Eu ouvi um elementodo PSD numa sessão da Assem-bleia Municipal a pedir a demis-são do presidente da Mesa daAssembleia, que tinha sido su-portada por eles, isto aconte-ceu numa Assembleia Munici-pal em Valongo na sequênciadesse episódio da reorganizaçãode freguesias.

AVE – Mas vamos lá aver... Tendo a Assembleia Mu-nicipal tomado uma posiçãodesfavorável à reorganização,da parte do senhor presiden-te da Assembleia Municipalnão deveria ter havido umaoutra posição relativamenteàs responsabilidades que as-sumiu, e às posições que subs-creveu ou se viu obrigado a

• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •

O relacionamento do CDScom o atual presidente

da Câmara é mais difícildo que com

o Dr. Fernando Melo

FOTOS URSULA ZANGGER

Page 5: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 5Destaque

• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • •

O PSD não temsequer qualquerestratégia para

o desenvolvimentodo concelho

tomar? Não sei se a Comis-são Política Concelhia discu-tiu essa situação ou se não.

AT - … Eu vou-lhe dizeraquilo que disse da primeira vezque este assunto começou a serdiscutido –, e lembro-me bemde ter dito isto numa sessão deesclarecimento que ocorreu emCampo –, tendo a perfeita no-ção dos custos políticos que istotem, acho que devíamos ter sidonós a decidir o que devíamosquerer para o nosso concelho.Assim corremos o risco de terumas pessoas, à distância, a to-mar decisões que nos dizemrespeito a nós. Sou absoluta-mente contra, e foi esse o senti-do do nosso voto na AssembleiaMunicipal, esta reorganizaçãode freguesias, até porque, noprimeiro documento, Valongonão precisava de perder nenhu-ma freguesia. Aliás, é fácil deolhar para concelhos vizinhosque têm a mesma densidadepopulacional que nós temos e omesmo espaço, e não têm qua-tro ou cinco freguesias, têm maisde oito! E nós não precisáva-mos de ter reduzido. Por defi-nição e em absoluto, sou contraesta reorganização, agora vamosà forma como se decidiu a reor-ganização. Foi-nos dada a pos-sibilidade de podermos esco-lher, sob os nossos critérios,razoáveis, como é que reorgani-závamos, sendo forçoso, comoacabou por ser, reorganizar. Enós podíamos ter dito algumacoisa. Mas decidimos – e foi umaestratégia global que não foi doCDS, não foi do PSD, não foido Bloco de Esquerda, foi detodos os partidos –, que o ha-via de fazer era declararmo-nosem absoluto contra esta lei, edeixar que ela fosse agarrada por

uma comissão técnica que faria...uma avaliação técnica. A partirdesse instante entregamos nasmãos de outros uma decisão quepodia ter sido nossa.

Vamos agora à questão doengenheiro Henrique CamposCunha estar nessa comissão. Eramais uma das pessoas que per-tencia a essa comissão. Haviapessoas de vários partidos, doPSD e do CDS, e a decisão quan-to a Valongo foi votada por una-nimidade. E essa foi uma deci-são meramente técnica: foramavaliadas as continuidades dasmanchas urbanas, e estas avali-ações estão publicadas nainternet e verificou-se que en-tre as possíveis fusões de Cam-po e Valongo e Campo e Sobra-do, e havia realmente continui-dade entre Campo e Sobrado.Mais ainda: a zona de fronteiraé muito maior entre Campo eSobrado que entre Campo eValongo. Razão pela qual, sa-bendo que era forçoso perde-rem-se freguesias, a comissãoter definido uma metodologiaem que se aplicaram apenas cri-térios matemáticos e técnicosdefinidos (e na comissão haviaperitos em Planeamento e Ur-banismo), o que faria sentido,foi a conclusão, era a fusão en-tre Campo e Sobrado.

AVE – Poderia ser outra adecisão, se a Assembleia Mu-nicipal decidisse apresentaruma proposta concreta?

AT – Sim, se a assembleiaMunicipal decidisse apresentaruma proposta concreta, tal po-dia inclusivamente implicar areorganização das freguesias,isto é definir novos limites paraas freguesias, e então a únicacoisa que a comissão técnica fa-

ria era validar tecnicamen-te se aquela proposta res-peitava os requisitos le-gais.

AVE – Mas qual de-veria ser essa propostaconcreta?

AT – Há várias inter-pretações... Havia umconjunto de... configura-ções possíveis. Tantasquantas matematicamenteé possível organizar entrecinco fundirem-se em qua-tro. Então esta foi aquela quefoi decidida, não podemos édepois vir para a praça pú-blica dizer que esta é umamá decisão. Então se esta éuma má decisão, se alguémtinha uma proposta melhoroportunamente que a apre-sentasse. A mim, e com todaa franqueza, o que me pare-ce correta é a posição doCDS. Ponto n.º 1: Absolu-tamente contra esta lei. Pon-to n.º 2: Não sendo nós adecidir, temos que aceitar adecisão.

AVE – E qual a posi-ção do CDS quanto à apre-sentação de providênciascautelares e outras iniciati-vas do domínio jurídico?

AT – Não sou jurista, souengenheiro. Mas os advogadoscom quem tenho falado têm-medito uma coisa muito clara: a pro-vidência cautelar implica sempre,depois, uma ação principal. Equal vai ser a nossa ação princi-pal, dizer que somos contra umalei, votada e aprovada pelaAssembleia da República? Aúnica coisa que poderíamos di-zer numa providência cautelar éque a lei está mal aplicada. Masnão está. No caso concreto aquide Valongo diz que, de cinco fre-guesias tem que se passar paraquatro, e passou-se para quatro,pela aplicação do critério.

Vou-lhe dizer, sinceramente,o que acho sobre as providênci-as cautelares: é uma forma da Câ-mara tentar branquear as suasresponsabilidades. As providên-cias cautelares têm tido o suces-so que se sabe: absolutamentenenhum no que diz respeito aesta matéria, e é isso que irá acon-tecer. Vamos gastar dinheiro, e aseguir a essa providência cautelarvai ser preciso apresentar umaação principal que não tem fun-damento, isto é o que todos osjuristas me têm dito.

AVE – Esta questão da re-organização administrativaveio tornar ainda mais claraa insatisfação do CDS com acoligação no concelho. Jáabordámos a questão doscomportamentos e quanto àquestão das políticas? Há di-ferenças substanciais de es-tratégia entre um partido eoutro?

AT – Voltando um bocadi-nho atrás, eu não diria que esta

questão afastou mais os doispartidos, se esta questão nãotivesse existido os dois parti-dos já estavam naturalmenteafastados. E agora, retomandoa questão que me colocou: doponto de vista político tem ha-vido algum afastamento da es-tratégia? Eu não sei, eu nãoconsigo ver nenhuma estraté-gia nesta presidência de Câma-ra. A única estratégia que exis-te é de deixar os dias correrem,não há estratégia política. Àquestão de para onde é queValongo deve crescer e de queforma, onde é que deve estarnos próximos vinte anos, nãohá nenhuma resposta estraté-gica, não há nenhum macro-plano que diga para onde é queValongo deve ir. Por isso nãosei se estamos de acordo com aestratégia, porque ela não exis-te. Nós temos algumas ideiasde para onde é que Valongo de-veria caminhar. Não sei se játoda a gente se terá apercebidoque 55% da área verde da re-gião do Grande Porto está aquiem Valongo.

AVE – Então o que seriauma estratégia de desenvol-vimento adequada para oconcelho?

AT – Eu conheço um con-junto de pessoas que vêm to-dos os fins de semana praticardesporto para Valongo. Temosaqui condições para tornarpossível a prática de váriosdesportos da natureza, nósnão temos nenhuma pousadaecológica, nós não temos ne-nhumas condições de suportea estas atividades na serra,Valongo é o primeiro concelhoda Área Metropolitana já a ca-minho do interior, tem vias ro-doviárias fantásticas, mas asmesmas vias que nos servem anós servem também concelhosvizinhos quer conseguem criarmais condições de atratibili-dade. Quem vem pela A41 temValongo, mas depois logo a se-guir tem concelhos que sãomuito mais aguerridos na cap-tação do investimento para assuas localidades. Valongo não

tem nenhuma estratégia nessesentido. Há uns tempos atrásera conhecido por ser um sítiobom para se viver porque tinhacasas baratas, hoje em dia nemisso. Eu trabalho numa organi-zação que desenvolve projetosna área do automóvel e da aero-náutica., com investimentosimensos na investigação, desen-volvimento tecnológico e enge-nharia. Era impossível uma or-ganização desta natureza, queestá sediada atualmente naMaia, vir para Valongo. Va-longo nem sequer tem uma ca-pacidade hoteleira e uma capa-cidade de restauração para po-der albergar visitas que venhamrelacionar-se e fazer negócioscom as suas empresas. Valongotem três parques industriaisque estão mais ou menos ocu-pados. Nenhum deles está ca-pacitado e organizado emclusters por nenhuma áreatemática. O que nós temos sãopequenos armazéns de poucomais de mil metros quadrados.Mas a maior parte das unida-des que nós temos, por exem-plo na zona de Sobrado, sãopequenas oficinas com poucomais de cem metros quadrados.Há raríssimas exceções – poistemos algumas empresas dequalidade que produzem com-

ponentes para a microinfor-mática, para a aeronáutica, nãoestão sequer identificadas ouapoiadas pela Câmara, porquenão há nenhum plano estratégi-co para essa sustentabilidade.

AVE – Também pensaque é da responsabilidade daautarquia não haver uma as-

sociação empresarial forte noconcelho?

AT – Eu venho de uma viaempresarial e para haver negó-cio e para haver empresas não éprecisa uma associação empre-sarial, mas elas ajudam, porém,se existirem. Valongo poderiater criado – há algum tempo queeu defendo isso – um ninho deempresas, para aqueles peque-nos negócios que se querem ini-ciar e, muitas das vezes, têm di-ficuldades em encontrar um es-paço – como vocês, como alguémque queira iniciar a sua atividadede advocacia, de contabilidade,de revelação de fotografias, depaginação,... e não tem um sítio,pequeno, para poder começar oseu negócio. Por outro lado, te-mos ali um edifício, ao lado daVeolia, que há não sei quantosanos, está desocupado, a que nãose dá uso. Eu contacto frequen-temente com as associações eelas têm sempre a mesma quei-xa, não têm uma sede, não têmum local para se reunir. E nóstemos ali aquele edifício. Não énecessário haver uma associaçãoempresarial para se dinamizaremas empresas. Agora é preciso cri-ar condições de atratibilidade,criando infraestruturas de apoioe fixando as empresas. Eu che-guei a Valongo em 2005 e na al-

tura achava muito estranho quena campanha autárquica toda agente falava do fantástico que eraem todas as cinco freguesias ha-ver um pavilhão gimnodes-portivo e uma piscina. Agoraestamos a fechá-las. Gastamosdinheiro a fazer coisas para aseguir as fecharmos. E esque-cemo-nos de ir à base do pro-

Page 6: AVE_903

6 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Destaque

• ENTERRO DO JOÃO • ENTERRO DO JOÃO • ENTERRO DO JOÃO •• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •

blema, que é pensarmos a longotermo. Isto faz-se no norte daEuropa.

AVE – Mas havia agoraoutra solução que não fossefechar essa piscinas?

AT – Se calhar não, se ca-lhar o problema foi gastar-se di-nheiro em criá-las. Em quandoavalio do ponto de vista macro,a quantidade de utilizadores e ocusto por utilizador dessas pis-cinas, é difícil encontrar argu-mentos para sustentar a abertu-ra das piscinas, no momentoatual, de crise. Se calhar o quedeveríamos era ter, na altura cer-ta, canalizado o dinheiro, queusámos para criar pavilhõesgimnodesportivos e criar pisci-nas em todas as freguesias, paracriar outras condições deatratibilidade. Nós em Valongotemos muitas promessas maspoucas concretizações. Todosnós ouvimos falar de não seiquantos hotéis que se iam criar,

casas de saúde para idosos a ins-talar... eu vivi durante muito tem-po na avenida com o nome deDr. Fernando Melo, aquela céle-bre avenida que está mais demetade desocupada, com as pa-redes ao alto e as casas ao aban-dono. Iniciou-se de forma des-controlada a autorização de cons-trução para uma coisa que já nãoera sustentável. No trabalho quetem sido feito para a atual próxi-ma revisão do PDM, lembro-medo técnico responsável por esseplano dizer, há quatro anos atrásque Valongo, naquela altura, játinha habitação suficiente paraos próximos 15 anos! Quer istodizer que, quando há uns cinco,seis anos atrás, estavam a seremitidas licenças de construção,já estavam a ser emitidas em ex-cesso. Os sinais de modernidadee sustentabilidade que a Câmaraàs vezes dá parece que são me-didas avulso. Surpreende-memuito porque é que a Câmaracom maior número de veículos

elétricos no país é uma Câmaraque está falida e é a de Valongo.Mas por outro lado não tem cri-ado no concelho de Valongo umainfraestrutura de carregamentopara veículos elétricos. As me-didas que são tomadas são ape-nas para sair no jornal. Comaquela de se lançar agora umaprovidência cautelar.

Se se visitar o site da Câma-ra, quem não for de Valongo efor lá dar uma vista de olhos,tem uma falsa ideia de que a Câ-mara é muito dinâmica. Eu jácontei que se tinha dado um gran-de destaque à participação daCâmara de Valongo na Bolsa deTurismo de Lisboa, e na verda-de não tinha lá rigorosamentenada nem ninguém, nem um car-taz ou um panfleto. A única coi-sa eram uns bolinhos de umaempresa aqui do concelho e umfilme de 15 minutos. Isto não éforma de promover o concelho,num sítio que não era um sítioqualquer, mas onde havia óti-mas condições para promovero turismo, principalmente o tu-rismo ecológico.

AVE – Voltando às ques-tões mais da política partidáriae no que respeita à vida do pró-prio CDS, estes quatro anos decoligação não foram um mar-car passo na implantação dopartido, tendo em conta que,atrelado a uma estratégia de co-ligação, estava coartado na pos-sibilidade de se ir cimentandonas várias freguesias?

AT – Eu cheguei a Valongoem 2005, como disse, e quandofiz a primeira reunião de militan-tes de Valongo reunimos numcafé em Valongo e éramos cinco àvolta de uma mesa, e dessas cin-co uma era eu, acabado de chegare outra o engenheiro CamposCunha. Assim, na verdade tínha-mos três pessoas em 2005. Tive-mos vantagem em estar coliga-dos com um partido grande – creioque a pergunta era essa – ?. Eudirei que teríamos tirado vanta-gens se tivéssemos ganho algumavisibilidade. O CDS orgulha-sede não ter – nestes anos todosde coligação – tirado nenhumavantagem, direta ou indireta,

por estar coligado como PSD.AVE – E isso é motivo de

orgulho?AT – É motivo de desamar-

ra, uma coisa que nos facilitaqualquer decisão, porque real-mente, agora que estamos a pre-parar listas para nos candida-tarmos, temos de nos lembrarque já fomos cinco à volta deuma mesa e não tiramos vanta-gem nenhuma na coligação como PSD. Diria até que se fizer-mos um balanço nesse sentido,o resultado foi negativo, por-que há sempre a tentação dopartido grande poder cooptar

os elementos bons do partidomais pequeno, e isso aconteceutambém aqui. Não tirámos van-tagem nenhuma, mas permitiu-nos foi, na Assembleia Munici-pal, com a prática política e aspreocupações de termos de tra-balhar com pouca gente, formarum grupo e ter criado pessoasque estão preparadas para darcontinuidade ao CDS aqui noconcelho. Isso sim.

AVE – O CDS tem condi-ções para apresentar candi-daturas a todas as freguesi-as, para além da Câmara eAssembleia Municipal?

AT – Sim e esse processoestá a decorrer e quero falar umbocadinho nisso. Nós vamos atodos os órgãos. É uma candi-datura com abertura, que terámuitos candidatos que são in-dependentes, e é uma candida-tura que se quer sobretudo paraconsolidar este ciclo de cresci-mento que o CDS tem tido.Houve uma fase de reorganiza-ção, a partir daquele grupo decinco inicial, e estamos agoranuma fase de consolidação. Eisto vai-nos também atirar para

a responsabilidade das decisõese para a responsabilidade go-vernativa. Há um conjunto dequadros que estão absolutamen-te preparados para assumiremfunções, sendo isso naturalmen-te mais fácil nalgumas freguesi-as e nalguns órgãos do que nou-tros, mas isso faz parte destanova etapa.

AVE – O CDS já tem defi-nidos alguns cabeças de lista?

AT – Estão, em todos osórgãos, definidos os perfis, etemos um calendário próprioque nos dita que no final do mês

de abril esses candidatos serãoanunciados. Alguns dos candi-dato, até pela posição que játêm assumido no terreno, já es-tão em marcha.

AVE – Já há alguma ideiasobre quem vai ser o cabeçade lista do CDS à CâmaraMunicipal?

AT – Há um perfil perfeita-mente definido e pessoas quese encaixam bem nesse perfil nocaso da Câmara, da Assembleiae no caso da Junta de Freguesiade Ermesinde. Nos outros ca-sos os perfis são mais amplos,estes três são mais fechados epessoas que se identificam cla-ramente com o CDS encaixa-díssimas nesse perfil.

AVE – Há a possibilidadede haver cabeças de lista nessesórgãos – Câmara Municipal eAssembleia Municipal, que nãosejam militantes do partido?

AT – Em teoria há. Não lheestou a responder que alguns des-tes, de perfil mais fechado, sejaindependente. Mas terá semprede ser alguém que se identifiquede algum modo com o CDS, não

estamos à procura de independen-tes só porque são nomessonantes, mas sim que possamtrazer mais-valias para o CDS eestejam alinhados com a estraté-gia e a filosofia do partido.

AVE – Acha que o CDSbeneficia, do ponto de vistapolítico, da sua coligação par-tidária governativa?

AT – O que eu acho? Que éuma grande tarefa aquela que oCDS tem pela frente. Não sepodem esconder os atuais con-frontos políticos na coligaçãogovernamental. O CDS está afazer um esforço hercúleo, por-que tem a noção da responsabi-lidade que seria bater com a por-ta, o que implicaria ter de ir aosmercados em condições muitomais desfavoráveis para o país.É uma grande lição que o CDSestá a dar ao país. Se quer a mi-nha opinião, não sei se serápossível continuar...

AVE – Acha que o votoautárquico pode castigar dura-mente os partidos da coligaçãoe daí isso ter repercussões cla-ras a nível governativo?

AT – Eu não acho isso. Játivemos um primeiro-ministroque se demitiu porque teve ummau resultado nas autárquicas.O que é que eu acho? Que é umagrande tarefa aquela que o CDStem pela frente. Eu sei bem comoé que as pessoas votam nasautárquicas. Votam naquela pes-soa que conhecem e não tanto noprograma que apresenta e na vi-são que tem para o seu concelho.Nas legislativas e europeias vo-tam mais numa ideia genérica eglobal para o destino do país. Nãohá ligação direta e achei mal quan-do esse primeiro-ministro se de-mitiu. Eu acho que o PSD e oCDS não estão em condições depoderem ter o seu melhor resul-tado nestas autárquicas, mas es-pero que as pessoas percebamqual foi o papel de cada um.

AVE – Quais são as expe-tativas do CDS em termos deresultados eleitorais? É pos-sível eleger um vereador?

AT – É claramente possível.

O PSD e o CDSnão estão em condições

de poderem tero seu melhor resultado

nestas autárquicas

Page 7: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 7Destaque

• MOSTRA DE TEATRO AMADOR • MOSTRA DE TEATRO AMADOR •ENTREVISTA •

Encerramento da Mostra de Teatro

Mais uma vez a Mostra de Teatro Amador encerrou noDia Mundial do Teatro, antecedida por um espetáculo dacompanhia profissional residente do concelho deValongo, o ENTREtanto Teatro. Júnior Sampaio escolheurepôr em cena “O Marido de Conceição Saldanha”, peçaencenada por si e com texto de João Mohana, muito atualpelas condições sociais que atualmente vivemos, comoaliás o próprio presidente da Câmara, João PauloBaltazar, sublinhou no final.

Representação – como aliás já nos habituou – exigen-te, intensa e fenomenal, da parte de Júnior Sampaio!

ENTREtanto repôs no Dia Mundial de Teatro“O Marido de Conceição Saldanha”

LC

A cenografia de “O Ma-rido de Conceição Saldanha”é muito parca – um bancode jardim e um chão ata-petado de pétalas de rosas,bem de acordo com o martí-rio quase se diria agónico epascal, de Alcides Ferreira,a personagem que JúniorSampaio interpreta.

A interpretação torna-seassim ainda mais essenciale nuclear numa peça comeste texto e que condiciona

grande parte da encenação.O público defronta-se

com um banco de jardim va-zio – o único elemento empalco e, só pouco a poucose vai apercebendo da en-trada lenta e compassada emcena, vindo lá de trás porentre o público (numa salacomo a do Fórum Cultural deErmesinde vindo lá de cima),da personagem única dapeça, com o olhar vazio pre-gado a coisa nenhuma.

As palavras fazem-se es-perar e quando eclodem, são

um estertor de angústia, aúnica coisa que resta da de-vastação do ser humano queali confidencia a sua história.

Que não se metesse ondenão era chamado, não é caroleitor?, foi pois culpa exclusi-vamente sua se perdeu o em-prego e arrastou a família paraa miséria. Não tinha que an-dar a criticar as desigualda-des, injustiça, isto e aquilo,pondo em causa a boa har-monia da empresa. As coisassão como são! Isto dizemos

Agora, desespera-do, resta--lhe ao menosa ternura que sente pe-los filhos, a quem nãoconsegue poupar priva-ções e humilhações, e oamor extremoso da mu-lher, sempre compreen-siva e terna ao seu lado.E essa réstia de luz per-passa ainda num sorri-so quando recorda o ca-samento, as brincadei-ras dos filhos, e esse foio desafio que o ator de-frontou, conseguir aomesmo tempo que a-flora a alegria jubilosa do diado casamento, ao mesmotempo, repetimos, e não a se-guir, e não depois, fazertransparecer no rosto a amar-gura profunda que sobreveioàquele paraíso perdido.

Peça pois de uma extre-ma dificuldade e exigência,obrigando a uma precisão,concentração, entrega atéao limite, que culmina no pa-roxismo final do homem es-tátua, sem a mínima cinti-lação ou piscar de olhos,

como se o marido de Con-ceição Saldanha tivesse fi-cado morto em vida!...

Interpretação absoluta-mente fenomenal de Júnior

Sampaio que, no final, commuito e prolongado esforço,demora compreensivelmen-te a despir a pele de AlcidesFerreira!

URSULA ZANGGER

FICHA TÉCNICA

Texto: João Mohana;Encenação e interpretação: Júnior Sampaio;Iluminação: Luís Ribeiro;Produção executiva: Tânia Seixas;Produção: ENTREtanto Teatro;Duração: 50m;Classsificação: M/12

nós, não diz a peça.

Foi o final da Mostra de Teatro Amador, pelos vistos a19ª (os próprios organizadores já nem recordam bem), edurante esta edição pisaram os palcos 11 grupos e cercade 200 intervenientes, para o que se calcula um total decerca de dois mil e quinhentos espetadores.

Na cerimónia de encerramento, o presidente da Câma-ra Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, proferiualgumas palavras e entregou às associações presentesum diploma de participação e uma lembrança.

E prometeu que a Mostra vai continuar a ter o apoio daautarquia. Todos os presentes aplaudiram.

O presidente da Câmarade Valongo, João Paulo Bal-tazar, sublinhou, no passa-do dia 27 de março – DiaMundial do Teatro – a im-portância do certame que éa Mostra de Teatro Amador,que a Câmara continuará aapoiar, garantiu.

Agradeceu depois o tra-balho de anos de formaçãoteatral a Júnior Sampaio,«que formou centenas depessoas, com disciplina e

Dirigiu depois uma pala-vra às associações que par-ticiparam na Mostra, um tra-balho fantástico!, elogiou,prometendo que ele iria seralvo do devido balanço.

Companhiasparticipantesna Mostra deTeatro Amador

Participaram nesta Mos-tra de Teatro Amador ascompanhias Associaçãoirreverência».

Académica e Cultural deErmesinde – Grupo Casca deNós (“Aniversário do Ban-co”), Cabeças no Ar e Pésna Terra, Associação Cultu-ral – Batatas com Salsichas(“Sementinha”), AssociaçãoCultural e Recreativa VallisLongus (“A Titi é Boazona”),Teatro Amador Susanense(“O Duelo”), Centro Recrea-tivo Estrelas da Balsa (“AImprovisação”), AssociaçãoDesportiva e Cultural Caná-rios de Balselhas (Sai de Bai-xo – Pintou Sujeira”), Ágo-rarte, Associação Cultural eArtística – Grupo Sabor aTeatro (“Despertar da Prima-vera Tragédia da Adolescên-cia”), Grupo Dramático eMusical de Campo (“ACalcinha do Zé”), GrupoDramático da UniversidadeSénior do Rotary Club deValongo (“A Sopa Juliana”),Associação Cultural e Recre-ativa Fora d’Horas (Reis... ouRainhas?”) e o Grupo Dra-mático e Recreativo da Re-torta (A História é uma His-tória”). LC

URSULA ZANGGER

Page 8: AVE_903

8 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Local

• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Secretário de Estado na cerimóniade entrega de diplomas a formandosdo programa Novas Oportunidadesdo Centro Social de Ermesinde

LC

Decorreu no dia 22 demarço, no Salão Nobre doCentro Social de Ermesinde,a cerimónia de entrega de di-plomas dos formandos doCentro Novas Oportunidadesdo Centro Social de Erme-sinde (CSE), cerimónia estaque contou com a presença namesa de honra das seguintesindividualidades: secretáriode Estado da Solidariedade eSegurança Social, MarcoAntónio Costa, presidente daCâmara Municipal de Va-longo, João Paulo Baltazar,delegado regional do Norte doInstituto de Emprego e For-mação Profissional (IEFP),César Ferreira, e presidenteda Direção do CSE, HenriqueQueirós Rodrigues.

À cerimónia compareceramainda, entre outros, a vereadoraMaria Trindade Vale e o diretor doCentro de Emprego de Valongo,Manuel Henriques, além de vári-os outros dirigentes do CSE e téc-nicos e formadores desta IPSS.Acerimónia, na qual foram entreguesos diplomas a várias dezenas deformandos, teve início com as pa-lavras dos quatro oradores presen-tes na mesa, a que se seguiu acerimónia de entrega de diplomaspropriamente dita, um porto dehonra servido aos formandos e, porfim, um jantar oferecido pela insti-tuição ao membro do Governo eaos outros convidados do CSE.

Tomando a palavra no inícioda sessão, Henrique QueirósRodrigues começou por agradecera presença de todos, e em particu-lar do secretário de Estado Marco

António Costa, agradecendo aeste o reconhecimento do papeldo CSE e de outras entidades aná-logas, na requalificação profissi-onal dos cidadãos.

O presidente da Direção doCSE reconheceu, por sua vez,a forma como este governantese tem mostrado disponívelpara uma maior abertura aopapel que as IPSS podem re-presentar, alargando novos ho-rizontes que facilitem o seu tra-balho com as pessoas.

Henrique Rodrigues atirouainda que não causa estranheza aforma atenta como MarcoAntónio Costa tem seguido o tra-balho destas instituições, «pudes-se dizer o mesmo de todos os de-partamentos do Governo!...».

Reconhecendo que temmudado para melhor o relacio-namento das IPSS com o Go-verno, o dirigente do CSE res-saltou a importância da novaLei de Bases da Segurança So-cial, que veio dissipar dúvidassobre a possibilidade daquelaspoderem lançar iniciativas quepossam concretizar a consoli-dação de recursos sustentáveise resolver os constrangimentosque se possam sentir.

Exemplificando, o presi-dente da Direção do CSE, apon-tou que este vai apresentar embreve as suas contas de exercí-cio e nelas se pode verificar quea instituição recorreu a uma li-nha de crédito para poder res-peitar os seus compromissoscom os fornecedores, e que em-bora as contas de exploraçãoanual sejam equilibradas, pe-sam sobre estas os encargos fi-

nanceiros decorrentes dos in-vestimentos pertinentes a seutempo lançados.

Citando uma frase do padreMaia, dirigente da CNIS, quedizia que «quando há pouco di-nheiro é sempre mais fácil zelarpelos bons princípios», Hen-rique Queirós Rodrigues estavaesperançado, embora, que o se-cretário de Estado mantivesse apassado com que tem vindo aacompanhar as IPSS, dotando-as de mais meios, em particularno âmbito da qualificação pro-fissional, um trabalho social queestá na primeira linha das priori-dades do país – o emprego.

Passaportepara o emprego

Usou em seguida da palavrao delegado regional do IEFP,César Ferreira, que elogiando adisponibilidade dos formandospara abraçarem uma maior qua-lificação profissional, reconheciaque nem sempre é fácil retirartempo à família em favor dela,desejando que esta seja um pas-saporte para o emprego. E nosentido de valorizar o esforço dosformandos e de os incentivar,citou Francisco de Assis: «Pri-meiro fazer o que é necessário,depois o que é possível, e acabarpor fazer o impossível».

Também o presidente daCâmara Municipal de Valongo,João Paulo Baltazar, saudou osformandos presentes, a quemdeu os parabéns, e manifestoua sua satisfação por estar numainstituição social tão significa-tiva para a cidade de Ermesinde,

pelo seu trabalho em favor daspessoas mais fragilizadas.

O autarca desejou aosformandos que as novas com-petências adquiridas pudessemser decisivas e constituir ummarco na vida de todos.

Fez depois uma referênciamuito elogiosa ao trabalho deMarco António Costa, que temconseguido, em contraciclo, ecom recursos mais escassos,proporcionar mais perspetivasde atividade para o setor social.

Contratos Locaisde DesenvolvimentoSocial

Falou, por fim, o secretáriode Estado Marco António Cos-ta, que começou por cumpri-mentar os presentes e agrade-cer o poder estar ali com todos.

Destacou depois a presençado delegado regional do IEFP, erecomendou a este as potenci-alidade do CSE, instituição comuma equipa disponível na área daFormação Profissional, na qualalguns institutos do Estado po-dem delegar iniciativas.

Apontou depois que estascerimónias têm dois objetivos, ade falar às pessoas, mas tambémde as ouvir, e realçou que tinhaouvido com a maior atenção aspalavras de Henrique QueirósRodrigues, as quais, pela suaparte agradecia, sendo certo queo trabalho que tem sido feito nãoresulta do brilhantismo do se-cretário de Estado, nem do mi-nistro, mas também das inter-venções dos técnicos e de pes-soas como Henrique Rodrigues,

no papel de dirigente da CNIS,apontando o que está mal e pre-cisa de corrigir-se.

Marco António Costa a-nunciou então que o municípiode Valongo será um dos 85 a ní-vel nacional que terá acesso aosContratos Locais de Desenvol-vimento Social (CLDS), que têmpor objetivo, entre outros, amelhoria das competências e oencaminhamento profissional.

Às vezes existem proble-mas... e soluções, mas é preci-so fazer chegar às pessoas es-sas soluções.

Existem mecanismos deapoio ao empreendedorismo eao papel de instituições comoo CSE, a ADICE ou a Santa Casada Misericórdia de Valongo,anunciou Marco António Cos-ta, que mostrou uma completadisposição para ajudar a CSE aresolver os desequilíbrios estru-turais do passado, já que a atu-al conta de exploração era equi-librada. Temos que encontrarsoluções para que esta institui-ção não sofra constrangimentosa fazer aquilo que faz bem.

Referiu depois a reunião deFátima com as IPSS, na qualforam muito reforçadas as ver-bas (de 8 para 28 milhões deeuros) para apoios pontuais deemergência.

Anunciou também que as so-licitações de João Paulo Baltazarpelo município de Valongo teriamuma resposta efetiva.

Vamos ser capazes de ultra-passar as atuais dificuldades,apontou, acrescentando que ain-da não mudou uma vírgula na suaagenda e que tinha estado a falar

com as pessoas na rua. Tendoduas filhas, que vivem neste con-celho, é também por elas queacredita, que as pessoas pode-rão ter um futuro melhor.

Passou-se depois à distribui-ção dos diplomas, com osformandos – perto de uma cente-na – a serem chamados um porum e a receberem das mãos dosecretário de Estado, do delegadoregional do IEFP ou do presiden-te da Câmara os seus diplomas.

A responsável pelo Centrode Formação do CSE, AlbertinaAlves, convidou depois os pre-sentes para um porto de honra.

No final, em conversa como jornal “A Voz de Ermesinde”,Marco António Costa precisouos mecanismos e alcance dosCLDS, que serão protocolos deiniciativa das IPSS, associadasà autarquia, e que deverão defi-nir um plano de ação numa dasseguintes três vertentes – de-semprego, envelhecimento edesertificação.

A ADICE beneficiou já deum destes protocolos, em2008/2009, no âmbito daempregabilidade.

O secretário de Estadoconfidenciou ainda que um dosprincipais trabalhos que foramfeitos foi o da restrição daburocratização das soluções.Assim, para concretizar umCLDS, antes eram necessárioscerca de dez meses, quandoagora dois meses e meio seriamsuficientes, garantiu o secretá-rio de Estado.

(*) Mais fotos na página dofacebook de “A Voz de Ermesinde”

FOTOS URSULA ZANGGER

Page 9: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 9Local

Centro Social inaugurao seu novo parque infantil

MB

A concretização do sonhocoincidiu com o dia (20 demarço) em que nasceu a pri-mavera, um sonho de longadata que tardou – cerca de umano – a ver a luz do dia, mascom muito querer, muita dedi-cação, e uma boa dose de so-lidariedade, é hoje uma reali-dade. Referimo-nos ao novo

parque infantil do Centro So-cial de Ermesinde (CSE), mo-derna infraestrutura que foientão inaugurada no passa-do dia 20 de março com pom-pa e circunstância por mais deuma centena de meninos e me-ninas do Jardim de Infância (JI)da IPSS. O nosso jornal teste-munhou de perto os raios dealegria que irradiavam dosrostos destas crianças

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

CONDURIL - CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.

aquando da desejada abertu-ra das portas do novo espaçode brincadeiras. Presentesneste momento solene estive-ram as responsáveis pelavalência, nomeadamente a di-retora do CSE, Alcina Meireles,e a diretora técnica do JI, Cre-che, e Creche Familiar, TeresaBraga Lino. Na pequena con-versa mantida com “A Voz deErmesinde” Alcina Meireles

deu conta de que arealização destesonho só foi pos-sível graças à im-portante e para láde imprescindívelajuda de muitospais e mães des-tes meninos e me-ninas, que com asua mão de obra– sempre dispo-nível – deram um“empurrão” do so-nho rumo à reali-dade. «Um muitoobrigado a todoseles», sublinhoua diretora da ins-tituição. Um mui-

to obrigado ainda ao Mo-ntepio Geral, entidade bancá-ria que com a sua generosida-de ofereceu um donativo – mo-netário – ao CSE que tornoupossível este velho objetivo dainstituição. Tanto aos paiscomo ao Montepio Geral osagradecimentos foram bemvincados, como aliás se po-dia ver no exterior da novainfraestrutura com cartazes deeternos “obrigados”. Orçadoem 25 000 euros este novo par-que infantil alia modernidade,diversões várias – inúmerosbaloiços, balizas de futebol,cestos de basquetebol, etc.– e segurança – pisos deacordo com as novas regrasde segurança nos parquesinfantis –, tornando-se des-de logo num exemplo claroda inovação e qualidade queo CSE tem vindo a imprimiràs suas valências. Mas o me-lhor mesmo deste momentofoi ver a euforia dos meni-nos e meninos da instituiçãoassim que as portas do novoparque foram abertas. O so-nho era mesmo real.

Foieleita aComissãode Trabalhadoresdo Centro Socialde Ermesinde

Em votação que decorreu no passado dia 5 demarço foi eleita a primeira Comissão de Trabalhadoresdo Centro Social de Ermesinde (CTCSE), que ficouassim constituída: Andreia Moreira, Florentino Silva,Luís Miguel Barros e Goretti Correia (suplente).

Os membros da CTCSE foram eleitos na únicalista que se apresentou a sufrágio, com 105 votosexpressos (67,74% do total de trabalhadores e 92,10%dos votantes), havendo ainda nove votos em bran-cos e zero votos nulos. LC

FOTO MANUEL VALDREZ

FOTO LC

Page 10: AVE_903

10 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Literatura

Não é Meia Noite Quem Quer

RICARDOSOARES (*)

uma Casa em Chamas” (a sair em 2014) foi otormento do costume, as falsas partidas, asemendas, os recuos, as hesitações… comodizia José Cardoso Pires, seu grande amigo,ocorre-lhe: «É preciso que a gente sofra paraque o leitor tenha prazer». (4)

“Não É Meia Noite Quem Quer” pren-de-nos, sitia-nos, cerca-nos, naquele labi-rinto atmosférico e concêntrico, em que nomeio está inevitavelmente a morte: «Morreré quando há um espaço a mais na mesa,afastando as cadeiras para disfarçar». (5)

Desenvolve-se em três dias: sexta, sábadoe domingo. Uma mulher, sem nome, com 52anos vai à casa da praia da família que ven-dera. Ela é voz predominante, uma mulheroperada, não tem um peito, extraíram-no, aopeito e à axila e vem despedir-se da casa depraia. A despedir-se relembra-se do quepassara até lá chegar: dos frenesins da in-fância ao suicídio do irmão mais velho, doirmão surdo-mudo ao dramático relaciona-mento dos pais – e do depois: mal casada,sem filhos, em relação frustrante e sem en-

tusiasmo com colega mais velha, ilusõesenterradas, tentações que lhe vão puxando àideia imitar o irmão, atirar-se das arribas, afo-gando, de vez, a vida, por ali…

… E ficamos sitiados neste romance re-dondo, que se passa em três dias, com dezcapítulos cada, e, a páginas tantas, já as nos-sas emoções foram sugadas pela ravina ondese despenham burros descarnados ou o ir-mão mais velho, traumatizado da guerra.

É uma família em estado de anonimato.Tudo o resto é nomeado no livro, até o ri-noceronte de brincar (Ernesto), a pastelaria(Tebas), a vizinha do lado (Tininha), mas,de resto, são o pai, a mãe, irmão mais velho,o irmão surdo, e aquele eu da mulher, filhaque perdeu um filho e um seio. Um irmãoque foi à guerra e assistiu ao episódio pun-gente de uma mulher que andava com obebé morto às costas, apodrecido há sema-nas. Este romance passa avassalador,enleante, por deslumbramentos e mistérios

– que tanto podem estar num café commatraquilhos como num circo, num motoci-clista no poço da morte como numa acroba-ta em fato de banho – e tem fragmentos as-sim: «A Andrea, sem arame nem sapatilhasde bailarina, faltando-lhe uma alça na blusa,almoçava de uma panela com os outros ar-tistas, era o mágico que, em vez de pombas,tirava batatas da cartola e as metia a cozer».(6)

Foca a presença dos ausentes: «Por querazão as pessoas nos abandonam e os brin-quedos permanecem mãe?»; «há pessoasque demoram tanto tempo a deixar-nos, ocorpo vai-se mas os olhos permanecem ali,iguais aos cachorros largados longe que re-gressam sempre, não zangados, humil-des…». (7)

Também tem bicicletas. Uma velha, qua-dro com farol, buzina em vez de campainha ecesto de rede para pêssegos, levando so-nhos, trazendo mágoas. E uma outra a abrir-se em espanto: «trinta e seis velocidades, ado meu irmão mais velho nenhuma, selim

especial, quadro de ligacarbónica, acanhamento depergunta, desinteresse emconhecer, o homem muitomais novo

– Não pesa nem três qui-los

O guiador cheio de botões,alavancas, patilhas». (8)

Ao longo da obra vertealgumas criticas: «…não exis-tem amanhãs que cantam,existem ontens fugidios ehojes estreitos…»; «…tenhoa consciência tranquila, nãosei o que isso significa masacho a frase bonita, e alémdisso passam a vida a dizê-la, tenho a consciênciatranquila, que curioso, não é,o mundo inteiro uma sereni-dade sem pecado…». (9)

Percebe-se desde a pri-meira linha: é o romance que

conta história em poema. E acaba destemodo: «já não se dá pelas ondas, não seouve a espuma, não se escuta o vento, a mi-nha mãe a separar-se de si e a estender-se nadirecção do mar, consoante me estendia, afim de deitar-me, na direcção da cama, oslençois e a almofada a aproximarem-se e eutão satisfeita, tão cansada, tão cheia de sonoque, no momento em que me largou, não seiqual de nós as duas caiu». (10)

(1) – Proferido pelo autor no Festival Literário Es-critaria, em Penafiel.(2) – Ibidem.(3) – Ibidem.(4) – Ibidem.(5) – António Lobo Antunes, in “Não é Meia NoiteQuem Quer”.(6) – Ibidem.(7) – Ibidem.(8) – Ibidem.(9) – Ibidem.(10) – Ibidem.

(*) [email protected]

• A Poesia Está na Rua: O Pinaestá no meio de nós – 40 dias deversos à solta em Santo Tirso / Tri-buto Nacional ao Prémio Camões,Manuel António Pina. Até 30 de abril,ver programa completo em www.cm-stirso.pt

• A Luz das Palavras. Exposi-ção de homenagem a Manuel An-tónio Pina, está dividida em três ver-tentes: Jornalismo, Poesia e Litera-tura Infantil. Museu Nacional da Im-prensa, EN 108, 206. Até 31 de maio,segunda a domingo 15h00 – 20h00.Entrada: 2euros

• O Desenho. Seleção de dese-nhos assinados por autores sur-realistas ou com alguma ligação aomovimento, da autoria de PauloTomaz, António Maria Lisboa, Gon-çalo Duarte, Ana Hatherly, Mário Ce-sariny, Cruzeiro Seixas, Eurico Gon-çalves, Mário Henrique Leiria, An-tónio Pedro e António Dacosta. NaFundação Cupertino de Miranda, Pç.D. Maria II, Vila Nova de Famalicão.Até 31 de maio.

• Curso de Escrita Criativa – car-ga horária de 14 horas, na AcademiaAPAMM de Ermesinde. Contactos: tlf.220924475, tlm. 918963100; mora-da: Rua José Joaquim Ribeiro Teles,n.º 545, 4445-485 Ermesinde; email:[email protected]

• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Breves

título “Não é Meia NoiteQuem Quer” não lhe sur-giu quase perto do fim,como aconteceu com osanteriores: há que temposandava com o verso de

René Char na cabeça. Em janeiro de 2011António Lobo Antunes escreveu umacrónica na “Visão” a que chamou “Não éMeia Noite Quem Quer”: «Há anos que esteverso de René Char me persegue. Pensei usá-lo como título para um livro, como coda paraum capítulo, fazer variações em torno delenum texto qualquer. Não fiznada, até agora, porque meanda na cabeça mas não meaparece na mão, e só consi-go escrever com os dedos,os miolos não pegam na es-ferográfica. Por qualquermotivo obscuro o bico dacaneta não o aprova. E, noentanto, volta não voltalembro-me dele. Por exem-plo quando me cruzo com amendiga estrangeira, alemãou holandesa, não sei, a pe-dir esmola no semáforo aquiperto».

Poucos meses passa-dos “Não É Meia NoiteQuem Quer” deu-lhe, enfim,um romance. Que escreveu,belo, a ouvir uma voz de mu-lher que lhe ditava tudo. Ainfância, a morte, a guerracolonial, o cancro: vida eobra indistinguem-se – «este é espantosa-mente autobiográfico. Fico com a sensaçãode me estar a conhecer melhor». (1)

Para o autor, este é o seu melhor livro: «–É o meu livro que mais gosto. Um puro mila-gre, não sei explicar de onde é que veio,parecia água a correr, o livro a escrever-sesozinho dentro de mim» (2). Em 1980 acon-teceu-lhe o mesmo, numa viagem de Aveiropara Lisboa, quando chegou tinha o livro“Explicação dos Pássaros” feito. Estavadentro de si, enchia-o todo, no seu sangue,nas suas veias. Bastava escrevê-lo para opapel: «– Pensei que este milagre não seiria repetir mais na minha vida, mas repetiu-se com este livro, a mesma sensação de queme estava a ser ditado e que a mão e a esfe-rográfica não conseguiam a mesma veloci-dade do que a voz que o dizia». (3) Choravaenquanto o escrevia, não porque se como-vesse, mas porque aquelas eram as frasesexatas. Porque o seguinte, “Caminho como

FOTO ARQUIVO

Page 11: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 11História

conclave dos 115 cardeais no dia13-03-2013 (somando todos es-tes algarismos dá 13); escolheuser o “Papa Francisco” (so-mando todos os caracteres dátambém 13) e a sua idade é 76anos (somando ambos os alga-rismos, dá igualmente 13). Onúmero “13” também é parti-cularmente significativo para aIgreja Católica Portuguesa,designadamente no que respei-ta ao fenómeno das ApariçõesMarianas, em Fátima, a que osúltimos Papas se têm associa-do, com a sua vinda a este San-tuário, quase sempre a 13 demaio! Aliás, entre os pasto-rinhos, também há um Francis-co, presente nas aparições deNossa Senhora de Fátima, en-tre 13 de maio de 1917 e 13 de

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - MARÇO

outubro de 1917; os restos mor-tais do Beato Francisco Martoforam trasladados para a Basílicade Fátima, no mesmo dia que o“novo” Papa Francisco foi elei-to – 13 de março, mas do ano1952. No dia 13 de maio de1989, o Papa João Paulo II, quetinha por Fátima um carinhomuito especial, publicou o de-creto que proclamou a «heroi-cidade das virtudes dos viden-tes Francisco e Jacinta Marto»e no dia 13 de maio de 2000,João Paulo II visitou, pela últi-ma vez, Fátima, tendo beatifi-cado os pastorinhos Franciscoe Jacinta Marto e autorizado arevelação do 3º Segredo.

O nome escolhido pelo je-suíta, Cardeal Jorge Mario Ber-goglio, é particularmente signi-

ão cedo nãoe s q u e c e r e ique no dia 12de março últi-mo, ao prin-cípio da tar-

de, numa conferência na minhaescola, um professor de Histó-ria da Arte da UniversidadePortucalense, que nos veio fa-lar sobre um dos mais famososquadros de Pablo Picasso –Guernica – revelou, em conver-sa inicial, que o próximo Papa,que só seria eleito no dia se-guinte, escolheria o nome deFrancisco e seria o 1º na Histó-ria da Igreja a fazê-lo. No diaimediato, a “profecia” do pro-fessor revelou-se totalmenteacertada!

Interessante é também ofacto deste Papa estar muitoassociado ao número 13, queno mundo esotérico, represen-ta, “o recomeço”. Jorge Ber-goglio foi ordenado presbíterono dia 13 de dezembro de 1969;eleito Papa 13 dias depois deBento XVI ter abdicado; esco-lhido para chefe da Igreja pelo

ficativo, pois trata-se de S.Francisco de Assis, canonizadono século XIII e conhecido peloseu voto de pobreza, renunci-ando definitivamente aos bensmundanos.

Efetivamente, naquelestempos medievais de miséria epobreza, pela mão de S. Fran-cisco de Assis, surgiriam, no-vas ordens religiosas mendican-tes, que procuravam através dovoto de pobreza e mendicida-de, servir uma corrente morali-zadora que criticava o luxo e ariqueza do Alto Clero e do pró-prio Papa para defenderem, emcontrapartida, uma deliberdaprática de solidariedade e decaridade. Entre essas ordensmendicantes, destacaram-se,

Já antes da implantação da República, o Pároco de S. Lourençode Asmes tinha tido alguns problemas, chegando mesmo a ser agre-dido. A referência ao caso aparece na ata da reunião da Junta de 6 demarço de 1910 – há 103 anos. Aí se dá a notícia de uma manifesta-ção de simpatia para com Monsenhor Paulo António Antunes, aotempo, por inerência, Presidente da Junta de Paróquia de S. Lou-renço de Asmes e Vereador da Câmara Municipal de Valongo. Oexcerto a que nos referimos diz o seguinte:

«Ao Presidente Monsenhor Paulo António Antunes, no diatreze de Fevereiro de 1910, foi feita uma extraordinaria manifesta-ção de simpathia, estima, consideração e amizade com a entrega deuma pasta com uma significativa mensagem na qual tomaram partea grande maioria dos seus parochianos e os de mais elevada posiçãosocial como protesto a umas insinuações calumniosas e a umacobarde agressão com que alguem malevola e traiçoeiramente quizferir o seu caracter e a sua dignidade, promovida pelos seus colegasda Junta».

Segundo Humberto Beça (Ermezinde / Monografia), MonsenhorPaulo António Antunes ao abandonar esta paróquia, em outubro de1910, integrou as incursões monárquicas em Trás-os-Montes, quetiveram lugar na altura do primeiro aniversário da implantação daRepública, e que pretendiam o retorno à Monarquia. Perante aameaça de ser preso, ainda de acordo com a mesma fonte, o antigopároco de Ermesinde ter-se-á refugiado no Brasil. Na sua antigaParóquia, à semelhança do que aconteceu em muitas outras terrasdo país, formou-se entretanto uma Associação Cultual que, apesar

O último Pároco de Ermesinde no tempo da Monarquia

MANUELAUGUSTO DIAS

O novo Bispo de Roma,ainda ficará conhecido na His-tória, por outras particularida-des: ter sido o 1º Papa jesuíta eo 1º nascido na América (BuenosAires, 1936), embora de ascen-dência italiana.

O novo Papa licenciou-seem Química, na Universidade deBuenos Aires, onde tambémconcluíria o Mestrado na mes-ma área científica. Contudo, em1958, com 22 anos, ingressariana Companhia de Jesus. Em1960 concluiu a sua licenciatu-ra em Filosofia, tornando-seprofessor. Em 1969 é ordenadopresbítero. De 1980 a 1985 foiReitor da Faculdade de Filoso-fia e Teologia de S. Miguel. Jáno pontificado de João PauloII, Jorge Mario Bergoglio SJseria, sucessivamente, nomea-do Bispo Auxiliar de BuenosAires (20-05-1992), Bispo Ti-tular (27-06-1992), ArcebispoCoadjutor ( 3-06-1997), Arce-bispo Titular (28-02-1998) eCardeal (21-02-2001).

Como Cardeal, Jorge Ber-goglio, revelou uma forma mui-to peculiar de ser e de estar, queagrada, francamente, a quem oconhece bem. Vivia num peque-no apartamento atrás da Cate-dral de Buenos Aires, onde elepróprio preparava grande par-te das suas refeições; quanto àsdeslocações utilizava sistema-ticamente os transportes públi-cos, metro e autocarro, como ageneralidade dos habitantes dacapital argentina. Conhecidossão, igualmente, os seus gestosde caridade, em favor dos que

O novo Papa antecipaa “primavera” no Vaticano

de tudo, duraria pouco tempo.A Cultual de Ermesinde, surgiu nos finais de 1911 e tinha o

seguinte nome “Associação Beneficência e Culto de Ermesinde”.Os seus primeiros Corpos Gerentes foram constituídos pelas se-guintes personalidades: Amadeu Vilar (Presidente), Roberto deBarros (Secretário) e A. da Silva (Tesoureiro). Os substitutos eramA. S. Moreira (Presidente) Augusto Mendonça e Augusto VieiraCarneiro (Vogais). No fim do ano de 1911, já os respectivos Estatu-tos haviam sido enviados ao Governador Civil do Distrito.

No princípio de 1912, o Administrador do Concelho de Valongomanda entregar a esta Comissão Cultual todos os objetos de cultopertencentes à Igreja Paroquial de Ermesinde.

O Padre Capelão da “Associação Beneficência e Culto deErmesinde” foi o Padre Paulo José Pereira Guimarães, que era oúnico autorizado a presidir aos atos de culto no Cemitério.

Em Agosto de 1913, o Administrador do Concelho de Valongocomunica à Comissão Administrativa da Junta que a “AssociaçãoBeneficência e Culto de Ermesinde” havia resolvido dissolver-se,pelo que, daí em diante, ficava a cargo da Comissão Administrativa«a guarda da Igreja e dos seus pertences, podendo esta Comissãoprover o quanto julgar conveniente com respeito ao culto» - (ata daJunta, de 6 de agosto de 1913).

A partir de 1914, com a vinda para a Paróquia do Padre AvelinoMoutinho Moreira da Assunção, as relações entre a Igreja local e aAdministração Republicana entraram num clima de perfeita nor-malidade.

Papa, os seus pequenos gestosnão deixam de surpreender omais comum dos mortais: elepróprio telefona aos seus ami-gos ou a quem precisa de trans-mitir algum “recado”, como fezcom o senhor do quiosque emBuenos Aires, a quem compra-va os jornais; recusa tudo o queconsidera sinais de ostentação,como seja o manto vermelhousado por Bento XVI ou a li-musina blindada do Papa; exi-giu pagar pessoalmente a con-ta do Hotel que usou em Roma,durante o Conclave, apesar deo mesmo ser propriedade daIgreja; recusou a cruz de ouropapal, que fez substituir pelade prata.

Este Papa que parece tertrazido uma antecipada e ne-cessária “primavera” ao Va-ticano, faz expectar novas mu-danças no mundo católico,apesar da sua procedência desetores considerados conser-vadores. Na verdade, a socie-dade há muito que espera daIgreja algumas mudanças nosentido da sua modernização,designadamente ao nível dotratamento da igualdade degénero (não se compreendeporque é que as mulheres con-tinuam a ser privadas do exer-cício do sacerdócio!?) e ao fimdo celibato clerical (porque éque os sacerdotes católicosnão hão de poder casar-se,quando poderiam constituiraté um modelo de família anível paroquial?). O temponos dirá se o Papa Franciscoconsegue guiar a Igreja no sen-tido da modernidade que al-guns setores anseiam.sem dúvida, os Franciscanos.

mais sofrem.Depois de ter sido eleito

FOTO ARQUIVO MAD

Page 12: AVE_903

12 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Património

A delimitação de Alfena com Ermesinde – 1689• TEMAS ALFENENSES •

RICARDORIBEIRO (*)

do Coll.º de nossa s. do Carmo da Vniversidade deCohimbra em companhia de mim escrivam arequerim.to de Manoel de Payva procurador do d.ºColl.º p.ª effeito de fazer a mediçam e demarquaçame divizam da frg.ª de Alffena com ad Sam Lourenssode Asmez e logo ahi perante elle Juiz paresseo prezenteo d.º procurador e por elle lhe foi requerido que elleavia feito sitar o R.º Joseph de Magualhais Arauyoabb.e da d.ª frg.ª de Sam L.ço de Asmez para effeitode se achar prezente no d.º Lugar e dar seu louuadop.ª q com o medidor geral do d.º Coll.º fazerem a d.ªmediçam demarquaçam e deuizam de entre as d.ªsfreiguezias como eu escriuam assim dou por elleauer feito a d.ª sitasam o que uisto por elle Juis doTombo seu requerimento confirmado de mimescriuam de como auia feito a d.ª sitaçam mandouao porteiro Manoel Franc.º aprregoar o coal logo oapregoou e por estar prezente por elle foi dito queelle p.ª a d.ª mediçam e demarquaçam, digo prezentepor elle Juis lhe foi dito que p.ª a d.ª mediçam edemarquaçam e devizao nomeou hum louuadop.ª que com o medidor geral fazerem a dª devizame demarquaçam e logo pelo d.º Reuerendo Abb.e foidito que elle se louuaua por sua p.te em Antam Glzlaurador e morador em a d.ª frg.ª de Alffena, digona d.ª frg.ª de Sam Lourensso ao coal elle Juis doTombo mandou uir perante sim e lhe deu O Juram.todos santos euangelhos sob cargo do que lheemcarregou q bem e verdadeiramente medissedemarquace e deuizace as ditas freigueziascomforme o emtendece em sua comsiensia o queelle prometeo fazer na uerdade dipois de ouuido od.º Juramento de que tudo elle Juis mandou fazereste termo que asignou com o Reuerendo abb.elouuados e procurador. Eu Manoel de SouzaBarboza escrivão do Tombo o escreuy // Alao //Joseph de Magualhais Arauyo // Manoel de PayuaBarro // Franc.º da Costa // de Antam Glz louuado.

Os d.os louuados comesaram de medir do outromarco atras da dita Comenda de Augas Santas peladeuizam de emtre as frg.as de Alffena e Sam Lourensso[N.R.: São Lourenço de Asmes, nome primitivo daactual freguesia de Ermesinde] p.ª a parte do sul the aserra de Vilar adomde elles louuados disseram eranesessr.º leuantar hum marco o coal elle juis mandouleuantar em o sima da d.ª serra e fiqua augas uertentesp.ª huma p.te e p.ª a outra e lhe mandou pelo porteirodar hum pregám que com pena de coatro annos dedegredo e cem mil rreis p.ª as despezas da R.amnimguem aranquáce o d.º marco nem emtendêce comelle e fica de distancia do outro atras the este duzentase oito uaras.

E logo elles louuados na mesma forma atras fo-ram medindo pela deuizam de emtre as freigueziasdirejto p.ª o sul e no mesmo montado adiante dondefas huma uolta no alto do d.º monte asima da bouçade cabeda e ahi disseram era nesessr.º leuantar outromarco o que elle juis mandou leuantar e se lhe lansouo pregám na mesma forma atras e fiqua de distanciado outro a este trezentas sesenta e coatro uaras.

E logo na mesma forma atras os ditos louuadosforam medindo pela deuizam de emtre as freigueziasdirejto p.ª o sul the a parede de deuizão dos Camposde Domingos Miz. [N.R.: Martins] de Cabeda e dePedro António de Sam Lourensso e ahi disseramelles louuados era nesessr.º leuantar outro marco o

ontinuando o tema da delimita-ção da freguesia de Alfena, va-mos, desta vez, debruçarmo-nospelo limite que, provavelmente,trará mais interesse para os lei-tores de “A Voz de Ermesinde”,

ou seja, o limite entre as freguesias de Alfenae de Ermesinde.

É também um limite que é perfeitamentepacífico, não só devido à grande proximida-de que sempre existiu entre as duas comuni-dades, mas também por ser um limite perfei-tamente natural e de fácil identificação. Tal-vez por isso seja um pouco difícil perceberos erros grosseiros na elaboração da CAOPe que, neste caso, são “favoráveis” a Alfenae “desfavoráveis” a Ermesinde.

Mas vamos pois ao texto histórico de1689 (de notar que até 1836, ambas as fregue-sias pertenceram ao antigo concelho da Maiae à Terra da Maia):

Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena

«Título da mediçam e demarcação da frgª. deAlffena

Mediçam da frg.ª de S. L.ço de AsmezAos vinte e sete dias do mes de Junho de mil

seissentos e oitemta e noventa e nove anos em abouçada agra de Monforte q he da frg.ª de Folgoza sita emo conc. da Maya termo e jurisdiçam da muyto nobree sempre leal sidade do Porto ahi adomde foi vindoo doutor Christovam Alao de Moraiz Juiz do Tombo

que elle juis mandou leuantar e dar pregám em aforma dos mais e antes de chegar a este marco fiquahuma Chaue e tem de distancia do outro marco a estedozentas setenta e duas uaras.

E logo na mesma forma atras foram elles louuadosmedindo pela deuizam de emtre as ditas freigueziasdirejto p.ª o sul the o monte das possas iunto à estradae ahi disseram os louuados era nesessr.º outro marcoo que elle juis mandou leuantar e dar pregám na mes-ma forma dos mais e fiqua de distancia do outro a estecento e dezanoue uaras e m.ª.

E logo elles louuados na mesma forma forammedimdo pela deuisam de emtre as freiguezias emuolta pela pena furada p.ª o alto da Serra do Reguengodireito p.ª o sul, disseram os louuados era nessesariometer outro marco o que elle juis do Tombo mandouleuantar e dar pregám na forma dos mais e fiqua dedistancia do outro a este quinhentas e doze uaras.

E na mesma forma foram elles louuados medimdoa distancia pela deuizam de emtre as freiguezias dir.top.ª o sul the o outr.º [N.R.: outeiro] de uela de SamLourensso e ahi se lhe fes huma crus no penedo da d.ªuela e fiqua de distancia do outro marco a este centoe sete uaras e m.ª.

E logo elles louuados foram medindo peladeuizam de emtre as frg.as direjto ao outejro da pe-dra talhada na direjtura do sul e disseram elleslouuados era nesessario outro marco o que elle juismandou leuantar e dar pregám na forma dos maisatras e fiqua de distancia do outro em que fiqua aCrus the este duzentas setenta e sete uaras.

E logo em a mesma forma forma elles louuadosmedindo p.ª o sul direjto p.ª a Ribr.ª [N.R.: Ribeira] deCabeda na serra das lameirinhas em uolta da baixado outro marco por sima do d.º monte, disseramelles louuados era nesessr.º outro marco o que ellejuis mandou leuantar e dar pregám na forma dosmais e tem de distancia do outro marco a este duzen-tas sincoenta e sinco uaras.

E logo na mesma forma foram elles louuadosmedimdo pela deuizam de emtre as freiguezias the omonte desendo p.ª as lameirinhas inclinando p.ª onasente, disseram os louuados era nesessr.º outromarco o que elle juis do Tombo mandou leuantar efiqua de distancia do outro a este duzentas trinta ecoatro uaras.

E logo na mesma forma foram medimdo peladeuizam de emtre as freiguezias p.ª a p.te do nasentethe junto ao Ribr.º, disseram os louuados era nesessr.ºoutro marco o que elle juis mandou leuantar e fiquade distancia do outro a este cemto setenta e sincouaras.

E por este modo disseram elles louuados tinhamuisto medindo e demarquando e leuantado os mar-cos pela deuizam de emtre ae frg.as bem euerdadeiramente comforme o emtendiam em suascomsiensias sem odio nem afeição e por estar prezenteo Reuerendo Joseph Magualhais Arauyo abb.e da d.ªfreiguezia de Sam Lourensso por elle foi d.º achaua ad.ª demarquaçam bem feita e nam duuidaua que aasim na mesma forma se lansáse em Tombo de quefis este termo que elle asignou com os d.os louuadose eu Manoel de Souza Barboza Escriuam do Tomboo escreuj, Joseph de Magualhais Arauyo, Manoel dePayua Barro, Fran.co da Costa, de Antam Glz [N.R.:

Esta descrição bastante clara, coloca-nosnum primeiro ponto na “Agra de Monforte”,no ponto onde se tocam as três freguesias,ali mesmo na estrada real que da Travagemsubia a Vilar, entrando em Alfena pela citadaAgra de Monforte, descendo depois pelasCorgas, Passarias ou Parcerias, Quinta dasTelheiras e seguindo depois para Guimarães.Hoje esta estreita artéria tem três topónimos:do lado de Alfena é a Rua de Monforte, naparte de Folgosa é a Rua de Monforte deCima, e do lado de Ermesinde é a Rua Novada Boavista (este francamente desajustado,pois de nova esta rua não tem nada).

A partir desse ponto, o limite segue parasul pela cumeada da “Serra de Vilar”, atra-vessando o Rio Leça e subindo pela RuaVasco Santana (artéria que foi construídasobre o limite) e pelo Monte das Poças ePena Furada até ao Alto do Reguengo/Mi-rante de Sonhos, seguindo depois, aproxi-madamente a linha de cumeada, pelas trasei-ras do empreendimento de Mirante de So-nhos, até descer, junto à nova sub-estaçãoda REN, em direção à Ribeira de Cabeda,encontrando aí o limite com Valongo.

Este é pois um limite natural por fazeruso das cumeadas de dois montes que, nes-te local estreitam o vale do Leça, separandoa grande agra do Reguengo de Cabeda(Alfena) de um lado, da outrora zona agríco-la do lugar da Fonte (Ermesinde) do outro eque sempre, e sem polémica, separou as me-dievais São Vicente de Queimadela e SãoLourenço de Asmes.

(*) Membro da AL HENNA – Associação para aDefesa do Património de Alfena.

CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190 SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL: 20000• CONTRIBUINTE: 507 219 708

Site: www/afunerariamarujo.com / Email: [email protected]

ERMESINDESede:R. Manuel Ferreira Ribeiro, 304445-501 ErmesindeTEL: 22 971 4442FAX: 22 975 8926TLM: 91 755 4658/ 91 269 6074/ 91 689 7854

ALFENAArmazém:R. das Passarias, 4644445-171 AlfenaZONA INDUSTRIALDE ALFENATEL: 22 967 0005

FOTO AL HENNA

Toponímia existente na Agra de Monforte,na antiga estrada real.Limite descrito no Tombo de 1689. Gonçalves] louuado».

Page 13: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde Desporto

AnuncieAqui

Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 903 • 31 de março de 2013 • Coordenação: Miguel Barros

FOTO ADP

A elite nacional das damasesteve em Ermesinde

A elite nacional das damasesteve em Ermesinde

70 dos melhores damistas nacionais estiveram no passado dia 16de março na nossa freguesia onde deram cor ao I Open Nacional deDamas Clássificas “Cidade de Ermesinde, certame levado a cabopelo Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, com o apoio daFederação Portuguesa de Damas, da Associação de Damas do Portoe da Junta de Freguesia de Ermesinde. Tendo decorrido no Polivalenteda Escola Secundária local, o evento foi marcado ainda por umahomenagem àquele que muitos consideram como o melhor jogadorportuguês de todos os tempos, Vaz Vieira, que na nossa cidade com-provou – se é que ainda o tinha de fazer – o porquê deste “rótulo”.

Page 14: AVE_903

A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013DesportoII

SETAS

TÉNIS

CTE

Clube de Ténis de Ermesinde de olhos postos no futuro

Participe no Fórum onlinede “A Voz de Ermesinde”,

e/ou faça-se amigode “A Voz de Ermesinde”

no Facebook

CORRESPONDENTESCORRESPONDENTESSE TEM UM GOSTO PARTICULAR

POR ALGUMA MODALIDADE

E GOSTA DE ESCREVER,

PORQUE NÃO NOS AJUDA A FAZER

UM “ERMESINDE DESPORTIVO”

MELHOR?

O Clube de Ténis de Ermesinde (CTE) é claramente um bom exemplo de crescimen-to no quotidiano desportivo local. São cada vez mais os jovens que procuram a coletividadeermesindense para desenvolver uma modalidade que vai subindo degraus na escada dapopularidade entre a nossa comunidade, e nesse sentido o clube assinou no passado dia15 de março um protocolo com a Câmara Municipal de Valongo (CMV) com vista à

ampliação do Complexo de Ténis da Vila Beatriz, onde o CTE tem desenvolvido a suaatividade. Em linhas gerais o clube passa a gerir todo o complexo atual, ficando a seuencargo as obras de ampliação, que contemplam a cobertura dos dois courts existentese a construção de dois novos courts em terreno cedido pela autarquia.

Desta forma o CTE passará a dispor de melhores infraestruturas de treino, indo aoencontro dos desejos dos seus associados e à tal crescente procura por parte dapopulação de Ermesinde. (Nota: na imagem podemos ver o projeto de ampliação, cujasobras arrancaram já neste mês).

Torneio de Páscoa

Entretanto, o clube levou a cabo mais um torneio interno, neste caso o Torneio dePáscoa, certame que decorreu no Complexo da Vila Beatriz entre os passados dias 16 e 24de março. Com a parceria da CMV e o apoio da Casa António Vieira o torneio contou com apresença de 51 atletas, tendo-se desenrolado nas variantes de singulares e pares. Osvencedores foram os seguintes: Grupo Amarelo: Tomás Dias, Grupo Amarelo/Pares: Eduar-do Tavares e Ricardo Gomes; Grupo Azul: Bruno Marinho; Grupo Azul/Pares: TiagoReigada e Bruno Marinho; Grupo Branco: Inês Silva; Grupo Branco/Pares: Diogo Moreirae João Magalhães; Grupo Preto: Carlos Bezelga; Grupo Preto/Pares: Hélder Sousa e RuiGilsanz; Grupo Verde: Diogo Rua; Grupo Verde/Pares: Diogo Rua e Pedro Vasconcelos.

Estádio Darts/40's Bar foram os únicos ermesindensesa apanhar o comboio rumo ao título da ASP

Foram sem margem para dúvida a grande surpresa da reta final da primeira fase do Campeonatoda 1ª Divisão da Associação de Setas do Porto (ASP). Boa prestação que garantiu um lugar entre ascinco primeiras equipas que na segunda fase irão lutar pelo título máximo da citada associação.Falamos do Estádio Darts/40's Bar, o único conjunto de Ermesinde a figurar no top 5 do escalãomaior da ASP, fruto de uma importante e decisiva vitória em casa dos Alvarelhos, por 6-3, na 18ª eúltima jornada da primeira fase do campeonato, decorrida na noite de 22 de março. Um duelo que seantevia de vida ou morte, pois quem vencesse garantia a qualificação e quem perdesse arriscava-sea disputar a liguilha da manutenção, mas que acabou por ser uma noite de festa para as duas equipas,já que apesar da derrota os Alvarelhos também se qualificaram para a fase de apuramento docampeão da ASP, pois os outros dois clubes envolvidos na luta pela qualificação, ambos de Ermesinde,os Arrebola Setas e a Eleet Team/Café Conquistador, perderam os seus respetivos e cruciais jogos.Os primeiros foram derrotados de forma surpreendente em casa pela Addicted/Quinta da Caverneirapor 4-5, ao passo que os segundos perderam – de forma natural – em casa do líder indiscutível destaprimeira fase, o TNT/Quinta da Caverneira, também por 4-5, e apesar de terem concluído a primeirafase com os mesmos pontos que o 5º e último classificado a garantir a qualificação para a próximaetapa, perderam na diferença entre pontos marcados e pontos sofridos.

Em termos de classificação a primeira fase do campeonato da 1ª Divisão ficou assim ordenada: 1º -TNT/Quinta da Caverneira (52 pontos), 2º - Bar dos Bombeiros (46 pontos), 3º - Latitude (46 pontos),4º Estádio Darts/40's Bar (38 pontos), 5º - Alvarelhos (34 pontos) - estas cinco equipas vão então discutirentre si o título de campeão da ASP na segunda fase -, 6º - Eleet Team/Café Conquistador (34 pontos),7º - Arrebola Setas (34 pontos), 8º - Addicted/Quinta da Caverneira (34 pontos), 9º - Darts Carneiro (22pontos), 10º - Dragões Vale do Ave (20 pontos) - sendo que estas últimas cinco equipas vão entãodisputar entre si uma liguilha da manutenção.

Luta intensa na 2ª Divisão

Acesa está também a luta na 2ª Divisão da ASP pelos dois lugares que dão acesso à subida de escalão.E se na semana passada esta luta era feita a três, após a realização da 18ª jornada - também decorrida a 22de março - passou a ser disputada a quatro. Tudo porque o Bar dos Bombeiros 2 se intrometeu nadiscussão entre o primeiro posicionado, o Inter Claudis Darts, e os dois conjuntos dos ermesindenses doPedros Bar, o Pedros Bar X, e o Pedros Bar. Equipas do Pedros Bar que nesta 18ª ronda cumpriram coma sua função, ou seja, venceram os respetivos jogos.

Os primeiros venceram em casa do Café Rei por 5-4, ao passo que os segundos esmagaram oAlvarelhos Bar Sede por 8-1. Com menos um jogo realizado o Pedros Bar X baixou para o quarto lugar,somando agora 45 pontos, tendo sido ultrapassado pelo Bar dos Bombeiros 2 - venceu os Wizard Dartzpor 6-3 - enquanto que na liderança segue o Inter Claudis Darts, com 49 pontos mas menos um jogo, eno segundo encontra-se o Pedro Bar, 48 pontos. Recorde-se que os dois primeiros classificados desteescalão alcançam então no final da temporada a promoção à 1ª Divisão da ASP. A luta pela subida estápois ao rubro.

Pedros Bar III começa a recuperar na 3ª Divisão

Entretanto o Pedros Bar III começa a dar indícios de querer apagar a má imagem deixada na primeiravolta do campeonato da 3ª Divisão da ASP. Na segunda volta a turma ermesindense já leva duas vitórias,consecutivas há que sublinhá-lo, tendo a última ocorrida na 8ª jornada, em casa ante o AC Claudis II, por6-3. Na classificação o Pedros Bar III ainda é quarto classificado, mas agora com 12 pontos, muito pertodo líder, o Água de Côco (do Mindelo), que soma 17.

Page 15: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde Desporto

DAMAS

III

FOTOS ADP

70 dos melhores damistas nacionaismarcaram presença no I Open Nacionalde Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde”

MIGUEL BARROS

Terra sobejamente co-nhecida nos quatro cantos donosso Portugal pelo seu fer-voroso entusiasmo pelofenómeno damístico, Erme-sinde acolheu no passado dia16 de março um evento con-dizente com este seu senti-mento pelo jogo das damas.Falamos do I Open Nacionalde Damas Clássicas “Cidadede Ermesinde”, prova pon-tuável para o ranking nacio-nal da Federação Portuguesade Damas (FPD) da épocade 2013, e que contou com apresença de 70 damistas o-riundos de vários pontos dopaís, facto que desde logocoroou de êxito o recém nas-cido evento, o que – natural-mente – muito deixou orgu-lhosos e satisfeitos os seusorganizadores, que pron-tamente apalavraram uma se-gunda edição em 2014. Masjá lá vamos. Organizado peloNúcleo de Damas de Erme-

sinde/Café Avenida – o grandeveículo do nome da nossa fre-guesia no mundo das damas –com o auxílio da FPD, da As-sociação de Damas do Porto, eda Junta de Freguesia de Er-mesinde (JFE), o evento tevecomo palco o Polivalente da Es-cola Secundária local, onde du-rante a tarde do citado 16 demarço evoluíram sete dezenasde damistas, alguns dos quaisnomes consagrados da modali-dade, facto que trouxe aindamais brilho à competição. Geo-graficamente falando Ermesinderecebeu jogadores/equipas ori-undo(a)s de Mangualde, Viseu,Vizela, Gondomar, Valadares, Vilado Conde, Lobão, Coimbra, Avei-ro, Santo Tirso, S. Pedro da Cova,ou São João da Madeira.

Paralelamente ao torneiooficial o Núcleo de Damas deErmesinde/Café Avenida orga-nizou uma outra competição –amigável – destinada a jovenscom menos de 16 anos, na qualparticiparam oito promissoresdamistas, que além de terem

desfrutado de uma série de jo-gos entre si puderam aprendercom alguns dos melhores mes-tres nacionais, como por exem-plo Vaz Vieira, a grande estreladeste I Open Nacional de Da-mas Clássicas. Sem grande sur-presa Vaz Vieira (da equipaACM Coimbra) enriqueceu a-inda mais o seu invejável – nobom sentido, claro está – pal-marés, ao sagrar-se vencedordeste torneio. Quanto ao clubeda casa, colocou em ação cincodamistas, tendo Nélson Monteiroobtido a melhor classificação, umdécimo lugar, enquanto que osseus companheiros de equipaManuel Silva, Sérgio Bonifácio,José Rocha, e Ricardo Araújo,foram respetivamente 14º, 15º, 20ºe 39º.

Ainda antes da cerimónia fi-nal, a qual contou com a presen-ça do presidente da JFE, LuísRamalho, e de um elemento liga-do à Direção da Escola Secundá-ria de Ermesinde, neste caso AnaMaria Cortez, o nosso jornal tro-cou breves palavras com Jorge

Rocha, um dos elementos da or-ganização, que em jeito de balan-ço vincou então a satisfação eorgulho consequentes de tudo tercorrido... para lá do esperado.«Em Portugal existem opens quereúnem em média cerca de 50damistas, aqui tivemos 70 (!),entre eles sete mestres nacionais,onde se destaca naturalmente o“doutor” Vaz Vieira, o melhor jo-gador português de todos os tem-pos. O sucesso deste I Open Na-cional de Damas Clássicas “Ci-dade de Ermesinde” é a prova deque a nossa terra continua a teruma tradição damística muitogrande, é uma “universidade” dasdamas, que ao longo dos anos foiformando campeões, conquistan-do inúmeros títulos (coletivos eindividuais), mas que por falta dealgum dinamismo tem estado umpouco apagada, e passado ao ladoda nossa sociedade civil. Enten-demos por isso que pela primeiravez devíamos colocar o nossonome no panorama desportivo damodalidade, e convidamos entãomuitos damistas, e com a impor-

tante contribuição da JFE con-seguimos um evento que no nú-mero de pessoas é já o segundomaior do país! Queremos queisto funcione como um pontode partida, de modo a que estedesporto tão nobre e intelectualcontinue a dignificar o nome deErmesinde como o tem feito aolongo dos últimos 30 anos pelamão do Núcleo de Damas deErmesinde/Café Avenida», su-blinhou.

Jorge Rocha mostrou-seainda muito feliz pela “boa jo-gada” da organização em levara cabo um torneio paralelodestinado a damistas commenos de 16 anos, um eventoinovador em Portugal, que se-gundo o nosso interlocutorserviu como uma garantia deque o futuro da modalidadequer na nossa cidade quer norestante país tem pernas paraandar.

Homenagem ao maior damista português de todos os tempos

No mundo das damas é tratado por “doutor”, uma de-signação que o próprio diz desconhecer a razão de existir,mas que ao olharmos de relance para o seu rico e extensopalmarés se fica facilmente a perceber o porquê da atribuiçãode um título tão pomposo. Vaz Vieira, ou melhor, “doutor”Vaz Vieira, assim é que é, considerado de forma unânimeno “planeta” das damas como o melhor jogador portuguêsde todos os tempos, e que na nossa freguesia foi alvo deuma sentida homenagem que constituiu o ponto alto desteI Open Nacional de Damas Clássicas “Cidade deErmesinde”. Como já referimos ele foi um dos 70 damistaspresentes, e sem surpresa venceu a competição, com a classee simplicidade do costume. No seguimento de uma pequenaentrevista concedida ao nosso jornal ficamos a conhecer umpouco melhor esta lenda das damas – já ganhou esse estatuto– nascido há 69 anos em Guimarães, mas que de há umasdécadas a esta parte faz de Coimbra o seu lar.

Admirado e respeitado por todos os seus companheirosde modalidade, começou por agradecer o convite en-dereçado pelo seu amigo Sérgio Bonifácio – jogador doNúcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida – para viraté à nossa cidade participar neste primeiro evento dedi-cado à modalidade. «Agradeço-lhe o convite, ele, que alémde um grande amigo, é um profundo entusiasta das damas,

e um dos mentores deste torneio, que espero que sirva paradinamizar a modalidade nesta cidade. Aliás, a minha vinda aquitambém foi no sentido de contribuir para essa dinamização. Vouser também homenageado, o que para mim é um motivo de orgulhoe felicidade em sentir o apreço das gentes de Ermesinde, a quemdeixo aqui o meu muito obrigado», expressou com alguma emoçãoo grande mestre das damas lusitano.

No desfiar da nossa conversa recordou o passado, o seu passadoglorioso ao serviço de uma modalidade pela qual se apaixonouainda menino, numa altura em que os lares portugueses estavamainda despidos das novas tecnologias – com a televisão e oscomputadores à cabeça – e como tal os serões em família erampassados com a saudável e alegre disputa de jogos tradicionais,como o rami, o abafa, o xadrez, ou as damas. «O meu pai gostavamuito de jogar às damas, era aliás um grande jogador, e foi com eleque comecei a jogar. Recordo que chegava a chorar sempre que eleme vencia e depois me espicaçava com o seu triunfo. Como emtudo na vida sou persistente, e fui aprimorando o meu jogo, chegouuma altura em que ele já não me ganhava», relembra o “doutor”das damas com um sorriso nostálgico no rosto.

Ainda deambulando pelo passado viajou até Moçambique,onde viveu grande parte da infância, junto dos seus progenitores,e onde vivenciou outra paixão desportiva, o futebol. Ao serviçodo Benfica de Lourenço Marques foi mesmo campeão provincial,tendo mais tarde aquando da sua vinda para a metrópole integradoa equipa de juvenis da Académica de Coimbra, onde foi treinadopelo lendário “mestre” José Maria Pedroto. Por Coimbra ficou.Estudou na mítica universidade da cidade do Mondego, a mesmauniversidade onde desenvolveu a sua carreira de docente, eorientador de estágios. Em Coimbra casou, sem nunca esquecer apaixão de infância pelas damas, aliada à paixão entretanto travadacom a Académica, pois «quem é que passa pela academia e nãofica adepto da Briosa?», questiona Vaz Vieira.

Nas damas tornou-se então o campeão dos campeões. Aolongo de décadas somou títulos atrás de títulos. Venceu 10 cam-peonatos nacionais seguidos, ao que se seguiu uma paragem deoutra dezena de anos por motivos de saúde, e quando voltou

novamente à ação foi de novo campeão! Detém um im-pressionante registo de 86 vitórias em opens nacionais,número que nenhum outro damista se atreveu sequer aameaçar. No plano associativo foi um dos fundadores daFederação Portuguesa de Damas, em 1980, onde hoje as-sume a função de presidente da Mesa da Assembleia Geral.Do seu currículo constam ainda dois pomposos títulos decampeão do Mundo de damas clássicas, e muitos outrostítulos conquistados em épocas em que a FPD ainda nãohavia visto a luz do dia. Impressionante, de facto. O segredodeste sucesso? «É o trabalho, aliado ao gosto pela modali-dade, de jogar somente pelo prazer, pelo prazer de jogar enão jogar pelo prazer de ganhar, que é uma das coisas queeu critico».

Para si as damas são um desporto de grande beleza,«poucos jogos haverá com a beleza deste jogo, que nosproporciona combinações fantásticas, um jogo onde sepodem construir problemas com muito poucas peças, eproblemas com muitas pedras e com dificuldade extrema».O fim da carreira ainda bem longe, pois continua enamoradopor este jogo, deixando os títulos e as vitórias de lado, atéporque há muito que já não é isso que o motiva a continuar.

Como grande mestre da modalidade viu com bons olhosa edificação de um torneio de jovens neste I Open de DamasClássicas “Cidade de Ermesinde”, pois os jovens são o futuro,«e pena é que este tipo de iniciativas não se repita maisvezes noutros torneios nacionais. Hoje as “ruas” dos jovenssão múltiplas, são os jogos de computador, os concertos, asplaystations, um sem número de atividades que os desviamdeste tipo de modalidades, como o xadrez e as damas, mo-dalidades que neste momento estão em “banho maria” àespera que haja sangue novo. Mas isso só pode ser conseguidose houver uma aposta séria no desporto escolar, algo que nestemomento não se faz em Portugal», desabafa o “doutor” VazVieira pouco antes de receber das mãos do presidente da JFE,Luís Ramalho, a placa de homenagem com que foi brindadopelo Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida.MB

Page 16: AVE_903

A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Desporto

FUTEBOL

FOTO MÁRCIO CASTRO

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializadoseparadamente) .Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.Colaboradores: Agostinho Pinto e Luís Dias.

Ermesinde Sport Clube marca passona fuga à despromoção

Duas derrotas consecutivas nas duas jornadas mais recentes do Campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol doPorto (AFP) puseram termo a uma série de sete resultados positivos obtidos pela principal equipa do Ermesinde Sport Clube, e maisdo que isso colocaram o combinado verde e branco numa posição muito complicada na tabela classificativa, no que à luta pela manutençãodiz respeito. Quando restam sete jornadas para o final da competição o Ermesinde mantém-se no 17º e penúltimo posto, com 24pontos, neste momento a dez (!) do primeiro clube instalado acima da “linha de água”, o Canidelo.

Em seguida apresentamos um resumo daquilo o que foi o mês de março para as cores do emblema da nossa freguesia.

Um grande passo atrás foi dado no passado dia 24 demarço pela equipa do Ermesinde na acérrima batalha pelafuga à despromoção no Campeonato Distrital da Divisão deHonra. E assim o foi porque a turma de Sonhos voltou aperder, desta feita em S. Pedro da Cova, em partida (na ima-gem de baixo) alusiva à 27ª jornada, por 1-3, afundando-seum pouco mais na zona de descida.

S. Pedro da Cova que foi sempre o conjunto mais de-sinibido no relvado do Laranjal, mas a primeira ocasião degolo foi para o Ermesinde logo nos minutos iniciais, umaameaça que daria frutos aos 36 minutos, altura em que Flá-vio, após uma grande jogada individual, fez um grande golo,dedicado ao amigo António Braga, mais conhecido por To-ninho, popular e dedicado diretor ermesindista falecido pre-cisamente neste último fim de semana.

Na segunda parte os homens da casa trocaram melhor abola e nas duas vezes que chegaram à baliza marcaram, pri-meiro por Pedro Gomes, e posteriormente por Dani. O últi-mo golo dos caseiros já foi conseguido no período de des-contos (passavam quatro minutos dos 90), por intermédiode Bertinho, numa altura em que o Ermesinde já jogava commenos um elemento, por expulsão – acumulação de cartõesamarelos – de Guedes. No fim do jogo, os atletas do Er-mesinde estavam desolados pelo decorrer das situações, eforam claros quando assumiram que enquanto for possível,não vão atirar a toalha ao chão, e deixaram também umamensagem a Rui Manuel, guarda-redes que de forma miste-riosa (!) abandonou a equipa nesta fase difícil: «Só fazemfalta os que cá estão».

Em S. Pedro da Cova o Ermesinde alinhou com: Eriksson;Tiago Silva, Hélder Borges (Rivaldo, aos 77m), Rui Stam,Delfim, Guedes, Ricardo Leça Vítor Gato, Miguel (Sousa,aos 64m), Huguinho (Paulo, aos 64m) e Flávio.

MÁRCIO CASTRO/AVE

Perafita acaba ciclo positivo

O Perafita colocou a 17 de março um ponto final numasérie de sete jogos consecutivos em que o Ermesinde al-cançou resultados positivos no escalão maior da AFP. Em

encontro referente à 26ª jornada a equipa de Matosinhosveio ao Estádio de Sonhos vencer por 3-2 (encontro daimagem de cima).

Os visitados até foram bastante ofensivos nos primei-ros minutos da partida, mas, contra a corrente do jogo, osvisitantes desfrutaram, aos onze minutos de um livre direto,do lado esquerdo do seu ataque, que Hélder Silva, chama-do a marcar, converteu num golo de belo efeito, com a bolaa entrar, a meia altura, junto ao poste esquerdo da balizadefendida pelo veterano Rui Manuel. E, decorridos, ape-nas mais quatro minutos, o clube matosinhense logrou che-gar ao segundo golo, na sequência de um pontapé de can-to. Paulinho colocou a bola ao primeiro poste, e Guedes, nocentro da defesa, procurando tirar a bola da sua área, aca-bou por marcar golo na própria baliza.

Esperava-se que o Ermesinde reagisse a estes dois go-los, mas a verdade é que só a espaços se aproximou da balizade Artur e não teve a mesma sorte do Perafita na concretizaçãodos lances de bola parada. Delfim, por exemplo, aos 23 minu-tos, desperdiçou um livre que podia ser perigoso, rematandofraco e contra a barreira formada apenas por dois homens. Aoportunidade mais flagrante para a equipa da casa marcar foiaos 40 minutos, quando Stam, no centro da pequena área,rematou de primeira por cima da trave.

Os golos sofridos muito cedo, e seguidos, fragilizarammuito a capacidade de reação do Ermesinde. Contudo, nasegunda parte, os comandados de Jorge Abreu entrarammais fortes e conseguiram marcar dois golos (por intermédiode Delfim aos 68 minutos, e de Paulo aos 90+3m), contraapenas um do seu adversário (aos 77 minutos), em jogadasde contra-ataque; mas tal não foi o suficiente para pontuar,ficando cada vez mais longe o objetivo da manutenção. Oárbitro nem sempre mostrou critérios iguais e por isso foibastante contestado pela massa associativa de Ermesinde.

Neste encontro os verde-e-brancos alinharam com: RuiManuel, Tiago Silva, Hélder Borges, Stam, Delfim, Guedes,Leça (Sousa, aos 68m), Gato, Paulo, Hugo (Rivaldo, aos 45m)e Flávio (André Vale, aos 82m).

LUÍS DIAS/AVE

Empate em Barrosas

Esta derrota foi procedida de um empate a duas bolasprecisamente no reduto do Barrosas, no passado dia 10 demarço. Alusiva à 25ª ronda esta era uma deslocação que seantevia difícil, não só porque o Barrosas luta desesperada-mente para fugir aos lugares de despromoção como tam-bém pelo facto de alguns dos principais jogadores do Er-mesinde terem treinado durante a semana que antecedeu oencontro com algumas limitações de ordem física.

Decorrido debaixo de uma forte intempérie, o jogo entreBarrosas e Ermesinde foi de pouca beleza, mas com bastan-tes ocasiões de golo. Em cima do apito para o intervaloLeça é chamado a bater um livre em posição fontal à baliza

da casa. Na cobrança a bola “fura” a barreira da casa e correpara o fundo da baliza. Estava assim aberto o marcador.

Pouco depois do reinicio da partida os homens da casafazem um golo, por intermédio de Luís Carlos, fruto de umadesatenção por parte da defesa ermesindista, que desta for-ma punha fim a um período de mais de 650 minutos semsofrer golos! A alegria do Barrosas durou pouco tempo, jáque aos 47 minutos Miguel, que entrara ao intervalo, devol-ve a vantagem ao clube da nossa cidade. Por volta do minu-to 83 o Barrosas beneficia de um livre, e também da infelici-dade de Rui Manuel, e faz o 2-2 final.

Em Barrosas os ermesindistas alinharam com: Rui Manu-el, Tiago Silva, Hélder Borges, Rui Stam, Delfim, Guedes,Ricardo Leça, Gato (Huguinho, aos 45m), Hemery (Paulo,aos 80m), Flávio Rocha e Rivaldo (Miguel, aos 45m).

MÁRCIO CASTRO/AVE

Vitória ante o “lanterna vermelha”

O último triunfo no campeonato foi obtido a 3 de março, anteo agora último classificado da prova, o Perosinho, por 2-0, empartida alusiva à 24ª jornada. Disputado no Estádio do Perafita,devido a interdição do Estádio de Sonhos, o encontro foi domi-nado pelo conjunto da nossa cidade. Cedo se viu um Ermesindemais determinado em conquistar a vitória, mesmo não tendo sidouma equipa muito rematadora ao longo dos 90 minutos, mas fezo suficiente para merecer ficar com os três pontos em disputa. Foiacima de tudo um conjunto eficaz, já que nas duas ocasiõesgritantes de golo, os homens comandados por Jorge Abreu tive-ram sangue frio para fazer os tentos que valeram a vitória. Aos 33minutos Flávio, de primeira, ornamentou um remate com muitaforça que fuzilou o guarda-redes adversário, e 10 minutos volvi-dos Rivaldo faria o segundo golo na sequência de um “chapéu”ao desamparado guardião forasteiro.

Na segunda parte o Perosinho ainda tentou fazer pela vida, emesmo trocando mais a bola, e tendo mais iniciativas do que naprimeira parte, continuou sem assustar, muito devido à boa per-formance da defesa do Ermesinde.

Ante o Perosinho o emblema verde-e-branco alinhou com:Rui Manuel, Tiago Silva, Hélder Borges, Rui Stam, Delfim, Guedes,Ricardo Leça, Gato (André, aos 82m), Hemery (Davide, aos 82m),Flávio Rocha (Paulo, aos 67m) e Rivaldo (Sousa, aos 67m).

MÁRCIO CASTRO/AVE

FOTO MANUEL VALDREZ

Page 17: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 13Emprego

Page 18: AVE_903

14 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Crónicas

Tornei-me adulto, e sempreque vejo uma pessoa a falar de-mais, a gritar para intimidar osoutros, com prepotência e que-rendo demonstrar que é a donada razão e da verdade absoluta,lembro-me logo do que o meupai me disse, quando eu era ain-da adolescente: «Quanto maisvazia a carroça anda, mais baru-lho ela faz». Aquela lição dosmais velhos, neste caso e cari-nhosamente o meu pai e meuídolo, leva-me a fazer a analogiacom os “barulhos ensurdecedo-res”, emitidos por muitos dosnossos políticos, ex-governantes,empresários, sindicalistas,comentadores, etc., e agora tam-bém o povo que, com razão ousem ela, recorre igualmente a estaforma de protesto, gritando everbalizando ofensas graves eameaças ao direito dos outros,sejam eles governantes eleitos ousimples cidadãos, atitudes que ademocracia tolera mas que a ferenos seus princípios e valores.

Os meios de comunicaçãosocial, todos eles com papéisimprescindíveis nas sociedadesmodernas e democráticas, exer-cem um enorme poder, ou nãofossem considerados o 4º Poder(legislativo, executivo e judici-al) sobre os agentes políticos,cidadãos, etc.. A concorrênciaentre eles, especialmente as te-levisões e na luta pelas audiên-

cias, que lhes permite melhorescontratos na obtenção das re-ceitas financeiras, necessários àsua sobrevivência, leva-os aadotar diversas estratégias, vi-sando o domínio sobre os seusconcorrentes. Se nos privadosse compreendem estas “guer-ras”, já na RTP (televisão e rá-dio), que tem vivido “à grande eà francesa”, com as receitasprovindas das contribuições,forçadas, dos consumidores deeletricidade e das subvençõesdo OE (dos nossos impostos),bem como das receitas da pu-blicidade, exige-se que senorteie por outras práticas eobjetivos, isto é, pela “presta-ção do serviço público” de rá-dio e televisão, duma formaisenta, informativa e tambémformativa. Numa palavra, queseja diferente dos outros doisoperadores de televisão (SIC eTVI), estes tendo como obje-tivos finais a rentabilidade doscapitais investidos pelos seusacionistas. Obviamente quenem oito nem oitenta, isto é,nem como defendia Salazar(«um Estado nacional deve vi-giar a sua imprensa e conduzi-lana direção dos interesses co-muns»), nem com uma certairresponsabilidade e manipula-ção das massas.

A produção televisiva, ne-cessita também de “vedetas” e

ma certa ma-nhã, o meu pai,homem muitosensato e cultopara a época epara o meio em

que vivia, não sendo “doutor”,nem das “novas oportunidades,convidou-me a darmos um pas-seio pelo pinhal e que, com ale-gria, eu aceitei. Ele deteve-senuma clareira e depois de umpequeno silêncio, perguntou-me:filho, além do cantar dos pássa-ros, ouves mais alguma coisa?Apurei os ouvidos e respondi-lhe: oiço o barulho duma carro-ça. Isso mesmo, disse-me ele,mas é uma carroça vazia. Sur-preendido, perguntei-lhe, comosabia ele que a carroça vinha va-zia, se ainda não a tínhamos avis-tado!? Respondeu-me que émuito fácil saber que uma carro-ça circula vazia por causa do seubarulho. Quanto mais vazia acarroça vier, maior é o barulho

no que aos comentadores de po-lítica diz respeito, tentam con-tratar os melhores “papagaios”,de modo a abafarem os seusconcorrentes, com o “barulho”emitido pelos mesmos. Têmsido muitas as doutas persona-lidades que, ao longo dos anos“botam palavra” nas televisõese por ali têm passado homens e

mulheres (o sexo masculino temsido largamente preponderan-te), de vários quadrantes políti-cos e partidários, com elevadonível e isenção nesse importan-te papel de debate, de informa-ção e formação, mas, também,com muito joio à mistura, istoé, alguns que ali exibem a suaincompetência, mas acima de

SERAFIMMARQUES (*)

tudo, a sua falta de ética e deisenção. Muitos, são os “Pila-tos” da era moderna. Maispreocupante é ainda o facto demuitos desses comentadores te-rem exercido o poder e, algunsserem também responsáveispelo estado a que o nosso paíschegou. Querem fazer crer quesão os donos da razão e do sa-ber e em vez de (in)formaremos espetadores, convertem-seem verdadeiros intoxicadoresdas mentes menos preparadas,provocando-lhes estados de re-volta, ira e sofrimento, enquantoeles, pagos a peso de ouro, ob-servam da sua cátedra dourada.É revoltante e o cúmulo estáagora a acontecer, o anúncio deque a RTP contratou JoséSócrates para voltar ali, comocomentador político. Será con-vertido em vedeta para comba-ter os craques da SIC e da TVIna mesma área televisiva, istoé, “botar palavra”, sem qual-quer responsabilidade dos seusatos políticos passados e dosefeitos, no presente e no futu-ro, tal como outros o fazem noscanais privados. Mas não vemsó e, pasme-se, parece queManuela Ferreira Leite irá paraa TVI! De acordo com a im-prensa, Dias Loureiro terá sidoconvidado, mas recusou, atitu-de que Sócrates entendeu nãofazer, porque, tal como está a

O barulho das carroças vaziassituação no nosso país, não háainda espaço para os seus co-mentários políticos. O que irácomentar, ele que teria mais aque responder do que a comen-tar? Fará como os outros, vin-do aumentar “o barulho das car-roças vazias” e provocar maisfraturas no espetro políticoportuguês, tão carecido de con-sensos e duma conjugação deesforços, que a própria UE exi-ge. Contudo, custa mais aceitare a entender a atitude da RTPque, ou não avaliou bem os efei-tos, já em efervescência, ou temobjetivos escondidos. Será parafragilizar José Seguro, ele o agi-tador-mor do estado social,laboral e político-partidário?Mas há também responsáveisno PS que estão contra este re-gresso e consideram ”uma máideia” ou “uma decisão poucoprudente”. Do estrangeiro, têmchegado ecos duma certa estu-pefação com o regresso deste“filho pródigo” ao “púlpito” damanipulação da palavra, a tele-visão, esta mais influente doque os outros meios de comu-nicação social. Isto é mais ummau exemplo da política à por-tuguesa e que o povo não mere-ce, ou será um castigo por cau-sa da qualidade dos políticosque gera?

(*) Eonomista

Farmácia de SampaioDirecção Técnica - Drª Maria Helena Santos Pires

Rua da Bouça, 58 ou Rua Dr. Nogueira dos Santos, 32Lugar de Sampaio • Ermesinde

Drogaria DAS OLIVEIRAS de Ferreira & Almeida, Lda.

Bazar • Utilidades Domésticas • PapelariaFotocópias • Perfumaria • Tintas/Vernizes/Ferragens

Largo das Oliveiras, 4 (à Palmilheira)Telef. 22 971 5316 • 4445 ERMESINDE

Acertam-se chaves

CASA VERDE

FOTO - CANÓRIO

AGÊNCIA CENTRAL GALPGÁS

TODOS OS TRABALHOS EM FOTOGRAFIA

R. D. ANTÓNIO CASTRO MEIRELES, 58 • TEL. 229 710 288 • 4445-397 ERMESINDE

ENTREGA DE GARRAFAS DE GÁS AO DOMICÍLIO

• Banho privativo

• Telefone

• TV c/ vários canais

Rua Rodrigues de Freitas, 1572 – 4445 ERMESINDE – Tel. 229 735 571

ABÊ

que ela faz.

FOTO ARQUIVO

Page 19: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 15Crónicas

O silêncio do marsua atividade civilizadora. O mar tem sidoinspirador da criação literária, tal como a ter-ra, nosso elemento natural, ou mais do queela pelos mistérios que encerra e que, cedo,fascinaram e desafiaram o homem indepen-dentemente de fenómenos que, tantas ve-zes, colocaram em perigo essa imagem posi-tiva. Sob a aparência conhecida do mar háum mundo, de que a maioria dos humanosnem suspeita, de seres que convivem ou seopõem, jogos de ocultação e de agressão,de traições e de enganos, deluta feroz pela sobrevivência epela supremacia. Como escreviaSophia de Mello Breyner, numdos seus maravilhosos poemasem que o mar era leitmotiv, «nofundo do mar, há brancos hor-rores…». Vercors, pseudónimodo escritor francês Jean Bruller,deu à obra literária que mais onotabilizou o título “Le silencede la mer” (O silêncio do mar),escrito durante a ocupação daFrança pelas forças nazis, comometáfora da Resistência dopovo francês face ao agressorque, não sendo muito visível àsuperfície, ocultava nas dobrasdesse silêncio uma intensa agi-tação patriótica. A vida, na Fran-ça ocupada, decorria com apa-rente normalidade a ocultar umaintensa agitação materializadaem atos de sabotagem, redes deapoio aos combatentes, de eva-são aos prisioneiros aliados, decaça aos aviadores inimigos aci-dentados, mensagens codifica-das e uma panóplia de recursosque muito contribuíram para aderrota do ocupante.

A sociedade portuguesa tem vivido mo-mentos de grandes dificuldades e de enor-me indignação relativamente aos sacrifíciosque nos têm sido impostos. Para quem ve-nha do exterior assemelha-se à de paísespolítica e socialmente estáveis. Não há vio-lência nas ruas e o discurso político e sindi-cal mantém-se dentro de regras cívicas nor-mais. No entanto, é óbvio o desgaste dasinstituições e o ambiente deletério que, a al-guém mais atento, não passará, com certeza,despercebido. Aumenta o nervosismo e aconflitualidade em vários aspetos da vidaem conjunto. A atitude menos refletida deum condutor pode dar origem a agressõesde graves consequências; o que seria ape-nas uma não consonância de pontos de vis-ta, em qualquer lugar público, deriva, com

frequência, em altercações de que podemresultar graves consequências; aumentamos crimes intrafamiliares, os assaltos violen-tos, as burlas cujas vítimas são, via de re-gra, os mais frágeis (idosos pouco instruí-dos e sem apoio familiar imediato). Há luga-res onde os assaltos são de tal modo habi-tuais que as pessoas evitam frequentá-los.Eram sítios muito conhecidos, pacíficos, lu-minosos, com lojas tradicionais e muito fre-quentadas, bons restaurantes, equipamen-tos sociais de renome. Aparentemente tudocontinua igual, salvo o encerramento de um

ou outro estabelecimento comercial.A um desses lugares, costumo levar a

minha neta para uma atividade extraescolar.Enquanto decorre, espero-a dentro do au-tomóvel e vou buscá-la uma hora depois. Otrânsito de pessoas e de automóveis é bas-tante intenso na rua onde permaneço.

Nessas ocasiões, levo comigo um livroou jornal que reduz a espera a mera síncopetemporal. Ainda que se nos afigure, não háum dia igual a outro, só na aparência assim é.Deixo o carro na mesma rua, saio com a meni-na tendo o cuidado de trancar o veículo e deverificar manualmente se, de facto, está fe-chado. No regresso, procedo ao contrário,instalo-me no interior e aguardo o momentode ir buscá-la.

Há umas semanas, transportado ao uni-

o alto da arriba ou doconvés superior de umtransatlântico pode ver-se o mar até à fímbria maislongínqua do horizonte,o movimento incessante

das ondas que ora descem parecendosubmergir os barcos de pesca ou delazer, ora sobem erguendo-os à cristacomo se fossem brinquedos de papelem mão de criança para, de novo, osocultarem, aquela indefinível sensaçãode pequenez do homem diante da vasti-dão imensa que só em parte conseguecompreender. Delicioso espetáculo, li-sonja para os sentidos de quem obser-va e com ele se compraz. Nos dias detempestade, embora de modo diferente,o mar preserva o encanto na fúria dovento que encrespa a superfície daágua, no encapelar das vagas, no ímpe-to do elemento líquido contra as zonasda costa e os que ousam arriscar as vi-das para garantir o sustento próprio e odas suas famílias, à mistura com a an-gústia pelo destino desses irmãos paraquem o mar é fonte de vida e abismoiminente de perdição.

Além de indispensável à vida huma-na, a água exerce sobre todos enormeatração, quaisquer que sejam as circuns-tâncias: as crianças desenham rios e pin-tam de azul os lagos e o mar, em diasestivais é à beira dos rios e do mar quemelhor nos sentimos. Através de rios,lagos e oceanos, povos antigos soube-ram descobrir formas de chegar mais lon-ge, para entreter relações comerciais, po-líticas, religiosas e outras, alterando ge-ografias humanas e culturais, povoandoe repovoando terras ignotas.

Se considerarmos que a ação nefas-ta do mar resulta, com frequência, deoutros agentes naturais como o vento,as marés, os deslocamentos das placastectónicas e de erupções vulcânicas,concluímos que ele foi e continua a serde enorme utilidade para os homens e a

NUNOAFONSO

verso do livro que lia, fui despertado brus-camente por um ruído como de uma pan-cada na viatura, quase no mesmo instan-te em que passava um rapaz alto de mo-chila às costas, andar ligeiro eatabalhoado. Saí para verificar se, do su-posto impacto, teria resultado algumdano. A porta traseira do lado esquerdoestava aberta. O rapaz seguia já uns bonsmetros à frente mas buzinei para o adver-tir de que a sua atitude não tinha sidocorreta. Sem voltar a cabeça, fez um ges-to de enfado e desrespeito. Repeti a ad-

vertência duas ou três vezese obtive idêntico retorno.

Decorreram largos minu-tos. Fui buscar a minha neta,coloquei-a na cadeirinha eapertei-lhe o cinto. Sentei-mee liguei o carro. Foi então que,inesperadamente, o rapazapareceu como que saídodum sonho. Todavia, era bemreal. Não tinha um ar agressi-vo, parecia querer esclarecero que havia feito. Entreabri aporta e, ato contínuo, o indi-víduo encostou-me uma facana barriga:

– Passa p’ra cá o dinhei-ro!

– Não trago dinheiro –respondi, meio aturdido ain-da pelo inesperado da situa-ção. Mas consegui apertar--lhe o pulso encostando-lhono batente da porta.

– Não tens dinheiro?! –conseguiu, ainda, dizer. E, atocontínuo, desatou a correrdasabaladamente.

Não tive tempo de averi-guar o que motivou a súbitamudança operada na mente

do jovem. Provavelmente, ter-se-á aper-cebido de pessoas que passavam e po-deriam intervir. Quanto a mim, a preocu-pação imediata foi olhar para a minha neta.Dois rios de lágrimas corriam-lhe pelo ros-to.

– Não foi nada, filha. Já passou.– Eu gosto muito de ti, vovô – foi a

resposta dela.Arranquei e, durante o trajeto, acal-

mou e recuperou a tranquilidade.Suponho que a intenção do jovem

seria extorquir-me dinheiro e valores quepudesse trazer comigo. No entanto, dei-xou-me uma grande lição: redobrar os cui-dados e evitar situações potencialmenteperigosas.

FOTO ARQUIVO

Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas • Malhas • Miudezas • Pronto a Vestir

Rua 5 de Outubro, 1150Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde

Clínica Médica Central de Ermesinde, Lda

Rua Ramalho Ortigão, 6 – 4445-579 ERMESINDE(SERVIÇO MÉDICO E DE ENFERMAGEM)

Seguros de Saúde

Rua Joaquim Lagoa, 15 Tel./Fax 229722617 4445-482 ERMESINDE

Dir. Técnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho

Page 20: AVE_903

16 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

GLÓRIALEITÃO

S. Lourenço e as ferrovias

s meus colegas de gabinete,ermesindenses de “quatrocostados” (apesar de só umdeles ser nascido nesta ci-dade), ficam deliciados cadavez que aparece uma foto

antiga de Ermesinde. Sempre que isso acon-tece lá ficam eles a “desfolhar” lembrançasdo que ainda recordam e identificam nassuas memórias de infância e juventude.Neste caso, eu serei a única dos quatro quetenho como berço de crescimento uma dasfreguesias da Maia, Vermoim (e aqui é idên-tica a minha reação quando o VermoimVintage coloca fotos duma época de regis-tos de memória que também me transpor-tam à minha juventude). No entanto, tam-bém é desde pequenita que Ermesinde dei-xou de me ser desconhecida, tendo em con-ta que quando os meus pais queriam ir “àsua terra” perguntavam-nos: querem ir veras avós? Dizíamos logo que sim mas sabía-mos a “contra-senha” – nós, os seis filhostínhamos que ir a pé para Ermesinde e nadade pedir colo ou dizer que estávamos can-sados. Cumpríamos e lá íamos com o pai àfrente, que levava o “7º elemento” (a maisnova), ao colo e/ou às “carrachuças” segui-do dos outros, dois a dois, numa fila queera “fechada” pela mãe, que garantia a nos-sa segurança.

Já na altura, ir de comboio porErmesinde era mais barato porque se pou-

pava a viagem para o Porto e essa despesa eraimportante no orçamento da família pois faláva-mos, ao todo, de nove pessoas. Ajudava o factoda nossa avó materna viver perto da estação doMarco, na “surriba” (que agora está transforma-da em avenida) que nos era de uma grande utili-dade por ser em terra batida – dava mais adrenalinaao fazermos rolar os carros de rolamentosnas nossas brincadeiras de infância, que mui-tas vezes originavam a queda que nos diver-tia a todos. Ninguém pensava em chorar e osjoelhos eram lavados com a água da “nascen-te” que existia lá no quintal. Desta forma,perto da estação o ruído dos comboios era-nos familiar e ver passar ferroviários numvaivém para o trabalho ou de regresso a suascasas era também habitual.

E eu andava mortinha por cruzar gentecom a minha escrita onde pudesse resumir“pedacinhos de vida” de pessoas que viveme sobrevivem das ferrovias. Isso tornou-sepossível quando fui ao Lar de S. Lourençodar um beijinho à D.ª Piedade, uma amiga deinfância da minha mãe (que a vida transfor-mou em “parceira”) que faz daquele espaço oseu “lar” porque diz que é assim que se sentelá dentro. Permitem-lhe passar lá o seu dia eajudar quem dela necessita e isto quer sejaauxiliando nas refeições, nos trabalhos ma-nuais ou o que quer lhe solicitem. Fazem-nasentir útil, mesmo com os seus 79 anos deidade. No bocadinho que ali fiquei a falar comela lembrava-se de, aos 8 anos de idade, terprecisado de “abandonar” a sua casinha lá naaldeia para vir com os pais e os irmãos paraErmesinde. Esta mudança iria permitir que o seupai, condutor de máquinas da CP, visse mais as-siduamente a sua família porque isto de se serferroviário tinha o seu grande “senão” – os ferro-viários andavam “desterrados” por esse país fora,onde houvesse carris, onde houvesse comboios.

Ermesinde tornava-se uma cidade dormitó-rio e fulcral para que os “encontros de família”ocorressem com mais frequência pois ali conver-giam todas as “linhas” e cruzavam-se as famíliasdos ferroviários que vinham à estação entregar as

cestas de almoço que lhes chegariam às mãos atra-vés do “papa-almoços” – o comboio da meia hora.A D.ª Piedade lembrava que sempre morou naTravagem e quando o seu irmão Francisco (quetambém era condutor de máquinas) passava nocomboio que ia para S. Romão acenava – o “si-nal” de que a sua mãe precisava para lhe preparar

rapidamente o café quentinho que lhe levava àestação para ele tomar na viagem. Foi com emo-ção que lembrava que à morte da sua mãe, aqueleseu irmão nunca mais acenou naquela passagempois de certeza que nunca mais o café teria ogostinho do seu amor.

E a conversa precisava de ficar por ali porqueseguia-se a comoção de associar a esta lembrançao outro irmão, Júlio, revisor, cujo comboio, ondeia a trabalhar, ficou soterrado por um túnel quedesabou, em Midões, ceifando-lhe a vida aindahomem novo. São mesmo assim as ferrovias da

Crónicas

TCalho

Rua da Bela, 375 - Telef. 22 967 25 49 - Telem. 96 433 14 27Telef. Residência 22 967 33 78 4445 ERMESINDE

entral

Belmiro Ferreira de Sousa

CAFÉ • SNACK • RESTAURANTE

GAZELAAGENTE: TOTOBOLA e TOTOLOTO

RUA 5 DE OUTUBRO, 1171 - TELEF.: 229 711 488 - 4445 ERMESINDE

FARMÁCIA ASCENSÃO

Rua dos Combatentes, 41Telefone 22 978 3550 • Fax 22 978 3559 4445-384

DIRECTORA TÉCNICAANA MARIA C. DE ASCENSÃO CARDOSO

Licenciada em Farmácia

Café Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-Bar

RestauranteRestauranteRestauranteRestauranteRestauranteR. Padre Avelino Assunção, 59-63Telefone 229 718 406 4445 ERMESINDE

Café Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-Bar

RestauranteRestauranteRestauranteRestauranteRestauranteO Sino G

aivota

vida, do passado e do presente e, se calhar,do futuro – gente que escolhe viver e sobrevi-ver em cima delas e através delas, gente quedecide terminar o seu percurso de vida porbaixo delas, gente que as escolhe como meiosde locomoção para partir em busca de sonhose de esperanças, que se constroem ou se des-

vanecem.Nesta pequena tertúlia feita numa

mesa onde se desensarilhavam novelosde lã, estava lá “gente bonita”, que ama-dureceu com o tempo e que me deu aperceber que a maior parte, de uma for-ma ou de outra teve familiares ligadosaos caminhos que, ainda hoje, são deferro. Agora a vida juntou-os naqueleespaço em que se dedicam aos seushobbies e o Sr. Valdrez fez o favor deregistar em fotografia a pessoa da minhahistória e representa também esta “gen-te rija”, que ao longo da sua vida fez dasua casa um lar. Agora, porque come-çam a ficar cansados e já lhes custa visi-tar as suas famílias precisaram fazemdeste lar a sua casa. É bonito ver quedisponibilizam o seu saber junto dequem gosta de aprender e dão razão àminha avó que respondia zangada aquem lhe chamava velha: «– Velhos sãoos trapos!».

Eu, no bocadinho em que estive alino meio destas pessoas “madurinhas”lembrei-me de uma leitura que me deuque pensar sobre um provérbio aboríge-

ne – «somos todos visitantes deste tempo,deste lugar. Estamos só de passagem. O nos-so objetivo é observar, crescer, amar… e de-pois vamos para casa». Efetivamente, querseja de nossa vontade ou não, essa será umacerteza, esse será o nosso destino. Nesta ca-minhada eu só espero que nesse tempo – sepuder ser no meu tempo, oxalá existam estetipo de casas, que cada vez mais precisamosde ter disponíveis para as transformarmos nonosso “lar”, antes de partirmos definitiva-mente... para “casa”

MANUEL VALDREZ

Page 21: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 17Opinião

ão haverá português quediscorde que os proble-mas que presentementemais afetam os cidadãos,as famílias e as empresassão o desemprego, a

elevadíssima carga fiscal e a recessão eco-nómica. Sendo três questões diferentes,acabam, no entanto, por estarem todasentre si relacionadas. Com efeito, não ha-vendo políticas que promovam o cresci-mento económico, os negócios decres-cem, as empresas encerram portas, osdespedimentos são inevitáveis afetandoas famílias que de um momento para ooutro passam de classe média para po-bres dependentes da ajuda das institui-ções de caridade e assistência.

Perante este dantesco cenário de em-pobrecimento do país que medidas tomamos políticos, os governantes e os parla-mentares? Juntam-se para discutir e en-contrar soluções que atenuem as conse-quências do quadro social que compre-ensivelmente atinge negativa e dramati-camente os portugueses? Nada disso. Assuas preocupações andam por outras ban-das bem distantes do desassossego detodos quantos as suas vidas dependemdo produto do esforço laboral: trabalha-dores e pequenos empresários.

Naturalmente que numa séria reestru-turação do Estado não faltarão instituições, ser-viços ou organizações que se de um momentopara o outro desaparecessem, nenhum portu-guês daria pela sua falta. Estamos a lembrar-nos, essencialmente, do Tribunal de Contas edo Tribunal Constitucional, o primeiro por oresultado do seu trabalho regra geral desaguarno “caixote” das coisas inconsequentes, paraonde são encaminhados os relatórios dasinspeções não se conhecendo que algum atorpúblico tenha sido punido por desrespeito ouomissões de legislação que deveria ter obser-vado no desempenho das suas funções.

Quanto ao segundo, certamente que seas atribuições que lhe estão cometidas fos-sem alocadas aos tribunais comuns, numasecção especializada sediada no Supremo,obteríamos dois importantes benefícios: re-dução de custos e decisões jurídicas liber-tas de promiscuidades políticas.

Mas não menos importante é o que sepassa com o Parlamento onde mais de duas

centenas de deputados se entretêm a “pal-rar” uns com os outros, crendo dar a impres-são que o seu trabalho é importante para afelicidade dos representados, consumindoum orçamento de mais de sessenta e cincomilhões de euros por ano, só para funciona-mento da instituição, sem falar de um outrovalor da ordem dos setenta e cinco milhõesde euros, gastos com subsídios, sendo ospartidos os maiores beneficiados.

Para quem tenha dúvidas quanto ao queacabamos de escrever, proponho que refli-tam na utilidade que terá para a resoluçãodos verdadeiros problemas dos portugueses

a anunciada moção de censura ao Governoque os socialistas prometem que ainda hoje(28/03) será entregue no Parlamento.

Dizem os autores do documento que éaltura de censurar o Governo pelas políticasque vem seguindo. Mas as políticas gover-namentais não são diariamente censuradaspelos partidos da oposição? Que trará de di-ferente a discussão da moção de censura, dos

A irrelevância do Parlamento

S A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R N E E E E EProdutos de Salsicharia, Lda.

LUGAR DO BARREIRO – ALFENA • 4445 ERMESINDETelefone 229 698 220 • Fax 2229 698 229

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDETel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

TASCA DO ZÉ

RUA DE VILAR, 199 - TELEF. 22 967 17 39 - MONFORTE - FOLGOSA - 4445 ERMESINDE

ALMOÇOS • JANTARES

debates quinzenais com o primeiro-minis-tro? Certamente que em termos de rele-vância nenhuma! Então porquê a iniciati-va? Naturalmente que só os seus promo-tores poderão responder. Por nós apenasnos resta especular. O que fazemos.

Os partidos quando na oposição sen-tem por vezes necessidade de dizerem aosseus eleitorados que estão vivos. Que são“duros” nos ataques ao Governo. E, vaidaí, qualquer pretexto serve para mobili-zar o discurso político, fazendo-se ouvirnos meios de comunicação social e, nãoraramente, “entalar” os outros partidoscujos deputados têm de observar as deci-sões do “aparelho” mesmo que contrari-em as suas consciências.

Podemos, pois, esperar que a relevân-cia da apresentação, discussão e votaçãoda moção de censura não passe da espu-ma dos discursos, acabando com o anun-ciado “chumbo” pela maioria que suportao executivo, sem quaisquer consequên-cias para a melhoria da qualidade de vidados portugueses, inócua quanto a refle-xos na atividade económica, e muito me-nos contribuirá para “travagem” da ondado desemprego.

Chegados aqui impõe-se perguntar:para quê gastar tempo e dinheiro ao Go-verno e ao Parlamento com a discussãode documento irrelevante para a imagemde Portugal e da vida dos portugueses?Não será chegado o tempo de condicionaras moções de censura à prévia existênciade poder vir a ser aprovada? Ou, em alter-nativa, sujeitá-las a votação secreta paraque cada deputado possa decidir de har-monia com o que realmente pensa?

(*) [email protected]

A. ÁLVAROSOUSA (*)

Confiança

Direcção Técnica:Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Telefone 229 710 101Rua Rodrigues de Freitas, 1442 4445 ERMESINDE

Farmácia

MANUEL VALDREZ

FOTO ARQUIVO

Page 22: AVE_903

18 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

• 500g de alcachofras;• 400g de azeitonas;• 3 cebolas;• 2 colheres de sopa

de azeite;• ½ limão;• 1 colher de chá de

noz-moscada;• 1 colher de sopa de

estragão.

Preparação:Durante 10 minutos

cozem-se as alcacho-fras em água a ferver.Estufam-se no azeite eum pouco de água oucaldo de legumes ascebolas com ¾ dasazeitonas sem o caroço.Põe-se a noz moscadae a casca do limão equando a cebola estiver dourada juntam-se as alcachofras para que ganhemsabor. Deixa-se em lume brando 10 minutos. Se se achar que tem pouca águadeita-se um pouco da água da cozedura das alcachofras.

Passa-se tudo pela varinha mágica e adiciona-se o estragão, o sumo de ½limão e o resto das azeitonas picadas.

É óptimo para barrar no pão ou para acompanhar saladas.

Lazer

10 ABRIL 1813 – Morte do matemático italiano Joseph Louis Lagrange (Turim, 25de janeiro de 1736 — Paris, 10 de abril de 1813).

SOLUÇÕES:

Coisas Boas

Palavras cruzadas

DiferençasDescubra as10 diferençasexistentesnos desenhos

SOLUÇÕES:

Efemérides

Veja se sabe

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letrasdesordenadas: ONTEM.

Rua do Monte.

Anagrama

01 - Comité Internacional que foi Prémio Nobel da Paz 1944.02 - Antigo povo da Anatólia que lutou contra os Gregos (Ilíada).03 - Realizador norte-americano, autor de “O Profundo Mar Azul” (2012).04 - Rio que nasce na serra de S. Mamede e passa por Espanha.05 - A que classe de animais pertence o glutão?06 - A que continente pertence a Transnístria?07 - Em que país fica a cidade de Eindhoven?08 - Qual é a capital da Ossétia do Sul?09 - A abreviatura Crt corresponde a qual constelação?10 - Elemento gasoso radioativo, n.º 86 da Tabela Periódica (Rn).

Provérbio

SOLUÇÕES:

01 – Cruz Vermelha.02 – Troianos.03 – Terence Davies.04 – Rio Xévora.05 – Mammíferos.06 – Europa.07 – Holanda.08 – Tskhinval.09 – Taça.10 – Radão.

Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.. (Provérbio português)

HORIZONTAIS

VERTICAIS

HORIZONTAIS

1. Moeda de alguns países á-rabes; engana. 2. Érbio (s.q.);Coloca arame. 3. Semente;ruim. 4. Satélite da Terra; bru-ni. 5. Imaginário; bebida al-coólica. 6. Déspota. 7. Juro;peça de roupa (pl.). 8. Douto-ra; antiga nota musical dó.9. Alternativa; utilizai. 10. Ar.

1. Concretizado. 2. Partir; ci-dade bíblica; guindaste. 3.Vestia cores vistosas. 4. Ca-sa; unidade. 5. Capital deMarrocos; utilização. 6. Ex-tremidade do braço; Riscas.7. Preposição; batráquio;célebre poema de Kipling. 8.Seduzis. 9. Estudante; atmos-fera. 10. Nódoa de sangue.

SOLUÇÕES:

VERTICAIS

1. Realizado. 2. Ir; Ur; grua. 3.Garria. 4. Lar; um. 5. Rabat;uso. 6. Mao; listas. 7. Em; ra;If. 8. Namorais. 9. Alunas; ar.10. Equimose.

Sudoku (soluções)

Sudoku

161 161 161 161 161

16

11

61

16

11

61

16

1

Em cada linha,horizontal ou vertical,têm que ficar todos osalgarismos, de 1 a 9,sem nenhuma repeti-ção. O mesmo paracada um dos nove pe-quenos quadrados emque se subdivide oquadrado grande.

Alguns algaris-mos já estão coloca-dos no local correcto.

01. Desenho na árvore.02. Tufo de erva.03. Grãos no chão.04. Focinnho.05. Flor.06. Tronco de árvore.07. Pestana da mãe.08. Orelha.09. Pata.10. Arbustos.

Patê de azeitonas e alcachofras

1. Rial; mente. 2. Er; arama. 3.Grao; mau. 4. Lua; poli. 5.Irreal; rum. 6. Tirano. 7. Agio;saias. 8. Dra; ut. 9. Ou; usai.10. Atmosfera.

FOTO ARQUIVO

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas degrau de dificuldade “muito fácil” ou “média”.

A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordocom os princípios do copyleft.

HTTP://WWW.CRAYOLA.COM/FREE-COLORING-PAGES/

Page 23: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 19Tecnologias

DriveDroid: come arrancar Ubuntuou outra distribuição em modopersistente a partir do smartphone

Drive Droid é uma útil aplicação para Android quepermite carregar imagens .iso das distribuições Linuxno nosso dispositivo móvel e carregá-las no nosso PC,ligando-se a ele através da porta USB.

Em poucas palavras, DriveDroid emula uma pendrivecom a nossa distribuição live preferida pré-instalada.

LFFL (*)

Nos últimos dias novas atualizações emelhoria de funcionalidades de DriveDroid trou-xeram-nos, entre as novidades a possibilidadede criar uma imagem que permite poder salvaruma distribuição Linux como Ubuntu, PuppyLinux, etc., no modo persistente. Podemos as-sim arrancar Ubuntu, instalar as nossas aplica-

ções preferidas e aceder-lhe no nosso ou emqualquer PC bastando para isso ligar o nossosmartphone ou tablet através da porta USB.

Feramroberto, responsável pelo site lffl– Linux Freedom, explica no seu site comoinstalou a distribuição que elegeu – no casoOpenELEC 3.0.0, de forma a ter o centro demultimédia XBMC sempre pronto a utilizarem qualquer PC, ao mesmo tempo que insta-

distros em linha...

Esta semana o site dedicado àsdistribuições de software livre Dis-trowatch anunciou o lançamento dasseguintes distros: Linux Deepin 12.12Beta, SparkyLinux 2.1 "GameOver",Pardus Linux 2013 e ZevenOS 3.0"Neptune".

LINUX DEEPIN 12.12 BETAhttp://linuxdeepin.com/Foi anunciada a disponibilidade da

versão beta de desenvolvimento doLinux Deepin 12.12, uma distribuiçãode origem chinesa, baseada emUbuntu e com um ambiente de des-ktop próprio, Deepin Desktop En-vironment.

Imagens CD .iso para arquiteturasx86_64 bits (742MB).

SPARKYLINUX 2.1 "GAMEOVER"http://sparkylinux.org/Pawel Pijanowski anunciou o lan-

çamento do SparkyLinux 2.1 "Game-Over", uma distribuição de origem po-laca, baseada em Debian “Testing”com ambiente de desktop LXDEcustomizado e mais destinado amultimédia e jogos. Vem com o kernelLinux 3.2 i386 para computadoresmais obsoletos e o kernel 3.8-liquorix(em opção) i686-pae para PC's maismodernos.

Imagem DVD .iso (3 294MB).

PARDUS LINUX 2013http://www.parduslinux.org/Foi lançado o Pardus Linux 2013,

distribuição de origem turca baseadaem Debian “Testing” (Wheezy). De mo-mento localização apenas em Turco.Imagens DVD .iso para arquiteturasx86_64 com KDE (1 709MB) e comGNOME (1 472MB).

ZEVENOS 3.0 "NEPTUNE"http://www.zevenos.com/Leszek Lesner anunciou o lança-

mento do ZevenOS 3.0 "Neptune",uma distribuição Linux de origem ale-mã, baseada em Debian e que vemcom um ambiente de desktop KDE4.10.1 customizado como opção pordefeito. Vem com o kernel Linux 3.8.4e destina-se exclusivamente aarquiteturas x86_64 bits.

Imagem DVD .iso (1 812MB).

lou ArchPup e Parted Magic, para poder re-parar sistemas. Instalou também Android X86sempre na modalidade.

Instalar uma distribuiçãoem modo persistente

Eis como criar una distribuição Linux namodalidade persistente no seu DriveDroid:

Primeiro é necessário criar um ficheiro deimagem em DriveDroid, cujas dimensões va-riam consoante a distribuição que se querinstalar.

É aconselhável ter pelo menos 2 Gb paraUbuntu, enquanto para OpenELEC, AndroidX86 e ArchPup 500 MB deverão ser sufici-entes.

Uma vez criado o ficheiro de imagem, bas-ta carregá-lo como numa pen USB e ligar onosso dispositivo ao PC, inicializado em Linux

ou Windows e e usar Une-tbootin para criar a imagemUSB em modo persistente.

Per OpenELEC basta uti-lizar o próprio instalador, en-quanto para ArchPup,Puppy Linux, etc., basta uti-lizar UNetbootin.

Per Android x86 deve-mos arrancar do dispositivoUSB e instalar a distribuiçãono ficheiro de imagem cria-do com Drive Droid.

DriveDroid exige acessode root e além disso ter ativoo modo USB Mass Storage.DriveDroid está disponível apartir de GooglePlay.

(*) Tradução livre a partirde http://www.lffl.org/2013/03/drivedroid-come-avviare-ubuntu-o-altra.html#more

Page 24: AVE_903

20 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Arte Nona

Conversana GATAfunho:A BD ItalianaAlém-Pratt

Muito menos conhecida (emPortugal) que a BD franco-belga, aBD italiana merece bem maioratenção por parte dos bedéfilosportugueses – que frequentemen-te se limitam a apreciar o génio deHugo Pratt. Prosseguindo um pe-queno ciclo de sessões dedicadasà BD, a GATAfunho, loja de livros(agora instalada em pleno BairroAlto de Lisboa) dedicou um deba-te sobre o tema em referência,com participação do jornalistaCarlos Pessoa e do divulgador deBD Nuno Franco, que teve lugar nopassado dia 15 de março.

Esta nova sessão de divulga-ção da BD promovida pelaGATAfunho integrava-se numa ex-posição de álbuns e revistas (so-bretudo de edições estrangeiras):para além de muitos grandes au-tores de BD, estavam representa-dos quase todos os nomes maisdestacados da BD italiana – deGuido Crepax a Vittorio Giardino,Guido Buzzelli, Dino Bataglia,SérgioToppi, Benito Jacovitti, MiloManara, Attilio Micheluzzi, AurélioGalleppini, Ivo Milazzo, DanielePanebarco, Bonvi e LorenzoMattoti.

Fonte: //http.blogspot.kuentro.pt

Entretanto 345º Encontroda Tertúlia BD de Lisboa

Realizou-se no passadodia 5 de março, num restau-rante em Lisboa, o 345º Encon-tro da Tertúlia BD de Lisboaque, desta vez, homenageouJorge Machado-Dias, editor,autor e divulgador de BD.

Começou por escrever ar-gumentos para serem trans-formadas em banda desenha-da por Victor Borges, mais tar-de começou ele mesmo arealizá-las sozinho, execu-tando "a solo" as duas com-ponentes principais da BD,argumento e desenhos. Acerta altura editou fanzines,depois criou uma editora(Pedranocharco) e passou aeditar revistas de estudos ecrítica de BD (como a“BDJornal”), e atualmente temuma livraria online (da edito-ra). É também o responsávelpelo blogue Kuentro e,indubitavelmente, uma daspessoas que mais tem feitopara a divulgação da BandaDesenhada em Portugal.

Biografia

Jorge Machado-Dias nas-ceu em Lisboa, em 1953, vi-veu parte da sua infância, en-tre os 5 e os 10 anos no Ma-puto (então Lourenço Mar-ques), donde regressou a Lis-boa. Depois dos contactosentão havidos com a BD, sóvolta a reencontrá-la, com 16-17 anos, com a revista“Tintin”.

Em 1970 inicia um percur-so académico atribulado, es-tudando Engenharia Civil du-rante dois anos, e tendo en-tão enveredado pela Socieda-de de Belas Artes de Lisboa,curso que teve de interrom-per, obrigado a entrar para atropa a 22 de abril de 1974 (trêsdias antes do 25 de Abril!). Volta então aÁfrica, desta vez a Angola numa comissãode serviço em “fecho de contas coloniais”.

Em 1983, depois de trabalhar em gabine-tes de arquitetura, resolve cursar Pintura eDesign, onde não esteve sequer até ao fimdo ano letivo. E assim terminou o seu per-curso académico.

Começa a editar livros de BD em 2005,com a Pedranocharco, em 2006 lança o pri-meiro número da revista “BDVoyeur”, umprojeto dedicado à BD erótica, e é para elaque desenha “Corpo a Corpo”, mas a revista“BDJornal” será talvez a mais importanteaposta de sempre de imprensa periódica crí-tica em Portugal na área da Nona Arte.

Lista de presençasna Tertúlia

1. Afonso"Delrey"2. Álvaro3. Ana Vidazinha

4. Bárbara Carvalho5. Catarina Cruz6. Filipe Duarte7. Geraldes Lino8. Helder Jotta9. Hugo Teixeira10. Hugo Tiago11. Inês Ramos12. João Leal13. João Sequeira "JAS"14. João Vidigal15. José Abrantes16. José Pinto Carneiro17. José Victor

18. Machado-Dias (Homenageado)19. Miguel Ferreira20. Moreno21. Nuno Duarte "Outro Nuno"22. Pedro Bouça23. Pedro Cruz24. Pedro Ribeiro Ferreira25. Pepedelrey26. Petra27. Rechena28. Rui Domingues29. Sá-Chaves30. Sandra Oliveira31. Susana Marinho

Comic jam do 345º Encontro da Tertúlia Bd de Lisboa, desta vez da autoria de Macha-do-Dias, Álvaro (duas vinhetas), Horácio, Pepedelrey, João Sequeira e Pedro Cruz.

Este último retratou muito fielmente Geraldes Lino, o dinamizador da Tertúlia, eJorge Machado-Dias, o autor (e não só) homenageado neste Encontro.

A informação referente a esta Tertúlia foi recolhida nos blogues de Geraldes Lino,Divulgando Banda Desenhada, e de Jorge Machado-Dias, Kuentro, precisamente os me-lhores blogues de divulgação da Banda Desenhada em Portugal (AVE).

MorreuDidier Comès

Didier Comès, notável autor daBanda desenhada franco-belga,responsável, entre outros, por tí-tulos celebrados como “Silêncio”,faleceu recentemente, no passa-do dia 7 de março, aos 70 anos deidade.

Didier (Dieter Herman) Comès,nasceu em dezembro de 1942 emSourbrodt, uma localidade situa-da na zona este da Bélgica. Ao todopublicou apenas uma dúzia de ál-buns de BD, tendo sido editadosem Portugal, além de “Silêncio”,“A Árvore-Coração”, “A Casa ondeas Árvores Sonham” e “As Lágri-mas do Tigre”.

Foi homenageado no ano pas-sado com uma exposição de 250pranchas originais, no Museu deBelas Artes de Liège, Bélgica, e jáeste ano, o seu trabalho foi mos-trado ao público, numa retros-petiva com 50 pranchas originais,na 40ª edição do Festival deAngoulême.

Fonte: http://kuentro.blogspot.pt

Page 25: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 21Arte Nona

autor:PA

ULO

PIN

TOA

Quadrilha (9/10)

Page 26: AVE_903

22 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013Serviços

A VOZ DEERMESINDEJORNAL MENSAL

Mai 2013Mai 2013Mai 2013Mai 2013Mai 2013 LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 2525252525; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 2,312,312,312,312,31 ;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 99999; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 1818181818.....

EmpregoCentro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

TelefonesCENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

TelefonesERMESINDE CIDADE ABERTA

• SedeTel. 22 974 7194Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins)

Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944Travessa João de Deus, s/n4445-475 Ermesinde

• Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins)

Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 2014445-485 Ermesinde

ECA

LLLLLua Cheia: 2ua Cheia: 2ua Cheia: 2ua Cheia: 2ua Cheia: 255555; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 33333;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 1010101010; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 1818181818.....

Tiragem Médiado Mês Anterior: 1100

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Giesta (Areosa)

Oliveiras (Areosa)

Sousa Reis (Brás Oleiro)

Costa Cabral (Costa Cabral)

Hosp. S. João (Circunv.)

Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Alírio Barros (Costa Cabral)

Martins Costa (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Areosa (Areosa)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Dias Farmácias de Serviço

FFFFFases da Lases da Lases da Lases da Lases da LuauauauauaAbr 20Abr 20Abr 20Abr 20Abr 201111133333

Locais de vendade "A Voz de Ermesinde"

• Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia;

• Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles;

• Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra;

• Café Campelo - Sampaio;

• A Nossa Papelaria - Gandra;

• Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio;

• Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino)(Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• Infância e Juventude (Fátima Brochado)(ATL, Actividades Extra-Curriculares)

• População Idosa (Anabela Sousa)(Lar de Idosos, Apoio Domiciliário)

• Serviços de Administração (Júlia Almeida)

Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615;22 973 1118; Fax 22 973 3854Rua Rodrigues de Freitas, 22004445-637 Ermesinde

• Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves)(Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresasde Inserção, Gabinete de Inserção Profissional)

• Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia)

Tel. 22 975 8774Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage)

Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 24445-208 Ermesinde

• N.º ERC 101423• N.º ISSN 1645-9393Diretora:Fernanda Lage.Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), MiguelBarros (CPJ 8455).Fotografia:Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), UrsulaZangger (CPJ 1859).Maquetagem e Grafismo:LC, MB.Publicidade e Asssinaturas:Aurélio Lage, Lurdes Magalhães.Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sou-sa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cân-dida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Fariade Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, GlóriaLeitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gon-çalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, JoanaViterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gon-çalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias,Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nu-no Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, RuiLaiginha, Rui Sousa, Sara Amaral.Propriedade, Administração, Edição, Publicidade eAssinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE• Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412123 • Serviços de registos de imprensa e publi-cidade N.º 101 423.Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2,4445-280 Ermesinde.Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762.Fax 229 759 006.E-mail: [email protected]:www.avozdeermesinde.comImpressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidadedo Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5,Fração A, 4700-087 Braga.Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171.Os artigos deste jornal podem ou não estarem sintonia com o pensamento da Dire-ção; no entanto, são sempre da responsabili-dade de quem os assina.

FICHA TÉCNICA

Farmácias de ServiçoPermanente

Nome_______________________________________________________________Morada___________________________________________________________________________________________________________________Código Postal ____ - __ _____________________________________________Nº. Contribuinte _________________Telefone/Telemóvel______________E-mail______________________________

Ermesinde, ___/___/____(Assinatura) ___________________

Ficha de Assinante

Assinatura Anual 12 núm./ 9 eurosNIB 0036 0090 99100069476 62R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 ErmesindeTel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

ERMESINDEA VOZ DE

AdministraçãoAgência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

ServiçosCartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Auxílio e EmergênciaAvarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651Linha Vida ............................................................. 800 255 255SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

SaúdeCentro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600CERMA.......................................................................... 22 972 5481Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Ensino e FormaçãoCenfim ......................................................................................... 22 978 3170Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

BancosBanco BPI ............................................................ 808 200 510Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

ComunicaçõesPosto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

TransportesCentral de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

CulturaArq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

DesportoÁguias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Telefones de Utilidade Pública

0102030405060708091011121314151617181920212223242526272829300102030405

Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.

De 01/04/13 a 05/05/13

Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val.)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val.)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)

Page 27: AVE_903

31 de março de 2013 • A Voz de Ermesinde 23Serviços

AgendaAgendaAgendaAgendaAgenda 01 abr - 30 abr01 abr - 30 abr01 abr - 30 abr01 abr - 30 abr01 abr - 30 abr

ANIVERSÁRIO DANIVERSÁRIO DANIVERSÁRIO DANIVERSÁRIO DANIVERSÁRIO DA A A A A ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO ACADÉMICAACADÉMICAACADÉMICAACADÉMICAACADÉMICAE CULE CULE CULE CULE CULTURAL DE ERMESINDE (AATURAL DE ERMESINDE (AATURAL DE ERMESINDE (AATURAL DE ERMESINDE (AATURAL DE ERMESINDE (AACE)CE)CE)CE)CE)19 ABRIL, 21H00Sede da AACESede da AACESede da AACESede da AACESede da AACECom a participação do Grupo de Fados e do Grupo deMúsica Tradicional Portuguesa "Toca a Tocar", comemora-ção oficial da data, bolo de aniversário e espumanteEntrada livre reservada a sócios, familiares e convidados.20 ABRIL, 21H30Fórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeEspetáculo temático, sob o título "Canções de Sempre",com a participação da valência "Voz Ligeira" e da Tuna daFaculdade de Engenharia da Universidade do Porto.21 ABRIL, 11H00Igreja Matriz de ErmesindeIgreja Matriz de ErmesindeIgreja Matriz de ErmesindeIgreja Matriz de ErmesindeIgreja Matriz de ErmesindeCom a participação do Orfeão de Ermesinde na Missa co-memorativa do aniversário da AACE.21 ABRIL, 15H30Fórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeApresentação do espetáculo "Décadas", com a participaçãodas escolas de danças e da escola de música da AACE.(Agenda da AACE).

DesportoFUTEBOL7 DE ABRIL, 16H00Estádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de Sonhos– – – – – ERMESINDE - CANDERMESINDE - CANDERMESINDE - CANDERMESINDE - CANDERMESINDE - CANDALALALALALJogo a contar para a vigésima-oitava jornada do Campeona-to Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futeboldo Porto.

21 DE ABRIL, 16H00Estádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de SonhosEstádio de Sonhos– – – – – ERMESINDE - S. MARTINHOERMESINDE - S. MARTINHOERMESINDE - S. MARTINHOERMESINDE - S. MARTINHOERMESINDE - S. MARTINHOJogo a contar para a trigésima jornada do CampeonatoDistrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol doPorto.(Agenda Associação de Futebol do Porto).

1 DE MARÇO A 30 DE ABRILMuseu Municipal e Arquivo HistóricoMuseu Municipal e Arquivo HistóricoMuseu Municipal e Arquivo HistóricoMuseu Municipal e Arquivo HistóricoMuseu Municipal e Arquivo Histórico“HÓQUEI DE VALONGO“HÓQUEI DE VALONGO“HÓQUEI DE VALONGO“HÓQUEI DE VALONGO“HÓQUEI DE VALONGO– UM PER– UM PER– UM PER– UM PER– UM PERCURSO SOBRE RCURSO SOBRE RCURSO SOBRE RCURSO SOBRE RCURSO SOBRE RODODODODODAS”AS”AS”AS”AS”Exposição documental, fotográfica e videográfica sobrebum desporto identitário no concelho de Valongo, com re-gistos de momentos que marcaram para sempre a vida de ex-atletas, sócios, ex-sócios e demais agentes da modalidade.(Agenda Metroplitana da Cultura).

Exposições Espetáculos

Prazos de entrega do IRSe uma maneira de ajudar o CSE sem gastar um tostão

Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofresdo Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique noQuadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária?

Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iriareceber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do quese possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho.

Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregadose outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde(CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS.

Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima.

DATAS DE ENTREGA IRS 2012Entregas em papel 1ª Fase - 1 a 31 de março de 2013, para rendimentos das categorias A e H (já esgotado); 2ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para os restantes rendimentos.

Entrega via internet 1ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para rendimentos das categorias A e H; 2ª Fase - 1 de maio a 31 de maio de 2013, para os restantes rendimentos (prazo alargado pelas Finanças).

Page 28: AVE_903

24 A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Alcides

Última

Alcides Ferreira – é este o nome da personagem que JúniorSampaio encarna na peça “O Marido de Conceição Saldanha”,por si encenada e com texto de João Mohana. Aqui está Alcides,passando de estado a estado, injustiçado, indignado, revolta-

FOTOS URSULA ZANGGER

do, angustiado, amargurado, desesperado, saudoso, vazio. Omundo real continua, à volta, indiferente, a triturar todos aque-les que se atrevem, um dia ou uma vida, a ser alcides.

Até um dia? LC